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ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA Disciplina: Físico-Química Experimental CROMATOGRAFIA EM PAPEL. Data da realização do experimento: 05/03/2020 Turma: EQMFP_T01 Professor Responsável: Sérgio Duvoisin Jr. Aluno: Andreza Amanda dos Anjos Silveira Uso do Professor Nota do grupo Aluno: Thaysa Mendes da Silva Uso do Professor Aluno: Trisha Ellen de Amaral Monteiro Uso do Professor Manaus, AM 2020 1. INTRODUÇÃO A análise cromatográfica é um procedimento utilizado para separação misturas que possuem dois componentes imiscíveis entre si, que devido a interações diferentes são denominados fase móvel e fase estacionária. [1] A Cromatografia é um método desenvolvido pelo botânico russo Mikhail S. Tswett, que utilizou o termo para descrever suas experiências na separação dos componentes de extratos de folha pela primeira vez em 1906. Para esse processo, utilizou uma coluna de vidro com cálcio como fase estacionaria, e extrato adicionado, pela qual ocorreu a passagem de éter de petróleo como fase móvel, que ocasionou à separação dos componentes em faixas coloridas. Sendo esta a razão pela qual a técnica recebeu o nome de cromatografia, uma vez que os termos derivam das palavras gregas chrom (cor) e grafe (escrever), podendo dar a ideia de que o processo dependa da cor, o que não é verdade, a cor apenas facilita a identificação dos componentes separados. [1][2] Mesmo após este estudo a cromatografia ainda foi ignorada até a década de 30. Só a partir daí que começaram a ser feitos diversos trabalhos na área, que, junto com os avanços tecnológicos, levaram ao aperfeiçoamento da técnica, sofisticando-a cada vez mais, possibilitando sua aplicação em diversas áreas. [1] A cromatografia pode ter várias classificações quanto ao seu método de separação, que se classificam como adsorção, partição, troca iônica, exclusão ou até mesmo a mistura de todos esses métodos. Pode também ser classificada quanto a sua forma física que é subdividida em cromatografia de coluna e cromatografia planar (cromatografia de papel se encaixa em cromatografia planar). Ou também pode ser classificada de acordo com a sua fase em análise, de forma que se a fase analisada for a fase estacionaria, observa-se a fase liquida, solida e quimicamente ligada, mas se a fase analisada for a fase móvel, ela pode ser subdividida em três cromatografias, cromatografia liquida, gasosa e supercrítica. [2] A pratica realizada em laboratório teve como metodologia a utilização da cromatografia planar, ou seja a cromatografia realizada em papel, de forma que o eluente em analise fosse o responsável pela condução da fase móvel (solvente orgânico), existindo uma fase estacionaria (agua encontrada na celulose) na qual o papel filtro se enquadra. A cromatografia em papel (CP) é um método simples para a análise de amostras em pequenas quantidades, recebe essa denominação, pois utiliza a migração diferencial sobre um papel de filtro especial para a separação e identificação de substância e componentes da mistura. O papel de filtro é a fase estacionária do sistema e a fase móvel pode ser um solvente puro ou a mistura de solventes, ela é baseada na diferença de solubilidade das substâncias entre duas fases imiscíveis, onde geralmente um dos líquidos é a água. A substância que possui mais afinidade com a fase estacionária percorre um caminho menor que aquela que possui menor afinidade com esta fase. A aplicação do método cromatográfico pode ser utilizada para a identificação de compostos, através da comparação com padrões previamente existentes, para a purificação de compostos, através da separação de substâncias indesejáveis e para a separar componentes de uma mistura. [2] 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVOS GERAIS ➢ Compreender o método utilizado para separação de misturas, capacitando a resolução de problemas complexos envolvendo calculo de fator de retenção. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ➢ Separar pigmentos existentes em extratos de plantas (clorofila, xantofila, carotenos) e de pigmentos que compõem a tinta de canetas base de água; ➢ Identificar os princípios físico-químicos responsáveis pela separação. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Materiais Utilizados 1) Suporte universal (1); 2) Argola pequena (2); 3) Almofariz e pistilo (1); 4) Pipeta Pasteur (1); 5) Funil de separação (1); 6) Funil de vidro pequeno (1); 7) Placa de Petri (3); 8) Espátula (1); 9) Régua (1); 10) Algodão; 11) Papel para cromatografia (15); 12) Tubo capilar (1); 13) Proveta (10+/-0,05 ml) (1); 14) Béquer (100+/-10 mL) (3); 15) Béquer (10+/- 1,25 mL) (2); 16) Béquer (250 +/- 25 mL) (descarte); 17) Folha pigmentada; 18) Canetas hidrocor; 3.2 Reagentes Utilizados 1) Clorofórmio (CHCl3) P.A.; 2) Acetona (C3H6O) P.A.; 3) Éter Di-Etílico (C4H10O) P.A.; 4) Álcool Etílico (C2H6O) P.A.; 5) Sulfato de Sódio Anidro (Na2SO4) P.A.; 6) Água destilada (H2O); 3.3 Procedimento Experimental 3.3.1 Preparação do extrato Primeiramente, escolheram-se as cores de caneta hidrocor a serem analisadas. Simultaneamente, a folha pigmentada foi colocada no almofariz e triturada com o auxílio do pistilo. Em seguida, adicionou-se 10 ml de uma solução 2:1 de éter di-etílico e álcool etílico. Logo após, o extrato foi filtrado, utilizando funil de vidro e algodão, e transferido para o funil de separação. Adicionou-se 10 ml de água destilada ao funil de separação e foram feitas suaves agitações (seguidas da liberação do gás). Após separação espontânea das fases, ilustrada na figura 1, a fase aquosa foi retirada e descartada. Esta etapa de lavagem foi repetida mais duas vezes. Figura1 Separação das fases após alguns minutos. Por fim, transferiu-se a solução pigmentada para um béquer de 10 ml e adicionou-se aproximadamente 2g de sulfato de sódio anidro. Após alguns minutos, com o auxílio de uma pipeta pasteur, a solução de pigmentos foi decantada para um outro béquer de 10 ml. 3.3.2 Preparo das folhas de papel Foram cortadas 15 folhas de papel de filtro com medidas 3,0 x 7,5 cm. Fez-se um risco a lápis, na base de cada folha, a uma distância de 1,0 cm. Outro risco foi feito, no topo de cada folha, a uma distância de 0,5 cm. 3.3.3 Aplicação da amostra na folha de papel Primeiramente, as amostras aplicadas foram as advindas das canetas hidrocor, sendo elas das cores preta, azul, roxo e rosa, respectivamente. A aplicação foi feita sobre o risco a 1,0 cm da base da placa, de maneira suave, e formando uma pequena mancha arredondada. Realizou-se este procedimento em três placas diferentes para uma mesma cor. Posteriormente, este processo foi realizado com a amostra advinda da folha pigmentada, nesse caso, foi utilizado o tubo capilar para a aplicação de pequenas porções de pigmento sobre as placas. 3.3.4 Desenvolvimento do cromatograma Foram preparadas três cubas usando os béqueres de 100 ml. Na primeira, adicionou-se 5 ml de clorofórmio, na segunda, 5 ml de água destilada e na terceira, 5 ml de uma mistura 1:1 de acetona e clorofórmio. Em seguida, as três folhas de papel contendo a mancha de cor preta foram colocadas uma em cada cuba, sem permitir que a área de aplicação da amostra entrasse em contato com o solvente. Os béqueres foram tampados com placas de Petri para a observação. Assim que o solvente atingiu o risco superior de cada folha, esta foi removida. Após a secagem, observou-se o número de manchas coloridas e os resultados foram registrados. O mesmo procedimento foi repetido para as folhas contendo as cores azul, roxo e rosa, e a solução de pigmentos. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Primeira parte Primeiramente, através dametodologia já descrita, realizou-se a análise cromatográfica das amostras de caneta hidrocor. A primeira coloração analisada fora a de cor preta, sendo colocadas simultaneamente três amostras advindas da mesma caneta em cubas contendo Clorofórmio (𝐶𝐻𝐶𝑙3), Água destilada e uma mistura de Clorofórmio com Acetona (𝐶3𝐻6𝑂), cujas estruturas químicas seguem na Figura 2. Cl Cl Cl H O HH O CH3 CH3 Figura 2 Estrutura química do Clorofórmio, Água e da Acetona Assim, após retirada da placa das cubas, observou-se que a amostra só interagiu com o solvente mais polar, no caso a água, conforme se pode constatar na Figura 3. Figura 3 Amostra de coloração preta após análise cromatográfica Sabendo que o papel de filtro utilizado é constituído por celulose e que a celulose é um polímero cuja organização molecular que compõem suas cadeias é altamente polar [3] e, além disso, que as tintas de canetas hidrográficas também são substâncias polares, justifica-se o fato da substância não ter saído da fase estacionária na primeira e na última placa pois os solventes utilizados em ambas são muito apolares e consequentemente não conseguiram arrastar os compostos presentes na amostra. Por outro lado, a água destilada é extremamente polar, conseguindo arrastar alguns compostos da amostra até o topo da placa. Feita a análise acima, construiu-se o cromatograma da única placa que apresentou interação da amostra com o solvente, respeitando a distância das linhas da fase estacionária e da fase móvel e utilizando os pontos onde os compostos se apresentavam o mais escuro possível. Segue cromatograma na Figura 4. Figura 4 Cromatograma da amostra de coloração preta Com o cromatograma acima, fora possível calcular o fato de retenção (𝑅𝑓) dos compostos arrastados, de forma que: 𝑅𝑓𝑎𝑣𝑒𝑟𝑚𝑒𝑙ℎ𝑎𝑑𝑜/𝑟𝑜𝑠𝑎𝑑𝑜 = 5,60 𝑐𝑚 6,30 𝑐𝑚 = 0,89 (1) 𝑅𝑓𝑎𝑧𝑢𝑙 = 5,90 𝑐𝑚 6,30 𝑐𝑚 = 0,94 Sabendo que nas placas 1 e 2 a substância não deixou a fase estacionária, conforme já dito, fica claro que o fator de retenção de ambas é igual a zero. Em seguida, utilizando a mesma metodologia acima, analisou-se o comportamento da amostra de caneta hidrográfica de coloração azul na presença dos mesmos solventes segundo exposto na Figura 5. Figura 5 Amostra de coloração azul após análise cromatográfica Diferentemente da primeira amostra analisada, as placas 1 e 3 dessa vez apresentaram uma pequena reação aos solventes Clorofórmio e mistura de Clorofórmio e Acetona, sendo intuitivo que esta coloração apresenta um pequeno percentual apolar. Mesmo assim, a amostra é predominante polar tendo em vista que a maior interação se deu com a água destilada, porém, diferentemente da amostra de cor preta, os compostos não foram arrastados até a linha limite da fase móvel. Observa-se então o cromatograma das placas em questão na Figura 6. Figura 6 Cromatograma da amostra de coloração azul Conforme explicitado, as medidas da placa um e o arrastamento da substância foram exatamente iguais aos da placa 3, então calculando o fator de retenção pela equação 1, tem-se que: 𝑅𝑓𝑟𝑜𝑠𝑎 1=3 = 0,50 𝑐𝑚 6,0 𝑐𝑚 = 0,08 𝑅𝑓𝑙𝑖𝑙á𝑠 = 4,80 𝑐𝑚 6,0 𝑐𝑚 = 0,80 𝑅𝑓𝑎𝑧𝑢𝑙 = 5,70 𝑐𝑚 6,0 𝑐𝑚 = 0,95 Assim, fica claro o que fora exposto na Figura 5, onde se observa que o composto que apareceu na primeira e na última placa praticamente não saiu da fase estacionária, tendo um fator de retenção muito baixo aos comparados da segunda placa. Além disso, pode ser que esse composto seja o mesmo em ambas as placas, o que só ficaria claro com a aplicação de reveladores químicos. Ademais, realizaram-se análises cromatográficas de amostras de canetas hidrocor lilás e rosa, afim de comparar os fatores de retenção e o comportamento dessas amostras nos solventes, tendo em vista que essas cores apareceram nos compostos que foram arrastados das amostras já utilizadas. Observa-se as placas após procedimento cromatográfico nas Figuras 7 e 8. Figura 7 Análise cromatográfica da amostra de coloração lilás Figura 8 Análise cromatográfica da amostra de coloração rosa Realizada a inspeção da amostra de coloração rosa, que apareceu como um dos compostos na amostra de cor preta, observou-se que ela reagiu com os solventes apolares, tendo em vista que o Clorofórmio apesar da sua estrutura química polar é considerado um solvente apolar devido à falta de hidroxilas que desfavorecem a solubilidade, e com o solvente polar, diferindo do comportamento da amostra preta e, além do mais, fica perceptível pela figura que essa amostra pode apresentar resultados dentro dos valores ideais de 𝑅𝑓 que são entre 0,4 e 0,6. E, não somente isso, apesar da palavra cromatografia sugerir que a cor é um dos fatores a serem levados em consideração para análise, o comportamento da amostra de cor rosa mostra que não pois, apesar de ser uma cor presente na constituição da coloração preta, seu comportamento em relação aos solventes é discrepante. [4][5] Em contrapartida, ao analisar-se a amostra de coloração lilás, que apareceu na amostra azul conforme se observa na Figura 6, aparentemente está na mesma altura do composto arrastado pela fase móvel na amostra azul e sugere ter o mesmo fator de retenção e, semelhantemente, as placas colocadas nos solventes apolares não reagiram. Assim, as condições propõem que o composto visualizado na amostra de coloração azul e na amostra de coloração lilás podem ser o mesmo. Segue os cromatogramas referentes às amostras das Figuras 7 e 8 e seus respectivos cálculos de 𝑅𝑓. Figura 9 Cromatograma da amostra de coloração rosa 𝑅𝑓1 = 1,60 𝑐𝑚 5,90 𝑐𝑚 = 0,27 𝑅𝑓2 = 2,80 𝑐𝑚 5,90 𝑐𝑚 = 0,48 𝑅𝑓3 = 5,10 𝑐𝑚 6,0 𝑐𝑚 = 0,85 Assim, fica claro no 𝑅𝑓2, ao ser comparado com 𝑅𝑓𝑎𝑣𝑒𝑟𝑚𝑒𝑙ℎ𝑎𝑑𝑜/𝑟𝑜𝑠𝑎𝑑𝑜 calculado na amostra preta que, por apresentarem valores distantes, o aparecimento de mesma coloração não necessariamente indica que o composto presente é o mesmo e que seus fatores de retenção serão iguais. Seguidamente, para a amostra de coloração lilás, segue cromatograma da única placa a qual a substância interagiu com o solvente na Figura 10 e o seu fator de retenção. Figura 10 Cromatograma da amostra de coloração lilás 𝑅𝑓4 = 5,20 𝑐𝑚 6,0 𝑐𝑚 = 0,87 Conforme pressuposto, diferente do caso anterior, o composto lilás presente na amostra de cor azul pode ser o mesmo composto presente na caneta hidrocor lilás tendo em vista que seus coeficientes de retenção possuem valores aproximados. 4.2 Segunda parte Terminados os estudos acima, realizou-se a observação após análise cromatográfica das amostras extraídas de uma planta pigmentada e seu comportamento nos mesmos solventes utilizados nos ensaios anteriores. Segue na Figura 11 as placas após retirada das cubas. Figura 11 Análise cromatográfica das amostras extraídas de planta É bem observável na Figura 11 que a amostra só foi retirada da fase estacionária pelos solventes apolares e que não teve nenhuma interação com o solvente polar, a água destilada. Sendo assim, pode-se afirmar de antemão que o 𝑅𝑓 da placa 2 é igual a zero, e que na placa 3, a amostra por ter sido completamente arrastada até a linha de chegada da fase móvel, apresenta 𝑅𝑓 igual a um. Para a placa 1, calcula-se o fator de retenção a partir do cromatograma apresentado na Figura 12. Figura 12 Cromatograma da amostra retirada da planta Assim, a placa 1 tem fator de retenção de: 𝑅𝑓 = 5,90 𝑐𝑚 6,0 𝑐𝑚 = 0,98 5. CONCLUSÃO Com base nos resultados e discussão apresentados, chega-se à conclusão que o experimento foi bem sucedido e atingiu os objetivos propostos. Primeiramente, a experiência de Cromatografia em Papel deixou claro que esse processo de separação se dá em umafase móvel líquida e em uma fase estacionária também líquida, sendo um processo essencialmente físico químico embasado nas diferentes composições, interações e propriedades que a substância a ser analisada possui com as fases móveis e estacionárias que são imisturáveis. Além disso, a técnica de separação se mostrou eficiente e versátil, tendo em vista a possibilidade de se utilizarem misturas na fase móvel para obtenção de melhores fatores de retenção, conforma a mistura de Clorofórmio e Acetona utilizada como solvente na cuba 3. No processo experimental, concluiu-se que as amostras de caneta hidrocor preta, azul e lilás são substâncias a base de compostos polares enquanto a amostra de coloração rosa, que reagiu com os três solventes, possui composição polar, mas apresentou maior fator de retenção na mistura, sendo possivelmente predominantemente apolar. Por outro lado, as amostras retiradas da planta só apresentaram interações com os solventes apolares e, mesmo com a presença de acetona na última mistura, o Clorofórmio se mostrou mais influente na interação com as substâncias da amostra, por isso tem-se chamado a mistura de apolar, resultando que a planta analisada apresenta composição apolar. Vale ressaltar que todos os compostos separados poderiam ter suas classes químicas reveladas com a aplicação de reveladores químicos, possibilitando maior precisão das suposições. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. COLLINS, C. H.; BRAGA, G. L.; BONATO, P. S. (Orgs.). Fundamentos de Cromatografia. Campinas: Editora da Unicamp. 2010. 2. KAPELINSKI, T. M.; WENZEL, J. S.; OLIVEIRA, L. S. Estudando química, através da cromatografia em papel. XXXIII EDEQ – Movimentos curriculares da Educação Química – o permanente e o transitório. UNIJUÍ, 10 a 11 de outubro de 2013. 3. http://alkimia.tripod.com/cromatografia.htm#topo. A separação de compostos por cromatografia. Acessado em março de 2020. 4. DEGANI, A.L.; CASS, Q.B.; VIEIRA, P. C.; Cromatografia, um breve ensaio. QUÍMICA NOVA ESCOLA, N° 7, MAIO 1998. 5. http://www.ufjf.br/quimica/files/2016/08/Introdu%C3%A7%C3%A3o-a- cromatografia-Marcone-20161.pdf. Introdução a métodos cromatográficos. Acessado em março de 2020. 6. DUVOISIN Jr, S. Apostila de Fisico-química Experimental. Manaus, 2020. 7. ANEXOS RESPONDER DURANTE A PRÁTICA 1. Qual foi a ordem dos componentes (cores) que você observou? Lembrar que as clorofilas são verdes, as xantofilas são amarelas e os carotenos são marrons. A partir dos resultados da cromatografia, pode-se dizer que a amostra utilizada possuía apenas o composto clorofila, pois, visualmente, o pigmento verde era o único presente na placa após o experimento. 2. Qual a polaridade da molécula que chegou mais perto do topo da folha? E a que ficou retida na folha? As moléculas que chegaram mais perto do topo da folha foram as obtidas do pigmento da planta, apresentando um fator de retenção de 0,98 nos solventes clorofórmio e na mistura (clorofórmio e acetona), logo pela interação apresentada, deduz-se que essas substâncias são apolares. Por outro lado, as amostras que apresentaram mais retenção de moléculas foram as de coloração preta nos solventes mais apolares, sendo assim moléculas polares, e a amostra da planta colocada na cuba contendo água destilada, sendo portanto moléculas apolares, tendo em vista que ambas apresentaram fator de retenção igual a zero. 3. O que você faria para aumentar a velocidade de passagem pela coluna das moléculas que ficaram retidas? A solução seria adicionar um solvente de polaridade mais compatível com as moléculas, diferente em relação ao primeiro solvente usado, permitindo com que estas não ficassem retidas. 4. Quais foram os pigmentos que formaram as cores das canetas que você utilizou na prática? Os pigmentos vermelho, amarelo e azul foram os que formaram a cor preta da caneta hidrocor. A cor azul, relevou o pigmento de cor roxa, que por sua vez também foi formada pelo pigmento rosa. QUESTIONÁRIO 1. Qual é o estado físico da fase móvel e da fase estacionária na cromatografia em camada delgada (CCD)? Dentre as várias técnicas de cromatografia, a CCD é uma técnica de adsorção cuja fase móvel é líquida e a fase estacionária é sólida. 2. Qual é o mecanismo de separação da cromatografia em camada delgada de sílica gel? O mecanismo de separação utilizado em CCD de sílica gel é de adsorção. Sendo a sílica uma das fases estacionárias mais utilizadas, para a preparação das placas é realizada uma suspensão do adsorvente em água para posterior aplicação na placa. 3. Com que finalidade a solução de pigmentos é lavada com água? O pigmento é lavado visando separar a fase inorgânica e a fase orgânica da substância, ou seja, para separar toda fase aquosa presenta na solução. 4. Por que o sulfato de sódio anidro é adicionado à solução de pigmentos? O sulfato de sódio anidro é um composto polar, logo possui a capacidade de “reter”, por afinidade, outros compostos polares presentes na solução. Assim, ele auxilia a separar a amostra de toda água ainda restante após a lavagem da solução. 5. Que se entende por fator de retenção (Rf)? O fator de retenção é uma medida da afinidade da substância que passou pela cromatografia a e o eluente, e corresponde a razão da distância percorrida pela substância pela distância percorrida pelo eluente. 6. Dois componentes A e B, foram separados por CCD. Quando a frente do solvente atingiu, 6,5 cm, acima do ponto de aplicação da amostra, a mancha de A, estava a 5 cm, a de B a 3,6 cm. Calcular o Rf de A e de B. Desenhar esta placa, obedecendo o mais fielmente possível as distâncias fornecidas. O que se pode concluir sobre a resolução das manchas, nesta separação? Pode-se concluir que a substância A possui mais afinidade com o eluente do que a substância B. 7. Um químico deseja separar os compostos abaixo por cromatografia em coluna, utilizando sílica como adsorvente. Para tal, percolou a coluna sequencialmente com os solventes I, II e III, que formam uma série eluotrópica. A primeira fração continha o composto X, a segunda fração, o composto Y, e a última fração, o composto Z. Qual dos sistemas de solventes abaixo serve como fase líquida para justificar a ordem de eluição encontrada? Solvente I Solvente II Solvente III (A) Hexano Acetonitrila Tolueno (B) Hexano Tolueno CH2Cl2 (C) Tolueno Hexano Acetonitrila (D) Acetonitrila CH2Cl2 Hexano (E) CH2Cl2 Tolueno Hexano O composto X corresponde a um etil-cicloexano. Por conter em sua estrutura apenas átomos de carbono e hidrogênio, esta molécula apresenta caráter apolar, sendo assim, solúveis em solventes apolares e insolúveis a solventes altamente polares. Dentre os solventes apresentados, dois serviriam como fase líquida: o hexano e tolueno. Porém ao comparar as solubilidades destes com a água, nota-se que o hexano apresenta menor valor, o que representa mais apolaridade. O composto Y é um etil-benzeno. Por se tratar de um composto com apenas átomos de carbono e hidrogênio, este é pouco solúvel em solventes polares e solúvel em apolares, pela afinidade de polaridade. Assim, conclui-se que dentre as opções citadas o solvente a ser utilizado corresponde ao tolueno. Já o composto Z trata-se do 3-etilpiridina. Por ter um átomo de nitrogênio, a molécula adota caráter polar, tornando-se solúveis em meios polares, logo o solvente a ser utilizado é a acetonitrila. Deste modo, conclui-se que o sistema de solventes a ser utilizado é o da alternativa C (tolueno, hexano, e acetonitrila). 8. A cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) é um dos métodos cromatográficos mais modernos utilizados em análise (CLAE analítica) e separação/purificação de misturas (CLAE preparativa). Abaixo são dados os cromatogramasX, Y e Z de uma mistura de compostos presentes em analgésicos: aspirina (A), cafeína (B), fenacetina (C) e paracetamol (D), utilizando três fases móveis diferentes, no modo isocrático, em uma mesma coluna. Avaliando esses cromatogramas, responda às perguntas abaixo: (a) Qual a fase móvel mais apropriada para ser utilizada em escala preparativa, e a fase móvel mais adequada para utilização em escala analítica, considerando um grande número de amostras a serem analisadas? Justifique sua resposta. Para a escala preparativa, como o objetivo é separar os analitos, a fase móvel que apresentou melhores resultados foi o da amostra Z, com 40% de metanol e 60% de ácido acético, uma vez que pelos dados apresentados, este mostra picos mais visivelmente separados do que os outros dois. Já para a escala analítica a amostra mais adequada é a amostra Y, com 60% de metanol e 40% de ácido acético, pois apresenta picos definidos e é possível fazer a identificação das substâncias analisadas. (b) Qual o tipo de coluna (fase reversa ou fase normal) utilizada nestes três experimentos? Justifique sua resposta. Os experimentos tiveram como coluna uma fase reversa, pois neste tipo de cromatografia utiliza-se substâncias polares, tendo a fase estacionária menos polar que o eluente. (c) Sabendo-se que o composto mais polar elui primeiro, qual o composto de maior tempo de retenção? Justifique sua resposta. O composto com mais tempo de retenção será aquele mais apolar, visto que este apresentará maior afinidade pela fase estacionária que pela fase móvel. Assim, dentre as substâncias citadas, aquele que se enquadra é o paracetamol (opção D).