Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

1
0
/0
3
/2
0
1
9
O
 p
ro
c
e
sso
 d
e
 o
rie
n
ta
ç
ã
o
 v
o
c
a
c
io
n
a
l fre
n
te
 a
o
 sé
c
u
lo
 X
X
I: p
e
rsp
e
c
tiv
a
s e
 d
e
sa
fi
o
s
h
ttp
://w
w
w
.sc
ie
lo
.b
r/sc
ie
lo
.p
h
p
?
sc
rip
t=
sc
i_
a
rtte
x
t&
p
id
=
S
1
4
1
4
-9
8
9
3
2
0
0
2
0
0
0
3
0
0
0
0
8
1
/1
2
M
ore
M
ore
S
e
rv
ic
e
s
 o
n
 D
e
m
a
n
d
J
o
u
rn
a
l
S
ciE
LO
 A
nalytics
G
oogle S
cholar H
5M
5 (2018)
A
rtic
leArticle in xm
l form
at
 H
ow
 to cite this article
S
ciE
LO
 A
nalytics
C
urriculum
 S
cienTI
A
utom
atic translation
In
d
ic
a
to
rs
R
e
la
te
d
 lin
k
s
S
h
a
rePerm
alink
Psicologia: C
iência e Profissão
Print version IS
S
N
 1414­9893
P
sico
l. cien
c. p
ro
f. v
o
l.2
2
 n
o
.3
 B
ra
sília
 S
ep
t. 2
0
0
2
http://dx.doi.org/10.1590/S
1414­98932002000300008 
A
R
T
I
G
O
S 
O
 
p
r
o
c
e
s
s
o
 
d
e
 
o
r
i
e
n
t
a
ç
ã
o
 
v
o
c
a
c
i
o
n
a
l
 
f
r
e
n
t
e
 
a
o
s
é
c
u
l
o
 
X
X
I
:
 
p
e
r
s
p
e
c
t
i
v
a
s
 
e
 
d
e
s
a
f
i
o
s
  J
o
s
e
m
b
e
r
g
 
M
.
 
d
e
 
A
n
d
r
a
d
e
*
;
 
G
i
r
l
e
n
e
 
R
.
 
d
e
 
J
e
s
u
s
 
M
a
j
a
 
M
e
i
r
a
*
*
;
 
Z
a
n
d
r
e
B
.
 
d
e
 
V
a
s
c
o
n
c
e
l
o
s
*
*
*
U
niversidade Federal da Paraíba
Endereço para correspondência
  R
E
S
U
M
O
Este trabalho tem
 com
o objetivo discutir as perspectivas e desafios do processo de orientação vocacional (O
V
)
frente ao século X
X
I. A
 O
V
, ao ajudar o indivíduo a encontrar um
a identidade profissional, auxilia na estruturação
de sua identidade pessoal, favorecendo a elaboração de um
 projeto de vida. O
 desenvolvim
ento da ciência e da
tecnologia operacionaliza m
udanças acentuadas no m
ercado de trabalho, fazendo com
 que este esteja sem
pre em
 
 
 
 
  
 
1
0
/0
3
/2
0
1
9
O
 p
ro
c
e
sso
 d
e
 o
rie
n
ta
ç
ã
o
 v
o
c
a
c
io
n
a
l fre
n
te
 a
o
 sé
c
u
lo
 X
X
I: p
e
rsp
e
c
tiv
a
s e
 d
e
sa
fi
o
s
h
ttp
://w
w
w
.sc
ie
lo
.b
r/sc
ie
lo
.p
h
p
?
sc
rip
t=
sc
i_
a
rtte
x
t&
p
id
=
S
1
4
1
4
-9
8
9
3
2
0
0
2
0
0
0
3
0
0
0
0
8
2
/1
2
um
a contínua m
udança. A
 nova realidade que vem
 se delineando no contexto brasileiro exige que a O
V
 se adapte
às m
udanças sociais. A
ssim
, alguns aspectos devem
 ser considerados e analisados com
 a finalidade de se alcançar
a eficácia na O
V
, entre eles: o papel do profissional, que deve estar ciente da postura ética que deve assum
ir e a
real finalidade da O
V
, que não deve apenas inform
ar sobre as profissões, e sim
, trabalhar o autoconhecim
ento e a
questão da escolha em
 si.
P
a
l
a
v
r
a
s
­
c
h
a
v
e
: O
rientação vocacional, M
udanças, D
esafios e perspectivas.
A
B
S
T
R
A
C
T
This w
ork has the objective of discussing the perspectives and challenges of the vocational orientation process
(V
O
) tow
ards the X
X
I century. The V
O
 process, helping the individual to find a professional identity, aids on the
structuring of his/her personal identity, favoring a life project elaboration. The science and technology developm
ent
produces accentuated changes in the labor m
arket, and causes its continuous change. The new
 reality, w
hich is
delineated in the B
razilian context, dem
ands that the V
O
 adapts itself to the social changes. Thus, som
e aspects
should be considered and analyzed w
ith the purpose of reaching the effectiveness in V
O
, am
ong them
: the
professionals role that should be aw
are of the ethical posture w
hich he should assum
e and the real purpose of V
O
,
that should not just inform
 about the professions, but it should w
ork the self­know
ledge and the question of the
choice in itself.
K
e
y
w
o
r
d
s
: V
ocational orientation, C
hanges, C
hallenges and perspectives.
  O
 desenvolvim
ento da ciência e da tecnologia evidenciado atualm
ente operacionaliza m
udanças cada vez m
ais
acentuadas no m
ercado de trabalho, fazendo com
 que este esteja sem
pre em
 um
a contínua m
udança. O
conhecim
ento científico e a tecnologia revolucionaram
 as bases m
ateriais e m
orais da existência hum
ana,
m
odificando as aspirações do hom
em
 (Fernandes, 1966). Evidencia­se um
a dem
anda pela autom
ação dos serviços
e até das relações hum
anas com
 a finalidade de se obter resultados m
ais rápidos; o dom
ínio de técnicas é
im
prescindível e é associado à possibilidade de se apresentar soluções com
 a eficiência exigida pela m
odernidade
(R
odrigues &
 R
am
os, 2000). A
ssim
, com
 um
a rápida velocidade, exclusões são efetivadas, o que não está m
ais
apropriado precisa adequar­se para não ser m
arginalizado.
A
s transform
ações sociais e econôm
icas do sistem
a capitalista, em
bora m
arcadas por m
ovim
entos contraditórios e
heterogêneos e em
 m
eio a incertezas, oscilações e contradições, colocam
 novos e graves questionam
entos em
todo o m
undo no século X
X
I. Este novo período traz m
uitas incertezas sobre o futuro da cidadania, sobretudo
dentro e fora dos espaços de trabalho (Paixão &
 Figueiredo, 1996). A
tualm
ente, a econom
ia exige técnicos,
especialistas que tenham
 conhecim
ento aprofundado e preciso em
 áreas que não existiam
 anteriorm
ente. Essa
procura por técnicos, bens e serviços tem
­se alterado com
 o progresso, aum
entando, ainda, a dem
anda de
trabalhadores em
 algum
as profissões e reduzindo em
 outras. A
 autom
ação e a com
putação eletrônica
revolucionaram
 determ
inados cam
pos de atividades, oferecendo m
aiores oportunidades para novas especialidades
e tam
bém
 causando desem
prego para m
ão de obra não qualificada (S
uper &
 Junior, 1980).
1
0
/0
3
/2
0
1
9
O
 p
ro
c
e
sso
 d
e
 o
rie
n
ta
ç
ã
o
 v
o
c
a
c
io
n
a
l fre
n
te
 a
o
 sé
c
u
lo
 X
X
I: p
e
rsp
e
c
tiv
a
s e
 d
e
sa
fi
o
s
h
ttp
://w
w
w
.sc
ie
lo
.b
r/sc
ie
lo
.p
h
p
?
sc
rip
t=
sc
i_
a
rtte
x
t&
p
id
=
S
1
4
1
4
-9
8
9
3
2
0
0
2
0
0
0
3
0
0
0
0
8
3
/1
2
É im
possível saber onde se chegará com
 todos os avanços da ciência atrelados ao desenvolvim
ento da tecnologia e
da globalização; m
as, notadam
ente, os efeitos desses avanços já oferecem
 sinais de profundas m
odificações na
vida das pessoas, das em
presas e do m
ercado de trabalho (R
odrigues &
 R
am
os, 2000). Esses avanços têm
 um
im
pacto considerável em
 todas as áreas da vida; no m
ercado de trabalho, por exem
plo, além
 de com
petência para
o cargo a ser desem
penhado, são exigidas do profissional novas habilidades que vão se tornando im
prescindíveis,
tais com
o saber trabalhar em
 equipe eter criatividade. Essas habilidades são essenciais para que o profissional
possa realizar satisfatoriam
ente o seu trabalho dentro dessa nova perspectiva (Farah &
 Frafoso, 2000).
S
abe­se que a adolescência é um
a fase em
 que há o desprendim
ento da infância e a entrada progressiva no
m
undo e no papel adulto; é nesse contexto conturbado que os jovens precisam
 assum
ir um
a postura diante da
sociedade, tendo que optar por um
a carreira profissional a ser seguida (M
üller, 1998). N
o início da adolescência, o
jovem
 sente­se descom
prom
issado com
 o seu projeto de vida, vivendo, m
uitas vezes, a ilusão, a fantasia e o
sonho; m
as, ao passo em
 que vai conquistando sua própria identidade e com
preendendo suas próprias
singularidades, tem
 a necessidade de definir­se, conhecer­se e de escolher sua profissão com
 base na sua
realidade pessoal e sociocultural (G
olin, 2000).
O
 jovem
 se vê diante de um
a m
ultiplicidade de profissões, áreas de estudo, cursos, chegando a ficar, m
uitas
vezes, confuso diante de tal com
plexidade. Inicialm
ente, ele se guiará a partir do m
apa representacional construído
por si próprio com
 base na sua posição sociocultural e econôm
ica (S
ilva, 1999b). N
a m
aioria dos casos, quando os
jovens são cham
ados a refletir sobre as dificuldades e possibilidades do m
ercado de trabalho e de se escolher um
a
profissão, usam
 m
eios não m
uito seguros, recorrendo a m
itos e ideologias que sem
 dúvida, os tranqüilizam
 e
dim
inuem
 as suas ansiedades, m
as não são verdadeiras saídas (Junqueira, 1999).
N
a sociedade globalizada, onde transform
ações se operacionalizam
 cada vez m
ais rápido, os jovens sentem
­se
pressionados, seja pela própria com
plexidade do m
ercado de trabalho, seja pelo avanço da tecnologia que indica
novos rum
os e cam
inhos a serem
 seguidos. D
eve­se, tam
bém
, levar em
 consideração que os jovens passam
 por
um
 período conturbado em
 relação a aspectos m
aturacionais e de ordem
 psicológica, em
 que dúvidas em
ergem
provocando confusões e conflitos. O
 orientador vocacional deve considerar a adolescência com
o um
a fase típica em
que ocorrem
 grandes crises e transform
ações, um
a síndrom
e norm
al (M
üller, 1988). U
m
a das razões que tornam
,
ainda, m
ais difícil a transição do jovem
 para a fase adulta é o fato de se esperar que ele assum
a novos papéis
quando atinge um
 certo grau de instrução (H
urlock, 1979).
A
s m
arcas das identificações e a vontade de corresponder às expectativas das pessoas significativas em
 sua vida
são questões que o jovem
 tenta atender (R
am
os, 2000). Este se vê frente ao m
ercado de trabalho e de um
 grande
cam
po de possibilidades, passando, assim
, por um
 período de ruptura e tendo que se posicionar na sociedade
(S
ilva, 1996). O
 processo de O
rientação V
ocacional (O
V
) surge, por sua vez, com
o um
 m
eio facilitador, ajudando o
jovem
 a se conhecer m
elhor, dando, conseqüentem
ente, subsídios para que ele faça a escolha m
ais adequada
(Pim
enta, 1981).
D
efinida com
o o processo pelo qual o indivíduo é ajudado a escolher e a se preparar para entrar e progredir num
a
ocupação, a O
V
 propicia o desenvolvim
ento do auto­conhecim
ento, aplicando essa com
preensão às ocupações
(S
uper &
 Junior, 1980). H
oje em
 dia, a O
V
 é o resultado de um
 certo núm
ero de m
ovim
entos, pesquisas e
trabalhos que no início tiveram
 o objetivo im
ediato de auxiliar os jovens na escolha de ocupações adequadas.
C
oletaram
­se e organizaram
­se inform
ações e passou­se a explorar os inventários e testes psicológicos com
o
recursos a m
ais, tornando o processo de O
V
 m
ais com
plexo e eficiente (S
uper &
 Junior, 1980).
1
0
/0
3
/2
0
1
9
O
 p
ro
c
e
sso
 d
e
 o
rie
n
ta
ç
ã
o
 v
o
c
a
c
io
n
a
l fre
n
te
 a
o
 sé
c
u
lo
 X
X
I: p
e
rsp
e
c
tiv
a
s e
 d
e
sa
fi
o
s
h
ttp
://w
w
w
.sc
ie
lo
.b
r/sc
ie
lo
.p
h
p
?
sc
rip
t=
sc
i_
a
rtte
x
t&
p
id
=
S
1
4
1
4
-9
8
9
3
2
0
0
2
0
0
0
3
0
0
0
0
8
4
/1
2
Em
 todo o decorrer da história, teve­se a necessidade de colocar as pessoas certas nos locais certos (Pim
enta,
1981); sem
pre existiu a idéia de que alguns hom
ens podem
 ser m
elhores do que outros para executar
determ
inados trabalhos (S
uper &
 Junior, 1980). Todavia, nem
 sem
pre o hom
em
 pôde escolher trabalhar naquilo
que gostaria ou que se considerava m
ais apto ou capaz, em
bora o trabalho, com
o dim
ensão da existência, sem
pre
estivesse presente na vida das pessoas (Pim
enta, 1981). A
 liberdade para escolher um
a ocupação é algo
relativam
ente novo. A
ntigam
ente, o indivíduo tinha pouca ou nenhum
a liberdade de escolha, pois o nível social e
ocupacional, e m
esm
o o cam
po de atividade, eram
 determ
inados prim
eiram
ente pelo nascim
ento. A
 partir do
R
enascim
ento e da R
eform
a, cresceu o reconhecim
ento da hum
anidade da capacidade e da singularidade do
indivíduo. C
ada hom
em
, nesse m
om
ento, era considerado o centro de um
 universo, construído por ele m
esm
o e
m
em
bro de um
a sociedade hum
ana m
aior. C
om
 o Ilum
inism
o, vieram
 a expansão da visão hum
anística do destino
e a aplicação dessa visão à política e à econom
ia; em
 seguida, com
 o advento da dem
ocracia na sociedade
industrial, surgiu um
a relativa liberdade na escolha das ocupações (S
uper &
 Junior, 1980).
A
 vida ocupacional de um
 hom
em
 é considerada um
 dado fundam
ental de sua existência (S
uper &
 Junior, 1980, p.
216). N
os dias atuais, pode­se vir a escolher um
a carreira profissional; se existe essa possibilidade de escolha,
existe tam
bém
 a possibilidade de alguém
 ajudar o indivíduo a escolher, isto é, de orientar (Pim
enta, 1981). Toda
escolha provoca necessariam
ente um
a renúncia; ao escolher abandona­se um
a outra opção e isto pode provocar
algum
 sofrim
ento para o adolescente. O
 profissional de O
V
 vai tentar reparar essa situação e ajudar o adolescente
a escolher, devendo­se estar consciente de que é m
ais difícil fazer um
 diagnóstico referente à problem
ática
vocacional do que um
 de personalidade, pois o prim
eiro tende a investigar a dinâm
ica interna do adolescente,
verificando não só os conflitos e dificuldades referentes à escolha profissional, m
as tam
bém
 de outras àreas
(B
ohoslavsky, 1993). A
 im
portância do processo de O
V
 é evidenciada no fato de que, havendo um
a identificação
profissional, haverá m
aiores possibilidades de o indivíduo e desenvolver em
 todas as suas potencialidades.
A
 fim
 de alcançar a eficácia do processo, alguns aspectos devem
 ser considerados; dentre eles, pode­se citar: (a) o
papel do profissional de O
V
 frente a um
a nova realidade sócio­cultural e econôm
ica, (b) a finalidade do processo de
O
V
 que deve visar não apenas a inform
ar sobre carreiras profissionais, m
as tam
bém
 a trabalhar aspectos com
o o
autoconhecim
ento e a questão da escolha em
 si, levando em
 consideração o m
ercado de trabalho.
Tendo em
 vista a com
plexidade do trabalho de O
V
, este artigo tem
 com
o objetivo discutir as perspectivas e os
desafios do processo de O
V
 frente ao século X
X
I, abordando a sua im
portância e a m
aneira com
o deve ser
operacionalizado. S
abendo­se que este trabalho não visa aesgotar a problem
ática do tem
a, a sua im
portância é
evidenciada no fato de se fazer um
a reflexão sobre os novos determ
inantes que perm
eiam
 o processo de O
V
 frente
a um
a sociedade globalizada.
 I
m
p
o
r
t
â
n
c
i
a
 
d
o
 
P
r
o
c
e
s
s
o
 
d
e
 
O
r
i
e
n
t
a
ç
ã
o
 
V
o
c
a
c
i
o
n
a
l
O
 ser hum
ano, desde a infância, passa a conhecer a im
portância e o valor que o trabalho tem
 para sua vida; para
a m
aioria das pessoas, a identidade vocacional form
a um
a parte im
portante de sua identidade geral. Ter um
em
prego valorizado pela sociedade – e ter sucesso e prestígio nele – aum
enta a auto­estim
a e facilita o
desenvolvim
ento de um
 senso de identidade m
ais seguro e estável. Por outro lado, quando a sociedade aponta que
alguém
 não é necessário e que não há disponibilidade de bons em
pregos, pode­se gerar dúvidas, incertezas ou
m
esm
o, com
o em
 alguns casos, delinqüência e sentim
entos de revolta, form
ando um
a identidade negativa
(M
ussen, C
onger, K
agan &
 H
uston, 1995).
1
0
/0
3
/2
0
1
9
O
 p
ro
c
e
sso
 d
e
 o
rie
n
ta
ç
ã
o
 v
o
c
a
c
io
n
a
l fre
n
te
 a
o
 sé
c
u
lo
 X
X
I: p
e
rsp
e
c
tiv
a
s e
 d
e
sa
fi
o
s
h
ttp
://w
w
w
.sc
ie
lo
.b
r/sc
ie
lo
.p
h
p
?
sc
rip
t=
sc
i_
a
rtte
x
t&
p
id
=
S
1
4
1
4
-9
8
9
3
2
0
0
2
0
0
0
3
0
0
0
0
8
5
/1
2
O
 Processo de O
V
 surge com
o um
a possibilidade de ajuda para os jovens, não levando estes a apenas escolherem
um
a profissão, m
as auxiliando­os a se conhecerem
 m
elhor com
o indivíduos inseridos em
 um
 contexto social,
econôm
ico e cultural. A
 O
V
 constitui­se num
 cam
po de trabalho que intervém
 na vida cotidiana dos seres hum
anos
(A
zevedo &
 S
antos, 2000), oferecendo aos indivíduos padrões de m
ecanism
os de adaptação à vida (S
uper &
Junior, 1980). Esta pode prevenir alguns transtornos na vida do adolescente, com
o decepções e ilusões, e
favorecer a m
elhoria da qualidade de vida em
 diversos níveis (A
zevedo &
 S
antos, 2000).
N
a atualidade, é observado um
 aum
ento significativo da procura dos serviços de O
V
. O
s m
eios de com
unicação, de
certa form
a, vêm
 dem
onstrando um
 interesse crescente pelo tem
a escolha da profissão. A
 O
V
, que esteve por um
determ
inado período ausente das discussões dos m
eios acadêm
icos, volta, agora, revestida de toda a força. Para
m
uitos jovens, a escolha da profissão é vista com
o um
a das suas necessidades m
ais im
portantes e principais, pois
o avanço da tecnologia e a com
plexidade do m
ercado de trabalho provocam
 incertezas, influenciando diretam
ente
na vida profissional. O
 jovem
, ao ter conhecim
ento de todos esses aspectos, passa a conviver com
 o m
edo de ser
m
al sucedido profissionalm
ente, levando­o a se sentir inseguro quanto à questão da escolha certa. O
 trabalho de
O
V
 indica um
 provável cam
inho a ser seguido para os jovens que alm
ejam
 seguir um
a carreira profissional.
Em
bora haja um
 considerável debate do tem
a escolha profissional, ainda persiste um
a grande desinform
ação sobre
as carreiras profissionais por parte dos jovens. Isso aum
enta, indubitavelm
ente, a dificuldade no m
om
ento de se
escolher um
a profissão (V
asconcelos, A
ntunes &
 S
ilva, 1998).
O
 processo de O
V
 interessa a âm
bitos distintos, com
o, por exem
plo, à educação em
 todos os seus níveis,
proporcionando inform
ações sobre a realidade do m
ercado de trabalho e as necessidades do país. D
essa form
a,
pode­se dizer que a O
V
 acom
panha o processo educativo, cooperando com
 ele e não apenas suprindo suas
possíveis carências. A
 O
V
 cum
pre sua função de extrem
a im
portância quando leva o sujeito a refletir sobre si
m
esm
o, analisando suas características, explorando sua personalidade e aprendendo a escolher e abordar
situações conflitivas. A
lém
 disso, um
 processo de O
V
 coloca a descoberto possíveis problem
áticas do sujeito, bem
com
o disposições psicopatológicas, pois condensa toda a história prévia dessa pessoa e, ao m
esm
o tem
po,
antecipa seu futuro (M
üller, 1988).
A
través do processo de O
V
, os indivíduos se conhecem
 m
elhor com
o sujeitos reais, percebendo suas identificações,
características e singularidades, am
pliando e transform
ando sua consciência e adquirindo, assim
, m
elhores
condições de organizar seus projetos de vida e, especificam
ente no m
om
ento, fazer sua escolha profissional,
m
inim
izando as fantasias. A
 O
V
 é m
ais do que um
 m
om
ento para a descoberta da profissão a seguir, pois é um
processo onde em
ergem
 conflitos, estereótipos e preconceitos que são trabalhados para sua superação, onde a
desinform
ação é enfrentada e possíveis cam
inhos de resolução são traçados, onde o auto­conhecim
ento adquire o
status de algo que se constrói na relação com
 o outro e não com
o algo que se dá a partir de um
a reflexão isolada,
descolada da realidade social ou que se conquista através de um
 esforço pessoal (B
ock &
 A
guiar, 1995, p. 17). A
partir desta concepção, pode­se dizer que a O
V
 tam
bém
 é um
 processo que visa à prom
oção da saúde do
indivíduo.
A
ssim
, toda a relevância do processo de O
V
 pode ser evidenciada quando este, ao passo que faz com
 que o jovem
reflita sobre si m
esm
o, tam
bém
 o ajuda a escolher um
 cam
inho profissional, dando possibilidades para que possa
desenvolver todas as suas capacidades.
 o
p
e
r
a
c
i
o
n
a
l
i
z
a
ç
ã
o
 
d
o
 
p
r
o
c
e
s
s
o
 
d
e
 
o
r
i
e
n
t
a
ç
ã
o
 
v
o
c
a
c
i
o
n
a
l
1
0
/0
3
/2
0
1
9
O
 p
ro
c
e
sso
 d
e
 o
rie
n
ta
ç
ã
o
 v
o
c
a
c
io
n
a
l fre
n
te
 a
o
 sé
c
u
lo
 X
X
I: p
e
rsp
e
c
tiv
a
s e
 d
e
sa
fi
o
s
h
ttp
://w
w
w
.sc
ie
lo
.b
r/sc
ie
lo
.p
h
p
?
sc
rip
t=
sc
i_
a
rtte
x
t&
p
id
=
S
1
4
1
4
-9
8
9
3
2
0
0
2
0
0
0
3
0
0
0
0
8
6
/1
2
Frente às transform
ações da sociedade atual, questiona­se com
o deve ser operacionalizado o processo de O
V
.
Prim
eiram
ente, o processo de O
V
 não pode ser realizado de m
aneira descontextualizada; caso seja, não atingirá a
sua finalidade. A
lguns profissionais ainda se lim
itam
 a aplicar testes psicológicos, não confrontando os resultados
com
 outras técnicas. A
o dar um
 resultado não corroborado ou incom
pleto ao adolescente, o profissional estará
desqualificando a psicologia com
o um
 todo e podendo com
prom
eter o processo de escolha de um
 adolescente.
O
 processo de O
V
 deve ter em
 vista as m
udanças ocorridas na sociedade e a realidade sociocultural e econôm
ica.
S
urge com
o um
 cam
inho que os jovens podem
 percorrer com
 o objetivo de fazer a sua escolha profissional de
m
aneira m
ais consciente e m
adura; para atingir esse fim
, o processo deve ser operacionalizado de m
aneira que
supra essas necessidades. O
 trabalho de O
V
 pode ser desenvolvido tanto individualm
ente com
o em
 grupo. A
m
aioria dos autores opina que tal trabalho desenvolvido em
 grupo é m
aisenriquecedor do que individualm
ente,
principalm
ente se o grupo for com
posto por sujeitos adolescentes, pois assim
 auxiliará o jovem
 a autoperceber­se
com
o sujeito inserido em
 um
a realidade social, dim
inuindo, assim
, as fantasias e idealizações que porventura
possam
 persistir (V
asconcelos, A
ntunes &
 S
ilva, 1998).
Todo o trabalho de O
V
 deve ser baseado na troca de experiências entre os jovens e na reflexão conjunta sobre o
processo de escolha da profissão, reflexão esta que deve ser organizada e coordenada por profissional(ais)
com
petente(s). É de sum
a im
portância criar condições para que os jovens possam
 ter acesso à m
aior quantidade
possível de inform
ações a respeito das profissões: suas características, aplicações, cursos, requisitos, locais de
trabalho, etc. N
a esfera do autoconhecim
ento, tam
bém
 devem
­se criar condições e estratégias para que os jovens
identifiquem
 suas aptidões, interesses e características de personalidade (B
ock &
 A
guiar, 1995). A
 aplicação de
técnicas, testes psicológicos ou outros recursos só tem
 sentido e real eficácia quando é verificado em
 um
 contexto
am
plo, onde cada orientando é único. D
eve­se dar a cada adolescente um
 espaço e tem
po necessários para que
possa m
anifestar suas preocupações, ansiedades e problem
as, devendo­se acom
panhá­lo na reflexão e fazendo os
possíveis esclarecim
entos, para que ele vá elaborando seu projeto vocacional, definindo sua escolha e identificando
os obstáculos que o im
pedem
 de fazê­la (M
üller, 1988).
 D
e
s
a
f
i
o
s
 
e
 
P
e
r
s
p
e
c
t
i
v
a
s
 
d
o
 
P
r
o
c
e
s
s
o
 
d
e
 
O
r
i
e
n
t
a
ç
ã
o
 
V
o
c
a
c
i
o
n
a
l
Faz­se necessário analisar o papel do profissional de O
V
 diante das novas condições socioculturais e econôm
icas e
a finalidade do processo de O
V
, que deve visar não apenas a inform
ar sobre carreiras profissionais, e sim
, a
trabalhar aspectos com
o o autoconhecim
ento e a questão da escolha em
 si, levando em
 consideração o m
ercado
de trabalho.
É verificado claram
ente no m
ercado de trabalho a presença de profissionais não qualificados, prestando, na m
aioria
das vezes, serviços inadequados, chegando a resultados não válidos. Esse tipo de posicionam
ento, longe de ser o
esperado, diz respeito à falta de um
a ética profissional, m
uitas vezes renegada por profissionais que, em
 função de
um
a m
á preparação profissional, operacionalizam
 trabalhos sem
 com
petência para tal execução.
S
er psicólogo im
plica, logicam
ente, deixar de ser qualquer outra coisa [..] (B
ohoslavsky, 1993, p. 175). A
ntes de
tudo, o profissional de O
V
 deve estar ciente tanto dos recursos técnicos quanto dos de personalidade de que deve
dispor para poder desem
penhar sua profissão de m
aneira produtiva e com
petente. D
iante das novas perspectivas
da sociedade, o profissional de O
V
 deve passar por um
 processo contínuo de renovação, estando sem
pre a par das
m
udanças efetivadas no m
ercado de trabalho. O
 profissional da psicologia deve ter consciência do papel que irá
desem
penhar, sendo o auto­conhecim
ento e o desenvolvim
ento de sua própria pessoa um
a condição sine qua non
1
0
/0
3
/2
0
1
9
O
 p
ro
c
e
sso
 d
e
 o
rie
n
ta
ç
ã
o
 v
o
c
a
c
io
n
a
l fre
n
te
 a
o
 sé
c
u
lo
 X
X
I: p
e
rsp
e
c
tiv
a
s e
 d
e
sa
fi
o
s
h
ttp
://w
w
w
.sc
ie
lo
.b
r/sc
ie
lo
.p
h
p
?
sc
rip
t=
sc
i_
a
rtte
x
t&
p
id
=
S
1
4
1
4
-9
8
9
3
2
0
0
2
0
0
0
3
0
0
0
0
8
7
/1
2
para a sua atuação com
o profissional. S
egundo M
üller (1988), as qualidades desejáveis ao orientador vocacional
seriam
: um
a sólida form
ação teórica em
 psicologia, principalm
ente psicologia educacional e do desenvolvim
ento,
conhecim
ento em
 dinâm
icas de grupo, técnicas de exploração da personalidade e psicopatologia, prática clínica,
em
patia, equilíbrio em
ocional para colocar­se no lugar do outro, reconhecim
ento de sua própria ideologia, respeito
pelos outros e aceitação dos seus lim
ites.
A
o iniciar um
 processo de O
V
, o profissional deve estar consciente dos seus lim
ites e decidir se deve ou não
enfrentar o caso; segundo B
ohoslavsky (1993), o psicólogo vai decidir enfrentar ou não um
 processo de O
V
 com
 o
cliente respondendo, basicam
ente, às seguintes perguntas: o adolescente tem
 possibilidade de adquirir sua
identidade ocupacional sem
 um
a m
odificação substancial da estrutura de sua personalidade? Tem
 m
aturidade para
decidir quanto ao seu futuro profissional? Tem
 a possibilidade de em
pregar sua percepção, pensam
entos e ação a
serviço do princípio de realidade, de prever dificuldades, alcançar sínteses, tolerar frustrações? S
ou a pessoa m
ais
indicada para ajudá­lo? E este é o m
om
ento m
ais adequado para que se inicie seu processo de O
V
?
É exigido do profissional de O
V
 um
a postura criativa, inovadora e científica, perfil que deve com
eçar a ser
delineado durante a sua form
ação acadêm
ica (C
alheiros, A
raújo &
 S
ilveira, 2000). É im
prescindível que o
profissional de O
V
 esteja tranqüilo e seguro de sua própria identidade; só assim
 poderá interpretar as incertezas
dos adolescentes (B
ohoslavsky, 1993). A
lém
 das características já citadas, a form
ação do orientador profissional
tam
bém
 deve incluir conhecim
entos sobre m
ercado de trabalho, em
pregabilidade, globalização, inform
ações sobre
as diferentes profissões e ocupações, sobre os diferentes cursos e universidades, além
 do conhecim
ento sobre as
teorias de orientação profissional. Tem
­se necessidade de um
a prática na form
ação do profissional, assim
 a
presença de um
 supervisor torna­se necessária. Tam
bém
 é indispensável que o orientador com
preenda e conheça
os m
otivos que o levaram
 a escolher a sua profissão, em
 especial a escolha da orientação profissional com
o
atividade profissional, já que só poderá trabalhar com
 clareza os conflitos dos jovens se tiver com
preendido suas
próprias escolhas (S
oares, 1999). S
egundo B
ohoslavsky (1993), só quando o orientador vocacional possuir um
a
identidade profissional am
adurecida é que poderá oferecer ao adolescente a possibilidade de confrontar fantasia
com
 realidade e m
undo interior com
 exterior.
R
essaltando estes aspectos, S
ilva (1999a) com
enta que, para auxiliar um
 outro indivíduo a solucionar seus
conflitos diante da escolha profissional, o orientador vocacional deve cum
prir as seguintes condições: passar por
um
 processo de elaboração de sua própria escolha e de sua identidade vocacional e internalizar, com
preender e ser
capaz de criar as técnicas de que irá se valer no processo de O
V
. É tarefa do psicólogo perm
itir que o adolescente
possa desenvolver sua auto­identidade. Para isso, o psicólogo tem
 com
o instrum
ento fundam
ental a sua própria
pessoa. A
 personalidade do profissional é tem
a de im
prescindível exam
e para quem
 se dedica à O
rientação
V
ocacional (B
ohoslavsky, 1993, p.199).
A
 função principal do orientador vocacional é a de facilitar o acesso às inform
ações relativas às profissões e ao
m
ercado de trabalho, podendo­se identificá­lo este com
o um
 intérprete, um
 m
ediador entre o m
undo das ciências
e do trabalho e o adolescente que está em
 vias de escolher um
aprofissão (S
ilva, 1999b). A
ssim
, o papel do
orientador vocacional deve ser, prim
eiram
ente, o de um
 facilitador do desenvolvim
ento individual (S
uper &
 Junior,
1980), devendo estar com
prom
etido com
 a sua atividade e sendo com
petente na m
edida em
 que cum
pre com
todos os requisitos necessários para obter resultados fidedignos e com
 um
 posicionam
ento ético diante da sua
profissão.
O
utro aspecto questionado é a real finalidade do processo de O
V
. Este, ao passo que é entendido com
o um
 am
plo
processo que induz ao conhecim
ento, não pode ter apenas a finalidade de inform
ar sobre carreiras profissionais, e
sim
, levar o jovem
 a fazer um
a reflexão no sentido de realizar a sua escolha profissional de form
a am
adurecida e
1
0
/0
3
/2
0
1
9
O
 p
ro
c
e
sso
 d
e
 o
rie
n
ta
ç
ã
o
 v
o
c
a
c
io
n
a
l fre
n
te
 a
o
 sé
c
u
lo
 X
X
I: p
e
rsp
e
c
tiv
a
s e
 d
e
sa
fi
o
s
h
ttp
://w
w
w
.sc
ie
lo
.b
r/sc
ie
lo
.p
h
p
?
sc
rip
t=
sc
i_
a
rtte
x
t&
p
id
=
S
1
4
1
4
-9
8
9
3
2
0
0
2
0
0
0
3
0
0
0
0
8
8
/1
2
consciente. D
eve haver um
a conscientização de que em
 m
uitos casos os serviços de orientação profissional – que
prestam
 inform
ações, apenas, sobre profissões – tem
 um
 alcance restrito e, algum
as vezes, não chegam
 a
resultados totalm
ente satisfatórios. S
abe­se que a escolha profissional não é um
 m
om
ento estático no
desenvolvim
ento de um
 indivíduo; ao contrário, é um
 com
portam
ento que se inclui num
 processo contínuo de
m
udança da personalidade (B
ohoslavsky, 1993), e a O
V
 só atinge sua finalidade quando leva em
 consideração
essa m
obilidade.
N
o processo de O
V
 devem
 ser trabalhados o autoconhecim
ento e a elaboração da escolha em
 si, levando em
consideração todos os determ
inantes (V
asconcelos, A
ntunes &
 S
ilva, 1998). S
egundo B
ohoslavsky (1993), a O
V
tem
 o objetivo principal de definir um
a carreira ou trabalho a ser seguido pelo adolescente, perm
itindo que este
aprenda a escolher e a encontrar sua identidade vocacional, e assim
, sua identidade pessoal. O
 processo de O
V
 vai
fazer com
 que o adolescente decida de m
aneira m
ais autônom
a, levando em
 consideração suas próprias
determ
inações psíquicas e as circunstâncias sociais (M
üller, 1988).
O
 autoconhecim
ento trabalhado na O
V
 deve ser entendido com
o um
 processo contínuo; os interesses e aptidões,
assim
 com
o características de personalidade não são estáticos, m
udando conform
e a experiência e o tem
po.
A
ssim
, a m
elhor escolha é aquela que o jovem
 realiza a partir de um
 m
aior conhecim
ento de si com
o ser e sujeito
ativo de sua própria história, determ
inado pela realidade social e econôm
ica, e por um
 conhecim
ento das
possibilidades profissionais oferecidas pela sociedade em
 que está inserido (B
ock &
 A
guiar, 1995). N
o m
om
ento da
escolha, o jovem
 tende a idealizar o seu futuro, o que não é ruim
, m
as, sem
 perceber, idealiza a sociedade e o
m
ercado de trabalho com
o algo isolado, cristalizado e sem
 m
ovim
ento. N
otadam
ente, tem
­se m
udado o perfil das
diversas profissões e dos profissionais. O
 m
undo globalizado, inevitavelm
ente, coloca em
 segundo plano profissões
que anteriorm
ente idealizavam
 com
o m
ais im
portantes e necessárias do que outras; algum
as profissões foram
forçadas a m
udar as form
as de atuação e até seus conceitos (C
alheiros, A
raújo &
 S
ilveira, 2000).
D
eve ser discutida e trabalhada de m
aneira realista a relação entre o m
ercado de trabalho e a escolha profissional.
O
 m
ercado de trabalho é um
 fator de fundam
ental im
portância para a escolha do jovem
, m
as desde que
com
preendido através de um
a perspectiva dinâm
ica, na qual a sociedade está inserida. D
eve­se tentar discutir, a
partir de um
a visão econôm
ica, que a escolha profissional não é um
a escolha de um
a faculdade ou de um
 curso e
sim
 de um
 trabalho, situando o jovem
 nesse âm
bito. É fundam
ental, ainda, apontar­lhe o processo social,
estim
ulando­o a um
a reflexão sobre as condições e form
as em
 que o trabalho ocorre na sociedade. Todo tipo de
inform
ação deve ser passada de m
aneira realista, precisa e objetiva, refletindo as reais condições dos cursos e das
próprias profissões, pois som
ente assim
 poderá propiciar escolhas conscientes. D
essa form
a, m
esm
o as
inform
ações que apresentam
 os problem
as vividos pelos profissionais de determ
inadas áreas devem
 ser passadas
precisam
ente e analisadas posteriorm
ente, contribuindo para a construção de um
a visão crítica não só da sua
escolha, m
as tam
bém
 da sociedade onde vive (B
ock &
 A
guiar, 1995).
Em
 term
os de referencial teórico, a abordagem
 clínica é a que trabalha o processo de escolha de um
a form
a m
ais
am
pla (V
asconcelos, A
ntunes &
 S
ilva, 1998), investigando possíveis problem
áticas do indivíduo e instigando o
adolescente a ter conhecim
ento da sua identidade vocacional. O
 m
étodo clínico possibilita ao orientando pensar
nos aspectos m
ais pessoais de sua vida, seus tem
ores, inseguranças, fantasias e expectativas. N
ele se podem
utilizar técnicas auxiliares com
o recursos a m
ais; essas técnicas incluem
: testes projetivos, testes psicom
étricos,
técnicas não estandardizadas, com
o questionários, dram
atizações, jogos, técnicas plásticas (desenho, pintura),
entre outros (M
üller, 1988).
D
eve­se tentar com
preender m
ais concretam
ente com
o o indivíduo se apresenta no m
om
ento da escolha
profissional, m
ostrando­lhe que tem
 todo um
 histórico de vida a ser considerado. N
essa sua história, pode ter
1
0
/0
3
/2
0
1
9
O
 p
ro
c
e
sso
 d
e
 o
rie
n
ta
ç
ã
o
 v
o
c
a
c
io
n
a
l fre
n
te
 a
o
 sé
c
u
lo
 X
X
I: p
e
rsp
e
c
tiv
a
s e
 d
e
sa
fi
o
s
h
ttp
://w
w
w
.sc
ie
lo
.b
r/sc
ie
lo
.p
h
p
?
sc
rip
t=
sc
i_
a
rtte
x
t&
p
id
=
S
1
4
1
4
-9
8
9
3
2
0
0
2
0
0
0
3
0
0
0
0
8
9
/1
2
vivenciado interesses e aptidões e deve procurar posicionar­se frente a eles, percebendo que se não determ
inam
em
 absoluto a escolha, indicam
 alguns cam
inhos. N
o trabalho de orientação, deve­se procurar estim
ular a reflexão
sobre a m
ultiplicidade de aspectos envolvidos na construção do futuro de um
a pessoa. É im
portante que se
trabalhe para que o jovem
 com
preenda­se com
o um
 ser em
 m
ovim
ento que pode m
udar seus interesses e
possibilidades no decorrer da vida (B
ock &
 A
guiar, 1995).
 C
o
n
s
i
d
e
r
a
ç
õ
e
s
 
F
i
n
a
i
s
N
o processo de O
V
, a vocação não nasce e m
ostra­se ao acaso, m
as é construída subjetiva e historicam
ente em
interação com
 os outros, segundo as oportunidades fam
iliares, as disposições pessoais e o contexto sociocultural e
econôm
ico (M
üller, 1988). A
s pessoas são identificadas, m
uitas vezes, por aquilo que fazem
; grande parte da vida
o ser hum
ano passa trabalhando, sendo inegável o peso que o trabalho tem
 e sem
pre teve para a hum
anidade. N
o
entanto, decidir por um
a carreira profissional a ser seguida, m
uitas vezes, não é fácil, poisenvolve m
uitos
aspectos. O
 m
om
ento de decisão profissional é m
uito difícil para o adolescente, porque im
plica a escolha de um
futuro. O
 jovem
, juntam
ente com
 as pessoas que estão á sua volta, espera um
a decisão definitiva, fato que m
uitas
vezes não acontece, já que a identidade vocacional de um
a pessoa é delineada ao longo de sua vida, à m
edida em
que vai tendo consciência das suas características de personalidade. C
om
o afirm
a M
üller (1988, p. 18), nossa
identidade profissional se constrói laboriosam
ente em
 um
 processo contínuo, perm
anente, sem
pre factível de ser
revisado, pelo qual podem
os dizer que nossa aprendizagem
 é perpétua.
S
urgem
 novos cam
inhos que exigem
 adaptações para acom
panhar a realidade sociocultural e econôm
ica, sendo
im
prescindível ter um
a ação em
 O
V
 que atenda às necessidades atuais frente aos im
pactos ocorridos nas
instituições, nas pessoas e na sociedade com
o um
 todo (H
issa &
 A
lm
eida, 2000). A
s transform
ações que a
sociedade enfrenta requerem
 novas posturas, não só dos profissionais de O
V
, m
as dos profissionais de todas as
áreas.
O
 profissional de psicologia que decide se dedicar à O
V
 deve estar seguro de sua identidade profissional. S
ua
atividade profissional estará com
prom
etida se este, ao tentar auxiliar o adolescente a form
ular sua identidade
vocacional, não tiver segurança de sua própria função e de sua escolha profissional. É de fundam
ental im
portância
que todos os requisitos para a prática profissional de O
V
 sejam
 cum
pridos, com
 a finalidade de se chegar a
resultados coerentes, podendo­se assim
, tam
bém
, enfrentar as novas perspectivas e desafios im
postos pela
sociedade. A
cim
a de tudo, o profissional de O
V
 deve estar ciente do papel a desem
penhar, devendo ser um
profissional com
prom
etido term
inantem
ente com
 a sua atuação, sabendo que o seu autoconhecim
ento é um
a
condição sine qua non para atuar profissionalm
ente na área vocacional. D
eve, ainda, ter consciência dos seus
lim
ites, sendo com
petente na m
edida em
 que se com
prom
ete a cum
prir com
 todos os requisitos necessários para
obter resultados fidedignos e tem
 um
 posicionam
ento ético diante da profissão e do diplom
a que lhe foi concedido.
Para a O
V
 cum
prir com
 sua real finalidade, deve ser operacionalizada de m
aneira coerente, ou seja, m
ais do que
inform
ar sobre as carreiras profissionais, a O
V
 deve prom
over o autoconhecim
ento do indivíduo. C
om
o m
eio
facilitador para a escolha profissional, a O
V
 ajuda o indivíduo a form
ar­se cidadão em
 seu sentido m
ais pleno, um
a
vez que, ao ajudá­lo a encontrar um
a identidade profissional, auxilia­o a estruturar um
a identidade pessoal,
favorecendo na elaboração de um
 projeto de vida de form
a m
ais responsável e consciente. M
ais do que escolher
um
a profissão, a O
V
 auxilia o jovem
 a adaptar­se à vida.
 
1
0
/0
3
/2
0
1
9
O
 p
ro
c
e
sso
 d
e
 o
rie
n
ta
ç
ã
o
 v
o
c
a
c
io
n
a
l fre
n
te
 a
o
 sé
c
u
lo
 X
X
I: p
e
rsp
e
c
tiv
a
s e
 d
e
sa
fi
o
s
h
ttp
://w
w
w
.sc
ie
lo
.b
r/sc
ie
lo
.p
h
p
?
sc
rip
t=
sc
i_
a
rtte
x
t&
p
id
=
S
1
4
1
4
-9
8
9
3
2
0
0
2
0
0
0
3
0
0
0
0
8
1
0
/1
2
R
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
s
 
b
i
b
l
i
o
g
r
á
f
i
c
a
s
A
zevedo, A
. C
., S
antos, S
. E. de B
. (2000). O
 grupo e o psicodram
a na orientação profissional. Trabalho
apresentado na I Jornada N
orte­ N
ordeste de O
rientação Profissional/A
B
O
P, R
ecife.         [ Links ]
B
ock, A
. M
. B
., A
guiar, W
. M
. J. (1995). A
 Escolha Profissional em
 Q
uestão. S
ão Paulo: C
asa do Psicólogo.
        [ Links ]
B
ohoslavsky, R
. (1993). O
rientação vocacional: a estratégia clínica. 9 ed. S
ão Paulo: M
artins Fontes.         [ Links ]
C
alheiros, I. M
. Q
., A
raújo, J. S
., S
ilveira, M
. A
. de M
. (2000). R
epercussões das inovações técnico científicas e
sociais na escolha profissional. Trabalho apresentado na I Jornada N
orte N
ordeste de O
rientação Profissional/A
B
O
P,
R
ecife.         [ Links ]
Farah, O
. E., Frafoso, N
. D
. (2000). Projeto de orientação profissional e m
ercado de trabalho. Trabalho
apresentado na I Jornada N
orte­ N
ordeste de O
rientação Profissional/A
B
O
P, R
ecife.         [ Links ]
Fernandes, Florestan (1966). Educação e S
ociedade no B
rasil. S
ão Paulo: D
om
inus        [ Links ]
G
olin, J. (2000). O
 adolescente e o processo de escolha profissional. Trabalho apresentado na I Jornada N
orte­
N
ordeste de O
rientação Profissional/A
B
O
P, R
ecife.         [ Links ]
H
issa, M
. da G
., A
lm
eida, M
. de. (2000). Profissão: um
 projeto sem
pre em
 construção­ perspectivas da orientação
profissional no século X
X
I. Trabalho apresentado na I Jornada N
orte­ N
ordeste de O
rientação Profissional/A
B
O
P,
R
ecife.         [ Links ]
H
urlock, E. B
. (1979). D
esenvolvim
ento do adolescente. S
ão Paulo: M
c graw
 – H
ill do B
rasil.         [ Links ]
Junqueira, W
. M
. (1999). Intervenção em
 orientação profissional junto a jovens de escolas públicas: desafios e
possibilidades. Program
a científico e resum
os do Encontro N
acional da A
ssociação B
rasileira de Psicologia S
ocial.
S
ão Paulo: A
brapso.         [ Links ]
M
üller, M
. (1988). O
rientação V
ocacional: C
ontribuições clínicas e educacionais. Porto A
legre: A
rtes M
édicas.
        [ Links ]
M
ussen, P. H
., C
onger, J. J., K
agan, J., H
uston, A
.C
. (1995). D
esenvolvim
ento e Personalidade da C
riança. 3 ed.
S
ão Paulo: H
arbra.         [ Links ]
Paixão, M
., Figueiredo, M
. (1996). Trabalho e século X
X
I: you say goodbye, I say hello. R
evista R
esposta, no. 70,
18­26.         [ Links ]
Pim
enta, S
. G
. (1981). O
rientação vocacional e decisão: estudo crítico da situação do B
rasil. 2 ed., S
ão Paulo: Ed.
Loyola.         [ Links ]
R
am
os, S
. G
. (2000). O
rientação profissional um
a nova proposta. Trabalho apresentado na I Jornada N
orte­
N
ordeste de O
rientação Profissional/A
B
O
P, R
ecife.         [ Links ]
R
odrigues, E., R
am
os, S
. G
. (2000). D
om
ínio de técnicas garante eficiência profissional. Trabalho apresentado na I
Jornada N
orte N
ordeste de O
rientação Profissional/A
B
O
P, R
ecife.         [ Links ]
1
0
/0
3
/2
0
1
9
O
 p
ro
c
e
sso
 d
e
 o
rie
n
ta
ç
ã
o
 v
o
c
a
c
io
n
a
l fre
n
te
 a
o
 sé
c
u
lo
 X
X
I: p
e
rsp
e
c
tiv
a
s e
 d
e
sa
fi
o
s
h
ttp
://w
w
w
.sc
ie
lo
.b
r/sc
ie
lo
.p
h
p
?
sc
rip
t=
sc
i_
a
rtte
x
t&
p
id
=
S
1
4
1
4
-9
8
9
3
2
0
0
2
0
0
0
3
0
0
0
0
8
1
1
/1
2
S
ilva, L. B
. de C
. (1996). A
 escolha da profissão: um
a abordagem
 psicossocial. S
ão Paulo: U
nim
arco Editora, 1996.
        [ Links ]
S
ilva, L. B
. de C
., (1999a). C
ontribuições para a form
ação do orientador vocacional: proposta de m
etodologia de
ensino na disciplina orientação vocacional. Program
a científico e resum
os do Encontro N
acional da A
ssociação
B
rasileirade Psicologia S
ocial. S
ão Paulo: A
brapso.         [ Links ]
S
ilva, L. B
. de C
. (1999b). R
elações entre a teoria das representações sociais e orientação vocacional. Program
a
científico e resum
os do Encontro N
acional da A
ssociação B
rasileira de Psicologia S
ocial. S
ão Paulo: A
brapso.
        [ Links ]
S
oares, D
. H
. P. (1999). A
 form
ação do orientador profissional. Program
a científico e resum
os do Encontro N
acional
da A
ssociação B
rasileira de Psicologia S
ocial. S
ão Paulo: A
brapso.         [ Links ]
S
uper, D
. E., e Junior, M
. J. B
. (1980). Psicologia ocupacional. Tradução de Esdras do N
ascim
ento e Jair Ferreira
dos S
antos. S
ão Paulo: A
tlas.         [ Links ]
V
asconcelos, Z
. B
. de., A
ntunes, R
. F., S
ilva, O
. C
. (1998). O
rientação V
ocacional : R
elato de um
a experiência na
clínica de psicologia da U
FPb. R
evista de Extensão / U
FPb, nO
. 6, 20­27.         [ Links ]
  
 
E
n
d
e
r
e
ç
o
 
p
a
r
a
 
c
o
r
r
e
s
p
o
n
d
ê
n
c
i
a
 
Josem
berg M
. de A
ndrade, G
irlene R
. de Jesus 
M
aja M
eira &
 Z
andre B
. de V
asconcelos 
U
niversidade Federal da Paraíba, C
C
H
LA
 
D
epartam
ento de Psicologia 
58059­900 João Pessoa­PB
R
ecebido em
 04/05/01 
A
provado em
 20/10/01
  * B
olsista de Iniciação C
ientífica, Program
a C
N
Pq­PIB
IC
­U
FPB
. 
** B
olsista de Iniciação C
ientífica, Program
a C
N
Pq­PIB
IC
­U
FPB
. 
*** Profissional de O
rientação V
ocacional, Professora da U
niversidade Federal da Paraíba.
 A
ll the contents of this journal, except w
here otherw
ise noted, is licensed under a C
reative C
om
m
ons A
ttribution License
S
A
F
/
S
U
L
,
 
Q
u
a
d
r
a
 
2
,
 
B
l
o
c
o
 
B
 
E
d
i
f
í
c
i
o
 
V
i
a
 
O
f
f
i
c
e
,
 
t
é
r
r
e
o
 
s
a
l
a
 
1
0
5
1
0
/0
3
/2
0
1
9
O
 p
ro
c
e
sso
 d
e
 o
rie
n
ta
ç
ã
o
 v
o
c
a
c
io
n
a
l fre
n
te
 a
o
 sé
c
u
lo
 X
X
I: p
e
rsp
e
c
tiv
a
s e
 d
e
sa
fi
o
s
h
ttp
://w
w
w
.sc
ie
lo
.b
r/sc
ie
lo
.p
h
p
?
sc
rip
t=
sc
i_
a
rtte
x
t&
p
id
=
S
1
4
1
4
-9
8
9
3
2
0
0
2
0
0
0
3
0
0
0
0
8
1
2
/1
2
7
0
0
7
0
­
6
0
0
 
B
r
a
s
í
l
i
a
 
­
 
D
F
 
­
 
B
r
a
s
i
l
 
T
e
l
.
:
 
(
5
5
 
6
1
)
 
2
1
0
9
­
0
1
0
0
 
 
revista@
cfp.org.br

Mais conteúdos dessa disciplina