Modelo Embargos a Execucao

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Exame de Ordem 
Damásio Educacional 
XXVIII EXAME DA ORDEM 
 
2ª FASE DIREITO DO TRABALHO 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 2ª VARA DO TRABALHO DE 
SALVADOR/BA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processo nº 0027139-15.2014.5.05.0002 
 
AFONSO SOUZA, nacionalidade, solteiro, profissão, endereço completo com CEP, RG, CPF, 
CTPS, PIS, filho de ..., nascido em ..., nos autos da Reclamação Trabalhista em epígrafe, que move 
FERNANDO MANTAR em face de REINO FELIZ LTDA., por seu advogado que esta subscreve, vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência apresentar EMBARGOS À EXECUÇÃO, com fulcro 
no artigo 884 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) combinado com o artigo 319 do Código de 
Processo Civil de 2015 (CPC/2015), aplicado supletiva e subsidiariamente por força dos artigos 889 e 
769 da CLT e do artigo 15 do CPC/2015, pelos motivos de fato e de direito expostos a seguir: 
 
I – DO RESUMO DA DEMANDA 
 
Em Reclamação Trabalhista proposta pelo Embargado, 
a empresa Reino Feliz LTDA. foi condenada ao pagamento de 2 horas extras diárias e reflexos, adicional 
de insalubridade e indenização por danos morais. 
Iniciada a fase de execução, o Magistrado homologou os cálculos no valor de R$ 85.000,00. A 
Executada foi citada para pagamento, mantendo-se inerte. O Exequente não localizou bens da empresa 
para satisfazer a execução, pleiteando a desconsideração da personalidade jurídica, o que foi deferido 
pelo Juiz. 
 
 
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Diante disso, a execução foi direcionada ao sócio da empresa (ora Embargante), o qual recebeu 
a visita de um oficial de justiça em sua residência, em um domingo, sem autorização judicial, citando-o 
para pagamento e, após 48 horas, retornou e penhorou o único imóvel em que reside sozinho. No ato 
da penhora, o oficial informou ao Executado o aumento do valor da dívida em 10%, em razão da 
aplicação da multa do artigo 523, parágrafo 1º, do CPC/2015. 
 
II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
 
A) DA PENHORA REALIZADA NO DOMINGO SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL 
 
Inicialmente, observa-se que o Oficial de Justiça realizou o ato da penhora em um domingo, 
sem qualquer autorização judicial nesse sentido. 
Contudo, o parágrafo único do artigo 770 da CLT prevê que a penhora somente poderá ser 
realizada em domingo ou feriado mediante autorização expressa do Juiz, o que não ocorreu no caso em 
tela. 
Desta forma, resta eivada de vício a penhora realizada no domingo sem autorização judicial, 
motivo pelo qual deverá ser declarada sua nulidade. 
 
B) DA IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA 
 
 Ainda, verifica-se que o Embargante teve penhorado o único imóvel de sua propriedade em que 
reside sozinho. 
Ocorre que os artigos 1º e 5º da Lei 8.009/90 aduzem que o imóvel residencial próprio do casal, 
ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, 
fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam 
seus proprietários e nele residam, sendo considerada residência, para efeitos de impenhorabilidade, um 
único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente. 
Nesse sentido, a Súmula 364 do STJ determina, ainda, que o conceito de impenhorabilidade de 
bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, como é o caso do 
Embargante. 
Assim, deverá ser desconstituída a penhora realizada sobre o bem de família do Embargante. 
 
 
 
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C) DA INAPLICABILIDADE DA MULTA DO ARTIGO 523, PARÁGRAFO 1º, DO CPC/2015 
 
Por fim, no momento da penhora, o Oficial de Justiça informou ao Embargante o aumento do 
valor da dívida em 10% em decorrência da aplicação da multa prevista no artigo 523, parágrafo 1º, do 
CPC/2015. 
Mais uma vez, verifica-se um equívoco no ato judicial, tendo em vista que a doutrina e 
jurisprudência majoritárias manifestam-se no sentido de que a multa do artigo 523, parágrafo 1º, do 
CPC/2015 é indevida no Processo do Trabalho, que possui regra própria acerca do tema. 
Assim, o artigo 880 da CLT estabelece que caso não ocorra o pagamento ou a garantia da 
execução no prazo de 48 horas, a consequência legal será a realização de penhora e não acréscimo de 
10% (dez por cento) sobre o valor da dívida, conforme estabelecido no Código de Processo Civil. 
Portanto, deverão ser acolhidos os Embargos para afastar a aplicação da multa do artigo 523, 
parágrafo 1º, do CPC/2015. 
 
III – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS FINAIS 
 
Por todo o exposto, o Embargante requer a procedência dos presentes Embargos à Execução, 
com o acolhimento dos argumentos supramencionados. 
Pleiteia, também, a citação do Embargado para que, querendo, apresente sua Defesa, no prazo 
legal. 
Requer-se, ademais, a condenação do Embargado ao pagamento dos honorários advocatícios, 
na forma do artigo 791-A da CLT. 
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos. 
Ressalte-se, por fim, que, nos termos do artigo 789-A, inciso V, da CLT, nos Embargos à 
Execução são devidas custas no importe de R$ 44,26, sempre de responsabilidade do Executado, mas 
pagas apenas ao final. 
 
Dá-se à causa o valor de R$ ... (valor por extenso). 
 
Nestes termos, 
 
 
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Pede deferimento. 
 
Local e data, 
Advogado, 
OAB nº ...