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MAMÍFEROS 
DO BRASIL 
 
 
ORDENS DE MAMÍFEROS 
IDENTIFICAÇÃO DE ORDENS, GÊNEROS E ESPÉCIES 
 MÉTODOS DE ESTUDOS DE MAMÍFEROS BRASILEIROS 
ESPÉCIES DE INTERESSE AO COMÉRCIO DE ANIMAIS SILVESTRES 
MAMÍFEROS SINANTRÓPICOS 
 
 
 
16 E 17 DE AGOSTO DE 2005 
 
 
 
 
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SP 
 
SUMÁRIO 
 
MAMÍFEROS, ASPECTOS GERAIS .................................................................................................................... 3 
Divisão dos mamíferos segundo a sua biologia reprodutiva ............................................................. 3 
Divisão dos mamíferos segundo a classificação zoológica .............................................................. 4 
Importância econômica dos mamíferos ............................................................................................ 5 
DIVERSIDADE DE MAMÍFEROS NO BRASIL ........................................................................................................ 6 
Pesquisadores e coleções de mamíferos no Brasil .......................................................................... 7 
CONHECIMENDO OS MAMÍFEROS BRASILEIROS ................................................................................................ 9 
Ordem Didelphimorphia .................................................................................................................... 9 
Ordem Xenarthra .............................................................................................................................. 9 
Ordem Chiroptera ............................................................................................................................. 11 
Ordem Primates ................................................................................................................................ 13 
Ordem Carnivora ............................................................................................................................... 15 
Ordem Cetacea ................................................................................................................................. 16 
Ordem Sirenia ................................................................................................................................... 16 
Ordem Perissodactyla ....................................................................................................................... 17 
Ordem Artiodactyla ........................................................................................................................... 18 
Ordem Rodentia ................................................................................................................................ 19 
Ordem Lagomorpha .......................................................................................................................... 20 
IDENTIFICAÇÃO DAS ORDENS DE MAMÍFEROS ................................................................................................... 21 
IDENTIFICAÇÃO DE CHIROPTERA .................................................................................................................... 22 
IDENTIFICAÇÃO DE PRIMATES ........................................................................................................................ 24 
IDENTIFICAÇÃO DE FELIDAE ........................................................................................................................... 32 
MAIS SOBRE OS MORCEGOS .......................................................................................................................... 34 
Morcegos vampiros ........................................................................................................................... 34 
Sobre a raiva ..................................................................................................................................... 34 
Comportamento dos vampiros .......................................................................................................... 35 
O combate ao vampiro ...................................................................................................................... 36 
ESTUDOS COM MAMÍFEROS SILVESTRES ........................................................................................................ 37 
Alguns métodos de marcação de mamíferos .................................................................................... 42 
Manipulação de mamíferos ............................................................................................................... 44 
Manejo de mamíferos silvestres em cativeiro ................................................................................... 45 
PEGADAS DE ALGUNS CARNÍVOROS BRASILEIROS ............................................................................................ 46 
PROBLEMAS CAUSADOS POR MAMÍFEROS SILVESTRES ..................................................................................... 48 
MAMÍFEROS SINANTRÓPICOS ......................................................................................................................... 51 
Roedores ........................................................................................................................................... 51 
Morcegos .......................................................................................................................................... 53 
ESPÉCIES DE INTERESSE AO TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES ......................................................................... 55 
Conseqüências do tráfico .................................................................................................................. 57 
Destino da fauna silvestre apreendida no Brasil ............................................................................... 60 
LISTA DE MAMÍFEROS BRASILEIROS AMEAÇADOS DE EXTINÇÃO ......................................................................... 62 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................................................... 64 
 
 
 
 
 
 2
 
 
 
 
 
Mamíferos são vertebrados de sangue quente que possuem, em maior ou menor grau, o corpo coberto 
de pêlos. O termo distintivo "mamífero" se refere às glândulas mamárias presentes em machos (de forma 
rudimentar) e fêmeas (de forma funcional). Em geral são quadrúpedes (animal que se apóia ou desloca 
sobre quatro patas) e providos de diversas variações morfológicas, anatômicas e fisiológicas, que lhes 
permite viver nos meios terrestre, aquático e aéreo. 
Existem mais de 4800 espécies de mamíferos descritas em todo o mundo, sendo que destas, 524 
ocorrem no território brasileiro (11% do total) – condição que faz do Brasil o país com a maior diversidade de 
mamíferos do planeta. 
Constituem o grupo mais desenvolvido e diversificado do Reino Animal. Entre seus representantes 
temos: gambás, roedores, gatos, morcegos, baleias, cavalos, macacos, o homem e outras diversas formas 
vivas, além de muitas extintas. Há espécies de mamíferos que vivem desde as regiões polares até os 
trópicos e desde o mar até as florestas mais densas e os desertos mais secos. Os menores mamíferos são 
musaranhos e camundongos, com menos de cinco centímetros de comprimento e pesando apenas alguns 
gramas. O maior mamífero terrestre do mundo é o elefante africano (Loxodonta africana), que pode pesar 
até sete toneladas. No mar, o destaque cabe à baleia-azul (Balaenoptera musculus), que pode alcançar 32 
metros de comprimento e 119 toneladas de peso. No Brasil, os menores mamíferos têm cerca de cinco 
centímetros e alguns gramas, caso de alguns roedores e morcegos, sendo o maior mamífero a anta 
(Tapirus terrestris), com aproximadamente 300 kg. 
 
Divisão dos mamíferos segundo a sua biologia reprodutiva 
Os mamíferos atuais podem ser divididosem três grupos principais, segundo a sua biologia 
reprodutiva: 
- Prototheria ou Monotremados: representados por seis espécies na Austrália e Nova Guiné. Depositam 
ovos que são incubados e eclodem fora do corpo da fêmea. Apesar disso, possuem pêlos, são 
endotérmicos e produzem leite. Ex: ornitorrinco e équidna. 
 
Ornitorrinco 
Ornithorhynchus anaticus 
 
 
3
 
- Metatheria ou Marsupiais: caracterizam-se por seus curtos períodos de gestação, pelos seus filhotes 
minúsculos e por possuírem uma bolsa de proteção, o marsúpio. Esta bolsa recobre as glândulas mamárias 
da fêmea e o filhote arrasta-se até o seu interior, imediatamente após o nascimento, para alimentar-se e 
completar seu desenvolvimento. São restritos à região Australiana e ao Novo Mundo (Américas). Ex: gambá 
e canguru. 
 
Cuíca 
Micoureus demerarae 
 
- Eutheria ou Placentários: aqui estão inseridos todos os grupos de mamíferos viventes (cerca de 3800 
espécies), com exceção dos marsupiais e dos monotremados. Diferente dos marsupiais, o feto dos eutérios 
se desenvolve inteiramente dentro do corpo da fêmea, preso por uma placenta à parede do útero. Nascem 
num estado de desenvolvimento bastante avançado, muitos estão aptos a correr ou nadar minutos após o 
nascimento. 
 
 
Capivara 
Hydrochaeris hydrochaeris 
Homem 
Homo sapiens 
 
Divisão dos mamíferos segundo a classificação zoológica 
O ramo da biologia que trata da classificação de todos os seres vivos do planeta é a Taxonomia. 
Esta ciência é responsável pela ordenação dos organismos baseada, principalmente, na morfologia e 
anatomia. Seus estudiosos, chamados taxonomistas, dividem os animais em táxons utilizando os seguintes 
níveis: Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie. Existe um órgão internacional que impõe 
regras e controla os nomes científicos, é a Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica (ICZN). 
Segundo a ICZN, os mamíferos pertencem à classe Mammalia, que compreende 28 ordens, 146 
famílias, aproximadamente 1192 gêneros, e, como já mencionado anteriormente, mais de 4800 espécies. 
Para entender melhor como funciona a classificação zoológica dos mamíferos utilizemos como exemplo o 
homem: 1) Reino (Animalia); 2) Filo (Chordata); 3) Classe (Mammalia); 4) Ordem (Primates); 5) Família 
(Hominidae); 6) Gênero (Homo); 7) Espécie (Homo sapiens). 
 
 
 4
 
Importância econômica e ecológica dos mamíferos 
Os mamíferos são de extrema importância ao homem. Espécies domesticadas fornecem alimento, 
vestuário e transporte (embora não existam mamíferos brasileiros tipicamente domesticados), outras se 
destacam por seu grande valor para educação ambiental e ecoturismo, como primatas. Certas espécies são 
caçadas por causa de sua pele ou carne. 
Sua importância ecológica é notável. Participam de uma variedade de interações com outros seres 
vivos, entre as quais destacam-se a dispersão de sementes, a polinização de flores e o controle de insetos. 
Nesse sentido, evidencia-se a seu papel na regulação das comunidades vegetais e animais e, por 
conseqüência, no equilíbrio dos ecossistemas e na manutenção da biodiversidade. A Tabela 1 apresenta a 
importância econômica e ecológica dos mamíferos em comparação aos demais vertebrados. 
 
Tabela 1 – Importância ecológica e econômica das Classes de Vertebrados, segundo informações de literatura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5
 
 
 
 
 
 
 Qual o verdadeiro número de espécies de mamíferos viventes sobre a Terra? Infelizmente essa 
pergunta ainda não pode ser respondida. A cada dia que passa novos animais são descobertos pela 
ciência, seja em regiões pouco estudadas, seja naquelas que ainda resguardam partes significativas de sua 
paisagem original. Agora, se considerarmos que grande parte da diversidade mundial está sendo perdida 
irreversivelmente pela destruição de hábitats naturais, as chances de que um mamífero se torne extinto 
antes mesmo de ser descoberto é imensa. 
Para o nosso país, a riqueza total de mamíferos conhecida é de 524; valor evidentemente 
subestimado se considerarmos a vastidão de território brasileiro ainda não explorada pela ciência. Essa 
realidade é ainda mais grave para alguns grupos animais de pequeno porte e com hábitos crípticos, ou seja, 
de difícil detecção. Nesta categoria temos os pequenos ratos do mato (ordem Rodentia), os morcegos 
(Chiroptera) e algumas cuícas (Didelphimorphia). Junto com os primatas (Primates), esses animais 
representam as quatro ordens de mamíferos mais numerosas no Brasil e, com exceção de uma espécie de 
preguiça, as únicas com representantes recentemente descritoss (Tabela 2). Por outro lado, ordens de 
mamíferos maiores e conspícuos (claramente visíveis) são melhor conhecidas quanto à riqueza – tanto que 
não contam com o registro de novas espécies desde o final do século XIX (Tabela 2). 
 
Tabela 2 - Número de espécies de mamíferos que ocorrem no Brasil, por ordem e época em que foram descritos. 
 
 
De qualquer modo os mamíferos ainda podem reservar “surpresas”, visto que mesmo ordens tidas 
como de grande p rte e muito conspícuas, como a dos primatas, podem ter espécies desconhecidas no 
Brasil. Um bom e
 
o
xemplo é dado pelo mico-leão-caiçara (Leontopithecus caissara), um pequeno primata 
6
 
descrito no início dos anos 90 no Parque Nacional de Superagui, localizado no litoral dos estados do Paraná 
e São Paulo. Considera-se que descobertas de novas espécies de mamíferos no Brasil, incluindo primatas, 
não deveriam ser surpreendentes, dado o grande desconhecimento que temos da classe Mammalia e ao 
pouco esforço de coleta comparada às dimensões continentais e a diversidade de biomas inseridos no país. 
Para entender melhor o quanto se conhece dos mamíferos nos diferentes biomas brasileiros, 
observe a Tabela 3. A Floresta Atlântica, o Cerrado e os Campos Sulinos, destacam-se como biomas que 
possuem um razoável grau de conhecimento. Já a Amazônia, a Caatinga e o Pantanal detêm a classificação 
de biomas “mal conhecidos”. Cabe salientar que o Brasil concentra um grande número de espécies 
endêmicas (restritas a determinada região geográfica) e ameaçadas, e que a carência de informações 
básicas sobre a distribuição, o comportamento, os aspectos biológicos e ecológicos das espécies, dificulta 
delinear estratégias de fato eficazes para sua conservação. 
 
Tabela 3 – Riqueza, endemismo, número de espécies ameaçadas, grau de coleta e conhecimento de mamíferos nos biomas 
brasileiros. 
 
 
Outro aspecto a ser inserido nessa discussão é o conhecimento bastante variável da sistemática, 
dependendo principalmente da ordem considerada. Por exemplo, as famílias e os gêneros de Cetacea 
(golfinhos, tucuxis e baleias) são bem estabelecidos, ao passo que representantes da ordem Rodentia têm 
famílias ambíguas que exigem redefinição, além da necessidade de revisão taxonômica em níveis genéricos 
e específicos. 
 
Pesquisadores e coleções de mamíferos no Brasil 
 Ainda que o entendimento sobre os mamíferos brasileiros tenha aumentado muito nas últimas 
décadas, é notória e urgente a necessidade de sua ampliação e maior aprofundamento. Se hoje 
reuníssemos os estudiosos de mamíferos no Brasil e déssemos a eles a função de catalogar todas as 
espécies do país, ainda assim não asseguraríamos o real conhecimento da diversidade mastofaunística 
brasileira. Isto aconteceria não por incapacidade técnica, mas sim pelo número ainda pequeno de biólogos 
interessados no grupo – realidade, diga-se de passagem, estendível para outras áreas da ciência. 
 7
 
Agravante, é que o número de pesquisadores responsáveis por “dar nome” as espécies, os chamados (e já 
mencionados) taxonomistas, parece ser cada vez menor, atuando pontualmente em instituições do sudeste 
e sul do Brasil. Isto ressalta a necessidade de formação de novos profissionais,com orientação daqui ou do 
exterior. 
As principais coleções de mamíferos brasileiros encontram-se em instituições como o Museu de 
Zoologia da USP, Museu Nacional do Rio de Janeiro e Museu Paraense Emílio Goeldi. Há também coleções 
de caráter regional, como por exemplo as do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Museu 
de História Natural da UNICAMP (ZUEC), Universidade Federal da Paraíba, UnB, e UNESP São José do 
Rio Preto. As regiões sul e sudeste concentram quase 70% das coleções no Brasil. Vale lembrar que 
existem coleções significativas no exterior (incluindo muito material-tipo), com destaque para as seguintes 
localidades: Estados Unidos (Museum of Zoology-University of Michigan; Museum of Comparative 
Zoolology-Harvard University; Carnegie Museum of Natural History e University of California-Berkeley), 
Alemanha (Berlim e Frankfurt), Suécia (Estocolmo) e Rússia (São Petesburgo). Segundo os dados 
levantados, há necessidade de melhoria das coleções, contratação de pesquisadores e técnicos, bem como 
capacitação de pessoal. Adicionalmente, deveriam ser feitas coletas extensivas e direcionadas, intercâmbio 
de material, além da publicação de guias e manuais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8
 
 
 
 
 
 
 
Ô Ordem Didelphimorphia (gambás e cuícas) 
 São mamíferos de pequeno porte (entre 50 mm e 1,6 m) que ocorrem somente na Austrália e 
Américas. Apresentam um sistema reprodutivo diferenciado caracterizado por um curto período de 
gestação. Quando nascem, os filhotes, ainda imaturos, deslocam-se para uma bolsa de proteção, o 
marsúpio, que recobre as glândulas mamárias da fêmea; ali se alimentam e completam seu 
desenvolvimento. Quando jovens são transportados nas costas de seu genitor agarrado à pelagem. 
São providos de unhas nas quatro extremidades locomotoras e a maioria possui cauda longa e 
preênsil, que funciona como um quinto membro. Os pés têm cinco dedos, possui o polegar oposto ao 
demais dedos facilitando os movimentos de escalada. São animais de hábito noturno, alimentam-se de 
invertebrados, pequenos vertebrados, frutos, néctar e até mesmo peixe, caso da cuíca-d´água. 
 No Brasil existem 44 espécies de marsupiais que dificilmente ultrapassam os 3 kg, como por 
exemplo: gambá de orelha branca, gambá de orelha preta, cuíca quatro olhos, cuíca de cauda grossa, cuíca 
d’água, catita e cuíca do rabo curto. Estes, bem como outros representantes do grupo, possuem importantes 
funções ecológicas, como a dispersão de sementes e o controle de insetos. 
 A maioria depende de ambientes florestais bem conservados para sobreviver, assim, a derrubada 
das florestas compromete violentamente a estrutura de suas comunidades – fato agravado por sua curta 
longevidade (a maioria não consegue adaptar-se às novas condições). No Brasil, 13 espécies de marsupiais 
encontram-se sob ameaça, entre as quais a cuíca Monodelphis theresa, que é provavelmente extinta no Rio 
de Janeiro e Lutreolina crassicaudata que está criticamente em perigo no mesmo estado. A cuíca d’água 
Chironectes minimus é considerada vulnerável no Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. 
 
 
 
 
Gambá de orelha preta 
Didelphis aurita 
Cuíca d’água 
Chironectes minimus 
Cuíca quatro olhos 
Philander frenata 
Cuíca lanosa 
Caluromys lanatus 
 
Ô Ordem Xenarthra (preguiças, tamanduás e tatus) 
 Esta ordem é também conhecida como Edentata e inclui animais com origem e desenvolvimento 
restritos ao continente sul-americano e de características bastante peculiares. Sua distribuição hoje alcança 
também a Améri do Norte, embora seja na região tropical onde ocorre a maior parte das espécies. 
ca
9
 
Uma das características dos xenartras é a ausência de dentes em muitas espécies. Porém, somente 
os tamanduás são totalmente desdentados. As preguiças e os tatus são portadores de dentes da série 
molar. Outra modificação importante é o maior número de articulações vertebrais e modificações na cintura 
pélvica. 
Quanto à locomoção, apresentam-se como: arborícolas (p.ex.: preguiças); terrestres-escansoriais, 
ou seja, que andam no solo e escalam como os tamanduás; ou terrestres-semifossoriais, o que significa que 
andam no solo e escavam, como os tatus. Quanto a dieta podem ser insetívoros-onívoros (comem insetos 
além de outros itens), mirmecófagos (alimentam-se de formigas) e herbívoros (alimentam-se de plantas). 
No Brasil ocorrem 19 espécies de Xenarthra. Destas, várias são preguiças, todas na região tropical 
da América do Sul. O seu nome vulgar é oriundo da lentidão dos movimentos, devido a uma baixa 
temperatura corporal, com conseqüente baixo metabolismo. Esta lentidão, associada à coloração 
semelhante à vegetação onde vivem, proporciona-lhes boa camuflagem. Possuem braços 
desproporcionalmente longos, unhas compridas e curvas, com as quais penduram-se nos troncos, ramos e 
folhagens. As adaptações para a vida arborícola impedem que as preguiças andem no solo. Alimentam-se 
de folhas, principalmente de imbaúba, além de brotos e frutos. As preguiças que existem no Brasil são: 
preguiça real, preguiça comum, preguiça de bentinho e preguiça de coleira. Esta última, de nome científico 
Bradypus torquatus, é relativamente comum em remanescentes mais conservados de Floresta Atlântica, 
onde é endêmica e ameaçada de extinção. 
 
Preguiça comum 
Bradypus variegatus 
Preguiça de coleira 
Bradypus torquatus 
 
 Os tamanduás possuem olhos pequenos, línguas grandes e afiladas, além de fortes unhas nos 
pés dianteiros utilizados para destruir formigueiros e cupinzeiros. Produzem um só filhote por ninhada, que é 
carregado agarrado sobre o dorso da mãe. Alguns possuem hábito terrestre e/ou arborícola. Existem 
somente três espécies de tamanduá no Brasil, e são elas: tamanduaí, tamanduá mirim e tamanduá 
bandeira. As duas últimas são mais comuns e possuem ampla distribuição no território brasileiro, embora 
haja particularidades no uso do hábitat. O tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) é registrado com 
relativa freqüência em áreas florestais de diferentes regiões brasileiras, mesmo aquelas bastante alteradas. 
Já o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) tem maior afinidade com manchas remanescentes de 
Cerrado e áreas fragmentadas dos Campos Naturais. A destruição de seus ambientes naturais, aliada ao 
comportamento supostamente não territorialista das espécies – com uma área de vida mínima de 3.000 a 
 10
 
9.000 ha – ressaltam seu grau de vulnerabilidade. O tamanduá bandeira ocupa a categoria de vulnerável na 
Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. 
 
 
Tamanduá mirim 
Tamandua tetradactyla 
Tamanduá bandeira 
Myrmecophaga tridactyla 
 
 Os tatus são animais maciços que possuem escudos córneos sobre o dorso, cabeça, cauda e as 
vezes nas patas. Possuem unhas potentes para escavar. São principalmente insetívoros, porém alimentam-
se também de outros pequenos animais, raízes, frutos e até mesmo cadáveres em decomposição. Possuem 
o olfato e a audição muito apurados. Quase sempre produzem número par de filhotes. Todos são terrestres. 
As espécies que existem no Brasil são: tatu peludo, tatu rabo de couro, tatu do rabo mole, tatu galinha, tatu 
mulita, tatuí, tatu bola e tatu canastra. 
Podemos dizer que tatu galinha (Dasypus novemcinctus) é um dos mamíferos mais comuns de 
fragmentos florestais, apesar da alta pressão cinegética (= pressão de caça) que sofre. As outras três 
espécies costumam demonstrar, em hipótese, maior raridade. Constam na lista de ameaçados do Brasil o 
tatu canastra (Priodontes maximus) e o tatu bola (Tolypeutes tricinctus). 
 
 
Tatu peludo 
Euphractus sexcinctus 
Tatu galinha 
Dasypus novemcinctus 
Tatu canastra 
Priodontes maximus 
 
Ô Ordem Chiroptera (morcegos) 
Os morcegos são os únicos mamíferos capazes de voar, o que foi possível graçasà transformação 
de suas mãos em asas. Cientificamente pertencem à ordem Chiroptera (chiros = mãos; pteron = asa), que 
está dividida em dois grandes grupos, um deles, chamados de Megachiroptera, inclui os maiores morcegos 
do planeta (conhecidos como “raposas voadoras”), podendo alcançar mais de um metro e meio de 
envergadura de asa, ocorrendo nas regiões tropicais e subtropicais do Velho Mundo, leste da Austrália e na 
Oceania. Da outra, chamada de Microchiroptera, fazem parte os pequenos morcegos, alguns pesando 
menos de três gramas e característicos dos trópicos e regiões temperadas de ambos os hemisférios, sendo 
ausentes somente em algumas pequenas e remotas ilhas. Enfim, com exceção das regiões polares, os 
morcegos são encontrados em todo o mundo. 
 11
 
Revisões mais recentes indicam que a ordem Chiroptera é constituída por mais de 1000 espécies e 
192 gêneros pertencentes a 18 famílias: Megachiroptera contém apenas a família Pteropodidae e a 
subordem Microchiroptera, todas as famílias restantes. Para o Brasil são conhecidas cerca de 162 espécies 
pertencentes a nove famílias. 
Ao contrário do que se pensa, morcegos não são cegos. Alguns, por sinal, enxergam muito bem, 
como é o caso das “raposas voadoras”. Já os Microquirópteros utilizam a visão secundariamente a um 
sistema de ecolocalização, onde para capturar alimento e se orientar em vôo, fazem a emissão de ondas 
sonoras de alta freqüência, inaudíveis ao homem, que, quando atingem o objeto ou o alimento à sua frente, 
retornam em forma de eco, indicando a posição exata em que esse se encontra. 
 
Sistema de sonar 
 
Morcegos possuem hábitos alimentares bastantes distintos. Os grandes morcegos do Velho Mundo 
alimentam-se quase que exclusivamente de frutos, ingerindo insetos esporadicamente. Algumas espécies 
de Microquirópteros comem apenas insetos (besouros, mariposas, mosquitos, entre outros), são animais 
pequenos que normalmente encontramos nos sótãos e telhados das residências, alimentando-se de mais 
de quatrocentos insetos em uma única noite. Porém, nem todos são insetívoros; alguns têm preferência por 
frutos (figos, goiabas, mangas, coquinhos, etc.), outros por pequenos animais (camundongos, aves, 
lagartos, anfíbios e peixes) e há espécies, como os morcegos beija-flores, que se alimentam de néctar e 
pólen (de bananeiras, maracujá-da-praia; unha-de-vaca, entre outras). Por fim, apenas três das quase mil 
espécies de morcegos do mundo, alimentam-se de sangue, duas têm preferência pelo sangue de aves e 
somente uma pelo de mamíferos. 
Conhecidos como “morcegos vampiros” raramente atacam o homem: casos esporádicos estão mais 
restritos às regiões carentes do Brasil. Ao contrário do que se pensa, eles não chupam sangue, realizam um 
corte na pele do animal com o auxílio dos dentes incisivos e caninos superiores, onde avidamente lambem o 
sangue. Sua saliva possui propriedades anticoagulantes que inibem a coagulação do sangue enquanto eles 
se alimentam. 
Muitas espécies se destacam por exercerem um importante papel na dispersão das sementes de 
plantas pioneiras (p.ex.: Cecropiaceae, Moraceae, Solanaceae), como os frugívoros: Artibeus lituratus, A. 
jamaicensis, Sturnira lilium e Carollia perspicillata. Por percorrerem grandes distâncias e defecarem 
 12
 
enquanto voam, são fundamentais na sucessão do ambiente, atuando na recuperação de regiões 
desmatadas e clareiras naturais. Já os morcegos-beija-flor Anoura caudifera, A. geoffroyi e Glossophaga 
soricina, são eficientes dispersores de pólen. Estima-se para algumas regiões, que esses animais podem 
polinizar cerca de 500 espécies de 96 gêneros de plantas neotropicais. Os insetívoros pertencentes às 
famílias Vespertilionidae e Molossidae, contribuem com a dinâmica dos ecossistemas naturais agindo como 
eficientes predadores de insetos. 
Aproximadamente oito das 162 espécies de morcegos brasileiros estão ameaçadas de extinção, 
cabendo a nós a conscientização de que o desaparecimento de muitos desses animais pode resultar em 
transtornos muito maiores do que aqueles causados pela sua simples proximidade. 
Para outras informações sobre o grupo, incluindo a raiva, veja tópico “Mais sobre os morcegos” 
(pág. 33 desta apostila). 
 
 
 
 
 
Morcego frugívoro 
Artibeus sp. 
Morcego pescador 
Noctilio leporinus 
Morcegos polinívoro 
Anura sp. 
Morcego insetívoro 
Vespertilionidae 
 
Ô Ordem Primates (sagüis, micos, bugios, macaco aranha, entre outros) 
Trata-se de um grupo de mamíferos com 11 famílias e muitas espécies, distribuídas essencialmente 
nas regiões tropicais, com exceção do homem que é cosmopolita, ou seja, habita todos os continentes. No 
Brasil existem cerca de 84 espécies, com grande concentração na região amazônica. Algumas espécies 
brasileiras são: sagüis, micos, bugios, macacos aranhas, macaco barrigudo, mono carvoeiro, uacaris, cuxius 
e parauacus. 
Um maior volume cerebral exigiu o desenvolvimento de um crânio alto, de forma globular, órbitas 
localizadas, geralmente em posição anterior. As maiorias das espécies possuem hábito diurno, gregário e 
arborícola, entretanto também se locomovem no solo. O primeiro dedo do pé e polegar são geralmente 
opostos aos demais, permitindo maior habilidade no manuseio dos objetos e no deslocamento entre as 
árvores. Os primatas são plantígrados, isto é, caminham apoiando toda planta do pé sobre o substrato. 
Algumas espécies possuem a cauda preênsil, utilizando-a como um quinto membro. O sistema de 
comunicação envolve os sentidos básicos: tato, gustação, audição e olfação. 
Os primatas são os mais complexos animais quanto à estrutura social e comportamento. Um grande 
número de espécies vive em grupos familiares, habitando áreas florestadas e utilizando o ambiente de 
diferentes formas. Em geral se alimentam de frutos, sementes, brotos, folhas e ovos, mas algumas 
 13
 
espécies, como o macaco prego, também consomem invertebrados e pequenos vertebrados. Os sagüis e 
micos-estrela do gênero Callithrix (que habitam a Floresta Atlântica) são gumívoras, isto é, alimentam-se de 
resinas de árvores. Os sagüis, juntamente com os micos-leões, são os menores primatas antropóides do 
mundo, formam grupos de 2 a 15 indivíduos e não possuem dimorfismo sexual aparente. 
Sobre os micos-leões (gênero Leontopithecus) podemos destacar o seguinte: são representados por 
quatro espécies exclusivas da Floresta Atlântica e consomem preferencialmente insetos, embora se 
alimentem também de vários outros itens. 
Cabe mencionar ainda neste tópico os saúa ou guigó (gênero Callicebus), que pesam pouco mais de 
1 kg, e os bugios ou guaribas (gênero Alouatta), que podem chegar até 7 kg. Os bugios são dos poucos 
primatas que possuem dimorfismo sexual, com os machos apresentando uma grande pelagem ruiva, 
enquanto as fêmeas são mais escuras. Possuem o osso hióide muito desenvolvido, uma característica 
notável que permite uma potente voz, uma vez que tal osso funciona como caixa de ressonância, e sua 
dieta é frugívora e herbívora. 
Dentre os representantes mais comuns dos primatas temos o macaco-prego Cebus nigritus. Com a 
maior distribuição geográfica entre os primatas neotropicais, o macaco-prego possui hábitos onívoros e são 
muito ativos durante o dia. Em fragmentos alterados podem possuir grande densidade demográfica e 
conseqüentes problemas ao ambiente. 
O título de maior espécie de primata das Américas cabe ao muriqui ou mono-carvoeiro (Brachyteles 
arachnoides). Endêmico da Floresta Atlântica é mais exigente quanto às condições da floresta, normalmente 
habitando porções mais conservadas. Sua dieta é composta de brotos, folhas e frutos, podendo se alimentar 
também de sementes, flores e insetos. 
Uma realidade bastante pessimista é observada ao traçarmos um panorama geral para os primatas 
do Brasil. Utilizemos com exemplo o caso dos primatasda Floresta Atlântica. Das 15 espécies ocorrentes 
neste bioma, 11 são endêmicas e nove encontram-se sobe ameaça de extinção, entre elas todas as 
espécies de micos-leões, além do muriqui, do bugio, do sagüi-da-serra, do mico-estrela e do sauá. 
Infelizmente, a maior parte destas espécies está restrita a unidades de conservação e, mesmo nessas áreas 
protegidas, sofrem com a pressão de caça, comércio ilegal de animais silvestres, doenças, alteração ou 
mesmo destruição de seus hábitats. 
 
 
Micoleão da cara preta 
Leontophitecus caissara 
Macaco prego 
Cebus nigritus 
Bugio 
Alouatta sp. 
Mono carvoeiro 
Brachyteles arachinoides 
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Ô Ordem Carnivora (cachorros e gatos do mato, quatis, guaxinins, irara, lontra, focas, leões e 
lobos marinhos) 
Esta ordem é representada por indivíduos que possuem uma série de adaptações morfológicas, 
fisiológicas, anatômicas e comportamentais para localizar, capturar e ingerir suas presas. Para tanto, fazem 
uso de órgãos de sentido aguçados, membros locomotores adaptados, dentes e musculatura bastante fortes 
na cabeça, o que proporciona grande eficácia para morder e mastigar. Apresentam no mínimo quatro dedos 
com unhas, que nos felinos são retráteis. A sola do pé tem tecidos grossos e macios para suavizar o 
impacto dos saltos e da corrida. 
O grupo é dividido em carnívoros terrestres (p. ex.: felinos e caninos), chamados de Fissipedia; e 
aquáticos (p. ex.: focas, leões marinhos e lobos marinhos), chamados de Pinnipedia. Seus integrantes 
suportam uma grande variedade de condições ambientais, sendo encontrados desde as áreas 
extremamente frias do Ártico às regiões desérticas subtropicais. Atualmente, estão distribuídos em todos os 
continentes; na Austrália, porém, foram introduzidos por ação humana. Algumas espécies chamam a 
atenção por possuírem hábitos e hábitats bastante distintos. Este é o caso da lontra, que se desloca e se 
alimenta dentro da água, mas depende de suas margens para repousar e reproduzir. Outros exemplos são 
o gato maracajá, o quati e a irara que, embora se desloquem por terra, utilizam também o estrato arbóreo da 
floresta para obter alimento e por vezes repousar – possuindo adaptações morfológicas para tanto. 
Embora alguns carnívoros se alimentem exclusivamente de carne, a maioria dos integrantes do grupo 
complementa sua dieta com uma grande variedade de itens, como insetos, plantas e sementes. Em todos 
os casos, são considerados animais predadores de topo da teia alimentar e que atuam diretamente na 
regulação das populações de suas presas e indiretamente, na modelagem do perfil da vegetação 
(fitofisionomia), considerando que geralmente suas presas alimentam-se de vegetais. 
Os carnívoros brasileiros são: lobo guará, cachorro do mato, raposa do campo, graxaim do campo, 
cachorro vinagre, cachorro do mato de orelha curta, mão pelada, quati, jupará, olingo, irara, furão, zorrilho, 
lontra, ariranha, doninha africana, onça pintada, onça parda, jaguatirica, gato maracajá, gato mourisco, gato 
do mato pequeno, gato do mato grande, gato palheiro, gato mourisco, leão marinho, lobo marinho, elefante 
marinho e foca. A maioria dessas espécies encontra-se sob algum grau de ameaça, sendo a destruição do 
hábitat o fator de maior risco. Os carnívoros são muito perseguidos pelo homem em função da predação de 
rebanhos domésticos. Há alguns anos atrás, os gatos pintados (p. ex.: Panthera onca, Leopardus pardalis e 
L. tigrinus), sofreram a uma intensa pressão de caça pelo valor de sua pele; hoje, no entanto, são mortos 
em muitas regiões quando responsabilizados por ataques à criações domésticas. Essa forma de pressão é 
também observada para os outros pequenos felinos e para o puma (Puma concolor). 
 
 15
 
 
 
Mão pelada 
Procyon cancrivorus 
Leão marinho 
Otaria sp. 
Ariranha 
Pteronura brasiliensis 
Jaguatirica 
Leopardus pardalis 
 
Ô Ordem Cetacea (golfinhos, tucuxis e baleias) 
São mamíferos marinhos que possuem o corpo semelhante ao de um peixe. Eles apresentam os 
membros anteriores transformados em nadadeiras, que lhes fornecem direção e estabilidade durante a sua 
movimentação na água. Também possuem uma poderosa cauda achatada horizontalmente, que os 
impulsiona quando estão em movimento. Possuem sangue quente e respiram o ar atmosférico por meio de 
pulmões. Sobem à superfície em intervalos regulares para realizar as trocas gasosas (respiração). Em seu 
crânio, na face anterior, apresentam um órgão de ecolocalização utilizado para orientação na água e 
localização de seu alimento (p.ex.: cardumes). 
O período de gestação dos cetáceos é sempre longo, variando conforme a espécie de 10 a 16 meses. 
Normalmente a fêmea pare apenas uma cria, que cresce rapidamente consumindo o leite rico em gorduras 
fornecido pela mãe. O período de amamentação é de um ano e é nesta fase que aprendem a pescar com o 
seu grupo. Alguns dos 36 cetáceos brasileiros são: orça, falsa orça, cachalote, golfinho, golfinho saltador, 
boto cinza, tucuxi, boto cor de rosa, toninha, baleia franca, baleia franca pigméia, baleia fin, baleia minke, 
baleia sei, baleia corcunda e a baleia-azul, que pode atingir 30 m de comprimento e 135 toneladas, é o 
maior animal existente na Terra. 
Como fatores de ameaça à sobrevivência das espécies podemos citar a poluição da água dos mares e 
rios, as perdas populacionais de presas devido à pesca indiscriminada, e a morte por afogamento quando 
presos em redes pesqueiras. 
 
 
Golfinho comum 
Delphinus delphis 
Tucuxi 
Sotalia fluviatilis 
Cachalote 
Physeter macrocephalus
Orça 
Orcinus orca 
 
Ô Ordem Sirenia (peixe boi) 
O corpo dos sirênios é roliço é coberto por uma pele grossa, cinza escura e com poucos pêlos. Os 
membros posteriores foram substituídos por uma nadadeira caudal poderosa e de grande utilidade 
propulsora. As narinas, posicionadas no alto do focinho, possui tampões que as fecham hermeticamente 
quando o animal submerge. São perfeitamente adaptados à vida nos rios, estuários e águas costeiras. 
 16
 
Os sirênios são animais inofensivos, lentos e pacíficos, que se alimentam de plantas aquáticas. No 
Brasil, são dois os representantes desta ordem (de um total de cinco que existem no mundo), peixe-boi do 
Amazonas (Trichechus inunguis), e o peixe boi marinho (Trichechus manatus). A caça indiscriminada, a 
morte acidental em redes de pesca, o encalhe de filhotes órfãos e a violenta degradação de habitat são 
responsáveis pelo decréscimo populacional desse mamífero. Sobretudo por causa da caça, o peixe boi 
marinho é hoje o mamífero aquático mais ameaçado de extinção no Brasil. O exemplar da Amazônia 
também está ameaçado de extinção, pois, apesar de ainda ocorrer num número bem maior, este sirênio tem 
sido perseguido de forma indiscriminada na região. 
 
 
Peixe boi 
Trichechus manatus 
 
Ô Ordem Perissodactyla (anta) 
São considerados mamíferos que possuem dedos ímpares e se apóiam sobre cascos. Por esse 
motivo, são chamados de ungulados (= com casco). A principal característica é que o peso do corpo destes 
animais está apoiado nos dedos centrais, sendo que o principal, maior de todos, é o terceiro dedo. Possuem 
probóscide preênsil e com pêlos sensitivos, redução não pronunciada dos dentes e nasais expandidos 
(como rinocerontes). 
A anta (Tapirus terrestris) é o único representante brasileiro desta ordem, sendo o nosso maior 
mamífero terrestre (até 300 kg). Vivem em vários tipos de ambientes, de florestas fechadas a campos de 
gramíneas; desde que haja suprimento permanente de água. Costumam ter fidelidade às trilhas e possuir 
sítios de defecação; seus hábitos são crepusculares e noturnos e são excelentes nadadoras. Alimentam-se 
de plantas aquáticas, folhas frutos e brotos e, exceto pelas fêmeas com filhotes, são solitárias. Possuem 
diferentes tipos de vocalização (p.ex.:exploratória, alerta, contato) e seus acasalamentos podem ocorrer em 
qualquer época do ano. O período de gestação é de aproximadamente 383 dias, quando é dada à luz a um 
único filhote, que apresenta o corpo castanho com listras brancas, que vai desaparecendo com o seu 
desenvolvimento. 
O alto valor cinegético da anta, representando um recurso crítico de caça para algumas comunidades, 
faz com sejam cada vez mais raros seus registros em áreas alteradas. 
 
 
 17
 
 
Anta 
Tapirus terrestris 
 
Ô Ordem Artiodactyla (veados e porcos do mato) 
Estes mamíferos também são ungulados, no entanto, possuem um número par de dedos (dois ou 
quatro), com exceção dos porcos do mato que possuem três dedos nas patas posteriores. No Brasil a 
ordem é composta por oito espécies, a saber: cateto, queixada, veado catingueiro, veado mateiro, veado 
campeiro, veado bororó, veado galheiro e cervo do pantanal. 
Os porcos do mato brasileiros possuem pernas longas e finas, pêlos duros e longos e cauda mais 
curta que os porcos domésticos. São animais que vivem em varas lideradas por machos, de números 
variados de indivíduos, se alimentam de vegetais e animais. Na busca por alimentos, fuçam a terra 
revirando folhas e troncos caídos. 
Nos cervídeos (veados e cervos), normalmente, apenas os machos apresentam chifres ramificados ou 
não, que são renovados todos os anos. Os chifres servem para atrair as fêmeas e também lutar com outros 
machos. Os filhotes destes animais apresentam pelagem parda com pintas brancas espalhadas por todo o 
corpo, que ajuda na camuflagem. 
De um modo geral, todas as espécies de Artiodactyla podem ser consideradas sob ameaça devido à 
grande pressão de caça e destruição de seus ambientes naturais. 
 
 
 
 
Cateto 
Pecari tajacu 
Queixada 
Tayassu pecari 
Veado 
Mazama sp. 
Cervo do Pantanal 
Blastocerus dichotomus 
 
Diferenciação dos Cervídeos brasileiros: 
+ Blastocerus dichotomus (cervo do pantanal) - possui peso e tamanho avantajado em comparação aos 
demais cervídeos brasileiros, com até dois metros de altura e 150 kg. Sua pelagem é lanosa, avermelhada e 
seus chifres são dicotomizados na base. 
 18
 
+ Ozotoceros bezoarticus (veado campeiro) - possui tamanho mediano, pesando de 28 a 35 kg. Com 
coloração ruivo-baia, com as partes inferiores brancas. Os machos têm os chifres subcilíndricos ou 
prismáticos, sua direção é uniformemente para cima; os galhos 1 e 2 sempre são os mais fortes. 
+ Mazama americana (veado mateiro) - possui maior tamanho entre as espécies do mesmo gênero, 
pesando acima de 25 kg. Tem coloração avermelhada e orelhas curtas. 
+ Mazama gouazoubira (veado catingueiro) - tem porte mediano, pesando de 17 a 23 kg e sua coloração vai 
do cinza esverdeado ao marrom claro. Sua orelha é grande. É o mais delicado do gênero. 
+ Mazama nana (veado bororó) - são os menores do gênero, dificilmente excedem os 15 kg. Tem coloração 
geral avermelhada, são robustos e possuem os membros dianteiros bem mais curtos que os traseiros. Suas 
orelhas são pequenas e com pouco pêlo no seu interior. 
 
Ô Ordem Rodentia (serelepes, ratos do mato, ouriços, capivaras, pacas, preás e cutias) 
Cerca de 1/3 dos mamíferos pertencem a esta ordem, que é representada por números superiores a 
1750 espécies distribuídas pelo mundo e aproximadamente 165 no Brasil. Possuem dois pares de dentes 
incisivos bem desenvolvidos. Um par situa-se no maxilar superior e o outro no maxilar inferior. Esses pares 
de dentes crescem continuamente, pois são desgastados à medida que o animal vai roendo as cascas dos 
ramos das plantas. 
A grande diversidade de espécies desta ordem é explicada por sua enorme variedade morfofuncional, 
o que permite a exploração de diversos recursos disponíveis no ambiente, especialmente abrigo e alimento. 
Embora a maioria dos roedores apresente o morfotipo de um rato, o grupo é bastante diverso em tamanhos 
e formas, como por exemplo os casos extremos da capivara Hydrochaeris hydrochaeris que pesa dezenas 
de quilos e do pequenino rato-do-arroz Oligoryzomys spp. com algumas gramas apenas. As espécies de 
roedores podem ser semi-aquáticas, semi-fossoriais, arborícolas e terrícolas. 
Como exemplos de roedores brasileiros temos: ratos do mato, capivara, para, cutia, preá, ouriço, 
serelepe e ratão do banhado. A principal ameaça à sobrevivência da maioria dessas espécies é a caça, com 
destaque para a paca (Agouti paca), cutias (Dasyprocta spp.), capivara (Hydrochaeris hydrochaeris), preá 
(Cavia aperea) e ratão-do-banhado (Myocastor coypus). A destruição e alteração do ambiente também 
devem ser consideradas, especialmente para os ratos silvestres que apresentam grande especificidade de 
microhabitat e microclima. Outro fator de ameaça é a competição por espaço e alimento com espécies 
exóticas introduzidas, especialmente durante a colonização do Brasil, caso do camundongo (Mus musculus) 
e das ratazanas (Rattus spp.). 
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Rato do mato 
Muridae 
Serelepe 
Sciurus sp. 
Ratão do banhado 
Myocastor coypus 
Paca 
Agouti paca 
 
Ô Ordem Lagomorpha (lebre e tapiti) 
São mamíferos que apresentam características semelhantes aos roedores. Eles possuem dois 
pares de dentes incisivos no maxilar superior, projetados externamente ao lábio, que é em forma de “Y”. 
Alimentam-se preferencialmente de plantas herbáceas, podendo vir a consumir, na falta destas, brotos, 
raízes ou espécies vegetais de maior porte. Presa comun de muitos carnívoros, o grupo possui boa 
agilidade de fuga, o que é possível graças a algumas adaptações, como seus enormes membros 
posteriores eficientes para o salto, orelhas longas e móveis de aguçada percepção e olhos grandes que 
proporcionam boa visão. 
A ordem Lagomorpha é dividida em duas famílias e mais de 80 espécies distribuídas por todos os 
continentes, com exceção da Antártida. Esse grupo, nas florestas neotropicais, é representado apenas pela 
família Leporidae, com duas espécies para o Brasil: Lepus europaeus e Sylvilagus brasiliensis. 
A primeira, conhecida como lebre européia, é exótica à fauna sul-americana e foi introduzida pelos 
europeus na Argentina (1888), durante o processo de colonização. Seu primeiro registro para o Brasil é do 
ano de 1965, para o Rio Grande do Sul. Hoje é encontrada em vários estados do sul e sudeste brasileiro, 
sendo extremamente comum tanto em ambientes abertos, como nas bordas de florestas. A segunda (S. 
brasiliensis), conhecida como tapiti, é nativa e demonstra estar sempre associada a áreas florestadas, 
mesmo àquelas com vegetação secundária (intermediária ou avançada). Parece ser bastante sensível às 
alterações ambientais, sofrendo, em muitas regiões, forte pressão de caça. 
 
 
Tapiti 
Sylvilagus brasiliensis 
Lebre 
Lepus europaeus 
 
 
 
 
 20
 
 
 
 
 
Chaves taxonômicas para Ordens de Mamíferos – segundo Emmons 1999 
 
1. Membros anteriores em forma de asas com membranas........................................................CHIROPTERA 
1’. Membros anteriores sem forma de asas ......................................................................................................2 
 
2. Totalmente aquáticos, sem membros posteriores, mas com uma cauda horizontal em forma de remo ......3 
2’. Pelo menos parcialmente terrestre, com membros posteriores e cauda sem forma de remo .....................4 
 
3. Com nadadeira dorsal, com orifício para respiração atrás da cabeça ...........................................CETACEA 
3’. Sem nadadeira dorsal, respiração pelas narinas no focinho ...........................................................SIRENIA 
 
4. Pata traseira com dois grandes dedos em forma de casco, aproximadamente do mesmo tamanho 
.............................................................................................................................................ARTIODACTYLA4’. Pata traseira com três ou mais dedos ou garras ..........................................................................................5 
 
5. Lábio superior alongado (probóscide), adultos pesam mais de 80 kg ...........................PERISSODACTYLA 
5’. Lábio superior sem probóscide, pesando menos de 80 kg ..........................................................................6 
 
6. Dente incisivo ausente ..............................................................................................................XENARTHRA 
6’. Dente incisivo presente ................................................................................................................................7 
 
7. Dente canino ausente ...................................................................................................................................8 
7’. Dente canino presente .................................................................................................................................9 
 
8. Um par de grandes dentes incisivos com um segundo par pequeno escondido atrás do primeiro, incisivos 
separados por uma abertura .................................................................................................LAGOMORPHA 
8’. Mesmo que acima, mas somente com um par de incisivos ........................................................RODENTIA 
 
9. Focinho curto, boca larga e pequena, mais comprido do que largo, nariz localizada na face plana 
......................................................................................................................................................PRIMATES 
9’. Focinho longo, boca mais comprida que larga, nariz na ponta do focinho ................................................10 
 
10. Polegar da pata posterior oponível, separado dos demais dedos 
.......................................................................................................................................DIDELPHIMORPHIA 
10’. Polegar da pata traseira não oponível ....................................................................................CARNIVORA 
 
 
 
 
 
 
 
 
21
 
 
 
 
 
 
 
Polegar
Perna
Bra ço
Quinto dedo
Orelha
Trago
Olho
Folha nasal
Membrana da asaPêlo
Calcanhar
Cauda
Membrana da cauda
= uropat ágio
Dedos dos p és
Joelho
Cotovelo
Quarto dedo
eiro dedo Segundo dedo
Polegar
Perna
Braço
Dedo anular
Orelha
Trago
Olho
Folha nasal
Membrana da asa
Pêlo
Calcâneo
Dedos dos pés
Joelho
Cotovelo
Dedo mínimo
Dedo médio Dedo indicador
Cauda
Membrana da cauda
= uropatágio
 
Chave taxonômica para Famílias de Morcegos Neotropicais 
– adaptado de Emmons 1997 
 
1. Folha nasal em forma de lança ou ferradura, sem cauda e uropatágio reduzido ..................Phyllostomidae 
1’. Não como acima ..........................................................................................................................................2 
 
2. Com cauda longa e projetada para fora o uropatágio, pelo menos um terço de seu comprimento 
.......................................................................................................................................................Molossidae 
2’. Com cauda quase completamente (mais de três quartos) dentro do uropatágio, ou mais curta que a 
membrana caudal e com uma ponta livre que se projeta da membrana ......................................................3 
 
3. Com discos adesivos na base do polegar e do tornozelo ........................................................Thyropteridae 
3’. Não como acima ..........................................................................................................................................4 
 
4. Queixo com duas grandes placas côncavas, uma de cada lado, ou lábio carnosos com os bordos voltados 
para fora. Algumas vezes as asas se encontram no meio das costas, de modo que as costas parece nua 
...................................................................................................................................................Mormoopidae 
4’. Lábios e queixo não mo acima, as costas não parecem nuas .................................................................5 
 
 
co
22
 
5. Lábio superior com rachadura próximo ao nariz, lembrando um bulldog. Com antebraço maior que 60 cm, 
pêlo extremamente curto, com uma listra pálida mediana, na parte inferior das costas ...........Noctilionidae 
5’. Lábio superior sem rachadura, antebraço menor que 60 cm, pêlo não extremamente curto, com nenhuma 
ou duas listras nas costas ............................................................................................................................6 
 
6. Polegar rudimentar desprovido de unha, cauda com metade do comprimento do uropatágio, totalmente 
coberta por ele ............................................................................................................................Furipiteridae 
6’. Polegar com dígito bem desenvolvido e unha, cauda tão longa quanto o uropatágio ou, se menor, com 
uma ponta saindo da membrana ..................................................................................................................7 
 
7. Cauda muito menor que as pernas e uropatágio, lábio superior quase sem sulco, lábio inferior sem dobras 
semilunares, pés e unhas pouco desenvolvidos ...................................................................Emballonuridae 
7’. Cauda maior que as pernas, alcançando a borda do uropatágio, ...............................................................8 
 
8. Duas falanges no terceiro dedo, pernas muito curtas, orelhas em forma de funil, asas e corpo sempre 
pálido ...............................................................................................................................................Natalidae 
8’. Três falanges no terceiro dedo, pernas não extremamente alongadas, orelhas não em forma de funil, 
asas e corpo variando do preto ao pálido .............................................................................Vespertilionidae 
 
 
Phyllostomidae Molossidae Thyropteridae 
 
 
Mormoopidae Noctilionidae Furipteridae 
 
 
 
Emballonuridae Natalidae Vespertilionidae 
 
 23
 
 
 
 
 
 
Chaves taxonômicas para Primatas Neotropicais – segundo Aurícchio 1995 
 
 
Chave para identificação de famílias 
 
1. Peso corpóreo menor que 700 g, unhas em forma de garra nos pés e mãos ..............................................2 
1’. Peso corpóreo maior que 700 g ...................................................................................................................3 
 
2. Dois molares ...............................................................................................................................Callitrichidae 
2’. Três molares ...........................................................................................................................Callimiconidae 
 
3. Com palma nua no terço distal da cauda preênsil .............................................................................Atelidae 
3’. Sem palma nua no terço distal da cauda ..........................................................................................Cebidae 
 
 
Chave para identificação de gêneros de Callitrichidae 
 
1. Com juba que cobre toda a cabeça inclusive orelhas ...................................................................................3 
1’. Sem juba ......................................................................................................................................................2 
 
2. Incisivos inferiores estreitos em forma de cinzel, geralmente com ornamentos nas orelhas ............Callithrix 
2’. Incisivos inferiores largos, geralmente com ornamentosao redor da boca ....................................Saguinus 
 
3. Adultos com menos de 150 g, juba sem divisão ...............................................................................Cebuella 
3’. Adultos com mais de 500 g, juba dividida sagitalmente ........................................................Leontopithecus 
 
 
Chave para identificação de gêneros de Cebidae 
 
1. Massa corpórea entre 800 – 2000 g .............................................................................................................2 
1’. Massa corpórea entre 2000 – 4000 g ..........................................................................................................5 
 
2. Massa corpórea entre 800 – 1200 g, pelagem muito curta (1 cm) ...............................................................3 
2’. Massa corpórea entre 1000 – 2000 g, pelagem longa ................................................................................4 
 
3. Órbitas muito grandes (noturnos), face com três faixas verticais, pavilhão auricular extremamente 
reduzido ....................................................................................................................................................Aotus 
3’. Órbitas normais, caixa craniana projetada para trás, tufo de pêlos negros no terço distal da cauda 
..................................................................................................................................................................Saimiri 
 
4. Caninos e incisivos muito procumbentes, sem barbas e nuca com redemoinho ...............................Pithecia 
4’. Caninos e incis os dispostos verticalmente, mandíbulas alta na parte posterior .........................Callicebus 
 
 
iv
24
 
5. Cauda com 30% do comprimento do corpo .......................................................................................Cacajao 
5’. Cauda com comprimento igual ou maior que o corpo .................................................................................6 
 
6. “Barba” muito proeminente, pêlos da cauda muito longos (4 cm) .................................................Chiropotes 
6’. Sem barba, pêlos da cauda curtos (1,5 cm) ........................................................................................Cebus 
 
 
Chave para identificação de gêneros de Atelidae 
 
1. Osso hióide não desenvolvido, sem barba ..................................................................................................2 
1’. Osso hióide muito desenvolvido, com barbas proeminentes ............................................................Alouatta 
 
2. Polegar dos membros anteriores ausentes ou vestigial ...............................................................................3 
2’. Polegar dos membros anteriores presentes ....................................................................................Lagothrix 
 
3. Pelagem curta (< 60 cm) e bege, orelhas com pêlo ...................................................................Brachytheles 
3’. Orelhas inconspícuas, pelagem longa (12 cm) ....................................................................................Ateles 
 
 
Chave para identificação de espécies de Callithrix Baseada em de Vivo, 1991 
 
1. Com tufos auriculares ...................................................................................................................................6 
1’. Orelhas nuas, sem tufos...............................................................................................................................2 
 
2. Cauda totalmente negra ................................................................................................................................3 
2’. Cauda branca ou dourada ............................................................................................................C. leucippe 
 
3. Sem manchas brancas ou amareladas na altura dos quadris ......................................................................4 
3’. Manchas brancas ou amarelas-claras na altura dos quadris .....................................................C. melanura 
 
4. Face e orelhas muito pigmentadas, coloração geral marrom ......................................................C. nigriceps 
4’. Face pouco ou nada pigmentada .................................................................................................................5 
 
5. Mancha de cor cinza-escura a castanho-escura no ápice, baixo dorso cinza-escuro ....................C. emiliae 
5’. Sem mancha escura no ápice, dorso cinza-pratedo a branco-amarelado .................................C. argentata 
 
6. Tufos pré ou circum-auriculares nunca originando-se dos pavilhões auditivos propriamente ditos .............7 
6’. Tufos auriculares originando-se das faces internas, externas ou ambas ..................................................11 
 
7. Tufos auriculares brancos ..............................................................................................................C. jacchus 
7’. Tufos pré-auriculares negros reduzidos a um pincel anterior à orelha ........................................................8 
 
8. Metade anterior do ápice, face e garganta brancos .....................................................................C. geoffroyi 
8’. Ápice, face e garganta de cor cinza-acastanhada ou preta com mancha branca mediana na testa ...........9 
 
9. Fronte preta com mancha branca muito conspícua ....................................................................................10 
9’. Regiões facial e frontal acinzentada mascarando a mancha branca mediana da testa ...................C. kuhlii 
 
10. Dorso cinza-claro-sujo com reflexos castanhos ...........................................................C. penicillata jordani 
10’. Com reflexos amarelados no baixo dorso e ventre ................................................C. penicillata penicillata 
 
 25
 
11. Cauda com ou sem anéis coloridos, porém com pêlos distintamente dispostos em anéis ......................12 
11’. Cauda não anelada, tanto em termos de colorido quanto de comprimento dos pêlos ...........C. intermedia 
 
12. Tufos curtos, de cor branca ou bege originando-se das faces internas dos pavilhões auditivos .............13 
12’. Tufos auriculares originando-se de ambas as faces dos pavilhões auditivos .........................................14 
 
13. Dorso escuro sem padrões de estrias transversais ........................................................................C. aurita 
13’. Corpo acinzentado com reflexos castanho-claros .....................................................................C. flaviceps 
 
14. Tufos auriculares dirigidos para cima; coloração geral castanho-escuro .....................................C. mauesi 
14’. Tufos auriculares caindo para as laterais .................................................................................................15 
 
15. Cauda apresentando anéis castanho-escuro e largos alternando-se a anéis cinza-claro estreitos; 
mancha branca presente na altura dos quadris .........................................................................C. humeralifera 
15’. Cauda amarelada ou amarelo-dourada, sem anéis coloridos; corpo amarelo ou amarelo-dourado, sem 
manchas brancas distintas à altura dos quadris .........................................................................C. chrysoleuca 
 
 
Chave para identificação de espécies de Saguinus Baseada em Hershkovitz, 1977 
 
1. Sem branco ou acinzentado ao redor da boca .............................................................................................2 
1’. Com pilosidade branca, curta ou longa ao redor da boca ............................................................................4 
 
2. Cabeça totalmente nua ....................................................................................................................S.bicolor 
2’. Cabeça com pilosidade ................................................................................................................................3 
 
3. Pele da face e genitália despigmentadas .........................................................................................S. inustis 
3’. Pele da face e genitália pigmentadas ..............................................................................................S. midas 
 
4. Pilosidade curta ao redor da boca ................................................................................................................5 
4’. Pilosidade ao redor da boca com fios longos passando dos pavilhões auditivos, cauda 
predominantemente avermelhada ..................................................................................................S. imperador 
 
5. Pilosidade curta e esparsa ao redor da boca cobrindo somente o focinho ..................................................6 
5’. Pilosidade curta, somente ao redor da boca e narinas ................................................................................7 
 
6. Coloração do dorso, da nuca até a base da cauda dividida em duas zonas; manto preto ou castanho mais 
ou menos distintos do avermelhado s castanho do baixo dorso, raiz da cauda e parte interna das coxas. 
Sem zona de coloração diferenciada no médio dorso. Manchas contrastantes de cor marrom-clara presente 
em cada lado da fronte ....................................................................................................................S. nigricollis 
6’. Dorso (da nuca à base da cauda) com três zonas, médio e baixo dorso marmorado, estriados ou 
vermiculados e diferenciados dos membros anteriores (incluindo manto) e pernas posteriores (baixo dorso, 
raiz da cauda e lados externos das coxas); manchas temporais contrastantes ausentes; bandas frontais 
presentes ou ausentes ....................................................................................................................S. fuscicollis 
 
7. Cauda e partes inferiores predominantemente pretas ....................................................................S. mystax 
7’. Pilosidade da boca formando um finíssimo contorno, garganta negra .........................................S. labiatus 
 
 
 
 
 26
 
Chave para identificação de espécies de Leontopithecus 
 
1. Tronco preto ..................................................................................................................................................2 
1’. Tronco predominantemente dourado ou dourado-avermelhado ..................................................................3 
 
2. Parte externa das coxas dourado-avermelhadas ...................................................................L. chrysopygus 
2’. Parte frontal da juba e antebraços dourado-avermelhados ...................................................L. chrysomelas 
 
3. Totalmente dourado, dourado-avermelhado (raramente com pequenas regiões escurecidas) .......L. rosalia 
3’. Parte frontal da juba, ao redor da face, negra ..............................................................................L. caissara 
 
 
Chave para identificação de espécies e subespécie de Saimiri Baseado em Hershkovitz, 1984 
 
1. Fronte com grande e bem definida banda branca sobre cada olho; vibrissas laterais e superiores aos 
olhos aparentes; pincel da cauda comparativamente grosso ao restante da cauda ........................................2 
1’. Fronte cinza-castanho a inteiramente enegrecida como ápice, mancha branca constantemente ausente; 
vibrissas supra-orbitais inconspícuas; pincel da cauda comparativamente fino com o restante da cauda ......8 
 
2. Coroa superficial e inteiramente preta nas fêmeas, de cor marrom a inteiramente anegrada nos machos; 
dorso e lados do tronco inteiramente nas cores laranja-brilhante ou vermelho-alaranjada; orelhas com tufos 
...........................................................................................................................................................................3 
2’. Coroa de cor castanho freqüentemente bordeada ou misturada com preto, mas nunca 
predominantemente preto; dorso castanho-acinzentado, castanho-oliva ou marrom-avermelhado; lados do 
tronco mais ou menos como o dorso, nunca uniformemente ou dominantemente laranja ou vermelho-
alaranjado; orelhas com ou sem tufos ..............................................................................................................4 
 
3. Machos com coroa inteiramente ou dominantemente castanho; mancha pré-aulicular castanho como 
faces; lados exteriores dos membros posteriores castanho ou castanho-acinzentado – Não ocorre no Brasil - 
............................................................................................................................................S. oerstedi citrinellus 
3’. Machos com coroa superficialmente preta como as fêmeas; manchas pré-auricular negra; lados 
exteriores dos membros posteriores dominantemente laranja – (Não ocorre no Brasil) - 
..............................................................................................................................................S. oerstedi oerstedi 
 
4. Mãos, pulsos e antebraços inteiramente ou dominantemente castanho-acinzentado com ou sem 
tingimento laranja; coroa e nuca dominantemente laranja-acinzentados; mancha ou tufo pré-auricular no 
macho, castanho-claro ou indefinido; orelhas com tufos – (Não ocorre no Brasil) - 
................................................................................................................................................S. saimiri albigena 
4’. Mãos, pulsos, pés, maioria da parte interna e externa dos antebraços de cores laranja ou amarelada; 
toda a superfície da coroa castanho acinzentado, nas fêmeas freqüentemente bordeado ou misturado com 
preto ou nunca dominantemente preto; orelhas com tufos ou não ...................................................................5 
 
5. Orelhas virtualmente nuas, pêlos da superfície interna e externa curtos, lado externo das coxas castanho-
acinzentado contrastando com o baixo dorso e lados do corpo ............................................................S. ustus 
5’. Orelhas com tufos, pêlos da superfície interna e externa longos, lado externo das coxas castanho-claro 
ou castanho-acinzentado normalmente nunca bem distintos do corpo ............................................................6 
 
6. Faixa nucal sempre mais ou menos castanho como a coroa e dorso entre os membros ............................7 
6’. Faixa nucal usualmente mais pálida do que a coroa e dorso, aparecendo como um colar contrastante 
.....................................................................................................................................S. saimiri cassiquiarensis 
 
 27
 
7. Sete pares autossômicos acroscêntricos ..........................................................................S. saimiri sciureus 
7’. Seis pares autossômicos acroscêntricos .......................................................................S. saimiri macrodon 
 
8. Coroa castanha-escura ou negra, faixa enegrecida sobre a parte sagital do dorso, laterais do corpo 
castanho-escuro e laterais do pescoço brancas ..............................................................................S. vanzolini 
8’ Sem faixa dorsal contrastante .......................................................................................................................9 
 
9.Coroa e região pré-auricular de cores castanho-acinzentada ou cinza-escuro nos machos, castanho-
escuro ou dominantemente preto nas fêmeas; parte dorsal da cauda, exceto a porção terminal, negra, cinza 
ou castanho-escuro ....................................................................................................S. boliviensis peruviensis 
9’. Coroa e regiãopré-auricular dominantemente ou inteiramente negra nos machos e fêmeas; parte dorsal 
da cauda, exceto a porção terminal, negra, acinzentado ou castanho-claro a escuro 
......................................................................................................................................S. boliviensis boliviensis 
 
 
Chave para identificação de espécies de Cebus 
 
 
1. Mancha apical com formato de gota com ponta alcançando a região entre os olhos ..................................2 
1’. Mancha apical com ponta pouco pronunciada alcançando somente a fronte, comumente formando tufos 
..............................................................................................................................................................C. apella 
 
2. Coloração geral brunácea, acinzentada ou olivácea; fronte branco amarelada ......................C. nigrivittatus 
2’. Coloração geral amarelo-acinzentado-clara ................................................................................C. albifrons 
 
 
Chave para identificação de espécies e subespécie de Callicebus 
 
1. Macha branca ou amarela na garganta ...........................................................C. torquatus .........................2 
1’. Sem mancha branca na garganta ................................................................................................................3 
 
2. Dorso negro, nuca castanho-avermelhado escuro, mancha do peito espalhando-se pelas laterais do 
pescoço ..............................................................................................................................C. torquatus lungens 
2’. Dorso e baixo dorso castanho-avermelhado-escuro ..................................................C. torquatus torquatus 
 
3. Partes inferiores da mesma coloração do dorso; negro ao redor da face ..............C. personatus ...............4 
3’. Partes inferiores avermelhadas, castanho-avermelhadas ou castanho-amareladas ...................................6 
 
4. Cauda cor castanho ......................................................................................................................................5 
4’. Cauda acinzentada com ponta negra ...................................................................C. personatus melanochir 
 
5. Dorso ocre escuro e braços amarelo-claro ...............................................................C. personatus nigrifons 
5’. Dorso e braços amarelo-claro ..............................................................................C. personatus personatus 
 
6. Ventre amarelado ..........................................................................................................................................9 
6’. Ventre castanho-avermelhado vivo ..............................................................................................................7 
 
7. Cauda total ou parcialmente negra ...............................................................................................................8 
7’. Cauda cinza .....................................................................................................................C. moloch cupreus 
 
8. Ponta da cauda cinza .........................................................................................................C. moloch moloch 
 28
 
8’. Ponta da cauda também negra ...................................................................................................C. baptistae 
 
9. Com amarelo no ápice ................................................................................................C. moloch hoffmannsii 
9’. Sem amarelo no ápice ...............................................................................................................................10 
 
10. Com crista transversal no ápice dividindo a coloração negra da fronte da coloração da nuca 
.........................................................................................................................................C. moloch brunneus 
10’. Sem crista transversal ..............................................................................................................................11 
 
11. Coloração da cauda inteiramente cinzenta .....................................................................C. moloch cupreus 
11’. Coloração da cauda com mais de uma faixa de cor ................................................................................12 
 
12. Base da cauda cinza escuro ..........................................................................................C. moloch caligatus 
12’. Base da cauda cinzenta e ponta creme-puro ........................................................C. moloch donacophilus 
 
 
Chave para identificação de espécies e subespécie de Chiropotes 
 
1. Face com região nasal e lábio superior despigmentado com pêlos brancos ..............................C. albinasus 
1’. Face sem região branca ...............................................................................................................................2 
 
2. Totalmente negro .............................................................................................................C. satanas satanas 
2’. Dorso dominantemente alaranjado ou marrom-claro ...................................................................................3 
 
3. Cabeça, nuca, braços e pernas enegrecidos, bem contrastante com o alaranjado do dorso 
..........................................................................................................................................C. satanas chiropotes 
3’. Cabeça, nuca, braços e pernas marrom-claro e não bem contrastante com o marrom do dorso 
..............................................................................................................................................C. satanas utahicki 
 
 
Chave para identificação de espécies e subespécie de Pithecia 
 
1. Coloração geral bege com dorso e cauda negros .........................................................................P. albicans 
1’. Coloração geral negro ou grisalho ...............................................................................................................2 
 
2. Face com disco de pêlos mais claros contrastante com o corpo ..................................................................3 
2’. Coloração geral grisalho ..............................................................................................................................4 
 
3. Discos de pêlos brancos tomando a face .........................................................................P. pithecia pithecia 
3’. Discos de pêlos dourados tomando a face ...........................................................P. pithecia chrysocephala 
 
4. Grisalho causado por pequena (3 mm) porção branca da ponta dos pêlos ..............................P. monachus 
4’. Grisalho causado por maior porção branca (5 a 20 mm) da ponta dos pêlos .............................................5 
 
5. Braços amarelo-anegrados e aréola mais clara ao redor da face ......................................P. irrorata irrorata 
5’. Braços predominantemente negros ................................................................................P. irrorata vanzolini 
 
 
Chave para identificação de espécies e subespécie de Cacajao 
 
1. Cabeça com topete penteado para frente ........................................................................C. melanocephalus 
 29
 
1’. Cabeça com pequena pilosidade .................................................................................................................2 
 
2. Coloração geral branca .......................................................................................................C. cacajao calvus 
2’. Coloração geral alaranjada ..........................................................................................................................33. Dorso castanho-claro-avermelhado e membros escurecidos ............................................C. cacajao ucayali 
3’. Coloração alaranjada com ápice e nuca mais claros ...................................................C. cacajo rubicundus 
 
 
Chave para identificação de espécies de Alouatta 
 
1. Negro presente .............................................................................................................................................2 
1’. Negro ausente ..............................................................................................................................................4 
 
2. Todo negro ou castanho muito escuro ..........................................................................................................3 
2’. Com faixas castanho-avermelhadas de distribuição variável .......................................................A. belzebul 
 
3. Macho ...............................................................................................................................................A.caraya 
3’. Fêmea ...............................................................................................................................................A. fusca 
 
4. Coloração geral castanho-avermelhada-escura ...........................................................................................5 
4’. Fêmea, castanho-claro tendendo à palha .......................................................................................A. caraya 
 
5. Macho com coloração homogênea ....................................................................................................A. fusca 
5’. Macho ou fêmea com dorso e laterais do dorso clareados ........................................................A. seniculus 
 
 
Chave para identificação de espécies e subespécie de Ateles 
 
1. Coloração geral negra ...................................................................................................................................2 
1’. Coloração geral tendendo ao bege nas partes inferiores ..........................................................A. belzebuth 
 
2. Triângulo ou faixa de pêlos brancos na fronte, às vezes com faixas brancas nos lados da face 
......................................................................................................................................A. belzebuth marginatus 
2’. Sem pêlos brancos na face ..........................................................................................................................3 
 
3. Cauda com pêlos de comprimento aproximado de 5 cm, pele nua da face despigmentada 
...........................................................................................................................................A. paniscus paniscus 
3’. Cauda com pêlos curtos (3 cm), pele nua da face pigmentada .....................................A. paniscus chamek 
 
 
 
 
 
 30
 
 
Callithrix 
 Saguinus Leontopithecus 
 
Saimiri 
 Cebus Callicebus 
 
Chiropotes 
 Pithecia Cacajao 
 
 
Alouatta Ateles 
 31
 
 
 
 
 
 
Chaves de identificação de Felinos Brasileiros (adultos) – segundo Oliveira & Cassaro 2005 
 
1. Porte grande (> 20 kg) ..................................................................................................................................2 
1’. Porte pequeno ou médio (< 15 kg) ...............................................................................................................3 
 
2. Pelagem com manchas formando rosetas, com fundo amarelo ou negro ..............................Panthera onca 
2’. Pelagem de coloração uniforme avermelhada .......................................................................Puma concolor 
 
3. Pelagem de coloração uniforme, com poucas ou nenhuma mancha ...........................................................4 
3’. Pelagem caracterizada por manchas de tamanhos e formas variadas .......................................................5 
3’’. Pelagem melânica .......................................................................................................................................9 
 
4. Presença de listras negras nas patas (membros), cauda curta, orelhas pontiagudas .......Oncifelis colocolo 
4’. Corpo alongado, cauda longa, cabeça achatada, orelhas arredondadas e pequenas 
....................................................................................................................................Herpailurus yaguarondi 
 
5. Porte médio (> 6 kg), manchas das laterais formando bandas longitudinais, cauda relativamente curta 
..........................................................................................................................................Leopardus pardalis 
5’. Porte pequeno (< 5 kg) .................................................................................................................................6 
 
6. Pintas sólidas sem formar rosetas, ou rosetas sem nenhum padrão definido 
...........................................................................................................................................Oncifelis geoffroyi 
6’. Pintas formando rosetas com padrão definido .............................................................................................7 
 
7. Olhos e patas bem grandes em relação ao corpo, cauda bastante comprida, rosetas usualmente grandes, 
arredondadas e fechadas ...................................................................................................Leopardus wiedii 
7’. Proporções corporais de gato-doméstico, patas pequenas, rosetas usualmente incompletas 
...........................................................................................................................................Leopardus tigrinus 
 
8. Cabeça grande, peso na faixa dos 3,5 kg, quarto pré-molar superior (carniceiro > 11 mm, procedência do 
Rio Grande do Sul ..............................................................................................................Oncifelis geoffroyi 
8’. Corpo pequeno (média de 2,5 kg), quarto pré-molar superior < 11 mm, procedência de todo o Brasil 
...........................................................................................................................................Leopardus tigrinus 
 
 
 
 
 
 
 
32
 
 
Panthera onca 
 
 
Puma concolor 
 
 
Oncifelis colocolo 
 
 
 
Fonte: Oliveira, 2005 
 Herpailurus yaguarondi 
 
 
Oncifelis geoffroyi 
 
Leopardus pardalis 
 
 
Leopardus tigrinus Leopardus wiedii 
 
 
 33
 
 
 
 
 
Morcegos vampiros 
Os morcegos hematófagos apresentam distribuição Neotropical, com representantes nos EUA. 
Fazem parte da família Phyllostomidae, subfamília Desmodontinae, possuindo três registros fósseis (D. 
draculae, D. archaeodaptes e D. stocki) e três espécies viventes: Desmodus rotundus (EUA à Argentina), 
Diphylla ecaudata (EUA ao Brasil) e Diaemus youngii (Neotropical). 
Esta subfamília caracteriza-se pelas profundas modificações em sua dentição e aparelho digestivo, 
adaptado unicamente para um regime alimentar hematófago. 
Abaixo são indicadas as principais características morfológicas do vampiro comum (Desmodus 
rotundus), servindo para diferenciá-lo das espécies não-hematófagas. 
- Nariz achatado em forma de ferradura; 
- Uropatágio reduzido e com ausência de rabo; 
- Dedo polegar alongado e com três calosidades; 
- Incisivos extremamente afiados e dirigidos em plano antero-posterior; 
- Incisivos e caninos grandes e triangulares, molares quase imperceptíveis; 
- Ausência de linhas faciais e dorsais ou manchas claras nos ombros; 
- O comprimento do antebraço é de 50 a 60 mm e seu peso de 15 a 40 gramas; 
- Coloração dorsal marrom escuro e ventral cinzento claro.Sobre a raiva 
As primeiras pesquisas sobre a raiva bovina relacionavam-se com os surtos ocorridos no Brasil, nos 
anos 1906 e 1907, no estado de Santa Catarina. Em 1911, o Dr. Carini, do Instituto Pasteur de SP, 
observou corpúsculos de Negri em tecido cefálico de um bovino e realizou transposições do vírus (gênero 
Lyssavirus), reproduzindo a raiva em coelho. No ano de 1920, os Drs. Torres e Queiroz indicaram os 
morcegos vampiros como os principais vetores da raiva que, em 1925, foi observada também no gado da 
ilha de Trinidad. Esta enfermidade já representou na América Latina números impressionantes, como a 
morte, somente do Brasil no ano de 1965, de 200.000 cabeças de gado. Atualmente, cerca de 42 milhões 
de cabeças de gado estão sob risco decorrente da possibilidade de surtos de raiva. 
Os primeiros casos de raiva transmitidos por morcegos vampiros a seres humanos foram 
registrados no ano de 1929. A partir daí, a enfermidade é reconhecida por toda a área de distribuição do 
vampiro, dos EUA à Ar ntina. Segundo dados da Fundação Nacional da Saúde, o morcego é a segunda 
 
ge
34
 
espécie transmissora de raiva para humanos em nosso País: cerca de 12% dos casos humanos são 
transmitidos por morcegos. 
Conforme indicado pelo Instituto Pasteur de SP, alguns fatores se repetem nos focos de raiva 
humana, tais como: sua ocorrência em pequenos povoados; mudanças no processo produtivo; presença de 
pequeno número ou ausência de herbívoros; habitações vulneráveis e de difícil acesso aos serviços de 
saúde. Segundo alguns pesquisadores, em certas regiões brasileiras, como nordeste e sudeste, são 
freqüentes os ataques a seres humanos, que na maior parte das vezes não percebem, apesar de 
acordarem com ferimentos e manchas de sangue em seus leitos. 
Hoje, sabe-se que morcegos com outros hábitos alimentares, como os frugívoros e insetívoros, 
podem também portar o vírus da raiva. Nesse caso, a transmissão da doença para animais domésticos e 
humanos ocorre de forma acidental. A predação de morcegos, principalmente por felinos, é um importante 
elo entre o ciclo rural e o ciclo urbano da doença. 
O vírus da raiva já foi isolado em 33 espécies de morcegos do Brasil, ficando evidente a 
necessidade da intensificação de estudos a serem empregados no controle da raiva dos herbívoros e 
humana. Outro aspecto a ser mencionado, refere-se à eficácia das vacinas frente diferentes cepas de 
campo originárias de quirópteros, visto que a literatura menciona a ocorrência de distintos sorotipos do 
gênero Lyssavirus nas diferentes espécies de morcegos. 
Sugere-se que o vírus rábico atua nas populações de morcegos da mesma maneira em que atuam 
outros vírus em outros hóspedes. Assim, nem todos os indivíduos infectados desenvolvem a raiva e 
morrem; uns se recuperam e sobrevivem pela produção de anticorpos detectáveis em seu soro. 
O período de incubação da raiva em Desmodus rotundus, devido à infecção natural não pode ser 
precisado, embora seja de conhecimento que em alguns morcegos inoculados experimentalmente com o 
vírus, esse período variou de 11 a 17 dias. A sintomatologia para raiva experimental em D. rotundus pode 
ser assim descrita: o morcego perde o apetite; tem dificuldade em voar arrastando-se pelo chão; apresenta 
aparente paralisia do maxilar inferior, não mordendo mesmo quando irritado. A paralisia do músculo do 
pescoço não lhe permite levantar a cabeça e fica com o queixo encostado no chão. 
 
Comportamento dos vampiros 
 Os vampiros têm preferência por refúgios escuros, úmidos e muito mal ventilados. Formam 
colônias geralmente com mais de 50 indivíduos, podendo chegar a 2000. Por possuírem hábitos gregários, 
sendo comum o ato social de se lamberem uns aos outros, facilitam a transmissão direta do vírus rábico 
através do contato da saliva de um indivíduo infectado com as feridas de outros. Outra forma de 
transmissão pode ser através do contato boca a boca, já que o vírus pode passar pela mucosa das 
gengivas. 
 35
 
Quando atacam animais domésticos, os morcegos vampiros realizam um corte na pele do animal, 
provocando uma ferida com aproximadamente 0,5 cm2. Com a remoção da pele e com a ação da saliva, que 
contém substância anticoagulante, grande volume de sangue flui (até 200 gramas), no entanto o morcego 
só ingere 15 gramas. Após realizar o ferimento, o morcego encosta o lábio inferior na borda da ferida do 
animal e com a ação da língua e do céu da boca lambem o sangue. Possuem a capacidade de reconhecer 
os indivíduos de cujo sangue se alimentaram anteriormente, retornando várias vezes à mesma presa e 
abrindo o ferimento da noite anterior. 
Das três espécies de vampiros: Desmodus rotundus, Diphylla ecaudata e Diaemus youngii, a 
primeira tem preferência em alimentar-se do sangue de grandes mamíferos, ao passo que as duas últimas 
atacam principalmente aves. 
 
O combate ao vampiro 
No passado, os métodos mais freqüentemente utilizados no controle dos vampiros (p.ex.: fogo, 
dinamite) não levavam à erradicação da raiva. Atualmente, os programas mais eficazes baseiam-se no 
método de controle com anti-coagulante. Para tanto, utiliza-se Clorofacinona, assim como Difacinona e 
Warfarina. Sua aplicação deve ser feita diretamente nos morcegos após captura com redes-de-neblina 
instaladas próximas aos animais comumente atacados. Seu funcionamento está baseado no hábito destes 
animais lamberem-se diariamente, podendo um único animal contaminar vários outros indivíduos. Até que 
seja evidente a completa erradicação do vetor da raiva em áreas extensas, não se recomenda a suspensão 
dos programas de vacinação do gado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36
 
 
 
 
 
De um modo geral, os mamíferos silvestres brasileiros dificilmente são vistos na natureza. Isto se 
deve, principalmente, ao fato de terem hábitos discretos, largamente crepusculares e noturnos. Mesmo 
quando observados, sua identificação pode ser dificultada pela brevidade da visualização, inexperiência do 
observador e pela falta de guias de identificação confiáveis. 
 O principal objetivo de um levantamento de fauna é tentar inventariar as espécies de uma 
determinada área da forma mais fiel possível. É consenso dentre os biólogos, que a maneira mais adequada 
para tanto é o uso de uma miscelânea de técnicas (algumas convencionais e amplamente difundidas, outras 
inovadoras). Dentre os métodos mais utilizados, podemos destacar: a) armadilhas para captura viva, b) 
realização de entrevistas, c) busca de evidências diretas e indiretas, d) armadilhas de pegada, e) análise de 
fezes, f) armadilhas fotográficas, g) visitas à escolas e museus, h) pesquisas bibliográficas. A seguir, serão 
descritos detalhes específicos de cada uma dessas técnicas. 
 
a) Armadilhas para captura viva 
Armadilhas modelos Sherman e Tomahawk 
São amplamente utilizadas por biólogos do mundo inteiro, especialmente para captura de mamíferos de 
pequeno porte, como roedores e marsupiais. O modelo Sherman destaca-se como uma das armadilhas 
mais eficazes na captura de animais vivos. Desenvolvida nos Estados Unidos no ano de 1920 e 
comercializada a partir de 1955, consiste em quatro lâminas de aço inoxidável dobráveis e com sistema 
de disparo por pedal; é leve, fácil de guardar e de transportar em campo, mesmo em grandes 
quantidades. 
 
 
 
 
O modelo Tomahawk foi inventado em 1925 e diferencia-se da anterior por ser fabricado com haste de 
aço galvanizado (modelo gaiola) e mecanismo de molas e travas projetadas para não prejudicar o 
animal capturado. É comercializada em mais de 100 tamanhos e modelos diferentes, o que permite 
serem utilizadas a captura não só de pequenos mamíferos, mas também daqueles de médio e grande 
porte, como algu
 
n
ns carnívoros. 
37
 
 
 
Armadilhas de queda (pitfalls) 
Consiste em baldes plásticos enterradosno solo até sua borda superior, separados um do outro por 
distâncias variáveis (dependendo do objetivo). Tais baldes, que podem variar seu tamanho conforme o 
objetivo do estudo, são conectados por uma lona plástica (drift fence) de um metro ou mais de altura, 
estendida perpendicularmente ao solo de forma a induzir a captura do indivíduo transeunte. São 
utilizados com eficiência no inventário de pequenos roedores e marsupiais, embora possam capturar 
também indivíduos maiores, como tatus, cutias, preás, entre outros. 
 
b
 
 
Redes-de-neblina (mist-nets) 
Redes-de-neblina são instrumentos utilizados há poucas décadas, principalmente em pesquisas 
envolvendo morcegos. Seu surgimento no mercado pode ser considerado uma verdadeira revolução 
metodológica, pois favoreceu o aumento impressionante na possibilidade de obtenção de informações 
antes praticamente inacessíveis. Geralmente são comercializadas em poliéster ou nylon, com fios, 
malhas e dimensões diferentes; são leves e compactas quando não em uso, ou seja, de fácil transporte 
em campo. 
 
 
Redes-de-neblina armadas Rede-de-neblina fechada 
 
 38
 
b) Realização de entrevistasl 
São realizadas normalmente com os moradores locais, nas proximidades das áreas que se quer 
estudar. Para tanto se faz o uso de questionário e exibindo fotografias das espécies de mamíferos de 
provável ocorrência na região, objetivando suas comprovações, bem como levantar aspectos bio-
ecológicos desses animais. 
 
 
c) Busca de evidências diretas e indiretas 
Durante suas atividades, freqüentemente os mamíferos deixam sinais típicos no ambiente que, se 
corretamente interpretados, podem fornecer uma identificação segura do animal que os produziu, além 
de informações sobre sua ecologia. Tais sinais podem ser separados em “evidências diretas” que 
incluem: visualizações, vocalizações, carcaças e animais atropelados, e “evidências indiretas” que 
incluem: pegadas, tocas, fezes, restos de forrageamento, sinais na vegetação e no solo. Cabe destacar 
que os registros visuais, as pegadas e as fezes são, dentre as evidências acima citadas, as que 
fornecem melhores resultados em estudos de levantamento, especialmente quando tratadas por 
métodos complementares, como os descritos nos itens “d”, “e” e “f” do presente tópico. 
 
 
Carcaça Animais atropelados Visualizações 
 
d) Armadilhas de pegada 
Se considerarmos que as pegadas são os sinais mais freqüentemente encontrados e que permitem uma 
identificação da espécie autora bastante confiável, o uso de caixas de areia para maximizar os 
resultados de inventários deve ser, de fato, considerado. Tal método costuma mostrar resultados 
bastante positivos, especialmente no levantamento de animais de difícil visualização na natureza, como 
os carnívoros. Consiste na instalação de “caixas de areias” ou de outro substrato adequado, em 
 39
 
intervalos regulares e capazes de registrar os rastros das espécies. As caixas devem ter tamanho 
uniforme (50 x 50 cm, ou 1 x 1 m ou circulares) e podem ser utilizadas em conjunto com atrativos de 
cheiro ou mesmo iscas. 
Para conhecer algumas pegadas de mamíferos brasileiros veja tópico: “Pegadas de alguns carnívoros 
brasileiros” (pág. 45 desta apostila). 
 
 
Montagem e revisão das estações-de-cheiro. a) Preparação do atrativo; b) estação 
pronta para a amostragem; c) estação visitada por C. thous; d) Detalhe da pegada de 
C. thous. 
 
e) Análise de fezes 
Alguns animais apresentam formato, odor e local de deposição das fezes que possibilitam a 
identificação específica. No entanto, análise de amostras fecais de carnívoros pode ser utilizada como 
método complementar ao inventário da mastofauna local. Para isso as fezes coletadas devem ser secas 
em estufa ou ao sol e triadas manualmente para separação de pêlos dos animais predados e dos 
predadores, bem como outros itens que possam servir na identificação de presas, como ossos. Para a 
identificação dos pêlos podem ser feitas lâminas de impressão de cutícula e lâminas com pêlos 
diafanizados para observação do padrão de medula, em seguida estas lâminas devem ser analisadas 
com o auxílio de um microscópio óptico. 
 
 40
 
 
Lâmina de medula 
Lontra longicaudis 
Lâmina de cutícula 
Leopardus tigrinus 
Lâmina de medula 
Nectomys squamatus 
 
f) Armadilhas fotográficas 
São usadas com grande sucesso em estudos de amostragem de mamíferos de médio e grande porte, 
podendo ser considerado uma evidência direta por trazer informações como data, hora, local da 
atividade e em alguns casos, individualizando o animal através de sinais externos como cicatrizes e 
características particulares. Assim, podem ser utilizada para estudos de monitoramentos de status, 
tendência populacional, densidade e abundância de espécies. Funciona por meio de um circuito de 
presença acionado por movimento, que automaticamente é ativado ao captar a presença de um animal. 
Os equipamentos devem ser instalados em locais cuidadosamente escolhidos em campo por 
apresentarem fatores que proporcionem maior obtenção de registros (p.ex.: fonte de alimento e água, 
carreiros de animais, etc) e garantam a segurança ao equipamento. 
 
 
 
 
g) Visitas à escolas e museus 
O colecionamento de animais mortos e fixados em álcool em unidades de ensino, na intenção de que 
sejam úteis aos professores de ciências e biologia, é bastante comum em todo o Brasil. Quando estas 
instituições estão localizadas nas proximidades da área que se quer amostrar, a identificação desses 
animais por especialistas pode funcionar como uma rica fonte de informações sobre a mastofauna local. 
Outro passo importante em qualquer levantamento de mamíferos é a consulta aos acervos 
museológicos que detenham exemplares oriundos da região de interesse. A lista gerada por esses 
dados costuma ser bastante significativa. 
 
 
 
 41
 
h) Pesquisas bibliográficas 
A pesquisa bibliográfica, levantamento bibliográfico ou revisão da literatura destaca-se como uma das 
fases mais importantes em qualquer estudo científico. Assim, para se conhecer os mamíferos de uma 
região, o primeiro passo a ser tomado é investigar o que se tem publicado sobre eles, seja na forma de 
trabalhos científicos e de divulgação, relatórios técnicos, resumos de congressos, etc. Nesta etapa, o 
pesquisador pode fazer o uso de banco de dados disponíveis na Internet ou bibliotecas (p.ex.: Biological 
Abstract, Zoological Record), acervos de órgãos ambientais e ONGs, documentos oficiais, dentre outras 
fontes de dados. 
 
Alguns métodos de marcação de mamíferos 
 Projetos de inventário e especialmente de monitoramento de mamíferos requerem a utilização de 
marcações permanentes ou temporárias de alguns indivíduos ou populações. Este tipo de procedimento, 
além de facilitar a identificação dos animais, permite obter parâmetros para análise da dinâmica 
populacional, estimando: o período e a área de vida das espécies, as taxas de natalidade, mortalidade e 
reprodução, a densidade e até mesmo o tamanho populacional. 
 Para alcançar tais objetivos, por vezes os biólogos se deparam com questões éticas e funcionais 
relacionadas à marcação, ou seja: “a técnica deve ser ao mesmo tempo eficiente e não causar injúria ao 
animal marcado”. Antes de iniciar a pesquisa, as seguintes questões devem ser consideradas: 1) até que 
distância a marca é visível; 2) há ou não necessidade da identificação individual; 3) o tamanho, a forma e os 
hábitos da espécie alvo; 4) o número de animais que devem ser marcados; 5) o período que a marca deve 
manter-se funcional; 6) o efeito da marca na sobrevivência, comportamento e reprodução do animal 
marcado; e 7) os objetivos do estudo. Com base nisso será possível selecionar o melhor tipo de marcação 
para cada caso, podendo esta ser: a) permanente, b) semipermanente ou c) temporária,a saber: 
 
a) Marcações permanentes 
As mais comuns marcações permanentes utilizadas em mamíferos são: tatuagens, sinais feitos com 
nitrogênio líquido ou com ferro quente, e alguns tipos de procedimentos cirúrgicos, como a amputação 
de extremidades (normalmente dedos), furos na orelha ou outras membranas. 
Embora o corte de dedos possa ser utilizado numa variedade de mamíferos, seu uso é mais indicado 
para pequenos roedores e marsupiais, e somente quando não há opção de aplicação de uma outra 
técnica menos injuriante. Alguns dos cuidados necessários são: limpeza e anestesia da região a ser 
amputada, antes e após o procedimento; uso de instrumentos de corte limpos e bem afiados; 
aplicação de uma solução anti-séptica logo após o corte. Tais cuidados devem ser também adotados 
quando do corte ou perfuração de orelhas e outras membranas. 
 42
 
Cabe salientar que algumas vezes as perfurações podem gerar dúvidas de interpretação, sendo 
confundidas com detalhes naturais e ferimentos sofridos pelos animais. 
 
 
Marcação do nitrogênio líquido Marcação do tatuagem 
 
b) Marcações semipermanentes 
Incluem-se aqui uma série considerável de artefatos de marcação, como colares, anilhas metálicas e 
plásticas (numeradas ou não), e brincos, todos com grande variação de formas e cores, dependendo 
da espécie alvo do estudo. Tanto colares quanto anilhas podem ser fabricados com uma tinta colorida 
(Organic light emitting diodes) que permite sua identificação individual noturna. Brincos são geralmente 
redondos ou retangulares, com números e cores que permitem a determinação segura do indivíduo 
marcado. 
O uso de anilhas numeradas na marcação de morcegos é amplamente difundido ao redor do mundo, 
sendo sua aplicação relativamente simples. Os brincos têm sido utilizados com freqüência no estudo 
de outros mamíferos terrestres, especialmente roedores e marsupiais. 
 
 
Anilhas para morcegos Brincos para roedores e marsupiais 
 
c) Marcações temporárias 
Este tipo de marcação costuma permanecer no animal por menos de um ano, sendo, em geral, 
utilizada em estudos de curta duração ou que possibilitem uma alta taxa de recaptura – permitindo 
assim recompor as marcas gradualmente perdidas. Normalmente são feitas com produtos químicos, 
como tintas especiais, que desaparecem do tecido do animal após períodos curtos de tempo. 
 
 43
 
 
Animal marcado com tinta 
 
Manipulação de mamíferos 
 A manipulação dos animais capturados em campo deve ser feita da forma mais rápida e eficiente 
possível. Para tanto, é necessário um planejamento prévio da metodologia a ser empregada, levando em 
consideração a segurança das pessoas envolvidas e o bem estar do animal. 
 A captura com laços e redes para animais de médio e grande porte podem ser usadas, desde que 
exista pessoal habilitado suficiente para o serviço; entretanto, a anestesia ou sedação do animal, requer um 
veterinário especializado. A retirada de mamíferos de pequeno porte de armadilhas pode ser feita com a 
transferência dos animais para sacos (plásticos ou de algodão), caixas de contenção ou com o auxílio de 
luvas raspa de couro. O uso de luvas para segurar os animais deve ser obrigatório mesmo para animais 
pequenos, dado o risco de mordidas e transmissão de doenças. 
 Nunca se deve colocar dois ou mais animais em um mesmo local de contenção, a menos que 
façam parte de um mesmo grupo familiar e que não apresentem sinais de agressividade uns para com os 
outros. 
 Durante a manipulação, deve-se ter o cuidado de manusear o animal com calma, sem movimentos 
bruscos, mesmo em caso de mordidas. Não apertar muito os animais pequenos quando estes oferecerem 
resistência, pois a pressão sobre o tórax pode ocasionar parada respiratória podendo levar a óbito. O 
estresse durante a manipulação é sempre imprevisível, por isso, quando o animal estiver muito agitado, 
deve-se ter o cuidado de não permanecer muito tempo com o mesmo, liberando-o o mais rápido possível 
(se for o caso), evitando assim, a morte por fibrilação do coração. 
 Após a captura, feitos os procedimentos necessários e pretendendo-se reter o animal (por muito 
ou pouco tempo), é necessário mantê-lo em local adequado, proporcionando as melhores condições 
possíveis, com o mínimo de movimentação e barulho. Variações de temperaturas podem causar doenças, 
estresse desnecessário e até mesmo a morte, portanto, um local com temperatura ambiente (exceto em 
locais muito frios) e constante é o ideal. Manter o animal com boa alimentação e hidratação é 
imprescindível, por isso, deve-se investigar os alimentos usados pela espécie na natureza. 
 Para animais que permaneceram muito tempo acondicionado o tratador, preferencialmente, deve 
ser o mesmo, pois isso ajuda a evitar o estresse. Visitas de pessoas estranhas devem ser evitadas, e 
quando necessárias devem ser feitas em companhia do tratador. 
 44
 
 
Manejo de mamíferos silvestres em cativeiro 
 O contato dos animais com humanos deve ser limitado ao mínimo possível. Deste modo, devem 
permanecer próximo aos recintos apenas as pessoas indispensáveis ao seu funcionamento. Os animais 
devem ficar o mais isolados possível, visual e acusticamente, tanto de pessoas como de veículos. Sempre 
que possível o mesmo funcionário deverá fazer as atividades de higienização do recinto e alimentação dos 
espécimes. Este mesmo cuidado deverá ser tomado durante os procedimentos clínicos. 
Cuidados básicos devem ser tomados ao se colocar um animal em um recinto, como: separá-los por 
tamanho e espécie; evitar a proximidade de presas e predadores; fornecer sol e sombra em todos os 
recintos; e, na suspeita de doença, isolar o animal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 45
 
 
 
 
 
 Os carnívoros terrestres são de difícil visualização na natureza, muitas vezes o registro dessas 
espécies em uma determinada área é realizado com base em pegadas. As pegadas são os sinais mais 
freqüentemente encontrados e de interpretação mais confiável. Além de fornecerem uma identificação 
precisa, muitas vezes em nível de espécie, os rastros podem auxiliar em estudos de estimativas 
populacionais, de territorialidade, de densidades relativas, de períodos de atividades, de movimentos e até 
em estudos sobre predadores. 
 
 
Medidas padrões para análise de pegadas Topografia dos rastros de um mamífero digitígrado 
 
 
 
Lycalopex vetulus 
Raposinha 
Chrysocyon brachyurus 
Lobo-guará 
Cerdocyon thous 
Cachorro-do-mato 
 
Pseudalopex gymnocercus 
Cachorro-do-cam 
Herpailurus yaguarondi 
Gato-mourisco 
Puma concolor 
Puma 
 
po
46
 
 
 
Leopardus pardalis 
Jaguatirica 
Leopardus tigrinus 
Gato-do-mato-pequeno 
Oncifelis colocolo 
Gato-palheiro 
 
Leopardus wiedii 
Gato-maracajá 
Panthera onca 
Onça pintada 
Nasua nasua 
Quati 
 
Eira barbara 
Irara 
Conepatus spp. 
 Zorrilho / Cangambá 
Galictis spp. 
Furão 
 
 
 
Procyon cancrivorus 
Mão-pelada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 47
 
 
 
 
 
 O crescimento da populaçõe humana juntamente com o aumento na demanda dos recursos 
naturais tem incentivado a conversão de áreas naturais (ainda que relativamente pequenas) para 
agricultura, pecuária e até mesmo centros urbanos. Assim, uma pequena porção territorial do planeta é 
dedicada à conservação do ecossistema e à proteção e defesa da diversidade biológica. Em conseqüência, 
algumas espécies estão sendo forçadas a habitar ambientes antropizados e a coexistir com animais 
domésticos. 
 Tendo em vista que a predação é um hábito natural, fundamental para a manutenção da 
biodiversidade e dos processos ecológicos, alguns mamíferos, principalmente da ordem Carnívora, por 
vezes acabam predando animais domésticos. Não são poucos os casos emque a predação se transforma 
em um conflito, que gera perdas de animais domésticos e de carnívoros silvestres. Por esse motivo, os 
carnívoros têm sido perseguidos mundialmente e suas populações naturais apresentam-se extremamente 
reduzidas. 
 O Brasil ainda não possui uma política nacional de manejo adequada para lidar com o problema de 
predação à criações domésticas. Autoridades governamentais (nacionais e estaduais) têm registrado um 
grande número de casos de predação de animais domésticos envolvendo onças. Porém, a falta de 
profissionais treinados e as falhas nos sistemas de registro de ocorrência têm impedido a realização de 
ações eficazes. Produtores rurais acabam “resolvendo” os problemas por seus próprios meio, ocasionando 
a morte desnecessária de predadores, apenas pela possibilidade de que estes possam causar problemas às 
criações domésticas. Algumas alternativas de eliminar esses animais podem apenas deixá-los feridos, o que 
geralmente os torna mais agressivos e algumas vezes incapacitados de caçar normalmente, levando-os a 
buscar presas mais fáceis, como animais domésticos. 
 A correta identificação do predador é um passo importante na determinação do(s) método(s) de 
controle adequado, pois este dependerá das características da espécie em questão. Os mamíferos 
silvestres, por terem hábitos crepusculares e noturnos, dificilmente são vistos durante o evento da predação, 
no entanto, freqüentemente deixam rastros típicos que podem fornecer informações sobre a sua espécie. O 
tamanho e o tipo da presa também fornecem uma boa idéia do predador. Animais de grande porte como 
eqüinos e bovinos são predados quase que exclusivamente pela onça-pintada. O puma, por sua vez, preda 
mais animais jovens, usualmente potros e bezerros (de recém nascidos a um ano e meio), além de ovinos e 
caprinos (de todas as idades). As criações de porte médio, como ovelhas e cabras, também podem ser 
atacadas por chorros-do-mato e cachorros domésticos (que causa danos consideráveis). A predação de 
 
ca
48
 
galináceos pode ser realizada pelas espécies acima citadas, pelo lobo-guará e jaguatirica, além de outros 
mamíferos de menor porte como os furões, gambás, gatos do mato, iraras, lontras, mãos-pelada, quatis e 
zorrilhos. 
 As difilculdades na identificação do predador são muitas, já que os padrões de predação e 
alimentação variam entre os indivíduos e se sobrepõem muito entre as espécies. Como vários predadores 
coexistem, é possível que mais de uma espécie possa ter utilizado a carcaça. É importante ressaltar que o 
fato de um animal alimentar-se de uma carcaça não significa que ela a tenha predado. Muitas vezes os 
animais domésticos têm morte natural, por doença, parasita, picada de cobra, ou até mesmo tenham 
nascido mortos por alguma razão. Entretanto, caso a sua carcaça tenha sido encontrada por qualquer um 
dos predadores, provavelmente tenha sido usada por ele. Muitas vezes fazem-se necessárias a correlação 
de vários fatores para chegar na correta identificação da espécie do predador, sendo que em alguns casos a 
identificação precisa pode não acontecer. 
 
Aspectos a serem observados: 
1. Verificar se o animal morreu por predação ou por outros motivos, tendo apenas sido consumido e não 
predado. Isto pode ser realizado pela atenta procura por perfurações de caninos na região da nuca ou da 
garganta, para este procedimento é indicado a remoção da pele na região, onde deve ser procurada a 
presença ou não de perfurações e/ou lacerações da pele pelo lado interno. No caso de filhotes recém-
nascidos é interessante verificar se as patas destes indicam se foram utilizadas e se existem sinais de 
alimento no estômago dos mesmos, o que indicará se nasceram vivos ou não. 
2. Determinar o tamanho e a espécie da presa, se esta foi ferida ou não (quanto maior o dano, menor o 
tamanho do predador em relação a presa). 
3. Verificar atentamente toda a carcaça por partes. 
a. Cabeça: crânio esmagado ou não, posição da cabeça voltada para trás ou não; 
b. Corpo: quais as partes consumidas e quanto; estomago e intestino removidos intactos ou 
não, consumidos ou não. 
c. Garganta e nuca: verificar a distância entre as marcas dos caninos, preferivelmente pelo 
lado interno da pele. 
4. Deverão ser feitas observações detalhadas do local onde se encontra a carcaça, verificando se o local do 
é o mesmo do evento da predação e do consumo, a distância entre um local e outro, se a mesma estava 
coberta ou não. 
5. Analisar e medir os vestígios deixados pelo predador no local do ataque. É importante lembrar que os 
vestígios encontrados podem ser influenciados por vários fatores. Além da variação específica, fatores como 
idade e sexo do animal, velocidade de locomoção e quaisquer deformações físicas podem influenciar na 
 49
 
apresentação das pegadas no solo. A idade das pegadas também é um fator importante, sendo que quanto 
mais velhas elas forem, mais terão sofrido com as intempéries. A natureza do solo também influencia na 
formação das pegadas. 
6. Verificar quaisquer outros vestígios que possam auxiliar na identificação do predador, como pêlos, fezes 
ou marcas. 
 
Características da carcaça predada 
Onça-pintada Puma Cachorro-doméstico 
Presas de grande porte: eqüinos e 
bovinos 
Presas de médio porte: cabras, 
ovelhas, bezerros e potros (recém-
nascidos a um ano e meio) 
Presas de pequeno e médio porte. 
Morte da presa se dá pela quebra do 
pescoço, decorrente do impacto da 
queda da mesma. Mordida na base 
do crânio ou área da nuca. 
Rompimento das vértebras cervicais. 
Muitas vezes deixa visível a marca 
das unhas. 
Mata por sufocamento, com uma 
mordida na garganta. Muitas vezes 
deixa visíveis as marcas das garras 
nos ombros e dorso da presa. 
Arranca a pele da cabeça e do 
dorso, morde as orelhas, focinho e 
patas. Na maioria das vezes não 
mata o animal. 
Começa se alimentar pela face e 
pescoço e então a região peitorais. É 
comum que as partes posteriores 
sejam deixadas intactas. 
A alimentação si inicia após as 
costelas e inclui a musculatura das 
patas posteriores, quase sempre 
pela porção ventral. 
Geralmente não chega a se 
alimentar do animal. 
O estômago e o intestino são 
separados da carcaça, sendo que o 
coração e o fígado podem ser 
comidos. 
Também separa as vísceras da 
carcaça, geralmente sem perfurar o 
estomago e o intestino. 
 
Pode arrastar a presa por até 1,5 km 
para locais com vegetação densa, 
para proteção contra outros 
predadores. 
Geralmente cobre a presa com 
folhas secas para posterior 
alimentação. 
Alimenta-se no local ou arrasta a 
presa a curtas distâncias. 
Necessita se locais com 
disponibilidade de água e cobertura 
vegetal densa. 
Tendência a permanecer em locais 
mais secos. 
Tende a evitar locais alterados ou 
com influência antrópica. 
Adapta-se mais facilmente e 
ambientes alterados e antropizados. 
Facilmente adaptável a todos os 
tipos de ambiente. 
 
Cachorros-do-mato: as carcaças de ovelhas apresentam mordidas em várias partes do corpo, 
incluindo marcas na região das patas. Suas pegadas parecem com as de um cachorro doméstico, porém 
menor e um pouco mais alongada. 
Outras espécies: a predação das demais espécies ocorre principalmente em galinhas, o que faz 
com que muito pouco ou nada reste para a análise da carcaça. A melhor forma de identificar o predador é 
por meio dos rastros deixados ou tocaias. 
 
 
 50
 
 
 
 
 
 
 Define-se animais sinantrópicos àqueles que se adaptaram a viver junto ao homem, à despeito da 
vontade deste. Difere dos animais domésticos, os quais o homem cria e cuida com as finalidades de 
companhia (cães, gatos, pássaros, etc.), produção de alimentos ou transporte (galinha, boi, cavalo, porcos, 
etc.). Os mamíferos sinantrópicos mais comuns são roedores exóticos (rato do esgoto,ratazana e 
camundongo), morcegos e em algumas cidades os gambás. Destacam-se dentre os animais sinantrópicos, 
aqueles que podem transmitir doenças ou causar agravos à saúde do homem ou outros animais presentes 
nas cidades. 
 
 
Roedores 
 
Hábitos 
 São animais de hábitos noturnos por ser este o período mais seguro saírem de seus abrigos à 
noite, à procura de alimento, encontrando principalmente no lixo doméstico. Escolhem comidas que estão 
em condições de serem ingeridas, pois, através do seu olfato e paladar apurados separam os alimentos de 
sua preferência e ainda não estragados. São considerados onívoros e se alimentam de tudo o que serve de 
alimento ao homem. 
 Nas áreas urbanas encontramos três espécies de ratos: 
_ Rattus norvegicus, conhecido como ratazana ou rato de esgoto, é a maior das três espécies. Abrigam se 
em tocas que cavam na terra, em terrenos baldios, nas margens dos córregos, em lixões, sistemas de 
esgotos, bueiros, etc. 
_ Rattus rattus, conhecido como rato de telhado, rato de forro ou rato preto, caracteriza-se por possuir 
grandes orelhas e cauda longa. Como o próprio nome já diz, costuma habitar locais altos como sótãos, 
forros e armazéns, descendo ao solo em busca do alimento e raramente escavam tocas. 
_ Mus musculus, popularmente chamado de camundongo, é o de menor tamanho entre as três espécies 
urbanas. De hábito preferencialmente intradomiciliar, costuma fazer seus ninhos dentro de armários, fogões 
e despensas. Tem comportamento curioso, sendo facilmente capturados em ratoeiras. 
 
 
 
 
51
 
Ciclo de vida 
 A vida média de um rato é de um ano. À partir do 3º mês de vida já podem procriar, sendo que o 
tempo de gestação é de 19 à 22 dias e o número de filhotes por cria é de 5 à 12, na dependência da 
espécie e da oferta de alimento e abrigo. Vivem em média de 1 à 2 anos. 
 
Importância para a saúde 
 Os ratos têm papel importante na transmissão de várias doenças como a leptospirose, a peste 
bubônica, o tifo murino e a hantavirose, entre outras. 
 
Medidas Preventivas 
 A presença de ratos num local pode ser verificada por meio da observação dos seguintes sinais: 
_ fezes: sua presença é um dos melhores indicadores de infestação. As fezes podem facilitar a identificação 
da espécie presente; 
_ trilhas: tem a aparência de um caminho bem batido com 5 à 8 cm de largura, sendo encontradas 
geralmente nas proximidades de muros, junto às paredes, atrás de materiais empilhados, sob tábuas e em 
áreas de gramados; 
_ manchas de gordura: deixam em locais fechados por onde passam constantemente, como por exemplo 
nas paredes; 
_ roeduras: os ratos roem principalmente materiais como madeira, cabos de fiação elétrica, embalagens de 
alimentos para gastar sua dentição e como forma de transpor barreiras para alcançar os alimentos; 
_ tocas: são encontradas junto aos solos, muros, entre plantas, e normalmente indica infestação por 
ratazanas; 
 
 A prevenção é possível por meio da adoção de um conjunto de medidas que chamamos de 
antiratização: 
_ acondicionamento correto do lixo: dentro de sacos plásticos, em latas com tampas apropriadamente 
fechadas e limpas periodicamente, de preferência sobre estrado, para que não fiquem diretamente em 
contato com o solo; 
_ dispor o lixo na rua somente na hora que o coletor passa para recolher; 
_ nunca jogar lixo a céu aberto ou em terrenos baldios; 
_ acondicionamento correto dos alimentos; 
_ inspecionar periódica e cuidadosamente caixas de papelão, caixotes, atrás de armários, gavetas, e todo 
tipo de material que adentre ao ambiente e possa estar servindo de transporte ou abrigo à camundongos; 
_ vedar frestas ou vãos que possam servir de porta de entrada aos ratos para os ambientes internos; 
 52
 
_ colocar telas (com menos de 1 cm de vão de diâmetro), grelhas, ralos do tipo “abre-fecha”, sacos de areia 
ou outros artifícios que impeçam a entrada desses animais através de ralos e encanamentos ou outros 
orifícios; 
_ evitar o acúmulo de entulho ou materiais que possam servir de abrigo aos ratos; 
_ manter terrenos baldios limpos e murados; 
_ manter limpas as instalações de animais domésticos e não deixar a alimentação exposta onde os ratos 
possam ter acesso, principalmente à noite; 
_ vistoriar e manter limpos garagens e sótãos; 
_ de importância fundamental é a educação da comunidade envolvida, isto é, mudar costumes e hábitos das 
pessoas como: jogar restos de alimentos, entulhos, papéis nas ruas, terrenos baldios, bueiros, espaços 
vazios em locais públicos, etc. 
 
 
Morcegos 
 
Hábitos 
 Os morcegos geralmente saem de seus abrigos ao entardecer ou no início da noite e se 
comunicam e voam orientados por sons de alta freqüência, além de utilizarem também a visão e o olfato. Os 
morcegos em geral ficam abrigados durante o dia em locais como: cavernas, ocos de árvore, edificações 
(juntas de dilatação de prédios, porões, sótãos, cumeeiras sem vedação), folhagens, superfície de troncos, 
etc). Muitas vezes, os morcegos insetívoros utilizam edificações como abrigo diurno e saem ao entardecer 
para se alimentar. Alojam-se preferencialmente em cumeeiras, nos espaços estreitos entre o telhado e 
madeiramento, entre telhado e as paredes, nas juntas de dilatação dos prédios, nas caixas de persianas, 
em chaminés, nos dutos de ventilação, entre outros. Os morcegos nectarívoros abrigam-se em espaços 
mais amplos como sótãos, porões, e outros compartimentos pouco freqüentados. Os frugívoros abrigam-se 
geralmente sob as folhagens das árvores. 
 
Ciclo de vida 
 Como todo mamífero, os filhotes dos morcegos são gerados dentro do útero de suas mães. 
Apresentam uma gestação de 2 a 7 meses, dependendo da espécie, e, geralmente, um filhote por gestação. 
Logo após nascer, algumas mães costumam carregar seus filhotes em vôos de atividade noturna. Nos 
primeiros meses, os filhotes são alimentados com leite materno e, gradativamente começam a ingerir o 
mesmo alimento dos adultos. Os morcegos insetívoros, habitualmente, possuem um pico de reprodução que 
ocorre no período mais quente do ano (primavera e verão), quando os insetos são mais abundantes, já no 
 53
 
caso dos frugívoros, a reprodução está associada à frutificação das plantas que lhes servem de alimento, 
ocorrendo em diferentes épocas do ano. Os morcegos tem uma expectativa de vida alta, variando de 10 a 
30 anos (algumas espécies insetívoras). 
 
Importância para a saúde 
 Todos os morcegos, independente do seu hábito alimentar, podem morder se forem 
indevidamente manipulados ou perturbados. Se estiverem contaminados, podem transmitir a raiva que é 
uma doença sempre fatal, na ausência de tratamento apropriado. Portanto, deve-se evitar o contato direto 
com estes animais. Cabe ressaltar que os morcegos também adquirem a raiva e podem apresentar 
mudanças em seu comportamento, como: atividade alimentar diurna, hiperexcitabilidade, agressividade, 
tremores, falta de coordenação dos movimentos, contrações musculares e paralisia, vindo a óbito. 
 Podem ser encontrados nos morcegos ou em suas fezes (acumuladas nos abrigos diurnos), vários 
agentes patogênicos (vários tipos de bactérias, fungos e vírus). Entre estes, podemos citar a presença de 
fungos, os quais se desenvolvem nas fezes de aves e morcegos, e que podem causar a histoplasmose 
(infecção respiratória). 
 
Medidas Preventivas 
 Nunca se deve tocar nos morcegos que eventualmente entrem em casa ou apareçam caídos no 
jardim, visto que os morcegos, para se defender, podem morder. 
 A presença de morcegos em edificações, principalmente de insetívoros, pode ocasionar acúmulo 
de fezes, causando odores desagradáveis e característicos além de poder causar doenças como as citadas 
acima. Deve-se, portanto, vedar juntas dilatação de prédios, espaços existentes entre telhas e parede, bem 
como cumeeiras; colocar vidros e portas em porões, enfim, dar manutenção adequadaa esses locais para 
evitar que estes sirvam de abrigo para morcegos. Depois da vedação, as fezes existentes no local deverão 
ser umedecias, removidas e acondicionadas em saco de lixo, por pessoa protegida com luvas e máscaras 
ou pano úmido sobre o nariz e a boca. No caso de residências ou ruas muito arborizadas, é comum 
encontrarmos morcegos frugívoros à procura de alimento, sendo que muitas vezes estes animais dão vôos 
rasantes à procura de frutos. Como medida preventiva colher, se possível, os frutos maduros e evitar que 
pessoas permaneçam na rota de vôo dos morcegos, visto que após a época de frutificação, os mesmos irão 
para outros locais. Nos novos projetos paisagísticos, escolher árvores que não sejam atrativas para a 
alimentação desses animais. 
 No caso de ocorrer um acidente onde a pessoa entrou em contato com o morcego, deverá 
procurar orientação médica. 
 
 54
 
 
 
 
As informações abaixo foram obtidas no 1º Relatório Nacional 
sobre o Tráfico de Animais, produzido e publicado pela Renctas em 
2001 http://www.renctas.org.br/pt/trafico/rel_renctas.asp 
 
 
 Como agravante às atuais pressões ambientais que causam a extinção das espécies, está o 
comércio ilegal de animais silvestres, considerado o terceiro maior tráfico do mundo, atrás apenas do tráfico 
de drogas e de armas. 
 Alguns mamíferos silvestres tiveram e ainda tem (em menor escala) suas peles e couros como 
objeto de comércio para atender ao mercado de moda europeu. Além disso, a caça e o consumo excessivo 
de mamíferos cinegéticos, aliado ao desejo de possuir animais exóticos estimula o comércio e o 
contrabando da fauna. Atualmente, cerca de 12 milhões de animais são retirados por ano do seu ambiente 
natural, sendo, por vezes, encaminhados ilegalmente para o exterior ou acabam se tornando animais de 
estimação dentro do próprio país. 
 Os valores obtidos por cada exemplar de mamífero silvestre variam, podendo chegar à cifra de 
milhares de dólares no comercio internacional, como visto na tabela 4. 
 
Tabela 4 – Valores de alguns animais silvestres no comercio internacional 
Espécie Nome popular Valor em US$ a unidade 
Callithrix geoffroyi Sagüi-da-cara-branca 5.000,00 
Leopardus pardalis Jaguatirica 10.000,00 
Cacajao calvo Uacari 15.000,00 
Leontopithecus rosalia Mico-leão-dourado 25.000,00 
 
 As figuras abaixo ilustram a representatividade dos mamíferos nas apreensões do IBAMA nos 
anos de 1999 e 2000 (fonte IBAMA). 
3%
82%
1%
14%
Répteis Aves Mamíferos Outros 
 
 
55
 
 
 
 
O Governo Federal, através do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis (IBAMA), é responsável, juntamente com os institutos ambientais regionais e as polícias 
florestais, pela fiscalização e combate ao tráfico de animais silvestres. Assim, em casos de flagrantes que 
resultem na apreensão da fauna, os espécimes vivos apreendidos deverão ser devolvidos aos seus hábitats 
naturais ou entregues a jardins zoológicos, fundações ou entidades semelhantes. Centros especializados 
para recebimento destes animais já existem nos Estados da Amazônia, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, 
Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina. 
Levando-se em consideração as perdas, estima-se que em apenas uma década foram retirados 
mais de meio milhão de primatas só da região Amazônica. Cerca de 20% de todos os primatas 
comercializados pertencem às espécies do Novo Mundo, em especial das famílias Cebidae e Callithrichidae. 
Entre todos os animais comercializados nas Américas, 95% são espécies que ocorrem no Brasil. As 
principais espécies usadas para pesquisas biomédicas no final dos anos 70 e início dos 80 incluíam os 
micos-de-cheiro (Saimiri sp), macacos-da-noite (Aotus sp.), macacos-prego (Cebus sp.), micos (Callithrix sp. 
e Saguinus sp.) e o sagüi-de-tufo-branco (Callithrix jacchus). Com exceção do sagüi-de-tufo-branco, todos 
os primatas acima são obtidos quase que exclusivamente na natureza. 
Embora o comércio de primatas tenha decrescido significativamente devido ao maior controle e 
restrição ao comércio por parte dos países exportadores, e pelo controle sanitário dos países importadores, 
o Brasil, junto com as Guianas e o Peru, ainda é um dos principais fornecedores espécies neotropicais. 
 56
 
Apesar da redução do comércio legal de primatas, o ilegal continua mesmo um pequeno comércio vai afetar 
as espécies raras, vulneráveis ou ameaçadas, que sofrem também com a perda e alteração do habitat. 
Zoológicos, circos e outros shows viajantes são atividades antigas que têm contribuído para a 
demanda mundial de primatas. Estimulam um setor relativamente pequeno do comércio, mas de grande 
importância em relação à captura de espécies ameaçadas, pois a maioria dos animais mantidos por eles é 
capturada em vida selvagem. 
 Os carnívoros também têm destaque entre os mamíferos, pois são os produtores das peles mais 
apreciadas. Nas décadas de 50 e 60, a demanda de peles de carnívoro tropical foi tão acentuada, que 
várias espécies tiveram suas populações reduzidas a níveis alarmantes. 
 A lontra, Lontra longicaudis, tem sua pele considerada densa e luxuosa e tem sido caçada 
excessivamente ao longo dos séculos. Entre os anos de 1980 a 1984, entraram no mercado mundial mais 
de 63 mil peles de lontra. Apesar de ter diminuído substancialmente nas últimas décadas, a caça para o 
comércio ilegal ainda é um fator que ameaça a espécie. A ariranha, Pteronura brasiliensis, também sofre 
grande pressão de caça por sua pele, que tradicionalmente é a mais valiosa entre todas as lontras. A maior 
demanda dessas peles é para atender ao mercado de moda europeu. 
 Os felinos têm sido caçados por suas peles, presas, garras e outras partes. Na América Latina o 
maior comércio gira em torno de quatro espécies de pequenos felinos: jaguatirica (Leopardus pardalis), 
gatos do mato (L. tigrinus e Oncifelis geoffroyi) e maracajá (L. wiedii); e de uma espécie de grande felino: a 
onça-pintada, Panthera onca. 
 De 1968 a 1970, foi estimado o comércio de 1,4 milhão de peles de pequenos felinos no mercado 
mundial, uma média aproximada de meio milhão de peles por ano. A negociação de pequenos felinos tem 
sido marcado por excessiva caça ilegal e contrabando, especialmente as espécies latino-americanas. A 
onça teve grande demanda comercial no meio da década de 1960, quando caçadores e traficantes tiravam 
mais de 15 mil peles da Amazônia brasileira por ano. No final dessa década era possível comprar um 
casaco de pele de onça em Nova Iorque por US$ 20,000. 
 Hoje em dia, apesar de o comércio documentado de felinos e suas partes ser mínimo, a atividade 
ilegal ainda é uma séria ameaça à sobrevivência das espécies, que também sofrem com a perda de habitat. 
Enfim, a caça ilegal continua em vários países da América Latina devido aos altos preços de suas peles. 
 
Conseqüências do Tráfico 
1 - Sanitária - Quando os animais são comercializados ilegalmente, não passam por nenhum controle 
sanitário, podendo transmitir doenças graves, inclusive desconhecidas, para as criações domésticas e para 
o homem, acarretando sérias conseqüências sanitárias para o país importador. 
 57
 
 As zoonoses mais comuns que podem ser transmitidas pelos mamíferos silvestres têm como 
principais agentes os primatas, sendo: febre amarela, capilariose, equinostomíase, esofagostomíase, 
esparganose, febre de mayaro, hepatite A, herpes simples, malária dos primatas, bertelíase, tuberculose, 
shigelose, salmonelose, toxoplasmose, raiva, entre outras. 
 Com base na evidência de que a mordida de primatas pode transmitir raiva e outras doenças, os 
EUA baniram oficialmente todas as importações desses animais para serem utilizados como bichos de 
estimação. Alguns países europeus adotaram a mesma medida por razões de saúde. 
 Já são conhecidos mais de 180 tiposde doenças que podem ser transmitidas dos animais para os 
seres humanos; e comprar um animal comercializado ilegalmente traz uma série de riscos. A situação de 
estresse que esses animais passam durante a comercialização pode levar à queda de resistência 
imunológica e desenvolvimento de doenças, tornando-os portadores de agentes infecciosos dentro das 
residências. 
 
2 – Econômica / Social - O comércio ilegal de animais silvestres pode ser também economicamente 
devastador, pois movimenta uma quantia incalculável na economia ilegal do país, sem deixar parcela 
alguma para os cofres públicos. Além disso, há uma importância econômica da fauna silvestre ao atuar no 
controle de pragas agrícolas. Se considerarmos os custos e tempo gastos, os animais silvestres atuam 
muito melhor no combate às pragas do que os métodos artificiais, como inseticidas e outros. 
 Os benefícios econômicos das espécies, por si só, respondem por cerca de 4,5% do Produto 
Interno Bruto dos EUA, com valor anual, durante a década de 70, de 87 bilhões de dólares. A fauna também 
é um recurso utilizado no turismo ecológico, que movimenta mundialmente cerca de 12 bilhões de dólares a 
cada ano. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente do Brasil, só a região Amazônica tem potencial 
turístico que pode render aos cofres plúblicos 13 bilhões de dólares por ano. 
 Em geral, quem lucra com o comércio ilegal são as grandes empresas que utilizam produtos da 
fauna silvestre e os grandes traficantes. A população vende esses animais e seus produtos a preços 
mínimos, que depois alcançam altos valores nos mercados internacionais. Um caçador vende um couro cru 
a US$ 2 a peça a um intermediário, este a vende a US$ 4 para os curtumes, que vendem a peça por US$ 6. 
O couro depois de curtido no mercado internacional é vendido a US$ 10 e um sapato fabricado com esse 
couro pode chegar a US$ 300. 
 Todos perdem com isso, o país perde economicamente com a destruição de seus recursos 
naturais, e a população, que alheia à eliminação de seu patrimônio, não tem retorno algum em seu 
benefício. Além disso, socialmente, o comércio ilegal recruta uma importante parcela da população rural 
brasileira a participar de uma atividade marginal como fonte econômica alternativa. 
 58
 
 A ação antrópica tem acelerado o processo de extinção levando as espécies ao extermínio. Após a 
perda do habitat, a principal ameaça à fauna silvestre é a caça, seja para subsistência ou comércio. 
 
3 - Ecológica - O comércio ilegal converge em uma pressão de exploração quase impossível de as 
espécies suportarem, pois é realizada sem critério algum. A retirada da natureza desses animais é 
altamente nociva, já que impede a transmissão de genes superiores, propiciando uma redução na qualidade 
genética das espécies envolvidas. A captura de filhotes também é prejudicial, pois resulta na redução do 
recrutamento de espécimes jovens para as populações de suas espécies. Além disso, para se ter um animal 
em cativeiro, muitos são mortos durante a captura e comercialização e o espécime cativo é excluído do 
processo de reprodução natural, portanto sem possibilidade de deixar descendentes. Se o nível de 
exploração exceder à capacidade natural de reposição das populações selvagens, estas tendem a 
desaparecer ao longo dos tempos. Quando se elimina uma espécie, morre com ela toda a sua história 
genética, que jamais poderá ser recriada. Deve-se considerar que as espécies não evoluíram 
independentes, mas possuem relações intra e interespecíficas e com o meio físico-químico. Essas relações, 
muitas vezes por nós não compreendidas e até desconhecidas, contribuem para a complexidade, 
funcionamento e equilíbrio dinâmico dos ecossistemas. Ao se eliminar espécies, muitas dessas interações 
se perdem, sendo difícil prever quais as reações e conseqüências nos ecossistemas. 
 Não apenas a eliminação total da espécie, mas também a redução de sua abundância, acarreta 
conseqüências ecológicas. A caça excessiva, em algumas regiões da Amazônia Central, levou ao declínio 
das populações de jacarés, Caiman sp., o que acarretou uma redução nas populações de espécies de 
invertebrados que se alimentavam dos excrementos desses animais. Como conseqüência, ocorreu uma 
redução das populações das espécies de peixes, que se alimentavam desses invertebrados, levando à 
carência de alguns peixes que são valiosos recursos alimentares para a população local. 
 Deve-se considerar também que muitos dos animais caçados estão envolvidos na predação e 
dispersão de sementes e portanto influenciam na estrutura da floresta tropical. Apesar de se saber da 
importância desses animais, pouco foi estudado sobre o que acontece com sua retirada da natureza. 
Acredita-se que a ausência dos grandes vertebrados vá resultar numa mudança estrutural da floresta. Um 
estudo realizado no Panamá demonstrou que a ausência de mamíferos predadores de sementes favorece a 
dominância de certas espécies de árvores que possuem sementes grandes. A dispersão de sementes por 
animais é crítica para o recrutamento demográfico da maioria das espécies vegetais de florestas tropicais. 
Entre os primatas, 93,5% das espécies se alimentam de frutos, sendo importantes na dispersão de 
sementes. Esses animais sofrem grande pressão de caça na região amazônica, e na ausência deles muitas 
espécies de plantas têm de alterar seus padrões de dispersão. As cutias, Dasyprocta sp., são importantes 
agentes dispersores e na ausência delas, algumas espécies de árvores podem se tornar extintas 
 59
 
localmente. Os animais predadores podem aumentar a diversidade de espécies nas comunidades, e a 
ausência destes animais resulta numa desigualdade na densidade das espécies de presas. A extinção 
ecológica das espécies ocorre por meio da redução de uma espécie a uma abundância tão baixa que 
apesar de estarem presentes na comunidade não há interações significativas com as outras espécies. 
Normalmente, os estudos e programas de conservação enfocam apenas as extinções demográficas, 
calculando o tamanho mínimo da população viável, mas não dão muita importância à extinção ecológica das 
espécies. Os animais mais caçados nas florestas tropicais e que se tornam ecologicamente extintos, 
incluem os mais importantes predadores e dispersores/predadores de sementes, que possuem funções 
estabilizadoras no ecossistema. Muitas espécies animais já se encontram ecologicamente extintas em áreas 
de florestas tropicais com vegetações bem conservadas. 
 Além disso, muitas vezes, os animais silvestres, comprados para serem mantidos como de 
estimação, ao se tornarem adultos e mais agressivos ou por não corresponderem às expectativas de seus 
donos são abandonados, soltos ou entregues a zoológicos (que sofrem com a superlotação). Isso ocorre 
com espécimes da fauna silvestre brasileira e também da fauna exótica. Com a enorme proporção desse 
comércio ilegal, a introdução de espécies pode ter um impacto negativo nas populações naturais da fauna 
silvestre, pois a fauna exótica introduzida pode se tornar invasiva, conquistar áreas muito maiores do que as 
previstas, suprimir a fauna nativa e transmitir novas doenças. A invasão de fauna, quase sempre com 
efeitos imprevisíveis, é considerada uma das principais causas de ameaça e extinção de espécies. 
 A variedade de espécies e habitats bem diferenciados influenciam a produtividade e os “serviços” 
oferecidos pelos ecossistemas. Na medida em que essas espécies mudam, a capacidade dos ecossistemas 
em absorver poluição, manter a fertilidade do solo e os microclimas, purificar a água e fornecer outros 
serviços de valor inestimável, também muda. Com o tempo, o maior benefício da diversidade para a 
humanidade, residirá na oportunidade de adaptação às mudanças locais e globais. Uma gama variada de 
genes, espécies e ecossistemas é um recurso que pode ser usado à medida que as necessidades e as 
demandas humanas sealterem. A conservação da biodiversidade procura manter o sistema de apoio à vida 
humana fornecido pela natureza e os recursos naturais essenciais ao desenvolvimento. 
 
Destino da fauna silvestre apreendida no Brasil 
 Na maioria das vezes o que ocorre é a soltura sem critério científico algum, apenas liberando os 
animais no próprio local de apreensão. Isso ocorre por falta de informação dos órgãos fiscalizadores e por 
falta de Centros de Triagem - CETAS, capacitados para receberem os animais apreendidos. Os CETAS têm 
o objetivo de recepcionar os animais apreendidos, resgatados ou doados, prestar-lhes os cuidados 
necessários e destiná-los adequadamente. 
 60
 
 De acordo com o IBAMA, existem registrados atualmente 32 Centros de Triagem no Brasil, mas 
apenas 16 estão em condições de receber animais e desenvolverem suas atividades normalmente. Mesmo 
assim, esses CETAS enfrentam dificuldades financeiras e técnicas, funcionando superlotados e 
impossibilitados de receberem novos animais apreendidos. 
Para que ocorra a soltura dos animais são necessárias várias etapas: 
ƒ Conhecer o lugar de origem ou a área de ocorrência; 
ƒ Classificar o animal, a que espécie pertence; 
ƒ Realizar marcação adequada de cada espécie; 
ƒ Verificar a capacidade de suporte da área a ser realizada a soltura; 
ƒ Liberar o animal em seu habitat, respeitando as suas condições ecológicas; 
ƒ Monitorar a evolução e a adaptação pós-soltura; 
ƒ Desenvolver todas as etapas, cumprindo a legislação vigente. 
 As solturas como vêm sendo realizadas, de forma irregular e sem cumprir as etapas acima, 
acarretam um grande risco ecológico. Os animais oriundos do tráfico também são encaminhados a outras 
instituições, tais como: zoológicos, instituições de pesquisa, criadouro científico, criadouro conservacionista, 
criadouro comercial, ou termo de guarda voluntário gratuito (ex-fiel depositário). Todos esses destinos são 
paliativos e controversos, pois algumas dessas instituições podem participar ativamente do comércio ilegal. 
O termo de guarda voluntário gratuito também é controverso, podendo ser considerado um estímulo ao 
tráfico, pois o infrator passa a possuir o animal legalmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 61
 
 
 
 
 
Distribuição Espécie Nome-popular Ameaça 
Bioma * Estados 
Alouatta belzebul ululata Guariba-de-maos-ruivas Criticamente em perigo AM MA 
Alouatta guariba guariba Bugio, barbado Criticamente em perigo MA BA, MG 
Ateles belzebuth Coatá, macaco-aranha Vulnerável AM AM 
Ateles marginatus Coatá Em perigo AM PA 
Balaenoptera borealis Baleia-sei, espadarte Vulnerável MAR PB, RJ 
Balaenoptera musculus Baleia-azul Criticamente em perigo MAR PB, RJ, RS 
Balaenoptera physalus Baleia-fin Em perigo MAR 
Blastocerus dichotomus Cervo-do-pantanal Vulnerável CA, CE, 
PA 
GO, MG, MS, MT, PR, 
RO, RS, SP, TO 
Brachyteles arachnoides Muriqui, Mono-carvoeiro Em perigo MA PR, SP, RJ 
Brachyteles hypoxanthus Muriqui Criticamente em perigo MA BA, ES, MG 
Bradypus torquatus Preguiça-de-coleira Vulnerável MA BA, ES, MG, RJ, SE 
Cacajao calvus calvus Uacari-branco Vulnerável AM AM 
Cacajao calvus novaesi Uacari-de-Novais Vunerável AM AM 
Cacajao calvus rubicundus Uacari-vermelho Vulnerável AM 
Callicebus barbarabrownae Guigó Criticamente em perigo CA, MA BA, SE 
Callicebus coimbrai Guigó-de-Coimbra-Filho Criticamente em perigo MA SE 
Callicebus melanochir Sauá, guigó Vulnerável MA BA, ES, MG 
Callicebus personatus Sauá, guigó Vulnerável ES, MG 
Callistomys pictus Rato-do-cacau Vulnerável MA BA 
Callithrix aurita Sagui-da-serra-escuro Vulnerável MA MG, RJ, SP 
Callithrix flaviceps Sagüi-da-serra Em perigo MA ES, MG 
Caluromysiops irrupta Cuíca-de-colete Criticamente em perigo AM RO 
Carterodon sulcidens Rato-de-espinho Criticamente em perigo DF, MG, MS 
Cebus kaapori Macaco-caiarara Criticamente em perigo AM MA, PA 
Cebus robustus Macaco-prego Vulnerável MA BA, ES, MG 
Cebus xanthosternos Macaco-prego-de-peito-
amarelo 
Criticamente em perigo MA BA, MG, SE 
Chaetomys subspinosus Ouriço-preto Vulnerável MA BA, ES, MG, RJ, SE 
Chiropotes satanas Cuxiu-preto Em perigo AM MA, PA 
Chiropotes utahicki Cuxiu Vulnerável AM MT, PA 
Chrysocyon brachyurus Lobo-guará Vulnerável CS, CE, 
PA 
BA, DF, GO, MA, MG, 
MS, MT, PR, RJ, RS, SC, 
SP, TO 
Ctenomys flamarioni Tuco-tuco Vulnerável CS RS 
Eubalaena australis Baleia-franca-do-sul Em perigo MAR BA, PR, RS, SC 
Juscelinomys candango Rato-candango Criticamente em perigo CE DF 
Kunsia fronto Rato-do-mato Criticamente em perigo DF, MG 
Lasiurus ebenus Morcego Vulnerável MA SP 
Leontopithecus caissara Mico-leão-de-cara-preta Criticamente em perigo MA PR, SP 
Leontopithecus chrysomelas Mico-leão-de-cara-dourada Em perigo MA BA, MG 
Leontopithecus chrysopygus Mico-leão-preto Criticamente em perigo MA SP 
Leontopithecus rosalia Mico-leão-dourado Criticamente em perigo MA RJ 
Leopardus pardalis mitis Jagatirica Vulnerável CA, CE, 
MA, PA 
AL, BA, CE, DF, ES, GO, 
MA, MG, MS, MT, PB, 
PE, PI, PR, RJ, RN, RS, 
 
SC, SP, TO 
62
 
Leopardus tigrinus Gato-do-mato Vulnerável AM, CA, 
CE, MA, 
PA 
AL, AM, AP, BA, CE, DF, 
ES, GO, MA, MG, MS, 
MT, PA, PB, PE, PI, PR, 
RJ, RN, RR, RS, SE, SC, 
SP, TO 
Leopardus wiedii Gato-maracajá Vulnerável AM, CA, 
CE, MA, 
PA 
AC, AM, AP, BA, DF, ES, 
GO, MA, MG, MS, MT, 
PA, PI, PR, RJ, RO, RR, 
RS, SC, SP, TO 
Lonchophylla bokermanni Morcego Vulnerável CE, MA MG, RJ 
Lonchophylla dekeyseri Morcego Vulnerável CE DF, GO, MG, PI 
Mazama nana Veado-bororó-do-sul Vulnerável MA PR, RS, SC, SP 
Megaptera novaeangliae Baleia-jubarte, jubarte Vulnerável MAR BA, ES, PR, RJ, RS, SC, 
SP 
Myotis ruber Morcego Vulnerável MA PR, RJ, SC, SP 
Myrmecophaga tridactyla Tamanduá-bandeira Vulnerável AM, CS, 
CA, CE, 
MA, PA 
AC, AM, AP, BA, DF, GO, 
MA, MG, MS, MT, PA, PI, 
PR, RO, RR, RS, SC, SP, 
TO 
Oncifelis colocolo Gato-palheiro Vulnerável CS, CE, 
PA 
BA, DF, GO, MG, MS, 
MT, PI, RS, SP, TO 
Panthera onca Onça-pintada Vulnerável AM, CA, 
CE, MA, 
PA 
AC, AM, AP, BA, ES, GO, 
MA, MG, MS, MT, PA, PI, 
PR, RJ, RO, RR, RS, SP, 
TO 
Phaenomys ferrugineus Rato-do-mato-ferrugíneo Vulnerável MA RJ, SP 
Phyllomys brasiliensis Rato-da-árvore Em perigo CE, MA MG 
Phyllomys thomasi Rato-da-árvore Em perigo MA SP 
Phyllomys unicolor Rato-da-árvore Criticamente em perigo MA BA 
Physeter macrocephalus Cachalote Vulnerável MAR BA, CE, PA 
Platyrrhinus recifinus Morcego Vulnerável MA CE, ES, MG, PE, SP 
Pontoporia blainvillei Toninha, cachimbo, boto-
amarelo, franciscana 
Em perigo MAR ES, PR, RJ, RS, SC, SP 
Priodontes maximus Tatu-canastra Vulnerável AM, CE, 
MA, PA 
AC, AM, AP, BA, DF, ES, 
GO, MG, MS, MT, PA, PI, 
RO, RR, TO 
Pteronura brasiliensis Ariranha Vulnerável AM, CE, 
MA, PA 
AC, AM, AP, DF, GO, 
MA, MS, MT, PA, PR, RJ, 
RO, RR, SP, TO 
Puma concolor capricornensis Onça-parda, suçuarana, 
puma, onça-vermelha, leão-
baio 
Vulnerável CE, MA ES, MG, MS, PR, RJ, RS, 
SC, SP 
Puma concolor greeni Onça-vermelha, suçuarana, 
onça-parda, puma 
Vulnerável CA, CE, 
MA 
AL, BA, CE, MA, PB, PE, 
PI, RN, SE 
Rhagomys rufescens Rato-do-mato-vermelho Vulnerável MA RJ, SP 
Saguinus bicolor Sagui-de-duas-cores Criticamente em perigo AM AM 
Saimiri vanzolinii Macaco-de-cheiro Vulnerável AM AM 
Speothos venaticus Cachorro-vinagre Vulnerável AM, CE, 
MA, PA 
AC, AM, AP, BA, DF, GO, 
MA, MS, MT, PA, PR, 
RO, RR, SC, SP, TO 
Tolypeutes tricinctus Tatu-bola Vulnerável CA, CE AL, BA, GO, PI, RN 
Trichechus inunguis Peixe-boi-da-AM Vulnerável AM AM, AP, PA, RO, RR 
Trichechus manatus Peixe-boi-marinho Criticamente em perigo MAR AL, AP, CE, MA, PA, PB, 
PE, PI, RN 
Wilfredomys oenax Rato-do-mato Criticamente em perigo CS, MA PR, RS, SC 
* AM = Amazônia; CA = Caatinga; CE = Cerrado;CS = Campos sulinos; MA = Mata Atlântica; MAR = Ambientes 
marinhos; PA = Pantanal 
 63
 
 
 
 
 
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 65
	Ordem Didelphimorphia (gambás e cuícas)
	Ordem Xenarthra (preguiças, tamanduás e tatus)
	Ordem Chiroptera (morcegos)
	Ordem Primates (sagüis, micos, bugios, macaco aranha, entre 
	Ordem Carnivora (cachorros e gatos do mato, quatis, guaxinin
	Ordem Cetacea (golfinhos, tucuxis e baleias)
	Ordem Sirenia (peixe boi)
	Ordem Perissodactyla (anta)
	Ordem Artiodactyla (veados e porcos do mato)
	Ordem Rodentia (serelepes, ratos do mato, ouriços, capivaras
	Ordem Lagomorpha (lebre e tapiti)

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