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04.3.13 e 05.3.13
CONCEITOS E PRECONCEITOS SOBRE A IDADE MÉDIA
(Base: Hilário Franco Jr.)
O homem medievo: consciência de seu tempo, isto é, se via como contemporâneo.
Elaboração do conceito ou preconceito: século XVI:
Desprezo disfarçado pelo tempo entre a Antiguidade Clássica e o século XVI;
Entendimento de que o século XVI significava o “Renascimento” da civilização clássica; tudo o que estivesse fora dessa temporalidade, não passava de vácuo, lacuna, tempo intermediário.
Quem “inventou” o “conceito”?
Século XIV e XV
Petrarca (1304 – 1374): Admirador da Antiguidade Clássica; falava em “tenebrae”; mito historiográfico da “Idade das Trevas”;
Giovani Andrea (1469), bispo e bibliotecário: “Media Tempestas”, ”Tempo Médio”; mas também ruína, flagelo.
Século XV e XVI
Vasari: meados do século XVI, obra biográfica de grandes artistas do tempo, referiu-se ao termo Renascimento, difundindo-se por contraste, as expressões “Media Aetas”, “Media Antiquitas” em relação à fase anterior;
OBS.
Neste caso, o critério era filológico, oposição entre a busca da utilização do latim nos moldes clássicos e sua utilização nos séculos anteriores, nos moldes “bárbaros”.
Rafael Sanzio (1483 – 1520): via a arte medieval por fugir dos padrões clássicos, como grosseira, daí chamá-la de “gótica”, como sinônimo de “bárbaro”.
Século XVII
Continua a prevalecer o sentido filológico:
Du Cange (1678): “Medium Aerium”;
Christopher Keller (cellarius), alemão: publicação de manual escolar (1688); “História Medii Aevi a temporibus consantini magni ad Constantinopolim a turcis captam deducta”, que completava outros dois livros, um dedicado aos tempos antigos e outro aos “modernos”.
Em suma, o sentido básico mantinha-se renascentista pelos:
A Idade Média teria sido uma interrupção no progresso humano, inaugurado pelos gregos e romanos e retomado pelos homens do século XVI;
Para o século XVIII: Idade Média vista como barbárie, ignorância e superstição, com críticas:
b.1) Protestantes: supremacia da Igreja Católica;
b.2) Monarquias absolutistas: época de reis fracos, fragmentação política;
b.3) Burgueses: século de limitada atividade comercial;
b.4)Intelectuais Racionalistas: cultura ligada a valores espirituais.
Século XVIII
Anti-aristocrático; anticlerical: Idade Média como momento áureo da nobreza e do clero;
Iluministas: censuravam religiosidade medieval, o peso político da Igreja, o pouco apego ao racionalismo.
Para:
Diderot: “sem religião seriamos um pouco mais felizes”.
Condorcet: a humanidade sempre esteve em marcha na direção do progresso, com exceção na época de predominância do Cristianismo, isto é, na Idade Média.
Voltaire: Papas como símbolos do atraso e fanatismo da época Igreja: a infame.
Século XIX
Preconceito invertido: questão da identidade nacional, com forte significado após a revolução francesa;
As guerras napoleônicas;
O movimento do Romantismo e a nostalgia sobre a Idade Média.
c.1) MICHELET (1845): “aquilo que amamos, aquilo que nos amamentou quando pequenos, aquilo que o nosso pai e a nossa mãe, aquilo que cantava tão docemente no berço.”
c.2) Momento de origem das nacionalidades, satisfazia os novos sentimentos políticos do século XIX. 
c.3) Oferecia remédio contra a insegurança política aos problemas do cientificismo.
c.4) Equilíbrio e harmonia na literatura e nas artes (Renascimento e Classicismo, século XVIII) davam lugar à paixão à exuberância e a vitalidade, a valorização dos sentidos, da pátria, dos sonhos, da fé.
c.5) Obras de ambientação e/ou temáticas medievais: Fausto(Goethe); O Corcunda de Notre Dame (Victor Hugo); Vanhoé e Contos dos Cruzados (Walter Scott).
Mas a Idade Média dos românticos era tão preconceituosa quanto à dos renascentistas e iluministas, pois dizem que:
Teria sido período esplêndido, um dos grandes momentos da trajetória romana. Carlyle (1841) dizia que a civilização feudal fora a “coisa mais elevada” que a Europa teria produzido;
No século XIX restauração de monumentos, construção de palácios e Igrejas neogóticos, inventando detalhes, criando a “sua” Idade Média.
Múltiplas obras de erudição, destacando o período: Monumenta Alemã e Patrologia Francesa.
A Idade Média continuava incompreendida.
Século XX e XXI
A função do historiador: compreender o passado, não julgá-lo.
Salto qualitativo da historiografia medievalista ao dialogar com outras ciências humanas.
Popularização da Idade Média.
Como os medievos viam o próprio tempo?

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