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LABORATÓRIO DE PRÁTICA 
PEDAGÓGICA III - AULA 03
Abertura 
PLANEJAMENTO 
E GESTÃO 
CURRICULAR 
COM FOCO NA 
APRENDIZAGEM
Olá!
A busca por aprendizagem significativa depende que os estudantes entendam por que devem 
assimilar certos conteúdos. É essencial que percebam como esses conteúdos se aplicam à 
vida cotidiana e aos desafios que enfrentam regularmente. 
A aprendizagem deve ser envolvente e emocionalmente estimulante para despertar o 
interesse e a motivação dos alunos. Para alcançar isso, as metodologias de sala de aula 
precisam ser revistas, incentivando os alunos a desempenharem um papel ativo na busca 
pelo conhecimento. Isso implica que os professores adotem técnicas e ferramentas que 
enriqueçam as aulas, superando as abordagens expositivas tradicionais, que frequentemente 
negligenciam o diálogo e a interação.
Bons estudos!
3. PLANEJAMENTO E GESTÃO CURRICULAR COM FOCO NA
APRENDIZAGEM
No século XXI, há uma extensa discussão sobre a inovação curricular, 
especialmente em resposta às mudanças econômicas, políticas e tecnológicas 
ocorridas na década de 1990, com o surgimento da globalização. Essas 
transformações reestruturaram a maneira como vivemos em sociedade, 
impulsionadas pela disseminação das tecnologias digitais de informação e 
comunicação, resultando em uma homogeneização cultural. Paralelamente, essas 
evoluções demandaram maior flexibilidade e adaptabilidade por parte da população 
para acompanhar a dinâmica do mercado. 
Consequentemente, a educação teve que cultivar indivíduos capazes de 
aprendizado contínuo, aprimorando competências técnicas práticas (habilidades 
específicas) e imateriais (habilidades interpessoais, criatividade, inteligência 
emocional, etc.). De acordo com Morán (2015), "[...] a educação formal encontra-se 
em uma encruzilhada diante das muitas transformações na sociedade: como progredir 
para permanecer relevante e assegurar que todos aprendam de forma competente a 
compreender, construir seus projetos de vida e conviver com os outros?". Você deve 
estar se indagando: como tudo isso se relaciona com o currículo? A conexão é 
profunda: nos dias atuais, promover a inovação curricular envolve romper com a 
história da própria pedagogia, deslocando o foco do ensino para a aprendizagem. 
Embora possa parecer uma mudança simples, essa transição é complexa e 
impacta diversos aspectos dentro da escola, incluindo a própria função do professor. 
Para assegurar o desenvolvimento da aprendizagem, o educador deve permitir que 
os alunos assumam a liderança nas atividades curriculares. Para viabilizar isso, é 
fundamental que o projeto político-pedagógico da instituição contenha esses 
princípios orientadores, incentivando os professores a colaborarem em busca de uma 
aprendizagem significativa, ou seja, que faça sentido para os estudantes. 
No tocante aos requisitos de uma administração escolar eficaz, conforme 
destacado por Lück (2009), a gestão escolar é uma área profissional na educação que 
visa ao planejamento, organização, liderança, orientação, mediação, coordenação, 
monitoramento e avaliação dos processos necessários para garantir a eficácia das 
ações educacionais voltadas para a promoção da aprendizagem e a formação dos 
alunos. 
Como evidente, a criação de um currículo escolar fundamentado na busca pela 
aprendizagem como principal processo de formação dos alunos é uma das principais 
responsabilidades dos gestores escolares em suas atividades diárias. Para 
compreender de maneira mais abrangente o planejamento e a organização curricular 
inovadora, centrados na mudança do foco do ensino para a aprendizagem, é 
importante considerar os elementos a seguir, que devem estar presentes em um 
currículo com enfoque na aprendizagem: 
➢ alunos;
➢ professores;
➢ metodologias ativas;
➢ aprendizagem significativa;
➢ realidade social;
➢ participação;
➢ globalização curricular.
Uma proposta curricular que aspire à inovação, com um foco centrado na 
aprendizagem, deve romper com paradigmas associados ao currículo tradicional. 
Nesse modelo, a ênfase estava no ato de ensinar em si, enquanto os alunos 
ocupavam uma posição passiva e dependente dos conhecimentos transmitidos pelo 
professor. Essa estrutura foi alvo de críticas por diversos pesquisadores, incluindo 
Freire (1996), que introduziu a metáfora da "educação bancária" e uma abordagem 
educacional problematizadora e libertadora. Nesse novo contexto, os estudantes 
assumem o papel central no processo de ensino e aprendizagem, sendo incentivados 
a serem protagonistas na busca pelo conhecimento, com o professor atuando como 
um guia e apoio sempre que necessário. 
O papel do professor também se transforma, requerendo uma atualização 
contínua e uma compreensão de que o mundo evoluiu, conduzindo a reconfigurações 
nas formas de aprendizado. Hoje, os conteúdos e recursos de conhecimento estão 
amplamente disponíveis por meio de diversas ferramentas digitais ao alcance dos 
alunos. Em vez de ser encarado como um obstáculo, esse cenário deve ser encarado 
como uma oportunidade para adotar uma prática pedagógica que esteja mais alinhada 
com o contexto real dos alunos. 
É natural que muitos professores possam sentir uma certa apreensão diante da 
necessidade de adaptar seu perfil profissional a essa mudança, o que pode gerar 
resistência. Nesse contexto, Masetto (2011), destaca a urgente necessidade de os 
professores se adaptarem, uma vez que um currículo inovador passa a demandar uma 
gestão diferenciada, com enfoque na mudança, valorizando a aprendizagem dos 
envolvidos, e com a dedicação dos educadores a esse novo projeto. Isso implica na 
reorganização do tempo e espaço para a aprendizagem, na revisão da infraestrutura 
de apoio ao projeto, na contínua formação dos professores e no investimento em 
condições favoráveis para o trabalho docente. 
Como fica evidente, uma parcela significativa do êxito dessa mudança de 
enfoque curricular recai sobre os educadores, que desempenham um papel 
fundamental na orientação das atividades pedagógicas do dia a dia. Para efetuar a 
transformação da aprendizagem no epicentro do processo educacional, os 
professores precisam repensar a própria percepção da educação, o que 
frequentemente envolve uma revisão de sua formação. Portanto, os gestores 
escolares têm a responsabilidade de criar oportunidades de formação continuada que 
apoiem os educadores na transição para um modelo curricular mais alinhado às 
exigências contemporâneas. 
A busca por uma aprendizagem com significado depende da compreensão, por 
parte dos estudantes, das razões pelas quais eles devem assimilar determinados 
conteúdos. Em outras palavras, ao aprender, é fundamental que os alunos 
compreendam como essas aprendizagens se relacionam com suas vidas diárias e 
com os desafios que enfrentam regularmente. A aprendizagem deve ser sensorial, 
capaz de estimular o interesse e a motivação dos alunos por meio de suas emoções. 
Para isso, as metodologias empregadas em sala de aula precisam ser reavaliadas, 
estimulando o aluno a desempenhar um papel ativo e participativo na busca pelo 
conhecimento. Isso requer que o professor explore técnicas e ferramentas que 
enriqueçam suas aulas, indo além das tradicionais abordagens expositivas, onde o 
diálogo e a interação muitas vezes ficam em segundo plano. 
Outro elemento de extrema relevância no planejamento curricular está 
relacionado à participação de diversos membros da comunidade escolar nas 
conversas pertinentes sobre o tipo de indivíduo que se almeja formar por meio da 
educação. Essas discussões se desenvolvem em um ambiente democrático, sendo 
fomentadas pela elaboração colaborativa do projeto político-pedagógico da escola. 
Nesse processo participam gestores, professores, funcionários, pais ou responsáveis 
pelos alunos, bem como membros da comunidade local e outros atores que são 
influenciados e influenciam as práticas diárias da instituiçãoeducacional. 
Dessa forma, apesar da existência de um currículo prescrito e oficial que deve 
ser implementado nas escolas de educação básica do Brasil, o currículo real, que se 
desdobra no cotidiano por meio das ações dos profissionais da educação, deve 
adquirir uma dimensão ainda mais rica e detalhada. A proposta é transcender as 
competências estabelecidas e o desenvolvimento de habilidades destacadas pela 
Base Nacional Comum Curricular, buscando uma aprendizagem voltada para a vida, 
para a interação social e para o aprimoramento do mundo em sua totalidade. 
Para conceber um currículo que englobe tais aprendizagens, é crucial reverter 
o modo como o ensino tem sido tradicionalmente estruturado nas instituições
educacionais. Portanto, é necessário perceber os conteúdos disciplinares de maneira 
interconectada e complementar, buscando uma abordagem globalizada. 
Sacristán (2008), ao abordar esse aspecto histórico da organização curricular, 
faz uma crítica contundente de que o discurso sobre a prática escolar na didática se 
desenvolveu fragmentando o processo global de ensino-aprendizagem. Em primeiro 
lugar, separando conteúdos de métodos, ensino de aprendizagem, eventos em sala 
de aula das situações em que ocorrem, decisões técnico-pedagógicas de decisões 
políticas e influências externas à escola e à sala de aula, entre outros. Em segundo 
lugar, devido à dependência de certas metodologias de pesquisa que têm pouca 
propensão para compreender a unidade que se manifesta na prática entre todos esses 
aspectos. 
Portanto, um currículo que tenha como objetivo proporcionar aprendizagens 
que vão além dos conteúdos acadêmicos, visando uma formação reflexiva, crítica, 
democrática, intercultural e cidadã, deve apresentar aos alunos uma variedade de 
abordagens pedagógicas. A intenção é que os estudantes percebam que tudo o que 
adquirem na escola faz parte integral de sua realidade diária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
LÜCK, H. Dimensões da gestão escolar e suas competências. Curitiba: Editora Positivo,
2009. 
MASETTO, M. T. Inovação curricular no ensino superior. Revista e-curriculum, São Paulo,
v. 7, n. 2, p. 1-20, ago. 2011.
MORÁN, J. Mudando a educação com metodologias ativas. Ponta Grossa:
PROEX/UEPG, 2015. 
SACRISTÁN, J. G. O currículo: uma reflexão sobre a prática. 3. ed. Porto Alegre: Artmed,
2008.
1. Justificativa: O objetivo do currículo escolar é fornecer um plano estruturado e
organizado de conteúdo, sendo um roteiro que define o que
os alunos devem aprender, como devem aprender e em que
período. No texto estudado será discutido também como a BNCC
influencia o currículo escolar, a autonomia dos professores e as práticas de
ensino.
2. Objetivos: Explorar e conhecer o currículo e suas implicações na formação de
professores da Educação Básica.
3. Atividade: Com base nos seus estudos, responda as questões a seguir:
a. Como o artigo define a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e qual é o
seu papel na estrutura educacional brasileira?
b. Quais são as principais críticas levantadas pelo artigo?
c. Quais são os principais pontos de convergência e divergência entre o
currículo proposto pela BNCC e as práticas educacionais nas escolas?
d. De que forma o currículo baseado na BNCC impacta a autonomia dos
professores na escolha de metodologias e estratégias de ensino?
e. Como as diretrizes da BNCC influenciam a formação inicial e contínua dos
professores da Educação Básica?
4. Realização: Elabore a atividade em outra página word, mínimo de 30
linhas, salve em formato PDF, em seguida encaminhe dentro da disciplina.
Leia o artigo "Reflexões sobre a BNCC, o currículo e suas interferências na 
formação de professores da Educação Básica" para desenvolver a 
atividade proposta:
ACESSE O ARTIGO EM MATERIAIS DA AULA 03
	CAPA FUTURA.pdf
	V7 - 011 - 01 - 15203 - O inicio da escolarização no Brasil e a educação jesuítica.pdf
	máscara pronta.pdf

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