Prévia do material em texto
Caso Clínico: Reabilitação Protética Fixa com Integração Cirúrgica Descrição do Caso Paciente do sexo masculino, 50 anos, procurou atendimento na clínica odontológica universitária com queixa de dificuldade de mastigação no lado superior esquerdo e insatisfação estética nessa região. Ele relatou ter uma prótese fixa (ponte) instalada há cerca de 10 anos na região posterior superior esquerda para substituir um dente perdido, porém nos últimos meses passou a sentir desconforto ao mastigar e notou sangramento gengival ao redor dessa prótese. Durante o exame clínico e radiográfico, constatou-se que o paciente possuía uma prótese parcial fixa de três elementos substituindo o primeiro molar superior esquerdo ausente. Os dentes 25 (segundo pré-molar superior esquerdo) e 27 (segundo molar superior esquerdo) serviam como pilares dessa ponte. Observou-se, porém, cárie extensa com possível fratura radicular no dente 27, tornando-o inviável para restauração. Notou-se inflamação gengival e lesão periapical associada a esse molar, indicando infecção crônica. Diante do prognóstico desfavorável, decidiu-se pela extração do dente 27 comprometido (removendo-se também a ponte antiga), pois a remoção de dentes irrecuperáveis elimina focos infecciosos e contribui para a manutenção da saúde bucal do paciente . Com a extração do segundo molar esquerdo (#27), o paciente passou a apresentar ausência de dois dentes adjacentes na região posterior esquerda (primeiro e segundo molares superiores). O dente 25 permaneceu íntegro, sendo o único pilar dentário remanescente naquela área (o dente 28 – terceiro molar – não está presente). Para promover uma adequada condição do rebordo alveolar visando a reabilitação, realizou- se um procedimento cirúrgico complementar de preservação e regularização óssea no local da extração. Os tecidos inflamados remanescentes foram removidos e fez-se leve recontorno do osso alveolar (alveoloplastia) para uniformizar o tecido ósseo remanescente e permitir melhor adaptação da futura prótese . Além disso, inseriu-se enxerto ósseo particulado no alvéolo da extração (técnica de preservação alveolar) com o objetivo de manter o volume ósseo, em preparação para a possível instalação de um implante dentário no sítio futuramente. Após a cirurgia de extração e preservação óssea, aguardou-se um período de cicatrização inicial de aproximadamente 4 meses antes de prosseguir para a reabilitação definitiva. Durante essa fase de espera, confeccionou-se uma prótese parcial removível provisória para repor temporariamente os dentes ausentes, restaurando a estética do sorriso e parte da função mastigatória do paciente enquanto se planejava a reabilitação final. O paciente recebeu orientações rigorosas de higiene oral, e retornos periódicos foram agendados para monitorar a cicatrização dos tecidos gengival e ósseo, assegurando que não houvesse infecções ou complicações no processo de recuperação. Com a região já cicatrizada, iniciou-se o planejamento da reabilitação protética definitiva. Consideram-se duas abordagens principais de tratamento protético fixo para o caso: a confecção de uma nova ponte fixa dento-suportada envolvendo os dentes remanescentes adjacentes, ou uma reabilitação implanto-suportada por meio da instalação de implantes osseointegrados nas áreas dos molares perdidos. O paciente demonstrou preferência por uma solução fixa de longa duração e boa estética. Assim, o caso foi encaminhado para discussão em equipe, integrando os aspectos de Prótese Fixa e Cirurgia Bucomaxilofacial para delinear a melhor estratégia de tratamento. Trata-se de um cenário que exige planejamento cuidadoso e execução precisa para o sucesso da reabilitação proposta . Questões para Discussão 1. Planejamento protético: Quais opções de tratamento com prótese fixa poderiam ser propostas para reabilitar a região desdentada deste paciente? Avalie as alternativas (por exemplo, ponte fixa convencional vs. implantes osseointegrados) e indique qual opção você recomendaria, justificando sua escolha com base nas condições do caso. 2. Sequência de tratamento: Como você organizaria a sequência das etapas cirúrgicas e protéticas neste caso? Considere o tempo de cicatrização após a extração, a possível colocação de implantes (imediata ou tardia) e em que momento realizar os procedimentos protéticos (preparo dos dentes, moldagem, instalação da prótese, etc.). 3. Preparo dos dentes pilares: Caso a opção escolhida inclua uma prótese parcial fixa dento-suportada (ponte fixa) utilizando dentes como pilares, quais considerações devem ser feitas no preparo desses dentes remanescentes? Descreva o tipo de preparo dentário indicado (forma de término/margem, ângulo de convergência, necessidades de retenção) e avalie se há necessidade de procedimentos complementares, como alongamento de coroa clínica em dentes com coroa curta ou pinos intra-radiculares em dentes tratados endodonticamente. 4. Técnica de moldagem: Qual técnica de moldagem definitiva seria mais adequada para registrar os preparos e/ou implantes neste caso, e por quê? Explique o material de moldagem indicado e se utilizaria alguma técnica específica (por exemplo, moldagem de silicone de adição por dupla-mistura com fio de afastamento gengival, moldagem em dois tempos, ou mesmo moldagem digital intraoral) para obter máxima precisão no modelo de trabalho. 5. Provisórios durante o tratamento: Como deve ser conduzida a fase de prótese provisória para este paciente? Discorra sobre as opções de provisórios (fixos ou removíveis) disponíveis neste caso e quais cuidados devem ser tomados para manter a função mastigatória, a estética e a saúde dos tecidos enquanto o paciente aguarda a prótese definitiva. 6. Intervenções cirúrgicas complementares: Além da extração já realizada, há necessidade de alguma intervenção cirúrgica complementar para viabilizar ou otimizar o tratamento protético? Considere procedimentos como regularização adicional do rebordo alveolar (alveoloplastia) caso haja irregularidades remanescentes, enxertos ósseos ou gengivais se houver deficiências de tecido que possam comprometer a instalação do implante ou a estética, ou ainda cirurgias periodontais (por exemplo, aumento de coroa) se forem necessárias para adequar os dentes pilares. 7. Saúde periodontal e peri-implantar: Que cuidados devem ser tomados em relação aos tecidos gengivais e ósseos antes e durante a reabilitação para garantir a saúde periodontal/peri-implantar do paciente? Comente sobre medidas de controle de infecção (por exemplo, tratamento de qualquer foco infeccioso remanescente após a extração), terapia periodontal prévia se necessária, manejo dos tecidos moles (condicionamento gengival, perfil de emergência) e a importância de se obter gengiva saudável ao redor de dentes e futuros implantes para o sucesso da prótese fixa. 8. Escolha do material protético e cimentação: Considerando que se trata de região posterior e levando em conta as expectativas estéticas e funcionais do paciente, qual tipo de material protético você indicaria para a confecção da prótese definitiva (por exemplo, coroas metalocerâmicas convencionais, coroas totalmente cerâmicas em zircônia ou porcelana, etc.)? Além disso, qual seria o método de fixação ou cimentação da prótese escolhida – por exemplo, uso de cimento resinoso ou ionômero de vidro no caso de prótese sobre dente, ou prótese implanto-suportada parafusada vs. cimentada no caso de implantes? Justifique suas escolhas considerando durabilidade, estética e facilidade de manutenção. 9. Prognóstico e manutenção: Quais fatores irão influenciar o prognóstico a longo prazo dessa reabilitação protética e quais medidas devem ser tomadas para assegurar o sucesso do tratamento ao longo dos anos? Discuta a importância do planejamento integrado entre a cirurgia e a prótese para o resultado final (por exemplo, posicionamento ideal do implante para prótese,controle de cargas oclusais, etc.) e descreva como deverá ser o protocolo de manutenção e acompanhamento desse paciente após a conclusão do caso (frequência de retornos, higiene profissional, exames radiográficos de controle, ajustes necessários, etc.).