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Prévia do material em texto

Professor(a) Dr. Natália de Carvalho Scharf Santana
FARMACOLOGIA
2024 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2024. Os autores. Copyright C Edição 2024 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da 
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la 
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
 REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira
 DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença 
 DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima
 DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto 
 DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini
 DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel
 COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá
 COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
 COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
 COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco
 COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas
 REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling 
 Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
 Caroline da Silva Marques 
 Eduardo Alves de Oliveira
 Isabelly Oliveira Fernandes de Souza
 Jéssica Eugênio Azevedo
 Louise Ribeiro 
 Marcelino Fernando Rodrigues Santos
 Vinicius Rovedo Bratfisch
 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos
 Carlos Firmino de Oliveira
 Hugo Batalhoti Morangueira
 Giovane Jasper 
 Vitor Amaral Poltronieri
 ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz 
 DE VÍDEO Carlos Henrique Moraes dos Anjos
 Pedro Vinícius de Lima Machado
 Thassiane da Silva Jacinto
 FICHA CATALOGRÁFICA
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
 S235f Santana, Natália de Carvalho Scharf
 Farmacologia / Natália de Carvalho Scharf Santana.
 Paranavaí: EduFatecie, 2024.
 95 p.: il. Color.
 ISBN n 978-65-5433-136-4
 1. Farmacologia. 2. Dor - Tratamento. 3. Medicamentos - 
 Administração I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de
 Educação a Distância. III. Título. 
 
 CDD: 23. ed. 615.1
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577
As imagens utilizadas neste material didático 
são oriundas do banco de imagens 
Shutterstock .
3
AUTORA
Professor(a) Dr. Natália de Carvalho Scharf Santana
• Doutora em Biociências e Fisiopatologia (Universidade Estadual de Maringá);
• Mestre em Biociências e Fisiopatologia (Universidade Estadual de Maringá);
• Bacharel em Farmácia Generalista (UNIPAR); 
• Docente dos cursos de graduação Biomedicina, Farmácia, Fisioterapia e 
Nutrição na UniFatecie.
Informações e contato:
 Currículo Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/9120106053381779
Professor(a) Dr.
Natália de Carvalho
Scharf Santana
http://lattes.cnpq.br/9120106053381779
4
APRESENTAÇÃO
Olá aluno(a)!
Seja bem-vindo à disciplina de Farmacologia. Essa disciplina será de extrema 
importância para a sua formação, pois traz informações relevantes que norteiam o 
entendimento do estudo da ação medicamentosa como intervenção terapêutica.
A Farmacologia envolve de forma ampla os conhecimentos necessários para o 
profissional, e traz o envolvimento do estudo da interação de compostos químicos (drogas) 
com os organismos vivos. Consiste no estudo do mecanismo pelo qual os agentes químicos 
afetam as funções dos sistemas biológicos, podendo gerar interferência das moléculas e 
células, tudo isso, mediado pela ação das drogas medicamentosas.
Na Unidade I, vamos conhecer sobre os princípios e aspectos gerais que envolvem 
a disciplina, visto que, identificar conceitos básicos torna-se essencial para compreender o 
desenvolvimento da ação terapêutica.
Na Unidade II, você irá saber mais sobre a farmacologia da dor e a Psicofarmacologia, 
um dos tópicos imprescindíveis ao conhecimento profissional. A partir da psicofarmacologia 
identificamos diversos tipos de mecanismos classificatórios.
Na sequência, na Unidade III, falaremos sobre a ação dos medicamentos em 
sistemas, vamos conhecer as principais classes medicamentosas e seus níveis de 
classificação, principais receptores e locais de atuação no organismo humano.
E, na nossa última unidade teórica, finalizaremos o conteúdo desta disciplina 
relatando sobre tipos de interações medicamentosas, abordando vários tópicos de tipos de 
reações, como: medicamento com medicamento, medicamento com alimento, medicamento 
com plantas medicinais, e demais.
Será um prazer imenso partilhar informações com vocês e poder contribuir com 
conhecimentos tão essenciais à vida humana, espero que todo o conteúdo acrescente um 
amadurecimento diante o seu crescimento profissional, além de ajudar a esclarecer sobre 
o sentido da ação medicamentosa. 
5
SUMÁRIO
Ação e interações de medicamentos
Ação dos medicamentos em sistemas
Farmacologia da dor
Princípios e aspectos gerais sobre farmacologia
Professor(a) Dra. Natália de Carvalho Scharf Santana
PRINCÍPIOS 
E ASPECTOS 
GERAIS SOBRE 
FARMACOLOGIA1UNIDADEUNIDADE
PLANO DE ESTUDO
7
Plano de Estudos
• Princípios e aspectos gerais sobre Farmacologia; 
• Conceitos Essenciais;
• Ação dos Medicamentos;
• Formas Farmacêuticas.
Objetivos da Aprendizagem
• Apresentar princípios Farmacológicos básicos, mecanismos de ação dos 
fármacos que atuam nos no organismo humano, enfatizando os princípios 
farmacodinâmicos, farmacocinéticos, abrangendo as formas farmacêuticas e 
possíveis variações de absorção.
• Ser capaz de desenvolver saberes que façam um elo entre as ciências básicas 
e a área da saúde. 
PRINCÍPIOS E ASPECTOS GERAIS SOBRE FARMACOLOGIAUNIDADE 1
8
INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, neste primeiro capítulo vamos abordar algumas informações básicas 
e essenciais para a construção do conhecimento da disciplina de farmacologia. Uma abordagem 
inicial trazendo informações de princípios e aspectos gerais da farmacologia para você.
Divididos em tópicos e conceitos essenciais que norteiam o conhecimento formador 
e construtor mediante a ação da farmacologia na vida das pessoas. Espero que esse 
conteúdo lhe auxilie nos estudos e seja de grande valia para sua formação profissional.
Bons estudos!
PRINCÍPIOS E ASPECTOS GERAIS SOBRE FARMACOLOGIAUNIDADE 1
9
Olá Caros alunos, vamos iniciar agora os estudos sobre essa disciplina tão 
importante e relevante aos estudos da área da saúde. Nesta primeira unidade, iniciamos com 
conceitos básicos essenciais ao desenvolvimento da disciplina, abordando a Farmacologia, 
Farmacocinética e a Farmacodinâmica.
Desde a antiguidade as plantas medicinais, utilizadas há milhares de anos, servem 
de base para estudos na produçãoNa sequência, abordaremos sobre medicamentos antialérgicos, anti-inflamatórios, 
anti-infecciosos, antivirais, medicamentos antifúngicos, medicamentos antineoplásicos, 
antiparasitários e hormônios e alguns exemplos de cada subtipo abordado, para que você 
aluno(a) consiga ter uma caracterização dos subtipos de medicamentos dentro das classes 
farmacológicas. É importante salientar também a relevância da responsabilidade da 
administração correta dos antibióticos, visto que o microrganismo a ser “destruído” precisa 
de doses administradas corretamente para alcançar o efeito terapêutico desejado.
Por fim, abordaremos sobre algumas condições especiais que precisam ser 
analisadas com mais cautela, como são os casos de pacientes idosos, crianças, gestantes 
e mulheres lactantes. 
Bons estudos a todos!
INTRODUÇÃO
AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
53
1.1 Medicamentos que atuam no sistema cardiovascular
O emprego de fármacos para o tratamento de doenças cardiovasculares abrange 
grande importância a vida do paciente, visto que são medicamentos utilizados diariamente 
e para a vida toda (uso contínuo), o uso adequado, o controle de eficiência do princípio 
ativo, permite uma maior chance de sucesso terapêutico, aumentando a qualidade e tempo 
de vida do paciente.
FIGURA 1: MEDICAMENTOS E ATUAÇÃO NO SISTEMA CARDIOVASCULAR
Fonte: Shutterstock
MEDICAMENTOS E ATUAÇÃO EM 
SISTEMAS CARDIOVASCULAR, 
RESPIRATÓRIO, DIGESTÓRIO E 
GENITURINÁRIO1
TÓPICO
AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
54AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
A seguir, de acordo com Destruti, Arone e Philippi (2010) vamos abordar os 
medicamentos que atuam diretamente em patologias associadas principalmente ao coração 
e nos vasos sanguíneos (auxiliando no controle da pressão arterial).
• Glicosídeos Digitálicos: são também chamados de cardiotônicos, pois atuam 
diretamente na célula cardíaca, melhorando a capacidade de bombeamento do 
coração, esta classe atua aumentando a contratilidade do músculo cardíaco, 
consequentemente aumentando a adequação da circulação, causando assim: 
aumento do débito cardíaco, redução da pressão venosa, redução do volume 
sanguíneo, maior diurese e redução de edema. Cuidados essenciais para sua 
administração, pois são medicamentos de alta toxicidade. Patologias que podem 
ser utilizados para procedimento terapêutico: insuficiência cardíaca congestiva 
(ICC); profilaxia e tratamento de arritmias; taquicardia paroxística, dentre outras. 
Principais exemplos: digoxina; metildopa e digitoxina. 
• Medicamentos Ionotrópicos: os principais representantes são dobutamina; 
dopamina; ibopamina e milrinona. Normalmente são empregados em pacientes 
com ICC que não se adaptaram bem à classe dos digitálicos, diuréticos e 
vasodilatadores.
• Antiarrítmicos: o músculo cardíaco é formado por fibras, estas que são 
essenciais na contratilidade do mesmo; a contração ocorre de forma ritmada, 
resultando no funcionamento adequado da bomba cardíaca. Quando um paciente 
está com batimentos cardíacos descompassados, podemos dizer que está com 
frequência, excitabilidade e a condução do estímulo nervoso afetado, neste caso 
pode-se utilizar a classe de medicamentos antiarrítmicos. Exemplos principais: 
quinidina; propranolol; verapamil e amiodarona.
Além de atuar no coração, existem aqueles que se ligam diretamente nos receptores 
dos vasos sanguíneos e são divididos basicamente em:
• Anti-hipertensivos: são aqueles utilizados para controlar o aumento ou diminuição 
descompassada da pressão arterial, tentando manter os níveis desejados e 
saudáveis ao indivíduo. São divididos em grupos: 1) Inibidores adrenérgicos: 
atenolol e prazosina. 2) Inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA): 
captopril e enalapril. 3) Bloqueadores do canal de cálcio: diltiazem.
• Antagonistas de ação central: clonidina e metildopa. Agonistas adrenérgicos 
de ação periférica: reserpina. Diuréticos: atuam na eliminação de líquidos, através 
da diminuição do volume plasmático e fluxo sanguíneo. Ex: hidroclorotiazida, 
clortalidona e espironolactona.
• Vasodilatadores: medicamentos que atuam como vasodilatadores atuam 
na “parede” do vaso sanguíneo, aumentando o calibre do mesmo. Podem 
55AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
agir em locais específicos ou em todo o sistema circulatório. Como exemplos 
de vasodilatadores periféricos e cerebrais: bametano, benciclano, cinarizina, 
a diidroergocristina entre demais. Os de vasodilatadores coronarianos ou 
antianginosos atuam nas artérias coronárias, aumentando o fluxo sanguíneo, 
consequentemente, aumentando a irrigação cardíaca; exemplos: prazosina, 
isossorbida, nitroglicerina, propatilnitrato, nifedipino, entre outras.
• Antianêmicos: existem grupos de medicamentos que atuam no sistema 
hematopoiético, no caso dos antianêmicos, estes interferem no desequilíbrio da 
carência de vitaminas (ferro, vitamina B12, ácido fólico ou eritropoietina). Existem 
vários tipos de fármacos com essas funções, podemos citar alguns dos mais usados:
 ◦ Antimacrocíticas: classe fornecedora de B12 e ácido fólico: cianicibalamina, 
calamina, ácido fólico e ácido folínico.
 ◦ Antimicrocíticos: classe fornecedora de ferro: sulfato ferroso, ferripolimaltose, 
ferriprotinato.
• Anticoagulantes: classe farmacológica utilizada na prevenção e tratamento da 
trombose, os medicamentos atuam interferindo no processo de coagulação do 
sangue. Podem ser classificados em tipos: 
 ◦ Heparina (heparinóide, heparina, fenoricumona e fenindiona).
 ◦ Antitrombóticos: atuam prevenindo a formação de trombos, exemplos 
principais: ácido acetil salicílico e dipiridamol.
 ◦ Fibrinolíticos: agem restabelecendo a circulação sanguínea, atuando 
diretamente na dissolução dos trombos. Ex: estreptoquinase, alteplase e ácido 
aminocaproico.
 ◦ Hemostáticos ou coagulantes: medicamentos desse grupo auxiliam 
no processo de coagulação do sangue, agindo diretamente no controle das 
hemorragias. Ex: vitamina K, estrógeno, entre outros.
O paciente que utiliza muitos anticoagulantes, podem manifestar quadros de 
hemorragias, nestes casos é importante a análise de profissional médico, para avaliar se 
torna necessário a troca do medicamento.
• Antilipêmicos ou Antiarterosclerose: são aqueles utilizados para reduzir 
os níveis de colesterol ou triglicérides do sangue, importante realizar controle 
alimentar e prática de atividade física, concomitante ao tratamento. Se dividem em 
tipos: Inibidores da HMG-CA: agem inibindo diretamente a síntese do colesterol 
LDL, exemplos: pravastatina, iovastatina e fluvastatina. Derivados do ácido 
fíbrico: colestiramina e atorvastina (KATZUNG; MASTERS; TREVOR, 2017).
56AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
1.2 Medicamentos que atuam no sistema respiratório
Quando um paciente necessita de medicamentos para tratar alguma patologia 
do sistema respiratório, torna-se importante tratar os sintomas, visto que o paciente pode 
estar com um quadro infeccioso das vias aéreas superiores, ou até uma inflamação dos 
brônquios e bronquíolos pulmonares.
Várias classes farmacológicas podem ser utilizadas para tratamento de patologias 
desse sistema, podemos classificar algumas, como os descongestionantes nasais, 
antitussígenos, expectorantes, mucolíticos, broncodilatadores, antiasmáticos, antibióticos, 
tensoativos pulmonares e corticosteroides (BRUM; ROCKENBACH; BELLICANTA, 2018).
FIGURA 2: SISTEMA RESPIRATÓRIO E PATOLOGIAS QUE CAUSAM 
BRONCOCONSTRIÇÃO
Fonte: Enfermagem Florence. 2021. Disponível em: enfermagemflorence.com.br. Acesso em: 10 nov. 2021.
• Descongestionantes nasais: são muito utilizados, pois são vendidos sem a 
necessidade de prescrição médica, atuam no alívio sintomático de distúrbios 
como: rinites alérgicas, coriza aguda e sinusite. Principal mecanismo de 
ação é a vasodilatação da mucosa nasal, reduzindo o fluxo sanguíneo da 
área edematosa, melhorando assim a respiração/constrição nasal. A forma 
farmacêutica mais utilizada são os aerossóis,gotas e sprays, pois propiciam o 
alívio imediato. Podemos citar a efedrina, a adrenalina, nafazolina, cloreto de 
sódio, pseudoepinefrina, entre outros (DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
• Antitussígenos: são medicamentos que auxiliam inibindo a tosse. A tosse é 
um processo parcial do controle voluntário, com reflexo protetor, para expelir 
as substâncias irritantes, ou excesso de secreções. Quando administrado 
antitussígenos, os mesmos atuam nos componentes centrais ou periféricos do 
http://enfermagemflorence.com.br
57AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
reflexo da tosse. Dividem-se basicamente em dois tipos: antitussígenos de ação 
central e de ação periférica (DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
 ◦ Ação Periférica: atuam impedindo a chegada do impulso e do reflexo da tosse, 
são exemplos: dropropizina e a levodropropizina.
 ◦ Ação central: atuam no centro bulbar da tosse ou nos superiores associados, 
como exemplos podemos citar o clobutinol, dextrometorfano, fenilato, butamirato.
• Expectorantes e mucolíticos: são medicamentos utilizados para favorecer a 
eliminação de secreção da região traqueobrônquica. Podem ser administradas 
por via oral, via inalatória, intramuscular e intravenosa. Em sua composição 
possuem substâncias como benzoato de sódio, iodeto de potássio, guaifenesina, 
dentre outras substâncias. Os mucolíticos atuam fluidificando (“amolecendo”) 
a secreção pulmonar, facilitando assim, sua retirada através do mecanismo de 
tosse, um fármaco muito utilizado é o fluimucil, pois age diminuindo a viscosidade, 
deixando a secreção mais “aquosa” (DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
• Broncodilatadores e antiasmáticos: são amplamente utilizados para crises 
asmáticas, bronquites e enfisema pulmonar. Quando um medicamento desta 
classe é administrado ao paciente, estes agem diretamente sobre a musculatura 
lisa dos bronquíolos, levando a um relaxamento muscular e em seguida a uma 
broncodilatação. Possuem ação simpaticomimética (ação sobre o sistema 
nervoso simpático), ou seja, atuam sobre outros órgãos, gerando assim efeitos 
colaterais comuns como taquicardia, ansiedade, cefaléia e tremores. Diante disso, 
é importante ressaltar o cuidado com as doses, e cautela na administração. Ex: 
epinefrina, efedrina, salbutamol, terbutalina, aminofilina e o brometo de ipratrópio 
(para inalação) (DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
• Analépticos: medicamentos classificados como analépticos agem estimulando 
o centro respiratório, gerando assim um aumento da frequência e profundidade 
respiratória, relaxando a musculatura da árvore brônquica. Exemplos de fármacos: 
teofilina e cloridrato de doxapram (KATZUNG, MASTERS; TREVOR, 2017).
• Oxigenoterapia: tratamento feito à base de oxigênio, administrado por meio de 
máscaras e/ou cateter nasal. Utilizado normalmente com as seguintes finalidades: 
corrigir hipoxemia e hipóxia tissular (DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
1.3 Medicamentos que atuam no sistema digestório
Quando ocorre um desequilíbrio do sistema gastrintestinal o uso de fármacos desta 
classe é utilizado principalmente no alívio dos sinais e sintomas, podemos citar os medicamentos 
mais empregados são das classes: antieméticos, laxativos, antidiarreicos, antissecretores, 
antiulcerosos, antifiséticos e os antiespasmódicos. Possuem três principais formas de ação 
58AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
no aparelho gastrointestinal, podemos citar a substituição de secreções normais, interferem 
na motilidade do estômago e do intestino e alterando a quantidade das secreções digestivas, 
vamos abordar de forma sucinta cada um deles (DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
• Antiulcerosos: medicamentos utilizados no tratamento de úlceras pépticas, 
duodenais e gástricas. Dividem-se nos principais grupos:
 ◦ Anti-histamínicos H ou bloqueadores ou antagonistas dos receptores H: 
a histamina é a principal substância para ação desse medicamento, esta possui 
receptores localizados principalmente no estômago, medicamentos como 
cimetidina, famotidina, nizatidina e ranitidina são considerados bloqueadores 
dos receptores H, atuam reduzindo a secreção do suco gástrico.
 ◦ Prostaglandinas: medicamentos pertencentes a essa classe, atuam inibindo 
a secreção gástrica, sendo, portanto, antiulceroso, gerando uma proteção a 
mucosa gástrica. Ex: misoprostol.
 ◦ Inibidores da bomba protônica: medicamentos desta classe atuam 
diretamente nas células parietais gástricas, ajudando no controle do ph 
estomacal. Ex: omeprazol, lansoprazol e esomeprazol.
• Antissecretores: são aqueles que agem nas secreções normais do sistema 
digestório. Dividem-se basicamente em dois grupos principais: antissecretores 
(atuam como coadjuvantes para o tratamento de úlceras gástricas e duodenais) e 
espasmolíticos (classificados como anticolinérgicos, podemos citar de exemplo o 
brometo de emeprônio, escopolamina e atropina) (DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 
2010).
• Antiácidos: classe farmacológica popular, pois é composta por medicamentos 
capazes de neutralizar o ácido clorídrico gástrico. Utilizado para patologias como 
azia, disfagia, gastrite e úlcera péptica. Podemos relatar: - Hidróxido de alumínio, 
hidróxido de magnésio e mistura de antiácidos (hidróxido de alumínio, hidróxido 
de magnésio, bicarbonato de sódio, carbonato de cálcio e carbonato de magnésio) 
(DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
• Antieméticos: são utilizados principalmente para inibir o reflexo do vômito 
e são classificados basicamente em três principais tipos: aqueles que agem 
diretamente na mucosa gástrica (ex. Citrato de sódio); aqueles que agem no 
sistema nervoso central (ex. Fenotiazínicos, clorpromazina) e aqueles que agem 
sobre o sistema nervoso autônomo, chamados de anticolinérgicos, aqueles que 
diminuem a motilidade e secreção digestiva (ex. Escopolamina e homatropina) 
(DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
59AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
• Antidopaminérgicos: são de uso popular, os famosos medicamentos 
bromoprida, domperidona e metoclopramida. Eficazes para náuseas e vômitos, 
normalmente causados por irradiação e toxinas.
• Catárticos, laxativos ou purgativos: são aqueles medicamentos que facilitam 
a eliminação do bolo fecal (fezes). Podem agir de diferentes formas, na lubrificação 
da parede intestinal, agindo como formadores de massa ou mucilantes e como 
estimulantes do peristaltismo – esses normalmente causam cólicas e desconforto 
abdominal.
• Antidiarreicos: nesta classe utilizam-se medicamentos para síndromes 
diarreicas, caracterizada principalmente por perda excessiva de líquidos e 
eletrólitos. Exemplos: loperamida e racecadotrila (KATZUNG; MASTERS; 
TREVOR, 2017).
• Antifiséticos: utilizados no tratamento sintomático de flatulência, ou seja, 
auxiliam na eliminação das bolhas de ar contidas no interior do trato gastrintestinal, 
facilitando a liberação das mesmas. Exemplos: dimeticona e simeticona.
• Antiespasmódico ou espasmolítico: são medicamentos que reduzem a 
motilidade e o tônus visceral dos aparelhos geniturinário e gastrintestinal. Exemplos: 
escopolamina, atropina, homatropina (DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
• Eméticos: utilizados em casos de emergência para indução do vômito. Exemplo: 
apomorfina (DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
1.4 Medicamentos que atuam no aparelho geniturinário
• Diuréticos: substâncias capazes de diminuir o volume extracelular e eliminar 
eletrólitos como sódio, bicarbonato, cloro e bicarbonato, são fármacos que 
aumentam a produção de urina, muito úteis para combater edema, utilizados 
também como anti-hipertensivos. Exemplos: hidroclorotiazida, clortalidona 
(KATZUNG; MASTERS; TREVOR, 2017).
• Antissépticos urinários: são fármacos que possuem rápida eliminação renal e 
ecervemação antibacteriana nos canais de eliminação da urina. Ex: fenazopiridina 
e ácido pipemídico.
• Relaxantes uterinos: são fármacos que possuem como principal ação: inibição 
do parto e prevenção de aborto. Exemplos: ritodrina e isoxsuprina.
• Ocitócicos: medicamentosque provocam a contração uterina, muito utilizados 
para induzir o parto e inibir a hemorragia pós-parto e pós- aborto, Exemplos: oxitocina 
injetável, ergometrina e metilergometrina (KATZUNG; MASTERS; TREVOR, 2017).
60
2.1 Processo alérgico e medicamentos 
A alergia é uma resposta exagerada e excessiva do sistema imunológico contra 
substâncias diversas que entram em contato com o organismo, seja pela via respiratória, 
pela via cutânea ou até mesmo por ingestão (DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010). Algumas 
pessoas possuem maior sensibilidade a serem alérgicas a determinadas substâncias. 
Dependendo da sensibilidade da pessoa em relação à substância, ela pode entrar em um 
processo chamado anafilaxia ou choque anafilático. 
Nele, o sistema imunológico toma atitudes extremas, com o objetivo de defender 
o organismo desse “ataque” feito pela substância causadora de alergia. O tratamento 
ideal, sempre antecede descobrir a causa do processo alérgico, porém nem sempre isso 
é possível. Para tratamento de processos alérgicos contamos com a classe dos anti-
histamínicos (exemplos: dexclorfeniramina, loratadina, clemastina, entre outros) e a classe 
dos glicocorticóides (exemplos: betametasona, desonida, dexametasona, entre outros) 
(DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
2.2 Inflamação e medicamentos anti-inflamatórios
O processo inflamatório está diretamente ligado a uma resposta protetora do 
sistema imunológico a um estímulo prejudicial, normalmente é estimulado por agentes 
nocivos, infecções e lesões físicas, gerando a liberação de moléculas e patógenos, que são 
reconhecidos por células encarregadas da vigilância imunológica. A resposta inflamatória 
caracteriza-se, mecanicamente, por mecanismos fisiológicos conhecidos como: 
MEDICAMENTOS ANTIALÉRGICOS, 
ANTI-INFLAMATÓRIOS, ANTI-
INFECCIOSOS E ANTIVIRAIS2
TÓPICO
AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
61AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
• Vasodilatação local transitória e aumento da permeabilidade capilar;
• Infiltração de leucócitos e células fagocitárias; 
• Resolução, com ou sem degeneração tecidual e fibrose (BRUNTON; CHABNER; 
KNOLLMANN, 2016).
A capacidade do organismo em desencadear uma resposta anti-inflamatória é essencial 
para a sobrevida e homeostase do corpo, contudo, na maioria das vezes torna-se necessário 
a intervenção medicamentosa. Medicamentos com ação desta classe, são classificados em: 
• Anti-inflamatórios não esteroides (Aine): exemplos cetoprofeno, meloxicam, 
nimesulida, piroxicam, diclofenaco potássico e diclofenaco sódico. Os AINE são, 
em sua maioria, inibidores competitivos, não competitivos ou reversíveis mistos 
das enzimas COX, o mecanismo de ação principal é a inibição da cicloxigenase e 
os principais efeitos terapêuticos dos AINE derivam de sua capacidade de inibir a 
produção de prostaglandina (PG) (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2016).
QUADRO 1: PRINCIPAIS SISTEMAS E MANIFESTAÇÕES PRINCIPAIS
COM O USO DE ANTI-INFLAMATÓRIOS
Fonte: (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2016).
2.3 Anti-infecciosos
Fazem parte dessa classe farmacológica um grande número de medicamentos: os 
antibióticos, os antifúngicos e antivirais (DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
62AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
2.3.1 Antibióticos
Os microrganismos estão presentes em todos os locais, ar, terra, porta, vidro, 
alimentos e até mesmo dentro do nosso organismo. Quando o organismo é infectado, 
nosso corpo tenta reagir através da mobilização das barreiras naturais, contudo, quando 
essas não são suficientes para combater o agente estranho, ocorre um processo infeccioso 
(DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
Para que ocorra o tratamento adequado, torna-se fundamental a identificação do 
agente causador da infecção, visto que o uso errôneo dessa classe, pode levar a resistência 
bacteriana, tendo diminuição/perda da sua eficácia medicamentosa. A intervenção terapêutica 
com os antibióticos, precisa ser seguida de maneira adequada, mantendo-se os horários e 
orientações do tratamento adequado, caso não seja seguida corretamente pode não ter o efeito 
farmacológico que o organismo necessita (DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
Podemos dizer que os antibióticos podem ser produzidos por substâncias sintéticas 
ou por microrganismos, e se utilizados de forma adequada, possui propriedades de inibição 
do crescimento bacteriano ou até a capacidade de destruí-las, por isso são classificados 
em bacteriostáticos e bactericidas. Os Bacteriostáticos: provocam a morte da bactéria 
por impedir o seu crescimento, - afetando a síntese proteica-, podemos citar exemplos: 
cloranfenicois, macrolídeos e tetraciclinas. Os bactericidas: afetam a parede celular e a 
membrana citoplasmática, provocando a morte da bactéria, são exemplos principais os 
aminoglicosídeos, as cefalosporinas, as penicilinas os polipeptídeos, a rifampicina e a 
vancomicina (DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
O mecanismo de ação dos antibióticos depende do local de ação do mesmo, no 
agente agressor, por isso existem várias classificações farmacológicas. Abaixo as principais, 
descritas por Destruti, Arone e Philippi (2010):
• Penicilinas: atravessam a barreira hematoencefálica, possuem ação bactericida, 
administrados por via oral, IM, EV. Exemplos: amoxicilina, ampicilina, oxacilina, 
Benzilpenicilina benzatina, entre outros.
• Cefalosporinas: bactericidas e classificadas de primeira a quarta geração, 
alterando sua ação em gram-positivas e gram-negativas. Exemplos: 1ªgeração: 
cefalotina; 2ª geração: cefaclor; 3ª geração: ceftriaxona, cefotaxima. 4ª geração: 
cefepima e cefpiroma.
• Aminoglicosídeos: bactericidas preferencialmente administrados via injetável, 
IM, pois são altamente nefrotóxicos. Exemplos: amicacina, gentamicina e 
tobramicina.
63AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
• Betalactâmicos não clássicos: exemplos principais: ertapenem e clavulanato 
de potássio em associação com amoxicilina.
• Macrolídeos: bacteriostáticos de uso oral e tópico, alguns exemplos: 
azitromicina, eritromicina, espiramicina.
• Polipeptídeos: bactericidas, principais exemplos: polimixina B, vancomicina, 
bacitracina, entre outros.
• Tetraciclinas: são medicamentos de ação bacteriostática, com frequente 
distúrbios gástricos. Exemplos: doxiciclina e minociclina.
• Rifampicinas: ação principal bactericida, utilizado com frequência no tratamento 
da tuberculose. Exemplos: rifamicina e rifamida.
• Sulfas: fármacos de ação antimicrobiana de ampla aplicação. Exemplos 
principais: sulfametazol+trimetoptima, sulfadiazina e sulfacetamida.
• Importante destacar que são inúmeras classes farmacológicas e mecanismos 
de ação de medicamentos, por isso a importância do conhecimento básico inicial, 
cautela de prescrição e automedicação.
2.4 Antivirais
Os vírus possuem características particulares que os diferenciam das bactérias 
e fungos, por isso seu tratamento é baseado em observação e tratamento dos sintomas 
do paciente, como é o exemplo de um estado gripal. Os antivirais são, portanto, uma 
classe de medicamentos utilizados para tratar patologias causadas por vírus, diante 
dessa definição, é importante reforçar que muitas doenças podem ser evitadas com a 
administração de vacinas. No caso da patologia AIDS, que é causada pelo vírus HIV, 
o diagnóstico precoce e tratamento medicamentoso é essencial para a vida humana. 
Podemos citar exemplos de fármacos antivirais: aciclovir, lamivudina, amprenavir, 
didanosina, entre outros (DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
64
3.1 Antifúngicos
Também chamados de antimicóticos, os antifúngicos são utilizados em patologias 
causadas por fungos. O tratamento normalmente é específico, e ocorre normalmente 
quando o microrganismo adentra o organismo, mediante uma queda na imunidade, o fungo 
aproveita e desenvolve patologias. Alguns exemplos de medicamentos utilizados são: 
miconazol, cetoconazol, anfotericina B e flucitosina (DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
3.2 Medicamentosantineoplásicos
Os medicamentos denominados como antineoplásicos são aqueles utilizados no 
tratamento do câncer, que é uma das patologias mais estudadas dentro da pesquisa científica 
na área da saúde. O tratamento abrange uma ação multidisciplinar, e envolve tratamento 
medicamentoso para auxílio nos sintomas, quimioterapia, radioterapia e cirurgia, todos esses 
requisitos em conjunto possuem principal êxito de prolongar o tempo de vida do paciente.
Os fármacos desta classe farmacológica, agem nas células cancerosas, porém 
muitas vezes o tratamento interfere nas células “sadias” do organismo, causando muitos 
efeitos colaterais ao paciente. Podemos dizer que esses medicamentos antineoplásicos 
são substâncias capazes de inibir ou prevenir o desenvolvimento das células cancerígenas, 
destruindo as células tumorais. Devem ser prescritos por profissional habilitado, administrado 
da forma correta, com muita cautela e acompanhamento adequado (DESTRUTI, ARONE; 
PHILIPPI, 2010). Podemos citar as principais classificações:
• Agentes alquilantes. Exemplo: carmustina, ciclofosfamida entre outros.
MEDICAMENTOS 
ANTIFÚNGICOS, MEDICAMENTOS 
ANTINEOPLÁSICOS, 
ANTIPARASITÁRIOS E HORMÔNIOS3
TÓPICO
AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
65AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
• Antimetabólitos. Exemplo: metotrexato, tioguanina, entre outros.
• Compostos de platina. Exemplo: carboplatina, cisplatina, entre outros.
• Produtos naturais. Exemplo: paclitaxel, teniposídeo, entre outros.
• Diversos. Exemplos: asparaginase, mesna, mitotano.
3.3 Antiparasitários
Doenças causadas por parasitas, são ainda um grave problema no Brasil, são 
decorrentes da falta de higiene, falta de conhecimento dos vetores, falta de educação 
preventiva e precariedade no saneamento básico de algumas regiões. Medidas simples 
como: higienizar as mãos corretamente, não andar descalço em ambientes com baixa 
higiene, higienizar bem alimentos, são muito importantes na diminuição dessas taxas 
(DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
O tratamento com medicamentos antiparasitários é dividido de acordo com o micro-
organismo causador, e possuem algumas características próprias, como por exemplo: baixo 
preço, dose única ou esquema posológico curto. Patologias causadas por protozoários como 
exemplo: doença de Chagas, pode ser tratada com benznidazol; Amebíase, Tricomoníase 
e Balantidíase, pode ser tratada com metronidazol; Toxoplasmose, pode ser tratada com 
pirimetamina (DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
Medicamentos que estão incluídos como Anti-helmínticos podem tratar doenças 
como ascaridíase (pode-se utilizar como tratamento mebendazol), esquistossomose e 
teníase (pode-se utilizar praziquantel). É importante salientar também que todo tratamento 
medicamentoso é importante prescrição e acompanhamento de profissional habilidade na 
área da saúde, visto que o diagnóstico e tratamento correto são super relevantes para 
qualidade de vida do paciente.
3.4 Hormônios
Classe farmacológica importante para o funcionamento do organismo humano, 
visto que quando ocorre uma desregulação hormonal, o indivíduo sofre consequências em 
todo o organismo, visto que os hormônios auxiliam no regulamento, estimulando ou inibindo 
determinadas funções do corpo humano (DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010).
Segundo Destruti, Arone e Philippi (2010) e Brunton, Chabner e Knollmann (2016), 
podemos diferenciá-los em alguns grupos de medicamentos:
• Hormônios gonadais: aqueles secretados nos ovários e testículos. Os 
hormônios femininos atuam alterando as atividades do estrógeno e progesterona.
66AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
• Estrogênios: utilizados para reposição hormonal, exemplos: estradiol e 
tibolona.
• Antiestrogênicos: utilizados para diminuir a ação dos estrogênios, exemplos: 
ciclofenila.
• Progestogênio ou gestagênos: muito utilizados para reposição hormonal, 
exemplos: desogestrel, levonorgestrel.
• Androgênicos: utilizados para simular atividades da testosterona, quando 
esta não está desempenhando ação suficiente no organismo. Alguns exemplos: 
danazol, testosterona e mesterolona.
• Antiandrogênicos: utilizados para diminuir a quantidade de testosterona. 
Exemplos: ciproterona e finasterida.
• Anticoncepcionais orais: amplamente utilizados, sua principal função é evitar 
a gravidez. Existem muitos tipos de medicamentos desta classe, e a prescrição 
deve ser feita por um médico.
67
As patologias são associadas a tratamentos específicos mediante a sua classificação 
farmacológica, características como o mecanismo de ação, o agente causador da doença 
e o perfil do paciente, podem interferir na resposta medicamentosa utilizada, por isso, 
torna-se importante relatar e observar que a idade, o metabolismo, e características do 
organismo humano que será administrado este fármaco são de extrema importância para 
sucesso terapêutico.
Os medicamentos que atuam sobre a nutrição do organismo também podem ser 
classificados, como: 
• Estimuladores do apetite, como exemplo: ciproeptadina e buclizina comprimidos.
• Sais minerais como sódio ferro, iodo e cálcio são importantes no organismo 
humano, e sua ausência ou excesso podem causar desequilíbrios
• Vitaminas: atuam diretamente em processos metabólicos, os alimentos são 
excelentes fornecedores de vitaminas, contudo em casos especiais torna-
se necessário suplementação com vitaminas industrializadas. Podem ser 
classificadas em vitaminas hidrossolúveis: tiamina ou vitamina B1, piridoxina ou 
vitamina B6, ácido ascórbico ou vitamina C, dentre outros e vitaminas lipossolúveis, 
podemos citar como exemplos desta classe de vitaminas: o retinol ou vitamina A, 
vitamina D, vitamina E e vitamina K.
Podemos dizer então que, os medicamentos são substâncias que quando 
administrados em nosso organismo gera uma série de reações, que são desencadeadas 
MEDICAMENTOS E 
CONDIÇÕES ESPECIAIS4
TÓPICO
AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
68AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
pela estrutura química administrada. Passam por todo processo de farmacocinética e 
farmacodinâmica, contudo, existem situações na qual a utilização destes exige ainda mais 
critérios de cuidados, podemos citar como exemplos, a atenção a tratamentos durante a 
gestação e a amamentação, em geriatria e pediatria.
No desenvolvimento de novos medicamentos, os testes não ocorrem em mulheres 
gestantes, idosos e crianças inicialmente, visto que pode ter consequências à saúde, 
pois quando abordamos estes casos, possuem particularidades especiais. A gravidez é 
um período especial no corpo de uma mulher, visto que ocorrem modificações estruturais, 
física e emocional. As substâncias ingeridas pela mãe, podem chegar rapidamente ao feto 
através do cordão umbilical e todo esquema terapêutico farmacológico pode ser alterado, 
tanto na gestante, quanto ao feto (DESTRUTI, ARONE; PHILIPPI, 2010 e BRUNTON; 
CHABNER; KNOLLMANN, 2016).
O organismo de uma criança é diferente do organismo do adulto, as terapias 
medicamentosas quando aplicadas a elas precisam ser cautelosas em relação à dosagem 
terapêutica e a sua administração precisa ser realizada de maneira rigorosa. O cálculo de 
dosagem deve ser direcionado por profissional prescritor, respeitando a bula medicamentosa 
e as características do paciente em tratamento.
Os idosos possuem uma grande tendência a auto medicação, e isso torna o risco 
a interação medicamentosa muito maior, seja essa mistura química de produtos sintéticos 
ou naturais (como chás por exemplo), o maior cuidado está em como o organismo do 
paciente reage com as substâncias químicas na corrente sanguínea, por isso a orientação, 
informação adequada e acesso rápido a profissionais capacitados, garante uma diminuição 
de riscos à saúde humana.
69
A forma de classificação dos antibióticos está relacionada a grupos farmacológicos, com 
mecanismos de ação mais equivalentes. Podemos citar como principais as penicilinas, cefalosporinas,aminoglicosídeos, betalactâmicos e demais. Diante disso, indico a leitura do site da ANVISA sobre classes 
farmacológicas – antibióticos e aspectos importantes. 
Link I: https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/
modulo1/cefalosporinas.htm
Link II: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/formulario_terapeutico_nacional_2010.pdf. 
Fonte: ANVISA, classes farmacológicas – antibióticos e aspectos importantes. 2011. Acesso em: 10 
nov. 2021.
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria da Ciência Tecnologia e Insumos Estratégicos, 
Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional. Rename. 2. 
ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
Link I Link II
SAIBA
MAIS
AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo1/cefalosporinas.htm
https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo1/cefalosporinas.htm
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/formulario_terapeutico_nacional_2010.pdf
70
Uma mulher de 64 anos de idade, com história pregressa de doença arterial coronariana, hipertensão 
arterial e insuficiência cardíaca congestiva (ICC) apresenta dispneia em repouso e com esforço, ortopneia, 
edema de membros inferiores e corrosão. Seus sintomas pioraram ao longo das duas últimas manas e também 
incluem ortopneia, piora da tolerância ao exercício e taquipneia. Ao exame, ela está́ notavelmente dispneica 
e taquipneica e também tem distensão venosa jugular, edema depressível 2+ e estertores ao exame dos 
pulmões. Também apresenta S3 audível. Sua radiografia de tórax, nível pró-Peptídeo Natriurético Cerebral 
(PNC) e ecocardiograma confirmam a suspeita clínica de exacerbação da ICC com edema pulmonar. Ela já está 
na terapia clínica máxima com um inibidor da ECA, betabloqueador, estatina e ácido acetilsalicílico. A paciente 
está adequadamente colocada em oxigênio e recebe furosemida intravenosa.
• Qual é o mecanismo de ação da furosemida? 
• Que anormalidades eletrolíticas podem ser causadas pela furosemida?
Resposta: 
• Diuréticos Resumo: Uma mulher de 64 anos de idade com edema pulmonar recebe 
prescrição de furosemida.
• Mecanismo de ação da furosemida: Inibir a reabsorção de NaCl ativo no ramo 
ascendente da alça de Henle, aumentando a excreção hidreletrolítica.• Anormal idades 
eletrolíticas potenciais: Hipopotassemia, hipomagnesemia e alcalose metabólica devido à 
excreção aumentada de H+. CORRELAÇÃO CLÍNICAOs diuréticos de alça administrados por 
via intravenosa iniciam a diurese em minutos, tornando-os ideais para o tratamento de edema 
pulmonar agudo. A furosemida é o protótipo e o fármaco mais amplamente usado dessa classe. 
Os diuréticos de alça inibem a reabsorção de NaCl no ramo ascendente da alça de Henle. Isso 
provoca aumento acentuado na excreção de água e eletrólitos. A excreção de íons de potássio, 
magnésio e cálcio é aumentada, o que pode causar efeitos adversos clinicamente significativos. 
A alcalose metabólica também pode ocorrer como resultado da excreção de íons de hidrogênio. 
No entanto, a capacidade de causar a excreção desses eletrólitos também pode fornecer um 
benefício clínico em determinadas situações. A diurese forçada, com a administração de soro 
fisiológico IV e furosemida, é o principal método de tratamento da hipercalcemia.
• Farmacologia dos diuréticos de alça: Definições importantes
• Diurético: Agente que aumenta a produção de urina. Os mais comuns são os diuréticos 
natriuréticos, agentes que aumentam a produção de urina interferindo na reabsorção do 
sódio nos rins. 
• Acúmulo de água em espaços intersticiais. As causas incluem pressão arterial elevada, 
diminuição na pressão oncótica no plasma causada por uma redução na síntese de proteínas 
hepáticas ou um aumento da pressão oncótica no espaço intersticial.
Fonte: TOY, SOLTO e TISCHKAU, 2015.
REFLITA
AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
71
Caro acadêmico, finalizamos mais uma unidade da apostila, e neste abordamos muitos 
tópicos relevantes para a sua vida e profissão. Podemos dizer que, todo profissional da área da 
saúde necessita adquirir conhecimentos básicos sobre tipos de medicamentos, visto isso nestes 
tópicos apresentados muitas informações podem auxiliar na construção do saber profissional.
O medicamento e suas classes farmacológicas abordados sucintamente possuem 
um amplo caminho de conteúdos e tópicos a serem desvendados, como os mecanismos de 
ação de fármacos no organismo humano que possuem um caminho de grande relevância 
para os profissionais da saúde. 
As classes farmacológicas trabalhadas envolvem um grande número de patologias 
e características farmacocinéticas e farmacodinâmica peculiar de substâncias químicas 
com ação medicamentosa relevante ao organismo como um todo. Por isso, a informação 
sobre medicamentos e sua atuação sempre se torna fundamental na vida humana. Vamos 
em frente aos estudos, com dedicação e foco, a formação profissional ocorrerá de forma 
qualificada e responsável.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
72
Artigo científico: Resistência bacteriana aos antibióticos e Saúde
Pública: uma breve revisão de literatura. 
Revisão de literatura, elaborada a partir da análise de 73 trabalhos científicos, é 
introduzido ao leitor aspectos farmacodinâmicos dos antibióticos, seus usos terapêuticos 
(humano e veterinário), nas produções animal e industrial, e as limitações que a resistência 
bacteriana impõe à utilização destes fármacos em diferentes âmbitos. Sendo os mecanismos 
bioquímicos e genéticos da resistência bacteriana, assim como os fatores econômicos, sociais, 
propedêuticos, terapêuticos e epidemiológicos associados ao aparecimento de patógenos 
resistentes e o ônus que tais organismos geram sobre a saúde pública, o foco deste trabalho.
Fonte: COSTA, A, L,+ P; JUNIOR, A, C, S, S. Resistência bacteriana aos 
antibióticos e Saúde Pública: uma breve revisão de literatura. Estação Científica (UNIFAP). 
Macapá, 2017. 
LEITURA COMPLEMENTAR
AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
73
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
• Título: Farmacologia Básica e Clínica
• Autor: Katzung, Bertram, et al. Farmacologia Básica e Clínica . 
2017.
• Editora: Grupo A
• Sinopse: Este livro traz abordagens relevantes e une a ciência 
básica da farmacologia à prática clínica, apresentando informações 
que abordam a seleção, a utilização e o monitoramento dos efeitos 
dos medicamentos por meio de uma abordagem prática, baseada 
nos casos clínicos que introduzem cada capítulo.
FILME/VÍDEO
• Título: Princípios da Farmacologia Cardiovascular anti-
hipertensiva (Resumo)
• Ano: 2019.
• Sinopse: Um apanhado resumido dos principais tópicos em 
fisiofarmacologia da pressão arterial (anti-hipertensivos), abordando 
as diferentes classes farmacológicas (bloqueadores dos canais de 
cálcio, inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosteron, beta-
bloqueadores, diuréticos e etc)
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=xwVGg9NZdCo
LIVRO
• Título: As Bases Farmacológicas de Goodman e Gilman 2019
• Autor: Goodman e Gilman.
• Editora: McGraw-Hill.
• Sinopse: Livro considerado a bíblia azul da farmacologia, 
correlaciona a farmacologia às ciências médicas associadas, 
Reinterpreta as ações e os usos dos fármacos em vista dos 
avanços na medicina e nas ciências biomédicas básicas, enfatiza as 
aplicações da farmacodinâmica à terapêutica, sendo considerado 
uma referência fundamental em farmacologia e demais áreas afins.
AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
https://www.youtube.com/watch?v=xwVGg9NZdCo
74
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
• Título: Antibioticoterapia
• Ano: 2017.
• Sinopse: Nessa aula veremos conceitos sobre antibióticos, 
espectro de ação, tipos de ação, mecanismo de ação e toxicidade 
dos antibióticos
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=2cN4KAu9A8oLIVRO
• Título: Mecanismo dos antialérgicos
• Ano: 2016.
• Sinopse: O vídeo faz um apanhado resumido dos principais 
tópicos de antialérgicos.
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Q6LfbJIA9Pss
AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
https://www.youtube.com/watch?v=2cN4KAu9A8o
https://www.youtube.com/watch?v=Q6LfbJIA9Ps
https://www.youtube.com/watch?v=Q6LfbJIA9Ps
Professor(a) Dra. Natália de Carvalho Scharf Santana
AÇÃO E INTERAÇÕES 
DE MEDICAMENTOS4UNIDADEUNIDADE
PLANO DE ESTUDO
76
Plano de Estudos
• Fatores importantes sobre as interações;
• Classificação;
• Interações entre nutrientes, suplementos alimentares e medicamentos.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar o impacto das interações medicamentosas;
• Compreender os tipos de interações e suas diferenças;
• Estabelecer a importância da classificação das interações medicamentosas e 
alimentares.
AÇÃO E INTERAÇÕES DE MEDICAMENTOSUNIDADE 4
77
Caro aluno(a), chegamos à Unidade IV, esta é a última unidade desta apostila, 
porém não menos importante, quero enfatizar a importância de estudar sempre outras 
fontes para complementação dos seus estudos, afinal de contas um bom profissional, 
sempre estuda mais!
 Juntos, iremos abordar assuntos relevantes para a finalização da apostila, trago 
informações sobre as interações medicamentosas. Você já ouviu falar? Tenho certeza que 
alguma vez já te falaram que o uso de antibióticos juntamente com anticoncepcionais, pode 
gerar uma gravidez “não planejada”. Pois bem, os medicamentos possuem afinidade ou 
não com alguns receptores, como vimos nos capítulos passados, mediante isso, quando 
utilizamos mais de um tipo de medicamento, teoricamente um deles acopla-se ao receptor 
mais rapidamente, gerando seu efeito, enquanto o outro princípio ativo “fica aguardando” a 
conexão com receptor, para então poder gerar o efeito farmacológico.
Diante disso, alguns medicamentos possuem maior ou menor afinidade, e geram 
seu efeito mais rapidamente, por isso, quando ouvimos falar sobre a “competição” entre 
medicamentos, ou a importância do intervalo entre as doses, é muito relevante possuir 
informações verídicas que auxiliam no melhor efeito medicamentoso. É importante destacar 
que não só os medicamentos realizam essa interação, os líquidos e alimentos sólidos também 
podem influenciar na absorção e ação dos fármacos, por exemplo, quando comemos uma 
feijoada e logo em seguida tomamos um medicamento para dor de cabeça, você consegue 
imaginar toda essa mistura sendo digerida pelo estômago? Concordamos que estar com 
estômago muito “cheio” ou “vazio” afeta a absorção e distribuição medicamentosa.
INTRODUÇÃO
AÇÃO E INTERAÇÕES DE MEDICAMENTOSUNIDADE 4
78
Quando falamos de interação medicamentosa, precisamos pensar sobre a interação 
inicial que ocorre entre o princípio ativo e o corpo humano, visto que variando de acordo 
com diversos fatores individuais de cada organismo, podemos ter um tempo médio de 
ação do medicamento. Crianças, idosos e gestantes possuem um tempo de metabolização 
diferenciado devido às condições do metabolismo humano.
Hoje não podemos pensar em qualquer terapêutica sem considerar a possibilidade de 
interação, então podemos definir como interação medicamentosa uma influência recíproca, 
ou seja: um medicamento, quando administrado isoladamente, produzir determinado efeito, 
já quando associado e administrado a outro medicamento ou a alimentos, pode produzir 
efeitos diferentes (DESTRUTI; ARONE; PHILIPPI, 2010).
A Resolução RDC nº 140, de 29 de maio de 2003, estabelece regras de bulas 
de medicamentos para pacientes e profissionais da saúde, traz a definição de interação 
medicamentosa como: 
[…] uma resposta farmacológica ou clínica, causada pela combinação 
de medicamentos, diferente dos efeitos de dois medicamentos dados 
individualmente. O resultado final pode aumentar ou diminuir os efeitos 
desejáveis e/ou os eventos adversos (ANVISA, 2003, p. 257).
Pode-se deixar evidenciado que as interações não acontecem somente entre 
medicamentos, mas também entre: 
• Medicamento – alimentos;
• Medicamentos – medicamentos;
FATORES IMPORTANTES 
SOBRE AS INTERAÇÕES1
TÓPICO
AÇÃO E INTERAÇÕES DE MEDICAMENTOSUNIDADE 4
79AÇÃO E INTERAÇÕES DE MEDICAMENTOSUNIDADE 4
• Exames laboratoriais – medicamentos;
• Medicamentos- substâncias químicas.
Quando a interação ocorre e gera ao organismo um efeito benéfico, este poderá sob 
avaliação clínica médica ser mantido, contudo, se trouxer ao organismo um efeito maléfico, não 
deverá ser utilizado. Podemos neutralizar os efeitos de uma intoxicação provocando-se uma 
possível interação medicamentosa, ou também ocorrer uma interação positiva, que se trata de 
quando um fármaco faz que o outro tenha eliminação diminuída, aumentando seu tempo de 
ação, importante relembrar que todas essas interações podem ocorrer dependendo do tipo do 
medicamento e do metabolismo envolvido (DESTRUTI; ARONE; PHILIPPI, 2010).
Podemos exemplificar, algumas interações como a da aminofilina com o ácido 
ascórbico (vitamina C), são incompatíveis, ou seja, apresentam efeitos maléficos, portanto 
não pode ser administrada com suco de laranja, visto que o medicamento pode ter sua 
ação diminuída ou até anulada (DESTRUTI; ARONE; PHILIPPI, 2010). Essas informações 
podemos encontrar na bula medicamentosa, no item interação medicamentosa, por exemplo.
Segundo Destruti, Arone e Philippi (2010), existem vários fatores relacionados ao 
paciente que interferem nos tipos de interações, podemos citar como principais: os estados 
patológicos (como alcoolismo, diabetes, etc), a idade (velhice- alteração na função renal), 
fatores dietéticos e funcionamento hepático (os rins são essenciais na metabolização dos 
medicamentos), visto isso o órgão quando em processo patológico pode influenciar na 
metabolização do mesmo e alteração na função renal, como a uremia, entre outros.
A via de administração de drogas também é um dos fatores que pode afetar a 
interação, visto que os requisitos como a via de administração, a sequência de administração 
(antes ou após a alimentação), tempo de administração, duração da terapia medicamentosa, 
dosagem da droga e a forma farmacêutica são fatores imprescindíveis para o sucesso 
terapêutico (DESTRUTI; ARONE; PHILIPPI, 2010).
80
CLASSIFICAÇÃO2
TÓPICO
AÇÃO E INTERAÇÕES DE MEDICAMENTOSUNIDADE 4
Segundo a literatura, existem diversas classificações das interações, vamos 
abordar as principais: interações físico-química e terapêuticas. Podemos enfatizar que as 
interações físico-químicas são causadas principalmente por uma incompatibilidade física 
ou química entre os componentes das fórmulas e por sua vez as interações terapêuticas 
estão relacionadas a ação do medicamento (DESTRUTI; ARONE; PHILIPPI, 2010).
2.1 Interações físico-químicas
Considera-se este tipo de interação aquela que ocorre for a do paciente, por exemplo 
podemos citar: no copo-medida, na seringa, etc. Quando existe a manipulação e o contato, 
pode existir uma ação que afeta o controle de qualidade, devendo o fármaco ser descartado. 
São chamadas de incompatibilidades medicamentosas DESTRUTI; ARONE; PHILIPPI, 2010).
Todo princípio ativo tem mais afinidade em ser diluído em determinada substância, 
podendo ser soro fisiológico, água, soro glicosado, para que sua compatibilidade de dissolução 
seja mais adequada. O pH é outra característica importante, quando associamos medicamentos 
com pH diferentes é necessário observação de compatibilidade medicamentosa.
Quando um medicamento apresenta característica, cor, sabor, odor diferente do 
comum, podemos considerar que a interação é físico-química, pois muitas vezes essa 
mudança na característica pode ocorrer na manipulação, ou até mesmo no armazenamento 
inadequado, gerando consequências as características de qualidade medicamentosa.
2.2 Interações terapêuticas
Enquanto nas interações físico-químicas ou incompatibilidade, consideramosas 
alterações que ocorrem no medicamento, sendo este antes de ser administrado, ou seja, 
81AÇÃO E INTERAÇÕES DE MEDICAMENTOSUNIDADE 4
fora do paciente, nas interações terapêuticas são aquelas que ocorrem dentro do organismo 
do paciente, ou seja, após a administração do fármaco. São divididas basicamente em: 
Farmacocinéticas e Farmacodinâmicas (DESTRUTI; ARONE; PHILIPPI, 2010).
Nas interações Farmacocinéticas sabemos que ocorrem durante o trajeto do 
medicamento no organismo humano, ou seja, nas fases da farmacocinética: absorção, 
distribuição, biotransformação e eliminação. Por exemplo: o fármaco metoclopramida 
acelera o esvaziamento gástrico, desse modo, quando administrado um medicamento que 
é absorvido principalmente no estômago, quando associado a metoclopramida terá sua 
absorção comprometida. Temos vários casos de interações farmacocinéticas, e sempre 
essas informações estão presentes na bula dos medicamentos, devendo o profissional 
estar atento às descrições do fabricante do medicamento.
Por sua vez, nas interações Farmacodinâmicas estão diretamente relacionadas as 
interações à ação da droga. Podemos citar um dos casos mais comuns, que é a sinergia, 
ou seja, quando as drogas têm a mesma ação (por exemplo, AAS e dipirona), ou por 
antagonismo, isto é, os medicamentos possuem efeitos contrários (quando utilizado um 
antitussígeno associado a um expectorante) (DESTRUTI; ARONE; PHILIPPI, 2010).
A administração de medicamentos parece um ato simples, mas torna-se importante 
observar características relevantes para que se alcance o sucesso terapêutico adequado. 
Para evitar que aconteça interações, podemos citar alguns tópicos importantes:
• Procurar sempre orientação médica ou farmacêutica, visto que o risco de 
interação é sério e pode causar sérios prejuízos a saúde.
• Estar ciente de que a automedicação possui muitos riscos, e os 
medicamentos caseiros também possuem efeitos tóxicos quando não 
utilizados de forma correta.
• Quando paciente precisa utilizar mais de um medicamento simultaneamente, 
orientar para que não misture, por exemplo dois medicamentos líquidos no 
mesmo copinho, importante ter um intervalo entre as substâncias.
• Quando paciente toma medicamentos administrados por profissionais 
diferentes, torna-se fundamental o paciente relatar ao médico quais 
medicamentos já faz uso, para que o mesmo avalie se um afeta a absorção 
do outro fármaco (DESTRUTI; ARONE; PHILIPPI, 2010 p. 62).
Muitas pessoas não acreditam na interação de medicamentos com os alimentos, 
mas é fato de que os alimentos possuem interferência sim na ação dos medicamentos, 
visto que quando metabolizados tornam-se substâncias químicas da mesma forma que os 
princípios ativos medicamentosos. Os mais comuns são relatados como o ácido ascórbico, 
presente no limão, laranja e todos os alimentos de caráter mais ácido, já quando falamos 
em ferro, estamos falando de alimentos como feijão, a couve e demais.
Os alimentos ácidos quando chegam até o estômago, aumentam ainda mais a 
acidez estomacal, visto que o nosso estômago já possui caráter ácido, devido a presença 
do ácido estomacal. Alimentos ácidos irão causar problemas na absorção de qualquer droga 
que seja básica e acelerar a absorção de medicamentos com caráter ácido, e vice-versa. 
82AÇÃO E INTERAÇÕES DE MEDICAMENTOSUNIDADE 4
Os alimentos mais gordurosos, como o leite, podem facilitar a absorção de substâncias 
químicas solúveis em gordura. Alguns medicamentos possuem ação de induzir as enzimas, 
tornando-se indutores enzimáticos, interferindo na absorção de vários princípios ativos 
(DESTRUTI; ARONE; PHILIPPI, 2010).
Os efeitos desejáveis de fármacos (ou principal) é o de modificar funções corporais 
de forma a eliminar os sintomas causados pela doença do paciente. Importante destacarmos, 
também que o fármaco também pode, entretanto, provocar efeitos indesejados (adversos) 
que, por sua vez, podem provocar queixas, doença ou até́ mesmo levar à morte (LÜLLMANN; 
MOHR; HEIN, 2017).
Os efeitos adversos causados por medicamentos, pode ser causado em sua maioria 
por falta de conhecimento, pois são muitos. A seguir alguns exemplos:
• Dosagem excessiva: O fármaco é administrado em dosagem maior do 
que a necessária para o efeito principal, o que afeta outras funções corporais. 
Por exemplo, podemos citar a morfina, quando administrada na dosagem 
correta ao organismo, promove rápido efeito de alívio da dor por possuir 
ação direta nas vias nociceptivas no SNC. Contudo, quando utilizado em 
dosagem excessiva, gera uma inibição do centro respiratorio, causando 
risco de paralisia respiratória. A diferença entre a dose terapêutica (aquela 
utilizada para tratamento) e a dose tóxica (aquela que gera consequências 
ao organismo) é chamada de margem de segurança, demonstrado na Figura 
1.A (LÜLLMANN; MOHR; HEIN, 2017).
• Hipersensibilidade: todos nós possuimos características particulares 
do funcionamento do organismo, e devido a alguma hipersensibilidade de 
função corporal, podem ocorrer efeitos indesejáveis, até mesmo em doses 
“normais” demonstrado na Figura 1.B.
• Falta de sensibilidade: Com dosagem “apropriada” e sensibilidade 
normal, podem ainda a possibilidade de ocorrer efeitos indesejados devido ao 
fármaco não atuar apenas no tecido ou órgão-alvo (doente) especificamente. 
Podemos citar o exemplo do anti-histamínico e neuroléptico prometazina, 
este é capaz de interagir com vários tipos de receptores no organismo, sendo 
assim, consideramos que a sua ação não é específica nem para um órgão 
nem para um receptor, podendo então gerar efeitos colaterais, devido a 
facilidade de conexão em vários recepetores do organismo demonstrado na 
Fig 1.C (LÜLLMANN; MOHR; HEIN, 2017 p. 121).
Os efeitos adversos que surgem em consequência de mecanismo de ação conhecido 
são plausíveis, e a correlação com o uso do fármaco é simples de ser reconhecida, quando 
se busca conhecimento sobre aquela substância a ser utilizada. É mais difícil detectar 
efeitos indesejados que não têm relação com o efeito terapêutico conhecido. Exemplos 
simples incluem a lesão fetal depois da ingestão de um hipnótico (talidomida), hipertensão 
pulmonar devida a moderadores de apetite e fibrose devida a fármacos contra enxaqueca, 
são inúmeros os exemplos que podemos citar. Mas importante destacar que no uso de cada 
fármaco, deve-se esperar efeitos adversos, estes todos descritos na bula medicamentosa. 
Antes de prescrever e administrar qualquer medicamento, deve-se, portanto, avaliar a 
relação risco-benefício deste no organismo do paciente (LÜLLMANN; MOHR; HEIN, 2017).
83AÇÃO E INTERAÇÕES DE MEDICAMENTOSUNIDADE 4
FIGURA 1: EFEITOS ADVERSOS DOS FÁRMACOS: SUPERDOSAGEM E 
HIPERSENSIBILIDADE
Fonte: LÜLLMANN, MOHR e HEIN, 2017.
84AÇÃO E INTERAÇÕES DE MEDICAMENTOSUNIDADE 4
A interação não pode ser confundida com uma reação alérgica, sendo que umas das 
funções do sistema imune é inativar e remover substâncias estranhas de massa molecular 
elevada que invadem o organismo. As respostas imunes podem, contudo, ocorrer de 
forma desnecessária ou com intensidade exagerada e podem prejudicar o organismo, por 
exemplo, nas reações alérgicas contra medicamentos (fármaco). Na maioria das vezes, os 
fármacos precisam se ligar a uma proteína do próprio organismo para atuar como antígeno. 
No caso da Benzilpenicilina, por exemplo, um metabolito (resíduo peniciloil) liga-se de forma 
covalente a uma proteína. Quando ocorre um contato inicial com o fármaco, o sistema 
imune é sensibilizado: no tecido linfático, multiplicam-se linfócitos antígeno-específicos 
da linhagem de células dos tipos T e B (formadores de anticorpos) e permanecem como 
“células de memória” (LÜLLMANN; MOHR; HEIN, 2017).
85
INTERAÇÕES ENTRE 
NUTRIENTES, SUPLEMENTOS 
ALIMENTARES E MEDICAMENTOS3
TÓPICO
AÇÃO E INTERAÇÕES DE MEDICAMENTOSUNIDADE 4
Quando se fala em interações, devemos lembrar que os próprios alimentos 
podem alterar na absorção de um medicamento, visto que os nutrientes sãosubstâncias 
químicas encontradas nos alimentos, indispensáveis para o funcionamento do organismo 
(WARDLAW e SMITH, 2013). A administração concomitante de medicamentos e nutrientes 
pode provocar interações que alteram a absorção ou o metabolismo da medicação ou do 
nutriente. De fato, atualmente, é importante relatar que em diversas ocasiões as pessoas 
têm feito a utilização simultânea de suplementos dietéticos e medicamentos, o que pode 
acarretar interações entre eles. Para determinados fármacos, pode ocorrer uma diminuição 
da absorção ou da atividade farmacológica como resultado da quelação e adsorção (BRUM; 
ROCKENBACH; BELLICANTA, 2018).
Os minerais provenientes dos alimentos são vitais à saúde, essenciais no metabolismo 
corporal, no crescimento do corpo, nos movimentos musculares, no equilíbrio hídrico e 
em vários processos fisiológicos. Alguns minerais, como cobre e selênio, funcionam como 
cofatores, permitindo o trabalho de diversas proteínas, como as enzimas. Por exemplo, o 
ferro é um componente das hemácias. Sódio, potássio e cálcio auxiliam na transferência de 
impulsos nervosos por todo o corpo. Podemos enfatizar que o crescimento e o desenvolvimento 
corporal também dependem de determinados minerais, como cálcio e fósforo. O equilíbrio 
hídrico requer sódio, potássio, cálcio e fósforo (WARDLAW e SMITH, 2013).
Quando administrados, os medicamentos podem alterar as concentrações 
fisiológicas dos minerais em razão de diminuição da absorção, aumento da excreção ou 
alteração do metabolismo de tais micronutrientes. Os resultados de tais interações podem 
86AÇÃO E INTERAÇÕES DE MEDICAMENTOSUNIDADE 4
ser clinicamente insignificantes ou graves. Vamos citar alguns exemplos de interações 
envolvendo medicamentos e nutrientes (BRUM; ROCKENBACH; BELLICANTA, 2018).
Há evidências de que suplementos de cálcio podem diminuir a absorção de zinco. 
Por isso, não se deve tomar suplementos de cálcio com refeições ricas em zinco. Um efeito 
da suplementação de cálcio na diminuição da absorção de ferro é possível; entretanto, 
tal efeito parece ser pequeno a longo prazo. Diante disso, torna-se relevante as pessoas 
informarem seus médicos se usarem suplementos de cálcio de modo contínuo. Um outro 
exemplo comum é o tratamento prolongado com diuréticos tiazídicos e diuréticos de alça 
pode levar a deficiências totais de potássio e magnésio. Para esses indivíduos, alimentos 
ricos em potássio são boas opções à dieta, bem como suplementos de cloreto de potássio, 
se prescritos por um médico. Por outro lado, o aumento dos níveis séricos de potássio 
(hipercalemia) tem sido relatado com o uso de fármacos betabloqueadores em associação 
com diuréticos poupadores de potássio (BRUM; ROCKENBACH; BELLICANTA, 2018).
Outro exemplo clássico são o uso de aspirina, que tem sido associado com menor 
nível sérico de ferritina em pacientes com quadro clínico de inflamação, infecção ou doença 
hepática. Além disso, o alto pH induzido por antiácidos pode formar agregados de ferro 
e converter o ferro em sua forma férrica, diminuindo a absorção. A prednisona e outros 
glicocorticóides causam má absorção de cálcio e aumento da excreção renal, que pode 
levar à perda óssea e ao hiperparatireoidismo secundário. Quando paciente apresenta 
deficiência de vitamina D e, por conseguinte ocorre uma diminuição da absorção de cálcio, 
pode também ocorrer com medicamentos que prejudicam a absorção de gordura, tais 
como medicamentos antiobesidade (por exemplo, orlistat) e agentes hiperlipidêmicos (por 
exemplo, colestiramina). A gentamicina tem sido associada à hipocalcemia (baixos níveis de 
cálcio) em humanos. No entanto, o excesso de suplementação oral de cálcio pode reduzir o 
dano renal induzido por gentamicina (BRUM; ROCKENBACH; BELLICANTA, 2018).
Existem inúmeros exemplos de interações medicamentosas e alimentares, contudo 
é importante salientar que existem determinados grupos de pacientes que apresentam 
maior risco e probabilidade de ocorrência de interações medicamentosas, como exemplo, 
podemos citar os pacientes idosos, os pacientes em polifarmácia (aqueles que utilizam 
muitos medicamentos todos os dias) e os pacientes portadores de patologias crônicas 
(como epilepsia, diabetes e hipertensão), diante disso a importância do acompanhamento 
terapêutico por profissional da saúde responsável.
87
Um fármaco que se liga às proteínas plasmáticas, como a albumina, pode deslocar um segundo 
fármaco da mesma proteína, aumentando sua concentração plasmática livre e, consequentemente, sua 
biodisponibilidade para tecidos-alvo e tecidos não alvo. Esse efeito pode ser intensificado em uma situação 
na qual os níveis circulantes de albumina estão baixos, como em insuficiência hepática, desnutrição (síntese 
diminuída de albumina) ou síndrome nefrótica (excreção aumentada de albumina)
Fonte: BRUM, L. F. da S.; ROCKENBACH, L.; BELLICANTA, P. L. Farmacologia básica. Grupo A, 2018. 
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595025271/. Acesso em: 06 nov. 2021.
SAIBA
MAIS
Caro aluno, importante a leitura dos item abaixo:
Atlas Guia Uso racional de medicamentos: temas selecionados 
Link: https://abre.ai/lwJL
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Uso 
racional de medicamentos: temas selecionados. Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos 
Estratégicos. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.
SAIBA
MAIS
AÇÃO E INTERAÇÕES DE MEDICAMENTOSUNIDADE 4
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595025271/
https://abre.ai/lwJL
88
Os medicamentos quando utilizados de maneira correta são extremamente coadjuvantes as 
patologias do organismo, contudo, quando utilizados de maneira incorreta podem trazer consequências 
sérias ao organismo, por isso a importância do conhecimento sobre os medicamentos que você utiliza. 
 Te convido a refletir e pesquisar sobre a interferência do leite, quando administrado 
concomitantemente junto aos antibióticos. Pesquise sobre esse tema e tenho certeza que vai adquirir um 
conhecimento especial neste requisito.
Fonte: A autora (2021).
REFLITA
Segurança dos medicamentos: um guia para detectar e notificar reações adversas a medicamentos
 
Link: https://iris.paho.org/handle/10665.2/3599?locale-attribute=pt
Fonte: OMS (Organização Mundial da Saúde). Segurança dos medicamentos: um guia para detectar 
e notificar reações adversas a medicamentos. Por que os profissionais de saúde precisam entrar em ação / 
Organização Mundial da Saúde. Brasília: OPAS/OMS, 2004.
SAIBA
MAIS
AÇÃO E INTERAÇÕES DE MEDICAMENTOSUNIDADE 4
https://iris.paho.org/handle/10665.2/3599?locale-attribute=pt
89
Caro acadêmico(a), finalizamos o último capítulo da apostila da disciplina de 
Farmacologia, e neste abordamos muitos tópicos relevantes para a construção do 
conhecimento dentro da área medicamentosa. Podemos dizer que, todo profissional da área 
da saúde necessita adquirir conhecimentos básicos sobre as interações medicamentosas, 
auxiliando não somente no tratamento do paciente, mas na vida cotidiana de todos nós.
Relatamos alguns fatores importantes sobre as interações, como a classificação, 
na qual de variam de acordo com os mecanismos pelos quais os fármacos interagem, 
cita-se as principais: (a) interações físico-químicas ou incompatibilidade farmacêutica (os 
medicamentos interagem durante o preparo e ocorrem antes mesmo de serem administrados 
ao paciente); (b) interações farmacocinéticas (por meio de alteração do processo de absorção, 
distribuição, metabolismo/biotransformação e excreção) e (c) interações farmacodinâmicas 
(efeitos aditivos, sinérgicos ou antagônicos) (KATZUNG e TREVOR, 2017).
A administração de medicamentos parece um ato simples, mas torna-se 
importante observar características relevantes para que se alcance o sucesso terapêutico 
adequado e o conhecimento torna-se imprescindível para diminuição de interações e errosmedicamentosos.
No estudo da farmacologia aborda-se muitos tópicos essenciais à construção do 
conhecimento da saúde, abrangendo desde princípios básicos até mecanismo de ação 
de medicamentos, visto isso, enfatiza-se a necessidade de constante estudo sobre os 
medicamentos relatados em literatura. Espero que estes tópicos abordados tenham sido 
relevantes na construção de mais conhecimentos para formação profissional, desejo muito 
sucesso a todos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
AÇÃO E INTERAÇÕES DE MEDICAMENTOSUNIDADE 4
90
Como leitura complementar indico os site e artigos científicos citados abaixo, relatos 
sobre ciência e saúde e aprofundamentos de interações medicamentosas. Abordando 
conhecimentos mais específicos sobre as interações medicamentosas.
Artigo científico I: Leão, D.F.L; Moura, C,S; Medeiros, D,S; Ciência saúde coletiva 
19 (01) Jan 2014
Links de acesso: https://www.scielosp.org/article/csc/2014.v19n1/311-318/
Artigo II: Interações Medicamentosas. Diretoria Geral de Assistência Farmacêutica. 
Praça Osvaldo Cruz S/N, Boa Vista - Recife/PE -2015
Fonte: LEÃO, D. F. L; MOURA, C. S.; MEDEIROS, D. S., 2014. Disponível em: 
http://www.farmacia.pe.gov.br/noticia/interacoes-medicamentosas
LEITURA COMPLEMENTAR
AÇÃO E INTERAÇÕES DE MEDICAMENTOSUNIDADE 4
https://www.scielosp.org/article/csc/2014.v19n1/311-318/
http://www.farmacia.pe.gov.br/noticia/interacoes-medicamentosas
91
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
• Título: Farmacologia Básica 
• Autor: Brum, Rockenbach, Bellicanta, 2018.
• Editora: Grupo A
• Sinopse: Neste livro são abordadas as vias de administração, 
princípios de farmacocinética e interação fármaco-receptor, bem 
como os aspectos farmacológicos de fármacos que atuam no sistema 
nervoso autônomo, sistema nervoso central, anestésicos gerais e 
locais, gases terapêuticos e anti-inflamatórios não esteroidais.
FILME/VÍDEO
• Título: Interações Medicamentosas
• Ano: 2018.
• Sinopse: Algumas interações medicamentosas podem até ser 
benéficas, mas combinar medicamentos por conta própria pode ter 
efeitos tóxicos.
• Link do vídeo: https://drauziovarella.uol.com.br/videos/coluna/
interacoes-medicamentosas/
LIVRO
• Título: As Bases Farmacológicas de Goodman e Gilman 2019
• Autor: Goodman & Gilman.
• Editora: McGraw-Hill.
• Sinopse: A bíblia azul da farmacologia – assim tem sido 
mundialmente chamado este clássico acadêmico desde o lançamento 
de sua 1ª edição, em 1941. A nova edição de Goodman & Gilman, 
além de permanecer fiel ao histórico de excelência e rigor editorial, 
apresentando conteúdos relevantes ao contexto médico atual, 
valoriza ainda mais o teor didático da apresentação dos assuntos, 
empregando novos recursos gráficos, como tabelas de resumo 
dos fármacos, listas de siglas, sumário detalhado no início de cada 
capítulo e quadros de informações complementares ao longo do texto. 
Diferenciais da obra:
• Correlaciona a farmacologia às ciências médicas associadas;
• Reinterpreta as ações e os usos dos fármacos em vista dos 
avanços na medicina e nas ciências biomédicas básicas;
• Enfatiza as aplicações da farmacodinâmica à terapêutica;
• Referência fundamental em farmacologia e demais áreas afins.
AÇÃO E INTERAÇÕES DE MEDICAMENTOSUNIDADE 4
https://drauziovarella.uol.com.br/videos/coluna/interacoes-medicamentosas/
https://drauziovarella.uol.com.br/videos/coluna/interacoes-medicamentosas/
92
CONCLUSÃO GERAL
Caro aluno (a)!
Neste material, busquei trazer para você os principais conceitos a respeito da 
Farmacologia. Para tanto, abordamos inicialmente conceitos iniciais super relevantes 
para o entendimento dos próximos capítulos, deixando claro a você diferenças básicas e 
construtoras dentro da ação medicamentosa. A ação dos medicamentos e a descrição básica 
de como ocorre seu efeito no organismo, auxilia você a assimilar como a administração de 
um fármaco interfere em toda a fisiologia humana.
Destacamos também, as principais formas farmacêuticas, subdivididas em sólidas, 
líquidas e semissólidas e a finalidade dos medicamentos, enfatizando a classificação 
básica para isto. A atuação da Psicofarmacologia (principais medicamentos que atuam no 
sistema nervoso central e sistema nervoso autônomo) trouxeram tópicos importantes e 
recapitulantes da disciplina de Anatomia Humana básica.
Levantamos aspectos sobre o mecanismo da dor no organismo humano, e alguns 
mecanismos de ação relacionando a Psicofarmacologia, estabelecendo assim a importância 
da classificação dos medicamentos que atuam no sistema nervoso central e autônomo. A 
abordagem de conceitos e definições dos medicamentos e sua classificação nos sistemas, 
nos faz identificar alguns campos de estudo dos principais medicamentos que atuam nos 
principais sistemas do corpo humano, ficando assim mais claro a identificação dos principais 
tipos de medicamentos e suas principais classificações farmacológicas.
A partir de agora, acreditamos que você já está preparado para seguir em frente 
desenvolvendo ainda mais suas habilidades, e claro, buscando sempre mais informações 
sobre o estudo dos medicamentos no organismo humano, quero enfatizar sempre a 
responsabilidade em adquirir conhecimento e ter responsabilidade na administração de 
substâncias químicas a outro organismo.
Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigado!
93
REFERÊNCIAS
ANVISA (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA). Conceitos essenciais, 
medicamentos, genéricos, éticos e similares. Brasília, Brasil. 1999.
ANVISA (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA). Vocabulário controlado 
de formas farmacêuticas, vias de administração e embalagens de medicamentos. 
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publicacoes/medicamentos/publicacoes-sobre-medicamentos/vocabulario-controlado.pdf. 
Acesso em: 30 nov. 2021.
ANVISA. Resolução - RDC nº 140, de 29 de maio de 2003. Estabelece regras das bulas 
de medicamentos para pacientes e profissionais de saúde. 2003. Disponível em: https://
www.cff.org.br/userfiles/file/resolucao_sanitaria/140.pdf. Acesso em: 05 nov. 2021.
BRUM, L. F. da S.; ROCKENBACH, L.; BELLICANTA, P. L. Farmacologia básica. Grupo 
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BRUNTON, L. L.; CHABNER, B. A.; KNOLLMANN, B. C. As bases farmacológicas da 
tera-pêutica de Goodman & Gilman. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016.
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FRANCO, A. S.; KRIEGER, J. E. Manual de Farmacologia. São Paulo: Editora Manole, 
2016. DOI: 9788520450321. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
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KATZUNG, B. G.; TREVOR, A. J. Farmacologia básica e clínica. 13 ed. Porto Alegre: 
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https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/medicamentos/publicacoes-sobre-medicamentos/vocabulario-controlado.pdf.
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94
KATZUNG, B.; MASTERS, S.; TREVOR, A. Farmacologia Básica e Clínica. Grupo A, 
2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580555974/. 
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RITTER, J.M. et al. Farmacologia. Grupo GEN, 2020. 9788595157255. Disponível em: https://
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ENDEREÇO MEGAPOLO SEDE
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	Unidade 2 - 2024
	Unidade 3 - 2024
	Unidade 4 - 2024
	Site UniFatecie 3: 
	Botão 19: 
	Botão 18: 
	Botão 17: 
	Botão 16:de novos medicamentos. A cultura brasileira sofreu sérias 
influências desta mistura de etnias, tanto no aspecto espiritual, como material, fundindo-se 
aos conhecimentos existentes no país (MACEDO; CARVALHO; NOGUEIRA, 2002).
 A palavra Farmacologia é de origem grega, derivada da palavra de pharmakon, 
com oscilação de significados desde a substância de uso terapêutico, podendo até ser 
considerado um veneno, de uso místico ou sobrenatural, mas considerada a ciência que 
estuda os medicamentos. Muito utilizados na antiguidade, as plantas, insumos químicos 
eram utilizados como remédios. Trata-se de uma ciência ampla, que aborda várias áreas e 
está envolvida em vários temas da medicina, como fisiologia, bioquímica e genética. Além 
disso, é a base de toda a terapêutica médica (FRANCO e KRIEGER, 2016).
Diante disso, vamos abordar neste primeiro tópico teórico, conceitos essenciais 
no aprendizado desta disciplina, visando compartilhar informações básicas essenciais. 
A diferenciação de termos como droga, medicamento, princípio ativo e fármacos, 
são norteadoras para o entendimento de uma bula medicamentosa, por exemplo. A 
Farmacocinética e Farmacodinâmica trazem dentro da disciplina todo direcionamento para 
o entendimento sobre ação fisiológica do medicamento no organismo humano. 
PRINCÍPIOS E ASPECTOS 
GERAIS SOBRE FARMACOLOGIA1
TÓPICO
PRINCÍPIOS E ASPECTOS GERAIS SOBRE FARMACOLOGIAUNIDADE 1
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Por isso, é importante destacar que todo profissional da saúde, precisa ter plena 
consciência da necessidade de um diagnóstico correto, uma administração medicamentosa 
eficiente e da possível interação (medicamentosa ou alimentar) que possa existir no organismo 
humano, podendo então direcionar uma conscientização da população, sobre o bem e o mal 
que um medicamento (seja ele natural ou sintético) possa causar a nosso organismo.
A Farmacologia, quando estudada de maneira clara e objetiva, direciona o 
profissional da saúde a tomar mais cautela e ajuda na orientação profissional, para que 
assim o sucesso terapêutico seja alcançado no organismo do paciente.
PRINCÍPIOS E ASPECTOS GERAIS SOBRE FARMACOLOGIAUNIDADE 1
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Neste tópico, vamos abordar alguns conceitos essenciais à disciplina de 
Farmacologia, quando tratamos sobre estudo dos medicamentos, o entendimento de termos 
técnicos básicos, são destacados com uma significativa relevância para o entendimento 
sobre mecanismos de ação mais complexos. Segundo Destruti, Arone e Philippi (2010) 
algumas definições são enfatizadas:
• Medicamento (medicamentum = remédio): são produtos farmacêuticos, 
tecnicamente obtidos ou elaborados, com finalidade profilática, curativa, paliativa 
ou para fins de diagnóstico (ANVISA, 2011). Exemplo: Tylenol (analgésico). 
Todo indivíduo quando utiliza um medicamento, ele busca conseguir alguma 
das finalidades abaixo:
 ◦ Finalidade Preventiva ou Profilática: administra-se uma substância com 
propriedades farmacológicas para evitar ou reduzir a gravidade de uma 
determinada doença.
 ◦ Finalidade Terapêutica: quando é utilizado um medicamento para tratamento 
de doença/patologia diagnosticada.
 ◦ Finalidade Paliativa: quando o uso do medicamento ajuda diminuindo os 
sintomas da doença, mas não promove a cura.
 ◦ Finalidade Curativa: quando o uso do medicamento está diretamente ligado 
à cura de determinada patologia, ou seja, o mecanismo de ação do mesmo está 
ligado à morte do microrganismo causador da doença.
CONCEITOS 
ESSENCIAIS2
TÓPICO
PRINCÍPIOS E ASPECTOS GERAIS SOBRE FARMACOLOGIAUNIDADE 1
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• Droga (drug = remédio, medicamento, droga): substância que modifica a função 
fisiológica, ou estados patológicos, com ou sem benefícios para o organismo. 
Como exemplo: maconha.
• Remédio (re = novamente; medior = curar): substância ou meio, utilizada para 
combater um estado patológico, podendo ser de origem animal, vegetal, mineral ou 
sintética, até mesmo procedimentos (ginástica, massagem, acupuntura, crenças) 
podem ser definidos como remédio, visto que possuem intenção benéfica. Como 
exemplo: carinho/amor de mãe.
• Princípio Ativo: substância (quimicamente ativa), responsável pela ação do 
medicamento.
• Dose: quantidade determinada de medicamento, que quando prescrita é 
introduzida no organismo, com objetivo de produzir um efeito terapêutico, 
promovendo assim alterações de funções do metabolismo celular.
• Fórmula Farmacêutica: conjunto de substâncias que compõem a forma dos 
medicamentos, ou seja, como este é apresentado, a descrição dos componentes 
do produto (veículo, sabor, princípio ativo, e demais).
• Forma Farmacêutica: maneira física que o medicamento apresenta. 
 ◦ Ex: comprimidos, xaropes, pomadas.
• Prescrição medicamentosa: documento prescrito por profissional habilitado; 
fonte de informação sobre o medicamento a ser administrado, deve conter: dados 
do paciente, data da prescrição, dados do prescritor, nome do medicamento, a 
dose, a frequência do medicamento.
• Princípio Ativo: substância presente na composição do medicamento, sendo 
esta, responsável pelo efeito terapêutico.
• Medicamento Ético, de Marca, de Referência: É o produto inovador, cuja 
eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente por ocasião 
do registro. É geralmente o primeiro remédio que surgiu para curar determinada 
doença e sua marca é bem conhecida. O laboratório que detém a patente do 
produto tem exclusividade para produzi-lo durante cinco anos. Depois deste prazo, 
os laboratórios que estiverem interessados poderão produzir medicamentos 
genéricos destas marcas (ANVISA, 2011).
• Medicamento Genérico: idêntico ao produto de marca, possui rigorosamente as 
mesmas características e efeitos sobre o organismo do paciente. A garantia é dada 
pelo Ministério da Saúde que exige testes de bioequivalência e biodisponibilidade 
farmacêutica para aprovar os genéricos. Os genéricos podem substituir remédios 
de marca a critério médico. Trazem na embalagem, o nome do princípio ativo 
que identifica o produto, e a frase medicamento genérico lei (9778/99, ANVISA, 
PRINCÍPIOS E ASPECTOS GERAIS SOBRE FARMACOLOGIAUNIDADE 1
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1999). Na figura abaixo (Figura 1), algumas características da embalagem dos 
medicamentos genéricos são apresentadas.
FIGURA 1: CARACTERÍSTICA DA EMBALAGEM DOS MEDICAMENTOS GENÉRICOS
Fonte: GOV. Medicamentos Genéricos. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/
medicamentos/genericos. Acesso em: 08 nov. 2021.
• Medicamento Similar: Contém o mesmo princípio ativo, apresenta a mesma 
concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação 
terapêutica do medicamento de referência, mas não são bioequivalentes. Os 
similares não passam por análises capazes de atestar se seus efeitos no paciente 
são exatamente iguais aos dos medicamentos de referência nos quesitos 
quantidade absorvida e velocidade de absorção (ANVISA, 1999).
Quando comparado os tipos de medicamentos genéricos, de referência e similares, 
analisa-se a intercambialidade destes, ou seja, esta indica a possibilidade de substituição de 
um medicamento prescrito pelo profissional de saúde por um medicamento genérico ou similar. 
A intercambialidade somente poderá ocorrer se houver estudos de bioequivalência, bioisenção 
ou equivalência farmacêutica entre os fármacos, por isso torna-se relevante a informação que 
consta em lista de medicamentos similares intercambiáveis disponibilizada pela ANVISA.
PRINCÍPIOS E ASPECTOS GERAIS SOBRE FARMACOLOGIAUNIDADE 1
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/medicamentos/genericos
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/medicamentos/genericos
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FIGURA 2: INTERCAMBIALIDADE DE MEDICAMENTOS DE
REFERÊNCIA, SIMILAR E GENÉRICOS
Fonte: ANVISA. Intercambialidade de Medicamentos. 2000. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/
content/Anvisa+Portal/Anvisa/Inicio/Medicamentos/Assunto+de+Interesse/Medicamentos+similares. Acesso 
em: 30 nov. 2021.
• Biodisponibilidade: indica a velocidade deabsorção de um princípio ativo, 
diante um organismo. 
• Bioequivalência: consiste na equivalência farmacêutica entre produtos com a 
mesma forma farmacêutica, mesma composição química (princípio ativo), mesma 
biodisponibilidade, quando administrados da mesma maneira.
• Medicamentos Homeopáticos: são preparados a partir de substâncias 
naturais provenientes dos reinos animal, vegetal e mineral. 
• Medicamento Fitoterápico: são medicamentos obtidos a partir de plantas 
medicinais. Esses são obtidos empregando-se basicamente de derivados de 
droga vegetal (extrato, tintura, óleo, cera, exsudato).
Os medicamentos podem ser classificados de acordo com o processo de fabricação, 
podendo ser diferenciados pelos termos: Alopáticos, Homeopáticos e Fitoterápicos. Os mais 
utilizados são os medicamentos alopáticos, pois são aqueles que encontramos em sua maior 
PRINCÍPIOS E ASPECTOS GERAIS SOBRE FARMACOLOGIAUNIDADE 1
http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+Portal/Anvisa/Inicio/Medicamentos/Assunto+de+Interesse/Medicamentos+similares
http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+Portal/Anvisa/Inicio/Medicamentos/Assunto+de+Interesse/Medicamentos+similares
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parte nas farmácias/drogarias que frequentamos, agem de forma contrária aos nossos sintomas, 
ou seja, tratando a causa, como exemplo podemos citar um anti-inflamatório que age diminuindo 
uma inflamação, um antitérmico que age diminuindo a temperatura corporal.
Medicamentos homeopáticos, possuem um princípio de cura diferente, são aqueles 
que tratam a patologia, através de processo de cura por meio de semelhante curando 
semelhante, ou seja, a base dessa cura ocorre mediante medicamentos não muito 
agressivos ao corpo, os quais agem imitando os sintomas que o paciente está sofrendo. 
Podendo ocorrer, uma piora leve nos primeiros dias de tratamento, culminando em uma 
reação do próprio organismo, pois há um fortalecimento nos seus mecanismos de defesa, 
direcionando, portanto, a cura do paciente. 
O medicamento homeopático é considerado muito seguro, pois são produzidos 
através de diluições sucessivas de uma solução inicial super concentrada, e chega a 
concentrações muito pequenas. O objetivo é fazer com que os princípios ativos desses 
medicamentos não aumentem os sintomas sentidos pelo paciente. 
PRINCÍPIOS E ASPECTOS GERAIS SOBRE FARMACOLOGIAUNIDADE 1
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O processo de administração e efeito medicamentoso, envolve muitas etapas, desde 
a administração até a metabolização desta substância em nosso organismo. Os processos 
físicos de difusão, passagem através de membranas, ligação a proteínas plasmáticas e 
partição entre os tecidos são a base da absorção e distribuição dos fármacos.
Quando abordamos a Farmacocinética, precisamos fixar em nossas mentes que 
esta é realizada através de etapas sequenciais: absorção, distribuição, metabolismo e 
excreção. A disponibilização do fármaco no organismo é identificada na farmacocinética 
como o estudo do caminho que esta substância percorre e traz efeitos, percorrendo as 
quatro etapas no organismo. 
AÇÃO DOS 
MEDICAMENTOS3
TÓPICO
PRINCÍPIOS E ASPECTOS GERAIS SOBRE FARMACOLOGIAUNIDADE 1
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FIGURA 3: FASES DA FARMACOCINÉTICA 
Fonte: WHALEN, FINKELL e PANAVELIL, 2016.
Segundo Whalen, Finkell e Panavelil (2016), podemos definir:
• Absorção: Primeiro, a absorção desde o local de administração permite a 
entrada do fármaco (direta ou indiretamente) no plasma. 
• Distribuição: Segundo, o fármaco pode, então, reversivelmente, sair da 
circulação sanguínea e distribuir-se nos líquidos intersticial e intracelular.
• Biotransformação: Terceiro, o fármaco pode ser biotransformado no fígado 
ou em outros tecidos. 
• Eliminação: Finalmente, o fármaco e seus metabólitos são eliminados 
do organismo na urina, na bile ou nas fezes. Usando o conhecimento das 
variáveis farmacocinéticas, os prescritores clínicos podem eleger condutas 
terapêuticas ideais, incluindo via de administração, dosagem, frequência e 
duração do tratamento., variando de acordo com o caso clínico apresentado 
pelo paciente.
PRINCÍPIOS E ASPECTOS GERAIS SOBRE FARMACOLOGIAUNIDADE 1
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3.1 Via de Administração de Fármacos
A via de administração é determinada diante a necessidade do paciente, podemos 
dizer que é a maneira que o mesmo irá entrar em contato com o organismo. Está ligada 
diretamente mediante as propriedades/características do fármaco (p. ex., hidro ou 
lipossolubilidade, ionização) e pelos objetivos terapêuticos (p. ex., necessidade de um 
início rápido de ação, necessidade de tratamento por longo tempo). As vias principais de 
administração de fármacos incluem a enteral, a parenteral e a tópica, entre outras (WHALEN; 
FINKELL; PANAVELIL, 2016). 
3.1.1 Via Enteral ou Via oral
A via enteral, também chamada de via oral, é a mais comum, utilizada para sólidos 
e líquidos, porém exige do paciente a ingestão e deglutição, trata-se do modo mais seguro 
e conveniente de ingestão de medicamentos, sendo também o mais utilizado.
Os fármacos orais são facilmente autoadministrados, porém, as vias envolvidas 
na absorção oral são as mais complicadas, precisam de cautela com relação a algumas 
características, como exemplo: o baixo pH do estômago inativa alguns fármacos, podendo 
não alcançar o efeito desejado. Possuímos no mercado farmacêutico uma ampla variedade 
de preparações orais, incluindo por exemplo, preparações revestidas (entéricas) e de 
liberação prolongada.
3.1.2 Sublingual e bucal
Quando precisamos colocar um medicamento considerado sublingual, o fármaco 
precisa ser posicionado sob a língua, permitindo que ele se difunda na rede capilar 
(localizados abundantemente na região sublingual) e, assim, entre diretamente na circulação 
sistêmica. Podemos destacar assim que a administração sublingual possui vantagens, 
incluindo a facilidade de administração, absorção rápida, ultrapassagem do Ambiente 
Gastrintestinal (GI) e capacidade de evitar a biotransformação de primeira passagem 
(WHALEN; FINKELL; PANAVELIL, 2016).
Quando ingerimos um medicamento, sabemos que este tem um longo caminho 
até chegar ao local desejado, neste percurso, ele sofre metabolização, sendo o efeito de 
primeira passagem uma delas, este efeito pode ser definido como a possibilidade de o 
fármaco sofrer metabolização antes de entrar na corrente sistêmica (PEREIRA, 2007). 
3.2 Via Parenteral
Nesta via, ocorre a introdução do medicamento diretamente na circulação sanguínea, 
ou seja, uma via que não é de autoadministração, causando desconforto (doloroso) ao 
paciente, contudo podemos citar as seguintes vantagens:
PRINCÍPIOS E ASPECTOS GERAIS SOBRE FARMACOLOGIAUNIDADE 1
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• Administração de medicamentos que não são absorvidos pelo trato 
gastrointestinal (TGI);
• Administração de medicamentos em pacientes que não cooperam; ou estão em 
estados emocionais de desequilíbrio;
• Efeito mais rápido do medicamento;
• Reposição rápida de líquidos e eletrólitos (hidratação por exemplo);
A administração parenteral de medicamentos poder ser feita pelas vias: 
Intramuscular (IM): ocorre aplicação diretamente no músculo do paciente; Endovenosa 
(EV) ou Intravenosa (IV): aplicação ocorre diretamente no interior da veia, permite um efeito 
rápido e um grau de controle máximo sobre a quantidade de fármaco administrada. Muito 
utilizada em pacientes hospitalizados, na qual se consegue manter constância nos níveis da 
administração medicamentosa, contudo, é necessário cautela, pois pode ocorrer precipitação 
dos constituintes do sangue, causar hemólise ou outras reações adversas se for introduzida 
muito rapidamente ou se alcançar concentrações elevadas. Por isso, os pacientes devem 
ser cuidadosamente monitorados quanto a reações desfavoráveis, e a velocidade de infusão 
deve ser cuidadosamente controlada (WHALEN; FINKELL; PANAVELIL, 2016).
3.3 Via Subcutânea
Subcutânea (SC) ou hipodérmica: “Aplicação logo abaixo da superfície da pele”, esta 
via não deve ser usada com fármacos que causam irritaçãotissular, porque pode ocorrer dor 
intensa e necrose. É importante relatar que oferece absorção por difusão simples e é mais 
lenta do que a via IV. A injeção SC minimiza os riscos de hemólise ou trombose associados 
à injeção IV e pode proporcionar efeitos lentos, constantes e prolongados. Os principais 
fármacos administrados comumente por via SC incluem insulina e heparina, nesta via ocorre 
aplicação de volumes pequenos (no máximo 2 ml) (WHALEN; FINKELL; PANAVELIL, 2016)
3.4 Via mucosa ou tópica
Quando desejamos um efeito local sob a pele ou mucosa, utilizamos essa via, 
podemos exemplificar com o uso de pomadas analgésicas e uso de colírios. Apresentam 
uma alta absorção e são facilmente administráveis.
Existem algumas classificações sobre as vias mucosas: mucosa pulmonar (para 
substâncias voláteis como gases e aerossóis); mucosa sublingual (para comprimidos 
sublinguais, cápsulas gelatinosas); mucosa nasal (para substâncias de efeito local, em sua 
maioria descongestionantes nasais); mucosa conjuntival (líquidos e pomadas para uso no 
PRINCÍPIOS E ASPECTOS GERAIS SOBRE FARMACOLOGIAUNIDADE 1
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globo ocular); mucosa retal (para supositórios, são poucos utilizados) e mucosa vaginal 
(para óvulos e cremes vaginais de ação local).
Uma vez escolhido a via de administração para determinado fármaco, este é administrado 
e após sua absorção e distribuição, o mesmo chega à corrente sanguínea, gerando seu potencial 
efeito medicamentoso, a porção final que não é aproveitada pelo organismo sofre processo 
de eliminação, isso chamamos de farmacocinética. Quando essa substância química está em 
nosso organismo, causará determinada ação e seus possíveis efeitos colaterais (efeitos que 
nosso corpo manifesta quando em contato com determinada substância química). 
A Farmacodinâmica estuda a forma pela qual essas ações ocorrem, podendo sofrer 
algumas variações, como: a dose administrada, a percentagem de medicamento que chega ao 
local de ação, o mecanismo de ação deste fármaco, a ação desse medicamento no organismo 
e as possíveis variações individuais (sofrem variações de idade e metabolismo, por exemplo). 
Portanto, podemos dizer que a Farmacodinâmica é “o que o organismo faz com o medicamento”, 
e a Farmacocinética é “o que o caminho que o medicamento percorre no organismo”.
PRINCÍPIOS E ASPECTOS GERAIS SOBRE FARMACOLOGIAUNIDADE 1
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As Formas Farmacêuticas são as formas físicas na qual um determinado 
medicamento é administrado, sendo importante na sua escolha prevalecer aquela que 
propicie ao paciente o máximo de ação e o mínimo de inconvenientes. São divididos 
basicamente em sólidos, líquidos, semissólidos e gasosos.
• SÓLIDOS: compreende-se como forma farmacêutica sólida: os comprimidos, 
as drágeas, as cápsulas, as pastilhas, os supositórios e os óvulos, principalmente.
01. Cápsulas: forma farmacêutica sólida na qual o(s) princípio(s) ativo(s) e/ou 
os excipientes estão contidos em invólucro solúvel duro ou mole, de formatos 
e tamanhos variados, usualmente contendo uma dose única do princípio ativo. 
Normalmente é formada de gelatina, mas pode também ser de amido ou de 
outras substâncias (ANVISA, 2011).
02. Comprimido: forma farmacêutica sólida contendo uma dose única de um 
ou mais princípios ativos, com ou sem excipientes, obtida pela compressão de 
volumes uniformes de partículas. Pode ser de uma ampla variedade de tamanhos 
e formatos, apresentar marcações na superfície e ser revestido ou não (ANVISA, 
2011).
03. Pastilha: forma farmacêutica sólida que contém um ou mais princípios 
ativos, usualmente em uma base adocicada e com sabor agradável. É utilizada 
para dissolução ou desintegração lenta na boca. Pode ser preparada por 
moldagem ou por compressão (ANVISA, 2011).
04. Supositórios: forma farmacêutica sólida de vários tamanhos e formatos, 
adaptada para introdução no orifício retal, vaginal ou uretral do corpo humano, 
FORMAS 
FARMACÊUTICAS4
TÓPICO
PRINCÍPIOS E ASPECTOS GERAIS SOBRE FARMACOLOGIAUNIDADE 1
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contendo um ou mais princípios ativos dissolvidos ou dispersos numa base 
adequada. Os supositórios fundem-se, derretem ou dissolvem na temperatura 
do corpo (ANVISA, 2011).
05. Óvulos: forma farmacêutica sólida de dose única que pode ter vários 
formatos, mas que é usualmente ovóide. Contém um ou mais princípios ativos 
dispersos ou dissolvidos em uma base adequada. Adaptado para introdução 
no orifício vaginal, fundem-se, derretem ou dissolvem na temperatura do corpo 
(ANVISA, 2011).
• LÍQUIDAS: As formas farmacêuticas líquidas são fáceis de serem administradas, 
possuem em sua maioria a presença de corantes e substâncias para mascarar 
o sabor. As principais podemos citar: soluções, xaropes, elixires, suspensões, 
emulsões, injetáveis, tinturas e extratos.
01. Emulsão: forma farmacêutica líquida de um ou mais princípios ativos que 
consiste de um sistema de duas fases que envolvem pelo menos dois líquidos 
imiscíveis e na qual um líquido é disperso na forma de pequenas gotas (fase interna 
ou dispersa) através de outro líquido (fase externa ou contínua). Normalmente é 
estabilizada através de um ou mais agentes emulsificantes (ANVISA, 2011).
02. Líquido: forma farmacêutica que consiste de uma substância química 
pura no estado líquido, podendo ser aquosa ou oleosa. Obs.: esta forma 
farmacêutica não deve ser aplicada para soluções, suspensões, emulsões, 
xampus e sabonetes líquidos (ANVISA, 2011).
03. Solução: forma farmacêutica líquida límpida e homogênea, que contém 
um ou mais princípios ativos dissolvidos em um solvente adequado ou numa 
mistura de solventes miscíveis (ANVISA, 2011).
04. Suspensão: forma farmacêutica líquida que contém partículas sólidas 
dispersas em um veículo líquido, no qual as partículas não são solúveis 
(ANVISA, 2011).
• SEMISSÓLIDOS: São de fáceis uso, trazem comodidade e praticidade ao 
paciente.
01. Creme: forma farmacêutica semissólida que consiste de uma emulsão, 
formada por uma fase lipofílica e uma fase aquosa. Contém um ou mais 
princípios ativos dissolvidos ou dispersos em uma base apropriada e é utilizado 
normalmente para aplicação externa na pele ou nas membranas mucosas.
02. Emplasto: forma farmacêutica semissólida para aplicação externa. Consiste 
de uma base adesiva contendo um ou mais princípios ativos distribuídos em 
uma camada uniforme num suporte apropriado feito de material sintético ou 
PRINCÍPIOS E ASPECTOS GERAIS SOBRE FARMACOLOGIAUNIDADE 1
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natural. Destinado a manter o princípio ativo em contato com a pele, atuando 
como protetor ou como agente queratolítico (ANVISA, 2011).
03. Gel: forma farmacêutica semissólida com um ou mais princípios ativos, que 
contém um agente gelificante para fornecer firmeza a uma solução ou dispersão 
coloidal (um sistema no qual partículas de dimensão coloidal – tipicamente 
entre 1 mm e 1 mm – são distribuídas uniformemente através do líquido). Um 
gel pode conter partículas suspensas (ANVISA, 2011).
04. Pomada: forma farmacêutica semissólida para aplicação na pele ou nas 
membranas mucosas, que consiste na solução ou dispersão de um ou mais 
princípios ativos em baixas proporções em uma base adequada (ANVISA, 2011).
• GASOSO: são aquelas utilizadas para administração de substâncias voláteis, 
podemos incluir por exemplo medicamentos de gases para nebulização.
FIGURA 4: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
 
Fonte: WHALEN, FINKELL, PANAVELIL, 2016.
PRINCÍPIOS E ASPECTOS GERAIS SOBRE FARMACOLOGIAUNIDADE 1
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É importante destacar que a literatura possui muitas informações relevantes, visto isso, torna-se 
essencial a busca de fontes confiáveis. Deixo sugestões de arquivos importantes para complementação de 
conhecimento sobre os temas abordados neste capítulo.
Link I: MINISTÉRIO DA SAÚDE: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_
medicamentos.pdf
Link II: INCA: https://www.inca.gov.br/pesquisa/ensaios-clinicos/fases-desenvolvimento-um-
novo-medicamento
SAIBA
MAIS
Link I Link II
Embora os medicamentossejam produzidos com fins terapêuticos, eles podem provocar efeitos 
indesejáveis que venham a causar até a morte do paciente, por esse motivo, qualquer medicamento deve 
ser usado de forma correta sob orientação médica e supervisão do profissional da saúde.
É importante refletir que todo medicamento deve ser administrado na dose correta, no horário 
correto e na forma farmacêutica mais adequada ao caso clínico do paciente. Como está a administração de 
medicamentos na sua casa?
Fonte: FERNANDES, R. S. G.; TAVEIRA, C. C. Fundamentos de Farmacologia. NT Editora. 
Brasília: 2014. 156p.
REFLITA
PRINCÍPIOS E ASPECTOS GERAIS SOBRE FARMACOLOGIAUNIDADE 1
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_medicamentos.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_medicamentos.pdf
https://www.inca.gov.br/pesquisa/ensaios-clinicos/fases-desenvolvimento-um-novo-medicamento
https://www.inca.gov.br/pesquisa/ensaios-clinicos/fases-desenvolvimento-um-novo-medicamento
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Chegamos ao final do primeiro capítulo da nossa apostila, abordamos vários tópicos 
essenciais na construção do conhecimento desta disciplina. Nesta unidade, abordamos 
conceitos iniciais e fundamentais para o desenvolvimento da farmacologia. 
Conseguimos diferenciar termos básicos como medicamento e remédio, classificamos 
as formas farmacêuticas essenciais para o tratamento do paciente, visto que a administração 
de medicamentos varia de acordo com a finalidade que o mesmo foi utilizado, podendo 
ser finalidade Preventiva ou Profilática, a administração de uma substância é normalmente 
utilizada para evitar ou reduzir a gravidade de uma determinada doença. 
Vimos sobre a finalidade terapêutica, que é quando utiliza um medicamento para 
tratamento de doença/patologia diagnosticada e também a finalidade Paliativa: quando o 
uso do medicamento ajuda diminuindo os sintomas da doença.
Podemos compreender que a ação do medicamento em nosso organismo depende 
de dois importantes requisitos: farmacocinética e farmacodinâmica, visto que este processo 
de administração e efeito medicamentoso, envolve muitas etapas, desde a administração 
até a metabolização desta substância em nosso corpo. Essas etapas são essenciais para 
que se tenha um sucesso de terapia medicamentosa com efeito alcançado.
Portanto, quando possuímos conhecimentos sobre as vias de administração, as 
formas farmacêuticas e o caminho que o medicamento percorre em nosso organismo, 
torna-se mais claro a atenção ao uso do fármaco correto, diminuindo possivelmente os 
riscos de intoxicação e efeitos colaterais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
PRINCÍPIOS E ASPECTOS GERAIS SOBRE FARMACOLOGIAUNIDADE 1
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Artigo científico: Farmacologia no século XX: a ciência dos medicamentos
a partir da análise do livro de Goodman e Gilman.
Autores: Silvia Cardoso Bittencourt, Sandra Caponi, Sônia Maluf.
Resumo: Analisa a apresentação da farmacologia como ciência a partir do livro-texto 
de Louis Goodman e Alfred Gilman reeditado e reimpresso inúmeras vezes entre 1941 e 
2006. Nas primeiras edições, a farmacologia é caracterizada como a ciência das drogas, 
relacionando-se com outras áreas do conhecimento; a história do desenvolvimento das 
drogas, a inserção dessa ciência no contexto social e suas relações com a indústria são 
destacadas. Nas outras edições, esses aspectos são menos pontuados, quase desaparecendo 
na 11a (2006). A abordagem dos aspectos históricos pode contribuir para a compreensão do 
desenvolvimento da farmacologia, assim como a abordagem das relações com a indústria e 
a sociedade é importante para refletir sobre os critérios de utilização dos medicamentos.
Fonte: BITTENCOURT, Silvia Cardoso; CAPONI, Sandra; MALUF, Sônia. Farmacologia no século 
XX: a ciência dos medicamentos a partir da análise do livro de Goodman e Gilman. História, Ciências, Saúde. 
Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 20, n. 2, abr.-jun. 2013, p. 499-519. Disponível em: https://abre.ai/lwxU
LEITURA COMPLEMENTAR
PRINCÍPIOS E ASPECTOS GERAIS SOBRE FARMACOLOGIAUNIDADE 1
https://abre.ai/lwxU
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MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: Farmacologia Ilustrada, 6ª edição
• Autores: Karen Whalen; Richard Finkell; Thomas A. 
• Editora: Panavelil, 2016.
• Sinopse: A obra “Farmacologia ilustrada” 6ª edição, foi totalmente 
atualizada, reorganizada e ampliada por um grupo de organizadores 
coordenados por Karen Whalen. Esta obra mantém as características 
que a tornam ideal para o ensino e a aprendizagem em sala de aula, 
assim como para aqueles profissionais que buscam uma revisão 
dos conteúdos da área: utilizando-se de marcadores, o texto é 
organizado de forma bastante didática, trazendo informações 
sobre princípios farmacológicos, mecanismos de ação, usos 
terapêuticos, farmacocinética e efeitos adversos de fármacos. Além 
de apresentar capítulos sobre os princípios farmacológicos e sobre 
as diversas classes terapêuticas, o livro reúne também capítulos 
organizados a partir de distúrbios específicos, como é o caso das 
doenças neurodegenerativas. E para complementar e tornar a obra 
ainda mais útil, essa edição aborda temas como fármacos de abuso, 
obesidade, anti-histamínicos, fármacos destinados ao tratamento 
de distúrbios urológicos, anemias e distúrbios dos ossos.
FILME/VÍDEO
• Título: Terapia de risco
• Ano: 2013.
• Sinopse: Martin sai da prisão depois de cumprir pena por 
abuso de informação privilegiada. Sua volta coincide - ou talvez 
desencadeie - um episódio depressivo grave em sua esposa, que 
começa a tomar um medicamento com efeitos que vão além do 
esperado. Diretor: Steven Soderbergh
PRINCÍPIOS E ASPECTOS GERAIS SOBRE FARMACOLOGIAUNIDADE 1
Professor(a) Dra. Natália de Carvalho Scharf Santana
FARMACOLOGIA
DA DOR2UNIDADEUNIDADE
PLANO DE ESTUDO
29
Plano de Estudos
• Modo de ação dos fármacos;
• Medicamentos e o Sistema Nervoso;
• Receptores e ações farmacológicas. 
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar a farmacologia e o mecanismo da dor, no organismo 
humano;
• Compreender os tipos de medicamentos que possuem mecanismo de ação 
relacionado a psicofarmacologia;
• Estabelecer a importância da classificação dos medicamentos que atuam no 
sistema nervoso central e autônomo.
FARMACOLOGIA DA DORUNIDADE 2
30
Caro aluno, após conhecermos os termos essenciais básicos, dentro da farmacologia, 
trataremos nesta Unidade II, sobre o Mecanismo da dor e como o medicamento é distribuído 
até chegar ao local do estímulo que está em desequilíbrio.
Para a contextualização dos efeitos terapêuticos da maioria dos fármacos, é 
importante saber que resultam de suas interações com os alvos moleculares, ou seja, com 
os receptores localizados nos órgãos e tecidos dos pacientes, para isso temos que conhecer 
melhor a Farmacodinâmica, pois essa, trata sobre o estudo dos efeitos bioquímicos e 
fisiológicos decorrente da interação fármaco-receptor e de seus modos de ação.
A atuação do princípio ativo do medicamento traz consigo a metabolização dos 
fármacos e pôr fim a ação de efeitos farmacológicos, que são atribuídos, em sua maioria, a sua 
interação com os componentes macromoleculares (receptores) do organismo. É fundamental 
conhecermos alguns dos principais receptores e seus respectivos principais locais de ação.
Vamos resgatar algumas informações importantes, compreendendo que o 
SNC (Sistema Nervoso Central) é constituído pelo encéfalo e pela medula espinhal e é 
responsável pela integração da informação sensorial e pela geração de saída motora. 
Além disso, veremos que o cérebro humano contém cerca de 100 bilhões de neurônios 
interconectados, circundados por diversas células que regulam suas próprias atividades de 
maneira dinâmica, geralmente por meio de neurotransmissão química. 
Os neurônios são células eletricamente excitáveis, no qual processam e 
transmitem as informações por meio de um processo eletroquímico. Existem muitos tipos 
de neurônios no SNC, que são classificados de acordo com a sua função, e de acordocom o neurotransmissor que eles liberam (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2016; 
KATZUNG e TREVOR, 2017). Quando ocorre uma conexão de neurônios e geram o efeito 
da sinapse, substâncias químicas (neurotransmissoras) são liberadas para interagir com 
receptores presentes em outros neurônios.
INTRODUÇÃO
FARMACOLOGIA DA DORUNIDADE 2
31
Quando ingerimos um medicamento, sabemos que ele passa por etapas da 
farmacocinética, que vão desde a absorção até a excreção. Mas você já se perguntou 
como essa substância química chega até o local de ação para realizar o efeito? Pois bem, 
para responder essa pergunta precisamos entender sobre o modo de ação dos fármacos.
Os efeitos terapêuticos da maioria dos fármacos resultam de suas interações com 
os alvos moleculares, ou seja, com os receptores localizados nos órgãos e tecidos dos 
pacientes, para isso temos que conhecer melhor a farmacodinâmica, pois essa, trata sobre 
o estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológicos decorrente da interação fármaco-receptor 
e de seus modos de ação. Uma substância química com ação medicamentosa ao ser 
ingerido e metabolizado, é transformado em uma molécula, esta interage com o receptor, 
dando início a uma cadeia de eventos fisiológicos e bioquímicos, que resultam nos efeitos 
observados para os fármacos. Essa interação do ligante-receptor e seus resultados são 
parte da farmacodinâmica (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2016). 
Na farmacologia, pode-se definir como receptor, uma molécula biológica, na qual 
um fármaco realiza interação/ligação e produz uma resposta biológica. Na farmacodinâmica 
são detalhados e estudados os locais de ação, mecanismo de ação e o efeito dos 
medicamentos no organismo, verificando assim a magnitude dos efeitos e as possíveis 
variações de respostas farmacológicas (SILVA, 2010).
MODO DE AÇÃO 
DOS FÁRMACOS1
TÓPICO
FARMACOLOGIA DA DORUNIDADE 2
32
FIGURA 1: SUBSTÂNCIA COM E SEM AFINIDADE AO RECEPTOR
Fonte: MANUAL MSD, versão saúde pra família. Seletividade do local. 2019. Disponível em: https://www.
msdmanuals.com/pt/casa/medicamentos/farmacodin%C3%A2mica/seletividade-do-local. Acesso em: 03 dez. 2021.
Os efeitos farmacológicos da maioria dos fármacos são atribuídos à sua interação 
com os componentes macromoleculares (receptores) do organismo. Os fármacos não 
produzem reações biológicas, mas, em geral, alteram a velocidade ou a magnitude de 
uma resposta celular intrínseca. As interações fármaco-receptoras alteram a função do 
componente biológico envolvido e iniciam as alterações bioquímicas e fisiológicas que 
caracterizam a resposta ao fármaco. Diante disso, torna-se relevante, destacar a extrema 
importância de se conhecer os modos pelos quais uma substância química com ação 
medicamentosa interage com o receptor e desencadeia uma resposta farmacológica ou 
tóxica (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2016). 
Os receptores dos fármacos podem estar localizados nos compartimentos 
intracelulares específicos, como no núcleo, mas normalmente se localizam nas superfícies 
das células. Enzimas, ácidos nucleicos e proteínas podem atuar como receptores de 
fármacos e, sob o ponto de vista quantitativo, as proteínas constituem o grupo mais 
importante de receptores farmacológicos. De fato, as proteínas reguladoras, que medeiam 
as ações de sinais químicos endógenos, como neurotransmissores, são as proteínas 
consideradas as mais prevalentes. Outras classes de proteínas que têm sido identificadas 
como receptores de fármacos incluem enzimas, que podem ser inibidas por ligação com 
FARMACOLOGIA DA DORUNIDADE 2
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/medicamentos/farmacodin%C3%A2mica/seletividade-do-local
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/medicamentos/farmacodin%C3%A2mica/seletividade-do-local
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um fármaco (por exemplo, diidrofolato redutase, o receptor para o fármaco antineoplásico 
metotrexato); proteínas de transporte (por exemplo, Na+/K+ -ATPase, o receptor de 
membrana para glicosídeos digitálicos cardioativos); e proteínas estruturais (por exemplo, 
tubulina, o receptor para a colchicina, um agente anti-inflamatório). A ligação específica 
dos fármacos aos outros componentes celulares (como o DNA) também é explorada com 
finalidades terapêuticas (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2016). 
A teoria de ocupação dos receptores direciona que a resposta farmacológica seja 
gerada por meio da ocupação de um receptor por um fármaco, ou seja a ligação entre fármaco 
e receptor específico (com afinidade), pode limitar o efeito máximo que um medicamento 
produz, pressupondo a resposta farmacológica. Os receptores determinam a relação entre 
dose/concentração da substância medicamentosa e seu efeito farmacológico. Pode-se dizer 
que a curva de dose-resposta ou concentração resposta, representa a sua concentração 
no receptor, explicando assim, a relação de como os receptores determinam a sua relação 
direta entre dose e efeito farmacológico (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2016).
Conforme o indivíduo toma mais uma dose do medicamento, a concentração 
do fármaco aumenta, seu efeito farmacológico também aumenta gradualmente até que 
todos os receptores estejam ocupados (efeito máximo). Gerando assim, uma intensidade 
da resposta versus as doses crescentes de um fármaco, produzindo então uma curva 
chamada de dose-resposta gradual. Podemos considerar duas importantes propriedades 
dos fármacos: a potência e a eficácia, juntas, podem ser determinantes nas curvas doses 
resposta graduais (BRUM; ROCKENBACH; BELLICANTA, 2018).
FIGURA 2: EFEITO DA DOSE, VARIANDO DE ACORDO COM A
INTENSIDADE DA RESPOSTA FARMACOLÓGICA
Fonte: Whalen, Finkel e Panavelli (2016, p. 30).
FARMACOLOGIA DA DORUNIDADE 2
34
Nesta imagem (Figura 2), podemos observar o efeito da dose, variando de acordo 
com a intensidade da resposta farmacológica. (a) Gráfico em escala linear. (b) Lançamento 
semilogarítmico dos mesmos dados. CE50 causa 50% da resposta máxima.
Os receptores estão ligados diretamente a seletividade dos fármacos, embora nenhum 
fármaco seja completamente específico para agir exclusivamente em um só tipo de alvo celular, 
pode-se relatar que a ação farmacológica se baseia em determinado grau de seletividade. Estes 
por sua vez, determinam a margem de segurança entre os efeitos desejados e indesejados dos 
fármacos e também se relacionam a amplitude de aplicações clínicas (SILVA, 2010).
 O que determina a atividade intrínseca e a afinidade de um fármaco por seu 
receptor é a sua estrutura química, sendo na sua maioria das vezes, uma relação muito 
particular de cada substância. O tamanho, o formato e a carga elétrica molecular de um 
fármaco determinam a sua afinidade – e se acoplará a um receptor em particular, diante 
de uma diversidade de sítios de ligação quimicamente diferentes disponíveis em uma 
célula, um tecido ou um paciente. Diante disso, é observado que, mudanças na estrutura 
química de um fármaco podem aumentar ou diminuir bruscamente as afinidades de um 
novo fármaco por classes diferentes de receptores, e em efeitos terapêuticos ou tóxicos 
(BRUM; ROCKENBACH; BELLICANTA, 2018).
Os medicamentos, quando metabolizados e entram em contato com os receptores 
(que são moléculas específicas), ocorre uma interação, para produzir mudanças (na função 
das células do paciente), esses receptores precisam ser seletivos nas suas características 
de ligação, a fim de responder a estímulos químicos específicos. Podemos dizer que, 
quando um determinado fármaco se liga a um grupo limitado de tipos de receptor podem 
ser classificados como específicos, já os fármacos que se ligam a um grande número de 
tipos de receptor podem ser considerados não específicos. Essa interação entre fármaco 
e receptor pode ocorrer por meio de três tipos de ligação química: covalente, eletrostática 
e hidrofóbica. As ligações covalentes são fortes e, em muitos casos, irreversíveis sob 
condições biológicas; as ligações eletrostáticas são mais fracas que as covalentes, maiscomuns e frequentemente reversíveis; por fim, as ligações hidrofóbicas são as mais fracas 
(BRUM; ROCKENBACH; BELLICANTA, 2018).
Então, relata-se que existem alguns fármacos que produzem efeitos por uma ação 
e geram efeitos no corpo inteiro, devido a afinidade com número maior de receptores. Dito 
isto, vale ressaltar que outros fármacos usados rotineiramente na prática clínica apresentam 
especificidade ampla porque conseguem interagir com vários receptores em diversos 
tecidos. Isso, por um lado, aumenta a sua utilidade clínica e, por outro lado, contribui para 
a ocorrência de vários efeitos adversos atribuídos às interações diversas no organismo 
(BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2016)
FARMACOLOGIA DA DORUNIDADE 2
35
O Sistema Nervoso é dividido anatomicamente em Sistema Nervoso Central 
(SNC) e Periférico (SNP), sendo o grande responsável pelo controle das ações motoras, 
sensoriais, mentais e intelectuais do organismo. De maneira especial, o Sistema Nervoso 
Central (composto por cérebro, cerebelo e tronco encefálico), apresenta uma atividade 
extremamente complexa, por isso quando tratamos de ação medicamentosa nesse 
sistema, é importante muita cautela, visto que qualquer intervenção farmacológica precisa 
ser realizada com muita segurança, sendo difícil prever as consequências desse ato.
Vamos resgatar algumas informações importantes, o SNC é constituído pelo encéfalo 
e pela medula espinhal e é responsável pela integração da informação sensorial e pela geração 
de saída motora. O cérebro humano contém cerca de 100 bilhões de neurônios interconectados, 
circundados por diversas células que regulam suas próprias atividades de maneira dinâmica, 
geralmente por meio de neurotransmissão química. Os neurônios são células eletricamente 
excitáveis, que processam e transmitem a informação por meio de um processo eletroquímico. 
Existem muitos tipos de neurônios no SNC, que são classificados de acordo com a sua função, 
e de acordo com o neurotransmissor que eles liberam (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 
2016; KATZUNG e TREVOR, 2017). Portanto, quando ocorre uma conexão de neurônios e 
geram o efeito da sinapse, substâncias químicas (neurotransmissoras) são liberadas para 
interagir com receptores presentes em outros neurônios (Figura 3).
MEDICAMENTOS E O 
SISTEMA NERVOSO 2
TÓPICO
FARMACOLOGIA DA DORUNIDADE 2
36
FIGURA 3: CONEXÃO E TRANSMISSÃO DE SUBSTÂNCIA EM RECEPTORES
Fonte: Shutterstock
Abordamos então, de acordo com Brunton, Chabner e Knollmann (2016) Katzung 
e Trevor (2017) alguns exemplos de neurotransmissores e funções biológicas, para que na 
sequência entender sobre as classes de medicamentos utilizados nesse sistema.
• Aminoácido Glutamato: realiza a mediação da transmissão sináptica 
excitatória, está presente em concentrações muito altas nas vesículas sinápticas 
excitatórias.
• GABA e glicina: ambis são neurotransmissores inibitórios liberados pelos 
interneurônios locais. Os interneurônios que liberam glicina estão restritos 
à medula espinal e ao tronco encefálico, enquanto que os interneurônios que 
liberam GABA estão presentes em todo o SNC, incluindo a medula espinhal.
• Acetilcolina: muito conhecido, pois foi o primeiro composto a ser identificado 
farmacologicamente como transmissor no Sistema Nervoso Central. As respostas 
do SNC à acetilcolina são mediadas, em sua maior parte, pela família de receptores 
muscarínicos acoplados à proteína G.
• Dopamina, Monoaminas, Norepinefrina, Histamina e 5-hidroxitriptamina, dentre 
outros são exemplos de neurotransmissores também utilizados nesses sistemas.
De acordo com Destruti (2010), vamos abordar os principais medicamentos que 
atuam no sistema nervoso central:
FARMACOLOGIA DA DORUNIDADE 2
37
• ANALGÉSICOS: são utilizados em grande escala, na maioria das vezes sem 
prescrição médica; são aqueles com ação analgésica (dor leve e moderada) e 
antipirética (diminuem a temperatura corporal, quando há febre). Podemos citar os 
principais: Salicilatos (Ex. AAS -ácido acetilsalicílico), Derivados do p-aminofenol 
(Tylenol - paracetamol), Derivados da pirazolidona (Novalgina - dipirona sódica), 
Derivados do ácido arilpropiônico (Alivium – ibuprofeno), são utilizados para dor 
superficial, febre e leve inflamação.
• HIPOANALGÉSICOS: neste grupo são mais usados em casos de dor forte 
e moderadas, como exemplo pós-operatórios, câncer e processos traumáticos. 
Apresentam vários efeitos colaterais, por isso seu uso deve ser cuidadoso e com 
acompanhamento do médico. Como exemplo podemos citar os derivados do 
ópio e seus derivados sintéticos, (Temgesic – buprenorfina, Dimorf – morfina, 
Tramal – tramadol).
• SEDATIVOS E HIPNÓTICOS: são aqueles que causam depressão do sistema 
nervoso central, acalmando e moderando a excitação do paciente, relaxando a 
ponto de induzir ao sono. Podem ser chamados de sedativos os que possuem ação 
mais branda e hipnóticos os que apresentam ação mais intensa, diferenciando-
se também pela dose administrada. 
• Podemos citar alguns grupos de sedativos e hipnóticos: Barbitúricos: 
pentobarbital (Hypnol); Benzodiazepínicos: flurazepan (Dalmadorm); Midazolan 
(Dormonid).
• ANESTÉSICOS: medicamentos utilizados em casos específicos, para causar 
a anestesia, seja do local ou do organismo como um todo, assim o paciente não 
tem a sensibilidade, quando for local se utiliza um anestésico local, e quando 
necessário perda da consciência, usa-se anestésico geral. Podem ser utilizados 
de forma injetável ou inalatória. Alguns exemplos: Rapifen – alfentanila; Diprovan 
– propofol; Fluotane – halotano; Xylocaína – lidocaína) entre outros.
• ANTIPILÉTICOS E ANTICONVULSIVANTES: medicamentos que atuam na 
prevenção e tratamento da epilepsia, atuando na depressão seletiva do sistema 
nervoso central, sem causar danos a ele. Para adaptar o tratamento e dose 
adequada, o paciente passa por um processo de adaptação, e muitas vezes 
ocorre troca do fármaco, pois é um tratamento individualizado. Alguns exemplos 
mais utilizados: Depakene – ácido valrpróico; Rivotril – clonazepam; Hidantal – 
fenitoína, Gardenal – fenobarbital, entre outros.
• ANTIPARKISONIANOS: fármacos utilizados para agir sobre os sintomas das 
doenças de Parkinson, agem facilitando os movimentos do paciente, melhorando 
a qualidade de vida. Exemplos principais: Akineton – biperideno, Mantidan- 
amantadina, Prolopa – levodopa com benserazida.
FARMACOLOGIA DA DORUNIDADE 2
38
• PSICOTRÓPICOS: são chamados de psicofármacos, pois atuam estimulando 
ou deprimindo a atividade cerebral (distúrbios psíquicos), por isso são capazes 
de alterar o pensamento, humor e comportamento. Podemos relatar os principais 
desse grupo: antipsicóticos, antidepressivos e ansiolíticos.
• ANSIOLÍTICOS: medicamentos que atuam diretamente na melhora da 
ansiedade, diminuindo medo, angústia, temor e apreensão. Seu uso indiscriminado 
pode gerar dependência. Alguns exemplos: Frontal – alprazolam; Lexotan – 
bromazepam; Buspar- Buspirona (Buspar), dentre outros.
• ANTIPSICÓTICOS OU NEURILÉPTICOS: muito utilizados para reduzir os 
sintomas em casos de esquizofrenia, síndrome maníaco-depressiva e delírios, 
entre outros; são aqueles medicamentos com capacidade de agir em casos 
de psicoses, delírios e alucinações. Exemplos: Leponex- clozapina, Amplictil 
– clorpromazina, Haldol – haloperidol, Neuleptil – periciazina, Risperdal – 
risperidona.
• ANTIDEPRESSIVOS: muito utilizados, pois auxiliam diminuindo o quadro de 
depressão. Exemplos: Tryptanol – amitriptilina, Prozac – fluoxetina, Tofranil – 
imipramina.
2.1 Medicamentos que atuam no Sistema Nervoso Autônomo (SNA)
O SNA é responsável pelo funcionamento dos órgãos sem controle voluntário 
(da vontade), divide-se em Sistema Nervoso Simpático, Parassimpático e Entérico (este 
localizado no interior do trato gastrointestinal).
Importante ressaltar que, quando alterada uma das ações simpáticas ou 
parassimpáticas, todas as outras acontecerão um desequilíbrio. Podemos relatar o seguinteexemplo: se um medicamento adrenérgico é utilizado para falta de ar (broncoconstrição), 
as outras partes do sistema nervoso simpático também serão aumentadas, gerando assim 
os efeitos colaterais: como a taquicardia, hipertensão e sudorese.
FARMACOLOGIA DA DORUNIDADE 2
39
FIGURA 3: AÇÃO DOS SISTEMAS NERVOSOS PARASSIMPÁTICO E
SIMPÁTICO NOS ÓRGÃOS EFETORES
Fonte: Whalen, Finkel e Panavelli (2016, p. 42)
• ADRENÉRGICOS: são aqueles medicamentos que estimulam a atividade 
simpática, são também chamados de simpatomiméticos. Exemplos principais: 
Adrenalina; Norepinefrina, Revivan, dentre outros.
• ANTIADRENÉRGICOS: atuam bloqueando a ação simpática, por isso são 
chamados de simpatolíticos. Os principais: Aldomet – metildopa, Propanolol – 
propranolol, Alphagan – brimonidina, dentre outros.
A ação dos medicamentos como um todo está interligada a efeitos agonistas 
e antagonistas, na farmacologia, agonista refere-se ao aumento (ativação às ações 
ou estímulos provocados por uma resposta,) ou diminuição (inibição) da atividade celular, 
conforme visualização na imagem abaixo (Figura 4).
FARMACOLOGIA DA DORUNIDADE 2
40
FIGURA 4: AÇÃO ANTAGONISTA E AGONISTA DOS MEDICAMENTOS
 
Fonte: WHALLEN; PANAVELIL,( 2016, p. 25).
Os receptores são os elementos que possuem ação sensorial no sistema de 
comunicações químicas e atuam coordenando a função e a maioria das respostas de todas 
as diferentes células do organismo, sendo assim, verdadeiros mensageiros químicos. 
Diante disso, podemos relatar que muitos fármacos terapeuticamente úteis agem como 
agonistas ou como antagonistas nos receptores de mediadores endógenos conhecidos, no 
organismo humano (RITTER, et al., 2020).
Os dois principais neurotransmissores que operam no sistema autônomo são a 
acetilcolina e a norepinefrina, cujos locais de ação são mostrados de modo esquemático 
na figura abaixo (Figura 5).
FARMACOLOGIA DA DORUNIDADE 2
41
FIGURA 5: AÇÃO DOS NEUROTRANSMISSORES NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
 
Fonte: RITTER, et al., 2020.
Estão indicados os dois tipos principais de receptor para a acetilcolina (ACh), o 
nicotínico (nic) e o muscarínico (mus) e dois tipos de receptores adrenérgicos, α e β NE, 
norepinefrina. 
FARMACOLOGIA DA DORUNIDADE 2
42
Os fármacos que mimetizam o efeito da acetilcolina (ACh) são denominados 
colinérgicos (ou parassimpaticomiméticos) e podem exercer seus mecanismos de ação por 
meio de ação direta nos receptores muscarínicos ou por ação indireta por meio da inibição 
da acetilcolinesterase (AChE), impedindo assim a sua degradação enzimática. 
Os fármacos anticolinérgicos, também denominados de parassimpaticolíticos, 
interferem na ação da ACh no sistema nervoso autônomo e são classificados em fármacos 
antimuscarínicos, bloqueadores neuromusculares e bloqueadores ganglionares (BRUNTON; 
CHABNER; KNOLLMANN, 2016).
Existem duas famílias de receptores colinérgicos, designados muscarínicos e 
nicotínicos, que são diferenciados entre si com base em suas diferentes afinidades pelos 
fármacos que mimetizam a ação da ACh. Ambos os receptores, muscarínicos e nicotínicos, 
são alvos naturais da ACh endógena (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2016).
Como principais usos terapêuticos dos fármacos colinérgicos podem-se citar para o 
tratamento de doenças do olho (glaucoma e esotropia de acomodação), dos tratos gastrointestinal 
e urinário (atonia pós-operatória e bexiga neurogênica) e da junção neuromuscular (myasthenia 
gravis), bem como para tratar pacientes com doença de Alzheimer.
Os fármacos anticolinérgicos (parassimpaticolíticos) são classificados de acordo 
com o mecanismo de ação, e agem interferindo na ação da ACh. Os fármacos anticolinérgicos 
antimuscarínicos bloqueiam os receptores muscarínicos nas sinapses neuroefetoras 
(como atropina e escopolamina, por exemplo), asma e intoxicação por organofosforados 
(BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2016). 
RECEPTORES E AÇÕES 
FARMACOLÓGICAS3
TÓPICO
FARMACOLOGIA DA DORUNIDADE 2
43
Os fármacos anticolinérgicos bloqueadores neuromusculares atuam nos receptores 
nicotínicos, na junção neuromuscular e interferem na transmissão dos impulsos eferentes 
da transmissão colinérgica aos músculos esqueléticos, resultando assim no relaxamento 
da musculatura esquelética (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2016). 
Os fármacos bloqueadores ganglionares atuam nos receptores nicotínicos, 
importante relatar que agem interferindo diretamente nos impulsos nervosos do sistema 
nervoso autônomo e nos receptores nicotínicos, causando inúmeros efeitos adversos, o que 
restringe a utilização clínica. Os bloqueadores ganglionares possuem utilidade terapêutica 
em casos de emergência de crise hipertensiva, pois age produzindo uma hipotensão 
controlada durante procedimentos cirúrgicos (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 
2016).
Mediante tantas informações, abaixo temos uma tabela (Figura 6), resumindo 
alguns dos efeitos fisiológicos decorrentes da ativação colinérgica nos diferentes sistemas 
fisiológicos (BRUM; ROCKENBACH; BELLICANTA, 2018).
FIGURA 6: TABELA COM ÓRGÃOS E RESPOSTA FARMACOLÓGICA
FARMACOLOGIA DA DORUNIDADE 2
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Fonte: BRUM, ROCKENBACH, BELLICANTA, 2018.
FARMACOLOGIA DA DORUNIDADE 2
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• Farmacologia Adrenérgica e Antiadrenérgica;
• Colinérgicos e Anticolinérgicos;
• Bloqueadores Neuromusculares
A farmacologia aborda diferentes tópicos quando relacionado a receptores e ações fisiológicas específicas 
do sistema simpático e parassimpático. Diante dos conceitos iniciais abordados, torna-se relevante o estudo dos 
tópicos citados acima, pois cada um aborda a farmacologia de forma mais aprofundada, com ações específicas 
para determinados locais do organismo, o estudo desses tópicos torna-se relevante para atuação na área 
farmacológica.
Fonte: (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2016).
SAIBA
MAIS
Sobre o uso de medicamentos que atuam no Sistema Nervoso, podemos relatar que alguns pacientes 
usuários de antipsicóticos são mais sensíveis aos efeitos extrapiramidais desencadeados pelos antipsicóticos 
e podem desenvolver síndrome neuroléptica maligna fatal, podendo manifestar alguns dos sintomas: rigidez 
muscular, comprometimento da transpiração, hiperpirexia e instabilidade autonômica. Importante nesses 
casos a observação dos sintomas, visto que a fase de adaptação varia de acordo com o tipo de medicamento 
utilizado. Caso constatado, é importante ocorrer a interrupção do tratamento com o antipsicótico e as medidas 
básicas de suporte serem fornecidas ao paciente, comunicando imediatamente o profissional prescritor. 
Diante disto, podemos refletir sobre a ação dos medicamentos no sistema nervoso, e as possíveis 
consequências ao organismo, visto que a informação e orientação de profissionais da saúde são de extrema 
relevância. Podemos ficar com a seguinte questão: quais as consequências do uso de medicamentos 
psicotrópicos sem a orientação médica adequada?
Fonte: (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2016).
REFLITA
FARMACOLOGIA DA DORUNIDADE 2
46
Finalizando esse capítulo, podemos relatar que abordamos inicialmente sobre os 
efeitos farmacológicos da maioria dos fármacos são atribuídos à sua interação com os 
componentes macromoleculares (receptores) do organismo. Identificamos os conceitos 
de receptores, podendo caracterizar que existem aqueles com maior e menor afinidade 
pelo seu sítio de ligação.
Constata-se então, que os receptores dos fármacos podem estar localizados nos 
compartimentos intracelulares específicos, como no núcleo, mas normalmente se localizam 
nas superfícies das células. As enzimas, ácidos nucleicos e proteínas podem atuar como 
receptores de fármacos e, sob o ponto de vista quantitativo, as proteínas constituem o 
grupo mais importante de receptores farmacológicos. Diante disso, entendemos que a 
ligação desses receptores aos fármacos gera o efeito medicamentoso.
Os receptores são os elementos que possuem ação sensorial no sistema de 
comunicações químicas e atuam coordenando a função e amaioria das respostas de todas 
as diferentes células do organismo, sendo assim, verdadeiros mensageiros químicos. 
Diante disso, podemos relatar que muitos fármacos terapeuticamente úteis agem como 
agonistas ou como antagonistas nos receptores de mediadores endógenos conhecidos, no 
organismo humano (RITTER, et al., 2020).
Espero que esse capítulo tenha contribuído para que seu conhecimento da disciplina 
esteja sendo construído, visando uma abordagem de profissional da saúde, sobretudo, com 
ênfase no cuidado da ação dos medicamentos, diante ao organismo humano.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
FARMACOLOGIA DA DORUNIDADE 2
47
Lista de Medicamentos sujeitos a controle especial são atualizadas periodicamente 
pela Anvisa. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA em Diário Oficial da União. 
RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº 473, DE 24 DE FEVEREIRO DE 
2021 - Dispõe sobre a atualização do Anexo I (Listas de Substâncias Entorpecentes, 
Psicotrópicas, Precursoras e Outras sob Controle Especial) da Portaria SVS/MS nº 344, de 
12 de maio de 1998.
Link: https://abre.ai/lwCm
Artigo Científico I: Farmacologia do Sistema Nervoso Autônomo
Resumo: O Sistema Nervoso Autônomo é a parte do sistema nervoso que faz 
a regulação de vários processos corpóreos de origem involuntária, por isso é também 
chamado de sistema nervoso involuntário. Possui duas subdivisões que são o sistema 
nervoso simpático ou toracolombar e o parassimpático ou craniossacral, com características 
anatomofisiológicas e farmacológicas próprias. O Sistema Nervoso Simpático tem como 
neurotransmissor a noradrenalina, já o parassimpático a acetilcolina vinda daí a outra 
nomenclatura sistema nervoso adrenérgico ecolinérgico respectivamente. No trabalho, 
serão abordados local de ação, tipo de ação, tipo de neurotransmissor, e efeito simpático 
ou parassimpático, utilizando então um levantamento bibliográfico da anatomofisiologia 
e farmacologia do sistema nervoso autônomo. Ressalta-se também nele, a aplicação 
terapêutica dos diversos fármacos de ação autonômica, a correlação da inervação autonômica 
nos diversos órgãos com as suas respectivas ações simpáticas e parassimpáticas, como 
também os principais efeitos das drogas autonômicas. O objetivo é disponibilizar ao 
graduando da área da saúde conhecimento do Sistema Nervoso autônomo, e dessa forma 
propiciar um entendimento lógico do tema.
Artigo Científico II: Reações adversas causadas por fármacos que atuam no sistema 
nervoso: análise de registros de um centro de farmacovigilância do Brasil
Resumo: A morbimortalidade por uso de medicamentos é um grande problema 
de saúde. As reações adversas a medicamentos podem resultar em óbito, aumento de 
internações hospitalares e dos custos com a saúde. OBJETIVOS: Descrever e analisar as 
notificações de suspeitas de reações adversas causadas por medicamentos que atuam 
LEITURA COMPLEMENTAR
FARMACOLOGIA DA DORUNIDADE 2
https://abre.ai/lwCm
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no sistema nervoso (RAM-SN), registradas no Centro de Farmacovigilância do Ceará, de 
janeiro de 1997 a março de 2008. MÉTODOS: As RAM-SN foram classificadas segundo os 
critérios da Organização Mundial da Saúde. Uma relação de causalidade entre o fármaco 
administrado e a reação adversa identificada foi realizada, bem como a análise da reação 
quanto à gravidade. RESULTADOS: Foram registradas 176 notificações de RAM-SN. 
A maioria (n = 145; 82,4%) ocorreu no ambiente hospitalar. O principal notificador foi o 
farmacêutico. As RAM-SN foram classificadas como: possíveis (n = 110), prováveis (n = 37) 
e definidas (n = 17). Quanto à gravidade, foram consideradas: leves (n = 21), moderadas 
(n = 127), graves (n = 15) e fatais (n = 1). O caso fatal foi notificado por médico e envolveu 
medicamentos anestésicos. Geralmente, as reações adversas observadas foram causadas 
predominantemente por analgésicos, anestésicos e antiepilépticos. DISCUSSÃO: Os dados 
demonstram o valor potencial de se ter acesso a sistemas de farmacovigilância local para 
registrar possíveis riscos com o uso de fármacos.
Link: https://doi.org/10.1590/S0101-60832009000400003
FARMACOLOGIA DA DORUNIDADE 2
https://doi.org/10.1590/S0101-60832009000400003
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MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
• Título: Neurologia ou sistema nervoso. Documentary History
• Ano: 1999.
• Sinopse: Vídeo que discute muitas especificidades do 
sistema nervoso. Complementa a compreensão da dinâmica de 
funcionamento do SNC e SNP.
• Link do vídeo: https://abre.ai/lwCx
FILME/VÍDEO
• Título: Neurologia ou sistema nervoso. O cérebro 
Superinteressante coleções
• Ano: 2016.
• Sinopse: Vídeo que complementa a compreensão da dinâmica 
de funcionamento do SNC e SNP através da coletânea da revista 
Superinteressante coleções.
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=jqgfduwXk88
LIVRO
• Título: As Bases Farmacológicas de Goodman e Gilman 2019
• Autor: Goodman & Gilman
• Editora: McGraw-Hill
• Sinopse: Aborda e correlaciona a farmacologia às ciências 
médicas associadas; Reinterpreta as ações e os usos dos fármacos 
em vista dos avanços na medicina e nas ciências biomédicas 
básicas; enfatiza as aplicações da farmacodinâmica à terapêutica; 
Referência fundamental em farmacologia e demais áreas afins.
FARMACOLOGIA DA DORUNIDADE 2
https://abre.ai/lwCx
https://www.youtube.com/watch?v=jqgfduwXk88
Professor(a) Dra. Natália de Carvalho Scharf Santana
AÇÃO DOS 
MEDICAMENTOS 
EM SISTEMAS3UNIDADEUNIDADE
PLANO DE ESTUDO
51
Plano de Estudos
• Medicamentos e atuação em Sistemas Cardiovascular, respiratório, digestório 
e geniturinário;
• Medicamentos antialérgicos, anti-inflamatórios, anti-infecciosos e antivirais;
• Medicamentos antifúngicos, medicamentos antineoplásticos, antiparasitários e 
hormônios;
• Medicamentos e condições especiais.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar a atuação das principais classes farmacológicas;
• Compreender os tipos de medicamentos e suas atuações em sistemas;
• Estabelecer a importância da classificação e ação dos fármacos, visto que uma 
classe farmacológica pode se repetir em ação de vários sistemas.
AÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM SISTEMASUNIDADE 3
52
Caro aluno, nesta unidade, iremos abordar assuntos relevantes para sua formação 
da disciplina de Farmacologia. É importante relatar que a descoberta de um princípio ativo, 
até tornar-se um medicamento exposto para venda, demora anos de estudos e testes, 
envolvendo animais e humanos de diferentes características, para que se consiga parâmetros 
obrigatórios que envolvem riscos e benefícios do uso da substância ao organismo humano.
Todos sabemos que existem inúmeros medicamentos nas prateleiras de farmácias 
e drogarias, e estes são separados em classes farmacológicas. Vamos abordar uma 
classificação inicial dos medicamentos e sua atuação em sistemas, para melhor compreensão 
sobre o assunto. Primeiramente dos sistemas cardiovascular, respiratório, digestório e 
geniturinário, em que é importante você relembrar conceitos básicos das disciplinas de 
anatomia e fisiologia humana, para melhor entendimento das patologias e mecanismos de 
ação com uso de medicamentos.
Na classe dos medicamentos cardiovasculares podemos citar algumas subdivisões 
como os glicosídeos digitálicos, antiarrítmicos, ionotrópicos, anti-hipertensivos, antagonista 
de ação central, vasodilatadores, também vamos abordar antianêmicos, anticoagulantes, 
os antilipêmicos ou antiaterosclerose, dentro de cada tópico descrevo alguns exemplos, 
contudo, saliento que existem inúmeros medicamentos pertencentes a cada uma delas.
Fármacos utilizados para atuarem no sistema respiratório são utilizados em grande 
quantidade pela população, visto que doenças do trato respiratório são muito comuns 
e facilmente transmissíveis. Medicamentos dessa classe geram alívio dos sintomas e 
são facilmente administrados, pode-se abordar algumas classes importantes como os 
descongestionantes nasais, antitussígenos, expectorantes e mucolíticos.

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