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Guilherme Christen Möller - Processo, jurisdição e sistema de justiça multiportas Entre o Brasil e a Itália

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Londrina/PR
2025
Diagramação e Capa: Editora Thoth
Revisão: O Autor
Editor chefe: Bruno Fuga
Conselho Editorial (Gestão 2025)
Prof. Dr. Anderson de Azevedo • Me. Aniele 
Pissinati • Prof. Dr. Antônio Pereira Gaio Júnior • 
Prof. Dr. Arthur Bezerra de Souza Junior • Prof. Dr. 
Bruno Augusto Sampaio Fuga • Prof. Me. Daniel 
Colnago Rodrigues • Prof. Dr. Flávio Tartuce • Me. 
Gabriela Amorim Paviani • Prof. Dr. Guilherme 
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Caixêta Júnior • Prof. Esp. Marcelo Pichioli da 
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Dr. Ricardo Genelhú • Profª. Dr. Rita de Cássia 
R. Tarifa Espolador • Prof. Dr. Thiago Caversan 
Antunes 
Dados Internacionais de Catalogação na 
Publicação (CIP)
 
Índices para catálogo sistemático
1. Direito Processual Civil: 341.46 
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra 
sem autorização. A violação dos Direitos Autorais é 
crime estabelecido na Lei n. 9.610/98. 
Todos os direitos desta edição são reservados 
pela Editora Thoth. A Editora Thoth não se 
responsabiliza pelas opiniões emitidas nesta obra por 
seus autores. 
© Direitos de Publicação Editora Thoth. 
Londrina/PR.
www.editorathoth.com.br
contato@editorathoth.com.br
Möller, Guilherme Christen
Processo, jurisdição e sistema de justiça 
multiportas: entre o Brasil e a Itália./
Guilherme Christen Möller. – Londrina, 
PR: Thoth, 2025.
278 p.
Bibliografias: 247-267
ISBN: 978-65-5113-143-1
1. Direito Processual Civil. 2. Jurisdição. 
3. Procedura Civil. I. Título.
 
 CDD 341.46 
SOBRE O AUTOR
GUILHERME CHRISTEN MÖLLER
Dottore di Ricerca in Scienze Giuridiche pela Università degli Studi di 
Firenze (UniFi) e Doutor e Mestre em Direito Público pelo Programa 
de Pós-Graduação em Direito da Universidade do Vale do Rio dos 
Sinos (Unisinos). Membro do Instituto Brasileiro de Direito Processual 
(IBDP), do Instituto Iberoamericano de Derecho Procesal (IIDP) e da 
Associação Brasileira de Direito Processual (ABDPro). Advogado e sócio 
do escritório Coelho, Murgel e Atherino Advogados, localizado no Rio 
de Janeiro (OAB/SC n. 51.682 e OAB/RJ n. 259.139). E-mail: contato@
guilhermechristenmoller.com.br.
Para as minhas avós, In 
Memoriam,
Lukretia Christen e Eleonora 
Möller.
AGRADECIMENTOS
Esta obra, fruto da minha tese de doutoramento, marca o principal 
momento da minha trajetória de pouco mais de uma década no Direito. 
Apenas pude enfrentar os altos e baixos desse período por causa do apoio 
incondicional dos meus pais, George e Sandra, do meu irmão, Bernardo, e 
de toda minha família, em especial as minhas avós, In Memoriam, Lukretia e 
Eleonora, meus exemplos de bondade, educação e amor. Nenhuma medida 
seria suficiente para expressar o meu afeto, carinho e gratidão por ter 
vocês em minha vida. Em extensão, durante o meu soggiorno na Itália, tive a 
felicidade de ser abençoado com mais uma família, Márcio, Eliza, Lucas e 
Isabella, sem dúvida a família Melo Alves deixou os dias da Toscana ainda 
mais significativos, assim como o carinho de Leandro, Geovana, Oswaldo e 
da piccolina Maria Fernanda.
Experiências, oportunidades e lições que pude vivenciar e aprender 
em parcela considerável da minha trajetória no Direito, especialmente a 
partir do último ano do meu Mestrado, são reflexos da generosidade do 
Prof. Darci Guimarães Ribeiro, meu amigo e mentor, a quem terei gratidão 
pelo resto da minha vida. A metà del mio dottorato, sono stato accolta a braccia 
aperte dal Prof. Remo Caponi, una delle persone più pure e sincere che abbia mai avuto 
la fortuna di incontrare; poco dopo, ho conosciuto il Prof. Emilio Santoro, un altro 
grande esempio di persona per la mia vita.
Neste campo de homenagem aos mestres, não posso deixar de 
mencionar e agradecer quatro pessoas extremamente importantes para mim, 
o Prof. Eduardo Lamy e o Prof. William Santos Ferreira, exemplos para a 
minha vida e que gentilmente me proporcionaram a felicidade de aprender 
diretamente com eles, o Prof. Antônio Pereira Gaio Júnior e o Prof. Marco 
Félix Jobim, a quem devo pelo menos uma vida de agradecimentos por 
sempre terem me estendido as suas mãos. Um agradecimento especial ao 
Prof. Anderson Vichinkeski Teixeira, quem tornou possível este resultado, 
assim como ao Prof. Ricardo Luiz Nicoli e ao Prof. Vinicius Silva Lemos, 
grandes amigos que realizaram com dedicação a avaliação preliminar desta 
obra ainda na fase da pesquisa.
A minha permanência no Rio Grande do Sul me proporcionou 
conhecer pessoas maravilhosas, Bernardo, Letícia, Aline, Francesco, 
Liziane e Bruna. Todo o meu carinho, e para sempre, aos membros do 
grupo que organizamos e batizamos como Escola de Processo da Unisinos, 
Évelin, onde tudo começou, Mônica, grande parceira do Doutorado, os 
dois irmãos de coração que fiz na Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 
Afonso e Éverton, reforçando a minha gratidão a todos os membros do 
nosso grupo, antigos e atuais. Aos amigos da Comissão estadual de Direito 
Processual Civil da OAB/SC, sobretudo ao Renan, bem como, dos grupos 
de pesquisa Tradições, Transformações e Perspectivas Avançadas (TTPA), da 
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, e Constituição, Conformidade 
e Integridade, da Universidade Federal de Santa Catarina, meu genuíno 
agradecimento por todas as trocas e bons momentos. Agradeço o apoio 
incondicional do escritório Coelho, Murgel e Atherino Advogados na reta 
final do Doutorado, assim como a parceria e carinho de Sergio, Pedro, 
Marcelo, Luiz Chaves, Júlia, Isabela, Gabi, Bianca, Rodrigo, Yasmin, Renan 
e Luiz Guerra. 
Tenho dois grandes mentores e amigos que me acompanham desde 
os meus primeiros passos no Direito, Leonardo Beduschi e Alexandre 
Baumgratz da Costa, todo os bons frutos colhidos durante essa década 
só foram possíveis porque tive vocês na minha fundação. Aos mestres e 
amigos, Daniel Octávio Silva Marinho, Marcelo Mazzola, Dierle Nunes, 
Bruno Campos Silva, Beclaute Oliveira da Silva, João Paulo Forster, Pedro 
Henrique Nogueira, Paulo Henrique dos Santos Lucon, Juliana Lemos, 
Felipe Cidral Sestrem, Bruno Augusto Sampaio Fuga, Antonio do Passo 
Cabral, Hermes Zaneti Jr., Eduardo Busch, Artur Thompsen Carpes, 
Mariângela Guerreiro Milhoranza da Rocha, Renê Carlos Schbert Junior, 
Daniel Mitidiero, Fabricio Bastos e Rodolfo Wild, sou grato pela troca, 
boa lembrança, carinho e oportunidade que tive com cada um de vocês. 
Honorable mention goes to Prof. Bryant Garth, whom I have always admired and 
who was extremely helpful in making the results related to the Global Access to Justice 
Project possible.
Também aos amigos que cultivei durante esse período, Daniela 
Bermudes, Gustavo Vieira,a 
adequação, isso é, será possível dizer que uma forma é mais adequada do que 
outra a partir da observação da natureza de cada conflito (muito semelhante 
a ideia original do Tribunal Multiportas).
A terceira vertente apresentada é a do Tribunal Multiportas. Alguns 
cuidados, porém, devem ser observados. Originalmente, essa ideia surgiu 
no direito estadunidense, com Frank Sander, a partir da observação de que 
alguns tipos de conflitos teriam uma aderência a outras figuras de solução 
de conflitos que não exclusivamente o processo judicial. Essa contribuição 
teórica objetivava atribuir relevância dentro do sistema jurídico para as 
maneiras de solução de conflitos reconhecidas pelos Estados Unidos, de 
modo que o processo judicial apenas foi inserido nessa releitura em segundo 
momento. A aposta consistia em diminuir o tempo de tramitação dos 
processos judiciais e a lotação do Poder Judiciário (problemas expressivos 
do sistema jurídico estadunidense do século passado).
O paradoxo sobre essa corrente foi a sua difusão no mundo. 
Restringindo para o Brasil. Torna-se até difícil explicar, mas o “Tribunal 
Multiportas” não significa, em todas as hipóteses, o “Tribunal Multiportas”. 
Essa nomenclatura, que foi abraçada com entusiasmo no direito brasileiro, 
está desconectada à sua ideia originária. Essa afirmação, porém, leva em 
conta o cenário majoritário de pesquisa sobre o tema. Existem exceções, 
como a proposição que já adquiriu algum contorno na doutrina brasileira 
de buscar a forma que seja mais adequada ao tipo de conflito. Assim, se 
pode resumir que a ideia maior por trás de todas as louváveis proposições 
é a de dar maior protagonismo e evidência para as várias figuras de solução 
de conflitos reconhecidos pelo Estado no seu Processo Civil – e ainda que 
haja essa “disputa” conceitual, não há prejuízo aparente).
Concluída a exposição das principais correntes sobre as figuras 
desenvolvidas para a solução de conflitos, adentramos na análise dessa 
unidade na perspectiva do Brasil e da Itália. Respectivamente. No Brasil, 
vimos que formas de solução de conflitos como a conciliação, a mediação e a 
PROCESSO, JURISDIÇÃO E SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
 
238
arbitragem não são estranhas ao direito brasileiro, afinal, mesmo inexistindo 
consenso sobre o papel desse conjunto no sistema da justiça civil brasileira, 
elas não são estranhas ao seu Processo Civil, presentes, exemplificativamente, 
na Lei dos Juizados Especiais e no Código de Processo Civil de 1973, após 
edições do texto original. Uma etapa significativa para o desenvolvimento 
dessa unidade foi a Resolução n. 125, de 2010, do Conselho Nacional de 
Justiça.
Essa política pública foi o catalizador para o desenvolvimento da 
ideia do Tribunal Multiportas no direito brasileiro, especialmente por auxiliar 
na ampliação da ideia acerca da interpretação do inciso XXXV, do art. 5º, 
da Constituição Federal, afirmando que a premissa constitucional de acesso 
à justiça não significaria estritamente que se realizaria mediante a utilização 
do processo judicial, estabelecendo mesmo grau de relevância para todos as 
formas de solução de conflitos reconhecidas pelo Estado.
O Código de Processo Civil fechará os apontamentos acerca 
dessa unidade no direito brasileiro, disciplinando a ocorrência de formas 
autocompositivas em momento inicial do processo judicial, atribuindo 
primazia à solução do litígio por elas. Esse conjunto oxigenou o Tribunal 
Multiportas no sistema jurídico brasileiro, estando, o tema, em seu melhor 
momento, proporcionando estabelecer o que determinamos como um 
primeiro momento para o sistema brasileiro de justiça multiportas: como 
dito acima, protagonismo e evidência para outras figuras do sistema além 
do processo judicial.
Como no Brasil, o sistema jurídico italiano possui um histórico 
doutrinário-legislativo sobre o “Tribunal Multiportas”, todavia, sem utilizar, 
ainda que na doutrina, esse nome, embora conte com a mesma característica 
dessa primeira fase do tema. A nomenclatura com maior difusão no direito 
italiano para sinalizar a unidade que compreende essas figuras é alternative 
dispute resolution (risoluzione alternativa delle controversie). Realizando a mesma 
volta feita ao Brasil, podemos ver que o tema esteve presente de maneira 
diferenciada ao longo da história italiana, ganhando maior relevo apenas no 
século XXI.
O “Tribunal Multiportas” já era contemplado no Codice di Procedura 
Civile del Regno d’Italia, todavia, o hábito e o prestígio, especialmente pelas 
figuras autocompositivas, começará a perder forças com o período do 
fascismo na Itália, consequentemente, no Codice di Procedura Civile 1940, a 
unidade é contemplada entre os procedimentos; perde-se o relevo dessa 
matéria, a qual reaparecerá apenas na virada do século XX para o XXI, com 
a apresentação do livro verde, pela Comissão das Comunidades Europeias, 
em 2002. Em 2008, o Parlamento Europeu apresentou a Diretiva n. 52 
(2008/52/CE), enfatizando o papel da mediação para o funcionamento dos 
239GUILHERME CHRISTEN MÖLLER
sistemas jurídicos. Na Itália, a sua implementação ocorreu pela promulgação 
da Lei n. 69, de 18 de junho de 2009 e, em 2010, foi promulgado o 
Decreto Legislativo n. 28, unificação dos fragmentos que versavam sobre a 
autocomposição (especialmente para a mediação).
A polêmica envolvendo essa disposição foi a imposição da mediazione 
obbligatoria, indo muito além da Diretiva apresentada pela Comissão 
das Comunidades Europeias (a qual não consagrava essa condição de 
obrigatoriedade, apenas indicava aos países do bloco para desenvolverem 
a figura em seus sistemas jurídicos), iniciando árduo debate sobre essa 
condição. Em outubro de 2012, no acórdão 272, a Corte Constitucional 
Italiana entendeu pela inconstitucionalidade de algumas redações dos 
artigos do Decreto Legislativo n. 28/2010, inclusive o art. 5º, sobre parte 
da redação envolvendo a obrigação da mediação, entretanto, não que 
a obrigação afetaria a garantia fundamental de acesso à justiça, mas que, 
como dissemos, houve excesso de delegação. Recentemente, entre outras 
legislações, em 2021, foi aprovada a chamada Riforma Cartabria, a Lei n. 206, 
apresentando algumas disposições que mostram que a risoluzione alternativa 
delle controversie está avançando, ainda que em pequenos passos, na Itália, 
todavia, de forma muito mais conservadora do que no sistema jurídico 
brasileiro.
Estabelecido panorama sobre o desenvolvimento dessa unidade 
(pelo menos, em sua primeira fase), quanto ao último objetivo específico, 
podemos concluir que, prospectivamente, o cenário para o desenvolvimento 
de políticas e legislações sobre as figuras de solução de conflitos parece 
promissor, afinal, ainda que em circunstâncias distintas, ambos sistemas 
jurídicos evoluíram no sentido de recepcionar essa unidade na sua estrutura 
(teórica e prática), todavia, parece existir dois problemas relacionados 
ao centro dela, comuns aos sistemas jurídicos do Brasil e da Itália, e que 
parecem (de alguma forma) ancorar o ritmo de progresso do tema: a tradição 
sistemática pelo processo judicial e o discurso viciado da efetividade pelas 
figuras que fazem parte do sistema de justiça multiportas (em especial, pela 
autocomposição).
Como já observado na construção do Direito Processual Civil na Itália 
e no Brasil, a maioria dos conceitos e sistematizações utilizados na atualidade 
decorrem do período sistemático do Processo Civil italiano, inclusive sobre 
o processo judicial e as demais formas de solução de conflitos, de modo que, 
seguindo a narrativa apresentada, ainda que se busque romper com algumas 
das amarras epistemológicas desenvolvidas durante aquele período, essas 
limitações ao sistema de justiça multiportas são meros reflexos de pedágios 
que se pagam na atualidade, afinal, durante esse período, cujo ápice foi a 
promulgação do Codice di Procedura Civile 1940, houve a desvalorização e a 
PROCESSO, JURISDIÇÃO E SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
 
240
desmotivaçãode qualquer outra figura que não fosse o processo judicial; 
sobrepesando essa unidade, enquanto o processo judicial era hipertrofiado 
com conceitos e sistematizações, lidos e relidos a partir de emblemáticos 
embates teóricos, figuras como a conciliação e a mediação (por exemplo) 
foram deixados ao esquecimento, projetadas para, ainda que se existissem, 
que fossem uma parte do procedimento desenvolvido no processo judicial.
Ao lado desse primeiro problema, está aquele relacionado à efetividade 
do sistema jurídico pela utilização do sistema de justiça multiportas. A 
discussão sobre a efetividade do sistema jurídico é extremamente perigosa 
e, se não cuidada, pode desencadear falsas percepções que não se estaria 
entregando uma prestação qualificada das suas atividades. Discursos que 
consideram de forma genérica as deficiências do sistema jurídico, bem 
como, a do processo judicial, a exemplo da ideia de uma crise no Poder 
Judiciário, são arriscados.
Existem situações que refletem alguns déficits por questões 
estruturais (lotação do Poder Judiciário, demora no trâmite dos processos 
judiciais etc.) ou questões epistemológicas (conflito entre uma situação 
caracteristicamente complexa, por exemplo, envolvendo direitos coletivos 
ou difusos, sob a resposta de uma tutela jurisdicional individualista), 
todavia, isso não significa que o sistema de maneira integral está fadado 
ao fracasso. Ao revés, afinal, vez identificado o problema, que se busque 
o aprimoramento das técnicas para saná-lo, contemplando um sistema 
jurídico livre de qualquer juízo de valor (como se fosse ruim ou bom). 
A lógica desses problemas envolvendo as deficiências do Poder 
Judiciário e do processo judicial é a de acreditar que existiriam instrumentos 
jurídicos mais eficientes do que ele para lograr no mesmo fim, ponto que 
se insere o sistema de justiça multiportas – desvirtuando, sobretudo, a 
proposta de suas naturezas: resolver determinadas categorias de litígios. 
Passamos, agora, a unir as conclusões parciais obtidas com os objetivos 
específicos do livro.
Concluindo a obra, o cerne de toda a discussão está na dissociação, 
enquanto sinônimos, de processo judicial e jurisdição, assim como, a 
inserção do sistema de justiça multiportas na jurisdição e a sua posição na 
Teoria Geral do Processo. Não se está refutando a clássica estrutura de que 
a jurisdição expressaria o processo judicial, entretanto, isso não significa que 
eles estão em exclusividade. Existem alguns elementos dentro do sistema 
jurídico que são dotados de aspectos jurisdicionais, todavia, não são assim 
tratados justamente pelo fechamento epistemológico da processualística 
moderna. A exemplo, o sistema de justiça multiportas: para além do 
processo judicial, restringindo para as suas portas, seriam elas jurisdição? 
241GUILHERME CHRISTEN MÖLLER
Entendemos que sim. Talvez nem seja correto utilizar a palavra jurisdição, 
todavia, o sentido é o mesmo.
Na linha desenvolvida por Ada Pellegrini Grinover, em sua última 
obra, a clássica delimitação da jurisdição nos elementos lide, substitutividade, 
coisa julgada e inércia estariam prejudicados e seria necessário assentá-la em 
função, atividade e garantia, enfatizando a relação do acesso à justiça com a 
jurisdição. Apesar de que não estejamos certos em acreditar na substituição 
dos antigos elementos pelos novos, isso é, acreditando, apenas, na 
ampliação, essa relação direta entre a jurisdição com o acesso à justiça não 
pode ser ignorada, especialmente com o estabelecimento do welfare state, 
após a Segunda Guerra Mundial, e a posição, em vários sistemas jurídicos 
do mundo, do Estado como um agente de promoção de interesses sociais. 
Sob a ótica da relação ítalo-brasileira, concepções desenvolvidas no início 
do século passado conflitam quando contrapostas com essa nova realidade, 
afinal, as inclinações eram diversas em relações às atuais.
Considerando as novas articulações advindas com as transformações 
na sociedade, parece que o sistema jurídico deve transcender a ideia de 
que a jurisdição estaria em intrínseca simbiose com o processo judicial no 
Poder Judiciário. O sistema de justiça multiportas não é meramente um 
acessório de complementação do sistema jurídico, mas sim uma das suas 
estruturas de sustentação na atualidade (e quiçá, futuramente, a sua própria 
ressignificação); na perspectiva da justiça civil, as figuras desenvolvidas 
para a tutela de direitos fazem parte da jurisdição, a qual transcende a 
mera ideia de sua ocorrência pelo processo judicial. Existem articulações, 
especialmente no plano extrajudicial que são dotadas de inegáveis 
características jurisdicionais. Consequentemente, ratificando, se a jurisdição 
faz parte da teoria do processo, não seria exagero pensar, em extensão, 
que existe um espaço, ainda nebuloso, dentro da teoria do processo para o 
sistema de justiça multiportas.
Sobre a posição das portas, descartamos a alegação de sua utilização 
para fins de déficits no Poder Judiciário ou nas técnicas do processo judicial. 
Cada elemento desse sistema possui o seu papel para o funcionamento 
da justiça civil, o que significa que todo o sistema de justiça multiportas 
é indispensável, hodiernamente, para a justiça civil na administração 
social. Se existem problemas estruturais no Poder Judiciário, parece-nos 
pouco plausível a ideia de que desvirtuar a finalidade, por exemplo, da 
autocomposição resolveria isso.
Eles existem porque foram projetados para responder as 
particularidades de determinados conflitos, tão somente, de modo que, se 
a sua utilização surtir reflexos em pontos da estrutura do Poder Judiciário, 
parece-nos que o assunto é acessório. Paralelamente, existem cenários 
PROCESSO, JURISDIÇÃO E SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
 
242
em que os problemas que fundam o conflito não cessarão com o acordo 
firmado, pendendo da atuação do Poder Judiciário para uma resposta 
ainda mais concreta às suas particularidades. Compelir a utilização da 
autocomposição em vista de encontrar soluções para problemas no sistema 
é, simultaneamente, retirar os olhos das necessidades daqueles que se 
socorrem ao Poder Judiciário, podendo ocasionar déficits na qualidade do 
próprio acesso à justiça.
Fala-se, paralelamente à Mauro Cappelletti, na necessidade 
de projeção de um sistema coexistencial. Considerando o constante 
movimento de transformações da sociedade e a relevância dada a essas 
figuras, entendemos que elas desempenham um papel fundamental como 
resposta à tipos específicos de relações humanas. Consiste, portanto, na 
coexistência de todos os fragmentos do sistema em um plano de relevância 
horizontal, preocupado com a qualidade do direito.
Pragmaticamente, o processo judicial, nessa ótica, possui a mesma 
relevância e um papel fundamental para a manutenção desse sistema: por 
tradição, além de fazer parte do sistema de justiça multiportas, ele exerce 
a tarefa de salvaguarda de todo o sistema jurídico, ou seja, considerando 
o monopólio do exercício jurisdicional, com a tutela do Estado sobre 
a garantia fundamental do acesso à justiça, no caso de haver vícios nas 
relações sociais ligadas ao sujeito, como a hipossuficiência técnica ou 
financeira, assim como a falha na ocorrência de outras formas de solução de 
conflitos, o processo judicial sempre estará disponível para assegurar a tutela 
dos direitos. Todos os elementos e portas que fazem parte do sistema de 
justiça multiportas possuem o seu respectivo propósito para a manutenção 
da justiça civil: servir como o tipo adequado aos tipos de situações que, 
a ele, são adequados – sistema da adequação para a adequação ou princípio da 
adequação, que se assemelha a própria lógica do Multi-Door Courthouse System.
A ideia de acesso à justiça está no acesso aos direitos, os quais podem 
ser alcançados por outras formas que não exclusivamente o processo judicial. 
O sistema coexistencial do sistema de justiça multiportas, embora seja uma 
proposta simples, possui alto grau de dificuldadepara a sua implementação: 
é difícil delimitar qual é o tipo de solução de conflito adequado de maneira 
abstrata ou, ainda, querer horizontalizar todos os elementos que há muito 
tempo são ignorados ou subestimados pela dogmática processual. Na 
verdade, é a natureza de algumas categorias que exigirão uma figura no lugar 
da outra. Portanto, considerando o constante movimento de transformação 
na sociedade, sob a ótica da tese da complexidade de Edgar Morin, a justiça 
civil necessita pensar na estrutura do sistema de justiça multiportas em 
coexistência, não fechando a estrutura em um fim absoluto em cada porta 
243GUILHERME CHRISTEN MÖLLER
(ou à possíveis novas), mas que se complementam: todos servem para a 
qualificação do sistema jurídico.
Durante o desenvolvimento da obra, ousamos propor que o sistema 
de justiça multiportas se desenvolveu em duas fases. A primeira, como já 
dito, consiste em dar protagonismo a figuras diversas, ressaltando a sua 
importância ao lado do processo judicial para o funcionamento da justiça 
civil. Essa etapa é comum aos dois sistemas jurídicos analisados e, bem dizer, 
sempre esteve presente, embora a dogmática processual, pelos próprios 
fluxos técnicos do direito processual, tenha a escanteado. A segunda, por 
seu turno, tem mais sentido ao Brasil do que no sistema italiano, este que 
possui grau de conservadorismo processual mais acentuado. Fala-se, agora, 
de um genuíno sistema, com a ausência de um molde para crescimento 
linear e que conta com a interação de diversos elementos e agentes, 
paulatinamente construído e expandido, com ausência de crescimento 
linear, sem planejamentos ou objetivos específicos, cuja funcionalidade 
depende de todos os seus agentes e conta com o Conselho Nacional de 
Justiça na função de “agenciador”, administrando-o de forma democrática.
Esse desenho levantou o problema acerca do sistema de justiça 
multiportas ser perfeito, ou melhor, completo. Existe uma ideia de que essa 
unidade operaria em um plano fechado, ou seja, que ela é imutável e está 
perfeita na forma como se apresenta. A base desse raciocínio considera 
a necessidade de um fechamento compulsório das formas de solução 
de conflitos levando em conta exclusivamente aqueles tipos que são 
harmônicos ao sistema processual de um recorte contextualmente situado. 
Essa forma de pensar e situar essa unidade apresenta uma frente perigosa, 
não apenas para a sua automanutenção, mas para o bom-funcionamento de 
todo o sistema processual, afinal, e se chegar em um momento que todos 
esses tipos, ainda que reformados, sejam insuficientes: como apresentar 
esse cenário se uma nova categoria social emergir e não puder ser atendida 
pela conciliação, mediação, arbitragem ou pelo processo judicial?
Ao nosso ver, esse modo de pensar fechado colocaria toda essa unidade 
em constante processo de revalidação, ainda que já validada, criando freios 
desnecessários para a qualificação do sistema jurídico, além de dificultar 
a sua operabilidade. Propomos, portanto, uma forma de pensamento 
aberta para ela, a qual nomeamos por Teoria das Portas Adicionais: tem-se o 
Tribunal Multiportas na forma como se apresenta, no entanto, ele não fecha 
estritamente na conciliação, mediação, arbitragem e no processo judicial, 
podendo recepcionar figuras variadas das que a ele já estão presentes ou de 
novas, seja por criação ou pelo processo de importação, sempre observando 
a sua necessidade (demanda) e a sua compatibilidade com os pressupostos 
constitucionais e processuais desse sistema jurídico.
PROCESSO, JURISDIÇÃO E SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
 
244
Esse pensamento pode ser exemplificado no caso da Online Dispute 
Resolution (ODR). Utilizando o contexto brasileiro, trata-se de uma figura 
que emergiu recentemente e que está ganhando muita relevância. Parece-nos 
que a Online Dispute Resolution não se apresenta de forma desarmônica em 
relação ao Processo Civil brasileiro, afinal, respeita garantias fundamentais 
do processo, especialmente o devido processo legal, contraditório e ampla 
defesa, inclusive, alguns modelos de ODR permitem a produção probatória, 
não afastando a incidência do Estado, pelo processo judicial, para evitar que 
ocorram violações a garantias fundamentais ou hipossuficiência (técnica 
e financeira). Pensar de maneira fechada, excluiria automaticamente a 
possibilidade de a Online Dispute Resolution fazer parte do sistema de justiça 
multiportas, ainda que carecendo, por ora, de maiores contornos legislativos-
processuais.
A Online Dispute Resolution é apenas um exemplo. Durante a obra, 
também citamos a instigante experiência da figura de desjudicialização, 
debruçando esforços em demonstrar um de seus exemplos (a execução 
extrajudicial) e, até mesmo, a autotutela. Devemos frisar que existem 
atualmente no mundo diversas figuras, para diferentes propósitos, em 
diferentes áreas e em graus maiores (enquanto um tipo especificado e 
contornado) ou menores (um subproduto de uma categoria regida por 
um tipo geral). Igualmente, não há como descartar que futuramente serão 
desenvolvidas outras figuras que hoje nem sequer se poderia imaginar. 
De forma central, depende do contexto que se servirá dessa figura, 
isso é, a demanda pela sua recepção pelo sistema de justiça multiportas 
de seu sistema jurídico e a harmonia em relação às linhas epistemológicas 
centrais, preestabelecidas, do seu Processo Civil. Em linhas gerais do nosso 
pensamento, o sistema de justiça multiportas consagra a coexistência 
e coparticipação de todas as formas que, considerando a demanda e 
a harmonia com o sistema jurídico, qualifiquem a prestação da tutela 
jurisdicional, inclusive, prospectivamente, com a inclusão de novos tipos, o 
que, porém, apenas ocorrerá se o pensamento sobre essa unidade for aberto 
e indivisível (complementação desses tipos).
Isso reforça, ainda, o papel do exercício da democracia participativa 
pelo sistema de justiça multiportas. O locus da democracia participativa 
está presente de forma ampliada nas bases de organização da atividade 
jurisdicional dos sistemas jurídicos. Naquilo que alguns pensadores 
definem como princípio da adequação, isso é, encaminhar o conflito ao tipo 
que lhe proporcionaria melhores resultados (a proposta inicial do modelo 
puro do Multi-door Courthouse System), existe uma partícula centralizadora 
de manutenção do protagonismo dos indivíduos e, concomitantemente, 
oxigenação para o Estado Democrático de Direito. Mesmo que seja um 
245GUILHERME CHRISTEN MÖLLER
desafio delimitar quais são os tipos de conflitos que se adequam a seu tipo 
correspondente, não se afasta a argumentação de que essa atividade inflaria 
positivamente a qualidade dos sistemas jurídicos.
Não existe uma figura perfeita a todos os conflitos dentro do 
sistema de justiça multiportas, nem mesmo o processo judicial quando 
estruturado de forma flexível e adaptável; existem, apenas, aquelas que 
terão maior compatibilidade em relação à determinadas categorias de 
conflitos. O sistema de justiça multiportas, operado pela via daquele que é 
adequado para aquilo que é adequado, propicia o desfoque do interesse exclusivo 
do Estado na manutenção da sua ordem social pelo exercício da jurisdição, 
afinal, a preocupação central passaria a ser no melhor resultado que se 
poderia obter para os indivíduos. Trata-se de um sistema mutualmente 
saudável, isso porque, de um lado, o Estado permaneceria na sua posição 
epistemologicamente delimitada, enquanto, e de outro, traria relevo 
significativo para os indivíduos no sistema jurídico, não mais como meros 
jurisdicionados, mas como verdadeiros protagonistas da democracia – e 
essa participativa.
Isso que anteriormente denominamos por Teoria das Portas Adicionais 
pode desencadear algumas figuras quiméricas dentro dos sistemas jurídicos. 
Ao nosso ver, são duas. A primeira consiste na atividade de criação 
desenfreada de novas figuras para a solução dos conflitos. Esclarecemos 
que a proposta da teorização não querdizer quantidade, mas sim qualidade 
para a demanda, passível de revisão conforme o seu contexto. Problemas no 
sistema jurídico relacionados ao processo judicial não serão solucionados 
por agentes externos a ele. Formas de solução de conflitos, ainda que 
criados para atuarem em uma das etapas procedimentais do processo 
judicial, possuem a finalidade de qualificar o resultado do conflito, o que 
não significa dizer que o resultado do processo judicial, na prolação da 
sentença, teria valor inferior ou superior a eles.
Servem, portanto, para qualificar a prestação jurisdicional pelas 
particularidades do conflito que as demandam, de forma que, novos tipos 
que, porventura, serão recepcionados no sistema de justiça multiportas 
virão para a qualificação a partir de demandas específicas, cuidando com os 
contornos que a sua inserção poderá ocasionar nesse cenário preexistente. 
Deve-se cuidar, portanto, para não inflar o sistema jurídico com figuras 
(e agentes) que não são necessários, especialmente para que não ocorra 
um cenário de descentralização do Processo Civil. O segundo problema, 
utilizando o exemplo da Constelação Familiar, está relacionado com as 
figuras antagônicas ao cenário preexistente. Qualquer nova proposição 
dentro de um sistema jurídico deve considerar a sua compatibilização em 
relação às linhas fundamentais preexistentes desse sistema, sob pena de 
PROCESSO, JURISDIÇÃO E SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
 
246
colapsar toda essa estrutura. Como no caso do sistema de justiça multiportas, 
não há dissonância entre os tipos reconhecidos; cada um dos tipos que 
compõem essa unidade respeita as garantias processuais fundamentais dos 
Estados italiano-brasileiro, aí que se pode estudar maneiras de otimizar a 
sua utilização nos sistemas jurídicos.
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POSFÁCIO 1
Como sempre costumo pontuar,1 o senso comum, muitas vezes, 
transforma fenômenos históricos em realidades naturais que teriam existido 
sempre e de maneira uniforme ou mesmo que, de repente, surgiram já em 
seu modelo atual.
Verdade é que, ao se utilizar das mesmas palavras para definir 
fenômenos em constante transformação, gera-se a ilusão de que são eles 
a-históricos.2
Como bem assenta Thomas Kuhn,3 as revoluções ou quebras de 
paradigmas são decorrentes de uma série de evoluções operacionalizadas 
sob ou ao redor de determinados modelos construídos ou aqui institutos 
que, como em qualquer ciência social, se realizam sempre em caráter 
pendular, ou seja, fatores sociais, econômicos, políticos e mesmo jurídicos 
se entrelaçam na quebra de paradigmas que, longe da matemática, podem 
subtrair antes mesmo de somar, ou mesmo subdividir fenômenos antes 
mesmo de multiplicá-los.4
A jurisdição, como um dos atributos do Estado moderno, não tem 
paradeiro diferente. Desde a sua noção conceitual perpassando por seus 
elementos, características e princípios, é ela uma refém de seu próprio 
tempo e espaço.
Se observarmos, de muito, Celso Neves5 já prenunciava que o 
vocábulo “jurisdição” seria insuficiente para demonstrar todo o alcance 
intelectivo e prático que se poderia delinear de tal instituto, o que se vê 
constatada na difícil construção uníssona para o seu entendimento, isso 
tanto em nível pátrio quanto na literatura estrangeira. 
1. GAIO JÚNIOR, Antônio Pereira. Instituições de Direito Processual Civil. 6 ed. Londrina: Thoth, 
2024, p.97.
2. SORJ, Bernardo. A nova sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000, p. 44.
3. KUHN, Thomas s. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 2003, p. 19.
4. BOBBIO. A Era dos Direitos, p. 67 et seq.
5. NEVES, Celso. Estrutura Fundamental do Processo Civil. Rio de Janeiro: Forense, 1997, p. 3.
PROCESSO, JURISDIÇÃO E SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
 
270
Couture6 já dizia ser o conceito de Jurisdição uma prova de fogo 
para os juristas e mesmo Calamandrei,7 de maneira vanguardista, quase 
que como premunição, sustentava não ser possível dar à Jurisdição uma 
definição para todos os tempos e para todos os povos, o que também lhe 
seguia Alfredo Rocco,8 dizendo ainda tratar-se de um problema conceitual 
ainda por se decidir a ciência jurídica.
Com relação aos seus atributos, destaco aqui ainda a própria noção 
de soberania e sua flexibilização, com uma guinada em seus aspectos e 
dogmas sacramentados e eternizados por uma construção doutrinária 
que, edificada no plano constitucional já nos séculos XVIII e XIX e, 
posteriormente, alocada para o plano processual no século XX, teve, com o 
advento da Comunidade Econômica Europeia – depois, União Europeia – 
a condução de um processo de integração econômica complexo, findando 
em uma quebra paradigmática na evolução do Direito Internacional diante 
da edificação do Direito Comunitário, hoje Direito da União Europeia.
Nisso, as noções que sempre foram sacras para o conceito de jurisdicto 
(soberania territorial, função estatal pacificadora e competência no tempo 
e espaço), puderam ser delegadas do Estado-nação para um centro de 
competências (Tribunal de Justiça da União Europeia e Tribunal Geral), 
a partir das respectivas constituições dos países membros daquela União.
Nota-se, por tudo, que pensar em Jurisdição é, antes de mais nada, ter 
a exata noção de inexatidão...
É de se perceber que o centro gravitacional do ato de julgar, 
na modernidade, sempre esteve atrelado ao comando estatal para tal 
exercício, o que, como cediço, nem sempre foi assim, tendo muito antes do 
monopólio jurisdicional do Estado, a presença decisória na sociedade de 
conflitos representada pelo povo, seja por ato próprio ou delegação, ex vi 
da legis actiones e período per formulario, estes que antecederam a cognitio extra 
ordinem, esta estabelecida entre os anos 200 e 565 d.C, quando coube aí a 
publicização do processo com a abolição do iudex privado.
Nisso, uma vez o ato de julgar formalmente tido como um pressuposto 
imperativo estatal, fixou-se a ideia equivocada de que a jurisdição somente 
estaria presente quando exercida por um servidor público: o juiz togado.
De outra senda, como já frisado alhures, é preciso avançar para a 
compreensão das quebras de paradigmas que estamos a todo momento 
6. COUTURE, Eduardo J. Fundamentos de Derecho Procesal Civil. 2. ed. Buenos Aires: Depalma, 
1958, p.42.
7. “Del concetto di giurisdizione non si può dare uma definizione assoluta , valevole per tutti i 
tempi e per tutti i popoli.”. CALAMANDREI, Piero. Opere Giuridiche.Vol. IV. Napoli: Morano 
Editore,1970, p.34.
8. ROCCO, Alfredo. La Sentenza Civile. Milano: Giuffrè, 1962, p.10.
271GUILHERME CHRISTEN MÖLLER
expostos diante de uma sociedade complexa, e que procura (re)construir 
realidades ao seu modo de ver, viver e satisfazer pretensões, de modo a 
operar qualidade de vida9 em seu característico e peculiar ambiente.
Se é verdade que a função primária e primordial da jurisdição enquanto 
serviço público da justiça é a entrega da paz social, esta, seguramente, pode 
ser alcançada para fora do aparato estatal, o que, diga-se, já o era bem antes 
de se figurar o monopólio do “dizer o direito” pelo Estado.
Afirma-se que a jurisdição está presente onde há processo, e este 
também se afigura presente onde há procedimento em contraditório,10 o 
que cremos como grande acerto, contaminado as relações horizontais no 
plano dos direito fundamentais, de modo a que encontraríamos processo, 
v.g., nas negociações de pretensões laborativas, na construção de vontade 
em meio ao debate assemblear nas empresas ou na formação da vontade 
colegiada,11 sendo possível falar de atos jurisdicionais de uma determinada 
autoridade para tal. 
Com os meios propícios à solução de conflitos não se faz diferente.
Conciliação, Mediação, Negociação, Arbitragem, e mesmo 
mecanismos negociais digitais pela rede mundial de computadores, como 
a Online Dispute Resolution (ODRs ou solução de conflitos em linha), que usa 
das técnicas daqueles meios para se chegar a uma possível resolução dos 
conflitos, operando a paz social, podem se valer de atos jurisdicionais ou 
equivalente a estes.
Na presente obra que ora muito me honra a posfaciar, o brilhante 
autor Guilherme Christen Möller faz importantes considerações acerca 
da etimologia das palavras, quando enfrenta as ADRs (Alternative Dispute 
Resolution), os MASC (meios adequados de solução de conflitos) e mesmo 
o Tribunal Multiportas.
Para além da questão semântica, que reputo da maior relevância 
dogma e pragmática, pontua o autor também para um “Blend teórico”, 
com o enfrentamento de convergências e sistematização da unidade entre 
tais possíveis centros de referência em sede de solução de conflitos ante 
o aparato estatal, que prefiro sempre nominar como serviço público da 
justiça.
Confesso que nos causa certa perplexidade na doutrina, de um modo 
geral (e que não é o caso da grandiosa obra que aqui posfacio), quando 
procura referendar o uso pragmático dos “meios propícios à solução dos 
9. Sobre Processo e Desenvolvimento como qualidade de vida ver o nosso Processo Civil, Direitos 
Fundamentais Processuais e Desenvolvimento. Flexos e reflexos de uma relação. 3 ed. Londrina: Thoth, 
2024.
10. FAZZALARI, Elio. Instituzioni di Diritto Processuale. 7 ed. Padova: CEDAM,1994, p.12.Camila Martta, Clarissa Vencato, Luiz Gustavo 
Mundim, Jéssica Galvão e Luiz Roberto Sampietro, reforço a importância 
de todos vocês para a minha vida, così come la mia gratitudine a coloro che hanno 
reso il mio soggiorno in Italia qualcosa di unico nella mia vita, Jerôme, Federico, Gemma, 
Daniela, Milena, soprattutto Sara, la cui gentilezza, onestà, attenzione e affetto mi 
fanno sentire ogni giorno la mancanza di tutti i bei momenti passati a Firenze.
A concretização dos resultados desta obra apenas foi possível 
pelo esforço e excelente trabalho de Vera, Ronaldo, Christina, Paloma e 
Rafaely, do Programa de Pós-Graduação em Direito da Unisinos, e de 
Alessandro Simoni e Antonella Cini, do Dipartimento di Dottorato di Ricerca 
in Giurisprudenza da Università degli Studi di Firenze. Também foi de extrema 
importância as reflexões com todos aqueles que tive o prazer de ser 
professor em cursos, projetos e aulas, bem como aos colegas que pude 
interagir pelo meu ProcessoCast e pela minha coluna O Processo Civil Nosso de 
Cada Dia, no portal jurídico Magis, agradecendo Clayton Guimarães e toda a 
equipe pela oportunidade e autonomia para o desenvolvimento das minhas 
reflexões mensais. Por fim, a Editora Thoth pela diligência e atenção para a 
publicação desta obra.
A todos, em uma das frases mais simples, porém, marcantes e 
significativas que ouvi em toda a minha vida: noi siamo infinito.
“Chi fu l’inventore del motto comodo 
e vile habent sua sidera lites, col quale, 
sotto decoroso manto latino, si vuol dire in 
sostanza che la giustizia è un giuoco da non 
prendersi sul serio? Lo inventò certamente un 
causidico senza scrupoli e senza passione, che 
voleva con esso giustificare tutte le negligenze, 
addormentare tutti i rimorsi, scansare tutte 
le fatiche. Ma tu, o giovine avvocato, non 
affezionarti a questo motto di rassegnazione 
imbelle, snervante come un narcotico: brucia 
il foglio su cui lo trovi scritto; e quando hai 
accettato una causa che ti par buona, mettiti 
fervidamente al lavoro con la sicurezza che 
chi ha fede nella giustizia riesce in ogni 
caso, anche a dispetto degli astrologi, a far 
cambiare il corso delle stelle. Per trovar la 
giustizia, bisogna esserle fedeli: essa, come 
tutte le divinità, si manifesta soltanto a chi 
ci crede”1.
1. CALAMANDREI, Piero. Elogio dei giudici scritto da un avvocato. Milano: Ponte alle Grazie, 1999. 
p. 3. Em português: “Quem foi o inventor do cômodo e vil mote habent sua sidera lites, com 
o qual, sob decoroso manto latino, quer-se dizer substancialmente que a justiça é um jogo 
que não se deve levar a sério? Com certeza um causídico sem escrúpulos e sem paixão, que 
queria com isso justificar todas as negligências, adormentar todos os remorsos, evitar todas 
as fadigas. Mas você, jovem advogado, não se afeiçoe a esse mote de resignação imbele, 
debilitante como um narcótico; queime o papel em que o encontrar escrito e, quando aceitar 
uma causa que achar boa, ponha-se ardentemente ao trabalho, com a certeza de que quem 
tem fé na justiça sempre consegue, a despeito mesmo dos astrólogos, mudar o curso das 
estrelas. Para encontrar a justiça, é necessário ser-lhe fiel. Ela, como todas as divindades, só 
se manifesta a quem nela crê”. CALAMANDREI, Piero. Eles, os juízes, visto por um advogado. 
Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2015. p. 3.
APRESENTAÇÃO
 Minha relação com Guilherme Christen Möller nasceu no Mestrado 
da UNISINOS, instituição na qual sou Professor Titular do Programa de 
Pós-Graduação em Direito – Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado, 
desde os idos de 1989. Ao conhecê-lo, pude perceber seu enorme potencial 
e talento para o processo, pois já havia escrito alguns livros sobre processo 
civil, em face do novo código que acabava de nascer à época. 
Sou testemunho de sua trajetória acadêmica pois fui seu coorientador 
no Mestrado, quando escreveu sobre: A jurisdição em tempos de uma 
hipermodernidade: uma Análise sobre a proposta de gerenciamento de conflitos do artigo 
terceiro do código de processo civil de 2015, em 2019. 
Posteriormente fui escolhido por ele para ser seu orientador no 
Doutorado da UNISINOS, convite orgulhosamente aceito e que gerou esse 
belíssimo livro que tenho o privilégio de apresentar. 
Suas inquietações acadêmicas e sua vontade em escrever uma tese 
realmente marcante, permitiram-me indicá-lo para uma cotutela com 
meu querido amigo Remo Caponi, em Firenze, na Itália, período em 
que permaneceu por vários meses para enriquecer sua excelente tese, ora 
transformada nesse livro. 
A obra que você tem em mãos é fruto de uma jornada acadêmica e 
pessoal que atravessa continentes e anos de dedicação ao processo. O livro 
Processo, Jurisdição e Sistema de Justiça Multiportas entre o Brasil e a Itália é uma 
adaptação comercial da tese de doutoramento desenvolvida na Universidade 
do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS - e na Università degli Studi di 
Firenze. Este livro se propõe a explorar a complexa relação entre o Direito 
Processual Civil e o sistema de justiça multiportas, com um olhar atento às 
experiências jurídicas do Brasil e da Itália.
 Durante o desenvolvimento desta pesquisa, o autor teve a 
oportunidade de residir em ambos os países, o que permitiu uma imersão 
profunda nas suas culturas jurídicas. A obra se preocupa em compreender 
a gênese do Direito Processual Civil em compatibilidade com o sistema 
de justiça multiportas, destacando as transformações sociais e jurídicas 
que moldam essa relação. O objetivo é oferecer uma análise crítica e 
detalhada sobre como esses sistemas jurídicos se adaptam às demandas 
contemporâneas de acesso à justiça. Como bem destaca o autor, seu real 
motivo foi apresentar “a jurisdição e uma possível mutação de suas estruturas diante 
das transformações da sociedade, refletidas no Estado e na gestão da justiça civil”. 
 Podemos concluir, portanto, em apertada síntese, que o livro explora 
a evolução do Processo Civil, focando na relação ítalo-brasileira e no 
impacto das transformações sociais. A obra argumenta pela necessidade 
de repensar a jurisdição além do processo judicial tradicional, defendendo 
a inclusão e valorização do sistema de justiça multiportas. Analisa o 
desenvolvimento histórico e as diversas perspectivas teóricas sobre a 
jurisdição e os métodos alternativos de resolução de conflitos em ambos 
os países. A conclusão principal é a defesa de um sistema coexistencial e 
aberto a novas formas de solução de litígios, adaptando-se à complexidade 
da sociedade contemporânea. 
Desejo a todos uma excelente e proveitosa leitura!
Abril de 2025
PROF. DR. DARCI GUIMARÃES RIBEIRO
Pós-Doutor em Direito Processual Constitucional pela Università 
degli Studi di Firenze. Doutor em Direito pela Universitat de Barcelona. 
Titular de Direito Processual Civil do PPGD – Unisinos. Titular de 
Direito Processual Civil da PUC/RS. Advogado. Árbitro.
NOTA DO AUTOR
Esta obra é o resultado da adaptação comercial da nossa pesquisa 
desenvolvida para a conclusão do nosso Doutorado em Direito na 
Universidade do Vale do Rio dos Sinos e Dottorato di Ricerca in Scienze Giuridiche 
pela Università degli Studi di Firenze, a qual recebeu o título de “O novo pacto 
de acesso à justiça (Global Access to Justice Project) e o Direito Processual Civil: 
uma proposta na perspectiva da experiência ítalo-brasileira do Tribunal 
Multiportas”. Embora a essência do trabalho tenha se mantido, existem 
diferenças significativas entre as duas produções. Na fase do doutoramento, 
a pesquisa centrou a análise do desenvolvimento do Processo Civil, nos 
pontos que tocam o sistema de justiça multiportas e tentou dialogar com alguns 
resultados parciais do Global Access to Justice Project. Nesta versão comercial, 
optamos por excluir todas as análises sobre o projeto global, sobretudo 
pela sua falta de conclusão, e aprimorar a redação sobre o sistema de justiça 
multiportas, especialmente o último capítulo, acrescentando material e11. GAIO JÚNIOR, Instituições..,, p.144.
PROCESSO, JURISDIÇÃO E SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
 
272
conflitos”,12 como um apanágio à crise da jurisdição estatal, diante de 
sua estampada morosidade, carência de efetividade, volume no acervo 
processual, dificuldades procedimentais, e mesmo dispêndios econômicos.
Ora, tais meios propícios, seja a conciliação, mediação, negociação ou 
arbitragem, possuem qualidades, valores e serventias per si, desprendendo-
se da cediça e longeva crise do serviço público de justiça, para o seu uso 
qualificado e de resultados, figurando como standards para um sistema de 
multiportas, onde, pelas características peculiares de determinado conflito a 
ser solucionado, se tem um meio mais apto a ser promovido para facilitar o 
consenso, com o propósito da pacificação social, também desígnio mirado 
pela instância estatal de justiça.
Por tudo, confesso que “PROCESSO, JURISDIÇÃO E SISTEMA 
DE JUSTIÇA MULTIPORTAS ENTRE O BRASIL E A ITÁLIA” de 
Guilherme Christen Möller, para além de seus predicados ínsitos à uma 
profundidade intelectual, trata nos exatos termos da cientificidade com 
espaços pragmáticos de brilhante realce a temática que, em síntese apertada, 
procuramos flertar aqui.
Quanto ao autor, um talentoso processualista que, em sua geração, 
consegue aliar fôlego, leitura responsável, curiosidade, parcimônia e talento, 
predicados ínsitos àqueles que querem avançar nas letras a partir dos 
ombros daqueles que o antecederam, e que tão bem foram utilizados no 
presente estudo, este que terá um lugar de destaque na doutrina do Direito 
Processual Civil hodierno.Verão de 2024
PROF. DR. ANTÔNIO PEREIRA GAIO JÚNIOR 
Pós-Doutor em Direito (Universidade de Coimbra – POR). 
Pós-Doutor em Democracia e Direitos Fundamentais – Ius Gentium 
Conimbrigae/Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra – POR). 
Doutor e Mestre em Direito – UGF). Professor Associado de Teoria 
Geral do Processo e Direito Processual Civil da Universidade Federal 
Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ). Advogado, Consultor Jurídico e 
Parecerista.
12. Esta é a denominação que praticamos em várias de nossas obras sobre o tema.
POSFÁCIO 2
A obra que aqui tenho a satisfação de posfaciar é a versão comercial 
da Tese de Doutorado de Guilherme Christen Möller, intitulada “Processo, 
Jurisdição e Sistema de Justiça Multiportas entre o Brasil e a Itália”, publicada 
pela editora Thoth.
Trata-se de trabalho primoroso, cuja elaboração tive a oportunidade 
de acompanhar por conta da participação de Guilherme junto aos 
debates e encontros do Grupo de Pesquisa em Processo, Constituição e 
Conformidade que coordeno perante o Programa de Pós-Graduação em 
Direito da Universidade Federal de Santa Catarina – PPGD/UFSC.
Tive a alegria de conhecer o autor desde a época em que desenvolveu 
parcelas dos seus estudos iniciais de pós-graduação, ainda no Estado de 
Santa Catarina.
Acadêmico atento, dedicado e de personalidade leve, o convívio com 
Guilherme foi sempre de muito aprendizado e sincera amizade.
Neste estudo de fôlego, o autor é preciso e criativo ao abordar o tema 
da justiça multiportas. Desde a primeira leitura do texto, salta aos olhos do 
observador menos atento a criatividade e a dedicação de Guilherme, que 
não mediu esforços para construir uma obra original.
Estamos diante de um livro que nos instrui a partir de profunda 
coleta bibliográfica, efetuada a respeito do tema da justiça multiportas, 
mas considerado sob novos ângulos bastante caros, tanto ao processo civil 
brasileiro quanto ao direito processual italiano.
Mediante meticulosa pesquisa empírica, jurisprudencial e bibliográfica, 
Guilherme Christen Möller avalia detidamente a jurisprudência, bem como 
os hábitos introjetados junto às estruturas organizacionais e culturais, 
demonstrando os efetivos critérios pelos quais se pode compreender a 
justiça multiportas no Brasil e na Itália.
Essa preocupação em discutir estruturas organizacionais a partir de 
sólida pesquisa empírica resultante da efetiva coleta e comparação de dados, 
e não apenas por meio da tradicional pesquisa jurisprudencial e bibliográfica, 
revela um traço claro do autor, pois é um dos professores brasileiros que 
têm se dedicado à essa abordagem, sob um ângulo inovador no tocante ao 
PROCESSO, JURISDIÇÃO E SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
 
274
tema da Justiça Multiportas, de grande e evidente envergadura prática, mas 
também de enorme valor científico.
Ao ler e refletir sobre a profundidade e a importância operativa das 
ideias de Guilherme, o leitor certamente obterá subsídios para desenhar 
um panorama atual, criativo e interdisciplinar das jurisdições atuais sob a 
perspectiva das mais variadas possibilidades para a tutela dos direitos por 
meio do processo.
Guilherme traça exemplarmente um panorama de compreensão da 
justiça multiportas como um sistema aberto, em que não se deve buscar 
simplesmente a maior quantidade possível de meios para a solução de 
conflitos, mas sim a maior qualidade possível de cada meio para a tutela de 
determinada circunstância de tutela; a maior adequação possível. 
Desta feita, o leitor será apresentado e inserido no universo das mais 
variadas portas pelas quais, mesmo fora das estruturas do Estado e do Poder 
Judiciário, se pode desenvolver a aceitar a entrega da justiça e a satisfação 
dos direitos, considerando inclusive as distinções culturais e instrumentais 
dessa busca, especialmente entre o Brasil e a Itália. 
Deste modo, estão de parabéns o autor e a Editora Thoth, pelo 
esforço e dedicação necessários à construção deste riquíssimo livro, que 
já está a contribuir imensamente para os nossos atuais estudos sobre o 
moderno Direito Processual e a Administração da Justiça. 
Verão de 2025
PROF. DR. EDUARDO DE AVELAR LAMY
Pós-Doutor em Direito Processual Civil pela UFPR. Doutor e 
Mestre em Processo Civil pela PUC/SP. Advogado. Professor da UFSC 
nos cursos de graduação, mestrado e doutorado em Direito. Membro do 
IBDP, do IIDP e da IAPL.
 
 
POSFÁCIO 3
Recebi, com muita alegria, o convite de Guilherme Christen Möller 
para escrever o posfácio de sua obra, fruto de sua Tese de Doutoramento, 
sob a orientação do Professor Dr. Darci Guimarães Ribeiro, da 
Universidade do Vale do Rio dos Sinos, e dos Professores Remo Caponi e 
Emilio Santoro, da Università degli Studi di Firenze. 
Honrado pelo convite, tive o prazer de mergulhar nas páginas do 
trabalho desenvolvido pelo autor, em que ele se propõe ao desafio de fazer 
um paralelismo entre os sistemas de justiça do Brasil e da Itália, sob uma 
ótica inovadora. Guilherme foge do lugar comum de buscar, tão somente, 
as confluências entre os sistemas que conhecidamente são afins pela íntima 
relação ítalo-brasileira, e traz à tona uma análise profunda partindo da 
complexidade social a partir dos estágios de cada tecido social, e busca uma 
interseção entre Processo, Jurisdição e o modelo de Justiça Multiportas, 
para ao final trazer relevantes propostas com base na experiência do Direito 
estrangeiro.
Em tempos de crescente complexidade e de transformações 
significativas no paradigma do Acesso à Justiça, a obra se apresenta como 
um estudo profundo para entender como diferentes sistemas jurídicos lidam 
com a pluralidade de meios e instrumentos à disposição dos cidadãos e da 
sociedade em prol da pacificação social. O autor enfrenta, ainda, diversos 
temas de altíssima importância (como a equiparação entre Processo e 
Jurisdição e, ainda, a posição do Sistema de Justiça Multiportas na Teoria 
Geral do Processo).
Da análise detida da pesquisa desenvolvida, fica evidente que as 
discussões envolvendo o Sistema de Justiça Multiportas transcendem 
fronteiras, e que os desafios brasileiros não são estanques à realidade 
mundial. A partir da perspectiva proposta pelo autor, de comparação entre 
o sistema de justiça brasileiro e italiano e na análise dos desafios enfrentados 
por ambos os países no que tange à eficiência dos processos e à adequaçãodas estruturas jurídicas à diversidade de demandas da sociedade, passo a 
propor algumas reflexões que visam, em síntese, a relacionar os conceitos 
até então trabalhados com o tema da Análise Econômica do Direito, de 
modo a tentar contribuir, humildemente, com (mais) algumas reflexões ao 
leitor. 
PROCESSO, JURISDIÇÃO E SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
 
276
Ao longo da presente obra, o autor preocupou-se em realizar uma 
abordagem social e cultural da ciência jurídica processual, revelando o 
estado de coisas no que diz respeito à recepção das vertentes teóricas e 
práticas da real implementação de uma Justiça Multiportas, bem como 
explora o arcabouço legislativo processual no Brasil e Itália para tanto. 
De fato, merece atenção o espaço merecidamente conquistado pelos 
Métodos Adequados de Solução de Conflitos (MASCs) desde a promulgação 
do Código de Processo Civil vigente, que, em atenção ao disposto no artigo 
5º, inciso XXXV, da Constituição da República, referenda a um só tempo 
(i) o dever do Estado, em primeiro lugar, de tentar promover a composição 
amigável das partes1 e, apenas em segundo plano, exercer o seu Poder-
Dever de decidir imperativamente os conflitos, e (ii) e possibilidade de as 
partes optarem pela instauração de procedimento arbitral2, regulado pela 
Lei Federal nº 9.307/1996, reafirmando, através desse permissivo, que 
a arbitragem está em plena sincronia com o princípio constitucional do 
acesso à justiça.
Os benefícios oriundos dessa modificação paradigmática no Processo 
Civil Brasileiro são incontáveis: os Métodos Adequados de Solução 
de Conflitos – enquanto instrumentos de pacificação social, solução e 
prevenção de litígios – têm o potencial de reduzir a excessiva judicialização 
dos conflitos, e, portanto, mitigar os efeitos colaterais da hiperjudicialização, 
porque viabiliza uma maior concentração de esforços, pelo Judiciário, nas 
demais demandas que não possam ser resolvidas por outros meios. 
Em um país notoriamente assolado pelo problema da litigância 
excessiva, em que o índice de conciliação no Poder Judiciário beira os 
tímidos 12,1%3, a metodologia juseconômica poderia também ser aplicada 
de modo a fornecer subsídios para a otimização e racionalização do Sistema 
de Justiça Multiportas. 
Nesse sentido, sob a ótica da Análise Econômica do Direito, a 
autocomposição se traduz em um modelo básico de decisão que leva em 
consideração (i) o valor envolvido no conflito, (ii) os custos de transação da 
litigância, (iii) o otimismo das partes em relação ao resultado do (possível) 
litígio e (iv) o comportamento estratégico de ambas as partes na condução 
do litígio4. 
1. Isso é explicitado pelos artigos 3º, §§ 2º e 3º, e 139, V, do CPC/2015.
2. CPC: “Art. 3 º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei”.
CPC: “Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua 
competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei”.
3. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Justiça em Números 2024 (ano-base 2023). Brasília: 
Conselho Nacional de Justiça, 2024.
4. WOLKART, Erik Navarro. Análise econômica e comportamental do processo civil: como promover a 
277GUILHERME CHRISTEN MÖLLER
Vale destacar que a autocomposição apenas é viável se houver acordo 
mutuamente benéfico, devendo-se levar em consideração se a diferença 
entre o valor esperado pelo autor e pelo réu supera ou não a soma dos 
custos de transação da litigância para ambos5. Em outros termos, “as 
chances de acordo estão diretamente ligadas à capacidade de redução dos 
custos para as partes”6.
Por esse viés, para que haja chances efetivas de uma solução consensual 
ao longo do processo, é preciso que alguns incentivos estejam presentes, 
como por exemplo, a existência de informações suficientes para que as 
expectativas das partes se alinhem. Ao considerar o conceito econômico 
de assimetria informacional como uma das possíveis causas determinantes 
para baixo índice de conciliação no Brasil, é possível interpretar normas 
processuais e regras de procedimento como fundamental incentivo para a 
otimização das taxas de acordo.
Como bem destacado pelo autor, os Métodos Adequados de Solução 
de Conflitos, como bem indica a terminologia, servem à eficiência em prol 
de uma justa solução, considerando as particularidades de cada demanda. 
Sob a ótica da AED, tais métodos podem abarcar um ambiente de maior 
estímulo ao compartilhamento de informações para que, a partir da 
redução de assimetria informacional, as expectativas das partes se alinhem. 
Além disso, há de se ressaltar a redução drástica dos custos de transação 
inerentes ao litígio nos métodos autocompositivos, na medida em que o 
procedimento, via de regra, se torna mais célere, previsível e circunscrito 
aos interesses das partes, eliminando diversos atos processuais onerosos, 
bem como o decurso corrosivo do tempo.
Sob um olhar prático, no que diz respeito especificamente à conciliação 
ou mediação, para que as técnicas aplicadas sejam exitosa em seus fins, o 
CPC consagrou interessantes previsões, como a que exige uma capacitação 
mínima para o exercício da atividade de conciliador ou mediador (artigo 
167); a que autoriza a aplicação de técnicas negociais, com o objetivo de 
proporcionar ambiente favorável à autocomposição (artigo 166, § 3º); e 
as que permitem às partes requerer a antecipação de prova, (como, e.g., o 
interrogatório da outra parte, a inquirição de testemunha ou, ainda, exame 
pericial).
cooperação para enfrentar a tragédia da Justiça no processo civil brasileiro. 2018. Tese (Doutorado em 
Direito Processual) – Centro de Estudos e Pesquisas no Ensino do Direito, Universidade do 
Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, p. 324-328.
5. FUX, Luiz.; BODART, Bruno. Processo Civil e Análise Econômica: uma introdução teórica. Rio de 
Janeiro: Editora Forense, 2019, p. 54.
6. MELMAN, Ana Carolina. Análise econômica no processo civil brasileiro: limites e possibilidades. Rio 
de Janeiro: Lumen Juris, 2019, p. 49.
PROCESSO, JURISDIÇÃO E SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
 
278
Esses são apenas alguns exemplos que permite sugerir que, à luz 
do Código de Processo Civil, a Análise Econômica do Direito alinha-se 
perfeitamente com o sistema jurisdicional eficiente que a todo tempo busca 
o autor, pois permite a racionalização do sistema mediante o tratamento 
adequado dos conflitos surgidos, ainda que isso signifique submetê-los a 
outra forma de resolução de controvérsias – que não a heterocomposição 
por um juiz de direito. Afinal, nada mais democrático e civilizatório que as 
partes sejam juízes dos seus próprios destinos.
Em conclusão, o estudo das diferentes formas de resolução de 
conflitos e de organização dos sistemas jurídicos tem se mostrado essencial 
em um mundo cada vez mais plural. No contexto brasileiro e italiano, ambos 
os países enfrentam desafios semelhantes, mas, ao mesmo tempo, oferecem 
respostas distintas e inovadoras. Este posfácio visa, portanto, encerrar a 
obra e propor reflexões sobre a importância dessas comparações e o 
impacto de suas soluções no aprimoramento do Sistema Jurídico Brasileiro, 
convidando o leitor a refletir sobre as importantes e inovadoras propostas 
apresentadas por Guilherme Christen Möller ao longo da presente obra, 
fruto de uma detida e primorosa pesquisa acadêmica.
Verão de 2025
PROF. DR. RODRIGO FUX
Doutor e Mestre em Direito Processual pela Universidade do 
Estado do Rio de Janeiro – UERJ. Advogado. Professor Adjunto de 
Teoria Geral do Processo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – 
UERJ. Professor do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito 
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. Professor da 
Escola Nacional da Magistratura – ENM e da Escola de Magistratura do 
Estado do Rio de Janeiro – EMERJ. Conselheiro do Instituto Brasileiro de 
Direito Processual – IBDP. Advogado. academia@fux.com.br.www.caminhodoslivros.com.br
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CAPA NINGBO 250GRS, LAMINAÇÃO FOSCA, MIOLO AVENA 80GR, IMPRESSÃO 
PRETO E BRANCOtópicos.
Como verão no decorrer das páginas e capítulos, a obra se preocupa 
com a gênese do Direito Processual Civil em compatibilidade com essa 
unidade que se tem denominado majoritariamente por sistema de justiça 
multiportas, sendo essa a grande e verdadeira preocupação de todas as linhas 
aqui dissertadas: compreender a sua relação, principalmente nos sistemas 
jurídicos da Itália e do Brasil, países nos quais tivemos a oportunidade de 
residir durante o desenvolvimento da pesquisa. Ainda, destrinchando um 
pouco mais, a obra realça o assunto que sempre foi do nosso interesse, a 
jurisdição e uma possível mutação de suas estruturas diante das transformações 
da sociedade, refletidas no Estado e na gestão da justiça civil. É uma obra 
de Processo Civil que enfrenta várias frentes e apresenta diversos pontos 
que nos causam certa inquietação desde o início da nossa jornada de pouco 
mais de uma década no Direito.
Levamos alguns meses após a defesa da pesquisa de doutoramento 
para entregar esta versão comercial porque acreditamos que alguns pontos 
mereciam aprofundamento e melhor explicação, sobretudo quando 
dialogamos com o sistema multiportas em um país dogmaticamente 
mais conservador (Itália) com outro mais receptivo às suas ideias (Brasil) 
na estrutura do seu ordenamento jurídico. Mesmo assim, sabemos que 
existem lacunas a serem preenchidas em futuras edições, aproveitando 
para disponibilizar o nosso e-mail para sugestões temáticas, literárias, 
críticas, dúvidas e revisões: contato@guilhermechristenmoller.com.br. Tentamos 
estabelecer um espaço plural de ideias por meio do uso do confira (Cf.), nas 
notas de rodapé, e, também, na medida do possível, equilibrar a quantidade de 
autores e de autoras nas citações e referências. Por fim, registramos o nosso 
interesse de que o leitor desta obra aprecie as notas de rodapé transcritas 
durante o trabalho, afinal, mais do que uma forma de mostrar o trecho que 
dialoga com a nossa ideia, alguns incluem passagens fundamentais de obras 
que, para algumas pessoas, são de difícil acesso. Desejamos uma excelente 
e proveitosa leitura!
Litoral Catarinense, Natal de 2024
GUILHERME CHRISTEN MÖLLER
PREFÁCIO
Sono davvero molto lieto di accogliere l’invito a scrivere una breve 
prefazione al libro di Guilherme Christen Möller, risultato di una attività di 
ricerca intensa che egli ha svolto tra l’altro durante un soggiorno nel 2022 
presso il Dipartimento di Scienze giuridiche dell’Università degli Studi di 
Firenze. Il risultato raggiunto è sotto i nostri occhi e mi offre l’occasione di 
esprimere il mio apprezzamento più vivo.
L’opera si distingue per un respiro culturale ampio, insolito per 
un’opera di diritto processuale civile. Come accade sempre, anche nelle 
branche più tecniche del sapere, le opere rispecchiano immancabilmente la 
personalità dell’autore. Avevo notato la vastità e la profondità degli orizzonti 
culturali di Guilherme fin dai nostri primi scambi di comunicazioni per 
preparare il suo soggiorno fiorentino, insieme alla Scuola di dottorato 
fiorentina. L’impressione ha trovato conferma nei nostri colloqui a Firenze 
e oggi si consolida con questo volume.
L’opera ritorna a riflettere sul Multi-Door Courthouse System, secondo 
l’espressione emersa dopo la presentazione che ne fece Frank Sander alla 
Pound Conference del 1976, dove egli propose una revisione teorica del 
sistema di risoluzione dei conflitti negli Stati Uniti, basata sull’idea di collegare 
le controversie ai forum più appropriati per la loro risoluzione: accanto al 
processo giurisdizionale, la mediazione, l’arbitrato e la negoziazione. Möller 
comincia la propria esplorazione da tali inizi, per poi cogliere la diffusione 
globale del sistema e concentrarsi sulle esperienze attuali in Brasile e in 
Italia. Il tema viene trattato come una risposta alla complessità sociale e 
alla necessità di adattare il diritto processuale alle profonde trasformazioni 
culturali e sociali contemporanee. 
Spicca a questo punto il riferimento alla teoria della complessità 
di Edgar Morin, che sottolinea la necessità di considerare la realtà non 
come un insieme di parti separate o categorie rigide, bensì come una rete 
di relazioni interdipendenti e dinamiche. Secondo Morin, comprendere i 
fenomeni significa cogliere le interazioni, i feedback e la natura sistemica 
degli elementi coinvolti. Il richiamo compiuto a quest’approccio non 
costituisce per Möller un semplice vezzo teorico, bensì rappresenta una 
chiave di lettura concreta e appropriata, che suggerisce di adottare una 
prospettiva integrata, flessibile e consapevole della multidimensionalità dei 
conflitti umani. È davvero superfluo ricordare come la storia umana sia 
caratterizzata da una continua dinamica di creazione e composizione di 
controversie, la cui natura e portata si sono evolute nel tempo, specialmente 
a seguito dell’avvento della società industriale e della globalizzazione dei 
rapporti sociali ed economici, che continuano a definire la nostra epoca, 
nonostante le recenti battute di arresto.
L’Autore contesta la visione riduzionista che interpreta il sistema 
«multiporte» (così si potrebbe dire anche in lingua italiana con un calco 
linguistico dal portoghese) come soluzione universale ai problemi 
strutturali del potere giudiziario (lentezza, costi, congestione delle corti). 
Secondo l’Autore, tale approccio rischia di (a) banalizzare le criticità 
sistemiche, riducendole a mere inefficienze procedurali anziché affrontarne 
le cause strutturali ed epistemologiche; (b) generare frammentazione, 
poiché la creazione indiscriminata di nuove «porte», senza coordinamento 
può portare a sovrapposizioni, conflitti normativi e confusione per gli 
utenti. Per superare queste criticità, Möller propone un approccio sistemico 
basato su: (a) coordinazione orizzontale, nel senso che le diverse modalità 
di risoluzione dei conflitti (giudiziale, mediazione, conciliazione, ODR) 
dovrebbero operare in sinergia, evitando gerarchie o isolamento funzionale 
(ciò richiede meccanismi di interoperabilità e standard comuni); (b) 
regolazione flessibile, nel senso che l’introduzione di nuovi strumenti di 
composizione delle controversie deve rispettare i principi costituzionali e 
processuali, adattandosi alle esigenze specifiche dei conflitti (es. complessità 
tecnica, disuguaglianze socioeconomiche). Möller sottolinea che con questi 
accorgimenti il sistema può rafforzare la legittimità democratica della 
giustizia civile attraverso la valorizzazione dell’autonomia decisionale dei 
cittadini, la partecipazione attiva di attori non statali e l’uso di piattaforme 
digitali per migliorare l’accesso alla giustizia, soprattutto da parte di gruppi 
marginalizzati.
In definitiva, Möller sostiene che il sistema multiporte può costituire 
una risposta effettiva alla complessità sociale contemporanea, se ben 
integrato e sorretto da un quadro teorico solido, nonché da un dialogo 
costante tra istituzioni, professionisti e cittadini, nel rispetto dei principi di 
democrazia partecipativa.
In conclusione, l’opera di Möller offre una visione critica e 
lungimirante della giustizia multiporte, collocandola all’interno della teoria 
generale del processo, attraverso una comparazione originale tra Italia e 
Brasile, con l’ambizioso obiettivo di contribuire alla modernizzazione e 
all’efficacia del diritto processuale civile contemporaneo.
Questo volume, per la sua rilevanza scientifica e rigore metodologico, 
rappresenta dunque un significativo contributo al dibattito internazionale.
Marzo 2025
PROF. DR. REMO CAPONI
Consigliere della Corte di Cassazione
SUMÁRIO
SOBRE O AUTOR .......................................................................................................7
AGRADECIMENTOS ..............................................................................................11
APRESENTAÇÃO .....................................................................................................17
NOTA DOAUTOR ...................................................................................................19
PREFÁCIO ..................................................................................................................21
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................31
CAPÍTULO 1
SISTEMAS JURÍDICOS, TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS E ESTÁGIOS 
SOCIOCULTURAIS ..................................................................................................35
1.1 Primeiros esclarecimentos ................................................................................35
1.2 O Processo Civil enquanto produto social ....................................................40
1.2.1 As particularidades dos sistemas jurídicos de cada contextualização 
social, a exemplo do brasileiro ............................................................................40
1.2.2 O aspecto cultural do Processo Civil .......................................................43
1.2.2.1 Direito e cultura: Primeiras notas sobre o Direito enquanto 
expressão da identidade de um grupo social .................................................43
1.2.2.2 O Processo Civil enquanto fenômeno social ...................................46
1.2.2.3 A título de exemplo: Os casos de Saint-Julien e em Coire (Processo 
Civil medieval) ....................................................................................................47
1.2.3 Pontuações conclusivas sobre o tema ......................................................49
1.3 Processo Civil e complexidade .........................................................................51
1.3.1 Ainda, o caráter multifacetado da complexidade em relação ao Processo 
Civil .........................................................................................................................51
1.3.2 Antes, as posições monista (unitária) versus dualista do ordenamento 
jurídico e o questionamento da lei como sinônimo de direito .........................53
1.3.2.1 Panorama geral e diferenciações entre a lei e o direito (direito 
objetivo e subjetivo) ..........................................................................................53
1.3.2.2 Um questionamento sobre as limitações da concepção monista (do 
ordenamento jurídico) ao sistema de justiça multiportas ...........................56
1.3.3 A teoria da complexidade, de Edgar Morin, e a resposta do Processo 
Civil ao cenário resultante das transformações na sociedade.........................61
1.4 Os estágios socioculturais e a transformação social pela mutação no 
paradigma racional ....................................................................................................64
1.4.1 Os estágios socioculturais e a ruptura dos sentidos do medievo para a 
racionalidade da modernidade de René Descartes (Modernidade Sólida) ...64
1.4.1.1 Ruptura do medievo e a unidade dos estágios socioculturais ........64
1.4.1.2 A Modernidade, de René Descartes, e a razão .................................66
1.4.2 A Modernidade Líquida, de Zygmunt Bauman, e a fragilização da 
racionalidade ..........................................................................................................68
1.4.3 Hipermodernidade, de Gilles Lipovetsky, e hipertrofia da razão ..............70
1.5 Os sistemas jurídicos da sociedade hodierna frente ao reducionismo do 
Processo Civil moderno ..........................................................................................72
CAPÍTULO 2
ESTADO, JURISDIÇÃO E PROCESSO: TENTATIVADE ISOLAMENTO 
E COMPREENSÃO DE CADA ELEMENTO PARA ESSA RELAÇÃO ....77
2.1 Estado e jurisdição na perspectiva da formação do Estado Moderno ......77
2.1.1 Primeiros apontamentos: Jurisdição, Estado e processo .......................77
2.1.2 O Estado Moderno e a costura do Estado à jurisdição ...........................78
2.1.3 Sobre o motivo da indivisibilidade entre Estado e jurisdição ...............81
2.2 O desacordo sobre o objetivo da jurisdição ......................................................82
2.2.1 Premissas ..........................................................................................................82
2.2.2 A Teoria Objetiva, de Lodovico Mortara, e a jurisdição enquanto uma 
extensão legislativa ....................................................................................................84
2.2.3 A Teoria Objetiva, de Giuseppe Chiovenda, e a jurisdição como atividade 
substitutiva do Estado na aplicação da vontade da lei ........................................85
2.2.4 A proposta teórica de Piero Calamandrei e a Teoria sancionatória da jurisdição, 
de Enrico Redenti (jurisdição na aplicação da sanção normativa) ....................87
2.2.5 A Teoria Subjetiva, de Francesco Carnelutti, e o processo como instrumento 
da jurisdição ...............................................................................................................90
2.2.6 Sobre as teorias mistas e o cenário teórico brasileiro ................................93
2.3 Os paradigmas metodológicos do Processo Civil .........................................98
2.3.1 Por que Processo Civil e não processo judicial? .....................................98
2.3.2 Praxismo (ou sincretismo), o momento do direito processual como 
acessório/apêndice do direito material ........................................................... 100
2.3.3 Processualismo (ou cientificismo), a proposição de Oskar von Bülow e 
a autonomização do Processo Civil ................................................................ 103
2.3.4 Pós-processualismo no Processo Civil italiano e no brasileiro ................ 109
2.3.4.1 O Processo Civil italiano e suas etapas, a escola processual 
chiovendiana, as contribuições teóricas individuais dos processualistas, 
o Código de Processo Civil de 1940 e suas reformas: Sistematização, 
instrumentalidade e constitucionalização do processo ............................. 109
2.3.4.2 O Processo Civil brasileiro, a fase da instrumentalidade e as 
propostas subsequentes ................................................................................. 116
2.4 O problema envolvendo a associação (equivocada) da jurisdição como 
sinônimo de processo judicial .............................................................................. 122
CAPÍTULO 3
TRIBUNAL MULTIPORTAS OU ALTERNATIVE DISPUTE RESOLUTION: 
A PRIMEIRA FASE DO SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS A PARTIR 
DO CENÁRIO JURÍDICO ÍTALO-BRASILEIRO ........................................ 129
3.1 Advertência preliminar ................................................................................... 129
3.2 As formas alternativas de resolução de conflitos (Alternative Dispute Resolution), 
os meios adequados de solução de conflitos e o Tribunal Multiportas (Multi-
Door Courthouse System): Convergências e divergências teóricas dessa unidade 
na primeira fase do sistema de justiça multiportas ........................................... 131
3.2.1 As formas alternativas de resolução de conflitos (ADR) e os meios 
adequados de solução de conflitos (MASC) .................................................. 131
3.2.1.1 As formas alternativas de resolução de conflitos (ADR) ............ 131
3.2.1.2 Os meios adequados de solução de conflitos (MASC) ................ 135
3.2.2 O Tribunal Multiportas (Multi-Door Courthouse System) ........................ 137
3.2.3 O sistema de justiça multiportas: Breve advertência ........................... 141
3.2.4 Para além da semântica: Blend teórico, convergências e sistematização 
da unidade ........................................................................................................... 142
3.3 A primeira fase do sistema de justiça multiportas nos sistemas jurídicos 
brasileiro e italiano ................................................................................................. 144
3.3.1 Perspectiva do direito brasileiro: Antecedenteslegislativos, a Resolução 
n. 125, de 2010, do Conselho Nacional de Justiça e o Código de Processo 
Civil de 2015 ....................................................................................................... 144
3.3.1.1 O cenário do sistema brasileiro de justiça multiportas antes da 
Resolução n. 125, de 2010, do Conselho Nacional de Justiça ................. 144
3.3.1.2 A Resolução n. 125, de 2010, do Conselho Nacional de Justiça 147
3.3.1.3 O Código de Processo Civil de 2015 .............................................. 150
3.3.2 Perspectiva do direito italiano: Códigos de Processo Civil (1865 e 
1940), diretrizes da União Europeia, legislações especiais, mediação 
obrigatória e o quadro atual da alternative dispute resolution na Itália ......... 154
3.3.2.1 Uma volta pelo sistema de risoluzione alternativa delle controversie 
italiano: entre o Codice di Procedura Civile do Reino da Itália (1865) e o 
Codice di Procedura Civile de 1940 ........................................................... 154
3.3.2.2 Segue: As diretivas e legislações do século XXI, a decisão n. 272 da 
Corte Constitucional italiana sobre a (in)constitucionalidade da obrigação 
da mediação e a Riforma Cartabia de 2021/2022 ..................................... 158
3.4 Uma divagação sobre dois sistemas jurídicos que trafegam sob o mesmo 
problema ................................................................................................................. 164
CAPÍTULO 4
JURISDIÇÃO E SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS: REVISÕES E 
PROPOSTAS NA EXPERIÊNCIA ÍTALO-BRASILEIRA ........................... 169
4.1 A posição do sistema de justiça multiportas na Teoria Geral do 
Processo .................................................................................................................. 169
4.1.1 Revisitando a problemática central: Da primeira para a segunda fase do 
sistema de justiça multiportas .......................................................................... 169
4.1.2 O sistema de justiça multiportas e a jurisdição: A valorosa lição de Ada 
Pellegrini Grinover ............................................................................................. 170
4.1.3 Acesso aos tribunais e acesso à justiça .................................................. 175
4.1.4 O papel dos sistema de justiça multiportas para a justiça civil .......... 179
4.1.4.1 Diante da Lei, de Franz Kafka, e o argumento do sistema de justiça 
multiportas como uma espécie de panaceia/remédio para os problemas do 
Poder Judiciário (lotação, celeridade, efetividade etc.) .............................. 179
4.1.4.2 Por um sistema coexistencial ........................................................... 184
4.1.4.3 Rumo à segunda fase do sistema de justiça multiportas .............. 186
4.2 As virtudes e as debilidades do sistema de justiça multiportas: Algumas 
linhas na projeção da qualificação da justiça civil ............................................. 189
4.2.1 O sistema de justiça multiportas enquanto um genuíno sistema: 
Algumas notas sobre essa característica metodológica sistêmica e sobre a 
coordenação/fiscalização dessa estrutura ...................................................... 189
4.2.1.1 O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) como agenciador do sistema 
brasileiro de justiça multiportas .................................................................... 191
4.2.1.2 Resoluções, provimentos e recomendações do Conselho Nacional 
de Justiça (CNJ) sobre o sistema brasileiro de justiça multiportas ......... 192
4.2.2 Sobre o pensamento reducionista acerca do sistema de justiça 
multiportas: Problema ou solução? ................................................................. 194
4.2.3 A Teoria das Portas Adicionais .............................................................. 196
4.2.3.1 A exemplo: A situação da Online Dispute Resolution (ODR) no 
sistema de justiça multiportas ....................................................................... 197
4.2.3.2 Sobre as várias portas, agentes e figuras que fazem parte do sistema 
de justiça multiportas ..................................................................................... 202
4.2.3.3 A particularidade da figura da desjudicialização ............................ 203
4.2.3.4 execução extrajudicial ........................................................................ 206
4.2.3.5 Autotutela ............................................................................................ 210
4.2.4 Democracia participativa pelo sistema de justiça multiportas ........... 212
4.2.5 Qualificação do processo judicial e o seu papel central para o sistema de 
justiça multiportas .............................................................................................. 217
4.2.6 Dois problemas centrais: Criação desenfreada de portas e proposições 
antagônicas ao sistema jurídico ........................................................................ 218
4.2.6.1 A criação desenfreada (e desnecessária) de portas: Os exemplos e 
reflexões de Nicola Picardi (decodificação e procedimentos especiais) e 
Michele Taruffo (alternativa às alternativas) ............................................... 218
4.2.6.2 Sobre as figuras antagônicas ao sistema jurídico, a exemplo da 
Constelação Familiar ...................................................................................... 223
CONCLUSÃO .......................................................................................................... 229
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 247
POSFÁCIO 1 ............................................................................................................ 269
POSFÁCIO 2 ............................................................................................................ 273
POSFÁCIO 3 ............................................................................................................ 275
INTRODUÇÃO
Aquilo que se denomina por sistema de justiça multiportas não é, de 
forma ampla, um tema novo. Embora apresentado, ainda que parcialmente, 
a partir de diferentes nomenclaturas (alternative dispute resolution, meios 
adequados de solução de conflitos, equivalentes jurisdicionais etc.), essa 
unidade está presente em diferentes feições nos sistemas jurídicos do 
mundo, com diferentes dimensões – em alguns mais do que em outros – e 
caracterizações, ou seja, figuras que até podem parecer estranhas, todavia, 
dizem acerca daquele Processo Civil do contexto a que pertencem.
No caso do Brasil e da Itália, respectivamente, a novidade que orbita 
essa unidade foi, em primeiro momento, a sua hipertrofia a partir de 2010, 
com a Resolução n. 125, do Conselho Nacional de Justiça e com o Decreto 
Legislativo n. 28, afinal, o tema ganhou maior destaque político, legislativo e 
pedagógico nesses sistemas. Existem, no entanto, diferenciações do sistema 
brasileiro de justiça multiportas para aquele da Itália – este, na verdade, um 
pouco mais rudimentar, ainda na perspectiva da alternative dispute resolution. 
Mais recentemente, mais no Brasil do que na Itália, o tema está adquirindo 
nova feição, uma nova fase, revestindo-se como um genuíno sistema, algo 
ainda sem consenso preciso entre doutrina, legislativo e jurisprudência.
Originalmente, o tema é trabalhado como Tribunal Multiportas (Multi-
Door Courthouse System), surgindo a partir de um estudo desenvolvido por 
Frank Sander, apresentado nos Estados Unidos, em edição emblemática 
da Pound Conference – cujo centro de reflexão foi encontrar propostas para a 
qualificação do sistema jurídico estadunidense. Ainda que a sua ideia inicial 
em dar maior relevância e protagonismo, sobretudo, para a autocomposição, 
a partir da sua adequação à natureza dos conflitos – a fim de diminuir o 
congestionamento de processos judiciais (e demais vícios estruturais do 
Poder Judiciário) –, não tenha sido amplamente bemrecepcionada, criando 
contracorrentes que enxergavam claros déficits sociais nessa aposta, a tese 
foi abraçada nos Estados Unidos e exportada como modelo para outros 
sistemas jurídicos. Atualmente, a tese ainda vive no seu país de origem e 
possui maior difusão em sistemas jurídicos da África e da América do Sul.
No Brasil, em uma primeira fase, o “Tribunal Multiportas” não teve a 
mesma dimensão daquela dos Estados Unidos, mas foi adotado, sobretudo 
a sua nomenclatura, para sintetizar a unidade que se delimita como as várias 
formas de solucionar conflitos reconhecidas pelo Estado brasileiro a fim 
de serem utilizadas na solução de conflitos (extrajudicial e judicialmente), 
a partir de fechamento teórico na conciliação, na mediação, na arbitragem 
e no processo judicial. Até mais recentemente, o tema esteve mais restrito 
a buscar equalizar a sua existência concomitantemente com o processo 
judicial, isso é, com o instrumento resolutivo tradicional do Processo Civil, 
embora não se descartem outras feições sobre a temática que passaram a 
assumir maior importância.
Por outro lado, na Itália, nem o nome (Tribunale Multi-porte), tampouco 
a sua sistematização para o gerenciamento de conflitos teve impacto, 
aliás, a alternative dispute resolution é um tema polêmico no sistema jurídico 
italiano. Ainda assim, como no Brasil, esse assunto não é contemporâneo. 
Historicamente, a alternative dispute resolution – nomenclatura com maior 
difusão para essa unidade – está presente desde a fundação do Estado 
italiano (enquanto Reino da Itália), considerando a sua (generosa) presença 
no Codice di Procedura Civile 1865 – conciliação/mediação e arbitragem 
(compromesso). Nos dois casos, porém, o relevo ao tema apenas acontece a 
partir do início deste século, como apontado logo no prólogo desta nota 
introdutória.
Isso, em verdade, com exceção da Inglaterra e dos Estados Unidos, 
é comum na maioria dos sistemas jurídicos do Ocidente, afinal, a ascensão 
dessa unidade nessa perspectiva do globo apenas ocorre em recorte histórico 
recente. Anteriormente, essa unidade estava mais para uma curiosidade do 
que algo concreto pendente de maiores projeções. 
Na proposta desses primeiros apontamentos, esta obra contempla 
essas várias (e outras) frentes, isso é, propõe analisar o desenvolvimento 
e a situação do sistema de justiça multiportas, recortado na perspectiva 
dos sistemas jurídicos da Itália e do Brasil, sob a ênfase do Processo Civil. 
Isso é, considerando o desenvolvimento de forma crescente do tema, 
especialmente a partir do início deste século, a proposta é compreender 
como o sistema de justiça multiportas se apresenta nos sistemas jurídicos 
da Itália e do Brasil, observando as suas limitações, os seus problemas e a 
forma como é relacionada com (ou no) Direito Processual Civil de cada um 
desses países, encontrando convergências e divergências, discorrendo de 
maneira crítica sobre as suas debilidades para a manutenção dos sistemas 
jurídicos.
O tema é problematizado de maneira diversa para a comunidade 
jurídica, especialmente quando relacionado com o Direito Processual 
Civil. Por exemplo, partindo da contracorrente ao movimento do original 
Tribunal Multiportas (Multi-Door Courthouse System), existe a preocupação 
de que a utilização dessas formas poderia mais estar relacionada com a 
ideia de solucionar déficits no Poder Judiciário, relacionado à qualidade da 
prestação da tutela jurisdicional (como a lotação de processos judiciais nas 
Cortes, assim como a média de tempo de tramitação), do que propriamente 
à funcionalidade de cada uma dessas figuras. Outro problema, ainda, pode 
ser a maneira como algumas formas (especialmente as autocompositivas) 
não possuiriam um desenvolvimento teórico suficiente para adquirir 
feição autônoma ao processo judicial. Não é, por assim dizer, um tema 
pacificado no âmbito doutrinário (desvelando alguns problemas e algumas 
inconsistências práticas). Ainda que a sua discussão não seja mais tão 
estranha, ainda é resistida em alguns cenários.
Devemos acrescentar, também, que a sociedade está em constante 
processo de transformação dos seus campos, implicando na necessária 
releitura do Direito Processual Civil. Existe uma corrente teórica pacificada, 
vetusta, que defende o direito como um produto social, isso é, como um 
reflexo daquele contexto a que pertence; aplicando-se também para as 
diferentes configurações de Processo Civil nos vários sistemas jurídicos 
do mundo. Consequentemente, esses objetos não estão isolados, em uma 
cápsula impenetrável, de modo a não sentir essas transformações e novos 
contornos sociais, ou como se nada teriam com elas. Hodiernamente, a 
carga de complexidade social é muito expressiva para ser socorrida com 
respostas ou objetos jurídicos calcados em um viés simplista/reducionista. 
Inserido na lógica dos influxos dos estágios socioculturais para o Processo 
Civil, especialmente após a Modernidade Líquida e a Hipermodernidade, 
acreditamos que o sistema de justiça multiportas, em uma leitura atualizada 
e atenta ao contexto complexo hodierno, poderá contribuir para a 
manutenção dos sistemas jurídicos, restando saber em qual medida.
A proposta desta obra não é enfrentar cada argumento relacionado 
ao sistema de justiça multiportas, isso é, propor uma investigação de 
cunho didático-pedagógico, respondendo às minucias dessa temática, 
mas observar como o sistema de justiça multiportas está relacionado 
com o Direito Processual Civil em contexto hodierno, ou seja, a partir 
das transformações sociais e a elevação da carga de complexidade social, 
evidenciando o seu papel nos sistemas jurídicos brasileiro e italiano. Por 
meio de estudo bibliográfico, condensando experiências pessoais em cada 
um desses sistemas jurídicos, destacando o nosso soggiorno na Itália, em 
2022, para cursar a cotutela de doutoramento na Università degli Studi di 
Firenze, o livro estabelece três objetivos específicos e um geral, abordados a 
partir da metodologia da complexidade, a fim de poder entregar resultados 
na integração do sistema de justiça multiportas do e no Direito Processual 
Civil hodierno, enfrentados em quatro capítulos.
No primeiro, estabelecemos panorama sobre as transformações na 
sociedade e em que grau elas são refletidas no Direito Processual Civil, 
reerguendo a discussão do Processo Civil ser um fenômeno social, a distinção 
entre a lei e o direito, a explicação da utilização da escolha metodológica 
da obra, relacionando a complexidade com a descrição da evolução dos 
estágios socioculturais (modernidade sólida, líquida e hipermodernidade).
O segundo capítulo explorará a discussão acerca do sentido de 
jurisdição na atualidade, isso é, compreender o seu significado a partir 
de uma tentativa de individualização entre ela e o processo judicial, 
expondo o desenvolvimento doutrinário ítalo-brasileiro, enfatizando o 
papel fundamental do Estado para essas construções, como as inclinações 
metodológicas do Direito Processual Civil podem influir na delimitação 
da sua sistematização e, ao fim, se dizer jurisdição é, em sinônimo, dizer 
processo judicial, anunciando os problemas dessa associação.
Sequencialmente, o terceiro capítulo consiste em detalhar o 
desenvolvimento do “Tribunal Multiportas” (Alternative Dispute Resolution), 
analisando correntes, contracorrentes, como essa unidade evoluiu em plano 
teórico-legislativo do direito brasileiro e italiano, assim como, verificar em 
qual medida se poderia associá-lo com a jurisdição – e, consequentemente, 
com o plano teórico geral do Direito Processual Civil. A proposta consiste 
em explorar desde o embrião do tema, adentrando de forma progressiva no 
sistema de justiça multiportas.
Cada um desses capítulos corresponde à um objetivo específico, 
fornecendo subsídios para o desenvolvimento do último capítulo da obra, seu 
objetivo geral: empregar uma leitura sobre o sistema de justiça multiportas 
nos sistemas jurídicos brasileiro e italiano, levando em consideraçãoa 
necessidade de coexistência de um sistema suficientemente complexo 
das várias figuras e portas que o compõem, correlacionadas em plano 
horizontal, dentro da teoria do processo (a partir da inserção dessa unidade 
à jurisdição), refutando o discurso da utilização de formas alternativas para 
deficiências estruturais e epistemológicas no Poder Judiciário e no processo 
judicial, desenvolvendo articulações prospectivas a partir dessa relação 
como forma de manutenção da democracia participativa e alguns outros 
temas que julgamos pertinente para o estudo da temática.
Inicialmente, o primeiro objetivo específico desta obra consistiu 
em compreender o que as transformações na sociedade significavam para 
o Processo Civil, especialmente na relação ítalo-brasileira, analisando o 
pêndulo da complexidade social a partir dos estágios socioculturais. Nesse 
sentido, observamos os aspectos de singularização do Direito a partir do 
contexto a que pertence (utilizando, como exemplo, o Brasil), isso é, as 
características do direito brasileiro são únicas em relação aos demais países, 
podendo convergir em alguns aspectos, entretanto, não se pode esquecer 
que uma análise sobre o seu desenvolvimento tão somente diz respeito à 
sua própria construção.
A origem desse posicionamento está em uma vetusta corrente teórica 
que defende o Direito enquanto um produto social, isso é, algo projetado 
pelo e para o ser humano de um determinado contexto, compreendido 
como um espaço geograficamente recortado em algum momento da 
história, utilizando-se dessa observação para projetar a possibilidade de 
sua ressignificação a partir das transformações operadas naquele contexto. 
O mesmo apontamento serve para o Processo Civil: ele é a expressão 
da identidade de um grupo social, variando conforme os seus costumes, 
tradições e crenças – a fim de auxiliar na compreensão dessa afirmação, 
apresentamos dois exemplos do medievo, completamente distintos em 
relação ao padrão que o Processo Civil observa na atualidade.
Antes de avançar para as análises das transformações sociais e 
como elas implicam reformulações no Processo Civil, resgatamos a 
espinhosa relação entre o processo e a complexidade, a fim de apresentar 
que, dependendo da forma como a sociedade se apresenta, a sua taxa de 
complexidade aumenta, devendo, o processo, enquanto o produto social 
que é, oferecer respostas igualmente complexas. Essa relação, também, foi 
explorada no sentido de excluir a sua associação à ideia de complexidade 
pelo estado ou pelas características do processo (instrumento). Todas 
essas narrativas são válidas, entretanto, para os fins do objetivo específico 
proposto, importa-nos apenas a primeira. Essa discussão desvelou outra: 
as visões monista/unitária versus a dualista do ordenamento jurídico, 
discorrendo sobre o dilema de a lei ser sinônimo de direito.
CONCLUSÃO
PROCESSO, JURISDIÇÃO E SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
 
230
Apresentados os argumentos centrais dessas posições, expressamos a 
nossa visão pela concordância com a relação monista, isso é, consideramos 
que o direito e a lei são objetos distintos, necessários para a manutenção do 
sistema jurídico – o processo, nesse posicionamento, assume o centro que 
liga a lei ao direito. Todavia, a adesão não foi completa, afinal, questionamos 
se o direito, para ser assim compreendido enquanto um elemento lapidado 
e individualizado, criado a partir de uma norma abstrata, necessita em todas 
as hipóteses do processo judicial, ou seja, se não existiriam outras feições 
de conceber, igualmente, o direito, utilizando-se como exemplo o próprio 
sistema de justiça multiportas e o direito criado a partir, por exemplo, do 
termo de acordo das partes. A partir dessa reflexão, podemos situar um 
questionamento sobre o sentido de jurisdição na atualidade – ponto retomado 
em momento futuro do desenvolvimento.
A finalidade dessa construção, até aquele momento, ocorreu pelo 
questionamento das transformações sociais, isso é, considerando a 
ampliação do grau de complexidade da sociedade, as reorganizações não 
estão amarradas à lei, devendo considerar que o Processo Civil está passível 
de revisão para oferecer contornos condizentes com a complexidade da 
sociedade. Justificamos esse pensamento na metodologia da complexidade 
de Edgar Morin: o complexo deve ser pensado a partir do complexo. O 
processo deve ser articulado de maneira complexa, pensando em um cenário 
de integração dos seus produtos, evitando o reducionismo característico 
que fundou as ciências modernas – a descrição preservada e analisada em 
momento avançado da obra.
O assunto sequente abordado no primeiro capítulo foi o que 
denominamos por estágios socioculturais, isso é, fragmentos da sociedade, 
pelos contextos, dirigidos a partir de um paradigma de interpretação para 
as coisas. Sob a proposta de ilustrar como essa unidade está apresentada, 
retornamos à ruptura do medievo para identificar o tombamento dos 
sentidos pela racionalidade, essa enquanto paradigma daquilo que se 
concebe por Modernidade. Cada modificação, ainda que substancial, nesse 
paradigma importa em sinalizar um novo estágio sociocultural, afinal, eles são 
expressos conforme a orientação do seu respectivo paradigma. Sinalizamos 
a presença de três momentos: a modernidade sólida, a modernidade líquida 
e a hipermodernidade.
A convergência dessas etapas está no império da racionalidade: a 
partir das descrições das transformações na sociedade, não foi possível 
contemplar uma ruptura completa da racionalidade por outro paradigma; 
ela se apresentou de diferentes maneiras em cada um desses estágios. A 
modernidade sólida, fundada na razão estrita, assinada a partir do pensamento 
de René Descartes, considera o processo de percepção das coisas a partir 
231GUILHERME CHRISTEN MÖLLER
do método racionalmente lógico de compreensão de como as coisas são (e 
se são, é porque existe uma explicação lógica que resultará nessa conclusão). 
Esse pensamento é demasiadamente forte e contaminou as ciências e o 
saber, incluindo a ciência jurídica e as suas proposições (teóricas e práticas). 
Em verdade, até a atualidade, esse paradigma é resistente e oferece alguns 
fechamentos cognitivos, reduzindo o campo de compreensão e projeção 
das coisas, a partir de um claro processo de cisão de unidades.
O direito processual está inserido nesse problema. Especialmente o 
Processo Civil, muitos temas da atualidade são tratados de maneira reduzida 
por conta dos influxos desse modelo de concepção, como exemplo principal 
o procedimento ordinário, uma abstração/generalização das categorias do 
Processo Civil, criando espécies de entraves para o seu aprimoramento. 
Paradoxalmente, ao lado dessa resistência no Direito e no Processo Civil, 
houve nova movimentação na sociedade, primeiro em dimensão de uma 
flexibilização daquela racionalidade estrita, descrição ofertada por Zygmunt 
Bauman, posteriormente, radicalizando a modernidade, ampliando em 
maior grau a imprevisibilidade e instabilidade das coisas, conforme descreve 
Gilles Lipovetsky ao narrar o que chama por Hipermodernidade.
Como já advertido durante o desenvolvimento da obra, essas 
teorizações estão inseridas em contextos diversos, projetados pelos 
seus respectivos autores, entretanto, são convergentes para a descrição 
ora apresentada, evidenciando o nosso questionamento principal: 
hodiernamente, experimenta-se um grau de complexidade jamais visto 
em feições anteriores da modernidade. O problema está nesse cenário 
quando relacionado com a ciência jurídica; para nós, importa a sua 
relação com o Processo Civil: o centro de conclusão das suas atividades 
e das suas articulações é fundado em um processo de reducionismo da 
matéria, consequentemente, o Processo Civil não é projetado de maneira 
condizente, em muitas hipóteses, às particularidades complexas emergidas 
especialmente no último século. Até se pode verificar um movimento de 
busca por ofertar respostas diferenciadas, entretanto, são situaçõesisoladas.
A conclusão deste objetivo específico está na observação de que é 
necessário pensar em respostas suficientemente complexas à complexidade 
da sociedade e de suas relações, ofertando figuras jurídicas não fundadas 
meramente em plano reducionista, mas que permitam equilibrar a 
dissonância entre um cenário social extremamente complexo frente à um 
Processo Civil calcado e projetado com fim reducionista e individualizador, 
afrontando, inclusive, a própria ideia do sistema de justiça multiportas sob a 
ótica da jurisdição, ponto revisto na construção dos argumentos ao objetivo 
geral desta obra.
PROCESSO, JURISDIÇÃO E SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
 
232
A construção do objetivo específico anterior revelou uma preocupação 
relacionada ao posicionamento da jurisdição sob a ótica das relações entre 
os sistemas jurídicos da Itália e do Brasil. Nesse sentido, vimos a necessidade 
de o estabelecimento de objetivo específico próprio para compreender 
o desenvolvimento desse elemento nessa construção, buscando desvelar 
o porquê de ela se portar da forma como está dentro das contribuições 
oferecidas na evolução do Processo Civil, especialmente a sua relação com 
o Estado e com o processo judicial, esse último, por muitas vezes, tratado 
como o seu sinônimo.
Essa construção foi projetada para oferecer subsídios para a possível 
relação entre a jurisdição com o sistema de justiça multiportas. Inicialmente, 
trouxemos uma reflexão acerca da jurisdição, do Estado e do processo 
(instrumento), analisando essa relação e fornecendo subsídios, ainda 
que iniciais, para entender as raízes desses três elementos que, ainda que 
perfeitos, isso é, não dependendo de outros para a sua significação, são 
dificilmente dissociados, especialmente a jurisdição e o processo judicial. A 
fim de responder o questionamento, o capítulo foi desenvolvido revisitando 
as construções sobre cada um desses elementos, de maneira isolada e 
correlacionados, na perspectiva ítalo-brasileira.
Iniciamos, portanto, com a relação entre o Estado e a jurisdição. 
Vimos que essa aproximação é uma herança da conformação do Estado 
Moderno, afinal, ele só alcançou a sua estabilização e seu progresso pelo 
papel primordial desempenhado pela jurisdição (ainda que originária de 
muito tempo antes desse recorte, em feição diferenciada, como aquela do 
direito romano). Em contraposição ao modelo experimentado no baixo 
medievo, a jurisdição foi a forma como o Estado encontrou para poder ser 
um genuíno Estado, afastando a influência da igreja e monopolizando para 
si o poder, que outrora estava esparso em fragmentos.
Objetivamente, a manutenção do controle que exerceu se deu 
tão somente pela jurisdição. Tudo isso está centrado na ideia de poder, 
afinal, o Estado reassumiu a sua centralização (recapitulando o episódio 
do Absolutismo Monárquico), reafirmando-o quando estipula as regras 
de convivência para a sua sociedade, pelo Poder Legislativo, ou resolve 
os conflitos havidos nela, pelo Poder Judiciário (no qual está o papel da 
jurisdição); aí que se diz: a jurisdição é indivisível do Estado, isso é, sem ele, 
ela não há razão de existir, de igual forma, sem ela, ele não pode cumprir 
com uma das suas principais tarefas. Trata-se de uma descrição da forma 
como o cenário se apresenta – sem qualquer valoração.
Esse posicionamento do Estado com a jurisdição é pacífico na 
doutrina. A divergência, no entanto, aparece quando se pensa em analisar 
o que significa a jurisdição, isso é, o seu objetivo. O tema foi alvo de 
233GUILHERME CHRISTEN MÖLLER
diversos posicionamentos, consolidando várias correntes teóricas, como a 
orgânica, a eficacial, a objetiva e a subjetiva. Dentro do Processo Civil ítalo-
brasileiro, a maioria das discussões parte da Teoria (Finalística) Objetiva, 
a qual pressupõe a tarefa do juiz na aplicação do corpo legislativo ao caso 
concreto, amarrando a jurisdição ao Poder Legislativo e a manifestando 
pelo processo judicial.
Entre os seus adeptos está Lodovico Mortara, cuja proposição 
exegeta não transcende ao conceito informado. Esse posicionamento só 
não colapsou porque contou com a contribuição, já em momento avançado 
das discussões, de Giuseppe Chiovenda, revisitando esse posicionamento e 
atribuindo novo sentido de que a jurisdição seria uma atividade substitutiva 
do Estado na aplicação da vontade da lei. A sua ideia, desenvolvida a partir 
do publicismo, consistia em o Estado substituir os particulares na solução de 
seus conflitos, seguindo a legislação pertinente (já dotada de significados). 
Como na antecessora, ainda que pouco mais cautelosa, não há espaço que 
se possa projetar que a lei seria diferente do Direito.
Pelo perfil de Chiovenda, essa foi a sistematização com maior 
difusão em toda a história do Processo Civil ítalo-brasileiro, defendida até 
a atualidade; mais ainda, as bases de muitas contribuições partem dessa 
dedução. Tiveram outras contribuições, como a sensível proposição teórica 
de Piero Calamandrei e a teoria sancionatória da jurisdição, de Enrico 
Redenti (isso é, existiria jurisdição apenas quando houvesse a aplicação de 
uma sanção normativa), entretanto, o passo de maior significado ocorreu 
por Francesco Carnelutti, capitaneando a Teoria (Finalística) Subjetiva.
Considerado como o grande nome no desenvolvimento da lide, 
Carnelutti refuta o pensamento de Chiovenda, admitindo a subjetividade 
sobre as normas gerais e abstratas criadas pelo Poder Legislativo. Desse 
quadro, partiram perigosas proposições caracteristicamente mistas, isso é, 
juntam aquilo que consideram de melhor em cada uma dessas proposições 
e estabelecem uma nova. Essa prática é comum, inclusive no Brasil, 
entretanto, também apresentou sólidas proposições, a partir da releitura 
do pensamento dos patres do Processo Civil, cuja maior difusão foi a de 
Giuseppe Chiovenda, especialmente pela vinda de Enrico Tullio Liebman 
ao Brasil e o desenvolvimento do Processo Civil brasileiro pela Escola 
Paulista de Processo.
A construção seguinte foi desenvolvida sobre os paradigmas 
metodológicos do Processo Civil, isso é, sobre as unidades de pensamento 
para ele ao longo da história. O ponto inicial consistiu na análise do período 
denominado por praxismo (ou sincretismo), basicamente a pré-história do 
Processo Civil, período em que ele não possuía uma feição autônoma em 
relação ao direito material, de modo que sua existência estava condicionada 
PROCESSO, JURISDIÇÃO E SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
 
234
à prévia existência do direito material – e por isso, não é raro encontrar esse 
pensamento, ele era visto como um adendo/apêndice do direito material.
Diversamente, no período sequente, conhecido por processualismo 
ou cientificismo, a sua história genuinamente começou. No século XIX, 
no Império Austro-húngaro, houve uma sequência de proposições que 
contribuíram para o Processo Civil adquirir feição autônoma em relação 
ao direito material, como o debate entre Windscheid e Muther sobre a 
ação e, especialmente, as proposições de Oskar von Bülow no seu estudo 
sobre as exceções e pressupostos processuais. Seu declínio ocorreu por 
conta da hipertrofia do direito processual em relação ao material: muito se 
dissertou sobre ele, de modo que houve desequilíbrio nessa relação. Esses 
dois períodos, praxismo e processualismo, são comuns a Itália e ao Brasil, 
divergindo a partir da etapa subsequente.
Iniciando na Itália. O paradigma do processualismo científico foi 
objeto de revisão. O grande nome que iniciou a difusão do Processo Civil 
genuinamente italiano foi Giuseppe Chiovenda, especialmente com a sua 
Prolusione di Bologna sobre a ação. Inicia-se, portanto, um período que se 
denomina por sistemático, isso é, a sistematização do Processo Civil sob 
a ótica do direito italiano, debruçando-se sobre o desenvolvimento de 
conceitos e das articulações do processo. As contribuições de Chiovenda 
estavam relacionadas com a parte geral e com o processo de conhecimento, 
deixando-se para os seusseguidores a delimitação de outros temas. Francesco 
Carnelutti foi, também, nome expressivo para o desenvolvimento do 
Processo Civil italiano, mesmo que a sua maior contribuição tenha orbitado 
acerca do conceito de lide.
O auge desse período foi a promulgação do Codice di Procedura 
Civile 1940 (Reggio Decreto 28 ottobre 1940, n. 1140). Posteriormente, 
outros dois períodos que podem ser sinalizados são a instrumentalidade 
e a constitucionalização. Respectivamente, superado o estabelecimento de 
conceitos e estruturas para o Processo Civil italiano, houve movimento 
preocupado com o grau de efetividade da atividade jurisdicional, o qual foi 
seguido, inclusive de maneira concomitante, por uma preocupação com a 
adequação do Processo Civil ao Direito Constitucional – visto o contexto 
do pós-guerra e a produção da codificação de 1940 ao tempo do fascismo 
de Benito Mussolini – sob a ótica da Costituzione della Repubblica Italiana em 
1947. Unindo a nossa leitura e expertise, a conclusão dessa passagem é que 
o Processo Civil italiano hodierno expressa um misto desses três estágios.
Diversamente da Itália, o Brasil não contou com um período 
genuinamente sistemático. A primeira etapa metodológica do Processo 
Civil brasileiro foi o instrumentalismo, inclusive, sob a influência da 
doutrina italiana. Assim como do outro lado do oceano, o instrumentalismo 
235GUILHERME CHRISTEN MÖLLER
do Processo Civil brasileiro também está preocupado com a qualidade do 
sistema processual, em especial os aspectos sociais presentes no processo 
judicial (o que era ignorado por aquele processualismo de Bülow).
Esse movimento se iniciou em São Paulo e, não muito tempo depois 
da sua consolidação, foi difundido para todas as regiões do Brasil, sendo 
de extremo peso até a atualidade. Existem, no entanto, proposições que 
anunciam o Processo Civil brasileiro em outros estágios metodológicos; o 
mais comum, talvez, é o neoprocessualismo (similar ao contexto italiano), 
preocupado com o alinhamento do Processo Civil à Constituição Federal de 
1988. Essa afirmação não é pacífica, afinal, tanto o instrumentalismo, quanto 
o neoprocessualismo são objetos de constante oposição. Todavia, existem 
outras proposições, como a do formalismo-valorativo, do sul do Brasil, e 
o neoinstitucionalismo, assim como, defende-se a inserção do Processo 
Civil brasileiro em um quinto período: a proposição do pragmatismo 
processual e a do desenvolvimento e direito processual. A nossa conclusão 
sobre a matéria, no entanto, é que não foi possível superar os influxos do 
instrumentalismo, todavia, caminhando no sentido do desenvolvimento do 
neoprocessualismo.
Concluídos os pontos anteriores, a fim de responder o objetivo 
específico estipulado, o final do capítulo contemplou a junção de vários 
fragmentos apresentados, divagando sobre a alegação de equiparar 
o processo judicial enquanto sinônimo de jurisdição. O assunto é 
problemático. Embora se reconheça que se tratam de elementos jurídicos 
distintos e perfeitos, por vezes, a expressão de um não consegue ocorrer 
sem que haja simultaneamente a sua correlação com o outro, aí o paradoxo 
do questionamento.
A fim de tentar nortear a dúvida sobre a existência de jurisdição sem o 
processo judicial, afirmamos que a jurisdição existe sem o processo judicial, 
entretanto, o processo judicial não existe sem a jurisdição. Como visto, 
a concepção do Estado Moderno é apoiada na ideia de jurisdição, isso é 
levado em consideração por toda a sequência de sistematizações na relação 
ítalo-brasileira. O processo judicial, enquanto instrumento, foi projetado 
para o desenvolvimento dessa atuação, ou seja, ele é o instrumento pelo 
qual se exercerá a jurisdição, por isso a errônea associação desses dois 
elementos enquanto sinônimos.
O nosso questionamento, porém, no sentido de responder o objetivo 
específico, é que essa disposição não significa que a jurisdição apenas teria a 
ver com o processo judicial. Sob a ótica do período sistemático do Processo 
Civil italiano (importado pelo brasileiro): forjaram essas concepções e, 
sobre elas, sistematizaram a lógica de desenvolvimento do Processo Civil 
que perdura até a atualidade.
PROCESSO, JURISDIÇÃO E SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
 
236
Utilizando a ideia de Piero Calamandrei de significar a jurisdição 
conforme o contexto, essa conclusão não significa que a ideia de reduzir a 
jurisdição ao processo judicial seja cabível na atualidade. Como afirmamos, 
a jurisdição parece ir muito além de uma mera expressão feita por um 
instrumento, de modo que a sua real dimensão foi/é abafada pela sua 
redução à sinônimo de processo judicial, afinal, desde as projeções da 
jurisdição na forma como pontuamos, houve intenso movimento nas 
estruturas da sociedade.
Por exemplo, muitos dos anseios da fase instrumentalista, brasileira 
e italiana, tem a ver com essa comunicação. A ideia de projetar novos 
contornos no processo judicial para a qualificação do sistema jurídico é 
uma provocação direta à revisitação da própria finalidade da jurisdição, 
desvelada pelo processo enquanto instrumento desenhado para o seu 
exercício. A jurisdição, sob a ótica do Estado, parece que mais teria a ver 
com o Direito do que meramente com o processo judicial: por todos, ele foi 
o instrumento que se concebeu para essa finalidade de tutelar direitos. Isso 
não significa, porém, que essa ideia não possa ser revista. A partir disso, 
a proposta consistiu em analisar em qual medida seria possível pensar o 
sistema de justiça multiportas na jurisdição e no Processo Civil.
O último objetivo específico, alinhado aos anteriores, consistiu 
em analisar, sobretudo, essa unidade que ficou conhecida por “Tribunal 
Multiportas”, no Brasil, ou Alternative Dispute Resolution, na Itália, 
especialmente para verificar a sua compatibilidade com a jurisdição e ver 
em qual medida isso dialogaria com o sistema de justiça multiportas. Como 
advertido, existem diferentes maneiras de nominar essa unidade e em análise 
pouco mais cautelosa, é possível identificar diferentes propostas para cada 
uma e como isso repercute para o que situamos como uma primeira fase do 
sistema de justiça multiportas (comum aos dois países).
Sobre aquela que se denomina por formas alternativas de resolução de 
conflitos (Alternative Dispute Resolution), o processo judicial existe, entretanto, 
a sua utilização pode não ser o melhor dos caminhos a seguir, sugerindo 
alternativas para que os conflitos sejam solucionados. Essa vertente está 
disposta de duas formas. A primeira está relacionada com o pluralismo 
jurídico. Considerando o processo judicial como caminho principal para a 
solução de conflito, pode existir cenário de algumas irregularidades (no plano 
jurídico) do próprio caso apresentado, de modo que esse direito oficial não 
é a melhor escolha, porquanto levaria esses problemas ao conhecimento 
do Estado. Criam-se, portanto, formas alternativas ao processo judicial para a 
solução desses conflitos (usualmente, pela via autocompositiva). A segunda 
é a já conhecida feição clássica dessa corrente, contemplada na ideia de 
alternatividade hierárquica entre os tipos de solução de conflitos.
237GUILHERME CHRISTEN MÖLLER
Outra vertente teórica é a dos meios adequados de solução de 
conflitos. Em síntese, para ela, o sistema de solução de conflito estaria 
dividido em duas subcategorias: os meios autocompositivos; e os meios 
heterocompositivos. O pressuposto dessa corrente consiste na ideia de 
que as formas autocompositivas seriam mais adequadas do que aquelas 
consideradas heterocompositivas, fundamentando-as no pensamento de 
que a resistência entre as pessoas seria um viés nocivo para todos os envolvidos 
(principalmente com a lógica de um sistema adversarial), de modo que o 
caminho correto, denominado pela corrente como adequado, seria a criação de 
um espaço de trabalho comparticipativo na busca pela solução do conflito. 
Existe uma evolução dessa interpretação para a ideia da adequação para

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