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Indaial – 2023
de Raquete
Prof. Weber Gomes Ferreira
1a Edição
Metodologia do 
ensino de espoRtes
Elaboração:
Prof. Weber Gomes Ferreira
Copyright © UNIASSELVI 2023
 Revisão, Diagramação e Produção: 
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI.
Núcleo de Educação a Distância. FERREIRA, Weber Gomes.
Metodologia do Ensino de Esportes de Raquete. Weber Gomes Ferreira. 
Indaial - SC: Arqué, 2023.
240p.
ISBN 978-65-5646-570-8
ISBN Digital 978-65-5646-566-1
“Graduação - EaD”.
1. Esporte 2. Raquete 3. Metodologia 
CDD 796
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Metodologia do Ensino de 
Esportes de Raquete! Estudaremos as modalidades tênis, tênis de mesa, badminton, 
squash, frescobol e beach tennis. 
Os esportes de raquete, como o próprio nome diz, possuem, como característica, 
a utilização de uma raquete a ser usada para rebater um objeto, que pode ser uma bola 
ou uma peteca. São jogos dinâmicos que possuem as partes técnica e tática específicas 
de cada modalidade. 
O conhecimento aprendido através desta disciplina possibilitará, aos 
estudantes e aos futuros profissionais de Educação Física, importantes subsídios para o 
desenvolvimento do ensino dos esportes de raquete no ambiente escolar. 
De modo geral, o conteúdo entregará, ao acadêmico, formas para desenvolver 
e planejar aulas, com a utilização das modalidades esportivas com o uso de raquete, 
incluindo aspectos físicos, técnicos e táticos. Para contemplar a proposta de estudo 
desta disciplina, este material será dividido em três unidades. 
Na Unidade 1, abordaremos a introdução ao mundo dos esportes de raquete. 
Para isso, serão apresentadas a história das modalidades esportivas que fazem uso 
da raquete e as manifestações delas nas atividades esportivas e recreativas do Brasil 
e do mundo. Depois, conheceremos essas modalidades. Por fim, compreenderemos a 
metodologia de ensino de esportes de raquete no ambiente escolar. 
Na Unidade 2, estudaremos a proposta de ensino dos esportes de raquete, com 
a compreensão da lógica da BNCC. Analisaremos os métodos de ensino voltados para a 
iniciação nesses esportes, além dos elementos estruturantes das técnicas esportivas e 
dos gestos técnicos na Educação Física escolar. 
Para finalizar, na Unidade 3, abarcaremos a estrutura dos esportes de raquete, 
com adaptações, práticas e jogos de iniciação. Ainda, como acontece a inserção desses 
esportes como ferramenta de inclusão social e estímulo à prática de atividade física, 
com o ensino para pessoas com deficiência. 
Esperamos que os conteúdos abordados, com os materiais selecionados, 
estimulem a sua leitura e os seus conhecimentos das modalidades, uma ferramenta útil 
e relevante para a sua aprendizagem e a sua formação profissional. 
Bons estudos! 
Prof. Weber Gomes Ferreira 
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e 
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes 
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você 
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar 
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só 
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confi ra, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO AO MUNDO DOS ESPORTES DE RAQUETE .............................. 1
TÓPICO 1 – HISTÓRIA DAS MODALIDADES ESPORTIVAS COM USO DE RAQUETE E 
MANIFESTAÇÕES NAS ATIVIDADES ESPORTIVAS E RECREATIVAS DO BRASIL E DO 
MUNDO....................................................................................................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 HISTÓRIA DOS ESPORTES DE RAQUETE NO BRASIL ......................................................4
 2.1 HISTÓRIA DO BADMINTON .......................................................................................................... 5
 2.2 HISTÓRIA DO TÊNIS DE MESA ................................................................................................... 6
 2.3 HISTÓRIA DO TÊNIS ......................................................................................................................7
3 ESPORTES DE RAQUETE PELO MUNDO ............................................................................9
 3.1 BADMINTON ................................................................................................................................... 9
 3.2 TÊNIS .............................................................................................................................................. 9
 3.3 TÊNIS DE MESA ...........................................................................................................................10
RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................................11
AUTOATIVIDADEfísicas deles voltadas aos jogos de 
raquete, praticados por um grupo de pessoas com mais acessibilidade ao esporte. Outro 
fator é a relação geográfica, assim, o Brasil, devido ao clima, marca presença com a prática 
de atividades físicas ao ar livre ao longo ano. Ainda, algumas modalidades de esporte 
não foram favorecidas como em outros países, como o tênis de mesa e o badminton 
(COPELLI, 2010).
Com o avanço da comunicação e da mídia esportiva, que leva acesso à comunidade 
geral, outras modalidades com o uso de raquete foram ganhando espaço no Brasil. Dentre 
elas, o beach tennis, o pádel e o squach ganham destaque. Compreenderemos melhor 
essa realidade ao longo das próximas páginas, e faremos uma breve descrição de outras 
modalidades de esportes de raquete praticadas no Brasil.
3.1 MODALIDADES DE ESPORTES COM RAQUETE NA PRAIA 
(BEACH TENNIS E FRESCOBOL)
O jogo de frescobol é realizado, especialmente, nas praias de Copacabana, na 
cidade do Rio de Janeiro. A idealização dele ocorreu no Brasil, por volta de 1945, pelo 
paraense Lian Pontes de Carvalho. Moradores da região jogavam tênis na areia, porém, 
as raquetes estragavam muito, devido à maresia, assim, o arquiteto Caio Rubens Romero 
Lyra desenhou raquetes de madeira e resistentes a ela e à água. 
A origem do nome aconteceu a partir da expressão “frescor do final da tarde”, 
devido à prática do jogo quase de noite. Ainda, misturadas as palavras “fresco” e “ball”, 
originou-se o termo frescobol. 
28
O jogo se espalhou pela costa do Brasil, e se tornou uma modalidade esportiva 
que não exige competição (COPELLI, 2010; LAGES et al., 2018).
Com origem italiana, o beach tennis pode ser jogado individualmente, ou em 
duplas, e a principal característica dele é ser jogado em um ambiente areoso. 
O beach tennis aumentou o número de participantes devido à facilidade com a 
qual uma pessoa aprende a jogar e à diversão que proporciona, mesmo para aqueles sem 
qualquer experiência na areia ou nas quadras de tênis. Além disso, é uma excelente opção 
para quem quer melhorar o condicionamento físico e cuidar da saúde (COPELLI, 2010).
Segundo Copelli (2010), o beach tennis é um esporte, relativamente, novo, uma 
vez que teve início em 1970, na Itália. O esporte se originalizou como uma adaptação e 
uma mistura do tênis de campo, do vôlei de praia e do badminton, praticado como uma 
atividade de lazer. Já em 1996, o esporte passou a delimitar regras de prática, o que o 
levou a um patamar de esporte competitivo.
Figura 10 – Misto beach tennis - Duplas de quartas de fi nal
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Mixed_Beach_tennis_Doubles_Quarterfi -
nals_ARG-VEN_ROS19_21-03-2019_(11).jpg. Acesso em: 24 abr. 2022.
29
3.1.1 Jogo e sistema de pontuação
O frescobol tem o objetivo de manter a bola em jogo, assim, adota comportamentos 
ofensivos e defensivos. É uma modalidade esportiva praticada na praia, adaptada do tênis 
(COPELLI, 2010).
O beach tennis é disputado com o melhor de três sets, e a pontuação é similar à 
do tênis: 15 para o primeiro ponto, 30 para o segundo, 40 para o terceiro e game para o 
quarto ponto. Caso a partida fique empatada, vence o jogador que tem uma margem de 
dois games em comparação ao adversário. O jogador, ou a dupla, fica em lados opostos da 
rede, sendo que a partida inicia pelo saque, que coloca a bola em jogo e é efetuado atrás 
da linha do fundo da quadra (COPELLI, 2010).
Se você, ainda, não conhece o beach tennis e o frescobol, confira 
os links a seguir e veja um pouco das dinâmicas dos jogos e das 
modalidades: https://cbbtennis.com/, https://www.youtube.com/
channel/UCLIQYhv95yD1yHhEkPeD8UA e https://www.youtube.com/
watch?v=lyBQzauok_g.
DICA
3.1.2 Estrutura da quadra e materiais 
O jogo de frescobol, mesmo sendo um esporte de praia, pode ser praticado 
em qualquer lugar, como no quintal ou dentro de casa, porém, em uma competição, a 
quadra utilizada é um espaço com uma distância de 8,0 metros entre os jogadores nas 
modalidades simples e em duplas. O jogo termina com o tempo previsto de cinco minutos, 
ou quando a equipe zera a tabela de sequência. Para jogar, são necessárias uma raquete 
para cada jogador e uma bola.
30
Figura 11 – Quadra de beach tennis 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Women%27s_Beach_tennis_Doubles_Fi-
nals_BRA-VEN_ROS19_23-03-2019_(04).jpg. Acesso em: 24 abr. 2022.
O beach tennis acontece em um terreno plano, nivelado por areia. A quadra possui 
o comprimento de 16 metros e a largura de 4,5 metros para partidas simples e 8 metros 
para em duplas. O meio da quadra é dividido por uma rede suspensa, com 1,70 metro de 
altura para o feminino e 1,80 metro para o masculino. Os jogadores utilizam uma raquete 
para jogar o beach tennis e uma bola, de acordo com as especifi cações da Confederação 
Brasileira de Beach Tennis.
3.1.3 Regras da modalidade e principais características
Na modalidade frescobol, o jogador deve segurar fi rme a raquete e manter o pulso 
e o braço fi rmes para acertar a bola no centro, incluindo a empunhadura, fi rme no fi m do 
cabo da raquete, a fi m de deixá-la inclinada para cima. Ainda, todos os dedos precisam 
segurar o cabo para distribuir força ao segurar essa raquete. A rebatida, na bolinha, é 
chapada, com a utilização do centro da raquete. É importante o conhecimento das regras 
gerais da modalidade.
31
Na modalidade beach tennis, a partida acontece em um ambiente areoso, que pode 
ser coberto, ou não, praticado na praia, mas, também, adaptado a clubes. A combinação 
de princípios técnicos de outras modalidades do beach tennis entrega regras semelhante 
às do tênis convencional e do badminton. Fique, sempre, por dentro do conhecimento das 
regras gerais da modalidade.
3.2 SPEEDMINTON E BLACKMINTON
O speedminton foi desenvolvido com a base do badminton, e adaptado para ser 
jogado em qualquer tipo de ambiente, assim, não tem uma estrutura montada e um local 
protegido do vento. O alemão Bill Brande queria jogar a modalidade em qualquer lugar 
(COPELLI, 2010).
A modalidade é uma remodelação das modalidades badminton, squash e tênis. 
Já o blackminton é jogado recreativa e cooperativamente, no escuro, com a inserção de 
um speedlight na peteca para ela brilhar, assim, o jogo é direcionado pelas luzes que estão 
nessa peteca. Ainda, os jogadores se vestem com roupas brancas, ou de cores cítricas, 
devido ao ambiente, no qual a iluminação é feita com luz negra.
Figura 12 – Speedminton
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Speedminton_Tenero.JPG. Acesso em: 24 
abr. 2022. 
32
Figura 13 – Campeonato de blackminton
Fonte: https://www.lejsl.com/sport/2021/09/18/saint-marcel-le-blackminton-roi-du-dojo. 
Acesso em: 24 abr. 2022.
3.2.1 Jogo e sistema de pontuação
Como os jogadores podem jogar em qualquer ambiente e espaço, para iniciar 
uma partida, fazem um sorteio para ver quem começa com o saque, com a alternação do 
serviço de três em três pontos.
Os jogos são disputados com o melhor de três ou de cinco sets, e o jogador que 
alcança 16 pontos vence o set. Entretanto, se o resultado fi ca empatado com 15 pontos, 
o serviço dev alternar ponto a ponto. O jogador que perde o set tem direito a servir no set 
seguinte (COPELLI, 2010).
33
Se você, ainda, não conhece o speedminton e o blackminton, confi ra os 
links a seguir e veja um pouco das dinâmicas dos jogos e das modalidades: 
https://www.youtube.com/watch?v=U4IrKXEB2uA e https://www.youtube.
com/watch?v=-1jfZ175HX8.
DICA
3.2.2 Estrutura da quadra e materiais
Os jogos speedminton e blackminton acontecem em um campo de 12,8 metros de 
comprimento. Dois quadrados de 5,5 metros englobam a distância na qual os jogadores 
fi cam, e as partidas podem ser simples ou em duplas. 
Utiliza-se uma raquete que possui diferentes tipos e que se ajusta às diferentes 
idades e tipos de jogo dos praticantes. A peteca é diferenciada, e se chama “speeder”, feita 
com plástico e borracha elástica, com aberturas pequenas que geram mais estabilidade 
e tempo devoo.
Figura 14 – Quadra de speedminton 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Crossminton_doubles.jpg. Acesso em: 24 
abr. 2022.
34
3.2.3 Regras da modalidade e principais características
A modalidade speedminton combina elementos de diferentes esportes, como 
badminton, squash e tênis, com o objetivo de alcançar o quadrado do jogador oposto 
com a speeder. Caso essa speeder fi que fora do quadrado oposto, o outro lado ganha 
um ponto. Pode sair, ou em qualquer lugar dentro do quadrado, durante o jogo. Assim, é 
importante o conhecimento das regras gerais da modalidade.
3.3 SQUASH
O squash é uma modalidade esportiva desenvolvida como uma adaptação 
do tênis. Foi instituído na Inglaterra, no começo do século XIX, e praticado por presos 
que adaptaram o tênis ao rebater, com uma raquete, a bola contra as paredes. Ainda, 
utilizavam paus e bastões e uma bola de borracha que batiam contra os muros da prisão. 
No Brasil, o squash iniciou em 1920, advindo por ingleses em busca de ouro. Ainda, 
marcou presença na década de 30, em um clube esportivo, com a primeira quadra no 
clube SPAC (São Paulo Athletic Club). Já nos fi nais das décadas de 70 e 80, a modalidade 
ganhou muitos adeptos (COPELLI, 2010).
Figura 15 – Semifi nal de squash
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Semifi nal_Squash_SM_2021.jpg. Acesso em: 
24 abr. 2022.
35
3.3.1 Jogo e sistema de pontuação
O jogo acontece em uma quadra fechada por quatro paredes, na qual uma é de 
vidro. Refere-se a rebatidas de uma bola com o uso de uma raquete. 
As partidas de squash podem ser disputadas com dois jogadores (um contra o 
outro), ou em quatro (duas duplas), sendo que cada jogador, com a própria raquete, está 
apto a golpear uma bola preta de borracha na partida.
Uma partida de squash consiste em rebater a bola contra a parede frontal, sem 
deixá-la quicar mais de uma vez no solo. A partida é com uma melhor de três ou cinco 
games, e cada game é jogado até 11 pontos, porém, se a pontuação fica empatada em 10, 
a partida continua até um dos jogadores fazer dois pontos de diferença (COPELLI, 2010).
Se você, ainda, não conhece o squash, confira os links a seguir e veja um 
pouco da dinâmica do jogo e da modalidade: http://cbsquash.com.br/ e 
https://www.youtube.com/watch?v=387IPXPUx4Y.
DICA
3.3.2 Estrutura da quadra e materiais 
A estrutura da quadra do squash possui 9,75 metros de comprimento por 6,4 
metros de largura. Marca presença uma parede frontal, com a qual são realizadas as 
jogadas, com 4,75 metros de altura, incluindo uma caixa de serviço, um quadrado de 1,6 
por 1,6 metro. Já a parede traseira mede 2,12 metros de altura. 
As marcações, dentro da quadra, são feitas com faixas de cinco centímetros de 
largura, incluindo a caixa de serviço, além da altura da linha de serviço, com 1,783 metro 
de altura. 
O squash é um esporte praticado com uma raquete e uma bola oca, preta, e 
de borracha, por dois ou quatro jogadores, de forma individual ou divididos em duplas 
(COPELLI, 2010).
36
Figura 16 – Duas jogadoras dentro de uma quadra de squah
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/jovens-ativos-jogando-squash_12930797.htm#-
query=squash&position=9&from_view=keyword&track=sph. Acesso em: 24 abr. 2022.
3.3.3 Regras da modalidade e principais características
A modalidade squash é realizada em um espaço fechado, no qual a rebatida da 
bolinha é em alta velocidade, assim, a segurança dos jogadores vem em primeiro lugar, a 
fi m de não colocar o adversário em perigo, incluindo o Fair Play, com o respeito aos direitos 
como um pilar para o desenvolvimento do jogo. Então, é importante o conhecimento das 
regras gerais da modalidade.
3.4 RAQUETEBOL (RACQUETBALL)
A modalidade raquetebol (racquetball) apareceu por volta de 1949, época na qual 
o atleta de tênis Josep Sobek associou as modalidades squash e handebol, também, 
praticadas por ele, combinou as regras e criou um novo jogo de raquete. Já em 1952, 
Sobek fundou o Paddle Rackets Association, com a elaboração de um conjunto de regras, 
37
assim, o esporte teve mais visibilidade, a fi m de se transformar no raquetebol dos dias 
atuais (COPELLI, 2010). 
O jogo acontece após o saque ser feito, e os jogadores (ou parceiros de duplas) 
devem retornar a bola alternadamente, até que um não consiga fazer um bom retorno. 
Ainda, em uma chamada do marcador, ou do árbitro, a bola, então, deixa de estar em jogo.
Figura 17 – Raquete de raquetebol
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Racquetball_-_Schl%C3%A4ger_und_Ball.
jpg. Acesso em: 24 abr. 2022.
3.4.1 Jogo e sistema de pontuação
O raquetebol pode ser jogado individualmente ou em duplas. De forma individual, 
o jogo acontece entre dois jogadores, sendo que cada um usa uma raquete padrão, com 
uma cinta de segurança presa no pulso e uma bola. Em duplas, o jogo é idêntico ao simples, 
porém, acontece com quatro jogadores divididos em duas equipes de dois jogadores cada.
A pontuação, em uma partida de raquetebol, consiste no melhor de três jogos. Cada 
jogo é composto por 21 pontos, sendo que o jogador que marca 21 ganha o jogo, entretanto, 
se, no placar, está empatado, 20 x 20, o jogador que marca mais dois pontos ganha. 
Após o saque, cada rally gera um ponto marcado, obtido pelo vencedor daquele 
rally (COPELLI, 2010). 
38
Se você, ainda, não conhece o raquetebol, confira o link a seguir e veja 
um pouco da dinâmica do jogo e da modalidade: https://www.youtube.
com/watch?v=DoFS1fadv7I.
DICA
3.4.2 Estrutura da quadra e materiais 
Em um jogo de raquetebol, a estrutura da quadra possui uma área de jogo 
com 13,2 metros de comprimento por 6,6 metros de largura, e com a parede traseira 
com 3,66 metros de altura. Outra informação fundamental é a de que o piso dessa 
quadra deve ser nivelado. 
A quadra de raquetebol apresentada a seguir será demarcada por uma linha 
curta, linha de serviço, zona de serviço, caixas de serviço, linha de serviço de saque, linha 
de recepção, zona de segurança e linha de fora da quadra. 
No jogo, são utilizados equipamentos, como uma raquete e uma bola.
Figura 18 – Quadra de raquetebol
Fonte: http://lh5.ggpht.com/_m9gLd1-HvO0/S2BDNMRwmqI/AAAAAAAAEIg/rhLbpkYLM78/
squash1.jpg. Acesso em: 24 abr. 2022.
39
3.4.3 Regras da modalidade e principais características
A modalidade raquetebol possui o objetivo de evitar que a bola, ao retornar, toque 
no chão duas vezes. Os jogadores se posicionam de frente para a parede, e alternam os 
saques com uma raquete encordoada e amarrada no pulso, para evitar que escape da 
mão. Como proteção, utilizam óculos, devido a boladas. Como conclusão, é importante o 
conhecimento das regras gerais da modalidade.
3.5 PÁDEL
O pádel teve origem por volta de 1890, por passageiros ingleses que adaptaram a 
prática do tênis dentro de navios.
A partir de 1924, Frank Beal, um americano, organizou algumas quadras dentro 
de parques municipais de Nova York. No Brasil, o esporte começou na cidade gaúcha de 
Jaguarão, e, a partir de 1991, outros clubes começaram a aderir ao pádel.
A modalidade esportiva é jogada por duplas que fi cam organizadas dentro de uma 
quadra, a qual é dividida ao meio, e por uma rede. Ocorre interação com as paredes ao 
fundo e cercadas nas laterais, e podem ser utilizadas para a reposição da bola no jogo 
(COPELLI, 2010).
Figura 19 – Arena de pádel
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Padel_Tennis_Arena_ISPO_2014.jpg. Acesso 
em: 24 abr. 2022.
40
3.5.1 Jogo e sistema de pontuação
O pádel começa pelo saque do jogador para o adversário e finaliza com um erro de 
alguma das duplas, assim, é feito um ponto.
O jogo é idêntico ao tênis, e os pontos são contabilizados em 15, 30 e 40. As 
disputas ocorrem com o melhor de três ou cinco sets, sendo que cada set possui seis 
games. Assim, a dupla que, primeiramente, completa os quatros pontos vence o game, 
porém, se permanecem empatados, os games, durante a partida, vence, o set, a equipe 
que entrega uma diferença de dois games.
Duranteo jogo, a bola é lançada pela rede, e em direção ao campo adversário, 
entretanto, não pode quicar mais de duas vezes no espaço da quadra. O jogador está apto 
a devolver a bola para o outro campo, a fim de utilizar as paredes sem que a bola toque 
nelas e no espaço da própria quadra, ou nas telas.
O saque inicia a partida, e é executado abaixo da linha da cintura e de forma 
cruzada. O jogador tem duas chances para acertar o saque, que não pode ser rebatido 
por voleio, antes que a bola quique no solo, pela equipe adversária. Durante a disputa de 
um rally, é permitido que a bola toque nas paredes laterais e de fundo, e que possa ser 
recolocada em jogo, desde que ela não quique duas vezes no solo (COPELLI, 2010).
Se você, ainda, não conhece o pádel, confira os links a seguir e veja 
um pouco da dinâmica do jogo e da modalidade: https://www.youtube.
com/watch?v=NX-68fxhL_4 e https://www.cobrapa.com.br/.
DICA
3.5.2 Estrutura da quadra e materiais 
A modalidade pádel acontece dentro de uma área de jogo, em um campo 
retangular e, totalmente, fechado, com 10 metros de largura por 20 metros de 
comprimento, incluindo uma rede no meio, que forma um quadrado de 10 x 10 metros. 
É envolto por uma superfície em vidro, ou com alvenaria nos topos e em parte das 
laterais. Para ser jogada, é utilizada uma raquete com uma superfície plana e com uma 
corda de segurança, além de bolas.
41
Figura 20 – Quadra de pádel
Fonte: https://i.pinimg.com/originals/df/69/e4/df69e4ef0545c9afad2d94d5b3d887d5.png. 
Acesso em: 24 abr. 2022.
3.5.3 Regras da modalidade e principais características
A modalidade pádel é, sempre, jogada em duplas, e limita a área a ser coberta 
por cada um dos jogadores, assim, há a diminuição do esforço físico. Utiliza uma raquete 
mais resiste e a mesma bolinha do tênis de campo, o que necessita de menos força 
para devolver a bola para o adversário. O uso das paredes laterais facilita o dinamismo 
nas rebatidas e nas jogadas, ou seja, é importante o conhecimento das regras gerais da 
modalidade.
3.6 RACKETLON
As origens do racketlon são apontadas na Escandinávia, por volta dos anos 80, 
região na qual ocorreu o encontro de quatro membros de cada uma das quatro federações 
de raquete, os quais se reuniram na Finlândia para formar um jogo, chamado de mailapelit, 
ou seja, “jogos de raquete”.
42
A modalidade racketlon é composta por uma prova esportiva com a disputa de 
quatro modalidades de raquete diferentes: tênis de mesa, badminton, squash e tênis. 
Cada esporte é disputado até 21 pontos, e o aluno que marca o maior número de pontos, 
ao fi m dos jogos nas quatro modalidades, vence a partida de racketlon (COPELLI, 2010).
Figura 21 – Bolas e peteca utilizadas no racketlon
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Racketlon_balls.jpg. Acesso em: 24 abr. 
2022.
3.6.1 Jogo e sistema de pontuação
O jogo acontece de acordo com a sequência das modalidades tênis de mesa, 
badminton, squash e tênis.
O racketlon, de acordo com Copelli (2010), é organizado em quatro sets, um em 
cada modalidade, e com o objetivo de alcançar 21 pontos. Caso aconteça um empate, o 
jogo termina com uma diferença de dois pontos entre os jogadores, algo praticado pela 
ordem acima referida. 
A disputa acontece nas categorias simples (masculina e feminina) e em duplas 
(masculina, feminina e mista). 
43
Se você, ainda, não conhece o racketlon, confi ra os links a seguir e veja um 
pouco da dinâmica do jogo e da modalidade: http://www.clubracket.com.
br/index.php?option=com_k2&view=item&id=993:racketlon&Itemid=130 
e https://www.youtube.com/watch?v=H5LuMYsZqBo.
DICA
3.6.2 Estrutura da quadra e materiais
Nos jogos de tênis de mesa, badminton, squash e tênis, o jogador desenvolve 
cada modalidade de acordo com as especifi cidades, os espaços e os materiais. Assim, 
o competidor, a cada set, joga de acordo com as regras aplicadas nos quatro esportes 
individuais, com exceção das de pontuação.
Figura 22 – Tênis de Mesa, um dos esportes feitos pelo racketlon
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Racketlon_balls.jpg. Acesso em: 24 abr. 
2022.
44
3.6.3 Regras da modalidade e principais características
A modalidade racketlon é praticada pelas quatro modalidades de raquetes: tênis 
de mesa, badminton, squash e tênis. 
O melhor jogador é o que consegue ser mais consistente e regular os resultados 
obtidos das quatro modalidades esportivas. Mais uma vez, é importante o conhecimento 
das regras gerais da modalidade.
Acesse os links a seguir e conheça algumas das principais entidades 
que regem as modalidades de esportes de raquete:
• Badminton: https://bwfbadminton.com/.
• Ball badminton: http://www.ballbadmintonindia.com/.
• Beach tennis: https://www.itftennis.com/en/.
• Pádel: https://www.padelfip.com/.
• Platform tennis: http://www.platformtennis.org/.
• Raquetebol: https://www.internationalracquetball.com/.
• Squash: https://www.worldsquash.org/.
• Tênis: https://www.itftennis.com/en/.
• Tênis de Mesa: https://www.ittf.com/.
DICA
4 OUTRAS MODALIDADES ESPORTIVAS COM O USO DE 
RAQUETE
Continue os estudos e as conheça! Venha conosco!
4.1 PICKLEBALL
O pickleball possui indícios de prática na cidade de Seattle, no Estado de 
Washington, em 1965. É a junção dos elementos das modalidades do tênis, do badminton 
e do tênis de mesa.
A quadra de jogo é a mesma do badminton, e a rede utilizada é a do tênis, porém, 
mais baixa. 
Para o jogo, utilizam-se raquetes específicas, e a bola do jogo é feita com material 
plástico, com furos. Ainda, pode acontecer em ambiente abertos, ou fechados, e ser 
jogado em duplas, ou de forma individual.
45
O pickleball é um esporte jogado com uma bola perfurada especial e em uma 
quadra de badminton, com uma rede usada no tênis. Essa bola é sacada diagonalmente, 
através da rede, para a área adversária receber, e é rebatida para frente, através da rede, 
até que um jogador não consiga devolvê-la. Os pontos são marcados quando se vence o 
rally, ou o lado oposto comete uma falta. Esses pontos são contados até 11, e se lidera por 
uma vantagem de dois pontos.
Conheça o pickleball ao assistir ao seguinte vídeo: https://www.pickleball.
com.br/videos.
DICA
4.2 BALL BADMINTON
O ball badminton tem registro de jogo em 1856, na Índia, semelhante ao badminton, 
porém, a bola do jogo é feita de lã amarela.
As partidas são realizadas em uma quadra retangular, com as dimensões 12x24, e 
dividida em metades, com a colocação de uma rede no centro. Vence o jogo a equipe que, 
primeiramente, alcança 35 pontos.
Conheça o ball badminton no seguinte vídeo: https://www.youtube.com/
watch?v=lPh-cW7ZHjQ.
DICA
4.3 QIANBALL
O qianball é uma modalidade de esporte que utiliza raquete e bola. Foi criado na 
China, com uma mistura de aspectos do tênis e do squash, e tem o objetivo de rebater a 
bola, que é presa a uma corda elástica.
Os equipamentos necessários para a prática do esporte são um saco de bolas com 
peso, ou um gancho embutido no chão; raquetes de qianball e uma qianball com elástico.
46
O jogo pode acontecer no formato simples, ou em duplas. Todos os jogadores 
envolvidos ficam do mesmo lado, voltados para a rede. O saco de bolas, ou ganchos, é 
colocado a 2,1 metros da rede, em um ponto qianball, ao qual a ponta do elástico de 
qianball é presa. 
Consiste em acertar o qianball sem permitir que ele quique no chão da zona do 
jogador. A bola pode quicar uma vez na zona da bola. Ainda, os pontos são concedidos a 
uma equipe se o adversário permite que a bola quique. Por fim, uma partida é disputada 
em três sets de 15 pontos.
Conheça o qianball no seguinte vídeo: https://youtu.be/e2LG8IEeacg.
DICA
4.4 SPEEDBALL
O jogo data do início do século XX, na Europa, e veio da modalidade espirobol. O 
jogador que saca em direção ao adversário rebate a bola para que ela se enrole até tocar 
no poste, assim, esse adversário rebate, a fim de mudar a direção dela. A bola fica presa 
por uma corda, e, essa corda, em um poste. 
Conheça o speedball no seguintevídeo: https://www.youtube.com/
watch?v=v5gg1RElFKU.
DICA
47
4.5 MODALIDADES ADAPTADAS
As pessoas com deficiência que vão em busca da prática de esportes podem, 
em diferentes cenários, procurar a modalidade esportiva, a fim de visar à saúde, ao lazer 
e/ou ao rendimento. Entretanto, no ambiente escolar, é preciso fazer adaptações para o 
desenvolvimento da atividade esportiva, de modo a propiciar, aos alunos com deficiência, 
a experimentação de uma atividade de forma prazerosa, e que vivenciem as modalidades 
de acordo com as próprias limitações. Mesmo com a evolução dos esportes adaptados e 
paralímpicos, é necessário pensar nas estruturas físicas para garantir o acesso a quem 
tanto precisa.
As modalidades paralímpicas de raquete são parabadminton, tênis de mesa 
paralímpico e tênis em cadeira de rodas, porém, existem outras possibilidades de esportes 
de raquete que contemplam vários tipos de deficiência (CREN CHIMINAZZO; BELLI, 2021). 
Veremos alguns exemplos de modalidades que já possuem adaptações a seguir:
Quadro 4 – Modalidade esportivas adaptadas
 Deficiência Física Deficiência 
Intelectual Deficiência Visual Deficiência Auditiva
Parabadminton Badminton -
Os surdos podem 
praticar qualquer 
esporte de raquete 
com pequenas 
adaptações, 
por exemplo: 
substituição de 
marcações sonoras 
por luzes, bandeiras 
e gestos.
Tênis em cadeira de 
rodas Tênis Blind tennis
Tênis de mesa Tênis de mesa Showdown
Polybat Polybat Polybat
Takkyu volley Takkyu volley Takkyu volley
Pelota basca Pelota basca -
Raquetebol - Raquetebol
Fonte: Cren Chiminazzo e Belli (2021, p. 149)
4.5.1 Blind tennis/Tênis para cegos
O blind tennis, ou soundball, é a adaptação do tênis, e permite que as pessoas 
com deficiência visual possam praticar a modalidade.
O jogo acontece em uma quadra menor em comparação à do tênis, com uma rede 
mais baixa, com raquetes e bolas maiores do que as convencionais, macias e audíveis. As 
linhas da quadra possuem alto-relevo, assim, o atleta consegue se localizar no espaço 
com mais facilidade.
48
A bola pode quicar duas vezes antes de ser rebatida, e o voleio (rebatida sem 
quique) não é permitido. 
Pode ser jogado individualmente, ou em duplas, seguida a contagem do tênis 
(CREN CHIMINAZZO; BELLI, 2021).
4.5.2 Pelota basca
A pelota basca é uma modalidade esportiva de raquete na qual a bola é rebatida 
contra uma parede, disputada entre duas ou quatro pessoas. No jogo, a bola pode quicar 
até duas vezes no chão. Ainda, a partida tem uma duração de 25 pontos.
4.5.3 Polybat
O polybat é um esporte desenvolvido para pessoas com paralisia cerebral.
O jogo acontece em uma mesa de tênis de mesa, sem uma rede divisória. Possui, 
nas laterais, bordas, e com 10 centímetros de altura, para que a bola não saia pelos lados.
O jogador saca duas vezes alternadamente, e o oponente deve permitir que a bola 
toque a borda lateral antes de rebatê-la.
O jogo é disputado com o melhor de cinco sets de 11 pontos, e sem vantagem 
(CREN CHIMINAZZO; BELLI, 2021).
4.5.4 Raquetebol
O raquetebol adaptado é praticado em uma quadra de 12,20 metros de 
comprimento × 6,10 metros de largura, fechada por quatro paredes, com a utilização da 
rebatida contra a parede.
As partidas são disputadas com o melhor de três jogos, sendo que os dois 
primeiros vão a 15 pontos, e, o desempate, a 11 (CREN CHIMINAZZO; BELLI, 2021).
4.5.5 Showdown
O showdown uma modalidade esportiva para pessoas com deficiência visual, 
parecida com o polybat.
O objetivo do jogo é rebater a bola de maneira que ela role e caia na caçapa do 
oponente. Cada gol vale dois pontos. Ainda, cada atleta faz dois saques em séries alternadas.
As partidas acontecem com o melhor de três sets, e até 11 pontos (CREN 
CHIMINAZZO; BELLI, 2021).
49
4.5.6 Takkyu volley (TKV)
O takkyu volley (TKV) é uma mistura de voleibol com tênis de mesa, no qual os 
jogadores jogam sentados em cadeiras dispostas ao redor da mesa de tênis de mesa. 
São seis pessoas em cada equipe, separadas por uma rede que permite que a 
bola passe rolando por baixo. 
Para jogar, usa-se uma raquete retangular, sem cabo, e com uma bola audível. 
O objetivo do jogo é fazer essa bola ultrapassar a área da equipe adversária, além de que 
saia da mesa (CREN CHIMINAZZO; BELLI, 2021).
50
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tema de aprendizagem, você estudou:
• Além das modalidades olímpicas, outros esportes de raquete têm chamado atenção 
e recebido adeptos por todo o mundo. Dentre eles, destacam-se o squash, o pádel e 
o beach tennis.
• O beach tennis tem, como principal característica, ser praticado em uma área. Isso 
faz com que o esporte tenha dimensões e regras únicas, devido ao ambiente de jogo.
• O squash se caracteriza por não ser jogado com uma rede que divide os campos dos 
adversários.
• No squash, a bola é jogada contra uma parede, e os jogadores ocupam o mesmo 
espaço. 
• No pádel, os jogadores têm, como objetivo, rebater a bola para o campo do adversário, 
que passa por uma rede no centro, todavia, o principal elemento que caracteriza o 
esporte é o fato de que se pode usar paredes em torno da quadra para ser controlado 
o tempo da bola.
• Além das modalidades citadas, destacam-se outros esportes de raquete, como 
pickleball, ball badminton, qianball e speedball.
• Os esportes de raquete possuem modalidades adaptadas para pessoas com 
deficiências.
51
AUTOATIVIDADE
1. Observe as bolas e a peteca a seguir e responda ao que se pede:
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Racketlon_balls.jpg. Acesso em: 24 abr. 
2022.
Com relação às bolas e à peteca expostas, assinale a alternativa CORRETA, com a respectiva 
modalidade de cada uma:
a) ( ) Tênis de mesa, badminton, squash e tênis de campo. 
b) ( ) Tênis de mesa, beach tennis, tênis de campo e pádel.
c) ( ) Beach tennis, badminton, pádel e tênis de campo. 
d) ( ) Pádel, squach, beach tennis e tênis de campo.
52
2. O pádel é uma modalidade esportiva de raquete jogada, somente, em duplas que ficam 
dispostas em uma quadra dividida, ao meio, por uma rede, mas com paredes ao fundo 
e partes das laterais que podem ser utilizadas para a reposição da bola em jogo. É uma 
modalidade derivada, com base na origem, do tênis. Ainda, surgiu, primeiramente, dentro 
de navios ingleses, por volta de 1890, como uma forma de adaptação do jogo de tênis, 
o qual era muito praticado. Assim, com base nas regras, analise as sentenças a seguir:
I- O sistema de pontuação é igual ao do tênis de campo: as partidas são disputadas com o 
melhor de três, ou cinco sets, sendo que cada set possui seis games e cada game tem 
quatro pontos, contados por 15, 30, 40 e Game. 
II- São necessários dois pontos de vantagem para se vencer um game, além de dois games 
para se levar um set. 
III- O jogador possui duas chances de acertar o saque, o qual não pode ser respondido por 
voleio pela equipe adversária, ou seja, antes que a bola quique no solo.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
3. Um jogo de resistência física e estratégia, assim pode ser definido o squash, esporte 
surgido na Inglaterra, no final do século passado, e que vem mudando o próprio conceito 
no país. O squash foi difundido de maneira equivocada no Brasil, como um bom esporte 
só para quem quer perder calorias e reduzir o estresse. Entretanto, o esporte não é só 
isso. Acima de tudo, é um jogo estratégico. Ainda, exige concentração e reflexo apurados 
do praticante. Assim, com base no exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras 
e F para as falsas para as aulas de squash:
( ) O jogo consiste em se rebater uma bolinha contra uma parede frontal, sem deixá-la 
quicar mais de uma vez no solo. 
( ) É disputado com o melhor de três, ou cinco games, mas só o sacador marca o ponto, ou 
seja, há uma vantagem para ele. 
( ) Existem dois sistemas de pontuação: standard,que possui games de nove pontos, sendo 
que, se ocorre um empate em 8X8, o recebedor do saque escolhe se prefere que o game 
acabe em nove pontos (set one) ou 10 (set two).
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – V – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
53
4. Cada modalidade esportiva de raquete possui fundamentos técnicos e táticos próprios. 
Assim, os aspectos técnicos, nos esportes de raquete, constituem-se da seguinte 
forma: (1) colocação da bola, ou da peteca, em jogo, retirada de uma situação de inércia, 
e colocada em uma de movimento, ao fazê-la ir para o outro jogador/campo; e (2) 
devolução dessa bola, ou dessa peteca, para o primeiro jogador, que o envia de volta, e 
assim sucessivamente, até que alguém cometa um erro, o que origina a conquista do 
ponto. Diante disso, aponte as características técnicas e táticas para o desenvolvimento 
dos esportes de raquete.
5. Belo Horizonte não tem praia, mas isso não a impediu de ser invadida por uma verdadeira 
febre: o beach tennis. O esporte caiu no gosto dos belo-horizontinos, que lotam quadras 
de areia durante a semana para fazer aulas, e, nos fins de semana, para se divertir em 
família ou com os amigos. Outro fator que pode explicar o fenômeno é a facilidade de 
se praticar a atividade. É um esporte muito fácil, no qual a gente consegue colocar uma 
pessoa para jogar na primeira aula. Ele é muito democrático perante as questões de idade 
e sexo. As meninas jogam em duplas, com as roupas iguais. As mulheres começam a 
postar fotos no Instagram, que acaba se tornando uma mídia espontânea. Diante disso, 
indique os benefícios do beach tennis. 
54
55
TÓPICO 3 - 
METODOLOGIA DE ENSINO DE ESPORTES 
DE RAQUETE NO AMBIENTE ESCOLAR
1 INTRODUÇÃO
A Educação Física faz parte do currículo da escola, e, em aulas, desenvolve a 
cultura corporal de movimento, com as práticas corporais agrupadas em esportes, lutas, 
danças, jogos e brinquedos. Ainda, as manifestações acontecem através da ampliação 
das habilidades e das competências dos alunos, nas quais o movimento humano está 
inserido. Por fim, nas aulas de Educação Física, as práticas corporais são desenvolvidas 
com o respeito aos limites e a potencialização da cultura corporal dos alunos.
É possível assegurar, aos alunos, a (re)construção de um conjunto de 
conhecimentos que permita ampliar a consciência de movimentos e de recursos para 
o cuidado de si e dos outros, e desenvolver autonomia para a apropriação e a utilização 
da cultura corporal de movimento para diversas finalidades humanas, o que favorece a 
participação dos estudantes de forma confiante e autoral na sociedade.
As práticas corporais realizadas se organizam através de apontamentos 
no movimento corporal, com a organização interna do ensino e o produto cultural 
desenvolvido pela prática corporal de movimento, de modo a propiciar, ao aluno, uma 
dimensão de conhecimentos e a ampliação do repertório motor. 
UNIDADE 1
2 PROPOSTAS DE ENSINO PARA ESPORTES DE RAQUETE
O ensino de esportes de raquete deve utilizar metodologias que estimulem os 
alunos à compreensão e à dinâmica da modalidade de golpeio de um objeto, com os 
objetivos de ultrapassagem da rede e de demarcação, atingido um ponto. Assim, esse 
ensino, por meio do jogo, possibilita o desenvolvimento da percepção e da resolução 
de problemas estabelecidos pela prática, além da tomada de decisão e das respostas a 
informações do ambiente no qual os alunos estão inseridos (CREN CHIMINAZZO; BELLI, 
2021).
Percorreremos algumas propostas de ensino que auxiliarão a ampliação do 
repertório motor e o desenvolvimento dos esportes de raquete nas aulas de Educação 
Física, como multimodalidades, Teaching Games for Understanding (TGFU), e a proposta 
interacionista.
56
2.1 MULTIMODALIDADES COMO ENSINO DOS ESPORTES DE 
RAQUETE
Os esportes de raquete são modalidades esportivas que rebatem um implemento 
(bola ou peteca) em direção à quadra adversária, de acordo com Cren Chiminazzo e Belli 
(2021). Apresentam, como elementos funcionais de ataque, as estruturas individual e 
coletiva da bola e as progressões da equipe e da bola em direção ao alvo adversário, 
com a finalização da jogada, o que objetiva a obtenção de um ponto. Já os princípios 
defensivos são a recuperação dessa bola, o impedimento e o avanço da equipe contrária 
e da bola em direção ao próprio alvo e a proteção do alvo, a fim de impedir a finalização 
da equipe adversária.
A perspectiva de ensino dos esportes de raquete, através das multimodalidades, 
objetiva estimular novas propostas que busquem integrar e diversificar o momento de 
aprendizagem, o que favorece o desenvolvimento de competências para diferentes 
modalidades e aumenta a chance de engajamento, e, por consequência, de benefícios 
pessoais e sociais (CREN CHIMINAZZO; BELLI, 2021).
A proposta demonstra dois jogadores em uma partida de qualquer um dos 
esportes de raquete destacados neste livro, com possíveis momentos de jogo e 
possibilidades de tomadas de decisão.
Seguem dois círculos, um da cor cinza, que representa momentos de um 
ataque (construção de espaços e tentativa de ponto), e um branco, com o momento 
característico de uma defesa (defesa de um possível ataque).
57
Figura 23 – Proposta de ensino de esportes de raquete através de multimodalidades
Fonte: Cren Chiminazzo e Belli (2021, p. 26)
Durante a realização de ações ofensivas e defensivas, Cren Chiminazzo e Belli 
(2021) apontam que o jogador procura estabelecer uma posição (destacada de preto na 
fi gura), a fi m de se posicionar no melhor espaço para tentar realizar alguma das ações 
nos círculos cinza e branco.
Quando um (a) jogador (a) recebe uma das ações de ataque (construir espaços 
e tentar marcar o ponto), pode responder, com a ação, no círculo de cor branca (defesa), 
ou, mesmo, com um ataque, com uma das ações representadas no círculo de cor cinza.
Os esportes de raquete possuem uma característica particular, pois envolvem 
ações alternadas e não condicionadas, ou seja, não é porque alguém ataca que a ação 
adversária é a de defesa, um “contra-ataque imediato” (CREN CHIMINAZZO; BELLI, 2021). 
58
As metodologias de ensino para os esportes de raquete podem ser 
desenvolvidas dentro do ambiente escolar, de modo a proporcionar, 
aos alunos, a ampliação do repertório motor e o desenvolvimento dele. 
Assim, é importante que você, futuro profissional de Educação Física, 
conheça as habilidades e as competências aplicadas dentro da escola. 
Então, faça uma leitura da Base Nacional Comum Curricular em http://
basenacionalcomum.mec.gov.br/, para auxiliar na compreensão das 
metodologias de ensino.
DICA
Após a proposta de ensino de esportes de raquete através das multimodalidades, 
conheceremos os conceitos básicos do esporte e diferenciaremos as fases ofensiva e 
defensiva que acontecem no jogo.
O conceito ofensivo, segundo Cren Chiminazzo e Belli (2021), abarca a construção 
de espaços, pois há o envio de uma bola/peteca nos espaços livres e que ficam mais 
longe do adversário, o que faz com que ele a busque nos cantos da área do jogo, nas 
laterais da quadra, sendo que pode colocá-la próxima da rede, ou no fundo. Ainda, o 
jogador tenta marcar um ponto em cima da área de jogo adversária. 
O conceito defensivo engloba a ação de se defender de um ataque feito pelo 
adversário, realizado durante um rally, no qual o jogador se defende perante a tentativa 
de fazer um ponto.
2.2 METODOLOGIA TEACHING GAMES FOR UNDERSTANDING 
(TGFU)
A proposta TGFU, segundo Luz (2018) e Thorpe, Bunker e Almond (1986), engloba 
o ensino de jogos para compreensão. É estruturada pela teoria construtivista, que 
influenciou abordagens posteriores que surgiram dessa derivação, como Game Sense, 
Tactical Games, dentre outros, com a priorização do processo de ensino-aprendizagem-
treinamento através da aprendizagem tática, assim, o aluno/aprendiz participa de forma 
mais enérgica, por meio de formas intencionais de aprendizagem.Essa metodologia apresenta, como proposta de ensino, a consciência tática, 
que não desenvolve o aprimoramento de habilidades a serem desenvolvidas nas aulas 
de Educação Física.
O modelo acaba sendo desmotivador para os alunos, mas o aprendizado 
acontece através da compreensão do jogo e da estrutura dele, e todas as habilidades 
que os alunos já possuem são consideradas (LUZ, 2018).
59
O TGFU se desenvolve por meio de uma série de jogos, do mais simples até o 
mais complexo, com a realização do jogo, propriamente, dito. Alguns são complexos, de 
invasão e de rede, por exemplo (LUZ, 2018; THORPE; BUNKER; ALMOND, 1986).
O modelo é estruturado a partir de quatro princípios: 1 – seleção do tipo de jogo 
(game sampling); 2 – modifi cação do jogo por representação (formas de jogo reduzidas, 
representativas das formas adultas); 3 – modifi cação por exagero (manipulação das 
regras de jogo, espaço, tempo, como um direcionamento da atenção dos jogadores para 
um confronto com determinados problemas táticos); 4 – ajustamento da complexidade 
tática (repertório motor do aluno, com o enfrentamento de problemas táticos no nível 
mais adequado, com desafi os às capacidades de compreensão e atuação). 
Segue um esquema, pensado a partir da organização de um ensino de tênis de 
campo na escola dentro das seis fases (LUZ, 2018; GRAÇA; MESQUISTA, 2007).
Figura 27 – Modelo de ensino para jogos de compreensão 
Fonte: Thorpe, Bunker e Almond (1986, p. 30)
60
Na abordagem TGFU, a aprendizagem passa por seis fases: forma do jogo, 
apreciação, consciência tática, tomada de decisão, desenvolvimento de habilidades e 
desempenho, verdadeiras bases desse processo de ensino-aprendizagem. 
As formas de jogo que acontecem no início podem ser modificadas, condizentes 
ao nível de desenvolvimento dos alunos dentro do processo de aprendizagem, além de 
serem coerentes com o ensino (GRAÇA; MESQUISTA, 2007).
Então, o TGFU potencializa, ao aluno, oportunidades, como parte ativa do 
processo de aprendizagem, e estima os processos perceptivos, cognitivos e relacionados 
a uma tomada de decisão, o que o provoca a refletir a respeito de problemas e de 
soluções adequadas para eles, através da condução do processo por parte do professor.
2.3 PROPOSTA INTERACIONISTA NA APLICAÇÃO DOS 
ESPORTES COM RAQUETE
As propostas interacionistas, segundo Cren Chiminazzo e Belli (2021), apontam 
que o aprendizado acontece a partir do todo do jogo, o que refuta a forma tradicional 
de ensino do esporte. Assim, o objetivo é estimular os alunos a compreenderem a 
dinâmica da modalidade para que, depois, sigam para o detalhamento das partes, dos 
fundamentos, das técnicas e das regras específicas.
O ensino, a partir do jogo, proporciona mais entendimento da necessidade de 
domínio técnico, pois, com a compreensão da dinâmica da modalidade, os praticantes 
percebem que certas habilidades precisam ser mais refinadas para um bom andamento 
(CREN CHIMINAZZO; BELLI, 2021; GRECO; BENDA, 1998). Contudo, esse ensino parte 
da utilização do jogo como uma forma de desenvolvimento do aprendizado dos 
esportes de raquete de forma mais ampla, ou seja, não é restringido o processo de 
ensino-aprendizagem para a execução da técnica ou de gestos motores, previamente, 
estabelecidos. Proporciona, ao aluno, a vivência e a possibilidade de tomada de decisões 
diante de problemas inerentes à prática esportiva (CREN CHIMINAZZO; BELLI, 2021).
No ensino pelas similaridades, a proposta se concentra a partir do entendimento 
da dinâmica do jogo, com o estímulo de jogos da mesma categoria. Assim, entendem-se 
as similaridades entre as diferentes modalidades, com a transferência de conhecimentos 
construídos na prática e a compreensão dos sentidos deles. 
Há a manipulação de regras, materiais e/ou espaços para a adequação dos 
jogos, conforme o grupo a ser trabalhado e os objetivos traçados, o que facilita o jogo, 
diminui a velocidade e proporciona mais tempo para a reflexão e mais possibilidades 
de sucesso.
O incentivo do ensino pela resolução de problemas faz com que o aluno elabore 
respostas para a solução de situações estabelecidas e um diálogo constante, com a 
61
proposta de comunicação durante a aula e o jogo, incluindo o compartilhamento 
de informações, ideias e possíveis soluções, que fazem parte da construção da 
compreensão do jogo (CREN CHIMINAZZO; BELLI, 2021).
3 INICIAÇÃO ESPORTIVA PARA ESPORTES DE RAQUETE
O desenvolvimento da formação esportiva segue um processo planejado e 
sistemático que se inicia na infância.
O sistema de formação esportiva é direcionado por conceitos fi losófi cos, políticos 
e sociais e conteúdos às diferentes fases do processo de ensino-aprendizagem (GRECO; 
BENDA, 1998).
Constitui-se como uma proposta pedagógica com o processo metodológico 
dentro de uma abordagem de aprendizagem implícita, com a aquisição não intencional 
de conhecimento por parte do aluno, ou seja, aprendizagem incidental. Assim, a proposta 
metodológica da iniciação esportiva sugere uma interação de conteúdos nos momentos 
A-B, ou seja, de aprendizagem tática (A) e de aprendizagem motora (B), incluindo a 
progressão desses conteúdos no momento dos treinamentos tático e técnico (C). A-B-C 
devem se apresentar em interação, com momentos relacionados entre si por um aspecto 
em comum, conforme a fi gura a seguir (LAGES, 2018; GRECO, 2012):
Figura 28 – Iniciação esportiva universal - Aprendizagem incidental - Ensino intencional
Fonte: Greco (2012, p. 9)
62
Na proposta, segundo Lages (2018), contempla-se uma interação da 
aprendizagem tática (desenvolvimento das capacidades táticas e das estruturas 
funcionais gerais e direcionadas) com os processos direcionados à aprendizagem 
motora (desenvolvimento da coordenação e das famílias de habilidades).
Acompanhe um podcast com Pablo Greco, professor pela Universidade 
Federal de Minas Gerais, autor de vários artigos e livros da área de 
iniciação esportiva e amplie mais o seu conhecimento: https://www.
youtube.com/watch?v=Po84NfLznOE.
DICA
A organização, nos esportes individuais e coletivos, segundo Greco (1998), 
Greco e Benda (1998) e Dantas (2003), acontece pelas capacidades táticas, como 
pré-requisito do desenvolvimento esportivo, e oferece, ao aluno, o espaço para 
tomadas de decisão para a escolha de gestos motores, meios e ações para identificar 
o problema e os sistemas táticos para a execução de ações motoras com o objetivo 
de atingir uma meta.
A capacidade tática, nos jogos esportivos individuais e coletivos, possui uma 
inter-relação entre os fatores espaço-tempo-bola-peteca-colega-adversário dentro de 
uma situação de jogo que aponta para o aluno, para uma tarefa, ou para um problema a 
ser resolvido. Assim, o aluno desenvolve uma solução, toma uma decisão para executar 
a ação necessária durante esse jogo (GRECO; BENDA, 1998).
Por fim, a iniciação esportiva universal apresenta, como propostas, possibilidades 
de procedimentos e abordagens metodológicas para o ensino-aprendizagem, de 
modo a respeitar a individualidade biológica, a modalidade esportiva desenvolvida e 
as condições práticas para o ensino. Então, é importante que o professor fique atento 
aos conteúdos programáticos que podem acontecer durante uma dinâmica de aula, 
incluindo situações de ensino e de jogo, ou informais.
3.1 PROCESSO METODOLÓGICO ATRAVÉS DA INICIAÇÃO 
ESPORTIVA UNIVERSAL
A iniciação esportiva, segundo Silva, Araújo e Soares (2012), descreve que 
são necessárias bases sólidas e consistentes, devido às fases iniciais de formação 
esportiva, as quais direcionam o aluno ao desenvolvimento de níveis mais elevados 
de técnica e tática.
63
No ensino da iniciação, percebemos três concepções: a primeira é a iniciação 
esportiva, orientada para a aprendizagem dos gestos técnicos, da movimentação 
tática e de regras específicas de uma modalidade. A segunda, também, é chamada de 
iniciação esportiva, porém, é diferente da primeira abordagem, pois traz uma formação 
mais ampla, através de atividadescorporais diversificadas e da introdução de mais de 
uma prática esportiva. Já a terceira, chamada de especialização esportiva, consiste na 
aprendizagem de uma prática esportiva específica, de acordo com a regulamentação e 
as aplicações de técnicas e táticas específicas.
O processo metodológico se apresenta por uma estruturação do processo de 
ensino-aprendizagem-treinamento, a partir dos quatro aos seis anos de idade, devido 
à semelhança com a metodologia Escola da Bola, a partir da qual, nas idades iniciais, 
são enfatizados os processos de aprendizagem incidental, “jogar para aprender”, 
para, posteriormente, marcar presença uma aprendizagem intencional – “aprender 
jogando”. Sugere-se, a partir dos 12 anos de idade, um equilíbrio entre os momentos 
de aprendizagem incidental e intencional, assim, solicita-se um direcionamento da 
aprendizagem, conforme o nível de rendimento que o praticante deseja (esporte de 
lazer/tempo livre, de rendimento, ou de alto rendimento) (LAGES, 2018).
Faça a leitura do artigo Iniciação Esportiva: Base para Diversidade e 
Complexidade do Desenvolvimento Motor em https://www.revistacarioca.
com.br/revistacarioca/article/view/54.
DICA
3.2 APRENDIZAGEM TÁTICA
O processo de aprendizagem tática, para o treinamento tático, engloba o 
desenvolvimento de capacidades táticas básicas e de estruturas funcionais (gerais 
e direcionadas), assim, na iniciação esportiva, a prioridade é o desenvolvimento do 
conhecimento por meio da prática, ou seja, a participação em jogos que oportunizem o 
desenvolvimento de estratégias que gerem a resolução de problemas de um jogo, por 
meio de ações individuais ou grupais (LAGES, 2018).
As capacidades táticas se relacionam a acertar o alvo, a transportar a bola 
para o objetivo, a jogar em conjunto, a reconhecer espaços, a oferecer-se/orientar-se, 
a sair da marcação, a criar superioridade numérica e a superar a ação do adversário. 
Então, as denominadas estruturas funcionais consistem em formas simplificadas de 
jogo em relação à quantidade de jogadores presentes no esporte formal. Entretanto, os 
participantes jogam em espaços de diferentes tamanhos, os quais podem ser reduzidos 
64
e com menos jogadores, com a finalidade de suavizar a complexidade e as alternativas 
de combinações táticas (LAGES, 2018).
O entendimento da prática é classificado como geral e específica. A definição 
de tática geral abarca a determinação de tarefas a serem analisadas antes do jogo, e, 
da específica, soluções de situações no próprio jogo, de acordo com o plano de ação 
estabelecido, aplicado com um fundamento da experiência. Ainda, podem ocorrer 
mudanças, ou não, dos planos propostos (GRECO; BENDA, 1998).
As características de formas de expressão dos comportamentos dos alunos, 
durante um jogo, são direcionadas à forma ou a possíveis soluções de tarefas-problemas 
que acontecem no contexto esportivo, ao qual esses estudantes recorrem dentro de 
uma situação (individual, em grupo ou em conjunto).
Então, os aspectos das capacidades técnicas e táticas sustentam o 
desenvolvimento das capacidades motoras e coordenativas. Ainda, Greco e Benda 
(1998) e Galatti et al. (2017) demonstram que a capacidade técnica possui o saber fazer, 
ou seja, o conhecimento prático que vem da experiência e de repetições de ações. Os 
campos dos conhecimentos técnico e tático possuem o eixo como necessidade de 
adquirir programas motores generalizados, operacionalizados por meio de processos 
metodológicos de automatização da técnica. Contudo, o conhecimento do como fazer 
(prático e teórico) se direciona ao que fazer e em interação com a inteligência do jogo, 
com a concretização com o nível de abstração do pensamento tático.
Por fim, o pensamento tático é o processo cognitivo-intelectual pelo qual se 
ordena uma direção para solucionar a situação de um jogo, com duas formas de se 
processar a informação (GRECO, 1998; DANTAS, 2003).
As combinações dos números de jogadores se apresentam em situações de 
igualdade, inferioridade e superioridade numéricas, mas se diferenciam pela presença 
do jogador “curinga”, simbolizado por “+1”, porém, pode haver mais de um jogador para 
cumprir essa função.
O curinga tem a função de apoiar a equipe que está em situação de ataque, 
e, quanto ao local, está apto a ocupar um lugar fixo, dentro ou fora do campo de jogo, 
no entanto, não pode finalizar a ação tática (tentativa de gol/ponto). Nesse sentido, 
o número de jogadores deve ser crescente, de acordo com uma proposta sequencial 
dessas estruturas funcionais. Assim, apresentam-se as seguintes possibilidades: 
1X1+1; 1X1; 2X1; 2X2+1; 2X2; 3X2; 3X3+1; 3X3, e por aí vai (GRECO; BENDA, 1998; GRECO, 
1998; LAGES, 2018).
65
3.3 APRENDIZAGEM MOTORA
O processo de aprendizagem motora, para o treinamento técnico, fundamenta-
se no processo de ensino-aprendizagem-treinamento direcionado ao desenvolvimento 
das capacidades coordenativas e das denominadas famílias de habilidades esportivas 
(LAGES, 2018).
De acordo com Greco e Benda (1998), a aprendizagem motora consiste na 
realização de tarefas motoras, técnicas de movimentos que facilitam, ao indivíduo, 
a obtenção de uma determinada meta, assim, o processo de ensino-aprendizagem-
treinamento fica delimitado por fatores internos e externos, com o condicionamento da 
aprendizagem e o treinamento da técnica.
Identificam-se relações que analisam os fatores de pressão de motricidade em 
exercícios aplicados, incluindo formas jogadas que oportunizam relacionar a informação 
disponível no ambiente (percebida pelos sentidos) com a realização da ação motora, por 
meio da manipulação de condicionantes, ou de fatores de pressão, como proposto a 
seguir (GRECO, 2012):
Receptores de 
informação / 
os analisadores 
(percepção)
Fatores de pressão
Características 
da motricidade, é 
necessário
Visual Tempo
Minimizar o tempo 
ou maximizar a 
velocidade.
Acústico Precisão Apresentar a maior 
exatidão possível.
Tátil Organização
Resolver, superar 
exigências 
simultâneas em 
paralelo.
Cinestésico Complexidade/ 
Sequência
Resolver, superar 
exigências em 
sequência, uma atras 
da outra.
Vestibular (equilíbrio)
Variabilidade
Superar exigências 
ambientais variáveis 
e situações 
diferentes.
Carga
Vencer exigências 
de tipo físico-
condicionais ou 
psíquicas.
Quadro 5 – Receptores de informação, fatores de pressão e características da motricidade
Fonte: Greco (2012, p. 13)
66
O conhecimento tático infl uencia os esportes, com a diferenciação da estrutura 
do conhecimento e o ensino dos processos cognitivos com recursos para a percepção, 
para a tomada de decisão (saber “o que procurar”, “o que fazer” e “como fazer”). A seguir, 
poderemos entender como deduzir a interação que acontece com os conhecimentos 
táticos e técnicos nos processos cognitivos.
A capacidade de percepção, segundo Greco (1998), relaciona-se com a escolha 
das informações, além da análise dos sinais e da interpretação deles. Posteriormente, é 
tomada uma decisão tática. Então, a capacidade de decisão é elaborada, não somente, 
com o saber “o que fazer” (elaboração de planos de ação), mas, também, com o saber 
“como fazer” (chamada de planos). Assim, são desenvolvidas interações entre as 
capacidades táticas, técnicas e os processos cognitivos para uma tomada de decisão.
Figura 29 – Conhecimento nos esportes
Fonte: o autor
Por fi m, o aluno, no processo de ensino-aprendizagem, aprende a consolidar 
as ideias táticas observadas no desenvolvimento de atividades esportivas, a fi m de 
promover formas de solução a problemas de jogo e a escolher a melhor capacidade 
tática a ser aplicada naquele momento.
67
Faça a leitura do artigo Uma Visão Integrada do Modelo Teaching Games 
For Understanding: Adequando os Estilos de Ensino e Questionamento 
à Realidade da Educação Física em https://www.scielo.br/j/rbce/a/
znRwWCwn3ZmBtwg43mTbmRv/?lang=pt.
DICA
3.4 FASES DE COMBINAÇAO TÉCNICO-TÁTICA
As manifestações que acontecem nos eventos esportivos, segundoSilva, 
Araújo e Soares (2012), demonstram sentimentos, expressões públicas de emoções, às 
vezes, opostas, como alegria e tristeza, entusiasmo e decepção, paciência e agitação, 
congraçamento e rivalidade, frustração e realização, com uma explosão de aplausos 
e lágrimas de sentimentos que fazem vibrar a alma das pessoas, que propiciam um 
espetáculo, devido às capacidades técnicas, táticas e físicas.
Nos processos de iniciação e de formação pelo esporte, é necessário que haja 
flexibilidade nos procedimentos didático-pedagógicos, que permitem a participação de 
todas as crianças possuidoras de características individuais diferentes. 
Para Silva, Araújo e Soares (2012) e Greco (1998), o desenvolvimento da 
capacidade de jogo, para o treinamento tático, significa expor e aproximar o aluno das 
próprias limitações, além de reagir a estímulos. 
A prática esportiva possui um papel educacional, e contempla as seguintes 
características: 
• Criar e oferecer situações que permitam, aos praticantes, a aquisição de valores 
essenciais, relacionados ao “saber ser” (autodisciplina, autocontrole, perseverança, 
humildade, companheirismo e lealdade).
• Estimular o desenvolvimento de capacidades e habilidades motoras relacionadas 
com o “saber fazer” (ampliação e aperfeiçoamento do repertório motor).
68
A iniciação esportiva exige bases sólidas e consistentes, uma vez que o trabalho 
desenvolvido por professores/treinadores, nas fases iniciais de formação esportiva, 
pode determinar o acesso e a continuidade dos jovens nos níveis mais elevados de 
rendimento (GRECO, 1998).
Os princípios táticos, para Da Costa et al. (2009) e Greco (1998), são como 
um conjunto de normas de um jogo que proporciona, aos jogadores, a possibilidade 
de atingirem, rapidamente, soluções táticas para os problemas advindos de uma 
situação vivenciada. Assim, esses princípios decorrem da construção teórica, com 
o propósito da lógica do jogo, e se operacionalizam nos comportamentos tático-
técnicos dos competidores.
As fases de aprendizagem tática possuem princípios gerais, por serem comuns 
as diferentes fases de um jogo, incluindo outros princípios (operacionais e fundamentais). 
Pautam-se em três conceitos advindos das relações espaciais e numéricas, entre os 
jogadores da equipe e os adversários, como nas zonas de disputa pela bola, a saber: 
(a) não permitir a inferioridade numérica; (b) evitar a igualdade numérica; e (c) procurar 
criar a superioridade numérica (DA COSTA et al., 2009). Os princípios operacionais, de 
acordo com Bayer (1994), são as operações necessárias para tratar de uma ou de várias 
categorias de situações. Já os fundamentais representam um conjunto de regras de 
base que orienta as ações dos jogadores e da equipe nas duas fases do jogo (defesa e 
ataque), com os objetivos de criar desequilíbrios na organização da equipe adversária; 
estabilizar a organização da própria equipe; e propiciar, aos presentes, uma intervenção 
ajustada no “centro de jogo” (DA COSTA et al., 2009; GALATTI et al., 2017).
Gonçalves et al. (2018) apontam os sistemas táticos que podem ser definidos:
• Princípios de ataque: o ataque é a principal fase de uma equipe. Se é ineficiente, 
incapaz de realizar gols/pontos, não importa o quanto a defesa seja efetiva, a equipe 
não consegue a vitória em uma partida. 
• Princípios de defesa: a defesa é fundamental para a vitória ao neutralizar as ações 
ofensivas adversárias. Não importa quantos gols uma equipe consiga realizar, se a 
defesa não impede que os atacantes adversários façam mais gols, o êxito, no fim da 
partida, não é alcançado. 
• Princípios da transição defesa-ataque: a transição defesa-ataque é o momento 
no qual o time muda de postura no jogo, assim, de defensiva, passa a se portar, 
ofensivamente, em quadra, ou no campo. 
As decisões necessárias, que acontecem durante o jogo, incluem organizar um 
processo de aprendizagem tática, a “leitura”, ou seja, a tática entrega a compreensão da 
situação, e as frases a serem “escritas” são as ações motoras que os jogadores realizam 
69
em tal situação. Essas ações são compostas por várias “palavras motoras”, conhecidas 
como habilidades fundamentais: correr, saltar, lançar, receber, empurrar, rebater etc. Por 
sua vez, constituem parte do processo de aprendizagem motora. 
O processo de aprendizagem tática é fundamental para que o aluno iniciante 
aprenda a “ler” o jogo, a ter uma “leitura” e uma compreensão dele, a fim de desenvolver 
a capacidade de “escrever” o jogo, ou seja, de saber fazer.
No processo compreendido por aprendizagem tática, para o treinamento tático, 
os jogos e as atividades direcionados ao desenvolvimento das capacidades táticas 
básicas têm, como finalidade, a compreensão da lógica de um jogo pelo praticante, 
particularmente, dos jogos esportivos coletivos. 
A tática de jogo representa um sistema de ações motoras realizadas pelos 
atletas, as quais são, altamente, selecionadas e planejadas no sistema de treinamento, 
de forma a antecipar as exigências no momento do jogo. Acontece em função dos 
adversários e depende muito das condições nas quais são realizadas as competições 
(torneios e campeonatos), da duração da temporada competitiva etc. Esse sistema deve 
incluir todas as possibilidades de atuação tática, de forma que os jogadores (dentro de 
campo) e o treinador (fora de campo) entendam, rapidamente, o momento competitivo 
em situações adversas, criadas, inteligentemente, pelas equipes adversárias.
Com relação às situações táticas que acontecem durante o jogo, a equipe inicia a 
formação da competição; estrutura a base da equipe; posiciona os jogadores no campo/
quadra; distribui tarefas por posição, especiais, com base na leitura do adversário; e 
estabelece ações individuais dos jogadores. A tática de jogo da equipe deve respeitar as 
particularidades, inicialmente, dos próprios jogadores.
O professor/treinador possui um papel importante para a organização tática de 
um jogo, pois conhece as características individuais da equipe, assim, auxilia na tomada 
de decisões para tornar melhor o desempenho dos jogadores.
O pensamento tático deve pertencer, primeiramente, ao jogador, que atua 
mediante decisões alternativas, com base em esquemas operacional e mental bem 
definidos. Em segundo lugar, as decisões individuais são relacionadas com as dos 
outros jogadores, em uma composição que favoreça a equipe. Por fim, em terceiro, o 
pensamento tático se alinha à identidade da equipe, assim, todos os jogadores atuam 
em conformidade com os princípios táticos estabelecidos pela equipe, com formas de 
se jogar no ataque e na defesa.
As ações táticas podem ser divididas em individuais, de pequenos grupos (entre 
dois ou vários jogadores) e coletivas.
70
3.5 SISTEMAS OFENSIVOS E DEFENSIVOS
O domínio das técnicas individuais é fundamental para que uma equipe tenha 
êxito em diversas situações que compõem um jogo, por isso, os jogadores devem ter 
habilidade para executá-las.
Os sistemas táticos individuais e coletivos podem ser apresentados em 
formações ofensivas e defensivas. Embora todos os jogadores participem de todas 
as jogadas, as equipes utilizam características e funções mais ofensivas e defensivas 
(GOMES; SOUZA, 2011; GONÇALVES et al., 2018).
Nos esportes individuais e coletivos, as jogadas acontecem das formas 
defensiva e ofensiva. Assim, a seguir, apresentaremos um quadro com as diferentes 
organizações que compõem cada uma delas.
Formações Características
Ofensivas
O objetivo principal do jogo é fazer gol/
ponto. as ações ofensivas se desenvolvem 
em fases distintas, podendo-se elencar três 
momentos: a manutenção da posse de bola; 
a progressão até o campo adversário; e a 
finalização.
Defensivas
São ações individuais/coletivas que buscam 
impedir que a equipe adversária realize 
jogadas e, consequentemente, marque 
gols/pontos. As formações defensivas 
se classificam em marcação, individual, 
marcação por zona, marcação tipo pressão 
ou marcação mista
Quadro 6 –Organizações ofensivas e defensivas
Fonte: adaptado de Gonçalves et al. (2018)
Claramente, não há um sistema ofensivo, ou defensivo, infalível, ou perfeito, 
assim, deve ser adaptado, conforme as especificidades individuais e coletivas de cada 
equipe e esporte. Então, podemos analisar algumas vantagens e desvantagens gerais 
ao se usar determinado tipo de conceito defensivo.
71
Formações Vantagens Desvantagens
Individual
• Define responsabilidades para 
cada jogador
• Exige de apenas um jogador 
a correta execução dos 
fundamentos de defesa
• Depende da atenção em 
apenas um jogador atacante
• Proporciona equilíbrio técnico 
e físico entre jogadores 
de defesa e de ataque 
(adversários)
• Adaptável a qualquer tipo de 
ataque
• Dificulta passes e chutes 
adversários
• Facilita penetrações à defesa
• Facilita movimentações 
adversárias
• Pode provocar muitas faltas
• Dificulta o posicionamento 
defensivo, uma vez que este 
depende do posicionamento dos 
atacantes adversários
Zona
• Facilita o posicionamento dos 
jogadores
• Dificulta o jogo próximo à área
• Possibilita o rápido 
reposicionamento defensivo
• Facilita a troca de passes 
adversários
• Facilita passes e chutes distantes 
da área
• Necessita de muito entrosamento 
entre os defensores
• Apresenta áreas vulneráveis 
em razão da distribuição dos 
defensores
• As áreas de responsabilidade 
próximas de dois jogadores 
podem provocar indecisão sobre 
quem deverá marcar o adversário
Pressão
• A presença de outro marcador 
pode induzir os atacantes a 
cometer erros
• Promove a alteração de ritmo 
de jogo adversário
• Força os jogadores adversários 
a realizar passes e chutes 
precipitados
• Aumenta as possibilidades de 
recuperação da bola
• Pelo menos um jogador, 
necessariamente, fica sem 
marcação
Grande possibilidade de cometer 
faltas pessoais
• Maior desgaste físico dos 
marcadores
Mista
• Dificulta a ação do jogador 
mais habilidoso da equipe 
adversária
• Altera o ritmo de jogo 
adversário
• Força o ataque adversário a se 
adaptar à defesa
• Deixar determinadas zonas 
vulneráveis, com a ausência de 
um defensor
• Exige maior atenção em relação 
a movimentação da bola e dos 
atacantes
Combinada
• Provoca a confusão no ataque 
adversário
• Adaptação as movimentações 
especificas do time adversário
• Necessita de muito entrosamento 
entre os defensores
• Maiores possibilidades de falhas 
na defesa
Quadro 7 – Vantagens e desvantagens das formações defensivas
Fonte: adaptado de Gonçalves (2018)
72
Assim, entende-se que os sistemas ofensivos e defensivos possuem inúmeros 
formatos, além de que se adaptam a características de cada jogador, a uma modalidade 
esportiva de raquete, a uma equipe e a uma situação exigida pelo jogo.
4 CONCEPÇÕES ESPORTIVAS DO ESPORTE DE RAQUETE
Dentro das concepções esportivas a serem utilizadas para os esportes de 
raquete, há uma divisão conceitual das dimensões educacional, de rendimento, de 
participação e de formação, como políticas públicas e propostas pedagógicas para 
o desenvolvimento esportivo no Brasil. Assim, a política nacional de esporte propõe 
dimensões para intermediar o quadro de desigualdade esportiva frente ao acesso a 
atividades físicas no país (NOGUEIRA, 2014).
No processo de iniciação esportiva e na formação pelo esporte, deve-se 
pensar na proposta educativa, construída a partir de objetivos compatíveis com as 
capacidades dos alunos. Para isso, é fundamental a flexibilidade no desenvolvimento 
didático-pedagógico, de modo a permitir a participação dos alunos com características 
individuais diferentes.
A prática esportiva, segundo Tubino (2010), é considerada um elemento 
integrador na sociedade, devido às influências das manifestações culturais, esportivas 
e sociais. Torna-se uma atividade esportiva a partir da qual as pessoas buscam, dentro 
do esporte, diferentes percepções proporcionadas. Assim, as manifestações esportivas, 
como a educacional, de participação, de rendimento e de formação, são um direito de 
todos, com práticas esportivas e formas de exercícios que fazem parte do conhecimento 
que você, como professor de Educação Física, deve compreender e diferenciar através 
das suas referências.
4.1 ESPORTE EDUCACIONAL 
O esporte educacional, de acordo com Tubino (2010), representa uma dimensão 
socioeducacional esportiva praticada nas redes de ensino públicas e particulares 
da Educação Básica, e de forma ordenada, com educação e sem seletividade e 
competitividade entre os alunos. 
Tem o objetivo de desenvolver, de forma integral, o cidadão, incluindo a formação 
dele para o exercício da cidadania e a prática do lazer. Então, o esporte é praticado dentro 
dos sistemas de ensino, e os esportes de raquete possuem modalidades que, utilizadas, 
desenvolvem os aspectos motor e cognitivo, de forma diferenciada quando se tratam 
dos tradicionais, ensinados no ambiente escolar e que alcançam o desenvolvimento 
integral e uma formação esportiva.
Nogueira (2014) descreve que o esporte educacional não é, apenas, uma 
adaptação para a prática esportiva, mas que as características dele caminham juntas 
73
com os esportes de participação, de rendimento, e de formação. Dentro do conceito 
dessa dimensão, também, há a intenção dos desenvolvimentos técnico, tático e físico 
do aluno, a fim de ampliar a eficiência e a eficácia de habilidades e competências, com 
cidadãos com capacidades de interpretação e ação na vida social.
Espera-se que o professor proporcione, aos alunos, momentos de reflexão em 
relação ao esporte, à origem, às formas de manifestação, às regras, aos procedimentos 
dele, dentre outros temas, de modo a evitar a exclusão e a competitividade elevada. 
Para assumir a característica educacional, não é suficiente a exploração exclusiva 
do ato motor. Faz-se necessária a intervenção do professor de Educação Física, com 
estratégias e procedimentos que estimulem a reflexão a respeito do esporte, dos 
acontecimentos e dos desdobramentos dele na vida de todo aluno.
Para saber mais a respeito das concepções do esporte, acesse https://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9615consol.htm.
DICA
4.2 ESPORTE DE PARTICIPAÇÃO
O esporte de participação compreende, de modo voluntário, as modalidades 
desportivas praticadas que contribuem para a integração de praticantes no primor da 
vida social, a fim de promover saúde, educação e preservação do meio ambiente.
Nessa dimensão, há atividades que possuem características formais e informais. 
Os praticantes participam das atividades físicas sem o compromisso de competição, 
assim, estão relacionadas ao tempo livre, ao lazer e ao bem-estar físico, além de 
psicológico. Assim, o esporte de participação tem, como objetivo, a diversão das mais 
diversas pessoas, para que relaxem, descontraiam-se, e se interajam socialmente e com 
o meio ambiente, com uma consciência ecológica (TUBINO, 2010).
Com base na proposta do esporte de participação, o ensino dos esportes 
de raquete vai de encontro com as manifestações culturais, esportivas e sociais, de 
modo a permitir a prática dentro do ambiente escolar. Como exemplo, há o beach 
tennis, que teve um aumento de aderência dos praticantes, devido à facilidade 
de adaptação da modalidade. O esporte teve início no Brasil, nas praias cariocas, 
e se expandiu por todo o litoral brasileiro, assim, migrou para outras regiões e foi 
desenvolvido em clubes esportivos. 
74
4.3 ESPORTE DE RENDIMENTO
O esporte de rendimento abarca atividades esportivas praticadas em clubes 
esportivos e escolas, em busca de resultados que integrem atletas e comunidades do 
país com as de outras nações. Assim, são atletas que disputam resultados em torneios e 
campeonatos formados por regras nacionais e internacionais de diversas confederações 
e federações esportivas.
Tem, como objetivo, promover a integração entre os participantes em 
competições, a fim de aproximar pessoas e culturas no país e no mundo. Com isso, as 
atividades esportivas praticadas são realizadaspor atletas profissionais, com vínculo 
institucional. Ainda, há alguma entidade com atletas amadores. Como exemplos de 
esportes de rendimento praticados em torneios, mundiais e jogos olímpicos, podemos 
considerar as modalidades de badminton, squash, tênis de mesa, tênis etc.
O sistema de gerenciamento esportivo se organiza através de instituições 
privadas, com ou sem fins lucrativos, para a organização dos desenvolvimentos 
esportivos regional, estadual, nacional e internacional. 
As funções de coordenação, administração e normatização dos esportes de 
rendimento devem ficar sob responsabilidade de instituições que desenvolvem os 
esportes de raquete no Brasil, como: Comitê Olímpico Brasileiro (COB), ligas regionais e 
nacionais, Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos 
(CBCP), Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Confederação Brasileira de Tênis de 
Mesa (CBTM), Confederação Brasileira de Badminton (CBBd), Confederação Brasileira 
de Beach Tennis (CBBT), Confederação Brasileira de Pádel (COBRAPA) e Confederação 
Brasileira de Squash (CBS).
Conheça as entidades que desenvolvem e gerenciam as modalidades 
olímpicas e paralímpicas de esportes de raquete no Brasil:
Comitê Olímpico Brasileiro: https://www.cob.org.br/pt/.
Comitê Paralímpico Brasileiro: https://cpb.org.br/.
DICA
75
4.4 ESPORTE DE FORMAÇÃO
O esporte de formação é caracterizado pela construção e pelo desenvolvimento 
de conhecimentos esportivos que promovem as competências técnica, tática e física, 
a fim de estimular, qualitativa e quantitativamente, as práticas esportivas recreativa, 
competitiva e de rendimento (TUBINO, 2010). 
Nessa modalidade, o esporte é praticado de forma espontânea, e se relaciona 
com saúde e regras, que podem ser oficiais ou adaptadas, e construídas entre os 
participantes. 
Então, a cultura esportiva apresenta diferenças em razão de influências 
metodológicas de ensino-aprendizagem, pois a prática esportiva se situa com 
necessidades básicas. 
O esporte de formação é a base do desenvolvimento esportivo, assim, 
muitos acabam seguindo o caminho do esporte de rendimento. São 
anos de treinamento, ciclos, planejamentos, competições, enfim, muito 
treinamento até a conquista de uma medalha. Assim, saiba mais como o 
atleta consegue se preparar desde a iniciação até o rendimento em https://
g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2016/07/confira-cinco-reportagens-
da-serie-suas-marcas.html.
DICA
76
FAMÍLIA DOS JOGOS ESPORTIVOS COM RAQUETES: METODOLOGIA E 
PROCEDIMENTOS PEDAGÓGICOS
Junior Vagner P. da Silva
Laura C. L. de Souza
Katiane T. O. L. Calado
Cláudio Benites da Silva
Riller Silva Reverdito
INTRODUÇÃO
A Educação Física, nas últimas décadas, tem sido foco de diversos estudos, 
dentre eles, os que se dedicam a investigar os conteúdos desenvolvidos ao longo da 
Educação Básica, a fim de evidenciar a predominância dos esportes tradicionais (futebol, 
voleibol, basquetebol e handebol). Manifestações, como danças, ginásticas, lutas, 
esportes com raquetes, dentre outros, são quase inexistentes no contexto escolar [...]. 
A ausência de espaços e de materiais apropriados e a falta de domínio dos conteúdos 
são, frequentemente, apontados como responsáveis pela ausência de danças e lutas. 
Com relação aos esportes com raquetes, as justificativas são similares, pois, com uma 
compreensão equivocada, ficam limitados ao tênis de campo, o qual é, historicamente, 
relacionado à aristocracia e caracterizado como uma prática esportiva elitizada. Logo, 
fica restrito a um público específico, uma vez que o acesso aos materiais e aos espaços 
de prática, dificilmente, é de alcance de todos, muito menos na escola. Em que pese 
tal interpretação, nas últimas décadas, a percepção de que os esportes com raquetes 
se limitam ao tênis; e a concepção de existência de, apenas, uma forma de vivenciá-lo 
têm sido questionadas, e alternativas vêm sendo propostas, as quais vão da criação de 
materiais alternativos à metodologia, à sistematização e à organização de conteúdos.
Os pressupostos teóricos da Pedagogia do Esporte que se pautam no jogo, a 
partir da compreensão das características e da lógica dele, têm trazido uma positiva e 
significativa contribuição para o ensino de diferentes manifestações de jogos esportivos.
Pedagogia do Esporte
No ensino do esporte, seja no contexto escolar ou não escolar, ainda, ocorre o 
predomínio de procedimentos de ensino, vivência e aprendizagem, fundamentados em 
metodologias sustentadas por modelos analíticos.
LEITURA
COMPLEMENTAR
77
O princípio analítico-sintético propõe o ensino, a vivência e a aprendizagem do 
esporte a partir do exercício de habilidades isoladas, com ênfase na repetição de tarefas 
para o aprimoramento técnico (denominadas de sequências pedagógicas), o qual deve 
preceder a prática do jogo.
Embora haja justificação pela maior rapidez para a percepção do movimento 
“correto” a ser realizado, apresentam-se diversos problemas, como a mecanização 
de gestos, o pobre acervo de possibilidades de respostas a emergências do jogo, 
a reprodução de modelos, seletividade e um ensaio de ação de forma rígida. Assim, 
configura-se um modelo a ser seguido e base para correções daqueles que não se 
adequam a ele, parte do desígnio de que o ser humano veio ao mundo vazio, e precisa 
ser preenchido de conhecimentos (modelados e transmitidos), ou, então, ter talentos 
descobertos, revelados por um experiente observador.
Como uma busca de superação dessa forma de se pensar na metodologia 
de ensino, propostas alternativas, desde a década de 70, foram lançadas, como a 
fundamentada na lógica estruturalista dos esportes coletivos, que teve, como precursor, 
Claude Bayer, na obra O Ensino dos Desportos Colectivos (1994).
Ao partir da análise estrutural dos esportes coletivos, Bayer defendeu a 
existência de estruturas constantes e funcionais comuns a todos os esportes coletivos 
(princípios operacionais e regras de ação), sejam de ataque ou de defesa.
A partir do conceito de transfert, Bayer demonstrou processos de ensino-
aprendizagem nos quais o sujeito pode reconhecer estruturas semelhantes em 
atividades diferentes, e, com a utilização de experiências anteriores, conceber soluções 
para uma nova situação.
Com os conceitos de estruturas constantes e funcionais e transfert, ainda que 
aplicados, inicialmente, aos jogos esportivos coletivos, observamos que os esportes 
com raquetes dispõem de referências estruturais e funcionais, o que engendra a 
lógica do jogo. Para Scaglia et al. e Scaglia e Reverdito, todo o jogo possui uma lógica 
interna. Assim, por conseguinte, é possível identificar, nesses esportes com raquetes, 
semelhanças e diferenças, além de reconhecer princípios que se aplicam a tarefas 
diferentes e utilizar/transferir experiências anteriores em novas situações de vivência. 
Esse caráter ficou mais evidente na organização dos jogos a partir do conceito de família 
de jogos, proposto por Leonardo, Scaglia e Reverdito.
A proposta está alicerçada no reconhecimento de que os jogos apresentam 
características autoafirmativas, compostas por particularidades que atribuem qualidades 
autônomas e características integrativas que permitem incluir jogos em uma mesma família, 
ou seja, “[...] todo sistema apresenta duas tendências opostas, porém, complementares: 
78
uma tendência integrativa e, outra, autoafirmativa. Uma que o une ao ecossistema maior, e 
outra que o individualiza, engendrando uma identidade particular” (p. 234). Ademais, o jogo 
entrega características sistêmicas organizacionais que, devido às estruturas sistêmicas, 
produzem condutas motoras específicas que são transferíveis de um jogo para outro.
Diante do exposto, objetivamos apresentar a formulação teórica e a aplicação 
prática de ensino dos esportes com raquete, com pauta nos pressupostos teóricos da 
família de jogos esportivos. Especificamente, buscamos apresentar as etapas seguidas 
no planejamento, na preparação de materiais e no desenvolvimento.................................................................................................................. 12
TÓPICO 2 - MODALIDADES ESPORTIVAS COM RAQUETE ................................................ 15
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 15
2 MODALIDADES ESPORTIVAS DE RAQUETE OLÍMPICAS ................................................ 16
 2.1 BADMINTON ..................................................................................................................................16
 2.1.1 Jogo, golpes e sistema de pontuação ...........................................................................18
 2.1.2 Estrutura da quadra e materiais ....................................................................................19
 2.1.3 Regras da modalidade e principais características ...................................................19
 2.2 TÊNIS ............................................................................................................................................20
 2.2.1 Jogo, golpes e sistema de pontuação ..........................................................................21
 2.2.2 Estrutura da quadra e materiais .................................................................................. 23
 2.2.3 Regras da modalidade e principais características ..................................................24
 2.3 TÊNIS DE MESA ..........................................................................................................................24
 2.3.1 Jogo, golpes e sistema de pontuação ......................................................................... 25
 2.3.2 Estrutura da quadra e materiais .................................................................................. 26
 2.3.3 Regras da modalidade e principais características.................................................. 27
3 MODALIDADES ESPORTIVAS DE RAQUETE NÃO OLÍMPICAS .......................................27
3.1 MODALIDADES DE ESPORTES COM RAQUETE NA PRAIA (BEACH TENNIS E 
FRESCOBOL)...................................................................................................................................... 27
 3.1.1 Jogo e sistema de pontuação ........................................................................................ 29
 3.1.2 Estrutura da quadra e materiais ................................................................................... 29
 3.1.3 Regras da modalidade e principais características ..................................................30
 3.2 SPEEDMINTON E BLACKMINTON .............................................................................................31
 3.2.1 Jogo e sistema de pontuação ....................................................................................... 32
 3.2.2 Estrutura da quadra e materiais ...................................................................................33
 3.2.3 Regras da modalidade e principais características..................................................34
 3.3 SQUASH .......................................................................................................................................34
 3.3.1 Jogo e sistema de pontuação .......................................................................................35
 3.3.2 Estrutura da quadra e materiais ..................................................................................35
 3.3.3 Regras da modalidade e principais características .................................................36
 3.4 RAQUETEBOL (RACQUETBALL) ..............................................................................................36
 3.4.1 Jogo e sistema de pontuação ....................................................................................... 37
 3.4.2 Estrutura da quadra e materiais ..................................................................................38
 3.4.3 Regras da modalidade e principais características.................................................. 39
 3.5 PÁDEL .......................................................................................................................................... 39
 3.5.1 Jogo e sistema de pontuação .......................................................................................40
 3.5.2 Estrutura da quadra e materiais ..................................................................................40
 3.5.3 Regras da modalidade e principais características...................................................41
 3.6 RACKETLON .................................................................................................................................41
 3.6.1 Jogo e sistema de pontuação .......................................................................................42
 3.6.2 Estrutura da quadra e materiais ...................................................................................43
 3.6.3 Regras da modalidade e principais características .................................................44
4 OUTRAS MODALIDADES ESPORTIVAS COM O USO DE RAQUETE ............................... 44
 4.1 PICKLEBALL .................................................................................................................................44
 4.2 BALL BADMINTON .....................................................................................................................45
 4.3 QIANBALL ....................................................................................................................................45
 4.4 SPEEDBALL ................................................................................................................................46
 4.5 MODALIDADES ADAPTADAS ................................................................................................... 47
 4.5.1 Blind tennis/Tênis para cegos ....................................................................................... 47
 4.5.2 Pelota basca .....................................................................................................................48
 4.5.3 Polybat ...............................................................................................................................48
 4.5.4 Raquetebol ........................................................................................................................48
 4.5.5 Showdown ........................................................................................................................48
 4.5.6 Takkyu volley (TKV) ..........................................................................................................49
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 50
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 51
TÓPICO 3 - METODOLOGIA DE ENSINO DE ESPORTES DE RAQUETE NO AMBIENTE 
ESCOLAR ............................................................................................................................. 55
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 55
2 PROPOSTAS DE ENSINO PARA ESPORTES DE RAQUETE ............................................. 55
 2.1 MULTIMODALIDADES COMO ENSINO DOS ESPORTES DE RAQUETE ...............................56
 2.2 METODOLOGIA TEACHING GAMES FOR UNDERSTANDING (TGFU) ..................................58
 2.3 PROPOSTA INTERACIONISTA NA APLICAÇÃO DOS ESPORTES COM RAQUETE ............60
3 INICIAÇÃO ESPORTIVA PARA ESPORTES DE RAQUETE ................................................ 61
 3.1 PROCESSO METODOLÓGICO ATRAVÉS DA INICIAÇÃO ESPORTIVA UNIVERSAL ........... 62
 3.2 APRENDIZAGEM TÁTICA ...........................................................................................................63das aulas, incluindo 
as possibilidades de uso de materiais alternativos para o ensino desses esportes e uma 
análise inferencial integrativa dos jogos aplicados.
Caminho metodológico
Caracterizado como teórico-prático, o estudo foi desenvolvido no formato 
de relato de experiência pelo grupo PET-Educação Física da Universidade Federal de 
Mato Grosso do Sul, em aulas de Educação Física de uma escola de tempo parcial e 
uma instituição de ampliação do tempo escolar em Campo Grande/MS, o que totaliza a 
regência de cinco aulas.
Na instituição de ampliação do tempo escolar, foram realizados três encontros: 
o primeiro, voltado à construção de raquetes e à iniciação ao frescobol (três horas); 
o segundo, direcionado ao beach tennis; e, o terceiro, ao quimbol (1h30min cada). As 
ações foram realizadas em setembro, outubro e novembro de 2015, e contaram com a 
participação de alunos na faixa etária de 11 a 13 anos.
Na instituição escolar de tempo parcial, o foco se manteve na iniciação ao mini 
tênis, com a realização de, apenas, um encontro, e com um público de alunos de 10-14 
anos. Foram realizadas intervenções em duas turmas no mês de setembro de 2015, com 
50 minutos cada aula.
A fim de apresentar a existência de semelhanças entre os diferentes esportes 
com raquete, foi realizada a análise inferencial dos jogos ministrados nas aulas, com os 
focos integrativo e autoafirmativo.
Planejamento
Para cada intervenção realizada, desenvolvemos a preparação das aulas 
(plano de aulas).
O plano de aula “[...] é um documento escrito que materializa um determinado 
momento de um planejamento” (p. 86), como um instrumento de orientação da ação 
docente. Essa etapa foi realizada de acordo com as orientações de Masseto, composta, 
estruturalmente, por identificação, objetivos, conteúdos, estratégias didáticas e avaliação.
79
A identificação consiste na apresentação das características gerais do plano, 
como a que disciplina, ou atividade, pertence; quais são as condições necessárias 
a realização; a que ou quais turmas se aplica o plano; quem é o responsável pelas 
atividades; além da duração/carga horária da aula.
Os objetivos se caracterizam como metas estabelecidas, ou resultados, 
previamente, determinadas. Indicam aquilo que o aluno deve ser capaz de fazer. Assim, 
foram divididos em gerais e específicos.
Quanto ao conteúdo, consiste no assunto trabalhado em uma aula, a fim de 
contemplar os objetivos específicos. Para isso, foram selecionados e organizados, 
e foram tomados, como base, os objetivos que pretendíamos alcançar, os quais, no 
caso da nossa intervenção, foram contemplados por frescobol, mini tênis, beach 
tennis e quimbol.
Com relação às estratégias didáticas, existem diversas capazes de contemplar 
o plano de aula, e permeiam as decisões metodológicas docentes, assim, o professor 
necessita identificar e escolher que estratégias podem ser utilizadas para facilitar a 
aprendizagem dos alunos. Em consonância com a proposta metodológica utilizada, 
organizamos, didaticamente, aulas com predominância de jogos. Todavia, não 
trabalhamos com o jogo pelo jogo, mas como um ambiente de aprendizagem que, 
também, é ambiente de jogo, carregado de tensões, incertezas, imprevisibilidade, a fim 
de buscar o equilíbrio entre os objetivos pedagógicos e a representação de jogo para os 
jogadores, ou seja, os alunos jogam para aprender e aprendem jogando.
O jogo foi assumido como fenômeno complexo e permeado por relações 
antagônicas e de complementariedade, pois, conforme Leonardo, Scaglia e Reverdito, 
“[...] o jogo é lúdico, mas, também, é sério; ele possui uma ordem em sua organização, 
apesar de representar uma aparente desordem; possui regras claras, mas, ao mesmo 
tempo, é dotado de imprevisibilidade e incerteza” (p. 238). Com fundamento nesses 
referenciais e perspectivas, para todas as aulas, inicialmente, foi elaborado um esboço 
do plano de aula, o qual foi submetido a uma análise do professor orientador do grupo 
que, frequentemente, propunha adequações. Além disso, após as aulas, os participantes 
procederam com a avaliação, com as finalidades de acompanhar o processo de 
aprendizagem e de fornecer, aos alunos e ao professor, um feedback do processo de 
ensino-aprendizagem.
[...]
Fonte: DA SILVA, J. V. P. et al. Família dos jogos esportivos com raquetes: 
metodologia e procedimentos pedagógicos. Revista Brasileira de Ciência e 
Movimento, v. 25, n. 4, p. 117-127, 2017.
80
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tema de aprendizagem, você estudou: 
• A compreensão do componente curricular que tematiza as práticas corporais com 
diversas formas de codificação e significação sociais é muito importante. São 
entendidas como manifestações da cultura corporal.
• O planejamento e o emprego de estratégias têm, como objetivos, resolver desafios 
e aumentar as possibilidades de aprendizagem dos esportes de raquete, além de se 
envolverem no processo de ampliação do acervo cultural nesse campo.
• Uma reflexão crítica da relação entre a realização das práticas corporais e os processos 
de ensino para os esportes de raquete se mostra presente.
• A identificação das formas pedagógicas marca presença, com o processo 
metodológico dentro de uma abordagem de aprendizagem implícita, com a aquisição 
não intencional de conhecimento por parte do aluno, ou seja, uma aprendizagem 
incidental através da iniciação esportiva.
• As manifestações esportivas, dentro dos esportes de raquete, são várias.
• Os esportes de raquete são desenvolvidos em diferentes concepções esportivas: 
esporte educação, esporte participação, esporte rendimento e esporte formação.
81
1. O TGFU, modelo de ensino de esporte para compreensão, apresenta princípios 
pedagógicos específicos para desenvolver, didaticamente, o entendimento da lógica do 
jogo. Foi proposto um novo princípio pedagógico, a caracterização da lógica interna; e 
se evidenciou a necessidade de o professor dominar os conhecimentos praxiológicos 
para manipular, com sapiência, os jogos condicionados que propõe em aula, a fim de 
possibilitar a compreensão da lógica interna mencionada. Assim, com relação ao TGFU, 
assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O TGFU conta com uma ordem de ensino de jogos, do mais simples para o mais 
complexo, até o desenvolvimento do jogo de forma oficial. 
b) ( ) Pode ser iniciado com jogos de alvo complexos e, em seguida, de rebater. Já os jogos 
de invasão devem vir após, por serem mais complexos do que os anteriores.
c) ( ) O modelo se estrutura a partir de três princípios: 1 – seleção do tipo de jogo; 2 – 
modificação do jogo por representação; e 3 – modificação por exagero.
d) ( ) O modelo de ensino de esporte para resultado apresenta princípios pedagógicos 
específicos para desenvolver, didaticamente, o entendimento da lógica do jogo.
e) ( ) O enfoque é dado aos elementos técnicos e às problemáticas que, deles, surgem para 
um posterior desenvolvimento das ações de jogo, propriamente, ditas.
2. A proposta da iniciação esportiva universal apresenta, como definição, o jogo, um 
importante recurso pedagógico. Através do jogo, objetiva-se a condução de um 
processo de ensino-aprendizagem-treinamento que permite, ao praticante, adquirir 
capacidades, habilidades e competências no contexto esportivo, as quais estão, por sua 
vez, subordinadas às estruturas temporal (quando ensinar), substantiva (o que ensinar) 
e metodológica (como ensinar). Com base nas definições dos enfoques da iniciação 
esportiva universal, analise as sentenças a seguir:
I- A proposta pedagógica é um processo metodológico dentro de uma abordagem de 
aprendizagem implícita, com aquisição não intencional de conhecimento por parte do 
aluno, ou seja, aprendizagem incidental. 
II- A proposta metodológica da iniciação esportiva sugere uma interação de conteúdos 
nos momentos A-B, ou seja, de aprendizagem tática (A) e de aprendizagem motora 
(B), incluindo uma progressão desses conteúdos no momento dos treinamentos 
tático e técnico (C). 
III- Todos eles conformamum A-B-C que se apresenta em interação, momentos e 
relacionados entre si, por um aspecto em comum.
AUTOATIVIDADE
82
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
3. As propostas interacionistas apontam que o aprendizado acontece a partir do todo, com 
o jogo como a forma tradicional para ser ensinado o esporte. De acordo com os princípios 
e as normativas elencados nas propostas interacionistas, classifique V para as sentenças 
verdadeiras e F para as falsas:
( ) O jogo, como foco principal da proposta interacionista, defende que o aprendizado 
aconteça a partir do todo.
( ) No ensino pelas similaridades, a proposta se concentra a partir do entendimento da 
dinâmica do jogo, a fim de estimular jogos da mesma categoria, assim, de entender as 
semelhanças entre as diferentes modalidades, com a transferência de conhecimentos 
construídos na prática e a compreensão de sentidos.
( ) Na adaptação de regras, espaços e materiais, há a manipulação deles para a adequação 
dos jogos, conforme o grupo a ser trabalhado e os objetivos a serem traçados.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – V – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4. O ensino a partir do jogo proporciona um maior entendimento da necessidade de domínio 
técnico, pois, com a compreensão da dinâmica da modalidade, os praticantes percebem 
que certas habilidades precisam ser mais refinadas para o bom andamento desse 
jogo. Então, disserte a respeito das propostas interacionistas, nas quais o aprendizado 
acontece a partir do todo, refutada a maneira tradicional de se ensinar um esporte. 
5. Como modelo, o TGFU apresenta: 1 - forma do jogo; 2 - apreciação do jogo; 3 - consciência 
tática; 4 - tomada de decisão (o que fazer e como fazer); 5 - execução de habilidades; e 
6 - desempenho/performance. O aluno se encontra no centro desse processo de ensino-
aprendizagem. Como forma do jogo, é iniciado de forma modificada, e adequada ao nível 
de desenvolvimento dos alunos, de modo a objetivar uma maneira modificada concreta, 
como referência central para o processo de aprendizagem, o que dá coerência a tudo 
que se faz de produtivo durante a aula (LUZ, 2018; GRAÇA; MESQUISTA, 2007). Assim, 
disserte a respeito do TFU, do modelo de ensino na Educação Física.
83
REFERÊNCIAS
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CABELLO MANRIQUE, D. Análisis de las características del juego en el bádminton de 
competición: su aplicación al entrenamiento. Granada: Universidad de Granada, 2000.
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Cortez Editora, 2014.
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escolar: uma visão segundo a cultura corporal do movimento. Campinas: Universida-
de Estadual de Campinas, 2010.
CREN CHIMINAZZO, J. G.; BELLI, T. Esportes de raquete. 1. ed. São Paulo: Manole, 2021.
DA COSTA, I. T. et al. Princípios táticos do jogo de futebol: conceitos e aplicação. Motriz. 
Journal of Physical Education. UNESP, v. 1, n. 1, p. 657-668, 2009.
DANTAS, E. H. M. A prática da preparação física. 5. ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003.
GALATTI, L. R. et al. O ensino dos jogos esportivos coletivos: avanços metodológicos 
dos aspectos estratégico-tático-técnicos. Pensar a Prática, v. 20, n. 3, p. 1, 2017.
GOMES, A. C.; SOUZA, J. de. Futebol. Rio de Janeiro: Grupo A, 2011. 
GONÇALVES, G. H. et al. Uma história do tênis no Brasil: apontamentos sobre os clubes 
esportivos e seus métodos de ensino. Educación Física y Ciencia, v. 20, n. 3, p. 11-12, 
2018.
GRAÇA, A. O desporto na escola: enquadramento da prática. In: GAYA, A.; MARQUES, 
A.; TANI, G. Desporto para crianças e jovens: razões e finalidades. Porto Alegre: Uni-
versidade Federal do Rio Grande do Sul, 2004. p. 97-112. 
GRAÇA, A. B. S.; MESQUITA, I. A investigação sobre os modelos de ensino dos jogos 
desportivos. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, Porto, v. 3, n. 7, p. 401-
421, 2007. 
GRECO, P. J. Metodologia do ensino dos esportes coletivos: iniciação esportiva 
universal, aprendizado incidental-ensino intencional. 2012.
GRECO, P. J. Iniciação esportiva universal: metodologia da iniciação esportiva na 
escola e no clube. v. 2. Belo Horizonte: Escola de Educação Física da UFMG, 1998. 
84
GRECO, P. J.; BENDA, R. N. Iniciação esportiva universal: da aprendizagem motora 
ao treinamento técnico. Belo Horizonte: Escola de Educação Física da UFMG, 1998.
KRÖGER, C.; ROTH, K. Escola da bola: um ABC para iniciantes nos jogos esportivos. 2. 
ed. São Paulo: Phorte, 2005.
LAGES, E. R. A. et al. Iniciação esportiva universal: efeitos sobre o conhecimento 
tático e a coordenação motora de escolares de áreas urbana e rural. 2018.
LUZ, B. S. da. Pedagogia do esporte e esportes de raquete: possibilidades do ensi-
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NOGUEIRA, Q. W. C. Esporte educacional: entre rendimento e participação. Revista 
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TANI, G. et al. O ensino de habilidades motoras esportivas na escola e o esporte de alto 
rendimento: discurso, realidade e possibilidades. Rev Bras Educ Fís Esporte, São 
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THORPE, R. D.; BUNKER, D. J.; ALMOND, L. Rethinking games teaching. Loughbo-
rough: Loughborough University, 1986. 
TUBINO, M. J. G. Estudos brasileiros sobre o esporte: ênfase no esporte educação. 
Maringá: Eduem, 2010.
85
PROPOSTA DE ENSINO DOS 
ESPORTES DE RAQUETE
UNIDADE 2 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer as práticas corporais com diversas formas de codifi cação;
• entender a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as aprendizagens essenciais;
• descrever, discutir e relacionar as dimensões conceitual, procedimental e atitudinal 
aos conteúdos da educação física escolar;
• compreender os métodos de ensino na iniciação dos esportes de raquete;
• observar as técnicas esportivas dos esportes de raquete.
A cada tema de aprendizagem desta unidade, você encontrará autoatividades com o 
objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TEMA DE APRENDIZAGEM 1 – COMPREENSÃO DA LÓGICA DA BNCC NO ENSINO DOS 
ESPORTES DE RAQUETE
TEMA DE APRENDIZAGEM 2 – MÉTODOS DE ENSINO VOLTADOS PARA A INICIAÇÃO EM 
ESPORTES DE RAQUETE
TEMA DE APRENDIZAGEM 3 – ELEMENTOS ESTRUTURANTES DAS TÉCNICAS 
ESPORTIVAS E GESTOS TÉCNICOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
86
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 2!
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87
TÓPICO 1 — 
COMPREENSÃO DA LÓGICA DA BNCC NO 
ENSINO DOS ESPORTES DE RAQUETE
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento no qual se define um 
conjunto de propostas de aprendizagens, a partir das quais os alunos, ao longo dos ciclos 
e das modalidades da Educação Básica, devem desenvolver. Assim, a Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996) propõe um 
direcionamento dos currículos dos sistemas e das redes dos ensinos público e privado, 
como propostas pedagógicas da Educação Básica, a fim de estabelecer conhecimentos, 
competências e habilidades para uma formação humana integral e de uma sociedade 
democrática e inclusiva (BRASIL, 1996;2017).
A prática de atividade física, na escola, acontece através da Educação Física, 
que possui componentes curriculares das práticas corporais que são conhecidas como 
manifestações corporais, a partir das quais o sujeito se expressa através dos movimentos. 
Por isso, é importante a ampliação do repertório motor para o enriquecimento de 
experiências de crianças, jovens e adultos, o que permite o acesso aos saberes corporais, 
lúdicos e esportivos.
A intenção deste tema de aprendizagem é refletir a respeito do proposto pela 
BNCC para um planejamento escolar na área de Educação Física, principalmente, para 
uma metodologia de ensino dos esportes de raquete, a fim de serem apontados subsídios 
para que, realmente, o conteúdo oriente as práticas pedagógicas docentes. É preciso 
relacionar as bases teóricas da Educação Física, a realidade de uma aula desta disciplina 
e os princípios da BNCC na busca de uma utilização em prol da formação qualificada do 
aluno para o esporte com raquete (BRASIL, 2017).
2 BNCC: FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS
A BNCC impacta no planejamento dos professores de Educação Física. Como um 
documento orientador com diferentes componentes curriculares, a BNCC é um conjunto 
orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem construir 
ao longo das etapas e das modalidades da Educação Básica, importantes para a elaboração 
e a implementação no planejamento do profissional de Educação Física (BRASIL, 2017).
88
Discutiremos, de acordo Brasil (2017), a respeito de aspectos que permeiam a 
BNCC para o ensino dos esportes de raquete, com a configuração das intencionalidades 
pedagógicas do professor, sendo que as unidades didáticas, na metodologia de ensino, são 
contextualizadas nas interlocuções, na etapa de planejamento, para as escolhas de conteúdo, 
objetivos, estratégias e formas de avaliação que promovam a formação integral do aluno.
Neste percurso de aprendizagens essenciais que a BNCC propõe, deve-se 
assegurar, ao aluno, o desenvolvimento de competências gerais que ampliem o repertório 
de conceitos e de procedimentos, incluindo práticas cognitivas e socioemocionais e atitudes 
e valores para a resolução de demandas complexas na vida cotidiana (BRASIL, 2017).
 
1
Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre
o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a
realidade.
2
Investigar causas, elaborar e testar
hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive
tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
3 Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais
4 Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras,
e escrita), corporal, visual, sonora e digital
5
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
práticas sociais.
6 Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais
7 Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis,
para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista.
8 Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional.
9 Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação.
10 Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resiliência.
Tabela 1 – Competências gerais da Educação Básica 
Fonte: adaptada de Brasil (2017)
89
A BNCC é um documento implementado pelo Mistério da Educação, em busca 
de abranger os princípios para cada componente curricular, apontadas as orientações 
para o trabalho pedagógico dos professores. Assim, seguem os objetivos desenvolvidos 
em cada habilidade e competência (BRASIL, 2017):
Desenvolvimento de 
competências
Decisões pedagógicas devem estar orientadas para o desenvolvimento 
de competências.
Educação integral
Propor o desenvolvimento humano global, assumindo uma visão 
plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem e do 
adulto e considerando-os como sujeitos de aprendizagem.
Base Nacional 
Comum Curricular e 
currículos
Assegurar as aprendizagens essenciais definidas para cada etapa da 
Educação Básica
Quadro 1 – Fundamentos pedagógicos da BNCC
Fonte: adaptada de Brasil (2017)
2.1 BNCC E EDUCAÇÃO FÍSICA
A implementação da BNCC buscou envolver os princípios para cada componente 
curricular, a fim de direcionar apontamentos no trabalho pedagógico dos professores, 
assim, a Educação Física é o componente curricular que aponta as práticas corporais 
de diversas formas, entendidas como manifestações corporais dos sujeitos. Nessa 
concepção, o movimento humano está, sempre, inserido nos âmbitos da cultura, da 
educação e do esporte, e não se limita a um deslocamento temporal de um segmento 
corporal ou de um corpo todo (BRASIL, 2017).
As práticas corporais, nas aulas de Educação Física, devem ser abordadas de forma 
dinâmica, diversificada, pluridimensional, singular e contraditória, de forma a assegurar, 
aos alunos, a (re) construção de um conjunto de conhecimentos que permita ampliar 
habilidades e competências de movimentos e recursos para desenvolver autonomia na 
apropriação e na utilização da cultura corporal de movimento (BRASIL, 2017).
A Educação Física propõe uma série de possibilidades para ampliar as 
experiências de crianças, jovens e adultos na Educação Básica, a fim de permitir o 
acesso a um grande universo educacional, esportivo e cultural que compreende saberes 
corporais e experiências estéticas, emotivas, lúdicas e agonistas que se inscrevem, 
mas não se restringem, para uma racionalidade típica dos saberes científicos que, 
comumente, orienta as práticas pedagógicas na escola (BRASIL, 2017).
90
A BNCC aponta subsídios para o trabalho do professor de Educação Física 
nos níveis da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. No ensino 
da Educação Infantil, ela deve se manifestar nos diferentes campos de experiências 
propostos pelo documento; já no Ensino Fundamental, insere-se no campo das 
linguagens; e, no Ensino Médio, a Educação Física está na área das Linguagens e suas 
Tecnologias (BRASIL, 2017).
Entende-se que a atividade prática reúne manifestações corporais desenvolvidas 
dentro do trabalho pedagógico, ainda, que a sequência do conhecimento deve ser 
atendida como um elemento específico das diferentes práticas corporais, consideradas 
as experiências dos sujeitos, as formas de atuação e a organização dos conhecimentos, 
oportunizadas e experimentadas novas práticas corporais que permitem vivenciar e/ou 
aprender outros movimentos básicos que o esporte reúne, com características formais 
de ações, espaço, número de jogadores etc. Logo, as práticas corporais são textos 
culturais passíveis de leitura e de produção (BRASIL, 2017).
As práticas corporais desenvolvidas na BNCC são divididas em seis unidades 
temáticas que abordam, ao longo do Ensino Fundamental, as manifestações culturais, 
levados em consideração os critérios de progressão do conhecimento que devem 
ser atendidos, como os elementos específicos das diferentes práticas corporais, as 
características dos sujeitos e os contextos de atuação, com a sinalização das tendências 
de organização dos conhecimentos (BRASIL, 2017).
TEMAS CARACTERÍSTICAS
Brincadeiras e 
jogos
São atividades voluntárias exercidas dentro de determinados limites 
de tempo e espaço, caracterizadas pela criação e alteração de regras, 
combinados coletivamente, bem como pela apreciação do ato de brincar 
em si
Esportes
É orientado pela comparação de um determinado desempenho entre 
indivíduos ou grupos (adversários), regido por um conjunto de regras 
formais, institucionalizadas por organizações (associações, federações e 
confederações esportivas).
Nesta temática são apresentadas sete categorias de esportes: Marca; 
Precisão; Técnico-combinatório; Rede/quadra dividida ou parede de rebote; 
Campo e taco; Invasão ou territorial e Combate.
Ginásticas
Propostas práticas com formasde organização e significados muito 
diferentes, o que leva à necessidade de explicitar a classificação adotada: (a) 
ginástica geral; (b) ginásticas de condicionamento físico; e (c) ginásticas de 
conscientização corporal.
Danças São movimentos rítmicos, organizados em passos e evoluções específicas, 
muitas vezes também integradas a coreografias.
Tabela 1 – Competências gerais da Educação Básica 
91
Fonte: adaptada de Brasil (2017)
Lutas
São disputas corporais, onde os participantes empregam técnicas, táticas 
e estratégias específicas para: imobilizar, desequilibrar, atingir ou excluir 
o oponente de um determinado espaço, combinando ações de ataque e 
defesa dirigidas ao corpo do adversário
Práticas 
corporais de 
aventura
Formas de experimentação corporal centradas nas perícias e proezas 
provocadas pelas situações de imprevisibilidade que se apresentam quando 
o praticante interage com um ambiente desafiador.
Assim, é importante apontar que a organização das unidades temáticas, de acordo 
com Biedrzycki et al. (2020), orienta-se pela compreensão de que o caráter lúdico está 
presente em todas as práticas corporais, mesmo que não seja a finalidade da Educação 
Física escolar. Então, o brincar; o dançar; o jogar; e o praticar esportes, ginásticas ou 
atividades de aventura vão muito além da ludicidade. Acontece a apropriação, pelos 
alunos, das lógicas intrínsecas (regras, códigos, rituais, sistemáticas de funcionamento, 
organização, táticas etc.) a essas manifestações, assim como trocam, entre si e com a 
sociedade, as representações e os significados que são atribuídos. 
Para saber mais a respeito do uso das dimensões do conhecimento da 
BNCC nos planejamentos escolares dos professores de Educação Física,
acesse https://www.competenciasnabncc.org.br/ e combine as 
competências gerais e habilidades.
DICA
Identifica-se uma delimitação das habilidades que privilegia oito dimensões de 
conhecimento dentro das manifestações corporais que ampliam as habilidades e as 
competências dos alunos (BRASIL, 2017). Observe:
DIMENSÃO CARACTERÍSTICA
Experimentação Vivência das práticas corporais, pelo envolvimento corporal na realização 
delas.
Uso e apropriação Conhecimento que possibilita o aluno ter condições de realizar de forma 
autônoma uma determinada prática corporal.
Fruição
Uma apropriação de um conjunto de conhecimentos que possibilita 
o desfrutar da realização de uma determinada prática corporal e/ou 
apreciar essa e outras tantas quando realizadas por outros
Tabela 1 – Competências gerais da Educação Básica 
92
Reflexão sobre a 
ação
São conhecimentos originados na observação e na análise das próprias 
vivências corporais e daquelas realizadas por outros.
Construção de 
valores
Construção de valores relativos ao respeito às diferenças e no combate 
aos preconceitos de qualquer natureza.
Análise Conceitos necessários para entender as características e o funcionamento 
das práticas corporais (saber sobre).
Compreensão
São temas que permitem aos estudantes interpretar as manifestações 
da cultura corporal de movimento em relação às dimensões éticas e 
estéticas.
Protagonismo 
comunitário
Contempla a reflexão sobre as possibilidades que eles e a comunidade 
têm (ou não) de acessar uma determinada prática no lugar em que 
moram, os recursos disponíveis (públicos e privados).
Fonte: adaptada de Brasil (2017)
Para conhecer, de forma mais aprofundada, o debate da BNCC em 
relação ao Ensino Médio, acesse https://www.scielo.br/j/edur/a/
V3cqZ8tBtT3Jvts7JdhxxZk/?lang=pt e faça a leitura do texto intitulado A 
BNCC da Reforma do Ensino Médio: O Resgate de um Empoeirado Discurso.
DICA
Então, a articulação com as competências gerais da Educação Física ressalta 
que cada dimensão seja, sempre, abordada de modo integrado com as outras, levadas 
em conta as naturezas vivencial, experiencial e subjetiva. Assim, não é possível operar 
como se as dimensões pudessem ser tratadas de forma isolada.
Acesse https://publicacoes.fcc.org.br/eae/article/view/5030 e saiba 
como a avaliação abarca um dos temas controversos dentro do sistema 
educacional. Leia o artigo intitulado Avaliação e Registro no Currículo 
Cultural da Educação Física.
DICA
93
2.2 NÍVEIS DE ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Na Educação Infantil, a Educação Física precisa se propor a colocar a criança em 
um espaço de exploração e de descoberta. Nesse nível de ensino, o aluno necessita estar 
livre para viver experiências variadas, que ampliem as estruturas motoras, cognitivas e 
socioafetivas dele. Tudo aquilo que ele não vive, naturalmente, pelo desenvolvimento 
fisiológico do próprio corpo, ou que não experimenta nas rotinas da vida, deve ser 
apresentado pela Educação Física. Esse momento é rico para o reconhecimento das 
potencialidades do corpo e do movimento (BRASIL, 2017; CADERNOS, 2014).
O Ensino Fundamental, que tem, como base, toda a aquisição de experiências 
oriundas da Educação Infantil, apresenta, como meta, demonstrar, ao aluno, como ele 
pode lidar com todos esses conhecimentos. A Educação Física passa a promover, no 
aluno, uma capacidade de autonomia perante ações e o reconhecimento de habilidades, 
competências e forma através da qual as utiliza, ao fazer com que os objetivos de 
aprendizagens sejam mais concretos, isto é, as habilidades a serem conquistadas 
devem emergir das dimensões do conhecimento, incluindo subsídios para uma postura 
mais emancipada e crítica.
Finalizado o processo da Educação Básica, a Educação Física, no Ensino Médio, 
deve utilizar as habilidades já conquistadas e os conhecimentos incorporados para 
que sejam mobilizados a ampliar o protagonismo dos alunos frente às próprias ações, 
decisões e posicionamentos. Nessa etapa da formação, é preciso que o aluno seja 
colocado em situações reais da vida cotidiana para que ele experimente tomadas de 
decisões, escolhas de posturas, relacione-se e se comunique, além de que se reconheça 
como cidadão atuante.
2.3 ANÁLISE DA BNCC NA EDUCAÇÃO FÍSICA
Com relação à compreensão de currículo como construção de um mapa 
educacional, a BNCC se submete ao debate curricular, o que proporciona a compreensão 
de significados, com a definição dos conteúdos a serem trabalhados nas aulas de 
Educação Física escolar, conforme os ciclos de escolarização nos quais os estudantes 
estão matriculados (BRASIL, 2017; NEIRA, 2018).
O texto da BNCC, de acordo com Neira (2018), apresenta competências gerais 
por área e por componente curricular, sendo que cada componente tem unidades 
temáticas específicas; objetos de conhecimento que segmentam essas unidades; e, 
por fim, habilidades decorrentes de tais objetos. Como exemplo, para a Educação Física 
para oitavo e nono anos, as interações e as formas de estudo aumentam a flexibilidade 
para a delimitação de currículos e propostas curriculares, o que se adequa às realidades 
locais e se refere a objetos de conhecimento em cada unidade temática.
94
Figura 1 – Processo de organização curricular
Fonte: adaptada de Brasil (2017)
A respeito das práticas corporais mobilizadas nas aulas de Educação 
Física para o Ensino Médio, acesse https://revistas.ufg.br/fef/article/
view/39029 e leia o texto A Educação Física no Ensino Médio Integrado à 
Educação Profissional e Tecnológica: Percepções Curriculares.
DICA
3 ESTRUTURAÇÃO DOS CONTEÚDOS
A estruturação de conteúdos, para o ensino da prática corporal, consiste no 
conhecimento de recursos disponíveis para estruturá-los e ensiná-los, com um ajuste 
de acordo com as habilidades e as competências dos alunos, o que permite, ao professor, 
que consiga elaborar, adaptar e aplicar as propostas didático-pedagógicas. Trata-se do 
conhecimento do planejamento, da utilização de teorias e de manuais, da aplicação de 
exercícios e de recursos didáticos e dos modelos curriculares.
O conhecimento dos conteúdos curriculares de Educação Física, para o ensino 
de esportes de raquete, deve reunir modalidades com características de arremesso, 
lançamento e rebote,a fim de fornecer um entendimento das concepções didáticas 
do ensino do jogo. Com isso, os modelos curriculares consistem na estruturação do 
conhecimento dos conteúdos para o processo de ensino-aprendizagem com os papéis 
de professor e aluno.
95
O professor necessita compreender estratégias para o ensino da prática corporal 
nas unidades temáticas propostas para o desenvolvimento dos esportes de raquete, 
de forma a experimentar as modalidades de rede/parede, a identifi car os elementos 
comuns e a elaborar estratégias de ensino individuais e coletivas para a execução.
3.1 ELABORAÇÃO DE CONTEÚDOS DE ENSINO
Na elaboração de conteúdos de ensino e de objetivos de aprendizagem, é preciso 
pensar na relação que eles devem ter. O que ensinaremos? Qual é a unidade temática 
a ser trabalhada e quais são os conteúdos que emergem dela? Com que dimensões do 
conhecimento esses conteúdos devem ser desenvolvidos? O exemplo a seguir retratará 
a relação e poderá ser utilizado como exemplo para um planejamento, incluindo uma 
nova construção de combinações entre as unidades temáticas e as dimensões do 
conhecimento.
Figura 2 – Planejamento de conteúdos e objetivos
Fonte: adaptada de Brasil (2017)
96
Então, a manutenção da proposta de ensino, de forma atrativa, passa pelo 
respeito às diferenças, e têm, as aulas propostas não direcionadas, a técnica dos 
movimentos, mas proporciona novas formas de ensino, de jogo, de movimento e amplia 
o conhecimento das potencialidades de aprendizagem.
3.2 ABORDAGENS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS
As dimensões predominantes, no âmbito escolar, são conceitual, procedimental 
e atitudinal na Educação Física escolar, com o predomínio do “saber fazer”, que é a 
dimensão procedimental em desvantagem do conhecimento teórico do objeto de 
estudo, denominado de dimensão conceitual, além da vivência de atitudes atreladas às 
práticas corporais, como dimensão atitudinal, na aula desse componente curricular e de 
forma obrigatória (BRASIL, 2017).
As dimensões, segundo Biedrzycki et al. (2020), são propostas, como a 
dimensão conceitual, que se refere ao conjunto de fatos, de objetos ou de símbolos, a 
partir do qual o aluno deve saber o porquê de desenvolver um jogo, ou um outro tipo de 
jogo. Na dimensão procedimental, o aluno necessita conhecer o que fazer, como saber 
as regras, as técnicas, os métodos, as habilidades e as estratégias. É um conjunto de 
ações ordenadas que tem, como proposta, a realização de um objetivo. Já a dimensão 
atitudinal agrupa valores, atitudes e normas, como cooperação, inclusão, pluralidade 
cultural e resolução de conflitos. Os conteúdos conceitual, procedimental e atitudinal, 
para a aplicação, encontram-se mesclados, e não de forma individualizada.
De acordo com Biedrzycki et al. (2020), a partir da compreensão do papel das 
dimensões conceitual, procedimental e atitudinal, no ensino sistematizado da Educação 
Física escolar, tem-se a definição do que se entende por conteúdo de uma disciplina, 
incluindo os conteúdos que compõem o conjunto teórico-prático desse componente 
curricular obrigatório da Educação Básica. Assim, os conteúdos constituem a base objetiva 
do que deve ser ensinado em um contexto escolar, de acordo com os ciclos de escolarização:
• Descrever o papel das dimensões conceitual, procedimental e atitudinal no ensino da 
Educação Física escolar.
• Discutir a respeito da importância das dimensões conceitual, procedimental e 
atitudinal na Educação Física escolar, na matriz curricular.
• Relacionar as dimensões conceitual, procedimental e atitudinal aos conteúdos da 
Educação Física escolar.
O esporte possui um papel de ferramenta de interferência pedagógica social a 
minimizar problemas de marginalização de crianças e jovens. Apresenta quatro pilares, e 
utiliza os princípios de educação da UNESCO (aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender 
a ser e aprender a conviver), os quais, no ensino dos esportes, contribuem, não somente, 
com as formações física, motora e técnica do praticante, mas, também, com a formação de 
cidadãos capazes de produzir novos significados para a cultura esportiva (FAVARO, 2020): 
97
• Aprender a conhecer – competências cognitivas.
• Aprender a fazer – competências produtivas. 
• Aprender a conviver – competências relacionais.
• Aprender a ser – competências pessoais.
Enfatiza-se o papel do professor em estimular o aluno a tomar as próprias 
decisões em situações de jogo, com uma base pautada pelos princípios éticos, 
educativos, formativos e de importância para o desenvolvimento do aluno, a fim de 
tratá-lo como um todo, não como uma soma das partes. 
Então, a relação da Educação Física e das dimensões dela, pela BNCC, aponta 
subsídios para o desenvolvimento, assim, o professor deve mediar a construção 
de saberes com os alunos, através de práticas corporais; de um conjunto de 
conhecimentos que permite a ampliação da consciência corporal dos próprios 
movimentos; do desenvolvimento de autonomia para a apropriação dessas práticas; 
e da utilização da cultura corporal de movimento, que favorece a participação, com a 
consolidação do aprendizado na prática esportiva de raquete. Tudo isso caracteriza as 
modalidades de se arremessar, lançar ou rebater uma bola, ou uma peteca, em direção 
à quadra adversária (BRASIL, 2017).
3.3 CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO AMPLIADO
Com relação à concepção do currículo ampliado, o eixo curricular delimita o que 
a escola pretende explicar aos alunos e até onde a reflexão pedagógica é realizada. 
Através do currículo, delineia-se o quadro curricular, ou seja, a lista de disciplinas, 
de matérias ou de atividades curriculares. 
O currículo é capaz de dar conta de uma reflexão pedagógica ampliada 
e comprometida com os interesses dos envolvidos com o eixo: a constatação, a 
interpretação, a compreensão e a explicação da realidade social complexa e contraditória. 
Isso exige uma organização curricular em outros moldes, de forma a desenvolver um 
outro posicionamento da realidade, um posicionamento dialético, a partir do qual o aluno 
seja capaz de fazer uma outra leitura. Ainda, é importante que se criem as condições de 
transmissão e de assimilação dos conteúdos propostos no currículo, como uma forma 
de expressão da cultura. 
3.4 ALGUNS PRINCÍPIOS CURRICULARES
O conhecimento dos princípios curriculares reflete a direção epistemológica e 
informa os requisitos para se selecionarem, organizarem e sistematizarem os conteúdos 
de ensino. Esse conhecimento aparece a partir de diversos conteúdos, experiências 
e vivências assimilados e, até mesmo, ressignificados pela humanidade. Entretanto, 
necessita ser mediado pelo professor, para que se criem condições do aprendizado. 
98
São abordados princípios curriculares importantes nos processos de seleção 
de conteúdos, como: processo de seleção de conteúdos de ensino – explicação 
da realidade social concreta e oferecimento de subsídios para a compreensão dos 
determinantes sócio-históricos do aluno; contemporaneidade do conteúdo – seleção, 
que deve garantir, aos alunos, o conhecimento do que de mais moderno existe no 
mundo contemporâneo, a fim de mantê-los informados dos acontecimentos nacionais 
e internacionais; adequações às possibilidades sociais e cognoscitivas do aluno – no 
momento da seleção, competência para adequar o conteúdo à capacidade cognitiva 
e à prática social do aluno, ao conhecimento dele e às possibilidades enquanto sujeito 
histórico; simultaneidades dos conteúdos – os conteúdos de ensino são organizados e 
apresentados, aos alunos, de maneira simultânea; provisoriedade dos conhecimentos 
– uma explicação, ao estudante, que a produção humana, seja intelectual, científica, 
ética, moral, afetiva etc., expressa um determinado estágio da humanidade e que não 
foi assim em outros momentos históricos; e princípios da lógica dialética – compreensão 
de como o conhecimento foi produzido, historicamente, pela humanidade, incluindo o 
papel na história dessa produção.
3.5 CICLOS DE ESCOLARIZAÇÃOOs ciclos de escolarização são conteúdos de ensino tratados simultaneamente, 
referências que vão se ampliando no pensamento do aluno e de forma espiralada, 
ou seja, desde o momento da constatação de um ou de vários dados da realidade ao 
mesmo tempo, até interpretá-los, compreendê-los e explicá-los.
• Primeiro ciclo: Pré-escola até a 3ª série. É o ciclo de organização da identidade 
dos dados da realidade. Os dados aparecem (são identificados) de forma difusa, 
misturados. Nesse ciclo, o aluno se encontra no momento da "experiência sensível", 
no qual prevalecem as referências sensoriais em relação com o conhecimento que 
tem.
• Segundo ciclo: Da 4ª até a 6ª série. É o ciclo de iniciação da sistematização do 
conhecimento. Nele, o aluno adquire a consciência da própria atividade mental, das 
possibilidades de abstração. Confronta os dados da realidade com as representações 
de pensamento. 
• Terceiro ciclo: Da 7ª até a 8ª série. É o ciclo de ampliação da sistematização do 
conhecimento. O aluno amplia as referências conceituais do pensamento e toma 
consciência da atividade teórica, ou seja, de que uma operação mental exige a 
reconstituição dessa mesma operação na imaginação para atingir a expressão 
discursiva, a leitura teórica da realidade. 
• Quarto ciclo: 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio. É o ciclo de aprofundamento da 
sistematização do conhecimento. Nele, o aluno adquire uma relação especial com o 
objeto, que permite refletir a respeito dele. 
Anos Iniciais do Ensino Fundamental são propostos na BNCC, organizados em dois 
blocos (1º e 2º anos e 3º ao 5º ano), já com adequação às realidades locais (BRASIL, 2017). 
99
Habilidades de Educação Física para o Ensino Fundamental – Anos Iniciais e 
Finais estão sendo propostas na BNCC, organizadas em dois blocos (6º e 7º anos e 8º e 
9º anos), inseridos nas áreas de Linguagens e suas Tecnologias (BRASIL, 2017). 
Na BNCC para o Ensino Médio, a abordagem integrada da cultura corporal de 
movimento, na área de Linguagens e suas Tecnologias, aprofunda e amplia o trabalho 
realizado no Ensino Fundamental (BRASIL, 2017).
3.6 CONFRONTO DAS PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA
O objeto de estudo, na perspectiva da Educação Física escolar, é o 
desenvolvimento da aptidão física do homem. Apoia-se nos fundamentos sociológicos, 
filosóficos, antropológicos, psicológicos, e, enfaticamente, nos biológicos para educar o 
homem forte, ágil, apto, empreendedor, que disputa uma situação social privilegiada na 
sociedade competitiva de livre concorrência: a capitalista. 
O que se pretende que o aluno apreenda é o exercício de atividades corporais que 
permita, a ele, atingir o máximo rendimento da própria capacidade física. Os conteúdos 
são selecionados de acordo com a perspectiva do conhecimento que a escola elege para 
apresentar ao aluno. Assim, de forma a integrar as pessoas no universo da cultura corporal, 
de forma que possam, dela, usufruir para melhorar a qualidade de vida, o que, realmente, 
interessa é a participação ativa em atividades físicas, como jogos, danças, esportes e 
ginástica, e não o consumo passivo, do tipo alimentado pela mídia (BETTI, 1993).
3.7 ASPECTOS FÍSICOS E COMPETÊNCIAS ASSOCIADAS
Para um entendimento melhor dos aspectos que compõem os processos de 
ensino do esporte (Pedagogia e/ou Educação Física), precisa-se analisar as abordagens 
do esporte. Não se envolvem, apenas, condições físicas e níveis de habilidades motoras 
do praticante, mas, também, aspectos táticos e técnicos da modalidade, como aspectos 
sociais, comportamentais e valores do indivíduo (FAVARO, 2020). Marca presença uma 
perspectiva atrelada à organização e à sistematização pedagógicas das modalidades 
esportivas, sejam elas individuais ou coletivas, para a vivência pratica, além da escolha 
da melhor metodologia para a aplicação (FAVORA, 2020). 
• Aspecto físico
Os aspectos físicos, na pedagogia do esporte, têm o ato motor como resultado 
da ação e da interação de uma série de capacidades físicas, em adequação com os 
demais componentes do rendimento esportivo, e envolve alguns fatores, como 
execução: força e resistência com os aspectos energético e controle, representados 
pelo sistema nervoso central, que coordena e regula os sistemas muscular e de nutrição 
(GRECO; BENDA, 1998). 
100
A preparação física é constituída pelos métodos e processos de treino, utilizados 
de forma sequencial e em cima do planejamento, e visam levar o praticante a uma forma 
física (DANTAS, 2003). 
A aptidão física é definida, por Dantas (2003) e Greco e Benda (1998), como a 
capacidade que um indivíduo possui para realizar todas as atividades de vida diária, e 
para praticar um exercício físico com o menor esforço. Está, intimamente, relacionada 
com a saúde, ou seja, quanto maior a aptidão física, mais saudável o indivíduo. Pode 
ser observada, por exemplo, através da flexibilidade, da resistência aeróbica e da força. 
Dentre os aspectos físicos, há a capacidade de realização de um trabalho 
muscular de maneira satisfatória. Ao estar apto fisicamente, o indivíduo possui condições 
que permitam, a ele, um bom desempenho motor quando solicitado em situações que 
envolvam esforços físico.
• Aspecto técnico
Está caracterizado pela interação de dois momentos: por um lado, o processo 
de aprendizagem motora, com o objetivo de estabelecer base sólidas para o domínio 
de habilidades motoras; e, por outro, o desenvolvimento da capacidade gestual 
específica à solução de tarefas em diferentes modalidades esportivas, precisa e 
eficiente (GRECO; BENDA, 1998). 
Trata-se de uma interpretação, no tempo, no espaço e na situação, do meio 
instrumental operativo inerente à concretização da resposta para a solução de tarefas, 
ou de problemas motores, assim, é um conjunto de atividades e de ensinamentos que 
o praticante assimila ao visar à execução do movimento desportivo com um máximo de 
eficiência e com um mínimo de esforço (DANTAS, 2003). 
Todo gesto corporal precisa de técnica, uma vez que é dotado de tradição e 
de eficácia. Assim, é possível equiparar as técnicas corporais às demais técnicas 
humanas, como as de cozimento de alimentos, de plantio, de adorno etc., um conjunto 
de movimentos considerados eficientes e perfeitos para as finalidades de determinada 
modalidade esportiva, a fim de dividi-los em estágios de uma sequência pedagógica 
para o ensino.
• Aspecto tático
Atuar, tecnicamente, em um jogo ocasiona estar capacitado para se sobrepor às 
exigências dele. Está, diretamente, na relação de interdependência e em interação com as 
capacidades cognitivas, técnicas e físicas do objetivo de contribuir para um comportamento 
ótimo na competição (GRECO; BENDA, 1998), um conjunto de procedimentos que deve 
assegurar, ao praticante, a utilização dos princípios técnicos mais adequados para cada 
situação do jogo, da competição ou do adversário (DANTAS, 2003).
101
3.8 COMPETÊNCIAS ASSOCIADAS
Quando se fala de uma atividade física, não se pode esquecer de que existe uma 
variedade quanto à intensidade praticada por cada indivíduo, diretamente, relacionada 
com a melhora da aptidão física e a relação dela com a saúde, ou seja, quanto maior a 
aptidão física do indivíduo, mais saúde, consequentemente. 
Os indivíduos que realizam atividades físicas de intensidade moderada a vigorosa 
conseguem atingir importantes benefícios para a saúde, assim, existe uma variação 
entre os sujeitos quanto às intensidades dos diferentes tipos de atividade física. 
Feita a reflexão, encararemos um tópico de muita importância na iniciação 
esportiva, a competição, associada aos aspectos físico, técnico e tático, para o 
desenvolvimento de competências que possam ampliar o repertorio motor do aluno. 
Por muito tempo, o esporte foi visto como uma prática de valorização da 
competição que, por consequência, exigia seletividade. Assim, privilegiavam-se os 
mais habilidosos, ágeis e fortes. Entretanto, essa ideia era extrema, e competir pode 
ter outros atores e contextos. Assim, osmodelos de treinamento físico, técnico e tático 
possuem competências associadas, através de considerações de processos cognitivos 
que interferem em comportamentos (GRECO; BENDA, 1998).
102
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tema de aprendizagem, você estudou: 
• A BNCC assegura, ao aluno, por meio da prática corporal, o desenvolvimento de 
competências gerais, que ampliem o repertório de conceitos e procedimentos dele.
• Os princípios para cada componente curricular apontam orientações para o trabalho 
pedagógico dos professores, para a contextualização das práticas corporais, para as 
unidades temáticas e para as dimensões dos conhecimentos que a BNCC propõe.
• Na BNCC, as competências gerais são por área e por componente curricular, e cada 
componente tem unidades temáticas específicas, objetos de conhecimento que se 
segmentam.
• As dimensões predominantes, no âmbito escolar, são conceitual, procedimental 
e atitudinal na educação física escolar. As escolhas didático-pedagógicas para 
o processo de formação integral do aluno buscam ações que promovam uma 
aprendizagem significativa e de qualidade.
• A compreensão do currículo ampliado e dos princípios dele, incluindo os ciclos de 
escolarização e o confronto das perspectivas de ensino na Educação Física, marca 
presença.
103
RESUMO DO TÓPICO 1 AUTOATIVIDADE
1. Deve-se assegurar, ao aluno, o desenvolvimento de competências gerais que ampliem o 
repertório de conceitos e procedimentos, incluindo práticas cognitivas e socioemocionais 
e atitudes e valores para a resolução de demandas complexas na vida cotidiana. Assim, 
a respeito de competências gerais da Educação Básica, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Valorizar e utilizar os conhecimentos, historicamente, construídos dos mundos físico, 
social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e 
colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
b) ( ) Exercitar a curiosidade tecnicista e recorrer à abordagem própria das ciências, 
incluindo a investigação, a reflexão, a análise técnica, a imaginação e a criatividade 
para investigar causas.
c) ( ) Valorizar a competição de diversas manifestações esportivas, das locais às mundiais, 
incluindo práticas diversificadas do esporte.
d) ( ) Compreender, utilizar e criar planos digitais de informação, técnica, tática e 
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas 
esportivas (incluindo as escolares).
2. A BNCC é um documento implementado pelo Mistério da Educação, em busca de abranger 
os princípios para cada componente curricular e apontar orientações para o trabalho 
pedagógico dos professores (BRASIL, 2017). Com base nos objetivos desenvolvidos em 
cada habilidade e competência, analise as sentenças a seguir:
I- Desenvolvimento de competências: tomar decisões pedagógicas devem estar orientadas 
para o desenvolvimento de competências.
II- Educação integral: assegurar as aprendizagens essenciais definidas para cada etapa da 
Educação Básica.
III- Base Nacional Comum Curricular e currículos: propor o desenvolvimento humano global, 
a fim de assumir as visões plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem 
e do adulto, e considerá-los como sujeitos de aprendizagem.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente as sentenças II e III estão corretas.
c) ( ) Somente a sentença I está correta.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
104
3 Com relação ao conceito de conteúdo, com dimensões atitudinais, conceituais e 
procedimentais, propõe conteúdos que formem a base objetiva do conhecimento 
sistematizado, viabilizados pelos métodos de transmissão e assimilação. Então, classifique 
V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Dimensões conceituais: conhecer as transformações pelas quais passa a sociedade em 
relação a hábitos de vida e relacioná-las com as necessidades atuais de atividade física.
( ) Dimensões procedimentais: vivenciar e adquirir alguns fundamentos básicos de esportes, 
danças, ginásticas, lutas e capoeira. 
( ) Dimensões atitudinais: valorizar o patrimônio de jogos e brincadeiras do contexto.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – V – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – F.
4. A BNCC apresenta 10 competências gerais que os estudantes devem adquirir ao longo 
da Educação Básica para se desenvolver de forma integral e se preparar para a vida, 
o trabalho e a cidadania no século XXI (BRASIL, 2017). É um conjunto integrado de 
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores a ser abordado, de forma articulada, por 
todos os campos de experiência e componentes curriculares, desde a Educação Infantil 
até o Ensino Médio. Assim, disserte a respeito dessas 10 competências gerais para a 
Educação Física que a BNCC apresenta para a Educação Básica.
5. A Educação Física é o componente curricular que tematiza as práticas corporais com 
diversas formas de codificação e significação social, entendidas como manifestações 
das possibilidades expressivas dos sujeitos, produzidas por diversos grupos sociais no 
decorrer da história. Nessa concepção, o movimento humano está, sempre, inserido no 
âmbito da cultura, e não se limita a um deslocamento espaço-temporal de um segmento 
corporal, ou do corpo todo. Nesse contexto, disserte a respeito das práticas corporais 
que abordam o fenômeno cultural dinâmico, diversificado, pluridimensional, singular e 
contraditório.
AUTOR, A. B. C. Fonte para questão conforme padrão 
INEP. 2. ed. Indaial: Uniasselvi, 2022.
105
MÉTODOS DE ENSINO VOLTADOS PARA A 
INICIAÇÃO EM ESPORTES DE RAQUETE
1 INTRODUÇÃO
Na unidade anterior, conhecemos os esportes de raquete, um pouco das 
metodologias e da história delas. Vimos que são modalidades que vêm crescendo, com a 
prática, principalmente, no esporte competitivo.
A modalidade esportiva com raquete tem requisitos motores específicos, o 
que ocasiona a necessidade de definição de mecanismos para o ensino-aprendizagem 
em relação ao esporte. Assim, os primeiros contatos com o esporte podem definir a 
continuação nele e uma estrutura consistente no processo de iniciação esportiva.
Diversos aspectos devem ser considerados para a escolha do método mais 
adequado no ensino de modalidades esportivas com o uso de raquetes. Todavia, 
as opções pelas estratégias pedagógicas esportivas devem considerar aspectos do 
indivíduo, do ambiente e das tarefas e as contínuas alterações que ocorrem a partir dos 
comportamentos dos praticantes. Por isso, a iniciação esportiva propicia adaptações 
à faixa etária e ao nível de desenvolvimento que explorem as diferentes demandas do 
esporte.
Para elucidar a temática relacionada à iniciação esportiva,
neste tema de aprendizagem, trabalharemos os elementos da iniciação esportiva 
universal, a importância, as estratégias dos jogos e como se estrutura a formação para 
os esportes de raquete. Em seguida, serão abordadas discussões a respeito da iniciação 
dessa estrutura de formação esportiva como modalidade. Por fim, serão apontados 
elementos do treinamento esportivo.
2 PROPOSTAS DA INICIAÇÃO ESPORTIVA DIRECIONADAS 
PARA ESPORTES DE RAQUETE
Os esportes são abordados com o intuito de sistematização da prática, baseados 
nos exercícios físicos e no treinamento para o desenvolvimento das diferentes modalidades 
esportivas, entretanto, o processo de construção do conhecimento, como as abordagens 
metodológicas, vem com a tentativa de organizar o esporte (FAVARO, 2020).
UNIDADE 2 TÓPICO 2 - 
106
• Ensino dos jogos, das regras: os jogos não devem ser utilizados, apenas, como o meio 
para o desenvolvimento de habilidades e de capacidades variadas. É importante o 
ensino desses jogos, com uma lógica particular, as regras (TORRES; GAYA, 2001). A 
análise de diferentes abordagens pedagógicas se considera o desenvolvimento dos 
processos metodológicos, particularmente, nos esportes coletivos,e ensina mais do 
que o esporte. Contudo, deve-se refletir a respeito de “como ensinar o esporte” com 
os aspectos vinculados ao “ensinar pelo esporte”. 
• Aprendizagem dos procedimentos técnicos: é uma parte dos pressupostos 
necessários para que, dentro de uma situação de jogo, os praticantes sejam capazes 
de resolver os problemas que o jogo apresenta. O desenvolvimento da aprendizagem 
técnica possibilita o acesso a um bom nível de jogo (TORRES; GAYA, 2001). A sequência 
metodológica da aprendizagem dos procedimentos técnicos se centra nos jogos de 
inteligência e criatividade tática. Assim, inverte-se a noção do senso comum, que 
inicia a aprendizagem pela técnica, e se busca, nessa proposta, enfatizar o processo 
de aprendizagem pela tática. Portanto, a sequência geral pode ser, assim, resumida:
o Processo de aprendizagem dos conteúdos táticos: compreende (1) aprendizagem das 
capacidades táticas básicas, (2) das estruturas funcionais gerais e (3) das estruturas 
funcionais direcionadas.
o Complementação com os processos de aprendizagem motora: (1) treinamento de 
coordenação; e (2) habilidades técnicas.
• Treinamento técnico-tático: treinamentos técnico, tático e integrado.
• Capacidades de adaptação: as capacidades de adaptação devem ser solicitadas 
e estimuladas em cada situação de jogo e ajustadas a nível de desenvolvimento do 
praticante às exigências requeridas (TORRES; GAYA, 2001). A captação da informação, 
relativa à particularidade da situação, para a concretude de uma tomada de decisão, 
é importante nessa situação de jogo para encontrar a solução de um problema que se 
defronta, e é preciso agir de modo contrário à previsibilidade, o que significa, muitas 
vezes, que a criança precisa criar soluções para se “adaptar” à imprevisibilidade do jogo.
• Exercício para o ensino dos desportos: esses exercícios devem ter acessíveis 
execução, explicação e compreensão, de fácil e rápida organização. Por isso, trata-se 
de uma abordagem centrada no aluno. Esse modelo de ensino pretende proporcionar 
uma compreensão das técnicas e das táticas necessárias para se obter sucesso em 
107
uma variedade de jogos, além de almejar e fomentar a motivação para continuar a 
participação desportiva. Com o objetivo de superar a abordagem de ensino tradicional, 
apresentam-se os jogos esportivos modificados, que se baseiam na abordagem da 
compreensão dos jogos, sendo que todos e cada um dos alunos podem participar 
da tomada de decisões. O ensino progride através da tática de um jogo, ao invés das 
habilidades técnicas. Centra a ênfase no ensino do jogo em detrimento do ensino 
das técnicas que o compõem, uma alternativa para a metodologia de ensino de jogos 
para a compreensão (Teaching Games for Understanding - TGFU), com seis passos: 
(1) jogo; (2) apreciação do jogo; (3) consciência tática; (4) tomada de decisão; (5) 
habilidade de execução; (6) e performance em competição.
• Situações de aprendizagem: sistematização e hierarquização dos requisitos são 
necessárias para um jogo, tendo em conta todo o repertório motor que o praticante 
possui e é capaz de realizá-lo. Esse praticante, nas etapas iniciais da aprendizagem, 
não deve, apenas, familiarizar-se com a bola e com o controle dela, mas que seja 
desafiado a desenvolver a comunicação, a não comunicação e a noção de ocupação 
do espaço do jogo. Ainda, os jogos e as formas deles podem ser adaptados para 
uma continuidade das ações e das possibilidades de concretização delas, e que as 
situações-problema das formas jogadas contenham as características fundamentais 
do jogo (TORRES; GAYA, 2001).
 
O desenvolvimento de uma formação esportiva passa por um processo planejado 
e sistemático, que se inicia na infância. Ainda, a função do sistema de formação esportiva 
se restringe através de linhas de ação e conceitos filosóficos, políticos, sociais e conteúdos 
que abrangem o processo de ensino-aprendizagem (GRECO; BENDA, 1998).
A aquisição de experiências motoras e de jogo, na infância, que ampliem o 
repertório motor, segundo Greco e Benda (1998), é significativa para a aprendizagem de 
habilidades motoras essenciais para a organização, a estruturação e o funcionamento 
do sistema de formação esportiva, relacionadas estruturas inerentes para a formação do 
indivíduo.
108
Figura 3 – Estrutura do sistema de formação esportiva
Fonte: adaptada de Greco e Benda (1998)
109
As estruturas de uma formação esportiva que constituem o sistema nas formas 
administrativa, institucional e temporal, incluindo conteúdos e áreas de aplicação, 
caracterizam uma unidade interdependente, ou seja, os objetivos e as metas propostas 
devem ser harmônicos e integrados para o funcionamento da aprendizagem existente 
em cada uma das estruturas apresentadas. A relação dos objetivos e dos conteúdos das 
estruturas será descrita a seguir.
2.1 ESTRUTURA DE ADMINISTRAÇÃO 
O sistema de formação esportiva deve conter uma estrutura de administração 
que precisa reger, sistematizar e operacionalizar as diferentes formas de manifestação. 
Assim, cada segmento esportivo se organiza, promove e operacionaliza a prática dos 
esportes de raquete. A administração se coaduna em diferentes instituições que 
desenvolvem, em vários planos, as formas de manifestação da atividade física, com 
diferentes níveis hierárquicos e de decisões (GRECO, 1998; GRECO; BENDA, 1998).
A administração pode ser definida como os gerenciamentos técnico, 
administrativo e esportivo de uma organização (clube, academia, escolinha, federação, 
confederação esportiva etc.), com a atividade-fim de desenvolvimento esportivo.
2.2 ESTRUTURA INSTITUCIONAL
É composta por um sistema de inter-relações entre diversos órgãos e instituições, 
como ministérios, secretarias de esporte, federações, clubes, escolas, dentre outros, que 
estruturam e organizam, formal e informalmente, as possíveis atividades esportivas de 
raquete. Ainda, contém níveis distintos de atividade física e esporte que são oferecidos 
aos praticantes (GRECO, 1998; GRECO; BENDA, 1998).
2.3 ESTRUTURA DE APLICAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA
É caracterizada por diferentes formas através das quais o esporte e a atividade 
física são desenvolvidos, com expressões esportivas no lazer, na prevenção de saúde, na 
recuperação e na reabilitação e no rendimento, incluindo o esporte profissional/alto nível.
O esporte de lazer contempla as atividades esportivas formais ou informais, as 
quais podem ser realizadas com objetivos de recreação, lazer e ocupação do tempo 
livre. O prazer de se fazer a atividade física é o objetivo. 
O esporte de prevenção da saúde é uma forma de atividade esportiva formal ou 
informal, com o objetivo de manutenção da saúde (GRECO, 1998; GRECO; BENDA, 1998).
O esporte escolar é uma atividade esportiva formal, desenvolvida dentro da 
escola, na aula de Educação Física, em diferentes momentos do processo de ensino-
aprendizagem da Educação Básica. 
110
O esporte de recuperação, segundo Greco e Benda (1998), é a atividade 
desenvolvida com o objetivo de melhoria, ou de recuperação, para o restabelecimento 
de órgãos, ou de tecidos, a partir de lesões, ou cirurgias, decorrentes de uma prática 
esportiva, ou não. 
Por fim, no esporte de rendimento, a característica primordial é a manifestação 
esportiva que gera um resultado oriundo de participações em competições formais, 
organizadas periodicamente e reguladas por instituições esportivas. 
2.4 ESTRUTURA DOS CONTEÚDOS (CAPACIDADES)
Os conteúdos são caracterizados pelas capacidades inerentes a uma ação 
motora em qualquer nível de expressão de atividade física. São constituídos pelas 
capacidades que desenvolvem uma ação esportiva em diferentes níveis de performance.
As capacidades biotipológicas são as física, técnica e tática, que possuem 
uma relação direta de dependência com os fatores do genótipo e do fenótipo. O 
genótipo é responsável pelo potencial do atleta, como composição corporal, biotipo, 
altura máxima esperada, força máxima e percentual de fibras muscularesde diferentes 
tipos. Já o fenótipo representa a evolução das capacidades envolvidas no genótipo, 
como capacidade de adaptação ao esforço e das habilidades esportivas e extensão da 
capacidade de aprendizagem do aluno (GRECO, 1998; GRECO; BENDA, 1998).
As capacidades socioambientais são o esporte e a atividade física, a partir dos 
quais os indivíduos fazem contato entre si, interagem e atuam conjuntamente. Assim, 
frente a um confronto de jogos esportivos, cada equipe é composta por um grupo 
organizado e estruturado, e os integrantes possuem objetivos comuns e contemplados 
por todos, com responsabilidades distribuídas entre eles, e com uma organização 
coletiva que promove a coesão da equipe (GRECO, 1998; GRECO; BENDA, 1998).
As capacidades psíquicas são as emoções, as quais têm uma função imediata 
de organização de uma ação que objetiva a preparação, a condução e a avaliação. Assim, 
podem ser definidas como capacidades psíquicas com pré-requisitos aprendidos ou 
baseados na aptidão, com o desenvolvimento de processos internos de estimulação, de 
regulação e de direção dos movimentos (GRECO, 1998; GRECO; BENDA, 1998).
As capacidades físicas são o ato motor, o resultado de uma ação e da interação 
de uma série de capacidades físicas em adequação com os demais componentes do 
rendimento esportivo, como:
111
Figura 3 – Estrutura do sistema de formação esportiva
Fonte: adaptada de Greco e Benda (1998)
As capacidades motoras são caracterizadas pelo consumo energético no 
nível da célula muscular. A resistência é a capacidade de suportar a fadiga, ou de se 
recuperar, rapidamente, do esforço físico. Pode ser geral, especial, aeróbica, anaeróbica, 
estática ou dinâmica. Já a força muscular é definida como a força de todos os grupos 
musculares, classificada de acordo com as formas de manifestação: máxima (estática 
ou dinâmica), de força e de explosão (GRECO, 1998; GRECO; BENDA, 1998).
As capacidades coordenativas são determinadas pelos processos de regulação 
e de orientação do movimento, a fim de potencializar o indivíduo a dominar as ações 
motoras em situações previsíveis e imprevisíveis e nos aprendizados de movimentos 
esportivos. A coordenação está ligada à capacidade de aprendizagem. 
As capacidades mistas são as de flexibilidade e de velocidade. A flexibilidade 
é a liberdade de movimento, ou seja, a mobilidade, a amplitude de movimento de uma 
articulação, ou de um grupo de articulações. Já a velocidade é determinada pelas 
capacidades coordenativas e pelos parâmetros musculares e neurais.
112
Para se aprofundar mais no ensino da iniciação esportiva, acesse 
https://www.youtube.com/watch?v=Po84NfLznOE.
DICA
As capacidades técnicas são caracterizadas pelo processo de aprendizagem 
motora, a partir do qual o objetivo é ampliar as habilidades e as competências motoras 
com um sólido nível de rendimento das capacidades coordenativas, porém, com o 
desenvolvimento da capacidade gestual específica para a solução de tarefas em 
diferentes modalidades esportivas. Contudo, a técnica é uma interpretação, no tempo, 
no espaço e na situação, por um repertório de gestos próprios da especialidade esportiva 
(GRECO, 1998; GRECO; BENDA, 1998).
Por fim, as capacidades táticas estão inter-relacionadas aos fatores espaço 
– tempo – bola/peteca – colega – adversário dentro de uma situação de jogo, com 
capacitação para se sobrepor às exigências que esse jogo propõe. Então, são um 
conjunto complexo dos processos psíquico, cognitivo e motor para a condução de 
tomadas de decisões adequadas para a resolução de tarefas, de problemas de jogos, 
com um comportamento adaptado às situações desse jogo ou de uma atividade (GRECO, 
1998; GRECO; BENDA, 1998).
2.5 ESTRUTURA TEMPORAL
Na estrutura temporal, veremos a sequência de fases e os momentos que 
devem caracterizar os diferentes níveis do rendimento esportivo, incluindo faixas 
etárias diversas. Assim, o processo de ensino-aprendizagem visa à melhoria do nível de 
desempenho em uma atividade esportiva de esportes de raquete.
Na fase pré-escolar, de acordo com Greco (1998), dentro da Educação Básica, 
a criança percorre por algumas etapas, com movimentos reflexos (estímulos para que 
o movimento se realize), rudimentares (voluntários) e fundamentais (com equilíbrio, 
manipulativo e locomotor). Então, o processo de ensino-aprendizagem é caracterizado 
dentro das três áreas de manifestação da aprendizagem, na unidade e na complexidade 
dos sistemas de cognição, de emoção e de motivação.
113
Na fase universal, Greco (1998) e Greco e Benda (1998) citam que crianças dos 
seis aos 12 anos têm, nessa fase, habilidades básicas de locomoção, de manipulação e 
de estabilização, as quais podem participar de atividades motoras mais complexas.
Na iniciação esportiva universal, identificam-se dois estágios de movimentos 
relacionados ao esporte: geral, ou transitório (acontece dos sete aos 10 anos, com uma 
combinação e uma aplicação das habilidades motoras fundamentais), e das habilidades 
específicas (ocorre dos 11 aos 13 anos, com um desenvolvimento dos aspectos cognitivo 
e físico). Desenvolvem-se, dos seis aos 12 anos, as capacidades motora e coordenativa, 
de forma geral, com a ampliação das habilidades e das competências. 
Dentro da fase de orientação, que se inicia dos 11, ou dos 12 anos, e vai até os 
14, acontece a automatização de grande parte dos movimentos, com consonância do 
praticante para a percepção de outros estímulos. A partir das regras dos esportes de 
raquete, o aluno busca o aperfeiçoamento do movimento para uma melhora da resposta 
motora. Assim, a nível de rendimento, ocorrem o desenvolvimento e o aperfeiçoamento 
das capacidades física e técnica, contudo, a técnica é trabalhada de forma global, com a 
procura pela automatização/estabilização, sem o aprimoramento do gesto técnico. Nos 
jogos, esse gesto, em qualquer forma de organização, é proposto a partir de um sentido 
recreativo (GRECO, 1998; GRECO; BENDA, 1998; GINCIENE et al., 2019).
A fase de direção começa por volta dos 13 e dos 14 anos, e vai até os 16. Iniciam-
se o aperfeiçoamento e a especialização técnica nos esportes de raquete, com destaque 
para a importância da iniciação esportiva como caminho para a formação global do ser 
humano, potencializados os desenvolvimentos psicomotor e de capacidades cognitivas, 
a manutenção da saúde e a prática de atividades físicas e esportivas continuamente.
A fase de especialização começa nos 15 ou 16 anos, e tem abrangência até os 18. O 
indivíduo possui um desejo individual para a participação de atividades que têm um número 
limitado de movimentos, mas isso depende da habilidade e da competência do sujeito, 
como talento, oportunidades, condições físicas e motivação. Desenvolve e aperfeiçoa a 
regulação dos programas motores, a organização de programas para a realização, por meio 
dos treinamentos técnico e tático (GRECO, 1998; GRECO; BENDA, 1998).
A fase de aproximação/integração acontece dos 18 aos 21 anos, e apresenta 
uma fase na qual o jovem se encontra quase finalizado, ampliada de acordo com o 
biotipo corporal e os traços do perfil psicológico. A fase de aproximação permite uma 
integração com a próxima fase, sendo que alguns conseguem alcançar o rendimento e 
outros percorrem pelo esporte amador (GRECO, 1998).
O alto nível é uma fase na qual o indivíduo precisa ter estabilização e os domínios 
técnico, tático e psíquico aprimorados, com o aumento das cargas de treinamento, volume, 
intensidade e densidade, dirigido para o processo de otimização dos processos cognitivos. 
114
Por fim, a fase de recuperação/readaptação visa à readaptação do ex-atleta 
para a aplicação de atividades físicas e programas adequados para um programa de 
destreinamento, e de forma gradativa, o que direciona a prática esportiva como uma 
forma de benefício à saúde (GRECO, 1998; GRECO; BENDA, 1998).
3 SISTEMA DE PREPARAÇÃO ESPORTIVA PARA ESPORTES 
DE RAQUETE
O desenvolvimento das preparações técnica e tática é um componente 
de treinamentodesportivo, com o planejamento responsável pela melhoria das 
possibilidades técnicas e táticas dos alunos que tendem a influenciar em um jogo, em 
uma competição e para o aprimoramento do que está envolvido.
O nível de habilidade nos esportes de raquete inicia pelo desenvolvimento de 
diversos aspectos, como as preparações física, técnica e tática. Assim, a preparação 
esportiva deve auxiliar o aluno a suportar uma partida mais longa, um rally mais 
competitivo, a fim de levá-lo a ter melhoras na técnica, a ampliar a tática e a desenvolver 
capacidades físicas específicas (BELLI; CHIMINAZZO, 2021). 
A seguir, abordaremos o conceito e os princípios gerais do treinamento esportivo, 
incluindo as inter-relações com os componentes técnico, tático e físico. Discursaremos 
a respeito da importância dos esportes de raquete (modelação de jogo) e das aplicações 
deles. Por fim, encerraremos com os processos de avaliação, planejamento, execução e 
monitoramento/controle da preparação esportiva.
3.1 PRINCÍPIOS GERAIS DO TREINAMENTO ESPORTIVO 
O treinamento esportivo é um fenômeno pedagógico a partir do qual as 
atividades são organizadas pedagogicamente, a fim de contribuir no processo de 
aperfeiçoamento do desempenho esportivo, analisados os objetivos, os personagens, 
os locais e as particularidades da prática que deve ser acompanhada de forma 
criteriosa e cuidadosa, incluindo a interligação com os componentes técnico, tático e 
físico (BELLI; CHIMINAZZO, 2021).
Na preparação técnica, o aluno passa pelo treinamento das habilidades motoras 
específicas, dos movimentos que precisa realizar para a prática esportiva, os quais são 
chamados de fundamentos, ou gestos técnicos. Então, o aluno necessita assimilar e 
ampliar o próprio repertório motor técnico para o desenvolvimento de novas destrezas 
motores para a melhora da técnica e o aperfeiçoamento dos gestos técnicos dos 
esportes de raquete. Como exemplos de fundamentos específicos, utilizaremos os do 
tênis: saque, forehand, backhand, smash e voleios na direita e na esquerda (BELLI; 
CHIMINAZZO, 2021; DANTAS, 2003; GOMES TUBINO; MOREIRA, 2003).
115
A preparação tática é desenvolvida para a orientação de uma ação, a fim 
de preparar o aluno para o desenvolvimento dos sistemas simples aos complexos 
(ofensivo e defensivo), por intermédio das estratégias de ação. Assim, o aluno assume 
o conhecimento tático das modalidades e conhece o adversário e a competição, as 
combinações e as variações das jogadas e o desenvolvimento de um pensamento tático. 
Nos esportes de raquete, pode-se adotar a tática de exploração dos pontos fracos do 
adversário para que ele cometa um erro ao tentar devolver a bola, ou a peteca, para 
o espaço adversário (BELLI; CHIMINAZZO, 2021; DANTAS, 2003; ILVA; GRECO, 2009; 
GOMES TUBINO; MOREIRA, 2003).
A preparação física é uma sistemática de exercícios para melhorar a aptidão 
física das valências, como força, velocidade, agilidade, coordenação etc. É um meio 
utilizado para o desenvolvimento das qualidades físicas básicas e específicas do 
esporte de raquete. É importante para os praticantes desenvolverem velocidade de 
deslocamento para conseguir chegar em todos os objetos e efetuar os golpes (BELLI; 
CHIMINAZZO, 2021; DANTAS, 2003; GOMES TUBINO; MOREIRA, 2003).
Para saber mais a respeito do treinamento esportivo na infância, acesse 
https://treinamentoesportivo.com/index.php/treinamento-forca/treino-
de-forca-na-infancia-e-adolescencia/.
DICA
O processo de preparação esportiva tem, como função, a melhora do desempenho 
em um jogo, além da oferta de uma prática segura e sem risco de lesões. Assim, é 
importante que esses três aspectos sejam considerados, respeitadas as características 
e as individualidades de cada contexto. Por exemplo, no caso dos esportes de raquete, 
a preparação esportiva dá suporte para que o praticante utilize uma raquete para 
rebater, inúmeras vezes, um objeto, e com segurança, sem sobrecarregar as próprias 
estruturas corporais e minimizar os possíveis efeitos deletérios dessa prática repetitiva 
(BALBINOTTI, 2009). 
3.2 ENTENDIMENTO DO JOGO OU DO MODELO DO JOGO
Na preparação esportiva, o aluno precisa compreender a prática da modalidade e 
como o jogo, de fato, acontece. Para isso, as informações e as características desse jogo 
devem ampliar o processo de preparação. Ainda, é preciso entender como o jogo acontece, 
os aspectos dele, se os alunos conseguem organizar e sistematizar as atividades com 
116
qualidade, a fim de contribuir para a melhora do desempenho esportivo. Como exemplo, 
podemos citar a prática de quantificação, durante uma partida de tênis, do golpe que é 
executado com uma maior frequência; verificação do tempo médio de rally em uma partida 
de badminton; ou, ainda, a intensidade do jogo por meio de uma partida de squash ou do 
tênis de mesa. Essas e outras variáveis devem ser compreendidas a partir da realidade 
do jogo para que possam fundamentar as ações em uma preparação esportiva (BELLI; 
CHIMINAZZO, 2021; ILVA; GRECO, 2009; GOMES TUBINO; MOREIRA, 2003).
Os esportes de raquete são, geralmente, modalidades esportivas que utilizam 
uma raquete, como tênis, badminton, tênis de mesa e squash, disputados em duas ou 
quatro pessoas que têm, como objetivo, rebater um objeto (peteca ou bola) em direção 
à quadra adversária (sobre a rede ou contra a parede), de maneira que o adversário 
não a alcance, ou não consiga devolvê-la com sucesso. As modalidades de raquete 
necessitam de uma área específica de jogo e de um obstáculo que o objeto deve transpor. 
Dessa forma, podemos dizer que raquete, objeto (peteca ou bola), espaço e obstáculo 
são componentes invariantes dos esportes de raquete, os quais, com as regras das 
modalidades, proporcionam a prática do jogo, tendo, como principal habilidade motora 
básica, o “rebater” (GRECO, 1998; ILVA; GRECO, 2009; GOMES TUBINO; MOREIRA, 2003).
3.3 SISTEMA DE TREINO DOS ESPORTES DE RAQUETE
O esforço desenvolvido em uma partida é chamado de carga de jogo, e os 
estímulos que são aplicados durante os processos de treino são conhecidos como 
cargas de treino. Essas cargas são os componentes da preparação esportiva (física, 
técnica e tática). Então, a aplicação das cargas de treino é orientada em uma série 
de pressupostos e princípios que beneficiam o delineamento do processo organizado 
e pedagógico do treinamento. Assim, temos os seguintes princípios: sobrecarga, 
especificidade, individualidade biológica, continuidade, adaptação e interdependência 
volume/intensidade (GOMES TUBINO; MOREIRA, 2003).
A aplicação dos estímulos deve ser contínua (princípio da continuidade) e crescente 
(princípio da sobrecarga), para que rompa com a homeostase, a fim de provocar a adaptação 
do corpo (princípio da adaptação) e restabelecer o equilíbrio corporal. Essa dinâmica de 
estresse/estímulo e readaptação/recuperação faz a performance esportiva melhorar. 
Além disso, os estímulos devem ser específicos, respeitar as características da modalidade 
praticada (princípio da especificidade) e aplicados sob medida, para cada indivíduo (princípio 
da individualidade biológica). Com relação a um planejamento de treino, a relação entre 
volume e intensidade de carga, também, deve variar ao longo do processo, mesmo sendo 
interdependentes (DANTAS, 2003; GOMES TUBINO; MOREIRA, 2003).
117
3.4 APLICAÇÃO DE CONCEITOS NO SISTEMA DE TREINAMENTO
O entendimento dos conceitos, para a aplicação do sistema de treino, é 
importante para que o aluno consiga aplicar e entender, na prática, o volume, a 
intensidade e a densidade de uso no processo do treinamento esportivo.
Um sistema de treinamento esportivo é proposto para a obtenção de resultados, 
com os objetivos de desenvolvimento e de potencialização do aluno, a fim de levá-lo a 
conhecer as próprias habilidades e competências e considerar a necessidade/interesse 
do aluno na prática esportiva, o início do processo ensino – aprendizagem – treinamento, 
os princípios do treinamento esportivo, os pré-requisitos3.3 APRENDIZAGEM MOTORA ........................................................................................................65
 3.4 FASES DE COMBINAÇAO TÉCNICO-TÁTICA .......................................................................... 67
 3.5 SISTEMAS OFENSIVOS E DEFENSIVOS ................................................................................. 70
4 CONCEPÇÕES ESPORTIVAS DO ESPORTE DE RAQUETE ..............................................72
 4.1 ESPORTE EDUCACIONAL ......................................................................................................... 72
 4.2 ESPORTE DE PARTICIPAÇÃO ................................................................................................... 73
 4.3 ESPORTE DE RENDIMENTO ..................................................................................................... 74
 4.4 ESPORTE DE FORMAÇÃO ......................................................................................................... 75
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................................76
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 80
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................81
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 83
UNIDADE 2 — PROPOSTA DE ENSINO DOS ESPORTES DE RAQUETE ............................. 85
TÓPICO 1 — COMPREENSÃO DA LÓGICA DA BNCC NO ENSINO DOS ESPORTES DE 
RAQUETE ..............................................................................................................................87
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................87
2 BNCC: FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS ..........................................................................87
 2.1 BNCC E EDUCAÇÃO FÍSICA.......................................................................................................89
 2.2 NÍVEIS DE ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ......................................................... 93
 2.3 ANÁLISE DA BNCC NA EDUCAÇÃO FÍSICA ........................................................................... 93
3 ESTRUTURAÇÃO DOS CONTEÚDOS ............................................................................... 94
 3.1 ELABORAÇÃO DE CONTEÚDOS DE ENSINO .......................................................................... 95
 3.2 ABORDAGENS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS .................................................................... 96
 3.3 CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO AMPLIADO ............................................................................. 97
 3.4 ALGUNS PRINCÍPIOS CURRICULARES .................................................................................. 97
 3.5 CICLOS DE ESCOLARIZAÇÃO ..................................................................................................98
 3.6 CONFRONTO DAS PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ................................................ 99
 3.7 ASPECTOS FÍSICOS E COMPETÊNCIAS ASSOCIADAS ........................................................ 99
 3.8 COMPETÊNCIAS ASSOCIADAS ...............................................................................................101
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................102
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................103
TÓPICO 2 - MÉTODOS DE ENSINO VOLTADOS PARA A INICIAÇÃO EM ESPORTES DE 
RAQUETE ............................................................................................................................105
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................105
2 PROPOSTAS DA INICIAÇÃO ESPORTIVA DIRECIONADAS PARA ESPORTES DE 
RAQUETE ............................................................................................................................105
 2.1 ESTRUTURA DE ADMINISTRAÇÃO ........................................................................................ 109
 2.2 ESTRUTURA INSTITUCIONAL ................................................................................................ 109
 2.3 ESTRUTURA DE APLICAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA ......................................................... 109
 2.4 ESTRUTURA DOS CONTEÚDOS (CAPACIDADES) ...............................................................110
 2.5 ESTRUTURA TEMPORAL .......................................................................................................... 112
3 SISTEMA DE PREPARAÇÃO ESPORTIVA PARA ESPORTES DE RAQUETE .................. 114
 3.1 PRINCÍPIOS GERAIS DO TREINAMENTO ESPORTIVO .........................................................114
 3.2 ENTENDIMENTO DO JOGO OU DO MODELO DO JOGO....................................................... 115
 3.3 SISTEMA DE TREINO DOS ESPORTES DE RAQUETE .......................................................... 116
 3.4 APLICAÇÃO DE CONCEITOS NO SISTEMA DE TREINAMENTO .......................................... 117
 3.4.1 Processos de treinamento ............................................................................................ 117
 3.5 APRENDIZAGEM MOTORA AO TREINAMENTO TÉCNICO/TÁTICO ..................................... 119
 3.5.1 Estágios da aprendizagem motora .............................................................................. 119
 3.5.2 Experiência na aprendizagem motora ...................................................................... 120
4 MODELO E CONCEPÇÕES DE ENSINO ...........................................................................120
 4.1 APRENDIZAGEM TÁTICA .......................................................................................................... 120
 4.2 MÉTODO SITUACIONAL ............................................................................................................ 121
 4.3 ESTRUTURAS FUNCIONAIS DO JOGO .................................................................................. 121
 4.3.1 Capacidade de jogo........................................................................................................ 122
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................124
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................125
TÓPICO 3 - ELEMENTOS ESTRUTURANTES DAS TÉCNICAS ESPORTIVAS E GESTOS 
TÉCNICOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ................................................................... 127
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 127
2 REQUISITOS MOTORES DE REBATIDA .......................................................................... 127
 2.1 GOLPES BÁSICOS DOS ESPORTES DE RAQUETE ............................................................... 128
 2.1.1 Tênis de mesa ................................................................................................................... 128
 2.1.2 Badminton ....................................................................................................................... 130
 2.1.3 Tênis de campo ............................................................................................................... 132
2.2 MÉTODOS DE ENSINO DOS ESPORTES DE RAQUETE EM FUNÇÃO DO ESTILO DE 
ENSINO ............................................................................................................................................ 135
 2.3 TREINAMENTO TÁTICO DO ESPORTE DE RAQUETE POR MEIO DOS PROCESSOS 
COGNITIVOS ....................................................................................................................................da modalidade esportiva e a 
interação entre os sistemas de treinamento.
O sistema de treinamento esportivo gera uma conscientização da prática 
esportiva e a valorização do tempo livre, sendo um dos princípios da compreensão da 
prática da atividade física, de modo a enfatizar o processo de ensino-aprendizagem, 
incluindo o treinamento, o que possibilita a melhoria sistemática, planejada, consciente 
e longínqua do nível de desempenho da atividade esportiva. Com isso, a construção de 
um planejamento a longo prazo, e organizado sistematicamente, pode proporcionar a 
evolução do aluno dentro do sistema de treinamento esportivo.
3.4.1 Processos de treinamento
No treinamento esportivo, o planejamento deve ser um processo, uma ação 
contínua, coerente e prolongada, que vise a um objetivo final. Por isso, as aulas não podem 
acontecer de forma isolada. Deve haver uma relação entre elas, com foco no objetivo 
final. Nesse processo, algumas ações são fundamentais e devem ser destacadas, como: 
avaliação, planejamento, execução e monitoramento/controle (BELLI; CHIMINAZZO, 
2021; DANTAS, 2003; GOMES TUBINO; MOREIRA, 2003).
A avaliação é o primeiro passo, a partir do qual se verifica o nível dos componentes 
do desempenho esportivo, ou o estado de condicionamento do aluno. Nesse momento, 
aplicam-se testes para um diagnóstico, que direcionam todo o planejamento futuro, com 
a análise do princípio da individualidade biológica, pois se considera o praticante/atleta 
de forma individualizada. A avaliação ajuda a identificar, também, possíveis deficiências 
nesse praticante/atleta em qualquer componente do treino (DANTAS, 2003; GOMES 
TUBINO; MOREIRA, 2003).
Na aplicação do teste, o professor precisa interpretar os resultados, a fim de 
determinar a importância, ou o valor da informação coletada. A partir dele, é indicado se 
os objetivos estão, ou não, sendo atingidos, se o sistema de treino está sendo satisfatório. 
Ainda, é preciso haver uma comparação com algum padrão (escalas, médias, desvios 
padrões, percentuais etc.).
118
Realizada a avaliação, o passo seguinte diz respeito ao planejamento. Nessa 
fase, os objetivos são determinados e os meios, as ações e/ou as estratégias são 
definidos para que os objetivos sejam alcançados, ou seja, na fase do planejamento, 
podem ser estruturadas estratégias de ações para corrigir falhas. 
No momento da elaboração de um planejamento, é delineada a forma de 
trabalho, de modo que os treinos físicos melhorem a potência aeróbica, ou seja, pode-
se citar os meios e os métodos de treinamento escolhidos para ser atingido um objetivo 
(DANTAS, 2003; GOMES TUBINO; MOREIRA, 2003).
A fase de execução do sistema de treinamento consiste em ser realizado o 
treino e da melhor forma possível, sempre em consonância com o objetivo proposto. É 
a fase na qual se coloca em ação o planejado na etapa anterior. 
É crucial que seja feito um relatório da sessão de treino, um documento 
padronizado no qual se registra o treino executado com as devidas cargas, incluindo 
qualquer ocorrência que possa haver. Depois de vários meses, dificilmente, você 
se lembra de algo que tenha acontecido em determinado treino, por isso, o registro 
é importante (BELLI; CHIMINAZZO, 2021; DANTAS, 2003; GOMES TUBINO; MOREIRA, 
2003).
A respeito do monitoramento/controle do treino, Belli e Chiminazzo (2021), 
Dantas (2003) e Gomes Tubino e Moreira (2003) descrevem que está relacionado ao 
acompanhamento do processo de forma segura, a fim de garantir o melhor rendimento 
do aluno ao longo dessa prática e de prevenir lesões. 
O monitoramento da carga de treino pode ser um indicador de que o praticante/
atleta progride de forma segura e adequada. É possível monitorar as cargas externa 
(volume, intensidade e densidade, por exemplo) e interna dos treinos (valor atribuído 
pelo praticante/atleta para uma percepção subjetiva em relação à carga de treino 
da sessão). Ainda, durante um processo de recuperação desse praticante/atleta, é, 
igualmente, possível realizar um monitoramento (percepção subjetiva de recuperação) 
para que se acompanhe o caso sistematicamente, com a aplicação das devidas cargas 
de treino sem um prejuízo de desenvolvimento esportivo.
Por fim, o aspecto metodológico do sistema de treinamento possui um contexto, 
um conteúdo, um objetivo, um significado e uma tarefa técnica e tática, os quais são 
desenvolvidos ao longo do ciclo escolar do aluno e de forma escalonada (do fácil ao difícil, 
do conhecido ao desconhecido, do simples ao complexo), com a apresentação, ao aluno, de 
atividades esportivas com propostas de desenvolvimento e de aprimoramento esportivo. 
119
3.5 APRENDIZAGEM MOTORA AO TREINAMENTO TÉCNICO/
TÁTICO
A aprendizagem motora tem, como objetivo, a realização de tarefas motoras, 
incluindo técnicas de movimentos que proporcionam, ao aluno, a aquisição de um vasto 
repertório motor. É um processo de aprendizagem, de desenvolvimento, de adaptação 
e de aperfeiçoamento de habilidades e de ações motoras. O processo de ensino-
aprendizagem é condicionado por fatores internos (motivação, experiência motora etc.) 
e externos (feedback, ambiente, linguagem etc.) que sofrem um condicionamento da 
aprendizagem, do treinamento, da técnica e do tático.
A aprendizagem motora resulta da prática, ou da experiência, e a mudança, na 
aprendizagem, ocasiona interferências no desenvolvimento esportivo, assim, ocorre o 
envolvimento de processos no sistema nervoso central, com a aquisição de habilidades 
e de mudanças na aprendizagem de caráter permanente. 
Essa aprendizagem motora possui alguns fatores que condicionam a 
aprendizagem de movimentos, como os fatores externos e internos ao ser humano, 
levado em consideração o planejamento das aulas. Assim, para ser avaliada, necessita-
se do desempenho do aluno a partir de uma determinada habilidade, incluindo a análise 
de outros aspectos presentes na avaliação. 
3.5.1 Estágios da aprendizagem motora
A identificação dos estágios da aprendizagem motora alterna em função 
da automatização do movimento, e pode acontecer devido à prática frequente da 
atividade física. Assim, Pellegrini (2000) aponta que o comportamento do processo de 
aprendizagem pode ser caracterizado como:
• inexperiente (novato): o aluno realiza movimentos descoordenados, sem eficiência e 
fluência. Verbaliza a tarefa, mas não se detém, com detalhes, do movimento;
• intermediário: após várias tentativas, eliminam-se os movimentos desnecessários. O 
aluno possui fluência e harmonia, e o padrão motor é mais estabilizado, com as ações 
mais coordenadas;
• avançado (expert): os movimentos são mais eficientes, há um menor gasto energético, 
e o aluno consegue alcançar a meta (PELLEGRINI, 2000).
Então, cada um desses estágios corresponde a um processo para a aquisição 
da habilidade motora. As mudanças são sequenciais e ocorrem paralelamente, em 
momentos distintos, com o desenvolvimento por meio de processos fundamentais e 
com um acesso diferenciado à consciência (PELLEGRINI, 2000).
120
3.5.2 Experiência na aprendizagem motora
O aprendizado motor, por meio de experiências, permite se adaptar a 
características dos fatores internos e externos. Com o tempo, a criança, o adolescente 
e o adulto amadurecem o repertório motor deles e crescem as potencialidades de 
performance. Entretanto, os níveis de amadurecimento e de aptidão não estão 
relacionados com a habilidade, mas ao resultado da prática de uma tarefa, com a 
ampliação da experiência no repertório.
A aprendizagem motora acontece continuamente, com mudanças nos processos 
internos que determinam a capacidade do aluno de construção de uma tarefa motora. 
Ainda, há a aprendizagem de habilidades, assim, o aluno realiza atividades com o intuito 
de melhora da performance do movimento técnico e da proposta tática, incluindo a 
ampliação da experiência de aprendizagem.
Então, o estabelecimento de metas, para o ensino da aprendizagem motora, possui 
grandes implicações para a aprendizagem de habilidades,o que amplia a experiência do 
aluno, que se torna mais comprometido para o alcance dessas metas, com os entendimentos 
técnico e tático da aprendizagem avançados e a ampliação da experiência.
4 MODELO E CONCEPÇÕES DE ENSINO
O ensino, na pedagogia do esporte, deve levar em consideração os aspectos 
cognitivos, motores e sociais dos alunos e/ou dos praticantes para que os objetivos 
de aprendizagem sejam alcançados (FAVARO, 2020). Os Jogos Desportivos Coletivos 
(JDC) possuem uma estrutura comum, dentro de uma mesma estrutura lógica, o que 
os torna suscetíveis a um mesmo tratamento em relação a essa pedagogia do esporte, 
com uma estrutura lógica interna.
Os JDC são agrupados em uma única categoria, com seis invariantes: 1 – bola 
ou outro implemento similar; 2 – espaço de jogo; 3 – parceiros; 4 – adversários; 5 – um 
alvo e um local de ataque e de defesa; e 6 – regras específicas.
4.1 APRENDIZAGEM TÁTICA
O processo de ensino-aprendizagem de treinamento nos JDC exige a variabilidade 
não só das técnicas a serem aplicadas, mas, também, das formas metodológicas de 
situações de jogo a serem apresentadas, o que possibilita uma ampliação do repertorio 
motor do aluno (GRECO, 1998). 
121
As situações de jogos, por meio da prática, com diferentes estruturas funcionais, 
possibilitam, ao aluno, potencializar a aprendizagem e o posterior treinamento, com o 
sistema de memória ligado ao de recepção, transmissão e elaboração de informações já 
aprendidas (GRECO, 1998).
4.2 MÉTODO SITUACIONAL
O método situacional é caracterizado por uma opção metodológica ativa, a 
partir da qual o aluno experimenta situações adaptadas de jogos formais, as quais se 
aproximam das realidades desses jogos. O foco se dá em situações de jogo, não apenas, 
na técnica, ou na dinâmica dele (GRECO, 1998).
Essa abordagem prioriza a busca da formação do jogador inteligente, que 
apresenta competência para analisar situações coletivas e dinâmicas, e pode adaptar as 
próprias qualidades técnicas, combinar padrões, e, acima de tudo, resolver problemas. 
O JDC é uma dinâmica que exige a solução de um problema geral: os jogadores 
necessitam criar situações de finalização e de marcação de um ponto, ou de um gol. 
Esse método de ensino se baseia na proximidade das ações e das situações 
apresentadas com as situações reais de um jogo competitivo formal. Os objetivos 
desse tipo de treinamento são: a) formação de automatismos flexíveis de movimentos 
ideais, conforme modelos; b) otimização dos programas motores generalizados; e c) 
aprimoramento das capacidades de variação, de combinação e de adaptação do 
comportamento motor para a execução de uma técnica em uma situação de competição. 
Por fim, o método procura incorporar o desenvolvimento paralelo de processos 
cognitivos inerentes à compreensão de táticas de jogo, com jogadas básicas extraídas de 
situações consideradas padrão de jogo, aspecto que é a grande vantagem desse método.
4.3 ESTRUTURAS FUNCIONAIS DO JOGO
O processo de ensino-aprendizagem de treinamento, associado ao método 
situacional, incluindo o desenvolvimento de diferentes processos cognitivos inerentes 
à ação tática, desenvolve, paralelamente, a capacidade tática, por meio da integração 
dos diferentes processos cognitivos.
Nos jogos esportivos coletivos, há uma série de parâmetros comuns a todos 
eles, como: a) a bola (velocidade, direção, altura); b) o espaço (local da quadra, áreas 
permitidas e proibidas); c) o objetivo do jogo (gol, ponto); d) o regulamento (tempo e 
espaço de jogo, números de jogadores); e) colegas (posição, deslocamento, ação, 
função); f) adversário (intenções táticas); e g) público (GRECO, 1998). 
122
Os JDC são determinados por uma série de fatores, como ambiente diversificado, 
situações proporcionadas pelas regras, delimitação do campo de jogo, técnicas 
possíveis, elaboração de táticas e estratégias. 
A capacidade de jogo é a transferência de uma experiência longa e variada de 
movimentos que, por sua vez, constituem-se pelo tipo de solo fértil para a iniciação 
específica nos esportes, para os processos didático-pedagógicos do tipo série de 
exercícios e de jogos, de situações, modelos orientados e planos, desenvolvimento da 
percepção, caminhos genéticos etc.
A capacidade de jogo com uma abordagem para a compreensão de jogos se 
baseia em um programa de construção e/ou criação de jogos que tem, como objetivo 
principal, tornar os alunos conscientes de princípios pedagógicos enquanto participam 
de inúmeros jogos para, então, aplicar esses conhecimentos a outros do mesmo tipo. 
4.3.1 Capacidade de jogo
O desenvolvimento da capacidade de jogo se dá na aprendizagem motora, frente 
aos treinamentos técnico e tático. Esse desenvolvimento da capacidade coordenativa, 
através da melhora dos processos inerentes à recepção da informação, incluindo 
interpretação e codificação cognitivas, traz adequadas organização e estruturação do 
movimento, a fim de otimizar o desenvolvimento da aprendizagem (GRECO, 1998).
A capacidade de jogo é caracterizada pela interação do desenvolvimento das 
diferentes capacidades que compõem o rendimento esportivo em uma situação de 
jogo, em uma tarefa motora. O desenvolvimento da capacidade de jogo de um atleta 
e de uma criança se sustenta na prática de situações típicas e comuns ao próprio 
jogo, e aparece em cada esporte. Contudo, a orientação para a capacidade é dada, na 
área coordenativa, à ênfase no desenvolvimento das capacidades motoras, e os pré-
requisitos coordenativos de rendimento podem e devem ser treinados.
A tática é determinada pelas capacidades cognitivas, técnicas e psicofísicas. 
Ainda, pode ser classificada em três tipos: 
• Tática individual: diz respeito a um jogador, e, através da coordenação neuromuscular, 
permite interpretar, no tempo, no espaço e em uma situação, ações dirigidas para 
resolver a tarefa/problema de um jogo.
• Tática grupal: diz respeito a uma ação coordenada de dois ou três jogadores. É apoiada 
nas intenções táticas individuais que objetivam dar continuidade ao processo de 
definição da ação.
• Tática coletiva: diz respeito a uma sucessão simultânea de ações entre três ou mais 
jogadores, em busca de uma solução para uma tarefa/problema de jogo, e se vale de 
conceitos estabelecidos.
123
Então, o foco no desenvolvimento, através de ações didáticas, promove a 
execução de habilidades motoras que se articulam em cada fase dos indivíduos. 
Parte-se de um nível estabelecido do movimento, em busca de atingir o padrão 
definido para cada uma das etapas do ensino-aprendizagem. Assim, aparecem as 
percepções que o aluno tem para atingir os referenciais, as metas e os objetivos, 
através da metodologia de ensino. 
A perspectiva didática de ensino é a base teórica com a qual o aluno executa 
o ensino-aprendizagem proposto, até que consiga realizá-la de forma a contemplar 
capacidades e um nível motor aceitável. Para isso, deve se articular aos padrões motores 
e visar ao desenvolvimento dos comportamentos cognitivos e socioafetivos. 
124
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tema de aprendizagem, você estudou: 
• A iniciação esportiva pode ser definida como o contato inicial; e a adaptação, por um 
aluno/praticante, de uma modalidade esportiva. Os primeiros contatos com o esporte 
podem definir a continuação nele.
• A iniciação esportiva universal é uma proposta idealizada para auxiliar o treinamento/
aprendizagem dos esportes, a fim de diminuir a complexidade de jogo e favorecer o 
desenvolvimento dele.
• O treinamento esportivo, com uma visão multilateral de desenvolvimento fisiológico 
contínuo e gradual das capacidades motoras, realizado de forma adequada, para 
cada jovem praticante, pode ser um importante aliado no processo de sucesso da 
iniciação esportiva.
• Para uma melhor performance nos esportes de raquete, é necessária a compreensão 
das estruturas motoras e das estratégias de estímulos das habilidades envolvidas 
nas modalidades.
• O sucesso, na performance avançada dos esportes de raquete,depende dos domínios 
das habilidades motoras fundamentais. Dentre essas habilidades, a rebatida é um 
elemento de destaque para esses esportes.
• A compreensão do ensino-aprendizagem motor, através da ampliação do repertório 
motor, das habilidades e das experiências, marca presença.
125
AUTOATIVIDADE
1. O desenvolvimento de uma formação esportiva passa por um processo planejado e 
sistemático que se inicia na infância. A função do sistema de formação esportiva se 
restringe a linhas de ação; a conceitos filosóficos, políticos e sociais; e a conteúdos que 
abrangem o processo de ensino-aprendizagem (GRECO; BENDA, 1998). Com relação à 
estrutura do sistema de formação esportiva, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Administrativa; instituições; esportes; capacidades; temporal/fases.
b) ( ) Administrativa; instituições; treinamento; capacidades; temporal/fases.
c) ( ) Administrativa; instituições; capacidades; universal; temporal/fases.
d) ( ) Administrativa; instituições; esportes; capacidades; motor.
2. O desenvolvimento da preparação técnico-tática é um componente do treinamento 
desportivo, e o planejamento é responsável pela melhoria das possibilidades técnicas e 
táticas dos alunos que devem influenciar no jogo, na competição e no aprimoramento 
técnico-tático. O nível de habilidade, nos esportes de raquete, inicia pelo desenvolvimento 
em diversos aspectos, como as preparações física, técnica e tática (GRECO, 1998). Com 
base nas definições dessa preparação técnico-tática, analise as sentenças a seguir:
I- A preparação técnica é o treinamento de habilidades motoras específicas, de movimentos 
que precisam ser realizados para a prática esportiva, chamados de fundamentos, ou 
gestos técnicos. 
II- A preparação tática é desenvolvida para a orientação da ação, a fim de preparar o aluno 
para o desenvolvimento dos sistemas simples aos complexos (ofensivos e defensivos), 
por intermédio de estratégias de ação. 
III- A preparação física é uma sistemática de exercícios para melhorar a aptidão física das 
valências, como força, velocidade, agilidade, coordenação, dentre outras.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
126
3. Na estrutura do sistema de formação esportiva, a estrutura de aplicação de atividade 
física e conteúdos se desenvolve através de linhas de ação; de conceitos filosóficos, 
políticos e sociais; e de conteúdos que abrangem o processo de ensino-aprendizagem. 
Nessa perspectiva, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Há diferentes formas através das quais o esporte e a atividade física são desenvolvidos, 
com expressões esportivas no lazer e na prevenção da saúde. 
( ) Acontece uma caracterização pelas capacidades inerentes à ação motora em qualquer 
nível de expressão da atividade física.
( ) As capacidades física, técnica e tática possuem uma relação indireta de dependência 
com os fatores genótipo e fenótipo.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – V – F.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4. A organização das preparações técnica, tática e física faz com que o aluno amplie técnicas 
em um jogo, em uma competição, e para o aprimoramento técnico-tático. Assim, o nível 
de habilidade, nos esportes de raquete, inicia pelo desenvolvimento de diversos aspectos. 
Com base no exposto, disserte a respeito dessas preparações física, técnica e tática.
5. Os métodos de ensino voltados para a iniciação em esportes de raquete devem 
potencializar o desenvolvimento motor, de modo a utilizar a iniciação e a preparação 
esportivas. Nesse contexto, disserte a respeito do desenvolvimento de habilidades e 
competências que o aluno deve adquirir a partir desses métodos de ensino.
AUTOR, A. B. C. Fonte para questão conforme padrão 
INEP. 2. ed. Indaial: Uniasselvi, 2022.
127
TÓPICO 3 -
ELEMENTOS ESTRUTURANTES DAS 
TÉCNICAS ESPORTIVAS E GESTOS 
TÉCNICOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
1 INTRODUÇÃO
A iniciação esportiva dos esportes de raquete é entendida e orientada pelo 
ensino convencional dos fundamentos técnicos e táticos do esporte. Assim, o ensino 
de crianças e jovens deve apontar as necessidades e as capacidades na etapa de 
desenvolvimento, a fim de romper o ensino de metodologias mecanicistas que são 
caracterizadas pela monotonia de exercícios repetitivos.
O ensino convencional dos fundamentos técnicos dos esportes acontece através 
da iniciação esportiva na infância, mas, analisadas as habilidades e as capacidades reais 
nessa etapa do desenvolvimento e com a ampliação do repertório motor, torna-se uma 
experiência dinâmica e divertida, de forma que possa manter o aluno motivado para a 
prática do jogo, o que permite que os processos de aprendizagem e de desenvolvimento 
da técnica esportiva dos esportes de raquete evoluam continuamente. Portanto, é 
necessário sistematizá-lo a partir da infância, pois é um esporte com diversidade e 
complexidade de movimentos.
Neste tema de aprendizagem, analisaremos, de forma geral, o ensino dos 
requisitos motores dos esportes de raquete, como rebatida e golpes básicos, incluindo 
os métodos de ensino desses esportes em função do estilo de ensino, como tradicionais, 
participativos, individualizadores e cognitivos. 
2 REQUISITOS MOTORES DE REBATIDA
Os jogos de esportes de raquete compreendem uma variedade de atividades 
nas quais os participantes têm, como objetivos, bater e rebater algum objeto (bola, 
peteca, dentre outros), a fim de utilizar outros objetos, como raquetes e tacos. Assim, 
a iniciação esportiva, utilizada como metodologia de ensino, deve acontecer de forma 
dinâmica e descontraída, de forma a motivar o aluno para uma prática de jogo e permitir 
os processos de aprendizagem e de desenvolvimento da técnica, da tática esportiva 
dos esportes de raquete.
UNIDADE 2
128
As formas de rebatimento de uma bola, ou de uma peteca, caracterizam 
ações que acontecem no jogo através de movimentos específicos de rebatidas, com a 
utilização de uma raquete. São golpes que cada atleta, dentro das próprias habilidades 
e competências, executa, mesmo com diversas particularidades, incluindo os efeitos 
impostos na bola, ou na peteca, e a força aplicada nesses golpes.
Com relação aos requisitos motores para a rebatida, veremos as estruturas dos 
golpes básicos dos esportes de raquete, do tênis de mesa, do badminton e do tênis, além 
dos métodos de ensino desses esportes em função do estilo de ensino, do treinamento 
tático por meio dos processos cognitivos; e da referência estratégica e tática que amplia 
o desenvolvimento esportivo em questão.
2.1 GOLPES BÁSICOS DOS ESPORTES DE RAQUETE
A partir de agora, conheceremos os golpes básicos dos esportes de raquete 
olímpicos (tênis de mesa, badminton e tênis de campo), uma base para o desenvolvimento 
dos golpes básicos deles, levada em conta a especialidade de cada modalidade.
As modalidades esportivas de raquete olímpicas possuem habilidades abertas, 
sendo que os ambientes interno e externo são imprevisíveis, com o desenvolvimento 
da técnica e da tática como resolução de um problema motor. Assim, os alunos 
procuram pela execução do gesto motor (golpes e fundamentos) através da experiência 
adquirida com os repertórios motor, técnico e tático, com mais desenvoltura na ação 
dentro do jogo. Assim, discutiremos a respeito de atributos técnicos e táticos dos 
esportes de raquete para a compreensão dos conceitos técnicos do tênis de mesa, do 
badminton e do tênis.
2.1.1 Tênis de mesa
Os fundamentos que são utilizados no tênis de mesa são parecidos com os do 
tênis de campo. 
O jogo possui, como objetivo, marcar pontos. Após o movimento inicial, que é 
o saque, a bolinha pode tocar, apenas, uma vez na área dos jogadores. Assim, esses 
jogadores rebatem a bolinha com a finalidade de que ela toque o campo (espaço) do 
adversáriomais de uma vez.
129
Figura 5 – Saque do tênis de mesa nos jogos olímpicos de verão de 2016
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Table_tennis_at_the_2016_Summer_Olym-
pics_(10).jpg. Acesso em: 24 abr. 2022
A seguir, conheceremos os golpes utilizados no tênis de mesa e, logo em 
seguida, a descrição de cada fundamento.
Figura 6 – Golpes do tênis de mesa
Fonte: o autor
130
Forehand e backhand são as rebatidas diretas na bola, com a raquete na lateral, 
sendo que o primeiro tem as costas das mãos apontadas para trás, e, o segundo, para frente. 
Topspin e backspin são duas versões do mesmo golpe. O primeiro pega a bola 
enquanto a raquete sobe e gira (spin) a redondinha para cima (top). O momento faz o 
oposto, pois golpeia a bola na descendente e a faz girar (spin) para trás (back) e perder 
velocidade. Já o loop é um movimento similar ao do topspin, pois golpeia a bola com a 
raquete que sobe. No drive, a bola é golpeada no ponto mais alto e o efeito é aplicado, 
apenas, com um leve giro do pulso. O chop é a bola que é pega na descendente e é 
girada para cima. Por fim, o harau é um dos mais eficientes ataques do tênis de mesa, 
devido ao aluno “subir à rede”, chegar com a raquete lateralmente e dar a direção do 
golpe com o punho (ILVA; LEMOS, 2014; TANI et al., 2013).
Conheça algumas das principais entidades que regem as modalidades 
de esportes de raquete: 
Badminton: https://bwfbadminton.com/.
Tênis: https://www.itftennis.com/en/. 
Tênis de Mesa: https://www.ittf.com/. 
GIO DICA
2.1.2 Badminton
Para o ensino dos fundamentos do badminton, utilizam-se os equipamentos 
básicos para a prática, que são a peteca, a raquete, a quadra e a rede, assim, inicia-se o 
desenvolvimento dos golpes pertencentes à modalidade. A seguir, conheceremos esses 
golpes e a descrição de cada fundamento.
131
Figura 7 – Golpes do badminton
Fonte: o autor
O saque, no badminton, conhecido como serviço, inicia quando o aluno executa 
o movimento na trajetória diagonal da quadra, dentro da área de saque. A empunhadura 
da raquete não pode ser muito rígida, devido à velocidade do jogo, assim, permite 
mudanças rápidas nas formas de pressão da raquete. 
Há três tipos de empunhadura no badminton: neutra, forehand (de direita) 
e backhand (de esquerda). Assim, quando o aluno segura a empunhadura neutra, 
possibilita a transição de forehand para backhand, a troca, com o giro da raquete e a 
colocação dela na mão, para a outra.
O clear é um golpe defensivo, um dos fundamentos básicos do badminton. 
Acontece quando a peteca está acima e à frente da cabeça do aluno e ele a rebate com 
a raquete na direção do fundo da quadra do adversário. Entretanto, pode ser usado 
para atacar. Já o drop é um golpe de ataque, sendo que o estudante rebate a peteca 
bem perto da rede, o que dificulta a defesa do adversário (CADERNOS, 2014; CABELLO 
MANRIQUE, 2000).
132
Figura 8 – Atleta com um drop (golpe de ataque no qual se lança a peteca bem perto da rede)
Fonte: o autor
O smash é o golpe de ataque mais veloz do Badminton. O estudante golpeia 
a peteca com precisão e força, no sentido de cima para baixo, como uma cortada no 
voleibol. No drive, o golpe é realizado quando a peteca está na linha dos ombros do 
aluno, como se o jogador fi zesse, com a raquete, um movimento de chicote com a 
peteca. O lob marca presença quando a peteca é direcionada nas proximidades da rede, 
assim, para se defender, o jogador rebate a peteca no sentido de baixo para cima, a fi m 
de ganhar altura e de o objeto cair no fundo da quadra adversária, em uma trajetória 
parabólica. Por fi m, o net-shot é realizado assim que a peteca é lançada perto da rede 
(CADERNOS, 2014; CABELLO MANRIQUE, 2000).
2.1.3 Tênis de campo
A iniciação técnica para o tênis enfatiza uma formação de uma base motora 
rica e variada, que amplia, também, a aprendizagem de outras modalidades esportivas 
e atividades da vida diária. Assim, a seguir, conheceremos os golpes utilizados no tênis 
de campo e a descrição de cada fundamento (BELLI; CHIMINAZZO, 2021; FONTOURA, 
2003; GINCIENE et al., 2019).
133
Figura 9 – Golpes do tênis de campo
Fonte: o autor
Para o backhand, o aluno utiliza as duas mãos, a fim de imprimir a maior força ao 
golpe, e, para o forehand, bate na bola com a mão que segura a raquete. A mão oposta 
fica na frente do corpo. 
No jogo, as jogadas acontecem em direção ao fundo da quadra, e possuem 
variações de golpes em relação à bola. Com relação a essas variações, as jogadas com 
efeito são conhecidas como spin, como topspin (para cima) e sidespin (para o lado). O 
efeito é direcionado para cima ou para o lado da bola. 
Outra forma de efeito na bola é a jogada de slice (conhecida como underspin), 
que direciona a bola para uma curva menor após um toque na quadra adversária, o 
que dificulta a resposta imediata do adversário (BELLI; CHIMINAZZO, 2021; BALBINOTTI, 
2009; ILVA; LEMOS, 2014; CORTELA et al., 2012).
134
Figura 10 – Início de partida, jogos olímpicos RIO 2016
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Quadra_Central_do_Centro_Ol%C3%ADm-
pico_de_T%C3%AAnis.jpg. Acesso em: 24 abr. 2022.
Perante um efeito colocado na bola, o aluno deve executar a empunhadura 
(grip), que possui dois tipos clássicos: western grip e eastern grip. Cada empunhadura 
demonstra uma variação para aplicar o efeito na bola. 
Ao utilizar o tipo western, o aluno coloca a palma da articulação do dedo 
indicador contra o chanfro da raquete e posiciona a ponta do punho da raquete na 
palma da mão, a fi m de passar os dedos ao redor do punho. Para eastem, posiciona o 
lado da palma com o dedo indicador contra o chanfro. No terceiro chanfro, acontece a 
pegada forehand, e, no primeiro, backhand. É a empunhadura mais fácil a ser utilizada 
(BELLI; CHIMINAZZO, 2021; BALBINOTTI, 2009; FONTOURA, 2003; CORTELA et al., 2020).
135
Para saber mais a respeito do esporte tênis, encontre informações em 
https://revistatenis.uol.com.br/artigo/100-dicas-para-melhorar-o-seu-
jogo_8140.html.
DICA
2.2 MÉTODOS DE ENSINO DOS ESPORTES DE RAQUETE EM 
FUNÇÃO DO ESTILO DE ENSINO 
Para o ensino dos esportes de raquete, o aluno precisa se articular em três canais 
de comunicação: a) visual, b) auditivo e c) cinestésico. Esses canais são utilizados, pelo 
professor, durante uma aula, e de forma determinada. Cada canal é usado de forma 
isolada, ou combinados em função da grande quantidade de variáveis no ensino do 
esporte, do nível de conhecimento do aluno e das possibilidades de processamento de 
uma informação obtida durante a aula, incluindo personalidade e resultados obtidos 
(COPELLI, 2010; GRECO, 1998; GRECO; BENDA, 1998).
• Canal visual
O canal visual é conhecido como demonstração, e tem, como objetivo, 
proporcionar uma imagem global da tarefa, isto é, uma aprendizagem por imitação. 
Os professores, no ensino dos esportes de raquete, utilizam o recurso didático de 
demonstração de um movimento básico. 
• Canal auditivo
O canal auditivo oferece uma informação complementar ao aluno, por meio do 
uso de palavras, com o objetivo de que esse aluno obtenha um modelo mental da tarefa. 
Assim, a apresentação verbal pode ser descritiva, ou explicativa. A descrição da tarefa 
tenta substituir a demonstração do movimento a ser realizado. Já a explicação deve 
se limitar a aspectos concretos dessa tarefa e à utilidade dela, com os propósitos de 
esclarecer e de reforçar a descrição do exercício, curta e objetiva.
136
• Canal cinestésico
O aluno que utiliza o canal cinestésico tem um melhor aprendizado ao fazer, por 
envolvimento direto, pois prefere ir, diretamente, para a ação. Lembra-se melhor das 
coisas que faz, não daquelas que ouve, assim, caminha para a resolução do problema.
Aprofunde-se mais com A Pedagogia Dialógica de Paulo Freire e as 
Contribuições da Programação Neurolinguística: Uma Reflexão sobre o 
Papel da Comunicação na Educação Popular: http://acervo.paulofreire.org:8080/xmlui/handle/7891/4302.
DICA
2.3 TREINAMENTO TÁTICO DO ESPORTE DE RAQUETE POR 
MEIO DOS PROCESSOS COGNITIVOS
Independentemente da modalidade esportiva, segundo Balbinotti (2009) e 
Greco (1998), cada uma possui particularidades que apresentam diferentes desafios no 
momento do planejamento do processo de ensino-aprendizagem-treinamento para a 
formação do esportista. Assim, nas modalidades de esportes de raquete, isso não é 
diferente. Para o desenvolvimento das potencialidades do aluno, é necessário que ele 
tenha um repertório motor ampliado, além de técnica, de preparação física, de equilíbrio 
psicológico e de conhecimento do jogo, com saberes da lógica interna e das regras 
táticas que proporcionam saber dos momentos nos quais é possível tirar vantagem das 
situações ocorridas durante desse jogo.
A capacidade tática e os processos cognitivos, para uma tomada de decisão, 
reconhecem a necessidade e a dimensão da habilidade e da competência do aluno, se 
estão, ou não, relacionadas com o nível cognitivo, especialmente, com o conhecimento 
tático que o aluno possa desenvolver no jogo. Portanto, tornam-se, também, necessárias 
funções de cada um dos processos cognitivos, com interações no momento do 
comportamento tático (BALBINOTTI, 2009; GRECO, 1998; GRECO; BENDA, 1998).
Balbinotti (2009) apresenta a representação cognitiva do conhecimento 
da conduta que se denomina de “saber”, então, conhecer é compreender, ou seja, 
apreender e relacionar o novo com o já conhecido. Contudo, a capacidade de executá-
lo entende “saber fazer”, sendo que ambas as formas de conhecimento são mensuradas 
137
por meio de testes específi cos. Esse conhecimento se confi gura na memória de longo 
prazo, caracterizado por dois tipos de memória: explícita – memória declarativa, com 
lembrança consciente; e implícita – memória não declarativa.
A estrutura do conhecimento nos esportes, em relação aos processos cognitivos, 
é implícita à percepção e à tomada de decisão, ou seja, ao saber “o que procurar”, “o que 
fazer” e “como fazer”. 
A dedução, para a interação entre os conhecimentos táticos e técnicos, apoiados 
pelos processos cognitivos, será representada a seguir, porém, a capacidade de percepção 
se conecta com a seleção de informações, ou de sinais relevantes, e com a habilidade de 
identifi cação dessas informações para um posterior agrupamento na memória. 
A capacidade de decisão é constituída pelos processos de elaboração de 
planos de ação e de chamada desses planos para a execução da ação, isto é, para a 
concretização da tomada de decisão (BALBINOTTI, 2009; GRECO, 1998).
Figura 10 – Início de partida, jogos olímpicos RIO 2016
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Quadra_Central_do_Centro_Ol%C3%ADm-
pico_de_T%C3%AAnis.jpg. Acesso em: 24 abr. 2022.
138
Então, a percepção do ambiente está direcionada à recepção de informações, 
e o percurso é importante para o treinamento tático nos esportes com raquete. Por 
fim, a tomada de decisão consiste na escolha de uma possível ação presente em uma 
situação de jogo na qual há várias opções.
3 REFERÊNCIA ESTRATÉGICO-TÁTICA DO ESPORTE COM 
RAQUETE
O sistema estratégico-tático dos esportes de raquete compreende uma série de 
variáveis, assim, abordaremos alguns fatores que são fundamentais para a percepção 
dos praticantes desses esportes perante ações decorrentes do jogo. Em seguida, 
evidenciaremos a relevância da relação entre o conhecimento teórico e a experiência, 
com o objetivo de compreender a complexidade do jogo em questão.
O treinamento estratégico-tático deve ser desenvolvido no início da preparação 
do aluno para jogos e competições, sendo que ele já tem desenvolvido uma consciência 
esportiva para a consolidação dos padrões de movimento, dos fundamentos, das 
ações desenvolvidas, e dos golpes combinados, o que permite que tenha um domínio 
da quadra de um jogo. Assim, compreenderemos a percepção estratégico-tática, o 
conhecimento teórico, a experiência acumulada da prática esportiva, a complexidade 
do jogo e as qualidades físicas nos esportes de raquete, pois o estudante passa por 
processos de desenvolvimento do ensino-aprendizagem combinados, em forma de 
jogadas aplicadas em situações de jogos.
3.1 PERCEPÇÃO ESTRATÉGICO-TÁTICA
Através da percepção estratégico-tática, Greco (1998) e Balbinotti (2009) 
descrevem que as capacidades são indissociáveis, a partir de regras de ação atribuídas 
a modelos designados de jogo. Contudo, há a apresentação de obstáculos que afetam 
o desempenho dos praticantes, que se caracteriza pela “percepção-ação” que se 
expressa a partir da execução de modelos estratégico-táticos. 
A contínua atitude estratégico-tática (o que fazer e como fazer) depende de 
alguns fatores, como da seleção do número e da qualidade das ações, do conhecimento 
que o aluno possui do jogo, do modo através do qual entende e concebe esse jogo, e do 
conhecimento das condições de regulação situacional. Então, as propostas de ensino e 
de treinamento dos fundamentos estratégico-táticos, nos esportes com raquete, estão 
relacionadas à compreensão e à condição a partir das quais se estabelecem durante o jogo.
139
Figura 12 – Etapas para o sucesso em um jogo
Fonte: adaptada de Balbinotti (2009)
140
Nessa concepção, observam-se as dificuldades, ou os obstáculos, que 
influenciam o desempenho dos alunos para a execução de modelos estratégicos. 
Balbinotti (2009) aponta que a atitude estratégico-tática acontece de acordo 
com alguns fatores que ampliam a percepção e a ação de um jogo, como a seleção do 
número e a qualidade das ações, o conhecimento do jogo, a percepção e a compreensão 
das condições das situações que podem ocorrer. Para isso, é fundamental seguir 
alguns princípios orientadores para o desenvolvimento de ações que interpretem os 
erros e façam os ajustes no processo de formação do aluno, que valorizem a percepção 
cognitiva e assumam os princípios de ação estratégica dos jogos. 
3.2 CONHECIMENTO TEÓRICO E EXPERIÊNCIA
O desenvolvimento da habilidade e da competência do esporte de raquete 
se associa ao repertório teórico (conhecimento) e à experiência que o aluno possui 
no esporte, então, o conhecimento do jogo é uma função essencial para a qualidade 
da ampliação do repertório. Contudo, com a experiência de aprendizado, a vivência 
esportiva em jogos, e a prática esportiva da modalidade de esporte de raquetes, em 
certos momentos, alguns alunos conseguem reverter a vantagem dos adversários deles. 
Assim, fica mais fácil identificar as dificuldades desses adversários para devolver um 
golpe, em particular, em uma determinada circunstância. Entretanto, a compreensão 
e a experiência do jogo são relevantes para a qualidade do desempenho (BALBINOTTI, 
2009; GRECO, 1998).
Frente à tomada de decisão e à execução apropriada de uma ação estratégico-
tática, Balbinotti (2009) descreve que o aluno, durante o jogo, depende de outros 
componentes, como limitações técnicas e táticas, falta de condicionamento físico, grau 
de ansiedade, dentre outros. Em determinadas situações, os alunos devem conduzir as 
ações de forma a superar as próprias limitações. Esses fatores devem ser conteúdos 
importantes a fim de serem contextualizados durante a análise e a compreensão do 
esporte de raquete em uma aula (BELLI; CHIMINAZZO, 2021).
Por fim, Balbinotti (2009) descreve que os fundamentos estratégico-táticos 
de um aluno se sustentam no conhecimento das características básicas do esporte: 
dimensões da quadra, altura da rede, principais áreas de deslocamento nessa quadra 
e locais específicos dela para colocar/rebater a bola. Além desse conhecimento das 
características do esporte com raquete, é necessário saber que, para dominar a bola, é 
preciso considerar que cada golpe tem um objetivo específico, que impõe uma relação 
íntima entre a altura, a direção, a profundidade, a rotação e a potência de execução, de 
acordo com o desenrolar do jogo. 
141
Acesse o blog da Pro Spin e fique por dentro dos benefíciosque o 
esporte de raquete pode proporcionar: http://blog.prospin.com.br/
torneios/esportes-com-raquete-saiba-quais-beneficios-oferecem/
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DICA
3.3 COMPLEXIDADE DAS AÇÕES DE JOGO
Os componentes táticos abordados até aqui demonstram o eixo principal das 
atribuições realizadas por alunos durante ações executadas em um jogo, no qual podem 
enfrentar e resolver, de forma racional, os obstáculos impostos por cada situação 
específica desse jogo. Para isso, é preciso considerar as capacidades condicionais e 
coordenativas, as qualidades psicológicas e as ações necessárias para que seja possível 
dominar a bola e a quadra de jogo. Por fim, é preciso levar em conta a capacidade de 
performance do adversário; as regras impostas por cada competição; e, até mesmo, as 
condições externas existentes (BALBINOTTI, 2009).
Para atingir e ampliar o repertório motor dos alunos, as aulas devem possuir um 
grupo de exigências complexas, específicas e polivalentes, que vise à aprendizagem, 
à estabilização e ao aperfeiçoamento das ações estratégico-táticas, determinadas 
por uma situação na qual é preciso resolver problemas operacionais impostos pelo 
contexto do jogo. Então, o objetivo é, através do jogo, com todas as capacidades, 
estimular a realização plena das potencialidades do aluno, com o processo educativo 
do pensamento estratégico-tático do aluno que caminha na direção da autonomia da 
percepção e da análise, respeitadas as circunstâncias de cada situação (BALBINOTTI, 
2009; BELLI; CHIMINAZZO, 2021).
142
Figura 13 – Fundamentos estratégico-táticos
Fonte: Balbinotti (2009, p. 177)
Nessa perspectiva de complexidade do jogo, há uma especifi cidade do esporte 
e a relação de forças proposta que acontece no confronto estratégico-tático. Balbinotti 
(2009) aponta cinco grandes grupos de jogadas que acontecem e se estabelecem 
durante uma disputa de pontos: os golpes ofensivos, os de contra-ataque, os de 
neutralização, os de pressão e os defensivos.
Os golpes ofensivos têm, como característica, a relação entre a potência e a 
precisão na direção dos golpes, e, se esses fatores são empregados em níveis quase 
máximos e/ou máximos, há uma possibilidade de o golpe obter êxito. 
Os golpes de contra-ataque são uma resposta a ações ofensivas do adversário, 
e possuem todas as propriedades do ataque referidas dos golpes ofensivos. 
Os golpes de neutralização abarcam a iniciativa do adversário de controlar o 
ponto disputado. 
143
Os golpes de pressão exercem uma função no processo, de preparação para as 
ações ofensivas. 
Por fim, os golpes de defesa são um recurso na disputa de um ponto, uma 
alternativa para manter a bola em jogo (BALBINOTTI, 2009).
3.4 QUALIDADES FÍSICAS NO ESPORTE DE RAQUETE
A preparação física, segundo Balbinotti (2009) e Greco (1998), ocorre na aplicação 
da educação das qualidades físicas, que representam as aptidões relevantes para o 
esporte. Essa preparação física, nos esportes de raquete, considera as qualidades físicas 
específicas que são exigidas para o desenvolvimento de uma melhor performance do 
aluno em treinamentos, jogos e competições. O planejamento dos conteúdos a serem 
desenvolvidos nas aulas de Educação Física depende de um condicionamento físico 
básico e específico dos alunos, que os possibilite a suportarem e a contemplarem, com 
qualidade, propostas das altas demandas do esporte.
Além das exigências de demandas associadas aos jogos, é importante 
considerar as demandas associadas ao treinamento e ao desenvolvimento das fases 
dele na relação entre o volume e o treinamento, o que proporciona a participação em 
jogos e competições e requer habilidade e estratégia, além de capacidade física. Assim, 
analisaremos as qualidades físicas desenvolvidas nos esportes de raquete, como 
força especial, velocidade, agilidade, resistência, força geral, flexibilidade e habilidades 
motoras aplicadas no ensino-aprendizagem desses esportes.
3.4.1 Força especial
O desenvolvimento da força, para os esportes de raquete, é uma qualidade 
física determinante para a realização das habilidades e das ações táticas. Entretanto, 
esse desenvolvimento visa contemplar necessidades específicas de um determinado 
esporte, a fim de elevar o desempenho e possibilitar a manutenção. Nos esportes que 
utilizam raquete, o trabalho de ganho de força desempenha um papel determinante nos 
seguintes aspectos: execução dos gestos técnicos (ampliação da potência aos golpes), 
capacidade de deslocamento e mudança de direção (velocidade), e disponibilização de 
suporte ao organismo, de forma a estabilizá-lo e a proporcionar a transferência de força 
entre os segmentos corporais (BALBINOTTI, 2009).
144
Figura 14 – Manifestação da força especial
Fonte: o autor
Então, a força especial é o desenvolvimento da força de grupos musculares 
específi cos, nos quais está envolvida a execução de gestos técnicos dos esportes 
de raquete.
3.4.2 Velocidade e agilidade
Nos esportes de raquete, o aluno precisa ter uma resposta às demandas físico-
esportivas exigidas em competições, jogos aulas.
A velocidade e a agilidade são a base das ações a serem desenvolvidas dentro 
de um jogo, como do tênis e do badminton. 
A velocidade é a qualidade física que permite a execução de ações motoras 
com o corpo, o mais rápido possível e sem fadiga. Essa qualidade abrange dois tipos de 
velocidade: de deslocamento e segmentar (BALBINOTTI, 2009).
A manifestação da velocidade, nos esportes de raquete, acontece em resposta 
às ações feitas pelo adversário (velocidade de reação), com corridas de curta distância, 
frequentemente, intercaladas com mudanças de direção (velocidade de deslocamento). 
Assim, executam-se os gestos técnicos (velocidade segmentar). Então, a velocidade é a 
capacidade de se concluírem, em um espaço de tempo mínimo, ações motoras a partir 
de determinadas exigências (GRECO, 1998).
145
A velocidade pode ser subdividida em velocidade de reação e velocidade de 
deslocamento. A de reação se caracteriza como aquela com a qual o aluno responde 
a um estímulo. Já a de deslocamento é uma forma da velocidade cíclica (não há uma 
alteração do padrão de movimento), com uma capacidade máxima do aluno de se 
deslocar de um ponto para outro (BALBINOTTI, 2009; GRECO, 1998).
Figura 15 – Manifestação de velocidade e agilidade
Fonte: Balbinotti (2009, p. 203)
3.4.3 Resistência
É a capacidade psicofísica de resistir à fadiga, a partir da qual o aluno consegue 
desempenhar um trabalho com determinadas intensidade e extensão de tempo. Assim, a 
resistência pode ser entendida como a capacidade de manutenção do desenvolvimento 
esportivo, como a recuperação de estímulos.
Pode-se considerar dois tipos de resistência: a muscular e a cardiorrespiratória. 
A resistência muscular é a capacidade de continuar a atividade física sem a fadiga 
marcar presença; e a cardiorrespiratória é a capacidade de se fornecer oxigênio nessa 
atividade (BALBINOTTI, 2009; DANTAS, 2003).
146
Figura 16 – Manifestação da resistência
Fonte: Balbinotti (2009, p. 203)
Para ser desenvolvida a capacidade de resistência básica, como a resistência 
especial, segundo Greco e Benda (1998), deve-se destacar a fase sensível, que se 
concretiza após a puberdade, com requisitos para o desenvolvimento do treinamento 
de resistência.
Podem ser oferecidas cargas leves, incluindo jogos de estafetas e de perseguição 
para o desenvolvimento da resistência anaeróbica. Já com relação à capacidade 
aeróbica, não é considerado o desenvolvimento de treinamentos máximos, de acordo 
com motivos pedagógicos e psicológicos.
3.4.4 Força geral
A força é a capacidade de aplicação de impulso. Assim, o desenvolvimento dela 
tem um papel fundamental, pois qualquer movimento esportivo exige um nível de força.O desenvolvimento da capacidade de força é essencial para o planejamento de 
um treinamento. 
A força é classifi cada como a força de todos os grupos musculares, 
independentemente da modalidade esportiva (GRECO; BENDA, 1998). 
147
O desenvolvimento da capacidade de força deve considerar os aspectos 
didáticos e metodológicos, com as vias energéticas aeróbica e anaeróbica, incluindo 
as coordenações intra e entre os músculos e as velocidades de contração muscular 
e intramuscular. Ainda, necessitam ser aplicados conceitos de características 
psicofisiológicas, com possibilidades e tipos de atividades a serem realizadas (GRECO; 
BENDA, 1998; DANTAS, 2003).
3.4.5 Flexibilidade
A flexibilidade é uma das capacidades físicas mais específicas das articulações, 
a qual pode ser melhorada com a prática. 
É a máxima amplitude de movimento em uma ou mais articulações, sem o risco 
de lesão. É específica para cada articulação, e pode variar de pessoa para pessoa.
Basicamente, a flexibilidade é resultante da capacidade de elasticidade 
demonstrada pelos músculos e pelos tecidos conectivos, combinados com a mobilidade 
articular (BALBINOTTI, 2009; DANTAS, 2003).
A melhora da flexibilidade acontece através do treinamento de alongamentos, 
realizado de forma dinâmica, ou estática. Nos esportes de raquete, potencializa-se a 
estimulação dinâmica da flexibilidade, pois as demandas são estruturadas em atividades 
com um movimento articular dinâmico. Entretanto, os estímulos estáticos, também, podem 
desempenhar um papel relevante a longo prazo, pois, nesse caso, há uma estimulação 
das articulações menos utilizadas em atividades específicas (SIMÕES; BALBINOTTI, 2011).
O desenvolvimento da capacidade de flexibilidade pode acontecer através 
de técnicas de alongamentos, a fim de aumentar a amplitude de movimento das 
articulações classificadas como balísticas e estáticas, ou por meio de técnicas de 
facilitação neuromuscular proprioceptivas.
O alongamento balístico é realizado dinamicamente, por meio de movimentos 
rápidos e repetitivos. Já no alongamento estático, a articulação é posta no limite máximo, 
com indução pela força passiva da gravidade. Por fim, a facilitação neuromuscular 
proprioceptiva executa uma contração máxima do grupo muscular a ser alongado por 
um período de cinco a 30 segundos (BALBINOTTI, 2009; DANTAS, 2003).
3.4.6 Habilidades coordenativas
As habilidades coordenativas são uma série de capacidades que constituem 
a base de desenvolvimento da técnica esportiva. Formam o principal fundamento 
do processo de ensino-aprendizagem das habilidades, através do exercício de 
habilidades coordenativas. Assim, a coordenação é a capacidade de agregar a função 
de harmonização dos processos de movimento.
148
Pode-se dizer que a coordenação forma o principal fundamento para a 
aprendizagem das habilidades motoras desempenhadas nos esportes de raquete, isso 
porque uma base, suficientemente, abrangente de habilidades coordenativas pode 
capacitar o atleta na busca de soluções de problemas, por meio de ações motoras em 
situações previsíveis e imprevisíveis (SIMÕES; BALBINOTTI, 2011).
Para o treinamento que envolve a coordenação, deve-se proporcionar a oferta 
de movimentos variados em diferentes contextos, diretamente, ligada à capacidade de 
aprendizagem.
A melhoria da capacidade coordenativa determina uma base motora ampla 
e adequada ao desenvolvimento técnico. Nesse sentido, recomenda-se ir além das 
atividades exigidas pelas modalidades, mas buscar trabalhar estímulos para além dos 
padrões motores já estabelecidos, como a adaptação, a combinação de movimentos 
e as capacidades de regulação e de condução deles, como meio de ampliação do 
repertório motor sem o comprometimento dos objetivos específicos de treinamento 
(GRECO; BENDA, 1998).
Para o desenvolvimento da capacidade coordenativa, deve-se propor conteúdos 
básicos e exclusivos da Educação Física, através da aquisição de novos movimentos 
e do treinamento de capacidades coordenativas a partir de aspectos básicos, o que 
proporciona a melhoria da aprendizagem (GRECO; BENDA, 1998).
Por fim, a capacidade estratégico-tática que acontece no jogo é a expressão 
das escolhas de um aluno, decorrentes da situação exposta.
Uma vez estruturada a formação técnica, a abordagem estratégico-
tática assume uma base de formação que se sustenta pelos princípios de ensino-
aprendizagem, orientadores de qualquer decisão tomada durante a disputa de pontos. 
Esses princípios permitem compreender, com profundidade, todas as ações no campo 
do jogo, incluindo o domínio da relação entre a percepção e a ação. Para isso, a decisão 
estratégico-tática deve ser tomada a partir da percepção de situações-problemas que 
acontecem no contexto em questão. 
Por fim, há fatores a serem considerados, como o posicionamento do aluno 
em quadra, a análise das potencialidades e das limitações da técnica dos golpes, e o 
direcionamento da trajetória da bola (altura, direção, profundidade, potência e rotação).
149
OS FUNDAMENTOS FOREHAND, BACKHAND E SAQUE DO TÊNIS – UMA
ABORDAGEM TEÓRICA 
Giuliano Roberto da Silva
Diego Alvarenga Lemo
FOREHAND
Forehand é quando o jogador bate na bola com a mão que segura a raquete e 
a mão oposta fica na frente do corpo. É uma arma poderosa, o golpe mais utilizado no 
tênis, pois a maioria dos pontos é definida assim (ISHIZAKI; CASTRO, 2006).
Quando o tênis chegou no Brasil, por volta do século XX, o forehand foi 
denominado de golpe de direita, e, o backhand, de esquerda, porém, tais denominações 
podem causar confusões, a depender da dominância lateral do tenista.
O forehand é o golpe executado do mesmo lado do corpo no qual se segura a 
raquete. No caso de o tenista ser canhoto, pode gerar incoerência dizer que o golpe de 
direita dele é executado do lado esquerdo do corpo (MENGA, 1986).
Segundo Costa (1988), forehand e backhand, somados, representam, 
aproximadamente, 67% dos golpes executados durante um jogo de tênis. Além de 
serem os mais utilizados, são de difíceis execuções, pois dependem de uma perfeita 
sincronização temporal entre o movimento da raquete e a trajetória da bola.
Segundo Magan (2002), podemos entender que cada tenista pode possuir um 
estilo próprio para a execução do fundamento, com particularidades individuais, a fim 
de usar efeitos e potências diferentes uns dos outros. Para que se tenham análises 
dos fundamentos, faz-se uso da biomecânica, que é uma ciência que investiga o 
movimento de uma maneira multidisciplinar, ou interdisciplinar, e se fundamenta 
em conceitos e metodologias próprios para a interpretação do movimento humano 
(AMADIO, 1989 apud LUZ, 2008).
EMPUNHADURA DE FOREHAND
Existem diversas maneiras de se segurar uma raquete. Cada fundamento do 
tênis exige um tipo de empunhadura, por exemplo, a empunhadura continental é mais 
LEITURA
COMPLEMENTAR
150
usada para saque, voleio (golpear a bola sem quicar) e approach (quicar a bola perto da 
rede). Para o golpe de forehand, usam-se semi-western e western de forehand (formas 
de se empunhar a raquete). Para o backhand, usa-se eastern (forma de empunhar a 
raquete) de backhand, western de backhand (ISHIZAKI; CASTRO, 2006).
Figura 1 – Empunhaduras mais utilizadas para ser golpeado o forehand - (A) eastern
forehand; (B) semi-western; ae (C) western 
Fonte: Levey (2005)
ANÁLISE DE FOREHAND
A execução ótima de um golpe forehand, no tênis, tem sido controversa nos 
últimos anos (KNUDSON; BLACKWELL, 2000). A técnica de forehand, assim como 
a de outros golpes do tênis, vem sofrendo mudanças ao longo dos tempos. Um dos 
fatores responsáveis por essas mudanças é o aumento da velocidade da bola, devido 
à evolução dos equipamentos, do treinamento físico específi co para tenistas, dentre 
outros fatores. As raquetes mais leves, com uma área maior de contato, chamadas de 
over-size, lançam a bola com muita potência, e têm auxiliado tenistas, cada vez mais, a 
151
utilizarem o Forehand Open Stance (FOS), ao invés do clássico ForehandSquare Stance 
(FSS) (GROPPEL, 1995).
Hofer (2004) descreve o conceito de cadeia cinética, aplicada ao golpe de 
forehand: na fase de preparação do golpe, o tenista concentra o peso do corpo no pé 
direito (para tenistas destros), flexiona os joelhos e realiza a rotação do quadril para 
trás, a fim de se posicionar de lado para a rede. Então, inicia a condução da raquete em 
direção à bola, com a extensão dos joelhos. Em seguida, executa a rotação do quadril 
para frente, e, depois, faz a rotação dos ombros. O braço e a raquete são os últimos 
componentes a serem acionados. O posicionamento dos pés, durante a preparação 
do forehand, é fundamental para gerar potência, por meio do apoio, que aumenta o 
momento de inércia.
Segundo Bollettieri (1999), durante uma partida no tênis, identificam-se, 
basicamente, dois tipos de forehand quanto ao posicionamento dos pés durante a fase 
de preparação do golpe: FOS e FSS. A escolha da técnica a ser utilizada determina uma 
significativa mudança no estilo de jogo do praticante. Existe, também, um terceiro tipo 
de apoio para golpear o forehand, denominado de forehand closed stance. Durante a 
execução dele, o tenista posiciona o tronco lateralmente, com as pernas paralelas à rede.
Normalmente, o FOS é utilizado quando o tenista não tem tempo suficiente 
para posicionar o pé esquerdo na frente do direito. Essa técnica tem se tornado uma 
das grandes mudanças do tênis nos últimos anos, pois muitos tenistas profissionais 
golpeiam a maioria dos forehands com ela. Durante muitos anos, esse tipo de forehand 
foi considerado, por especialistas, como um golpe de técnica pobre, mas, atualmente, é 
muito utilizado por jogadores de elite (KNUDSON, 1999).
De acordo com Saviano (2003), as vantagens da técnica são: melhor utilização 
da rotação do quadril para gerar potência; e recuperação mais rápida, para a próxima 
bola, durante um rally (sequência de golpes).
Hofer (2004) aponta as mesmas vantagens da técnica e explica o seguinte: a 
técnica FOS possibilita uma maior geração de potência ao golpe, devido à maior utilização 
da rotação do quadril durante a fase que antecede a de aceleração. Além disso, durante 
o uso, a recuperação do posicionamento do tenista, em relação ao centro da quadra, 
após o golpe, é favorecida. Por fim, antes que a fase que antecede o contato com a 
bola seja completada, a concentração do peso do corpo, entre os pés, é transferida 
lateralmente, de modo a posicionar o jogador, sempre, em direção ao centro da quadra 
(KNUDSON, 1999).
152
Figura 2 – Técnicas de posicionamento dos pés para ser executado o forehand - (A) open
stance; e (B) square stance 
Fonte: Bollettieri (1999)
De outra forma, o FSS consiste em uma fase de preparação, na qual o tenista 
posiciona o tronco lateralmente, com as pernas perpendiculares à rede. É uma técnica 
mais clássica e que exige mais tempo de preparação. As vantagens dessa técnica 
de posicionamento dos pés, segundo Saviano (2003), são: mais geração de força no 
sentido anterior-posterior e mais controle do golpe.
O FSS é caracterizado por uma transferência da concentração do peso do corpo, 
desde o pé de trás para o pé da frente, enquanto o FOS é caracterizado pela rotação do 
quadril mais acentuada (HOFER, 2004).
As técnicas do FOS e do FSS são divididas em cinco fases: preparação, 
aceleração, contato, terminação e recuperação, segundo (GRABB, 2003).
Preparação: segundo Ishizaki e Castro (2006), a fase de preparação, sempre, 
deve partir da posição inicial. O tenista precisa realizar uma rotação de tronco assim 
que percebe a bola que vem do lado direito. Para ter um bom desempenho, o tenista 
necessita fazer o giro de ombros, associado com o giro dos pés, em uma base sólida, de 
modo a obter mais equilíbrio.
153
Sempre que está na fase de preparação, o tenista deve fazer o pivô na perna 
direita, com o joelho fl exionado, para entrar em outra fase do movimento.
Figura 3 – Fase de preparação para (A) forehand open stance e (B) forehand
square stance
Fonte: Grabb (2003) e Mora (2002)
Aceleração: o tenista, com um bom trabalho de pés e com uma base sólida, 
possui uma preparação antecipada, o que facilita a fase de aceleração (ISHIZAKI; 
CASTRO, 2006).
Figura 4 – Fase de aceleração para (A) forehand open stance e (B) forehand
square stance
Fonte: Grabb (2003) e Mora (2002)
154
Contato: o tenista realiza o contato da raquete com a bola. A rotação do quadril 
posiciona o executante, novamente, de frente para a rede. Normalmente, esse contato, 
para ambas as técnicas, é executado próximo da altura da cintura. Se o contato entre a 
raquete e a bola acontece acima dessa altura, o tenista pode se perder no solo.
Figura 5 – Fase de contato para (A) forehand open stance e (B) forehand
square stance
Fonte: Grabb (2003) e Mora (2002)
Terminação: o tenista continua o movimento do golpe após o contato com a 
bola. Ela pode ser mais baixa, perto da pelve, do lado do ombro, ou, até mesmo, alta, 
quando o tenista se encontra atrasado para bater a bola. A terminação é de suma 
importância, pois ela permite a desaceleração do golpe, o que faz com que a bola seja 
mais controlada durante a partida.
Figura 6 – Fase de terminação para (A) forehand open stance e
(B) forehand square stance
Fonte: Grabb (2003) e Mora (2002)
155
Recuperação: o tenista realiza a aterrissagem no pé esquerdo (para os tenistas 
destros) em ambas as técnicas. Essa ação marca o início da fase de recuperação do 
executante em direção ao centro da quadra.
Figura 7 – Fase de recuperação para (A) forehand open stance
e (B) forehand square stance
Fonte: Grabb (2003) e Mora (2002)
BACKHAND
Para a maioria dos tenistas, é um golpe mais fraco em comparação ao forehand. 
Contudo, é uma arma poderosa, quando bem dominada.
De acordo com Sisto (2007), o segredo de uma boa esquerda está na liberdade 
de movimento, com uma continuação longa. Assim, entende-se que é necessário o 
domínio de todos os princípios biomecânicos para se ter um bom desempenho.
EMPUNHADURAS
As empunhaduras mais utilizadas para o golpe de backhand são eastern de 
backhand e continental para o golpe com uma mão. Quando executadas com as duas 
mãos, as empunhaduras marcam presença na mão não dominante continental, na mão 
dominante eastern, ou semi-western de forehand (SILVA, 2007).
156
Figura 8 – Empunhadura mais utilizada para se golpear (A) backhand com uma mão e (B)
backhand com duas mãos
Fonte: Levey (2005)
Fonte: https://periodicos.furg.br/redsis/article/view/5124. Acesso em: 24 abr. 2022.
RESUMO DO TÓPICO 3
157
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tema de aprendizagem, você estudou: 
• Os golpes básicos utilizados nos esportes de raquete olímpicos marcam presença 
constante.
• A análise dos golpes básicos dos esportes de raquete olímpicos, com associação aos 
não olímpicos, é fundamental.
• As formas de treinamento tático são compreendidas com os processos cognitivos de 
ensino.
• O reconhecimento dos fundamentos estratégicos táticos dos esportes de raquete 
em ações decorrentes de jogo é primordial.
• Compreendidas as qualidades físicas desenvolvidas nos esportes de raquete, são 
aplicadas e orientadas dentro do processo de ensino-aprendizagem.
158
AUTOATIVIDADE
1. Com relação ao ensino dos esportes de raquete, o aluno precisa se articular a três canais 
de comunicação para ampliar o aprendizado: visual, auditivo e cinestésico. São canais 
utilizados pelo professor para o desenvolvimento de uma aula, e de forma determinada. 
Está apto a utilizar cada canal de forma isolada, ou combiná-los, em função da grande 
quantidade de variáveis para o ensino dos esportes. A respeito desses canais de 
comunicação, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O canal visual é conhecido como demonstração, e tem, como objetivo, proporcionar 
uma imagem global da tarefa, isto é, uma aprendizagem por imitação.
b) ( ) O canal auditivo é conhecido como demonstração, e tem, como objetivo, proporcionar 
uma imagem global da tarefa, isto é, uma aprendizagem porimitação.
c) ( ) O canal visual oferece uma informação complementar ao aluno, por meio do uso de 
palavras, com o objetivo de que obtenha um modelo mental da tarefa.
d) ( ) O canal cinestésico determina que o aluno não tem um aprendizado melhor ao fazer, 
por envolvimento direto, assim, é preferível ir, diretamente, para a ação.
2. A capacidade tática e os processos cognitivos, para uma tomada de decisão, reconhecem 
a necessidade e a dimensão de habilidades e de competências do aluno. Ainda, é preciso 
determinar se estão, ou não, relacionadas com o nível cognitivo, especialmente, com o 
conhecimento tático que esse aluno pode desenvolver no jogo. Com base nas definições 
dos enfoques das capacidades táticas, analise as sentenças a seguir:
I- A percepção do ambiente está direcionada à recepção de informações, assim, o percurso 
é importante para o treinamento tático nos esportes com raquete. 
II- A tomada de decisão consiste na escolha de uma possível ação presente em uma 
situação de jogo, na qual há várias opções.
III- A capacidade de decisão é constituída pelos processos de elaboração de planos de ação 
e de chamada desses planos para a execução da ação, isto é, para a concretização da 
tomada de decisão.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
159
3. O sistema estratégico-tático dos esportes de raquete compreende uma série de variáveis, 
assim, esses fatores são fundamentais para a percepção, dos praticantes desses esportes, 
de ações decorrentes do jogo. Então, de acordo com a relação entre o conhecimento 
teórico e a experiência, com o objetivo de se compreender a complexidade desse jogo, 
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) As capacidades são indissociáveis a partir das regras de uma ação atribuídas a modelos 
designados de jogo. 
( ) O desenvolvimento de habilidades e competências de esportes de raquete se associa ao 
repertório teórico (conhecimento) e à experiência que o aluno possui.
( ) Para ampliar o repertório motor dos alunos, as aulas devem possuir um grupo de exigências 
complexas, específicas e polivalentes, que vise à aprendizagem, à estabilização e ao 
aperfeiçoamento das ações estratégico-táticas, determinadas por uma situação na qual 
é preciso resolver problemas operacionais impostos pelo contexto de um jogo.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – V – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4. A iniciação esportiva, utilizada como metodologia de ensino, deve acontecer de forma 
dinâmica e descontraída, a fim de motivar o aluno a praticar um jogo e permitir os 
processos de aprendizagem e de desenvolvimento da técnica, da tática esportiva dos 
esportes de raquete. Assim, disserte a respeito dos desenvolvimentos técnico e tático no 
ensino desses esportes.
5. A iniciação esportiva dos esportes de raquete é entendida e orientada pelo ensino 
convencional dos fundamentos técnicos e táticos do esporte. Assim, o ensino de crianças 
e jovens deve apontar as necessidades e as capacidades na etapa de desenvolvimento, 
de modo a romper o ensino de metodologias mecanicistas que são caracterizadas pela 
monotonia de exercícios repetitivos. Nesse contexto, disserte a respeito desse ensino de 
esportes de raquete. 
AUTOR, A. B. C. Fonte para questão conforme padrão 
INEP. 2. ed. Indaial: Uniasselvi, 2022.
160
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163
ESTRUTURA DO 
ESPORTE DE RAQUETE
UNIDADE 3 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer adaptações, práticas e jogos de iniciação a esportes com raquete;
• entender como a inserção dos esportes de raquete é uma ferramenta de inclusão 
social;
• compreender o ensino dos esportes de raquete para pessoas com defi ciência;
• analisar a proposta de ensino aplicada a esportes de raquete.
A cada tema de aprendizagem desta unidade, você encontrará autoatividades com o 
objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TEMA DE APRENDIZAGEM 1 – ADAPTAÇÕES, PRÁTICAS E JOGOS DE INICIAÇÃO A 
ESPORTES COM RAQUETE
TEMA DE APRENDIZAGEM 2 – INSERÇÃO DE ESPORTES DE RAQUETE COMO FERRAMENTA 
DE INCLUSÃO SOCIAL E ESTÍMULO À PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA
TEMA DE APRENDIZAGEM 3 – ENSINO DE ESPORTES DE RAQUETE PARA PESSOAS COM 
DEFICIÊNCIA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
164
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 3!
Acesse o 
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165
TÓPICO 1 — 
ADAPTAÇÕES, PRÁTICAS E JOGOS DE 
INICIAÇÃO A ESPORTES COM RAQUETE
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
O processo de ensino-aprendizagem, através de jogos, é o modelo de jogo que 
regula a necessidade de aprendizagem das combinações técnica e tática, ou seja, por 
meio de situações vivenciadas em um jogo, é analisada a necessidade de aprimoramento 
de técnicas e de táticas. No entanto, o aluno não dever, apenas, jogar para a correção de 
aspectos técnicos e táticos, mas, também, para um aprendizado efetivo.
O ensino através de jogos possibilita o desenvolvimento de aspectos técnicos 
(fundamentos) e táticos, que acontecem através de situações reais de jogo. Desse modo, 
a partir da aprendizagem por jogos, o aluno identifica situações particulares que devem 
ser enfatizadas, como foco em atividades com jogos, com a priorização do ataque e da 
defesa, além de aprimoramento de técnicas, com capacidades táticas utilizadas para o 
alcance de um objetivo de um jogo (GRECO, 1998).
Contempladas as expectativas, neste tema de aprendizagem, serão abordados 
aspectos conceituais e estruturais para o ensino de esportes de raquete, incluindo 
atividades pedagógicas para o ensino, com o direcionamento para formação esportiva, 
métodos formativos e aspectos pedagógicos. Ao fim, abordaremos a concepção e a 
proposta de concepção de ensino, eixo e para esses esportes de raquete. Esses elementos 
são primordiais para a compreensão dos demais temas de aprendizagem.
2 ATIVIDADES PEDAGÓGICAS PARA ENSINO DE ESPORTES 
DE RAQUETE
Os métodos de ensino-aprendizagem de esportes, segundo Greco, Morales e 
Aburachid (2012), apresentam interação dos processos de iniciação esportiva, dentro 
de ambientes escolares e clubísticos, nos quais há interação ensino-aprendizagem-
treinamento, o que leva a interações indivisíveis entre si e a uma sequência pedagógica 
de ensino.
Analisadas diferentes abordagens pedagógicas, considera-se que o 
desenvolvimento de processos metodológicos, nos esportes coletivos e individuais, 
proporciona um ensino não só de esportes, mas, também, de todo o contexto sociocultural 
166
esportivo. É necessário considerar que o processo de ensino-aprendizagem-treinamento 
se relaciona com a perspectiva do processo de desenvolvimento, a formação de uma 
visão crítica e humanística de valores esportivos, com a vinculação do desenvolvimento 
de habilidades, competências, capacidades, comportamentos, atitudes e valores de forma 
crítica e reflexiva, o que proporciona o processo de formação esportivo (GARGANTA, 1995; 
GRECO; MORALES; ABURACHID, 2012; GRECO, 1998; KRÖGER; ROTH, 2002).
Tabela 1 – Competências gerais da Educação Básica 
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/df/Badminton_at_the_2020_
Summer_Olympics_%E2%80%93_Women%27s_singles_%E2%80%93_Sorayya_Aghaei_%28I-
RI%29_%2812%29.jpg. Acesso em: 24 abr. 2022.
O processo de ensino-aprendizagem tático, segundo Greco (1998), é entendido 
como a forma através da qual jogadores e equipes proporcionam momentos em um 
jogo. As experiências táticas devem ser orientadas a partir de uma análise da estrutura 
de um jogo, com a configuração da especificidade de cada esporte e a realização de 
um planejamento, de acordo com os objetivos de cada modalidade. Assim, o aluno 
aprende a tomar decisões e a resolver problemas que ocorrem durante o processo. 
167
Figura 2 – Ampliação do repertório motor
Fonte: https://pixabay.com/photos/school-children-school-7047297/. Acesso em: 24 abr. 2022.
Os esportes coletivos e individuais possuem características que não são, 
totalmente, previsíveis, pois atitudes tático-estratégicas são apresentadas ao aluno, 
assim, a estruturação de um modelo de jogo, previamente, estabelecido pode facilitar 
o processo de tomada de decisão. Então, o ensino da tática, também, é viabilizado, 
através de métodos alternativos que se relacionam, reciprocamente, à estratégia 
e à tática. Essa tática, como podemos perceber, abarca dimensões no processo de 
ensino, como:
• Ação tática em um jogo: os indivíduos participam de forma ativa e crítica, e enfatizam, 
na própria prática, questões cognitivas e motoras, de forma integrada.
• Teaching Games for Understanding (TGFU): o ensino é baseado no entendimento, 
na compreensão, na refl exão e na problematização de elementos estruturais dos 
próprios jogos.
• Ensino de jogos esportivos coletivos: os alunos devem ser expostos a cenários 
variados de prática, com a ampliação do repertório (motor, tático e estratégico). 
• Escola da Bola: um ABC para iniciantes, em jogos esportivos, é importante, orientado 
para o desenvolvimento de capacidades de jogo, assim, “jogar se aprende jogando”, 
com o seguinte direcionamento: A) jogos orientados para a situação; B) orientação 
168
para as capacidades coordenativas; e C) orientação para as habilidades.
• Iniciação esportiva universal: a integração do treinamento técnico ao tático é um 
fator fundamental para o sucesso no processo de ensino-aprendizagem de jogos, 
assim, as ações, em um jogo, são determinadas pela conexão do “saber o que fazer” 
e do “saber como fazer”. 
• Modelo de competência de jogos de invasão: a oportunidade, ao aluno, de prática 
de um esporte, de forma integral, é primordial. Ele assume, não apenas, a função de 
jogador, mas, também, outras, que tratam do apoio e da coordenação de atividades 
que compõem o cenário esportivo (árbitro, organizador de eventos, técnico etc.). 
Assim, é importante refl etir a respeito de questões que emergem de propostas 
de convergência dos modelos pedagógicos contemporâneos e da presença de 
atividades de cunho tecnicista em propostas pedagógicas.
Tabela 1 – Propostas de ensino
169
Fonte: o autor
Foram apresentadas propostas de ensino alternativas e novas tendências que 
se preocupam com a articulação dos ensinos de técnica e tática. Dessa forma, você, 
como futuro profi ssional de Educação Física que está em escolas, clubes esportivos 
e academias de esporte, que ensina modalidades coletivas e individuais, necessita 
conhecer e desenvolver novas abordagens para o ensino de esportes coletivos e 
individuais, tão necessários diante da realidade de ensino.
170
2.1 FORMAÇÃO ESPORTIVA 
O desenvolvimento da formação esportiva, segundo Greco e Benda (1998), 
caminha por um processo planejado e sistemático136
3 REFERÊNCIA ESTRATÉGICO-TÁTICA DO ESPORTE COM RAQUETE ...........................138
 3.1 PERCEPÇÃO ESTRATÉGICO-TÁTICA ..................................................................................... 138
 3.2 CONHECIMENTO TEÓRICO E EXPERIÊNCIA ........................................................................ 140
 3.3 COMPLEXIDADE DAS AÇÕES DE JOGO ................................................................................ 141
 3.4 QUALIDADES FÍSICAS NO ESPORTE DE RAQUETE ........................................................... 143
 3.4.1 Força especial ................................................................................................................. 143
 3.4.2 Velocidade e agilidade .................................................................................................. 144
 3.4.3 Resistência ..................................................................................................................... 145
 3.4.4 Força geral ...................................................................................................................... 146
 3.4.5 Flexibilidade .....................................................................................................................147
 3.4.6 Habilidades coordenativas ...........................................................................................147
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................149
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................... 157
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................158
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................160
UNIDADE 3 — ESTRUTURA DO ESPORTE DE RAQUETE ..................................................163
TÓPICO 1 — ADAPTAÇÕES, PRÁTICAS E JOGOS DE INICIAÇÃO A ESPORTES COM 
RAQUETE ............................................................................................................................165
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................165
2 ATIVIDADES PEDAGÓGICAS PARA ENSINO DE ESPORTES DE RAQUETE ..................165
 2.1 FORMAÇÃO ESPORTIVA ...........................................................................................................170
 2.2 MÉTODOS FORMATIVOS ..........................................................................................................170
 2.2.1 Analítico-sintética ........................................................................................................... 171
 2.2.2 Analítica ............................................................................................................................ 171
 2.2.3 Princípio global funcional .............................................................................................172
 2.2.4 Princípio misto ................................................................................................................172
 2.2.5 Teoria dos jogos desportivos ........................................................................................172
 2.2.6 Métodos alternativos de ensino ..................................................................................173
 2.3 ASPECTOS PEDAGÓGICOS PARA O ENSINO DE ESPORTES ............................................176
3 CONCEPÇÃO DE ENSINO, EIXOS E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................. 176
 3.1 CONCEPÇÕES DO ENSINO ESPORTIVO ................................................................................ 177
 3.1.1 Concepção crítico-emancipatória ................................................................................178
 3.1.2 Concepção crítico-superadora ....................................................................................178
 3.1.3 Concepção desenvolvimentista ...................................................................................179
 3.1.4 Concepção construtivista .............................................................................................179
 3.1.5 Psicomotricidade ............................................................................................................ 180
 3.2 PROCEDIMENTOS DIDÁTICO-METODOLÓGICOS ...............................................................181
 3.3 ELABORAÇÃO DE AULAS ........................................................................................................181
 3.4 TEMATIZAÇÃO DE AULAS: ENSINO DO TÊNIS .................................................................... 182
 3.4.1 Primeiro momento.......................................................................................................... 182
 3.4.2 Segundo momento ........................................................................................................ 182
 3.4.3 Terceiro momento ......................................................................................................... 183
4 ABORDAGENS PEDAGÓGICAS .......................................................................................185
 4.1 ABORDAGENS SISTEMATIZADAS .......................................................................................... 185
 4.2 ABORDAGENS NÃO SISTEMATIZADAS I .............................................................................. 185
 4.3 ABORDAGENS NÃO SISTEMATIZADAS II ............................................................................. 186
 4.4 DEMAIS ABORDAGENS ............................................................................................................187
5 REFERÊNCIAS ESPORTIVAS E PROPOSTAS .................................................................187
 5.1 TEORIA TÉCNICO-TÁTICA ........................................................................................................ 188
 5.2 TEORIA SOCIOEDUCATIVA ...................................................................................................... 188
 5.3 TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL ............................................................................................ 189
 5.4 TEORIA MODERNA ................................................................................................................... 189
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................190
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 191
TÓPICO 2 - INSERÇÃO DE ESPORTES DE RAQUETE COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO 
SOCIAL E ESTÍMULO À PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA .................................................193
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................193
2 CONCEPÇÕES DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO DE ESPORTES .........................................193
 2.1 EXCLUSÃO SOCIAL .................................................................................................................. 194
 2.2 INCLUSÃO SOCIAL .................................................................................................................. 194
 2.3 PRÁTICA ESPORTIVA COMO FERRAMENTA EDUCACIONAL ............................................ 194
3 JOGOS COOPERATIVOS ................................................................................................195
 3.1 PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DOS JOGOS COOPERATIVOS ....................................197
 3.2 JOGO .......................................................................................................................................... 199
 3.3 JOGOS COOPERATIVOS E CATEGORIAS.............................................................................. 199
 3.4 JOGOS COOPERATIVOS E PRINCÍPIO SOCIOEDUCATIVOque se inicia na infância, assim, 
a função do sistema de formação esportiva se restringe a linhas de ação; conceitos 
filosóficos, políticos e sociais; e conteúdos que abrangem o processo de ensino-
aprendizagem.
A aquisição de experiências motoras e de jogo, na infância, que ampliem o 
repertório motor, é relevante para a aprendizagem de habilidades motoras essenciais 
para a organização, a estruturação e o funcionamento do sistema de formação 
esportiva, inter-relacionadas as estruturas inerentes para a formação de um indivíduo 
(GINCIENE et al., 2019; GRECO; BENDA, 1998; GRECO, 1998).
Cada modalidade esportiva possui fundamentos técnicos e táticos próprios, 
e uma manifestação variada apresenta diversos contextos de prática, com diferentes 
níveis de exigência, incluindo sentidos e significados distintos, como o sistema de 
características motoras e consequências para a realização de uma ação motora 
correspondente (GRECO; BENDA, 1998; GRECO, 1998; GINCIENE et al., 2019).
2.2 MÉTODOS FORMATIVOS
A escolha de uma metodologia é muito mais do que um aprimoramento 
técnico-tático de ensino esportivo a um aluno. Portanto, um método não possui, 
apenas, a função de direcionar uma ação pedagógica, mas, também, permitir, ao aluno, 
uma conscientização técnica-tática, que proporcione a oportunidade de formular 
conceitos de jogo e atividades em si (GRECO, 1998).
No ensino-aprendizagem de esportes, segundo Greco, Morales e Aburachid 
(2012) e Greco (1998), acontece o desenvolvimento motor dos alunos, o que facilita 
e proporciona a aquisição e a ampliação do repertório motor que apresentam. Assim, 
um aluno compreende as áreas esportivas e atua com uma consciência crítica em 
relação à saúde, estilo de vida e conscientização de valores, o que tem ligação com a 
formação de hábitos saudáveis e contribuições proporcionadas pelo esporte.
Os métodos de ensino são as ações do professor, a partir das quais se 
organizam atividades de ensino com alunos, a fim de serem atingidos objetivos de 
trabalho docente em relação a um conteúdo específico. 
A natureza dos jogos esportivos coletivos é, essencialmente complexa, sendo 
que coabitam, no ambiente dela, a imprevisibilidade, a aleatoriedade, o equilíbrio, o 
desequilíbrio, a ordem, a desordem, a organização e a interação. Por isso, os métodos 
de ensino da teoria dos Jogos Desportivos Coletivos (JDC) têm a função de auxiliar o 
desenrolo do repertório motor de um aluno e/ou participante.
171
A partir de agora, então, entenderemos os métodos formativos e conheceremos 
os princípios da metodologia analítico-sintética, do método analítico, do princípio 
global-funcional que proporciona, ao aluno, um ensino-aprendizagem de treinamento 
para o desenvolvimento esportivo.
2.2.1 Analítico-sintética
A metodologia se caracteriza pelo processo de ensino-aprendizagem de 
treinamento realizado em partes, por etapas, com exercícios que apresentam uma 
divisão de gestos, técnicas e ação motora (GRECO, 1998). Como exemplo, podemos 
citar o ensino de esportes através da repetição de exercícios de cada fundamento 
técnico inserido em uma série de exercícios, com o aumento da complexidade e da 
dificuldade de execução quando há a diminuição de ajuda. À medida que o aluno domina 
essa sequência/série de exercícios, inicia-se uma nova sequência. Portanto, quando 
esses movimentos já estão dominados, permitem uma ampliação do repertório motor 
do aluno, que abrange o domínio de componentes básicos de uma técnica inerente ao 
jogo (GRECO, 1998; GRECO; BENDA, 1998).
2.2.2 Analítica
O método é caracterizado, segundo Greco (1998, p. 68), como uma “série de 
exercícios”, ou seja, como um ordenamento de exercícios organizados por princípios 
metodológicos que propõem a execução da seguinte forma:
• Desenvolvimento de uma atividade, do conhecido ao desconhecido, com a integração 
de todas as partes.
• Acontecimento do fácil para o difícil, o que diminui a ajuda.
• Organização dos exercícios, da forma simples para a complexa, com aproximação 
gradativa.
• Divisão dos exercícios pelo movimento, em fases funcionais.
Os exercícios desenvolvidos são combinados em séries, com a formação de 
uma combinação de técnicas e a agregação de muitos elementos isolados, dominados 
pelo menor, que, de forma geral, inicia-se com o jogo em si.
Esse método é realizado em partes, em etapas, para, posteriormente, serem 
unidas entre si e compor um movimento, ou ação final. As técnicas são ensinadas de 
maneira fragmentada, do mais simples ao mais complexo (FAVARO, 2020). Também, é 
conhecido como aquele cujo objetivo é ensinar uma determinada destreza motora, ou 
movimento básico fundamental, a partir de pequenos passos (fragmentos constitutivos 
do movimento total), para, depois, serem unidos entre si. Dessa forma, para o estudante 
executar um passe com as mãos, deve realizar os movimentos das mãos sem a bola. 
Depois, necessita exercitar a movimentação dos pés e fazer a combinação de ambos os 
movimentos, ainda, sem a bola, para, finalmente, introduzi-la no movimento proposto.
172
2.2.3 Princípio global funcional
É caracterizado pela adequação de toda a complexidade de um jogo esportivo 
(técnica, tática, regras etc.), por meio de uma sequência de jogos recreativos acessíveis 
a uma faixa etária e de uma capacidade técnica do aluno que inicia a prática esportiva. 
Assim, para alcançar essa prática, caminha por vários jogos preparatórios.
É um método complexo, pois consiste no ensino de uma destreza motora, ou 
movimento a ser realizado, de maneira íntegra, com totalidade.
A aprendizagem por repetição de um gesto é, primeiramente, observada, 
indicada para crianças dos 7 até os 18 anos de idade (FAVARO, 2020). Ensina-se uma 
destreza motora, ou movimento básico fundamental, de modo que seja apresentado 
e praticado através de todo o conjunto dela. Nesse contexto, a aprendizagem de um 
rolo para frente aconteceria a partir da execução do movimento como um todo. Para 
melhor exemplificar, aprende-se a executar o rolo para frente ao rolá-lo, ou seja, ao 
realizar o movimento completo, desde a primeira experiência dele.
2.2.4 Princípio misto
É a união dos métodos parcial, analítico e global, desenvolvido para neutralizar 
as deficiências de cada método. 
Geralmente, é iniciado com a utilização do método global e completado com o 
parcial, com o intuito de aprimorar a técnica, ou o gesto motor determinado (FAVARO, 2020). 
Ensinar uma destreza motora, ou um movimento básico fundamental, é 
incentivar a execução dela a partir de todo um conjunto. Assim, caso o estudante 
apresente algum problema de aprendizagem, o professor deve orientá-lo, de modo a 
praticar, isoladamente, parte dessa destreza, ou movimento provocador da dificuldade, 
através do uso do método parcial, com o retorno à execução global logo após.
2.2.5 Teoria dos jogos desportivos
A teoria dos JDC é uma dinâmica que exige a solução de um problema geral: 
os jogadores precisam criar situações de finalização e marcação de um ponto, ou de 
um gol. No entanto, existe um contexto a ser considerado: para realizar o objetivo final 
(gol, ou ponto), necessitam realizar ações coordenadas, com o intuito de recuperar a 
bola, manter a posse dela, e prosseguir com ela em direção ao gol. 
Os JDC possuem uma prevalência de qualificações a partir da dimensão 
estratégico-tática, como: (1) Dimensão do espaço e do tempo: resolução de desafios 
e problemas para movimentar a bola, com as metas de transpor e ultrapassar o 
adversário; criar dificuldades de oposição, como obstáculos; e tentar recuperar a bola. 
173
Tudo isso deve considerar as regras relativas à utilização do espaço e do tempo; (2) 
Dimensão da informação: resolução de desafios e problemas ao se criarem situações 
de incerteza e instabilidade perante os adversários. Isso necessita, evidentemente, do 
conhecimento claro de objetivos e opções técnicas e táticas do jogo; (3) Dimensão 
da organização: necessárias a integração de colegas de equipe e a resolução de 
problemasrelacionados aos objetivos desse grupo, com a conexão de ações individuais 
às necessidades coletivas. 
2.2.6 Métodos alternativos de ensino
O ensino de métodos alternativos, conforme de Amorim, Mendes e Assunção 
(2021), aponta que não há evidências de que o ensino isolado da técnica, ou da tática, 
tenha sido significante quanto ao ganho de aprendizagem, então, a aprendizagem não 
pode ser associada, somente, a metodologias existentes. Dessa forma, outros fatores 
precisam ser considerados, como as capacidades cognitivas e motoras, o êxito para 
a aprendizagem, a combinação aluno/professor e a complexidade das tarefas. Então, 
é necessário que o professor tenha entendimento de metodologias alternativas para 
o ensino de esportes, para que possa escolher e refletir a respeito das abordagens 
investigadas, incluindo a utilização de procedimentos, de modo a orientar uma prática 
pedagógica (DE AMORIM; MENDES; ASSUNÇÃO, 2021).
A pedagogia do esporte debate a respeito da vertente tradicional (tecnicista), 
como a aprendizagem de técnicas de movimentos tirados de um jogo, com a repetição 
desses movimentos e a execução deles de forma padronizada. 
Ainda, há a abordagem alternativa (tática) que defende os aspectos 
estratégicos e táticos para o desenvolvimento do ensino, sendo que os jogadores 
estão dentro do processo de ensino-aprendizagem de um jogo, estimulados a uma 
tomada de decisão autônoma e reflexiva dentro da competição, jogo ou treino (DA 
COSTA; DO NASCIMENTO, 2004).
A partir da perspectiva de alternativas para o ensino, a estratégia e a tática 
são relacionadas. A tática abarca a realização de um plano estratégico, observadas 
as potencialidades dos alunos e as condições momentâneas do ambiente de jogo. Já 
a estratégia é concebida e influenciada com base em resultados de ações realizadas 
(GARGANTA; OLIVEIRA, 1996).
Greco, Morales e Aburachid (2012) e Greco (1998) debatem a utilização dos 
métodos parcial, global e misto, considerados tradicionais. 
O método parcial, ou analítico, caracteriza-se por apresentar uma formação 
de exercícios a partir da qual os elementos técnicos são oferecidos por meio de 
uma série de exercícios e formas rudimentares de uma modalidade esportiva. Já 
no método global, dentro de uma situação de jogo, os elementos técnicos e táticos 
174
são demonstrados. A vantagem do método global, em relação ao parcial, é que o 
envolvimento do aluno com as atividades proporciona um elevado nível de motivação. 
Por fi m, o método misto é o apanhado dos métodos global e parcial, ou seja, a técnica é 
aplicada de forma separada, e, quando se atinge um nível de habilidade e competência, 
executa-se o jogo por completo. 
Então, o processo de ensino de jogos, segundo Greco, Morales e Aburachid 
(2012), apresenta, como sequência metodológica, o jogo, propriamente, dito, e os 
elementos técnicos e táticos proporcionam a implantação de novas abordagens de 
ensino, como será exposto a seguir.
Tabela 1 – Propostas de ensino
Fonte: adaptada de Greco, Morales e Aburachid (2012)
175
Então, pode-se reforçar a metodologia baseada em estruturas funcionais, 
segundo Greco (1998), com situações de 1 x 0 (um atacante sem defesa), 1 + 1 x 0 
(um atacante e um curinga), 1 x 1 + 1 (um atacante, um defensor, e um curinga, que 
é o segundo atacante), e 1 x 1 (um atacante e um defensor). Desde agora, com essas 
situações, outras variações são realizadas, com alteração quanto aos números de 
jogadores e elementos técnicos da modalidade, considerados os níveis de dificuldade 
e de complexidade de uma situação de jogo. 
Já no TGFU, observam-se quatro princípios pedagógicos que norteiam 
a estruturação pedagógica nesse modelo, de acordo com de Amorim, Mendes e 
Assunção (2021):
• O critério de escolha de jogos proporciona a variabilidade de experiências vividas 
pelos alunos, com a compreensão tática do jogo.
• A modificação da complexidade de um jogo formal se torna mais simples, através de 
alterações no espaço, no tempo e de materiais utilizados. 
• A modificação por exagero acontece, por meio da instauração de regras de um jogo, 
inseridos, os alunos, em uma situação de superioridade, ou inferioridade, numérica. 
• A complexidade tática é desenvolvida progressivamente. 
Dentro do processo de tomada de decisão, marca presença uma decisão tática, 
que pressupõe uma atitude cognitiva do aluno e uma participação efetiva do professor, 
como elo entre o conhecimento e o desenvolvimento desse estudante, assim, os 
processos cognitivos intrínsecos a uma tomada de decisão tática se apresentam 
importantes dentro dos esportes coletivos e individuais. Então, a apresentação de 
uma resposta depende, inicialmente, da identificação do estímulo, a partir da qual 
essa resposta, ou ação, pode ser programada (GRAÇA; RICARDO; PINTO, 2007; SILVA; 
ARAÚJO; SOARES, 2012). 
Por fim, as abordagens pedagógicas alternativas apontam a importância de 
aspectos estratégicos e táticos no processo de ensino dos esportes. Propõem que 
os jogadores, colocados no centro do processo de ensino-aprendizagem de um jogo, 
sejam estimulados a tomar decisões de forma autônoma e a refletir a respeito de 
problemas que surgem no cenário de disputa.
Então, na metodologia de ensino da tática, a combinação de capacidades 
técnicas com as táticas visa à melhora de um jogo e à ampliação do repertório motor 
de um aluno, com caracterização pela orientação metodológica, apontadas a redução 
de dificuldades e a forma de ajuda, simplificada a tomada de decisão. Assim como 
na abordagem estruturalista, nesse modelo, o ensino da técnica é subordinado 
ao da tática, e prevalece o desenvolvimento da capacidade de jogo, que combina 
uma diversidade de capacidades psicológicas e físicas, além da interação entre as 
habilidades técnicas e as ações de jogo.
176
2.3 ASPECTOS PEDAGÓGICOS PARA O ENSINO DE ESPORTES 
As propostas metodológicas, que são denominadas de processos de ensino-
aprendizado formal, para o ensino de esportes, técnica, tática e aspectos físicos, 
apresentam-se de forma transparente na aprendizagem intencional de ensino de 
modalidades esportivas. Assim, algumas propostas, como o modelo de educação 
esportiva, o desenvolvimentista e o TGFU potencializam diferentes abordagens para o 
ensino de esportes (GRECO; MORALES; ABURACHID, 2012; HOPPER, 1998).
No modelo de educação esportiva, a proposta é a socialização através da 
prática esportiva, presente no método analítico, além das metodologias de jogos pré-
desportivos e de iniciação. É caracterizado por uma proposta na qual o papel ativo e 
a cooperação são desenvolvidos entre professores e alunos, dentro da organização 
em diferentes tarefas, e pela distribuição de funções e responsabilidades (GRECO; 
MORALES; ABURACHID, 2012).
No modelo desenvolvimentista, propõe-se o ensino não diretivo, que respeita 
a proposta de multidimensionalidade da técnica. A característica é a sequência de 
situações de aprendizagem, a partir da qual se observa como o aluno aprende, e se 
promovem atividades para que o aluno crie um caminho de desenvolvimento e de 
potencialidades (GRECO; MORALES; ABURACHID, 2012).
Por fim, a proposta TGFU, conhecida como modelo de ensino de jogos pela 
compreensão, tem, como objetivo, a promoção da aprendizagem social dentro da 
prática de um esporte, de forma a ser construído um senso crítico, incluindo aspectos 
táticos, o que possibilita, ao aluno, que desenvolva a habilidade de resolução de 
problemas que acontecem nesse jogo, mediante a compreensão da lógica dele 
(HOPPER, 1998).
3 CONCEPÇÃO DE ENSINO, EIXOS E PROCEDIMENTOS 
METODOLÓGICOS
As concepções de ensino buscam a coerência para o desenvolvimento de 
estratégias didáticas de aprendizagem. Assim, a coerência é interpretada pela 
intenção pedagógica e pelas propostas de mudanças para os alunos. No entanto, 
algumas dessas concepções não são aplicadas, assim, o professor necessita realizar 
o processo educativo com uma visão para o desenvolvimento intelectual como parte 
do sucessoeducacional.
As tendencias pedagógicas direcionam o papel a ser desenvolvido na 
prática, de modo a influenciar os processos de discussão entre a teoria e a prática 
177
para a construção de um comportamento coerente pela prática pedagógica, então, 
a atualização docente, através da reflexão dessas tendencias e de pressupostos 
de aprendizagem, faz o professor apontar para os fundamentos teóricos a serem 
desenvolvidos na prática, em sala de aula.
A partir de agora, compreenderemos as concepções pedagógicas estruturadas 
para aplicação na Educação Física, como: crítico-emancipatória, crítico-superadora, 
desenvolvimentista, construtivista e psicomotricidade, para aplicação em outros 
âmbitos, além do ensino formal
3.1 CONCEPÇÕES DO ENSINO ESPORTIVO 
Na área da Educação Física, Darido (2012) apresenta debates a respeito de 
concepções do ensino esportivo para o ensino-aprendizagem, porém, há diversas 
concepções que descrevem o papel da Educação Física no ambiente escolar. Elas 
apresentam propostas para o rompimento dos modelos mecanicista, esportivista e 
tradicional, como: humanista; fenomenológica; de psicomotricidade, baseada nos 
jogos cooperativos; cultural; desenvolvimentista; interacionista-construtivista; 
crítico-superadora; sistêmica; crítico-emancipatória; de saúde renovada, baseada 
nos Parâmetros Curriculares Nacionais; além de outras. 
Faz-se necessário apontar para a prática pedagógica a partir de perspectivas 
de aplicação das concepções citadas individualmente. Cada uma apresenta uma 
peculiaridade e aglutina os aspectos de mais de uma linha pedagógica, ou seja, 
no ensino-aprendizagem de Educação Física escolar, não utilizamos, apenas, uma 
abordagem.
Para contemplar a temática relacionada a concepções de ensino, 
trabalharemos com elementos das concepções, que apresentam propostas para 
o rompimento dos modelos mecanicista, esportivista e tradicional, como: de 
psicomotricidade, desenvolvimentista; construtivista; crítico-superadora; e crítico-
emancipatória. Em seguida, abordaremos discussões a respeito de procedimentos 
didático-metodológicos para os esportes de raquete. 
Faça a leitura do texto Vivendo a Cultura Corporal de Movimento no Ensino 
Médio, através do link a seguir, e fique por dentro dessa proposta de 
ensino: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/
caderno-de-praticas/ensino-medio/84-vivendo-a-cultura-corporal-de-
movimento-no-ensino-medio?highlight=WyJjb21wZXRlbmNpYSIsNSwiY29t
cGV0XHUwMGVhbmNpYSA1Il0=.
DICA
178
3.1.1 Concepção crítico-emancipatória
Na concepção crítico-emancipatória, Taffarel e Morschbacher (2013) 
descrevem que é uma abordagem que propõe o resgate do movimento humano como 
forma de expressão no mundo social. Para isso, acontece uma articulação esportiva 
direcionada a uma transformação didático-pedagógica, para que a educação amplie 
uma reflexão crítica e emancipatória dos atores envolvidos.
Entende-se que, por meio de um questionamento crítico, compreendem-
se as estruturas e os processos institucionalizados que são postos pela sociedade, 
assim, essa abordagem, na prática, está lado a lado de uma didática comunicativa, 
orientada pelo desenvolvimento das capacidades de questionamento e argumentação 
de assuntos desenvolvidos em aula, por parte de alunos. Então, a capacidade crítico-
emancipatória faz um resgate da linguagem do movimento humano, com as formas 
de expressão e entendimento no contexto social (TAFFAREL; MORSCHBACHER, 2013).
É importante destacar o fenômeno social que o esporte possui e a capacidade 
dele de inserir o praticante dentro de um contexto prático, ao fazer com que o estudante 
se sinta como os outros participantes de esporte. Também, as influências das ações 
socioculturais, dentro do esporte, podem propiciar, aos praticantes, o desenvolvimento 
de competências, como autonomia, interação e ampliação do repertório motor.
Conheça um pouco mais a respeito de esportes diversos a partir de 
uma perspectiva crítico-superadora, a qual será trazida a seguir: https://
www.periodicos.unesc.net/ojs/index.php/lendu/article/view/4329.
DICA
3.1.2 Concepção crítico-superadora
A abordagem crítico-superadora, dentro da Educação Física escolar, desenvolve 
aspectos pedagógicos de conhecimento da cultura corporal de movimento, de forma 
a propor uma aprendizagem da expressão corporal como linguagem. 
179
Castenalli et al. (1992) descrevem a abordagem como uma reflexão pedagógica 
a ser diagnosticada, pois contempla a leitura de dados da realidade, explicita valores 
de ética voltados a interesses de uma classe social, e aponta um caminho de 
transformação da realidade.
3.1.3 Concepção desenvolvimentista
A concepção desenvolvimentista é uma abordagem desenvolvida para 
crianças de quatro a 14 anos, que vai em busca de processos de aprendizagem e 
desenvolvimento para uma fundamentação e uma caracterização, para a Educação 
Física escolar, da progressão do crescimento físico, incluindo os desenvolvimentos 
fisiológico, motor, cognitivo, afetivo e social. Para a aprendizagem motora, apresentam-
se aspectos, ou elementos, para a estruturação da Educação Física escolar (TANI, 
2008; DARIDO, 2012).
Essa abordagem desenvolvimentista possui, como base teórica, as psicologias 
do desenvolvimento e da aprendizagem, de modo a oferecer experiências de 
movimentos, de acordo com o crescimento e o desenvolvimento, assim, o aluno tem 
condições de que o comportamento motor dele seja desenvolvido e ampliado, por 
meio da interação e da complexidade de movimentos (DARIDO, 2012).
3.1.4 Concepção construtivista
É uma abordagem que recebe influências da Psicologia, e tem Piaget como 
referencial teórico e Freire, como ênfase no desenvolvimento cognitivo. 
Considera a cultural infantil essencial, repleta de jogos e brincadeiras, assim, 
dá prioridade ao lúdico e ao simbolismo.
Nessa abordagem, o jogo, como conteúdo e estratégia, possui um 
protagonismo, levado em consideração o principal modo de ensino. Trata-se de uma 
ferramenta pedagógica, um caminho para o ensino, pois, enquanto joga, ou brinca, 
ocorre um aprendizado por parte do sujeito (DARIDO, 2012).
Então, a concepção construtivista tem a intenção de construir conhecimento 
a partir da interação do sujeito com o mundo, em uma relação que associa o 
ensinar e o aprender, considerado o conhecimento prévio que a criança já possui, 
independentemente da situação formal de ensino.
180
Figura 4 – Atividades com alunos com deficiência
Fonte: https://diversa.org.br/wp-content/uploads/2022/11/educacao-fisica-inclusiva.jpg. 
Acesso em: 24 abr. 2022.
3.1.5 Psicomotricidade
Na concepção da psicomotricidade, Darido (2012) descreve que o 
desenvolvimento da criança é tido como o ato de aprender pelos processos cognitivos, 
afetivos e psicomotores. Assim, garante-se uma formação integral do aluno, com a 
inclusão e a valorização do conhecimento de origem psicológica. 
Jean Le Boulch foi o maior influenciador do pensamento psicomotricista no que se 
refere à formação de base de toda criança normal, ou que apresenta dificuldade, de modo 
a ser assegurado o desenvolvimento funcional e possibilitado, à criança, pela afetividade, 
a se expandir e a se equilibrar, através do intercâmbio com o ambiente humano.
181
Faça a leitura do texto Metodologias Emergentes no Ensino da Educação 
Física e aprofunde os seus conhecimentos: https://periodicos.uem.br/ojs/
index.php/RevEducFis/article/view/3868.
DICA
3.2 PROCEDIMENTOS DIDÁTICO-METODOLÓGICOS 
Os procedimentos didático-metodológicos tomam, como base, a necessidade 
de proporcionar, ao aluno, um processo de transformações morais, intelectuais e físicas.
A materialização dos princípios acontece através de conteúdos selecionados, 
organizados e sistematizados, que promovem uma concepção didática pela formação 
de interesses e a manifestação de possibilidades e aptidões para se conhecer a 
natureza esportiva. 
Os conteúdos dos esportes de raquete devem ser propostos no contexto 
da realidade esportivaatual, com o desenvolvimento das modalidades esportivas, a 
intervenção no processo de ensino, a vivência esportiva, e o ensino-aprendizagem-
treinamento do esporte, assim, o acúmulo de conhecimento amplia a sistematização 
e a aplicação de práticas esportivas a partir de diversas manifestações.
3.3 ELABORAÇÃO DE AULAS
A importância da construção de propostas para a sala de aula, a fim de deslocar 
o papel do professor e o ensino-aprendizagem para o aluno, como protagonista, 
acontece mediante objetivos propostos, conteúdo programático adequado, estratégias 
didáticas e recursos para o desenvolvimento da aula.
Devem, no planejamento, ser construídos conteúdos de esportes de raquete 
direcionados a um objetivo proposto, com atividades programadas, metodologia e 
avaliação de ensino, com uma sequência coerente e elementos necessários para o 
processo de ensino-aprendizagem-treinamento (CASTENALLI et al., 1992). 
182
3.4 TEMATIZAÇÃO DE AULAS: ENSINO DO TÊNIS
Qual é número de aulas necessário para o ensino-aprendizagem de tênis? É uma 
modalidade esportiva com aptidões técnicas individuais, mas como ensiná-las? Assim, 
dentro de uma aula de Educação Física, você, professor, precisa organizar exercícios para 
que o aluno desenvolva técnicas necessárias ao aprendizado. Então, veremos habilidades 
e exercícios para ampliar o repertório motor do aluno e que tenham aprendizado para a 
modalidade esportiva.
3.4.1 Primeiro momento
• Conversação com os alunos a respeito do esporte tênis e das possibilidades que cada 
um tem de executar movimentos básicos da modalidade.
• Preparar, com os alunos, materiais que ensinem o controle da raquete, a empunhadura 
e o controle da bola, com cinco pontos importantes para dominá-la (altura, direção, 
profundidade, potência e rotação).
• Realizar o contato entre a raquete e a bola.
Durante a aula, os alunos precisam entender o objetivo de cada exercício, ou 
atividade, para que fi que bem claro, de acordo com instruções específi cas, como onde se 
posicionar, que tarefa ser executada e para que área da quadra a bola deve ser direcionada. 
Controle as bolas de maneira simples, com o mínimo de lançamentos e recolhimentos; e 
direcione alvos para que os alunos acertem.
3.4.2 Segundo momento
É preciso propor, aos alunos, o aprendizado nas áreas da quadra, assim, o ensino 
dos exercícios e as atividades selecionadas ampliam a possibilidade de domínio da própria 
atuação em cada área dessa quadra.
Figura 5 – Sequência para o desenvolvimento de habilidades
Fonte: o autor
183
3.4.3 Terceiro momento
O planejamento, para o ensino de tênis, é primordial para que o aluno possa 
experimentar e desenvolver habilidades através da prática de exercícios da modalidade. 
Assim, compreenderemos, através do exposto a seguir, como se constrói um plano de 
aula com a temática do tênis.
Objetivo: Os jogadores são capazes de dar serviços completos a partir da linha de base.
Componente Tempo Atividade ou exercício
Aquecimento 8 min Fundo de quadra e deixadas seguidas de alongamentos 
selecionados
Ensinamento 12 min Sequência pedagógica do serviço
Treinamento 
de habilidades 
ensinadas 
anteriormente
20 min Prática de serviço, saque e devolução
Prática com 
condições 
parecidas com 
o jogo
10 min Jogos de simples
Avaliação e 
relaxamento 10 min Exercícios de reação à bola, alongamento
Quadro 1 – Planejamento de aula
Fonte: o autor
Prática 1: o serviço (ou saque)
Objetivo Faça o desenvolvimento da execução de serviços completos, com a 
utilização da empunhadura correta.
Saque
O saque é o golpe mais importante em um jogo de tênis, pois começa 
cada ponto. Assim, apresente os elementos da empunhadura 
continental, a postura, a preparação do golpe (backswing), 
o lançamento, o ponto de contato e o acompanhamento do 
movimento (ou follow-through).
Atividade
Coloque os jogadores em fila indiana atrás da linha de base. Passe a 
eles, um de cada vez, um golpe de forehand e uma deixada para 
revés. Mande-os correrem atrás da bola que acabaram de bater e 
voltarem para o fim da fila.
Quadro 2 – Plano de aula do esporte tênis
184
Fonte: o autor
Exercícios de saque
1. Posição inicial: colocar-se ao lado da rede, mas não de frente a ela.
2. Empunhadura: com a mão não dominante, segurar a raquete em 
pé, com a borda virada para a rede, e empunhar o cabo, como um 
martelo, com a outra mão.
3. Backswing, ou movimento do braço para armação do golpe: 
movimentar os dois braços ao mesmo tempo e erguer o
braço da raquete até a altura do ombro, com as articulações voltadas 
para cima e a raquete apontada para a cerca traseira.
4. Armação, dobrar e estender o braço: após o movimento anterior, 
flexionar o cotovelo do braço que segura a raquete. Em seguida, 
estender o braço com a superfície da raquete voltada para a rede 
(repetir).
5. Armação, dobrar e estender o braço, transferir peso: repetir 
a extensão e transferir o peso do pé que está atrás para o que 
está na frente. Rotacionar o quadril em direção à rede e deixar, 
somente, os artelhos do pé de trás tocarem o chão.
6. Armação do golpe, lançar e tocar: ficar de pé perto do alam-brado, 
fazer uma armação, lançar a bola, dobrar e estender o braço que 
segura a raquete, tocando a bola contra a rede. (Veri-fique se a 
empunhadura e a extensão estão corretas. Repita.)
7. Armação do golpe, lançar, tocar e terminar: ficar disposto em 
quatro filas atrás da linha de base. O primeiro de cada fila se 
posiciona a 1,20 m da rede e saca quatro bolas por cima dela, a 
fim de deixar a raquete cruzar, lentamente, pela frente do corpo 
em direção à coxa oposta. O jogador recolhe as quatro bolas e 
volta para o fim da fila.
8. Movimento completo: lentamente, executar o lançamento, a 
armação do golpe, o toque e a terminação.
Avaliação do treino 
e relaxamento
Desenvolver alguns exercícios leves de relaxamento e de 
alongamento. Revisar e avaliar as atividades desenvolvidas na 
aula de saque.
Acesse o blog Leegues a seguir e veja os modelos de exercícios para 
o treinamento de tênis: https://leegues.com/pt/exerciocios-e-treinos/
treino. 
DICA
185
4 ABORDAGENS PEDAGÓGICAS
A pedagogia do esporte se baseia em modelos que são padrões, comprometidos 
com a autonomia do ser humano e com a formação de cidadãos críticos que compreendem 
a problemática educativa (FAVARO, 2020). Assim, necessita-se de um entendimento 
melhor dos aspectos que compõem os processos de ensino do esporte (Pedagogia e/
ou Educação Física), como as análises das abordagens do esporte e uma reflexão crítica, 
pois a Educação Física é uma disciplina que trata, pedagogicamente, na escola, do 
conhecimento de uma área denominada, aqui, de cultura corporal. 
4.1 ABORDAGENS SISTEMATIZADAS
A aptidão física, com a importância do estabelecimento e da manutenção da 
sociedade capitalista, pode contribuir para a formação de um novo homem (forte, ágil e 
empreendedor). Pela perspectiva crítico-superadora, há uma visão educacional diferente, 
apresentada, a educação corporal, em diferentes temas: esportes, ginásticas, jogos, lutas 
e danças (FAVARO, 2020). Trata-se um processo que amplia a dinâmica da sala de aula, 
a intenção prática do aluno, compreendida a realidade dentro do histórico-dialético. Essa 
abordagem crítico-superadora apresenta conteúdos que constituem referências que vão 
se ampliando no pensamento do aluno, desde o momento da constatação de dados da 
realidade, até a interpretação, a compreensão e a explicação deles.
4.2 ABORDAGENS NÃO SISTEMATIZADAS I
Para o desenvolvimento do conteúdo da Educação Física escolar, o médico, 
mais especificamente, o médico higienista, tem um papel destacado e passa a ser 
um personagem quase indispensável, a fim de exercer uma "autoridade" perante um 
conhecimento de ordem biológica, por ele, dominado. Orienta a função a ser desempenhada 
pela Educação Física na escola: desenvolve a aptidão física dos indivíduos (FAVARO, 
2020). As abordagens pedagógicas da Educação Física desenvolvidas foram:
• Militarista(Brasil), com ênfase no treinamento físico para os trabalhos militar e 
higienista: a constituição da Educação Física, de acordo com Favaro (2020), abarca 
a instalação dessa prática pedagógica na instituição escolar emergente dos séculos 
XVIII e XIX. Ainda, foi, fortemente, influenciada pela instituição militar e pela medicina, 
com exercícios sistematizados que foram ressignificados (no plano civil) pelo 
conhecimento médico. Educar o corpo para a produção significa promover saúde e 
educação (hábitos saudáveis e higiênicos).
186
• Psicomotricidade (de Le Bouch): o movimento é mero instrumento, e as formas 
culturais do se movimentar humano são consideradas um saber a ser transmitido 
pela escola (FAVARO, 2020).
Já as teorias propositivistas não sistematizadas são:
• Educação desenvolvimentista (de Tani): remete-se à noção mais restrita de 
desenvolvimento sustentado pelos processos biológicos de crescimento, maturação 
e aprendizagem motora, integrados a outros domínios, como aspectos cognitivos 
(FAVARO, 2020).
• Construtivista (em paralelo com Joao Batista Freire): refere-se à metodologia 
de aplicação de atividades lúdicas que estimulam a cognição, a socialização e a 
afetividade, por meio do exercício da motricidade humana. Essa motricidade humana 
é um conjunto de habilidades que permite, ao homem, produzir conhecimento e se 
expressar (FAVARO, 2020).
4.3 ABORDAGENS NÃO SISTEMATIZADAS II
Com os avanços das abordagens pedagógicas de Educação Física, incluindo 
aspectos físicos, biológicos e sociais, foram analisados outros motivos que justificaram a 
Educação Física no ambiente escolar. 
A abordagem crítico-emancipatória, cujo principal objetivo é a formação de 
cidadãos críticos, é subdividida em três aspectos: objetiva – refere-se ao conhecimento 
de informações; social – remete à relação do homem e da sociedade; e comunicativa – 
abrange a comunicação através do movimento. O movimentar-se humano é entendido, 
pelo exposto, como uma forma de comunicação com o mundo. 
Outro princípio importante é a noção de sujeito tomado a partir de uma perspectiva 
iluminista, capaz de crítica e de atuação autônomas. A proposta aponta para a tematização 
dos elementos da cultura do movimento, de forma a serem desenvolvidas, nos alunos, as 
capacidades de análise e ação críticas nessa esfera. 
A organização dessa abordagem pode ter, como formação, as seguintes 
competências: objetiva, que tem, como meta, o ensino da técnica para o desenvolvimento 
da autonomia; social, que se refere aos conteúdos que devem ser ofertados e adquiridos 
para se refletir a respeito dos contextos social e cultural; e comunicativa, que abarca o 
estímulo ao desenvolvimento da linguagem (verbal, escrita ou corporal), como uma via de 
acesso ao pensamento crítico.
A partir da concepção crítico-emancipatória, traz-se que o esporte não deve ser 
ensinado pelo simples desenvolvimento de técnicas e táticas, mas praticado e estudado. 
O ensino deve fomentar a capacitação dos alunos para um agir solidário, segundo os 
187
princípios da determinação, da autodeterminação e da autorreflexão, através da interação 
aluno-aluno, aluno-professor e professor-aluno.
Já a abordagem plural, que considera a Educação Física como parte da cultura 
humana, é uma área do conhecimento que estuda os conjuntos de práticas ligados ao 
corpo, à cultura e ao mundo. 
Por fim, um trabalho contínuo, ou aberto, engloba um conceito aberto de ensino, 
incluindo a coparticipação dos alunos em sala de aula e a procura por soluções de 
problemas em conjunto.
4.4 DEMAIS ABORDAGENS
São abordagens pedagógicas voltadas para o social e o corporal, propositivas e 
não propositivas. 
Não propositivas são tratadas pela ciência, ou pelo estudo de um fenômeno, 
definidas como o estudo de essências, uma filosofia a partir da qual não se pode 
compreender o homem e o mundo, a não ser com base na factibilidade (FAVARO, 2020).
A abordagem sistêmica tem grande influência de áreas, como da Sociologia e 
da Filosofia, incluindo a contribuição da Psicologia. Essa abordagem, segundo Favaro 
(2020), não se constitui como uma metodologia de ensino, mas traz implicações para as 
dimensões sociopolítica, sociopsicológica e didático-pedagógica da Educação Física, e 
para o ensino da Educação Física na escola.
A motricidade humana, com um significado da Educação Física, abrange a 
educação motora, assim, o corpo passa a ser visto como um corpo sujeito, com 
ações mecânicas.
5 REFERÊNCIAS ESPORTIVAS E PROPOSTAS
A pedagogia do esporte possui diversas formas de abordagem e vertentes nos 
âmbitos físico, motor e social. 
Perante a compreensão de temas e de aspectos que envolvem o ensino-
aprendizagem da pedagogia do esporte, é importante que se tenha a compreensão, 
também, de pontos históricos e metodológicos, a fim de que haja um entendimento. 
Na pedagogia do esporte, os objetivos são o estudo e a intervenção no processo 
de ensino, com aprendizagem, vivência e treinamento de diversas modalidades esportivas.
188
5.1 TEORIA TÉCNICO-TÁTICA
A proposta engloba a organização e a sistematização pedagógicas das 
modalidades esportivas, individuais e coletivas, para uma vivência prática, além da escolha 
da melhor metodologia para a aplicação (GALATTI; PAES; DARIDO, 2010). 
Aborda-se o tratamento do esporte com uma proposta pedagógica intitulada de 
Iniciação Esportiva Universal, incluindo nove fases, de acordo com a idade dos praticantes, 
as quais formam a chamada estrutura temporal: pré-escolar, universal, de orientação, 
de direção, de especialização, de aproximação, de alto nível, fase de recuperação e de 
recreação e saúde.
Com as modalidades coletivas, é possível estruturar a proposta pedagógica 
com base em características comuns de princípios operacionais e regras de ação 
válidas para todas essas modalidades (MACHADO; GALATTI; PAES, 2014). Dentro das 
possibilidades, frente ao aspecto metodológico, para a aplicação de conteúdos, pode-
se descrever dois princípios:
• Analítico-sintético: estruturado em cursos específicos de exercícios, com ênfase na 
repetição de tarefas, e com a finalidade de aprimoramento técnico.
• Global-funcional: baseado em jogos, assim, parte-se do menor ao maior grau de 
complexidade, com a apresentação de situações-problema diversas aos praticantes 
e a integração dos aspectos teórico e tático. 
5.2 TEORIA SOCIOEDUCATIVA
O esporte possui um papel de ferramenta de interferência pedagógica 
social a minimizar problemas que abarcam a marginalização de crianças e jovens, 
incluindo quatro pilares. Utilizam-se os princípios de educação da UNESCO: aprender 
a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver. Para o ensino de 
esportes, contribuem, não somente, com as formações física, motora e técnica do 
praticante, mas, também, de cidadãos capazes de produzir novos significados a uma 
cultura esportiva (FAVARO, 2020).
• Aprender a conhecer – competências cognitivas.
• Aprender a fazer – competências produtivas.
• Aprender a conviver – competências relacionais.
• Aprender a ser – competências pessoais.
Enfatiza-se o papel do professor de estimular o aluno a tomar as próprias 
decisões em situações de jogo, com uma base pautada em princípios éticos, 
educativos, formativos e de importância ao desenvolvimento. É indispensável tratar 
esse estudante como um todo, não como a soma das partes.
189
5.3 TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL
As implicações pedagógicas, com base na teoria histórico-cultural, na 
formação inicial em Educação Física, podem ser uma possibilidade interessante a uma 
formação humanista, pois se parte da visão histórico-cultural que a aprendizagem 
resulta da apreensão de instrumentos e signos culturais de um complexo emaranhado 
de processos de vivências e internalizações, com o envolvimento de importantes 
sínteses de conhecimentos da cultura corporal, assim, foi concebida, por percursores, 
para a relacionarmos com a defesa da formação humana e ampliada no campo da 
Educação Física.
O esporte, porser um dos contribuintes para a formação integral do aluno-
jogador, determina que é fundamental que as aulas/treinamentos sejam pautadas, de 
forma equilibrada, a partir de três referenciais: metodológico, socioeducativo e histórico-
cultural (MACHADO; GALATTI; PAES, 2014).
5.4 TEORIA MODERNA
Trata-se de um processo de modificação e/ou “esportivização” de elementos 
da cultura corporal de movimento para esportes com características básicas modernas, 
como competição, rendimento físico-técnico, estabelecimento de metas/recordes, 
racionalização e cientifização dos fundamentos do treinamento. Possui, também, 
a burocratização de práticas voltadas para interesses capitalistas, direcionados ao 
rendimento e/ou treinamento (FAVARO, 2020).
Adaptações, práticas e jogos de iniciação, para esportes de raquete, proporcionam 
uma reflexão a respeito do planejamento de ensino dentro da dimensão pedagógica, com 
a apresentação de atividades e concepções pedagógicas necessárias para a elaboração 
de um planejamento de aula. São necessárias discussões e compreensão dessas 
concepções pedagógicas da Educação Física, através da reflexão de como as teorias 
interferem e/ou direcionam a prática pedagógica. Para isso, é importante a procura por 
processos de formação, com a promoção da articulação de proposições teóricas e da 
prática de ensino de esportes de raquete. 
190
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tema de aprendizagem, você estudou: 
• As atividades pedagógicas, para o ensino de esportes de raquete, são compreendidas 
a partir da dimensão pedagógica que impulsiona, ou limita, o desenvolvimento de 
conhecimentos teóricos pedagógicos.
• Os aspectos pedagógicos de ensino de esportes marcam presença com a tomada de 
consciência da elaboração de conhecimentos e experiências pedagógicas.
• As concepções de ensino-aprendizagem descrevem o papel da Educação Física no 
ambiente escolar, incluindo o direcionamento da cultura corporal de movimento para 
o ensino de esportes de raquete.
• Os procedimentos didáticos e metodológicos, para o ensino de esportes de raquete, 
são conhecidos, com organização e distinção de perspectivas metodológicas.
191
RESUMO DO TÓPICO 1 AUTOATIVIDADE
1. A escolha de uma metodologia é muito mais do que os aprimoramentos técnico e tático de 
ensino esportivo a um aluno. Portanto, o método não possui, apenas, a função de direcionar 
uma ação pedagógica, mas, também, permitir, ao estudante, as conscientizações técnica e 
tática, com a oportunidade de formulação de conceitos de jogos e atividades em si. Assim, 
o ensino-aprendizagem-treinamento dos esportes se caracteriza pelo desenvolvimento 
das personalidades dos alunos, o que facilita e proporciona a aquisição e a ampliação do 
repertório motor. O conhecimento da área de esportes interage com uma consciência 
crítica de saúde, qualidade de vida e valores, relacionado a uma prática direcionada à 
formação de hábitos saudáveis e outras contribuições que o esporte proporciona (ensinar 
o esporte e ensinar por meio do esporte). Com relação aos métodos formativos, assinale 
a alternativa INCORRETA:
a) ( ) O método analítico é desenvolvido por meio de uma sequência de jogos recreativos 
acessíveis a uma faixa etária e pela capacidade técnica do aluno que inicia a prática 
esportiva.
b) ( ) O método analítico-sintético se caracteriza por um processo de ensino-aprendizagem-
treinamento realizado em partes, por etapas, com exercícios que apresentam uma divisão 
de gestos, técnicas e ação motora.
c) ( ) O método analítico se trata de uma “série de exercícios”, ou seja, de um ordenamento de 
exercícios organizados a partir de princípios metodológicos.
d) ( ) O princípio global funcional é caracterizado pela adequação de toda a complexidade 
de um jogo esportivo.
2. As concepções pedagógicas foram formuladas, inicialmente, para definir o sentido 
de aplicação da Educação Física no âmbito escolar. Com base nas definições dessas 
concepções, analise as sentenças a seguir:
I- Na concepção crítico-emancipatória, acontece uma articulação esportiva direcionada 
para uma transformação didático-pedagógica, assim, a educação amplia as reflexões 
crítica e emancipatória dos atores envolvidos.
II- A abordagem crítico-superadora, dentro da Educação Física escolar, desenvolve aspectos 
pedagógicos de conhecimento da cultura corporal de movimento, a fim de propor a 
aprendizagem da expressão corporal como linguagem.
III- A abordagem desenvolvimentista tem as psicologias do desenvolvimento e da 
aprendizagem como base teórica. O principal objetivo é o oferecimento de experiências 
de movimentos adequadas a níveis de crescimento e desenvolvimento, de modo a 
proporcionar, ao aluno, condições, para que o comportamento motor desenvolva, por 
meio de interação, a diversificação e a complexidade de movimentos.
192
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
3. A Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO) é uma entidade 
representativa de docentes, discentes e profissionais que atuam em grandes áreas 
de conhecimento da Engenharia de Produção. De acordo com os princípios e as 
normativas elencados no estatuto da ABEPRO, classifique V para as sentenças 
verdadeiras e F para as falsas:
( ) A concepção construtivista é a intenção de construção de conhecimento a partir da 
interação do sujeito com o mundo, uma relação que associa o ensinamento e o aprendizado, 
considerado o conhecimento prévio que a criança já possui, independentemente da 
situação formal de ensino.
( ) A psicomotricidade é o desenvolvimento da criança, tido como o ato de aprender, através 
de processos cognitivos, afetivos e psicomotores. Assim, garante a formação integral do 
aluno e inclui e valoriza o conhecimento de origem psicológica. 
( ) A abordagem crítico-emancipatória abarca a reflexão pedagógica a ser diagnosticada, 
pois contempla a leitura de dados da realidade, explicita valores de ética voltados para 
interesses de uma classe social e aponta para um caminho de transformação da realidade.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – V – F.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4. A visão da Educação Física, como meio para outras aprendizagens, é derivada, em 
grande parte, das concepções pedagógicas. Assim, disserte a respeito dessa área de 
concentração e das temáticas dos trabalhos científicos publicados nessa área.
5. O ensino-aprendizagem-treinamento dos esportes é caracterizado pelo desenvolvimento 
da personalidade dos alunos, o que facilita e proporciona a aquisição e a ampliação do 
repertório motor. Abarca-se o conhecimento de uma área dos esportes em interação 
com uma consciência crítica de saúde, qualidade de vida e valores, relacionada a uma 
prática direcionada à formação de hábitos saudáveis e outras contribuições que o 
esporte proporciona (ensinar o esporte e ensinar por meio do esporte). Nesse contexto, 
disserte a respeito dos métodos formativos de aprendizagem.
AUTOR, A. B. C. Fonte para questão conforme padrão 
INEP. 2. ed. Indaial: Uniasselvi, 2022.
193
INSERÇÃO DE ESPORTES DE RAQUETE 
COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO SOCIAL 
E ESTÍMULO À PRÁTICA DE ATIVIDADE 
FÍSICA
1 INTRODUÇÃO
O esporte é uma modalidade esportiva reconhecida como uma direção para 
a socialização, ou a inclusão social, proporcionado por meio de projetos esportivos 
planejados a jovens de classes populares, e financiado por instituições governamentais e 
privadas. Assim, a prática esportiva é uma atividade alternativa praticada na rua, espaço 
no qual crianças e jovens que gostam do esporte buscam participar de projetos.
As atividades esportivas passaram por uma evolução dentro do processo 
de civilização, como classe de atividade social, de forma a oportunizar, a indivíduos, a 
evolução como seres humanos, com mais respeito a diferenças e ajuda ao próximo,além 
de contribuir com valores olímpicos e contornar dificuldades que surgem pelo caminho.
No Tema de Aprendizagem 2, abordaremos a inserção de esportes de raquete 
como ferramenta de inclusão social, que estimula crianças e jovens à prática esportiva, 
então, conheceremos concepções esportivas aplicadas dentro desses esportes e 
propostas de ensino em realidades esportivas, com manifestações e jogos cooperativos.
2 CONCEPÇÕES DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO DE ESPORTES 
O esporte é considerado um fenômeno histórico-cultural, e de elemento 
integrador, com interface social, devido a significados atribuídos frente a manifestações 
sociais. Pode ser considerado por meio da ascensão de meios de comunicação, devido ao 
fenômeno esportivo que assumiu novos papéis, com funções atreladas desde o praticante 
ao espectador, a fim de gerar mais consumo de esporte e elevar a representação dele 
frente à economia mundial.
Com relação à atividade esportiva, demonstra-se que o exercício físico, como 
o esporte, é relevante na vida em sociedade, pois promove um passatempo para várias 
pessoas; previne patologias, pois participa da luta contra doenças físicas, cognitivas e 
motoras; e proporciona, a crianças, idosos e pessoas com e sem deficiências físicas, ou 
mentais, uma inclusão fundamental.
UNIDADE 3 TÓPICO 2 - 
194
2.1 EXCLUSÃO SOCIAL 
A exclusão social vem de um processo no qual determinadas pessoas da sociedade 
são acometidas e acabam sendo anuladas de participação, por falta de competências 
básicas, de oportunidades, de aquisições de novos conhecimentos, sem falar da pobreza, 
ou discriminação. 
A compreensão de exclusão é resultante de um processo de desunião de vínculos 
sociais, de ruptura social, o que separa indivíduos e povos e restringe os relacionamentos 
deles nos meios sociais. 
A exclusão social vem a ser algo que abrange a ausência de aquisição de bens e 
serviços, mas, também, engloba a falta de cidadania, de segurança e de justiça. Isso quer 
dizer que se refere a desigualdades políticas, econômicas, étnicas, esportivas e culturais.
2.2 INCLUSÃO SOCIAL 
O esporte tem sido utilizado para a promoção da inclusão social, que é um 
componente importante da sociedade. Através dela, as pessoas aprendem a respeitar, 
tratar e conviver com as diversidades existentes, assim, ocorrem experiências que são 
vivenciadas e diferentes conhecimentos são obtidos durante essa inclusão pelo esporte.
A inclusão social é referenciada por meio do esporte, através de projetos 
sociais destinados a jovens e crianças das classes média e baixa, devido ao potencial 
educativo que apresenta e a benefícios para os desenvolvimentos físico, social e afetivo 
de participantes. Assim, o esporte escolar acompanha essa linha de raciocínio inclusiva 
a todas as pessoas, sem exceção, com a educação de todos. Com o esporte para a 
transformação da realidade social, oportunizam-se e são instituídos valores e direitos de 
cidadãos (SANCHES; RUBIO, 2011).
2.3 PRÁTICA ESPORTIVA COMO FERRAMENTA EDUCACIONAL
Os processos de iniciação e formação pelo esporte, como ferramenta educativa, 
devem ser constituídos com base em objetivos compatíveis com habilidades e 
competências de alunos, incluindo flexibilidade nos procedimentos didático-pedagógicos 
e a participação de todos os alunos para uma educação pela prática esportiva, com a 
aproximação de um aluno das limitações dele (SILVA; ARAÚJO; SOARES, 2012).
Algumas características devem ser atendidas no processo de ensino-
aprendizagem, como a criação e o oferecimento de situações que permitam, aos 
praticantes, a aquisição de valores relacionados à autodisciplina, ao autocontrole, à 
perseverança, à humildade, ao companheirismo, e à lealdade. 
195
O estímulo e o desenvolvimento de capacidades e habilidades motoras, o equilíbrio 
necessário à vida contemporânea e o controle do estresse diário são fundamentais na 
trajetória, aqui, abordada (SILVA; ARAÚJO; SOARES, 2012).
Com relação à educação pelo esporte e a outras formas de cultura 
corporal, como estratégia para o desenvolvimento integral de crianças 
e jovens, veja como o instituto Ayrton Senna desenvolve as modalidades 
esportivas em projetos esportivos em https://institutoayrtonsenna.org.
br/o-que-fazemos/componentes-educacionais/educacao-pelo-esporte/.
DICA
3 JOGOS COOPERATIVOS 
A definição de jogos cooperativos engloba a interação social, com objetivos comuns 
e ações compartilhadas, incluindo benefícios distribuídos para todos os participantes. 
A competição acontece como um processo de interação social, no qual os objetivos 
são direcionados e exclusivos, entretanto, possuem ações isoladas, ou em oposição, com 
prós destinados, somente, a algumas pessoas (NETO; DE SOUZA LIMA, 2002).
Então, os jogos cooperativos são uma abordagem pedagógica para a promoção 
da cooperação e da melhoria de estilo de vida para todos os envolvidos em um jogo, 
porém, deve-se ficar atento à omissão, que é um processo de isolamento social, 
denominado de indiferença, no qual o objetivo pode ser qualquer um, incluindo ações 
não existentes. Por fim, se há benefícios, são tidos como recompensa (NETO; DE SOUZA 
LIMA, 2002; CORREIA, 2006).
Dentro desses jogos cooperativos, os participantes jogam entre eles, não uns 
contra os outros. A participação envolve todos os sujeitos, sem exclusão de participantes, 
com o objetivo e a diversão direcionados por uma meta coletiva, não individual. O ganhar 
e o perder ampliam a experiência e os repertórios motores individual e coletivo. 
A seguir, veremos comparações entre competição, omissão e cooperação (NETO; 
DE SOUZA LIMA, 2002):
196
Ação Omissão Cooperação Competição
Visão do jogo É impossível É possível para 
todos
Parece possível só 
para um
Objetivo Tanto faz Ganhar juntos Ganhar do outro
O outro Quem? Parceiro, amigo Adversário, inimigo
Relação Indiferença – cada 
um na sua
Interdependência, 
parceria
Dependência, 
rivalidade
Ação Ser jogado Jogar com Jogar contra
Clima do jogo Chato Ativação, atenção Tensão, estresse
Resultado Continuísmo Sucesso 
compartilhado
Ilusão de vitória 
individual
Consequência Alienação Continuação do jogo Finalização do jogo
Motivação Fuga Amor Medo
Sentimento Opressão, controle Alegria, comunhão Raiva, solidão
Símbolo Muralha Ponte Obstáculo
Quadro 1 – Planejamento de aula
Fonte: o autor
197
3.1 PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DOS JOGOS 
COOPERATIVOS 
Dentro dos jogos cooperativos, Neto e de Souza Lima (2002) e Correia (2006) 
defendem características para diminuir as manifestações agressivas, como forma de 
aproximar indivíduos, em consonância com o trabalho em grupo, que desenvolve esses 
jogos da seguinte forma:
• Competição com a participação de todos, e para o alcance de uma mesma meta.
• Eliminação na busca e integração de todos os participantes.
• Criação de regras flexíveis, com a contribuição de todos para o desenvolvimento de 
um jogo.
• Atuação de todos os participantes em conjunto para a não ocorrência de brigas e/ou 
agressões físicas.
Assim, o desenvolvimento de atitudes, segundo Correia (2006), nos jogos 
cooperativos, correlaciona-se à cooperação e/ou à competição, através da observação 
de participantes excluídos do jogo, com a presença de empatia (posição de lugar do 
outro), de cooperação (meta comum a todos), de estima (reconhecimento e expressão ao 
próximo) e de comunicação (trocas de sentimentos).
Neto e De Souza Lima (2002) e Correia (2006) apontam que os jogos cooperativos 
se baseiam em cinco princípios fundamentais: inclusão, coletividades, igualdade de 
direitos e deveres, desenvolvimento humano e processualidade.
A inclusão proporciona a integração e a participação em um jogo; a coletividade 
acontece mediante essa participação de todos; a igualdade de direitos e deveres entrega 
responsabilidade para tomadas de decisão e gestão; o desenvolvimento humano requer o 
aperfeiçoamento do sujeito social; e a processualidade determina o benefício, através do 
desenvolvimento em cada ação (CORREIA, 2006)198
Quadro 1 – Planejamento de aula
Fonte: https://sme.goiania.go.gov.br/conexaoescola/wp-content/uploads/2022/07/
COOOOOO-e1657197819912.jpg. Acesso em: 24 abr. 2022.
Faça uma leitura a respeito do esporte na escola e conheça mais as 
alternativas de ensino escolar em http://portal.mec.gov.br/component/
tags/tag/33410-esporte-na-escola.
DICA
199
3.2 JOGO
Há uma grande ligação, segundo Correia (2006), entre o jogo e a vida, devido ao 
aprendizado que o jogo propõe, por meio da solução de problemas cotidianos, chamado de 
arquitetura do jogo. Entrega-se uma visão com valores de orientação, que fazem sentido 
ao processo do jogo, com o alcance de um objetivo, regras flexíveis, o contexto desse 
jogo no presente, a participação, a interação, a comunicação, estratégias que organizam 
e planejam as atividades, resultados e a celebração pela prática da atividade esportiva.
Existem fatores, dentro de um jogo, que podem dificultá-lo, ou facilitá-lo. Os 
que dificultam a prática esportiva são o individualismo, a desconfiança, a falta de clareza 
de objetivos, a ausência de comunicação, a competição, a pressa, a pouca organização 
e uma liderança inexistente. Já os que facilitam as ações são a clareza de objetivos, a 
solidariedade, a confiança, o respeito mútuo, a comunicação aberta, a cooperação, os 
pensamentos, a criatividade, a liderança de todos e a paciência (CORREIA, 2006).
Os jogos cooperativos são todos aqueles que não envolvem condições 
de vitória, ou derrota, a jogadores, assim, assista ao vídeo a seguir e 
compreenda mais a respeito desses jogos: https://www.youtube.com/
watch?v=kwtAOAfzZK0&list=RDQM5ehkOMbXU9g&start_radio=1.
DICA
3.3 JOGOS COOPERATIVOS E CATEGORIAS
As categorias desenvolvidas dentro dos jogos cooperativos, segundo Correia 
(2006), podem ser trabalhadas de quatro formas:
• Jogos cooperativos sem perdedores: há um único grande time.
• Jogos de resultado coletivo: há a criação de duas ou mais equipes.
• Jogos de diversão: há alteração de jogadores que começam em times diferentes. 
200
As apresentadas são divididas em quatro grupos:
o Rodízio: os jogadores mudam de lado, segundo uma situação estabelecida. 
o Inversão do goleador: o jogador que marca o ponto troca de time.
o Inversão do placar: o ponto conseguido vai para o outro time.
o Inversão total: o jogador que pontua e o ponto vão para o outro time.
• Jogos semicooperativos: há a inserção de trabalho através de jogos cooperativos 
e dentro da aprendizagem esportiva. Oferecem a oportunidade de os participantes 
jogarem em diferentes posições.
o Todos jogam: todos se desenvolvem ao mesmo tempo no jogo.
o Todos tocam/todos passam: todos devem tocar a bola e passá-la para que o ponto 
seja válido.
o Todos marcam ponto: todos necessitam fazer um ponto para vencer o jogo.
o Todas as posições: todos os participantes precisam passar por todas as posições no 
jogo.
o Passe misto: há alternância de toque na bola entre meninos e meninas.
o Resultado misto: os pontos são feitos, mas, uma vez, por menino, e, outra, por menina.
 3.4 JOGOS COOPERATIVOS E PRINCÍPIO SOCIOEDUCATIVO
Os jogos cooperativos têm, como objetivo, a promoção, por meio de brincadeiras 
e jogos, da melhora da autoestima, incluindo o desenvolvimento de habilidades dirigidas 
para a prevenção de problemas sociais.
A utilização de um jogo, para se superarem desafios, como aponta Correia (2006), 
é necessária para atingir o objetivo comum: a prática coletiva. Assim, os jogos são um 
processo no qual se aprende a considerar o outro como um colega, ao invés de adversário, 
de modo a marcarem presença a priorização da integridade de todos e o aprendizado 
cooperativo, o que possibilita a participação e a inclusão, através da adaptação de regras 
e estruturas básicas. 
4 PLANEJAMENTO E MÉTODOS PARA INSERÇÃO DE ESPORTES 
DE RAQUETE
Para a aprendizagem da pedagogia do esporte, é importante desenvolver as 
disponibilidades motora e mental, que transcendam, amplamente, a automatização de 
gestos, além de ser centrada na assimilação de regras de ações e princípios de gestão do 
espaço de jogo e da comunicação.
Os esportes são abordados com o intuito da sistematização da prática, baseados 
em exercícios físicos e treinamento, para o desenvolvimento de diferentes modalidades 
201
esportivas, entretanto, o processo de construção do conhecimento, como as abordagens 
metodológicas, vem com a tentativa de organizar o esporte (FAVARO, 2020).
4.1 ENSINO DE JOGOS E REGRAS
Os jogos não devem ser utilizados, apenas, como o meio para o desenvolvimento 
de habilidades e capacidades variadas, mas, também, como ensino, com uma lógica 
particular e regras. 
A análise de diferentes abordagens pedagógicas considera o desenvolvimento de 
processos metodológicos, particularmente, para esportes coletivos, e se mostra a ensinar 
mais do que o esporte. Entretanto, deve-se refletir a respeito do “como ensinar o esporte” 
com os aspectos vinculados ao “ensinar pelo esporte” (GRECO, 2012). 
4.2 APRENDIZAGEM DE PROCEDIMENTOS TÉCNICOS
É uma parte dos pressupostos necessários para que, dentro de uma situação 
de jogo, os praticantes sejam capazes de resolver os problemas ele apresenta. O 
desenvolvimento da aprendizagem técnica possibilita o acesso a um bom nível de jogo.
A sequência metodológica de aprendizagem de procedimentos técnicos se 
centra nos jogos de inteligência e criatividade tática. Assim, inverte-se a noção do senso 
comum, que inicia a aprendizagem pela técnica, e se busca, nessa proposta, enfatizar o 
processo de aprendizagem pela tática. Portanto, a sequência geral pode ser resumida da 
seguinte forma:
• Processo de aprendizagem dos conteúdos táticos: compreende a (1) aprendizagem 
das capacidades táticas básicas; (2) das estruturas funcionais gerais; e (3) das 
estruturas funcionais direcionadas.
• Complementação com os processos de aprendizagem motora: (1) treinamento de 
coordenação; e (2) habilidades técnicas.
• Treinamento técnico-tático: treinamentos técnico-tático e integrado.
4.3 CAPACIDADES DE ADAPTAÇÃO
As capacidades de adaptação devem ser solicitadas e estimuladas em cada 
situação de jogo e ajustadas ao nível de desenvolvimento do praticante às exigências dele. 
A captação da informação, relativa à particularidade de uma situação, para a 
concretude de uma tomada de decisão, é importante nessa situação, a fim de se encontrar 
a solução a um problema que se defronta. Assim, é preciso agir de modo contrário à 
previsibilidade, o que significa, muitas vezes, que a criança deve criar soluções para se 
“adaptar” à imprevisibilidade do jogo (GRECO, 2012).
202
4.4 EXERCÍCIO PARA ENSINO DE DESPORTOS
Os exercícios precisam ter execução, explicação e compreensão acessíveis, com 
uma organização fácil e rápida, com uma abordagem centrada no aluno. 
Esse modelo de ensino pretende proporcionar uma compreensão de técnicas e 
táticas necessárias para se obter sucesso frente a uma grande variedade de jogos, além 
de almejar e fomentar a motivação para continuar a participação desportiva. 
Com o objetivo de superar a abordagem de ensino tradicional, apresentam-se os 
jogos esportivos modificados, que se baseiam na abordagem de compreensão de jogos, 
a partir da qual todos e cada um dos alunos podem participar para a tomada de decisões. 
O ensino progride através das táticas de jogo, ao invés das habilidades técnicas. 
A ênfase está centrada no ensino do jogo, em detrimento do ensino das técnicas 
que o compõem, como alternativa, com a metodologia de ensino para compreensão 
(TGFU) e seis passos: (1) jogo; (2) apreciação do jogo; (3) consciência tática; (4) tomada de 
decisão; (5) habilidade de execução; e (6) performance em competição.
4.5 SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM
Necessita de sistematização e hierarquização de requisitos para se jogar, tendo 
em conta todo o repertório motor que o praticante possui e é capaz de realizá-lo. 
O praticante, nas etapas iniciais de aprendizagem, deve, não apenas, familiarizar-
se com a bola e com o controledela, mas, também, ser desafiado a desenvolver a 
comunicação, a contra comunicação e a noção de ocupação de espaço no jogo. 
Os jogos e as formas devem ser adaptados para uma continuidade de ações 
e possibilidades de concretização delas, e que situações-problema de formas jogadas 
contenham as características fundamentais do jogo.
5 MODELO E CONCEPÇÕES DE ENSINO
O ensino, pela pedagogia do esporte, deve levar em consideração os aspectos 
cognitivos, motores e sociais dos alunos e/ou praticantes para que os objetivos de 
aprendizagem sejam alcançados (FAVARO, 2020).
Os JDC possuem uma estrutura comum, dentro de uma mesma estrutura lógica, 
o que os torna suscetíveis a um mesmo tratamento em relação à pedagogia do esporte.
203
Os JDC são agrupados em uma única categoria, e com seis invariantes: 1 – bola 
ou outro implemento similar; 2 – espaço de jogo; 3 – parceiros; 4 – adversários; 5 – um 
alvo e locais de ataque e de defesa; e 6 – regras específicas.
5.1 APRENDIZAGEM TÁTICA
O processo de ensino-aprendizagem-treinamento, nos jogos esportivos 
coletivos, exige a variabilidade não só das técnicas a serem aplicadas, mas, também, das 
formas metodológicas de situações de jogo a serem apresentadas, o que possibilita uma 
ampliação do repertório motor do aluno (GRECO, 1998). 
As situações de jogos, por meio da prática, com diferentes estruturas funcionais, 
proporcionam, ao aluno, potencializar a aprendizagem e o posterior treinamento, com o 
sistema de memória ligado aos de recepção, transmissão e elaboração de informações já 
aprendidas (GRECO, 1998).
5.2 MÉTODO SITUACIONAL
O método situacional é caracterizado por uma opção metodológica ativa, a partir 
da qual o aluno experimenta situações adaptadas de jogos formais, as quais se aproximam 
das realidades desses jogos. 
O foco se dá em situações de jogo, não apenas, na técnica, ou na dinâmica de um 
jogo formal (GRECO, 1998).
A abordagem prioriza a busca da formação de um jogador inteligente, que 
apresenta competência para analisar situações coletivas e dinâmicas, e que pode adaptar 
qualidades técnicas; combinar padrões; e, acima de tudo, resolver problemas. 
Os JDC abarcam uma dinâmica que exige a solução de um problema geral: os 
jogadores precisam criar situações de finalização e marcação de um ponto, ou de um gol 
(KRÖGER; ROTH, 2002). 
Esse método de ensino se baseia na proximidade de ações e situações 
apresentadas com situações reais de um jogo competitivo formal. Os objetivos desse tipo de 
treinamento são: a) formação de automatismos flexíveis de movimentos ideais, conforme 
modelos; b) otimização dos programas motores generalizados; e c) aprimoramento das 
capacidades de variação, combinação e adaptação do comportamento motor para a 
execução de uma técnica em uma situação de competição. 
O método procura incorporar o desenvolvimento paralelo de processos cognitivos, 
inerentes à compreensão de táticas de jogo, com jogadas básicas extraídas de situações 
que são um padrão, aspecto que, segundo o autor, é a grande vantagem desse método.
204
5.3 ESTRUTURAS FUNCIONAIS DE JOGO
O processo de ensino-aprendizagem-treinamento, associado ao método 
situacional, com o desenvolvimento de diferentes processos cognitivos inerentes a uma 
ação tática, desenvolve, paralelamente, a capacidade tática, por meio da integração 
desses diferentes processos cognitivos.
Nos jogos esportivos coletivos, há uma série de parâmetros comum a todos eles, 
como: a) a bola (velocidade, direção, altura); b) o espaço (local da quadra, áreas permitidas 
e proibidas); c) o objetivo do jogo (gol, ponto); d) o regulamento (tempo de jogo, espaço 
de jogo, números de jogadores); e) colegas (posição, deslocamento, ação, função); f) 
adversários (intenções táticas); e g) público (GRECO, 1998). 
Os JDC são determinados por uma série de fatores, como ambiente diversificado, 
situações proporcionadas por regras, delimitação do campo de jogo, técnicas possíveis e 
elaboração de táticas e estratégias. 
Para Kröger e Roth (2002), a capacidade de jogo é a transferência de uma 
experiência longa e variada de movimentos que, por sua vez, compõem o tipo de solo 
fértil para a iniciação específica em esportes, para os processos didático-pedagógicos do 
tipo séries de exercícios e de jogos e de situações, para modelos orientados e planos, para 
o desenvolvimento da percepção e de caminhos genéticos, dentre outros. 
A capacidade de jogo com uma abordagem para compreensão de jogos se baseia 
em um programa de construção e/ou criação de jogos que tem, como objetivo principal, 
tornar os alunos conscientes de princípios pedagógicos enquanto participam. Assim, 
podem aplicar esses conhecimentos a outros jogos do mesmo tipo.
5.4 CAPACIDADE DE JOGO
O desenvolvimento da capacidade de jogo se dá pela aprendizagem motora e 
pelos treinamentos técnico e tático. Esse desenvolvimento da capacidade coordenativa, 
através da melhoria de processos inerentes à recepção de informação, interpretação 
e codificação cognitiva, traz uma adequada organização, além de estruturação de 
movimento, o que otimiza o desenvolvimento da aprendizagem (GRECO, 1998).
A capacidade de jogo está caracterizada pela interação do desenvolvimento de 
diferentes capacidades que compõem o rendimento esportivo, em uma situação de jogo, 
com uma tarefa motora. 
O desenvolvimento de um atleta, ou de uma criança, sustenta-se na prática de 
situações típicas e comuns ao próprio jogo, as quais aparecem em cada esporte. Contudo, 
a orientação, para a presença da capacidade, está dada à área coordenativa e à ênfase 
205
no desenvolvimento de capacidades motoras. Ainda, os pré-requisitos coordenativos de 
rendimento podem e devem ser treinados (KRÖGER; ROTH, 2002).
Para Greco (1999), a tática é determinada pelas capacidades cognitivas, técnicas 
e psicofísicas. O autor a classifica em três tipos: 
• Tática individual: diz respeito a um jogador. Através da coordenação neuromuscular, 
permite interpretar, em um tempo, espaço e situação, ações dirigidas para se resolver 
uma tarefa/problema de jogo.
• Tática grupal: diz respeito a uma ação coordenada de dois ou três jogadores, apoiada 
em intenções táticas individuais que objetivam dar continuidade ao processo de 
definição da ação. 
• Tática coletiva: diz respeito à sucessão simultânea de ações entre três ou mais 
jogadores, em busca da solução de uma tarefa/problema de jogo. Ainda, vale-se de 
conceitos estabelecidos. 
Assim, a inserção dos esportes de raquete como ferramenta de inclusão social e 
estímulo à prática de atividade física, mesmo que influenciada por esportes de rendimento, 
é educativa, com aspectos positivos para o ensino-aprendizagem. 
É necessário rever as concepções de ensino, a fim de apresentar alternativas, 
como os jogos cooperativos, para um desenvolvimento da cooperação no lugar da 
competição. 
206
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tema de aprendizagem, você estudou: 
• As concepções são classificadas, de acordo com a estrutura de jogo, considerados 
inclusão, exclusão, adversários e incertezas.
• A prática esportiva é compreendida como ferramenta educacional, a fim de valorizar 
a importância dos valores esportivos através da cooperação.
• A estrutura de jogos cooperativos é analisada, com valores da cooperação e 
oportunidades para o aprendizado e a interação cooperativa.
• Diferentes concepções esportivas de jogos cooperativos são compreendidas, com 
mudanças ocorridas no desenvolvimento e na integração e situações-problema para 
a solução de dificuldades no desenvolvimento de atividades esportivas.
207
AUTOATIVIDADE
1. O esporte é considerado um fenômeno histórico-cultural, e de elemento integrador, com 
interface social, devido a significados atribuídos frente a manifestações sociais. Pode 
ser considerado por meio da ascensão de meios de comunicação, devido ao fenômeno 
esportivo que assumiu novos papéis, com funções atreladas desde o praticante ao 
espectador, a fim de gerar mais consumo de esporte e elevar a representaçãodele 
frente à economia mundial. Com base no exposto a respeito da interface cultural e dos 
significados dela, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) A exclusão social vem de um processo no qual determinadas pessoas são acometidas 
pela sociedade e acabam sendo anuladas de participação, por falta de competências 
básicas, de oportunidades, de aquisição de novos conhecimentos e devido à pobreza, 
por meio de discriminação.
b) ( ) A inclusão social vem a ser algo que abrange a ausência de aquisição de bens e serviços 
e a falta de cidadania, de segurança e de justiça. Refere-se a desigualdades políticas, 
econômicas, étnicas, esportivas e culturais.
c) ( ) A exclusão social tem sido referenciada por meio do esporte, através de projetos sociais 
destinados a jovens e crianças das classes média e baixa, pelo potencial educativo e 
benefícios dele para os desenvolvimentos físico, social e afetivo dos participantes. 
d) ( ) A inclusão social vem a ser algo que abrange a ausência de aquisição de bens e serviços 
e a falta de cidadania e de segurança. 
2. A definição de jogos cooperativos abarca um processo de interação social no qual os 
objetivos são comuns, as ações são compartilhadas e os benefícios são distribuídos 
para todos. Em uma competição, os objetivos são direcionados e exclusivos, entretanto, 
as ações são isoladas, ou em oposição a outras, com benefícios destinados, somente, 
para algumas pessoas. Assim, com base nas definições de jogos cooperativos, analise as 
sentenças a seguir:
I- Os jogos cooperativos são uma abordagem pedagógica para a promoção da cooperação 
e a melhora dos estilos de vida dos envolvidos.
II- Nos jogos cooperativos, os participantes jogam uns com os outros, não uns contra os 
outros.
III- Os jogos cooperativos são jogos com uma estrutura na qual os participantes jogam entre 
eles, ao invés de jogarem uns contra os outros.
208
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
3. Joga-se para a superação de desafios, não para a derrota dos outros; joga-se pelo apreço 
ao jogo, pelo prazer. São jogos nos quais o esforço cooperativo é necessário para se 
atingir um objetivo comum, não para fins, mutuamente, exclusivos. De acordo com as 
características, coerentes com um trabalho em grupo para o desenvolvimento de jogos 
cooperativos, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Liberdade para competição: participação de todos para o alcance de uma meta comum.
( ) Liberdade para criação: regras flexíveis, com a contribuição de todos para mudanças no 
jogo.
( ) Liberdade de agressão física: trabalho com todos juntos, sem brigas.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – V – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4. Os jogos cooperativos são jogos de compartilhamento, união de pessoas, com coragem 
para assumir riscos, assim, pouca preocupação com o fracasso e o sucesso em si 
mesmos. Reforçam a confiança em si mesmo e nos outros e todos estão aptos a participar 
autenticamente, sendo que ganhar e perder são, apenas, referências para os contínuos 
aperfeiçoamentos pessoal e coletivo. Então, disserte a respeito do desenvolvimento 
desses jogos cooperativos.
5. Dentro dos jogos cooperativos, os participantes desenvolvem regras, fazem adaptações 
deles e criam categorias nas quais se possa jogar entre todos os integrantes, de forma 
conjunta. A partir do exposto, disserte a respeito dessas categorias que são desenvolvidas 
dentro dos jogos cooperativos.
AUTOR, A. B. C. Fonte para questão conforme padrão 
INEP. 2. ed. Indaial: Uniasselvi, 2022.
209
TÓPICO 3 - 
ENSINO DE ESPORTES DE RAQUETE PARA 
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA 
1 INTRODUÇÃO
A metodologia de ensino de esportes de raquetes adaptados engloba 
modalidades esportivas para pessoas com deficiência, que utilizam uma raquete 
para rebater uma bola, ou uma peteca, com uma rede, ou não, como divisória. Assim, 
as adaptações que acontecem com equipamentos esportivos, materiais e regras 
possibilitam a participação de pessoas com deficiência, e oferecem acessibilidade a 
uma prática esportiva.
A inserção de pessoas com deficiência em uma prática esportiva proporciona a 
construção de ressignificações de limitações e superações, com a inclusão no esporte 
e a melhora de funções motoras.
No Tema de Aprendizagem 3, compreenderemos as deficiências, os cuidados 
e as estratégias para o ensino-aprendizagem de esportes de raquete, incluindo as 
possibilidades de adaptação, prática esportiva e desenvolvimento de um esporte 
adaptado para deficientes.
2 INÍCIO DO ESPORTE ADAPTADO
O esporte adaptado, segundo Cren Chiminazzo e Belli (2021), é a forma através da 
qual se desenvolve o esporte para pessoas com deficiência. A adaptação de modalidades 
esportivas aconteceu nos períodos das duas guerras mundiais, nos quais houve o 
aumento de pessoas com deficiência, pois praticavam esportes como uma maneira de 
recuperação de lesões sofridas durante os combates. Os sujeitos que voltaram lesionados 
da Primeira Guerra Mundial foram encaminhados a fazer uso de exercícios terapêuticos e 
atividades recreativas, como um auxílio para a restauração de funções, porém, a partir da 
Segunda Guerra Mundial, o esporte adaptado cresceu, devido à necessidade de reabilitar 
os milhares de sobreviventes que estavam em hospitais locais.
Em 1944, na Inglaterra, o esporte adaptado desenvolveu uma alternativa de 
reabilitação de pacientes do Hospital de Stoke Mandeville, com os objetivos de motivar 
e diminuir o tédio da vida de um deficiente. O médico Dr. Ludwig Guttmann idealizou o 
UNIDADE 3
210
tratamento por meio da prática esportiva, assim, conseguiu que o mundo organizasse 
os jogos para deficientes, os quais poderiam praticar atividades físicas e esportivas 
(CREN CHIMINAZZO; BELLI, 2021).
Os Jogos Paralímpicos (JP) foram criados em 1960, quando ocorreu a IX Edição 
dos Jogos de Stoke Mandeville, em Roma, Itália. Nasceram como fruto de um movimento 
que tinha, como objetivo, a reabilitação de pessoas com diferentes tipos de deficiência. 
Assim, fora proposto que os jogos fossem realizados após os jogos olímpicos de Roma, 
além de que utilizassem as mesmas instalações deles – denominada de Olimpíada dos 
Portadores de Deficiência.
A inclusão de pessoas com outras deficiências descreve que a palavra “para” 
passa a se reportar a “paralelo” (deriva da preposição grega “para”), ou seja, jogos 
paralelos aos jogos olímpicos, além da palavra olímpico. 
O desporto paralímpico marcaria presença após o movimento das guerras mundiais, 
mais precisamente, após a primeira guerra, na qual os combatentes que sofreram alguma 
lesão, como os amputados, fossem direcionados a práticas desportivas, como as pessoas 
com deficiência física, com a origem dos esportes adaptados (MELLO; WINCKLER, 2012).
As modalidades esportivas que foram utilizadas para a reabilitação de pacientes 
eram o arco e flecha, o tênis de mesa e o lançamento de dardo. Como o mundo, também, 
já estava utilizando o esporte, nos EUA, houve o desenvolvimento do basquete em 
cadeira de rodas. Então, o esporte adaptado foi crescendo, e incluiu, não só, os veteranos 
de guerra, mas, também, os civis incapacitados por deficiências físicas decorrentes de 
outras causas. 
Em Stoke Mandeville, por volta de 1948, aconteceram os primeiros jogos para 
pessoas com deficiência, os quais coincidiram com os Jogos Olímpicos de Londres. Já em 
1952, ocorreram os Jogos Internacionais de Stoke Mandeville, e a nona edição foi realizada 
em Roma (1960), considerada aquela dos primeiros JP (CREN CHIMINAZZO; BELLI, 2021).
Com o passar do tempo, o esporte paralímpico ampliou novas modalidades, 
assim, diferentes tipos de deficiência ganharam espaço dentro das práticas 
esportivas, e, consequentemente, a competição ficou evidente no esporte adaptado. 
Entretanto,............................................... 200
4 PLANEJAMENTO E MÉTODOS PARA INSERÇÃO DE ESPORTES DE RAQUETE ......... 200
 4.1 ENSINO DE JOGOS E REGRAS ................................................................................................ 201
 4.2 APRENDIZAGEM DE PROCEDIMENTOS TÉCNICOS............................................................ 201
 4.3 CAPACIDADES DE ADAPTAÇÃO ............................................................................................ 201
 4.4 EXERCÍCIO PARA ENSINO DE DESPORTOS ........................................................................202
 4.5 SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM ..........................................................................................202
5 MODELO E CONCEPÇÕES DE ENSINO .......................................................................... 202
 5.1 APRENDIZAGEM TÁTICA ..........................................................................................................203
 5.2 MÉTODO SITUACIONAL ...........................................................................................................203
 5.3 ESTRUTURAS FUNCIONAIS DE JOGO ................................................................................. 204
 5.4 CAPACIDADE DE JOGO .......................................................................................................... 204
RESUMO DO TÓPICO 2 ...................................................................................................... 206
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 207
TÓPICO 3 - ENSINO DE ESPORTES DE RAQUETE PARA PESSOAS COM 
DEFICIÊNCIA .................................................................................................................... 209
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 209
2 INÍCIO DO ESPORTE ADAPTADO ................................................................................... 209
 2.1 APRENDENDO DEFICIÊNCIAS ................................................................................................. 211
	 	 2.1.1	Atividade	física	e	deficiência	visual .............................................................................. 211
	 	 2.1.2	Atividade	física	e	deficiência	intelectual ................................................................... 213
	 	 2.1.3	Atividade	física	e	deficiência	auditiva ........................................................................ 215
	 	 2.1.4	Atividade	física	e	deficiência	motora ..........................................................................217
 2.2 ESPORTES DE RAQUETE E POSSIBILIDADES .................................................................... 218
 2.3 ACESSIBILIDADE E ADAPTAÇÕES A ESPORTES DE RAQUETE ...................................... 221
3 SURDOLIMPÍADAS ......................................................................................................... 222
 3.1 AVALIAÇÃO DO ATLETA SURDO ............................................................................................223
 3.2 SURDOLIMPÍADAS ...................................................................................................................224
 3.2.1 Critério para participação em surdolimpíadas .........................................................225
 3.2.2 Organização das surdolimpíadas ...............................................................................226
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................. 229
RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................... 235
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 236
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 238
1
UNIDADE 1 -
INTRODUÇÃO 
AO MUNDO DOS 
ESPORTES DE RAQUETE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer as modalidades esportivas consideradas esportes de raquete;
• entender as concepções esportivas dos esportes de raquete;
• compreender a estrutura, a história e as regras dos esportes de raquete olímpicos;
• analisar a estrutura, a história e as regras dos esportes de raquete não inclusos em
olímpiadas;
• observar a proposta interacionista de jogo aplicada aos esportes de raquete;
• estudar os componentes curriculares e as formas pedagógicas nas abordagens para 
a aquisição de habilidades e competências por parte do aluno.
A cada tema de aprendizagem desta unidade, você encontrará autoatividades com o 
objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TEMA DE APRENDIZAGEM 1 – HISTÓRIA DAS MODALIDADES ESPORTIVAS COM USO 
DE RAQUETE E MANIFESTAÇÕES NAS ATIVIDADES ESPORTIVAS E RECREATIVAS DO 
BRASIL E DO MUNDO
TEMA DE APRENDIZAGEM 2 – MODALIDADES ESPORTIVAS COM RAQUETE
TEMA DE APRENDIZAGEM 3 – METODOLOGIA DE ENSINO DE ESPORTES DE RAQUETE 
NO AMBIENTE ESCOLAR
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
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 HISTÓRIA DAS MODALIDADES 
ESPORTIVAS COM USO DE RAQUETE 
E MANIFESTAÇÕES NAS ATIVIDADES 
ESPORTIVAS E RECREATIVAS DO 
BRASIL E DO MUNDO
1 INTRODUÇÃO
Os esportes de raquete são conhecidos como as modalidades nas quais se 
rebate um implemento (bola ou peteca), através de uma raquete. Dentre as modalidades 
esportivas que utilizam a raquete, as mais conhecidas são o tênis, o tênis de mesa, 
o badminton, o squash e o beach tennis. Contudo, devido à crescente visibilidade 
desses esportes, outras modalidades desse tipo têm tido mais adeptos e praticantes. 
Assim, o educador físico deve oportunizar o conhecimento de possibilidades, ações e 
expectativas em torno desses esportes.
O percurso dos esportes de raquete, no Brasil, segundo Copelli (2010) e Lages 
et al. (2018), é marcado por práticas presentes, predominantemente, em clubes 
e associações privadas. Já em regiões litorâneas, a praia ganha destaque para a 
possibilidade de prática, devido a uma grande faixa de areia. Ainda, com relação 
aos campos acadêmico e profissional, os autores reforçam a necessidade de que 
especificidades desse agrupamento de modalidades estejam associadas ao processo de 
formação acadêmica, a fim de formar novos treinadores, pesquisadores e profissionais 
que necessitam propagar o esporte na comunidade escolar. 
Para contemplar as expectativas, neste tópico, serão abordados os aspectos
conceituais dos esportes de raquete, incluindo as perspectivas das modalidades com 
diferentes concepções esportivas. Ao fim, abordaremos a concepção da proposta 
metodológica de ensino desses esportes. Esses conceitos são primordiais para a 
compreensão dos demais tópicos e unidades de estudo.
TÓPICO 1UNIDADE 1
4
No desenvolvimento dos esportes de raquetes no Brasil, é necessária a 
compreensão dos princípios básicos desse esporte, porém, é importante o conhecimento 
da parte histórica e da origem dos esportes de raquete olímpicos, o que permite o 
entendimento e a evolução desses esportes, com o desenvolvimento e a estruturação. 
Assim, a compreensão histórica das modalidades esportivas de raquete faz você 
relacionar os aspectos de aprendizagem, os fundamentos e o desempenho.
No Brasil, a aderência aos esportes de raquete sofreu infl uência da colonização 
feita por imigrantes europeus no país, que trouxeram atividades físicas voltadas para 
esses esportes, incluindo uma vasta faixa litorânea que permitiu a prática ao longo dos 
anos, com um clima propício, ao ar livre.
2 HISTÓRIA DOS ESPORTES DE RAQUETE NO BRASIL 
Figura 1 – Competição internacional de badminton,para assegurar a igualdade entre os competidores, os atletas precisaram 
passar por uma classificação funcional, com o objetivo de assegurar a legítima 
participação de competidores com deficiências, independentemente da natureza e 
do grau de deficiência, com um nivelamento entre os aspectos das capacidades física 
e competitiva, colocadas as deficiências semelhantes em um grupo determinado 
(CARDOSO; GAYA, 2014; MELLO; WINCKLER, 2012).
No Brasil, o surgimento do esporte adaptado e do Movimento Paralímpico Brasileiro 
foi influenciado pelas escolas americanas e inglesas, segundo Mello e Winckler (2012), com o 
211
retorno de duas pessoas (Robson Sampaio de Almeida e Sérgio Del Grande), que procuraram 
por terapias para a reabilitação de lesões medulares. No retorno para o Brasil, Robson, em 
parceria com Aldo Sampaio, em 1958, fundou o Clube do Otimismo na cidade do Rio de 
Janeiro; e, em São Paulo, Sérgio criou o Clube dos Paraplégicos de São Paulo.
O esporte paralímpico está passando por importantes transformações, o que 
causa efeito em um processo de amadurecimentos político, econômico e social. Esse 
olhar para as pessoas com deficiência está sendo, em grande parte, influenciado pela 
criação de ações governamentais dirigidas a crianças, jovens e adolescentes com algum 
tipo de comprometimento físico, cognitivo ou sensorial.
Conheça mais a respeito da história do esporte adaptado, no Brasil, 
em https://www.camara.leg.br/radio/programas/367429-a-historia-do-
esporte-praticado-por-pessoas-com-deficiencia-no-brasil.
DICA
2.1 APRENDENDO DEFICIÊNCIAS
As pessoas com deficiências foram estigmadas por diversos olhares da sociedade, 
porém, a deficiência é uma condição associada a diversos fatores que acometem um 
indivíduo em diferentes fases da vida, ou seja, ele pode nascer com alguma disfunção 
ou adquiri-la na hora do nascimento, ou ao longo da existência. Assim, as marcas sociais 
e culturais da relação entre a sociedade e as pessoas com deficiências são debatidas 
em busca da inclusão em diversos segmentos (CREN CHIMINAZZO; BELLI, 2021; SILVA, 
2018; MELLO; WINCKLER, 2012).
Conhecer as deficiências nos leva ao entendimento delas e à aproximação da 
sociedade e das pessoas com deficiência, incluindo o conhecimento das terminologias 
que são utilizadas a essas pessoas, para isso, é essencial uma quebra de paradigmas. 
Dessa forma, apresentaremos as principais características das deficiências físicas, 
intelectuais e sensoriais, além das possibilidades em aulas de Educação Física e esportes.
2.1.1 Atividade física e deficiência visual
A deficiência visual é caracterizada pela perda parcial, ou total, da capacidade 
visual de uma pessoa, em ambos os olhos, assim, gera uma limitação para a execução 
212
de tarefas. A avaliação visual é realizada depois que é feita uma correção óptica, ou 
cirúrgica possível (CREN CHIMINAZZO; BELLI, 2021).
Os aspectos relativos ao órgão visual são alterações anatômicas e estruturais, 
assim, acontecem mudanças funcionais, com alterações nas funções visuais. Entretanto, 
os aspectos direcionados ao indivíduo englobam modificações de capacidade de 
aproveitamento da visão. 
O que afeta uma pessoa pode gerar consequências, com um maior, ou menor, 
grau de desvantagem nas vidas social e econômica, de acordo com as alterações da 
visão funcional. Então, pode-se definir a acuidade visual como a capacidade de distinção 
de detalhes, tomada a partir da relação entre o tamanho de um objeto e a distância na 
qual pode ser encontrado (CREN CHIMINAZZO; BELLI, 2021; SILVA, 2018).
A deficiência visual possui tipos de classificação, e baseados nos seguintes 
parâmetros: legais, para elegibilidade em programas de assistência; clínicos, para 
apresentação de diagnóstico, tratamento e acompanhamento por um médico 
especialista; educacionais, direcionados a recursos propostos para o processo de ensino-
aprendizagem; e esportivos, como critério de divisão para categorias e competições 
desportivas (CREN CHIMINAZZO; BELLI, 2021).
• Pessoa com baixa visão: apresenta uma perda de visão, com dificuldade para o 
desempenho de tarefas visuais. Não é possível uma correção por óculos, lentes, 
medicação, ou cirurgias.
• Pessoa cega: detém percepção de luz, porém, é insuficiente para a construção de 
imagens. Precisa, no processo de ensino-aprendizagem, do sistema Braille.
A CID foi criada pela Organização Mundial da Saúde, que é uma referência 
do campo médico para diagnósticos relativos a pessoas com deficiência. 
Conheça mais em https://l1nk.dev/ZqqRL.
DICA
213
Para o desenvolvimento esportivo, Mello e Winckler (2012) e Silva (2018) 
descrevem que a pessoa com deficiência possui uma classificação esportiva, com o 
objetivo de evitar desigualdades durante uma competição. Essa classificação foi, 
inicialmente, proposta pela United States Association for Blind Athletes (USABA), como:
• B1: ausência de percepção de luz, com incapacidade de reconhecimento da forma de 
uma mão frente a qualquer distância, ou sentido.
• B2: habilidade de reconhecimento da forma de uma mão, com acuidade visual entre 
2/60 metros, ou campo visual inferior a 5˙ de amplitude.
• B3: acuidade visual entre 2/60 metros e 6/60 metros, ou um campo visual entre 5˙ e 
20˙ de amplitude.
A atividade física, para pessoas com deficiência, deve ter uma aproximação do 
aluno, a fim de antecipar as ações dele; verbalizá-las de forma clara; e, se for necessário, 
tocá-lo, mas avisá-lo com antecedência. Os alunos com deficiência precisam ampliar 
o domínio corporal, e, para isso, as atividades podem ser feitas em filas, círculos, ou 
colunas, com orientações, através de uma percepção auditiva, tátil, ou cinestésica, 
para que esses estudantes consigam perceber o movimento. Também, é fundamental 
a presença do silêncio em exercícios nos quais o som é um elemento importante para a 
execução de uma tarefa (SILVA, 2018). 
2.1.2 Atividade física e deficiência intelectual
A deficiência intelectual corresponde a um comprometimento cognitivo abaixo 
da média, de modo a apresentar alterações significativas para o desenvolvimento 
intelectual, referente a habilidades práticas do dia a dia, a interações sociais e conceituais. 
Essa deficiência é caracterizada por uma inadequação da conduta adaptativa e pode se 
manifestar até os dezoito anos de idade.
A classificação da deficiência intelectual é, diretamente, associada a capacidades 
e limitações de indivíduos. De acordo com o grau de comprometimento, os sujeitos 
apresentam algumas características (CREN CHIMINAZZO; BELLI, 2021; SILVA, 2018; 
MELLO; WINCKLER, 2012):
214
Gráfi co 1 – Classifi cação da defi ciência intelectual
Fonte: o autor
As pessoas com defi ciência intelectual, segundo Silva (2018), apresentam 
difi culdades para a resolução de problemas, para a compreensão de ideias, para o 
estabelecimento de relações sociais, para o entendimento geral e para o seguimento de 
regras frente à realização de atividades cotidianas e a atos de autocuidado.
Em uma atividade física para pessoas com defi ciência intelectual, é preciso 
fazer adaptações e cuidados para o desenvolvimento dessa atividade, com clareza nas 
informações, para que o aluno compreenda as explicações, e de forma objetiva, com a 
utilização de diferentes canais sensoriais para a orientação dessas informações, como 
auditivo, visual e do tato. Ainda, é preciso realizar associações que possibilitem um processo 
de ensino-aprendizagem mais amplo (CREN CHIMINAZZO; BELLI, 2021; SILVA, 2018).
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Confira um pouco mais a respeito da deficiência intelectual e das limitações 
e estratégias possíveis dela, assim, assista ao vídeo a seguir, do Canal 
Neuro Saber: https://www.youtube.com/watch?v=W1qVdKTtStA.
DICA
2.1.3 Atividade física e deficiência auditiva
A deficiência auditiva é caracterizada como a perda total, ou parcial, da 
capacidade auditiva, ou da percepção de sinais sonoros. Então, o indivíduo com 
incapacidade auditiva tem uma percepção de sons comprometida, com algum 
impedimentoem Haarlem
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Internationale_badmintonkampioenscha-
ppen_te_Haarlem,_Agnes_Geene,_Bestanddeelnr_917-4263.jpg. Acesso em: 24 abr. 2022. 
5
Observe os esportes de raquete mais populares em https://leegues.com/
pt/conceitos-e-regras/esportes-raquete/ e https://sportbuzz.uol.com.br/
noticias/vitrine/esportes-com-raquete-conheca-diferentes-modalidades-
que-usam-esse-acessorio.phtml.
DICA
Assim, com relação ao desenvolvimento dos esportes de raquete no Brasil, 
incluindo os olímpicos, nesta unidade, abordaremos o contexto histórico deles, além 
das principais características.
2.1 HISTÓRIA DO BADMINTON
A respeito da origem do badminton, acredita-se que o esporte teve origem na 
China, no século V a.C., derivado dos esportes Ti Jian Zi e Shuttlecok Kincking. Já a 
versão moderna do esporte teve início na Índia, a partir de um jogo, chamado de Poona. 
O batismo, para o nome atual, ocorreu no século XVII, quando a Índia foi colonizada pela 
Inglaterra, assim, houve a incorporação do jogo na cultura inglesa.
A prática do jogo, na Inglaterra, deu-se, pela primeira vez, na Badminton 
House, propriedade do Duque de Beaufort, que ocasionou a alteração do nome 
(COPELLI, 2010; LAGES et al., 2018).
Com popularidade na Índia e na Inglaterra, em 1875, foi fundado o primeiro 
clube britânico de Badminton. Em 1877, foram consideradas as primeiras regras 
oficiais, regidas pelo coronel inglês H. O Selby. Essas regras foram revisadas em 1877 e 
em 1890, as quais serviram de estrutura para as atuais. Em 1893, nasceu a Associação 
de Badminton, na Inglaterra, após uma reunião com os principais clubes ingleses 
(COPELLI, 2010; LAGES et al., 2018).
Com o tempo, a popularidade do badminton proporcionou a esportivização dele, 
porém, até 1939, o esporte não era considerado um esporte internacional, apesar de já ser 
praticado em diversos países do mundo. Para deixá-lo, mundialmente, conhecido, em 
1943, foi criada a Federação Internacional de Badminton. Esse órgão, que, atualmente, 
é chamado de Federação Mundial de Badminton (FWB), tornou-se o principal órgão 
responsável pela regulamentação do esporte a nível internacional (COPELLI, 2010).
6
O badminton se tornou, pela primeira vez, esporte olímpico, no ano de 1992. 
Nessa edição, foram quatro eventos realizados na primeira competição da modalidade: 
simples (feminino e masculino) e em duplas (feminino e masculino). Em Barcelona, 36 
países participaram, com 177 atletas nas disputas simples e em duplas. Assim, o domínio 
asiático ganhou quinze das dezesseis medalhas disputadas.
No Brasil, o badminton teve os primeiros registros em 1938, com a prática da 
modalidade no Santos Atlético Clube. 
De forma competitiva, o badminton marcou presença a partir de 1984, com a I 
Taça São Paulo, I Campeonato Sul-Americano, e, em 1985, II Campeonato Sul-Americano. 
Em 1987, estreou em Lima (Peru), com o Campeonato Panamericano de Badminton. 
Em 1990, o Brasil foi sede do IV Sul-Americano de Badminton, realizado em 
Mairinque, São Paulo, e conquistou o segundo lugar da competição. 
No ano de 1993, foi fundada a Confederação Brasileira de Badminton (CBBd), e, 
no mesmo ano, conquistou a medalha de bronze no Panamericano, em Guatemala. A 
primeira participação aconteceu nas Olímpiadas Rio 2016, com os atletas Ygor Coelho e 
Lohaynny Vicente. Em 2021, o Brasil participou, pela segunda vez, das olimpíadas, com 
os atletas Ygor Coelho e Fabiana Silva. Ygor acabou conseguindo ganhar uma partida.
2.2 HISTÓRIA DO TÊNIS DE MESA
Nascido e desenvolvido na Inglaterra, teve origem a partir do jogo medieval 
de tênis, na segunda metade do século XIX. Foi concebido para ser um lazer aos 
participantes, jogado em um ambiente fechado, devido ao inverno, que dificultava a 
prática do tênis de campo. 
Os registros apontam o tênis de mesa como um jogo rude, praticado por 
estudantes universitários e militares que praticavam o esporte com equipamentos 
improvisados (COPELLI, 2010).
O jogo teve um começo como uma diversão social, com a utilização de 
equipamentos improvisados. A evolução da modalidade fora em conjunto, com 
o badminton e o tênis de grama, desenvolvido depois que esse último se tornou 
popular, na década de 1980 (COPELLI, 2010). 
O tênis de mesa, nos jogos olímpicos, foi incluído na edição de 1988, em Seul, 
com eventos simples (feminino e masculino) e em duplas (feminino e masculino). Os 
atletas chineses dominam a modalidade, com mais de 60 medalhas conquistadas. 
7
A partir de 2008, o torneio de duplas foi substituído por um de equipes, e, nas 
olímpiadas de 2020, em Tóquio, foi inserida a prova de duplas mistas.
Os torneios aconteceram a partir de 1901, incluindo muitos participantes, e, em 
1926, a Internacional Table Tennes Federation (ITTF) regulamentou o nome do tênis de 
mesa, as regras e os implementos utilizados na partida. 
Em 1905, esse esporte chegou no Brasil, nas cidades de São Paulo e Rio de 
Janeiro, advindo de turistas ingleses, porém, as regras divergiam com as do resto do 
mundo. Estava vinculado a clubes e a associações que desenvolviam a modalidade. 
Por fim, em 1942, as regras foram traduzidas pela Confederação Brasileira 
de Desporto (CBD), o que potencializou a participação do Brasil em campeonatos 
internacionais (COPELLI, 2010).
2.3 HISTÓRIA DO TÊNIS
Com relação à história do tênis, segundo Copelli (2010), não há um consenso de 
origem dele, mas havia um jogo similar, chamado de haspatum, uma modalidade grega 
parecida com o squash, na qual os jogadores rebatiam a bola, com a mão, contra a parede. 
Já no século VII, era praticado o paume, assim, a bola era rebatida, com as mãos, para o 
adversário, em uma quadra separada por uma corda. No século XII, o jogo era desenvolvido 
com a utilização de raquetes, e a evolução do esporte foi se difundindo nas localidades.
A respeito de jogos olímpicos, o tênis fez parte do programa olímpico na edição 
de 1896, em Atenas, porém, não integrou o quadro olímpico dos jogos em 1928, na 
edição de Amsterdã, assim, retornou em 1988, nos jogos de Seul, com a participação de 
jogadores profissionais. 
Os eventos, dentro do programa, foram: simples (feminino e masculino), duplas 
(feminino e masculino) e duplas mistas. 
O Brasil teve dois grandes tenistas: nas olimpíadas de Atlanta (1966), Fernando 
Meligeni alcançou a semifinal, assim, terminou em quarto lugar; e Gustavo Kuerten, que 
disputou os jogos olímpicos de Sydney (2002), mas foi eliminado nas quartas de final.
No Brasil, a modalidade iniciou no Rio de Janeiro, em 1880, onde o esporte foi 
trazido por jovens ingleses, segundo Gonçalves et al. (2018), que atuaram na construção 
de estradas de ferro. 
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O esporte era adaptado, com a prática em quadras e gramados, sendo que a 
primeira quadra esportiva da modalidade foi construída em 1889, em Niterói, Rio de Janeiro.
O esporte começou a se expandir e a desenvolver a prática em outros clubes da 
cidade do Rio de Janeiro.
Figura 2 – Desafi o Internacional de tênis de grama, em 1912
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:1912_International_Lawn_Tennis_Challen-
ge.jpg. Acesso em: 24 abr. 2022.
O desenvolvimento do tênis se expandiu no Brasil, o que proporcionou o aumento 
do número de praticantes, com a organização de entidades para determinarem a prática 
esportiva. Assim, foram criadas federações, ligas e instituições para regulamentar o 
tênis brasileiro (GONÇALVES et al., 2018).
O esporte se disseminou em todo o país, e o primeiro clube, para a prática 
de tênis, foi o Club Walhalla, na cidade de Porto Alegre, assim, o desenvolvimento da 
modalidade de tênis fez com que os clubes esportivos brasileiros criarem entidades que 
gerissem e organizassem o esporte. Então, as associações esportivas se reuniram para 
criar associações e federações regionais. 
Em 1920, foi marcado o início da institucionalização do tênis no Brasil, com a 
criação da Confederação Brasileira de Tênis (GONÇALVES et al., 2018).
9
3 ESPORTES DE RAQUETE PELOMUNDO
Os esportes de raquete, como tênis, tênis de mesa, squash, badminton e frescobol, 
são alguns dos mais praticados pelo mundo. Assim, perante o entendimento histórico 
dessas modalidades esportivas, mesmo com aspectos de formação, lazer ou desempenho, 
é preciso conhecer os elementos básicos de compreensão do jogo, os fundamentos dos 
esportes, as regras, a pontuação e a estrutura.
Apresentaremos as modalidades clássicas de raquete, mais conhecidas como 
tênis, tênis de mesa e badminton, e traremos os princípios básicos delas, o que permitirá 
que as dimensões do ensino-aprendizagem possibilitem, ao aluno, o conhecimento dos 
esportes de raquete. Por fim, apontaremos o contexto histórico dessas modalidades e as 
origens delas, com a compreensão da evolução e da organização.
3.1 BADMINTON
A modalidade esportiva badminton teve origem na Índia e foi desenvolvida na 
Inglaterra. Conhecida como poona, evoluiu muito rápido, e já se pensou na estruturação 
das regras do esporte em 1877, ocorrida no Balth Badminton club. 
Dezesseis anos após a invenção do livro de regras, foi criada a Federação de 
Badminton, na Inglaterra, onde aconteceu o primeiro campeonato inglês de badminton.
3.2 TÊNIS
O tênis tem, como mais antigo parente reconhecido, o jeu de paume, praticado na 
França, no século XI. Era realizado no pátio de um mosteiro, e usava as paredes e os tetos 
inclinados como parte da quadra, com a palma da mão para bater a bola. 
No final do século XIX, a popularidade do tênis de gramado ultrapassou o críquete 
na Inglaterra. Por essa razão, o All England Croquet Club abraçou o esporte e disponibilizou 
certos gramados de críquete para serem usados no tênis. Essa disponibilidade natural de 
locais, combinada com a estrutura já existente para um jogo de raquete, proporcionou o 
nascimento do jogo moderno na Inglaterra. 
Em 1913, o tênis de gramado se tornava cada vez mais popular em todo o mundo. 
Então, parecia natural que as associações nacionais de tênis existentes unissem forças 
para garantir que o jogo fosse estruturado de maneira uniforme. 
10
Por fim, foi realizada uma conferência internacional entre 12 nações em Paris, e foi 
criada a Federação Internacional de Tênis de Grama.
Se você ainda não conhece o tênis, confira os links a 
seguir e veja um pouco da história da modalidade: http://
w w w . t e n n i s r e p o r t . c o m . b r / i n d e x . p h p ? o p t i o n = c o m _
k2&view=itemlist&layout=category&task=category&id=11&Itemid=129 
e https://all.accor.com/pt-br/brasil/magazine/one-hour-one-day-one-
week/historia-do-tenis-origem-modalidades-regras-e-curiosidades-
b3e8f.shtml.
DICA
3.3 TÊNIS DE MESA
O tênis de mesa tem registro na década de 1880, na qual os vitorianos de classe 
alta, na Inglaterra, como alternativa após a ceia, praticavam o tênis de mesa. Utilizavam 
implementos alternativos para o jogo, com livros no lugar da rede, rolha de champanhe 
como bola e tampa de caixas de charuto como raquete. 
Já em 1926, após reuniões, a Federação Internacional de Tênis fora criada com os 
intuitos de organizar e de gerir a modalidade. Assim, o esporte evoluiu, e as competições 
foram acontecendo e dando base para a transformação do jogo e dos aspectos técnicos 
e táticos dele.
Conheça a linha do tempo do tênis de mesa e confira os 
mesatenistas mais famosos do Brasil em https://www.cbtm.org.
br/conteudo/detalhe/4#:~:text=Brasil%20fecha%20segundo%20
a n o % 2 0 s e g u i d o , T a k a h a s h i % 2 C % 2 0 n o % 2 0 r a n k i n g % 2 0
feminino).&text=Copyright%202023%2C%20Confedera%C3%A7%C3-
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DICA
11
Neste tema de aprendizagem, você estudou: 
• O desenvolvimento do esporte de raquete, no Brasil, é primordial, além da estruturação 
das modalidades.
• O desenvolvimento do esporte de raquete, no mundo, também, é essencial, além da 
estruturação das modalidades.
• Os esportes de raquete utilizam, como implemento, uma raquete para rebater a bola 
para o campo adversário.
• Os esportes de raquete são classificados de acordo com a estrutura do jogo e os 
materiais utilizados.
RESUMO DO TÓPICO 1
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AUTOATIVIDADE
1. O badminton é uma modalidade esportiva de raquete que utiliza, no lugar da bola, 
uma peteca, como objeto a ser rebatida. É uma das modalidades mais populares 
do mundo, e praticada por uma ampla faixa etária, desde crianças até adultos, por 
homens e mulheres, de maneira competitiva ou como forma de lazer. Assim, com 
relação ao badminton, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) É uma modalidade esportiva muito ágil, vista a grande velocidade que a peteca chega 
a atingir. Os jogadores necessitam, não só, de uma boa agilidade, mas, também, de 
reflexos rápidos e flexibilidade.
b) ( ) O badminton se iniciou na Irlanda, nos intervalos feitos por trabalhadores da indústria.
c) ( ) No badminton, as regras oficiais se construíram com base nas regras do tênis.
d) ( ) O Badminton é o esporte mais lento entre as modalidades com o uso de raquete.
2. O tênis de mesa é um dos esportes de raquete mais conhecidos. Criado na Inglaterra, 
tem, como principal característica, o uso de uma mesa como equipamento de jogo, 
ao invés de um campo, ou de uma quadra. Então, com base nas definições de tênis 
de mesa, analise as sentenças a seguir:
I- Há várias hipóteses de surgimento da modalidade, todavia, a mais aceita é a de que o 
tênis de mesa tenha sido originário de um passatempo em dias de chuva e frio.
II- Devido ao som produzido pelo encontro da bola com uma raquete oca, de cabo longo e 
feita de pele de carneiro, inclusive, muito popular, associaram-se os sons produzidos pela 
bola, na raquete, com o som do pingue-pongue.
III- No início, o tênis de mesa contava com materiais de jogos bem primitivos.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
13
3. Com relação às modalidades esportivas com o uso de raquete, as que fazem parte 
do quadro de esportes olímpicos são tênis, tênis de mesa e badminton, inclusive, 
as de maior destaque. Os jogos olímpicos de verão são o maior evento esportivo do 
mundo, sendo que fazer parte dele eleva o nível de exposição esportiva. A partir disso, 
de acordo com os princípios e as normativas desses esportes, classifique V para as 
sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) O tênis de campo, ou, apenas, tênis, é disputado em quadras de superfície sintética, 
cimento, saibro (terra batida) ou relva (grama), e é jogado por dois oponentes (jogos 
simples) ou por duas duplas de oponentes (jogos em duplas).
( ) Conhecido como “pingue-pongue” e muito praticado em todo o mundo, pode ser jogado 
entre duas pessoas (jogo simples) ou entre três pessoas (jogo de trio).
( ) O badminton é uma modalidade esportiva de raquete que utiliza, no lugar da bola, uma 
peteca, como objeto a ser rebatido.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4. O badminton é um esporte dinâmico, praticado entre dois ou quatro jogadores. Ainda 
que seja semelhante ao tênis, que usa raquetes e está dividido por uma rede, possui 
peculiaridades. Nesse contexto, disserte a respeito dos princípios que fundamentam 
o contexto do badminton.
5. Já o tênis tem, como o mais antigo parente reconhecido, o jeu de paume, praticado 
na França do século 11XI. Era realizado no pátio de um mosteiro, e usava as paredes e 
os tetos inclinados como parte da quadra, incluindo a palma da mão para se bater a 
bola. A partir do exposto, disserte a respeito dos princípios históricos do tênis.
14
15
MODALIDADES ESPORTIVAS COM 
RAQUETE
1 INTRODUÇÃO
As modalidades esportivas com raquete que podem ser utilizadas no contexto 
escolar são imensas, de acordo com Copelli (2010) e Cabello Manrique (2000), que 
apresentaram os esportes que usam raquetee a possibilidade de inserção deles no 
contexto escolar, como tênis, tênis de mesa, beach tennis, badminton, speedminton, 
blackminton, squash, raquetebol, frescobol, quimbol e racketlon. 
Há outros esportes de raquete, como o pickleball, praticado nos Estados Unidos, 
semelhante ao jogo de mini tênis. Entende-se que a diversidade desses esportes pode 
ocorrer em contextos e possibilidades que envolvem o espaço, como praia e quadra, com a 
influência do ambiente externo, como do vento, do sol e da chuva, incluindo implementos 
de madeira, plástico, alumínio, grafite, com cordas ou não, dentre outros, e material para 
rebater a bola, ou a peteca, com a divisão do espaço por uma rede, ou, até mesmo, de um 
local para jogo (LUZ, 2018).
Cada modalidade esportiva de raquete possui fundamentos técnicos e táticos 
próprios. Assim, os aspectos técnicos, nos esportes de raquete, são desenvolvidos 
durante o jogo, assim, o aluno inicia a partida pelo saque, a fim de direcionar a bola, ou a 
peteca, para o campo adversário. Consequentemente, esse objeto retorna ao campo até 
que alguém cometa um erro, então, conquista-se um ponto. Por fim, a execução dessas 
rebatidas é considerada uma habilidade motora e manipulativa (COPELLI, 2010; CABELLO 
MANRIQUE, 2000).
O rebater, de acordo com Copelli (2010), define a habilidade motora manipulativa 
nos esportes de raquete, que consiste na mudança da trajetória de uma bola, ou de 
uma peteca, através de uma raquete. O movimento realizado pela rebatida acontece em 
diferentes planos em relação ao corpo: abaixo, entre e acima da linha da cintura e na cabeça 
e acima da linha da cabeça. A execução é feita pelo lado direito, ou esquerdo, do corpo.
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
16
2 MODALIDADES ESPORTIVAS DE RAQUETE OLÍMPICAS
Com relação às modalidades esportivas com o uso de raquete, as que fazem 
parte do programa de esportes olímpicos são badminton, tênis e tênis de mesa. 
Os jogos olímpicos de verão são o maior evento esportivo, sendo que fazer 
parte desse evento eleva o nível de exposição esportiva e gera mais recursos e 
investimentos, incluindo mais participantes.
2.1 BADMINTON
Badminton é uma modalidade esportiva de raquete, de acordo com Copelli 
(2010), que utiliza, no lugar da bola, uma peteca como objeto a ser rebatido. Trata-se de 
uma modalidade muito ágil, devido à velocidade que essa peteca chega a atingir. Exige, 
dos jogadores, não só uma boa agilidade, mas, também, reflexos rápidos e flexibilidade.
A modalidade badminton possui relatos de um jogo, chamado de Battledore 
and Shuttlecock, advindo da Grécia e difundido pela China. Tratava-se de uma versão 
de jogo praticado, na qual uma peteca era rebatida entre os jogadores, mas pelos pés. 
Com a evolução dessa modalidade, os jogadores passaram a utilizar uma raquete. 
As regras começaram a ser estruturadas no início do século XIX, na Índia. 
Conhecido como poona, o esporte foi levado para a Inglaterra por oficiais britânicos, 
onde apresentaram o jogo e os equipamentos no país. Ainda, foi praticado na 
propriedade Badminton, pertencente ao duque de Beaufort, que é um percussor de 
vários esportes e um dos pioneiros do squash (COPELLI, 2010).
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Figura 3 – Final de duplas mistas olímpicas, em 2012
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Olympics_2012_Mixed_Doubles_Final.jpg. 
Acesso em: 24 abr. 2022.
18
2.1.1 Jogo, golpes e sistema de pontuação
O jogo e o sistema de pontuação do badminton consistem em uma disputa de 
três sets de 21 pontos, sem vantagem para quem saca. O set termina, sempre, com dois 
pontos de diferença entre os adversários, sendo que, em caso de um empate, 20 a 20, por 
exemplo, o jogo continua sendo disputado até que alguém consiga a vantagem de dois 
pontos no placar. Se o jogo chegar a 29 X 29, vence quem faz primeiro o trigésimo ponto. 
O saque é executado, sempre, pelo jogador que ganha o ponto, e deve ser 
cruzado do lado direito da quadra para o lado direito da quadra adversária quando o 
placar está com pontuação par para quem saca. O contrário acontece se o placar está 
com uma pontuação ímpar para quem saca (COPELLI, 2010).
Se você, ainda, não conhece o badminton, confira os links a seguir e veja 
um pouco da dinâmica do jogo e da modalidade: https://www.youtube.
com/watch?v=c69APHCG4dw e http://www.badminton.org.br/.
DICA
Em uma partida de badminton, os jogadores executam golpes para rebater a 
bola para o campo adversário. Veremos alguns desses golpes e como são realizados 
a seguir:
GOLPE CARACTERÍSTICA
Backhand clear Movimento do jogador de costas para a rede, 
a fim de rebater a peteca para a quadra 
adversária.
Carregar Carregamento da peteca antes de um ataque.
Clear Ação de defesa.
Drive Movimentos ofensivos, muito utilizados em 
diversas partidas de duplas.
Drop shot Para o jogador, larga a peteca de maneira 
curta, próxima da rede.
Smash Rebatimento de uma bola alta acima da linha 
da cabeça do jogador.
Quadro 1 – Golpes de badminton e características
Fonte: o autor
19
2.1.2 Estrutura da quadra e materiais 
O jogo acontece em uma quadra de 13,40 metros de comprimento, com uma 
largura de 5,18 para jogos simples e 6,10 para de duplas. Ainda, no local, deve ter um 
espaço mínimo entre a quadra de badminton e as paredes, que a cercam com um metro 
nas laterais e um metro e meio no fundo. 
Para o jogo, utiliza-se uma raquete, e a “bola” em questão é uma peteca. 
Figura 4 – Quadra de badminton
Fonte: https://media.gettyimages.com/id/696336282/pt/foto/poon-lok-yan-and-tse-
-ying-suet-of-hong-kong-compete-against-kamilla-rytter-juhl-and-christinna.jp-
g?s=612x612&w=gi&k=20&c=PYlV7qGNEPoP_hL7iW35rCLwiCdhJmJZlPPzfMmuFWY=. 
Acesso em: 24 abr. 2022.
2.1.3 Regras da modalidade e principais características
A modalidade utiliza raquetes menores do que as um de tênis para rebater uma 
peteca para a quadra do lado adversário.
Ao passar por uma rede, a peteca é devolvida pelo adversário, assim 
sucessivamente, até que um dos jogadores cometa um erro ao fazer um ponto.
20
Na partida, o jogador que faz o saque é chamado de servidor, e o que recebe é 
chamado de recebedor. Eles se alteram, de acordo a marcação de pontos durante essa 
partida. Se o servidor marca um ponto, continua a servir, mas, se erra o serviço, passa a 
ser feito pelo adversário. É importante o conhecimento das regras gerais da modalidade.
2.2 TÊNIS
O tênis possui registros históricos, com a prática iniciada através de uma 
brincadeira chamada, pelos monges franceses, de jeu de paume (jogo da palma), na 
França, no século XII. O esporte se desenvolveu com o passar do tempo, assim, passou por 
inovações que potencializaram a prática esportiva dele. A bola parou de ser arremessada 
no muro, e os jogadores começaram a praticar o jogo dentro de um retângulo demarcado.
O tênis de campo é uma modalidade esportiva famosa e disputada em quadra, 
com pisos diferenciados, e em ambientes fechados ou abertos. Com relação à participação 
em torneios e em campeonatos mundiais, os atletas contabilizam os pontos, os quais são 
estruturados dentro de um ranking. 
No Brasil, a Confederação Brasileira de Tênis (CBT) faz a gestão e desenvolve a 
modalidade. Já mundialmente, há a Federação Internacional de Tênis (ITF), que organiza 
o esporte. Por fi m, há a Associação de Tenistas Profi ssionais (ATP), que organiza o circuito 
profi ssional de tênis masculino.
Figura 5 – Desafi o internacional de tênis de grama, em 1914
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:1914_International_Lawn_Tennis_Challen-
ge.jpg. Acesso em: 24 abr. 2022.
21
2.2.1 Jogo, golpes e sistema de pontuação
Uma partida de tênis começa com um dos jogadores sacando (conhecido como 
serviço) do fundo da quadra. No saque, a bola deve tocar, obrigatoriamente, na área 
de saque, assim, o primeiro ponto do game deve ser jogado, sempre, do lado direito do 
recebedor, e, após o primeiro saque, vão se alternando de lado durante o jogo.
Em uma partida de tênis, os jogadores executam golpes para rebater a bolapara 
o campo adversário. Veremos alguns desses golpes e como são realizados a seguir.
GOLPE CARACTERÍSTICA
Backhand Execução quando as costas, ou a parte de 
cima da mão que segura a raquete, estão 
apontadas para a bola no ato da rebatida.
Drop Shot Lançamento da bola rente à rede e sem força, 
o que dificulta a devolução.
Forehand Palma da mão que segura a raquete apontada 
para a bola no ato da rebatida.
Lob Um golpe defensivo, quando o jogador rebate 
uma bola bem alta, no fundo da quadra.
Slice Rebatimento da bola, com a execução do 
golpe com o movimento da raquete feito de 
cima para baixo.
Smash Rebatimento de uma bola alta, acima da linha 
da cabeça do jogador.
Top Spin Rebatimento da bola, com a execução do 
golpe com o movimento de baixo para cima.
Voleio Executado próximo da rede, e a rebatida é 
feita antes de a bola tocar no chão.
Quadro 2 – Golpes de tênis e características
Fonte: o autor
O jogo de tênis é disputado em uma quadra retangular, com 23,77 metros de 
comprimento por 8,23 metros de largura. Para os jogos simples e de duplas, a quadra é 
medida em 10,97 metros de largura. 
A quadra é dividida, ao meio, por uma rede, suspensa por meio de um cabo 
metálico e de dois postes com altura de 1,07 metro. Essa rede possui uma altura, no 
centro, de 0,914 metro. 
As competições de tênis acontecem em diferentes tipos de piso, como quadras 
de saibro (terra batida), rápidas (piso sintético), ou na grama. Ainda, podem ser cobertas, 
ou não (COPELLI, 2010).
22
O jogo de tênis pode ser jogado por dois e por quatro jogadores, e as partidas 
estão aptas a ter de três a cinco sets, no máximo, de acordo com o torneio. Com relação 
a cada set, o jogador que, primeiramente, soma seis games, com uma vantagem mínima 
de dois, é o vencedor.
Ao acontecer um empate de games, como exemplo, 5/5, o set pode terminar 
com sete games, desde que o jogador vença os dois seguintes (7/5). Entretanto, se o 
set termina empatado em 6/6, o jogo vai para o tie-break. Nesse tie-break, a competição 
prossegue até que o jogador vença por dois pontos seguidos. 
A contagem dos games acontece da seguinte forma:
Figura 6 – Contagem de Games
Fonte: o autor
Com o game empatado em 40, por exemplo, vence o jogador que faz dois pontos 
seguidos. O primeiro ponto feito após o 40 é chamado de vantagem.
Se você, ainda, não conhece o tênis, confi ra os links a seguir e veja um 
pouco da dinâmica do jogo e da modalidade: http://cbt-tenis.com.br/ e 
https://www.youtube.com/watch?v=YNYSH-gMTsk.
DICA
23
2.2.2 Estrutura da quadra e materiais 
A quadra utilizada para o jogo de tênis é um retângulo com 23,77 metros de 
comprimento e 8,23 metros de largura. Para as competições de jogos simples e de duplas, 
possui 10,97 metros de largura. 
A rede apresenta uma altura, no centro, de 0,914 metro, presa por uma faixa. Para 
os jogos simples, utiliza-se a rede simples, com os centros dos postes da rede com 0,914 
metro fora da quadra. Se é um jogo de duplas, a rede deve ser erguida por dois postes 
simples, com uma altura de 1,07 metro, e os centros devem estar a 0,914 metro da quadra 
simples. Cada jogador utiliza a raquete e a bola em conformidade com as especifi cações 
dadas pela federação de tênis.
Figura 7 – Quadra central de um centro olímpico de tênis
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Quadra_Central_do_Centro_Ol%C3%ADm-
pico_de_T%C3%AAnis.jpg. Acesso em: 24 abr. 2022.
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2.2.3 Regras da modalidade e principais características
O objetivo do tênis é marcar pontos na quadra adversária, a fi m de rebater a bola 
com uma raquete. 
Uma partida de tênis é dividida em games, sets e pontos. Um game é formado por 
um conjunto de pontos, e o ponto é marcado quando a bola quica na quadra do adversário 
e ele não consegue rebatê-la. Já quando o jogador erra o saque mais de uma vez, ou 
arremessa a bola para fora da área de serviço da quadra, o ponto vai para o adversário. É 
importante o conhecimento das regras gerais da modalidade.
2.3 TÊNIS DE MESA
O tênis de mesa teve origem na Inglaterra do século XIX, praticado pela classe alta 
do país, que o jogava como opção após jantares. Utilizava uma linha feita por livros, como 
se fosse a rede, além da parte superior de uma rolha de champagne como bola e da tampa 
de uma caixa de charuto como raquete.
A Federação Internacional de Tênis de Mesa foi formada em 1926, com o primeiro 
campeonato mundial realizado em Londres.
Figura 8 – Tênis de mesa nos jogos olímpicos de verão da juventude de 2018 - Individual 
feminino - Medalha de ouro
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Table_tennis_at_the_2018_Summer_You-
th_Olympics_%E2%80%93_Women%27s_Singles_Gold_Medal_Match_216.jpg. Acesso em: 
24 abr. 2022.
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2.3.1 Jogo, golpes e sistema de pontuação
Em uma partida de tênis de mesa, as partidas individuais são divididas em sete 
games, de onze pontos cada. Ao acontecer um empate em dez pontos, o jogador que 
abre, primeiramente, uma diferença de dois pontos é o vencedor. 
Nas partidas por equipes, o jogo é dividido em cinco games, com onze pontos 
cada, e, perante um empate, vale a mesma regra das partidas individuais. 
A mesa de tênis mede 2,74 metros de comprimento, com 1,52 metro de largura e 
uma altura de 76 centímetros. A área de jogo é dividida ao meio, por uma rede que possui 
1,83 metro de comprimento por 15,25 centímetros de altura (COPELLI, 2010).
Para os jogos em duplas, a mesa é dividida, verticalmente, em duas partes iguais 
por uma linha branca. Ainda, a bola do jogo tem 40 milímetros de diâmetro. A cada dois 
pontos conquistados, a ordem de saque é invertida, e, em duplas, os jogadores do mesmo 
time se revezam para os toques na bola.
Em uma partida de tênis de mesa, os jogadores executam golpes para 
rebater a bola para a mesa adversária. Veremos alguns desses golpes e como são 
realizados a seguir:
GOLPE CARACTERÍSTICA
Backhand Golpe com as costas da mão viradas para o 
adversário.
Cortada Golpe ofensivo e forte para a finalização da 
disputa de um ponto.
Deuce Empate de 10 a 10 em um set.
Drop Shot Bola largada próxima da rede.
Match point Ponto da partida.
Queimada Toque da bola na rede durante o saque.
Set Point Ponto para a definição do set.
Quadro 3 – Golpes de tênis de mesa e características
Fonte: o autor
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Se você, ainda, não conhece o tênis de mesa, confi ra os links a seguir 
e veja um pouco da dinâmica do jogo e da modalidade: https://www.
cbtm.org.br/ e https://www.youtube.com/watch?v=eHudprR13X0.
DICA
2.3.2 Estrutura da quadra e materiais 
Para o jogo de tênis de mesa, utiliza-se uma mesa com 2,74 metros de 
comprimento, 1,525 milímetro de largura, e 76 centímetros de altura. Pode ser composta 
por qualquer material, da cor escura e fosca. 
A divisão da mesa é feita por uma rede, que se estende por 15,25 metros, além das 
bordas laterais da mesa e com 15,25 centímetros de altura, da cor escura e com a parte 
superior branca.
A raquete pode ter qualquer tamanho, forma ou peso, e a bola contém a cor 
branca, ou laranja, além de ser fosca.
Figura 9 – Quadra de tênis de mesa
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:2016-02-07_13-16-22_ping-pong-belfort.
jpg. Acesso em: 24 abr. 2022.
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2.3.3 Regras da modalidade e principais características
A respeito da modalidade tênis de mesa, o jogo inicia a cada set. Os jogadores 
invertem o lado da mesa no qual jogam, e, no sétimo set, quando um dos jogadores chega 
a cinco pontos, invertem o lado da mesa. No fim de um set e no começo do próximo, 
os competidores têm um minuto de intervalo. É importante o conhecimento das regras 
gerais da modalidade.
3 MODALIDADES ESPORTIVAS DE RAQUETE NÃO 
OLÍMPICAS
As modalidades esportivas de raquete não olímpicas surgiram em virtude da 
extensão litorânea e de clubes esportivos, o que possibilitou a prática da atividade física e 
a ampliação dos adeptos à modalidade. 
Muitos esportes sofreram influência da colonização no nosso país, feita por 
imigrantes europeus que trouxeram as práticas

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