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<p>METODOLOGIA DO ENSINO</p><p>DO ESPORTE</p><p>Professor Dr. Pedro Henrique Rodrigues</p><p>Reitor</p><p>Márcio Mesquita Serva</p><p>Vice-reitora</p><p>Profª. Regina Lúcia Ottaiano Losasso Serva</p><p>Pró-Reitor Acadêmico</p><p>Prof. José Roberto Marques de Castro</p><p>Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Ação</p><p>Comunitária</p><p>Profª. Drª. Fernanda Mesquita Serva</p><p>Pró-reitor Administrativo</p><p>Marco Antonio Teixeira</p><p>Direção do Núcleo de Educação a Distância</p><p>Paulo Pardo</p><p>Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico</p><p>B42 Design</p><p>*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos</p><p>que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos.</p><p>Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A</p><p>violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código</p><p>Penal.</p><p>Universidade de Marília</p><p>Avenida Hygino Muzzy Filho, 1001</p><p>CEP 17.525–902- Marília-SP</p><p>Imagens, ícones e capa: ©freepik, ©envato, ©pexels, ©pixabay, ©Twenty20 e ©wikimedia</p><p>BOAS-VINDAS</p><p>Ao iniciar a leitura deste material, que é parte do apoio pedagógico dos</p><p>nossos queridos discentes, convido o leitor a conhecer a UNIMAR –</p><p>Universidade de Marília.</p><p>Na UNIMAR, a educação sempre foi sinônimo de transformação, e não</p><p>conseguimos enxergar um melhor caminho senão por meio de um ensino</p><p>superior bem feito.</p><p>A história da UNIMAR, iniciada há mais de 60 anos, foi construída com base</p><p>na excelência do ensino superior para transformar vidas, com a missão</p><p>de formar profissionais éticos e competentes, inseridos na comunidade,</p><p>capazes de constituir o conhecimento e promover a cultura e o intercâmbio,</p><p>a fim de desenvolver a consciência coletiva na busca contínua da valorização</p><p>e da solidariedade humanas.</p><p>A história da UNIMAR é bela e de sucesso, e já projeta para o futuro novos</p><p>sonhos, conquistas e desafios.</p><p>A beleza e o sucesso, porém, não vêm somente do seu campus de mais de</p><p>350 alqueires e de suas construções funcionais e conectadas; vêm também</p><p>do seu corpo docente altamente qualificado e dos seus egressos: mais</p><p>de 100 mil pessoas, espalhados por todo o Brasil e o mundo, que tiveram</p><p>suas vidas impactadas e transformadas pelo ensino superior da UNIMAR.</p><p>Assim, é com orgulho que apresentamos a Educação a Distância da UNIMAR</p><p>com o mesmo propósito: promover transformação de forma democrática</p><p>e acessível em todos os cantos do nosso país. Se há alguma expectativa</p><p>de progresso e mudança de realidade do nosso povo, essa expectativa</p><p>está ligada de forma indissociável à educação.</p><p>Nós nos comprometemos com essa educação transformadora,</p><p>investimos nela, trabalhamos noite e dia para que ela seja</p><p>ofertada e esteja acessível a todos.</p><p>Muito obrigado por confiar uma parte importante do seu</p><p>futuro a nós, à UNIMAR e, tenha a certeza de que seremos</p><p>parceiros neste momento e não mediremos esforços para</p><p>o seu sucesso!</p><p>Não vamos parar, vamos continuar com investimentos</p><p>importantes na educação superior, sonhando sempre. Afinal,</p><p>não é possível nunca parar de sonhar!</p><p>Bons estudos!</p><p>Dr. Márcio Mesquita Serva</p><p>Reitor da UNIMAR</p><p>Que alegria poder fazer parte deste momento tão especial da sua vida!</p><p>Sempre trabalhei com jovens e sei o quanto estar matriculado</p><p>em um curso de ensino superior em uma Universidade de</p><p>excelência deve ser valorizado. Por isso, aproveite cada</p><p>minuto do seu tempo aqui na UNIMAR, vivenciando o ensino,</p><p>a pesquisa e a extensão universitária.</p><p>Fique atento aos comunicados institucionais, aproveite as</p><p>oportunidades, faça amizades e viva as experiências que</p><p>somente um ensino superior consegue proporcionar.</p><p>Acompanhe a UNIMAR pelas redes sociais, visite a sede</p><p>do campus universitário localizado na cidade de Marília,</p><p>navegue pelo nosso site unimar.br, comente no nosso blog</p><p>e compartilhe suas experiências. Viva a UNIMAR!</p><p>Muito obrigada por escolher esta Universidade para a</p><p>realização do seu sonho profissional. Seguiremos,</p><p>juntos, com nossa missão e com nossos valores,</p><p>sempre com muita dedicação.</p><p>Bem-vindo(a) à Família UNIMAR.</p><p>Educar para transformar: esse é o foco da Universidade de Marília no seu</p><p>projeto de Educação a Distância. Como dizia um grande educador, são as</p><p>pessoas que transformam o mundo, e elas só o transformam</p><p>se estiverem capacitadas para isso.</p><p>Esse é o nosso propósito: contribuir para sua transformação</p><p>pessoal, oferecendo um ensino de qualidade, interativo,</p><p>inovador, e buscando nos superar a cada dia para que você</p><p>tenha a melhor experiência educacional. E, mais do que isso,</p><p>que você possa desenvolver as competências e habilidades</p><p>necessárias não somente para o seu futuro, mas para o seu</p><p>presente, neste momento mágico em que vivemos.</p><p>A UNIMAR será sua parceira em todos os momentos de</p><p>sua educação superior. Conte conosco! Estamos aqui para</p><p>apoiá-lo! Sabemos que você é o principal responsável pelo</p><p>seu crescimento pessoal e profissional, mas agora você</p><p>tem a gente para seguir junto com você.</p><p>Sucesso sempre!</p><p>Profa. Fernanda</p><p>Mesquita Serva</p><p>Pró-reitora de Pesquisa,</p><p>Pós-graduação e Ação</p><p>Comunitária da UNIMAR</p><p>Prof. Me. Paulo Pardo</p><p>Coordenador do Núcleo</p><p>EAD da UNIMAR</p><p>008 Aula 01:</p><p>014 Aula 02:</p><p>025 Aula 03:</p><p>034 Aula 04:</p><p>042 Aula 05:</p><p>051 Aula 06:</p><p>060 Aula 07:</p><p>067 Aula 08:</p><p>078 Aula 09:</p><p>087 Aula 10:</p><p>094 Aula 11:</p><p>100 Aula 12:</p><p>109 Aula 13:</p><p>117 Aula 14:</p><p>127 Aula 15:</p><p>140 Aula 16:</p><p>Esporte e sua Origem</p><p>Conhecimentos Fundamentais para o Ensino dos Esportes</p><p>O que Ensinar?</p><p>Didática do Esporte</p><p>Tipos de Esportes</p><p>Regulação da Ação Motora e Práticas Esportivas</p><p>O Esporte como Objeto de Ensino</p><p>Como Ensinar?</p><p>Métodos de Ensino dos Diferentes Elementos do</p><p>Desempenho Esportivo</p><p>Métodos para o Ensino dos Esportes: Parcial, Global e Misto</p><p>Métodos para o Ensino dos Esportes: Série de Jogos,</p><p>Recreativo, Tranfert e Cooperação-Oposição</p><p>Avaliação dos Saberes Corporais</p><p>Pedagogia do Ensino das Modalidades Esportivas Coletivas</p><p>Pedagogia do Ensino das Modalidades Esportivas Individuais</p><p>Princípios Básicos no Planejamento das Aulas Esportivas</p><p>Comportamento Ético no Esporte</p><p>Introdução</p><p>Olá, aluno!</p><p>Nesta disciplina, exploraremos desde a evolução histórica do esporte até as</p><p>técnicas pedagógicas mais avançadas, proporcionando uma visão completa</p><p>dos diversos aspectos que envolvem o ensino esportivo.</p><p>Começaremos mergulhando na história do esporte e suas origens,</p><p>compreendendo como ele se transformou ao longo dos séculos em um</p><p>fenômeno cultural e social de grande impacto. Esta compreensão nos permitirá</p><p>contextualizar as práticas atuais e valorizar a rica herança que o esporte carrega</p><p>consigo.</p><p>A partir dessa base histórica, avançaremos para os conhecimentos</p><p>fundamentais necessários ao ensino dos esportes. Exploraremos os princípios</p><p>teóricos e práticos que sustentam a educação esportiva, incluindo aspectos de</p><p>anatomia, �siologia, biomecânica e psicologia. Este conhecimento é crucial</p><p>para que você, como futuro professor ou treinador, possa planejar aulas e</p><p>treinamentos que respeitem os limites e potencialidades dos alunos,</p><p>promovendo um desenvolvimento saudável e equilibrado.</p><p>A didática do esporte será um componente central, orientando o que deve ser</p><p>ensinado em diferentes contextos esportivos. Discutiremos os diversos tipos de</p><p>esportes e as especi�cidades de cada modalidade, preparando você para lidar</p><p>com uma ampla gama de atividades esportivas.</p><p>Além disso, exploraremos a regulação da ação motora e as práticas esportivas,</p><p>investigando como o corpo se movimenta e se adapta às demandas do</p><p>esporte. Essa compreensão é essencial para criar ambientes de aprendizado</p><p>e�cazes e seguros, integrando o esporte de maneira signi�cativa ao currículo</p><p>escolar e às atividades extracurriculares.</p><p>A metodologia de ensino será outro foco importante. Abordaremos diversas</p><p>estratégias e métodos para ensinar os diferentes elementos do desempenho</p><p>esportivo, como os métodos parcial, global e misto, além de séries de jogos,</p><p>atividades recreativas, transferência de habilidades</p><p>execução.</p><p>Figura 2 - Mapa conceitual sobre o processamento da informação e interação</p><p>do ambiente</p><p>Fonte: Acervo do autor.</p><p>Esta aula abordou a regulação da ação motora nas práticas esportivas,</p><p>destacando a complexidade dos processos de percepção, decisão e execução</p><p>envolvidos. Explica como os movimentos humanos são resultados de processos</p><p>58</p><p>�siológicos e psíquicos, e analisa os diferentes modelos teóricos de</p><p>processamento da informação no comportamento motor. A importância dos</p><p>mecanismos perceptivos, de tomada de decisão e de execução são discutidas,</p><p>especialmente em esportes com interação direta entre adversários.</p><p>Assim, é necessária uma compreensão aprofundada dos processos de</p><p>regulação da ação motora durante práticas esportivas, além de analisar os</p><p>diversos modelos teóricos que explicam o processamento da informação no</p><p>comportamento motor. Ao explorar a complexidade dos mecanismos</p><p>perceptivos, de tomada de decisão e de execução, os alunos serão capacitados</p><p>a reconhecer como a percepção, a cognição e a ação interagem para produzir</p><p>movimentos e�cazes e precisos. Compreender essas interações é essencial para</p><p>aprimorar tanto a prática esportiva quanto a instrução e a aprendizagem no</p><p>campo da educação física e do esporte.</p><p>Até a próxima aula!</p><p>59</p><p>07</p><p>O Esporte como</p><p>Objeto de Ensino</p><p>Olá, tudo bem?</p><p>Você percebeu que existem diversos mecanismos envolvidos na ação motora.</p><p>Abordaremos, agora, aspectos do esporte que servem como objeto de ensino.</p><p>Nesta aula, nossos objetivos são:</p><p>11</p><p>Apresentar uma análise abrangente dos saberes</p><p>envolvidos no ensino dos esportes, destacando tanto os</p><p>saberes corporais quanto os conceituais.</p><p>22 Explorar a importância dos saberes atitudinais na</p><p>formação integral dos alunos através da Educação Física.</p><p>33</p><p>Organizar os conhecimentos necessários para o ensino</p><p>das modalidades esportivas, especialmente os esportes de</p><p>invasão.</p><p>O Esporte como Objeto de Ensino</p><p>Com os tópicos já abordados anteriormente, temos uma espécie de raios-x do</p><p>esporte e, também, uma ideia da extensão do conhecimento que envolve esse</p><p>fenômeno. Tudo isso é parte do esporte, e tudo isso é conteúdo de ensino da</p><p>Educação Física.</p><p>No entanto, se todo esse conhecimento con�gura o conteúdo da Educação</p><p>Física relacionado ao tema esporte, especialmente às modalidades coletivas</p><p>com interação, é necessário estruturar esses conhecimentos para facilitar seu</p><p>ensino e compreensão.</p><p>61</p><p>Por exemplo, aprender a se desmarcar para receber a bola de um colega</p><p>durante um ataque em uma partida de futsal representa um tipo de saber que</p><p>desenvolve a competência para usar essa prática esportiva de maneira</p><p>autônoma e pro�ciente em contextos recreativos e de lazer.</p><p>Além desses saberes, há uma terceira dimensão que se refere a atitudes,</p><p>valores e normas que atravessam qualquer processo de ensino. No entanto,</p><p>diferentemente dos outros saberes, esses conhecimentos dependem mais do</p><p>PARA GABARITAR</p><p>De acordo com González e Fraga (2009), isso pode ser feito a partir de</p><p>pelo menos dois eixos distintos em relação aos saberes especí�cos do</p><p>esporte tratados na Educação Física escolar. Em um dos eixos,</p><p>agrupam-se os conhecimentos que emergem da experiência prática</p><p>corporal, o saber fazer; no outro, encontram-se os saberes que</p><p>envolvem dados e conceitos que descrevem e explicam diversos</p><p>aspectos dessa prática corporal sistematizada, o saber sobre. Esses</p><p>saberes são rotulados de diferentes maneiras, por diversos autores,</p><p>sendo que aqui os denominaremos como saberes corporais e saberes</p><p>conceituais, respectivamente.</p><p>Compreender que a transformação do futebol de salão em</p><p>futsal resultou de preocupações técnicas e interesses</p><p>econômicos é outro tipo de saber que permite</p><p>compreender a diversidade de signi�cados e a inserção</p><p>dessa prática em diferentes épocas e contextos</p><p>socioculturais. Ambos os exemplos são partes integrantes</p><p>do tema esporte e são conhecimentos que devem ser</p><p>ensinados na escola.</p><p>62</p><p>ambiente cultural criado na sala de aula, pelo professor, do que do ensino</p><p>formal ou intencional. Isso não signi�ca que atitudes, valores e normas não</p><p>possam ser abordados com ênfase na dimensão conceitual que possuem, mas</p><p>é crucial reconhecer que é insu�ciente focar apenas nessa dimensão. Tanto o</p><p>aspecto afetivo quanto o da ação são igualmente importantes na discussão</p><p>desses temas.</p><p>Saberes Corporais dos Esportes</p><p>de Invasão</p><p>Ao analisar a lógica interna dos esportes, podemos identi�car a natureza das</p><p>modalidades que ensinamos e, consequentemente, reconhecer os</p><p>conhecimentos necessários para que os alunos tenham um melhor</p><p>desempenho em sua prática. Os saberes corporais dos esportes de invasão se</p><p>agrupam em quatro categorias principais: tática individual, habilidades</p><p>técnicas, combinações táticas e sistemas de jogo.</p><p>�. Tática individual: Envolve as ações estratégicas que um jogador utiliza</p><p>para se posicionar, movimentar-se e interagir com os adversários e</p><p>companheiros de equipe. Exemplos incluem dribles no basquete, �ntas no</p><p>futebol e cortes rápidos no handebol.</p><p>�. Habilidades técnicas: São as capacidades especí�cas que um atleta deve</p><p>dominar para executar movimentos e ações dentro do esporte. Exemplos</p><p>incluem passes precisos no futebol, arremessos no basquete e bloqueios</p><p>no vôlei.</p><p>�. Combinações táticas: Referem-se às sequências de movimentos e ações</p><p>coordenadas entre dois ou mais jogadores com o objetivo de alcançar</p><p>uma vantagem sobre o adversário. Exemplos incluem jogadas ensaiadas</p><p>no futebol, pick and roll no basquete e combinações de ataque e defesa</p><p>no handebol.</p><p>�. Sistemas de jogo: Envolvem as estratégias coletivas que uma equipe</p><p>adota durante a partida. Exemplos incluem o esquema 4-4-2 no futebol, a</p><p>defesa zona no basquete e o sistema 5-1 no handebol.</p><p>63</p><p>Saberes Conceituais dos</p><p>Esportes de Invasão</p><p>Os saberes conceituais compreendem informações, ideias e teorias que nos</p><p>permitem entender melhor os fenômenos estudados. Segundo González e</p><p>Fraga (2009), é possível identi�car dois tipos de conhecimentos dentro desse</p><p>universo.</p><p>O segundo tipo é o conhecimento crítico , que explora o lugar em que o</p><p>esporte ou determinada modalidade ocupa em contextos socioculturais</p><p>especí�cos, permitindo análises das manifestações da cultura corporal em</p><p>relação a dimensões éticas, estéticas, históricas e sociais.</p><p>�. Conhecimento técnico: Este conhecimento abrange as regras,</p><p>fundamentos e técnicas especí�cas de cada esporte. Exemplos incluem a</p><p>compreensão das regras de impedimento no futebol, os diferentes tipos</p><p>de passes no basquete e as técnicas de saque no vôlei.</p><p>�. Conhecimento crítico: Este tipo de conhecimento permite analisar o</p><p>impacto do esporte na sociedade e em diferentes contextos culturais.</p><p>Exemplos incluem discutir o papel do futebol na construção da identidade</p><p>@freepik</p><p>O primeiro é o conhecimento</p><p>técnico , que articula conceitos e</p><p>fatos necessários para</p><p>compreender as características e o</p><p>funcionamento das práticas</p><p>corporais sistematizadas em uma</p><p>dimensão operacional.</p><p>64</p><p>nacional, a in�uência do basquete na cultura urbana dos Estados Unidos, e</p><p>as questões de gênero no handebol.</p><p>Saberes Atitudinais</p><p>Além dos saberes conceituais e corporais, a Educação Física também se ocupa</p><p>dos saberes atitudinais. A escola, como parte da sociedade, transmite valores</p><p>que são fundamentais para a formação dos alunos.</p><p>Portanto, é essencial que as aulas de Educação Física não apenas ensinem</p><p>conceitos e habilidades físicas, mas também promovam atitudes positivas e</p><p>valores éticos entre os alunos. Isso inclui promover relações equilibradas e</p><p>construtivas, repudiar discriminações de qualquer tipo, prevenir violência e</p><p>adotar atitudes de respeito mútuo, solidariedade e dignidade em todas as</p><p>atividades esportivas e de convivência.</p><p>Relações Equilibradas e Construtivas: Promover o trabalho em equipe e</p><p>a cooperação durante os jogos, encorajando os alunos a apoiar uns aos</p><p>outros.</p><p>Repúdio às Discriminações: Ensinar os alunos a respeitar todas as</p><p>pessoas,</p><p>independentemente de suas diferenças, promovendo a inclusão</p><p>e a diversidade no ambiente esportivo.</p><p>Prevenção da Violência: Desenvolver atividades que ensinem os alunos a</p><p>resolver con�itos, de maneira pací�ca e a lidar com a competição de forma</p><p>saudável.</p><p>Atitudes de Respeito Mútuo, Solidariedade e Dignidade: Incentivar os</p><p>alunos a mostrar respeito pelos adversários, árbitros e companheiros de</p><p>equipe, valorizando a ética esportiva.</p><p>Em resumo, a Educação Física, ao ensinar esses saberes, não só contribui para o</p><p>desenvolvimento físico dos alunos, mas também para sua formação integral</p><p>como cidadãos conscientes, críticos e responsáveis.</p><p>65</p><p>Nesta aula, nossos objetivos foram apresentar uma análise abrangente dos</p><p>saberes envolvidos no ensino dos esportes, destacando tanto os saberes</p><p>corporais quanto os conceituais. Além disso, exploramos a importância dos</p><p>saberes atitudinais na formação integral dos alunos, através da Educação</p><p>Física.</p><p>Organizamos os conhecimentos necessários para o ensino das modalidades</p><p>esportivas, especialmente os esportes de invasão, visando não apenas</p><p>desenvolver habilidades técnicas e estratégias, mas também fomentar valores</p><p>éticos e atitudes positivas, essenciais para a convivência e o respeito mútuo</p><p>dentro e fora do ambiente esportivo. Obrigado por estar comigo em mais esta</p><p>aula.</p><p>Até a próxima!</p><p>PARA GABARITAR</p><p>Nosso foco aqui é apresentar os saberes fundamentais no ensino dos</p><p>esportes, abrangendo saberes corporais e conceituais. Destacamos</p><p>também a importância dos saberes atitudinais para a formação</p><p>integral dos alunos na Educação Física, além de organizar os</p><p>conhecimentos essenciais para o ensino de modalidades esportivas,</p><p>especialmente os esportes de invasão. Esses elementos não apenas</p><p>desenvolvem habilidades técnicas e estratégias, mas também</p><p>promovem valores éticos e atitudes positivas, fundamentais para</p><p>uma convivência respeitosa dentro e fora do ambiente esportivo.</p><p>66</p><p>08</p><p>Como Ensinar?</p><p>Olá, aluno!</p><p>Nesta aula, começaremos a explorar os diferentes métodos de ensino no</p><p>contexto dos esportes. Retome os aspectos importantes discutidos na última</p><p>aula, para que possamos seguir em frente de forma e�ciente.</p><p>Nesta aula, nossos objetivos são:</p><p>11 Discutir os diferentes métodos de ensino aplicáveis aos</p><p>saberes corporais e conceituais na Educação Física.</p><p>22 Explorar a distinção entre modelos de ensino e métodos</p><p>de ensino no contexto das modalidades esportivas.</p><p>33</p><p>Analisar os elementos-chave dos métodos de ensino,</p><p>incluindo as tarefas propostas, a intervenção do professor</p><p>e o papel do aluno durante as aulas.</p><p>Como Ensinar?</p><p>Tudo o que é necessário ensinar não pode ser abordado da mesma forma.</p><p>Ensinar a praticar será diferente de ensinar ou discutir o papel da mídia no</p><p>desenvolvimento do esporte. Da mesma forma, ensinar a buscar informações</p><p>relevantes durante o jogo para decidir o que fazer com a bola é diferente de</p><p>ensinar um gesto mais e�caz de arremesso de lance livre no basquetebol. No</p><p>entanto, todos esses aspectos devem ser ensinados da melhor maneira</p><p>possível.</p><p>68</p><p>Para abordar este tema, optamos por discutir o ensino dos diferentes saberes</p><p>com um certo grau de especi�cidade. É importante ressaltar que a exposição</p><p>dos métodos de ensino dos conteúdos relacionados aos esportes em textos,</p><p>não deve ser confundida com a dinâmica real do ensino na Educação Física, no</p><p>qual os saberes e as mediações se entrelaçam de maneira única,</p><p>transformando a aula em um verdadeiro "acontecimento" (González;</p><p>Fensterseifer, 2006).</p><p>O Ensino dos Saberes Corporais</p><p>Quando se trata do ensino dos saberes corporais, é essencial começar</p><p>questionando quais conteúdos devem ser ensinados, visto que nem tudo pode</p><p>ser ensinado da mesma maneira. Antes de avançar, é fundamental esclarecer</p><p>alguns termos usados para discutir como ensinar.</p><p>Sem entrar em detalhes sobre nomenclaturas, é crucial destacar que os termos</p><p>utilizados para descrever o ensino, em geral, e o ensino dos esportes em</p><p>particular, podem variar de um autor para outro. Portanto, ao ler diferentes</p><p>publicações sobre o assunto, é importante estar atento aos conceitos que os</p><p>autores utilizam para descrever os diferentes aspectos desse fenômeno.</p><p>Inicialmente, é necessário diferenciar as ideias e concepções que</p><p>fundamentam as escolhas didático-pedagógicas em relação ao ensino de um</p><p>tipo de esporte ou modalidade esportiva (concepções sobre como ensinar</p><p>jogos esportivos coletivos) das decisões tomadas ao ensinar conhecimentos</p><p>especí�cos relacionados a diferentes tipos de esportes ou modalidades (por</p><p>exemplo, desmarcar-se para receber em esportes de invasão ou a bandeja no</p><p>basquetebol). Em nossa abordagem, chamaremos as preocupações sobre o</p><p>ensino das modalidades de modelos de ensino, e as decisões sobre o ensino de</p><p>conhecimentos especí�cos de métodos de ensino.</p><p>Nesse sentido, entendemos o modelo de ensino como um sistema de ideias</p><p>(concepções) que sustenta o conjunto de decisões para organizar o ensino de</p><p>um determinado tipo de esporte sob uma perspectiva especí�ca.</p><p>69</p><p>Essas ideias in�uenciam todas as decisões relacionadas ao ensino, desde como</p><p>lidar com as di�culdades das crianças para jogar uma determinada</p><p>modalidade até a escolha dos conteúdos prioritários ao longo dos anos.</p><p>Portanto, o modelo de ensino não deve ser confundido com um método, que</p><p>está mais diretamente relacionado ao ensino de aspectos especí�cos de uma</p><p>modalidade. Feito esse esclarecimento inicial, continuaremos nossa exposição</p><p>discutindo os métodos de ensino.</p><p>@shutterstock</p><p>Métodos de Ensino</p><p>Falar de "método" pode sugerir a ideia de algo como uma técnica de fazer, um</p><p>conjunto de regras ou princípios normativos rígidos para orientar o ensino dos</p><p>conteúdos. No entanto, não estamos lidando com uma ideia tão restritiva.</p><p>Quando falamos de métodos, aqui, estamos nos referindo a uma abordagem</p><p>mais �exível, uma atitude intelectual que busca identi�car, dentro da</p><p>heterogeneidade das aulas, formas de mediação que facilitem a aprendizagem</p><p>dos alunos, reconhecendo que não existe um método universal que funcione</p><p>para ensinar tudo a todos.</p><p>Esse modelo, muitas vezes, não é</p><p>explicitamente conhecido pelo</p><p>professor (González; Borges, 2011),</p><p>e é sustentado por três</p><p>concepções básicas: a lógica</p><p>interna da modalidade ou tipo de</p><p>esporte ensinado, o tipo de</p><p>conhecimento que in�uencia o</p><p>desempenho do aluno durante o</p><p>jogo, e como os sujeitos aprendem</p><p>(Garganta, 1998).</p><p>70</p><p>Ao analisar as aulas em que são ensinados esportes, identi�camos pelo menos</p><p>três elementos-chave:</p><p>�. As tarefas propostas.</p><p>�. A intervenção do professor (o que o professor comunica).</p><p>�. O papel atribuído ao aluno durante esse espaço-tempo.</p><p>A seguir, discutiremos cada um desses elementos.</p><p>As tarefas</p><p>Chamamos de tarefa o trabalho ou atividade indicada pelo professor (ou</p><p>ocasionalmente autossugerida) a ser realizada pelos alunos, envolvendo</p><p>desa�os, esforço e/ou um prazo determinado. No campo do ensino dos</p><p>esportes, as tarefas incluem exercícios educativos, jogos e drills que o professor</p><p>propõe para os alunos durante a aula.</p><p>Essas tarefas podem ser categorizadas de diversas maneiras, assim como os</p><p>próprios esportes.</p><p>Em nosso contexto, utilizamos uma classi�cação que as divide em quatro</p><p>grandes categorias, denominadas Tipo 1 (T1), Tipo 2 (T2), Tipo 3 (T3) e Tipo 4 (T4),</p><p>sendo esta última constituída por subcategorias.</p><p>71</p><p>72</p><p>O Quadro apresentado ilustra que as tarefas T1 e T2 compartilham a</p><p>característica de não envolverem interação entre adversários, geralmente,</p><p>exigindo habilidades fechadas e não demandando que o aluno "leia" a situação</p><p>para decidir suas ações durante a atividade. Essa dimensão é pré-de�nida antes</p><p>do início da tarefa, sendo responsabilidade do aluno executá-la dentro dos</p><p>parâmetros estabelecidos pelo professor.</p><p>Por outro lado, as tarefas T3 e T4 têm em comum a interação entre adversários</p><p>como elemento central. Isso signi�ca que, independentemente do tipo de</p><p>tarefa realizada pelo aluno, ele sempre precisará "ler"</p><p>e decidir suas ações antes</p><p>73</p><p>de executá-las. Essa diferenciação é crucial ao ensinar esportes coletivos que</p><p>envolvem interação entre jogadores.</p><p>A seleção, criação e adaptação das tarefas são processos fundamentais para</p><p>proporcionar aos alunos experiências signi�cativas de movimento que facilitem</p><p>a aprendizagem. Consideramos a tarefa como uma ferramenta que não pode</p><p>ser classi�cada como "boa" ou "ruim" em si mesma, mas, sim, como adequada</p><p>ou inadequada para os propósitos pelos quais foi selecionada. Por exemplo, se</p><p>nosso objetivo é desenvolver a intenção tática de "passar e deslocar-se para</p><p>receber", poderíamos, inicialmente, considerar que tanto a Tarefa 2.1 quanto a</p><p>Tarefa 3.2 do Quadro seriam adequadas.</p><p>No entanto, essa análise super�cial ignoraria a necessidade de o aluno realizar</p><p>escolhas táticas durante a execução da tarefa. Enquanto na Tarefa 2.1 o aluno</p><p>apenas executa um passe e desloca-se sem considerar o contexto do jogo, na</p><p>Tarefa 3.2 ele deve decidir quando e onde se deslocar para criar as melhores</p><p>opções para sua equipe. Além disso, a Tarefa 3.3 do quadro não favorece o</p><p>desenvolvimento da intenção tática "passar e deslocar-se para receber", pois</p><p>não requer do jogador o deslocamento após o passe, limitando-se à orientação</p><p>em função da posição da bola.</p><p>Aprender a "ler" as tarefas é fundamental, pois são essas</p><p>experiências que possibilitam a aprendizagem efetiva.</p><p>74</p><p>Intervenção do professor</p><p>Outro elemento fundamental no ensino é o papel que o professor desempenha</p><p>durante as aulas. Grande parte da intervenção do professor é mediada pelo que</p><p>ele comunica, verbalmente, embora na Educação Física gestos, posturas e</p><p>tonalidades musculares também desempenhem um papel signi�cativo.Ao</p><p>observar os propósitos que guiam a comunicação do professor com os alunos,</p><p>identi�camos pelo menos quatro grandes dimensões:</p><p>Organização do trabalho: Refere-se à forma como o professor estrutura e</p><p>planeja as atividades e os conteúdos a serem trabalhados durante a aula.</p><p>Isso inclui desde a de�nição clara dos objetivos de aprendizagem até a</p><p>sequência das atividades propostas.</p><p>Motivação dos alunos: Envolve estratégias que visam engajar os alunos</p><p>no processo de aprendizagem, estimulando o interesse e a participação</p><p>ativa nas atividades propostas. O professor pode utilizar diferentes</p><p>CONECTE-SE</p><p>O artigo Do Blog da Educação Física discute métodos de ensino para</p><p>esportes coletivos, enfatizando a adaptação das estratégias</p><p>pedagógicas a diferentes contextos e objetivos educacionais. Destaca</p><p>a importância das tarefas propostas e das intervenções dos</p><p>professores no processo de ensino-aprendizagem, promovendo a</p><p>re�exão e a participação ativa dos alunos. O texto sugere a utilização</p><p>de diversos métodos de ensino para desenvolver habilidades técnicas</p><p>e táticas. Para mais detalhes, acesse o artigo completo.</p><p>75</p><p>https://go.eadstock.com.br/g6N</p><p>https://go.eadstock.com.br/g6N</p><p>técnicas para motivar os alunos, como feedback positivo, desa�os</p><p>adequados ao nível de habilidade e reconhecimento do esforço individual.</p><p>Disciplina: Refere-se ao estabelecimento de regras e normas que</p><p>orientam o comportamento dos alunos durante as aulas. Uma boa gestão</p><p>da disciplina contribui para um ambiente de aprendizagem seguro e</p><p>respeitoso, onde todos os alunos têm a oportunidade de participar e se</p><p>desenvolver.</p><p>Feedback: É a informação fornecida pelo professor aos alunos sobre seu</p><p>desempenho e progresso. O feedback pode ser tanto durante quanto após</p><p>a realização das atividades e tem o objetivo de ajudar os alunos a</p><p>compreenderem seus pontos fortes e áreas para melhoria.</p><p>Cada uma dessas dimensões desempenha um papel crucial no</p><p>desenvolvimento das habilidades dos alunos na Educação Física, in�uenciando</p><p>diretamente a qualidade do ensino e a experiência de aprendizagem.</p><p>Papel do aluno</p><p>Além da intervenção do professor, o papel atribuído ao aluno durante as aulas é</p><p>outro elemento-chave. Na Educação Física, espera-se que os alunos não sejam</p><p>apenas receptores passivos de conhecimento, mas também participantes</p><p>ativos no processo de aprendizagem.</p><p>@freepik</p><p>O papel do aluno pode variar</p><p>dependendo do método de</p><p>ensino utilizado e dos objetivos</p><p>especí�cos de cada atividade. Em</p><p>algumas situações, os alunos</p><p>podem ser incentivados a explorar</p><p>e descobrir soluções por conta</p><p>própria, enquanto em outras,</p><p>podem receber orientação mais</p><p>direta do professor.</p><p>76</p><p>Promover a autonomia e a responsabilidade dos alunos é fundamental para o</p><p>desenvolvimento de habilidades autorreguladoras e críticas, essenciais não</p><p>apenas para o contexto da Educação Física, mas também para a vida em geral.</p><p>Em suma, o ensino na Educação Física envolve uma variedade de métodos e</p><p>abordagens que visam promover o desenvolvimento integral dos alunos. Ao</p><p>considerar os diferentes saberes corporais e conceituais, assim como os</p><p>modelos e métodos de ensino, os professores podem criar experiências de</p><p>aprendizagem signi�cativas que contribuem para o crescimento físico,</p><p>cognitivo, social e emocional dos alunos.</p><p>Entender a importância dos métodos de ensino, das tarefas propostas, da</p><p>intervenção do professor e do papel do aluno durante as aulas permite aos</p><p>educadores adaptar suas práticas pedagógicas de maneira e�caz, garantindo</p><p>que todos os alunos tenham a oportunidade de alcançar seu potencial máximo</p><p>na disciplina de Educação Física.</p><p>Ficamos, então, por aqui.</p><p>Até a próxima aula!</p><p>PARA GABARITAR</p><p>Ensinar esportes envolve diferentes abordagens: prática, mídia,</p><p>táticas, gestos. Métodos de ensino são �exíveis e incluem tarefas,</p><p>intervenção do professor e papel ativo do aluno. Modelos de ensino</p><p>se baseiam na lógica do esporte, conhecimento e aprendizagem dos</p><p>alunos. Tarefas são categorizadas para melhor aprendizagem.</p><p>77</p><p>09</p><p>Métodos de Ensino dos</p><p>Diferentes Elementos do</p><p>Desempenho Esportivo</p><p>Olá, aluno, tudo bem?</p><p>Estamos desbravando esta linda área que é o ensino do esporte. Nesta aula,</p><p>começaremos a explorar métodos de ensino de diferentes elementos do</p><p>desempenho esportivo.</p><p>Nesta aula, nossos objetivos são:</p><p>11 Explorar métodos de ensino para desenvolver</p><p>competências em esportes coletivos com interação.</p><p>22 Enfatizar a importância da tática individual na iniciação</p><p>esportiva.</p><p>33 Relacionar o ensino da técnica à aplicação tática durante</p><p>o jogo.</p><p>Métodos de Ensino dos</p><p>Diferentes Elementos do</p><p>Desempenho Esportivo</p><p>De início, ao invés de abordar métodos de ensino dos esportes em si (que</p><p>seriam modelos), vamos explicitar métodos de ensino dos diversos</p><p>componentes do desempenho esportivo (tática individual, habilidades</p><p>79</p><p>técnicas, combinações táticas, sistemas de jogo, capacidades volitivas e</p><p>estratégias). Como não há espaço para abordar todos esses aspectos,</p><p>detalhadamente, focaremos nossa discussão no ensino de uma das dimensões</p><p>cruciais na fase inicial dos esportes coletivos com interação: a tática individual e</p><p>sua integração com o desenvolvimento técnico.</p><p>O método, como já mencionado, é uma abordagem para facilitar a</p><p>aprendizagem de um conteúdo especí�co. Quando falamos em ensinar</p><p>diretrizes de ação, referimo-nos ao processo de capacitar o aluno para melhorar</p><p>suas habilidades de atuação considerando o contexto do jogo. Por exemplo,</p><p>"com posse de bola, observar antes de agir".</p><p>Para alcançar isso, combinamos de maneira especí�ca os elementos</p><p>mencionados: as tarefas motoras e a intervenção do professor, o que de�ne o</p><p>papel do aluno. Os métodos são diversos e cada professor desenvolve suas</p><p>próprias maneiras de integrar essas dimensões.</p><p>A literatura apresenta distintos métodos ou propostas que podem ser utilizados</p><p>nas aulas (Bayer, 1994; Bunker; Thorpe, 1982; Grif�n; Mitchell; Oslin, 1997; Greco,</p><p>1998, Gréhaigne; Godbout; Bouthier, 2001; Oliveira, 2001; Slade, 2010; Turner;</p><p>Martinek, 1995). Quando estudamos as diferentes propostas de ensino das</p><p>intenções táticas encontradas na literatura, observamos que, apesar das</p><p>diferenças, há coincidência em pelo menos três dimensões referentes à forma</p><p>como o trabalho pode ser encaminhado:</p><p>�. O uso privilegiado de tarefas com interação entre adversários (Tarefas T3 e</p><p>T4 apresentadas na aula 8);</p><p>�. O incentivo à re�exão e à verbalização dos alunos sobre o que fazer e</p><p>quando fazer o que se tem para fazer no jogo (intervenção que favorece a</p><p>indagação);</p><p>�. O protagonismo dos alunos na resolução dos desa�os colocados pelo jogo,</p><p>por meio da busca, negociação e testagem de hipóteses sobre as ações de</p><p>jogo (papel ativo).</p><p>Em nosso caso, apresentamos uma forma de trabalho que tem se mostrado</p><p>e�ciente no ensino de diversos esportes de invasão em aulas regulares e</p><p>estágios de prática de ensino de estudantes de Educação Física (González,</p><p>2008; González; Fraga, 2009a; Martiny; González, 2010; González; Borges, 2011).</p><p>No entanto, convém, mais uma vez, repetir que não estamos sugerindo a</p><p>aplicação pura e simples desta proposta em aula, mas apenas indicando um</p><p>caminho possível para o desenvolvimento das intenções táticas.</p><p>80</p><p>11</p><p>A primeira tarefa da aula é praticar um jogo com interação</p><p>entre adversários (geralmente uma tarefa T42</p><p>condicionada). É importante que ele seja adaptado de um</p><p>modo tal que evidencie a intenção tática escolhida como</p><p>conteúdo desta aula.</p><p>22</p><p>Transcorridos alguns minutos, passa-se a indagar os</p><p>alunos sobre a situação de jogo que estão vivenciando, as</p><p>di�culdades e as principais ações para conseguir atingir o</p><p>objetivo da tarefa proposta. As perguntas realizadas pelo</p><p>professor devem ser bem formuladas e capazes de</p><p>orientar a re�exão dos alunos sobre o tema da aula. Por</p><p>exemplo, se o conteúdo de uma unidade didática de</p><p>futebol ou basquetebol tem como objetivo tático</p><p>“observar antes de agir”, não seria conveniente fazer</p><p>perguntas sobre como o defensor deve se posicionar para</p><p>evitar que o atacante sem posse de bola �que às suas</p><p>costas. As indagações devem direcionar a atenção do</p><p>aluno para o que está sendo ensinado.</p><p>33</p><p>Após serem questionados sobre a situação de jogo, os</p><p>alunos retornam à primeira tarefa, mas, antes disso,</p><p>devem, junto com o professor, de�nir as “regras de ação”</p><p>diretamente vinculadas às intenções táticas em estudo, as</p><p>quais deverão ser cumpridas durante o jogo. Trata-se de</p><p>jogar com atenção redobrada às regras de ação,</p><p>especialmente em situações de jogo nas quais essa</p><p>intenção tática é aplicada. Durante o desenvolvimento</p><p>dessa parte do trabalho, é importante que os alunos</p><p>sejam orientados a observar as “regras de ação”</p><p>estabelecidas.</p><p>81</p><p>44</p><p>Quando já tiverem compreendido “o que fazer” e “quando</p><p>fazer”, o próximo passo é focar a atenção do aluno sobre o</p><p>“como fazer”. Para tanto, uma nova sessão de perguntas</p><p>será realizada, agora mais centrada na dimensão técnica.</p><p>As perguntas iniciais devem ser complementadas com</p><p>explicações e demonstrações de modo que os alunos</p><p>consigam entender as habilidades técnicas que lhes</p><p>permitem realizar a ação tática requerida (a técnica como</p><p>suporte da tática).</p><p>55</p><p>Em seguida, são propostas tarefas com interação entre</p><p>adversários mais simples, ou até mesmo sem interação,</p><p>para que os alunos exercitem aspectos especí�cos do</p><p>movimento que tenham di�culdades em realizar.</p><p>Entretanto, é fundamental trabalhar sobre os aspectos</p><p>motores diretamente vinculados à intenção tática em</p><p>estudo, evitando praticar habilidades desconectadas com</p><p>essa situação (por exemplo, no futebol ou no basquetebol,</p><p>se o tema em estudo for a intenção tática, observar antes</p><p>de agir, não é interessante, nesta parte da aula, praticar</p><p>diferentes formas de drible).</p><p>66</p><p>Após os alunos re�etirem, colocarem em prática “o que</p><p>fazer” no jogo e já terem exercitado as habilidades</p><p>especí�cas vinculadas à intenção tática em estudo,</p><p>retorna-se ao jogo inicial. Contudo, solicita-se aos alunos</p><p>que simulem a situação, ou seja, façam de conta que</p><p>estão jogando para tentar, de forma coletiva, orientar as</p><p>ações de quem, naquele momento, estiver fazendo uso da</p><p>intenção tática em estudo.</p><p>82</p><p>Imagem 17 – Mapa conceitual sobre desenvolvimento das intenções táticas</p><p>Fonte: Acervo do autor.</p><p>77</p><p>Finalmente, os alunos são “liberados” para dar sequência à</p><p>tarefa inicial, o que lhes permite avaliar o que foi</p><p>aprendido na aula e o que ainda lhes falta. Nesta etapa (ou</p><p>mais adiante), também pode ser proposto um jogo mais</p><p>próximo do formal, procurando facilitar a transposição do</p><p>que foi aprendido.</p><p>Estratégias de Ensino</p><p>Para estimular a verbalização durante as aulas, várias estratégias podem ser</p><p>utilizadas. Uma delas é estabelecer que os alunos desempenhem os papéis de</p><p>árbitro e técnico durante o desenvolvimento das tarefas, como sugerido por</p><p>González e Fraga (2009).</p><p>83</p><p>Essa estratégia consiste em fazer com que o aluno assuma não apenas a</p><p>função de jogador durante as aulas, mas também os papéis de técnico e</p><p>árbitro.</p><p>Primeiro, os “alunos-técnicos” devem ser claramente orientados sobre o</p><p>comportamento técnico-tático que devem “cobrar” de seus colegas e, no caso</p><p>do aluno-árbitro, uma de�nição muito transparente das regras de</p><p>funcionamento do jogo. Segundo, obviamente, é importante que o tempo</p><p>dedicado aos diferentes papéis seja equilibrado, para que todos passem pelas</p><p>três experiências, pois a vivência em uma função não substitui a outra.</p><p>Nesse contexto, os alunos-técnicos são orientados sobre os elementos centrais</p><p>com os quais têm de se preocupar no desempenho dos colegas, tais como: o</p><p>atacante sem posse de bola não deve �car parado pedindo a bola (aos gritos),</p><p>deve procurar sair da marcação (criar linha de passe).</p><p>Para sair da marcação, não adianta �car correndo como um “desesperado”, é</p><p>necessário fazer mudanças de direção e velocidade, observando os espaços</p><p>vazios; o jogador que está com posse de bola não pode dá-la de “presente” para</p><p>os adversários, deve procurar passar para um colega que está em condições de</p><p>receber a bola, e assim por diante (o número e a complexidade das ações de</p><p>jogo a observar variam de acordo com o nível de conhecimento prévio da</p><p>turma ou do grupo).</p><p>@freepik</p><p>Esse procedimento, além de</p><p>contribuir para a compreensão</p><p>sobre o funcionamento do jogo e</p><p>a valorização de outras funções</p><p>esportivas, favorece a visão de</p><p>conjunto sobre o desempenho</p><p>dos jogadores em quadra e,</p><p>consequentemente, a</p><p>aprendizagem sobre os princípios</p><p>táticos. Para que essa dinâmica</p><p>funcione, alguns pré-requisitos</p><p>são importantes.</p><p>84</p><p>De posse dessas informações, cada “aluno-técnico” avalia e “dirige” a sua</p><p>equipe por meio de orientações na quadra e durante conversas, em tempos</p><p>dedicados especi�camente para pensar sobre o que está acontecendo durante</p><p>o jogo e como se poderia melhorar (tanto individual como coletivamente).</p><p>Os árbitros, por sua vez, fazem cumprir as regras do jogo, tanto as o�ciais como</p><p>as que condicionam a tarefa com �nalidade didática. Para desempenhar esse</p><p>papel, os alunos podem usar apitos e, dependendo do nível de conhecimento</p><p>prévio, serem estimulados a usar a sinalética o�cial da modalidade. Também é</p><p>importante que os alunos, para bem cumprir essa tarefa, recebam orientações</p><p>claras sobre quais são as regras do esporte e quais são as regras desse jogo</p><p>especí�co para evitar confusões.</p><p>Da mesma forma, é conveniente estimular os alunos a discutir sobre as</p><p>possíveis interpretações na aplicação das regras em meio às diferentes</p><p>situações de jogo. Além disso, os árbitros devem “legislar” sobre as regras</p><p>necessárias para dar conta do conjunto de situações imprevistas que surgem</p><p>no momento em que estão participando desses jogos reduzidos e</p><p>condicionados.</p><p>É também fundamental pensar em estratégias para lidar</p><p>com as diferenças de desempenho entre colegas de uma</p><p>mesma turma, especialmente quando o trabalho se</p><p>baseia em tarefas com interação entre adversários. Neste</p><p>ponto, é fundamental lembrar que, em um processo de</p><p>aprendizagem, uma tarefa cumpre seu papel quando está</p><p>em um nível de di�culdade compatível com as</p><p>possibilidades dos alunos.</p><p>85</p><p>Se for demasiado difícil, o praticante não terá êxito em sua realização e,</p><p>portanto, não aprenderá. Inversamente, se não for desa�adora, o aluno não será</p><p>exigido</p><p>a alcançar novos níveis de desempenho e, também, não aprenderá. Em</p><p>ambos os casos, é possível que os alunos se desmotivem com a proposta. Uma</p><p>das estratégias que permite lidar com a diferença de nível intraturma em favor</p><p>da aprendizagem é a composição de grupos homogêneos (o máximo possível)</p><p>que promova desa�os aos alunos, de acordo com o nível de di�culdade</p><p>próximo de suas possibilidades de desenvolvimento e superação. Essa</p><p>organização dos alunos é denominada grupos de trabalho.</p><p>Por �m, nesta aula, exploramos métodos de ensino para desenvolver</p><p>competências em esportes coletivos com interação, enfatizando a importância</p><p>da tática individual na iniciação esportiva e a relação entre ensino técnico e</p><p>aplicação tática durante o jogo. Abordamos também a utilização de tarefas</p><p>motoras especí�cas, a intervenção do professor e o papel ativo dos alunos na</p><p>resolução de desa�os táticos. Utilizando jogos adaptados, re�exões dirigidas e</p><p>feedback técnico, promovemos uma aprendizagem signi�cativa e integrada</p><p>dos elementos essenciais do desempenho esportivo. Espero que tais aspectos</p><p>estejam sendo assimilados quanto à sua prática. Então, retome os assuntos e</p><p>pense em sua aplicação. Nos vemos na próxima aula! Grande abraço!</p><p>PARA GABARITAR</p><p>Exploramos métodos de ensino que visam desenvolver habilidades</p><p>em esportes coletivos com interação, focando na tática individual e</p><p>na integração com o ensino técnico durante as atividades. Utilizando</p><p>tarefas motoras adaptadas, re�exões direcionadas e feedback técnico,</p><p>promovemos uma aprendizagem signi�cativa dos elementos</p><p>essenciais do desempenho esportivo. Destacamos também o papel</p><p>ativo dos alunos na resolução de desa�os táticos, ajustando a</p><p>di�culdade das atividades para melhor atender às necessidades</p><p>individuais e de grupo.</p><p>86</p><p>10</p><p>Métodos para o Ensino</p><p>dos Esportes: Parcial,</p><p>Global e Misto</p><p>Olá, aluno, tudo bem?</p><p>Dando sequência às nossas discussões, começaremos a abordar alguns</p><p>métodos utilizados para o ensino dos esportes.</p><p>Nesta aula, nossos objetivos são:</p><p>11 Explorar diferentes métodos de ensino utilizados na</p><p>Educação Física para o aprendizado dos esportes.</p><p>22 Compreender as características e aplicabilidades dos</p><p>métodos parcial, global, misto e global em forma de jogo.</p><p>33 Analisar como cada método pode ser adaptado às</p><p>diversas faixas etárias e contextos de ensino.</p><p>O que é Método?</p><p>Com a pretensão de esclarecer o que é método sem a intenção de apresentar</p><p>uma extensa abordagem do termo, são aqui mencionados alguns conceitos e</p><p>seus respectivos autores. Para começar, Ferreira (1986) menciona que a palavra</p><p>vem do grego méthodos, "caminho para chegar a um �m". Caminho pelo qual</p><p>se atinge um objetivo. Programa que regula previamente uma série de</p><p>operações que se devem realizar, apontando erros evitáveis, em vista de um</p><p>resultado determinado; processo ou técnica de ensino.</p><p>88</p><p>Libâneo (2002) a�rma que método de ensino é a ação do professor, ao dirigir e</p><p>estimular o processo de ensino em função da aprendizagem dos alunos,</p><p>quando utiliza intencionalmente um conjunto de ações, passos, condições</p><p>externas e procedimentos.</p><p>Entendemos que método é a forma como se desenvolve a prática do ensino.</p><p>Pelos métodos adotados, podemos esperar um determinado resultado do</p><p>processo de ensino. De acordo com Can�eld (1981), os métodos de ensino</p><p>supõem maneiras organizadas e sistemáticas de possibilitar e criar ambientes</p><p>que, de modo e�ciente e cientí�co, levem a resultados favoráveis. Já para</p><p>Llaville e Dionne (1999), método indica regras e propõe um procedimento.</p><p>Uma interessante experiência de ensino, ou método de ensinar os conteúdos</p><p>da Educação Física, é a publicação das Concepções abertas no ensino da</p><p>Educação Física (Reiner Hildebrandt e Ralf Laging, 1994). Nessa obra, os</p><p>métodos para ensinar, planejar e realizar as aulas são possibilitados aos alunos</p><p>que têm participação nas decisões em relação aos objetivos, aos conteúdos e</p><p>demais elementos do processo de ensino.</p><p>Será que é possível acontecer uma aula sem método? Essa é uma pergunta</p><p>interessante que o professor dirige com frequência aos acadêmicos de</p><p>Educação Física, quando são abordados e estudados conteúdos de</p><p>metodologias para o ensino dos esportes nas disciplinas de vôlei, judô,</p><p>handebol, futsal, basquetebol e futebol de campo.</p><p>É muito provável que esse mesmo professor, se questionado sobre a</p><p>organização ou o método que adotou, tenha di�culdade em lembrar-se, por</p><p>exemplo, das aulas, conteúdos ou métodos que utilizou há um mês ou mais.</p><p>Por isso, reforçamos a importância do conhecimento e, principalmente, da</p><p>capacidade de organizar as aulas por meio de seus elementos indispensáveis,</p><p>sugerindo, para isso, alguns métodos de ensino dos esportes. Esses métodos</p><p>não podem ser implementados sem que o professor domine outros</p><p>conhecimentos didáticos e pedagógicos.</p><p>Para se ter uma ideia de como retemos os conhecimentos, a partir de métodos</p><p>de ensino, Sant'anna (1986) a�rma que até 85% do conhecimento são retidos</p><p>depois de três horas de aula, se as informações foram transmitidas,</p><p>simultaneamente, oral e visualmente. No caso do esporte, esse percentual</p><p>eleva-se para 90% quando discutimos e praticamos os conteúdos. Seus</p><p>fundamentos devem ser praticados após sua apresentação, assim como se</p><p>deve, também, possibilitar alguma discussão sobre seus conceitos.</p><p>89</p><p>Como uma terceira opção de método pedagógico, Clenaghan e Gallahue (1985)</p><p>apresentam a combinação do método indireto com o direto, ressaltando a</p><p>possibilidade de explorar os aspectos de vantagem em cada método. A</p><p>sequência desse método é: 1º exploração livre, 2º exploração guiada ou</p><p>orientada, 3º resolução progressiva do problema e 4º treinamento especí�co.</p><p>Sabemos que não há apenas uma maneira de ensinar. São várias as alternativas</p><p>de métodos. Mas qual é ou quais são os melhores? Qual é o mais indicado</p><p>conforme a idade ou realidade dos alunos? Essas são questões que estarão</p><p>sendo abordadas nas próximas páginas deste livro.</p><p>Entre os principais objetivos desta disciplina, certamente, o mais signi�cativo</p><p>está centrado nos métodos e planos para o ensino dos esportes aliados aos</p><p>conceitos pertinentes à sua pedagogia de ensino.</p><p>Sabendo, ainda, que é muito difícil deixar de contemplar mais alguns</p><p>conteúdos que são inerentes a esse tema, abordamos, também, informações</p><p>básicas relativas aos fundamentos técnicos dos esportes e os elementos</p><p>essenciais inerentes ao plano de aula.</p><p>PARA GABARITAR</p><p>Conforme Clenaghan e Gallahue (1985), na escolha do método</p><p>pedagógico devem-se considerar: o professor, sua experiência, sua</p><p>personalidade, seus valores e suas metas de aprendizagem; o aluno,</p><p>sua maturidade, sua conduta diante das atividades e seu interesse e,</p><p>ainda, o meio, isto é, o lugar, o tempo e as condições de segurança</p><p>para execução das atividades. Os mesmos autores conceituam dois</p><p>tipos de métodos pedagógicos: o método direto e o método indireto.</p><p>O primeiro é considerado como tradicional e está centrado no</p><p>professor, que é o responsável por tomar as decisões em torno do</p><p>que, como e quando o aluno deverá realizar a atividade. Já o método</p><p>indireto consiste em o aluno ter liberdade de realizar tarefas e atingir</p><p>suas metas sem a imposição do professor.</p><p>90</p><p>Método Parcial ou Analítico</p><p>Esse método consiste em ensinar uma destreza motora por partes para,</p><p>posteriormente, uni-las entre si. A destreza motora pode ser subdividida</p><p>segundo o modo pelo qual as partes serão ligadas posteriormente (Xavier,</p><p>1986). Se o método for adotado para o fundamento de chute, vejamos quais dos</p><p>seus detalhes devem ser ensinados:</p><p>�. A perna de apoio, com uma pequena inclinação na articulação do joelho,</p><p>deverá estar ao lado da bola;</p><p>�. A ponta do pé de apoio apontará para o local onde deverá ser chutada a</p><p>bola;</p><p>�. Se o objetivo do chute for um percurso rasteiro para a bola, esta deverá ser</p><p>atingida na parte superior; se for desejada uma trajetória parabólica ou</p><p>alta, deverá ser atingida próximo ao solo;</p><p>�. A parte superior do tronco deverá ser inclinada</p><p>em direção à bola, porém,</p><p>com o peso corporal recaindo sobre a perna de apoio.</p><p>Mesmo observados todos esses detalhes, provavelmente o chute não sairá</p><p>perfeito, pois vários outros fatores fogem do controle do professor e do aluno.</p><p>Será, portanto, esse método o mais indicado? Esperamos que, depois de</p><p>estudados os outros exemplos de métodos que seguem, isso seja útil pelo</p><p>menos no sentido de identi�car o melhor ou os melhores para cada realidade</p><p>de trabalho.</p><p>Método Global ou Método</p><p>Complexo</p><p>Para Xavier (1986), o método global ou método complexo consiste em ensinar</p><p>uma destreza motora apresentando o seu conjunto. No caso dos fundamentos</p><p>do chute ou do arremesso, esses deverão ser ensinados sem a intervenção</p><p>91</p><p>inicial do professor. Isto é, primeiramente, haverá a execução do gesto de modo</p><p>completo e, se for necessário, o responsável pela aula contribuirá nas próximas</p><p>repetições desse fundamento.</p><p>@freepik</p><p>Método Misto</p><p>Para Xavier (1986), esse método consiste na sincronia dos métodos global-</p><p>parcial-global. Primeiramente, ocorre a execução do gesto como um todo. Em</p><p>seguida, o gesto é fragmentado com o objetivo de realizar as correções do</p><p>movimento ou dos movimentos. Finalmente, retorna-se à prática completa dos</p><p>movimentos.</p><p>Desse modo, a segunda parte servirá, com base no que foi observado no</p><p>primeiro momento, para que o professor faça a demonstração do exercício e,</p><p>assim, a partir da terceira parte, aconteça o gesto completo. Trata-se de uma</p><p>metodologia bastante rica sob o ponto de vista didático, com mais fatores</p><p>positivos do que negativos.</p><p>Pelo método, é possível acontecer</p><p>um jogo em que poderão ser</p><p>observados os fundamentos</p><p>técnicos dos esportes de forma</p><p>global e em conformidade com a</p><p>idade e a modalidade desportiva,</p><p>entre outras variáveis. Xavier (1986)</p><p>indica que o método global é mais</p><p>adequado para crianças de sete a</p><p>18 anos de idade, que aprendem</p><p>os fundamentos de passe, drible,</p><p>chute, cabeceio, arremesso e o</p><p>jogo.</p><p>92</p><p>Método Global em Forma de</p><p>Jogo ou Método de Confrontação</p><p>Para entendermos esse método, basta que haja a prática do desporto ou da</p><p>modalidade como um todo. Isto é, parte-se do princípio de que se aprende um</p><p>desporto através do próprio jogo. Conforme Dietrich (1988), o método da</p><p>confrontação se dá sob o lema "jogar, jogar, jogar!" Esse autor alerta, porém,</p><p>que há uma "displicência metodológica", uma vez que não se veri�ca um</p><p>planejamento bem estruturado. Não acontece um desmembramento do jogo</p><p>em elementos isolados. Devemos imaginar uma concepção simpática que</p><p>preconize ser absurdo querer dividir metodicamente um jogo esportivo,</p><p>porque com essa divisão o todo deixaria de existir.</p><p>Esta aula visa fornecer uma visão abrangente dos métodos de ensino dos</p><p>esportes, destacando suas particularidades, vantagens e possíveis limitações,</p><p>conforme discutido pelos autores consultados. Ao explorar os métodos parcial,</p><p>global, misto e global em forma de jogo, buscamos não apenas ampliar o</p><p>repertório metodológico dos pro�ssionais de Educação Física, mas também</p><p>promover uma re�exão sobre a importância da escolha do método adequado</p><p>para otimizar a aprendizagem dos alunos em diferentes contextos</p><p>educacionais.</p><p>Para concluir, esta aula visou a exploração aprofundada dos diversos métodos</p><p>de ensino utilizados na Educação Física para o aprendizado dos esportes. Ao</p><p>compreender as características e aplicabilidades dos métodos parcial, global,</p><p>misto e global em forma de jogo, foi possível analisar como cada um poderia</p><p>ser adaptado às diferentes faixas etárias e contextos de ensino. Assim, espero</p><p>que esta aula tenha ajudado você a ampliar seu repertório metodológico para</p><p>promover um ensino mais e�caz e contextualizado dos esportes.</p><p>Até a próxima aula!</p><p>93</p><p>11</p><p>Métodos para o Ensino dos</p><p>Esportes: Série de Jogos,</p><p>Recreativo, Tranfert e</p><p>Cooperação-Oposição</p><p>Caro aluno,</p><p>Continuando o assunto da aula anterior, abordaremos mais métodos de ensino</p><p>do esporte que podem tornar as aulas de Educação Física mais e�cazes e</p><p>empolgantes.</p><p>Nesta aula, nossos objetivos são:</p><p>11</p><p>Apresentar e discutir diferentes métodos de ensino</p><p>aplicados à iniciação esportiva, destacando suas</p><p>características, aplicabilidades e benefícios para o</p><p>aprendizado dos alunos.</p><p>22</p><p>Oferecer orientações práticas aos professores de</p><p>Educação Física sobre como implementar esses métodos</p><p>em suas aulas, considerando as especi�cidades de cada</p><p>modalidade esportiva e as necessidades dos alunos.</p><p>33</p><p>Reforçar a importância de abordagens pedagógicas que</p><p>promovam tanto o desenvolvimento técnico dos alunos</p><p>quanto aspectos sociais, emocionais e cooperativos</p><p>através do esporte.</p><p>Método em Série de Jogos</p><p>A ideia central do método em série de jogos é que "jogando aprende-se, antes</p><p>de tudo, através dos próprios jogos". Este método guarda semelhanças com o</p><p>método global em forma de jogo, especialmente em sua terminologia. No</p><p>entanto, sua aplicação prática é mais acessível e direta.</p><p>Para implementá-lo, sugere-se a realização de pequenos jogos, cada um</p><p>focado em um fundamento técnico especí�co do esporte. Por exemplo, em um</p><p>jogo de cinco minutos, pode-se trabalhar apenas o passe ou diferentes tipos de</p><p>95</p><p>passes, dependendo das necessidades do grupo. Em outro jogo, o passe só é</p><p>permitido após um drible.</p><p>Em um terceiro, o gol só pode ser marcado com a cabeça. Em seguida, pode-se</p><p>limitar os toques na bola a três, sendo o terceiro obrigatoriamente um chute ao</p><p>gol. Outra variação poderia permitir que apenas aquele aluno que realizou uma</p><p>�nta receba a bola.</p><p>A adoção deste método é especialmente recomendada para professores que</p><p>lidam com processos seletivos ("peneirões"), embora seja desa�ador</p><p>implementá-lo quando há um grande número de candidatos e restrições de</p><p>tempo e espaço. Durante a execução, é essencial que o professor mantenha</p><p>�chas de registro para acompanhar o desempenho técnico individual,</p><p>reservando tempo especí�co para observar cada fundamento técnico de forma</p><p>individualizada.</p><p>Método Recreativo</p><p>Os elementos técnicos e táticos abordados de maneira lúdica propiciam um</p><p>aprendizado mais e�caz do esporte, além de reduzir o estresse, o que é crucial</p><p>para a rotina de treinamento.</p><p>Corroborando a opinião sobre os benefícios oriundos do método recreativo</p><p>aplicados no esporte, Mariotti (1996) aponta que nos recreamos quando</p><p>conseguimos subtrair-nos ao habitual ou cotidiano, quando achamos deleite,</p><p>seja levando a cabo uma atividade. Em síntese, a prática rotineira, habitual e</p><p>repetitiva precisa lançar mão do método recreativo.</p><p>O método recreativo é amplamente reconhecido como</p><p>um dos mais populares na iniciação esportiva atual.</p><p>Muitos livros e teorias defendem sua utilização em</p><p>diversas modalidades esportivas durante as aulas de</p><p>educação física. Esse método é aplicável em todos os</p><p>níveis e realidades esportivas, embora seja menos</p><p>prevalente em treinamentos de alto rendimento, onde há</p><p>uma menor ênfase em atividades lúdicas.</p><p>96</p><p>CONECTE-SE</p><p>A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) é abordada neste artigo,</p><p>detalhando como a Educação Física deve ser estruturada nos</p><p>primeiros anos escolares. O texto enfatiza a importância de</p><p>brincadeiras, jogos, esportes, ginásticas, danças e lutas, e como essas</p><p>atividades devem ser adaptadas para desenvolver habilidades</p><p>especí�cas em cada faixa etária . Para mais detalhes, acesse o artigo</p><p>completo.</p><p>Método Transfert</p><p>O método Transfert foi proposto por Bayer (1994), na Europa, especi�camente</p><p>com jogadores de handebol. Este método permite trabalhar mais de uma</p><p>modalidade esportiva na mesma atividade, associando gestos técnicos de</p><p>diferentes esportes. Ao trabalhar a condução do futsal ou a progressão do</p><p>handebol, por exemplo, os alunos desenvolvem eixos corporais inferiores e</p><p>superiores, além de aprimorar o raciocínio rápido e as percepções óculo-pedais</p><p>e óculo-manuais em uma única sessão.</p><p>97</p><p>https://go.eadstock.com.br/hc8</p><p>https://go.eadstock.com.br/hc8</p><p>PARA GABARITAR</p><p>Trata-se de um excelente método para estimular nos alunos as</p><p>percepções de espaço e a</p><p>inteligência para outros elementos</p><p>presentes no contexto durante o jogo. Pode ser adotado por</p><p>professores que enfrentam di�culdades em convencer os alunos a</p><p>praticarem certas modalidades, permitindo a combinação de várias</p><p>modalidades em uma única atividade. Por exemplo, uma atividade</p><p>pode incluir duas colunas de alunos dispostas diagonalmente, em</p><p>que o primeiro de cada coluna conduz a bola e, no meio do percurso,</p><p>troca com o outro, trabalhando, assim, diferentes habilidades</p><p>esportivas em um ambiente lúdico.</p><p>Método da Cooperação-Oposição</p><p>As noções de companheiro e adversário são fundamentais para o</p><p>entendimento da estrutura funcional do jogo e para o ensino de valores, como</p><p>cooperação e competição. O método da cooperação-oposição enfatiza que,</p><p>para que um jogo ou competição ocorra, é necessário tanto a colaboração entre</p><p>os jogadores quanto a presença de adversários. O adversário deve ser visto não</p><p>apenas como um oponente, mas também como um cooperador essencial para</p><p>a prática esportiva.</p><p>Enquanto a cooperação é crucial para o jogo, a oposição não deve ser vista</p><p>apenas como um confronto físico ou estratégico, mas como uma oportunidade</p><p>de aprendizado e crescimento mútuo. É importante que o professor esteja</p><p>atento aos valores que podem ser implícitos nas situações de oposição,</p><p>especialmente na forma como são representados nos meios de comunicação e</p><p>na cultura esportiva.</p><p>98</p><p>A aula abordou diversos métodos de ensino aplicados à iniciação esportiva,</p><p>destacando suas características e benefícios para o aprendizado dos alunos.</p><p>Foram discutidas estratégias práticas para implementar esses métodos,</p><p>considerando as especi�cidades de cada modalidade esportiva e as</p><p>necessidades dos alunos. Também se enfatizou a importância de abordagens</p><p>pedagógicas que promovam o desenvolvimento técnico, social, emocional e</p><p>cooperativo através do esporte.</p><p>Em síntese, esta aula buscou proporcionar uma visão abrangente e orientadora</p><p>sobre métodos de ensino e�cazes para professores de Educação Física, visando</p><p>não apenas o desenvolvimento das habilidades esportivas, mas também o</p><p>crescimento integral dos alunos em um ambiente educacional e esportivo</p><p>positivo e inclusivo.</p><p>@freepik</p><p>A e�cácia deste método pode</p><p>in�uenciar signi�cativamente a</p><p>participação dos alunos nas</p><p>atividades esportivas. Um</p><p>ambiente excessivamente</p><p>competitivo ou hostil pode afastar</p><p>alunos sensíveis ou menos</p><p>inclinados ao confronto direto,</p><p>enquanto uma abordagem que</p><p>equilibre cooperação e oposição</p><p>pode promover um ambiente de</p><p>aprendizado positivo e inclusivo.</p><p>99</p><p>12</p><p>Avaliação dos</p><p>Saberes Corporais</p><p>Olá, aluno, tudo bem?</p><p>Como já abordamos os principais métodos para o ensino do esporte,</p><p>passaremos agora para a avaliação dos saberes corporais.</p><p>Nesta aula, nossos objetivos são:</p><p>11 Compreender os propósitos e a importância da avaliação</p><p>dos saberes corporais no contexto educacional.</p><p>22</p><p>Explorar os diferentes instrumentos de avaliação utilizados</p><p>na Educação Física, com foco em esportes coletivos e de</p><p>invasão.</p><p>33</p><p>Analisar o papel da coavaliação e autoavaliação como</p><p>ferramentas complementares na avaliação do</p><p>desempenho dos alunos em atividades esportivas.</p><p>A Avaliação dos Saberes</p><p>Corporais</p><p>Os propósitos da avaliação dos saberes corporais são os mesmos para qualquer</p><p>outra aprendizagem. Conforme Schlatter e Garcez (2012), temos por um lado a</p><p>avaliação de rendimento, que busca veri�car o alcance da aprendizagem com</p><p>base no que foi desenvolvido e trabalhado em sala de aula.</p><p>101</p><p>Isso se distingue da avaliação de pro�ciência, que veri�ca o que alguém é</p><p>capaz de fazer em um determinado momento para �ns especí�cos,</p><p>independentemente de como ou onde esses conhecimentos foram adquiridos;</p><p>da avaliação de nivelamento, que visa determinar o nível mais adequado para</p><p>um ingressante em um programa curricular, veri�cando o conhecimento</p><p>prévio; e da avaliação diagnóstica, que busca identi�car o que já é conhecido, a</p><p>�m de calibrar o ponto de partida para o ensino de novos conhecimentos.</p><p>Nesse sentido, avaliar quando se ensina o esporte é importante para</p><p>diagnosticar as di�culdades iniciais e os conhecimentos prévios dos alunos</p><p>sobre a modalidade que se está ensinando, propiciar feedback que ajude o</p><p>estudante a entender os avanços e as di�culdades em seu desempenho no</p><p>jogo, identi�car o progresso dos alunos nas aulas (portanto, a e�cácia do nosso</p><p>modo de ensinar), como também estabelecer expectativas de aprendizagem</p><p>para uma determinada etapa escolar (critérios de pro�ciência). Em síntese, não</p><p>dá para menosprezar este processo. Apesar das di�culdades de sua</p><p>implantação, a avaliação é uma dimensão fundamental do ensino.</p><p>O que avaliamos? Basicamente, como o aluno joga. Isso rompe com uma ideia</p><p>bastante presente ainda na Educação Física, aquela em que avaliar as</p><p>habilidades de jogo de forma isolada nos permite conhecer quanto o aluno</p><p>sabe sobre uma determinada modalidade. No entanto, como vimos na aula 3,</p><p>“O que ensinar”, tudo o que um aluno faz durante o jogo é precedido sempre</p><p>por uma leitura da situação e uma decisão sobre o que fazer. Saber jogar, nessa</p><p>perspectiva, não se resume a “como fazer”, inclui, necessariamente, “o que e</p><p>quando fazer” e, portanto, a avaliação não pode deixar de considerar essas</p><p>dimensões.</p><p>Entendemos, particularmente, a importância de, nas etapas de iniciação a um</p><p>esporte coletivo com interação, ser avaliado o desempenho tático nos quatro</p><p>subpapéis e, no contexto de uso, também a e�cácia dos movimentos. Por</p><p>exemplo, avalia-se, no basquetebol, se o aluno, no momento de receber a bola,</p><p>se orienta em direção à cesta que ataca; protege a bola quando �ca de frente</p><p>para a tabela; procura criar linhas de passe usando o pé pivô, antes de passar</p><p>para os colegas etc. Em outras palavras, quando se inicia o ensino de uma</p><p>dessas modalidades, a avaliação centra-se sobre a tática individual e a</p><p>disponibilidade das habilidades demandadas pelas ações de jogo.</p><p>A�rmamos que a avaliação tem diferentes propósitos e, como tal, é um</p><p>processo de �uxo constante. Durante uma aula, o professor avalia</p><p>indiretamente o desempenho dos alunos nas tarefas propostas, com o intuito</p><p>de aferir em que dimensão ele está compreendendo o jogo, fazendo da</p><p>avaliação uma tarefa permanente. Em geral, esse processo é denominado</p><p>avaliação formativa.</p><p>102</p><p>As avaliações somativas são usualmente as “�nais” de algum período.</p><p>Geralmente, são as que ganham mais destaque, pois são vinculadas à “nota” e</p><p>à “aprovação/desaprovação” da disciplina, no entanto, com frequência, não são</p><p>as mais importantes no processo de ensino. Como parte dos processos de</p><p>avaliação, além de o professor avaliar o aluno, há outras possibilidades de aferir</p><p>o conhecimento, como a autoavaliação e a coavaliação.</p><p>No caso dos esportes coletivos com interação, a coavaliação ganha destaque,</p><p>pelo auxílio que os alunos podem prestar para o professor perceber melhor o</p><p>que está acontecendo em relação à aprendizagem. Além disso, ensinar aos</p><p>alunos a avaliação da presença ou ausência de uma intenção de jogo no</p><p>comportamento tático de um colega ajuda muito em suas próprias</p><p>aprendizagens como jogador.</p><p>Existem diversos instrumentos para avaliar o desempenho dos alunos nos</p><p>jogos. Em países de língua portuguesa, particularmente no Brasil, existe um</p><p>consistente movimento de adaptação e criação de instrumentos de avaliação</p><p>dos esportes com interação entre adversários, particularmente os esportes de</p><p>invasão. No entanto, esses estudos têm priorizado o desenvolvimento de</p><p>ferramentas para a pesquisa, e não para a utilização em aulas de Educação</p><p>Física.</p><p>Na literatura internacional, dois instrumentos são muito utilizados, Team Sports</p><p>Performance Assessment Procedure (TSAP), proposto por Gréhaigne, Godbout</p><p>e Bouthier (1997), e o Game Performance Assessment Instrument (GPAI),</p><p>desenvolvido por Oslin, Mitchell e Grif�n (1998). Ambos são objeto de discussão</p><p>no livro Afazeres da Educação Física na escola: planejar, ensinar, partilhar</p><p>(González; Fraga, 2012).</p><p>Isso não tira a possibilidade</p><p>e/ou a necessidade de, em</p><p>algum momento, converter a avaliação em um processo</p><p>mais central da aula. O “diagnóstico” é um desses</p><p>momentos. Trata-se de uma avaliação inicial com a qual</p><p>se busca distinguir quais são os conhecimentos prévios</p><p>dos alunos sobre o que se pretende ensinar e,</p><p>simultaneamente, suas maiores di�culdades para dar</p><p>conta das exigências do jogo. Esse momento é essencial,</p><p>já que permite tomar decisões fundamentadas sobre</p><p>quais conteúdos priorizar em função das características</p><p>do grupo e de seus membros.</p><p>103</p><p>Uma forma simples de montar um instrumento de avaliação é utilizando uma</p><p>lista de veri�cação. Consiste basicamente em uma tabela de aspectos a serem</p><p>avaliados (intenções táticas ou regras de ação, por exemplo), em que se faz</p><p>uma marca (“ok”, ou um “x”, segundo o comportamento do jogador, o esperado</p><p>ou não, por exemplo), ou se associa uma pontuação, nota ou conceito. Seu</p><p>nome em inglês é check list, e é entendida principalmente como uma</p><p>ferramenta de constatação.</p><p>Dependendo do uso do instrumento de avaliação, a lista de veri�cação pode</p><p>ser montada para realizar uma avaliação individual (mais adequada como</p><p>ferramenta de coavaliação) ou grupal (mais adequada para avaliações</p><p>realizadas pelos professores). Da mesma forma, essa lista pode ser armada para</p><p>levar um registro quantitativo de determinadas ações realizadas pelos alunos</p><p>no jogo (por exemplo, número de vezes que o aluno passou a bola com êxito e</p><p>sem êxito durante o jogo) ou com base em critérios qualitativos, utilizando</p><p>tanto escalas de apreciação (por exemplo: 5 = sempre realiza a ação, 4 = com</p><p>frequência, 3 = às vezes, 2 = raramente, 1 = nunca), como descrições dos</p><p>comportamentos.</p><p>Tratando-se de esporte de invasão, portanto, coletivo e com interação, é preciso</p><p>tomar alguns cuidados, caso se pretendam usar as coavaliações para constatar</p><p>aprendizagens (avaliar no início e ao �nal da unidade didática). Primeiro, como</p><p>o desempenho do jogador não depende apenas dele, a equipe e os adversários</p><p>devem ser registrados para tentar montar cada avaliação em situações</p><p>similares de di�culdade. Nas etapas iniciais, a marcação individual é a normal.</p><p>É importante também que esse detalhe seja levado em</p><p>conta. Na mesma linha, as equipes devem ser as mais</p><p>equilibradas possíveis (tanto entre os membros da equipe,</p><p>quanto das equipes adversárias). Também o tempo de</p><p>jogo deve ser similar (recomenda-se em torno de 7 a 14</p><p>minutos). Evidentemente, é necessário que o aluno tenha</p><p>clareza de cada um dos itens que devem ser observados e,</p><p>simultaneamente, ser orientado a avaliar dois ou três</p><p>aspectos num mesmo jogo, não mais que isso.</p><p>104</p><p>Compreender os propósitos e a importância da avaliação dos saberes corporais,</p><p>explorar os diferentes instrumentos de avaliação utilizados na Educação Física,</p><p>especialmente em esportes coletivos e de invasão, e analisar o papel crucial da</p><p>coavaliação e autoavaliação no processo de avaliação do desempenho dos</p><p>alunos são os objetivos centrais desta discussão. Ao abordar esses pontos,</p><p>buscamos não apenas elucidar a relevância da avaliação como ferramenta</p><p>pedagógica, mas também destacar sua contribuição para o desenvolvimento</p><p>integral dos estudantes no contexto educacional.</p><p>Exemplo de instrumento de avaliação esportiva</p><p>Intenções técnico-táticas avaliadas</p><p>Sim</p><p>ou</p><p>Não</p><p>Descrição de comportamento</p><p>observado do aluno (quando não</p><p>atua dentro do esperado)</p><p>Atacante com posse de bola (ACPB)</p><p>Recepção da bola</p><p>Para em um ou dois tempos (não anda)</p><p>Utiliza o pé de pivô de forma adequada (não anda, nem</p><p>�ca com os pés �xos no piso)</p><p>Observa antes de agir (busca informação sobre o que</p><p>está acontecendo perto da cesta)</p><p>Procura jogar com os companheiros</p><p>Protege a bola e enquadra a cesta</p><p>Cria a linha de passe com o uso do pé do pivô</p><p>Cria a linha de passe utilizando �nta de bola</p><p>Passa a bola para quem está em melhores condições de</p><p>receber, continuar o ataque e solicitando a bola com o</p><p>braço estendido e mão</p><p>105</p><p>Seleção do arremesso</p><p>Escolhe uma distância adequada para o arremesso.</p><p>Arremessa quando não está pressionado</p><p>Enquadra a cesta</p><p>Arremessa equilibrado</p><p>Utiliza o gesto técnico adequado</p><p>Atacante sem posse de bola (ASPB)</p><p>Intenções técnico-táticas avaliadas</p><p>Sim</p><p>ou</p><p>Não</p><p>Descrição de comportamento</p><p>observado do aluno (quando não</p><p>atua dentro do esperado)</p><p>Apoia o ACPB</p><p>Procura criar linha de passe</p><p>a Utiliz cortes/�ntas em V e L para adesm arc nr-se ( ão se</p><p>ocdesl a com trajetór asi tre ilíneas ou circulares; evita</p><p>correr permanentemente sem um objetivo claro de</p><p>desmarcação)</p><p>Solicita a bola com o braço estendido</p><p>106</p><p>Intenções técnico-táticas avaliadas</p><p>Sim</p><p>ou</p><p>Não</p><p>Descrição de comportamento</p><p>observado do aluno (quando não</p><p>atua dentro do esperado)</p><p>Defensor do ACPB</p><p>Tenta recuperar a bola, evitar a progressão e tirar as</p><p>condições para o arremesso</p><p>"Cuida" de seu atacante direto (não o abandona)</p><p>Sempre está posicionado entre o atacante direto e a</p><p>cesta que defende</p><p>Pressiona o passe do ACPB (não procura tirar a bola a</p><p>qualquer "preço"-falta)</p><p>Utiliza de forma ativa os braços e pernas para defender,</p><p>mas não comete falta</p><p>Afasta-se a dois ou três passos do ASPB quando este �ca</p><p>a uma distância média da cesta</p><p>Defensor do ASPB</p><p>Defende seu atacante direto (não segue a bola)</p><p>Sempre está posicionado entre o atacante direto e a</p><p>cesta que defende</p><p>Mantém no campo visual seu atacante direto e o</p><p>atacante com posse de bola</p><p>Dissuade o passe do portador para seu atacante direto</p><p>107</p><p>O texto explora a relevância da avaliação dos saberes corporais na Educação</p><p>Física, focalizando métodos, como coavaliação e autoavaliação. Discute a</p><p>aplicação de instrumentos concretos para avaliar desempenho em esportes</p><p>coletivos e de invasão, ressaltando seu papel crucial no desenvolvimento</p><p>técnico e social dos alunos dentro do contexto educacional.</p><p>Neste contexto, a avaliação dos saberes corporais não se limita apenas a medir</p><p>o desempenho técnico dos alunos, mas, sim, a compreender e adaptar-se às</p><p>suas necessidades individuais de aprendizagem. Explorar métodos, como a</p><p>coavaliação e autoavaliação amplia a visão sobre o próprio progresso, enquanto</p><p>instrumentos, como o Team Sports Performance Assessment Procedure</p><p>(Procedimento de Avaliação de Desempenho em Esportes em Equipe) e o</p><p>Game Performance Assessment Instrument (Instrumento de Avaliação do</p><p>Desempenho em Jogo) oferecem estruturas sólidas para avaliar o desempenho</p><p>em esportes coletivos. Essas práticas não apenas informam sobre</p><p>competências físicas, mas também promovem valores, como cooperação e</p><p>superação, essenciais no desenvolvimento integral dos estudantes dentro e fora</p><p>das quadras. Assim, �camos por aqui.</p><p>Arremesso (Habilidade</p><p>técnica)</p><p>Sim ou</p><p>Não</p><p>Descrição de comportamento observado do aluno (quando</p><p>não atua dentro do esperado)</p><p>Manter a base �rme</p><p>Olhar a cesta por baixo</p><p>da bola</p><p>Manter o cotovelo</p><p>debaixo da bola</p><p>Estender o braço</p><p>Flexionar o pulso</p><p>Fonte: Adaptado de González, 2012.</p><p>Até a próxima aula!</p><p>108</p><p>13</p><p>Pedagogia do Ensino das</p><p>Modalidades Esportivas</p><p>Coletivas</p><p>Caro aluno,</p><p>Nesta aula, iremos direcionar a pedagogia de ensino especi�camente para as</p><p>modalidades coletivas, de acordo com suas características e demandas.</p><p>Nesta aula, nossos objetivos são:</p><p>11</p><p>Apresentar conceitos fundamentais sobre modalidades</p><p>esportivas coletivas, destacando suas características</p><p>essenciais e elementos comuns.</p><p>22</p><p>Discutir estratégias de ensino e�cazes para modalidades</p><p>esportivas coletivas, incluindo exercícios analíticos,</p><p>exercícios sincronizados, jogos, brincadeiras e situações de</p><p>jogo.</p><p>33</p><p>Explorar o jogo como metodologia de ensino para</p><p>desenvolver habilidades técnicas, táticas e cognitivas em</p><p>contextos de esportes coletivos.</p><p>44</p><p>Ilustrar fases práticas para o ensino gradual e progressivo</p><p>das modalidades esportivas coletivas, culminando na</p><p>prática em situações semelhantes ao jogo formal.</p><p>110</p><p>Conceitos Fundamentais para o</p><p>Ensino de Modalidades</p><p>Esportivas Coletivas</p><p>Uma modalidade esportiva é composta por um</p><p>conjunto de ações motoras</p><p>direcionadas a um objetivo especí�co. No contexto das modalidades coletivas</p><p>mais tradicionais no Brasil, como futebol de campo, futsal, voleibol, basquetebol</p><p>e handebol, observamos elementos essenciais, como esfera, área de jogo,</p><p>colegas de equipe, adversários, alvo de ataque e, complementarmente, alvo de</p><p>defesa, além de regulamentos especí�cos. Essas modalidades podem ser</p><p>agrupadas na categoria de esporte coletivo ou jogo esportivo coletivo (Chaves;</p><p>Amor, 1998).</p><p>Outras características comuns aos esportes coletivos incluem unidade de jogo,</p><p>caráter de imprevisibilidade nas ações motoras, cooperação entre parceiros,</p><p>decisões rápidas e participação de múltiplas habilidades cognitivas. As diversas</p><p>inteligências que podem ser trabalhadas e desenvolvidas por meio da prática</p><p>de modalidades esportivas coletivas são: corporal-cinestésica, verbal-linguística,</p><p>lógico-matemática, espacial, musical, naturalista, interpessoal e intrapessoal.</p><p>Além disso, as modalidades esportivas coletivas podem ser entendidas como</p><p>um confronto entre duas equipes que se posicionam no terreno de jogo e se</p><p>movimentam de maneira especí�ca, com o intuito de obter a vitória,</p><p>alternando-se entre situações de ataque e defesa.</p><p>Essas modalidades são dinâmicas e complexas, exigindo de seus praticantes</p><p>habilidades motoras básicas e especí�cas, todas as capacidades físicas, bem</p><p>como múltiplas competências, respeito aos colegas de equipe e adversários, e</p><p>domínio de uma lógica técnica e tática. Para alcançar sucesso na progressão da</p><p>bola e da equipe em direção ao alvo adversário, são necessárias algumas ações</p><p>individuais e coletivas, como criar linhas de passe, posicionamento individual</p><p>em espaços onde a bola pode ser alcançada e desmarcação em relação aos</p><p>jogadores adversários (Greco; Benda, 2008).</p><p>Para que esse princípio operacional ocorra, os sujeitos devem combinar técnica</p><p>e tática. A técnica é o domínio do gesto ("modo de fazer") por meio da</p><p>repetição, enquanto a tática são as "razões do fazer". Os princípios gerais das</p><p>111</p><p>modalidades coletivas são:</p><p>Atacar: cujo objetivo é a conservação individual e coletiva da bola,</p><p>progressão da equipe e da bola em direção ao alvo adversário e �nalização</p><p>da jogada, visando à obtenção de ponto;</p><p>Defender: cujo objetivo é a recuperação da bola, impedir o avanço da</p><p>equipe adversária e da bola em direção ao próprio alvo e proteger o alvo</p><p>para evitar a �nalização da equipe adversária;</p><p>Respeitar princípios técnicos: o modo de fazer, execução do gesto</p><p>esportivo. A palavra "técnica" tradicionalmente é usada como sinônimo de</p><p>movimento correto;</p><p>Seguir princípios táticos: as razões do fazer, ações coordenadas entre o</p><p>indivíduo e o grupo. As habilidades táticas incluem principalmente ações</p><p>voltadas para jogar, coletivamente, ou seja, a capacidade de tomar</p><p>decisões sobre o que fazer levando em consideração as circunstâncias do</p><p>jogo.</p><p>Estratégias de Ensino das</p><p>Modalidades Esportivas</p><p>Coletivas</p><p>Quanto aos facilitadores e possíveis estratégias para o ensino das modalidades</p><p>coletivas, temos: exercícios analíticos e exercícios sincronizados, jogos e</p><p>brincadeiras, e situações de jogo (Garganta, 1997).</p><p>No que diz respeito aos exercícios analíticos, estes estão relacionados ao</p><p>aperfeiçoamento da técnica e sua execução está, muitas vezes, desvinculada da</p><p>situação real de jogo. Em geral, são realizados individualmente, e visam ao</p><p>aprimoramento de um único fundamento. Por exemplo, temos o arremesso</p><p>(lance livre no basquetebol), o saque (voleibol), o chute (futebol) e o arremesso</p><p>(handebol). Já os exercícios sincronizados referem-se à utilização de dois ou</p><p>mais fundamentos em um mesmo exercício, visando aprimorá-los (Turner;</p><p>Martinek, 1995).</p><p>112</p><p>Assemelham-se aos exercícios analíticos, mas abrangem vários fundamentos</p><p>do esporte e envolvem mais de um aluno em sua execução. A dinâmica e a</p><p>proximidade com o jogo são os pontos positivos dessa estratégia.</p><p>Temos, ainda, as situações de jogo que simulam situações reais de jogo em</p><p>momentos isolados, como 1x1, 2x2, 3x3, 4x4, 2x1 (superioridade</p><p>numérica/inferioridade numérica), 3x2, 4x3, entre outros; os jogos pré-</p><p>esportivos, que se aproximam dos jogos esportivos, mas, geralmente, têm</p><p>regras mais simples e um caráter lúdico; e os jogos reduzidos, que são jogos em</p><p>que os espaços e o número de jogadores são reduzidos. A vantagem dos jogos</p><p>reduzidos é proporcionar ao sujeito uma participação mais efetiva no jogo e</p><p>mais contato com a bola, devido à presença de um menor número de</p><p>jogadores, além de facilitar as intervenções do professor/treinador e manter</p><p>características táticas de situações de jogo.</p><p>Finalmente, temos o jogo formal, que é o jogo da modalidade em si. Pode ser</p><p>usado como uma forma de ensinar o jogo, especialmente quando o</p><p>professor/treinador está atento aos desa�os existentes e intervém</p><p>constantemente para esclarecer dúvidas e mostrar diversas situações-</p><p>problema, apontando caminhos para suas soluções com base nas</p><p>contribuições dos alunos.</p><p>Outra estratégia para o ensino dos esportes coletivos são</p><p>as brincadeiras, atividades e jogos muito presentes na</p><p>cultura popular infantil que permitem trabalhar com</p><p>precisão os aspectos técnicos dos gestos esportivos, além</p><p>de acentuarem o caráter lúdico da prática esportiva. Elas</p><p>podem aproximar as ações e os deslocamentos motores</p><p>daquilo que é realizado no jogo real (González;</p><p>Fensterseifer, 2006).</p><p>113</p><p>Professor/técnico passando instruções para seus jogadores</p><p>Fonte: freepik.</p><p>O Jogo como Metodologia de</p><p>Ensino das Modalidades</p><p>Esportivas Coletivas</p><p>O jogo deve estar presente sempre que possível nas sessões de prática</p><p>esportiva, pois é um facilitador pedagógico que permite a simulação lúdica da</p><p>realidade e estimula respostas criativas (individuais e coletivas). Além disso,</p><p>estimula a motivação, a participação e a alegria, a cooperação e a construção</p><p>para o jogo e para a vida. Também aprimora o entendimento da lógica técnico-</p><p>114</p><p>tática nos jogos esportivos coletivos, permite a vivência de aspectos físicos,</p><p>técnicos e táticos, proporciona gosto pela prática e é imprevisível e desa�ador</p><p>(Slade, 2010).</p><p>No jogo, surgem frequentemente problemas que estimulam respostas criativas</p><p>e habilidosas, individuais e coletivas, facilitando a cooperação e a construção</p><p>signi�cativa para o jogo e para a vida. Permite, ainda, ao aluno compreender a</p><p>complexidade dos jogos coletivos de forma autônoma, inclusiva e diversi�cada.</p><p>O ensino pelo jogo é dinâmico, permitindo uma série de adaptações e</p><p>experiências variadas, de acordo com os objetivos estabelecidos, com a</p><p>modi�cação, adaptação e alteração: de regras (sistema de pontuação), do</p><p>espaço (dimensões espaciais do jogo), do número e da atuação dos jogadores</p><p>(posições de jogadores), das especi�cações dos materiais (dimensões, textura,</p><p>o�ciais e não o�ciais), do tempo (limitar o tempo para as ações motoras), do</p><p>número de materiais (variação do número de bolas), das ações (restringir ou</p><p>favorecer determinadas ações de um jogo), e do envolvimento emocional dos</p><p>participantes.</p><p>É importante destacar que o ensino do jogo pode preceder o ensino do esporte</p><p>e pode ser ensinado de forma gradual e progressiva, de acordo com fases</p><p>práticas, como:</p><p>Fase 1: exercício de habilidades simples sem oposição e controle do objeto</p><p>de jogo;</p><p>Fase 2: combinação de habilidades sem oposição e relações motoras de</p><p>cooperação com outros;</p><p>Fase 3: situações de oposição simpli�cada e táticas básicas ofensivas e</p><p>defensivas;</p><p>Fase 4: prática em situações semelhantes ao jogo formal e formas</p><p>modi�cadas de jogo com especialização de funções (posicionamento).</p><p>Para ilustrar, o voleibol é um jogo de oposição-colaboração, no qual a equipe</p><p>realiza ações em um espaço separado do adversário, alternando</p><p>sistematicamente entre ataque e defesa. Essa modalidade se diferencia das</p><p>outras modalidades coletivas (futebol de campo, futsal, basquetebol, handebol</p><p>etc.) pelo fato de a equipe atuar com a posse de bola na defesa, ao contrário</p><p>das outras modalidades</p><p>em que a atuação é feita com a posse de bola no</p><p>ataque e sem posse de bola na defesa.</p><p>Além dessa diferença, a lógica do jogo é constituída pela sequência ordenada</p><p>dos seis fundamentos: saque, passe, ataque, levantamento, bloqueio e defesa. A</p><p>prática de qualquer manifestação do esporte visa proporcionar ao indivíduo a</p><p>oportunidade de conhecer, aprender e usar o esporte, de acordo com seus</p><p>115</p><p>interesses pessoais. Quanto mais diversi�cada a experiência com gestos</p><p>motores, melhor para o aprendiz, que terá um repertório mais amplo e variado</p><p>e mais oportunidades neuromotoras ao longo de toda a vida.</p><p>Em suma, o estudo das modalidades esportivas coletivas não apenas visa</p><p>desenvolver habilidades motoras e táticas, mas também promover a</p><p>cooperação, criatividade e compreensão da complexidade dos jogos coletivos.</p><p>A utilização de estratégias, como jogos, brincadeiras e situações de jogo, aliada</p><p>à metodologia de ensino centrada no jogo, proporciona uma aprendizagem</p><p>dinâmica e inclusiva, preparando os praticantes para enfrentar desa�os tanto</p><p>dentro quanto fora do contexto esportivo. E, na próxima aula, voltaremos</p><p>nossos olhares para os esportes individuais. Então, até lá!</p><p>116</p><p>14</p><p>Pedagogia do Ensino das</p><p>Modalidades Esportivas</p><p>Individuais</p><p>Olá, aluno, tudo bem?</p><p>Conhecendo um pouco das características dos esportes, abordaremos agora os</p><p>esportes individuais.</p><p>Nesta aula, nossos objetivos são:</p><p>11</p><p>Desenvolver habilidades motoras especí�cas e técnicas</p><p>nas modalidades esportivas individuais, como ginástica,</p><p>atletismo, judô e natação.</p><p>22</p><p>Propor métodos de ensino diferenciados para</p><p>modalidades individuais e coletivas, considerando suas</p><p>características especí�cas e necessidades pedagógicas.</p><p>33</p><p>Adaptar a ginástica para �ns educacionais e competitivos,</p><p>promovendo tanto o aprendizado lúdico quanto o</p><p>desempenho técnico e sucesso em competições.</p><p>Estratégias de Ensino das</p><p>Modalidades Esportivas</p><p>Indi�duais</p><p>Com relação às modalidades individuais, temos uma diversidade muito grande</p><p>de práticas, cada uma delas com suas particularidades e especi�cidades e,</p><p>portanto, com processos pedagógicos diferenciados. Portanto, é mais difícil</p><p>118</p><p>fazer generalizações. Dentre as mais tradicionais, temos o atletismo, o judô, a</p><p>natação e a ginástica artística (Tani et al., 2006).</p><p>No que tange às características das modalidades individuais, temos, em geral,</p><p>que as mesmas não exigem ações cooperativas. Além disso, são centradas em</p><p>provas, podem ter um caráter mais previsível das ações motoras, dependendo</p><p>da modalidade, proporcionam pouca interação entre sujeitos, apresentam uma</p><p>diversidade de perspectivas e contextos e possuem particularidades e</p><p>especi�cidades técnicas (Tani et al., 2006; Greco e Benda, 1998).</p><p>O foco das modalidades individuais é o rendimento individual. Elas são</p><p>centradas nas técnicas individuais, possuem especi�cidades estruturais e</p><p>funcionais, exigem habilidades motoras especí�cas (técnicas) e movimentos</p><p>técnicos com alto grau de di�culdade, dependendo da modalidade. Muitas</p><p>vezes, sua prática envolve a utilização de implementos especí�cos e exige</p><p>capacidades motoras especí�cas e muito aperfeiçoamento técnico (Tani et al.,</p><p>2006; Greco e Benda, 1998).</p><p>CONECTE-SE</p><p>O artigo do Correio Braziliense argumenta que a educação esportiva</p><p>pode ser um antídoto e�caz contra a evasão escolar. Ele enfatiza que</p><p>atividades esportivas não apenas promovem a saúde física, mas</p><p>também desenvolvem habilidades socioemocionais e melhoram o</p><p>desempenho acadêmico. O autor defende políticas educacionais que</p><p>valorizem o esporte como parte integral do currículo escolar para</p><p>engajar os alunos e reduzir a evasão. Veja na íntegra.</p><p>119</p><p>https://go.eadstock.com.br/hc9</p><p>https://go.eadstock.com.br/hc9</p><p>A título de ilustração, será comentado um pouco com relação ao ensino da</p><p>ginástica e do atletismo.</p><p>Ginástica</p><p>A base motora que constitui os fundamentos da ginástica é conhecida como</p><p>elementos corporais, os quais são nomeados como deslocamentos, saltos e</p><p>saltitos, giros e rolamentos, movimentos axiais, balanços e suspensões, ondas,</p><p>equilíbrios e apoios. Os elementos corporais também constituem a base das</p><p>demais manifestações ginásticas, como a ginástica rítmica (GR), ginástica</p><p>artística (GA), esportes acrobáticos, ginástica de trampolim, ginástica geral,</p><p>ginástica aeróbica, entre outras. O que diferencia essas manifestações é a</p><p>natureza de sua prática, ou seja, o tipo de aparelho utilizado, a utilização ou não</p><p>de música e a disposição dos praticantes (Tani et al., 2006).</p><p>As características das modalidades de ginástica incluem:</p><p>Deslocamentos: Movimentos de locomoção que envolvem caminhar,</p><p>correr, saltar e deslizar.</p><p>Saltos e Saltitos: Ações que exigem explosão muscular e coordenação para</p><p>elevar o corpo do solo.</p><p>Giros e Rolamentos: Movimentos que envolvem rotações do corpo no eixo</p><p>longitudinal e transversal.</p><p>Movimentos Axiais: Movimentos focados na �exibilidade e controle do</p><p>corpo, como extensões e �exões.</p><p>Balanços e Suspensões: Ações que envolvem segurar e balançar em</p><p>aparelhos, como barras e argolas.</p><p>Ondas: Movimentos �uidos que imitam ondas, muitas vezes, utilizados em</p><p>ginástica rítmica.</p><p>Equilíbrios e Apoios: Manutenção de posturas estáveis, seja em um pé,</p><p>mãos ou em aparelhos.</p><p>No que se refere à �nalidade da prática da GA, esta pode ter um caráter</p><p>educacional e esportivo. É importante frisar que, com as adaptações</p><p>necessárias, esses princípios norteadores podem também ser aplicados nas</p><p>modalidades esportivas coletivas (Tani et al., 2006).</p><p>120</p><p>Objetivo Educacional</p><p>Desenvolver habilidades motoras por meio de movimentos ginásticos com</p><p>caráter formativo.</p><p>Proporcionar a prática em um ambiente lúdico e espontâneo, sem foco na</p><p>perfeição do movimento �nal.</p><p>Promover a compreensão e a apreciação dos diferentes tipos de ginástica,</p><p>incentivando um estilo de vida ativo e saudável.</p><p>Objetivo Esportivo</p><p>Desenvolver habilidades especí�cas com alta qualidade técnica e caráter</p><p>competitivo.</p><p>Focar na perfeição do movimento e no desempenho em competições</p><p>rigorosamente avaliadas.</p><p>Treinar �exibilidade, força, equilíbrio e coordenação, essenciais para a</p><p>excelência em competições.</p><p>Per�l do Praticante</p><p>Finalidade Educacional</p><p>Não há requisitos especí�cos, e o ingresso pode ocorrer em qualquer</p><p>idade, promovendo a inclusão e a participação ampla.</p><p>O foco está no desenvolvimento geral das capacidades motoras e na</p><p>apreciação do esporte como parte da educação física.</p><p>Finalidade Esportiva</p><p>Os praticantes são atletas selecionados com base em qualidades físicas e</p><p>capacidades motoras especí�cas, geralmente, iniciando a especialização</p><p>precoce durante a infância.</p><p>Requer um compromisso maior com o treinamento e a melhoria contínua</p><p>das habilidades especí�cas.</p><p>Os atletas são frequentemente avaliados e orientados para competições,</p><p>com foco na otimização do desempenho.</p><p>As estruturas de aula e treino, os equipamentos utilizados, o nível de dedicação</p><p>dos praticantes, os conteúdos abordados e a postura do professor ou técnico</p><p>diferem signi�cativamente entre a prática educacional e esportiva. O ensino</p><p>121</p><p>deve sempre ser adaptado às necessidades e objetivos especí�cos dos</p><p>praticantes, garantindo um desenvolvimento equilibrado e e�caz.</p><p>Atletismo</p><p>O atletismo, por sua vez, é composto por várias disciplinas, cada uma com</p><p>características e exigências especí�cas. As modalidades do atletismo incluem</p><p>corrida (velocidade, meio-fundo, fundo, com barreiras, revezamentos), saltos</p><p>(altura, vara, distância, triplo), lançamentos (peso, disco, martelo, dardo) e provas</p><p>combinadas (decatlo, heptatlo).</p><p>A base motora do atletismo envolve:</p><p>Corridas: Deslocamentos rápidos em diferentes distâncias, focando na</p><p>técnica de passada, velocidade, resistência e ritmo.</p><p>Saltos: Desenvolvimento de técnicas de impulso, elevação e aterrissagem,</p><p>com ênfase em força e coordenação.</p><p>Lançamentos: Técnicas de arremesso e lançamento que requerem força,</p><p>precisão e controle.</p><p>Provas Combinadas: Integração de várias habilidades atléticas, exigindo</p><p>e cooperação-oposição.</p><p>Essas técnicas serão exploradas em profundidade para que você possa escolher</p><p>e aplicar aquelas mais adequadas a cada contexto educacional.</p><p>Por �m, discutiremos os princípios básicos no planejamento das aulas</p><p>esportivas, garantindo que cada sessão seja bem estruturada e orientada para</p><p>o sucesso dos alunos. Concluiremos nossa jornada com uma re�exão sobre o</p><p>6</p><p>comportamento ético no esporte, enfatizando a importância de valores, como</p><p>respeito, fair play e inclusão, fundamentais em todas as práticas esportivas.</p><p>Esta disciplina não apenas equipará você com as habilidades técnicas</p><p>necessárias, mas também o inspirará a ser um educador comprometido com o</p><p>desenvolvimento integral e ético de seus alunos. Estou ansioso para</p><p>compartilhar esse conhecimento com você e ver seu crescimento ao longo</p><p>deste curso!</p><p>7</p><p>01</p><p>Esporte e sua Origem</p><p>Olá, aluno, tudo bem?</p><p>A partir de agora vamos iniciar nossa trajetória na Disciplina de Metodologia do</p><p>Ensino do Esporte. Nesta primeira aula, abordaremos a origem do esporte com</p><p>breve introdução que direcionará nossas conversas.</p><p>Nesta aula, nossos objetivos são:</p><p>11 Explicar a origem e de�nição do esporte.</p><p>22 Identi�car e descrever as diferentes classi�cações e</p><p>interpretações do esporte.</p><p>33 Discutir a importância do esporte na sociedade e sua</p><p>evolução histórica.</p><p>Origens do Esporte</p><p>Conforme o pesquisador Barbieri (2001), a palavra "esporte" deriva do termo</p><p>inglês "sport", que se referia a atividades físicas, diversão, jogos e descanso. Em</p><p>português, o termo equivalente é "desporto", originado do antigo francês</p><p>"desport".</p><p>Manacorda (1996) destaca que o primeiro uso registrado do termo foi na França,</p><p>no século XII. No entanto, Tubino (1994) argumenta que sua origem data do</p><p>século XIV, quando marinheiros utilizavam a expressão "fazer esporte". Para</p><p>9</p><p>Tubino, o esporte é um poderoso meio de paz e convivência humana, devido ao</p><p>seu caráter lúdico e sua capacidade de promover a fraternidade entre os</p><p>competidores.</p><p>Uma das de�nições mais populares de esporte é a de um jogo</p><p>institucionalizado, regulado por códigos e regras e dirigido por federações e</p><p>confederações.</p><p>Na sociologia, Barbanti (1994) de�ne o esporte como uma atividade</p><p>competitiva e institucionalizada que exige esforço físico intenso ou habilidades</p><p>motoras complexas, e cuja participação é motivada por uma combinação de</p><p>fatores intrínsecos e extrínsecos. O mesmo autor classi�ca o esporte em</p><p>diversas categorias: amador, de elite, de massa, feminino, infantil e juvenil, para</p><p>de�cientes, vitalício, pro�ssional e universitário.</p><p>Oliveira (1993) vê o esporte como uma atividade de lazer que envolve esforço</p><p>físico, funcionando, simultaneamente, como jogo e trabalho, praticada</p><p>competitivamente e regulada por instituições especí�cas, com potencial para</p><p>se tornar uma atividade pro�ssional. Devido à sua abrangência, a de�nição de</p><p>esporte é ampla e complexa, permitindo diversas interpretações e objetivos.</p><p>Bracht (1989) comenta que o termo "esporte" se refere a uma atividade corporal</p><p>competitiva que surgiu na cultura europeia e se espalhou globalmente. A</p><p>"Carta Internacional de Educação Física e Desportos", de 1979, ampliou o</p><p>conceito de esporte para incluir atividades, como xadrez, bilhar e outros jogos</p><p>de salão, classi�cados como esportes intelectivos. Além disso, a Constituição</p><p>Brasileira de 1988, no artigo 217, de�ne o esporte como uma prioridade</p><p>educacional e um "direito de todos", promovendo saúde, educação, vida,</p><p>fraternidade entre povos, suspensão de guerras e união de culturas.</p><p>Daiuto (1991) descreve o esporte como uma necessidade individual e social,</p><p>uma in�uência crescente nas atividades humanas. Ele o vê como uma fonte de</p><p>saúde e lazer, uma alternativa à modernização e às ameaças do mundo</p><p>moderno, capaz de preservar a integridade física e moral do homem.</p><p>Existem várias classi�cações de esportes, incluindo</p><p>esportes olímpicos, não olímpicos, artes marciais, esportes</p><p>de aventura, esportes relacionados à natureza, esportes de</p><p>identidade cultural e esportes de expressão corporal.</p><p>10</p><p>Analisando os elementos conceituais do esporte, Teixeira (2001) identi�ca</p><p>diferenças terminológicas entre Estados Unidos e Brasil sobre o signi�cado de</p><p>brincadeira, jogo, esporte e desporto:</p><p>Brincadeira: a brincadeira é uma atividade espontânea e livre,</p><p>essencialmente lúdica e criativa. Nas brincadeiras, não há regras �xas ou</p><p>metas a serem atingidas, permitindo que as crianças explorem e</p><p>experimentem de maneira livre. As brincadeiras podem ser solitárias ou</p><p>em grupo e não têm um objetivo competitivo, focando no prazer da</p><p>atividade em si.</p><p>Jogo: No contexto dos jogos, existe uma estrutura mais de�nida</p><p>comparada à brincadeira. O jogo possui regras especí�cas e um objetivo</p><p>claro, sendo uma atividade voluntária que combina elementos de diversão</p><p>e desa�o. Jogos podem ser competitivos ou cooperativos, e sua prática</p><p>visa tanto o entretenimento quanto o desenvolvimento de habilidades</p><p>cognitivas e sociais.</p><p>Esporte: o autor distingue o esporte como uma atividade física</p><p>organizada, competitiva e regulamentada por normas especí�cas. Os</p><p>esportes exigem treinamento e preparação física, mental e técnica. O</p><p>esporte é frequentemente institucionalizado e pode envolver competições</p><p>locais, regionais, nacionais e internacionais. O objetivo do esporte é</p><p>Figura 1 - Mulheres praticando voleibol</p><p>Fonte: freepik.</p><p>11</p><p>superar adversários dentro de um conjunto claro de regras, promovendo</p><p>tanto o desenvolvimento pessoal quanto o reconhecimento social.</p><p>Desporto: O termo "desporto" é utilizado principalmente em contextos</p><p>lusófonos e é frequentemente sinônimo de esporte. Contudo, desporto</p><p>pode englobar uma variedade maior de práticas físicas e recreativas, não</p><p>necessariamente competitivas. A distinção entre esporte e desporto pode</p><p>ser sutil, mas o desporto enfatiza mais a participação, o bem-estar e o</p><p>lazer, enquanto o esporte foca na competição e no desempenho.</p><p>Após apresentar seus conceitos, Teixiera (2001) conclui que o esporte incorpora</p><p>elementos do jogo, sendo assim também um jogo. A burocratização do esporte</p><p>acima dos interesses individuais dos praticantes, aliada à disputa física e à</p><p>competição, coloca o jogo na esfera do esporte.</p><p>CONECTE-SE</p><p>Segundo uma reportagem do site Emdiv, o esporte desempenha um</p><p>papel fundamental na promoção da saúde, inclusão social e</p><p>desenvolvimento pessoal. A reportagem destaca a necessidade de</p><p>investir em infraestrutura esportiva, promover a educação esportiva e</p><p>incentivar a participação de grupos vulneráveis para maximizar os</p><p>benefícios sociais do esporte . Leia na íntegra!</p><p>12</p><p>https://go.eadstock.com.br/g4h</p><p>https://go.eadstock.com.br/g4h</p><p>Os objetivos desta aula foram esclarecer a origem e de�nição do esporte,</p><p>descrever suas diferentes classi�cações e interpretações, e discutir a</p><p>importância do esporte na sociedade e sua evolução histórica. Através dessas</p><p>discussões, entendemos que o esporte é um fenômeno cultural complexo, com</p><p>profundas raízes históricas e sociais. Partindo desta aula introdutória,</p><p>começaremos a conversar a respeito de aspectos fundamentais para o ensino</p><p>dos esportes.</p><p>Então, até a próxima!</p><p>PARA GABARITAR</p><p>Segundo Barbieri (2001), o termo "esporte" deriva do inglês "sport",</p><p>relacionado a atividades físicas e diversão. Tubino (1994) destaca o</p><p>esporte como meio de paz e convivência humana. O esporte é</p><p>de�nido como atividade física organizada, competitiva e</p><p>institucionalizada. Teixeira (2001) identi�ca diferenças entre</p><p>brincadeira, jogo, esporte e desporto, ressaltando a natureza</p><p>competitiva e organizada do esporte em comparação com a</p><p>brincadeira e o jogo.</p><p>13</p><p>02</p><p>Conhecimentos</p><p>Fundamentais para o</p><p>Ensino dos Esportes</p><p>Olá, alunos!</p><p>Daremos continuidade à nossa disciplina de Metodologia do Ensino do Esporte.</p><p>Já �zemos breve introdução a respeito da história do esporte na aula passada.</p><p>Começaremos, agora, a abordar conceitos importantes para ensinar o esporte.</p><p>Nesta aula,</p><p>versatilidade e resistência.</p><p>As características das modalidades de atletismo são:</p><p>Previsibilidade das Ações: As ações motoras em corridas e saltos são mais</p><p>previsíveis e repetitivas em comparação com esportes coletivos.</p><p>Foco no Rendimento Individual: O desempenho é medido</p><p>individualmente, ainda que possa contribuir para resultados de equipes</p><p>em competições de revezamento.</p><p>Uso de Implementos: Em lançamentos, o uso de implementos especí�cos</p><p>(peso, disco, martelo, dardo) é essencial e requer técnicas distintas.</p><p>Treinamento Técnico e Físico: Envolve treinamento rigoroso tanto das</p><p>técnicas especí�cas quanto das capacidades físicas, como força,</p><p>velocidade e resistência.</p><p>122</p><p>Objetivo Educacional</p><p>Desenvolver habilidades motoras básicas através de atividades atléticas</p><p>com caráter formativo.</p><p>Proporcionar a prática em um ambiente lúdico e inclusivo, sem foco</p><p>exclusivo no desempenho �nal.</p><p>Promover a compreensão dos princípios fundamentais do atletismo, como</p><p>corrida, salto e lançamento.</p><p>Incentivar o interesse pelo esporte e um estilo de vida ativo e saudável.</p><p>Objetivo Esportivo</p><p>Desenvolver habilidades especí�cas com alta qualidade técnica, visando o</p><p>caráter competitivo.</p><p>Focar na execução precisa dos movimentos e no desempenho em</p><p>competições rigorosamente avaliadas.</p><p>Treinar resistência, velocidade, força e �exibilidade, conforme exigido pelas</p><p>diferentes provas do atletismo.</p><p>Preparar os atletas para competições o�ciais, desde o nível escolar até o</p><p>pro�ssional.</p><p>Per�l do Praticante</p><p>Finalidade Educacional</p><p>Não há requisitos especí�cos, e o ingresso pode ocorrer em qualquer</p><p>idade, promovendo a inclusão e a participação ampla.</p><p>O foco está no desenvolvimento geral das capacidades motoras e na</p><p>apreciação do esporte como parte da educação física.</p><p>Finalidade Esportiva</p><p>Os praticantes são atletas selecionados com base em qualidades físicas e</p><p>capacidades motoras especí�cas, geralmente, iniciando a especialização</p><p>precoce durante a infância.</p><p>Requer um compromisso maior com o treinamento e a melhoria contínua</p><p>das habilidades especí�cas.</p><p>Os atletas são frequentemente avaliados e orientados para competições,</p><p>com foco na otimização do desempenho.</p><p>123</p><p>As estruturas de aula e treino, os equipamentos utilizados, o nível de dedicação</p><p>dos praticantes, os conteúdos abordados e a postura do professor ou técnico</p><p>diferem signi�cativamente entre a prática educacional e esportiva. O ensino</p><p>deve sempre ser adaptado às necessidades e objetivos especí�cos dos</p><p>praticantes, garantindo um desenvolvimento equilibrado e e�caz.</p><p>@freepik</p><p>Diferenças e Semelhanças entre</p><p>as Modalidades Esportivas</p><p>Coletivas e Indi�duais</p><p>Em linhas gerais, se �zermos um raciocínio sobre possíveis diferenças e</p><p>semelhanças entre as modalidades individuais e coletivas, chegaremos a</p><p>algumas conclusões que podem nos levar a propor diferentes formas de ensino</p><p>das mesmas (Tani et al., 2006; Paes & Balbino, 2005; Greco & Benda, 1998).</p><p>Com essas diretrizes, o ensino da</p><p>ginástica e do atletismo pode ser</p><p>efetivamente adaptado para</p><p>atender às diversas necessidades</p><p>dos alunos, promovendo tanto a</p><p>educação física geral quanto o</p><p>treinamento especializado para</p><p>competições.</p><p>124</p><p>Diferenças</p><p>Centradas nas provas: Diferentemente das modalidades coletivas, que são</p><p>centradas no jogo.</p><p>Foco no gesto técnico: Ação executada isoladamente, ao invés do</p><p>fundamento que é o gesto técnico executado num contexto, como nas</p><p>modalidades coletivas.</p><p>Componentes técnicos: O foco é mais nos componentes técnicos do que</p><p>nos componentes táticos (estratégicos), como nas modalidades coletivas.</p><p>Previsibilidade das ações: Dependendo da modalidade, o conjunto de</p><p>ações executadas é mais previsível, diferentemente das modalidades</p><p>coletivas, em que as ações motoras possuem um componente de</p><p>imprevisibilidade predominante (situações-problema).</p><p>Ações cooperativas: Na maioria das vezes, não exigem ações cooperativas,</p><p>como nas modalidades coletivas.</p><p>Rendimento individual: Centrada no rendimento individual e não no</p><p>coletivo. Muito embora o rendimento individual de cada jogador, numa</p><p>modalidade coletiva, possa interferir no resultado e qualidade do</p><p>rendimento coletivo.</p><p>Semelhanças</p><p>Habilidades motoras básicas: No seu ensino, apresentam e compartilham</p><p>habilidades motoras básicas, assim como nas modalidades coletivas.</p><p>Capacidades físicas: Podem trabalhar as mesmas capacidades físicas que</p><p>nas modalidades coletivas.</p><p>Relações de oposição: Em alguns casos, é preciso estabelecer relações de</p><p>oposição (por exemplo, ensino das lutas), como nas modalidades coletivas.</p><p>Confronto entre equipes: Em algumas situações, ambas exigem confronto</p><p>entre equipes.</p><p>Manipulação de implementos: Assim como nas modalidades coletivas, nas</p><p>quais o foco é a bola, algumas modalidades individuais têm como foco</p><p>adquirir a habilidade de manipulação de um implemento.</p><p>Regras a serem respeitadas: Possuem regras a serem respeitadas, como</p><p>nas modalidades coletivas.</p><p>Terreno delimitado: Em geral, possuem um terreno delimitado no qual</p><p>acontecem as atividades, como nas modalidades coletivas.</p><p>125</p><p>Para fechar esta aula, nossos objetivos foram conhecer as habilidades motoras</p><p>especí�cas e técnicas em modalidades esportivas individuais, como ginástica,</p><p>atletismo, judô e natação; propor métodos de ensino diferenciados,</p><p>considerando as características e necessidades pedagógicas de cada</p><p>modalidade; e adaptar a ginástica para �ns educacionais e competitivos,</p><p>promovendo tanto o aprendizado lúdico quanto o desempenho técnico. Com</p><p>essas estratégias, buscamos criar um ambiente de aprendizado enriquecedor e</p><p>e�caz, que incentive o crescimento integral dos alunos e sua excelência em</p><p>competições. Assim, �nalizamos mais uma aula de nossa disciplina.</p><p>Obrigado mais uma vez. Até a próxima!</p><p>126</p><p>15</p><p>Princípios Básicos no</p><p>Planejamento das Aulas</p><p>Esportivas</p><p>Olá, aluno, tudo bem?</p><p>Em se tratando de planejamento das aulas esportivas, existem alguns</p><p>princípios básicos extremamente importantes. Primeiramente, Planejamento é</p><p>o trabalho de preparação para qualquer empreendimento seguindo roteiro e</p><p>métodos determinados, com objetivos de�nidos (Ferreira, 1986).</p><p>Nesta aula, nossos objetivos são:</p><p>11</p><p>Destacar a importância de um planejamento detalhado</p><p>para aulas de educação física, incluindo objetivos claros e</p><p>recursos adequados.</p><p>22</p><p>Explorar diferentes métodos de ensino, focando na</p><p>escolha de abordagens que melhor se adaptem aos</p><p>alunos para promover aprendizagem e�caz.</p><p>33</p><p>Enfatizar a necessidade de uma avaliação contínua que</p><p>considere não apenas o progresso das habilidades, mas</p><p>também o envolvimento e desenvolvimento global dos</p><p>alunos.</p><p>Métodos e Planos para o Ensino</p><p>dos Esportes</p><p>Para Libâneo (2002), é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das</p><p>atividades quanto sua revisão e adequação no processo de ensino. Além disso,</p><p>trata-se de um momento de pesquisa e re�exão intimamente ligado à</p><p>avaliação.</p><p>128</p><p>Planejar refere-se aos objetivos que deverão ser atingidos, bem como aos</p><p>recursos e como estes poderão ser medidos ou avaliados. Vasconcellos (1995)</p><p>a�rma que planejar é antecipar uma ação a ser realizada.</p><p>Ao enfatizar a importância do planejamento no ensino da educação física e dos</p><p>esportes, Hildebrandt e Laging (1994) dizem que, mesmo quando os alunos</p><p>participam das decisões sobre objetivos, conteúdos e maneiras de praticar as</p><p>aulas, o ensino da educação física jamais é sem planejamento e sem objetivo;</p><p>pelo contrário, ele necessita de planejamento.</p><p>Para que o planejamento das aulas de esportes seja bem elaborado, citam-se</p><p>alguns dos princípios básicos a serem considerados:</p><p>a. Conhecimento da realidade, suas exigências, necessidades e tendências;</p><p>b. De�nição dos objetivos, que devem ser claros e signi�cativos;</p><p>c. Determinação de meios e recursos possíveis, viáveis e disponíveis;</p><p>d. Estabelecimento de critérios e princípios de avaliação do processo de ensino e</p><p>de aprendizagem;</p><p>e. Estabelecimento de prazos e etapas para sua execução;</p><p>f. Revisão constante, possibilitando o acompanhamento</p><p>dos agentes envolvidos;</p><p>g. Sentimento de coletividade, pois todos os envolvidos devem participar</p><p>ativamente das propostas a serem realizadas e de seu redimensionamento</p><p>permanente.</p><p>Elementos Indispensáveis em um</p><p>Bom Plano de Ensino das Aulas</p><p>de Esportes</p><p>Sondagem</p><p>De acordo com Libâneo (2002), cabe ao professor escolher os conteúdos -</p><p>habilidades, conhecimentos e valores - e os métodos e procedimentos didático-</p><p>pedagógicos para viabilizar o processo de transmissão-assimilação de</p><p>conteúdo. Conforme esse autor, o professor tem três fontes para organizar suas</p><p>aulas: a programação o�cial de cada matéria, os próprios conteúdos da matéria</p><p>e as exigências teóricas e práticas colocadas pela prática de vida dos alunos.</p><p>129</p><p>Apoiados na terceira fonte sugerida por Libâneo (2002), entendemos que a</p><p>sondagem é o processo de investigação ou pesquisa da realidade para, a partir</p><p>da situação investigada, planejar uma ação consciente e real.</p><p>Para exempli�car esse conceito, inicialmente, pode-se dividir o grande grupo</p><p>em dois, três ou pequenos grupos. A partir dessa divisão, os grupos são</p><p>formados (a, b, c, ou mais, dependendo do tamanho da turma sondada), e é</p><p>determinado que o primeiro grupo execute a condução da bola de futebol por</p><p>marcações na quadra, como sobre as linhas das áreas dos goleiros, linhas de</p><p>fundo ou linhas limítrofes laterais. Após dois a cinco minutos, segue-se para</p><p>outro subgrupo, até que todos tenham realizado o exercício.</p><p>Nessa simples atividade, ocorre a sondagem: enquanto um grupo conduz a</p><p>bola, os demais observam. Em seguida, há uma pequena reunião para chegar a</p><p>um consenso ou parecer em torno das realidades analisadas. A partir daí, pode-</p><p>se planejar uma aula sobre o esporte que foi sondado (neste caso, o futebol),</p><p>focando na condução e, mais importante, de maneira consciente e próxima à</p><p>realidade dos praticantes.</p><p>Objetivos: o quê? Para quê?</p><p>Os objetivos antecipam os resultados e processos esperados do trabalho</p><p>conjunto do professor e dos alunos (Libâneo, 2002). Nesse sentido, os objetivos</p><p>descrevem os conhecimentos a serem desenvolvidos, expressando o que os</p><p>alunos deverão aprender.</p><p>Libâneo (2002) distingue dois níveis de objetivos educacionais: os objetivos</p><p>gerais, que expressam propósitos mais amplos e hipóteses sobre a</p><p>aprendizagem, que podem ser convertidos em objetivos especí�cos pelo</p><p>professor, e os objetivos especí�cos, que indicam comportamentos mais fáceis</p><p>de se observar, medir e avaliar, devendo estar alinhados aos objetivos gerais.</p><p>130</p><p>Além dos objetivos gerais e especí�cos, Silva (2003) introduz os objetivos</p><p>comuns, elaborados conjuntamente pelos professores de cada disciplina no</p><p>plano de área curricular. Os objetivos especí�cos são detalhados em cada</p><p>unidade didática do plano de curso, aparecendo no plano de unidade didática,</p><p>enquanto os objetivos imediatos são os comportamentos que os alunos devem</p><p>demonstrar ao �nal da aula.</p><p>Conteúdos</p><p>Os conteúdos são informações, fatos, conceitos, atitudes, princípios, processos e</p><p>habilidades (os fundamentos dos esportes) que os alunos devem dominar. Para</p><p>Barbanti (1994), nos objetivos educacionais, o conteúdo é o material ou</p><p>habilidade que se espera que o aluno aprenda, também chamado de conteúdo</p><p>programático.</p><p>O conteúdo abordado na sondagem foi a condução, e outros conteúdos dos</p><p>esportes incluem passes, dribles, chutes, arremessos, cabeceios, �ntas,</p><p>marcações e vários tipos de domínios. Também são considerados conteúdos a</p><p>serem trabalhados nos esportes: domínio corporal, percepção espacial,</p><p>lateralidade, socialização, percepção óculo-pedal, percepção óculo-manual e</p><p>noções de espaço, entre outros.</p><p>@freepik</p><p>Por exemplo, usando o exercício</p><p>de condução mencionado</p><p>anteriormente, pode-se objetivar</p><p>que, após um número especí�co</p><p>de aulas, os alunos demonstrem</p><p>menos resistência (di�culdades)</p><p>em conduzir a bola de futebol em</p><p>ziguezague, entre cones, ou</p><p>conduzi-la de costas com o solado</p><p>do pé. Isso visa prepará-los para</p><p>enfrentar os aspectos mais</p><p>complexos do jogo, como</p><p>adversários, torcida e pressões,</p><p>usando as habilidades</p><p>desenvolvidas, de acordo com os</p><p>objetivos do planejamento.</p><p>131</p><p>Metodologia</p><p>A metodologia, do grego "méthodos", que signi�ca "método" + "log(o)" + "ia", é a</p><p>arte de guiar o espírito na investigação da verdade (Ferreira, 1986). Em resumo,</p><p>é o estudo dos métodos, meios ou �ns que o professor pode utilizar para</p><p>facilitar a compreensão ou o desenvolvimento de habilidades motoras ou</p><p>cognitivas, proporcionando situações estimuladoras de aprendizagem e dando</p><p>vida aos objetivos e conteúdos.</p><p>Segundo Daiuto (1991), é uma parte da didática, assim como a didática é parte</p><p>da pedagogia, caracterizada por sua concretude e de�nição especí�ca. Cada</p><p>metodologia tem suas vantagens e desvantagens, dependendo da realidade e</p><p>de vários aspectos a serem considerados.</p><p>Exempli�cando, o método global foi adotado na atividade de condução</p><p>durante a sondagem, conforme Xavier (1986), que consiste em ensinar uma</p><p>habilidade motora apresentando todo o seu conjunto. Poderia se realizar essa</p><p>sondagem com outro método? Certamente. Por exemplo, adotando o método</p><p>global através de jogos, nos quais os alunos jogam enquanto o professor realiza</p><p>a sondagem.</p><p>Recursos</p><p>Os recursos são elementos importantes que facilitam e apoiam todos os tipos</p><p>de ensino e aprendizagem, trabalhando em conjunto com os métodos. Eles</p><p>podem ser divididos em recursos humanos e materiais.</p><p>Materiais: bolas, quadra, tatame, arcos, cordas, cones, apito, caneta e prancheta</p><p>para anotações.</p><p>Humanos: os próprios alunos, que participaram da sondagem e foram</p><p>sondados, promovendo interação entre eles, com a orientação do professor</p><p>como mentor da prática pedagógica.</p><p>Xavier (1986) cita exemplos de recursos humanos, como o professor, o aluno, o</p><p>pessoal técnico-administrativo e a comunidade. Recursos materiais incluem</p><p>recursos naturais (campos, bosques), equipamentos da escola (bolas de</p><p>handebol, rede, colchões, plinto, medicinebol), da comunidade (locais, praças,</p><p>ginásios, bibliotecas), do professor (livros, transparências, cronômetro, apito) e</p><p>do aluno (camisetas, tênis, canetas, cadernos).</p><p>132</p><p>Avaliação</p><p>De acordo com Mathews (1980), na programação educacional, a avaliação é um</p><p>processo contínuo que lida com os objetivos globais da educação; é um termo</p><p>mais abrangente do que medição e comumente refere-se à avaliação total do</p><p>aluno. A avaliação envolve um conjunto de ações e instrumentos que permitem</p><p>diagnosticar o ensino e a aprendizagem, facilitando ao professor melhorar suas</p><p>práticas e ao aluno a conscientização de seu próprio aprendizado.</p><p>Para avaliar os alunos nas atividades apresentadas, conforme o "Plano de aula</p><p>para o ensino" em cada esporte, será considerado o Projeto Político Pedagógico</p><p>da escola, respeitando suas normas, leis e regulamentos, como mencionado</p><p>anteriormente por Hoffmann (2001), para garantir que a avaliação seja correta.</p><p>Segundo Hoffmann (2001), a avaliação na educação física</p><p>é um ato político, mesmo quando não intencional. A</p><p>autora enfatiza a importância de os professores estarem</p><p>cientes das normas, leis e regulamentos das escolas ao</p><p>avaliar os alunos, reconhecendo que a avaliação é um jogo</p><p>político. Ela propõe alternativas aos modelos de avaliação,</p><p>como a avaliação em uma visão libertadora, que contrasta</p><p>com a visão liberal, classi�catória e disciplinadora,</p><p>promovendo a memorização individual e competitiva. Em</p><p>vez disso, sugere que os professores promovam atitudes</p><p>cooperativas nas atividades, permitindo abordagens mais</p><p>inclusivas das desigualdades sociais e culturais.</p><p>133</p><p>Estrutura do Plano de Aula para</p><p>o Ensino dos Esportes</p><p>A estrutura do plano de aula é indispensável para pro�ssionais que trabalham</p><p>de maneira organizada, permitindo que os conteúdos já trabalhados sejam</p><p>facilmente identi�cados.</p><p>Partes da Aula</p><p>A aula é geralmente dividida em três fases:</p><p>Parte Inicial: Elevação da frequência cardíaca e aquecimento, geralmente,</p><p>com exercícios lúdicos.</p><p>Parte Principal: Desenvolvimento</p><p>das atividades principais, conforme os</p><p>objetivos e conteúdos estabelecidos.</p><p>Parte Final: Volta à calma, com alongamentos e discussões sobre a prática</p><p>desenvolvida.</p><p>Aquecimento e Parte Inicial da Aula</p><p>Na parte inicial da aula, entre os objetivos mais interessantes a atingir, está</p><p>elevar a frequência cardíaca (FC) para que uma quantidade maior de sangue</p><p>passe pelo sistema circulatório, o que será de grande importância para as</p><p>solicitações dos grupos musculares envolvidos nas atividades que se seguirão,</p><p>entre outros benefícios �siológicos.</p><p>134</p><p>Quanto tempo é designado para essa parte da aula? Teoricamente, entre cinco</p><p>e 10 minutos, mas, na prática, devem-se observar alguns fatores que poderão</p><p>elevar ou reduzir esse espaço de tempo. Imaginem um aquecimento previsto</p><p>para acontecer em cinco minutos, quando a temperatura estiver abaixo de zero.</p><p>Será que realmente conseguiremos promover um aquecimento satisfatório</p><p>para dar sequência às atividades? É muito provável que deveremos aumentar o</p><p>tempo de aquecimento.</p><p>PARA GABARITAR</p><p>Nessa parte da aula, é interessante que, antes do aquecimento, o</p><p>professor explique as atividades, bem como os seus respectivos</p><p>objetivos. Com a ideia de que todas as atividades sejam prazerosas,</p><p>divertidas e alegres, é pertinente que nessa fração da aula aconteçam</p><p>exercícios, de preferência lúdicos. Porém, dependendo do objetivo da</p><p>aula, às vezes, essa metodologia não será possível.</p><p>@freepik</p><p>Agora, pensem em realizar um</p><p>aquecimento durante 10 minutos</p><p>quando a temperatura estiver</p><p>próxima a 40 graus. Talvez</p><p>tenhamos de reduzir esse tempo</p><p>ou a intensidade do exercício para</p><p>evitar sobrecarga nessa parte da</p><p>aula, a �m de que o restante</p><p>também possa ser cumprido.</p><p>Existem muitas outras maneiras</p><p>de conduzir essa parte inicial.</p><p>135</p><p>Uma pergunta que pode ser interessante para esse momento da aula é: o que</p><p>fazer primeiro antes da parte principal da aula? Alongar? Aquecer?</p><p>Inicialmente, é oportuno citar que há pelo menos dois tipos de aquecimento: o</p><p>aquecimento geral, obtido através de movimentos gerais, sem objetivo</p><p>especí�co nos grupos musculares exigidos na parte principal e, também, o</p><p>aquecimento especí�co que, de modo resumido, se obtém pelos movimentos</p><p>especí�cos com ênfase nos grupos musculares, os quais serão trabalhados com</p><p>maior grau de importância.</p><p>Assim, podemos entender que é mais sensata a seguinte sequência de</p><p>atividades na fase inicial: 1°) aquecimento geral (sem intensidade); 2°)</p><p>alongamento, e 3°) aquecimento especí�co com um pouco mais de</p><p>intensidade ou com maior número de repetições visando, assim, deixar os</p><p>alunos ou atletas com o organismo "preparado" para iniciar exercícios na parte</p><p>principal.</p><p>Parte Principal da Aula</p><p>O que devemos objetivar para a parte principal? Nela, deverão estar descritas</p><p>todas as atividades de modo sequencial. Ou seja, os objetivos, conteúdos e as</p><p>demais informações devem aparecer nessa parte da aula. Aqui acontece o</p><p>objetivo maior. Caso isso não venha a acontecer, algo no plano de aula deverá</p><p>ser revisto. O tempo designado para essa parte varia de 25 a 40 minutos</p><p>aproximadamente.</p><p>Parte Final da Aula</p><p>Para que serve a parte �nal? Seu principal objetivo é fazer com que os alunos</p><p>voltem às atividades da primeira parte da aula com a frequência respiratória e a</p><p>frequência cardíaca não elevadas e, assim, possam continuar a executá-las.</p><p>Nessa fração da aula, deverá ser feito o alongamento �nal. Esse é o momento</p><p>oportuno para comentários acerca da prática desenvolvida. Normalmente, o</p><p>tempo dessa volta à calma acontece entre 5 e 10 minutos.</p><p>Duração Total da Aula</p><p>O tempo total de uma aula de Educação Física é, em média, 60 minutos, nas</p><p>escolas. Podemos encontrar instituições de ensino onde o tempo varia de 45 a</p><p>60 minutos. Isso estará em conformidade com a distribuição da carga horária</p><p>das demais disciplinas ou atividades.</p><p>136</p><p>Modelo de Aula</p><p>Existem escolinhas de esportes onde a distribuição ou organização do plano de</p><p>aula acontece em até sete momentos. Essa maneira de organizar a aula</p><p>acontece da seguinte maneira:</p><p>11</p><p>1° Momento - tempo livre. Tem como objetivo os alunos</p><p>serem observados. Nesse espaço de tempo "livre", o</p><p>professor fará a "leitura dos comportamentos</p><p>psicológicos", principalmente notando comportamento</p><p>de agressividade ou falta de controle emocional, entre</p><p>outros. Os materiais, várias bolas, �carão à disposição dos</p><p>alunos para que executem qualquer atividade. Essa é uma</p><p>importante fração da aula no sentido de contribuir para</p><p>que, no caso de que algum aluno venha a se comportar,</p><p>inadequadamente, o professor possa estar sabendo</p><p>previamente e - mais importante ainda - esse aluno tenha</p><p>uma atenção "especial" de maneira que haja uma efetiva</p><p>preocupação com o bem-estar do aluno, de tal forma que</p><p>o professor consiga contribuir afetivamente na</p><p>perspectiva afetiva.</p><p>22</p><p>2° Momento - reunião em círculo para trabalhar algum</p><p>tema voltado para a educação geral. Exemplo: regras de</p><p>trânsito, respeito às pessoas na rua, valorização dos idosos</p><p>ou de portadores de necessidades especiais, consideração</p><p>sobre os conselhos dos professores e dos pais.</p><p>33</p><p>3º Momento - aquecimento a partir de atividades lúdicas,</p><p>já podendo acontecer de modo inicial a prática de</p><p>fundamentos que serão desenvolvidos na parte principal.</p><p>137</p><p>O tempo de cada um desses sete momentos será distribuído conforme o</p><p>tempo total da aula e, ainda, deverão ser levados em consideração a faixa etária</p><p>dos alunos, quantidade de alunos, objetivos da aula, en�m, a realidade da</p><p>turma, entre outros elementos.</p><p>O exemplo de plano de aula descrito, normalmente, é mais fácil de ser posto</p><p>em prática nas escolinhas, onde o número de alunos em cada turma não</p><p>costuma ser elevado. Já nas escolas da rede pública, por exemplo, onde as</p><p>turmas são grandes e os alunos, geralmente, pertencem a famílias carentes,</p><p>observam-se manifestações de desrespeito e, em algumas vezes, de atritos</p><p>(brigas, chutes, arremessos fortes, disputas para pegar a bola etc.) quando</p><p>várias bolas são disponibilizadas para brincadeiras ou jogos livres.</p><p>Os planos de aula não podem fugir muito do modelo dividido em três partes,</p><p>isso porque se deve designar, por exemplo, maior tempo para a parte principal</p><p>da aula. Nas outras partes, pode haver espaços de tempo menores e distintos.</p><p>44 4º Momento - alongamento.</p><p>55</p><p>5º Momento - são desenvolvidos os fundamentos técnicos</p><p>dos esportes (chute, passe, condução, deslocamentos,</p><p>pegadas, desequilíbrio, arremesso, controle do corpo).</p><p>66 6º Momento - o jogo ou jogos com orientação de regras,</p><p>tática e demais informações pertinentes aos esportes.</p><p>77</p><p>7° Momento - volta à calma, quando acontece</p><p>alongamento, conversa, sugestões e críticas com objetivos</p><p>construtivos sobre determinados comportamentos</p><p>observados ao longo da aula.</p><p>138</p><p>Por �m, a importância do planejamento detalhado para aulas de educação</p><p>física é fundamental para garantir que os objetivos educacionais sejam</p><p>alcançados de maneira e�caz. Explorando métodos variados de ensino e</p><p>adaptando-os às necessidades dos alunos, é possível promover uma</p><p>aprendizagem signi�cativa e engajadora. Além disso, a avaliação contínua não</p><p>apenas do progresso das habilidades, mas também do desenvolvimento global</p><p>dos alunos, permite ajustes necessários para melhorar a qualidade do ensino e</p><p>maximizar o aprendizado. Esses elementos, integrados de forma coesa, não</p><p>apenas enriquecem as experiências educativas, mas também contribuem para</p><p>o desenvolvimento holístico dos estudantes.</p><p>139</p><p>16</p><p>Comportamento Ético</p><p>no Esporte</p><p>Olá, aluno!</p><p>Chegamos à reta �nal da nossa disciplina de Metodologia do Ensino do</p><p>Esporte. Nesta aula, daremos foco aos aspectos éticos importantes dentro dos</p><p>esportes, já que ele é utilizado como ferramenta de modi�cação social, e não</p><p>apenas para formar atletas de competição.</p><p>Nesta aula, nossos objetivos são:</p><p>11 Re�etir sobre a ética no esporte e na prática pedagógica</p><p>do pro�ssional de Educação Física.</p><p>22</p><p>Re�etir sobre a formação do professor e seu</p><p>posicionamento</p><p>como reprodutor de valores ou</p><p>transformador da realidade de seus alunos e da sociedade.</p><p>33</p><p>Re�etir acerca da diferença, da desigualdade, do gênero e</p><p>da inclusão no ambiente escolar e na prática do professor</p><p>de Educação Física.</p><p>Comportamento Ético</p><p>Muito se fala a respeito da Ética, sobretudo, em questões que julgam a conduta</p><p>de alguém. Mas, a�nal, o que entendemos por Ética?</p><p>Alguns autores utilizam ética e moral como termos sinônimos. Entretanto, em</p><p>um sentido mais amplo, a Ética é a parte da �loso�a que tem por objeto</p><p>elaborar uma re�exão sobre os problemas fundamentais da Moral. Nesse caso,</p><p>141</p><p>Moral seria a teoria dos valores que regem a ação ou a conduta humana</p><p>(Libâneo, 1991).</p><p>Muitos �lósofos e autores �zeram da Ética um objeto de estudo, mas não cabe</p><p>a nós, neste momento, buscar um aprofundamento nesses conceitos. Em</p><p>síntese, podemos a�rmar que, de uma forma consensual, Ética diz respeito aos</p><p>valores e normas de condutas especí�cas de uma sociedade ou cultura, ou seja,</p><p>normalmente, nos referimos à Ética como sendo princípios de conduta</p><p>(Libâneo, 1991).</p><p>Habitualmente, quando invocamos a Ética, esperamos uma certa postura por</p><p>parte de uma pessoa ou de uma categoria pro�ssional. Entretanto, se falamos</p><p>de "categoria pro�ssional", é necessário de�nir outro termo para seguirmos</p><p>adiante com a nossa re�exão. Trata-se do "corporativismo" (Assis, 2001).</p><p>Corporativismo é a defesa dos próprios interesses por parte de uma categoria</p><p>pro�ssional. Nesse caminho que adotamos, torna-se possível notar o nível de</p><p>re�exão que queremos atingir, o da Ética Corporativista (Assis, 2001).</p><p>Um exemplo clássico de uma Ética Corporativista é aquele estabelecido pelo</p><p>código de ética das classes pro�ssionais, como o dos Pro�ssionais de Educação</p><p>Física. Esse código é um conjunto de normas estabelecidas em forma de um</p><p>documento que pode viabilizar a punição de possível infração (Betti, 1991). Em</p><p>que medida tal exemplo pode contribuir para nossa re�exão?</p><p>O fato é que devemos nos perguntar a serviço de quem estamos com a nossa</p><p>Ética ou com as nossas ações (Gruppi, 1987).</p><p>Qual seria, então, o comportamento ético esperado de um professor? A serviço</p><p>de quem estaria a nossa ética? Para responder a tais questionamentos, vamos</p><p>procurar entender qual é o verdadeiro compromisso docente (Libâneo, 1991).</p><p>Algumas pessoas costumam dizer que a pro�ssão de professor é um</p><p>sacerdócio, no que diz respeito à renúncia e à resignação. Não somos favoráveis</p><p>a esta a�rmação e vemos um professor como um trabalhador e, como tal, com</p><p>todos os direitos e deveres pertinentes à classe trabalhadora (Assis, 2001).</p><p>Entretanto, somos forçados a admitir que se trata de uma atividade</p><p>fundamentalmente social, porque contribui para a formação cultural e</p><p>cientí�ca de pessoas e, por isso, signi�ca um grande compromisso com a</p><p>sociedade (Betti, 1991).</p><p>O professor tem a responsabilidade de preparar os alunos para a cidadania,</p><p>como seres ativos e participativos nas diversas esferas da sociedade: família,</p><p>trabalho, associações de classe, vida cultural e política (Gruppi, 1987).</p><p>142</p><p>Como foi dito anteriormente, não acreditamos na neutralidade, porque o ato</p><p>educativo é, antes de qualquer coisa, um ato político. Cumpre explicar aqui que</p><p>se trata de um ato político, porque se realiza no contexto das relações sociais e</p><p>que é neste contexto que se manifestam os interesses das classes sociais</p><p>(Libâneo, 1991).</p><p>O sinal mais indicativo da responsabilidade pro�ssional do</p><p>professor é seu permanente empenho na instrução e</p><p>educação dos seus alunos, dirigindo o ensino e as</p><p>atividades de estudo de modo que estes dominem os</p><p>conhecimentos básicos e as habilidades, e desenvolvam</p><p>suas forças, capacidades físicas e intelectuais, tendo em</p><p>vista equipá-los para enfrentar os desa�os da vida prática</p><p>no trabalho e nas lutas sociais pela democratização da</p><p>sociedade (Libâneo,1991).</p><p>Comportamento Ético no</p><p>Esporte</p><p>O comportamento ético no esporte não se limita apenas aos praticantes e</p><p>espectadores durante as competições, mas também é fundamental no</p><p>contexto do ensino esportivo. O ensino de esportes não se restringe apenas ao</p><p>desenvolvimento das habilidades físicas e técnicas dos alunos, mas também</p><p>deve enfatizar a importância dos valores éticos e morais que permeiam as</p><p>práticas esportivas (Figueiredo, 2002).</p><p>Durante as aulas de educação física e treinamentos esportivos, os educadores</p><p>desempenham um papel crucial como modelos de comportamento ético para</p><p>os jovens atletas. Eles não apenas instruem sobre as técnicas e táticas do</p><p>esporte, mas também ensinam sobre respeito mútuo, integridade e fair play</p><p>(Gonçalves, 2003). Incorporar discussões sobre ética no esporte nas aulas pode</p><p>ajudar os alunos a entenderem que o verdadeiro espírito esportivo vai além da</p><p>competição e envolve o respeito pelos adversários, colegas e árbitros (Lima,</p><p>2005).</p><p>143</p><p>Além disso, os educadores têm a responsabilidade de promover um ambiente</p><p>inclusivo e equitativo, em que todos os alunos se sintam valorizados e</p><p>respeitados, independentemente de suas habilidades atléticas. Isso não só</p><p>reforça os valores de justiça e igualdade, mas também contribui para a</p><p>formação de cidadãos éticos e responsáveis (Martins e Silva, 2004).</p><p>Ao integrar princípios éticos no ensino de esportes, os educadores ajudam a</p><p>preparar os alunos não apenas para o sucesso atlético, mas também para</p><p>enfrentar desa�os éticos e morais em suas vidas pessoais e pro�ssionais futuras</p><p>(Pereira, 2007). Com uma abordagem holística que combina habilidades físicas</p><p>com valores éticos, as escolas e os programas esportivos podem desempenhar</p><p>um papel crucial na promoção de comportamentos éticos tanto dentro quanto</p><p>fora do campo (Santos, 2008).</p><p>Portanto, o ensino do esporte não deve ser visto apenas como uma</p><p>oportunidade de desenvolvimento físico, mas também como uma plataforma</p><p>para cultivar virtudes éticas que são essenciais para uma sociedade justa e</p><p>harmoniosa (Silva, 2009). A integração desses valores no currículo esportivo não</p><p>apenas fortalece o caráter dos alunos, mas também contribui para a</p><p>construção de um ambiente esportivo mais ético e inclusivo.</p><p>144</p><p>CONECTE-SE</p><p>O comportamento ético é essencial no esporte e na prática</p><p>pedagógica de Educação Física, fundamentando valores que</p><p>moldam cidadãos íntegros. A formação do professor é central na</p><p>transmissão de valores e na transformação da sociedade. Além disso,</p><p>abordar diferenças, desigualdades, gênero e inclusão no ambiente</p><p>escolar é crucial para criar um espaço de respeito e valorização da</p><p>diversidade. O texto “Fair play e ética nas aulas de Educação Física”</p><p>do site impulsiona.org.br propõe uma re�exão sobre esses temas,</p><p>destacando a importância de um compromisso ético e inclusivo na</p><p>educação física. Con�ra na íntegra!</p><p>A Prática Pedagógica e a Relação</p><p>Professor/Aluno</p><p>No processo educacional, a prática pedagógica é essencial para a relação entre</p><p>professor e aluno. Monereo (2001) destaca a importância de um ambiente de</p><p>ensino que favoreça a construção do conhecimento através da interação e do</p><p>diálogo. Esse ambiente deve promover a inclusão e o respeito às diferenças,</p><p>valorizando cada estudante em sua singularidade.</p><p>145</p><p>https://go.eadstock.com.br/hda</p><p>https://go.eadstock.com.br/hda</p><p>Martins e Silva (2004) reforçam que a prática pedagógica deve ser inclusiva,</p><p>considerando as diversas necessidades dos alunos e adaptando-se para</p><p>atender a todos. A inclusão na educação física, por exemplo, vai além da</p><p>simples participação; envolve estratégias que possibilitem o desenvolvimento</p><p>pleno de cada aluno, independentemente de suas limitações.</p><p>Figueiredo (2002) argumenta que a inclusão exige um olhar atento e sensível</p><p>por parte dos educadores, que precisam reconhecer e valorizar as diferenças</p><p>como potenciais educativos. Dessa forma, a prática pedagógica inclusiva não só</p><p>enriquece o processo de ensino-aprendizagem, mas também contribui para a</p><p>formação de uma sociedade mais justa e igualitária.</p><p>A Ética Pro�ssional e o</p><p>Compromisso Social do</p><p>Professor</p><p>A ética pro�ssional no contexto educacional implica um compromisso</p><p>profundo com a formação integral dos alunos. Assis (2001) enfatiza que os</p><p>professores devem agir com integridade e responsabilidade, sempre buscando</p><p>o melhor interesse dos estudantes. Esse compromisso ético envolve não</p><p>apenas a transmissão de conhecimentos, mas também a formação de valores e</p><p>atitudes que preparem os alunos para a vida em sociedade.</p><p>Gonçalves (2003) destaca que a ética na educação deve ser entendida como</p><p>um compromisso com a promoção da equidade e da justiça social. Os</p><p>professores têm a responsabilidade de combater as desigualdades e promover</p><p>um ambiente de aprendizagem onde todos os alunos tenham as mesmas</p><p>oportunidades de desenvolvimento.</p><p>Nascimento (2006) acrescenta que a ética pro�ssional exige dos professores</p><p>uma postura re�exiva e crítica sobre suas práticas, visando sempre à melhoria</p><p>contínua do processo educativo. Esse compromisso ético é fundamental para</p><p>garantir que a educação cumpra seu papel transformador na sociedade.</p><p>146</p><p>Desa�os e Possibilidades na</p><p>Educação Inclusiva</p><p>A educação inclusiva apresenta inúmeros desa�os, mas também muitas</p><p>possibilidades para o desenvolvimento de uma prática pedagógica mais justa e</p><p>equitativa. Lima (2005) aponta que a principal di�culdade está na superação</p><p>das barreiras atitudinais e estruturais que ainda persistem nas instituições de</p><p>ensino.</p><p>Oliveira (2001) sugere que a formação continuada dos professores é essencial</p><p>para enfrentar esses desa�os. A capacitação adequada permite que os</p><p>educadores desenvolvam competências e habilidades necessárias para</p><p>trabalhar com a diversidade de alunos, implementando estratégias</p><p>pedagógicas que favoreçam a inclusão.</p><p>Santos (2008) conclui que, apesar dos desa�os, a educação inclusiva oferece</p><p>uma oportunidade única para a construção de uma sociedade mais</p><p>democrática e igualitária. Ao promover a inclusão, a escola contribui para a</p><p>formação de cidadãos conscientes de seus direitos e deveres, capazes de atuar</p><p>de maneira crítica e transformadora na sociedade.</p><p>Pereira (2007) ressalta que a inclusão não deve ser vista</p><p>apenas como uma responsabilidade do professor, mas</p><p>como um compromisso de toda a comunidade escolar. É</p><p>necessário um esforço conjunto para criar um ambiente</p><p>educacional inclusivo, onde todos os alunos se sintam</p><p>acolhidos e valorizados.</p><p>147</p><p>Estratégias para Promover a</p><p>Inclusão na Prática Educativa</p><p>Para promover a inclusão na prática educativa, é fundamental adotar</p><p>estratégias pedagógicas que considerem a diversidade dos alunos. Silva (2009)</p><p>destaca a importância de métodos diferenciados que permitam a participação</p><p>ativa de todos, adaptando o currículo e as atividades para atender às</p><p>necessidades individuais.</p><p>Betti (1991) propõe uma abordagem crítica da educação física, que vai além do</p><p>desempenho esportivo para valorizar a participação e o desenvolvimento</p><p>integral dos alunos. Essa perspectiva inclusiva reconhece a diversidade de</p><p>habilidades e interesses dos estudantes, promovendo um ambiente de</p><p>aprendizagem mais acolhedor e e�caz.</p><p>Assim, a educação inclusiva desempenha um papel transformador na</p><p>sociedade ao promover a equidade e a justiça social. Neste contexto, é</p><p>fundamental que os professores assumam um compromisso ético e</p><p>pro�ssional com a inclusão, aplicando práticas pedagógicas que valorizem e</p><p>respeitem as diferenças individuais (Figueiredo, 2002).</p><p>PARA GABARITAR</p><p>Ao adotar uma abordagem inclusiva, os educadores não apenas</p><p>melhoram a qualidade do ensino, mas também contribuem para a</p><p>formação de cidadãos conscientes e participativos. Essa</p><p>transformação educacional não ocorre isoladamente, mas, sim, com</p><p>um esforço coletivo de toda a comunidade escolar e da sociedade em</p><p>geral (Gonçalves, 2003).</p><p>148</p><p>Para �nalizar, esta aula teve como objetivos principais re�etir sobre a ética no</p><p>esporte e na prática pedagógica do pro�ssional de Educação Física; discutir a</p><p>formação do professor e seu papel como reprodutor de valores ou</p><p>transformador da realidade de seus alunos e da sociedade; e analisar questões</p><p>de diferença, desigualdade, gênero e inclusão no ambiente escolar e na prática</p><p>do professor de Educação Física.</p><p>Através dessas re�exões, buscamos enfatizar a importância de um</p><p>comportamento ético tanto no esporte quanto na educação, destacando o</p><p>compromisso dos professores em promover uma prática pedagógica inclusiva</p><p>e justa, capaz de formar cidadãos críticos e responsáveis, preparados para</p><p>enfrentar os desa�os sociais e contribuir para a democratização da sociedade. A</p><p>integração desses valores éticos no ensino do esporte e na educação física é</p><p>fundamental para a construção de um ambiente educacional mais equitativo e</p><p>harmonioso, bene�ciando tanto os alunos quanto a sociedade em geral.</p><p>Dessa forma, chegamos ao �nal da nossa disciplina de Metodologia do Ensino</p><p>do Esporte. Espero que você tenha aproveitado as aulas, trazendo os conceitos</p><p>para sua rotina e vivência prática.</p><p>149</p><p>Conclusão</p><p>Ao longo desta disciplina de Metodologia do Ensino do Esporte exploramos</p><p>diversos aspectos fundamentais para a formação de futuros Pro�ssionais de</p><p>Educação Física. Iniciamos nosso percurso investigando a origem e a evolução</p><p>dos esportes, compreendendo sua importância cultural, social e educativa. A</p><p>partir dessas bases, adentramos nos conhecimentos essenciais necessários para</p><p>o ensino adequado das práticas esportivas, abordando desde a regulação da</p><p>ação motora até os métodos especí�cos para desenvolver o desempenho</p><p>esportivo.</p><p>Discutimos amplamente sobre o papel do Pro�ssional de Educação Física não</p><p>apenas como um transmissor de técnicas, mas como um facilitador do</p><p>aprendizado signi�cativo e do desenvolvimento integral dos alunos. A didática</p><p>do esporte emergiu como uma ferramenta central, destacando a necessidade</p><p>de adaptação dos métodos de ensino às características individuais e contextuais</p><p>dos estudantes.</p><p>Exploramos os diferentes tipos de esportes, sejam eles individuais ou coletivos,</p><p>reconhecendo suas especi�cidades e as abordagens pedagógicas distintas</p><p>requeridas para cada modalidade. Re�etimos também sobre a ética no esporte,</p><p>sublinhando a responsabilidade do Pro�ssional de Educação Física em</p><p>promover valores, como fair play, respeito mútuo e inclusão, fundamentais não</p><p>apenas para o ambiente esportivo, mas para a formação cidadã dos indivíduos.</p><p>No contexto do planejamento das aulas esportivas, aprendemos a importância</p><p>de princípios básicos, como a progressão pedagógica, a variedade de métodos</p><p>de ensino (parcial, global e misto), e a avaliação contínua dos saberes corporais</p><p>dos alunos. Cada tema abordado nesta disciplina reforçou a necessidade de uma</p><p>abordagem holística e integrada, em que teoria e prática se entrelaçam para</p><p>formar pro�ssionais capacitados e conscientes de seu papel transformador na</p><p>educação física.</p><p>Assim, concluímos que a metodologia do ensino do esporte não se limita apenas</p><p>à técnica ou ao rendimento esportivo, mas se estende à formação de indivíduos</p><p>autônomos, éticos e conscientes de sua capacidade de contribuir positivamente</p><p>para a sociedade através da prática esportiva.</p><p>Que este conhecimento adquirido ao longo deste curso sirva de alicerce sólido</p><p>para nossa jornada como Pro�ssionais de Educação Física comprometidos com</p><p>o desenvolvimento humano integral.</p><p>150</p><p>Livro</p><p>Filme</p><p>151</p><p>152</p><p>153</p><p>154</p><p>Esporte e sua Origem</p><p>Conhecimentos Fundamentais para o Ensino dos Esportes</p><p>O que Ensinar?</p><p>Didática do Esporte</p><p>Tipos de Esportes</p><p>Regulação da Ação Motora e Práticas Esportivas</p><p>O Esporte como Objeto de Ensino</p><p>Como Ensinar?</p><p>Métodos de Ensino dos Diferentes Elementos do Desempenho Esportivo</p><p>Métodos para o Ensino dos Esportes: Parcial, Global e Misto</p><p>Métodos para o Ensino dos Esportes: Série de Jogos, Recreativo, Tranfert e Cooperação-Oposição</p><p>Avaliação dos Saberes Corporais</p><p>Pedagogia do Ensino das Modalidades Esportivas Coletivas</p><p>Pedagogia do Ensino das Modalidades Esportivas Individuais</p><p>Princípios Básicos no Planejamento das Aulas Esportivas</p><p>Comportamento Ético no Esporte</p><p>nossos objetivos são:</p><p>11 Discutir os conhecimentos essenciais para o ensino de</p><p>esportes.</p><p>22 Identi�car métodos e planos e�cazes para o ensino de</p><p>esportes.</p><p>33 Analisar os períodos de desenvolvimento motor e</p><p>cognitivo e sua in�uência no ensino de esporte.</p><p>Conhecimentos Essenciais para</p><p>o Ensino dos Esportes</p><p>Os conhecimentos a serem apresentados são extremamente importantes.</p><p>Aqueles que dominarem plenamente esses conhecimentos não terão dúvidas</p><p>sobre como organizar atividades de ensino dos esportes. Tais informações</p><p>15</p><p>proporcionarão maior e�ciência na prática pedagógica dos professores, tanto</p><p>na abordagem dos alunos quanto na elaboração e organização do</p><p>planejamento das aulas.</p><p>Dominar os fundamentos técnicos, táticos, sistemas e a prática das</p><p>modalidades esportivas não constitui uma fração signi�cativa dos conteúdos</p><p>ou conhecimentos indispensáveis para o ensino dos esportes. Quando se trata</p><p>de ensino, parece que tudo é ilimitado, ou seja, os processos pedagógicos são</p><p>amplos e repletos de alternativas.</p><p>Muitas ciências podem estar presentes em uma aula:</p><p>psicologia, pedagogia, �siologia, biologia, sociologia, entre</p><p>outras. Como não é possível abordar todas essas ciências</p><p>aqui, mencionamos aquelas que consideramos</p><p>indispensáveis para o ensino dos esportes e que devem</p><p>ser dominadas pelos professores de Educação Física ao</p><p>aplicar seus conteúdos.</p><p>Períodos do Desenvol�mento</p><p>Motor e Cognitivo</p><p>Identi�car as características inerentes a cada faixa etária permite que o</p><p>professor compreenda seus alunos e elabore um plano de aula adequado à</p><p>fase que estão vivenciando, evitando desrespeitá-los e prevenindo erros.</p><p>O professor precisa entender que existem períodos na vida humana em que as</p><p>transformações físicas e cognitivas ocorrem de forma mais ou menos intensa.</p><p>Por exemplo, em crianças com menos de 10 anos de idade não são</p><p>recomendadas atividades que exijam alta capacidade de concentração.</p><p>Ele deve evitar prolongar explicações sobre as atividades, pois a capacidade de</p><p>atenção e retenção de informações ainda não está totalmente desenvolvida,</p><p>resultando na possível perda dessas informações. Esse é um dos motivos pelos</p><p>quais não se devem ensinar táticas ou sistemas a alunos dessa faixa etária.</p><p>16</p><p>Outro período de intenso desenvolvimento motor é entre 11 e 13 anos para</p><p>meninas, e 13 e 15 anos para meninos, quando ocorre o amadurecimento</p><p>sexual. Nesses estágios, a "perfeição" dos gestos técnicos é prejudicada devido</p><p>ao rápido crescimento dos membros superiores e inferiores, di�cultando a</p><p>coordenação.</p><p>Como ensina Weineck (1989), modi�cações marcantes das proporções, como</p><p>crescimento anual de altura de até 10 cm e aumento de peso de até 9,5 kg em</p><p>média, causam uma sensível instabilidade hormonal. Como resultado dessas</p><p>transformações, os alunos tornam-se mais críticos, oferecendo mais resistência</p><p>e questionando as atividades propostas pelo professor com maior frequência. É</p><p>um período adequado para desenvolver alguns conteúdos básicos de sistemas,</p><p>posicionamentos em quadra e iniciação à tática dos esportes.</p><p>Um excelente exemplo para compreender o desenvolvimento motor e</p><p>cognitivo são os estudos de David Gallahue (1996), estudioso conhecido por seu</p><p>trabalho em desenvolvimento motor, que demonstram, através de uma</p><p>ampulheta, as fases do desenvolvimento humano relacionadas à idade e aos</p><p>estágios de desenvolvimento motor.</p><p>17</p><p>Figura 2 - Modelo da ampulheta de Gallahue (Gallahue, Ozmun, & Goodway,</p><p>2012)</p><p>Fonte: acesse o link disponível aqui</p><p>Hoje, ressaltamos a importância dos conhecimentos</p><p>fundamentais para o ensino de esportes, abrangendo</p><p>desde técnicas especí�cas até a compreensão do</p><p>desenvolvimento motor e cognitivo das crianças. Essa</p><p>base é crucial para que os professores organizem</p><p>atividades pedagogicamente e�cazes, adaptadas às</p><p>diferentes faixas etárias e necessidades individuais dos</p><p>alunos. Além disso, destaca-se a integração de diversas</p><p>ciências, como psicologia e pedagogia, essenciais para um</p><p>ensino abrangente e bem-sucedido ao longo do processo</p><p>educativo.</p><p>18</p><p>https://www.researchgate.net/publication/318321426_Comparison_Exam_of_Gallahue's_Hourglass_Model_and_Clark_and_Metcalfe's_the_Mountain_of_Motor_Development_Metaphor</p><p>Períodos do Desenvol�mento</p><p>Motor Segundo Gallahue</p><p>Período Re�exivo (0-1 ano)</p><p>Nascimento a 4 meses</p><p>Neste estágio, o desenvolvimento motor é dominado por re�exos primitivos,</p><p>como o re�exo de sucção e o re�exo de busca. Esses re�exos são involuntários e</p><p>essenciais para a sobrevivência do recém-nascido.</p><p>4 meses a 1 ano</p><p>Re�exos posturais começam a aparecer, permitindo ao bebê começar a</p><p>controlar sua postura e movimentos de forma mais deliberada, como rolar,</p><p>sentar e começar a engatinhar.</p><p>Período Rudimentar (1-2 anos)</p><p>@freepik</p><p>Este período é caracterizado pelo</p><p>desenvolvimento das habilidades</p><p>motoras básicas, como controle da</p><p>cabeça, controle do tronco, sentar,</p><p>engatinhar, e caminhar. As</p><p>crianças começam a adquirir</p><p>controle motor mais re�nado e a</p><p>coordenação básica.</p><p>19</p><p>Período Fundamental (2-7 anos)</p><p>Habilidades Locomotoras</p><p>As crianças desenvolvem habilidades locomotoras básicas, como correr, saltar,</p><p>pular e escalar.</p><p>Habilidades de Manipulação</p><p>Também ocorre o desenvolvimento de habilidades de manipulação, como</p><p>arremessar, pegar e chutar.</p><p>Habilidades Estabilizadoras</p><p>Incluem habilidades, como girar e equilibrar-se. Este é um período crítico, pois</p><p>estabelece a base para habilidades motoras mais complexas que serão</p><p>re�nadas mais tarde.</p><p>Período de Habilidades Motoras Especializadas (7-14</p><p>anos)</p><p>Transição (7-10 anos)</p><p>As habilidades motoras básicas são re�nadas e combinadas em padrões de</p><p>movimento mais complexos e especí�cos para diferentes esportes e atividades.</p><p>Aplicação (11-13 anos)</p><p>As crianças começam a aplicar suas habilidades em situações especí�cas,</p><p>como esportes organizados e recreação. A prática deliberada e o treinamento</p><p>tornam-se mais importantes.</p><p>Utilização (14+ anos)</p><p>As habilidades motoras especializadas são utilizadas de maneira e�caz e</p><p>e�ciente em uma variedade de contextos. Este período continua ao longo da</p><p>vida com a prática e a participação contínua em atividades físicas.</p><p>20</p><p>Períodos do Desenvol�mento</p><p>Cognitivo Segundo Gallahue</p><p>também oferece insights valiosos sobre o desenvolvimento cognitivo,</p><p>frequentemente em colaboração com outros teóricos como Jean Piaget. O</p><p>desenvolvimento cognitivo refere-se ao crescimento das capacidades</p><p>intelectuais e da compreensão, permitindo que as crianças pensem, explorem</p><p>e façam sentido do mundo ao seu redor.</p><p>Período Sensório-Motor (0-2 anos)</p><p>Este período é caracterizado pela descoberta através dos sentidos e ações</p><p>motoras. As crianças exploram o mundo através de movimentos e sensações.</p><p>Dividido em seis subestágios, as principais conquistas incluem a coordenação</p><p>olho-mão, permanência do objeto e a exploração ativa do ambiente.</p><p>Cada um desses subestágios é crucial para o desenvolvimento cognitivo da</p><p>criança, pois estabelece as bases para a capacidade de pensamento e</p><p>resolução de problemas que se desenvolverão mais plenamente nos períodos</p><p>subsequentes. A progressão através desses subestágios permite que a criança</p><p>construa uma compreensão cada vez mais complexa do mundo ao seu redor,</p><p>desenvolvendo habilidades motoras e cognitivas essenciais.</p><p>Subestágios do Período Sensório-Motor</p><p>Re�exos Simples (0-1 mês)</p><p>Características: Os comportamentos são dominados por re�exos inatos.</p><p>Conquistas: Respostas automáticas a estímulos especí�cos, como sugar</p><p>quando algo é colocado na boca.</p><p>Reações Circulares Primárias (1-4 meses)</p><p>Características: As ações são centradas no próprio corpo e são repetitivas.</p><p>Conquistas: Os bebês descobrem ações acidentais que são agradáveis e</p><p>repetem-nas, como chupar o polegar.</p><p>21</p><p>Reações Circulares Secundárias (4-8 meses)</p><p>Características: As ações começam a se dirigir a objetos externos.</p><p>Conquistas: Os bebês começam a manipular objetos e explorar seu</p><p>ambiente, repetindo ações que produzem resultados interessantes, como</p><p>sacudir um</p><p>chocalho para ouvir o som.</p><p>Coordenação de Esquemas Secundários (8-12 meses)</p><p>Características: Comportamentos intencionais começam a emergir.</p><p>Conquistas: As crianças começam a combinar esquemas aprendidos para</p><p>alcançar um objetivo, como puxar uma toalha para trazer um brinquedo</p><p>até elas.</p><p>Reações Circulares Terciárias (12-18 meses)</p><p>Características: Exploração ativa e variada de novos resultados.</p><p>Conquistas: As crianças começam a experimentar ativamente com novas</p><p>maneiras de fazer as coisas, como tentar diferentes métodos para alcançar</p><p>um brinquedo fora de alcance.</p><p>Início do Pensamento Simbólico (18-24 meses)</p><p>Características: Desenvolvimento da capacidade de formar</p><p>representações mentais de objetos.</p><p>Conquistas: As crianças começam a usar símbolos e imagens mentais,</p><p>como �ngir que uma banana é um telefone.</p><p>Período Pré-Operacional (2-7 anos)</p><p>Durante este período, as crianças começam a desenvolver a capacidade de</p><p>pensar simbolicamente. Elas utilizam palavras e imagens para representar</p><p>objetos e experiências. A linguagem se desenvolve rapidamente, e o</p><p>pensamento egocêntrico é prevalente, período no qual as crianças têm</p><p>di�culdade em ver o ponto de vista dos outros.</p><p>Período das Operações Concretas (7-11 anos)</p><p>As crianças começam a pensar logicamente sobre eventos concretos. Elas</p><p>compreendem a conservação, ou seja, que a quantidade de uma substância</p><p>permanece a mesma apesar de mudanças em sua forma. Desenvolvem</p><p>22</p><p>habilidades para resolver problemas de maneira lógica, mas ainda têm</p><p>di�culdades com conceitos abstratos.</p><p>Período das Operações Formais (11 anos em diante)</p><p>Neste estágio, os adolescentes e adultos jovens desenvolvem a capacidade de</p><p>pensar de maneira abstrata e hipotética. Eles podem utilizar o pensamento</p><p>lógico para planejar e resolver problemas complexos, e começam a pensar</p><p>sobre questões morais, �losó�cas, éticas, sociais e políticas que requerem um</p><p>pensamento abstrato.</p><p>Gallahue enfatiza que o desenvolvimento cognitivo e motor estão interligados</p><p>e se in�uenciam mutuamente. Atividades físicas e motoras podem promover o</p><p>desenvolvimento cognitivo e vice-versa. Por exemplo, ao brincar com blocos,</p><p>uma criança não só aprimora suas habilidades motoras �nas, mas também</p><p>desenvolve o raciocínio espacial e a capacidade de resolver problemas.</p><p>As Metodologias de Ensino</p><p>Considerando as características motoras, cognitivas e outros fatores, é</p><p>interessante que o professor utilize mais de uma maneira de conduzir o</p><p>processo de ensino dos esportes.</p><p>@freepik</p><p>De acordo com a idade e a</p><p>realidade da turma, o educador</p><p>deve adotar métodos de ensino</p><p>para abordar os conteúdos. Entre</p><p>as alternativas metodológicas,</p><p>destacam-se: método global,</p><p>método parcial, método misto,</p><p>método recreativo, método global</p><p>em forma de jogo, método em</p><p>série de jogos, método de</p><p>transferência e o método de</p><p>cooperação-oposição.</p><p>23</p><p>A escolha de um determinado método está intimamente ligada aos objetivos</p><p>que o professor deseja alcançar e à realidade do corpo discente, ou seja, ao</p><p>per�l dos alunos. Em aulas posteriores serão explicados esses oito métodos de</p><p>ensino.</p><p>Em suma, os objetivos desta aula foram discutir os conhecimentos essenciais</p><p>para o ensino de esportes, identi�car métodos e planos e�cazes para esse</p><p>ensino e analisar os períodos de desenvolvimento motor e cognitivo e sua</p><p>in�uência na prática esportiva. Através dessas discussões, entendemos que um</p><p>ensino e�caz dos esportes requer um conhecimento abrangente e adaptado às</p><p>diversas fases do desenvolvimento dos alunos.</p><p>Até a próxima aula!</p><p>24</p><p>03</p><p>O que Ensinar?</p><p>Caro aluno, agora que você já entende os aspectos essenciais a serem</p><p>considerados ao se pensar no Ensino dos Esportes, aprofundaremos neste</p><p>tema.</p><p>Nesta aula, nossos objetivos são:</p><p>11 Compreender a importância de ensinar esporte além das</p><p>habilidades técnicas.</p><p>22 Explorar as diversas dimensões do fenômeno esportivo na</p><p>sociedade contemporânea.</p><p>O que Ensinar?</p><p>Quando nos perguntamos sobre o que ensinar, estamos questionando os</p><p>conteúdos do ensino. Para tomar decisões sobre isso, é necessário realizar pelo</p><p>menos dois movimentos de análise:</p><p>1º Perguntar pelas características (natureza) do que vou ensinar.</p><p>2º Perguntar que conhecimento desse fenômeno será transformado em</p><p>tema de aula.</p><p>Quando falamos em ensinar esporte nas aulas de Educação Física,</p><p>normalmente, pensamos que se trata de ensinar a praticar diferentes esportes,</p><p>ou seja, ensinar aos alunos os gestos técnicos e as táticas das várias</p><p>modalidades. Isso está correto, mas é muito limitado, se considerarmos que a</p><p>Educação Física deve levar o aluno a “conhecer o esporte”. E “conhecer o</p><p>esporte” não é apenas saber praticar uma ou mais modalidades esportivas, da</p><p>mesma forma que um clube ou escolinha esportiva o faz.</p><p>26</p><p>Para começar a responder a essa pergunta, vamos colocar outra: o que é esse</p><p>fenômeno social chamado esporte? Se utilizarmos uma visão macrossocial,</p><p>podemos identi�car vários aspectos e características desse fenômeno:</p><p>É, certamente, um fenômeno muito presente nos meios de comunicação</p><p>de massa (TV, rádio, jornal, internet etc.) que mobiliza milhões de pessoas</p><p>em todo o mundo. Podemos dizer que milhões de pessoas se envolvem</p><p>diariamente com o esporte de alguma forma: praticando, assistindo ao</p><p>vivo ou na TV, consumindo notícias, algum produto ou subproduto</p><p>esportivo etc.</p><p>Os megaeventos esportivos, além de atrair a atenção de milhões ou</p><p>bilhões de pessoas ou mesmo em função dessa capacidade, também</p><p>atraem a atenção de governos (países, estados, municípios) e de grandes</p><p>empresas.</p><p>O próprio esporte con�gura-se, hoje, como um segmento importante das</p><p>economias nacionais, e não só o esporte espetáculo, mas também</p><p>fenômenos esportivos, por exemplo, as corridas de rua em torno das quais</p><p>se constituiu toda uma indústria de produtos e subprodutos esportivos,</p><p>incluindo aí o turismo.</p><p>Os resultados esportivos nas grandes competições internacionais</p><p>in�uenciam a construção da identidade de povos e nações e são</p><p>entendidos pelo imaginário social como indicadores do seu</p><p>desenvolvimento. Um exemplo é o fato de que o Brasil é conhecido</p><p>mundialmente como o país do futebol.</p><p>A esportividade tornou-se um valor importante de nossa sociedade, ou</p><p>seja, ser esportivo passa a fazer parte constitutiva das nossas identidades</p><p>como cidadãos e é valorizado, inclusive, no âmbito do mundo do trabalho</p><p>(ser esportivo é um indicador de uma pessoa dinâmica, empreendedora,</p><p>competitiva e que gosta de desa�os, características valorizadas pelo</p><p>mundo do trabalho).</p><p>Mas, então, o que mais seria?</p><p>27</p><p>O esporte está organizado internacionalmente. É um fenômeno global e</p><p>suas organizações internacionais são econômica e politicamente muito</p><p>poderosas. A Federação Internacional de Futebol (FIFA) possui mais países</p><p>�liados do que a Organização das Nações Unidas (ONU).</p><p>O envolvimento do indivíduo com o esporte desde a infância (diz-se que o</p><p>menino já nasce chutando bola!) faz com que ele participe da construção</p><p>identitária de muitas pessoas. Isso signi�ca não só que uma série de</p><p>valores sociais são incorporados a partir da prática do esporte, mas</p><p>também que as pessoas se identi�cam, por exemplo, como torcedores do</p><p>Flamengo, do Corinthians ou, então, como praticantes de ciclismo,</p><p>natação ou de outro esporte (é claro, as pessoas também se identi�cam a</p><p>partir da pro�ssão, como advogado, pedreiro, médico, agricultor, professor</p><p>etc. ou a partir da sua religião, como evangélico, protestante, católico etc.).</p><p>O esporte é um fenômeno que, muitas vezes, leva a um engajamento tão</p><p>apaixonado das pessoas que pode ser palco e motivo do exercício da</p><p>violência dentro e fora dos espaços propriamente esportivos (por exemplo,</p><p>torcidas organizadas que se enfrentam, os hooligans etc.).</p><p>Se olharmos agora mais para dentro do esporte, também podemos identi�car</p><p>vários aspectos e diversas características:</p><p>Ele é um tipo de prática corporal que vem sendo construída a partir, mais</p><p>ou menos, do século XVIII (originalmente na Inglaterra) e que</p><p>se</p><p>caracteriza por ser uma prática competitiva regrada, cujo resultado (que</p><p>determina a vitória ou a derrota) é de�nido objetivamente por</p><p>performances corporais.</p><p>O esporte convive com outras manifestações da nossa cultura corporal de</p><p>movimento, como as danças, as ginásticas, as lutas, os jogos populares,</p><p>embora, pela sua importância econômica e política, tenda a pressionar</p><p>essas outras manifestações para que elas se “esportivizem”, ou seja,</p><p>Isso é o esporte, mas, é claro, não é só isso!</p><p>28</p><p>assumam as características do esporte, como foi o caso, por exemplo, de</p><p>algumas ginásticas (Ginástica Artística e Ginástica Rítmica) ou de algumas</p><p>práticas corporais, como o surfe ou a capoeira.</p><p>Existe um número muito grande de modalidades esportivas. Umas de</p><p>alcance ou difusão mundial (como o futebol), outras que se apresentam</p><p>em apenas um ou em poucos países e, outras, ainda, que se</p><p>circunscrevem a apenas um país ou mesmo a uma região. O detalhe é</p><p>que existe uma grande dinâmica de criação, desenvolvimento de novas</p><p>modalidades esportivas, mas também o desaparecimento de outras.</p><p>Muitos esportes estão organizados internacionalmente com uma</p><p>capilaridade nacional, regional e local (Confederações, Federações e Ligas).</p><p>Existem diferentes formas de classi�car o esporte. Como já adiantado,</p><p>uma possibilidade é a classi�cação em pro�ssionais e amadores, mas, a</p><p>partir de outros critérios, podem surgir classi�cações como: esportes</p><p>coletivos e individuais; esportes de ambos os sexos e exclusivamente</p><p>masculinos ou femininos; esportes de competição e esportes de</p><p>participação; de alta performance e de lazer; esportes de quadra e de</p><p>campo etc.</p><p>Se considerarmos apenas os esportes coletivos, eles também podem ser</p><p>classi�cados, por exemplo, em esportes de invasão (handebol) e esportes</p><p>de rede divisória (voleibol).</p><p>@freepik</p><p>Muitos esportes são pro�ssionais</p><p>(isso indica que seus praticantes</p><p>são remunerados) e outros</p><p>amadores (seus praticantes não</p><p>são remunerados).</p><p>29</p><p>Podemos analisar as modalidades esportivas num plano ainda mais</p><p>particular (ou interno). Quanto às regras, distinguem-se as constitutivas</p><p>(que con�guram uma modalidade especí�ca: por exemplo, no futebol, a</p><p>bola não pode ser tocada com a mão e o braço, com exceção do goleiro; a</p><p>regra do impedimento etc.) e as regras regulativas (aquelas que norteiam</p><p>o comportamento dos jogadores).</p><p>Com relação às técnicas ou destrezas esportivas necessárias para sua</p><p>realização (chamadas de fundamentos técnicos): se tomarmos o futebol,</p><p>destacam-se o chute (que também possui várias formas), o drible, o passe</p><p>e o cabeceio. Se tomarmos o handebol, destacam-se o passe, o drible e o</p><p>arremesso. Quanto aos sistemas táticos, se tomarmos o basquetebol,</p><p>destacam-se os sistemas de defesa (por zona ou individual) e os de ataque</p><p>(com um ou dois pivots etc.).</p><p>Com referência às qualidades físicas exigidas para sua prática: se</p><p>tomarmos as provas da maratona e da corrida de 10 mil metros do</p><p>atletismo, destaca-se a chamada capacidade aeróbica. Se tomarmos o</p><p>voleibol, destaca-se a força de impulsão vertical, e assim por diante.</p><p>30</p><p>Nos itens mencionados, é possível identi�car pelo menos duas dimensões na</p><p>descrição do esporte, o que o pesquisador francês Parlebas (2001) denominou</p><p>de lógica interna e lógica externa. A lógica interna é de�nida como o sistema</p><p>de características próprias de uma situação motora e das consequências que</p><p>esta situação demanda para a realização de uma ação motora correspondente.</p><p>Trata-se de aspectos peculiares de uma modalidade que exige dos jogadores a</p><p>atuação de um jeito especí�co (desde o ponto de vista do movimento</p><p>realizado) durante sua prática. E a lógica externa, por sua vez, refere-se às</p><p>características e/ou signi�cados sociais que uma prática esportiva apresenta ou</p><p>adquire num determinado contexto histórico e cultural (Parlebas, 2001).</p><p>Para analisar o esporte a partir da lógica interna, é importante começar</p><p>fazendo as seguintes perguntas: que demandas ou exigências motoras as</p><p>regras de uma determinada modalidade impõem aos participantes? Há ou não</p><p>interferência direta do adversário durante a execução de uma ação? Há ou não</p><p>colaboração entre companheiros? Quais as funções dos participantes no</p><p>desenvolvimento do jogo?</p><p>CONECTE-SE</p><p>Uma reportagem no site do Ateneu Ceará aborda a relevância da</p><p>Educação Física na formação dos alunos, destacando que vai além de</p><p>um momento recreativo. A Educação Física na escola deve ser</p><p>integrada às diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC),</p><p>propondo atividades físicas e práticas esportivas que ajudem no</p><p>desenvolvimento motor, social e emocional das crianças desde a</p><p>educação infantil até o ensino fundamental. O texto enfatiza que o</p><p>esporte na escola deve promover a interação social, o</p><p>desenvolvimento da identidade e a expressão corporal .</p><p>31</p><p>https://go.eadstock.com.br/g4s</p><p>https://go.eadstock.com.br/g4s</p><p>Utilizando essa perspectiva de análise, podemos dizer que o futebol,</p><p>independentemente do lugar onde se joga, tem características que não</p><p>mudam. Por exemplo, ele é sempre um esporte coletivo (jogamos em equipes),</p><p>os jogadores de um time sempre podem se intrometer na jogada do adversário</p><p>para “roubar” a bola e avançar em direção ao gol. Essas características fazem</p><p>parte da lógica interna do esporte e permanecem estáveis,</p><p>independentemente de quem jogue e onde se jogue.</p><p>Mas algumas características mudam quando o futebol é praticado em outras</p><p>partes do mundo. Nos Estados Unidos da América (EUA), o futebol, que eles</p><p>chamam de soccer para diferenciar do futebol americano, é considerado um</p><p>esporte feminino e não é muito popular, bem diferente do que ocorre aqui, no</p><p>Brasil, onde a prática do futebol pelas mulheres é recente e foi até mesmo</p><p>proibida tempos atrás. Tais características pertencem à lógica externa do</p><p>esporte.</p><p>Ambas as formas de analisar o esporte são importantes, pois nos ajudam a</p><p>entender melhor as características do fenômeno que devemos ensinar nas</p><p>aulas de Educação Física. Consequentemente, também nos permitem escolher</p><p>de modo mais informado o que será ou não conteúdo de nossas aulas</p><p>(González, 2006a).</p><p>Em suma, ao explorarmos as várias facetas do esporte, tanto em suas</p><p>dimensões internas quanto externas, podemos não apenas enriquecer o</p><p>conteúdo das aulas de Educação Física, mas também proporcionar aos alunos</p><p>uma compreensão mais profunda de como o esporte in�uencia e é</p><p>in�uenciado pela cultura e pela sociedade. Essa abordagem não apenas</p><p>capacita os estudantes a desenvolverem habilidades físicas e técnicas, mas</p><p>também os prepara para entenderem o esporte como um fenômeno complexo</p><p>e signi�cativo em nosso mundo contemporâneo.</p><p>Nesta aula, abordamos a importância de entender o que ensinar nas aulas de</p><p>Educação Física, destacando a necessidade de considerar tanto a natureza dos</p><p>esportes quanto o conhecimento especí�co a ser transformado em conteúdo</p><p>de aula. Vai além de apenas ensinar habilidades técnicas e táticas, incentivando</p><p>Uma análise centrada na lógica externa demanda outro</p><p>tipo de pergunta: como o esporte se tornou um elemento</p><p>tão forte na cultura contemporânea? Por que alguns</p><p>esportes são considerados socialmente pertencentes ao</p><p>universo masculino e outros ao feminino? Por que uma</p><p>modalidade e não outra se torna a preferida num país?</p><p>32</p><p>uma compreensão ampla do fenômeno social do esporte. Discute o esporte</p><p>como um fenômeno presente na mídia, economia, identidade nacional e</p><p>cultural, e analisa suas características internas e externas. Essas análises ajudam</p><p>a de�nir os conteúdos das aulas e a oferecer uma compreensão mais profunda</p><p>do esporte aos alunos].</p><p>Agora que abordamos tais aspectos internos e externos dos esportes, estamos</p><p>prontos para falar sobre Didática no Esporte. E este será tema para nossa</p><p>próxima aula. Então, até lá!</p><p>33</p><p>04</p><p>Didática do Esporte</p><p>Olá, aluno, tudo bem?</p><p>Já vimos que o ensino de esportes em Educação Física vai além de ensinar</p><p>técnicas e táticas, incluindo a compreensão do esporte como um fenômeno</p><p>social</p><p>e cultural. Partimos agora para desbravar os assuntos relacionados à</p><p>didática do esporte.</p><p>Nesta aula, nossos objetivos são:</p><p>11 Compreender o papel da Didática na organização do</p><p>trabalho pedagógico.</p><p>22 Perceber a abrangência de aspectos que compõem a</p><p>disciplina Didática na orientação do trabalho do professor.</p><p>O que é Didática?</p><p>Vamos iniciar deixando claro que a Didática é uma disciplina que busca auxiliar</p><p>o professor na direção e orientação de suas tarefas docentes. Em última análise,</p><p>a Didática estuda o processo de ensino como um todo, buscando garantir uma</p><p>aprendizagem signi�cativa para o aluno.</p><p>Durante décadas, testemunhamos muitas transformações na Didática, desde</p><p>seus conceitos até sua forma de atuação. Para facilitar a compreensão,</p><p>consideramos aqui a oposição entre Didática instrumental e Didática crítica,</p><p>embora seja importante esclarecer que, na prática, as questões não são</p><p>dualistas e os dois elementos apresentados não podem ser vistos como</p><p>exclusivos.</p><p>35</p><p>Chamamos de Didática instrumental, segundo a visão de Freitas (1995), a</p><p>didática tradicional que enfatizava o método e a técnica de ensino e que era</p><p>distante do ambiente em que era aplicada. Outra característica marcante dessa</p><p>Didática é a crença no mito da neutralidade, que hoje não é mais aceita, uma</p><p>vez que todo ato educativo é intrinsecamente político, mesmo que o educador</p><p>não tenha essa consciência.</p><p>Embora a Didática instrumental tenha sido amplamente aceita, na década de</p><p>1970, a falta de acompanhamento dos estudos que apontam para sua</p><p>superação pode levar os educadores a praticá-la ainda. É nesse sentido que</p><p>queremos demonstrar as diferenças estabelecidas por uma concepção crítica</p><p>da didática.</p><p>Desde a década de 1980, quando a Didática buscava rever seus aspectos</p><p>tradicionais, a Educação estava lidando com posicionamentos críticos</p><p>in�uenciados por autores como Saviani (1983, 1991), que apresenta a pedagogia</p><p>histórico-crítica e o tratamento do saber objetivo.</p><p>Por "saber objetivo", entendemos o conhecimento produzido historicamente</p><p>pela humanidade, que inclui, entre outros, o conhecimento cientí�co.</p><p>A Pedagogia Histórico-crítica, em relação à educação escolar, propõe tarefas</p><p>que podem ser resumidas em:</p><p>Identi�cação das formas mais desenvolvidas em que se expressa o saber</p><p>objetivo produzido historicamente, reconhecendo as condições de sua</p><p>produção e compreendendo suas principais manifestações, bem como</p><p>suas tendências atuais de transformação;</p><p>Conversão do saber objetivo em saber escolar, tornando-o assimilável</p><p>pelos alunos no espaço e no tempo escolares;</p><p>Provisão dos meios necessários para que os alunos não apenas assimilem</p><p>o saber objetivo como resultado, mas aprendam o processo de sua</p><p>produção e as tendências de sua transformação (Saviani, 1991).</p><p>Antes de qualquer coisa, é importante entender o</p><p>signi�cado da palavra crítica. Alguns dicionários a de�nem</p><p>como "capacidade de julgar", que é mais ou menos o que</p><p>pretendemos. Ou seja, o posicionamento crítico está</p><p>ligado a uma re�exão que signi�ca retomar o próprio</p><p>pensamento, voltar-se para si mesmo e questionar o que</p><p>já se conhece, conforme visão de Aranha e Martins (1986).</p><p>36</p><p>A ideia de transformação está presente e isso se deve a uma importante</p><p>característica do posicionamento crítico, que favorece a superação de uma</p><p>determinada situação em um nível superior.</p><p>A oposição entre o Tradicional e o Crítico pode ser observada em qualquer</p><p>aspecto de nossas vidas, pois envolve uma visão de mundo e sociedade. Nesse</p><p>sentido, essa dualidade pode ser percebida na educação, desde a estrutura da</p><p>escola até a postura individual de cada professor. Para clari�car,</p><p>representaremos algumas delas no quadro a seguir, reforçando a ideia de que</p><p>os dois elementos apresentados não podem ser vistos como exclusivos.</p><p>TRADICIONAL</p><p>Não considera os con�itos da sociedade de classe</p><p>Aluno como objeto da educação</p><p>Prevê a assimilação passiva do aluno</p><p>Percebe o conhecimento como de�nitivo</p><p>Admite que a aprendizagem se dá por etapas</p><p>CRÍTICO</p><p>Concebe a sociedade dividida em classes antagônicas</p><p>Aluno como sujeito da sua própria educação</p><p>Considera a participação como condição de aprendizagem</p><p>Percebe o conhecimento como sendo provisório</p><p>Concebe a ideia do salto qualitativo no processo de aprendizagem</p><p>Valoriza o processo de ensino e não o produto �nal</p><p>37</p><p>Didática do Esporte</p><p>Agora que você compreendeu melhor a oposição entre o Tradicional e o Crítico,</p><p>é importante trazer essa discussão para o âmbito da didática do esporte.</p><p>Falamos a respeito do "saber objetivo" e procuramos de�ni-lo como o</p><p>conhecimento produzido historicamente pela humanidade. No nosso caso, o</p><p>que seria esse saber objetivo?</p><p>No âmbito da Educação Física, o esporte pode ser considerado como saber</p><p>objetivo ou conhecimento produzido historicamente. No sentido de buscar</p><p>uma re�exão crítica no ensino do esporte, vamos considerar as tarefas da</p><p>pedagogia histórico-crítica expressadas anteriormente:</p><p>11 Identi�car as formas com que os esportes se expressam,</p><p>produzidos historicamente.</p><p>22</p><p>Reconhecer as condições de produção de cada esporte e</p><p>compreender suas principais manifestações e tendências</p><p>de transformação.</p><p>33</p><p>Converter cada esporte em saber escolar e torná-lo</p><p>possível de ser assimilado pelos alunos no espaço e no</p><p>tempo da escola.</p><p>38</p><p>44</p><p>Favorecer que os alunos aprendam não apenas os</p><p>esportes "prontos e acabados", mas compreendam o</p><p>processo de produção e as tendências de sua produção.</p><p>PARA GABARITAR</p><p>A Didática auxilia o professor na orientação de suas tarefas docentes,</p><p>estudando o processo de ensino para garantir uma aprendizagem</p><p>signi�cativa. Evoluiu de uma abordagem instrumental, que focava</p><p>em métodos e técnicas de ensino, para uma perspectiva crítica, que</p><p>re�ete sobre o conhecimento e sua produção histórica. Na educação</p><p>física, o esporte é um saber objetivo que precisa ser transformado em</p><p>conteúdo escolar, permitindo que os alunos compreendam tanto sua</p><p>prática quanto seu contexto histórico e cultural. Assim, a Didática</p><p>aprimora a prática docente, tornando o ensino mais holístico e</p><p>enriquecedor.</p><p>Didática do Esporte: Qualidades</p><p>e Competências</p><p>O papel reconhecido da Didática é o de oferecer instrumentos para que o</p><p>professor possa realizar, de forma positiva, a organização do seu trabalho</p><p>pedagógico. Entretanto, não basta falar sobre os vários tipos de planejamento e</p><p>39</p><p>dos elementos que o compõem; é necessário oferecer uma sólida preparação</p><p>pro�ssional diante das exigências colocadas pelo trabalho docente.</p><p>Há mais de uma década, Luckesi (1990), ao discorrer sobre os sujeitos da práxis</p><p>pedagógica (professor e aluno), a�rmava que, para exercer seu papel, o</p><p>professor deveria possuir qualidades, como compreensão da realidade com a</p><p>qual trabalha, comprometimento político e competência técnico-pro�ssional.</p><p>Essas qualidades são hoje chamadas de competências, que, na visão de</p><p>Perrenoud (2000), são de�nidas como a capacidade de mobilizar diversos</p><p>recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situação, embora o próprio autor</p><p>considere que tal conceito mereça longas discussões.</p><p>Na obra citada, Perrenoud argumenta sobre nove domínios de competências</p><p>prioritárias na formação continuada de professores do ensino fundamental,</p><p>entre os quais se encontra o professor de Educação Física. São eles:</p><p>Portanto, não podemos compreender a avaliação do trabalho pedagógico e</p><p>didático do professor, para além da con�uência de variadas dimensões e ações.</p><p>Ao compreender o papel da Didática na organização do trabalho pedagógico e</p><p>perceber a abrangência dos aspectos que compõem essa disciplina, podemos</p><p>aprimorar signi�cativamente a prática docente em Educação Física.</p><p>Incorporando uma análise aprofundada tanto da lógica interna quanto externa</p><p>dos esportes, os professores conseguem planejar aulas mais e�cazes e</p><p>�. Organizar e dirigir situações de aprendizagem;</p><p>�. Administrar a progressão das aprendizagens;</p><p>�. Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação;</p><p>�. Envolver os alunos em</p><p>sua aprendizagem e em seu trabalho;</p><p>�. Trabalhar em equipe;</p><p>�. Participar da administração da escola;</p><p>�. Informar e envolver os pais;</p><p>�. Utilizar novas tecnologias;</p><p>�. Enfrentar os deveres e desa�os do trabalho de homem e mulher</p><p>na escola.</p><p>40</p><p>signi�cativas, que não apenas desenvolvem habilidades físicas e técnicas dos</p><p>alunos, mas também promovem uma compreensão mais ampla do esporte</p><p>como um fenômeno cultural e social.</p><p>Assim, a Didática se revela fundamental na orientação do trabalho do professor,</p><p>garantindo um ensino mais holístico e enriquecedor.</p><p>Obrigado pela companhia e até a próxima aula!</p><p>41</p><p>05</p><p>Tipos de Esportes</p><p>Olá, aluno, tudo bem?</p><p>Dando sequência à nossa disciplina de Metodologia do Ensino do Esporte,</p><p>começaremos a abordar os tipos de esportes e suas características especí�cas.</p><p>Nesta aula, nossos objetivos são:</p><p>11 Identi�car os tipos de esportes com e sem interação entre</p><p>adversários.</p><p>22 Diferenciar os tipos de esportes dentro de cada um desses</p><p>conjuntos.</p><p>Lógica Interna dos Esportes</p><p>O entendimento da lógica interna dos esportes é essencial para que os</p><p>professores possam interpretar as características das diferentes modalidades</p><p>esportivas com base nos desa�os motores especí�cos enfrentados pelos</p><p>participantes.</p><p>Para essa análise, são utilizadas diversas propostas de classi�cação das</p><p>modalidades esportivas, algumas das quais amplamente reconhecidas e</p><p>adotadas por pesquisadores da área (Parlebas, 1988; Riera, 1989; Hernández,</p><p>1994, 1995, 2000; Ritzdorf, 2000; González, 2004, 2006b).</p><p>43</p><p>Relações de Colaboração</p><p>As modalidades esportivas são comumente categorizadas em dois grupos</p><p>principais: esportes coletivos e esportes individuais. Nos esportes coletivos,</p><p>como futsal e vôlei, o desempenho dos participantes durante uma partida ou</p><p>prova depende signi�cativamente da colaboração entre todos os membros da</p><p>equipe.</p><p>Mesmo que um indivíduo se destaque, ele não consegue alcançar sucesso sem</p><p>a ajuda dos companheiros. Por outro lado, nos esportes individuais, como judô</p><p>e taekwondo, o atleta compete de forma independente, sem depender</p><p>diretamente da colaboração de outros para alcançar seus objetivos.</p><p>É importante ressaltar que existem modalidades que</p><p>apresentam tanto provas coletivas quanto individuais. Por</p><p>exemplo, no atletismo, temos as corridas de revezamento</p><p>(coletivas) e os 800 metros rasos (individual). No tênis, há</p><p>as modalidades de simples (individual) e duplas (coletiva).</p><p>No remo, a maioria das provas é realizada em equipe</p><p>(duplas, quartetos), com exceção de modalidades</p><p>individuais como o single skiff.</p><p>Relações de Oposição</p><p>Outro aspecto crucial na análise das modalidades esportivas é a forma como os</p><p>adversários interagem entre si durante uma competição, conhecido como</p><p>relações de oposição. O cerne do esporte reside na existência de adversários,</p><p>pois é através da disputa com outros competidores que se torna possível</p><p>comparar desempenhos e determinar vencedores.</p><p>Existem duas categorias principais de relações de oposição:</p><p>44</p><p>Esportes com interação entre adversários: Nestas modalidades, como</p><p>futsal, vôlei, tênis (simples e duplas), judô e taekwondo, os adversários</p><p>podem interferir diretamente uns nos outros durante a competição. Isso</p><p>requer dos competidores a habilidade de adaptar suas estratégias tanto</p><p>para atacar quanto para defender com base nas ações dos oponentes.</p><p>Esportes sem interação entre adversários: Em contrapartida, há</p><p>modalidades nas quais não é permitida qualquer interferência na</p><p>movimentação dos adversários, como ginástica rítmica por equipe, nado</p><p>sincronizado e remo. Nestes esportes, cada participante realiza sua</p><p>performance sem que o desempenho dos outros afete diretamente o seu</p><p>próprio desempenho.</p><p>Tipos de Esportes</p><p>Agora que você já sabe identi�car os esportes com e sem interação, vamos</p><p>avançar um pouco mais. Iremos aprender a diferenciar os tipos de esporte</p><p>dentro de cada um desses dois conjuntos. Para dar conta dessa tarefa, você vai</p><p>precisar entender, no caso dos esportes sem interação, o que está sendo</p><p>avaliado quando atletas ou equipes adversárias se enfrentam numa prova. Por</p><p>exemplo, em uma prova em que se compara o salto entre os participantes, uma</p><p>pergunta que deveríamos fazer é: quando um competidor ganha: quando salta</p><p>mais longe ou quando salta com mais “estilo”?</p><p>Já no caso dos esportes com interação, para poder diferenciar um tipo do outro,</p><p>você vai precisar se ligar naquilo que um único atleta (nos esportes individuais)</p><p>ou um atleta juntamente com seus companheiros de equipe (nos esportes</p><p>coletivos) precisam fazer para conseguir superar os adversários. Por exemplo,</p><p>tem que pôr a bola na meta adversária (gol ou cesta) ou percorrer o maior</p><p>número de bases?</p><p>Assim, quando prestamos atenção às características que permitem a</p><p>comparação entre adversários numa prova ou partida, podemos agrupar os</p><p>esportes em sete tipos diferentes (três dentro do conjunto sem interação e</p><p>quatro dentro do conjunto com interação).</p><p>45</p><p>CONECTE-SE</p><p>Esta reportagem oferece uma visão abrangente sobre os Jogos</p><p>Olímpicos de Tóquio, incluindo informações históricas, detalhes sobre</p><p>as modalidades esportivas presentes nos jogos, curiosidades sobre os</p><p>atletas e as sedes dos eventos. Ela também discute os desa�os e</p><p>impactos dos Jogos Olímpicos na sociedade e no mundo esportivo,</p><p>além de destacar momentos marcantes e recordes alcançados</p><p>durante as competições.</p><p>Tipos de Esportes Dentro do</p><p>Conjunto sem Interação Entre</p><p>Adversários</p><p>Neste conjunto de esportes, dá para identi�car três tipos de modalidades</p><p>quando prestamos atenção ao “aspecto do movimento” que se compara para</p><p>ver quem ganhou uma prova. Vamos tomar, como exemplo, o “salto em</p><p>distância” no atletismo e o “salto sobre a mesa” na ginástica artística. Tanto</p><p>numa quanto noutra modalidade, o desempenho no salto é o que de�ne o</p><p>ganhador, mas o aspecto do movimento avaliado em cada uma das provas é</p><p>bem diferente.</p><p>46</p><p>https://go.eadstock.com.br/g6F</p><p>https://go.eadstock.com.br/g6F</p><p>Na prova do salto em distância do atletismo se compara quem saltou mais</p><p>longe (marca alcançada), enquanto no “salto sobre a mesa” na ginástica</p><p>artística se avalia o estilo do salto (grau de di�culdade das acrobacias e beleza</p><p>do movimento). Ambas pertencem ao conjunto dos esportes sem interação,</p><p>pois os adversários não podem interferir na ação uns dos outros, mas não são</p><p>do mesmo tipo, porque avaliam aspectos diferentes do movimento de saltar.</p><p>Quando levamos em conta o aspecto do movimento a ser avaliado, podemos</p><p>classi�car os esportes sem interação em três tipos:</p><p>Esportes de marca – aqueles baseados na comparação dos registros dos</p><p>índices alcançados em segundos, metros ou quilos. Exemplos: todas as</p><p>provas do atletismo, como também patinação de velocidade, remo,</p><p>ciclismo, levantamento de peso etc.</p><p>Esportes técnico-combinatórios – aqueles em que a comparação do</p><p>desempenho está centrada na beleza plástica (dimensão estética) e no</p><p>grau de di�culdade (dimensão acrobática) do movimento, sempre</p><p>respeitando certos padrões, códigos ou critérios estabelecidos nas regras.</p><p>Exemplos: todas as modalidades de ginástica: acrobática, aeróbica</p><p>esportiva, artística, rítmica, de trampolim; bem como as provas da</p><p>patinação artística, nado sincronizado, saltos ornamentais.</p><p>Esportes de precisão – aqueles cujo objetivo principal é</p><p>arremessar/bater/lançar um objeto (bocha, bola, bolão, �echa, projétil)</p><p>procurando acertar um alvo especí�co �xo ou em movimento. Exemplos:</p><p>bocha, croquet, curling, golfe, sinuca, tiro com arco, tiro esportivo etc.</p><p>Tipos de Esportes Dentro do</p><p>Conjunto com Interação Entre</p><p>Adversários</p><p>Para os esportes com interação, o critério de classi�cação está vinculado aos</p><p>princípios táticos da ação, ou seja, está baseado naquilo que um único atleta</p><p>(esportes individuais) ou um atleta, juntamente com seus companheiros de</p><p>equipe (esportes coletivos), devem fazer para atingir a meta estabelecida. Para</p><p>47</p><p>se dar bem em modalidades deste tipo, não basta só saber chutar a gol, jogar a</p><p>bola para o outro lado da quadra, correr de uma base à outra ou aplicar um</p><p>golpe.</p><p>Quando levamos em consideração esse critério, é possível perceber que</p><p>existem traços comuns na forma de atacar e defender em modalidades que</p><p>parecem ser bem diferentes umas das outras. O polo aquático e o futebol, por</p><p>exemplo, têm o mesmo princípio de organização tática, apesar de o primeiro</p><p>ser praticado dentro de uma piscina e o segundo num campo gramado. Tanto</p><p>num quanto noutro a defesa de uma equipe só funciona quando todos os</p><p>jogadores adversários estiverem marcados e quando, ao mesmo tempo, cada</p><p>defensor estiver de costas para o seu próprio gol e de frente para o jogador</p><p>marcado, tentando lhe tirar o espaço para o arremesso ou o chute a gol. Nesses</p><p>esportes é preciso estar o tempo todo com um olho na bola e o outro no</p><p>adversário.</p><p>Então, de acordo com os “princípios táticos” do jogo, o conjunto de esportes</p><p>com interação pode ser subdividido, pelo menos, em quatro tipos:</p><p>Esportes de combate – caracterizados como disputas nas quais uns</p><p>tentam vencer os outros por meio de toques, desequilíbrios, imobilização,</p><p>exclusão de um determinado espaço e, dependendo da modalidade, por</p><p>contusões, combinando ações de ataque e defesa (por exemplo: boxe,</p><p>esgrima, jiu-jítsu, judô, karatê, luta, sumô, taekwondo etc.).</p><p>Esportes de campo e taco – são aquelas modalidades que têm como</p><p>objetivo rebater a bola o mais longe possível para tentar percorrer o maior</p><p>número de vezes as bases (ou a maior distância entre as bases) e, assim,</p><p>somar pontos.</p><p>Esportes com rede divisória ou parede de rebote – são aquelas</p><p>modalidades nas quais se arremessa, lança ou se bate na bola ou peteca</p><p>É claro que essas ações são fundamentais para fazer um</p><p>gol numa partida de futebol ou marcar pontos no tênis,</p><p>beisebol ou judô, mas é preciso se dar conta de que, nos</p><p>esportes com interação, os adversários estarão, ao mesmo</p><p>tempo, tentando fazer a mesma coisa. É por isso que a</p><p>maior preocupação de um atleta e da equipe durante</p><p>uma partida ou prova nessas modalidades é</p><p>escolher/decidir em cada lance um jeito de agir (uma</p><p>tática) que esteja sempre “ligado” às ações de ataque e</p><p>defesa do adversário.</p><p>48</p><p>em direção à quadra adversária (sobre a rede ou contra uma parede) de tal</p><p>forma que o rival não consiga devolvê-la, ou a devolva fora de nosso</p><p>campo ou pelo menos tenha di�culdades para devolvê-la.</p><p>Esportes de invasão – são aquelas modalidades em que as equipes</p><p>tentam ocupar o setor da quadra/campo defendido pelo adversário para</p><p>marcar pontos (gol, cesta, touchdown), ao mesmo tempo em que têm que</p><p>proteger a própria meta.</p><p>Esses princípios também ajudam a perceber que os esportes jogados com a</p><p>mão ou com o pé, como é o caso do basquetebol e do futsal, são mais</p><p>parecidos do que poderíamos supor, antes da observação dos princípios táticos</p><p>do jogo (comportamento tático individual, grupal e coletivo). Ou, ainda, que os</p><p>esportes que utilizam instrumentos para bater na bola, como o golfe, o</p><p>críquete, o hóquei na grama e o tênis, são mais parecidos entre si do que se</p><p>imagina a princípio, mesmo tendo-se em conta o ambiente onde se pratica</p><p>cada um deles.</p><p>Os esportes são divididos em dois conjuntos principais: com e sem interação</p><p>entre adversários. Os primeiros incluem modalidades, como futsal e vôlei, em</p><p>que a colaboração é crucial, enquanto os últimos, como ginástica rítmica e</p><p>nado sincronizado, focam na execução individual sem interferência direta dos</p><p>oponentes. Essa categorização permite aos professores compreender melhor</p><p>as dinâmicas de cada modalidade e adaptar seus métodos de ensino de</p><p>acordo.</p><p>PARA GABARITAR</p><p>Os princípios de classi�cação permitem observar que, do ponto de</p><p>vista do desempenho comparado, determinados esportes aquáticos</p><p>e terrestres (como o exemplo já citado do nado sincronizado e da</p><p>ginástica artística por equipes) estão pautados por uma mesma</p><p>lógica de funcionamento, ainda que sejam praticados em ambientes</p><p>bem diferentes.</p><p>49</p><p>Figura 1 - Mapa conceitual sobre os tipos de esportes</p><p>Fonte: Acervo pessoal</p><p>Esses princípios também ajudam a perceber que os esportes jogados com a</p><p>mão ou com o pé, como é o caso do basquetebol e do futsal, são mais</p><p>parecidos do que poderíamos supor, antes da observação dos princípios táticos</p><p>do jogo (comportamento tático individual, grupal e coletivo). Ou, ainda, que os</p><p>esportes que utilizam instrumentos para bater na bola, como o golfe, o</p><p>críquete, o hóquei na grama e o tênis, são mais parecidos entre si do que se</p><p>imagina a princípio, mesmo tendo-se em conta o ambiente onde se pratica</p><p>cada um deles.</p><p>Os esportes são divididos em dois conjuntos principais: com e sem interação</p><p>entre adversários. Os primeiros incluem modalidades, como futsal e vôlei, em</p><p>que a colaboração é crucial, enquanto os últimos, como ginástica rítmica e</p><p>nado sincronizado, focam na execução individual sem interferência direta dos</p><p>oponentes. Essa categorização permite aos professores compreender melhor</p><p>as dinâmicas de cada modalidade e adaptar seus métodos de ensino de</p><p>acordo.</p><p>50</p><p>06</p><p>Regulação da Ação</p><p>Motora e Práticas</p><p>Esportivas</p><p>Olá!</p><p>Agora que você já conhece os tipos de esportes e sabe classi�cá-los, de acordo</p><p>com suas características internas e externas, partiremos para a identi�cação</p><p>das ações motoras a serem desenvolvidas.</p><p>Nesta aula, nossos objetivos são:</p><p>11 Explorar os processos de regulação da ação motora</p><p>durante práticas esportivas.</p><p>22 Analisar os modelos teóricos que explicam o</p><p>processamento da informação no comportamento motor.</p><p>Regulação da Ação Motora</p><p>Um observador desatento pode deixar de perceber que a realização de uma</p><p>prática corporal envolve um processo complexo de regulação quando um</p><p>sujeito realiza um movimento dentro de um determinado contexto, o qual lhe</p><p>dá sentido. O aspecto motor de uma ação, isto é, a parte visível da ação</p><p>corporal, é o resultado dos processos �siológicos e psíquicos da percepção e do</p><p>pensamento, ao mesmo tempo em que é o resultado das condições internas</p><p>da personalidade (Mahlo, 1981).</p><p>Em outras palavras, não existe movimento humano que seja originado só por</p><p>ossos e músculos, isso signi�ca que sempre que estamos em frente a uma ação</p><p>esportiva, estamos assistindo à expressão de um sujeito que move.</p><p>Na intenção de explicar os processos que participam na regulação das ações,</p><p>alguns autores têm desenvolvido modelos explicativos. Assim, podemos</p><p>a�rmar que são diversas as teorias que se propõem a explicar os processos de</p><p>52</p><p>programação, execução e controle da ação motora, denominados, no campo</p><p>do estudo do comportamento motor, de processamento da informação.</p><p>Nas diferentes abordagens teóricas sobre o processamento da informação ou a</p><p>programação, execução e controle motor, é comum falar-se de mecanismos</p><p>para explicar que existe um conjunto de elementos envolvidos no tratamento</p><p>das informações sobre a ação (Ruiz, 1994).</p><p>Esses mecanismos seriam os encarregados de um conjunto de funções que</p><p>tem a responsabilidade de captar e interpretar a informação recebida</p><p>(procurada), antecipar as ações próprias e trajetórias futuras dos objetos e as</p><p>intenções das pessoas (companheiros e adversários) que integram o cenário da</p><p>atividade, programar a ação, efetuar ou agir sobre o ambiente e retroalimentar-</p><p>se com os estímulos (proprioceptivos) e informações originadas das próprias</p><p>respostas.</p><p>Nessa linha, mecanismo pode ser conceituado como uma estrutura, ou local,</p><p>real ou hipotético, que parece estar ativo no sujeito, de maneira sequencial ou</p><p>paralela, para o tratamento das informações que permitam a realização de uma</p><p>ação motriz (Ruiz, 1994). Isso signi�ca que existiria um espaço no Sistema</p><p>Nervoso Central, no qual aconteceria a transformação da informação que</p><p>permite ao sujeito interagir de forma ativa com o ambiente.</p><p>Genericamente, as propostas teóricas que tratam desse tema descrevem, no</p><p>mínimo, três mecanismos. Cada um deles apresenta funções particulares no</p><p>tratamento da informação e pode ser denominado de, como originalmente</p><p>propõe o processamento</p><p>de informação, mecanismo perceptivo, mecanismo</p><p>de tomada de decisão e mecanismo de execução (Figura 1).</p><p>Figura 1 - Mapa conceitual sobre o processamento da informação</p><p>Fonte: Acervo pessoal.</p><p>53</p><p>CONECTE-SE</p><p>A reportagem a seguir destaca que a inclusão de diversas práticas</p><p>esportivas no currículo escolar é essencial para o desenvolvimento</p><p>integral de crianças e jovens. Segundo uma pesquisa realizada pelo</p><p>Itaú Social, em parceria com a Universidade de Cambridge,</p><p>atividades esportivas variadas não apenas promovem a saúde física,</p><p>como também melhoram a coordenação motora e habilidades</p><p>socioemocionais, como trabalho em equipe e resolução de con�itos.</p><p>Além disso, a introdução de novos esportes nas escolas pode motivar</p><p>os alunos a se envolverem mais, ajudando-os a encontrar atividades</p><p>que melhor se adequem aos seus interesses e habilidades.</p><p>Mecanismo Perceptivo</p><p>O início de qualquer ação motora está precedido da recepção/busca e análise</p><p>da informação ambiental e proprioceptiva que a rodeia. O mecanismo</p><p>perceptivo, também denominado sensoperceptivo, é o responsável em</p><p>organizar, classi�car e passar ao mecanismo de decisão, uma série de respostas</p><p>perceptuais (Marteniuk, 1976). A função da percepção está em �ltrar as</p><p>informações que chegam ao indivíduo e decodi�cá-las, de tal forma que se</p><p>possa reconhecer a natureza e a composição do meio ambiente (Greco, 1998).</p><p>54</p><p>https://go.eadstock.com.br/g6G</p><p>https://go.eadstock.com.br/g6G</p><p>Da mesma maneira, parte da informação tratada no mecanismo perceptual</p><p>não é somente usada para tomar decisões com respeito à condução imediata</p><p>da ação, mas também é utilizada para armazená-la na memória, com o objetivo</p><p>de utilizar na predição de situações posteriores.</p><p>Classicamente, divide-se a percepção em externa e interna. A percepção</p><p>externa consiste na recepção e busca dos elementos relevantes do ambiente</p><p>em relação ao objetivo, por parte dos sentidos ou analisadores externos,</p><p>principalmente a visão e, em menor grau, a audição e sensação táctil. Sua</p><p>responsabilidade consiste em perceber o espaço, a forma, o tamanho, a</p><p>distância e a direção das ações, como também a percepção do movimento dos</p><p>objetos e as pessoas.</p><p>A percepção interna abrange a recepção da informação</p><p>do próprio corpo, principalmente pelos analisadores</p><p>cinestésicos e vestibulares (analisador estático-dinâmico).</p><p>Consiste em perceber a posição do corpo e as relações</p><p>entre suas porções e, também, captar tanto a tensão</p><p>muscular quanto o estiramento. O conteúdo da</p><p>informação nesse processo não se limita à comunicação</p><p>do movimento “de dentro”, mas abrange a informação</p><p>transmitida, que também pode se estender ao meio</p><p>ambiente, aos companheiros ou adversários e,</p><p>especialmente, à resistência que eles exercem contra os</p><p>movimentos (Meinel e Schnabel, 1988).</p><p>Mecanismo de Tomada de</p><p>Decisão</p><p>Esta estrutura cognitiva, interveniente no processamento de informação, tem a</p><p>tarefa de escolher o que fazer em função dos objetivos da ação e das</p><p>alternativas disponíveis, selecionando um plano apropriado que atenda às</p><p>necessidades especí�cas da situação. Isso signi�ca que a ação de um jogador</p><p>55</p><p>não deve ser entendida como um aspecto determinado externamente e, sim,</p><p>como produto de uma forma de compreender a situação e a forma como ela é</p><p>resolvida pelo sujeito, com base em seu conhecimento e experiência.</p><p>O denominado plano de ação nada mais é do que a predição de uma alteração</p><p>nas condições ambientais, projetadas por meio de decisões conscientes sobre</p><p>as ações motoras mais convenientes para conseguir o objetivo proposto.</p><p>A intervenção do mecanismo de tomada de decisão, entretanto, é</p><p>marcadamente diferente quando se consideram esportes com e sem interação</p><p>entre adversários. Nos esportes em que o adversário não pode interferir na</p><p>ação, as decisões são tomadas antes de se iniciar a prova. Por exemplo, na</p><p>ginástica rítmica, as atletas não vão mudar a coreogra�a durante a execução da</p><p>prova. Contrariamente, elas tentarão seguir da forma mais precisa possível o</p><p>que foi praticado durante os treinos.</p><p>Muito diferente é com esportes nos quais a interferência do adversário faz parte</p><p>da sua lógica interna. Nesse caso, nenhuma decisão sobre como comportar-se</p><p>em frente à ação do adversário pode ser tomada antes de a situação se colocar</p><p>para o jogador. Cada um dos participantes deve decidir na hora o que é mais</p><p>conveniente ser feito.</p><p>Precisamente essa classi�cação é que ajuda a compreender o que são esportes</p><p>com interação direta entre adversários, que comprometem ou solicitam</p><p>particularmente o mecanismo de tomada de decisão e, por consequência, o</p><p>maior número de elementos cognitivos. Como a�rma Greco (1998), nos</p><p>esportes com interação entre adversários, a regulação psíquica é um dos</p><p>componentes de maior relevância no resultado da ação.</p><p>Assim, é preciso lembrar que, nos esportes com interação entre adversários, é</p><p>sempre exigida dos sujeitos uma análise situacional, e isso demanda uma série</p><p>de operações mentais de comparação e reconhecimento da situação, sobre as</p><p>quais os jogadores vão paralelamente elaborando expectativas e comparando-</p><p>as com a memória, para facilitar sua orientação na ação, sua percepção e sua</p><p>tomada de decisão. Essa análise situacional envolve, sem dúvida, complexas</p><p>operações cognitivas que devem ser levadas em conta quando se pensa o</p><p>ensino dessas modalidades.</p><p>56</p><p>Mecanismo de Execução</p><p>Corresponde ao mecanismo de execução levar adiante a tarefa projetada,</p><p>conforme os objetivos da ação e a informação ambiental recebida pelo sujeito;</p><p>dele dependem os atos de movimento para alcançar o propósito estabelecido</p><p>para a tarefa motora.</p><p>Esse mecanismo encontra-se relacionado com dois aspectos que o afetam</p><p>diretamente: Por um lado, com a coordenação , de�nida como a</p><p>harmonização de todos os processos parciais do ato motor, com vistas ao</p><p>objetivo que deve ser alcançado através do movimento (Meinel e Schnabel,</p><p>1988); e, por outro, com as capacidades mistas (coordenativas-condicionais),</p><p>como a velocidade e a �exibilidade dinâmica; e as capacidades condicionais,</p><p>como a força e a resistência.</p><p>Sobre o primeiro aspecto (coordenação), �ca claro que quanto maior for o grau</p><p>de di�culdade de uma tarefa, mais complexa resultará a sua execução. As</p><p>variáveis que de�nem esse grau de di�culdade, no que se refere à coordenação,</p><p>são:</p><p>�. o número de grupos musculares implicados;</p><p>�. a estrutura do movimento;</p><p>�. a velocidade de execução requerida;</p><p>�. a precisão requerida na execução.</p><p>Com relação ao segundo aspecto (capacidades mistas) a execução é regulada</p><p>pela exigência orgânica que a tarefa demanda. É mais complicada quando os</p><p>esforços demandados são mais próximos do máximo das capacidades físicas</p><p>demandadas pela ação.</p><p>Em suma, com base na análise dos mecanismos de processamento da</p><p>informação em relação aos esportes, aqueles nos quais não há interação direta</p><p>entre adversários se caracterizam por demandar essencialmente o mecanismo</p><p>de execução, quando sua lógica interna passa basicamente pela reprodução do</p><p>movimento e não pela adaptação da ação corporal diante da atuação dos</p><p>adversários.</p><p>57</p><p>Nesses esportes, o nível perceptivo é muito baixo e a informação a atender é</p><p>pouca; o nível decisório também é baixo. A resposta motora a executar deve ser</p><p>única (mais ou menos complexa) e, em alguns casos, não existe exigência de</p><p>tempo para executá-la, ou se executa ante um estímulo concreto e conhecido.</p><p>Isso supõe que a execução é o principal objetivo a alcançar.</p><p>Já os esportes individuais e coletivos com interação entre adversários, pelas</p><p>características próprias da atividade, têm a maior demanda sobre o mecanismo</p><p>de tomada de decisão, já que exigem que os participantes antecipem as ações</p><p>dos adversários e dos colegas se a modalidade for coletiva, para organizar suas</p><p>próprias ações orientadas a alcançar os objetivos da ação. Os esportes com</p><p>interação entre adversários apresentam sua singularidade precisamente no</p><p>processo de tomada de decisão que precede os aspectos de</p>

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