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Larissa Costa – 4° semestre – FTC 1 – BETALACTÂMICOS CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS ANTIMICROBIANOS → Inibidores da síntese proteica → Inibidores da síntese da parede celular (antimicrobianos betalactâmicos) o Agindo na parede interna o Agindo na parede externa → Inibidores do metabolismo → Inibidores dos ácidos nucléicos RESISTÊNCIA BACTERIANA → Os antimicrobianos devem ser capazes de: o Alcançar os alvos moleculares, que são primariamente intracelulares. Para isso, o antimicrobiano, em quantidades suficientes, precisa ultrapassar a membrana celular bacteriana. o Interagir com uma molécula-alvo de modo a desencadear a morte da bactéria. o Evitar a ação das bombas de efluxo que jogam antimicrobianos para fora da célula bacteriana. o Evitar a inativação por enzimas capazes de modficar o fármaco no ambiente extracelular ou no interior da célula bacteriana. → Com frequência bactérias utilizam mais de uma estratégia para evitar a ação dos antimicrobianos, assim, a ação conjunta de múltiplos mecanismos pode produzir um acentuado aumento da resistência aos antimicrobianos. → A resistência a determinado antimicrobiano pode constituir uma propriedade intrínseca de uma espécie bacteriana ou uma capacidade adquirida. → Para adquirir resistência, a bactéria deve alterar seu DNA, material genético, que ocorre de duas formas: o Indução de mutação no DNA nativo o Introdução de um DNA estranho – genes de resistência – que podem ser transferidos entre gêneros ou espécies diferentes de bactérias. MECANISMOS DE RESISTÊNCIA BACTERIANA → ALTERAÇÃO DA PERMEABILIDADE: A permeabilidade limitada constitui uma propriedade da membrana celular externa de lipopolissacarídeo das bactérias Gram- negativas. o A permeabilidade dessa membrana reside na presença de proteínas especiais, as porinas, que estabelecem canais específicos pelos quais as substâncias podem passar para o espaço periplasmático e, em seguida, para o interior da célula. o Algumas bactérias utilizam as porinas para expulsar o antibiótico assim que ele entra dentro dela, não exercendo sua ação. → ALTERAÇÃO DO SÍTIO DE AÇÃO DO ANTIMICROBIANO: A alteração do local-alvo onde atua determinado antimicrobiano, de modo a impedir a ocorrência de qualquer efeito inibitório ou bactericida, constitui um dos mais importantes mecanismos de resistência. → BOMBA DE EFLUXO: O bombeamento ativo de antimicrobianos do meio intracelular para o extracelular, isto é, o seu efluxo ativo, produz resistência bacteriana a determinados antimicrobianos. → MECANISMO ENZIMÁTICO: As β-lactamases hidrolisam a ligação amida do anel beta-lactâmico, destruindo, assim, o local onde os antimicrobianos β-lactâmicos ligam-se às proteínas de ligação da penicilina (PBPs) bacterianas e através do qual exercem seu efeito antibacteriano. o Essas enzimas são codificadas em cromossomos ou sítios extracromossômicos através de plasmídeos ou transposons, podendo ser produzidas de modo constitutivo ou ser induzido o O mecanismo de resistência bacteriano mais importante e frequente é a degradação do antimicrobiano por enzimas. BACTERIAM GRAM +/- → As bactérias gram + possuem uma extensa parede de peptideoglicano, sendo mais sensível aos antibióticos e se corando de roxo. → Já as bactérias gram -, possuem uma parede de peptídeoglicano muito mais fina, porém possui duas Larissa Costa – 4° semestre – FTC 2 membranas, sendo uma intracelular e outra extracelular, o que confere mais resistência ao antibiótico. INIBIDORES DA SÍNTESE DA PAREDE CELULAR Β-LACTÂMICOS → Representantes: o Penicilinas o Cefalosporinas o Monobactâmicos o Carbapenêmicos PENICILINAS → Tipos: o Penicilinas naturais o Resistentes às penicilinases o Amplo espectro o Antipseudomonas o Associação de penicilinas + aminoglicosídeos. → Exibem maior atividade contra: Microrganismos Gram- positivos, cocos Gram-negativos e anaeróbios não produtores de β-lactamase. → Apresentam pouca atividade contra: bastonetes Gram- negativos e são sensíveis à hidrólise pelas b-lactamases. → MECANISMO DE AÇÃO: As penicilinas, à semelhança de todos os antibióticos β-lactâmicos, inibem o crescimento das bactérias ao interferir na reação de transpeptidação da síntese da parede celular bacteriana. o A parede celular é uma camada externa rígida que circunda totalmente a membrana citoplasmática mantém o formato e a integridade da célula e impede a sua lise em consequência de pressão osmótica elevada. o A parede celular é constituída de um polímero complexo de polissacarídeos e polipeptídeos de ligação cruzada, o peptidoglicano (também conhecido como mureina ou mucopeptídeo). o O polissacarídeo contém aminoaçúcares alternados, N-acetilglicosamina e ácido N- acetilmurâmico. o Existe um peptídeo ligado ao açúcar do ácido N- acetilmurâmico, sendo que esse peptídeo termina em d-alanil-d-alanina. o A proteína de ligação da penicilina (PBP, uma enzima) remove a alanina terminal no processo de formação de uma ligação cruzada com um peptídeo adjacente, fazendo com que a síntese da parede celular da bactéria seja interrompida. o E assim, causando a morte bacteriana por citólise, induzida pela pressão osmótica. o O antibiótico provoca efeito bactericida na bactéria, induzindo sua lise. → ESPECTRO DE AÇÃO o Naturais (são as mais simples) o Resistentes a penicilinases o De espectro estendido o Antipesudomonas USO CLÍNICO → PENICILINAS NATURAIS o atividade contra GRAM + o Pneumonia Pneumocócica o Gonorréia o Sífilis o Penicilina G: Exibem maior atividade contra microrganismos Gram-positivos, cocos Gram- negativos e anaeróbios não produtores de b- lactamase. ▪ Apresentam pouca atividade contra bastonetes Gram-negativos e são sensíveis à hidrólise pelas b-lactamases. ▪ Constitui o fármaco de escolha no tratamento de infecções causadas por estreptococos, meningococos, alguns enterococos, pneumococos sensíveis à penicilina, estafilococos não produtores de b-lactamase, Treponema pallidium e algumas outras espiroquetas, espécies de Clostridium, Actinomyces e outros bastonetes Gram-positivos e microrganismos Gram-negativos anaeróbios não produtores de b- lactamase. ▪ Dependendo do microrganismo, do local e da gravidade da infecção, as doses eficazes variam entre 4 e 24 Larissa Costa – 4° semestre – FTC 3 milhões de unidades por dia, administradas por via intravenosa, em 4 a 6 doses fracionadas. ▪ A penicilina G em altas doses, também pode ser administrada em infusão intravenosa contínua. ▪ Benzatina e a penicilina G procaína para injeção intramuscular produzem níveis baixos, porém prolongados do fármaco. ▪ Uma única injeção intramuscular de 1,2 milhão de unidades de penicilina benzatina constitui um tratamento eficaz para a faringite causada por estreptococos b-hemolítico; quando administrada por via intramuscular, uma vez a cada 3 a 4 semanas, impede a ocorrência de reinfecção. ▪ As penicilinas benzatina e procaína são formuladas para retardar a absorção, resultando em concentrações prolongadas no sangue e nos tecidos. ▪ A penicilina G benzatina, na dose de 2,4 milhões de unidades por via intramuscular, uma vez por semana, durante 1 a 3 semanas, mostra-se eficaz no tratamento da sífilis. ▪ A penicilina G procaína foi usada com frequência no tratamento de pneumonia pneumocócica e gonorreia não complicadas, entretanto, hoje em dia, é pouco prescrita, visto que muitas cepas gonocócicas são resistentes à penicilina, e numerosos pneumococos necessitam de doses mais altas de penicilina G ou do uso de b-lactâmicos mais potentes. ▪ As concentrações de penicilina na maioria dos tecidos são iguais às do soro. → RESISTENTES ÀS PENICILINASES o Meticilinas oOxacilinas o Sem atividade contra infecções GRAM – o Eficazes contra stafilococos produtores de penicilinase o Penicilinas antiestafilocócicas (p. ex., nafcilina): Essas penicilinas mostram-se resistentes às b- lactamases estafilocócicas. Exibem atividade contra estafilococos e estreptococos, porém são inativas contra enterococos, bactérias anaeróbias e cocos e bastonetes Gram- negativos. → AMPLO ESPECTRO o Ampicilina (ampicilina + sulfabactam = UNASYM) o Amoxicilina (amoxicilina + clavulanatato = CLAVULIN): inibe a β-lactamase o Eficácia: Bacilo GRAM – o Infecções respiratórias o Amoxicilina pura, hoje em dia, é utilizada com profilaxia de endocardite bacteriana. o aminopenicilinas e penicilinas antipseudomonas: Esses fármacos conservam o espectro antibacteriano da penicilina e apresentam maior atividade contra microrganismos Gram-negativos. Entretanto, à semelhança da penicilina, mostram-se relativamente sensíveis à hidrólise pelas b- lactamases. → ANTIPSEUDOMONAS o Piperacilinas (Piperacilina+tazobactam = TAZOCIN) o Infecções por Pseudomonas GRAM (-) → PENICILINAS + AMINOGLICOSÍDEOS o Em casos mais graves são usados em associação, a fim de destruir o patógeno o Associação de antibióticos de classes diferentes (SINERGISMO) o Ampicilina + Gentamicina → Reações adversas: o As penicilinas estão entre os fármacos mais seguros – inclusive são usadas em RN – e não precisa de monitoramento dos níveis sanguíneos. o Hipersensibilidade: causada pelos compostos degradáveis da penicilina, que se combinam com as proteínas do hospedeiro e se tornam antigênicos. o Neurotoxicidade o Toxicidade hematológica o Toxicidade cationa o Erupções cutâneas e febre são comuns. o Quando as penicilinas são administradas oralmente, em especial as de amplo espectro, alteram a flora bacteriana do intestino. ▪ Isso pode estar associado a distúrbios gastrointestinais e, em alguns casos, a suprainfecções através de outros Larissa Costa – 4° semestre – FTC 4 microrganismos resistentes à penicilina, provocando problemas como a colite pseudomembranosa. → As penicilinas, frequentemente combinadas com outros antibióticos, mantêm importância crucial na quimioterapia antibacteriana, mas podem ser destruídas por enzimas amidases e β-lactamases (penicilinase; Fig. 51.3). Isso representa a base de um dos principais tipos de resistência aos antibióticos. → Aspectos farmacocinéticos o A absorção oral das penicilinas varia, dependendo de sua estabilidade em meio ácido e de sua adsorção às partículas alimentares no intestino. o As penicilinas também podem ser administradas através de injeção intravenosa. o Também existem compostos para injeções intramusculares, incluindo compostos de ação prolongada como a benzilpenicilina benzatínica. o Não se administra mais benzilpenicilina por injeção via intratecal (historicamente usada para tratar meningite), uma vez que pode causar convulsões. o As penicilinas são amplamente distribuídas pelo corpo, penetrando nas articulações; nas cavidades pleural e pericárdica; na bílis, saliva e leite; e através da placenta. o Pelo fato de serem lipoinsolúveis, não penetram nas células dos mamíferos e apenas atravessam a barreira hematoencefálica se as meninges estiverem inflamadas; nesse caso, podem atingir concentrações terapeuticamente efetivas no líquído cefalorraquidiano. o A eliminação da maior parte das penicilinas ocorre rápida e majoritariamente nos rins, sendo 90% através de secreção tubular. o A meia-vida plasmática relativamente curta. CEFALOSPORINAS → As cefalosporinas e as cefamicinas são antibióticos β- lactâmicos, inicialmente isoladas a partir de fungos. → Apresentam o mesmo mecanismo de ação das penicilinas, ou seja, inibem o crescimento das bactérias ao interferir na reação de transpeptidação da síntese da parede celular bacteriana. → PRIMEIRA GERAÇÃO: o atividade contra GRAM - e GRAM + (EXCETO: enterococos, MRSA e S. epidermidis; o Infecções do trato urinário não complicada, infecções comunitárias de partes moles, faringites, amigdalites, infecções de pele; o CEFALEXINA, CEFADROXILA, CEFALOTINA, CEFAZOLINA → SEGUNDA GERAÇÃO: o atividade contra GRAM - o Infecções do trato respiratório, infecções otolorrinolaringologicas, infecções do trato urinário, pneumonia em idosos e em imunocomprometidos o CEFOXITINA e CEFUROXIMA → TERCEIRA GERAÇÃO: o atividade contra GRAM – o Meningites, tratamento empírico de meningoencefalites bacteriana o Infecções nosocomiais, prevenção e tratamento de infecções do trato urinário, tratamento empírico de neutropenia febril. o CEFTRIAXONA, CEFOTAXIMA, CEFTAZIDIMA → QUARTA GERAÇÃO: o atividade contra GRAM –; o Infecções graves do trato respiratório superior e inferior o Infecções do trato urinário, intra-abdominas, ginecológicas e sepses, o CEFEPIMA → QUINTA GERAÇÃO: o atividade contra bactérias multirresistentes; o Infecções poR E. fecalis, P. aeruginosa infecções grave de pele e partes moles o CEFTAROLINA → Aspectos farmacocinéticos o Algumas cefalosporinas podem ser administradas oralmente, porém a maioria é administrada por via parenteral, intramuscular (o que pode ser doloroso) ou intravenosa. o Após absorção, são amplamente distribuídas no corpo e algumas, como cefotaxima, cefuroxima e ceftriaxona, atravessam o líquido cefalorraquidiano. o A excreção é feita majoritariamente pelos rins, principalmente por secreção tubular. → Efeitos adversos o Podem ocorrer reações de hipersensibilidade muito semelhantes às que ocorrem com as penicilinas, e pode haver alguma sensibilidade cruzada.