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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL1
Patrícia Sousa Santos2
Declaro que o trabalho apresentado é de minha autoria, não contendo plágios ou citações não referenciadas. Informo que, caso o trabalho seja reprovado por conter plágio pagarei uma taxa no valor de R$ 199,00 para a nova correção. Caso o trabalho seja reprovado não poderei pedir dispensa, conforme Cláusula 2.6 do Contrato de Prestação de Serviços (referente aos cursos de pós-graduação lato sensu, com exceção à Engenharia de Segurança do Trabalho. Em cursos de Complementação Pedagógica e Segunda Licenciatura a apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso é obrigatória).
RESUMO
Esse trabalho tem como tema “Educação Especial e Inclusiva”, o objetivo principal é explorar o assunto, demonstrando as diferenças encontradas nas duas modalidades, bem como características, legislação vigente, denominações, apontamentos históricos e benefícios. Para isso, a metodologia utilizada foi uma pesquisa bibliográfica dos conteúdos em sites e livros didáticos de autores como: Alencar (2014); Bianchetti (1995) e Correia (2005). Segundo a própria Constituição Federal a educação é um dever do Estado e um direito de todos, logo, as pessoas que possuem algum tipo de deficiência, transtornos globais de desenvolvimento, altas habilidades e superdotação devem receber um atendimento que valorize suas potencialidades e respeite a diversidade proporcionada por essas diferenças. Tanto a Educação Especial, proposta em instituições especializadas, quanto a Educação Inclusiva, oferecida, de maneira híbrida, em redes regulares, surgem como formas de suprir a necessidade educacional especial, selecionando as melhores estratégias para que o desenvolvimento intelectual, cognitivo, motor e sensorial dos alunos sejam respeitados, de maneira global.
Palavras-chave: Diversidade. Inclusão. Educação Especial. Educação Inclusiva.
ABSTRACT
The theme of this work is “Special and Inclusive Education”. explore the subject, demonstrating the differences found in the two modalities, as well as characteristics, current legislation, denominations, historical and benefits. To this end, the methodology used was bibliographical research on websites and textbooks by authors such as: Alencar (2014); Bianchetti (1995) and Correia (2005). According to the Federal Constitution itself According to the Federal Constitution itself, education is a duty of the State and a right of all. who have some kind of disability, global developmental disorder or high abilities and giftedness should receive care that values their potential and respect the diversity provided by these differences. Both Special Education, offered in specialized institutions, and Inclusive Education, offered Inclusive Education, offered in a hybrid way in regular networks, have emerged as ways of to meet special educational needs, selecting the best strategies for intellectual, cognitive so that the intellectual, cognitive, motor and sensory development of the students are respected in a global way.
11
Keywords: Diversity. Inclusion. Special education. Inclusive education.
1 Artigo científico apresentado ao Grupo Educacional IBRA como requisito para a aprovação na disciplina de TCC.
2 Discente do curso 2l- Educação Especial.
1ข
1 INTRODUÇÃO
O presente estudo aborda o tema "Educação Especial e Inclusiva", um campo pedagógico dedicado ao atendimento de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades ou superdotação. A motivação para investigar este tema reside nas significativas transformações históricas acerca da percepção e do acolhimento do aluno com deficiência no espaço escolar, bem como na necessidade de aprofundar a compreensão sobre as distintas modalidades de atendimento educacional – a Educação Especial, implementada em instituições específicas, e a Educação Inclusiva, integrada às redes de ensino comuns.
A relevância desta pesquisa se justifica pela crescente demanda por atendimento educacional especializado no ambiente escolar, impulsionada pela necessidade de acolher alunos com as mais diversas particularidades. Discutir a Inclusão no âmbito da formação pedagógica é crucial, pois convoca os profissionais da educação a se prepararem para contribuir ativamente nesse processo, alinhando-se ao preceito constitucional que assegura a educação como um direito social fundamental a todos os cidadãos. Este estudo contribui para o campo do conhecimento ao sistematizar informações sobre legislação, conceitos e práticas, oferecendo subsídios para a reflexão e aprimoramento das políticas e ações inclusivas.
Diante do cenário exposto e da complexidade que envolve a garantia do direito à educação para todos, o problema central que esta pesquisa busca responder é: Quais estratégias metodológicas, estruturais e de capacitação profissional são cruciais para que a Inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais se concretize de forma efetiva, tanto no sistema educacional brasileiro quanto na sociedade em geral, respeitando as particularidades de cada modalidade de atendimento?
O objetivo geral deste trabalho é construir uma compreensão clara sobre as definições, características, diferenciações e aplicabilidade das modalidades de Educação Especial e Inclusiva. Como objetivos específicos, que nortearão os capítulos subsequentes, busca-se: (1) traçar um panorama histórico da Educação Especial e Inclusiva no Brasil; (2) conceituar e diferenciar Educação Especial e Educação Inclusiva; (3) analisar o cenário educacional brasileiro frente aos desafios da Inclusão; e (4) identificar estratégias para a efetivação da inclusão.
Para alcançar os objetivos propostos, adotou-se como metodologia uma pesquisa bibliográfica de natureza descritiva. Foram consultadas obras e artigos científicos de pesquisadores renomados na área, como Alencar (2014), Bianchetti (1995) e Correia (2005), além de referenciais metodológicos como Cervo (2002). Este método permitiu reunir, analisar e sistematizar observações e perspectivas de diferentes autores sobre o tema, construindo um referencial teórico robusto para a discussão.
2 DESENVOLVIMENTO
Garantir o acesso e a permanência de todos os cidadãos nas instituições de ensino, independentemente de suas condições físicas ou intelectuais, é um imperativo que emana do direito social à educação, consagrado no artigo 6º da Constituição Federal. Essa premissa fundamental impulsionou o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a Educação Especial e a Educação Inclusiva, concebidas como estratégias para concretizar esse direito universal.
Alencar (2014) posiciona ambas as modalidades, Educação Especial e Inclusiva, como abordagens pedagógicas distintas e inovadoras que reconfiguram práticas metodológicas, marcos legais, conceitos e a própria administração educacional. É essencial, contudo, diferenciar claramente esses dois conceitos. Embora compartilhem um público-alvo similar, suas características são peculiares e não devem ser amalgamadas em uma única categoria.
Conforme detalhado por Alencar (2014), a Educação Especial direciona alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades ou superdotação para centros especializados ou escolas dedicadas. Tais instituições propiciam um atendimento específico, apartado do sistema regular de ensino, muitas vezes focado em um tipo particular de necessidade.
Em contrapartida, a Educação Inclusiva opera como um modelo híbrido. Neste sistema, descrito por Alencar (2014), estudantes com necessidades educacionais especiais são integrados às escolas regulares, convivendo com os demais alunos. Para que essa integração seja bem-sucedida, as escolas regulares precisam passar por adaptações significativas, abrangendo desde a infraestrutura física (acessibilidade) até a disponibilização de materiais didáticos apropriados, o desenvolvimento de atividades adequadas e, crucialmente, a capacitação de profissionais aptos a facilitar a inserção e o progresso desses educandos no ambiente escolarcomum.
De acordo com as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, no trabalho didático e pedagógico dentro das salas de aula, a inclusão necesstita de uma reconstrução do sistema educacional,ou seja, uma mudança estrutural no ensino regular, objetivando um espaço democrático, inclusive e competente.
Essas perspectivas destacam a importância e a prioridade atribuídas à inclusão social, que tem seu ponto de partida na convivência integrada desse público, idealmente, nas escolas regulares, promovendo assim a igualdade e o respeito pela diversidade. Segundo Braga (2014), a inclusão escolar facilita uma inserção genuína do aluno na sociedade, ao permitir a interação com colegas de diferentes características e capacidades. Essa convivência fomenta uma compreensão mais ampla de justiça, igualdade e diversidade, contribuindo para que, gradualmente, a Educação Inclusiva substitua a Educação Especial na maior parte das situações.
3 APONTAMENTOS HISTÓRICOS
Ainda que a inclusão de estudantes com necessidades educacionais especiais, transtornos globais de desenvolvimento, altas habilidades e superdotação seja um tema central no debate educacional atual, essa valorização nem sempre foi a norma. Conforme aponta Anjos (2017), a percepção sobre esses indivíduos mudou drasticamente ao longo do tempo. Na Antiguidade (aproximadamente entre os séculos VI a.C. e IV d.C.), por exemplo, a deficiência era frequentemente associada à impureza e à ausência de alma, resultando na marginalização, abandono e até mesmo infanticídio.
Uma mudança sutil ocorreu entre os séculos IV e XIV, durante a Idade Média, com a expansão do Cristianismo. Anjos (2017) observa que, embora ainda não houvesse uma preocupação formal com a educação dessas pessoas, instituições religiosas começaram a oferecer assistência básica àqueles frequentemente abandonados em suas portas ao nascer. Nos séculos XVII e XVIII, um período marcado por avanços na filosofia, biologia e medicina, a visão sobre a deficiência ainda estava permeada por misticismo, como descreve Bianchetti (1995). Indivíduos com deficiência eram segregados em asilos junto a idosos e pobres, recebendo apenas o mínimo para sobreviver, sem tratamento direcionado às suas necessidades específicas. O século XIX viu a inauguração dos primeiros institutos e hospitais dedicados a pessoas com deficiência, mas, segundo Bianchetti (1995), a abordagem predominante era médica, focada na condição como doença a ser tratada ou curada, e não no desenvolvimento do indivíduo.
No início do século XX, durante a chamada fase de Integração, crianças consideradas menos afetadas por suas deficiências foram inseridas em escolas comuns. Contudo, faltavam adaptações para tornar o ensino eficaz. Bianchetti (1995) argumenta que a preocupação efetiva com a Educação Especial e Inclusiva é um fenômeno mais recente, tendo como marco fundamental a Declaração de Salamanca em 1994. Este documento estabeleceu diretrizes cruciais para a inclusão, consolidou o conceito de Educação Inclusiva e representou um avanço em relação à institucionalização em manicômios. A Declaração é, portanto, um referencial chave na luta pelo direito à inclusão, baseada no princípio de que todas as crianças devem aprender juntas, independentemente de suas dificuldades ou diferenças. Seguindo essa linha, a Educação Especial e Inclusiva foi oficializada como Política Educacional no Brasil em 1996, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96).
4 EDUCAÇÃO ESPECIAL
A Educação Especial é definida, pela Secretaria de Educação Especial, do Ministério da Educação (1994) como: 
Um processo que visa promover o desenvolvimento das potencialidades de pessoas portadoras de deficiências, condutas atípicas ou altas habilidades, que abrange os diferentes níveis e graus do sistema de ensino. Fundamentando-se em referenciais teóricos e práticos, compatíveis com as necessidades específicas de seu alunado. O Processo deve ser integral, fluindo desde a estimulação essencial até os graus superiores de ensino. Sob esse enfoque sistêmico, a educação especial integra o sistema educacional vigente, identificando-se com sua finalidade, que é a de formar cidadãos conscientes e participativos (BRASIL, 1994, p.17).
Conforme definido por Inácio (2011), a Educação Especial constitui uma modalidade de ensino voltada exclusivamente para alunos que apresentam algum tipo de deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades ou superdotação. Essa abordagem educacional ocorre em ambientes especificamente preparados e adaptados para atender às necessidades desses estudantes.
Inácio (2011) destaca diversos benefícios inerentes à Educação Especial, praticada em instituições focadas em alunos com especificidades semelhantes. Entre as vantagens, citam-se a infraestrutura física já adaptada, a presença de profissionais com capacitação adequada para lidar com as particularidades do público, a utilização de materiais didáticos direcionados e o emprego de tecnologias assistivas alinhadas às necessidades dos estudantes. Contudo, o autor também aponta uma limitação nesse modelo: a restrição no contato com realidades distintas, o que pode limitar o desenvolvimento de habilidades interpessoais em contextos diversos.
Na perspectiva de Inácio (2011), a Educação Especial idealmente assume um papel complementar ou suplementar em relação ao ensino regular. Sugere-se que essa modalidade possa ser oferecida em período contrário ao turno escolar regular, fundamentada em um Plano de Desenvolvimento Individual (PDI), elaborado de forma personalizada para cada aluno.
5 EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A Educação Inclusiva se caracteriza pela integração de estudantes com necessidades educacionais especiais em salas de aula regulares, onde compartilham o mesmo currículo e orientações pedagógicas que os demais colegas. Inácio (2011) ressalta que um dos principais benefícios dessa prática é a promoção da interação social, permitindo que o aluno estabeleça vínculos afetivos e emocionais que impulsionam seu desenvolvimento intelectual, motor e cognitivo.
Historicamente, essa modalidade teve um marco inicial nos Estados Unidos com a Lei Pública 94.142, de 1975. Rodrigues (2017) a define como "uma educação voltada para a cidadania global, plena, livre de preconceitos e que reconhece e valoriza as diferenças" (p.1). O autor enfatiza como a Educação Inclusiva valoriza a diversidade, propondo uma reestruturação cultural baseada na igualdade, justiça e socialização entre indivíduos com diferentes características e dificuldades, todos convivendo no mesmo espaço escolar.
Adicionalmente, Cury (2018) observa que os alunos inseridos no processo de inclusão tendem a desenvolver maior autoestima, autonomia e progresso socioemocional. Suas expectativas cognitivas, intelectuais e motoras também são estimuladas, pois são frequentemente desafiados a resolver conflitos inerentes às relações interpessoais. Nesse processo, diversas tecnologias assistivas podem ser empregadas para facilitar a comunicação e a aproximação entre professores, alunos e colegas.
6 LEGISLAÇÃO PARA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA
A Educação Especial no Brasil é fundamentada em princípios essenciais que, segundo Anjos (2017), se ancoram na dignidade, liberdade e igualdade, conforme estabelecido pela legislação nacional. A autora destaca que as convicções legais se baseiam em conceitos como Igualdade, Integração, Individualização, Desenvolvimento, Potencialidades, Epistemologia, Efetividade e Dignidade.
O marco legal inicial para a Educação Especial e Inclusiva no país, conforme aponta Gil (2017), é a Constituição Federal de 1988, conhecida como Constituição Cidadã. Seu artigo 205 é particularmente relevante, ao definir a educação como um direito de todos e um dever do Estado. A partir desse fundamento, diversas outras leis e diretrizes foram estabelecidas para regulamentar e promover a inclusão educacional.
Gil (2017) cita um conjunto significativo de normativas brasileirasque moldaram a Educação Especial e Inclusiva ao longo dos anos:
· Portaria MEC nº 1.793/94: Determinou a inclusão de temas sobre Inclusão nos currículos de formação de professores.
· Lei nº 9.394/96 (LDB): Estabeleceu as diretrizes e bases da educação nacional.
· Decreto nº 3.298/99 (posteriormente atualizado por outros decretos): Definiu a Educação Especial como modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino.
· Resolução CNE/CEB nº 2/2001: Assegurou o direito à matrícula para todos os alunos.
· Lei nº 10.436/2002: Reconheceu a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação.
· Portaria MEC nº 2.678/2002: Aprovou normas para o uso da grafia em Braille no sistema educacional.
· Programa Incluir (2005): Fomentou o acesso de pessoas com deficiência às instituições federais de ensino superior.
· Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008): Reforçou o foco na inclusão em escolas regulares.
· Plano Viver sem Limite (2011): Direcionou ações como a criação de salas de recursos multifuncionais, acessibilidade e educação bilíngue.
· Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024): Priorizou a oferta da educação especial preferencialmente na rede regular de ensino.
· Lei nº 13.146/15 (Lei Brasileira de Inclusão - LBI): Garantiu condições de acesso, participação e aprendizagem para pessoas com deficiência em todos os níveis escolares.
· Lei nº 13.409/16: Estabeleceu a reserva de vagas (cotas) para alunos com deficiência em cursos técnicos e superiores.
A análise do conjunto de leis, decretos, portarias e planos nacionais que tangenciam a Educação Especial e Inclusiva no Brasil revela um panorama complexo, mas inegavelmente progressivo. Este arcabouço legal, construído ao longo de décadas, não representa apenas um amontoado de normativas; ele demonstra, de forma concreta, a evolução do pensamento social e político brasileiro em relação aos direitos das pessoas com deficiência e outras necessidades educacionais específicas. Partindo de uma Constituição Federal que, em 1988, consagrou a educação como um direito universal e dever do Estado, observa-se um movimento contínuo, ainda que por vezes lento e permeado por desafios, em direção à consolidação de um sistema educacional mais justo e equitativo. A promulgação de leis como a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), e a ratificação de convenções internacionais, como a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, reforçam o compromisso progressivo do país com a garantia do acesso, permanência, participação e aprendizagem de todos os estudantes, sem exceção. Mais do que simplesmente assegurar vagas, essa trajetória legal reflete um reconhecimento crescente da diversidade como um valor intrínseco à condição humana e um elemento enriquecedor para toda a comunidade escolar e a sociedade em geral. Valorizar a diversidade, nesse contexto, significa não apenas aceitar as diferenças, mas compreendê-las, respeitá-las e criar as condições necessárias para que cada indivíduo possa desenvolver seu pleno potencial, contribuindo ativamente para a construção de um futuro mais inclusivo.
7 CENÁRIO EDUCACIONAL FRENTE À INCLUSÃO NO BRASIL
O debate sobre a inclusão de alunos com necessidades especiais em ambientes escolares é complexo e exige uma análise cuidadosa das circunstâncias individuais. Fatores como as condições de acessibilidade da escola e a adequação do material didático às especificidades do estudante são cruciais nesse processo.
Existe uma divergência entre especialistas da área educacional: enquanto alguns defendem a Educação Especial como a abordagem mais adequada atualmente, outros argumentam que apenas a Educação Inclusiva pode verdadeiramente potencializar o desenvolvimento de estudantes com deficiência. Inácio (2011) aponta que o principal desafio reside em educar esses alunos da maneira mais apropriada. Portanto, torna-se essencial ponderar as vantagens e desvantagens de cada modalidade para determinar qual delas oferecerá o ambiente mais propício ao desempenho satisfatório do indivíduo.
Analisando dados do Censo Escolar entre 1998 e 2005, Inácio (2011) observa uma redução significativa no número de escolas exclusivamente dedicadas à Educação Especial, em contraste com o aumento de escolas regulares que passaram a acolher alunos em regime de inclusão. No entanto, é fundamental reconhecer que ambas as modalidades possuem benefícios distintos. Assim, cada caso deve ser avaliado individualmente para identificar a categoria de ensino que proporcionará o maior aproveitamento para o aluno.
Bedaque (2014) levanta uma questão importante sobre a preparação dos profissionais da rede regular de ensino, que nem sempre dispõem do conhecimento prévio ou do direcionamento necessário para atender adequadamente alunos com necessidades especiais. Diante disso, recomenda-se que esses estudantes recebam apoio suplementar para compensar defasagens decorrentes de suas dificuldades, por meio do Atendimento Educacional Especializado (AEE), geralmente oferecido em salas de recursos multifuncionais.
No trecho a seguir, retirado da LDB, é possível perceber algumas especificações que caracterizam a dinâmica de inclusão no cenário educacional brasileiro:
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. § 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. § 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. § 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. (BRASIL, 1996, p.35)
A eficácia da filosofia inclusiva, como destaca Correia (2005), reside em sua capacidade de respeitar 'às aprendizagens de todos os alunos, tornando-se num modelo educacional eficaz para toda a comunidade escolar, designadamente para os alunos com Necessidades Educativas Especiais' (p. 14). Alinhado a essa perspectiva, estabelece-se a preferência pela oferta de ensino em instituições regulares sempre que possível, mesmo com a existência de escolas especializadas. Contudo, é fundamental reconhecer que o sucesso, seja na educação especial ou inclusiva, depende invariavelmente do cuidado com a preparação dos ambientes e da qualificação dos profissionais, elementos essenciais para um desfecho positivo e satisfatório para todos os envolvidos.
8 CONCLUSÃO
A inclusão de alunos com deficiência ou dificuldades de aprendizagem no ambiente escolar é um tema amplamente debatido. Há uma corrente de pesquisadores que defende a permanência desses estudantes em instituições especializadas, no âmbito da Educação Especial, argumentando que estas oferecem um ambiente focado em suas necessidades específicas. Por outro lado, muitos especialistas advogam pela Educação Inclusiva, integrando esses alunos em escolas regulares, acreditando que o contato com a diversidade promove um desenvolvimento cognitivo e social mais rico.
Para determinar a abordagem mais eficaz, é fundamental compreender as distinções, os benefícios e as características inerentes a cada uma dessas modalidades de ensino. Somente com esse conhecimento aprofundado é possível traçar caminhos que levem a uma educação verdadeiramente inclusiva, capacitando o aluno com necessidades especiais a se tornar um cidadão respeitado na sociedade.
É notável a evolução histórica no tratamento educacional desse público. Se por muito tempo prevaleceu uma visão assistencialista, que relegava esses indivíduos a uma condição de inferioridade, o cenáriocontemporâneo demonstra um progresso contínuo, oferecendo condições cada vez melhores para o desenvolvimento das pessoas com necessidades especiais.
Nesse contexto, torna-se imprescindível que os profissionais da educação, atuando tanto na Educação Especial quanto na Inclusiva, possuam a capacitação necessária para atender às especificidades de cada aluno. Não existe uma fórmula única ou um parâmetro predefinido que determine qual metodologia é universalmente superior. A decisão mais adequada emerge da análise individualizada de cada caso, realizada por uma equipe multidisciplinar composta por professores, médicos e outros especialistas. O objetivo primordial dessa avaliação é garantir a qualidade do ensino e o direcionamento pedagógico mais apropriado para cada estudante.
Ambas as modalidades, Educação Especial e Educação Inclusiva, embora com abordagens distintas, compartilham o objetivo de fomentar a aprendizagem e o desenvolvimento integral do aluno. Isso se concretiza por meio de estratégias pedagógicas que o auxiliem a superar suas dificuldades e, fundamentalmente, a aprimorar sua interação com a sociedade em geral.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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