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ESTUDO HISTÓRIA DO BRASIL 
Legados Históricos e suas interpretações: efeitos sobre o presente. 
- A escravidão é um evento multidimensional; modelo civilizatório (modelo de civilização estável, uma vez 
que é capaz de se manter ( o poder continua estável e os valores são compartilhados por todos) por um 
longo período de tempo, e de criar raízes na sociedade 
- ; modelo de mundo; 
- Escravidão: trabalho forçado e o comércio de gente, foi fundamental para a economia brasileira o os 
valores sociai. 
- "morticidio de larga escala epidemiológico" europeus trazendo doenças aos indígenas, a escravidão 
indígena se mostrava ruim para fazer plantation. 
- fracasso da escravidão indígena, a partir do séc. XVI tráfico se torna rentável, processo que teve 
importância na construção do Brasil 
- 40% dos escravos que chegaram na América vieram para o Brasil 
- O tráfico negreiro era rentável, foi muito importante para a construção do mercado brasileiro na época, por 
isso foi muito valorizado; a escravidão criou um modelo de civilização estável, uma vez que é capaz de se 
manter ( o poder continua estável e os valores são compartilhados por todos) por um longo período de 
tempo, e de criar raízes na sociedade 
- Por que a escravidão brasileira durou tanto? Manutenção da ordem, poder adquirido (através da compra) a 
força do tráfico, o peso das oligarquias numa sociedade invertebrada, a fragilidade do poder central, o 
modelo escravista diversionista e todo mundo queria ser senhor (se todo mundo quer ser senhor, a 
igualdade não era um valor fundamental; no Brasil, a desigualdade pode até ser considerada um fetiche) 
- Razão de ser da escravidão: mão de obra, tráfico negreiro e modelo de sociabilidade - a sociedade patriarcal 
da casa grande senzala - “O Brasil é um país fundado sobre o trabalho forçado e o comércio de gente” 
- A escravidão criou uma sociedade em que todo mundo quer ser senhor, ou seja, a igualdade não era um 
valor fundamental; modelo patriarcal. → O fetiche da desigualdade, elogiar o que não se tem. 
- Criou uma sociedade miscigenada→ modelo de miscigenação permite dominação de territórios. 
 
1850 → fim do tráfico negreiro 
Quando acabou o tráfico, ⅔ do dinheiro do Brasil estava nas mãos de traficantes 
- Vender/comercializar gente era um requisito para se tornar gente, então negros alforriados o faziam. Ter 
escravos era questão de status → escravidão como algo além do trabalho forçado 
1871 → lei do ventre livre 
Escravidão não fez mal só aos escravos, mas aos senhores também 
Desigualdade: motor histórico do brasil 
- Ser senhor é ser patriarcal. Idéia que significa ao longo do tempo que igualdade não é valor que se constitui 
na nossa socialização. 
- Desigualdade tem a ver com valores. Renda como produto civilizacional, igualdade como processos 
civilizacionais → Fenômeno cultural 
- O fetiche da desigualdade, elogiar o que não se tem. 
- A abolição é também a eliminação do escravo e do senhor; 
- "A posição legal do escravo se resume nessas palavras: A Constituição não se ocupou dele". Não legisla 
sobre eles porque a escravidão é repugnante e "ofende o patriotismo" (macula leis civis com disposições 
vergonhosas); 
 
 
 
1 
 
A obra da escravidão e a desigualdade. 
A INTERPRETAÇÃO DE NABUCO 
 
- A escravidão como fato social total 
- Quem foi Joaquim Nabuco? Membro da elite (econômica e política), cosmopolita, defensor da 
consolidação nacional feita pelo império, mas que percebera os limites da sociedade escravocrata brasileira 
 
- A escravidão é um duplo problema: 
1. Moral: a escravidão nos afasta da civilização 
2. Social: a obra da escravidão 
- Reforma imediata e profunda (a dupla face do abolicionismo): libertar os escravos negros, após sucessivos 
adiamentos e paliativos - e propostas indecorosas (que tende a ferir a moral), o direito adquirido. “Entre nós 
as reformas parecem prematuras, quando já são tardias. A escravidão já nos tinha completamente arruinado, 
quando apareceu o abolicionismo. As soluções patrióticas de nossos estadistas só tem o defeito de serem 
póstumas”. 
 
O QUE É A OBRA DA ESCRAVIDÃO? 
O abolicionismo tinha que ir mais fundo que a abolição em si (“acabar com a escravidão não basta, é preciso destruir 
a obra da escravidão” - ver o diagnóstico do problema e aí criar soluções) 
1. Modelo econômico: agricultura predatória, sem consumidores e trabalhadores livres 
2. Modelo social: nacionalidade mal resolvida, enfraquecimento da classe média, hierarquias 
artificiais, noção pervertida do trabalho e educação sendo pouco ou nada importante 
3. modelo político: fragilidade da noção de autonomia que rege a cidadania 
"somos iguais". 
 4. efeitos na cultura/civilização: a escravidão é um modo de vida, pode se ter modos de vida 
escravocratas para além da escravidão; enquanto não acabarmos a ideia de que todos tem que ser senhor, não vai 
muito pra frente. 
É preciso mudar a estrutura que gera as coisas, o que causa. 
 
O RESULTADO DA ESCRAVIDÃO 
- Uma sociedade de senhores e escravos, onde se almeja a desigualdade; a obra da escravidão, então, foi 
muito enraizada → (almejam serem superiores) 
- A escravidão fez mal não só aos escravos, mas aos senhores 
 
O fim da escravidão foi um projeto de reforma incompleto 
A abolição não instaurou um projeto de igualdade a partir da proclamação da república. 
Acabou a escravidão mas não acabou propriamente o sistema escravocrata 
o pós escravidão no brasil não ataca a obra da escravidão, ainda nos deparamos com características dessa obra 
 
MUDANÇAS NO BRASIL DESDE A ABOLIÇÃO 
- Novos grupos sociais 
- Conquistas de direitos 
- Maior igualdade, em sentido amplo 
- Sociedade mais dinâmica e empreendedora 
- Outro sentido de nacionalidade e papel do Estado 
 
"Entre nós as reformas parecem prematuras, quando já são tardias. A escravidão já nos tinha completamente 
arruinado, quando apareceu o abolicionismo. As soluções patrióticas de nossos estadistas só tem o defeito de serem 
póstumas" (Joaquim Nabuco), mas o abolicionismo tinha que ir mais fundo… 
 
 
2 
 
Plasticidade, mestiçagem e construção da nação: identidade à brasileira. 
Plasticidade: capacidade de se moldar 
Razões de atraso está no sistema econômico (mundial) do qual o Brasil era parte, produzindo e oferecendo os 
produtos primários e comprar os produtos industrializados, fomentando a acumulação de capital na metrópole. 
 
- Sérgio Buarque e Gilberto Freyre 
 
O que caracteriza Casa Grande & Senzala como obra prima de Gilberto Freyre? 
Primeiramente uma inovação teórica e também sob o ponto de vista da linguagem. Além disso, o livro 
foi marcado pela polêmica, confrontando o pensamento racista científico e também através do determinismo 
geográfico e climático (mostrando a adaptabilidade portuguesa). 
Discussão sobre o que podemos chamar de Obra e Contexto: no livro, ambos conceitos apresentam um diálogo 
bastante claro. Durante a década de 30 - revolução - ocorreram alterações políticas, econômicas e sociais. Ocorre o 
deslocamento das elites oligárquicas agro-exportadoras do centro do poder. 
Gilberto Freyre irá representar o grupo derrotado por excelência, ou seja, representa a decadência da oligarquia 
açucareira - principalmente em Pernambuco. 
discute a questão nacional, pois ele fala sobre a formação/origem do Brasil, afirmando qual o papel dos grupos em 
decadência nesta formação. 
 
- Mistura cultural muito grande - Homogênea em relação ao aspecto cultural comparado a outros países 
colonizados (ex: por mais que o Brasil tenha diferentes sotaques, há países com diversas línguas) - A 
principal razão da nossa plasticidade é que a os portugueses criaram o brasil sob uma colonização 
frágil/solta; eles foram semeadores; e trataram os brasil, num primeiro momento, com certo desleixo; 
- Democracia racial, mesmo com violência: democracia não no sentido de todos somos iguais, mas como 
essa miscigenação fruto tanto da violência como do processo cultural de hibridismo. 
-éntão forte aue é difícil separar o público do privado); 
B) A visão da prevalência do Estado sobre a sociedade; 
● Porque o Brasil caminhou para o patrimonialismo? 
- Efeitos negativos da colonização portuguesa; 
20 
 
- Portugal e Espanha resistiram fortemente à modernização europeia e a Revolução liberal foi irrealizada nesses 
países; 
- Com a transferência da elite portuguesa para o Brasil, essa tendência é juntamente transferida, e forma-se a 
ideologia de "modernizar sem mudar" tão presente na sociedade brasileira; 
- Ele aponta o prejuízo para o país gerado pela inexistência do liberalismo como mecanismo de controle do Estado 
(derrota do liberalismo político), onde os liberais assim o são até que seus privilégios são ameaçados; 
- A Revolução liberal é importante no combate ao patrimonialismo porque surgiram dela ideias como: a legitimidade 
do Estado vem dos governados, a restrição do Estado e a separação entre público e privado; 
● Estamento Burocrático 
- Estamento Burocrático é a organização, dentro do Estado, de diferentes grupos da sociedade par aa manutenção de 
seus privilégios e poderio; 
- Esse grupo age como comunidade proprietária da soberania; 
- Para Faoro, Vargas avançou, porém conseguiu fazê-lo somente até onde o Estamento Burocrático permitiu; 
- "Estamento" = casta, pouca mobilidade e controle; 
- É importante relevar que este Estamento não é um "estado apartado", mas vem de dentro da sociedade e faz parte 
dela; 
- O Brasil sempre se moderniza sem tocar no Estamento; 
● Para além da dicotomia das visões 
- O espaço público e privado combinados; 
- Manifestações diferentes segundo as heterogeneidades brasileiras; 
- As mudanças no Brasil e a sobrevivência do patrimonialismo; 
- A solução para o Estamento Burocrático é a democracia; 
- A ideia de um Estado controlado só pode existir se houver distinção entre público e privado; 
● Relação com a atualidade 
- Petrobrás - combinação entre público e privado (Estado e empreiteiras); 
- É necessária uma agenda de Republicanização no Brasil; 
- Redes sociais para a exposição de fotos privadas (?); 
 
6) Faoro x Sérgio Buarque X Vitor Nunes Leal 
7) Vitor Nunes Leal 
● Poder Local 
- O modo de colonização aplicado no Brasil fez com que, mais do que um governo central, o país tivesse influência 
de diversos governos locais; 
- A primeira instituição política do país fora as câmaras municipais, onde somente os "homens bons" (eleite e 
proprietários) podiam participar. Essas câmaras eram fragmentadas e sem conexão umas com as outras; 
- O Brasil só passa a ter maior articulação nacional no fim da colonização, contudo essa articulação só ganha mais 
força no final do século XIX e a presidência no século XX, com Vargas; 
- Deve-se pensar para além do poder local, em sua natureza; 
- Poder local extremamente marcado pelo mandonismo local, onde o privado prevalece ao público e existe um 
"mandão" que possui o poder local. Essa figura é muito bem representada em novelas e na literatura; 
- Exemplo de mandonismo: em Pernambuco ou você é Cavalcanti ou cavalgado; 
● A interpretação de Leal: Coronelismo 
- O conceito de coronelismo vem de sua obra, entretanto, apresenta-se de forma ambígua; 
21 
 
- “Este sistema político é dominado porumarelação de compromisso entre o poder privado decadente e o poder 
público fortalecido”; 
- Para ocorrer, o coronelismo precisa ocupar o poder público, utilizando-o para fortalecer o privado. Assim, o poder 
público passa a ser fundamental para a manutenção do privado; 
- “O coronelismo é sobretudo um compromisso, uma troca de proveitos entre o poder público, porgressivamente 
fortalecido e a decadente influência social dos chefes locais, notadamente dos senhores de terra”; 
-O “coronel” comanda um lote considerável de votos de cabresto. “A força eleitoral empresta-lhe prestígio político, 
natural coroamento de sua privilegiada situação econômica e social de dono de terras”; 
- O voto de cabresto resulta da nossa organização rural; 
- “É perfeitamente compreensível que o eleitor da roça odebeça à orientação de quem tudo lhe paga, e com 
insistência, para praticar um ato que lhe é completamente indiferente”; 
- Com o fim do voto censitário e a ampliação do voto, o coronel precisava ganhar votos para ganhar legitimidade 
local; 
- A ideia da 1ª República de que o poder deve vir do povo, mesmo que esse não o faça realmente (fraude das 
eleições e voto de cabresto) 
- “Falsemaneto representativo”: são as fraudes eleitorais da 1ª República, onde as eleições ocorriam apenas para 
legitimae quem tinha o poder no país; 
- Assim, os coronéis angariavam votos para o governador em troca de verbas para o município (fragilidade 
municipal: coronéis dependiam do estado e do governo federal porque a Constituição enfraquecia os municípios); 
- Contradição entre a Constituição Liberal e as bases sociais, ao mesmo tempo que o país legal não é o mesmo do 
país real (Vitor Nunes fala da sobreposição dos isntrumentos republicanos em um país com bases econômicas e 
sociais oligárquicas); 
- Superação do coronelismo: educação, mudanças no campo e urbanização (o urbano diminui o coronelismo), 
transformações eleitorais, fortalecimento dos municípios e mudanças sociais e institucionais combinadas; 
● Relação com a atualidade 
- Podemos perceber a evidência do poder local na câmara dos deputados, onde há forte presença de estadistas de 
província; 
 
8) Manuel Bolfim 
● 
● O legado da falta de educação no Brasil 
- Os autores clássicos e importantes para o país deram pouco ou nenhum valor para a educação como fator do legado 
histórico no Brasil; 
- Na história de diversos países (EUA, França, China) podemos perceber como a educação muda a história das 
sociedades e como o fato de, ao contrário do que ocorreu nessas nações, a educação no Brasil ter sido restringida às 
elites acaba nos diferenciando desses países; 
- A primeira Lei importante no Brasil acerca da educação é de 1827, que, além de definir o Ensino Superior como 
responsabilidade do Governo Federal e os demais níveis para as outras esferas de governo, declara a educação como 
não-obrigatória. É importante notar como Lei contribui para a formação da ideologia da educação como "adorno" 
das elites e não como instrumento de mudança; 
- Somente em 1988 o debate da educação obrigatória é retomado e instituído na Constituição (obrigatoriedade até os 
17 anos); 
- O colégio público criado por D. Pedro II, em 1837, não representa nenhuma tentativa de mudança, mas sim uma 
ação para suprir as necessidades da elite urbana do Rio de Janeiro. Inclusive esse colégio funcionava a partir da 
meritocracia (concurso para professores e alunos), trabalhando com a triagem entre os pobres; 
- Manifesto dos Pioneiros (1932); 
- Somente com Vargas é criado um Ministério par a educação, até então não havia um Ministério específico para 
essa área; 
- A ideia da educação baseava-se na formação de elites para desenvolver o país; 
22 
 
- Assim, houve uma opção histórica por manter boa parte da população afastada da educação (podemos comprovar 
isso olhando para os altos índices de analfabetismo em pessoas com mais de 50 anos); 
- O Brasil desenvolveu-se sem se educar e cada vez menos será possível realizar isso no mundo moderno -> 
necessidade da educação no século XXI; 
- A educação é um mecanismo para a criação de uma sociedade mais igualitária porque aumenta as oportunidades; 
● Educação e Manuel Bonfim 
- Considerava um absurdo buscar um regime democrático em um país onde 90% da população era analfabeta; 
- Enxergava o Estado brasileiro e os da América Latina como "Estados Parasitas", onde pessoas se grudam no 
Estado ou no projeto político hegemônico. Para se manter, o parasitismo precisa criar um mundo que evita a entrada 
de mais pessoas. Para acabar com essa tendência deveria haver educação em massa (aproxima-se do Faoro neste 
ponto); 
- Para ele, o país deveria trabalhar em criar professores que ensinem seus alunos a ver além de sua realidadesocial e 
de seu conhecimento prévio porque educação boa é aquela que muda a situação prévia do aluno; 
- Lugar do Brasil no mundo: somos mais próximos e parecidos com os países latino-americanos; 
- Educação com sentido duplo: 
A) Instrução e mobilidade social (combate ao parasitismo) e 
B) Cidadania e mudança política (criação de um tipo de cidadania) 
- Educação como o que você traz de outros lugares (capital cultural que pode ser herdado e/ou adquirido); 
- A educação é uma barreira de gerações e tem como elemento central o tempo para que seja possível perceber 
mudanças; 
● Relação com a atualidade: 
- Redução da maioridade penal; 
- Escola de tempo integral x Fundação Casa; 
- Ainda não há consciência do legado da falta de educação no país; 
 
9) Getúlio Vargas 
● Varguismo 
- O varguismo fundou o Estado moderno brasileiro; 
- O varguismo é um modelo político hegemônico, abraçado por diversos grupos políticos; 
- Esse modelo transformou o Brasil, modernizando-o ao mesmo tempo em que mantinha o atraso; 
- Criação mais importante e duradoura do século XX (a durabilidade das instituições acompanha a durabilidade de 
seus efeitos); 
- Esse fenômeno vai além de Vargas porque esteve presente com Vargas (30-45/50-54), sem Vargas (54-64) e contra 
Vargas (Regime Militar: se ergueram contra o varguismo mas usaram o modelo de Estado preconizado por ele, como 
a criação das empresas estatais); 
● Origens do Varguismo 
1) Trajetória Pessoal: 
- Nascido no Rio Grande do Sul, Vargas tinha a ideologia da sua região de que o Estado tem papel fundamental no 
desenvolvimento do país enquanto o resto do Brasil estava preso a um modelo oligárquico distante dessa discussão; 
- Em um Estado importante, mas periférico, Vargas aprender a importância de se estabelecer alianças (característica 
muito aplicada em sua vida política); 
- Tinha a ideia militar e positivista de Ordem e Progresso, na qual o Estado geraria desenvolvimento e equilíbrio 
(Estado positivista); 
- Já quando jovem Vargas era Estadista; 
- Sua experiência política lhe mostrou que ele só não seria um presidente fraco se fortalecesse o Estado Federal; 
2) Causas Internas: 
23 
 
- A crise da 1ª República: não conseguia atender às crescentes demandas sociais (faça,os a revolução antes que o 
povo a faça); 
- A crise econômica em São Paulo (1929) acentuou a crise nacional e facilitou o varguismo porque mesmo sem o 
apoio de toda a população, conseguiu o apoio de setores essenciais para a sua ascensão; 
3) Causas externas: 
- A crise mundial na década de 30 resultou no aumento da intervenção do Estado em todo o mundo; 
- Isso porque o Keynesianismo apareceu como resposta para a crise e o intervencionismo pass a ser visto como 
fundamental diante da crise capitalista pela qual o mundo estava passando; 
- Criação de empregos públicos; 
● Modernização Varguista 
- Projeto de desenvolvimento nacional baseado dm um modelo de intervenção econômica e social do Estado cujo 
processo decisório tem características autoritárias e visa a transformação social e econômica das estruturas sem 
mudar o padrão de desigualdade; 
A) Industrialização: industrializar é modernizar. Promoveu uma série de proteções para promover a indústrial 
nacional; 
B) Urbanização: criação de centros urbanos importantes que criariam as condições para a industrialização. Essa 
urbanização esteve concentrada no centro-sul do país – modernização desigual pelo país (grandes cidades são 
representações do varguismo: muita pobreza e muita riqueza ao mesmo tempo); 
C) Desenvolvimento harmônico: incorporação das classes sociais e a ação política (criação do menor conflito 
possível entre o capital e o trabalho, com intervenção do Estado); 
- Porque é correto dizer que Vargas modernizou mantendo o atraso? O projeto de Vargas é inovador, inclusive no 
que diz respeito à Reforma Burocrática e a implantação de um novo modelo de Estado no Brasil. Entretanto, suas 
mudanças sempre instauraram a modernização sem modificar as estruturas. Um exemplo disso dentro da Reforma 
Burocrática é a criação dos “Daspinhos”, porque enquanto o DASP mantinha-se como uma ilha de excelência 
burocrática, nos estados os Daspinhos faziam a manutenção das formas de clientelismo e patronagem dentro do 
Estado. Assim, nesse sentido, de certa maneira, a modernização burocrática restringiu-se ao âmbito federal. 
(Exemplo das cidades que também mantiveram a desigualdade, embora tenham crescido economicamente) 
● Balanço de acerto e erros 
● Bresser Pereira: 
● Grande estadista do século XX: reformas necessárias para a transição de uma oligarquia para uma 
democracia; 
● Realização da Reforma Nacional Brasileira (Reforma Capitalista e Revolução Industrial): criação de um 
estado-nação, consolidação da nação; 
● Racionalização e Modernização do Estado (Reforma Burocrática); 
● CLT 
● Boris Fausto: 
● Refém dos militares, Estado Novo: autoritário e modernizador; 
● Legislação ignorada em favor de afilhados; 
● Manipulação das massas; 
● Valorização da mestiçagem e desafricanização dos bens culturais (tornar brasileiro, nacional); 
● Em estado de Guerra, direitos dos trabalhadores foram desrespeitados; 
● Relação com a atualidade 
● O quanto a terceirização dialoga com o varguismo; 
● Resquícios do Estado varguista até os dias de hoje. 
 
24Somos desterrados na nossa própria terra. 
- Homogênea em relação ao aspecto cultural (ex: por mais que o Brasil tenha diferentes sotaques, há países 
com diversas línguas) 
- A colonização foi feita pelos abandonados pela Coroa portuguesa. 
- Mais fácil lidar com problemas no âmbito privado do que no público. - Ausência de cidadania pública; e 
uma super cidadania privada - Laços privados muito presentes na sociedade. 
- As raízes do Brasil estão neste modelo de colonização que cria a plasticidade para que nós não sejamos 
iguais entre si. 
 
A SINGULARIDADE BRASILEIRA: DO PESSIMISMO À BUSCA DE IDENTIDADE 
Depois da independência, não tínhamos uma identidade nacional → preocupação na população em buscar essa 
identidade/unidade nacional; 
- O que unificou a elite brasileira foi a escravidão e o fato de estarem no Brasil. 
- Os índios eram a origem do brasil, mas isso não era reconhecido. 
- O suporte da monarquia era a escravidão, e após sua abolição, a monarquia entrou em uma decadência 
ainda maior. 
- Ideal republicano brasileiro não era claro, e uma das tentativas feitas para defini-lo foi feito pelos militares, 
os quais criaram símbolos republicanos (ex: bandeira → positivismo) 
Identidade não é consenso 
Processo histórico do país influência sobre a identidade, política, economía etc. 
O quanto estamos distantes dos países "que deram certo". Mas não é simplesmente trazendo coisas dessas nações 
que o país vai mudar e dar certo 
 
GF → fala de cultura (escravidão) e identidade cultural → obra final: casa grande e senzala 
Colonizacao bem sucedida, sociedade homogenea apesar da diversidade 
Docura e violencia 
 
SBH → fala de política e cultura / ponte entre ambos → obra final: o estado brasileiro 
3 
 
Sociedade inviável de nascer se constitui, cria uma identidade mas que contraria a igualdade 
Docura e porrete 
 
O problema do brasil é o brasileiro, mas não há brasil sem brasileiros 
Sociedade com alto grau de misturas/heterogêneas com formas fortes de violência e opressão. Somos brasileiros por 
não querermos ser iguais. 
Público no brasil: alguns são mais iguais que outros 
Racismo se assenta em uma sociedade de miscigenação 
Sociedade plastica e miscigenada 
 
A visão sobre o Brasil após a proclamação 
1889 - proclamação da república 
ideal republicano no Brasil: militares, mais preocupados em dar poder para os estados e oligarquias, enfraquecer 
poder central do que criar sociedade com ideais igualitários. 
 
a) O ufanismo (atitude de quem se orgulha de alguma coisa com exagero) artificial (criada/vendida pelos militares.) 
e o bacharelismo utópico 
 
- bandeira: positivismo "ordem e progresso" 
- O ideário nacional que nos unificasse foi a figura de tiradentes, que lembra jesus, pois ainda havia peso 
enorme de igreja católica como elemento cultural do país 
- A tentativa de segurar identidade nacional era construção de constituição que se o Brasil imitasse as leis 
dos Estados Unidos, teria futuro similar. 
 
O Brasil passa a organizar-se, enquanto colônia, social, política e economicamente por meio de uma elite, 
representada pelos grandes proprietários rurais e mão-de-obra na sua maioria escrava (índios, mestiços e negros), 
consolidando-se o poder sem identidade nacional, completamente desvinculado dos objetivos de sua população de 
origem e da sociedade como um todo, com as mesmas características burocráticas da administração da metrópole, 
sofrendo as influências culturais predominantes na metrópole. 
A questão do bacharelismo → forma de manifestação de poder no espaço organizacional brasileiro, 
- poder do bacharel em uma sociedade segregada, emergindo do rural para o urbano, permitiu entender o 
bacharelismo no Brasil como poder condicionado. Seus detentores possuem um capital social que 
legitima o exercício da autoridade e do poder perante aqueles desprovidos de distinções nobres e/ou 
acadêmicas. Em SBH podemos correlacionar história e sociologia de forma a problematizar questões 
referentes à colonização brasileira e sua influência na sociedade do século XIX. 
- Em SBH, o foco central de seu autor é averiguar, pelas singularidades da história da colonização do povo 
brasileiro, as principais características que ainda perpassavam o cotidiano dos brasileiros na época de sua 
primeira edição (na segunda metade da década de 1930) e que, não menos do que antes, continuam 
presentes no dia-a-dia de nossa gente. 
- Em GF “A ascensão do bacharel e do mulato na sociedade brasileira do século XIX”, o bacharelismo é 
analisado como “habilitação” para o exercício do poder. Ou seja, ser portador de um título acadêmico, 
ser um bacharel, é estar apto e instrumentalizado a exercer o poder naquele contexto. 
- Essa supervalorização de atributos foi herdada de nossos colonizadores portugueses que legitimavam o 
poder através dos títulos nobres de barão, visconde, etc, na falta destes, dos acadêmicos de bacharel e de 
doutor. 
- O povo brasileiro é um povo “desterrado”, pois tanto a cultura como diversas práticas específicas da 
Europa foram trazidas para o Novo Mundo e implementadas no Brasil sem que se levassem em conta as 
diferenças geográficas e sociais dos dois continentes: “A tentativa de implementação da cultura européia 
em extenso território [...] é [...] o fato mais dominante em conseqüências”- SBH. 
- A aristocracia que emergia naquele contexto era diferente da aristocracia “semi-rural ou comercial”, sendo 
vista como uma “aristocracia de beca e toga”. (FREYRE, 1961, p. 576). 
4 
 
- Essa citação ilustra claramente como no processo de ascensão social do mulato e do bacharel no espaço de 
poder das organizações brasileiras, o processo social de migração do rural para o urbano configura o 
exercício da autoridade e da segregação: “Beneficiados pela seleção de cor e de traços pela qual se 
aristocratizavam desde pequenos os escravos mais jeitosos, mais vivos, mais inteligentes, mesmo quando 
não eram filhos de senhores: os mulatinhos que se tornavam discípulos dos padres capelães e até dos 
mestres-régios, dos seminários, das faculdades, as despesas correndo por conta dos senhores brancos. De 
modo que foi ao acentuar-se a predominância, na paisagem brasileira, do contraste de sobrados com 
mucambos, que se acentuou, entre nós, a presença de negros e pardos como inimigos de brancos”. 
(FREYRE, 2002, p.1.247) 
- Considerando-se que ser bacharel era um bom negócio, podendo render algum prestígio ou distinção, 
verificou-se uma motivação a mais em classes intermediárias para a prática do bacharelismo informal. 
- Falar difícil, vestir-se adequadamente, ostentar uma cultura literária e mesmo o conhecimento de textos 
legais tornou-se prática verificável fora do círculo restrito dos bacharéis 
b) O choque entre o modelo ideal das elites e a realidade: o significado de canudos 
c) As visões racialistas e a teoria do branqueamento 
- A visão mais forte durante primeira república sobre identidade nacional foram visões racialistas, visões que 
acreditavam que a melhor opção para o desenvolvimento brasileiro era o branqueamento da população, 
trazendo imigrantes europeus ou fazendo de alguma forma com que os brancos europeus procriassem mais. 
Contraditório as pessoas dessa sociedade em que tinha a maior população negra e com altíssimos níveis de 
miscigenação defender o embranquecimento. → como não funciona o transporte de leis (tentativa de 
copiar a constituição americana), cabe realizar o transporte de pessoas 
d) As críticas à primeira república e a busca da nação 
e) O modernismo como grande ruptura em prol de uma nova identidade 
- Modernismo: questionar o que é a identidade brasileira. 
- Semana de arte moderna de 1922: tentativa de redescobrir o Brasil real (ex: o manifesto antropofágico → o 
Brasil é mistura e tudo o que vier de fora, o que for bom eu como, o que for ruim, eu vomito) 
- Absorção do estrangeiro bom (antropofagia), quebra na lógica super nacionalista. 
- De tempos em tempos, revivemos movimentos antropofágicos →Anitta: tropicalismo macunaímico 
(macunaíma: herói sem caráter; anti herói → o brasileiro é o herói sem caráter) 
 
IMPORTÂNCIA DAS OBRAS DE FREYRE E BUARQUE E SUAS SIMILARIDADES 
 
Gilberto Freyre: identidade no âmbito cultural; veiculo de estudo é a casa grande senzala; 
SBH: identidade como cultura + política; veículo de estudo é o Estado brasileiro 
 Importância de ambos: 
a) Atacaram a visão que a elite tinha do Brasil, queriam mostrar um modelo civilizacional brasileiro. 
b) Historiografia como sociologia - para além dos grandes personagens. olhando os mais diversos fatos sociais 
(culinário, arquitetura…). → A imagem do Brasil nem sempre está na foto do Palácio no Planalto, no que a 
elite pensa sobre nós, mas no café da manhã, nas tradições e costumes, ou seja, nos valores socioculturais. 
c) A cultura - os elementos socioculturais (elementos que fazem a diferença e ocorrem naturalmente) A 
cultura está impregnada, é aquilo que você faz sem pensar. 
d) influência na criação de uma identidade nacional -> se não conhecermos nós mesmo, não seremos capaz de 
mudar o que somos. Ex: a elite tinha o complexo do vira-lata, valorizava e endeusando apenas o que vinha 
de fora. 
e) Por mais que você possa aprender e imitar o estrangeiro, uma mudança verdadeira exige um olhar para 
dentro do Brasil. 
f) Mesmo com todas as diversidades e desigualdades, o Brasil é o mais homogêneo se comparado com outros 
países com o histórico colonial. 
g) -Gilberto Freyre diz a incrível capacidade dos portugueses de se desenvolver-se diante das dificuldades, 
construindo uma sociedade homogênea através da dualidade da doçura e da força/ violência, não consegue 
enxergar a consequência política; 
5 
 
-Sérgio Buarque de Holanda: mostra que essa construção da identidade nacional e de um modelo 
civilizatório (homem cordial; escravidão; desigualdade) teve sua consequências políticas como as 
dificuldade de construir uma sociedade baseada na igualdade; expressa mais a violência e as tensões por se 
vincular a política do que Gilberto Freyre; para ele, somos plásticos, miscigenados e desiguais. - Só é 
possível discutir cotas na atualidade, é porque o Brasil não é uma sociedade pautada na verdadeira 
igualdade, e não acredita nas instituições sociais, recorrendo ao jeitinho brasileiro. 
 
Similaridades: 
a) a influência do modernismo - e o modernismos de cada um 
b) visão do exterior ajudou na busca da brasilidade: teorias comparativas para achar singularidade → Para 
entendermos o que somos, precisamos sair daquilo que somos → visão estrangeira sobre nós. → comparar 
os tipos, mas descobrir o que é singular. - Id 
c) geração de 1930: reconstruir o passado brasileiro em busca de uma identidade singular - o Brasil como uma 
civilização própria - e o momento de construção do estado brasileiro moderno. 
d) A interpretação da sociedade brasileira como tendente à mistura e ao hibridismo 
 
DIFERENÇAS ENTRE OS AUTORES: EM BUSCA DA IDENTIDADE, UM OLHANDO PARA O PASSADO, 
OUTRO, PARA O FUTURO 
 
A identidade harmoniosa versus a identidade tensa - a recuperação versus o dilema, um olha mais para trás, 
outro, mais para frente 
 
A possibilidade de diálogo com o modelo ocidental hegemônico: podemos ter instituições republicanas e 
democráticas? 
 
Transformações históricas 
a) Sociodemográficas - com efeitos na singularidade do Brasil 
b) Ação do estado varguista 
c) Mudanças mais recentes: a democracia surgindo como possível 
 
Os limites da visão culturalista 
a) História é continuidade e ruptura 
b) O conflito em torno da cultura e dos valores 
 
a) O choque entre o modelo ideal das elites e a realidade: o significado de canudos 
b) As visões racialistas e a teoria do branqueamento 
c) As críticas à primeira república e a busca da nação 
d) O modernismo como grande ruptura em prol de uma nova identidade 
 
a) A influência do modernismo - e os modernismos de cada um 
b) Visão do exterior ajudou na busca da brasilidade: teorias comparativas para achar singularidade 
c) Geração de 1930: reconstruir o passado brasileiro em busca de uma identidade singular - o Brasil como 
uma civilização própria - e o momento de construção do estado brasileiro moderno 
 
A OBRA DE GILBERTO FREYRE: O LUSO - TROPICALISMO E A DEMOCRACIA RACIAL 
 
4. A casa grande e senzala gerando a mestiçagem como elemento positivo 
a) A influência do culturalismo de boas 
b) Visão positiva da formação do Brasil: a capacidade do português (sua bicontinentalidade) e seu sucesso 
c) O patriarcalismo como força e doçura: o patriarca e a família são o centro de tudo, mas eles não 
contradizem a senzala - ao contrário, se completam. “Os escravos foram mais gente de casa do que besta de 
trabalho” 
d) O elogio ao luso-tropicalismo: a idealização do passado e a homogeneização do país 
e) A democracia racial, mesmo com violência 
6 
 
 
*o patriarcalismo nos cria como sociedade 
*o patriarcalismo é ambíguo - força (boa parte da miscigenação se formou a partir do estupro) e doçura (no 
caminhar contínuo da sociedade, a miscigenação se manteve) ao mesmo tempo 
 
Ressalta a importância de sua classe em decadência no processo de formação do país, fazendo um elogio ao passado 
- idealizado -, ou seja, do mundo criado pelo português no Nordeste colonial. O tempo todo ele fala de Brasil, mas a 
qual Brasil ele se refere? O Brasil do Nordeste. Através da vivência de Pernambuco ele desenvolve o processo de 
generalização do Brasil. 
 
síntese da obra/ideias 
O capítulo é dividido em dois polos: 
● Os efeitos da herança racial e os efeitos da herança cultural, social. Neste momento ele irá mostrar o que 
predomina em última instância. Ele defende a mestiçagem, combate às teorias racistas e apresenta os males 
da mestiçagem. 
● Importância do sistema patriarcal de produção para a sociedade brasileira. Logo, ele elogia a colonização 
portuguesa. 
○ Quando ele fala em patriarcado, não é um sistema restrito de dominação, mas sim uma forma de 
organização política. Esta forma de organização tem como base o latifúndio monocultor e 
escravista → plantation. 
○ A Sociedade brasileira tem duas bases de sustentação: plantation e a mestiçagem. 
Logo, a Casa Grande irá promover um sistema: ocupação estável, sedentário, agrário, harmonioso 
Reconciliação ENTRE SENHOR E ESCRAVO 
Escassez de mulheres brancas, impõe a mestiçagem; fator importante: plasticidade (capacidade de mudar de forma) 
do português . 1
● A mestiçagem é a confraternização entre vencedores e vencidos. 
 
GF 
- interpretação da sociedade brasileira como tendente à mistura e ao hibridismo. 
- casa grande e senzala gerando a mestiçagem como elemento positivo; 
- Brasil com duas classes: o cavalgante e o cavalgado; 
- foi o primeiro pensador a falar que a colonização portuguesa é algo positivo. Ele tenta mostrar que o 
português criou uma bicontinentalidade (capacidade de manter o pé em cada país) positiva e, assim, 
também criou o modelo de patriarcalismo como força e doçura: o patriarca e a família são o centro de tudo, 
mas eles não contradizem a senzala, ao contrário, se completam. 
 
O SUCESSO E O FRACASSO DA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA: A VISÃO DE S. BUARQUE 
 
5. A singularidade da formação histórica brasileira e de sua cultura 
a) A influência da sociologia alemã: singularidade histórica e polaridades tensas 
b) O sucesso da colonização portuguesa: a equação que soma as características dos portugueses com suas 
necessidades 
c) Plasticidade como eixo de nossa formação - semeadores, aventureiros e misturadores 
d) O homem cordial como resultado da nossa colonização - o personalismo e a ausência de um projeto de 
igualdade 
e) A convivência da solução com o aspecto crítico: alcance e limite de nossa civilização 
 
- Trouxe elementos da construção de nossa identidade, mas em “uma pegada pelo avesso”, chamando 
atenção para os aspectos negativos da nossa identidade. 
Em sua teoria existe a articulação de dois conceitos que irão favorecer exatamente esta identidadedo ponto de vista 
negativo 
 
1 
7 
 
tenta entender a singularidade do Brasil 
tinha tudo errado para dar o Brasil 
somos desterrados em nossa própria terra 
portugueses conseguiram construir civilização 
unidade territorial do país é impressionante 
portugueses conseguiram trazer unidade linguística, territorial muito forte. nação complexa 
 
*personalismo = emoção > razão (homem cordial, o qual se move mais pelo impulso afetivo que pela lei) → mais 
pelo impulso afetivo do que pela razão ou pela impessoalidade 
modelo civilizatório centrou se na ideia de que mais vale a pessoa do que o indivíduo, mais vale a informalidade do 
que a lei, o "jeitinho brasileiro" 
 
*a história não pode ser substituída rapidamente, e o modelo do nosso país faz com que nossos processos de 
transformação sempre tenham sido, por não terem um projeto de igualdade, uma combinação de progresso e atraso". 
- BSH 
 
Cultura do personalismo: 
Aquilo que herdamos da identidade portuguesa da colonização, sendo o gerador do homem cordial, ou seja, o 
indivíduo que tem como característica a emotividade, sentimentalismo, incapacidade de disciplina e de 
organização racional. É o sujeito que tem dificuldade de aceitação da regras impessoais, sem orgulho de raça, e 
por isso é capaz de fazer as mais diversas adaptações. Valorizam extremamente a autonomia, portanto, o 
individualismo frente ao semelhante. Existe também um sentimento de forte dignidade pessoal. Se acredita muito 
no mérito próprio, não algo construído em conjunto. Valoriza-se a coragem, haceroísmo e destemor, ou seja, valores 
aristocráticos. 
O tipo de mentalidade não é moderna, e o colonizador português não tem valores burgueses. 
 
A noção de espaço público: o patrimonialismo e suas consequências. 
Característica que domina o Estado brasileira. A gestão pública não é efetivamente pública, mas na verdade é 
exercida em nome de interesses particulares. Desinteresse de separar o que é público do que é privado. 
Do ponto de vista das consequências sociais e políticas, são estes dois elementos que dificultam o processo de 
modernização. 
 
Patrimonialismo: 
- ausência de limite entre público e privado; há sociedades em que o patrimonialismo se torna um fenômeno 
social de efeitos patológicos; nossa história dificulta essa distinção, e isso caracteriza nossa natureza ( 
Sérgio Buarque de Holanda); o que é individual? E o que é público? A gestão pública não é efetivamente 
pública, mas na verdade é exercida em nome de interesses particulares. Desinteresse de separar o que é 
público do que é privado. (Do ponto de vista das consequências sociais e políticas, são estes dois 
elementos que dificultam o processo de modernização.) 
- personalismo (dinâmica cultural do patrimonialismo; jeitinho brasileiro); patronagem (distribuir cargos 
públicos para homens de mil ou para conseguir algo em troca; cargos em comissão); clientelismo 
(distribuição de bens e serviços; transforma favor em direito; particularizar o acesso aos bens públicos, ao 
invés de universaliza-los) Vs. Republicanismo: distinção de público e privado; bens públicos como direitos 
garantidos pelo Estado 
- Patrimonialismo como ideia oposta a igualdade; e sua ação demonstra que os governos não têm a missão de 
atingir a igualdade, a qual se dá pelos critérios universais aceito e questionado por todos do que é público e 
o que é privado. - Alguns consideram que o patrimonialismo existe no brasil, porque o âmbito privado é 
muito mais forte do que o público; ausência de Estado como como soberania universal, fazendo que o 
privado predomina nas relações do país; não se sabe onde fica o limite do particular; a indistinção favorece 
a organização de grupos de privados, por contribuição do próprio Estado. 
- herdado da colonização portuguesa: forma tradicional do Estado Brasileiro (domínio das oligarquias). 
8 
 
A ausência do estado permite patrimonialismo → A forma como o estado se organiza leva ao patrimonialismo e ao 
favorecimento de certos grupos privados 
Resultado da fragilidade do estado e da força dos grupos privados 
Br → só vai se salvar do patrimonialismo quando publicizar o estado e quando a sociedade como entidade for 
autônoma e forte (capaz de desejar sua autonomia, se auto organiza) 
 
- Século XIX: os candidatos venciam porque prometiam cargos públicos aos eleitores. 
Existem duas formas de sociabilidade: 
Tradicional: família patriarcal; 
Moderna: pautada pela racionalidade e também, pela impessoalidade. 
Para se construir um Estado moderno, é necessário uma ruptura. 
O Estado não é uma ampliação da família. O Estado é aquele que se organiza do ponto de vista, a lógica de seus 
interesses não deve ser a mesma lógica da família. 
Mentalidade gerada pela cultura do personalismo, que, quando o Brasil estiver na década de 30, na transição à 
modernidade embasa a ideia do Homem cordial. 
 
Segundo foco é a sociabilidade, onde ele diz que o indivíduo formado em um contexto de um sociabilidade 
tradicional - agrária - no processo de urbanização, gera algo esquisito que não se enquadra nem em 
tradicional nem em moderno = Homem Cordial. 
Cordialidade = boa educação, acolhimento e civilidade. 
 > SBH: faz uma releitura no sentido de cordialidade, onde a origem da palavra vem de cordus, do latim 
coração. Ou seja, ele afirma que cordialidade está atrelada à um tipo de conduta cuja raiz está atrelada nas 
emoções. Uma pessoa cordial tem aversão pelas regras impessoais. Tem também uma verdadeira aversão pela 
ritualização da vida social. E vê muita importância pelo comportamento pela aparência, podendo ser 
mesquinho/hostil ou generoso e afetivo, variando de acordo com os interesses do indivíduo. 
 
SBH: ideia de patrimonialismo é a ideia contrária de igualdade, a indistinção é em última análise sustentada pela 
visão de que é possível ter critérios particularistas para definir o que deve ser espaço público. o inverso do 
patrimonialismo como instrumento é ter critérios universais do que é público e privado, a história do país mostra 
dificuldade de construir isso. 
“A vida em sociedade é a vida em que tem regras, impessoalidade” → gera pavor nos adventícios do mundo rural. 
Afirma, em última instância que o homem cordial não consegue de fato viver consigo mesmo. Ele nega 
subjetivamente a impessoalidade, a racionalidade. 
 
Qual é este projeto? SBH quer um país que seja constituído por “cidadãos”, ou seja, cidadãos livres, com direitos e 
deveres marcados pela impessoalidade. Também queria a eliminação do mundo de senhores 2
Através de abstrações, tipos ideais de modelos, SBH consegue diferenciar práticas culturais de povos diferentes 
(espírito aventureiro x trabalhador) 
 
Problema central 
● dificuldade para a modernização (racionalização/trato impessoal) 
● Obstáculos → males de origem: 
 
FAORO 
Modelo institucional brasileiro tipo portugues 
- Estado > sociedade 
- Estamento burocrático 
O liberalismo político fracassou no brasil 
tenta explicar que exatamente a maneira como o estado se organiza que se leva a isso, no caso brasileiro, a sociedade 
é fraca e o estado forte, publicização do estado e sociedade autônoma e forte, senão haverá sempre espaço para o 
patrimonialismo. 
2 
9 
 
O poder local e a ausência de republicanismo: o sentido do coronelismo. 
- Coronelismo: sistema de reciprocidade → de um lado, chefes municipais e os coronéis, que conduzem seus 
eleitores como que toca tropa de burros; e do outro situação política dominante no Estado, que possui o 
cofre das graças e o poder da desgraça;é resultado da superposição de formas desenvolvidas no regime 
representativo a uma estrutura econômica e social inadequada. 
* estrutura agraria 
- É uma forma peculiar de manifestação do poder privado, ou seja, uma adaptação em virtude da qual os resíduos do 
nosso antigo e exorbitante poder privado têm conseguido coexistir com um regime político de extensa base 
representativa; - É um compromisso, uma troca de proveitos entre o poder politico, progressivamentefortalecido, e a 
decadente influência social dos chefes locais, notadamente dos senhores de terras 
- Compromisso coronelista: da parte dos chefes locais, incondicional apoio aos candidatos do oficialismo nas 
eleições estaduais e federais; da parte estadual, carta-branca ao chefe local governista em todos os assuntos 
relativos ao município. 
- Sistema coronelista: mandonismo (perseguição dos adversários: “para os amigos se faz justiça, para os 
inimigos se aplica a lei”; relação de hostilidade e zero cordialidade;), filhotismo, falseamento do voto, 
desorganização dos serviços públicos locais. - Absenteísmo: situação cheia de riscos: quando o chefe 
ausente* se indispõe com o governo, nao sao sao raras as defecções (abandono voluntário) dos seus 
subordinados. Outras vezes, ele mesmo aconselha essa atitude como uma retirada tática 
Chefe municipal = coronel (dono de terra com privilegiada situação econômica e social): comanda 
discricionariamente um lote considerável de votos de cabresto; - A força eleitoral empresta-lhe prestígio político; - O 
coronel exerce uma ampla jurisdição sobre seus dependentes; - Dependentes: massa humana que tira a subsistência 
de suas terras e que vive no mais lamentável estado de pobreza, ignorância e abandono; diante deles, o coronel é 
rico, mesmo não sendo (tem propriedades e negócios, mas não disponibilidade financeira 
perseguição dos adversários: “para os amigos se faz justiça, para os inimigos se aplica a lei”; relação de hostilidade e 
zero cordialidade; 
 
Coronelismo, enxada e voto - Vitor Nunes Leal 
Coronelismo como política municipal: traz a ideia de especificidade (de local para local) e de institucionalização da 
prática. Ela é a sobreposição entre a estrutura de representação desenvolvida (voto democrático), e as estruturas 
econômica e social inadequadas. Nesse sentido, temos que é uma dicotomia entre formalidade democrática e 
autoritarismo real. Assim, as estruturas inadequadas abrem brecha para que se manifeste o poder privado, resquício 
dos regimes antigos brasileiro. 
- Poder público e poder privado: o poder público, fortalecido por ampla representação democrática, passa a 
se alimentar e fortalecer, paradoxalmente, o poder privado remanescente das estruturas agrárias. Assim, o 
eleitor dependente do coronel para se manter, fica à mercê do que o poder local lhe impõe. 
- Organização econômica: homens de influência abdicam de suas terras (advogados e médicos), e concorrem 
à pastas, viram deputados estaduais ou federais, retornando ao “feudo” apenas por questões políticas ou de 
interesse. Nesse sentido, os homens que se estabelecem como poderosos são os coronéis, que não 
apresentam riqueza material maior que os fazendeiros, por exemplo, mas conseguem ter melhores 
acessos à empréstimos, aos bens do Estado (água encanada, eletricidade), e fazem dessas armas para 
conseguir ter influência, sendo vistos como muito ricos (está mais no status do que na real riqueza). 
- A concentração de terras como baliza de desigualdade: como cerca de 74% das terras estavam concentradas 
aos grandes latifundiários e, considerando ainda que eles poderiam ter mais de uma propriedade = muita 
terra para pouco proprietário. Isso se reflete sobretudo sobre São Paulo, onde Caio Prado Jr. vai versar 
acerca. Além disso, Minas Gerais e Rio de Janeiro também são expressivos pelo fato do café ter sido um 
produto demandante de terras e com forte exploração e degradação de terras. 
- Outro fator que demonstra esse desigualdade e revela a situação de pobreza e miséria que os pequenos 
produtores passavam. As pequenas propriedades, muitas vezes, não conseguiam ter uma produção 
satisfatória, e acabavam em situação de dependência de produções maiores. 
- Despesas eleitorais e melhoramentos locais: “Os novos códigos, ampliando o corpo eleitoral e reclamando 
a presença efetiva dos votantes, aumentam os gastos. É perfeitamente compreensível que o eleitor da 
roça obedeça à orientação de quem tudo lhe paga, e com insistência, para praticar um ato que lhe é 
10 
 
completamente indiferente”. Para além disso, o autor cita o fato do municipalismo aparecer durante as 
eleições. Os coronéis e pessoas políticas tentam conseguir melhoramentos na escola, infraestrutura, saúde, e 
tudo isso no seio do município, tentando trazer benefícios que evidenciam, não uma política personalista e 
um desvio dependente exclusivamente do caráter dos políticos, mas também da estrutura social e 
econômica, que fazem necessárias tais atitudes para o desenvolvimento local. 
- Favores e perseguição → desorganização da administração municipal: com a troca de favores e o 
filhotismo (que beiravam a ilegalidade), a administração municipal fica totalmente desorganizada, pois “na 
política, só há uma vergonha: perder”. Apresentam-se dois conceitos: filhotismo e o mandonismo, sendo o 
segundo relacionado com a perseguição às forças políticas opositoras. Além disso, um fator interessante de 
se dar atenção é o uso de verba pública para disputas eleitorais. 
Relação com o Estadual, autonomia dos municípios e fortalecimento do coronelismo: Estado: lugar de decisão e 
transferência de verbas (pacto federativo). Autonomia dos municípios e fortalecimento do coronelismo: ausência de 
controle e combate aos métodos de patrimonialismo existentes na esfera local. 
 
Ele insiste na especificidade de sua abordagem do coronelismo em relação à concepção dominante. - Para 
ele, o coronelismo se apresenta como um sistema político, uma complexa rede de relações que permeia todos os 
níveis de atuação política, e não apenas como mandonismo local. O mandonismo não define o coronelismo, 
assim como não o caracteriza o clientelismo. 
Ela surge na confluência de um fato político e de uma tendência econômica, a saber, a constituição dos governos 
estaduais como importantes unidades de decisão política e a decadência sócio-econômica dos senhores rurais. 
Emerge, portanto, em momento de enfraquecimento do mandonismo e de expansão do poder estatal. 
Daí vem o compromisso em que o Estado entra emprestando ao coronel seu poder e prestígio, e o coronel comparece 
com os votos necessários à manutenção da política do governador. - O coronelismo se sustentava, assim, em um 
sistema político de troca de favores recíprocos, onde o voto é moeda de troca por benefícios pessoais, em detrimento 
do interesse público e do bem comum, também interpretados como clientelismo e fisiologismo. 
O poder público passou a criar políticas para ter votos; começa a praticar o clientelismo → criação de uma 
máquina eleitoral sem distinção do público e privado, em que o poder vinha do inferior enfraquecido. 
A possível superação do coronelismo pela educação, pela urbanização, por transformações eleitorais, 
pelo papel do poder local (os municipais se fortalecem na Constituição de 1946), ou seja, mudanças sociais e 
institucionais; - Desde 1895, há um crescimento exponencial do corpo eleitoral 
 
JESSÉ 
O sociólogo classifica como “ridícula se não fosse trágica” a abordagem de Raymundo Faoro de que “a 
história do Brasil é a história da corrupção transplantada de Portugal e aqui exercida pela elite do Estado”. 
“Faoro imagina a semente da corrupção já no século 14, em Portugal, quando não havia nem sequer a 
concepção de soberania popular, que é parteira da noção moderna de bem público. É como ver um filme sobre a 
Roma antiga cheio de cenas românticas que foram inventadas no século 18. Não obstante, o país inteiro acredita 
nessa bobagem.” 
Escravidão 
 
Jessé argumenta que os que apoiam essa interpretação dominante “parecem não se dar conta de que, em 
uma sociedade, cada indivíduo é criado pela ação diária de instituições concretas, como a família, a escola, o mundo 
do trabalho”. 
Segundo o autor, a escravidão era a instituição que influenciava todas as outras e se mantém até os dias de 
hoje: “A ‘ralé de novos escravos’, mais de um terço da população, é explorada pela classe média e pela elite do 
mesmo modo que o escravo doméstico:pelo uso de sua energia muscular em funções indignas, cansativas e com 
remuneração abjeta”. 
Ele explicou que o que ele define de maneira “provocativa” como ralé é uma continuação direta dos 
escravos. “Ela é hoje em grande parte mestiça, mas não deixa de ser destinatária da superexploração, do ódio e do 
desprezo que se reservavam ao escravo negro. O assassinato indiscriminado de pobres é atualmente uma política 
pública informal de todas as grandes cidades brasileiras.” 
Na opinião de Jessé, a elite econômica “é uma continuidade perfeita da elite escravagista” e continua 
condenando “os de baixo” à reprodução de sua miséria enquanto amplia o próprio “capital social e cultural”. 
11 
 
O escritor complementa que “o recente golpe comprova, ainda predomina o ‘quero o meu agora’, mesmo 
que a custo do futuro de todos”. Ele diferencia as elites de outros países do Brasil: “Ficam com a melhor fatia do 
bolo do presente, mas além disso planejam o bolo do futuro. Por aqui, a elite dedica-se apenas ao saque da 
população via juros ou à pilhagem das riquezas naturais”. 
Classe média: tropa de choque das elites 
 
Se as classes dominantes no alvorecer do século 20 mantinham a “postura da violência e do engodo” em 
relação aos trabalhadores, um novo desafio se impôs com o surgimento da classe média, diz Jessé. “O que estava 
em jogo era a captura intelectual e simbólica da classe média letrada pela elite do dinheiro, para a formação da 
aliança de classe dominante que marcaria o Brasil dali em diante”. 
O autor destaca ainda a construção de “fábricas de opiniões” para distribuir informação e opinião. Nesse 
terreno está a grande imprensa, as grandes editoras, livrarias para “convencer” seu público na direção que os 
proprietários queriam, sob a máscara da “liberdade de imprensa e de opinião”. 
Jessé completa o raciocínio afirmando no artigo: “A produção de conteúdo é monopólio de especialistas treinados: 
os intelectuais. A elite paulistana, então, constrói a USP, destinando-a a ser uma espécie de gigantesco ‘think tank’ 
do liberalismo conservador brasileiro, de onde saem as duas ideias centrais dessa vertente: as noções de 
patrimonialismo e de populismo”. 
 
**Lava Jato** 
 
Estigmatizar o Estado e a política sempre que se opunham ao interesse das elites e mitigar a importância da 
soberania popular são aspectos citados por Jessé como entranhados na classe média pelo aparato midiático. “Nesse 
esquema, a classe média cooptada escandaliza-se apenas com a corrupção política dos partidos ligados às classes 
populares”, sustenta o autor. 
Segundo ele, “as noções de patrimonialismo e de populismo, distribuídas em pílulas pelo veneno midiático 
diariamente, são as ideias-guia que permitem à elite arregimentar a classe média como sua tropa de choque”. 
“A atual farsa da Lava Jato é apenas a máscara nova de um jogo velho que completa cem anos”, enfatizou Jessé. Na 
opinião dele, o princípio da igualdade foi vítima, com “protagonismo da Rede Globo”, desse conluio. 
“Desqualificada enquanto fim em si mesma, a demanda pela igualdade se torna suspeita e inadequada para expressar 
o legítimo ressentimento e a raiva que os excluídos sentem, mas que agora não podem mais expressar 
politicamente.” 
O resultado desse cenário é a ascensão de discursos que vão na contramão da justiça social e de valores 
democráticos. “Jair Bolsonaro como ameaça real é filho do casamento entre a Lava Jato e a Rede Globo.” 
Jessé finaliza o artigo afirmando que “o pacto antipopular das classes alta e média não significa apenas manter o 
abandono e a exclusão da maioria da população, eternizando a herança da escravidão. Significa também capturar o 
poder de reflexão autônoma da própria classe média (assim como da sociedade em geral), que é um recurso social 
escasso e literalmente impagável”. 
A integração do negro na sociedade de classes - Florestan Fernandes – 
O autor teoriza que a abolição da escravidão libertou os escravos mas que não ocorreu nenhum tipo de subsídio para 
que o ex-escravo conseguisse se manter em uma sociedade capitalista. Dessa forma, esses indivíduos passaram por 
uma série de dificuldades. - Como por exemplo a adoção de uma mentalidade capitalista e poupadora. O escravo 
vivia em uma relação monetária, dessa forma não recebia salário para consumir ou poupar. Dessa forma, inseri-lo 
em uma sociedade que possui esses mecanismos tornaria sua existência mais difícil uma vez que sua mentalidade 
não era essa. - Ao mesmo passo em que, na época da escravidão, ocorria imigração em massa da população 
europeia. Essa população já havia passado por um Revolução Industrial e já estava acostumada com a mentalidade 
que ocorria no Brasil - e principalmente em São Paulo - do boom cafeeiro - Projeto de embranquecimento - Sendo 
assim, restava ao negro se apropriar do discurso branco para superar os obstáculos - 
 
 
 
12 
 
Um país sem projeto educacional: que sociedade derivou disso? 
Analfabetos 
Geração que não votou e portanto não teve suas demandas atendidas 
TEMA DA EDUCAÇÃO: uma lacuna no pensamento Brasileiro 
- Brasil se desenvolve muito mantendo desigualdades, a ideia de que a democracia era menos importante 
(padrão de desenvolvimento do Brasil); dilema ou reformas no brasil? Escolheram reformas independente 
da democracia. A evolução foi tida como mais importante. 
- Só é possível ter democracia se a sociedade tem educação; sem educação não existe amor à democracia 
 
- MANOEL BONFIM 
● Parasitismo das elites; em parte está no estado, que toma decisões contra a maior parte da população, mas 
também está na igreja; em várias partes da sociedade brasileira. O que sustenta esse parasitismo? A falta de 
educação da sociedade. É como se as elites brasileiras se comportassem como cracas; grudam no navio e 
não saem. As elites captam as principais instituições do país e sugam o máximo possível para elas próprias 
(causas: escravidão enraizada, grande poder dos senhores rurais, mas a principal é a falta de educação) 
● Alianças latino americanas eram boas para ajudar o Brasil nas relações exteriores (o primeiro ministro 
retirou a matéria que ensinava sobre a história latina) 
● Toda vez que a política se torna jogo de soma zero, a liberdade acaba, porque A tem que ganhar em tudo 
em relação a B 
● Há como ter mobilidade social sem tanta educação, porém o resultado líquido é desigualdade 
● O enorme grau de exclusão do Brasil só foi suportável com muita violência e muita informalidade 
(reprodução social e econômica fora das normas legais) 
● Desde a desindustrialização na década de 80, há famílias que estão há quase três gerações como marreteiros 
na geração do braz (trabalhadores informais); se isso for considerado crime, ninguém se salvará, já que isso 
é um padrão no Brasil. A única forma de mudar isso ao longo do tempo é distribuir a educação mais 
equanimemente. 
Segundo papel da educação: educar mais gente e incluir pessoas nisso é um processo fundamental para formar 
cidadãos. Parte das visões do contexto eram do branqueamento do Brasil, enquanto para ele faltava cidadãos. Para 
ele nenhuma elite poderia nos salvar por mais bem intencionada, se não tivéssemos cidadãos, fator diretamente 
ligado à posse de educação universal > tomada de poder, fator que não necessariamente muda sociedades. A maior 
transformação política não é chegar ao poder, mas sim distribuir esse poder o máximo possível 
 
O LUGAR DA EDUCAÇÃO NA MODERNIZAÇÃO BRASILEIRA 
- Enraizamento social “este país ensina que todos são iguais, eu não posso falar o contrário que as escolas; eu 
não vou citar o nome dos terroristas, é isso que eles querem, vou citar o nome dos mortos; eu não vou 
armar ninguém pois cabe a mim garantir sua segurança” (primeira ministra da Nova Zelândia) 
- Dualismo: principais recursos brasileiros, desde as origens, foram destinados mais ao ensino superior que 
ao básico 
O Paradigma Varguista: características, transformações e impactos sobre o Brasil atual. 
O sentido do varguismo 
Varguismo:1930 a 1985 → o varguismo com, sem e contra vargas 
varguismo com 30-45 
varguismo sem 54 - 64: em primeiro momento de forma mais alegre e bossa nova com JK 
 varguismo contra vargas 64 - 85 
 
política como questão de vida ou morte 
vargas ao se matar matou a oposição, no dia seguinte de sua morte, há uma comoção popular, o funeral foi grande 
episódio, Lacerda (seu principal inimigo político) exila-se 
política é emoção, não só razão 
suicídio político é muito maior que suicídio individual → como homenagem à honra das pessoas 
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ao se suicidar derruba oposição, todos ficam perdidos, há período entre 54 e 55 de enorme instabilidade institucional 
no br, mudanças de presidentes, confusão política enorme 
quem se elege pra suceder vargas era o varguista, JK, continua varguismo, mas mas não divide país 
JK foi de tal grau de habilidade que colocou no ministério todos os partidos inclusive os de oposição 
Bossa nova, não só estilo musical como estilo de vida, amor carinho diminutivos, JK bossa nova 
continua varguismo, vargas ao se matar adia por 10 anos o golpe de estado 
64 ocorre o que teria acontecido em 54 
os mesmos documentos que mostram em 64 mostram em 54 os militares dizendo que iam tomar o poder 
Ambas as datas estão em período de guerra fria 
54 cuba não pertencia ao imaginário político internacional, em 64 sim 
Fidel Castro vira socialista para sobreviver politicamente, na hora que EUA define que defendem ex governante, 
Fidel vira comunista por conta da guerra fria 
ao dizer que vargas ou joão goulart era comunista isto só pode ser entendido como variável internacional 
 
sistema partidário se desorganiza, e é eleito Jânio Quadros (paralelo com Bozo, Collor), discurso anticorrupção, três 
eleitos contra o sistema político 
Janio de manhã ia falar com os pobres da vila maria, a tarde ia fazer reunião na san fran, todos se achando 
revolucionários, e a noite jantava com empresários, ganha em boa medida "não veio para explicar, veio para 
confundir", famoso por ter criado em sua política externa a ideia de política externa independente 
condecorou Che Guevara 
disse que a política externa seria independente mas sempre ligada aos EUA, em 1 ano e 8 meses de governo 
proibição da briga de galos, a proibição da apresentação de mulheres de biquini na televisão 
Janio atirou para todos os lados, em agosto (61), ele renuncia, o sistema político vira bagunça, o vice assume 
(naquele época presidente e vice presidente eram eleitos separadamente, Joao Goulart não era vice de Jânio.) 
varguismo contra vargas (64): militares historicamente odiavam vargas e o que ele representava, em 37 vargas só 
deu golpe pq os militares ficavam com medo dos comunistas e integralistas 
derrubam vargas, se olharmos o que os mlitares fizeram no ponto de vista mais estrutural, em grande medida, era o 
que vargas talvez continuaria a fazer 
Geisel criou mais estatais no Brasil, projeto varguista se ampliou com militares 
 militares estatizaram economia br mais do que talvez outros comunistas, defensores da petrobras do brasil talvez 
sejam os militares 
 
64 - 85, varguismo contra vargas 
varguismo vai além do próprio vargas, é maneira de ver o estado e a sociedade brasileira, passa pela economia, 
adoção de modelo de substituicao de importacoes, modelo de articulação de estatais com empresas privadas, 
ampliação do número das estatais (não foram os comunistas, foi o varguismo) modelo social em que a 
forma de desenvolver o país era crescer economicamente e não ter políticas sociais 
precisa fazer com que o bolo crescer para depois dividi-lo 
ideia de brasil grande era do vargas e militares 
cantar o hino é apenas detalhe perto do processo, é preciso reforçar ideia de brasil, vargas, militares, juscelino, ideia 
de reforçar patriotismo 
vargas mistura características da sociedade br 
rio grande do sul, estado deve ter mais impacto no desenvolvimento da economia e na sociedade, demiurgo do 
desenvolvimento brasileiro 
cria imposto de renda n br 
vargas se torna presidente perdendo a eleição presidencial, talvez tenha sido a eleição menos fraudada da primeira 
república, o colégio eleitoral de sp tinha crescido muito, na primeira república os analfabetos não votavam e sp era o 
lugar com menos analfabetos 
vargas trouxe todos grupos descontentes para si, trajetória pessoal de vargas mostra alguém que havia trilhado por 
vários caminhos e sabia o peso do poder, vargas tinha projeto de poder, em parte derivava da análise de contexto, 
como: 
causas internas (crise primeira república desde década de 20, tenentismo, semana de arte moderno, gov de estado de 
sítio, coluna prestes, poder se enfraquece) 
vargas tinha uma ideia de poder com visão positivista baseado no papel do estado 
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fascismo de mussolini, nazismo de hitler, projeto de stalin 
 
Citações 
Desenvolvimento econômico se expressa no aumento do bem estar material, normalmente refletido pela elevação da 
renda real por habitante e condicionado pelo crescimento da produtividade média do trabalho. 
A obra não procura captar o processo de acumulação e de progresso técnico em uma economia capitalista, mas 
elucidar quais as características que tal processo assume ao se difundirem as técnicas capitalistas de produção no 
âmbito de um sistema econômico mundial composto por centros e periferia. 
Em contraste com a estrutura produtiva da periferia especializada e heterogênea, a dos centros se caracteriza por ser 
diversificada e homogênea. 
A deterioração implica no fato de que os frutos do progresso técnico se concentram nos centros industriais. 
A geração contínua deste excedente de mão de obra constitui a causa fundamental da deterioração. 
Argumenta-se, em síntese, que, por um lado, a desigualdade estrutural e, por outro, a diferenciação entre 
produtividade e rendas médias atuam uma sobre a outra e se reforçam reciprocamente. 
Os déficits externos originados nas contrações eram compensados pelos superávits da fase oposta, verificando-se, 
deste modo, uma tendência para o equilíbrio a longo prazo na balança comercial 
Durante o processo de industrialização: perdura deterioração dos termos do intercâmbio: manifestam-se problemas 
de balanço de pagamentos e de absorção de mão-de-obra;produzem-se desajustamentos intersetoriais da produção 
(carências de infra-estrutura, de oferta agrícola, etc) e persistem as dificuldades de utilização e acumulação de 
capital. 
 
Aula 
Em momentos de rupturas, existem conjuntos de obras que os refletem. O momento que vimos até agora, há uma 
produção teórica e literal muito significativa. A pauta é a construção de uma nação civilizada no Brasil. 
Posteriormente, vimos o Brasil na década de 30, quando temos a inauguração do chamado “pensamento social 
moderno”. 
Nas décadas de 1950/1960, torna-se presente o nacionalismo desenvolvimentista. A questão a ser discutida é 
“como superar o subdesenvolvimento”. Ou seja, existe uma questão em pauta, que, visto que o Brasil havia 
completado processo de industrialização, ainda assim havia uma imensa concentração de renda, miséria, exclusão 
e a dependência do país com capitais externos. Além disso, dependia também de bens de capital e tecnologia. Boa 
parte da riqueza produzida fica concentrada nacionalmente, e não só isso, uma parte significativa desta riqueza ruma 
para o exterior. E para completar este quadro, teremos o campo, onde teremos as relações inalteradas. 
Início dos anos 1960, no governo de JK, se deu o investimento em uma pirâmide industrial: 
Departamento 1:: indústria de bens de capitais 
Departamento 2: indústria de bens de consumo não-duráveis 
D3: indústria de bens de consumo duráveis 
Estas se pensando em capitalismo de caráter autônomo significa plena soberania. 
Um sonho intenso 
Vargas é o estatista desenvolvimentista, pois mesmo restringindo direitos políticos e civis, a proposta de 
desenvolvimento era forte. 
● a garantia de direitos trabalhistas e organização de sindicatos cativou a população 
● pacto com os EUA: ceder poder militar e bens necessáriosem troca de auxílio no desenvolvimento da 
indústria siderúrgica 
● insere a indústria automobilística e de química pesada, bem como cria o BNDES e a Petrobrás 
JK consegue conciliar os interesses de diversos partidos focalizando em seu projeto desenvolvimentista 
● tripé econômico: Estado, iniciativa externo, iniciativa interna. 
Há a concepção de independência nacional associada à industrialização, que cria um ideal de desenvolvimento não 
espontâneo, pois se estabelece por um projeto, um conjunto de ações baseadas em teorias. 
 
Dentro deste processo de transformação, fica muito evidente o papel do Estado neste processo de desenvolvimento 
nacional. Esta questão aparece na fala de Adalberto: “O Estado pré 30, é diferente do Estado pós 30. 
● Era Vargas: 
○ irá realizar um processo de racionalização administrativa, pois caso contrário, não é viável um 
Estado capitalista. 
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○ serão criados, também, organismos econômicos: racionalização do Banco do Brasil, tornando-o 
responsável por toda a parte monetária, moedas e crédito (SUMOC), cria também de um 
organismo chamado CEXIM, que cuida de importação e exportação. Ademais são criados 
organismos para intervir na área de energia, transporte, indústria e agricultura, sendo o foco a área 
de infra-estrutura e indústria. 
● Relações entre capital e trabalho - Pensando na regulação do mercado interno e voltado ao apoio 
social 
○ CLT: o sindicato sob o controle do Estado; 
○ Direitos sociais e econômicos: não são estendidos no campo 
 
Em 55, o motor da acumulação capitalista era efetivamente a indústria. Ainda assim, havia problemas em evidência: 
● Campo atuando de forma ultrapassada; 
● Concentração brutal de renda; 
● Parte significativa da população sem acesso à educação; 
● Processo de desenvolvimento industrial que nos tornou diretamente dependentes, sendo a tecnologia 
subordinada às necessidades das potências. 
Em meados dos anos 50, a questão nacional ganha uma outra dimensão, sendo a questão nacional voltada ao 
Brasil e suas possibilidades de superação do subdesenvolvimento. 
 
Por que a questão nacional será analisada do ponto de vista econômico? 
Na década de 50 que ocorre o nascimento da economia política brasileira. No processo de se discutir o futuro do 
Brasil, começa a nascer um pensamento econômico brasileiro. Neste contexto, discute-se a possibilidade de 
superação do desenvolvimento, como a indústria deve contribuir para este processo. De um lado ocorre a defesa da 
industrailização como possibilidade de desenvolvimento, aparecendo como elemento fundamental para o 
desenvolvimento e, inexoravelmente, como elemento para a superação do atraso, o questionamento sobre qual seria 
o papel do Estado - planejamento - neste processo. 
No entanto, a defesa da industrialização não é um consenso. Mesmo no grupo que está no poder, existe certa 
oposição que torna-se evidente na luta sobre os rumos da economia. Esta oposição é agrarista, afirmando que a 
indústria é uma medida artificial, e que o Brasil era um país de destinação agrária, primário exportador. O 
grupo era contrário a intervenção estatal, afirmando que tais medidas eram parte de um ideal socialista (Pensamento 
Liberal Brasileiro). 
 
Celso Furtado 
Formação Econômica do Brasil, que irá estudar a formação do Brasil como nação subdesenvolvida. O autor irá 
explicar o que é o subdesenvolvimento. 
Quando a lavoura de açúcar entra em decadência, o Nordeste volta suas atividades à Economia de subsistência 
voltada à pecuária. Em MG, após a decadência da mineração, as atividades também são voltadas à subsistência. 
Celso explicita o retrocesso destes processos. 
O Subdesenvolvimento tem a característica de áreas econômicas modernas que sobrevivem junto a áreas 
econômicas atrasadas e arcaicas. Dessa forma, o subdesenvolvimento tem uma economia dualista. 
Celso Furtado deseja mostrar como o Brasil se desenvolve como nação subdesenvolvida. 
A industrialização brasileira é uma forma de industrialização específica característica fundamental dos países 
periféricos. Tal forma de industrialização é feita por substituição de importações. 
Celso Furtado sofre de uma forma bastante grande a influência da CEPAL. Para além disto, o autor trabalha como 
economista da CEPAL. 
 
O regime militar: seu significado e impactos sobre o Brasil contemporâneo. 
Plano Marshall recuperou totalmente a economia da Europa. Na Africa, gerou processos de descolonização. Na 
Asia, gerou duas gigantescas guerras. Nos EUA, criou uma percepc 
 
Brasil se esquece do que ocorre no passado 
varguismo constrói ideologia da mudança, ideologia da modernização 
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a partir de vargas de fato houve uma grande transformação estrutural no país 
quem se desenvolve chuta a escada para o outro, logo os outros tem que construir uma nova escada 
br precisava construir sua nova escada 
quem se industrializava, enriquecia mais 
o processo original da industrialização era produzir uma indústria massificada (fordismo) 
política de substituicao de importacoes, criar indústria de base, incentivos fiscais 
urbanização do br acelerada 
projeto varguista de urbanizar, fazer com que grandes cidades tivessem mais papel na economia, novo modelo de 
sociedade 
para vargas em boa medida a modernização é a que produziria em longo prazo a modernização da política 
(isso ocorre?) 
nossa grande reforma agrária foi o êxodo rural 
moderniza o brasil mantendo o atraso 
mudança de atores, mudança de olhar com modernização 
mudanças não lineares 
estatizou a construção de uma nova elite agrária 
desenvolvimento harmônico, processo que envolve enorme número de pessoas, redução de conflito, grandes 
transformações sociais e econômicas gera conflito 
"populismo de direita" crescendo no mundo, terreno muito fértil para isso 
perspectiva de incerteza frente ao futuro e ideia de que filhos viverão piores que os pais 
modelo varguista de incorporação das classes sociais tentando evitar mais conflito industrial 
sindicatos dos trabalhadores como sindicatos patronais 
modelo de corporativismo 
FIESP, ação patronal organizada com dinheiro público, historicamente significa que o principal polo capitalista 
sustentava suas ações a partir do imposto sindical, do estado. 
varguismo como concentração de poder, no governo federal, frente a estados e municípios, concentração do poder 
no executivo federal, na presidência da república, na concentração do poder pela via autoritaria 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Resumo- Brasil: histórias recentes e interpretações 
 
- O mundo moderno está preso ao "presentismo", esquece-se de que o passado altera o presentes, como se este fosse 
um "presente eterno". 
 
1) A obra da escravidão - Joaquim Nabuco 
● Porque a escravidão durou tanto tempo? 
- Manutenção da ordem (o que fazer com os escravos depois?); 
- Direito adquirido (direito gasto na compra, criação e manutenção do escravo, já que ele era visto com um 
bem/investimento); 
- Riqueza do tráfico; 
- Peso das oligarquias; 
● Abolicionismo 
- Diferentemente das outras leis de abolição, o abolicionismo emancipa os escravos em massa e "resolve verdadeiro 
problema dos escravos, que é sua liberdade"; 
- A emancipação é apenas o objetivo imediato deste movimento, que na realidade visa, no futuro, apagar todos os 
efeitos da escravidão; 
- A abolição é também a eliminação do escravo e do senhor; 
- "A raça negra dos deu um povo" -> construiu o país; 
- "A posição legal do escravo se resume nessas palavras: A Constituição não se ocupou dele". Não legisla sobre eles 
porque a escravidão é repugnante e "ofende o patriotismo" (macula leis civis com disposições vergonhosas); 
- Assim, os escravos são regidos por leis de exceção; 
- A escravidão servia como meio para depositar nos senhores prestígio social e político; 
- A escravidão no Brasil, diferentemente do que ocorreu nos EUA, ia além do preconceito racial. É só olharmos para 
a mestiçagem que, aqui, ocorreu em níveis muito superiores àquele país. nesse sentido, oBrasil criou uma sociedade 
com a mistura no centro; 
- Neste sentido, pensando que a criação da sociabilidade varia de acordo com os lugares onde a escravidão apareceu, 
podemos dizer que a sociabilidade brasileira era de mistura/mestiçagem; 
- O tráfico representava uma atividade transnacional e funcional tanto para a sociedade brasileira quanto para a 
economia portuguesa (interesses envolvidos); 
- Vender os escravos não era "nobre", mas tê-los era; 
- O tráfico definiu o perfil da mão-de-obra escrava como negra graças à lucratividade garantida aos dois polos 
(conjunto industrial da escravidão); 
- Para Nabuco, a escravidão constitui um problema duplo: 
A) Moral/Racial: no sentido em que a escravidão nos afastava da civilização e 
B) Social: a obra da escravidão - os resultados da escravidão e as consequências de mantê-la. A criação de um 
modelo de sociedade dividido entre senhores, aqueles que mandam, e escravos, que obedecem e as características 
dessa sociedade (privilégios, estruturas hierárquica, postura das pessoas, etc.);p 
● O que é a obra da escravidão? 
A) Modelo Econômico: agricultura predatória, sem consumidores e trabalhadores livres; 
B) Modelo Social: nacionalidade mal resolvida, enfraquecimento da classe média, hierarquias artificiais, moção 
pervertida de trabalho (aversão ao trabalho porque todos querem der senhores) e a educação como sendo pouco ou 
nada importante (valia o "lustre" da educação, mas não esta como ferramenta de ascensão social); 
C) Modelo Político: fragilidade da noção de autonomia que rege a cidadania (a ideia de cidadania, de ser cidadão, 
ainda é recente); 
D) Efeitos na Cultura/Civilização: a escravidão é um modelo de vida; 
- Todas as relações para além de senhor-escravo eram marcadas pelo sistema; 
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● Resultado da escravidão 
- Os efeitos da obra da escravidão (em todos os âmbitos citados acima) gerou uma sociedade de senhores e escravos, 
onde se almeja a desigualdade (todos querem ser senhores); 
- Ainda pensando nisso, a escravidão não acarretou em prejuízos apenas aos escravos, mas fez mal também aos 
senhores, porque afeta a sociedade brasileira como um todo; 
● Relação com a atualidade: 
- A escravidão do século XIX era explícita e lícita, enquanto as formas de escravidão do mundo contemporâneo são 
ilícitas e escondidas (ardilosa); 
- Sociedade onde todos tem vontade de ser senhor de outrem; 
- Empregadas domésticas; 
- Índices de homicídios; 
- Muita coisa mudou (novos grupos sociais, conquistas de direitos, sociedade mais dinâmica e empreendedora, outro 
sentido de nacionalidade e do papel do Estado), entretanto, o quanto da obra da escravidão permanece? 
 
2) Sérgio Buarque de Holanda 
- Vai estudar na Alemanha porque quer entender países diferentes para depois compreender o Brasil e decidiu que 
fazê-lo somente através da literatura e das artes era muito pouco (modernismo como método não era suficiente); 
- A influência da sociologia alemã o fez levar em conta a singularidade histórica (ideia de que a história faz 
diferença) e polaridades tensas (não se trata de bem e mal). Segue a tendência de Weber de criar tipos ideais; 
- O sucesso da colonização portuguesa se deve a soma da característica dos portugueses (plasticidade – capacidade 
de se adaptar e semeadores/misturadores – colonizaram sem pensar muito na colonização) com suas necessidades; 
- “Desterrados em nossa própria terra” – não sabemos quem somos; 
- Embora tivesse tudo para dar errado, a colonização portuguesa deu certo: nos legou unidade territorial (semeando o 
território) e identidade cultural (alto grau de homogeinedade – mesmo tendo tantos “Brasis”, há um grau de 
homogeinedade); 
- Toda a colonização foi feita com muito desleixo, sem um projeto controlador ou uma elite majoritária; 
● Personalismo 
- Essa colonização levou a um modelo de civilização mais plasticizada do que eram os portugueses, com a presença 
do personalismo e do homem cordial; 
- A colonização e a história do Brasil formaram um tipo ideal em que mais vale a pessoa do que o indivíduo (vale 
mais o formal, o pessoal do que o informal e o impessoal); 
- “Preferimos resolver problemas coletivos pela via pessoal” – incapacidade de diferenciar o público do privado; 
- Falta de coesão social, já que as pessoas prezam pela sobrevivência individual e pela personalidade, 
desfavorecendo a associação entre homens; 
- Gera o “jogo de troca de favores”e, assim, a família do privado invandindo o público: clientelsmo, personalismo, 
paternalismo, clientelismo, patrimonialismo, etc.; 
- É negativo para a construção do espaço público mas para superá-lo precisamos entendê-lo e reconhecê-lo; 
● Homem Cordial 
- Subconjunto do personalismo; 
- Movido pelos impulsos afetivos e pelos sentimentos, ao contrário do homem europeu; 
- Homem movido mais pela vida privada do que pública; 
● Sociedade Miscigenada 
- Problematiza o conceito de democriacia racial, invocando o “mito racial”; 
- “A democracia entre nós sempre foi um mal entendido”; 
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*Sérgio Buarque e Nabuco: nossa sociedade nasceu do privilégio, e não da igualdade; 
 
 
3) Gilberto Freyre 
● Sociedade Miscigenada 
- Revolucionário para sua época: colocou a mestiçagem como elemento positivo da sociedade brasileira; 
- Cresceu na “Casa Grande e Senzala” do pós-escravidão; 
- Visão positiva da formação do Brasil: a capacidade do português (sua bicontinentalidade) e seu sucesso; 
- Mestiçagem fruto da capacidade do povo português; 
- O patriarcalismo como “força” (violência da mestiçagem0 e “doçura”: o patriarca e a família são o centro de tudo, 
mas eles não contradizem a senzaça, ao contrário, se completam. Com esse pensamento, Freyre pretende fazer uma 
crítica aos Estados Unidos, mostrando a incorporação da cultura negra pelo branco no Brasil; 
- O elogio ao luso-tropicalismo: a idealização do passado e a homogeneização” (inclusão de todos a partir da 
democracia racial e a suposição de certo romantismo na colonização); 
- Democracia Racial: a convivência no Brasil, diferentemente de outros países, da democracia entre as diferentes 
raças (prova: miscigenação); 
- Freyre acreditava que a democracia racial acabaria com o preconceito, mas errou nesse sentido, na verdade o que 
acontece no Brasil é a convivência da democracial racial com o preconceito; 
- Embora leve em conta a violência do processo de construção dessa democracia racial, não leva em conta seus 
resultados, que são o verdadeiro problema; 
- Suas concepções são muito específicas de um local do Brasil (pode não valer para outros lugares); 
 
4) Gilberto Freyre x Sérgio Buarque 
A) Semelhanças 
- Ambos atacam a visão da elite sobre o Brasil: Sociologia e cultura fazem diferença, não é possível simplesmente 
importar leis e costumes estrangeiros e esperar o mesmo resultado que nos países de origem. Ambos identificam a 
singularidade brasileira ao sair do seu país de origem, identificando os traços essencialmente brasileiros – e não 
situando o Brasil como atrasado (ou avançado) em relação à Europa, como fariam os evolucionistas; 
B) Diferenças 
- Identidade harmoniosa X identidade tensa – a recuperação X o dilmea, um olha mais para trás, outro, mais para 
frente; 
C) Limites das suas visões 
- Transformações históricas: sociodemográficas, com efeitos na singularidade do Brasil; a ação do Estado Varguista 
e as mudanças mais recentes, como a democracia surgindo como possível; 
- Os limites da visão culturalista (cultura faz diferença mas não explica todas as relações pessoais): história é 
continuidade e ruptura e o conflito em torno da cultura e dos valores; 
 
5) Bernardo Faoro 
- O Estado é o locus onde se dá o patrimonialismo, há uma aliança/embricamento entre a autoridade estatal e parte 
da sociedade (Weber); 
- Enxerga o patrimonialismo como a causa do atraso da Brasil, porque o impede de realizar todo o seu potencial; 
● Duas visões sobre o patrimonialismo 
- Faoro não enxerga como uma delas exclusivamente: 
A) A visão da prevalência do privatismo (o privatismo

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