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Cálculo com Curvas Parametrizadas Unifesp - Diadema (Notas de aula baseadas no livro e nos materiais de referência!) Cálculo com Curvas Parametrizadas Suponha que f e g sejam funções deriváveis. Para encontrar a reta tangente a um ponto na curva x = f (t) e y = g(t) onde y também é uma função derivável de x , usa-se a Regra da Cadeia. De fato, se localmente é possível escrever uma função y = F (x), substituindo x = f (t) e y = g(t) se obtêm g(t) = F (f (t)). Pela Regra da Cadeia g ′(t) = F ′(f (t))f ′(t). Daí que, pela notação de Leibniz, dy dt = dy dx dx dt Se dx dt ̸= 0, então pode-se escrever dy dx = dy dt dx dt O valor dy/dx é a inclinação da tangente da curva paramétrica, o qual pode ser calculado sem eliminar o parâmetro t. A curva tem uma tangente horizontal quando dy/dt = 0 (desde que dx/dt ̸= 0). E tem uma tangente vertical quando dx/dt = 0 (desde que dy/dt ̸= 0). Em particular, d2y dx2 = d dx ( dy dx ) = d dt ( dy dx ) dx dt Essa expressão é útil na determinação das concavidades. Exemplo Uma curva C é definida pelas equações paramétricas dadas. x = t2 e y = t3 − 3t (a) Mostre que C tem duas tangentes no ponto (3, 0) e encontre suas equações. (b) Encontre os pontos em C onde a tangente é horizontal ou vertical. (c) Determine onde a curva sobe e desce e onde sua concavidade é para cima ou para baixo. (d) Esboce a curva. Solução a) Note que y = t3 − 3t = t(t2 − 3) = 0 quando t = 0 ou t = ± √ 3. Isso indica que C intercepta a si própria em (3, 0). Uma vez dy dx = dy/dt dx/dt = 3t2 − 3 2t = 3 2 ( t − 1 t ) , a inclinação da tangente quando t = ± √ 3 é dy/dx = ±6/(2 √ 3) = ± √ 3; assim as equações das tangentes em (3, 0) são y = √ 3(x − 3) e y = − √ 3(x − 3) b) A curva C tem uma tangente horizontal quando dy/dx = 0, isto é, quando dy/dt = 0 e dx/dt ̸= 0. Uma vez que dy/dt = 3t2 − 3, isso ocorre quando t = ±1 e ocorre nos pontos (1,−2) e (1, 2) (note que dx/dt ̸= 0 ali). A curva C tem uma tangente vertical quando dx/dt = 2t = 0, ie, quando t = 0 e ocorre no ponto (0, 0) (note que dy/dt ̸= 0 ali). c) Para determinar a concavidade, calculamos a segunda derivada: d2y dx2 = d dt ( dy dx ) dx dt = 3 2 ( 1 + 1 t2 ) 2t = 3(t2 + 1) 4t3 Então a concavidade da curva é para cima quando t > 0 e para baixo quando t 0, isso significa que a linha é percorrida uma única vez da esquerda para a direita, quando t aumenta de α para β e suponha que f (α) = a e f (β) = b. Então L = ∫ b a √ 1 + (dy/dt dx/dt )2 dx = ∫ β α √(dx dt )2 + (dy dt )2 dt Mesmo que C não possa ser expressa globalmente na forma y = F (x), a formula é válida! O comprimento L de C é o limite dos comprimentos dessas poligonais aproximadoras quando n → ∞: L = limn→∞ n∑ i=1 |Pi−1Pi | Mais geralmente... Se uma curva C é descrita por equações paramétricas x = f (t) e y = g(t) , α ≤ t ≤ β, onde f ′ e g ′ são contínuas em [α, β] e C é percorrida exatamente uma vez quando t aumenta de α até β, então o comprimento de C é L = ∫ β α √(dx dt )2 + (dy dt )2 dt Exemplos Mostre que o comprimento de um arco do círculo x = cos(t) e y = sen(t) no intervalo 0 ≤ t ≤ 2π é 2π. De fato, L = ∫ 2π 0 √(dx dt )2 + (dy dt )2 dt = ∫ 2π 0 √( − sen(t) )2 + ( cos(t) )2 dt = ∫ 2π 0 1dt = 2π Exercícios 1. Mostre que o comprimento de um arco do círculo x = r cos(t) e y = r sen(t) no intervalo 0 ≤ t ≤ 2π é 2πr . 2. Mostre que o comprimento de um arco de uma cicloide x = r(θ − senθ) e y = r(1 − cosθ) no intervalo 0 ≤ θ ≤ 2π é 8r .