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Dislipidemia
Os lipídeos são substâncias de extrema importância fisiológica pois são considerados cofatores enzimáticos, agentes emulsificantes (bile), reserva energética e elemento estrutural, como os lipídeos que compõem a membrana plasmática . Tais moléculas são encontradas em níveis plasmáticos (lipemia) considerados normais, nos quais qualquer parâmetro fora dos intervalos de referência recebem o nome de dislipidemia, considerada o principal fator de risco para doenças como aterosclerose e doenças cardiovasculares.
As dislipidemias geralmente são diferenciadas em dois grandes grupos:
Primárias – natureza genética (dislipidemia familiar) – embora fatores ambientais como alimentação e ausência da prática de atividade física possam aumentar o risco.
Secundárias – derivadas de outras patologias como hipotireoidismo, insuficiência renal e obesidade.
A dislipidemia é considerada um dos principais determinantes para ocorrência de doenças cardiovasculares (DCV) e cerebrovasculares, entre elas a aterosclerose (espessamento e perda da elasticidade das paredes das artérias), o infarto agudo do miocárdio, a doença isquêmica do coração (diminuição da irrigação sanguínea no coração) e o AVC (derrame).
Lipoproteínas: estrutura e função
Considerando o fato de os lipídios serem moléculas hidrofóbicas, as lipoproteínas apresentam um papel importante, pois permitem a solubilização e o transporte dos lipídeos livres. As lipoproteínas são compostas por lipídeos simples e proteínas chamadas apolipoproteínas (apo), que possuem inúmeras funções ligadas ao metabolismo das lipoproteínas, como a formação intracelular das partículas lipoproteicas (apos B100 e B48), bem como a atuação como ligantes a receptores de membrana (apos B100 e E) ou cofatores enzimáticos (apos CII, CIII e AI).
As quatro grandes classes de lipoproteínas são subdivididas em dois grupos:
Ricas em triglicérides (TG): maiores e menos densas, representadas pelos quilomícrons de origem intestinal e pelas lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL) de origem hepática.
Ricas em colesterol: estas são as lipoproteínas de baixa densidade, à base de colesterol (LDL) e as de alta densidade (HDL).
Hipercolesterolemia isolada: ocorre a elevação isolada do LDL-C (≥ 160 mg/dL).
Hipertrigliceridemia isolada: ocorre a elevação isolada dos TG (≥ 150 mg/dL), que reflete o aumento do volume de partículas ricas em TG, como VLDL, IDL e quilomícrons.
Hiperlipidemia mista: valores aumentados de ambos LDL-C (≥ 160 mg/dL) e TG (≥ 150 mg/dL).
Aterosclerose
É considerada uma doença vascular de origem multifatorial e fundamentada como um processo inflamatório crônico, vez que há participação intensa de células fagocitárias, principalmente macrófagos, que aparecem como fator determinante na formação da placa ateromatosa na camada íntima das artérias. Quando as moléculas de colesterol, em especial LDL, VLDL e TG, se depositam no leito arterial, uma série de eventos fisiológicos e protetores dão início a uma elevação no tecido matricial ao redor do núcleo lipídico. Fatores como dislipidemia, tabagismo, e HAS potencializam o depósito das moléculas lipídicas e diminuem a eficiência imunológica na remoção imediata delas.
A atração de macrófagos para a região acometida pelo depósito de lipídeos no interior das artérias é causada pela oxidação das moléculas lipídicas, liberando toxinas pró-inflamatórias.
O depósito de lipoproteínas na parede arterial, processo chave no início da aterogênese, ocorre de maneira proporcional à concentração destas no plasma. Os macrófagos repletos de lipídeos são chamados células espumosas, funcionando como o principal componente das estrias gordurosas, lesões macroscópicas iniciais da aterosclerose. Uma vez ativados, os macrófagos são, em grande parte, responsáveis pela progressão da placa aterosclerótica por meio da secreção de citocinas, que amplificam a inflamação, e de enzimas proteolíticas, capazes de degradar colágeno e outros componentes teciduais locais.
A aterosclerose se caracteriza pela presença de placas ateromatosas que fazem protrusão nas luzes dos vasos. Uma placa ateromatosa consiste em uma lesão elevada com centro mole, amarelo e grumoso de lipídeos (principalmente colesterol e ésteres do colesterol), coberta por uma cápsula fibrosa branca. Além de obstruir mecanicamente o fluxo sanguíneo, as placas ateroscleróticas podem romper-se, levando a uma trombose catastrófica de vasos. As placas também enfraquecem a média subjacente e, assim, levam à formação de aneurisma.
A placa de ateroma é uma massa gordurosa que se acumula nas paredes internas das artérias. É uma manifestação da aterosclerose, uma doença inflamatória que pode levar a complicações cardiovasculares graves. Causas: Depósito de colesterol, gorduras, cálcio e outras substâncias no sangue, Fatores genéticos, Hábitos de vida, como tabagismo, hipertensão e diabetes. Complicações: Obstrução parcial ou total das artérias, Aumento do risco de trombose e embolia, infartos, AVCs e insuficiência renal, Desenvolvimento de aneurismas, dilatações na parede da artéria que podem romper e causar hemorragias fatais. Prevenção e tratamento:  seguir uma dieta saudável, exercício, perder peso.
Obesidade
A obesidade é uma doença crônica e tem avançado de forma acelerada em todo o mundo nos últimos anos. No Brasil, a situação não é diferente. Estima-se que mais da metade da população brasileira esteja com excesso de peso ou obesidade. A OMS apontou aumento de obesidade, glicemia de jejum e uso de álcool consistente com os dados da maioria dos países no mundo. O excesso de peso e a obesidade constituem o segundo fator de risco mais importante para a carga global de doenças e estão associados com várias doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como doenças cardiovasculares, diabetes, câncer de cólon, de reto e de mama, cirrose, entre outras. De maneira geral, são inúmeros os fatores que interagem e determinam a instalação da obesidade. São considerados: fatores genéticos, fatores endócrinos, fatores alimentares; fatores ambientais e comportamentais. O ponto de vista mais aceitável atualmente pela comunidade científica indica que a obesidade é de fato um produto da interação entre o ambiente (disponibilidade ou falta deste de determinados grupos alimentares), estilo de vida (associado diretamente à prática de atividade física aeróbica ou de hipertrofia muscular) e suscetibilidade genética.
A compreensão atual sobre os diversos sistemas envolvidos na regulação do apetite indica que no hipotálamo, existem dois grandes grupos de neuropeptídeos orexígenos (estimulantes do apetite) e anorexígenos (inibidores do apetite). Os neurônios que expressam os neuropeptídeos interagem com cada um dos outros e com sinais periféricos (como a leptina, insulina, grelina e glicocorticoides), atuando na regulação do controle alimentar e do gasto energético. Ainda que seja possível identificar os locais hipotalâmicos envolvidos na regulação do apetite, a localização precisa dos receptores neurais para cada sinal orexigênico e anorexigênico ainda não está́ determinada. leptina, produzida no tecido adiposo branco, atua nos receptores expressos no hipotálamo para promover a sensação de saciedade e regular o balanço energético. A leptina atua no sistema nervoso central por meio de mediadores como o neuropeptídeo Y, o peptídeo agouti (AgRP), o hormônio liberador de corticotropina (CRH), o hormônio estimulante dos melanócitos (MSH), a colecistocinina (CKK), entre outros. Em altas concentrações séricas, a leptina não consegue atuar devido à resistência que acaba limitando seu efeito anoréxico.
TRATAMENTO DA OBESIDADE
SEMAGLUTIDA é um análogo ao hormônio GLP-1: atua como um agonista dos receptores de GLP-1 – se liga seletivamente e ativa o receptor de GLP-1 Ação: sinalizador fisiológico atuando no hipotálamo indicando que é hora de reduzir a fome, retardar o esvaziamento do estômago e aumentar a produção de insulina e inibe o glucagon.
Ozempic: indicado para tratar diabetes tipo 2 e para prevenirproblemas cardiovasculares graves em certos pacientes.
TIRZEPATIDA: tratamento do diabetes tipo II Hormônios gastrointestinais: aumentam antecipadamente a liberação da insulina GLP-1: peptídeo semelhante ao glucagon GIP: insulinotrópico dependente da glicose
Riscos da Obesidade • mulheres após-menopausa • fatores de risco e de mortalidade maior: • doenças cardiovasculares isquêmicas, hipertensão • AVE • mulheres gestantes e obesa: aumentam o risco de morte fetal • Dislipidemias • hiper-insulinemia e diabetes mellitus tipo II • câncer de mama e endometrial • doenças na vesícula biliar • cálculos renais em mulheres • irregularidades menstruais • Infertilidade • amenorréia e/ou menstruação com frequência anormal: pré-menopausa • aumento dos níveis séricos de ácido úrico: gota • esteatose-hepatite não alcoólica: • osteoartrite ou doenças articular degenerativa: quadril, joelho ecoluna • dermatite: acúmulo de umidade e maceração da epiderme • trombose venosa profunda e veias varicosas.
Cirurgia Bariátrica • cirurgia realizada no aparelho digestivo para tratamento da obesidade e tem como objetivo promover a redução do peso • Pode ser: consiste em reduzir o reservatório gástrico e/ou a absorção dos alimentos pelo intestino • Restritivas • Disabsortivas • Mistas • obesidade grau III: IMC superior a 30 • obesidade grau II: IMC superior a 35 e que apresenta condições comorbidades com falha nas terapias clínicas.
Gastroplastia • Mista • Restritiva: 1ª - divisão do estômago em duas partes: reduz o segmento onde passa os alimentos para uma capacidade de aproximadamente 50ml • Disabsortiva: 2ª - é realizado um desvio no intestino delgado - diminuí absorção dos alimentos • pode ser realizada por laparoscopia: 5-6 pequenos cortes no abdome: menos dor e um retorno mais rápido as atividades normais • vantagem: não causa diarreia e urgência evacuatória decorrentes das cirurgias que diminuem o intestino delgado • desvantagem: o conteúdo do estômago vai muito rápido para o intestino.
Síndrome de Dumping • Tipos: Dumping precoce e o Dumping tardio • Dumping precoce: quase que imediato após a ingestão de alimentos - 70% dos pacientes • após a ingestão de alimentos que apresentam uma hiperosmolaridade: alimentos líquidos ou que se liquefaz (chocolate, sorvete, leite condensado) • Sintomas e Sinais • Sudorese • Palidez • Náuseas • Cólica • Vômito • Diarreia
Inflamação Aguda
Início Rápido: A inflamação aguda ocorre rapidamente após a agressão, geralmente em minutos a horas.
Sinais Clínicos: Os sinais clássicos da inflamação aguda incluem:
- Rubor: Vermelhidão na área afetada devido ao aumento do fluxo sanguíneo.
- Calor: Aumento da temperatura local, também devido ao aumento do fluxo sanguíneo.
- Edema: Inchaço causado pelo acúmulo de fluidos e células inflamatórias nos tecidos.
- Dor: Sensação dolorosa resultante da liberação de mediadores inflamatórios que irritam as terminações nervosas.
- Perda de Função: Em alguns casos, a função do tecido ou órgão afetado pode ser temporariamente comprometida.
Mediadores Inflamatórios: A inflamação aguda é mediada por várias substâncias químicas, incluindo:
- Citocinas: Proteínas que regulam a resposta imune.
- Quimiocinas: Substâncias que atraem células do sistema imunológico para o local da inflamação.
- Prostaglandinas: Lipídios que promovem dor e febre.
- Histamina: Um mediador que causa dilatação dos vasos sanguíneos e aumento da permeabilidade vascular.
Células Inflamatórias: As principais células envolvidas na inflamação aguda incluem:
- Neutrófilos: Primeiras células a chegar ao local da inflamação, responsáveis pela fagocitose de patógenos.
- Macrófagos: Células que surgem posteriormente e ajudam na limpeza de detritos celulares e na coordenação da resposta imune.
- Linfócitos: Podem ser recrutados em resposta a infecções virais ou outras situações específicas.
Fases da Inflamação Aguda
Fase Vascular: Aumento do fluxo sanguíneo e alteração na permeabilidade dos vasos sanguíneos, permitindo que células e proteínas do plasma se movam para os tecidos afetados.
Fase Celular: Recrutamento de células inflamatórias para o local da lesão, onde elas desempenham funções de defesa e reparo.
Fase de Resolução: Após a eliminação do agente agressor, mecanismos são ativados para resolver a inflamação e restaurar a homeostase. Isso inclui a apoptose de células inflamatórias e a liberação de mediadores anti-inflamatórios.
DIABETES – GLICAÇÃO
Glicação do colágeno e outras proteínas do MEC: altera as propriedades contribuindo com a formação de ligações cruzado com o colágeno.
Macrófagos e células do endotélio vascular apresentam receptores para essas ligações cruzadas: acúmulo de proteínas plasmáticas no vaso
A glicação é um processo bioquímico que ocorre quando açúcares se ligam a proteínas ou lipídios sem a ação de enzimas, resultando na formação de produtos finais de glicação avançada. Esse processo pode ter um impacto significativo nas propriedades do colágeno e de outras proteínas da matriz extracelular (MEC)
GLICAÇÃO: EFEITOS NA PAREDE DA CORONARIANA
Inflamação • Aumento da trombogenicidade • Disfunção diastólica: relaxamento e contração prejudicados • Aumento da permeabilidade endotelial • Aumento da proliferação das células endoteliais

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