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DPOC e ASMA Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC): ocorre a partir de uma resposta inflamatória crônica frente a partículas nocivas e gases nos pulmões. • É caracterizada por limitação do fluxo de ar persistente e progressiva Tabaco ✓ Tabagista susceptível (fatores genéticos, infecções, alteração na imunorregulação). Combustível de biomassa Exposição ocupacional • Ocorre obstrução parcial ou total da traqueia e brônquios maiores podendo chegar aos bronquíolos terminais e respiratórios. • geralmente são considerados em conjunto e referidos como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e comumente compartilham um agente agressor principal, o tabagismo e a dispneia como característica clínica. Fatores ambientais x hospedeiro: • Tabagismo (cigarro, charuto, cachimbo, maconha) – varia com a intensidade e o tempo do hábito. Exposição à poeira ocupacional, irritantes químicos e à poluição extra e intradomiciliar. • Alterações genéticas (deficiência de alfa1-antitripsina) Hiperresponsividade brônquica Redução do crescimento pulmonar Baixo nível socioeconômico Doenças pulmonares obstrutivas: • Apresentam limitação no fluxo de ar, por conta de obstrução completa ou incompleta. • Apresentam caráter difuso. São elas: perda da capacidade de recolhimento (pulmão hiperinsuflado) produção excessiva de muco dilatação permanente dos brônquios e bronquíolos causada pela destruição do músculo e tecido elástico de suporte, associada a infecções necrosantes crônicas ou resultante delas. estreitamento anatômico das vias aéreas. • Apresentam volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) diminuído. DPOC – diagnóstico: • Realização da anamnese e exame físico (DPOC deve ser considerada em qualquer paciente com dispneia, tosse crônica, produção de escarro, história de infecções recorrentes do trato respiratório e/ou história de exposição a fatores de risco para a doença). • Radiografia de tórax • Oximetria • Espirometria: padrão ouro para o diagnóstico e avaliação da DPOC – avaliar a limitação do fluxo aéreo. Bronquite crônica: • A causa mais comum da bronquite crônica é o tabagismo. • É definida a partir de características clinicas como tosse produtiva persistente durante 3 meses por 2 anos consecutivos, sem limitação do fluxo de ar. • Envolve principalmente as vias aéreas maiores. • Em casos mais severos, observa-se a bronquiolite (que envolve as vias aéreas menores). • Ocorre ativação da resposta imune inata frente partículas e gases inalados. • A grande característica da bronquite crônica é a hipersecreção de muco. • A resposta inflamatória se dá no epitélio das vias aéreas centrais e nas glândulas produtoras de muco: a inflamação reduz a função mucociliar e reduz a proteção da barreira epitelial nos espaços aéreos. Células do sistema imune inato secretam serino-proteases que estimulam a produção de muco Ocorre ainda a introdução do gene MUC5AC, com aumento da secreção de mucina. Patogênese – bronquite crônica: • Os agentes agressores causam inflamação da mucosa dos brônquios (linfócitos, neutrófilos e macrófagos). • da traqueia e brônquios e causando hipersecreção de muco nas pequenas vias aéreas. • O tabagismo causa lesão das células de revestimento e interfere na ação ciliar do epitélio respiratório. • A bronquite crônica é caracterizada por: tosse crônica (persistente), expectoração espessa e abundante (durante 3 meses ao ano durante 2 anos consecutivos), dispneia aos esforços, hipercapnia, hipoxemia, cianose, etc. • A bronquite crônica grave de longa data geralmente resulta em insuficiência cardíaca e cor pulmonale crônico. Enfisema: é definida a partir de características morfológicas como aumento de volume do espaço aéreo distal (alargamento) próximo aos bronquíolos terminais, por conta da destruição das paredes alveolares. • A causa mais comum de enfisema é o tabagismo. • Envolve os ácinos. • Ocorre redução do fluxo de ar expirado com diminuição da retração elástica do pulmão. • Possui 4 tipos: acomete os bronquíolos proximais afetados e alvéolos preservados. afeta desde os bronquíolos e alvéolos. Pode ocorrer de forma primária por deficiência de alfa-1-antitripsina. acomete a porção proximal normal e distal. Ocorre em áreas de fibrose, podendo apresentar estruturas típicas (bolhas). está associado a reparo por cicatrização em decorrência de doenças inflamatórias, é a forma mais comum dos enfisemas e geralmente é assintomática. • Definição de enfisema é a destruição tecidual sem fibrose. • Fatores genéticos envolvidos: Deficiência de alfa-1-antitripsina Polimorfismos do gene TGF-beta e de genes das metaloproteinases MMP-9 e MMP-12. Sinais e sintomas clínicos – enfisema: • Iniciam quando 1/3 do parênquima pulmonar estiver lesado. • A dispneia começa insidiosamente e é progressiva e gradual • Pode haver ou não tosse e sibilos (em alguns pacientes está é a queixa principal). • Ausculta pulmonar diminuída • Emagrecimento • perda de peso, tórax em barril, dispneia em repouso com prolongamento de expiração, o paciente senta-se inclinado para frente em posição encurvada e respira por lábios franzidos. • O desenvolvimento de insuficiência cardíaca congestiva e cor pulmonale está relacionada a hipertensão pulmonar secundária e é um prognóstico desfavorável. Asma: • É uma doença heterogênea, geralmente caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas. É definida pela história de sintomas respiratórios, sibilos, falta de ar, opressão torácica e tosse, que variam ao longo do tempo e em intensidade, juntamente com uma limitação variável ao fluxo expiratório. • A hiperresponsividade brônquica (broncoespasmo) que limita o fluxo aéreo é parcialmente reversível (seja espontaneamente ou por tratamento) • A hipersecreção de muco em resposta a estímulos variados causada por uma reação imunológica. • Acomete principalmente crianças e adolescentes, embora possa comprometer também adultos. • A asma pode ter início na infância, adolescência e vida adulta. • História familiar Sucesso na higiene domestica (diminuição da taxa de exposição a produtos microbianos e alteração do microbioma nos anos pré-escolares). Doenças infecciosas virais nos primeiros anos de vida. Prematuridade Aleitamento materno Dieta Estresse Obesidade. • A asma pode ser classificada como: muito comum na infância, possui resposta de hipersensibilidade tipo I, história familiar, crises precedidas por rinite, urticária ou eczema, desencadeada por alérgenos ou agentes infecciosos, teste cutâneo (reação papuloeritematosa), testes radioalergoadsorventes (RATS) que identificam IgE. sem evidencias de sensibilização, sem história familiar, testes cutâneos negativos e são desencadeados por infecções virais (diminuem o limiar de tolerância) e poluentes. ácido acetilsalicílico (AAS) – inibidor da COX inalação de compostos químicos e orgânicos. Patogênese – asma: • Influenciada por fatores genéticos • Hipersensibilidade tipo I (atopia) • Hiperresponsividade a vários estímulos • Predomínio da resposta do tipo Th2 (IL-4, IL-5, IL-13). • Reação imediata: broncoconstrição, produção de muco e vasodilatação. • Reação tardia: inflamação (eosinófilos, neutrófilos e linfócitos). • Remodelamento das vias aéreas: Hipertrofia da musculatura lisa Hipertrofia das glândulas produtoras de muco Aumento da vascularização Deposição de colágeno Asma – quadro clinico: • Caracterizado por dispneia (episódios recorrentes), sibilos, tosse crônica associada a broncoconstrição, aperto no peito particularmente à noite ou nas primeiras horas da manhã, respiração curta e rápida, sintomas episódicos, melhora espontânea ou pelo uso de medicaçõesespecíficas para asma e variabilidade sazonal dos sintomas.