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DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO
Profª Drª Adriana Aparecida Delloiagono de Paula
DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO
• O sistema digestório começa pela boca, passando pela 
Faringe, Esôfago, Estômago, Intestinos Delgado e Grosso e 
por fim, o reto. 
• Conta com diversos anexos como: glândulas salivares, 
pâncreas, fígado, vesícula biliar, dentes e língua –
coadjuvantes nos processos de ingestão, processamento, 
extração de nutrientes ou eliminação de dejetos. 
• O caminho que o alimento percorre pelo corpo até sua 
eliminação é longo: para atravessar a extensão de cerca de 9 
metros de aparelho digestivo leva de 18 a 30 horas, sendo 6 
delas apenas no estômago.
• A importância desse sistema é vital para o organismo, pois 
sem a absorção correta dos nutrientes, a saúde fica 
seriamente comprometida. 
DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO
• Doenças mais frequentes:
• Gastrite
• Úlcera
• Diarreia/GECA
• Constipação
GASTRITE
GASTRITE
• É uma inflamação da mucosa gástrica ou do estômago - um problema gastrintestinal 
(GI) comum. 
• Afeta mulheres e homens igualmente sendo mais comum em adultos mais idosos. 
• Pode ser aguda, com duração de algumas horas a alguns dias, ou crônica, resultante da 
exposição repetida a agentes irritantes, ou em episódios recidivantes de gastrite aguda. 
• A gastrite também pode ser classificada como erosiva ou não erosiva, com base nas 
manifestações patológicas presentes na parede do estômago. 
GASTRITE
• A gastrite não erosiva (aguda e crônica) é causada com mais frequência pela infecção 
por Helicobacter pylori (H. pylori).
• A gastrite erosiva (aguda e crônica) é mais comumente causada pela utilização 
prolongada de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) (p. ex., ibuprofeno; consumo 
abusivo de bebidas alcoólicas e exposição recente à radioterapia também estão 
implicados.
• Um tipo mais grave de gastrite aguda é causado pela ingestão de ácidos ou álcalis 
fortes, que podem causar gangrena ou perfuração da mucosa. 
• Pode ocorrer a formação de cicatrizes, que resulta em estenose (estreitamento ou 
aperto) ou obstrução pilórica. A gastrite aguda também pode-se desenvolver em 
doenças agudas, especialmente quando o cliente sofre lesões traumáticas 
importantes; queimaduras; infecção grave; insuficiência hepática, renal ou 
respiratória; ou cirurgia de grande porte. 
• A gastrite crônica causada pela infecção por H. pylori está implicada no 
desenvolvimento de úlceras pépticas, câncer gástrico e linfoma de tecidos linfoides 
associados à mucosa gástrica.
GASTRITE
• Fisiopatologia:
• Na gastrite, a mucosa gástrica torna-se edemaciada e 
hiperêmica (congestionada com líquidos e sangue) e é 
submetida à erosão superficial. Ela secreta uma 
quantidade escassa de suco gástrico, que contém muito 
pouco ácido, porém muito muco. A ulceração superficial 
pode ocorrer como resultado de doença erosiva e pode 
provocar hemorragia.
• H. pylori
• H. pylori é uma bactéria espiralada e gram negativa, 
que possui boa adaptação ao ambiente gástrico, 
colonizando o muco de revestimento do estômago. 
Ela é considerada um carcinógeno do tipo I.
• As enzimas produzidas pela bactéria causam, ao 
mesmo tempo, a irritação das células do estômago e 
o enfraquecimento da mucosa que protege sua 
parede contra a acidez. Sem proteção, tem início um 
processo inflamatório que vai “corroendo” o órgão.
GASTRITE
• Manifestações clínicas:
• Gastrite Aguda:
• Rápido início dos sintomas, tais como desconforto abdominal, cefaleia, náusea, 
anorexia, vômito e soluços, que podem permanecer de algumas horas a alguns 
dias. 
• A gastrite erosiva pode causar sangramento, que pode-se manifestar como sangue 
no vômito (hematêmese) ou como fezes com sangue (melena).
• Gastrite Crônica:
• Quadro de anorexia, queimação após a alimentação, um gosto ácido na boca, ou 
náusea e vômito. Alguns podem apresentar apenas desconforto epigástrico leve, ou 
relatar intolerância a alimentos condimentados ou gordurosos, ou dor discreta que 
é aliviada com a alimentação. 
• Pessoas com gastrite crônica podem não ser capazes de absorver vitamina B12 em 
virtude da diminuição da produção de fator intrínseco pelas células parietais do 
estômago, que pode levar à anemia perniciosa. 
• E alguns clientes com gastrite crônica podem não apresentam sintomas.
Gastrite Aguda
Os pontos vermelhos pequenos e 
dispersos são áreas inflamadas do 
revestimento gástrico provocadas 
pela infecção por Helicobacter pylori.
Gastrite Crônica
As manchas vermelhas e rosa mais 
escuro representam áreas de 
inflamação profunda e crônica do 
revestimento gástrico.
GASTRITE
• A gastrite, às vezes, é associada a acloridria 
(ausência de ácido clorídrico [HCl]), hipocloridria 
(níveis baixos de HCl) ou hipercloridria (níveis 
altos de HCl). 
• O diagnóstico é determinado por endoscopia e 
exame histológico de uma amostra tecidual 
obtida por meio de biopsia
GASTRITE
• Terapêutica:
• A mucosa gástrica é capaz de se reparar após um episódio de gastrite aguda, 
sendo que o indivíduo se recupera em aproximadamente um dia, embora o apetite 
possa continuar diminuído por mais 2 ou 3 dias. 
• A gastrite aguda também é tratada por meio das orientações para que o indivíduo 
se abstenha de bebidas alcoólicas e alimentos irritantes até que os sintomas 
cessem. Se os sintomas persistirem, pode ser necessária a administração de 
soluções intravenosas (IV). 
• A gastrite crônica é tratada por meio da modificação da dieta, da promoção do 
repouso, da redução do estresse, da recomendação para evitar bebidas alcoólicas e 
antiinflamatórios não esteroides (AINEs) (p. ex., ibuprofeno), e com uso de 
medicamentos, como antiácidos, antagonistas dos receptores de histamina2 
(bloqueadores de H2) (p. ex., famotidina, ranitidina, inibidores de bombas de 
prótons (p. ex., omeprazol, lansoprazol) e soluções IV.
• H. pylori pode ser tratado com combinações medicamentosas (antibióticos)
GASTRITE
• Alimentos que pioram a gastrite:
• Cafeína: ela não está presente apenas no café, mas 
também em refrigerantes a base de cola e alguns tipos 
de chá, como o mate e o preto. O problema da cafeína 
é que ela irrita muito o estômago e facilita o refluxo 
gástrico.
• Álcool: bebidas alcoólicas são muito agressivas para a 
mucosa do estômago.
• Fritura e embutidos: embutidos contêm uma grande 
quantidade de corantes e conservantes, enquanto as 
frituras possuem uma quantidade muito elevada de 
gordura, o que pode piorar a inflamação no estômago.
• Frutas cítricas: frutas como limão, laranja, tangerina e 
até o tomate, em geral, aumentam o teor de acidez do 
estômago.
• Chicletes: o problema do chiclete é que o estômago 
se prepara para receber o alimento preparando uma 
certa quantidade de ácido para a digestão. Mas, se 
esse alimento não chega, o ácido pode ferir o 
estômago.
GASTRITE
• Ações da Enfermagem:
• Redução da ansiedade
• Promoção da nutrição ideal
• Promoção do equilíbrio hídrico
• Alívio da dor
ÚLCERA PÉPTICA
ÚLCERA PÉPTICA
• A úlcera péptica pode ser denominada úlcera 
gástrica, duodenal ou esofágica, dependendo da 
sua localização. 
• A úlcera péptica é uma escavação que se forma na 
parede mucosa do estômago, no piloro (a abertura 
entre o estômago e o duodeno), no duodeno (a 
primeira parte do intestino delgado) ou no esôfago. 
• A causa é uma erosão de uma área circunscrita de 
mucosa. Esta erosão pode ser profunda e se 
estender até as camadas musculares ou seguir pelo 
músculo até o peritônio (membrana delgada que 
reveste o interior da parede do abdome).
ÚLCERA PÉPTICA
• São de ocorrência mais provável no duodeno do 
que no estômago. 
• Como regra, elas ocorrem isoladamente, mas 
podem ocorrer de forma múltipla. 
• As úlceras gástricas crônicas tendem a ocorrer na 
curvatura menor do estômago, próximo do piloro. 
• As úlceras esofágicas ocorrem como resultado do 
fluxo retrógrado de HCl do estômago para dentro 
do esôfago (doença de refluxo gastroesofágico 
[DRGE]).
ÚLCERA PÉPTICA
• Fatoresde Risco:
• A utilização de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como ibuprofeno e ácido 
acetilsalicílico, é um fator de risco importante para as úlceras pépticas, bem como a 
infecção por H. pylori . 
• A secreção excessiva de HCl no estômago pode contribuir para a formação da 
úlceras pépticas, e o estresse pode estar associado ao aumento da sua secreção.
• Acredita-se que o tabagismo e o etilismo possam ser riscos, embora as evidências 
sejam inconclusivas. 
• Não existem evidências de que a ingestão de leite, bebidas cafeinadas e alimentos 
condimentados esteja associada ao desenvolvimento de úlceras pépticas.
• A tendência familiar também pode ser um fator de predisposição significativo.
• Pessoas com sangue tipo O são mais suscetíveis às úlceras pépticas do que aquelas 
com sangue dos tipos A, B, ou AB. 
• Existe uma associação entre as úlceras pépticas e a DPOC ou a nefropatia crônica.
ÚLCERA PÉPTICA
• Fisiopatologia:
• As úlceras pépticas ocorrem, principalmente, na mucosa gastroduodenal, tendo em 
vista que este tecido não consegue suportar a ação digestória do ácido gástrico 
(HCl) e da pepsina. 
• A erosão é causada pelo aumento da concentração ou da atividade do ácido e da 
pepsina, ou pela diminuição da resistência da mucosa. 
• Uma mucosa lesionada não consegue secretar muco suficiente para atuar como 
uma barreira contra o HCl. 
• A utilização de AINE inibe a secreção do muco que protege a mucosa. 
• Pessoas com úlceras duodenais secretam mais ácido clorídrico do que o 
normal, enquanto pessoas com úlceras gástricas tendem a secretar níveis 
normais ou diminuídos de ácido. 
• A lesão da mucosa gastroduodenal resulta na diminuição da resistência às bactérias 
e, portanto, pode ocorrer infecção pela bactéria H. pylori
ÚLCERA PÉPTICA
• Manifestações Clínicas:
• Os sintomas de uma úlcera podem durar alguns dias, semanas ou meses e podem 
apenas desaparecer e reaparecer, geralmente sem uma causa identificável. 
• Muitas pessoas com úlceras não apresentam sintomas, e pode ocorrer perfuração ou 
hemorragia em 20 a 30% dos clientes que não apresentaram manifestações 
precedentes.
• Queixa - de dor fraca e perturbadora, ou de sensação de queimação na parte 
intermediária do epigástrio, ou nas costas. 
• Existem poucas manifestações clínicas que diferenciam as úlceras gástricas das úlceras 
duodenais; entretanto, classicamente, a dor associada às úlceras gástricas ocorre mais 
comumente imediatamente após a alimentação, enquanto a dor associada às úlceras 
duodenais ocorre mais comumente 2 a 3 h após as refeições.
• Outros sintomas inespecíficos de úlceras gástricas ou úlceras duodenais podem incluir 
pirose (queimação), vômito, constipação ou diarreia, e sangramento. 
• A pirose é uma sensação de queimação no estômago e no esôfago que sobe em 
direção à boca. Com frequência, é acompanhada por eructação azeda (arroto), 
que é comum quando o estômago está vazio.
ÚLCERA PÉPTICA
• Perfuração e Penetração:
• A perfuração é a erosão inesperada da úlcera através da serosa gástrica e para 
dentro da cavidade peritoneal. É uma emergência abdominal e requer cirurgia 
imediata. 
• Os sinais e sintomas de perfuração incluem os seguintes: Dor abdominal superior 
súbita e intensa (persistente e de intensidade crescente); a dor pode ser referida 
nos ombros, especialmente no ombro direito, em virtude da irritação no nervo 
frênico no diafragma; Vômito; Colapso (desmaio); Abdome extremamente sensível 
e rígido (em tábua); Hipotensão e taquicardia, que indicam choque.
• A penetração é a erosão da úlcera pela serosa gástrica e para dentro de estruturas 
adjacentes, como pâncreas, vias biliares. 
• Os sintomas da penetração incluem dor nas costas e epigástrica, não aliviada por 
medicamentos que anteriormente eram efetivos. Assim como a perfuração, a 
penetração normalmente requer intervenção cirúrgica. 
ÚLCERA PÉPTICA
• O diagnóstico é determinado por endoscopia e 
exame histológico de uma amostra tecidual 
obtida por meio de biopsia.
• Úlcera péptica com sangramento pode precisar 
de hemogramas completos periódicos para 
determinar a extensão da perda sanguínea. 
• As fezes precisam ser testadas 
periodicamente até que sejam negativas para 
sangue oculto.
ÚLCERA PÉPTICA
• Úlcera por Estresse
• Ulceração de mucosa aguda da área duodenal ou gástrica, que ocorre após 
eventos fisiologicamente estressantes, tais como queimaduras, choque, sepse 
grave e traumatismos em diversos órgãos. 
• Essas úlceras, que são clinicamente diferentes das úlceras pépticas, são mais 
comuns em clientes dependentes de ventilação após traumatismo ou cirurgia.
ÚLCERA PÉPTICA
• Tratamento Cirúrgico:
• A cirurgia normalmente é recomendada para os clientes com úlceras intratáveis (aquelas que 
falham em cicatrizar após 12 a 16 semanas de tratamento clínico), hemorragia 
potencialmente fatal, perfuração, ou obstrução. 
• Os procedimentos cirúrgicos incluem vagotomia, com ou sem piloroplastia (transecção dos 
nervos que estimulam a secreção ácida e a abertura do piloro – Diminui o ácido gástrico por 
meio da diminuição da estimulação colinérgica para as células parietais, tornando-as menos 
responsivas à gastrina.), e antrectomia, que é a remoção da porção pilórica (antro) do 
estômago com anastomose (conexão cirúrgica) ao duodeno (gastroduodenostomia ou 
Billroth I) ou jejuno (gastrojejunostomia ou Billroth II)
ÚLCERA PÉPTICA
• Assistência de Enfermagem:
• Atenção para os sinais e os sintomas de complicações:
• Hemorragia – pele fria, confusão, aumento da 
frequência cardíaca, respiração superficial, sangue 
nas fezes.
• Penetração e perfuração – dor abdominal grave, 
abdome rígido e sensível, vômito, elevação da 
temperatura, aumento da frequência cardíaca. 
DIARREIA / GECA
DIARREIA
• É o aumento da frequência de defecações (superior a 3 vezes/dia), o aumento na 
quantidade de fezes (superior a 200 g/dia) e a alteração da consistência (aumento da 
liquidez) das fezes. 
• Pode ser aguda ou crônica. 
• Diarreia aguda mais comumente está associada a infecções e, normalmente, é 
autolimitante, com duração até 7 a 14 dias;
• Diarreia crônica persiste por mais de 2 a 3 semanas e pode retornar 
esporadicamente. 
• A diarreia pode ser causada por determinados medicamentos (p. ex., reposição de 
hormônio tireoidiano, emolientes fecais e laxantes, antibióticos, quimioterapia, agentes 
antiarrítmicos, agentes anti-hipertensivos, antiácidos à base de magnésio), 
determinadas fórmulas de nutrição enteral, distúrbios metabólicos e endócrinos (p. ex., 
diabetes melito) e processos infecciosos virais ou bacterianos.
DIARREIA
• Fisiopatologia:
• A diarreia pode ser do tipo secretória, osmótica, má absortiva, infecciosa ou 
exsudativa. 
• Secretória - é habitualmente volumosa. Com frequência associada a toxinas 
bacterianas e neoplasias, é causada por aumento na produção e na secreção 
de água e eletrólitos pela mucosa intestinal para o lúmen intestinal. 
• Osmótica - ocorre quando a água é “puxada” para o intestino por pressão 
osmótica de partículas não absorvidas, retardando a reabsorção da água. Ela 
pode ser causada por deficiência de lactase, disfunção pancreática ou 
hemorragia intestinal.
• Má absortiva - combina ações mecânicas e bioquímicas, inibindo a absorção 
efetiva de nutrientes. 
• Infecciosa - resulta de agentes infecciosos que invadem a mucosa intestinal. 
• Exsudativa - é causada por alterações na integridade da mucosa, perda epitelial 
ou destruição tecidual por radiação ou quimioterapia
DIARREIA
• Manifestações Clínicas:
• Além do aumento da frequência e do conteúdo de líquido das fezes, o indivíduo 
normalmente apresenta cólicas abdominais, distensão, borborigmo (ruído 
retumbante causado pela movimentação de gás pelo intestino), anorexia e sede.
• Contrações espasmódicas dolorosas do ânus e tenesmo (esforço ineficaz e, às 
vezes, doloroso com forte necessidade de eliminação) podem ocorrer com a 
defecação. 
• Outros sinais/sintomas dependemda causa e da gravidade da diarreia, mas estão 
relacionados com a desidratação e os desequilíbrios hidroeletrolíticos.
DIARREIA
• Complicações:
• Disritmias cardíacas, em virtude da significativa perda 
hidroeletrolítica (especialmente perda de potássio)
• Perda de bicarbonato com a diarreia também pode 
levar à acidose metabólica
• Débito urinário inferior a 0,5 m ℓ /kg/h durante 2 a 3 h 
consecutivas
• Fraqueza muscular
• Parestesia (sensação de dormência ou formigamento 
de alguma parte do corpo)
• Hipotensão
• Anorexia
• Sonolência 
• A diarreia crônica também pode resultar em questões 
do cuidado da pele relacionadas com a dermatite 
irritante.
GECA
• Gastroenterocolite Aguda (GECA) é uma inflamação gastrointestinal.
• É muito comum nos dias mais quentes, em locais com pouca higiene e onde se 
manipula alimentos com pouco cuidado.
• Pode ser provocada por vírus, bactérias e parasitas, transmitidos pelo ar, contato da 
mão com a boca e/ou intoxicação alimentar.
• Uma das bactérias mais comuns que causam GECA é a salmonella, que 
normalmente se desenvolve em frango e ovos crus e também em comida mal 
conservada.
• Maior incidência de GECA por parasitas intestinais em crianças (os mais frequentes 
são a Giardia lamblia, a Entamoeba histolytica e o Cryptosporidium parvum.
• Por vírus é comum o relato de surtos em comunidades fechadas, como creches, 
hospitais, pacientes de internação domiciliar (home care), escolas e excursões em 
navios (cruzeiros), sendo rotavírus o agente viral mais frequente.
• Entre os sintomas mais comuns da doença estão febre, enjoo, diarreia, vômitos, dores 
abdominais, perda de peso, perda de apetite e desidratação.
DIARREIA
• Assistência de Enfermagem:
• Atenção para queixas em crianças e idosos:
• Investigar quadros de doença aguda recente ou 
viagem recente a outra área geográfica. 
• A avaliação inclui a ausculta abdominal e a 
palpação quanto à sensibilidade. 
• A inspeção do abdome, das membranas mucosas 
e da pele é importante para determinar o estado 
de hidratação.
DIARREIA
• Assistência de Enfermagem:
• Indicação:
• Durante um episódio de diarreia aguda, o 
enfermeiro deve aconselhar o repouso no leito e a 
ingestão de líquidos e alimentos com baixo teor 
de fibras até que o episódio agudo cesse. 
• Quando o indivíduo puder tolerar a ingestão 
alimentar, o enfermeiro deve recomendar uma 
dieta leve de alimentos semissólidos e sólidos. 
• Deve ser orientado a evitar cafeína, refrigerantes e 
alimentos muito quentes e muito frios, tendo em 
vista que eles estimulam a motilidade intestinal. 
• Pode ser necessário restringir laticínios, gorduras, 
produtos de grãos integrais, frutas frescas e 
vegetais por alguns dias. 
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
• É a frequência anormal ou irregularidade de defecação, o enrijecimento anormal das 
fezes que torna a sua eliminação difícil e às vezes dolorosa, a diminuição do volume 
fecal, a retenção de fezes no reto por um período prolongado, com frequência com 
sensação de defecação incompleta após a defecação, ou a sensação persistente de 
plenitude abdominal.
• Pode ser causada por determinados medicamentos (ansiolíticos, agentes 
anticolinérgicos, antidepressivos, agentes anti-hipertensivos, agentes diuréticos, 
opioides, antiácidos à base de alumínio, preparações com ferro, antibióticos 
selecionados, relaxantes musculares e citotóxicos (p. ex., vincristina)); distúrbios retais 
ou anais (p. ex., hemorroidas, fissuras); obstrução (p. ex., tumores intestinais); condições 
metabólicas, neurológicas e neuromusculares (p. ex., doença de Parkinson); distúrbios 
endócrinos (p. ex., hipotireoidismo); envenenamento por chumbo e distúrbios do 
tecido conjuntivo (p. ex., esclerodermia, lúpus eritematoso sistêmico).
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
• Muitas pessoas têm constipação intestinal porque não esperam o tempo necessário 
para defecar ou ignoram a necessidade de defecar. 
• A constipação intestinal também é o resultado dos hábitos alimentares (baixo consumo 
de fibras e ingestão inadequada de líquidos), da ausência de exercícios regulares e do 
estresse. 
• As fibras são particularmente importantes para a saúde intestinal, tendo em vista que 
aumentam o volume das fezes, em geral facilitando a eliminação.
• A função intestinal “normal” varia substancialmente, desde três movimentos 
intestinais ao dia até 3 vezes/semana.
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
• Fisiopatologia:
• A fisiopatologia da constipação intestinal não é 
suficientemente compreendida, mas acredita-se que inclua a 
interferência em uma de três funções importantes do cólon: 
• transporte mucoso (as secreções mucosas facilitam a 
movimentação do conteúdo do cólon), 
• atividade mioelétrica (mistura da massa retal e ações de 
propulsão)
• processos da defecação (p. ex., disfunção do assoalho 
pélvico). 
• A necessidade de defecar normalmente é estimulada pela 
distensão retal, que inicia uma série de quatro ações: 
• estimulação do reflexo retoanal inibitório, 
• relaxamento do músculo do esfíncter interno, 
• relaxamento do músculo do esfíncter externo e dos 
músculos na região pélvica, 
• aumento da pressão intra-abdominal. 
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
• Manifestações Clínicas:
• As manifestações clínicas são: 
• menos de três defecações por semana;
• distensão abdominal;
• dor e pressão;
• diminuição do apetite;
• cefaleia;
• fadiga;
• indigestão;
• sensação de evacuação incompleta;
• esforço à defecação; e 
• eliminação de fezes de pequeno volume, grumosas, rígidas e secas 
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
• Diagnóstico:
• O diagnóstico de constipação intestinal tem por base a história de saúde do cliente, 
o exame físico, e da retossigmoidoscopia (análise dos dois últimos segmentos do 
intestino grosso (o reto e o sigmoide) por meio de um tubo rígido ou flexível 
introduzido através do ânus) .
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
• Complicações:
• As complicações da constipação intestinal incluem hipertensão, impactação fecal, 
hemorroidas (porções dilatadas das veias anais), fissuras (dobra normal ou anormal, 
ranhura, ou ruptura em tecido corporal). 
• Pode ocorrer o aumento da pressão arterial com a defecação. 
• O esforço à defecação, que resulta na manobra de Valsalva (expiração forçada com 
a glote fechada), tem um impacto na pressão arterial. Durante o esforço ativo, o 
fluxo de sangue venoso no tórax é temporariamente impedido em virtude do 
aumento da pressão intratorácica. Esta pressão tende a colapsar as grandes veias 
no tórax. Os átrios e os ventrículos recebem menos sangue, e, consequentemente, 
menos sangue é ejetado pelo ventrículo esquerdo. O débito cardíaco é diminuído, 
e ocorre queda temporária dos níveis de pressão arterial. Quase imediatamente 
após este período de hipotensão, ocorre uma elevação na pressão arterial; a 
pressão é momentaneamente elevada até um ponto que ela excede em muito o 
nível original (fenômeno rebote). Em clientes com hipertensão, esta reação 
compensatória pode ser extremamente exagerada, e o pico de pressão alcançado 
pode ser perigosamente alto – suficiente para romper uma artéria importante no 
cérebro ou em qualquer outro local.
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
• Complicações:
• A impactação fecal ocorre quando uma massa acumulada de fezes ressecadas não 
pode ser expelida. 
• A massa pode ser palpável no toque retal. 
• O tratamento pode ser embaraçoso e também doloroso, tendo em vista que a 
remoção da impactação geralmente envolve a retirada das fezes com os dedos 
e a administração de enema. 
• Impactação de fezes é também denominado de fecaloma (ou fecálito), 
corresponde à massa de fezes endurecida e seca que pode ficar 
acumulada no reto ou na porção final do intestino, impedindo a saída das 
fezes e resultando em inchaço abdominal, dor e obstrução crônica do 
intestino.
• Hemorroidas e fissuras anais podem ser secundárias à constipação intestinal. 
• As hemorroidas se desenvolvem como um resultado da congestão vascular 
perianal causadapelo esforço. 
• As fissuras anais podem resultar da eliminação das fezes rígidas pelo ânus, que 
rompem o revestimento do canal anal
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
• Tratamento:
• O tratamento tem por objetivo a causa subjacente da constipação intestinal e a 
prevenção de recidivas.
• Inclui orientações, prática de exercícios físicos, treinamento dos hábitos intestinais, 
aumento da ingestão de fibras e líquido, e utilização criteriosa de laxantes. 
• Terapias alternativas estão ganhando popularidade, incluindo massagem 
abdominal, aromaterapia, acupuntura e o uso de fitoterápicos.
ESCALA DE BRISTOL
QUEBRA DE FECALOMA
• Extração manual das fezes na 
ampola retal.
• COREN - CÂMARA TÉCNICA 
ORIENTAÇÃO FUNDAMENTADA 
Nº 003/2016 
• Assunto: Retirada de fecaloma.
• o Enfermeiro poderá ser o 
responsável pelo 
procedimento desde que 
apresente conhecimento e 
competência 
técnico/científica para tal.

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