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Sistemas Térmicos Capítulo 2 – Ciclos Universidade: UFPA/CAMTUC Curso: Engenharia Mecânica Local: Tucuruí- PA Carga Horária: 60 h Período: 4°/2024 Professor: Ronaldo Moura e-mail: zzdmoura@gmail.com Introdução Capítulo1: Revisão de Termodinâmica; • Capítulo 2: Ciclos; • Capítulo 3: Motor Alternativo; • Capítulo 4: Combustíveis M.C.I.; • Capítulo 5: Combustão M.C.I.; • Capítulo 6: Sistema de Injeção e Mistura; • Capítulo 7: Sistemas de Injeção para Motores Diesel; • Capítulo 8: Sistema de Ignição; • Capítulo 9: Sistema de Exaustão e Emissão; • Capítulo 10: Sistema de Lubrificação; • Capítulo 11: Sistemas de Arrefecimento; • Capítulo 12: Motor Turbina à Gás; • Capítulo 13: Outros Motores M.C.I.; • Capítulo 14: Veículos Híbridos; • Capítulo 15: Projeto de Motores; ROTEIRO Ciclo-padrão de ar O estudo dos ciclos reais de motores de combustão interna torna-se difícil em razão da complexidade dos processos envolvidos. Para facilitar o estudo e poder tirar conclusões qualitativas e, às vezes até quantitativas, associa-se a cada ciclo real um ciclo-padrão, dentro de algumas hipóteses simplificadoras que, de alguma forma, tenham semelhança com o ciclo real correspondente e permita uma aplicação da Termodinâmica. Capítulo 2: Ciclos 1. Uma massa fixa de ar é o fluido de trabalho; 2. O ar é um gás perfeito, ideal e tem calor específico constante. 3. Não há admissão nem escape (não há a necessidade de se trocar os gases queimados por mistura nova). Esta hipótese permite a utilização da Primeira Lei da Termodinâmica para sistemas em lugar da Primeira Lei par volume de controle. 4. Os processos de compressão e expansão são isoentrópicos – ou seja – adiabáticos e reversíveis. Hipóteses Ciclo-padrão de ar Capítulo 2: Ciclos 5. O processo de combustão é substituído por um processo de transferência de calor, de uma fonte quente externa. Esse fornecimento de calor poderá ser um processo isocórico (isovolumétrico), ou em um processo isobárico, ou em uma combinação destes, dependendo do ciclo. 6. O ciclo é completado pela transferência de calor ao meio envolvente (fonte fria) num processo isocórico. 7. Todos os processos são considerados reversíveis. Capítulo 2: Ciclos Hipóteses Ciclo-padrão de ar O principal mérito do ciclo-padrão ar consiste em nos permitir examinar qualitativamente a influência de várias variáveis no desempenho. Nota: resultados como rendimento e pressão média efetiva, diferem consideravelmente dos resultados obtidos em motores reais. Ciclo-padrão de ar Capítulo 2: Ciclos O termo “pressão média efetiva”, usando em associação aos motores alternativos, é definido como a pressão que, ao agir no pistão durante todo o curso motor, realiza uma quantidade de trabalho igual ao realmente efetuado sobre o pistão. O trabalho em um ciclo é determinado pela multiplicação desse pressão média efetiva pela área do pistão (menos a área da haste, no lado da manivela de um motor de duplo efeito) e pelo curso. Capítulo 2: Ciclos Ciclo-padrão de ar 1. Ciclo de Carnot; 2. Ciclo Rankine; 3. Ciclo Otto; 4. Ciclo Diesel; 5. Ciclo Brayton; 6. Ciclo Stirling; 7. Ciclo Ericsson. Ciclos Termordinâmicos Capítulo 2: Ciclos Capítulo 2: Ciclos Ciclo de Carnot Nicolas Léonard Sadi Carnot (Paris, 1 de junho de 1796 – Paris, 24 de agosto de 1832) foi um físico, matemático e engenheiro mecânico francês, muitas vezes referido como o "pai da termodinâmica". https://pt.wikipedia.org/wiki/Paris https://pt.wikipedia.org/wiki/1796 https://pt.wikipedia.org/wiki/1832 Ciclo de Carnot Capítulo 2: Ciclos Define-se ciclo de Carnot como um processo cíclico reversível que utiliza um gás perfeito, e que consta de duas transformações isotérmicas e duas adiabáticas (isotérmicas. 1-2 isotérmica a temperatura T1 2-3 adiabática 3-4 isotérmica a temperatura T2 4-1 adiabática Figura 8.1 – Ciclo de Carnot (Diagrama pv) Consideremos o ciclo reversível (Carnot) de uma máquina térmica, operando entre duas temperaturas TH e TL . Para este ciclo: 𝛿𝑄ׯ = 𝑄H - 𝑄L > 0 Ciclo de Carnot TH TL QH QL wrev Capítulo 2: Ciclos Máquina Térmica Máquina de Frio Figura 8.1 – O ciclo Padrão ar de Carnot Capítulo 2: Ciclos Ciclo de Carnot TH TL Capítulo 2: Ciclos Processo 1 – 2: transferência isotérmica de calor do ponto de alta pressão para ponto de baixa pressão. S2- S1 = 1 𝑇𝐻 1 2 𝛿𝑄 = 1 𝑄2 𝑇𝐻 Processo 2 – 3: processo isoentrópico Capítulo 2: Ciclos Ciclo de Carnot Processo 3 – 4: transferência isotérmica de calor do fluido de trabalho para o reservatório de baixa temperatura. S4- S3= 1 𝑇𝐿 3 4 𝛿𝑄 = 3 𝑄4 𝑇𝐿 Processo 4– 1: processo isoentrópica Rendimento do ciclo: ᶯ𝒕 =𝑾𝒍𝒊𝒒/ QH= á𝑟𝑒𝑎 1−2−3−4−1 á𝑟𝑒𝑎 1−2−𝑏−𝑎−1 η = 1 − 𝑇𝐿 𝑇𝐻 = 1 − 𝑇4 𝑇1 = 1 − 𝑇3 𝑇2 Capítulo 2: Ciclos Ciclo de Carnot Transformação 1-2 (isotérmica) Transformação 2-3 (adiabática) Capítulo 2: Ciclos Ciclo de Carnot Transformação 3-4 (isotérmica) Transformação 4-1 (adiabática) Capítulo 2: Ciclos Ciclo de Carnot Energia Interna Trabalho Capítulo 2: Ciclos Ciclo de Carnot Calor Rendimento Define-se rendimento como o quociente entre o trabalho realizado e o calor absorvido. ᶯ𝒕 =𝑾𝒍𝒊𝒒/ QH η = 1 − 𝑇𝐿 𝑇𝐻 = 1 − 𝑇4 𝑇1 = 1 − 𝑇3 𝑇2 A eficiência do Ciclo de Carnot é maior que a eficiência de qualquer outro ciclo que trabalhe entre as temperaturas das mesmas fontes. Assim, para temos uma ideia dê eficiência de um ciclo motor, imagine que a temperatura da fonte quente seja: 2273 K, e a temperatura da fonte fria (escape) seja da ordem de 973 K. Nestas condições, para o Ciclo de Carnot a eficiência seria: η = 1 − 𝑇𝐿 𝑇𝐻 = 1 – (973/2273) = 0,572 = 57,2% Capítulo 2: Ciclos Ciclo de Carnot O rendimento também pode ser expresso pela relação de pressão ou relação, durante os processos isoentrópicos . Isso resulta do fato de que: Relação de pressão isoentrópica: rps= P1/P4 = P2/P3= (T3/T2)k/(1-k) Relação de compressão isoentrópica: rvs= V1/V4 = V3/V2= (T3/T2)1/(1-k)k Portanto, η= 1- rps (1-k)/k= 1 – rvs 1-k Rendimento: Capítulo 2: Ciclos Ciclo de Carnot Exercício 2.1.1: Capítulo 2: Ciclos Ciclo de Carnot Um ciclo de Carnot opera entre duas fontes térmicas. A fonte quente está a 600 K e a fonte fria a 300 K. Calcule o rendimento (eficiência) do ciclo de Carnot e a quantidade de trabalho realizado se a quantidade de calor absorvida da fonte quente for 1000 J. Solução: Cálculo da eficiência (η) do Ciclo de Carnot: Cálculo do trabalho realizado (W): Exercício 2.1.2 Um motor a combustão queima 5 kg de combustível (equivalente à adição de QHQ_HQH) a 1500 K e rejeita energia para o radiador e o escapamento a uma temperatura média de 750 K. Se o combustível fornece 40.000 kJ/kg, qual é a quantidade máxima de trabalho que o motor pode fornecer? Capítulo 2: Ciclos Ciclo de Carnot Exercício 2.1.2 – Solução: Capítulo 2: Ciclos Ciclo de Carnot Exercício 2.1.3 O ar em um pistão/cilindro passa por um ciclo de Carnot com o diagrama P-v mostrado na Figura. As temperaturas alta e baixa são 600 K e 300 K, respectivamente. O calor adicionado à alta temperatura é de 250 kJ/kg e a pressão mais baixa no ciclo é de 75 kPa. Calcule o volume específico e a pressão após a rejeição de calor e o trabalho líquido por unidade de massa. Capítulo 2: Ciclos Ciclo de Carnot Exercício 2.1.3 - Solução Capítulo 2: Ciclos Ciclo de Carnot Exercício 2.1.4 Num ciclo-padrão de ar de Carnot o calor é transferido ao fluido de trabalho a 1200°K, é 30,0 kcal/kg. A pressão mínima do ciclo é 1 atm. Admitindo constante o calor específico do ar, determinar o rendimento do ciclo e a pressão média efetiva. Capítulo 2: Ciclos Ciclo de Carnot Exercício 2.1.4 Solução: P3=1,03 kgf/cm2 T3=T4= 300 K e T1=T2= 1200 K 𝑇2 𝑇3 = 𝑃2 𝑃3 (𝑘−1)/𝑘 = 4 => 𝑃2 𝑃3 = 128 => P2 = 1,03 (128) = 132kgf/cm2 Considerando o processo que ocorre entre os estados 1 e 2:1𝑞2 = 𝑅𝑇 𝑙𝑛 𝑉2 𝑉1 = 𝑅𝑇 𝑙𝑛 𝑃1 𝑃2 = 29,28 (1200) 427 𝑙𝑛 𝑃1 𝑃2 = 30 kcal/kg Portanto: 𝑃1 𝑃2 = 1,44 ⇒ 𝑃1 = 132 (1,44) = 190 kgf/cm2 Capítulo 2: Ciclos Ciclo de Carnot Exercício 2.1.4: Solução (cont): 𝑇1 𝑇4 = 𝑃1 𝑃4 (𝑘−1)/𝑘 = 4 => 𝑃1 𝑃4 = 128 => P4 = 190/128 = 1,49 kgf/cm2 𝜂 𝑡= 1 - 𝑇𝐿 𝑇𝐻 = 1 − 300 1200 = 0,75 = 75% O produto da pressão média efetiva pelo volume deslocado pelo pistão é igual ao trabalho líquido: 𝑝𝑚𝑒 𝑣3− 𝑣1 = 𝑊𝑙𝑖𝑞= 𝜂 𝑡 . 1 + 𝑥 𝑛 = 1+ 𝑛𝑥 1! + 𝑛 𝑛−1 𝑥2 2! +⋯ _1 𝑣3 = 𝑅𝑇3 𝑃3 = 29,28 (300) 1,03 .10000 = 0,85 m3/kg 𝑣1 = 𝑅𝑇1 𝑃1 = 29,28 (1200) 190 .10000 = 0,0185 m3/kg pme = 22,5 .427 0,85−0,0185 = 11554 𝑘𝑔𝑓/𝑚2 = 1,15 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚2 Pressão efetiva muito baixa, para que possa ser usada eficazmente num motor alternativo! Capítulo 2: Ciclos Ciclo de Carnot Outra variável importante no ciclo padrão ar de Carnot é a quantidade de calor por ciclo. Aumentando a troca de calor por ciclo a uma dada TH, ocorre uma variação maior do volume durante o ciclo e isto por sua vez, provoca uma pressão média efetiva menor num motor alternativo. De fato, para ciclos-padrões ar de Carnot, que tenham pressão mínima entre 1 e 10 atm e uma troca de calor moderada por ciclo, a pressão média efetiva seria tão baixa que ela superaria por pequena margem as forças de atrito. Capítulo 2: Ciclos Ciclo de Carnot Uma outra dificuldade prática do ciclo de Carnot, que se aplica tanto a aparelhos alternativos ou escoando em regime permanente, é a troca de calor durante os processos isotérmicos de expansão e compressão. É virtualmente impossível chegar próximo desta condição, mesmo em uma máquina real que opere em velocidades moderadas. O ciclo de Carnot não é pratico, entretanto, é um importante padrão de comparação com outros ciclos. Capítulo 2: Ciclos Ciclo de Carnot Capítulo 2: Ciclos Ciclo Otto Nikolaus August Otto (Holzhausen an der Haide, 10 de Junho de 1832 – Colônia, 26 de Janeiro de 1891) foi ele o inventor do motor de combustão interna do ciclo de Otto (motor a álcool/gasolina). Engenheiro, físico e inventor alemão nascido em Holzhausen an der Haide, perto de Schlangenbad, para alguns apenas um grande mecânico, que inventou e construiu o primeiro motor de combustão interna de quatro tempos e determinou o ciclo teórico sob o qual trabalha o motor de explosão (1876), o conhecido ciclo Otto. Capítulo 2: Ciclos Ciclo Otto Capítulo 2: Ciclos Capítulo 2: Ciclos É um ciclo ideal que se aproxima do motor de combustão interna de ignição por centelha. Ciclo Otto Capítulo 2: Ciclos Processo 1-2: é uma compressão isoentrópica do ar quando o pistão se move, do ponto morto do lado da manivela (inferior) para o ponto morto do lado do cabeçote (superior). Processo 2-3: O calor é então fornecido a volume constante, enquanto o pistão está momentaneamente em repouso, no ponto morto superior (este processo corresponde a ignição da mistura combustível-ar pela centelha, e a queima subseqüente, num motor real). Capítulo 2: Ciclos Ciclo Otto Processo 3-4: é uma expansão isoentrópica; processo 4-1 é a rejeição de calor do ar, enquanto o pistão está no ponto morto inferior. Determina-se o rendimento térmico e o calor específico deste ciclo como se segue, admitindo-se constante o calor específico do ar, η = 𝑄𝐻−𝑄𝐿 𝑄𝐻 = 1 - 𝑄𝐿 𝑄𝐻 = 1 − 𝑚𝐶𝑣 (𝑇4 −𝑇1) 𝑚𝐶𝑣((𝑇3 −𝑇2) = 1 - 𝑇1( 𝑇1 𝑇2 −1) 𝑇2( 𝑇3 𝑇2 −1 Rendimento Térmico: Ciclo Otto Capítulo 2: Ciclos 𝑇2 𝑇1 = 𝑉1 𝑉2 .𝐾−1= 𝑉4 𝑉3 .𝐾−1= 𝑇3 𝑇4 Como: rv= 𝑉1 𝑉2 = 𝑉4 𝑉3 η= 1 - 𝑻𝟏 𝑻𝟐 = 𝟏 − (𝒓𝒗). 𝟏−𝒌=1- 𝟏 𝒓𝒗 𝒌−𝟏 Onde: k= cp/cv O rendimento do ciclo padrão de Otto é uma função apenas da razão de compressão e o rendimento aumenta com o aumento desta razão. Rendimento: Ciclo Otto Capítulo 2: Ciclos 1. Os calores específicos dos gases reais aumentam com a temperatura; 2. O processo de combustão substitui o processo de troca de calor à alta temperatura e a combustão pode ser incompleta. 3. Cada ciclo mecânico do motor envolve um processo de entrada e de saída e devido à perda de carga nas válvulas é necessária uma certa quantidade de trabalho, para alimentar o cilindro com ar e descarregar os produtos da combustão. 4. Haverá troca de calor entre os gases no cilindro e as paredes do cilindro; 5. Haverá irreversibilidades, associadas aos gradientes de pressão e temperatura. Ciclo Otto Pontos nos quais o motor real por centelha se de ciclo aberto se afasta do ciclo padrão de ar: Capítulo 2: Ciclos Ciclo Otto Capítulo 2: Ciclos Ciclo Otto Capítulo 2: Ciclos Exercício 2.2.1: Um motor a gasolina de 4 tempos funciona a 1800 RPM com um deslocamento total de 2,4 L e uma razão de compressão de 10:1. A admissão é a 290 K e 75 kPa, com uma pressão média efetiva de 600 kPa. Calcule a eficiência do ciclo e a potência de saída. Solução: Ciclo Otto Capítulo 2: Ciclos Exercício 2.2.2: Solução: Um motor a gasolina de 4 tempos com 4,2 L de deslocamento, funcionando a 2000 RPM, tem um estado de admissão de 85 kPa e 280 K, e após a combustão atinge 2000 K, com a pressão mais alta de 5 MPa. Calcule a razão de compressão, a eficiência do ciclo e a temperatura dos gases de escape. Ciclo Otto Capítulo 2: Ciclos Exercício 2.2.3: Solução: Um motor a gasolina de 2,4 L funciona a 2500 RPM com uma razão de compressão de 9:1. O estado antes da compressão é de 40 kPa e 280 K, e após a combustão, a temperatura é de 2000 K. Calcule a temperatura e a pressão mais altas do ciclo, a transferência de calor específica adicionada, a eficiência do ciclo e a temperatura dos gases de escape. Exercício 2.2.4 A razão de compressão, num ciclo-padrão de Otto, é 8. No início do curso de compressão, a pressão é de 100 kPa e a temperatura é de 27°C. A transferência de calor ao ar, por ciclo, é de 3 MJ/kg. Dados k=1,4 e R=287 J/kg.K e imaginando que o ciclo represente um motor a 4T de cilindrada 1600 cm3 , a 3600 rpm, determinar: a) A eficiência térmica do ciclo; b) As propriedades p, T e v em cada ponto; c) A pressão média do ciclo; d) A potência do ciclo; e) A fração residual de gases. Ciclo Otto Capítulo 2: Ciclos Ciclo Otto Capítulo 2: Ciclos Exercício 2.2.4-Solução: Ciclo Otto Capítulo 2: Ciclos Exercício 2.2.4-Solução: Ciclo Otto Capítulo 2: Ciclos Exercício 2.2.4-Solução: Ciclo Otto Capítulo 2: Ciclos Exercício 2.2.4-Solução: Ciclo Otto Capítulo 2: Ciclos Exercício 2.2.4-Solução: Ciclo Otto Capítulo 2: Ciclos Exercício 2.2.4-Solução: Ciclo Diesel Capítulo 2: Ciclos Rudolf Christian Karl Diesel (Paris, 18 de março de 1858 — Canal da Mancha, 30 de setembro de 1913) foi um engenheiro mecânico franco-alemão, inventor do motor a diesel. Motor Diesel Capítulo 2: Ciclos Ciclo Diesel Capítulo 3: Ciclos O ciclo-padrão ar Diesel é mostrado na Figura 3.4. Esse é o ciclo ideal para o motor Díesel, que também é chamado de motor de ignição por compressão. Ciclo Diesel Capítulo 3: Ciclos Nesse ciclo o calor é transferido ao fluido de trabalho, á pressão constante. Esse processo corresponde à injeção e queima do combustível no motor real. Quando se atinge o estado 3, a adição de calor cessa e o gás sofre uma expansão isoentrópica, processo 3-4, até que o pistão atinja o ponto morto inferior. Como no ciclo-padrão Otto, uma rejeição de calor, a volume constante no ponto morto inferior, substitui os processos de descarga e de admissão do motor real. Ciclo Diesel Capítulo 3: Ciclos O rendimento do ciclo Diesel é calculado pela relação: Nas compressões e expansão isoentrópicas, tem-se: 𝑇2 𝑇1 = 𝑣1 𝑣2 𝑘−1 e 𝑇4 𝑇3 = 𝑣3 𝑣4 𝑘−1 E ainda: v4 = v1 𝑣3 𝑣2 = 𝑇3 𝑇2 η = 1 - 𝑄𝐿 𝑄𝐻 = 1 − 𝐶𝑣 (𝑇4 −𝑇1) 𝐶𝑝((𝑇3 −𝑇2) = 1 - 𝑇1( 𝑇4 𝑇1 −1) 𝑘𝑇2( 𝑇3 𝑇2 −1) Rendimento: Ciclo Diesel Capítulo 3: Ciclos Assim, o rendimento do Ciclo Diesel será: ou η = 1 - 1 𝑘 𝑣2 𝑣1 𝑘−1 . 𝑇3 𝑇2 𝑘−1 𝑇3𝑇2 −1 η = 1 - 1 𝑟𝑣 𝑘−1 . 𝑇3 𝑇2 𝑘−1 𝑇3 𝑇2 −1 Rendimento: Ciclo Diesel Capítulo 3: Ciclos No ciclo Diesel, a razão de compressão isoentropica é maior do que a razão de expansão isoentrópica. O rendimento do ciclo diminui com o aumento da temperatura máxima (diagrama T-s). Pelo diagrama T-s, o ciclo Otto tem maior rendimento do que o ciclo Diesel. Entretanto na prática, o motor diesel pode trabalhar com uma razão de compressão maior. Considerando isto, o ciclo diesel torna-se mais eficiente. Eficiência: Diesel x Otto 3 Ciclo Diesel Capítulo 3: Ciclos Exercício 2.3.1: Um motor a diesel tem uma admissão de 95 kPa e 300 K, com uma razão de compressão de 20:1. A combustão libera 1300 kJ/kg. Calcule a temperatura após a combustão usando as propriedades do ar frio. Ciclo Diesel Solução: Capítulo 3: Ciclos Exercícios Solução: Exercício 2.3.2: Calcule a eficiência do ciclo e a pressão média efetiva para o ciclo no Exercício 10.V.1 “Um motor a diesel tem um estado antes da compressão de 95 kPa e 290 K, uma pressão máxima de 6000 kPa e uma temperatura máxima de 2400 K. Calcule a razão de compressão volumétrica e a eficiência térmica”. Capítulo 3: Ciclos Exercícios Solução (cont.): Exercício 2.3.2: Capítulo 3: Ciclos Bibliografia 1. VAN WYLEN, G. J. ; SONNTAG, R. E. Fundamentos da termodinâmica clássica. Tradução da segunda edição americana. Editora Edgard Blücher ltda, São Paulo, Brasil, 1976. 2. MORAN M. J.; SHAPIRO H.N. Princípios de Termodinâmica para Engenharia. Tradução da 6ª edição americana, John Wiley & Sons, 2008. 3. ALONSO, M. ; FINN, E. J. Quantum and Statistical Physics. Volume III. Addison-Wesley Publishing Company. Washington, D.C., USA, 1968. 4. KIRILLIN V. A. ; SICHEV, V. V. ; SHEINDLIN A. E. Termodinâmica Tecnica. Segunda edição, traduzido do russo para o espanhol. Editorial MIR, Moscou, URSS, 1986. Capítulo 2: Ciclos