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REFRIGERAÇÃO, CONDICIONAMENTO DE AR E VENTILAÇÃO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Descrever a carga térmica de resfriamento. > Relacionar as cargas de aquecimento e resfriamento. > Calcular a carga de resfriamento de calor sensível e latente. Introdução O cálculo da carga térmica é o principal pilar de um projeto de refrigeração, determinando a seleção de muitos componentes, como dutos, tubulações, ven- tiladores, compressores, difusores, etc., que são necessários para garantir um sistema eficaz de condicionamento de ar. Portanto, além do impacto no conforto térmico e na produtividade dos processos ou dos ocupantes, o cálculo também pode afetar substancialmente o custo do investimento inicial, o custo operacional e o consumo de energia. Desse modo, o cálculo da carga térmica deve caracterizar com precisão o edifício e fornecer informações reais e características do projeto. O uso incorreto Carga térmica de refrigeração e resfriamento Francisco José Rodrigues da Silva Junior de múltiplos fatores de segurança em cada etapa do cálculo pode fazer com que o valor do sistema seja irreal e excessivo, resultando em custos adicionais. Por isso, o cálculo deve ser preciso e respeitar as normas que regem esse assunto. Neste capítulo, serão apresentados os conceitos relativos aos princípios que orientam o dimensionamento da carga térmica de resfriamento para projeto de refrigeração. Além disso, você poderá compreender o cálculo de carga térmica de aquecimento e sua diferença em relação à carga térmica de refrigeração. Por fim, mostraremos exemplos de como são realizados o cálculo simplificado e o cálculo detalhado da carga térmica. Caracterização da carga térmica para resfriamento A carga térmica de resfriamento é a carga térmica que deve ser removida do ambiente para que ele possa estar climatizado, de modo a oferecer con- forto térmico. Essa carga térmica leva em conta a geração interna de calor de pessoas, lâmpadas, equipamentos e motores, além da carga térmica de insolação de superfícies transparentes (CREDER, 2004). A estimativa da carga térmica é baseada no Manual da Carrier (Handbook of Air Conditioning System Design) e na norma ABNT NBR 16401, que fornece os dados necessários para a estimativa em âmbito nacional das condições externas e internas ao ambiente a ser estimado. Garantir conforto para os seres humanos e atender às condições requeridas por algum processo ou produto são as funções básicas para o condicionamento de ar. Primeiramente, devem ser definidas as características do recinto a ser calculado, que são, em geral, as seguintes: � orientação do ambiente (posição geográfica, sombreamento, insolação); � tipo de recinto (residencial, escritório, hotel, etc.); � dimensões físicas do ambiente (altura, comprimento e largura); � tipos de materiais utilizados (tipos de tijolo, janela, telhado ou laje, etc.); � condições exteriores (tipo de fachada, cores, sombras); Carga térmica de refrigeração e resfriamento2 � equipamentos (quantidade e potência); � pessoas (quantidade e sexo); � iluminação (tipo e quantidade); � portas (localização e quantidade). Todos esses aspectos são importantes, pois influenciam diretamente os fatores da carga térmica do recinto, que são: � temperatura de bulbo seco (TBS), temperatura de bulbo úmido (TBU) e umidade relativa (UR); � transmissão de calor pela insolação; � transmissão de calor na parede externa e no telhado; � transmissão de calor no vidro, na parede e no piso internos; � iluminação; � carga de ocupantes; � carga de motores elétricos; � equipamentos eletrônicos; � calor de ar exterior para renovação. Após serem definidas as características do recinto, devem-se definir a TBS e a TBU externas, bem como a TBS e a UR do ambiente a ser condicionado. Para as condições externas, utilizam-se as tabelas A.3 a A.7 da norma ABNT NBR 16401-1, que apresenta dados de projeto de 34 cidades brasileiras agrupadas por região (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008a). A partir da escolha, definem-se a TBS e a TBU a partir da região e da cidade escolhidas nas condições externas para verão (CREDER, 2004). O Quadro 1 apresenta dados de TBS e TBU para algumas cidades brasileiras. Carga térmica de refrigeração e resfriamento 3 Q ua dr o 1. D ad os d e pr oj et o de a lg um as c id ad es b ra si le ira s pa ra c on su lt a de v al or d e TB S e TB U PI Te re si na La tit ud e Lo ng it. Al tit ud e Pr . a tm Pe río do Ex tr em . an ua is TB U TB Sm x s TB Sm n s 5, 05 S 42 ,8 2 W 69 m 10 0, 5 83 /0 1 32 ,6 39 ,5 1,4 19 ,2 2, 0 M ês >Q t Fr eq . a nu al Re sf ria m en to e d es um id ifi ca çã o Ba ix a um id ad e M ês >F r Fr eq . an ua l Aq ue c. Um id ifi ca çã o O ut TB S TB Uc TB U TB Sc TP O w TB Sc M ar TB S TP O w TB Sc 0, 4% 37 ,9 24 ,7 26 ,9 32 ,9 25 ,4 20 ,7 28 ,9 99 ,6 % 21 ,8 15 ,2 10 ,9 33 ,2 ΔT m d 1% 37 ,2 24 ,6 26 ,9 32 ,7 25 ,1 20 ,4 28 ,8 99 % 22 ,3 16 ,3 11 ,7 32 ,5 12 ,2 2% 36 ,8 24 ,6 26 ,4 32 ,5 24 ,9 20 ,2 28 ,6 DF Br as íli a La tit ud e Lo ng it. Al tit ud e Pr . a tm Pe río do Ex tr em a nu ai s TB U TB Sm x s TB Sm n s 15 ,8 7 S 47 ,9 3 W 10 61 m 89 ,2 1 82 /0 1 26 ,9 34 ,2 1,4 7,0 2, 7 M ês >Q t Fr eq . an ua l Re sf ria m en to e d es um id ifi ca çã o Ba ix a um id ad e M ês >F r Fr eq . an ua l Aq ue c. Um id ifi ca çã o O ut TB S TB Uc TB U TB Sc TP O w TB Sc Ju n TB S TP O w TB Sc 0, 4% 32 ,1 18 ,0 21 ,9 26 ,7 20 ,8 17 ,6 23 ,3 99 ,6 % 9, 8 3, 0 5, 3 24 ,9 ΔT m d 1% 31 ,1 18 ,3 21 ,5 26 ,4 20 ,2 16 ,9 22 ,6 99 % 11 ,0 4, 7 6, 0 23 ,7 11 ,3 2% 30 ,2 18 ,6 21 ,1 26 ,1 20 ,0 16 ,7 22 ,4 (C on tin ua ) Carga térmica de refrigeração e resfriamento4 RS Po rt o Al eg re La tit ud e Lo ng it. Al tit ud e Pr . a tm Pe río do Ex tr em . an ua is TB U TB Sm x s TB Sm n s 30 ,0 0 S 51 ,18 W 3 m 10 1, 29 82 /0 1 N/ D 37 ,9 1,4 1,6 2, 4 M ês >Q t Fr eq . an ua l Re sf ria m en to e d es um id ifi ca çã o Ba ix a um id ad e M ês >F r Fr eq . an ua l Aq ue c. Um id ifi ca çã o Ja n TB S TB Uc TB U TB Sc TP O w TB Sc Ju l TB S TP O w TB Sc 0, 4% 34 ,8 N/ D N/ D N/ D N/ D N/ D N/ D 99 ,6 % 4, 0 N/ D N/ D N/ D ΔT m d 1% 33 ,2 N/ D N/ D N/ D N/ D N/ D N/ D 99 % 5, 8 N/ D N/ D N/ D 9, 7 2% 31 ,8 N/ D N/ D N/ D N/ D N/ D N/ D RS Ri o de Ja ne iro Sa nt os D um on t La tit ud e Lo ng it. Al tit ud e Pr . a tm Pe río do Ex tr em . an ua is TB U TB Sm x s TB Sm n s 22 ,9 0 S 43 ,17 W 3 m 10 1, 29 84 /0 1 N/ D N/ D N/ D N/ D N/ D M ês >Q t Fr eq . a nu al Re sf ria m en to e d es um id ifi ca çã o Ba ix a um id ad e M ês >F r Fr eq . an ua l Aq ue c. Um id ifi ca çã o Fe v TB S TB Uc TB U TB Sc TP O w TB Sc Ju l TB S TP O w TB Sc 0, 4% 34 ,0 25 ,2 26 ,6 30 ,8 25 ,3 20 ,4 29 ,1 99 ,6 % 16 ,1 11 ,8 8, 6 19 ,5 ΔT m d 1% 32 ,7 25 ,0 26 ,2 30 ,3 25 ,0 20 ,1 28 ,9 99 % 17 ,0 12 ,9 9, 3 19 ,5 6, 1 2% 31 ,8 24 ,9 25 ,8 29 ,9 24 ,6 19 ,6 28 ,4 Fo nt e: A da pt ad o de A BN T N BR 1 64 01 -1 (A SS O CI AÇ ÃO B RA SI LE IR A DE N O RM AS T ÉC N IC AS , 2 00 8a ). (C on tin ua çã o) Carga térmica de refrigeração e resfriamento 5 O Quadro 1 também fornece dados de altitude, latitude e longitude para as cidades brasileiras, além de TBS e TBU no que se refere às condições externas para verão. Já as condições internas para verão são definidas pela norma ABNT NBR 16401-2, de acordo com a qual a temperatura opera- tiva é de 22,5°C a 25,5°C e a UR limita-se ao máximo de 65% (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008b). A seguir, descreveremos como caracterizaras cargas térmicas de geração interna de calor de pessoas, lâmpadas, equipamentos e motores, além da carga térmica de insolação de superfícies transparentes. Carga térmica devida à insolação em superfícies transparentes A radiação solar que chega à superfície externa, a radiação solar extraterres- tre, varia ao longo do ano devido à inclinação do eixo da Terra e à variação da distância entre o Sol e a Terra. A insolação em kcal/h para o ambiente se dá através dos vidros das janelas do recinto, que permitem a entrada da radiação solar (CREDER, 2004). Para esse cálculo da carga térmica, é utilizada a Equação 1 (ALVAREZ, 2019): (1) onde: � A: área envidraçada; � FGCImáx: fator de ganho de calor por insolação; � CS: coeficiente de sombreamento. O Quadro 2 apresenta os valores de FGCImáx para vidro claro, para diferentes meses do ano, e o Quadro 3 apresenta valores de CS para diversos vidros, com e sem sombreamento interno. Carga térmica de refrigeração e resfriamento6 Quadro 2. Valores máximos do FGCI para vidro ensolarado (W/m²) N/sombra NE/NO L/O SE/SO S Horizontal 32° latitude norte Dezembro 69 69 510 775 795 500 Janeiro, novembro 75 90 550 785 775 555 Fevereiro, outubro 85 205 645 780 700 685 Março, setembro 100 330 695 700 545 780 Abril, agosto 115 450 700 580 355 845 Maio, julho 120 530 685 480 230 865 Junho 140 555 675 440 190 870 N = norte; NE = nordeste; NO = noroeste; L/O = leste/oeste; SE/SO = sudeste/sudoeste; S = sul Fonte: Adaptado de Alvarez (2019). Quadro 3. Coeficiente de sombreamento (CS) Tipo de vidro Espessura Sem sombra Persiana Cortinas tipo rolô (mm) Interno Médio Claro Escuro Claro Vidro simples: folha normal 3 1,00 0,64 0,55 0,59 0,25 Laminado 6–12 0,95 0,64 0,55 0,59 0,25 Absorvedor 6 0,70 0,57 0,53 0,40 0,30 Folha dupla: folha normal 3 0,90 0,57 0,51 0,60 0,25 Laminado 6 0,83 0,57 0,51 0,60 0,25 Reflectivo 6 0,2–0,4 0,2 — — — Fonte: Adaptado de Alvarez (2019). Carga térmica de refrigeração e resfriamento 7 Para consultar, no Quadro 2, os valores de FGCImáx para vidro claro, é necessário saber qual é o mês do ano e qual é a direção de incidência mais crítica para o cálculo da carga térmica. Em relação ao Quadro 3, observa-se que o CS dependerá do tipo de vidro do ambiente, da existência ou não de sombreamento interno no local onde o vidro está disposto e da presença ou ausência de cortinas no recinto. Carga térmica devida à geração interna de calor Esse tipo de carga térmica engloba os calores gerados por aquecimento de lâmpadas do ambiente, por pessoas que ali circulam ou se localizam e por equipamentos localizados no ambiente em questão. A iluminação utilizada no recinto pode ser de dois tipos: fluorescente ou incandescente. Para iluminação por lâmpadas fluorescentes, a carga térmica é dada pela Equação 2 (PIRANI, 2005): (2) Já para as lâmpadas incandescentes, a carga térmica é dada pela Equação 3: (3) onde: � n: número de lâmpadas; � PL: potência da lâmpada, em watts; � r: porcentagem de calor dissipado pelos reatores, sendo r = 0,250 para reatores eletromagnéticos e r = 0,075 para reatores eletrônicos. O Quadro 4 apresenta valores de taxas típicas de dissipação de calor por lâmpadas. Carga térmica de refrigeração e resfriamento8 Quadro 4. Taxas típicas de dissipação de calor pela iluminação Local Tipo de iluminação Nível de iluminação (Lux) Potência dissipada (W/m²) Escritórios e bancos Fluorescente 500 16 Lojas Fluorescente 750 17 Fluorescente compacta 23 Vapor metálico 28 Residências Fluorescente compacta 150 9 Incandescente 30 Supermercados Fluorescente 1.000 21 Vapor metálico 30 Armazéns climatizados Fluorescentes 100 2 Vapor metálico 3 Cinemas e teatros Fluorescente compacta 50 6 Vapor metálico 4 Museus Fluorescente 200 5 Fluorescente compacta 11 Bibliotecas Fluorescente 500 16 Fluorescente compacta 18 Restaurantes Fluorescente compacta 150 13 Incandescente 14 Auditórios � Tribuna � Plateia � Sala de espera Fluorescente Fluorescente compacta Fluorescente Vapor metálico Fluorescente compacta 750 150 200 30 32 10 18 8 (Continua) Carga térmica de refrigeração e resfriamento 9 Local Tipo de iluminação Nível de iluminação (Lux) Potência dissipada (W/m²) Hotéis � Corredores � Sala de leitura � Quartos � Sala de convenções � Plateia � Tablado � Portaria e recepção Fluorescente compacta Fluorescente Fluorescente compacta Fluorescente compacta Incandescente Fluorescente Fluorescente Fluorescente compacta Fluorescente Fluorescente compacta 100 500 150 150 750 200 8 15 22 9 30 8 30 30 8 9 Fonte: Adaptado de ABNT NBR 16401-1 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008a). Os valores de dissipação de calor por lâmpadas apresentados no Quadro 4 dependem do local do projeto e do tipo de iluminação instalado no ambiente. A carga térmica (calor sensível) em kcal/h, considerando-se motor elétrico e máquina dentro do recinto, é dada pela Equação 4 (PIRANI, 2005): (4) onde: � HP: potência do motor; � n: rendimento do motor. O Quadro 5 apresenta taxas típicas de dissipação de calor de motores elétricos. (Continuação) Carga térmica de refrigeração e resfriamento10 Quadro 5. Taxas típicas de dissipação de calor de motores elétricos Potência nominal Eficiência a plena carga Localização em relação ao espaço condicionado ou fluxo de ar (W) CV kW % Motor e equipamento dentro Motor fora e equipamento dentro Motor dentro e equipamento fora 0,05 0,04 35,0 105 37 68 0,08 0,06 35,0 168 59 109 0,125 0,09 35,0 263 92 171 0,16 0,12 35,0 336 118 219 0,25 0,18 64,0 287 184 103 0,33 0,24 67,0 362 243 120 0,5 0,37 68,0 541 368 173 0,75 0,55 71,0 777 552 225 1 0,74 78,0 943 736 207 1,5 1,1 72,7 1.520 1.100 414 2 1,5 78,0 1.890 1.470 415 3 2,2 79,3 2.780 2.210 576 4 2,9 82,7 3.560 2.940 615 5 3,7 84,6 4.350 3.680 669 6 4,4 84,2 5.240 4.410 828 7,5 5,5 88,5 6.230 5.520 717 10 7,4 89,0 8.260 7.360 909 12,5 9,2 87,7 10.480 9.190 1.290 15 11,0 88,3 12490 11.030 1.460 20 14,7 89,8 16380 14.710 1.670 25 18,4 90,1 20.410 18.390 2.020 30 22,1 91,0 24.250 22.070 2.180 (Continua) Carga térmica de refrigeração e resfriamento 11 Potência nominal Eficiência a plena carga Localização em relação ao espaço condicionado ou fluxo de ar (W) CV kW % Motor e equipamento dentro Motor fora e equipamento dentro Motor dentro e equipamento fora 40 29,4 91,0 32.330 29.420 2.910 50 36,8 91,7 40.100 36.780 3.330 60 44,1 91,6 48.180 44.130 4.050 75 55,2 91,9 60.020 55.160 4.860 100 73,6 95,5 77.020 73.550 3.470 125 91,9 91,8 100.200 91.940 8.210 150 110,3 92,0 119.900 110.300 9.590 175 128,7 92,7 138800 128700 10140 200 147,1 93,4 157500 147100 10400 250 183,9 93,5 196700 183900 12780 300 220,7 95,0 232300 220700 11610 350 257,4 95,1 270700 257400 13260 400 294,2 95,3 308700 294200 14510 450 331,0 95,4 346900 33100 15960 500 367,8 95,4 385500 367800 17730 NOTA 1: motores operando em regime de uso contínuo. NOTA 2: motores com potência nominal de 0,05 CV a 0,16 CV são monofásicos, 1500 rpm. NOTA 3: motores com potência nominal de 0,25 CV a 500 CV são trifásicos, 1750 rpm. NOTA 4: cabe ao projetista avaliar o fluxo de calor efetivamente dissipado e o local onde é dissipado. Fonte: Adaptado de ABNT NBR 16401-1 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008a). No Quadro 5, as taxas de dissipação de calor de motores elétricos são escolhidas em função da potência nominal do motor e da localização em relação ao espaço condicionado ou fluxo de ar, retirando-se, dessa forma, a eficiência do motor para o cálculo da carga térmica. (Continuação) Carga térmica de refrigeração e resfriamento12 Em relação aos equipamentos eletrônicos, a sua potência nominal deve ser considerada carga térmica sensível para o ambiente. Assim, o ganho de calor é dado por uma somatória da potência nominal de todos os eletrôni- cos presentes no ambiente multiplicados por umfator de ajuste, conforme Equação 5 (CREDER, 2004): (5) Onde Peq,i é a potência nominal do equipamento i, em watts. O Quadro 6 apresenta alguns valores de taxas típicas de dissipação de calor de equipamentos. Quadro 6. Taxas típicas de dissipação de calor de motores elétricos Computadores Uso contínuo (W) Modo economizador (W) Computadores � Valor médio 55 20 � Valor com fator de segurança 65 25 � Valor com fator de segurança alto 75 30 Monitores � Pequeno (13 pol. a 15 pol.) 55 0 � Médio (16 pol. a 18 pol.) 70 0 � Grande (19 pol. a 20 pol.) 80 0 Equipamentos diversos Potência máxima Dissipação recomendada Caixas registradoras 60 48 Máquinas de fax 15 10 Máquinas de café (10 xícaras) 1.500 1.050 sensível 450 latente Máquinas de venda de bebidas refrigeradas 1.150 a 1.920 575 a 960 Máquinas de venda de salgadinhos 240 a 275 240 a 275 Bebedouros refrigerados 700 350 Fonte: Adaptado de ABNT NBR 16401-1 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008a). Carga térmica de refrigeração e resfriamento 13 No Quadro 6, as taxas de dissipação de calor de equipamentos podem ser escolhidas em função da regularidade do seu uso: se são de uso contínuo ou se estão no modo econômico. Como na maioria das aplicações o modo contínuo é mais comum, a tendência é que ele seja escolhido para o cálculo. Para determinar os valores do calor latente e do calor sensível para cada pessoa, para uma TBS = 24°C nas condições internas do recinto, utilizam-se as Equações 6 e 7, apresentadas a seguir (CREDER, 2004). Calor sensível: (6) onde: � n: número de pessoas; � S: calor sensível. Calor latente: (7) onde L é o calor latente. O Quadro 7 apresenta valores de taxas típicas de calor liberado por pessoas. Quadro 7. Taxas típicas de calor liberado por pessoas Nível de atividade Local Calor total (W) Calor sensível (W) Calor latente (W) Radiante do calor sensível % Homem adulto Ajustado M/Fa Baixa velocidade do ar Alta velocidade do ar Sentado no teatro Teatro matinê 115 95 65 30 Sentado no teatro, à noite Teatro à noite 115 105 70 35 60 27 Sentado, em trabalho leve Escritórios, hotéis, apar- tamentos 130 115 70 45 — — (Continua) Carga térmica de refrigeração e resfriamento14 Nível de atividade Local Calor total (W) Calor sensível (W) Calor latente (W) Radiante do calor sensível % Homem adulto Ajustado M/Fa Baixa velocidade do ar Alta velocidade do ar Em atividade moderada em trabalhos de escritório Escritórios, hotéis, apar- tamentos 140 130 75 55 — — Parado, em pé, em trabalho moderado; caminhando Loja de varejo ou de departa- mentos 160 130 75 55 58 38 Caminhando; parado, em pé Farmácia, agência bancária 160 145 75 70 — — Em trabalho sedentário Restauranteb 145 160 80 80 — — Em trabalho leve em bancada Fábrica 235 220 80 140 — — Dançando moderada- mente Salão de baile 265 250 90 160 49 35 Caminhando a 4,8 km/h; em trabalho leve em máquina operatriz Fábrica 295 295 110 185 — — Jogando bolichec Boliche 440 425 170 255 — — Em trabalho pesado Fábrica 440 425 170 255 54 19 Em trabalho pesado em máquina operatriz; carregando carga Fábrica 470 470 185 285 — — (Continua) (Continuação) Carga térmica de refrigeração e resfriamento 15 Nível de atividade Local Calor total (W) Calor sensível (W) Calor latente (W) Radiante do calor sensível % Homem adulto Ajustado M/Fa Baixa velocidade do ar Alta velocidade do ar Praticando esportes Ginásio, academia 585 525 210 315 — — NOTA 1: valores baseados em TBS ambiente de 24°C. Para uma TBS ambiente de 27°C, o calor total permanece o mesmo; porém, o calor sensível deve ser reduzido em aproxi- madamente 20% e o calor latente deve ser aumentado correspondentemente. Para uma TBS ambiente de 21°C, também o calor total permanece o mesmo; porém, o calor sensível deve ser aumentado em aproximadamente 20%, e o calor latente deve ser reduzido correspondentemente. NOTA 2: valores arredondados em 5 W. a O valor do calor ajustado é baseado numa porcentagem normal de homens, mulheres e crianças para cada uma das aplicações listadas, postulando-se que o calor liberado por uma mulher adulta é aproximadamente 85% daquele liberado por um homem adulto, e o calor liberado por uma criança é aproximadamente 75% daquele liberado por um homem adulto. b O ganho de calor ajustado inclui 18 W para um prato de comida individual (9 W de calor sensível e 9 W de calor latente). c Considerando-se uma pessoa por cancha realmente jogando boliche, e todas as demais sentadas (117 W), paradas em pé ou caminhando lentamente (231 W). Fonte: Adaptado de ABNT NBR 16401-1 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008a). No Quadro 7, verifica-se que as taxas de calor liberado por pessoas de- pendem do nível de atividade exercida no recinto, além do tipo do local. Ademais, os valores de calor sensível e de calor latente são, em geral, maiores para homens. Nesta seção, você pôde compreender que a carga térmica de resfriamento está relacionada com a quantidade de carga térmica que deve ser removida do recinto para que ele apresente condições adequadas de climatização. Além disso, foram detalhados os parâmetros que fazem parte dessa carga térmica — geração interna de calor de pessoas, lâmpadas, equipamentos e motores, bem como a carga térmica de insolação de superfícies transparentes. Na próxima seção, descreveremos como caracterizar as cargas térmicas de aquecimento. (Continuação) Carga térmica de refrigeração e resfriamento16 Diferenças entre carga térmica de aquecimento e carga térmica de resfriamento A carga térmica de aquecimento dependerá da carga térmica de ventilação e da carga térmica total originada da transmissão térmica pelas paredes, pelo teto, pelo piso, pelas janelas e pelas portas. Ela corresponde às perdas de calor em período de inverno, permitindo definir a capacidade de aquecimento requerida no espaço. A partir da soma entre a carga de aquecimento e a carga de resfriamento, define-se a carga de resfriamento necessária para climatizar o ambiente. A seguir, explicaremos como calcular a carga térmica de aquecimento dos itens citados. Carga térmica devida a paredes, piso, portas e teto Para calcular a transmissão de calor em paredes, piso, portas e teto, pri- meiramente é necessário definir os coeficientes globais de transferência de calor (U) dados pelo Quadro 8. A carga térmica devida à transmissão de calor é calculada pela seguinte relação (ALVAREZ, 2019): (8) Sendo que: (9) onde: � U: coeficiente global de transferência de calor (W/m²K); � A: área (m²); � (Te – Ti): diferença entre a temperatura externa e a temperatura interna (K ou °C); � Rtot: resistência térmica total (K/W); � Q: transmissão térmica (W). A diferença de temperatura (Te – Ti) dependerá da estação do ano (inverno ou verão), sendo as temperaturas obtidas no Quadro 1, apresentado na pri- meira seção do capítulo. O Quadro 8 mostra algumas resistências térmicas referentes a 1 m² de área superficial, bem como o inverso da condutividade térmica (K) para diferentes materiais de construção (ALVAREZ, 2019). Carga térmica de refrigeração e resfriamento 17 Quadro 8. Resistência térmica referente à unidade de área para materiais de construção Materiais 1/K (m · K/W) R, (m² · K/W) Exteriores: Tijolo aparente 0,76 — Tijolo comum 1,39 — Estuque 1,39 0,04 Bloco de concreto, areia e cascalho 200 mm — 0,18 Laterais de madeira compensada 10 mm — 0,1 Laterais de alumínio ou aço e isolante 10 mm — 0,32 Revestimento: Madeira compensada 8,66 — Placas de fibra, densidade normal, 13 mm — 0,23 Placa de madeira aglomerada com resina 7,35 — Telhados: Telhado pré-moldado 10 mm — 0,06 Concreto: À base de areia e cascalho 0,55 — Agregado leve 1,94 — Materiais isolantes: Manta de fibra mineral 74–90 mm — 1,94 Enchimento de fibra mineral 160 mm — 3,35 Materiais interiores: Estuque de 15 mm— 0,08 Rebocos à base de cimento 1,39 — Rebocos à base de gesso leve 16 mm — 0,066 Madeira pinho macia 8,66 — Vidro plano U (W/m²K) Verão Inverno Vidro simples 5,9 6,2 Folha dupla 6 mm de espaço de lar 3,5 3,3 Fonte: Adaptado de Alvarez (2019). Carga térmica de refrigeração e resfriamento18 No Quadro 8, verifica-se que as resistências térmicas e o inverso da con- dutividade térmica (K) dependem do tipo de material de construção que é usado no recinto. De acordo com Alvarez (2019), a resistência térmica (R) de alguns materiais pode ser obtida multiplicando-se 1/K pela espessura do material L, ou seja, R = L(1/K). Carga térmica devida à ventilação e à infiltração Outra carga térmica importante é causada pela vazão de ar exterior para renovação. A penetração de ar por infiltração do exterior para o interior de um ambiente influencia a temperatura do ar (calor sensível) e a umidade (calor latente) (MITCHELL; BRAUN, 2018). A carga de ventilação e a carga de infiltração devidas à entrada de ar externo são calculadas por meio das Equações 10 e 11, respectivamente (ALVAREZ, 2019): (10) (11) onde: � Q: carga (W); � T: temperatura externa (Te) e temperatura interna (Ti); � : vazão em volume de ar externo (L/s), que pode ser considerado igual ao valor de (L/s); � : umidade absoluta (kg/m³) externa ( ) e interna ( ). A norma ABNT NBR 16401-3 apresenta a vazão eficaz mínima de ar exterior para ventilação de diversos recintos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008c). Alguns valores típicos estão ilustrados no Quadro 9. Carga térmica de refrigeração e resfriamento 19 Quadro 9. Recomendações do volume de ar externo para ventilação Tipo de ocupação Número de pessoas por 100 m² de área Exigência de ar externo por pessoa (L/s) Fumantes Não fumantes Escritórios 7 10 2,5 Salas de reunião e de espera 60 17,5 3,5 Vestíbulos 30 7,5 2,5 Fonte: Adaptado de Alvarez (2019). No Quadro 9, observa-se que os valores de vazão eficaz mínima de ar exterior para ventilação dependerão do tipo de local e do número de pes- soas por 100 m² de área. Além disso, deve-se considerar se tais pessoas são fumantes ou não. A potência frigorífica é a própria carga térmica total do recinto, que é obtida pela soma entre o calor sensível total e o calor latente total, podendo ser dada em BTU/h, TR, kcal/h ou, ainda, em kW. Com todos os parâmetros da estimativa de carga térmica detalhada e com os dados necessários para a seleção do equipamento de ar condicionado, é possível realizar o cálculo desejado. A infiltração do ar externo em um local modifica a temperatura e a umidade do ar de forma não controlada. Desse modo, é necessário que o projeto de edificações minimize a taxa de infiltração e sele a superfície externa. Nesta seção, vimos que a carga térmica de aquecimento está relacio- nada com a carga de transmissão térmica pelas paredes, pelo teto, pelo piso, pelas janelas e pelas portas, e com a carga térmica de ventilação. Assim, esse tipo de carga térmica, somada à carga de resfriamento, é fundamental para definir a capacidade de resfriamento necessária para climatizar o ambiente. A seguir, serão apresentados dois métodos para calcular a carga térmica. Carga térmica de refrigeração e resfriamento20 Cálculo de carga térmica simplificado e detalhado A carga térmica pode ser calculada de diversas formas. Nesta seção, você vai conhecer dois métodos de cálculo: um simplificado e um detalhado. Cálculo simplificado de carga térmica Para locais pequenos ou instalações menos sofisticadas, é possível utilizar o método de cálculo simplificado. Para tanto, as condições externas de TBS e TBU devem ser de 35°C e de 23,8°C a 25,0°C, respectivamente. Além disso, as condições internas devem ter TBS = 24°C e UR = 50%, que são condições internas típicas adotadas para dimensionamento de diversos locais carac- terísticos. Em seguida, utiliza-se uma tabela de estimativa de carga térmica de verão, apresentada no Quadro 10. Quadro 10. Equações utilizadas para cálculo detalhado de carga térmica Tipo de carga Padrão de instalação Total BTU por h/m² m² por tonelada m³/h por m² m² por pessoa kcal/h por m² Apartamentos e quartos de hotel Baixo Médio Alto 139,94 215,29 322,93 85,8 55,7 37,1 9,13 12,8 16,4 9,29 16,26 30,19 35,2 54,2 81,3 Bancos Baixo Médio Alto 376,75 570,71 807,32 31,8 21,0 14,8 20,1 32,9 45,7 2,42 4,92 7,43 94,9 143,8 203,4 Barbearias Baixo Médio Alto 484,39 785,99 1205,60 24,7 15,2 9,95 23,7 47,5 80,4 1,86 3,72 5,37 122,0 197,9 303,7 Consultórios médicos e dentários Baixo Médio Alto 355,22 548,98 731,97 33,7 21,8 16,3 21,9 31,0 43,8 2,69 6,97 14,87 89,5 138,2 184,4 Fonte: Adaptado de Creder (2004). Pode-se verificar no Quadro 10 que a carga térmica aproximada do recinto depende do tipo de local e do padrão de instalação (se ele é baixo, médio ou alto). Com isso, além da carga térmica, também é possível saber a quantidade de pessoas que o recinto deve ter por m² para que haja conforto térmico. Carga térmica de refrigeração e resfriamento 21 Depois de retirar do Quadro 10 o valor de carga térmica aproximada do recinto, basta multiplicar esse valor pela área do ambiente para obter o valor de carga térmica. Para calcular o número de pessoas que se sentiriam confortáveis no ambiente, basta dividir a área total em m² pela área em m² por pessoa do Quadro 10. Um apartamento de padrão de instalação médio tem 100 m² de área, sendo necessário um equipamento para refrigerar o ambiente. Então, um engenheiro foi contratado para determinar qual é a potência que o equipamento de refrigeração deve ter para refrigerar o local e quantas pes- soas podem estar naquele espaço sem comprometer o conforto térmico. A que conclusão o engenheiro chegou? Solução: Pelo Quadro 10, o valor de carga térmica aproximada do recinto de padrão de instalação médio é de 215,29 BTU/h/m². Logo, a carga térmica necessária para refrigerar o ambiente será: O número de pessoas que se sentiriam confortáveis no ambiente é: Cálculo detalhado de carga térmica Para locais grandes ou instalações sofisticadas, é mais recomendável o uso do método de cálculo detalhado, de modo a evitar sub ou superdi- mensionamento do sistema. Nesse método, devem ser usadas todas as equações apresentadas anteriormente para cálculo de calor sensível e de calor latente do ambiente. No Quadro 11, há um resumo de todas as equações necessárias. Carga térmica de refrigeração e resfriamento22 Quadro 11. Estimativa de carga térmica de verão Carga térmica de resfriamento Tipo de carga térmica Equação Insolação em superfícies transparentes Calores gerados por iluminação Lâmpadas fluorescentes: Lâmpadas incandescentes: Calores gerados por motores elétricos Calores gerados por equipamentos eletrônicos Calores gerados por pessoas Calor sensível: Calor latente: Carga térmica de aquecimento Tipo de carga térmica Equação Carga térmica devida a paredes, piso, portas e teto Carga térmica devida à ventilação e de infiltração Carga térmica total Carga térmica de refrigeração e resfriamento 23 O Quadro 11 facilita o entendimento de quais são as variáveis que devem ser calculadas para carga de resfriamento e aquecimento, além de oferecer ao engenheiro projetista praticidade de consulta. A seguir, apresentamos um exemplo de aplicação do método de cálculo detalhado. Exemplo Um engenheiro mecânico foi contratado no mês de abril para fazer o projeto de refrigeração de um museu na cidade de Teresina-PI. Para saber qual equi- pamento deveria utilizar no projeto, o engenheiro teve de, primeiramente, calcular a carga térmica do local. Em uma visita técnica ao museu, foram extraídos os seguintes dados: � TBS = 39,5°C; � TBU = 24°C; � UR: 60%; � área das janelas com vidro laminado de 6 mm de espessura: 15 m²; � latitude norte 32°; � número de lâmpadas fluorescentes: 25; � três motores elétricos de potência 11 kW e dois motores de potência14,7 kW; � capacidade máxima de pessoas: 20; � um (1) computador e uma (1) caixa registradora; � área total das paredes, dos pisos e do teto, construídos com materiais de construção de blocos de concreto, areia e cascalho 200 mm: 83000 m². � considerar desprezível a carga térmica transmitida por portas; � vazão em volume de ar externo (L/s): 12050 L/s; � umidade absoluta (kg de vapor de água/kg ar seco) externa ( ) e interna ( ): 0,030 kg/m³ e 0,13 kg/m³, respectivamente. A que valor de carga térmica o engenheiro chegou? Os cálculos feitos por ele são apresentados no Quadro 12. Carga térmica de refrigeração e resfriamento24 Quadro 12. Solução do cálculo proposto no exemplo Carga térmica de resfriamento Tipo de carga térmica Equação Insolação em superfícies transparentes Consultando o Quadro 2 para o mês de abril e para a direção norte, verifica-se que o FGCI é de 450 W/m². No Quadro 3, obtém-se o valor de CS de 0,95. Calores gerados por iluminação Consultando o Quadro 4 para lâmpadas fluorescentes, vê-se que a potência é de 5 W/m² Calores gerados por motores elétricos O Quadro 5 traz a eficiência dos motores de 11 kW (15 CV) e 14,7 kW (20 CV) de 88,3% e 89,8%, respectivamente. Calores gerados por equipamentos eletrônicos O Quadro 6 apresenta a potência nominal para computadores de 65 W e para caixa registrada com 60 W. (Continua) Carga térmica de refrigeração e resfriamento 25 Carga térmica de resfriamento Tipo de carga térmica Equação Calores gerados por pessoas O Quadro 7 apresenta o calor sensível e latente de 75 W e 70 W, respectivamente, para pessoas caminhando e para pessoas paradas em pé. Apesar de o Quadro 7 não trazer especificações diretamente para museu, essas são atividades geralmente típicas que as pessoas exercem nesse ambiente. Calor sensível: Calor latente: Carga térmica de aquecimento Tipo de carga térmica Equação Carga térmica devida a paredes, piso e teto O Quadro 8 apresenta para materiais de construção de blocos de concreto, areia e cascalho, 200 mm, uma resistência térmica de 0,18 m² · K/W. Carga térmica devida à ventilação e de infiltração (Continuação) (Continua) Carga térmica de refrigeração e resfriamento26 Carga térmica de aquecimento Tipo de carga térmica Equação Carga térmica total O valor de carga térmica detalhada em toneladas de refrigeração é: Nesta seção, descrevemos e exemplificamos a aplicação dos cálculos de carga térmica simplificado e detalhado, especificando em que casos cada um deles deve ser usado. O método de cálculo simplificado de carga térmica funciona bem em ambientes de tamanho pequeno ou instalações menos sofisticadas, que, devido a essas características, não demandam um cálculo de carga térmica preciso. Por sua vez, o método de cálculo detalhado é necessário para ambientes de grande porte ou instalações sofisticadas. Referências ALVAREZ, M. E. T. Refrigeração, ar condicionado e ventilação. Londrina: Editora e Dis- tribuidora Educacional S.A., 2019. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16401-1:2008: instalações de ar- -condicionado — sistemas centrais e unitários: parte 1: projetos das instalações. Rio de Janeiro: ABNT, 2008a. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16401-2:2008: instalações de ar-condicionado — sistemas centrais e unitários: parte 2: parâmetros de conforto térmico. Rio de Janeiro: ABNT, 2008b. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16401-3:2008: instalações de ar- condi cionado — sistemas centrais e unitários: parte 3: qualidade do ar interior. Rio de Janeiro: ABNT, 2008c. CREDER, H. Instalações de ar-condicionado. 6. ed. Rio de Janeiro: LCT, 2004. MITCHELL, J.; BRAUN, J. Princípios de aquecimento, ventilação e condicionamento de ar em edificações. Rio de Janeiro: LTC 2018. PIRANI, M. J. Refrigeração e ar condicionado. Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2005. Apostila do Curso de Engenharia Mecânica. Disponível em: http://www.daem. ufba.br/paginas/refrigeracao_ar_condicionado.htm. Acesso em: 17 maio 2021. (Continuação) Carga térmica de refrigeração e resfriamento 27 Leituras recomendadas COSTA, E. da. Ventilação. São Paulo: Blucher, 2005. MILLER, M.; MILLER, R. Ar condicionado e refrigeração. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014. PANESI, R. Termodinâmica para sistemas de refrigeração e ar condicionado. São Paulo: Artliber, 2015. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Carga térmica de refrigeração e resfriamento28