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Escabiose Acadêmicos: Alessandra Becker Ana Carolina Lima, Ana Karoline Veras, Antonio Aiton, Calebe Batista, Camilla Sousa, Cristiane Jacauna Etiologia A escabiose é causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei var. hominis, um parasito humano obrigatório que vive em túneis fazendo sulcos na camada córnea. É facilmente transmitida de pessoa a pessoa pelo contato físico; a transmissão por animal também acontece. O risco primário é em condições de aglomerações A infestação ocorre mundialmente. Nos climas quentes, desenvolvem-se pequenas pápulas eritematosas com poucos túneis. A gravidade é relacionada ao estado imunitário do paciente, não pela geografia. Morfologia Ácaro adulto pequeno de corpo globoso com 0,4 mm de comprimento por 0,3 mm de largura apresentando cefalotórax e cabeça fundidos, reunindo quelíceras e demais peças bucais. Pernas curtas e cônicas, agrupadas em dois pares anteriores e dois pares posteriores mais afastados, com ventosas pedunculadas na extremidade de alguns pares. Possui forma oval, de casca transparente Ovo Larva hexápoda Ninfa octópode Com 4 pares de patas e, ainda, sem órgãos genitais, a qual é ligeiramente maior se comparada com a fase anterior Possui apenas 3 pares de patas e sem órgãos genitais Epidemiologia Em países desenvolvidos, a escabiose ocorre de forma esporádica ou em epidemias em instituições como hospitais, prisões e escolas; Em países em desenvolvimento, a escabiose é endêmica, e a prevalência pode chegar 29% da população; Surtos de sarna geralmente ocorrem em casas de repouso, instituições, escolas e creches; A escabiose é mais comum em crianças de 5 a 9 anos; A escabiose é mais comum em mulheres. Escabiose ou sarna é uma infecção parasitária e contagiosa da pele que ocorre entre seres humanos e outro animais, causado pelo ácaro Sarcoptes Scabiei. A fecundação do ácaro ocorre na superfície da pele, logo o macho morre, e a fêmea penetra na pele humana, cavando túnel por um período, e depois deposita seus ovos no túnel, para eclodir os ovos leva de 7 a 10 dias, e novos ácaros retornam a superfície da pele para completar seu ciclo evolutivo para o processo de maturação. É uma doença infecciosa que provoca coceira intensa, principalmente à noite, e o surgimento de pequenas bolhas parecidas com espinhas em região das axilas, cotovelos, genitais e espaços entre os dedos das mãos. Patogenia Transmissão A escabiose é altamente contagiosa e se espalha principalmente por: Contato Direto: O modo mais comum de transmissão é o contato pele a pele prolongado com uma pessoa infectada. Isso é comum em ambientes como lares, creches e instituições de saúde. Objetos e Roupas: O ácaro pode sobreviver fora do corpo humano por um curto período (geralmente 2 a 3 dias). Portanto, o compartilhamento de roupas, toalhas, lençóis ou outros objetos pessoais pode levar à transmissão. Ambientes Lotados: A escabiose é mais comum em locais onde as pessoas vivem em estreita proximidade, como abrigos, prisões e lares de idosos. Ciclo Biológico Ciclo Monexênico Ovos: A fêmea do ácaro escava túneis na camada superior da pele (epiderme) e deposita seus ovos. Cada fêmea pode colocar de 10 a 25 ovos por dia. Larvas: Os ovos eclodem em larvas após cerca de 3 a 4 dias. As larvas emergem e se movem para a superfície da pele. Ninfas: As larvas se transformam em ninfas em 3 a 4 dias. As ninfas também se movem pela pele e podem se desenvolver em ácaros adultos. Ácaros Adultos: Após cerca de 10 a 14 dias, as ninfas se tornam ácaros adultos. Os machos se acasalam com as fêmeas, e o ciclo recomeça. Figura 1: Ciclo de vida direto e monoxénico do ácaro S. scabiei (CDC, 2010). Sintomas Coceira intensa na pele, que piora à noite; Bolinhas vermelhas na pele; Linhas brancas na pele, que indicam a presença do ácaro; Feridas causadas pela coceira; Crostas na pele, em alguns casos. Os locais do corpo mais comuns afetados pela sarna humana são as regiões entre os dedos, umbigo, axilas, nádegas, áreas de dobras de pele, mãos, pulsos, coxas, cintura ou solas dos pés. Além disso, em mulheres também podem surgir sintomas na aréola das mamas ou vulva, e em homens, na região escrotal ou pênis. Clássica: Coceira intensa (pior à noite), lesões avermelhadas, túneis esbranquiçados. Pode ter sinais atípicos, especialmente em idosos e pessoas com pele escura. Nodular: Nódulos avermelhados (5-6 mm), comuns em crianças e neonatos, afeta axilas, virilha e glúteos. Pode persistir após o tratamento. Tipos Infantil: Acomete palmas, plantas, face e couro cabeludo (incluindo dobras das orelhas). Mais intensa e disseminada. Crostosa (Norueguesa): Forma grave, afeta imunossuprimidos, crostas espessas, milhões de ácaros e pouca coceira. Diagnóstico O diagnóstico pode ser confirmado por meio da coleta de uma amostra de pele para identificação do ácaro ou seus ovos. A avaliação clínica para escabiose envolve a análise de túneis e prurido, com sintomas semelhantes entre contatos domésticos. A confirmação ocorre ao encontrar ácaros, óvulos ou fezes no exame microscópico dos raspados dos túneis. Mesmo sem ácaros visíveis, a escabiose pode ser diagnosticada. O exame é feito aplicando glicerol ou óleo mineral sobre os túneis, raspando a pele e observando o material sob o microscópio. Testes de imagem, como a dermatoscopia, também podem auxiliar na identificação da escabiose. Profilaxia A profilaxia da escabiose envolve medidas como o uso de medicamentos tópicos (como permetrina ou ivermectina), além de medidas de higiene, como lavar as roupas e roupas de cama com água quente para eliminar os ácaros. Em casos de surtos, é importante que o tratamento seja feito por todos os membros do grupo de convivência para evitar a reinfestação. Tratamento Benzoato de benzila loção/sabonete A permetrina 5% tópica é o tratamento de primeira escolha para tratar escabiose. Deve-se aplicar a loção do pescoço para baixo, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés, regiões interdigitais, periumbilical, genital e áreas sob as unhas. Faz-se a remoção do produto, no banho, 8 a 14 horas após a aplicação. Uma segunda aplicação, uma a duas semanas depois, pode ser necessária, sendo mais efetiva. Em crianças menores de 2 anos, em idosos e em imunodeprimidos deve incluir-se o couro cabeludo, face. A ivermectina oral pode ser utilizada para tratamento de escabiose, na dose de 200 mcg/kg, repetindo-se a dose em 7 a 14 dias. Referências REDAÇÃO SANAR. Resumo de Escabiose: fisiopatologia, diagnóstico e tratamento - Sanarmed. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2025. JAMES. Escabiose. Disponível em: . Escabiose (ou Sarna). Disponível em: . GOMES, B. et al. Atlas de Parasitologia Sumário Miscelânea. [s.l: s.n.]. Disponível em: . OLIVEIRA, T.; RODRIGUES, S.; HUMANA, S. [s.l: s.n.]. Disponível em: .