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Ectoparasitoses 
- Principais parasitoses em nosso meio, causadas por espécies de classes Hexápodas (pediculose, miíase, tungíase) e aracnídea (infestações causadas por carrapatos e ácaros).
 Pediculose
· Infestação humana por espécies de piolho pertencentes a dois gêneros: Pediculus e Phtirus
· Pequenos insetos 3mm, não alados, mas dotados de patas que facilitam a movimentação através dos pelos. As fêmeas depositam ovos – as lêndeas – que fixam na haste dos pelos 
> Epidemiologia 
· A pediculose causada pelo pedículos capitis é uma doença de alta prevalência 
· Atinge 30% das crianças em idade escolar 
· Predomínio em criança do sexo feminino
· Parasitose causada pelo Pediculus corporis é menos comum. 
· Apresenta-se mais em pessoas de idade mais avançada, empaises não industrializados, nos quais o hábito de lavar e trocar de roupar são menos comuns. (Penitenciarias, asilos e instituições de caridade)
> Agente etiológico
· É um artrópode, da classe insecta 
· É um ectoparasita hematófago
· O pedículos humanus capitis aloja-se no couro cabeludo ao passo que a fêmea, da mesma espécie, faz a postura de seus ovos nos fios de cabelo.
· O Pediculos humanus corporis infesta o corpo e roupas e a postura das fêmeas costuma ocorrer nas dobras presentes nas roupas.
· O Phthrius púbis é mais comumente encontrado parasitando pelos da região pubiana, podendo ser encontrado em outros locais como cílios, sobrancelhas, barbas e axilas 
> Ciclo de vida 
· O tempo de vida da fêmea é de cerca de um mês, durante o qual ela deposita 7 a 10 ovos por dia.
· 
> Transmissão 
· O contato direto com a cabeça de uma pessoa infestada é o principal modo de transmissão da pediculose de couro cabeludo.
· Os piolhos não saltam, voam ou usam animais de estimação como vetores
· A contribuição de objetos inanimados para disseminação é controversa
> Manifestação
· É variável para cada hospedeiro, podendo ser assintomática ou polissintomática, apresentando-se inicialmente na forma de coceira e irritação, podendo provocar lesões na pele, predispondo a infecções bacterianas.
· Três formas clinicas de acordo com a topografia corporal acometida:
· Couro cabeludo: 
- Dermatose frequente em escolares de hábitos higiênicos precários, transmite com relativa facilidade pelo contato cabeça-cabeça. 
- Prurido é o principal sintoma, pode haver escoriações, crostas e, infecção bacteriana secundaria. 
- Com a persistência da infestação, podem ocorrer máculas hemorrágicas
· Corpo
- Ocorre em geral, quando as roupas não são lavadas ou trocadas regularmente
- O pediculus humanus var. corporis pode comprometer qualquer área da pele, sendo os ombros, as axilas e os glúteos setores preferenciais
- O piolho também pode se situar nas pregas das roupas – transmissão pelo uso de vestimentas contaminadas 
O prurido constitui a manifestação clinica típica, além de lesões urticariformes, rash cutâneo e áreas de hiperpigmentação
· Pubiana 
- Também conhecida como ftiríase, acomete os pelos pubianos, sendo o piolho (Phtirus púbis) popularmente conhecido como “chato”.
- outros locais atingidos são sobrancelhas e os cílios
- Trata-se de dermatose intimamente relacionada com a atividade sexual, embora possa ser diagnosticada em pessoas de qualquer idade, sexo e raça
- Mais uma vez, o prurido representa o sinal característico no diagnóstico clinico.
> Tratamento
· Agentes tópicos: xampus e loções pediculicidas e ovocidas.
· Xampu de permetrina (1%) ou deltametrina (0,02%): deixar por 10 minutos e enxaguar 
· Benzoato de benzila a 25% para lavagem dos cabelos ou dos pelos comprometidos, por 3 noites consecutivas, apresenta índice de cura de 90%.
· Um segundo curso de tratamento é recomendado após 7 a 10 dias do primeiro, para destruir formas jovensque sobreviveram ao tratamento inicial
· O monossulfiram a 15% e o lindano a 1% também são opções de tratamento eficazes 
· Agentes sistêmicos: ivermectina, em administração oral de 200Ug/kg, é capaz de destruir as ninfas e os adultos, mas não os ovos, sendo, portanto, indicada uma segunda dose 7 a 10 dias após a primeira 
· Ivermectina: 
- É um antiparasitário da década de 1970;
- Tem boa absorção por via oral e é excretada completamente pelo sistema biliar. 
- Sua meia vida é de 12horas. Estimula a descarga do ácido (GABA) nas terminações nervosas do parasita, assim, os impulsos nervosos são interrompidos, levando à paralisia e morte do parasito
- É contraindicado em caso de hipersensibilidade à droga e deve-se ter precaução em lactantes e crianças menores de 15 Kg
· Cuidados gerais: adequada higiene pessoal, associada ao cuidado com as roupas, que devem ser rigorosamente lavadas para erradicação dos piolhos das vestimentas e de cama
· As lêndeas devem ser retiradas com pente fino – após a aplicação de vinagre 1:1 em agua morna 
 Escabiose 
· Infestação da pele pelo ácaro Sarcoptes scabiei
· É uma infestação relativamente comum que pode afetar indivíduos de qualquer idade e status socioeconômico
· A prevalência mundial é em 100 milhões de pessoas
· As condições de aglomeração aumentam risco de infestação. Epidemias podem ocorrer em contextos institucionais, como instituições de longa permanência e presídios 
> Ciclo de vida 
· S. scabiei é um acaro marrom esbranquiçado, de oito patas. As fêmeas são maiores que os machos e medem aproximadamente 0,4 x 0,3 mm.
· Após o acasalamento, os ácaros se enterram na epiderme, um processo facilitado pela secreção de enzimas proteolíticas que causam danos aos queratinócitos 
· Os ácaros fêmeas continuam a estender a toca e depositam dois a três ovos por dia antes de morrerem após quatro a seis semanas. As larvas eclodem dos ovos em três a quatro dias 
> Transmissão 
· Contato direto e prolongado pele a pele, como pode ocorrer entre membros da família ou parceiros sexuais
· É improvável que o contato casual com a pele resulte em transmissão
· A transmissão através de fômites (roupas, coxas) é incomum. 
· O ácaro pode perfurar e penetrar na pele em aproximadamente 2,5 minutos 
· A infestação verdadeira da escabiose não é transmitida dos animais aos seres humanos
· Os ácaros dos animais (isto é, sarna sarcóptica) pertencem a subespécies distintas e normalmente não podem se reproduzir em humanos.
· As reações a esses ácaros são autolimitadas e resolvidas se o contato com o animal afetado cessar.
> Manifestações clinicas
* variantes clinicas 
· Escabiose clássica:
- A característica clinica destaque é o prurido acentuado e pior à noite.
- Os sintomas geralmente começam 3-6 semanas após a infestação primária (em pacientes previamente infestados, os sintomas geralmente começam em 1-3 dias)
- Os achados cutâneos típicos são múltiplas pápulas pequenas e eritematosas, geralmente escoriadas. As tocas podem ser visíveis em linhas serpiginosas de 2 a 15 mm, finas, cinza, vermelhas ou marrons.
· Escabiose em crosta: 
-Também conhecida como sarna crostosa, sarna norueguesa, sarna de Boeck ou sarna queratinótica, pode ocorrer na presença de condições que comprometem a imunidade celular,somo a síndrome da imunodeficiência adquirida, infecção por vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1 (HTLV – 1), hanseníase e linfoma.
- Essa variante pode ocorrer em adultos mais velhos e pacientes com trissomia do cromossomo 21 
- Qualquer área de pele pode ser afetada, mas o couro cabeludo, as mãos e os pés são particularmente suscetíveis. Se não tratada, a doença geralmente se espalha inexoravelmente e pode eventualmente envolver todo o tegumento.
· Anormalidades laboratoriais podem incluir eosinofilia e níveis aumentados de IgE
· Os achados comuns incluem espongiose epidérmica e um infiltrado misto na derme com eosinófilos, linfócitos e histiócitos. Nas sarnas com crostas, o estrato córneo é acentuadamente espessado
· Ácaros, ovos ou fezes podem ser visualizados e capturados na amostra de biópsia e têm maior probabilidade de serem visualizados em pacientes com forma crostosa.
> Diagnóstico
· Confirmado através da detecção do ácaro, ovos ou fezes através de exame microscópico. Sensibilidade 46-90%; a especificidade
é de 100%
· Escabiose clássica:
- Prurido generalizado que é pior à noite, poupa a cabeça (exceto em crianças pequenas) e parece desproporcional às alterações visíveis na pele
- Erupção pruritica com lesões e distribuição características 
- Outros membros da família com sintomas semelhantes
· Sarna crostosa: 
- Placas grossas, com crostas e fissuradas
- Paciente adulto mais velho ou imunossuprimido
> Diagnóstico diferencial
· Acropustulose infantil: erupção vesicopustular benigna, recorrente, caracterizada por vesículas e pústulas pruriginosas. As extremidades, especialmente as palmas das mãos e as plantas dos pés, são os principais locais de envolvimento. O diagnóstico é baseado nas características clinicas e na ausência de achados adicionais sugestivos de sarna.
· Dermatite herpetiforme: distúrbio autoimune associado à sensibilidade ao glutén. As manifestações clinicas clássicas incluem pápulas e vesículas inflamatórias intensamente pruriginosas, com predileção pelos antebraços, joelhos, couro cabeludo e nádegas. O diagnóstico é confirmado por biopsia de pele e microscopia direta (imunofluorescência direta)
> Complicações 
· Infecções estafilocócicas ou estreptocócicas secundárias, incluindo impetigo, ectima, paroníquia e furunculose.
· As fissuras associadas à sarna crostosa fornecem um portal de entrada para bactérias. Isso pode levar à sepse em idosos e em pacientes imunocomprometidos.
> Tratamento
· A desinfestação das roupas e lençóis de cama é etapa critica no controle da escabiose. Esses itens devem ser lavados e escaldados a 55°C.
· O tratamento deve ser simultâneo para todos os contatos domiciliares e sexuais, ainda que estejam assintomáticos.
· Tópicos:
1. Permetrina a 5% loção – elevada eficácia, baixa toxicidade e baixos níveis de resistências do parasita. Pode ser usada > 2 meses de idade e em gestantes (B). É feita uma única aplicação a noite e repetida após uma semana 
2. Deltametrina loção, com menor eficácia e baixa toxicidade. Aplicar por 4 noites seguidas e repetir após 1 semana.
3. Enxofre a 10% manipulado em vaselina, pasta d’água ou creme lanete – em qualquer idade (abaixo de 2 meses de idade) e gestantes. Aplicas 3-4 noites seguidas e repetir após 1 semana 
4. Benzoato de benzila loção – bastante utilizado, resistência. Diluição: 2 anos, diluir na mesma quantidade de agua; adultos: não diluir. Aplicar 3 noites seguidas e repetir após 1 semana.
· Oral:
- A droga de escolha é a ivermectina, pela sua comodidade e eficácia especialmente em formas crostosas, em dose única, VO, que pode ser repetida após 1 semana, obedecendo a escala de peso corporal:
- Contraindicada em menores de 5 anos, peso inferior a 15kg, gestantes, nutrizes e indivíduos com afecções do sistema nervoso central
· Se infecção secundária, utiliza-se antibioticoterapia sistêmica.
· No caso de lesões nodulares e prurido pós-escabiose, pode-se utilizar corticosteroides tópicos de alta potencia, principalmente a triancinolona (0,1% creme)
· Na sarna crostosa, recomenda-se a associação de um queratolitico ao tratamento (ureia, ácido salicílico), uma vez que as crostas podem alterar a absorção dos escabicidas tópicos.
· Pode-se usar anti-histaminicos sedantes para alivio do prurido.
 Tungíase 
· A Tunga penetrans é a menor das pulgas, medindo cerca de 1mm, e tem como característica ser hematófoga. Ela pertence ao gênero Tunga, família Tungidae, ordem dos Sinfonapteros, classe dos insetos, ramo dos Artropodes. Tem como hospedeiro preferencial o porco, mas também parasita o homem, o cão, o gato, o rato, o boi, a cabra, o carneiro, cavalo, burro, mamíferos selvagens e aves.
· Os ovos, as larvas e pupas podem sobreviver no ambiente por semanas ou até meses, principalmente em solo seco, arenoso e compouca luminosidade
· Tanto os machos quanto as femeas se alimentam de sangue, de maneira intermitente, mas a infestação do parasita na epiderme de alguns mamíferos, como o homem, se dá por femeas grávidas.
· As lesões podem ocorrer em qualquer parte do corpo, preferencialmente nas regiões plantares, periungueais e interdigitais. Podem ser únicas ou múltiplas.
· De acordo com estudos brasileiros realizados em Fortaleza e no Rio Grande do Sul, estima-se que 16% dos contaminados apresentam tungiase disseminada. O quadro geralmente é assintomático, mas quando há impetigação das lesões podem ocorrer eritema, edema, dor, prurido, pústulas, supuração, úlceras e deformidade dos dedos
· Alcoólatras, portadores de doenças mentais e moradores de comunidades subdesenvolvidas são mais dispostos a desenvolver quadros disseminados, com infecção bacteriana secundária
> Manifestações clinicas 
 Miíase 
> Etiologia
> Manifestações clinicas
· Primarias 
· Secundárias 
> Diagnóstico
> Diagnóstico diferencial
> Tratamento
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