Prévia do material em texto
Caso 3 – Farmacologia Jennifer Seljenes Suprema Medicina ASMA 1 Doenças respiratórias ❑ O Brasil é um dos países com maiores taxas de prevalência de asma e rinite alérgica, principalmente em crianças. ❑ Diversos fatores podem influenciar na incidência dessas doenças: genética, tabagismo, o ambiente, a exposição à poluição atmosférica e às variações climáticas. Cigarro e poeira são substâncias que vão desencadear resposta alérgica e podem levar a broncoconstrição. ASMA - Doença heterogênea, caracterizada por broncoconstrição, inflamação das vias aéreas e hiper-responsividade brônquica; - Sintomas: sibilos, dispneia, opressão torácica retroesternal, tosse e limitação variável do fluxo aéreo; - Patogênese: Fase imediata (broncoespasmo) e fase tardia (inflamação crônica); - Imunologia: Ativação de mastócitos, eosinófilos infiltrados, linfócitos T auxiliares 2 (Th2) Em uma fase mais imediata tratamos o broncoespasmo, e em uma fase mais tardia a gente trata essa inflamação crônica decorrente da liberação de mediadores. Do ponto de vista imunológico, a asma normalmente é acompanhada desse processo inflamatório crônico, ela é acompanhada da ativação de mastócitos, vai ocorrer sua degranulação, vai liberar histamina, várias substâncias vasodilatadoras e broncococntritoras. Muitas vezes esse processo inflamatório vai estar acompanhado do aumento da migração de eosinófilos e células mononucleares (macrófagos, células T), principalmente as células TH2. Todas as células, principalmente os mastócitos e eosinófilos, são as principais células responsáveis pela liberacao destes mediadores. Fase mais precoce, vai desencadear broncoconstrição. principais responsáveis pela liberação dos mediadores que fazem mais precoce e essa nova construção. Então basicamente a gente tem que entender que a asma tem essa fase imediata, que a gente tem vários estímulos desencadeadores, que podem ser pó, alérgico, fumaça de cigarro e poluição, vai gerar um estímulo muitas vezes este estímulo vai ser captado com células das apresentadoras de antígenos. Essas células vão levar o alérgeno até os órgãos linfoides. Nos órgãos linfoides vão ter a ativação de uma resposta TH2, esses linfócitos vão ativar mastócitos e células B (plasmócitos). Os plasmócitos que são células B ativadas vão secretar maiores níveis de IgE (principal imunoglobulina alérgica) e também os o IgE vão se ligar aos mastócitos e fazer a degranulação dos mediares presentes nos mastócitos. Os principais mediadores que os mastócitos secretam o sistema leucotrienos C, D e E e algumas moléculas vasodilatadoras, que são moléculas que vao iniciar o processo de broncoconstrição. Os mastócitos liberam substâncias quimiotáticas. Vão recrutar mais células para aquele ambiente inflamatório. FASE IMEDIATA -> TRATA BRONCOESPASMO -> salbulatmol (aerolin) FASE TARDIA -> INFLAMACAO CRONICA -> glicocorticoides ------------------------------------------------------------------------------- è Tratamento farmacológico da Asma - Agonistas β2-adrenérgicos (simpaticomiméticos;) -> melhor escolha para crise (salbutamol e femoterol - Glicocorticóides inalatórios ou sistêmicos; - Teofilina (metilxantina); estimulantes do SNC efeito broncodilatador - Agentes anticolinérgicos (antagonistas dos receptores muscarínicos); - Cromoglicato dissódico; - Antagonistas dos receptores do leucotrienos e inibidores de 5- lipo-oxigenase; broncodilatadores - Imunomoduladores (Omalizumabe; Mepolizumabe). -> asma mais grave Os principais da asma são os agonistas β2-adrenérgicos que são o salbutamol, femoterol, juntamente com os glicocorticoides. ------------------------------------------------------------------------------- RESUMO: Agonista B2 utilizado para asma adulta. Glicocorticoide associa a melhor resposta principalmente diminuindo essa informação sistêmica na fase mais aguda. Caso 3 – Farmacologia Jennifer Seljenes Suprema Medicina ASMA 2 Agonistas β2 - adrenérgicos Fármacos: ❑ Curta duração: Salbutamol, terbutalina, fenoterol-> tratamento da asma aguda grave; 3 a 4 horas de duração. Crises asmáticas imediatas. Usando até 6xdia. Fenoterol pode causar arritimia porque ele ativa B1. ❑ Longa duração: Formoterol, Salmeterol, -> tratamento da asma e DPOC; 12 horas de duração. Asma persistente. Utilizados principalmente na DPOC, frequência de administração menor. ❑ Ultralonga duração: indacaterol, olodaterol, vilanterol; 24 horas de duração. Quase não é usado no Brasil - Reações adversas: taquicardia, arritmias e dessensibilização. - Agonistas B2 adrenergicos que são seletivos (o propranolol) pode causar asma. Caso persistência, mais do que 2x por semana, já não é aconselhado usar B2 adrenérgico de forma contínua, associar de curta com longa duração. ------------------------------------------------------------------------------- è Mecanismo de ação: Agonista B2 tem uma subunidade Gs quando ativa vai estimular a adenililciclase, gerando a formação de AMPc, a partir da quebra do ATP. O AMPc aumenta PKA que ira promover a redução da concentração de cálcio intracelular na musculatura lisa vascular, e consequentemente, vasodilatação. ------------------------------------------------------------------------------- è Uso clínico do B2-adrenergico ❑ Reversão da obstrução das vias aéreas em episódios agudos (salbutamol e terbutalina); fármaco de escolha em caso de broncospasmo asmático agudo. Uso clínico principalmente em episódios de agudos na emergência. Uso inalatório como fármaco de escolha em casos agudos. ❑ Profilaxia do broncoespasmo (Noturno ou após exercício físico) – terapia de longo prazo (salmeterol e formoterol); início mais lento, potencializa o efeito dos corticosteroides; Terapia de longo prazo, para um controle melhor, quando se tem mais de 2 vezes na semana vai se utilizar estes medicamentos. ❑ Efeitos adversos: tremor, taquicardia e arritmia. -> efeito de superdosagem em virtude de B1. Glicocorticoide Fármacos: Beclometasona, fluticasona, budesonida (mais utilizado), mometasona, ciclesonida, hidrocortisona, prednisona. ❑ Utilizado em anti-inflamatórias da asma; ❑ Eficazes na asma grave aguda; ❑ Atuam diminuindo a síntese de mediadores inflamatórios (citocinas, receptores de IgE, vasodilatadores, Suprime IL-3 e IL-5). ❑ Hidrocortisona intravenosa para crise asmática. - Efeitos adversos: candidíase orofaríngea, supressão suprarrenal, hiperglicemia, imunossupressão (aparecimento de doenças oportunistas), reduz atividade dos osteoclastos, redução da cicatrização. Por isso que usamos a via inalatória para eliminar mais esses efeitos sistêmicos Controle da inflamação crônica, pois só reverter o broncoespasmo não é duradouro, precisa eliminar os mediadores inflamatórios, sendo benéfico utilizar esta classe. Utilizar o oral em casos de paciente refratário a outros tratamentos. Necessário lavar a boca após a utilização por causa de candidíase. Prednisolona - fármaco ativa. Prednisona é um pro- farmaco vai converter em predinisolona. Hidrocortisona via injetável para reversão mais rápida, e em casos mais graves. ------------------------------------------------------------------------------- è Mecanismo de ação: Mecanismo pró- inflamatório: Estímulo inflamatório que vai levar a ativação da IKKB (ativar um fator de transcrição NF-KB). A NF-KB tem duas proteínas, quando se tem o estímulo inflamatório, vai migrar para o núcleo. As proteínas vão ativar a enzima HAT (histona acetiltransferase) que realiza uma acetilacao e com isto ocorre o desenovelamento do DNA, que vai ficar mais linear e facilita a leitura dos genes, a transcrição de genes inflamatórios (citocinas e quimiocinas) O corticoide vai se ligar ao receptor intracelular (lipofílico para penetrar), com isto, vai migrar para o núcleo. Vai inibe essa ação da acetiltransferase,além disso, ele promove a desacetilação da proteína histona fazendo com que elas continuem enoveladas com isto a transcrição não ocorre, não vai ter a produção daquelas substâncias inflamatórias. Caso 3 – Farmacologia Jennifer Seljenes Suprema Medicina ASMA 3 Antagonistas muscarínicos Fármacos: Ipratrópio e Tiotrópio (longa duração) – coadjuvante ao salbutamol. ❑ Ações sobre receptores muscarínicos M3– ações broncoconstritoras sobre musculatura lisa via acetilcolina; ❑ Inibe o aumento da secreção de muco e depuração mucociliar. - Efeitos adversos: boca seca, nervosismo, tontura, cefaleia. Classe mais utilizada na DPOC do que na asma. O alérgeno já vai bloquear os receptores muscarínicos que geram broncoconstrição, por este motivo isoladamente não tem muito efeito. Porém quando criança vai ser muito utilizado o atrovent (ipratrofio) pode ser utilizado para evitar novas crises e também tem efeitos na inibição da secreção de muco, então ele controla a secreção. Aumenta a depuração do muco ciliar ------------------------------------------------------------------------------- è Mecanismo de ação: Mecanismo de ação: Via fosfolipase C-> PI3 -> cálcio, vai aumentar a liberação de cálcio e vai levar a contração do musculo liso vascular. Quando bloqueia o receptor vai ter um bloqueio da liberação de cálcio e com isso diminui sua eliminação Antagonistas de leucotrienos Fármacos: Montelucaste, zafirlucaste, pranlucaste. ❑ Antagonistas de cisteinil-leucotrienos (LTC4, LTD4, LTE4) ❑ Eficazes na asma induzida por exercício e resposta a alérgenos inalatórios. ❑ Efeito broncodilatador reduzido em comparação ao salbutamol. ❑ Eles têm efeito reduzido. - Efeitos adversos: cefaleia e distúrbios gastrintestinais Os leucotrienos, a gente tem o A, B, C, D e E. A e o B normalmente eles são quimiotáticos. Já C, D e E eles chamam de sistema de leucotrienas, que são leucotrienos que são substâncias lipídicas derivadas dos ácidos araquidônicos, vão ativar receptores do sistema leucotrienos que estão expressos nas células inflamatórias e na musculatura lisa e vão levar tbm a broncoconstrição. Melhoram a resposta alérgica, porque essas pessoas alérgicas têm uma quantidade de eosinófilos aumentada, ele vai ter um efeito benéfico em controlar a asma de alérgenos. ------------------------------------------------------------------------------- è Mecanismo de ação: O alérgeno leva ativa os eosinófilos e leva a liberação de leucotrienosOs antagonistas vão inibir principalmente o receptor LT1 (tem LT1 e LT2). O LT1 está envolvido no efeito broncoconstritor, na secreção de muco, no recrutamento de eosinófilos. Ao bloquear o receptor vai melhorar todos os efeitos que são piorados em pacientes com asma. Ou seja, diminuía secreção, aumenta a broncodilatação, diminui o edema, diminui a asma eosinofilica. O bloqueio de receptores cistenil-leucotrienos, que são receptores também muscarínicos acoplados a proteína Gq. Ao bloquear reduz a quantidade de cálcio, bloqueio contração muscular, gerando efeito broncodilatador. Outros fármacos ❑ Teofilina– metilxantina: Inibidor da Fosfodisterase e antagonisto receptor de adenosina; Uso na asma não responsiva ao salbutamol. Apresentação oral de longa duração, não precisa utilizar por via inalatória. 100mg/1x dia. Efeitos adversos: arritmias, crises convulsivas, interações medicamentosas graves. Eritromicina, claritromicina. ❑ Cromoglicato e nedocromila: Estabilizador de mastócitos – rinite alérgica. Inibe a degradação dos mastócitos, muito utilizado em crises de pacientes alérgicos por evitar esta degranulação. Sendo utilizado como forma profilática a pessoas que vão se expor a questões alérgicas. Caso 3 – Farmacologia Jennifer Seljenes Suprema Medicina ASMA 4 Via inalatória - farmacocinética ❑ Principal via de administração de fármacos para ASMA e DPOC (alta concentração, rapidez, mínima absorção sistêmica); ❑ Formas de administrar: ✓ Aerossóis ✓ Nebulizadores (compressor ou ultrassônico); ❑ Inalação lenta e constante: Maior proporção de fármaco no pulmão, dependente do tamanho da partícula e velocidade do fluxo inspiratório. Todo o antiasmático você tem que tirar do local de exposição. Reverter a falta de ar com Agonista B2. ------------------------------------------------------------------------------- è Asma Intermitente (Etapa 1) ❑ Caráter esporádico; ❑ Não é necessário uso diário de broncodilatadores, somente nas crises agudas; ❑ Salbutamol (Agonista B2 de curta duração): aplicar 200 µg a cada 20 minutos e monitorar. Se for necessárias 6 aplicações em 2h, associar antagonista muscarínico (ipratrópio) e ve a necessidade de utilizar um corticosteroide. Paciente não melhora já vai ser necessário utilizar um corticosteroide inalatório em dose baixa (budesonida com salbutamol) ❑ Início de ação 5 minutos, duração de 4 a 6h. ------------------------------------------------------------------------------- è Asma persistente leve (Etapa 2) Persistente, não me atrapalha a fazer as atividades diárias, mas tem incomodo. ❑ Salbutamol (Aerolin): aplicar 200 µg a cada 20 minutos (demanda); principalmente em crises. ❑ Beclometasona– dose baixa (Clenil): Normalmente é associado a um corticosteróide. Vai controlar a asma. 400 mg máximo em criança e 600 em adulto. Tratamento alternativo: Cromoglicato/nedocromila (10mg/mL) ou montelucaste (4, 5 ou 10mg/1 vez ao dia) ou teofilina de liberação prolongada (100 mg/1 ou 2x ao dia). ------------------------------------------------------------------------------- o Asma persistente moderada (Etapa 3) Resistência de outros fatores, falta de adesão. ❑ Revisar técnica de inalação, adesão e existência de fatores ambientais; ❑ Salbutamol: aplicar 200 µg a cada 20 minutos (demanda); Crises ❑ Beclometasona– dose baixa + formoterol (6 µg/dose); OU Budesonida (100 ou 200 µg/dose) glicocorticoide + Formoterol (6 µg/dose); ------------------------------------------------------------------------------- o Asma persistente grave (Etapa 4 e 5) ❑ Controle do quadro clínico não sustentado pelas medidas anteriores; ❑ Salbutamol (100 µg/dose): aplicar 200 µg a cada 20 minutos (demanda); ❑ Beclometasona– dose média ou alta (50, 200 ou 250 µg/dose) + formoterol (6 µg/dose); OU Budesonida (100 ou 200 µg/dose) + Formoterol (6 µg/dose); ❑ Inclusão de corticosteroide oral (prednisona 5mg) e casos mais graves, associados à asma alérgica (omalizumabe, mepolizumabe). Aumenta a dose do corticosteroide inalatório. Coloco o oral até o paciente melhorar, depois retira. Imunoterapia Fármacos: Mepolizumabe e omalizumabe. ❑ Vacinas de alérgenos que causam a alergia, e tem como objetivo aumentar a imunidade do paciente para que ele tenha menos sensibilidade a essas substâncias; ❑ Indicada apenas na asma atópica. ❑ Mais efetiva em crianças e adolescentes; ❑ Não está indicada para os pacientes que respondem bem à profilaxia ambiental e ao tratamento farmacológico