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N O ÇÕ ES D E D IR EI TO P EN A L 1 1.000 QUESTÕES PARA O ?caderno de QQUUEESSTTÕÕEESS?caderno de QQUUEESSTTÕÕEESS PU TÉCNICO - ADMINISTRAÇÃO NV-LV195-25-1000-QUESTOES-MPU-TEC-ADM Cód.: 7908428811181 2 SUMÁRIO NOÇÕES DE DIREITO PENAL ..................................................................................1 Æ DIREITO PENAL - LEI PENAL (CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, CARACTERÍSTICAS, INTERPRETAÇÃO) .............1 Æ CONFLITOS DE LEIS PENAIS NO TEMPO (ARTS. 1º E 2º DO CP) ...........................................................................1 Æ LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA (ART. 3º DO CP) ...........................................................................................2 Æ TEMPO DO CRIME (ART. 4º DO CP) ...........................................................................................................................2 Æ CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS (ART. 12 DO CP) .............................................................................2 Æ LUGAR DO CRIME (ART. 6 DO CP) .............................................................................................................................3 Æ PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE (ART. 5º DO CP) ..............................................................................................3 Æ PRINCÍPIO DA EXTRATERRITORIALIDADE (ART. 7º DO CP) ..................................................................................3 Æ IMPUTABILIDADE PENAL (ARTS. 26 A 28 DO CP) ...................................................................................................4 Æ CONCURSO DE PESSOAS (ARTS. 29 A 31 DO CP) ...................................................................................................5 Æ PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE: ESPÉCIES, REGIMES E PROGRESSÃO (ARTS. 32 A 42 E 53 DO CP) .......5 Æ DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS (ARTS. 43 A 48 E 54 A 57 DO CP) ..........................................................5 Æ DA PENA DE MULTA (ARTS. 49 A 52 E 58 DO CP) ...................................................................................................6 Æ DA APLICAÇÃO DA PENA (ARTS. 59 A 68 DO CP) ...................................................................................................6 Æ DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA E DA REABILITAÇÃO (ARTS. 93 A 99 DO CP) ...................................................6 Æ CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE (ARTS. 107 E 120 DO CP) .................................................................7 Æ DA PRESCRIÇÃO (ARTS. 108 A 119 DO CP) ..............................................................................................................7 Æ FUNCIONÁRIO PÚBLICO PARA FINS PENAIS (ART. 327 DO CP) ..........................................................................7 Æ PECULATO (ART. 312 DO CP) .....................................................................................................................................8 Æ PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM (ART. 313 DO CP) ............................................................................11 Æ INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES (ART. 313-A DO CP) ..................................12 Æ CONCUSSÃO E EXCESSO DE EXAÇÃO (ART. 316 DO CP) ....................................................................................12 Æ CORRUPÇÃO PASSIVA (ART. 317 DO CP) ...............................................................................................................12 Æ CORRUPÇÃO PASSIVA (ART. 317 DO CP) ...............................................................................................................12 Æ PREVARICAÇÃO (ARTS. 319 E 319-A DO CP) ..........................................................................................................13 Æ ADVOCACIA ADMINISTRATIVA (ART. 321 DO CP) ................................................................................................13 Æ VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL (ART. 325 DO CP) .........................................................................................13 Æ DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL (ART. 328 A 337-A DO CP) ...........................................................................................................................................................13 Æ DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS (ARTS. 337-E A 337-P DO CP) ................14 Æ DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA (ARTS. 338 A 359 DO CP) ........................................14 Æ DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS (ARTS. 359-A A 359-H DO CP) .............................................15 Æ LEGISLAÇÃO PENAL E PROCESSUAL PENAL ESPECIAL - LEI Nº 7.716/1989 - CRIMES DE PRECONCEITO DE RAÇA OU COR .......................................................................................................................................................15 Æ LEI Nº 13.869/2019 - LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE (ANTIGA LEI Nº 4.898/1965) ......................................17 Æ GABARITO ...................................................................................................................................................................20 N O ÇÕ ES D E D IR EI TO P EN A L 1 NOÇÕES DE DIREITO PENAL Æ DIREITO PENAL - LEI PENAL (CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, CARACTERÍSTICAS, INTERPRETAÇÃO) 1. (FGV — 2022) Norma penal em branco é aquela que contem- pla uma sanção, mas apresenta hipótese fática imprecisa ou incompleta. Para a devida aferição do preceito primário, requer o socorro de outra norma. Sobre a norma penal em branco, é correto afirmar que: a) a complementação pode ser geral, extensível ao todo do preceito primário; b) a complementação pode ser geral, extensível ao todo do preceito secundário; c) o objeto da complementação deve estar relacionado à atua- lização do núcleo verbal; d) a definição do núcleo essencial do delito é tarefa que cabe apenas ao legislador; e) o início da descrição da conduta proibida, como a previsão do núcleo típico, pode ser complementado. 2. (FGV — 2022) A incompletude da ordem jurídica torna indis- pensável a aplicação analógica, pela qual o sistema jurídico estende toda sua força reguladora a situações não previstas, buscando uma solução que lhe seja imanente. Sobre o tema, é correto afirmar que: a) normas penais não incriminadoras gerais podem ser alvo do emprego do argumento analógico b) normas penais não incriminadoras podem ser interpreta- das em prejuízo do réu; c) normas penais que definem o injusto culpável são passíveis de aplicação analógica; d) normas penais que estabelecem as consequências jurídicas do injusto culpável são passíveis de aplicação analógica; e) normas penais não incriminadoras excepcionais podem ser alvo do emprego do argumento analógico. 3. (FGV — 2021) Quanto à interpretação da norma penal incrimi- nadora, fica vedada a realização de: a) interpretação declarativa; b) interpretação restritiva; c) interpretação analógica; d) interpretação extensiva; e) analogia in malam partem. Æ CONFLITOS DE LEIS PENAIS NO TEMPO (ARTS. 1º E 2º DO CP) 4. (FGV — 2022) Sobre o chamado “direito penal transitório”, houve quebra do princípio da continuidade normativo-típica, com a consequente abolitio criminis por meio da revogação de um tipo penal no caso de: a) apropriação indébita previdenciária; b) crimes contra a honra praticados por meio da imprensa; c) rapto violento ou mediante fraude; d) crimes contra a propriedade industrial; e) roubo majorado pelo emprego de arma branca. 5. (FGV — 2022) Mônica foi condenada a 8 (oito) anos de reclusão, em regime inicialmente fechado, tendo a sentença condenatória transitado em julgado em 2020, quando se iniciou o cumprimen- to da pena em estabelecimento prisional. Em 2022, a legislação penal sofreu modificação, reduzindo a pena máxima do delito cometido por Mônica para 5 (cinco) anos de reclusão. Nesse caso, competirádo, não acobertando hipótese de valor acima do correto; b) o tipo penal pune a conduta de cobrança de tributo acima do valor correto, não acobertando uso de meio vexatório; c) o elemento subjetivo do crime é o dolo específico, consis- tente na vontade de empregar meio gravoso na cobrança; d) o tipo exige, além dos normais requisitos do dolo com rela- ção aos elementos de fato, o saber que a exação é indevida; e) a dúvida escusável diante da complexidade de determinada lei tributária não afeta a configuração do delito. 76. (FGV — 2022) João, servidor público da Secretaria de Fazen- da do Estado Alfa, no exercício da função, de forma dolosa, livre e consciente, exigiu tributo que sabia indevido. De acordo com o Código Penal, João, em tese, praticou crime de a) concussão, cuja pena é de reclusão de dois a dez anos e multa. b) excesso de exação, cuja pena é de reclusão de três a oito anos e multa. c) emprego irregular de rendas públicas, cuja pena é de reclu- são de um a quatro anos e multa. d) peculato, cuja pena é de reclusão de dois a dez anos e multa. e) corrupção ativa, cuja pena é de detenção de três a oito anos e multa. 77. (FGV — 2021) José, servidor público ocupante de cargo efetivo da Câmara Municipal de Beta, com vontade livre e consciente, exigiu, para si, diretamente, no exercício da função, vantagem indevida consistente em 30 mil reais do sócio- administrador da empresa Alfa, contratada por aquela Casa Legislativa, para não relatar fato desabonador da conduta da citada sociedade empresária. Assim agindo, José está incurso no crime: a) material de corrupção passiva, punível com pena de reclu- são de quatro a dez anos, e multa; b) formal de concussão, punível com pena de reclusão de dois a doze anos, e multa; c) material de prevaricação, punível com pena de reclusão de dois a oito anos, e multa; d) formal de corrupção ativa, punível com pena de reclusão de quatro a doze anos, e multa; e) material de advocacia administrativa, punível com pena de reclusão de quatro a dez anos, e multa. Æ CORRUPÇÃO PASSIVA (ART. 317 DO CP) 78. (FGV — 2024) Sobre o crime de corrupção passiva, analise as afirmativas a seguir. I. Quem trabalha com carteira assinada em uma sociedade empresária privada conveniada para execução de serviços típi- cos de administração pública responde por corrupção passiva caso receba vantagens indevidas para a prática de atos relacio- nado às suas funções. II. O médico não concursado, que presta serviços pelo SUS, res- ponde por corrupção passiva se receber vantagens indevidas para acelerar o atendimento de um paciente. III. A relação da conduta com um ato de ofício é elemento do tipo na corrupção ativa, mas não da corrupção passiva em seu tipo fundamental. Está correto o que se afirma em a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. Æ CORRUPÇÃO PASSIVA (ART. 317 DO CP) 79. (FGV — 2023) Atenção: o texto a seguir refere-se à próxima questão; Fernando estacionou seu automóvel em local proibido do logra- douro público, razão pela qual Marcos, guarda municipal da Pre- feitura da cidade Alfa, se aproximou para lavrar o auto de infração, multá-lo e rebocar o veículo. Com o objetivo de fazer com que o agente público se omitisse e não praticasse o seu ato de ofício, Fer- nando ofereceu a Marcos a quantia de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Leve em consideração o caso concreto e, com base no Código Penal, responda ao que se pede na próxima questão. N O ÇÕ ES D E D IR EI TO P EN A L 13 Caso receba o valor, mas, mesmo assim, pratique o ato de ofício, então Marcos a) terá cometido o crime de condescendência criminosa. b) não terá cometido qualquer crime, pois não deixou de agir e praticou o ato de ofício, qual seja, lavrar o auto de infração, multar Fernando e rebocar o seu veículo. c) terá cometido o crime de descaminho. d) terá cometido o crime de corrupção ativa, pois recebeu van- tagem indevida no exercício da função pública. e) terá cometido o crime de corrupção passiva, pois recebeu vantagem indevida no exercício da função pública. 80. (FGV — 2020) João, oficial de justiça, solicita o pagamento de dois mil reais para não cumprir rapidamente um mandado de citação, o que acaba ocorrendo. Nessa situação, João sujeita-se às penas previstas para o crime de: a) concussão; b) corrupção passiva simples; c) prevaricação; d) corrupção passiva com aumento de pena; e) tráfico de influência. Æ PREVARICAÇÃO (ARTS. 319 E 319-A DO CP) 81. (FGV — 2023) Eriberto, oficial de justiça, recebe mandado judicial de despejo, a ser cumprido imediatamente. Ao chegar à residência para cumprir o mandado, ele percebe que a loca- tária é uma senhora muito idosa e inválida, que ali reside com sua única filha, desempregada, a qual lhe pede, aos prantos, que lhes dê um prazo para deixarem o imóvel. Eriberto, muito comovido com a situação, concede-lhes, por iniciativa própria, um prazo de trinta dias para deixarem a casa. Diante do caso narrado, o crime cometido por Eriberto é de: a) condescendência criminosa; b) desobediência; c) desacato; d) prevaricação; e) improbidade. 82. (FGV — 2022) Rafael, delegado de polícia, deixou de dar andamento a inquérito no qual sua vizinha, Bianca, estava sen- do investigada pela prática de crime, porque sempre achou Bianca uma mulher linda e sedutora. Nesse caso, pode-se afirmar que Rafael a) praticou peculato. b) não cometeu crime. c) praticou corrupção passiva. d) agiu sob o amparo de excludente de ilicitude. e) praticou prevaricação. Æ ADVOCACIA ADMINISTRATIVA (ART. 321 DO CP) 83. (FGV — 2024) Arnaldo é fiscal da receita do Estado de São Paulo e passou a patrocinar os interesses de Francisco, seu amigo, perante a Administração Pública. Foi constatado que os interesses de Francisco são ilegítimos. Nesse caso, a conduta de Arnaldo configura a) advocacia administrativa. b) prevaricação. c) corrupção passiva privilegiada. d) exploração de prestígio. e) favorecimento pessoal. 84. (FGV — 2024) Matheus, servidor público no âmbito do Muni- cípio Alfa, agindo com dolo, patrocinou, indiretamente, inte- resse privado, de natureza ilegítima, perante a Administração Pública, valendo-se da qualidade de agente público. Registre- -se que a conduta de Matheus não teve qualquer relação com matéria tributária. Nesse cenário, considerando as disposições do Código Penal, é correto afirmar que Matheus responderá pelo crime de a) advocacia administrativa, na modalidade qualificada. b) corrupção ativa, na modalidade qualificada. c) peculato, na modalidade qualificada. d) advocacia administrativa simples. e) corrupção ativa simples. 85. (FGV — 2022) Matusalém, funcionário do INSS, aborda pes- soas na fila da perícia da autarquia e oferece seus préstimos particulares, mediante uma retribuição pecuniária, para iniciar processos administrativos com o objetivo de conseguir para os particulares benefícios previdenciários na agência onde traba- lha, recebendo, inclusive, poderes dos particulares, por meio de procurações, para dar andamento aos mencionados processos. Nesse caso, é correto afirmar que a conduta de Matusalém a) é atípica em virtude do relevante valor moral de ajudar os necessitados. b) configura crime de usurpação de função pública. c) configura crime de falsidade ideológica. d) configura crime de corrupção ativa. e) configura crime de advocacia administrativa. Æ VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL (ART. 325 DO CP) 86. (FGV — 2024) Filisteu, funcionário público, forneceu a Pau- lo, empresário, a relação dos contribuintes e seus respectivos dados pessoais constantes do banco de dados da Administração Pública para que este enviasse mensagens de marketing e brin- des de sua empresa. A utilização efetiva dos dados repassados não chegou a ocorrer e Filisteu não cobrou ou recebeu qualquer vantagem para for- necer os dados. Diante de tal situação hipotética, em relação à conduta de Filis- teu, pode-se afirmar corretamenteque a) o fato é atípico, pois não houve uso efetivo das informações e nem recebimento de vantagem pessoal. b) Filisteu cometeu o crime de favorecimento pessoal. c) Filisteu cometeu o crime de condescendência criminosa. d) Filisteu cometeu o crime de violação de sigilo funcional. e) Filisteu cometeu o crime de advocacia administrativa. Æ DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL (ART. 328 A 337-A DO CP) 87. (FGV — 2024) Mário, proprietário de uma pequena loja no município Alfa, adquiriu, com dolo e em proveito próprio, no exercício de atividade comercial, mercadoria de procedência estrangeira desacompanhada de documentação legal. 14 Nesse cenário, considerando as disposições do Código Penal, é correto afirmar que Mário responderá pelo crime de: a) excesso de exação; b) tergiversação; c) contrabando; d) descaminho; e) peculato. 88. (FGV — 2022) João dos Santos é empresário e suprimiu con- tribuição previdenciária, ao omitir receitas auferidas e demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias nos documentos comerciais e tributários da sua empresa. É correto afirmar que essa conduta caracteriza crime de a) apropriação indébita previdenciária. b) sonegação de contribuição previdenciária. c) crime contra a ordem tributária. d) descaminho. e) falsificação de documento público. 89. (FGV — 2022) Assinale a opção que se subsume ao tipo penal da corrupção ativa (Art. 333 do CP). a) Instigar funcionário público a apropriar-se de bem cuja posse lhe foi confiada em razão do cargo. b) Solicitar a médico de hospital público que ateste uma enfer- midade inexistente. c) Prometer vantagem indevida a funcionário público para que retarde ato de ofício, ainda que aquele recuse a proposta. d) Determinar a funcionário público subordinado que aplique recursos públicos em finalidade diversa da prevista. e) Solicitar a funcionário público que revele informação sigi- losa da qual tem conhecimento em razão de seu cargo. Æ DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS (ARTS. 337-E A 337-P DO CP) 90. (FGV — 2023) Acerca dos crimes em licitações e contra- tos administrativos, inseridos no Código Penal pela Lei nº 14.133/2021 (Nova Lei de Licitações e Contratos Administrati- vos), assinale a afirmativa correta. a) O crime de frustração do caráter competitivo de licitação consiste em patrocinar, direta ou indiretamente, interes- se privado perante a Administração Pública, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário. b) O crime de perturbação de processo licitatório consiste em afastar ou tentar afastar licitante por meio de violên- cia, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo. c) O crime de afastamento de licitante consiste em impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de pro- cesso licitatório. d) O crime de contratação direta ilegal consiste em admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das hipó- teses previstas em lei. e) O crime de fraude em licitação ou contrato consiste em admi- tir empresa ou profissional declarado inidôneo à licitação. 91. (FGV — 2023) O Ministério Público ofereceu denúncia em face de João, empresário, ao argumento de que o denunciado fraudou o caráter competitivo de processo licitatório realizado pelo Estado de Sergipe, com o intuito de obter, para si, vanta- gem decorrente da adjudicação do objeto da licitação. No curso da relação processual, o acusado João comprovou que não logrou obter qualquer vantagem em razão da fraude empregada. Ademais, demonstrou-se, em juízo, que o Esta- do de Sergipe não arcou com qualquer prejuízo, ao verificar e sanar as vicissitudes existentes em tempo hábil. Nesse cenário, considerando as disposições do Código Penal e o entendimento dominante do Superior Tribunal de Justiça, João responderá pelo crime de frustração do caráter competitivo de licitação, na modalidade: a) tentada, por se tratar de crime material, estando sujeito às penas de reclusão e de multa, sendo certo que a última não poderá ser inferior a 1% do valor do contrato licitado; b) consumada, por se tratar de crime formal, estando sujeito às penas de reclusão e de multa, sendo certo que a última não poderá ser inferior a 2% do valor do contrato licitado; c) tentada, por se tratar de crime formal, estando sujeito às penas de reclusão e de multa, sendo certo que a última não poderá ser inferior a 1% do valor do contrato licitado; d) consumada, por se tratar de crime material, estando sujeito às penas de reclusão e de multa, sendo certo que a última não poderá ser inferior a 1% do valor do contrato licitado; e) tentada, por se tratar de crime formal, estando sujeito às penas de detenção e de multa, sendo certo que a última não poderá ser inferior a 2% do valor do contrato licitado. 92. (FGV — 2021) Caio e Tício são sócios e únicos diretores responsáveis por uma empresa de construção. Desejosos de participar de uma licitação para a construção de uma escola pública e movidos pelo interesse de executar uma obra impe- cável, apresentam uma proposta 15% mais barata do que os valores normalmente contratados com o setor público para obras semelhantes. Contudo, considerando que o edital exigia que a empresa contratada não tivesse sido declarada inidônea – requisito que a empresa de Caio e Tício não possuía – os sócios decidem forjar um documento simulando que a declaração de inidoneidade de sua empresa fora anulada judicialmente. Ao final do processo licitatório, a empresa de Caio e Tício é selecio- nada e a obra é executada pelo valor previsto. Seis meses depois de entregue a obra, contudo, a falsificação é descoberta. Nesse caso, a responsabilidade penal de Caio e Tício correspon- de a: a) crime de inserção de dados falsos em sistema de informa- ções (Art. 313-A, do Código Penal); b) crime de contratação inidônea (Art. 337-M, do Código Penal); c) crime de corrupção (Art. 317, do Código Penal); d) crime de fraude em licitação ou contrato (Art. 337-L, do Código Penal); e) nenhum crime, pois a obra foi realizada e não houve prejuí- zo à Administração Pública. Æ DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA (ARTS. 338 A 359 DO CP) 93. (FGV — 2024) Caio, após matar o seu desafeto, mediante disparos de arma de fogo, inovou, artificiosamente, o local do crime, de forma a simular a ocorrência de uma troca de tiros em legítima defesa, com o fim de induzir a erro o juiz de um futuro processo penal e eventual perito. Nesse cenário, considerando as disposições do Código Penal, é correto afirmar que Caio, além do homicídio, responderá pelo crime de: a) exercício arbitrário das próprias razões; b) coação no curso do processo; c) favorecimento pessoal; d) favorecimento real; e) fraude processual. N O ÇÕ ES D E D IR EI TO P EN A L 15 94. (FGV — 2023) Maia, ao ser despedida por sua empregadora Asterope, ajuizou uma ação trabalhista em face dela e requereu o pagamento de horas extras e de adicional de insalubridade. Celeno foi nomeada como perita do juízo para verificar a exis- tência de insalubridade e Alcíone depôs como testemunha da ré na audiência de instrução. Considerando o disposto no Códi- go Penal, analise as afirmativas a seguir. I. Se Alcíone sabe que Maia realizava horas extras, mas nega conscientemente a verdade em seu depoimento na audiência de instrução, configura-se o crime de falso testemunho, punido com a pena de reclusão, de dois a quatro anos, e multa. II. Se Alcíone se retrata na ação trabalhista antes da sentença, o fato deixa de ser punível. III. Se Asterope oferece dinheiro para que Celeno afirme falsa- mente no laudo pericial que Maia não trabalhava em condições insalubres, configura-se crime punido com reclusão, de três a quatro anos, e multa. IV. Se Celeno aceita o suborno de Asterope e afirma falsamente no laudo pericial entregue no processo que Maia não trabalhava emcondições insalubres, configura-se o crime de falsa perícia, com causa de aumento de pena de um sexto a um terço. Está correto o que se afirma em: a) somente I e II; b) somente II e IV; c) somente I, II e III; d) somente I, III e IV; e) I, II, III e IV. 95. (FGV — 2022) Quanto ao delito de coação no curso do proces- so, assinale a afirmativa correta. a) Trata-se de crime comum, desprovido de especial fim de agir. b) Trata-se de crime material, de perigo concreto à adequada prestação de resolução de conflitos. c) Para a configuração do crime é necessário que a pessoa inti- midada atue no processo. d) É irrelevante para a configuração do crime se a ameaça deri- va de um motivo justo. e) O delito, por ser formal, não admite a forma tentada na sua execução. Æ DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS (ARTS. 359-A A 359-H DO CP) 96. (FGV — 2023) Sobre os crimes em espécie, diante das situações hipotéticas apresentadas a seguir, assinale a afirmativa correta. a) Mário fez declaração falsa sobre fatos, para eximir-se parcial- mente do pagamento do tributo devido, razão pela qual deve responder por crime tributário, desde que efetuado o lança- mento definitivo do tributo suprimido. b) Moisés, servidor público, valeu-se de interposta pessoa para patrocinar o interesse ilegítimo de seu amigo Marcelo, a pedi- do deste, perante o órgão público em que trabalha. Nesse caso, Moisés e Marcelo incidem no mesmo tipo penal. c) Moacir, ordenador de despesas, após inscrever em restos a pagar montante superior ao permitido em lei, no exercício financeiro subsequente, deixou de promover o cancelamento respectivo. Assim, deve responder por crime único. d) Márcio, no exercício da função pública, emitiu certidão com informações em desacordo com a realidade, alterando a ver- dade sobre fato juridicamente relevante, devendo responder pela falsidade material. e) Marcos, servidor público comissionado, nos 180 primeiros dias do mandato do Chefe do Poder Executivo, executou ato que acarretou aumento de despesa total com pessoal, deven- do ser responsabilizado por crime contra as finanças públicas. 97. (FGV — 2023) Quanto aos Crimes contra as Finanças Públi- cas, previstos no capitulo v do Título XI (Crimes contra a Administração Pública) do vigente Código Penal, avalie se as seguintes afirmativas a seguir são falsas (F) ou verdadeiras (V): I. Pratica crime o agente público que, sem prévia autorização legislativa, ordena, autoriza ou realiza operação de crédito, sen- do o fato atípico se o valor total for inferior a 100 (cem) salários mínimos. II. Pratica crime o agente público que ordena ou autoriza a assunção de obrigação cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro, sendo o fato atípico se ocorrer nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou da legislatura. III. Pratica crime o agente público que deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cancelamento do montante de res- tos a pagar inscrito em valor inferior ao permitido em lei. As afirmativas são, respectivamente, a) V - V - V. b) V - V - F. c) V - F - V. d) F - V - V. e) F - F - F. 98. (FGV — 2021) Mévio é prefeito de um pequeno município, sempre muito preocupado com o bem-estar dos cidadãos de sua cidade. Diante da proximidade do final de seu segundo mandato – faltando seis meses para terminar – e decidido a não disputar nenhum cargo eletivo, Mévio resolve tomar uma medida impopular, mas extremamente necessária: a constru- ção de uma rede de esgoto sanitário no bairro mais pobre do município. Mévio sabia que a despesa total da obra não poderia ser paga no mesmo exercício financeiro e que as parcelas res- tantes não possuíam contrapartida suficiente de disponibilida- de de caixa, mas, mesmo assim, ordenou a despesa, pois sabia que tal medida jamais seria tomada por outro político, uma vez que não reverteria em votos nem apoio político. Nesse caso, é correto afirmar que Mévio: a) praticou crimes contra as finanças públicas (Capítulo IV do Título XI do Código Penal); b) praticou crimes contra a administração pública em geral (Capítulo I do Título XI do Código Penal); c) praticou crimes contra a administração da justiça (Capítulo III do Título XI do Código Penal); d) praticou crimes contra a administração pública estrangeira (Capítulo II-A do Título XI do Código Penal); e) não praticou nenhum crime. Æ LEGISLAÇÃO PENAL E PROCESSUAL PENAL ESPECIAL - LEI Nº 7.716/1989 - CRIMES DE PRECONCEITO DE RAÇA OU COR 99. (FGV — 2024) Acerca da Lei nº 14.532/2023, que alterou a lei de crimes raciais(Lei nº 7.716/89), é correto afirmar que a) o crime de injúria racial não se equipara ao crime de racis- mo, o qual possui tipificação específica e acarreta a sua imprescritibilidade. b) houve a previsão de causa de aumento quando o crime de racismo ocorre em contexto ou com intuito de descontra- ção, diversão ou recreação, configurando o denominado racismo recreativo. c) quando o crime de injúria racial ou por origem da pessoa for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, a pena é diminuída, em razão de sua fé pública. 16 d) o plenário do STF julgou reconhecendo a possibilidade de aplicação acordo de não persecução penal (ANPP) em cri- mes raciais, nas hipóteses de presença dos requisitos para oferta desta medida despenalizadora. e) na hipótese de o crime de racismo ser cometido por inter- médio dos meios de comunicação social ou postagem em redes sociais ou na internet, a apuração será impossível, tendo em vista o direito a intimidade. 100. (FGV — 2024) Acerca do tema liberdade religiosa, pesquisa divulgada recentemente pela Rede Nacional de Religiões Afro- -Brasileiras e Saúde (Renafro) e pela entidade Ilê Omolu Oxum aponta que 91,7% de pais e mães de santo brasileiros já ouvi- ram algum tipo de preconceito por conta da religião por elas escolhida. A esse respeito, é correto afirmar que a) a Lei nº 14.532/2023 prevê que, na hipótese de o crime de racismo ser praticado em contexto de atividade religio- sa, a pessoa será isenta de pena, em razão da liberdade de opinião. b) o preâmbulo da Constituição da República de 1988, que pos- sui natureza jurídica de lei ordinária, afirma que o país, que é Estado laico, está “sob a proteção de Deus”. c) o conceito de intolerância religiosa é idêntico ao de racismo religioso, pois ambos delimitam as situações de violência e preconceito vivenciados por pessoas que professam reli- giões cristãs. d) a Constituição da República de 1988 afirma que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias. e) o crescente número de casos de depredação de terreiros de matriz africana decorre da ausência de regulamentação do funcionamento destes locais de culto, que produzem muito barulho e desrespeitam as normas urbanísticas. 101. (FGV — 2024) A Lei nº 7.716/1989 apresenta diversas moda- lidades de racismo. Sobre esta temática, assinale a afirmativa correta. a) Racismo recreativo, quando ocorrerem em contexto ou com intuito de descontração, diversão ou recreação. b) Injúria racial, que não se equipara ao crime de racismo. c) Racismo reverso, praticada por pessoas negras contra pes- soas brancas. d) Racismo ambiental, que ocorre em locais destinados a práticas esportivas, artísticas ou culturais destinadas ao público. e) Racismo não existe, pois vivemos uma democracia racial no Brasil. 102. (FGV — 2023) Acerca dos crimes de preconceito de raça ou de cor, previstos na Lei nº 7.716/89, é correto afirmar que a) se o crime de induzir preconceito de raça for cometido pelos meios de comunicação social, uma medida possível de combate ao preconceito é a interdição das respectivas mensagens na rede mundial de computadores. b) serão punidos, na forma da Lei nº 7.716/89, os crimes resul- tantes de discriminação ou preconceito deraça, cor ou etnia. Os crimes resultantes de preconceito de religião ou procedência nacional não são abarcados pela referida lei. c) constitui efeito automático da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses. d) a conduta de veicular símbolos que utilizem a cruz suástica, para fins de divulgação do nazismo, não constitui crime, em razão do direito fundamental à liberdade de expressão. 103. (FGV — 2023) A lei que tipifica o crime de racismo é a lei 7716/89. O ato é classificado como crime inafiançável e imprescritível e sujeito à reclusão, com pena máxima de 5 anos. (com base na Lei nº 7716/89, recentemente modificada pela Lei nº 14.532/23). A Constituição Federal também traz uma previsão a respeito do crime de racismo, em seu Art. 5º, inciso XLII, e afirma que a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescrití- vel, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei. Sobre a prática do racismo, assinale a afirmativa incorreta. a) Racismo é todo o ato ou comportamento que revele precon- ceito ou discriminação em razão de raça, cor da pele, etnia, origem ou procedência nacional. b) Racismo recreativo é aquela conduta praticada com intuito de descontração, diversão ou recreação e por esse motivo não é punido pelo ordenamento jurídico nacional. c) O racismo não se limita à previsão legal, ele vai muito além, consistindo em um conjunto de hábitos, comportamentos e práticas, que de forma direta e indireta, afirmam a superio- ridade de determinados grupos étnicos sobre outros. d) Como um desdobramento do racismo estrutural, o cha- mado racismo religioso também é uma realidade. Ocorre, majoritariamente, por meio de condutas discriminatórias e preconceituosas contra religiões, territórios sagrados, tra- dições e culturas, principalmente a afro-brasileira. É uma forma de desacreditar uma crença religiosa, considerando- -a de menor importância do que outras. e) A Convenção lnteramericana contra o Racismo, a Discrimi- nação Racial e Formas Correlatas de Intolerância recebeu status de emenda constitucional no nosso país. 104. (FGV — 2023) Nos termos da Lei n° 7.716/89, com relação aos delitos resultantes de preconceito de raça ou de cor, é cor- reto afirmar que a) a suspensão do funcionamento do estabelecimento parti- cular envolvido na prática delitiva por prazo não superior a 6 (seis) meses constitui um dos efeitos automáticos da condenação. b) configura crime o impedimento, por motivo de preconceito de raça ou cor, do acesso de alguém devidamente habilitado a qualquer cargo superior, desde que integrante da Admi- nistração Pública Direta, exceto quando envolvida promo- ção funcional. c) aquele que, em anúncios ou qualquer outra forma de recru- tamento de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exigências está sujeito à pena de prestação de serviços à comunidade, exceto em atividades de promoção da igualdade racial. d) a fabricação ou comercialização de ornamentos que uti- lizem a cruz suástica para fins de divulgação do nazismo configura delito punível com a pena de detenção, salvo quando configurar exercício das liberdades constitucionais de expressão do pensamento ou manifestação artística. e) os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor pra- ticados com intuito de descontração, diversão ou recreação terão a pena aumentada de 1/3 (um terço) até a metade. 105. (FGV — 2022) Uma página das redes sociais, promotora da ideologia nacional socialista, está publicando anúncios para comercializar distintivos da cruz suástica, a fim de serem colo- cados em peças de vestuário, mochilas, automóveis, objetos de uso pessoal etc. Acerca dessa situação, assinale a afirmativa correta. a) Tal conduta é punível com pena de detenção. b) O juiz, ainda antes do inquérito policial, poderá determinar a busca e apreensão do material comercializado. N O ÇÕ ES D E D IR EI TO P EN A L 17 c) Embora tal comercialização seja proibida, em razão da liberdade de expressão, a publicação na rede social não pode ser retirada do ar. d) A cessação da publicação somente pode ser requerida pelo Ministério Público, titular da ação penal. e) O material apreendido pode ser destruído após a prolação da sentença penal condenatória de 1º grau. 106. (FGV — 2022) Sobre os crimes de racismo previstos na Lei nº 7.716/1989, assinale a afirmativa correta. a) Inexiste mandado constitucional expresso para a criminali- zação do racismo. b) Somente a publicação feita em meios impressos é circuns- tância qualificadora do crime de incitação ao racismo. c) O texto da Lei nº 7.716/1989 já criminaliza a homotransfobia, sendo desnecessária lei específica para essa finalidade. d) A fabricação de ornamento com a cruz suástica é um fato típico se houver o propósito de divulgação de ideais nazistas. e) O delito de injúria racial não é previsto na Lei nº 7.716/1989 e, por isso, não é classificado com um crime de racismo. 107. (FGV — 2022) Beatriz é funcionária de órgão da Administra- ção Pública Indireta há 20 anos e possui gabaritada qualifica- ção profissional. Há 5 anos, sua promoção funcional foi obstada, sob o fundamento de que negros não alcançariam esse avanço na carreira. Nesse caso, podemos afirmar que houve a) crime previsto no parágrafo único do art. 3º, da Lei nº 7.716/89, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. b) contravenção penal. c) houve a extinção de punibilidade, já que o crime está prescrito. d) fato atípico. e) houve a decadência do direito de representação. Æ LEI Nº 13.869/2019 - LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE (ANTIGA LEI Nº 4.898/1965) 108. (FGV — 2024) Acerca do crime de abuso de autoridade, ana- lise as seguintes disposições: I. Pode ser sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qual- quer agente público, servidor ou não, da administração dire- ta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, exceto membros dos Tribunais de Contas. II. Para fins de caracterização do crime de abuso de autorida- de, é considerado agente público aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidu- ra ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território. III. Os crimes de abuso de autoridade estão sujeitos à ação penal pública incondicionada, sendo, contudo, admitido o ajuiza- mento de ação penal privada se a denúncia não for ajuizada no prazo de 6 (seis) meses. Está correto o que se afirma em a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) II e III, apenas. d) III, apenas. e) I, II e III. 109. (FGV — 2024) De acordo com a Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº 13.869/2019), assinale a opção que indica uma das penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas nessa Lei. a) Cassação dos direitos políticos. b) Multa no valor de até 20 (vinte) salários mínimos. c) Suspensão dos direitos políticos por até 8 (oito) anos. d) Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públi- cas, com prazo máximo de 5 (cinco) anos. e) Suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos venci- mentos e das vantagens. 110. (FGV — 2023) Luís e Oscar são servidores públicos do Estado de Santa Catarina. Luís é namorado de Lúcia, por quem Oscar é, sigilosamente, apaixonado. Ocupando cargo de chefia no órgão público, Oscar descobre que há um processo administrativo de interesse de Luís. Visando prejudicar Luís, Oscar presta-lhe informações falsas sobre o procedimento administrativo em curso. Nessecaso, é certo que a conduta de Oscar pode ser enquadra- da em a) abuso de autoridade. b) peculato. c) falsidade ideológica. d) prevaricação. e) advocacia administrativa. 111. (FGV — 2023) Foi noticiado pela imprensa que um membro do Tribunal de Contas do Estado Alfa teria requerido vista de determinado processo e vinha demorando, de maneira dema- siada e injustificada, para analisá-lo e, consequentemente, devolvê-lo. Ao fim da reportagem, foi informado que o objetivo do requerimento de vista era o de retardar o julgamento, obrar que configuraria crime de abuso de autoridade. À luz da sistemática instituída pela Lei nº 13.869/2019, é corre- to afirmar que a conduta atribuída ao membro do Tribunal de Contas do Estado Alfa: a) configura crime, considerando o atuar doloso e o enqua- dramento na tipologia legal; b) não configura crime, considerando que o referido diploma normativo não é aplicado à atividade do Tribunal de Contas; c) somente configura crime se for demonstrada a finalidade específica de se praticar o núcleo do tipo com o objetivo de obter vantagem patrimonial indevida; d) somente configura crime se for demonstrada a presença do dolo ou, alternativamente, da culpa, elemento normativo do tipo fundado na infração a um dever jurídico funcional; e) somente configura crime se for demonstrada a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou terceiro, ou por mero capricho ou satisfação pessoal. 112. (FGV — 2023) Joel é servidor da guarda municipal do Muni- cípio Delta e no exercício de suas atribuições praticou ato tipi- ficado como crime de abuso de autoridade. Em razão disso, foi instaurado o respectivo processo administrativo disciplinar, após o que foi recebida a denúncia pelo aludido crime pelos mesmos fatos. O processo administrativo seguiu tramitando e culminou na aplicação da pena de demissão. Após a aplica- ção da penalidade administrativo-disciplinar, o juízo criminal absolveu Joel por reconhecer que ele estava em legítima defesa. Diante dessa situação hipotética, à luz do disposto na Lei nº 13.869/2019, é correto afirmar que: a) o recebimento da denúncia em face de Joel deveria ter sus- pendido o processo administrativo disciplinar até decisão final de mérito acerca do delito; 18 b) o processo administrativo não deveria ter sido instaurado antes do pronunciamento do juízo criminal acerca dos fatos imputados a Joel; c) a sentença penal que absolveu Joel não pode repercutir na esfera administrativo-disciplinar, na medida em que não reconheceu a inexistência de autoria; d) o reconhecimento criminal de que Joel estava em legítima defesa faz coisa julgada no âmbito administrativo-disciplinar; e) a penalidade de demissão deve ser cassada, considerando que toda sentença absolutória penal repercute na esfera administrativo-disciplinar, ainda que o fundamento seja a ausência de provas. 113. (FGV — 2023) Acerca dos crimes de abuso de autoridade, previstos na Lei nº 13.869/2019, é correto afirmar que: a) os crimes de abuso de autoridade, além do dolo, exigem a presença de elemento subjetivo especial, isto é, a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, a atuação por mero capricho ou satisfação pessoal; b) aquele que exerce função pública transitoriamente ou sem remuneração não é considerado autoridade pública, de modo que não pode figurar como sujeito ativo nos crimes de abuso de autoridade; c) nos crimes de abuso de autoridade, a queixa subsidiária pode ser oferecida pelo ofendido, ainda que ausente qual- quer inércia por parte do Ministério Público; d) os crimes de abuso de autoridade são de ação penal pública condicionada a representação da vítima, ou, quando inca- paz, de seu representante legal; e) os particulares jamais poderão concorrer para os crimes de abuso de autoridade, pois estes são privativos de agentes públicos. 114. (FGV — 2023) Jeremias, Policial Militar, efetuou a prisão em flagrante de Paulo, que furtava alguns objetos de uma loja quan- do a guarnição estava passando pela rua. Durante a captura, Jere- mias não se identificou, cobrindo o seu nome na farda. Durante o interrogatório na Delegacia de Polícia, Martha, Delegada de Polícia, se identificou como uma escrivã, com o intuito de gerar a empatia de Paulo, influenciando-o a confessar o crime. De acordo com a Lei nº 13.869/19 (Lei do Abuso de Autoridade), a) Jeremias e Martha cometeram crimes previstos na Lei de Abuso de Autoridade. b) embora Martha tenha cometido crime previsto na Lei de Abuso de Autoridade, Jeremias agiu conforme a lei, pois não tem obrigação de se identificar quando da prisão em flagrante de alguém. c) embora Jeremias tenha cometido crime previsto na Lei de Abuso de Autoridade, Martha agiu conforme a lei, pois não deixou de se identificar ao preso quando do seu interroga- tório, mas apenas atribuiu a si cargo falso com o intuito de obter a verdade dos fatos. d) tanto Jeremias quanto Martha agiram em conformidade com a lei, não tendo cometido quaisquer crimes. e) somente Martha cometeu crime, pois a Lei de Abuso de Autoridades não se aplica aos Policiais Militares. 115. (FGV — 2023) Mariah, guarda municipal do município Alfa, está em patrulhamento de rotina com a sua colega de farda quan- do visualiza, através do portão de uma residência, uma senhora passando mal e caindo ao solo desfalecida. Imediatamente, pula o portão que divide o quintal da casa do logradouro público, invade a residência, e traz a senhora para ser socorrida do lado de fora pela ambulância que já havia sido chamada por sua colega. Nessa situação hipotética, e levando em consideração a Consti- tuição da República de 1988 e a Lei nº 13.869/19 (Lei do Abuso de Autoridade), Mariah a) cometeu crime previsto na Lei de Abuso de Autoridade, na medida em que invadiu imóvel alheio à revelia da vontade do ocupante sem determinação judicial e fora das condições estabelecidas em lei. b) cometeu crime previsto na Lei de Abuso de Autoridade, visto que a lei e a Constituição de República somente excepcionam o ingresso no imóvel alheio em caso de haver fundados indí- cios que indiquem a sua necessidade em razão de situação de flagrante delito ou de desastre. c) não cometeu qualquer crime, pois o ingresso no imóvel alheio ocorreu com o estrito fim de prestar socorro a sua ocupante. d) em um primeiro momento, não cometeu qualquer crime; contudo, após ter salvado a ocupante do imóvel, deveria ter se dirigido à autoridade judiciária competente a fim de ratificar a sua conduta. e) cometeu crime previsto na Lei de Abuso de Autoridade, pois só poderia ter invadido a residência caso a senhora tivesse grita- do por ajuda. 116. (FGV — 2023) Maciel teve sua prisão temporária prolongada sem motivo justo e excepcionalíssimo, por decisão de Xavier, diretor da unidade prisional em que Maciel estava custodiado. Esgotado o prazo legal para que ele fosse posto em liberdade, Xavier ignorou dolosamente o alvará de soltura por 5 (cinco) dias, com o objetivo de prejudicar Maciel, seu inimigo declarado. Sobre o procedimento de Xavier, assinale a afirmativa correta. a) Ele praticou o crime de corrupção passiva privilegiada. b) Ele praticou o crime de abuso de autoridade. c) Ele praticou o crime de desobediência. d) Não praticou crime algum, tendo em vista que o alvará de soltura foi cumprido. 117. (FGV — 2023) Acerca dos crimes de abuso de autoridade definidos na Lei n° 13.869/2019, é correto afirmar que a) a eventual divergência na interpretação de lei ou na ava- liação de fatos e provas configura abuso de autoridade na modalidade culposa. b) o membro de Poder Legislativo não pode ser sujeito ativo do crime de abuso de autoridade. c) a punição por conduta culposa é inadmissível nos tipos penais descritos como abuso de autoridade. d) os crimes de abuso de autoridade estão sujeitos à ação penal pública condicionada à representação, sendo desca- bida a ação penal privadasubsidiária. e) a perda do cargo, mandato ou função pública é aplicável automaticamente como efeito da condenação, mesmo ao não reincidente em crimes de abuso de autoridade. 118. (FGV — 2022) Antônio, servidor público federal, no exercício da função e de forma livre e consciente, constrangeu a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de profissão, devia guardar segredo e resguardar sigilo. Com base na Lei de Abuso de Autoridade, Antônio respondeu à ação penal na qualidade de réu primário e foi condenado à pena privativa de liberdade e multa. No caso em tela, de acordo com a Lei nº 13.869/2019, é efeito da condenação: a) a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de oito anos; b) a suspensão dos direitos políticos, pelo período de oito anos; c) a perda do cargo público e a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, de forma perpétua; d) tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos; N O ÇÕ ES D E D IR EI TO P EN A L 19 e) reparar os danos materiais e morais eventualmente sofridos pela vítima, que terá legitimidade concorrente com o Minis- tério Público para promover a ação penal e a correlata ação civil indenizatória. 119. (FGV — 2022) Assinale a afirmativa verdadeira, no tocan- te ao tipo penal de abuso de autoridade previsto na Lei nº 13.869/2019. a) Trata-se de crime de ação penal pública condicionada. b) Agentes públicos da administração pública indireta não podem figurar como sujeito ativo do delito. c) A Lei nº 13.869/2019 não admite a aplicação de penas restri- tivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade. d) Dentre os possíveis sujeitos ativos encontram-se membros das Forças Armadas, do Poder Legislativo, do Poder Execu- tivo, do Poder Judiciário, bem como dos tribunais de contas. e) O ato de identificar-se falsamente ao preso por ocasião de sua captura não constitui hipótese de abuso de autoridade nos moldes da Lei nº 13.869/2019. 120. (FGV — 2022) Configura hipótese de delito de abuso de autoridade: a) a busca domiciliar iniciada durante o dia que se estenda para depois das 21h; b) proceder à obtenção de prova, em procedimento de investi- gação, apenas aparentemente lícita; c) proceder à obtenção de prova, em procedimento de fiscali- zação, apenas aparentemente lícita; d) a investigação preliminar de fato ou o recebimento de notí- cia de fato de natureza criminal; e) estender injustificadamente a investigação, procrastinan- do-a em prejuízo do investigado. 121. (FGV — 2022) José foi contratado como estagiário, por processo seletivo simplificado, para atuar numa Delegacia de Polícia. Após ter acesso aos autos de certo inquérito policial, divulgou trecho de gravação indevidamente, sem relação com qualquer prova que se pretendia produzir, expondo a intimida- de e a vida privada do investigado. Sobre o caso apresentado, analise as afirmativas a seguir. I. José, em razão de ser estagiário, não pode ser sujeito ativo dos crimes previstos na Lei de Abuso de Autoridade. II. José praticou crime previsto na Lei de Abuso de Autoridade, mas, por haver violação de intimidade do investigado, a ação penal será pública condicionada à representação do ofendido. III. As penas previstas na Lei de Abuso de Autoridade podem ser aplicadas a José independentemente das sanções de natureza civil ou administrativa cabíveis. Está correto o que se afirma em a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) II e III, apenas. e) I e II, apenas. 122. (FGV — 2022) Relativamente aos crimes previstos na Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº 13.869/2019), é correto afirmar que: a) constitui crime de abuso de autoridade o cumprimento de mandado de busca domiciliar após as 21h; b) constitui efeito da condenação a inabilitação para o exer- cício de cargo, mandato ou função pública pelo período de seis anos; c) a ação penal será pública condicionada à representação do ofendido ou de quem legalmente o represente; d) a suspensão condicional da pena é vedada nos crimes de abuso de autoridade; e) constitui crime de abuso de autoridade o responsável pelas investigações divulgar a atribuição de culpa, após concluí- das as apurações e formalizada a acusação. 123. (FGV — 2022) Com o objetivo de direcionar os servidores nas relações com os usuários do serviço público, João, presiden- te da autarquia federal Alfa, constituiu um grupo de discussão para que fossem elaboradas algumas diretrizes informativas em relação à configuração dos crimes de abuso de autoridade previstos na Lei nº 13.869/2019, de modo a evitar a sua prática. Após algumas reuniões, o grupo concluiu que: I. o especial fim de agir deve estar presente para o enquadra- mento de qualquer conduta na tipologia legal; II. o elemento normativo da culpa é admitido em caráter excep- cional, exigindo que o especial conhecimento da ilicitude decorra de dever funcional expresso; III. a divergência na avaliação de fato impede a configuração da infração penal; e IV. o exercício temporário de função pública, junto a qualquer estrutura estatal de poder, em razão de determinação legal, afasta a figura do sujeito ativo do crime. À luz dos balizamentos estabelecidos pela Lei nº 13.869/2019, em relação às conclusões do grupo de discussão, está correto o que se afirma em a) I, II, III e IV. b) I, III e IV, apenas. c) I, II e IV, apenas. d) I e III, apenas. e) II e IV, apenas. 124. (FGV — 2022) Armando, Juiz de direito, está respondendo a processo por crime previsto no art. 9º da Lei nº 13.869/2019, por suspeita de ter decretado a prisão de Gustavo em desconfor- midade com a lei. A defesa alega extinção de punibilidade, pela decadência, visto que Gustavo não apresentou a representação no prazo devido. Nesse caso, pode-se afirmar que a) houve a extinção de punibilidade pela decadência, uma vez que a representação não foi apresentada no prazo de 6 meses. b) houve a extinção de punibilidade pela decadência, uma vez que a representação não foi apresentada no prazo de 3 meses. c) não há que se falar em extinção de punibilidade pela deca- dência, visto que os crimes previstos na Lei 13.869/2019 são de ação penal pública incondicionada. d) houve a extinção de punibilidade, uma vez que a queixa-cri- me não foi apresentada no prazo de 6 meses. e) houve a extinção de punibilidade, uma vez que a queixa-cri- me não foi apresentada no prazo de 3 meses. 125. (FGV — 2021) Constitui delito de abuso de autoridade cum- prir mandado de busca e apreensão domiciliar: a) fora do período de luminosidade solar; b) após as 18h ou antes das 6h; c) após as 20h ou antes das 8h; d) após as 21h ou antes das 5h; e) fora do horário de expediente forense. 20 Æ GABARITO 1 D 46 D 2 A 47 E 3 E 48 C 4 E 49 C 5 D 50 E 6 E 51 D 7 D 52 E 8 D 53 A 9 C 54 C 10 C 55 A 11 A 56 E 12 A 57 D 13 E 58 E 14 B 59 A 15 D 60 B 16 C 61 A 17 D 62 D 18 B 63 B 19 B 64 C 20 C 65 A 21 E 66 B 22 C 67 D 23 E 68 D 24 A 69 A 25 A 70 A 26 C 71 A 27 E 72 D 28 B 73 B 29 A 74 B 30 C 75 D 31 C 76 B 32 C 77 B 33 A 78 E 34 C 79 E 35 D 80 D 36 A 81 D 37 E 82 E 38 C 83 A 39 C 84 A 40 B 85 E 41 C 86 D 42 C 87 D 43 D 88 B 44 B 89 C 45 B 90 D 91 B 109 E 92 B 110 D 93 E 111 E 94 E 112 D 95 D 113 A 96 C 114 A 97 E 115 C 98 A 116 B 99 B 117 C 100 D 118 D 101 A 119 D 102 A 120 E 103 B 121 C 104 E 122 A 105 B 123 D 106 D 124 C 107 A 125 D 108 C ANOTAÇÕESao Juiz da execução a) cientificar o Ministério Público e a defesa da condenada acerca do advento da nova lei mais benéfica, a fim de que seja ajuizada ação de revisão criminal perante o juízo de origem. b) informar ao juízo de origem sobre o advento da nova lei mais benéfica, a fim de que proceda à alteração da sentença. c) a aplicação de lei posterior que, de qualquer modo, favoreça a condenada, desde que ainda não tenha ocorrido o trânsito em julgado da sentença condenatória. d) a aplicação de lei posterior que, de qualquer modo, favoreça a condenada. e) a aplicação de lei posterior que, de qualquer modo, favore- ça a condenada, desde que o crime pelo qual foi condenada não seja hediondo com resultado morte, hipótese em que os autos devem ser remetidos ao juízo de origem. 6. (FGV — 2022) A respeito das normas e princípios que regem a aplicação da lei penal no tempo e no espaço, é correto afirmar que: a) admite-se sejam as normas penais incriminadoras criadas por lei, medida provisória ou decreto legislativo; b) considera-se praticado o crime no momento de seu resul- tado, ainda que outro seja o momento da ação ou omissão; c) aplica-se a lei penal incriminadora mais gravosa a fatos anteriores já decididos por sentença condenatória transita- da em julgado; d) aplicam-se as regras gerais do Código Penal aos crimes pre- vistos em lei especial, se esta dispuser de maneira diversa; e) aplica-se a lei penal temporária, embora decorrido o perío- do de sua duração, aos fatos praticados durante a sua vigência. 2 Æ LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA (ART. 3º DO CP) 7. (FGV — 2023) 1º cenário: em 01/04/2023, em razão de circuns- tâncias extraordinárias e de forma fundamentada, foi editada, pelo Congresso Nacional, uma lei penal excepcional. 2º cenário: em 01/04/2023, em razão de circunstâncias pontuais e de forma fundamentada, foi editada, pelo Congresso Nacional, uma lei penal temporária. Nesses cenários, à luz das disposições do Código Penal, é cor- reto afirmar que os fatos praticados durante a vigência da lei penal excepcional: a) somente serão por ela regidos enquanto perdurarem as circunstâncias que ensejaram a edição da norma. Por outro lado, os fatos praticados durante a vigência da lei penal temporária serão por ela regidos, mesmo após o transcurso do período de duração da legislação, salvo se a nova legisla- ção for mais benéfica ao acusado; b) serão por ela regidos, ainda que cessadas as circunstâncias que ensejaram a edição da norma, salvo se a nova legislação for mais benéfica ao acusado. Por outro lado, os fatos prati- cados durante a vigência da lei penal temporária somente serão por ela regidos no período de duração da legislação; c) somente serão por ela regidos enquanto perdurarem as circunstâncias que ensejaram a edição da norma. Por outro lado, os fatos praticados durante a vigência da lei penal temporária serão por ela regidos, mesmo após o transcurso do período de duração da legislação; d) serão por ela regidos, ainda que cessadas as circunstâncias que ensejaram a edição da norma. No mesmo sentido, os fatos praticados durante a vigência da lei penal temporária serão por ela regidos, mesmo após o transcurso do período de duração da legislação; e) serão por ela regidos, ainda que cessadas as circunstân- cias que ensejaram a edição da norma. Por outro lado, os fatos praticados durante a vigência da lei penal temporária somente serão por ela regidos no período de duração da legislação. 8. (FGV — 2022) Quanto à aplicação da lei penal no tempo, é cor- reto afirmar que: a) a lei penal em branco tem em comum com a lei excepcional o regime específico da ultratividade gravosa; b) a lei penal em branco tem em comum com a lei excepcional a impossibilidade de revogação por lei posterior; c) quando o complemento da lei penal em branco não tem natureza penal, a norma não se submete às regras que dis- ciplinam a sucessão de leis penais no tempo; d) quando o complemento da lei penal em branco objetiva assegurar efeito regulador, a norma não se submete ao cri- tério da ultratividade; e) em relação à norma penal em branco, o “fator tempo” com- ponente do tipo penal incriminador é tido como dispensá- vel para garantir sua real eficácia. 9. (FGV — 2022) De acordo com as normas e os princípios que regem a aplicação da lei penal no tempo e no espaço, é correto afirmar que: a) as normas penais incriminadoras podem ser criadas por lei, convenção ou decreto legislativo; b) considera-se praticado o crime no momento de seu resul- tado, ainda que outro seja o momento da ação ou omissão; c) a lei temporária, embora decorrido o período de sua dura- ção, aplica-se aos fatos praticados durante a sua vigência; d) as regras gerais do Código Penal aplicam-se aos crimes pre- vistos em lei especial, mesmo que esta disponha de manei- ra diversa; e) a lei penal posterior mais benéfica aplica-se aos fatos ante- riores, desde que não decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Æ TEMPO DO CRIME (ART. 4º DO CP) 10. (FGV — 2024) No ano de 2020, durante a pandemia de Covid 19, após uma briga por prioridade na vacinação, Caio disparou três tiros com sua arma de fogo na direção de Tício, que foi atin- gido e levado ao hospital por transeuntes; entretanto, após ficar em coma induzido por 30 dias, Tício veio a falecer em decor- rência dos ferimentos causados por Caio. No dia da briga, Caio tinha 17 anos, 11 meses e 26 dias de idade, enquanto Tício tinha 69 anos, 11 meses e 26 dias de idade. Com base nos dados narrados, pode-se afirmar corretamente que a) Caio tornou-se inimputável posteriormente e pode ser res- ponsabilizado criminalmente, pois o Código Penal adota a teoria do resultado quanto ao tempo do crime. b) Caio praticou o crime de homicídio extemporâneo, pois o Código Penal adota a teoria da ubiquidade quanto ao tempo do crime. c) Caio é considerado inimputável quanto ao fato narrado, pois a legislação adota a teoria da atividade relativamente ao tempo do crime. d) Caio tornou-se imputável posteriormente e pode ser res- ponsabilizado pelo crime de homicídio, uma vez que o Códi- go Penal adota a teoria da ultra-atividade quanto ao tempo do crime. e) Caio é considerado retroativamente imputável, uma vez que o resultado consumou-se quando o mesmo já havia atingido a maioridade penal. 11. (FGV — 2023) Josué, cidadão brasileiro com 17 (dezessete) anos e 29 (vinte e nove) dias de idade, disparou arma de fogo contra Jacó; como consequência, Jacó foi atingido e faleceu no hospital 30 (trinta) dias depois. Sobre o tempo do crime, o vigente Código Penal adota a teoria a) da atividade. b) do resultado. c) do nexo causal. d) da ubiquidade. e) atemporal. 12. (FGV — 2021) Quanto ao “tempo do crime”, o Código Penal brasileiro adota a teoria: a) da atividade; b) do resultado; c) da ubiquidade; d) da consumação; e) do efeito. Æ CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS (ART. 12 DO CP) 13. (FGV — 2022) Nos crimes de ação múltipla ou conteúdo variado, a prática, pelo agente, de mais de um núcleo da mesma norma penal incriminadora no mesmo contexto fático implica crime único em razão do princípio da: a) especialidade; b) subsidiariedade; N O ÇÕ ES D E D IR EI TO P EN A L 3 c) consunção; d) absorção; e) alternatividade. 14. (FGV — 2022) Dentro dos critérios de solução do conflito aparente de normas, é correto afirmar que o princípio da: a) subsidiariedade é presidido por mera análise lógica res- peitante aos elementos constitutivos dos tipos penais decorrentes; b) subsidiariedade estabelece que a incidência da norma prin- cipal, que tem uma sanção mais grave, afasta a incidência da norma subsidiária; c) subsidiariedade é presidido por mera análise lógica refe- rente a em que medida haveria uma relação de gênero e espécie essencialmente formal; d) especialidade tem uma estrutura lógica de interferência, exigindo um juízo de valor do fato em relação às normas; e) especialidade tem uma estruturalógica de interferên- cia, não de subordinação, exigindo uma verificação em concreto. Æ LUGAR DO CRIME (ART. 6 DO CP) 15. (FGV — 2023) Para fins de incidência da lei brasileira, o Códi- go Penal regulamenta o tempo e o lugar do crime. De acordo com o referido diploma normativo, assinale a afir- mativa correta. a) A lei brasileira é aplicável aos crimes ocorridos a bordo de embarcações e aeronaves públicas estrangeiras, quando atracadas em porto ou em pouso em solo nacional. b) Para fins de aplicação da lei penal no tempo e no espaço, considera-se praticado o crime no lugar e no momento da ação e do resultado. c) A lei temporária é aplicada ao fato praticado durante sua vigência, embora decorrido o período de sua duração, exce- to se cessadas as circunstâncias que a determinaram. d) As embarcações brasileiras, de natureza pública ou privada, que estejam em alto-mar ou em mar territorial brasileiro, são consideradas extensão do território nacional. e) O atentado à vida do presidente da República é o caso de extraterritorialidade condicionada da lei penal brasileira, devendo o autor do fato ingressar em território nacional. 16. (FGV — 2023) São teorias adotadas no Código Penal em rela- ção ao tempo e ao lugar do crime, respectivamente: a) da atividade e da territorialidade; b) da anterioridade e da territorialidade; c) da atividade e da ubiquidade; d) da temporariedade e da ubiquidade; e) da alteridade e mista. 17. (FGV — 2023) Acerca de aplicação da lei penal, nos termos do vigente Código Penal, avalie as afirmativas a seguir. I. Por força do princípio da especialidade, as regras gerais do Código Penal aplicam-se aos fatos incriminados por lei espe- cial, ainda que está disponha de modo diverso. II. Por força do princípio da soberania, aplica-se a lei brasileira ao crime cometido no território nacional, com prevalência absoluta sobre convenções tratados e regras de direito internacional. III. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se pro- duziu ou deveria produzir-se o resultado. Está correto o que se afirmar em a) I, apenas. b) I e III, apenas. c) II e III, apenas. d) III, apenas. e) I, II e III. Æ PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE (ART. 5º DO CP) 18. (FGV — 2023) Suponha que, no interior de uma aeronave pri- vada brasileira a serviço do governo brasileiro, foi cometido um delito de furto quando tal aeronave estava localizada em aero- porto de país estrangeiro. Nesse caso, de acordo com o Código Penal brasileiro, é correto afirmar que a) pelo princípio da territorialidade, deverá ser aplicada ape- nas a lei penal estrangeira, uma vez que se trata de aerona- ve privada, ainda que a serviço do governo brasileiro, que se encontrava em território estrangeiro no momento em que o delito foi cometido. b) poderá ser aplicada a lei penal brasileira, por serem consi- deradas como extensão do território nacional as aeronaves brasileiras, ainda que privadas, a serviço do governo brasi- leiro, onde quer que se encontrem. c) pelo princípio da extraterritorialidade da lei penal brasilei- ra, esta poderá ser aplicada ao delito cometido no interior de aeronave privada brasileira a serviço do governo brasi- leiro, desde que haja requerimento do Ministro da Justiça às autoridades estrangeiras do país onde o delito foi cometido. d) pelo princípio da extraterritorialidade da lei penal brasilei- ra, esta poderá ser aplicada ao delito cometido no interior de aeronave privada brasileira a serviço do governo brasi- leiro, desde que haja requerimento do Ministro das Rela- ções Exteriores às autoridades estrangeiras do país onde o delito foi cometido. 19. (FGV — 2022) Dionísio, durante a realização do carnaval de rua no Rio de Janeiro, é flagrado subtraindo um aparelho celular de pessoa embriagada. Ao ser submetido à revista, são encon- trados seis outros aparelhos de telefonia móvel. Conduzido à Delegacia de Polícia, se identifica como agente consular grego, informação que é verificada e confirmada. Diante desse quadro, em termos de responsabilidade penal, Dionísio: a) não responderá por crime, por ter imunidade diplomática; b) responderá de acordo com a lei penal brasileira; c) não responderá por crime, por ter imunidade total; d) responderá de acordo com a lei penal grega; e) não responderá por crime, por ter imunidade funcional. Æ PRINCÍPIO DA EXTRATERRITORIALIDADE (ART. 7º DO CP) 20. (FGV — 2024) Pierre, cidadão estrangeiro, praticou o delito de estupro em face da brasileira Marina, maior e capaz. O cri- me foi praticado em Estado estrangeiro, onde há incriminação da conduta, tal como ocorre no Brasil. Passado algum tempo, como o autor do fato e a vítima retornaram ao Brasil, o Ministé- rio Público ajuizou ação penal pública incondicionada em face de Pierre, como incurso nas penas do delito de estupro. Sobre o caso narrado, assinale a afirmativa correta. 4 a) Há o preenchimento das condições de aplicação da lei penal brasileira ao fato ocorrido no exterior; porém, a ação penal depende de representação da vítima. b) Há o preenchimento integral das condições de aplicação da lei penal brasileira ao fato ocorrido no exterior, sendo viável a responsabilização do autor do fato. c) Não há o preenchimento das condições de aplicação da lei penal brasileira, pois ausente requisição do Ministro da Justiça. d) Não há o preenchimento das condições de aplicação da lei penal brasileira, pois o autor do fato é estrangeiro, e a nacio- nalidade da vítima é indiferente à extraterritorialidade da lei penal brasileira. e) A aplicação da lei penal brasileira ao fato independe de qual- quer condição, por se tratar de crime praticado mediante violência. 21. (FGV — 2024) Segundo a vigente legislação, os crimes con- tra o patrimônio da União Federal ficam sujeitos à lei brasileira, ainda que cometidos no estrangeiro. Essa norma é fundamentada no a) Princípio da atividade. b) Princípio de taxatividade. c) Princípio da ultratividade. d) Princípio da excepcionalidade. e) Princípio da extraterritorialidade. 22. (FGV — 2023) Caio caminha pelas ruas de um Estado estran- geiro quando é surpreendido por Tício, brasileiro, que lhe des- fere diversas ofensas, incluindo uma “cusparada” no rosto. O delito de injúria real é fato típico e ilícito em ambos os países. A respeito do caso relatado, é correto afirmar que a) se Caio também for brasileiro, caberá a aplicação da lei bra- sileira aos fatos ocorridos no exterior. A ação penal será pública incondicionada, por se tratar de injúria real. b) a lei brasileira é aplicável ao caso, desde que Tício retorne ao Brasil, independentemente de ter havido, ou não, persecu- ção penal na origem. c) ainda que Tício retorne ao Brasil, a lei brasileira não é apli- cável ao caso, por se tratar de extraterritorialidade condi- cionada da lei penal brasileira. d) se o fato tivesse ocorrido no Brasil, envolvendo estrangei- ros, o Brasil não poderia reconhecer a aplicação da lei penal estrangeira ao fato ocorrido em território nacional. e) a hipótese é de extraterritorialidade condicionada, bastan- do que Tício retorne ao Brasil e que Caio ajuíze a compe- tente queixa-crime para que haja a aplicação da lei penal brasileira. Æ IMPUTABILIDADE PENAL (ARTS. 26 A 28 DO CP) 23. (FGV — 2023) Mévio foi vítima de crime de roubo com restri- ção de liberdade, tendo sido amarrado. Antes de liberá-lo, Caio, o roubador, fez com que Mévio ingerisse bebida alcoólica à for- ça, a fim de reduzir a sua capacidade de resistência. Contudo, ainda que completamente embriagado e sem capacidade de discernimento sobre o caráter ilícito do fato, após ser liberado e estar a caminho de casa, Mévio resolveu voltar ao local em que Caio se encontrava e o espancou até ocasionar sua morte. Diante dessa situação, é correto afirmar que Mévio: a) deverá responder pelo crime de lesão corporal qualificado pelo resultado morte, em razão do dolo com que praticou as lesões corporaise da culpa quanto ao resultado morte; b) deverá responder pelo crime de homicídio doloso, uma vez que o resultado morte era previsível, havendo, ao menos, dolo eventual; c) não deverá responder por nenhum crime, ante a exclusão da tipicidade; d) não deverá responder por nenhum crime, ante a exclusão da ilicitude; e) não deverá responder por nenhum crime, ante a exclusão da culpabilidade. 24. (FGV — 2023) Marcelo decide sair para beber com os seus amigos. Depois de algumas horas ingerindo bebidas alcóolicas voluntariamente, deixa o bar e, no caminho de casa, resolve matar uma pessoa em situação de rua com a qual tinha desen- tendimento anterior. Durante o processo, a Defesa de Marce- lo alega que ele não tinha condição de responder pelos seus atos (ausência de culpabilidade), pois estava completamente embriagado. Tendo como base o caso concreto, a tese da Defesa de Marcelo a) não está correta, pois a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos não exclui a imputabilidade penal. b) não está correta, pois a embriaguez proveniente de caso fortuito ou força maior não isenta de pena, ainda que ele fosse, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente inca- paz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar- -se de acordo com esse entendimento. c) está correta, pois a embriaguez pelo álcool ou substância de efeitos análogos, mesmo voluntária, exclui a imputabilida- de penal. d) não está correta, pois apenas a embriaguez voluntária decorrente do uso de entorpecentes (drogas) exclui a impu- tabilidade penal. e) está correta, de modo que Marcelo não responderá pelo crime na medida em que tinha desentendimento anterior com a vítima, o que justifica a sua conduta. 25. (FGV — 2020) Ramon foi denunciado pela prática de um cri- me de estupro simples, sendo constatado ao longo da instru- ção, por meio de exame de insanidade mental, que, na data dos fatos, ele era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato em razão de desenvolvimento mental incompleto. Confirmada a autoria e a materialidade, no momento das alega- ções finais, caberá ao promotor de justiça buscar: a) o reconhecimento da autoria e materialidade, sendo, porém, o agente isento de pena, de modo que caberá aplica- ção de medida de segurança em razão da inimputabilidade de Ramon; b) a absolvição própria do agente, não sendo aplicada qual- quer pena privativa de liberdade ou medida de segurança, diante da inimputabilidade do agente; c) a absolvição imprópria de Ramon, aplicando-se pena pri- vativa de liberdade, com causa de diminuição de pena em razão da inimputabilidade; d) a condenação do réu, reduzindo-se a pena aplicada, porém, em um a dois terços em razão da semi-imputabilidade do agente; e) a absolvição imprópria de Ramon, aplicando-se medida de segurança, diante da semi-imputabilidade do agente. N O ÇÕ ES D E D IR EI TO P EN A L 5 Æ CONCURSO DE PESSOAS (ARTS. 29 A 31 DO CP) 26. (FGV — 2024) Acerca do concurso de agentes, analise as afir- mativas a seguir. I. O Código Penal vigente adota a teoria monista estrita quanto ao concurso de agentes. II. A cooperação dolosamente distinta implica no fato de que, embora um dos agentes tenha almejado praticar infração penal menos grave do que o resultado pretendido e concretizado pelos demais agentes, todos os concorrentes responderão soli- dariamente pelo fato concretizado, ainda que mais grave. III. A participação do agente na infração penal pode ocorrer desde a fase da cogitação até a consumação, porém, a relevân- cia penal da conduta do partícipe é condicionada, salvo dispo- sição em contrário, ao ingresso do autor na fase da execução. Está correto o que se afirma em a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) I e III, apenas. e) II e III, apenas. 27. (FGV — 2022) Determinado fiscal de trânsito, por imprudên- cia, autoriza um motorista a passar o sinal vermelho e este vem a atropelar um pedestre. Nessa hipótese o fiscal de trânsito responderá: a) em coautoria com o motorista, pela mesma conduta; b) por participação, por instigação, com o motorista; c) por participação, por auxílio, com o motorista; d) por participação, por induzimento, com o motorista; e) como autor, independentemente da responsabilidade alheia. 28. (FGV — 2022) Fuminho é o líder de uma organização cri- minosa. Após ter sido informado da traição de um membro do grupo, Fuminho determina a um subordinado direto que providencie a execução do traidor. Na mesma noite, a ordem é transmitida a Chico Bala, integrante do nível mais baixo da organização, que executa o dissidente, conforme determinado por Fuminho. Considerados os postulados da teoria do domínio do fato, assi- nale a afirmativa correta sobre o homicídio. a) Fuminho é o único autor do crime. b) Fuminho cometeu o crime em autoria mediata. c) Chico Bala é partícipe no crime. d) Chico Bala é o único autor do crime. e) Fuminho é partícipe por instigação. Æ PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE: ESPÉCIES, REGIMES E PROGRESSÃO (ARTS. 32 A 42 E 53 DO CP) 29. (FGV — 2024) Caio e João, policiais militares, realizavam poli- ciamento ostensivo, ocasião em que, observando as formalida- des legais, abordaram Tício, mas nada de ilícito foi arrecadado com o agente. Em conversa com os policiais, Tício afirmou que está cumprindo pena, em uma colônia agrícola, em razão de um crime perpetrado no passado. Considerando as disposições do Código Penal, Tício está cum- prindo pena no regime: a) semiaberto, sendo certo que o trabalho externo é admissível; b) semiaberto, sendo certo que o trabalho externo é proibido; c) fechado, sendo certo que o trabalho externo é admissível; d) aberto, sendo certo que o trabalho externo é admissível; e) aberto, sendo certo que o trabalho externo é proibido. 30. (FGV — 2024) No Brasil, o gênero “infrações penais” é sub- dividido em duas espécies: os crimes ou delitos (expressões sinônimas) e as contravenções penais. Uma diferença entre tais categorias é baseada na consequência punitiva da lesão causa- da ao ordenamento jurídico. Destarte, nos termos da legislação vigente, em relação às con- travenções, assinale a afirmativa correta. a) É aplicável apenas a pena de multa. b) São aplicáveis as penas de reclusão e detenção. c) São aplicáveis as penas de prisão simples e multa, alternati- va ou cumulativamente. d) São aplicáveis as penas de detenção e multa. e) São aplicáveis as penas de reclusão e multa. 31. (FGV — 2024) A casa de albergado é destinada ao cumpri- mento das penas a) restritivas de direitos, em regime aberto. b) privativas de liberdade de detenção, em regime semiaberto. c) privativas de liberdade de reclusão ou detenção, em regime aberto. d) restritivas de direitos, em regime misto. e) privativas de liberdade de reclusão, em regime disciplinar diferenciado. 32. (FGV — 2022) Em relação ao tema “detração” (Art. 42 do CP), é correto afirmar que: a) não é possível a detração da medida de segurança do tempo de prisão provisória no Brasil ou no estrangeiro; b) detração engloba intervalos compulsórios e voluntários de recolhimento domiciliar; c) o período de recolhimento domiciliar fiscalizado por moni- toramento eletrônico deve ser detraído; d) o período de medida cautelar de recolhimento domiciliar noturno sem fiscalização eletrônica não pode ser detraído. Æ DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS (ARTS. 43 A 48 E 54 A 57 DO CP) 33. (FGV — 2022) Sobre a aplicação das penas no Direito Penal, assinale a afirmativa correta. a) Rafael, policial civil, foi condenado a uma pena de 2 anos de detenção por ter invadido, à revelia dos ocupantes, imóvel habitado, sem autorização judicial. Neste caso, Rafael pode ter a pena privativa de liberdade substituída pela suspensão do cargo público pelo prazo de um a seis meses. b) Rodrigo, policial militar e em serviço, praticou o delito de corrupção passiva. Neste caso, se aplicada pena inferior a quatro anos, Rodrigo pode se beneficiar da substituiçãopor restritiva de direitos prevista no Art. 44 do Código Penal. c) Rodolfo foi condenado a uma pena de 12 anos de reclusão por um determinado crime e, na mesma sentença, a uma pena de 1 ano de detenção por outro fato. Neste caso, caberá a substituição da pena de detenção por restritiva de direi- tos, a ser executada após a pena privativa de liberdade. d) Rogério, empresário, foi condenado pela supressão frau- dulenta de ICMS apurado no valor total de dois milhões de reais. Neste caso, pode ser fixada pena de prestação pecu- niária equivalente ao valor do tributo suprimido, em substi- tuição à pena privativa de liberdade. 6 e) Renato, ocupando função de confiança, solicitou vantagem indevida para deixar de praticar ato de ofício, o qual efe- tivamente não se realizou. Por incidirem duas causas de aumento de um terço, a pena deverá ser aumentada de 2/3. 34. (FGV — 2019) Lúcio, reincidente em razão de condenação definitiva anterior pela prática de crime de uso de documen- to falso, foi denunciado pela suposta prática de dois crimes de furto simples tentados, em concurso formal. Encerrada a ins- trução, após confissão do réu em interrogatório, e estando o processo com o juiz para a sentença, Lúcio procura o Defensor Público para esclarecimentos acerca do processo dosimétrico e da forma como será executada a pena no caso de procedên- cia da pretensão punitiva, esclarecendo que os fatos ocorreram dois anos antes e que, atualmente, encontra-se casado, com filho bebê e trabalhando com carteira assinada. Considerando apenas as informações expostas, na oportunida- de, deverá ser esclarecido por sua defesa técnica que: a) o aumento da pena em razão do concurso formal de crimes deve ocorrer antes da redução realizada pela tentativa, e a definição do quantum a ser majorado em razão dessa causa de aumento deve ter por base as circunstâncias judiciais do Art. 59 do Código Penal; b) a aplicação da pena privativa de liberdade e de multa, em não havendo desígnios autônomos, no concurso formal de crimes, de acordo com as previsões do Código Penal, se dará com base no princípio da exasperação; c) a sua condição de tecnicamente reincidente, por si só, não impede de forma absoluta a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos; d) a presença de uma circunstância agravante e de uma causa de diminuição da pena faz com que o juiz deva compensá- -las na segunda fase do processo dosimétrico; e) a reincidência, como circunstância agravante preponde- rante, não poderá ser compensada com eventual confissão. Æ DA PENA DE MULTA (ARTS. 49 A 52 E 58 DO CP) 35. (FGV — 2022) Antônio foi condenado em definitivo pela prá- tica de diversos crimes em concurso material. Além da privação da liberdade, também foi condenado, cumulativamente, à pena de multa e à obrigação de ressarcir os danos causados às víti- mas das práticas criminosas. Em caso de falecimento de Antônio, com base no texto consti- tucional, é correto afirmar que, a) à exceção das penas privativas de liberdade, todas as demais podem ser estendidas aos sucessores de Antônio até o limi- te do valor do patrimônio transferido. b) pelo princípio da intransmissibilidade da pena, nenhuma das obrigações ou penas decorrentes da prática criminosa pode ser transferida aos sucessores de Antônio. c) apenas a pena de multa e obrigações de cunho patrimonial podem ser estendidas aos sucessores de Antônio até o limi- te do valor do patrimônio transferido. d) a obrigação de reparar os danos causados às vítimas pode ser estendida aos sucessores de Antônio e contra eles exe- cutada até o limite do valor do patrimônio transferido. Æ DA APLICAÇÃO DA PENA (ARTS. 59 A 68 DO CP) 36. (FGV — 2023) Dario, usuário eventual de cocaína, preten- dendo cometer um crime, faz uso da droga, para ficar mais “ligado”. Na sequência, já com a capacidade de autodetermina- ção reduzida, e usando um simulacro de arma de fogo, rende Elisa, exigindo dela que lhe faça um Pix no valor de R$ 2.000,00. Ao lhe passar os dados para a operação, contudo, Dario se con- funde, fornecendo-lhe a chave Pix errada, vindo a transferência a ser feita para a conta bancária de um terceiro. Diante do caso narrado, é correto afirmar que Dario cometeu crime de extorsão: a) com a pena agravada; b) na forma tentada; c) com a incidência de causa de aumento de pena; d) devendo as penas ser diminuídas, tendo em vista que ele estava com a capacidade de autodeterminação reduzida, em consequência do consumo de droga; e) na forma tentada, devendo a pena privativa de liberdade ser substituída por medida de segurança, pois ele estava com a capacidade de autodeterminação reduzida, em consequên- cia do consumo de droga. 37. (FGV — 2023) Em um processo criminal no qual o réu res- ponde por crime de estelionato, praticado contra idoso, do qual resultou prejuízo de R$ 1.500,00, restam demonstradas a auto- ria e a materialidade delitiva, apurando-se ainda que, depois do recebimento da denúncia, o réu ressarciu o lesado do prejuízo decorrente do crime. Diante do caso narrado, o juiz deve: a) absolver o réu, reconhecendo a falta de justa causa; b) absolver o réu, reconhecendo a incidência do princípio da bagatela; c) condenar o réu, reconhecendo a incidência de circunstân- cia judicial favorável ao réu (consequências do crime) e de causa de aumento de pena (crime cometido contra idoso); d) condenar o réu, reconhecendo a incidência de circunstân- cia agravante (crime praticado contra maior de 60 anos) e de causa de diminuição de pena (arrependimento posterior); e) condenar o réu, reconhecendo a incidência de circunstân- cia atenuante (ter o agente, antes do julgamento, reparado o dano) e de causa de aumento de pena (crime cometido con- tra idoso). Æ DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA E DA REABILITAÇÃO (ARTS. 93 A 99 DO CP) 38. (FGV — 2023) Marx foi condenado à pena de reclusão de quatro anos pela prática de corrupção passiva, bem como foi decretada a perda de seu cargo público. Sua pena foi extinta em outubro de 2020. Em seguida, Marx se mudou para a Áustria, local de residência de seus pais. Em novembro de 2022, retor- nou ao Brasil com a pretensão de realizar novo concurso públi- co, o que o motivou a requerer a sua reabilitação. Diante desses fatos, é correto afirmar que: a) a reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da conde- nação relativos à perda do cargo público, sendo possível a reintegração de Marx na situação anterior; b) a reabilitação deverá ser indeferida, uma vez que para ser requerida é necessário o decurso de cinco anos do dia em que foi extinta a pena, o que não ocorreu; c) o fato de Marx ter se mudado para a Áustria o impede de ter a reabilitação deferida em novembro de 2022, em razão da ausência de domicílio no Brasil; d) poderá haver deferimento da reabilitação na hipótese de Marx ter ressarcido o dano causado pelo crime e desde que tenha dado, durante o período de dois anos, demonstra- ção efetiva e constante de bom comportamento público e privado; e) a reabilitação eventualmente deferida poderá ser revogada caso Marx seja condenado, por decisão definitiva, à pena privativa de liberdade ou de multa. N O ÇÕ ES D E D IR EI TO P EN A L 7 39. (FGV — 2023) Acerca das medidas de segurança previstas na legislação brasileira, analise as seguintes afirmativas a seguir: I. Em relação à medida de segurança de internação, o trânsito em julgado da decisão absolutória imprópria é indispensável à sua execução e o cumprimento se dará junto à unidade de tra- tamento ambulatorial; II. É possível submeter o agente Inimputável a tratamento ambulatorial, se o fato típico e antijurídico praticado for punível com pena de detenção; III. A reforma do Código Penal operada pelo Pacote Anticrime (Lei n° 13.964/19) implantou o sistema vicariante, no qual a pena privativa de liberdade pode ser aplicada em conjunto com as medidas de segurança, a depender da avaliação das circuns- tâncias judiciais. Estácorreto o que se afirma em a) III, apenas. b) I e III, apenas. c) II, apenas. d) I, apenas. e) I, II e III. 40. (FGV — 2021) Quando alguém for considerado inimputável, não cumprirá pena se delinquir, mas serão aplicadas as medi- das de segurança previstas na lei penal. A interrupção dessas medidas será feita: a) quando houver cura aparente; b) quando cessar sua periculosidade; c) depois de um ano de aplicação das medidas; d) quando o surto do transtorno mental durar mais de um ano; e) quando o agente tiver cumprido o tempo correspondente a 1/6 da pena a que deveria ser condenado se fosse imputável. Æ CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE (ARTS. 107 E 120 DO CP) 41. (FGV — 2024) Wallace, presidente da República, editou um decreto com o objetivo de extinguir a punibilidade de todos os condenados pela prática do crime de estelionato que, após o início do cumprimento da pena, tenham sido acometidos por paraplegia, comprovada por laudo médico oficial ou, na sua fal- ta, por médico designado pelo juízo da execução, observados os demais requisitos previstos em lei. Considerando as disposições do Código Penal, a punibilidade dos condenados que se encontram na situação supramencio- nada será extinta em razão do(a): a) perdão judicial; b) perempção; c) indulto; d) anistia; e) graça. 42. (FGV — 2023) A expressão abolitio criminis corresponde à extinção a) da punibilidade em razão do pagamento da indenização decorrente do crime. b) nominal do crime, ainda que haja manutenção alhures da estrutura típica. c) da punibilidade pela retroatividade de lei descriminalizadora. d) da punibilidade em razão da entrada em vigor de lei mitiga- dora da sanção penal aplicável ao apenado. e) da punibilidade por força de decreto emanado do Presiden- te da República. Æ DA PRESCRIÇÃO (ARTS. 108 A 119 DO CP) 43. (FGV — 2022) Determinado agente foi imputado pela prática de crime de roubo, na forma simples. No curso da instrução, a partir do surgimento de novas provas, foi realizado o aditamento à denúncia, com inclusão de dois novos coautores, com a carac- terização de concurso de agentes entre estes e o agente original. O recebimento do aditamento à denúncia a) sempre constitui marco interruptivo da pretensão punitiva e produz efeitos relativos a todos os acusados. b) sempre constitui marco interruptivo da pretensão punitiva, mas não produz efeitos relativos ao réu original. c) constitui, ressalvados os casos de cumprimento de pena e reincidência, marco interruptivo da pretensão punitiva, mas não produz efeitos relativos ao réu original. d) constitui, ressalvados os casos de cumprimento de pena e reincidência, marco interruptivo da pretensão punitiva e produz efeitos relativos a todos os acusados. e) não produz efeitos no marco interruptivo da pretensão punitiva, posto já operados com a imputação original, a inclusão superveniente de novos imputados. 44. (FGV — 2022) Em relação à prescrição como causa de extin- ção da punibilidade, é correto afirmar que: a) os prazos prescricionais previstos para as penas privativas de liberdade não se aplicam às penas restritivas de direito; b) o prazo prescricional começa a correr, antes de a sentença transitar em julgado, nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; c) os prazos prescricionais se reduzem de 1/3 se o criminoso era, ao tempo do crime, maior de 70 anos; d) o curso do prazo prescricional se interrompe pelo ofereci- mento da denúncia; e) a prescrição da pena de multa ocorrerá em três anos quan- do a multa for a única pena cominada ou aplicada. Æ FUNCIONÁRIO PÚBLICO PARA FINS PENAIS (ART. 327 DO CP) 45. (FGV — 2022) De acordo com o Art. 327, §2º, do Código Penal, “A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empre- sa pública ou fundação instituída pelo poder público”. Na hipótese dos agentes que se enquadram na situação do Art. 327, §1º, do Código Penal (“Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Adminis- tração Pública”), a mencionada causa de aumento de pena: a) não deve incidir, pois os próprios elementos do tipo não podem ser utilizados para majoração da pena; b) deve incidir, desde que o agente tenha praticado o fato no exercício do cargo; c) não deve incidir, pois a majoração da pena fica reservada para quem é ocupante de cargo efetivo; d) deve incidir, desde que o agente permaneça no exercício do cargo quando do julgamento; e) não deve incidir, pois a majoração da pena destina-se a quem já ocupava cargo distinto daquele em comissão. 8 46. (FGV — 2022) Em relação à possibilidade de imputação de um crime funcional a uma pessoa que não ostente a posição de funcionário público, é correto afirmar que: a) não é possível a imputação, pois não se comunicam as cir- cunstâncias e as condições de caráter pessoal; b) é possível a imputação de um crime funcional próprio a um particular que tenha contribuído para a prática delitiva; c) é possível a imputação de um crime funcional impróprio a um particular que tenha contribuído para a prática delitiva; d) é possível a imputação de um crime funcional próprio ou impróprio a um particular que tenha contribuído para a prática delitiva; e) não é possível a imputação, pois a condição de funcionário público é elementar subjetiva que não se comunica. 47. (FGV — 2022) O artigo 327 do Código Penal traz o conceito penal de funcionário público, especificando em seu parágrafo único o conceito de funcionário público por equiparação. Sobre esse tema, é correto afirmar que: a) o desenvolvimento de ação criminosa envolvendo interesse de entidade paraestatal é suficiente para atrair a incidência do conceito de funcionário público por equiparação; b) empregado de empresa privada, concessionária de serviço público, que subtraia para proveito próprio valores desti- nados à realização de serviços particulares, responde por peculato furto; c) o diretor de uma Santa Casa de Misericórdia, ente respon- sável por prestação de serviço na área de saúde, que se aproprie de valores públicos, responderá por apropriação indébita; d) há equiparação quando o trabalhador de empresa presta- dora de serviços contratada executa atividade típica para a Administração Pública; e) não há equiparação quando o trabalhador de empresa prestadora de serviços conveniada exerce atividade atípica da Administração Pública. Æ PECULATO (ART. 312 DO CP) 48. (FGV — 2024) Um determinado juiz atuante em Vara Crimi- nal determinou a busca e apreensão de automóvel particular blindado, sendo este pertencente a réu acusado em caso de corrupção que resultou em vultoso desvio de recursos públicos. O magistrado, como vinha recebendo ameaças de morte, resol- veu unilateralmente se apropriar de tal bem e passou a utilizar o veículo somente para seus deslocamentos ao trabalho. Con- tudo, após se remover para uma Vara Cível, o juiz passou a tam- bém utilizar o veículo para ir aos jogos de futebol do seu clube preferido. Diante da situação narrada, é correto afirmar que o juiz praticou o crime de a) excesso de exação. b) corrupção passiva. c) peculato. d) usurpação de função pública. 49. (FGV — 2024) Tício, agente público de direito, é o respon- sável pela área de informática da Administração Pública Alfa, tendo a posse, em razão do cargo, de diversos equipamentos de alta tecnologia, avaliados em milhares de reais. Em razão da responsabilidade inerente à função exercida, Tício é rotineira- mente orientado, pelos superiores hierárquicos e no âmbito de cursos de aprimoramento, sobre os deveres de segurança que deve observar na repartição pública. Nada obstante, em um determinado dia, João, um novo colega,pediu para conversar e se apresentar a Tício em seu gabinete. O pedido foi prontamente aceito, sendo certo que Tício, de forma negligente, deixou de adotar todos os procedimentos de segu- rança previstos e que eram do seu conhecimento. Nesse con- texto, já no interior do gabinete, João, dolosamente e sem que o primeiro percebesse, subtraiu um notebook da Administração Pública, colocando-o em sua mochila. Nesse cenário, considerando as disposições do Código Penal, é correto afirmar que Tício a) responderá por peculato mediante erro de outrem, sendo certo que eventual reparação do dano causado por parte de Tício, antes da prolação de sentença, dará ensejo à redução da pena pela metade. b) responderá por peculato culposo, sendo certo que even- tual reparação do dano causado por parte de Tício, antes da prolação de sentença, dará ensejo à redução da pena pela metade. c) responderá por peculato culposo, sendo certo que eventual reparação do dano causado por parte de Tício, antes da pro- lação de sentença, dará ensejo à extinção de punibilidade. d) não responderá por qualquer crime, porquanto o Código Penal não tipifica o crime de peculato mediante erro de outrem. e) não responderá por qualquer crime, porquanto o Código Penal não tipifica o crime de peculato culposo. 50. (FGV — 2024) João, agente público, se apropriou, em provei- to próprio e atuando com vontade e consciência, de um com- putador portátil, pertencente ao município Alfa, de que tinha a posse em razão da função pública desempenhada, avaliado em três mil reais. Nesse cenário, considerando as disposições do Código Penal, é correto afirmar que João: a) não responderá por qualquer crime, pois o peculato não é criminalizado na modalidade culposa; b) não responderá por qualquer crime, em razão do reduzido valor do bem apropriado; c) responderá pelo crime de corrupção passiva; d) responderá pelo crime de peculato culposo; e) responderá pelo crime de peculato doloso. 51. (FGV — 2024) Luiz, servidor público federal, se apropriou, em proveito próprio e agindo dolosamente, de um compu- tador portátil público de que tinha a posse em razão do cargo ocupado. Nos dois dias subsequentes, o referido agente público repetiu a conduta perpetrada, apropriando-se de outros com- putadores portáteis públicos de que também tinha a posse, nas mesmas condições de tempo, lugar e maneira de execução. Nesse cenário, considerando as disposições do Código Penal, Luiz responderá pelos crimes de: a) corrupção passiva, em continuidade delitiva; b) corrupção passiva, em concurso material; c) corrupção ativa, em concurso material; d) peculato, em continuidade delitiva; e) peculato, em concurso material. 52. (FGV — 2024) Wagner, policial, se apropriou, em proveito pró- prio e agindo dolosamente, de joias avaliadas em R$ 10.000,00 (dez mil reais) que foram apreendidas em uma operação reali- zada pela instituição a que pertence. Registre-se que o policial estava na posse dos bens móveis em razão do cargo ocupado. Nesse cenário, considerando as disposições do Código Penal, Wagner responderá pelo crime de: a) peculato mediante erro de outrem; b) corrupção passiva; N O ÇÕ ES D E D IR EI TO P EN A L 9 c) peculato culposo; d) corrupção ativa; e) peculato. 53. (FGV — 2024) Marcela, empregada celetista de sociedade empresária terceirizada de determinado órgão público, sub- traiu uma valiosa obra de arte pertencente à repartição pública, valendo-se do acesso facilitado pelo seu vínculo empregatício. Entretanto, após a subtração da peça, que pretendia revender, percebeu que seria descoberta, pois havia câmeras de seguran- ça que registraram toda a ação. Marcela soube que as autorida- des competentes já haviam sido acionadas para que se iniciasse a persecução penal e, por isso, decidiu restituir a peça, o que foi feito antes mesmo do recebimento da denúncia. Sobre os fatos, assinale a afirmativa correta. a) Marcela pode ter a pena reduzida pelo arrependimento posterior, ante a integral restituição antes do recebimento da denúncia. b) Ocorreu uma tentativa inidônea, pois as câmeras de vigi- lância tornariam impossível a consumação da subtração. c) Marcela não é funcionária pública, devendo ser responsabi- lizada por furto qualificado pelo abuso de confiança. d) Marcela pode ser beneficiada pela exclusão da tipicidade do arrependimento eficaz, afastando-se a sua responsabilida- de penal pelo fato. e) Há extinção da punibilidade do delito de peculato pela resti- tuição integral da coisa antes da sentença. 54. (FGV — 2024) João Silva, Auditor de Finanças e Controle do Tesouro do Estado Alfa, com vontade livre e consciente, no exercício da função pública, desviou dinheiro público de que tinha posse em razão do cargo, em proveito de seu irmão José. Assim agindo, João Silva praticou crime de a) emprego ilegal de verbas ou rendas públicas. b) concussão. c) peculato. d) corrupção ativa. e) prevaricação. 55. (FGV — 2024) Jonas, ocupante de um cargo em comissão no âmbito de uma empresa pública, agindo com dolo, apropriou- -se, em proveito próprio, de determinado computador portá- til de alta complexidade, pertencente à estatal, de que tinha a posse em razão do cargo ocupado. Registre-se que o bem móvel apropriado foi avaliado em R$ 100.000,00 (cem mil reais). Nesse cenário, considerando as disposições do Código Penal, é correto afirmar que Jonas responderá pelo crime de a) peculato, com a incidência de uma causa de aumento de pena, pois o autor é ocupante de cargo em comissão em empresa pública. b) corrupção passiva, com a incidência de uma causa de aumen- to de pena, em razão do elevado valor do bem apropriado. c) corrupção passiva qualificada, pois o autor é ocupante de cargo em comissão em empresa pública. d) peculato qualificado, em razão do elevado valor do bem apropriado. e) corrupção ativa qualificada, em razão do elevado valor do bem apropriado. 56. (FGV — 2024) Caio, agente público no Estado Alfa, apropriou- -se, dolosamente e em proveito próprio, de um automóvel públi- co de que tinha a posse em razão do cargo ocupado. O referido servidor assim agiu com o objetivo de vender o bem móvel no mercado paralelo, angariando fundos para deixar o país. Nesse cenário, considerando as disposições do Código Penal, é correto afirmar que Caio responderá pelo crime de a) exercício arbitrário das próprias razões. b) condescendência criminosa. c) advocacia administrativa. d) excesso de exação. e) peculato. 57. (FGV — 2024) Maria, funcionária pública, propõe a João, pro- fissional liberal, ação conjunta visando à subtração de bem per- tencente ao órgão público em que trabalha, aproveitando-se da ausência de vigilância no estabelecimento. Sobre a situação, é correto afirmar que: a) Maria responderá pelo crime de peculato-furto e João, pelo crime de furto, pois o peculato-furto é um crime funcional próprio; b) Maria responderá pelo crime de peculato-furto e João não responderá por nenhum delito, por não ser funcionário público; c) segundo posição do Superior Tribunal de Justiça, a depen- der do valor do bem subtraído por Maria e João, é possível aplicar o princípio da insignificância; d) João responderá por peculato-furto, pois ciente da condição funcional de Maria; e) Maria e João responderão pelo delito de furto, pois o pecula- to só admite as formas de apropriação ou desvio. 58. (FGV — 2024) Miguel, funcionário público, combina com Mário, desempregado, a subtração de bens do Município, valen- do-se o primeiro, sem a ciência de Mário, das oportunidades proporcionadas pelo cargo que ocupa. Acerca dessa situação hipotética, é correto afirmar que a) Miguel cometeu o crime de apropriação indébita. b) Miguel praticou o crime de peculato. c) Miguel praticou o crime de descaminho. d) Mário praticou o crime de concussão. e) Mário cometeu o crime de associação criminosa. 59. (FGV — 2023) João é servidor público do Estado de Santa Catarina. Vendo que sua repartição conta comcomputadores modernos, muito valiosos no mercado, acerta com José, seu amigo, que usualmente pratica roubos e furtos (o qual se sabe já ter sido condenado, com pena extinta há um ano pelo seu cumprimento), a subtração dos referidos computadores para posterior revenda. No dia combinado, João, valendo-se do acesso facilitado à repartição pública, ingressa no local, permite a entrada de José, e ambos subtraem, para si, cerca de 10 computadores portáteis. Considerando a situação narrada, sobre o concurso de pessoas, assinale a afirmativa correta. a) João e José deverão responder por peculato, ainda que ape- nas João seja servidor público, pois esta circunstância é ele- mentar do tipo. b) A circunstância de João ser servidor público é personalís- sima, não podendo atingir José, que responderá por crime patrimonial comum. c) De acordo com a teoria do domínio do fato, apenas João poderia ser considerado autor, pois é o único com acesso à repartição pública. d) A reincidência de José, por repercutir na reprovação do ilícito, é uma circunstância objetiva, que se comunica aos demais coautores. e) De acordo com a teoria monista, ainda que José não soubes- se do fato de João ser servidor público, deveria responder por peculato. 10 60. (FGV — 2023) Débora, arquiteta e sem vínculo permanen- te com a Administração Pública, atuando como perita judicial, recebe honorários, mas não realiza o trabalho pericial. Intima- da pelo juiz da causa para devolver a quantia, não o faz. A conduta de Débora se amolda ao crime de: a) apropriação indébita (Art. 168 do CP); b) peculato (Art. 312 do CP); c) estelionato (Art. 171 do CP); d) advocacia administrativa (Art. 321 do CP); e) falsa perícia (Art. 342 do CP). 61. (FGV — 2023) João, guarda municipal, se aproveita da sua condição de funcionário público e do fácil acesso aos bens da Prefeitura que o cargo lhe proporciona para subtrair, sem vio- lência ou grave ameaça, dois computadores do ente público. De acordo com o Código Penal, João praticou o crime de a) peculato. b) furto. c) roubo. d) corrupção passiva. e) concussão. 62. (FGV — 2022) Semprônio, conhecido autor de delitos patri- moniais, convence Marcondes, estagiário do Ministério Públi- co do Estado da Bahia, a valer-se da facilidade proporcionada pela função pública exercida e permitir o seu acesso à sede da instituição. Semprônio e Marcondes ingressam em sala-cofre contendo telefones celulares e valores em espécie apreendidos por força de operação do Ministério Público deflagrada no dia anterior, utilizando-se do crachá do estagiário, subtraindo em seguida o material sob custódia da instituição. Com base no exposto, é correto afirmar que: a) Marcondes não pode ser considerado como funcionário público para fins penais; b) o delito de peculato é próprio, razão pela qual apenas Mar- condes responderá pela infração, enquanto Semprônio deverá responder somente por furto; c) Semprônio e Marcondes responderão por peculato, uma vez que é irrelevante a condição de funcionário público para caracterização do delito; d) Marcondes e Semprônio responderão pelo delito de pecula- to, uma vez que a condição de funcionário público do agen- te corresponde a circunstância inerente ao tipo penal, que se comunica ao extraneus; e) Semprônio e Marcondes responderão por furto, uma vez que a tipificação pelo delito de peculato tem como objeto material apenas os bens de titularidade pública. 63. (FGV — 2022) Em relação ao crime de peculato-desvio, é cor- reto afirmar que a) o agente atua no sentido de inverter a posse da coisa, agin- do como se fosse dono. b) o mero proveito econômico não é suficiente para tipificar o crime. c) se consuma no momento em que o agente manifesta a intenção de desviar a coisa. d) a obtenção de proveito próprio é requisito para a consuma- ção do crime. e) a obtenção de proveito alheio é requisito para a consuma- ção do crime. 64. (FGV — 2022) Sem ter acesso direto ao valor em espécie, determinado prefeito desvia grande soma de recursos público de empresas públicas municipais, utilizando o valor para cus- tear sua campanha de reeleição. Considerando que as empresas públicas gozam de autonomia administrativa e financeira, é correto afirmar que o prefeito a) praticou corrupção ativa. b) praticou corrupção passiva. c) praticou peculato-desvio. d) praticou apropriação indébita. e) não praticou crime. 65. (FGV — 2022) João e Paulo são empregados do setor finan- ceiro de uma empresa pública sobre cuja conta bancária Paulo tem poder de gestão. Para aliviar os problemas financeiros de Paulo, João sugere que ele saque, da conta bancária da empresa, R$ 8.000,00 (oito mil reais) que não estão contabilizados, de modo que dificilmente alguém notaria a falta desse resíduo financeiro. Paulo agradece a ideia do colega, saca o dinheiro e paga a alguns credores. Com base no caso descrito, assinale a afirmativa correta. a) João é partícipe do crime de peculato cometido por Paulo. b) João e Paulo cometeram o delito de apropriação indébita. c) Paulo não pode ser autor do crime de peculato, pois não é classificado como funcionário público para fins penais. d) João cometeu o delito de corrupção ativa ao instigar um funcionário público a obter vantagem indevida. e) Paulo será isento de pena se, antes do trânsito em julgado da condenação, restituir à empresa pública todo o valor sacado. 66. (FGV — 2021) Desejando apropriar-se de dinheiro público, Caio, funcionário concursado da Prefeitura de Manaus, elabora o seguinte plano criminoso: (1) valendo-se de seu cargo e fun- ção na secretaria de fazenda daquele município, Caio cadas- tra a conta-corrente da empresa de seu cunhado Tício como sendo uma das contas de uma das empresas que vencera uma licitação para execução de serviços à prefeitura; (2) ao realizar a autorização para pagamento dessa empresa, Caio destina apenas 95% dos valores à conta-corrente da empresa regular- mente contratada e 5% para a conta-corrente da empresa de seu cunhado; (3) Tício, por sua vez, saca os valores, dividindo-os com Caio na proporção de 50% para cada um; (4) Mévio, também funcionário concursado da prefeitura e trabalhando na mesma secretaria, cuja responsabilidade é conferir os pagamentos autorizados por Caio antes da liberação, deixa, por negligência, de fazer a conferência, de modo que o desvio ocorre. A responsabilidade penal de Caio, Tício e Mévio, respectiva- mente, se configura como: a) peculato doloso, estelionato qualificado, peculato culposo; b) peculato doloso, peculato doloso, peculato culposo; c) peculato culposo, peculato doloso, nenhum crime; d) peculato doloso, peculato doloso, nenhum crime; e) estelionato qualificado, estelionato qualificado, nenhum crime. 67. (FGV — 2021) Lucas, funcionário público estadual que atua em unidade policial, durante o exercício de suas funções, escu- tou uma gritaria do lado de fora da Delegacia, razão pela qual foi rapidamente ao local para verificar o que ocorria, acabando por esquecer o cofre da unidade, onde eram guardados bens púlicos de relevante valor, aberto. Frederico, também funcioná- rio público que atuava na mesma unidade, aproveitando-se do descuido de Lucas, subtraiu, do interior do cofre, um aparelho de gravação, avaliado em R$2.000,00. N O ÇÕ ES D E D IR EI TO P EN A L 11 Na noite daquele mesmo dia, Lucas percebeu o ocorrido e, preo- cupado, reparou o prejuízo ao erário. Com base apenas nos fatos expostos, é correto afirmar que a conduta de Lucas, em tese, a) não tipifica crime contra a Administração Pública, diante da ausência de dolo. b) tipifica o crime de peculato culposo, e, em caso de condena- ção, poderá incidir a causa de redução de pena pela repara- ção do dano. c) tipifica o crime de peculato culposo, podendo incidir a ate- nuante da reparação do dano. d) tipifica o crime de peculato culposo, restando extinta a sua punibilidade pela reparação do dano. e) tipifica crime de peculato doloso, em razãoda contribuição material para o crime praticado por Frederico. 68. (FGV — 2021) No interior de serventia extrajudicial, Joana buscava obter determinada certidão. Enquanto aguardava o fun- cionário, verificou que, do lado de dentro do balcão, havia um compartimento com moedas que eram utilizadas para facilitar a entrega de troco aos clientes. Diante da facilidade da situação, aproveitou para subtrair R$ 60,00 em moedas, valor que seria utilizado para comprar um presente de aniversário para sua filha. Ocorre que a conduta de Joana foi registrada pelas câmeras de segurança, chegando os fatos ao conhecimento da autoridade policial. Foi constatado, ainda, que Joana era primária, sem qual- quer envolvimento pretérito com o aparato policial ou judicial. Considerando apenas as informações expostas, a conduta pra- ticada por Joana se adequaria, abstratamente, ao delito de: a) peculato, sendo inaplicável o princípio da insignificância em razão da natureza de crime contra a Administração Pública; b) peculato, podendo ser aplicado o princípio da insignificân- cia, que afastaria a tipicidade da conduta; c) peculato, podendo ser aplicado o princípio da insignificân- cia, que afastaria a culpabilidade da agente; d) furto, podendo ser aplicado o princípio da insignificância, que afastaria a tipicidade da conduta; e) furto, podendo ser aplicado o princípio da insignificância, que afastaria a culpabilidade da agente. 69. (FGV — 2021) O funcionário público que, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário, pratica a) peculato. b) corrupção passiva. c) prevaricação. d) condescendência criminosa. e) descaminho. 70. (FGV — 2019) Determinado vereador faz uso de sua secre- tária parlamentar, paga pelo Erário Público, para tratar, entre outras atividades vinculadas ao seu cargo e função, dos seus interesses particulares. Neste caso, pratica a) fato penalmente atípico. b) crime de corrupção passiva. c) crime de corrupção ativa. d) crime de peculato. e) fato penalmente imune. 71. (FGV — 2019) Rogério, funcionário público municipal, no exer- cício de cargo em comissão, por ser pessoa de confiança dentro da estrutura da Administração Pública Direta, subtraiu, fora do horário de serviço, o laptop da repartição em que trabalhava. Para tanto, ele contou com a ajuda do primo João, que não tinha qualquer vínculo com o Poder Público, mas que, certamente, tinha conhecimento do cargo que Rogério exercia e da facilida- de que teriam em razão do acesso ao local dos fatos. Ocorre que a conduta dos primos foi registrada pelas câmeras de segurança, sendo as imagens encaminhadas para a autori- dade policial. Com base apenas nas informações narradas, é correto afirmar que a conduta de Rogério configura crime de a) peculato, sendo aplicável a ele causa de aumento de pena, em razão do cargo em comissão que exercia, responden- do João também pelo crime contra Administração Pública, apesar de este ser classificado como próprio. b) peculato simples, sem qualquer causa de aumento, já que o exercício de função de confiança é inerente à definição de funcionário público, respondendo João também pelo crime contra a Administração Pública, apesar da natureza própria do delito. c) peculato simples, sem qualquer causa de aumento, já que o exercício de função de confiança é inerente à definição de funcionário público, respondendo João pelo crime de furto, diante da natureza própria do delito. d) peculato, sendo aplicável a ele causa de aumento de pena em razão do cargo em comissão que exercia, respondendo João, porém, pelo crime de furto, diante da natureza própria do delito. e) furto qualificado pelo concurso de agentes, assim como João, já que os fatos ocorreram fora do horário de serviço. Æ PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM (ART. 313 DO CP) 72. (FGV — 2024) Acerca dos crimes contra a administração pública, assinale a afirmativa correta. a) O peculato culposo ocorre quando, por negligência, impru- dência ou imperícia, o servidor público se apropria de bem de que teve a posse em razão de sua função. b) O crime de peculato exige a apropriação, para si ou para outrem, de bem público, o reemprego do bem ou valor em finalidade pública diversa configura fato atípico, ainda que o agente obtenha, com essa conduta, alguma vantagem. c) No peculato doloso, a reparação integral do dano até a sen- tença extingue a punibilidade, se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. d) O agente que, mediante erro de outrem, se apropria de dinheiro ou utilidade que tenha recebido no exercício do cargo, responde por peculato mediante erro de outrem. e) Ao delito de peculato é aplicável o princípio da insignificân- cia, desde que presentes os requisitos, tais como mínima ofensividade da conduta e reduzido grau de reprovabilidade do comportamento. 73. (FGV — 2020) Ao receber a intimação para efetuar paga- mento decorrente de condenação judicial, o réu, pessoa de baixa instrução, entrega o valor pertinente ao oficial de justiça Roberto, que o utiliza para o pagamento de uma dívida própria. Sobre a conduta praticada por Roberto, é correto afirmar que: a) o fato é atípico porque o Código Penal não pune o chamado peculato de uso; b) foi cometido o crime de peculato mediante erro de outrem, já que o oficial de justiça não colaborou para o erro do sujei- to passivo; 12 c) Roberto deve responder pelo crime de peculato na modali- dade apropriação, definido no art. 312 do Código Penal; d) Roberto cometeu o crime de corrupção passiva porque recebeu vantagem indevida em razão do cargo; e) não há crime devido ao exercício regular de um direito. Æ INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES (ART. 313-A DO CP) 74. (FGV — 2019) João, servidor público ocupante de cargo efe- tivo de Analista de Sistemas, no exercício da função e na quali- dade de funcionário autorizado, inseriu dados falsos e alterou indevidamente dados corretos em sistema informatizado da Administração Pública estadual. João promoveu as citadas alte- rações em banco de dados que compila informações estatísti- cas sobre segurança pública, com objetivo de maquiar índices de criminalidade na região do Batalhão de Polícia Militar onde seu irmão é Comandante e com o fim de obter vantagem inde- vida para si, consistente no pagamento de oitenta mil reais. Ao receber o inquérito policial que apurou os fatos descritos contendo farta justa causa, o Promotor de Justiça deve ofere- cer denúncia em face de João, pela prática do crime, previsto no Código Penal: a) de inserção de dados falsos em sistema de informações, desde que se comprove que o agente efetivamente recebeu vantagem indevida; b) de inserção de dados falsos em sistema de informações, independentemente da comprovação de ter o agente efeti- vamente recebido o valor da vantagem indevida; c) contra a administração pública de corrupção passiva, inde- pendentemente da comprovação de ter o agente efetiva- mente recebido o valor da vantagem indevida; d) contra a administração pública de corrupção passiva, desde que se comprove que o agente efetivamente recebeu o valor da vantagem indevida; e) contra a administração pública de peculato, desde que se comprove que o agente efetivamente recebeu o valor da vantagem indevida. Æ CONCUSSÃO E EXCESSO DE EXAÇÃO (ART. 316 DO CP) 75. (FGV — 2022) O registrador titular do Ofício de Registro de Imóveis de determinada cidade, durante os meses de maio a junho do ano de 2021, cobrou, em cinco registros de imóveis, emolumentos que sabia indevidos, num total de R$ 30.000,00, ao aplicar procedimento diverso do estabelecido na Lei Com- plementar estadual que regula o tema, quando em um dos lados negociais existiam duas ou mais pessoas. Sobre o delito de excesso de exação, é correto afirmar que: a) o tipo penal pune a conduta de cobrança de tributo não devi-