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Classificação das drogas
1. Drogas Depressoras
2. Drogas Estimulantes
3. Drogas Perturbadoras
Cada droga de abuso tem o seu mecanismo de ação particular, mas todas elas atuam, direta ou indiretamente, ativando uma mesma região do cérebro: o sistema de recompensa cerebral. Estímulos prazerosos enviam um aumento de dopamina (através das suas diferentes vias) para o núcleo accumbens, principal região cerebral relacionada ao sistema de recompensas. Esse aumento de dopamina se associa a sensações de prazer, contribuindo para que a busca pela droga se torne cada vez mais provável.
Drogas Depressoras
As drogas depressoras incluem efeitos ansiolíticos, calmantes, sedativos, hipnóticos e anticonvulsivantes.
Drogas depressoras do SNC podem causar efeitos como dificuldade para ficar em pé, andar e/ou dirigir, amnésia e leve diminuição da pressão sanguínea.
ATENÇÃO! A gravidade do quadro de intoxicação pode se intensificar muito se a pessoa ingerir bebida alcoólica junto com os benzodiazepínicos, pois o efeito dos ansiolíticos fica potencializado (mais forte), podendo levar ao coma (grande diminuição do funcionamento cerebral), parada respiratória e até à morte.
Inalantes: dissolvem outras substâncias; evaporam facilmente.
• são inalados para acontecerem alterações psíquicas.
• cola de sapateiro, alguns produtos de limpeza, lança-perfume (“loló”), combustíveis (gás, gasolina, aguarrás), produtos de beleza (acetona, removedor de esmalte, sprays para cabelo).
Principais razões por trás do consumo de inalantes: efeito rápido (bem-estar, cabeça leve); baixo custo; fácil acesso; maior variedade de substâncias.
Assim como o álcool, os inalantes causam uma excitação inicial, desencadeando uma depressão profunda do SNC.
Assim, se dão 4 fases em relação ao uso de inalantes.
Principais sintomas crônicos decorrentes dos inalantes:
• pela via de administração - rinite, sangramento nasal, mau hálito, feridas bucais/nasais, conjuntivite, bronquite. 
• pela depressão do SNC - perda de apetite e peso, depressão, irritabilidade/agressividade, paranoia.
Óbitos provocados por inalantes:
• arritmia cardíaca que pode levar a uma parada cardíaca;
• sufocamento (saco plástico);
• quedas e acidentes devido à falta de coordenação motora. 
GABA ↑
Dopamin ↑
Glutamato ↓
Opiáceos: contêm ou são derivadas do ópio – podem ser opiáceos naturais (morfina, codeína) ou opiáceos semissintéticos, quando são resultantes de modificações parciais das substâncias naturais (como analgésicos, ou o caso da heroína).
Chance considerável de causar dependência.
O uso de opiáceos é feito através de diferentes vias de administração:
• oral - comprimidos para uso de morfina e codeína, por exemplo;
• injeção intravenosa - alívio imediato devido ao contato rápido com a corrente 	sanguínea;
• subcutânea ou intramuscular - injetada; 
• inalação - fumada ou cheirada, como é o caso da heroína;
• transdérmica - adesivos que liberam a dosagem da droga lentamente para a pele, mantendo níveis constantes no corpo por um período prolongado de tempo;
• retal - supositórios utilizados quando os pacientes não podem fazer o uso da 	droga através da via oral. 
Álcool: quando administrado em doses altas, a visão pode ficar “dupla” ou borrada, ocorrendo também prejuízo de memória e da concentração, diminuição da resposta a estímulos, sonolência, vômitos e insuficiência respiratória, podendo chegar à anestesia, coma e morte. Os efeitos dependem da quantidade de álcool ingerida.
Álcool e sono: o álcool tende a acelerar o início do sono, porém de modo geral pode ser prejudicial no sentido de afetar os padrões de sono do indivíduo e reduzir a fase REM do sono, que é restauradora para nós, além de poder influenciar nos casos de apneia. 
O pós sono pode ser marcado por cansaço, tontura, dores de cabeça, enjoo e tendência à insônia (além da ressaca moral...).
Drogas Estimulantes
Drogas Estimulantes são substâncias que aumentam a atividade do SNC. Envolvem principalmente a liberação de dopamina, serotonina, glutamato e noradrenalina. 
Tal estimulação do SNC pode resultar em:
• excitação psicomotora;
• estado de alerta;
• aumento da energia, disposição e concentração;
• aumento da frequência cardíaca e pressão arterial;
• redução do apetite.
São exemplos de drogas estimulantes:
• cocaína e crack;
• anfetaminas;
• cafeína; 
• nicotina.
• psicofármacos: metilfenidato (ritalina/concerta), lisdexanfetamina (venvanse), 	bupropiona, atomoxetina (atentah).
Cocaína: usada como pó, aspirado pelo nariz, fumada como crack ou pasta-base, ou por via injetável; composto químico derivado das folhas da planta de coca.
• sob a forma de pó, a absorção é mais lenta - o início dos efeitos mentais 	pode levar até 15 minutos, desaparecendo em cerca de 30 minutos;
• injetada ou fumada, chega ao cérebro mais rapidamente - efeitos em cerca de 	15 segundos, desaparecendo após aproximadamente 15 minutos.
• efeito rebote
A dependência tem mais chance de se instalar principalmente devido ao seu mecanismo de início e fim rápido dos efeitos - quanto antes começa, antes termina, e o indivíduo sente necessidade de buscar por mais.
Crack: forma cristalizada da cocaína, podendo ser inalado, injetado ou fumado; 
• absorção e efeitos imediatos;
• quando atinge o cérebro, produz sensação de prazer e satisfação, inclusive em áreas associadas a satisfações do corpo de modo geral.
Anfetaminas: substâncias sintéticas que não existem na natureza, ou seja, são produzidas em laboratório, inicialmente utilizadas para reduzir cansaço, sono e apetite.
• atuam de modo semelhante à ação da cocaína;
• medicamentos derivados - TDAH (Adderall), narcolepsia...;
• suas vias de administração são: inalatória, oral e intravenosa.
O uso prolongado de drogas estimulantes pode resultar em:
• dependência química;
• ansiedade e agitação psicomotora;
• labilidade emocional;
• agressividade e irritabilidade;
• problemas cardiovasculares;
• perda de peso devido à diminuição do apetite;
• dificuldades cognitivas - raciocínio, memória, concentração...
Cafeína: age principalmente como antagonista da adenosina, molécula presente no SNC que interfere em processos do sono, vigília e relaxamento. Conforme o dia passa, os níveis aumentam, levando ao estado de sonolência pela noite.
• atuando com antagonista dos receptores de adenosina, a cafeína inibe a sonolência e estimula estado de vigília.
Nicotina: se liga aos receptores nicotínicos de acetilcolina - neurotransmissor que atua em diferentes domínios cognitivos (sono, aprendizado, memória) e no controle dos movimentos.
Quando os receptores nicotínicos são ativados, estimula-se a liberação de dopamina, noradrenalina, serotonina e glutamato.
Metanfetamina: aumenta a liberação (na fenda sináptica) e bloqueia a recaptação de dopamina, serotonina e noradrenalina. 
Esse mecanismo de ação resulta em estimulação intensa e prolongada, podendo causar euforia. Com o uso contínuo, pode-se desencadear cada vez mais comportamentos impulsivos e também dependência química.
• diminuição do número de receptores de dopamina (pois há sobrecarga);
• morte de neurônios;
• paranoia;
• alucinações;
• comportamentos violentos.
Drogas Perturbadoras
Substâncias que alteram a percepção, o humor e a consciência, impactando as funções mentais e emocionais. Resultam numa série de distorções no funcionamento do cérebro, dentre elas delírios, alucinações, experiências sensoriais distorcidas e alteração na capacidade de discriminar medidas de tempo e espaço. 
O uso dessas substâncias leva a experiências sensoriais distorcidas e a mudanças no comportamento.
Agem principalmente nos sistemas de serotonina e dopamina, ligando-se a receptores específicos e alterando a comunicação neuronal.
Principais drogas perturbadoras: maconha, ecstasy (3,4-metilenodioximetanfetamina - MD), LSD (dietilamida do ácido lisérgico), psilocibina (cogumelos), ayahuasca (dimetiltriptamina).
5 tipos: indólicas, feniletilaminas, anticolinérgicas, anestésico-dissociativas e 	canabinoides.
Córtex Pré-Frontal:planejamento, tomada de decisões e controle do comportamento prejudicados, podendo levar a impulsividade e comportamentos inadequados socialmente.
Córtex Visual e Auditivo: alucinações e distorções na percepção sensorial.
Sistema Límbico: pode ser ativado de forma intensa por essas substâncias, causando emoções extremas, desde euforia até pânico.
Comprometimento Cognitivo: a capacidade de formar memórias e processar informações pode ser afetada, resultando em confusão e desorganização mental.
Neurotransmissores
• serotonina: alterações na percepção, humor, consciência e distorções 	sensoriais;
• dopamina: euforia e prazer (ativação do sistema de recompensa);
• glutamato e GABA: DESEQUILÍBRIO.
INDÓLICOS - LSD, psilocibina e DMT.
LSD: a mais potente droga alucinógena.
Principais efeitos do LSD: alteração da percepção de tempo e espaço, alucinações, delírios, sinestesia e sensação de prazer e recompensa.
Os efeitos colaterais agudos envolvem aumento da frequência cardíaca, midríase (dilatação da pupila), sudorese, náuseas e vômitos, calafrios e desconfortos gastrointestinais.
PSILOCIBINA: presente em alguns cogumelos, é agonista dos receptores de serotonina, principalmente o receptor 5-HT2A, o que provoca as alterações perceptivas e emocionais associadas a essas substâncias. 
> são ingeridos em sua forma natural ou secos, misturados ou não a alimentos 	ou bebidas;
> os efeitos começam em cerca de 10 a 20 minutos e duram cerca de quatro a 	dez horas, atingindo o pico após uma hora.
Principais efeitos do uso de cogumelos: euforia, distorção da percepção de tempo, alucinações, aumento na percepção visual (cores brilhantes) e desorientação mental;
> por sua intensidade e conteúdo incomum, podem gerar ansiedade e pânico.
Os efeitos físicos envolvem hipertermia, rubor facial, aumento da frequência cardíaca, sudorese, midríase, náuseas, vômitos, dor abdominal e incoordenação motora.
DMT: dimetiltriptamina; usada na forma de chá (ayahuasca)
Os principais efeitos envolvem experiências místicas (miração), podendo ocorrer alguns efeitos paralelos como náuseas, vômitos e diarreia. 
> existem suspeitas de precipitação de quadros psicóticos, em indivíduos 	biologicamente vulneráveis (ex: com histórico familiar de esquizofrenia).
FENILETILAMINAS (FEAs) - ecstasy e mescalina.
Ecstasy: propriedades perturbadoras que alteram a percepção e aumentam a empatia e energia/euforia; aumenta a liberação de serotonina, dopamina e norepinefrina. 
> frequentemente é associado ao consumo de álcool ou maconha;
> acúmulo de neurotransmissores na fenda sináptica, ativando as vias 	serotonérgicas, dopaminérgicas e noradrenérgicas.
ANTICOLINÉRGICOS
São substâncias que bloqueiam a ação da acetilcolina, um neurotransmissor importante para a transmissão de sinais no sistema nervoso. Em doses mais elevadas ou a depender da procedência da substância, tende a causar efeitos alucinógenos.
> Bloqueio da Acetilcolina: dilatação das pupilas, aumento da frequência cardíaca e diminuição das secreções glandulares.
> Efeitos no SNC: ao afetar a acetilcolina no cérebro, essas substâncias podem 	causar alterações na percepção e na consciência.
Principais efeitos dos anticolinérgicos: confusão, desorientação, problemas de memória e aprendizagem, alucinações, delírios persecutórios, alterações da percepção sensorial e desconexão da realidade (experiências dissociativas).
ANESTÉSICO-DISSOCIATIVAS - fenciclidina e ketamina.
Fenciclidina: bloqueia a ação do glutamato, resultando em uma diminuição da atividade neuronal, podendo levar a efeitos analgésicos e dissociativos
Ketamina: redução da excitabilidade neuronal geral e aumento de glutamato em áreas específicas, podendo contribuir para flexibilidade cognitiva.
CANABINOIDES - maconha.
A maconha (cannabis) é uma planta que contém os compostos tetrahidrocanabinol (THC - efeito psicoativo) e o canabidiol (CBD - sem efeito psicoativo).
> fumada (em cigarros ou cachimbos), vaporizada, ingerida em comestíveis, ou 	usada em óleos e tinturas.
Geralmente oferece efeitos relaxantes e eufóricos, mas também pode provocar comprometimentos cognitivos e comportamentais, e tem potencial para causar dependência (9%).
> pode causar distorções na percepção do tempo, espaço e sensações táteis, 	além de intensificação de experiências sensoriais, como a apreciação da música 	e da comida.
> em algumas pessoas, especialmente em doses elevadas, a maconha pode 	provocar ansiedade, paranoia e desconfiança.
Impactos cognitivos
• memória: o THC pode afetar a memória de curto prazo, dificultando a 	formação 	de novas memórias.
• concentração: pode prejudicar a capacidade de concentração, afetando 	tarefas que exigem foco.
• raciocínio: desorganização do pensamento e dificuldade em tomar decisões.
Neurotransmissores
> dopamina: aumento da liberação, o que está associado à sensação de 	recompensa e prazer, contribuindo para a euforia.
> serotonina: influência no sistema serotoninérgico, afetando o humor e a 	ansiedade.
> glutamato: modulação da liberação de glutamato, que afeta a comunicação 	entre os neurônios e pode impactar a memória e o aprendizado.
Uso terapêutico do THC: alívio da dor, náusea e vômito, aumento do apetite, auxílio em espasmos e sono.
Uso terapêutico do CBD: epilepsia, ansiedade e estresse, enxaquecas, transtornos do sono e inflamações.
Sistema Endocanabinóide
Os endocanabinoides são compostos produzidos pelo corpo, se ligam aos receptores canabinóides e têm efeitos semelhantes aos canabinoides.
Os fitocanabinoides são os canabinoides encontrados na planta cannabis, como o THC e o CBD, que interagem com os receptores canabinóides do corpo.
> CB1: encontrados principalmente no sistema nervoso central, esses receptores 	estão envolvidos na regulação do humor, memória, dor, apetite e coordenação 	motora.
> CB2: predominantemente localizados no sistema imunológico e nos tecidos 	periféricos, esses receptores influenciam a inflamação e a resposta imunológica.
THC: se liga aos receptores CB1, causando efeitos psicoativos e influenciando a percepção de dor, humor e apetite.
CBD: interage de maneira mais complexa, modulando a atividade do sistema endocanabinoide e afetando a resposta do corpo sem produzir efeitos psicoativos significativos.
Regulação do humor e emoções: influencia estados emocionais, ajudando a regular a ansiedade e o estresse.
Controle da dor: modulação da percepção da dor, atuando como um analgésico natural.
Apetite e metabolismo: regula a sensação de fome e a resposta do corpo à alimentação, contribuindo para o equilíbrio energético.
Memória e aprendizado: impacta processos de memória e aprendizado, afetando a plasticidade sináptica.
Sistema imunológico:  resposta imunológica e na regulação da inflamação.
Drogas Fitoterápicas
São medicamentos ou substâncias terapêuticas derivados de plantas. Eles podem ser utilizados para tratar uma variedade de condições de saúde, e sua eficácia é muitas vezes baseada na tradição, na pesquisa científica ou em ambas. Os fitoterápicos contêm compostos bioativos que podem ter efeitos positivos sobre o organismo.
Embora sejam derivados de plantas, os fitoterápicos podem desencadear efeitos colaterais, que variam de acordo com a classificação de cada substância administrada (ex: sonolência, irritabilidade, ansiedade, insônia, náuseas, vômitos, alucinações, distúrbios gastrointestinais).
Podem ter efeito depressor, estimulante ou perturbador.
• exemplo de depressor: chá de camomila (insônia, ansiedade, tensão).
• exemplo de estimulante: cafeína (vigilância, concentração e energia)
• exemplo de perturbador: ayahuasca (contextos cerimoniais e espirituais; 	contém compostos que podem provocar alterações na percepção, emoções e 	consciência.
REDUÇAO DE DANOS E DEPÊNDECIA QUÍMICA
Redução de danos
A prática da redução de danos (RD) surgiu na década de 1980 principalmente em resposta à epidemia de HIV/AIDS entre usuários de drogas, iniciando-se na Europa (Holanda e Inglaterra). Em 1991, o governobrasileiro lançou o programa de troca de seringas.
A abordagem focava em minimizar as consequências negativas do uso de substâncias, em vez de exigir a abstinência total. Isso representou uma mudança de paradigma, passando a reconhecer que muitos usuários não estavam prontos ou dispostos a parar de usar drogas.
Envolve práticas que protegem a saúde e a segurança dos usuários, respeitando suas escolhas e realidades. O foco é na saúde pública e no bem-estar do indivíduo.
• programas de troca de seringas para reduzir a transmissão de HIV e outras 	infecções.
• tratamento com metadona ou buprenorfina para dependentes de opióides, 
• educação e conscientização sobre os riscos e modos mais seguros de uso.
• facilitar o acesso a serviços de saúde fisica, mental e apoio social.
O Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil tem um papel fundamental na implementação da RD como parte de suas políticas de saúde pública.
Políticas públicas: o SUS incorporou a redução de danos em suas diretrizes a partir da década de 1990, visando oferecer um cuidado mais humanizado e menos punitivo para usuários de substâncias.
Programas de troca de seringas: um dos primeiros exemplos de redução de danos no Brasil; prevenção da transmissão de HIV, hepatites e outras infecções entre usuários de drogas injetáveis.
Acesso a tratamento: o SUS oferece tratamentos baseados em redução de danos, permitindo que os usuários tenham acesso a cuidados médicos sem a necessidade de abstinência imediata.
Educação e conscientização: campanhas de educação sobre o uso seguro de substâncias, promovendo informações sobre riscos e modos de uso mais seguros, além de incentivar práticas de autocuidado.
Integração com a saúde mental: a RD é abordada em conjunto com serviços de saúde mental, reconhecendo a interligação entre o uso de substâncias e questões de saúde mental. O SUS busca proporcionar um atendimento integral.
Espaços de escuta e apoio: os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e outros serviços de saúde têm adotado a redução de danos como uma abordagem para acolher e tratar usuários de substâncias, oferecendo suporte emocional e social.
A implementação da redução de danos no SUS enfrenta desafios, como a falta de recursos, a necessidade de formação de profissionais competentes e a resistência cultural em relação ao uso de drogas.
Dependência Química
DQ é uma condição em que a pessoa se torna fisicamente e emocionalmente ligada ao uso de substâncias, resultando em um padrão de consumo que interfere em sua vida diária.
Isso se manifesta em uma busca constante por essas substâncias, mesmo diante de consequências negativas. O indivíduo pode experimentar necessidade crescente de usar a substância para sentir seus efeitos, além de enfrentar desconforto significativo quando tenta parar ou reduzir o uso.
Essa condição geralmente envolve mudanças na percepção, no comportamento e na saúde geral.
A DQ enolve tolerância (necessidade de doses maiores para obter o mesmo efeito), resistência (suportar a presença da substância sem apresentar efeitos adversos) e abstinência (sintomas físicos e psicológicos quando o uso é reduzido ou interrompido).
Tolerância: fenômeno em que o corpo se adapta ao uso contínuo de uma substância, fazendo com que o usuário precise de doses maiores para alcançar o mesmo efeito. Isso pode levar ao aumento do uso e, consequentemente, a um maior risco de dependência.
Resistência: capacidade do organismo de suportar a presença da substância sem apresentar efeitos adversos; é a capacidade de um indivíduo resistir a pressões externas para usar substâncias, mantendo-se em abstinência ou em uso controlado.
Abstinência: conjunto de sintomas que ocorrem quando uma pessoa que usa regularmente uma substância cessa ou reduz seu uso. Os sintomas variam de acordo com a substância, podendo incluir dor, ansiedade, tremores, e outros desconfortos físicos e emocionais.
TOLERÂNCIA x RESISTÊNCIA
A tolerância está relacionada à quantidade da droga necessária para alcançar os mesmos efeitos, enquanto a resistência refere-se à capacidade de suportar ou não ser afetado pelos efeitos da droga.
A tolerância geralmente resulta em mudanças fisiológicas e requer aumentos na dosagem. A resistência pode ser mais subjetiva, refletindo uma adaptação psicológica ou fisiológica que não necessariamente requer uma dose maior.
A tolerância tende a se desenvolver em resposta ao uso contínuo da substância, enquanto a resistência pode ocorrer por fatores genéticos, experiência ou outros mecanismos que não estão diretamente relacionados à dose.
Ansiolíticos e Benzodiazepínicos
Ansiedade
A ansiedade, do latim anxietatis, significa ânsia ou aflição. É uma emoção semelhante ao medo; um estado emocional apreensivo, resultante da suspeita ou previsão de um perigo. É uma resposta adaptativa que nos ajuda a lidar com situações novas desafiadoras.
• Ansiedade realista - perigos reais.
• Ansiedade patológica – perigos imaginários.
O tratamento medicamentoso da ansiedade patológica iniciou no século XIX com a introdução dos sais de bromo.
• Os brometos tinham efeito sedativo e também atuavam na insônia e epilepsia moderado com diversos efeitos colaterais.
• Muita tendência a efeitos colaterais: sonolência, irritação gastrointestinal e, em 	casos de uso prolongado, ocorria o bromismo, intoxicação por bromo que pode 	desencadear confusão mental e outros sintomas.
• Século XX: surgem os barbitúricos para alívio da neurose.
• medicamentos que atuam como depressivos do SNC;
• utilizados para sedação leve ou até mesmo anestesia;
• modulação das atividades do GABA.
O GABA é o neurotransmissor inibitório do SNC, contribuindo para a regulação da excitabilidade neuronal, promovendo calma e relaxamento.
Nos transtornos de ansiedade, os níveis de GABA se mostram baixos.
Os níveis de glutamato, no entanto, se mostram elevados, resultando numa hiperexcitação neuronal, ou seja, aumentando a atividade elétrica dos neurônios.
As estruturas neurais implicadas na ansiedade pertencem ao Sistema Límbico.
Interpretação e rotulação dos estímulos ameaçadores, reinterpretados, mostram redução da ativação da amígdala por neuroimageamento funcional.
A ansiedade e o medo inibem outros sistemas motivacionais, diminuindo o apetite, a libido e a dor. Além da motivação, no plano cognitivo a ansiedade manifesta-se por pensamentos e sensações de que algo ruim vai acontecer, estado este denominado preocupação.
• Interfere na capacidade de concentração e no desempenho de tarefas 	intelectuais.
• O nível de vigilância está aumentado, dificultando a conciliação do sono.
Além das manifestações psicológicas, as fisiológicas ocorrem por ser ativado o sistema simpático com aumento da frequência cardíaca, tremores, sudorese, falta de ar. Há hiperativação do parassimpático com hipersecreção gástrica, aumento da micção e urgência para defecação.
São transtornos de ansiedade, segundo o DSM-V:
• Transtorno de ansiedade de separação;
• Mutismo seletivo;
• Fobia específica;
• Fobia social;
• Transtorno de pânico;
• Agorafobia;
• Transtorno de ansiedade generalizada;
• Transtorno de ansiedade induzida por substância/medicamento;
• Transtorno de ansiedade devido a outra condição médica;
• Transtorno Obsessivo Compulsivo.
Ansiolíticos e BDZs
Os medicamentos atualmente utilizados para o tratamento dos Transtornos de Ansiedade pertencem à classe dos dos benzodiazepínicos e não-benzodiazepínicos, que também são usados para tratar transtorno de humor.
Ansiolítico – termo da década de 70 em diante, que significa “o que decompõe a ansiedade”, medicamento usado para tratar a ansiedade patológica – ansiolítico benzodiazepínico, não-benzodiazepínico e antihistamínicos.
São medicamentos que atuam com efeito ansiolítico, calmante, hipnótico, sedativo, aniconvulsivante (exceto não-BDZ); amnésia anterógrada.
• o principal mecanismo de ação é a potencizaliação da neurotransmissão de 	GABA, contribuindo para relaxamento do organismo mentalmente e 	fisicamente;
• BDZ: alprazolam, bromazepam,clonazepam (rivotril), diazepam e lorazepam.
• não-BDZ: zolpidem, zaleplona, zopiclona.
*além dos antidepressivos e antipsicóticos
Hipnóticos - fármacos que causam sonolência e facilitam o início e manutenção do sono. São tanto BDZs quanto não-BDZs.
• os não-BDZs apresentam farmacodinâmica similar à dos BDZs, e composição 	química diferente.
Tanto os ansiolíticos quanto os BDZs atuam de modo depressivo no SNC.
ANTICONVULSIVANTES
Os primeiros registros de ataques convulsivos têm registro de 2000 anos a.C.
Convulsão – evento paroxístico (que ocorre em crises, agudo) devido a descargas anormais, excessivas e hipersincrônicas – vários neurônios ao mesmo tempo sofrem uma despolarização/atividade da membrana.
Epilepsia – convulsões recorrentes devido a causas crônicas.
As crises convulsivas podem ser parciais ou generalizadas.
Geralmente as crises parciais costumam estar mais associadas a lesões ou anomalias, enquanto as crises generalizadas costumam ser resultantes de fatores genéticos, metabólicos e lesões que afetam várias partes do cérebro.
Transtorno do Sono
O sono é um estado de inconsciência em que o indivíduo pode ser acordado, diferentemente de alguns desmaios e convulsões, por exemplo.
A falta de sono prejudica a saúde por contribuir para alteração do sistema imunológico, memória e aprendizagem.
O sono passa por 4 estágios:
• introdutório - entre o estado de vigília e o estado de sono (5-15min);
• sono leve - a frequência cardíaca e atividade cerebral diminuem; a pessoa é 	facilmente acordada (15min);
• sono profundo - fase non-REM, em que o indivíduo se recupera das atividades 	do dia (90min);
• fase REM - atividade cerebral mais intensa; sonhos.
REM: Rapid Eye Movement", ou "Movimento Ocular Rápido". O ciclo de sono (NREM seguido por REM) se repete várias vezes durante a noite, com cada ciclo durando cerca de 90 minutos.
Os principais transtornos do sono são:
• insônia;
• hipersonia;
• narcolepsia;
• síndrome das pernas inquietas;
• apneia do sono;
• sonambulismo;
• mioclonia noturna;
• terror noturno;
• transtorno do sono induzido por substâncias;
• pesadelos recorrentes
O tratamento psicofarmacológico envolve hipnóticos e sedativos, tanto BDZ quanto não-BDZ. 
PS: os não-BDZ não têm propriedades anticonvulsivantes.
Epilepsia
Condição neurológica caracterizada por episódios recorrentes de crises epilépticas, que são causadas por descargas elétricas anormais no cérebro, denominadas paroxismos.
    > crises focais   	       > crises generalizadas
Principais neurotransmissores envolvidos:
• Glutamato: neurotransmissor excitatório; níveis elevados podem levar a uma 	hiperexcitabilidade neuronal, contribuindo para o desencadeamento de crises.
• GABA (ácido gama-aminobutírico): neurotransmissor inibitório; diminuição da 	atividade do GABA, ou resistência aos seus efeitos, pode resultar em um aumento 	da atividade elétrica.
• Serotonina: excitabilidade neuronal e regulação do humor; alterações nos níveis 	de serotonina podem influenciar a frequência e a gravidade das crises
• Dopamina: controle motor; o desequilíbrio pode impactar a ocorrência de crises, 	embora o papel exato ainda esteja sendo estudado.
Hiperexcitabilidade Neuronal: neste caso os neurônios tornam-se hiperexcitáveis, levando a descargas elétricas excessivas. Isso pode ser causado por um aumento no glutamato ou uma diminuição na atividade do GABA.
Desregulação dos Circuitos Neurais: neste caso faz com que áreas do cérebro se tornem mais suscetíveis a crises.
As crises epiléticas podem ser focais ou generalizadas.
Nas crises focais, uma parte do cérebro é afetada; nas crises generalizadas, todo o cérebro é afetado.
CRISES FOCAIS
Simples: há sintomas como movimentos  involuntários, alterações sensoriais ou  emocionais, como formigamento ou déjà vu, mas com a consciência preservada.
Com comprometimento da consciência: a consciência é afetada, e a pessoa pode  não lembrar do que aconteceu durante a  crise. Podem ocorrer automatismos, como  movimentos repetitivos (ex: mastigar ou esfregar as mãos).
CRISES GENERALIZADAS
Tônico-clônicas: começam com uma fase tônica (rigidez muscular) seguida por uma fase clônica (contrações musculares rítmicas); perda de consciência e confusão pós crise; passando de 5 minutos, orienta-se entrar em contato com ajuda médica.
Ausência: caracterizadas por breves episódios de desconexão, muitas vezes acompanhados de movimentos sutis, como piscadas, e a pessoa parece estar "no mundo da lua". Geralmente sem confusão após a crise e dura segundos.
Mioclônicas: movimentos involuntários, geralmente rápidos, que podem parecer como espasmos ou sacudidelas. Esses movimentos podem afetar um braço, uma perna ou todo o corpo. Não há perda de consciência.
Crises tônicas: rigidez muscular; podem ocorrer durante o sono ou ao acordar.
Crises clônicas: movimentos rítmicos de contração e relaxamento dos músculos
Impactos cognitivos 
Déficits de Memória: Dificuldades em reter informações ou recordar eventos.
Problemas de Atenção: Dificuldade em manter o foco em tarefas ou atividades.
Alterações nas Funções Executivas: Dificuldades em planejar, organizar e tomar 	decisões.
Linguagem: Dificuldades de expressão ou compreensão, especialmente em casos de crises focais que afetam áreas relacionadas à linguagem.
Impactos Emocionais e Comportamentais
Ansiedade: Medo de ter crises pode levar a transtornos de ansiedade.
Depressão: A carga emocional de viver com epilepsia pode contribuir para 	episódios depressivos.
Alterações de Comportamento: Mudanças no temperamento ou na personalidade, podendo incluir irritabilidade ou apatia.
Impactos Funcionais
Impacto na Vida Diária: Limitações em atividades como dirigir, praticar esportes 	ou participar de eventos sociais.
Dificuldades Acadêmicas ou Profissionais: Os déficits cognitivos podemafetar o desempenho escolar ou no trabalho.
Alterações Sensoriais
Sensibilidade auditiva: o lobo temporal, quando ativado de forma anormal, pode 	resultar em experiências auditivas incomuns.
Sensibilidade visual: lobo occipital, que quanto ativo de modo anormal pode 	levar a sensibilidade e até mesmo alucinações visuais.
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