Prévia do material em texto
Direito Civil 1. LINDB: no arquivo de Direito Administrativo 2. Da Pessoal natural Pessoa natural: pessoa física Sujeitos de direito Os quais podem ou não adquirir capacidade para a realização de atos da vida civil, como celebrar um contrato, adquirir um bem em seu próprio nome 2.1. Personalidade Também chamada capacidade de direito ou genérica. Ela é atribuída a todo ser humano que nasce com vida e, nos termos do CPC, todo aquele que tem personalidade é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Art. 2°: A personalidade civil da pessoa começa no nascimento com vida, mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro (feto). Teoria natalista/ adotada pelo CC: início da personalidade com o nascimento Teoria Concepcionista: estende o reconhecimento da personalidade para o nascituro. 2.2. Capacidade Capacidade de fato ou de exercício: possibilidade dada ao sujeito já dotado de personalidade de vir a praticar de forma ampla e independente, em seu próprio nome, os atos da vida civil. INCAPACIDADE ABSOLUTA · Gera a necessidade de representação total para validar o ato. · Invalida completamente o ato exercido sem a devida representação Art. 3°: ABSOLUTAMENTE INCAPAZES, de exercer pessoalmente os atos da vida civil, os menores de 16 ( dezesseis) anos. Art. 4°: São INCAPAZES, RELATIVAMENTE a certos atos ou a maneira de exercer: PESSOA COM DEFICIÊNCIA, FORA ISSO, será capaz totalmente. Se a pessoa já é maior de 18, é feito por meio do procedimento de interdição INCAPACIDADE RELATIVA: · Permite a prática dos atos, mediante a assistência de outra pessoa plenamente capaz. · Gera anulabilidade I. Maiores de 16 e menores de 18; II. Ébrios e viciados em tóxico; III. Por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; IV. Pródigos (gasta seu dinheiro de forma compulsiva) – indígenas por lei especial. Emancipação I. Concessão dos pais, ou de um deles, na falta do outro, mediante instrumento público, independente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos II. Casamento III. Emprego/ Serviço público IV. Colação de grau em ensino superior V. Estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de emprego , desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos tenha economia própria. Obs. : emancipação é um ato irrevogável 3. Direitos da Personalidade São aqueles que preservam a individualidade de cada pessoa – direito à integridade física, à integridade psíquica e à integridade moral. · Direito de imagem · À vida · Direito ao nome · Direito à privacidade · Dignidade · Integridade · Inviolabilidade da vida privada · Proibição da divulgação de escritos · Transmissão da palavra ou publicação · Exposição e utilização da imagem da pessoa · Direito a honra (calúnia, injúria e difamação) · Direito a intimidade · Direito ao corpo · Direito à cirurgia de mudança de sexo Tutela para defender os direitos da personalidade · Preventiva: ação ordinária com multa cominatória · Repressiva: quando a lesão há tiver ocorrido, requerendo uma indenização por danos morais ou materiais Características dos Direitos das personalidades · Inatos ou originários: adquiridos ao nascer, independente da vontade; · Vitalícios; · Imprescritíveis; · Inalienáveis · Absolutos · Intransmissíveis · Irrenunciáveis · Não podem sofrer limitação voluntária A doutrina classifica os direitos da personalidade em três grupos: 1. Direitos à integridade física: corpo, doação de órgãos... 2. Direito à integridade psíquica: privacidade, sigilo, sociabilidade, liberdade... 3. Direito à integridade moral: honra, intimidade, privacidade, propriedade intelectual (direitos de invenção, direitos de autor)... “(...) São direitos em expansão. Com a evolução legislativa e com o desenvolvimento do conhecimento científico acerca do direito, vão se revelando novas situações que exigem proteção jurídica e, consequentemente, novos direitos vão sendo reconhecidos (...). Direito ao nome: em regra é imutável, exceções: · Alteração do prenome, caso esse exponha a uma situação vexatória, podendo usar nome social; · Decisão judicial que reconheça motivo justificável para alteração; · Substituição do prenome por apelido notório, tal qual Xuxa passou a chamar-se Maria da Graça Xuxa Meneguel; · Substituição do prenome de testemunha de crime · Adição ao nome do sobrenome do cônjuge, mudanças de sexo e adoção 4. Pessoas jurídicas Uma entidade que a lei atribui personalidade jurídica, ficando sujeira a direitos e deveres. · Affectio societatis (vontade humana criadora) · Licitude de seus objetivos · Observância aos requisitos legais · Autonomia · Patrimônio próprio Classificação D. Público: 1. Interno · Administração Direta I. União II. Estados, DF e Territórios; III. Municípios · Administração Indireta IV. Autarquias, inclusive as associações públicas V. Demais entidades de caráter público criadas por lei. Ex. Fundações Públicas 2. Externo Os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público PJ. Direito Privado: I. Associações II. Sociedades III. Fundações IV. Organizações religiosas V. Partidos Políticos VI. EIRELI Art. 44: começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivos no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovado do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único: Decai em 03 anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. O registro declarará: I. A denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; II. O nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores III. O modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente IV. Se o ato constitutivo é reformável, no tocante a administração, e de que modo; V. Se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; VI. As condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio Responsabilidade e Administração · Por ato próprio: responsabilidade direta (subjetiva) · Por ato de terceiro: indireta (objetiva) Parágrafo Único: Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere esse artigo, quando voltarem a lei ou estatuto, ou forem eivados de erro, dolo, simulação ou fraude Fim da existência da PJ Só será cancelada após a liquidação · A dissolução será feira no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita · Encerrada a liquidação, promover-se-á do cancelamento da inscrição da PJ. Desconsideração da PJ · Abuso da personalidade jurídica ( quando o administrador ou sócio agem com desvio de finalidade) de forma a causar confusão patrimonial Art. 50: Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do MP quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la, para que os feitos de certar e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. Desvio de Finalidade: é a utilização dolosa da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores para a prática de ilícitos Confusão patrimonial: a ausência de separação de fato entre patrimônios, caracterizada por: I. Cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio II. Transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto o de valor proporcionalmente insignificante; e III. Outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. Desconsideração Reversa da Personalidade Jurídica Quando a pessoa física esconde seu patrimônio pessoal no da PJ para se livrar de obrigações pessoas, dessa forma, o patrimônio da pessoaininterrupta de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas na houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços, considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante. Quais são os elementos do direito de propriedade? · Direito de usar (ius utendi) Faculdade que o titular tem de colocar o bem a seu serviço, desde que não cause danos a terceiros nem conflite com a lei. · Direito de fruir ou gozar (ius fruendi) Fruir ou gozar é obter todas as vantagens que a coisa proporciona, é desfrutar do bem · Direito de dispor (ius abutendi) Dispor significa dar aplicação, empregar, dar finalidade. Por exemplo: vender, trocar e emprestar · Direito de reivindicar Comparecer ao Cartório de Registro Geral de Imóveis competente e solicitar uma certidão de ônus do imóvel . Já é possível solicitar a certidão de ônus do imóvel de forma on-line. Comi adquirir a propriedade de um bem? · Registro · Sucessão hereditária · Usucapião · Acessão Perda da propriedade a) Alienação É o negócio jurídico onde o proprietário transfere (gratuita ou onerosamente) a outro o seu direito sobre coisa imóvel ou móvel. Requer escritura Pública b) Renúncia Negocio jurídico unilateral Proprietário declara que não quer aquela propriedade Precisa ser formalizada por escritura Pública c) Abandono O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de não mais o conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, a propriedade do Município ou á do Distrito Federal, caso se ache nas respectivas circunscrições. d) Perecimento da coisa Para que haja o perecimento, o fato material deve atingir a substância da coisa de forma completa, ou, então, causar a perda de suas qualidades essenciais ou do seu valor econômico. Não se destrói o imóvel, mas o acessório a ele agregado, que muitas vezes proporciona vantagem econômica ao proprietário. e) Desapropriação Forma de aquisição e perda da propriedade, que se divide em: I. Necessidade pública Havendo questões urgentes de segurança II. Interesse social Para fins de reforma agrária III. Utilidade pública Visa satisfazer interesses coletivos f) Usucapião É o modo de aquisição originária da propriedade pela posse prolongada da coisa. Por ser um modo originário de aquisição da propriedade, incorpora-se ao patrimônio do titular sem qualquer vício ou ônus real relacionado ao proprietário anterior. Uma hipoteca, por exemplo, guarda relação com o antigo proprietário, por isso, desaparece na hipótese de usucapião. Evidente, que o ônus que incide sobre o bem, e não sobre o antigo dono, será repassado ao novo titular – propter tem Usucapiente (novo proprietário da coisa) e usucapião( antigo proprietário) A usucapião poderá recair sobre bens móveis e imóveis Requisitos: · Decurso do tempo, · Posse Ad usucapionem : posse mansa, pacífica e ininterrupta · Continuidade · Animus domini · Pressuposto objetivo O bem deve ser passível de usucapião O nome público não é passível · Legitimidade (pressuposto subjetivo para aquisição da propriedade pela usucapião) – guarda relação com as causas de impedimento, interrupção e suspensão da prescrição. Segundo o código civil (ART. 197, 198 e 199), não corre prescrição : · Entre os cônjuges, na constância de sociedade conjugal; · Entre ascendentes e descendentes, durante o Poder familiar; · Entre tutelados e curadores, durante a tutela ou curatela; · Contra os incapazes; · Contra os ausentes do País, em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios; · Contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra; · Pendendo condição suspensiva; · Não estando vencido o prazo; · Pendendo ação de evicção. Pode ocorrer também a acesso possessionis (Soma de posse do antecessor) desde que também seja mansa, pacífica e ininterrupta. Tipos de usucapião I. Usucapião Extraordinária Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu, adquire-lhe a propriedade, independente de título e boa-fé, podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. Requisitos: · Posse Ad usucapionem ( posse mansa, pacífica, ininterrupta e com intenção de ser dono); · Prazo de 15 anos ESSE PRAZO PODERÁ SER REDUZIDO PARA 10 ANOS O prazo estabelecido neste artigo, reduzir-se-á a dez anos, se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. · Usar imóvel como moradia · Ou ter realizado obrar no serviço de caráter produtivo II. Usucapião Ordinária Aquele que contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Requisitos: · Posse Ad usucapionem; · Prazo de 10 anos · Justo título ( ato jurídico apto a transferir a propriedade, ainda que não registrado) · Boa-fé É POSSÍVEL REDUZIR O PRAZO PARA 05 ANOS Art. 1.242 Parágrafo único. Será de 05 anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante no respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. · Onerosamente · Registro constante do respectivo cartório e cancelada posteriormente · Moradia ou realizaram investimentos de interesse social e econômico Trata-se da denominada usucapião tabular III. Usucapião Urbana Aquele que possuir, como sua, área urbana de até 250 metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-se para sua moradia ou de sua família, adquire-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. · Posse Ad usucapionem · Prazo de 05 anos · Área urbana não superior a 250 metros quadrados · Utilizar o bem como sua moradia (ou da família) · Não pode ter outro imóvel rural ou urbano IV. Usucapião Urbana Familiar Aquele que exercer, por 02 anos, ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m², cuja propriedade dívida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-se para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. V. Usucapião Rural Não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á propriedade. VI. Usucapião Coletiva Não é possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor. Os núcleos urbanos informais, sem oposição a mais de 05 anos e cuja área total dividida pelo número de possuidores seja inferior a 250 metros quadrados por possuidor são suscetíveis a serem usucapião coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural. O condomínio especial constituído é indivisível, não sendo passível de extinção, salvo deliberação favorável, tomada por, no mínimo dois terços dos condôminos, no caso de execução de urbanização posterior a constituição do condomínio. VII. Usucapião especial indígena O índio, integrado ou não, que ocupe como próprio, por 10 anos consecutivos, trecho de terra inferior a 50 hectares, adquirir-lhe-á a propriedade plena. g) Acessão h) Arrematação i) Adjudicação 21. Função social da propriedade 22. Direitos de vizinhança Propter tem Os direitos de vizinhança são a parte do Direito Civil que dispõe sobre algumas limitações ao uso pleno da propriedade, especialmente com relação aos vizinhos, visando reduzir ao máximo os conflitos entre eles. Uso anormal da propriedade Gera incômodos, ou danos ao vizinho. ART. 1277: o proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança,ao sossego e a saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha. Parágrafo único: Proíbem-se as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e a saúde dos que habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha. Árvores e frutos: “A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se pertencer em comum aos donos dos prédios confinantes”. “As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório pelo proprietário do terreno invadido”. “Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono do solo onde caíram, se este for de propriedade particular”. Direito de Passagem ART. 1285 CC: O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto, pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a dar lhe passagem, cujo rumo será judicialmente fixado., se necessário. STJ: não exige que o acesso seja impossível, podendo ser apenas um acesso muito difícil ou de grande custo. Direito de passagem para cabos e tubulações Obs.: Em todos os casos, é devida a indenização ao proprietário do imóvel afetado pela passagem. Passagem das águas O fluxo natural da água deve ser tolerado pelo proprietário do imóvel que a recebe. Limites entre prédios – muros e outros Todo proprietário tem o direito de delimitar o seu imóvel. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar Marcos destruídos ou arruinados ,repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas Direito de construir O proprietário deve construir de uma forma que seu imóvel não despeje água no imóvel vizinho. Deve observar distâncias mínimas para abertura de janelas, de 1,5 de frente para o terreno do vizinho e de 0,75m se a visão não for direta. Há também a previsão de distância mínima de 03 m para construção em imóveis rurais, de possibilidade de construir junto a parede de outros imóveis em imóveis urbanos, entre diversas outras. Prazo decadencial para demolição de obra indevida 01 ano e 01 dia após a conclusão da obra, o proprietário pode exigir que se desfaça janela, sacada, terraço ou goteira sobre o prédio. Escoado o prazo, não poderá por sua vez, edificar sem atender o disposto no artigo antecedente, nem impedir, ou dificultar, o escoamento das águas da goteira, com prejuízo para o prédio vizinho. Parágrafo único. Em se tratando de vãos, ou aberturas para luz, seja qual for a quantidade, altura e disposição, o vizinho poderá, a todo tempo, levantar sua edificação, ou contrato, ainda que lhes vede a claridade 23. Condomínio Condomínio é a posse ou direito simultâneo, por duas ou mais pessoas, sobre um mesmo objeto, copropriedade, com propriedade. 23.1. Condomínio geral É a propriedade simultânea de um bem móvel ou imóvel por duas ou mais pessoas. Os proprietários se unem por possuir os mesmos interesses. Após a união, passam a ter direitos e deveres decorrentes da propriedade exclusiva que cada um possui (apartamentos, lojas, salas, andares). Quanto a origem, pode ser necessário, ou voluntário Voluntário: união de vontades Necessário: obrigatório em situações específicas e decorre de determinação de lei. É o caso de paredes, muros, cercas e valas que dividem terrenos vizinhos. 23.2. Condomínio Edilício Pessoas tem sua área privada ao mesmo tempo que goza de áreas compartilhadas. Taxa condominial é quinquenal: prescreve em 05 anos a pretensão de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular. Como deve ser feita a administração de um condomínio Edilício? 1. Síndico: a) Fazer cumprir as regras para viver em condomínio – elaboradas no regimento interno b) Saber lidar com os conflitos condominiais 2. Conselho Fiscal Poderá haver no condomínio um conselho fiscal, composto de três membros, eleitos pela assembleia, por prazo não superior a dois anos, ao qual compete dar parecer sobre as contas do síndico. Sua função é fiscalizar o adequado cumprimento do orçamento formulado pelo síndico, bem como a regularidade das despesas extraordinárias realizadas por meio da análise da equação de receitas e despesas apresentadas ao término do período anual a que se refere. 3. Assembleias Ordinárias e Extraordinárias Obras necessárias: maioria dos presentes na assembleia Obras úteis: maioria de todos os condôminos do condomínio Obras voluptuárias: 2/3 do todo ( todos os condomínios do condomínio Alterações no regimento interno: maioria dos presentes Alterações na convenção de condomínios: 2/3 do todo Destituição do síndico: maioria dos presentes Assembleia ordinária Realizada uma vez no ano, mediante convocação do síndico, consoante artigo 1350 do código civil. “Convocará o síndico, anualmente, a fim de aprovar o orçamento das despesas, as contribuições dos condôminos e a prestação de contas, eventualmente eleger-lhe o substituto e alterar o regimento interno. ¼ dos condôminos poderá realizar a convocação Caso a assembleia não se reúna, o juiz decidirá, a requerimento de qualquer condômino. Tópicos da assembleia ordinária: · Eleição do síndico · Prestações de contas · Orçamento Assembleia extraordinária É realizada a qualquer tempo, podendo ser convocada pelo síndico e pelos condôminos, utilizando a mesma regra de ¼ dos moradores. ART. 1355 Propriedade Resolúvel O título aquisitivo está subordinado a uma condição resolutiva ou advento do termo. Propriedade limitada Ex.: propriedade fiduciária Subordina a resolução da propriedade a um evento futuro e incerto. Art. 1.359: Resolvida a propriedade pelo implemento da condição ou pelo advento do termo, entendem-se também resolvidos os direitos reais concedidos em sua pendência, e o proprietário, em cujo favor se opera a resolução, pode reivindicar a coisa do poder de quem a possua ou detenha. Propriedade Ad Tempus ou revogável A propriedade de resolverá por causa superveniente, sendo considerado proprietário perfeito o possuidor que a tiver adquirido por título anterior à sua resolução, restando à pessoa em cujo benefício houve resolução, ação contra aquele cuja propriedade se resolveu para haver a própria coisa ou o seu valor. Art. 1360: Se a propriedade de resolver por outra causa superveniente, o possuidor, que a tiver adquirido por título anterior a sua resolução, será considerado proprietário perfeito, restando a pessoa, em cujo benefício houve a resolução, ação contra aquele cuja propriedade se resolveu para haver a própria coisa ou o seu valor. O que significa a condição da propriedade Resolúvel? Significa a cláusula que, inserida no título de aquisição do bem, subordina a resolução da propriedade a um evento futuro e incerto. Realizado assim o evento futuro e incerto, a propriedade desaparece, ou pode desaparecer, se resolve, como se jamais o fenômeno houvesse existido. Há modificação subjetiva do titular do domínio, tornando perfeito o direito eventual do proprietário diferido. Temporariedade e condicionalidade Efeito: ex tunc: a devolução da coisa faz-se como se nunca tivesse havido mudança de proprietário m, aplicando-se o princípio da retroatividade das condições consagrado no ART. 127 do CC. Propriedade Fiduciária É a propriedade Resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia transfere ao credor desde que tenha o registro do título no Cartório de Títulos e Documentos. Nesse caso, o devedor mantém a posse direta, mas não a propriedade ou seja, não tem disponibilidade da coisa. É modalidade de direito real sobre coisa alheia, mas na verdade o titular do direito real seria do credor fiduciário. Qualifica-se como direito real de garantia porque o devedor fica na posse direta, restando o direito do credor como uma garantia inerente a alienação Fiduciária. É resolúvel, é revogável, sujeita a condição e termo. Credor pode vender, judicialmente ou extrajudicialmente,porém não pode ficar, sendo nula cláusula nesse sentido. Eventual saldo devedor ser devolvido ao devedor. 24. Direito real sobre coisa alheia 24.1. Superfície 24.2. Servidão É uma limitação imposta sobre um imóvel para o benefício de outro, ambos pertencentes a proprietários distintos. Ônus real – concede ao proprietário do imóvel beneficiado (predial servente) a utilização parcial e indireta do imóvel afetado (predial dominante) É importante destacar que a servidão, enquanto direito real sobre a coisa alheia, permanece mesmo após a troca de proprietários do imóvel, salvo se houver expressa desistência do proprietário dominante, ou se estiver assim previsto em contrato. Quais são os tipos de Servidão? · Servidão predial: é mais comum e se dá entre dois imóveis distintos. O proprietário do imóvel dominante tem o direito de impor ao imóvel servente algumas utilidades. Ex.: servidão de passagem, de aqueduto, de esgoto. · Servidão Pessoal: essa servidão se dá quando uma pessoa (e não um imóvel) se beneficia do ônus imposto anum imóvel. Um exemplo comum é o usufruto, em que uma pessoa pode usar e gozar do imóvel de outra pessoa, sem ser o proprietário. · Servidão aparente e não aparente: existe uma marca física externa que indica a existência de uma servidão, como um caminho ou o aqueduto. Funciona através de um contrato ou testamento registrado em Cartório de Registro de Imóveis para ter validade contra terceiros. Eficácia erga omnes – registro do título constitutivo, no cartório de registro de imóveis. Características: · Direito imobiliário, por recair sobre bem imóvel; · É possível ter efeitos erga omnes · É direito acessório, por sua existência estar vinculada ao prédio dominante; · Tem duração indefinida, pois uma vez instituída, passa a gravar o imóvel servente, por tempo indeterminado, embora haja opinião em sentido diverso; · É indivisível, porque o ônus permanece íntegro ainda que haja divisão do prédio serviente ou do dominante; · Os prédios devem pertencer a donos diferentes · É inalienável, uma vez que o titular da servidão, que é dono do prédio dominante, não pode transferi-lo a terceiro. Classificação · Positivas x Negativas · Contínuas, descontínuas Contínuas: não dependem de ato humano. Ex.; aqueduto Descontínuas: dependem de ato humano. Ex.: servidão de passagem · Aparentes, não aparentes Modos de Constituição · Contrato: se o título constitutivo e seu valor superar o limite de 30 salários mínimos, será necessária a formalização por escritura Pública. · Testamento: requer que o testador, em cláusula testamentária, externe sua vontade no sentido de que sobre o imóvel que vai transmitir a um herdeiro pede o ônus da servidão em favor do prédio que seja vizinho. · Sentença: pode decorrer a servidão de sentença proferida em ação de divisão do imóvel. · Por destinação do proprietário: Ocorre quando dois imóveis pertencem a um mesmo proprietário e ele, enquanto proprietário desses imóveis, estabelece, para sua comida de, sobre um dos imóveis, por exemplo, a passagem invisível. Se houver transferência de um dos prédios a terceiro, o adquirente poderá ser beneficiado com uma servidão ou se sujeitar a ela, dependendo do prédio que adquira. · Por usucapião: Requer posse mansa, pacífica e contínua por 10 anos, desde que o possuidor tenha justo título e boa-fé. É necessário o transcurso do prazo de 20 anos de posse, se o possuidor não tiver título. · Exercício de servidão · Ações relativas a servidão: 1. Possessória: o objetivo é proteger a posse da servidão, podendo ser ajuizada ações de interdito proibitório, manutenção da posse ou reintegração de posse. 2. Confessória: Se requer o reconhecimento da servidão como de titularidade daquele que acredita ser beneficiado com uma servidão. 3. Negatória l: ajuizada por aquele que objetiva uma declaração judicial no sentido que não há servidão no seu imóvel 4. Usucapião: desde que a servidão seja aparente e tenham sido preenchidos os requisitos. Extinção da servidão: · Pelo cancelamento do registro: quando o titular do prédio dominante houver renunciado a servidão, quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilização ou comodidade, que determinou a servidão; e quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão, desde que haja acordo nesse sentido. · Pela reunião dos dois prédios na mesma pessoa; · Pela supressão nas respectivas obras, se a servidão for aparente · Pelo não uso por 10 anos contínuos · Pelo decurso de prazo, se a servidão for constituída a termo ou implemento da condição, se a ela estiver subordinada. 24.3. Uso É o direito de servir-se da coisa na medida das necessidades próprias da família, sem dela retirar vantagens. Conceito: É um direito real sobre coisa alheia, a título gratuito ou oneroso, pelo qual alguém utiliza coisa alheia, temporariamente, na medida das necessidades suas e de sua família. Prescreve o artigo 1412 que o usuário usará da coisa e perceberá os seus frutos, quando o exigirem as necessidades suas e de sua família. As necessidades pessoais serão avaliadas conforme a condição social do usuário e o lugar onde você e abrangem: as de seu cônjuge, as de seus filhos solteiros e as das pessoas de seu serviço doméstico. 24.4. Usufruto 24.5. Habitação 24.6. Direito real de aquisição 24.7. Direito do promitente comprador Uma espécie de contrato preliminar, bilateral pelo qual as partes, ou uma delas, comprometem-se na realização de um contrato definido de compra e venda, ou seja, ele deixa evidente que os contratantes tem vontade, consciente e inequívoca de realizar a avença. É direito real, que se adquire com o registro. A evidência, a promessa de compra e venda vida a constituição de direito real sobre imóvel, e portanto é da substância do ato a escritura Pública. 25. Adjudicação compulsória É uma medida legal que permite a alguém receber a propriedade de um imóvel prometido no contrato, mesmo que o vendedor se recusei a cumprir o acordo. É uma forma de garantir que a pessoa receba o que for prometido. Requisitos: · Deve ser registrada no RGI + registro de imóveis Requisitos para ação de adjudicação compulsória · Promessa de compra e venda, em que não se pactuo arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição de imóvel. Ou seja: a) Existência de promessa de compra e venda; b) Inexistência de previsão de arrependimento. Súmula 239: O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis. Prazo de prescrição da ação de adjudicação compulsória Não prescreve – direito potestativo – que só seria atingido pela decadência, porém também não há. O direito à adjudicação compulsória pode ser perdido caso uma outra pessoa adquira direito de usucapião sobre o imóvel pretendido. Competência da ação de adjudicação O juízo responsável é o do local do imóvel ART. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. Há no entanto, uma exceção: estando uma das partes envolvidas em um processo de falência, é competente o juízo falimentar ljurídica será atingido ao invés da pessoa natural. Restrições no código: · A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos que trata o caput não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica · Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica Desconsideração X Despersonificarão Desconsideração: Ignorar a distinção patrimonial Despersonificação: dissolução, cancelamento da pessoa jurídica. 5. Bens corpóreos e incorpóreos Bens corpóreos: são aqueles que possuem existência física e podem ser percebidos pelos sentidos. Característica: tangibilidade Bens incorpóreos: ausência de substância física, muitas vezes representados por direitos e ideias. Ex. Direitos autorais, marcas patentes, licenças e contratos 6. Domicílio Civil Residência: Local onde a pessoa estabelece sua residência definitiva, ou local onde a pessoa exerce suas atividades profissionais. Uma pessoa pode ter vários domicílios. Onde mora Art. 70: lugar onde ela estabelece sua residência com ânimo definitivo Art. 71: se a pessoa tiver mais de uma residência e alternadamente viva, considerar-se á domicilio qualquer uma delas Art. 72: lugar onde exerce a profissão Art. 73: Domicilio da pessoa natural, que não tenha residência atual, o lugar onde for encontrada Art. 75: Quando às pessoas jurídicas, o domicílio é: I. Da União, o DF; II. Dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; III. Do Município, onde funcione a administração local IV. Das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e Administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. Obs. Se a administração tiver a sede no estrangeiro, o domicílio da pessoa jurídica, será no sítio do Brasil, a que a agência corresponder. 76. Tem domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. · O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente · Do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções · O do militar, onde servir · Sendo a Aeronáutica, a sede do comando que se encontrar imediatamente subordinado · Marinha, onde o navio estiver matriculado · O do preso, o lugar em que cumprir a sentença Domicílio · Moradia: hotel · Residência: Chácara de veraneio · Domicílio: residência com ânimo definitivo 7. Bens Públicos São bens públicos os de domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno, todos os outros são particulares. · União · Estados-membros · Distrito Federal · Municípios · Autarquias · Fundações Públicas de direito público Obs.: Os bens das pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública que prestem serviços públicos teriam características próprias desses bens. Classificação de bens públicos: São classificados quanto a sua destinação: · Bens de uso comum do povo – propriedade pública Inalienáveis e não podem sofrer usucapião Pode ser gratuito ou retribuído · Bens de uso especial: prestação do serviço público e/ou administrativo pela Administração Pública Ex. Edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, distrital, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias. Também são inalienáveis e não podem sofrer usucapião Bens dominicais São aqueles que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real de cada um dessas entidades. Salvo disposição em contrário, Consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. Ou seja, os bens dominicais são aqueles para os quais a Administração olha com uma ótica mais patrimonial, de direito privado. Comportamento uma função patrimonial ou financeira, porque se destinam a assegurar a renda ao Estado, em oposição aos demais bens públicos, que dão afetados a uma destinação só interesse geral. Regime Jurídico de direito privado São alienáveis Não podem sofrer usucapião Afetação e desafetação Afetação: é a condição do bem público que está servindo a alguma finalidade pública. Ex.: prédio onde funciona um hospital público Desafetação: é a manifestação da vontade do Poder Público em alterara sua classificação, a sua afetação, a sua destinação l, alterando o bem de uso comum do povo, para uso especial, ou de uso especial para bem de uso comum do povo, ou um ou outro para bem dominical. 8. Atos jurídicos lícitos e ilícitos Os atos jurídicos são uma manifestação da vontade humana que resulta em efeitos jurídicos, causando a aquisição ou modificação das relações jurídicas e seus direitos. Objetivo: estabelecer relações legais que tragam segurança e justiça nas relações entre as pessoas. Categorias dos atos jurídicos: 8.1. atos jurídicos lícitos Legais – dentro dos parâmetros legais · São aptos a produzir efeitos jurídicos e são reconhecidos pelo ordenamento jurídico como válidos 8.2. atos jurídicos ilícitos Derivados da conta humana e praticados em desacordo com a ordem jurídica Geralmente causa danos a outra pessoa Classificação dos atos jurídicos · Quanto a ação: atos comissivos (fazer algo) e atos mosaicos · Quanto a subsunção: ato lícito ou ato ilícito · Quanto aos fatos: simples(apenas uma conduta) ou complexos. · Quanto à execução: execução imediata (execução ocorre logo após sua realização), de execução diferida (adiado) ou de execução pretérita (com efeito retroativo). · Quanto a declaração de vontade: unilaterais e bilaterais · Quanto a onerosidade: onerosos ou gratuitos · Quanto aos atos reciprocamente considerados: principais ou acessórios · Quanto aos efeitos: inter vivos ou mortos causa · Quanto a natureza: subjetivos (vontade unilateral ou bilateral), condicionais (impostos por lei, como o casamento), regras ( vinculam quem não manifestou vontade) ou jurisdicionais (decididos pelo poder Judiciário) · Quanto aos atos considerados em si mesmos: materiais/reais (concretos sobre determinado bem) ou de participação (com alteração psíquica em virtude de algum fato). 9. Prescrição e decadência Art. 189 a 206 – prescrição Art. 207 a 211 – decadência Objetivo: impedir a eternização de conflitos na vida social, extinguindo posições jurídicas que seus respectivos titulares não façam valer após certo lapso temporal. 9.1. Prescrição: extinção da pretensão a prestação de vida (ação judicial para assegurar um direito) Ou seja, o direito de ingressar com uma ação para assegurar o direito violado. Perde a oportunidade de ingressar a ação judicial, se não entrar dentro do prazo · Tem por objeto direitos subjetivos patrimoniais e disponíveis · Não afetam direitos personalíssimos · Não afetam direitos de Estado, não afetam direitos de família – irrenunciabilidade e ou/ indisponibilidade de negociação · A prescrição é aplicada nas relações jurídicas de cunho condenatório Causas que impedem ou suspendem a prescrição Art. 97 e 98: não corre a prescrição · Entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal · Entre ascendentes e descendentes, durante o Poder familiar · Entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a curatela ou curatela · Contra os incapazes que trata o art. 3° · Contra os ausentes do País em serviço público da União, Estados ou Municípios · Contra os que se acharem servindo as Forças armadas, em tempo de guerra Art. 199: Não corre igualmente a prescrição · Pendendo condição suspensiva · Não estando vencido o prazo · Pendendo ação de evicção · Quando a ação de originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva. · Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível Causas que interrompem a prescrição · Somente pode ser uma vez · Por despacho do juiz que ordenar a citação · Por protesto, mas condições do inciso antecedente· Por protesto cambial · Pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores · Por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor · Por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconheço do direito pelo devedor · A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper · A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado · A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros, semelhantemente, a interrupção operadora contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados · Se for devedor solidário ou credor solidário, aproveita-se a interrupção · A interrupção contra o principal devedor, prejudica o fiador O resultado final das causas de impedimento, suspensão ou interrupção é o mesmo, ou seja, a paralisia do prazo prescricional “No impedimento, o prazo nem chegou a correr, enquanto na suspensão, o prazo, já fluindo, congela-se, enquanto pendente a causa suspensiva”. · O início do prazo da prescrição e decadência é quando é violado o direito · Interpretação do artigo diz que terá início quando o titular da pretensão tomar efetivo conhecimento de que seu direito foi violado. Quando a lei não fixar o prazo máximo prescricional será de 10 anos · Um ano · Dois anos · Três anos · Quatro anos · Até cinco anos Para os casos de reparação civil contratual, o prazo prescricional é de 10 anos 9.2. Decadência: perda efetiva de um direito por causa do seu não exercício no prazo estipulado Subdivide-se em: Legal: advém de expressão previsão em lei Convencional: possui caráter de ordem privada · Direitos prestativos ou personalíssimos, não há necessariamente um direito violado do titular da ação Em que casos há decadência? 1. Decai em 03 anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro 2. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões tomarão pela maioria dos votos presentes, salvo se constitutivo dispuser de modo diverso – decai em 03 anos o direito de anular as decisões a que se referente este artigo, quando voltarem a lei ou estatuto ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude 3. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou há de ser do conhecimento com aquele tratou – é de 180 dias a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade este prazo. 4. É de 04 anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I. No caso de coação, do dia que ela cessar II. No de erro, dolo ou fraude contra credores, Estado de perigo ou lesão, no dia em que se realizou o negócio jurídico III. No ato de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade 5. O adquirente decai o direito de obter a redibição ou abatimento do preço no prazo de 30 dias se for móvel e 01 ano se for imóvel, contado da entrega efetiva I. Se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido a metade II. Quando o vício por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo, contar-se a do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis, e de um ano para os imóveis. 6. Prazo decadencial de 02 a 05 anos para ajuizamento de ação rescisória, previsto no art. 975 CPC 7. Prazo decadencial de 30 a 90 dias para reclamações envolvendo relação de consumo, conforme art. 26 do código de defesa do consumidor 8. Prazo decadencial de 120 dias para mandado de segurança Em que casos não ocorre a decadência? Os prazos decadenciais não se suspendem ou se interrompem Salvo: · Para os relativamente incapazes, pois, não será iniciado Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas tem ação contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa a prescrição, ou não alegarem oportunamente · Outra exceção é a convenção de prazo entre as partes do negócio jurídico processual 10. Prova do fato jurídico Salvo o negócio a que se impõe forma especial, fato jurídico pode ser provado, mediante: I. Confissão II. Documento III. Testemunha IV. Presunção V. Perícia Confissão: · Não tem eficácia a confissão de provém de quem não é capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados. · A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou coação Escritura Pública A escritura Pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, fazendo prova plena. Salvo quando exigidos por lei outros requisitos, a escritura Pública deve conter: I. Data e local de sua realização; II. Reconhecimento da identidade e capacidade das partes e de quantos hajam comparecido ao ato, por si, como representantes, intervenientes ou testemunhas; III. Nome, Nacionalidade, Estado civil, profissão, domicílio e residência das partes e demais comparecentes, com a indicação, quando necessário, do regime de bens do casamento, nome do outro cônjuge, e filiação; IV. Manifestação clara da vontade das partes e dos intervenientes V. Referência ao cumprimento das exigências legais e fiscais inerentes a legitimidade do ato; VI. Declaração de ter sido lida na presença das partes e demais comparecentes, ou de todos que a leram; VII. Assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como a do tabelião ou substituído legal, encerrando o ato. Certidões e traslados · Farão a mesma prova que os originais, certidões, protocolo de audiências, traslados de autos ou qualquer livro a cargo do escrivão, extraídas por ele, ou sob sua vigilância. · Os traslados e as certidões considera-se-ão instrumentos públicos, se os originais houverem produzido em juízo como prova de algum ato. Declarações Em documentos assinados presumem-se verdadeiras em relação aos signatários. Anuência Instrumento particular · O instrumento particular, feito e assinado, ou somente assinado por quem esteja na livre disposição e administração de seus bens, prova as obrigações convencionais de qualquer valor, mas os seus efeitos, bem como os da cessão, não se operam, a respeito de ter euros, antes de registrado no registro público. Telegrama O telegrama, quando lhe for contestada a autenticidade, faz prova mediante conferência com o original assinado. Cópias e reproduções · A cópia fotográfica de documento, conferida por tabelião de notas, valerá como prova de declaração da vontade, mas impugnada sua autenticidade, deverá ser exibido o original. Título de crédito A prova não supre a ausência do título de crédito, ou do original, , nos casos em que a lei ou as circunstâncias condicionar em o exercício do direito à sua exibição. Livros e fichas Os livros e fichas dos empresários e sociedades provam contra as pessoas a que pertencem, e, em seu favor, quando escriturados sem vício extrínseco ou intrínseco, forem confirmados por outros subsídios. A prova resultante dos livros e fichas não é bastante nos casos em que a lei exige escritura Pública, ou escrito particular revestido de requisitos especiais e pode ser ilidida pela comprovação da falsidade ou inexatidão dos lançamentos. Idioma estrangeiro Os documentos definidos em língua estrangeira serão traduzidos para o português para ter efeitos legais. Prova testemunhal Salvo casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse dez vezes o maior salário mínimo vigente no País, ao tempo em que foram celebrados. Não podem ser admitidos como testemunhas: I. Menores de 16 anos II. Não tiverem discernimento para a prática dos atos da vida civil por enfermidade ou retardamento mental III. Cegos e surdos, se a prova dependa dos sentidos que lhes faltam IV. Interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes V. Cônjuges, ascendentes, descendentes e os colaterais, até o terceiro grau de alguma das partes por consanguinidade, ou afinidade VI. Paraa prova de fatos que só elas conheçam o juiz pode admitir depoimento das pessoas elencadas acima. Ninguém pode ser obrigado a depor sobre fato: I. Cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar segredo II. A que não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, parente em grau sucessível, ou amigo íntimo III. Que exponha, ou as pessoas referidas no inciso anterior a perigo de vida, de demanda, ou de dano patrimonial imediato Presunções As presunções, que não são legais, não se admitem nos casos em que a lei exclui a prova testemunhal Perícia médica Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário, não poderá aproveitar-se da sua recusa. A recusa a perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame. 11. Contratos 11.1. Elementos essenciais: · Agentes capazes · Objeto lícito · Objeto possível · Determinado ou determinável · Consentimento válido · Forma prescrita ou não defesa em lei São elementos dos contratos: 1. Existência de duas ou mais pessoas (naturais e/ou jurídicas) 2. Capacidade plena das partes para contratar Se as partes não forem capazes o contrato – poderá ser nulo (absolutamente incapaz que não foi representado) Relativamente incapaz que não foi assistido – poderá ser anulável 3. Consentimento: vontades livres e isentas de vícios (erro, dolo, coação) 4. Objeto do contrato (prestação). Objeto de quem compra: pagar a coisa Objeto de quem vende: entregar a coisa. 5. Forma prescrita ou não defesa em lei 11.2. Princípios fundamentais – Contratos · Princípio da autonomia da vontade ( chamado princípio do consensualismo ou da autonomia privada) · Princípio da observância das normas de ordem pública · Princípio da Equivalência material das prestações 11.3. Formação dos contratos 1. Proposta ou oferta (solicitação ou oblação) Deve ser: séria, inequívoca, precisa e completa para se revestir de força vinculante, já contendo todos os elementos essenciais do negócio jurídico. 2. Aceitação é a anuência feita pelo aceitante ou oblato Requisitos: a) Não se exige obediência a determinada forma (salvo nos contratos solenes) podendo ser expressa ou tácita b) Deve ser oportuna c) Deve corresponder a uma adesão integral a oferta d) Deve ser coerente e conclusiva Lugar da Celebração O negócio jurídico reputa-se celebrado no lugar que foi proposto. O contrato é celebrado no lugar onde foi proposto, em regra Classificações dos contratos · Contrato preliminar – contrato promessa (neste, as partes se comprometem a celebrar o contrato definitivo posteriormente). Objeto: celebração de contrato definitivo Promitente comprador e promitente vendedor · Contratos Unilaterais ou Bilaterais a) Unilateral: testamento Apenas um dos contratantes assume obrigações em face do outro. É o que ocorre na doação pura e simples. Apesar de ter duas vontades, do doador e do donatário, apenas nasce obrigações para um Ex.: comodato, mútuo b) Bilateral: contratos Os contratantes são simultânea e reciprocamente credores e devedores uns dos outros, produzindo direitos e obrigações para ambos Sinalagmático Ex.: compra e venda · Contratos Onerosos ou gratuitos a) Onerosos: trazem vantagens para ambos contratantes, ex.: locação Em outras palavras, ambos assumem ônus e obrigações recíprocas. B) Gratuitos: oneram somente uma das partes, proporcionando a outra uma vantagem Ex.: doação pura e simples, depósito, comodato · Contratos Comutativos ou Aleatórios a) Cumulativo: pré-estimado: quando as prestações de ambas as partes são conhecidas Exatidão b) Aleatório: aquele que a prestação de uma das partes (ou de ambas) não é conhecida com exatidão no momento da celebração do contrato. Incerteza ou risco futuro e incerto Classificação quanto a forma · Consensuais: proposta e aceitação, podem ser celebrados inclusive de forma tácita e verbal · Contratos solenes (formais): a lei exige uma forma especial Ex.: compra e venda de bens imóveis, exige escritura Pública e registro, fiança, seguro · Contratos reais: além do acordo de vontades, também a entrega efetiva da coisa, objeto do contrato Evicção: perda de um bem por ordem judicial ou administrativa, em razão de motivo jurídico anterior a sua aquisição Causas supervenientes · Resolução por inexecução voluntária: a prestação não é cumprida por inadimplemento culposo do devedor. Sujeita o inadimplente ao ressarcimento por todas as perdas e danos materiais (danos emergentes e lucros cessantes) e morais. Haverá efeitos ex tunc se tratar de contrato de execução única Ex nunca se for de execução continuada (não atinge o passado, não havendo restituição dos valores · Resolução por inexecução involuntária: a prestação não é cumprida, sem querer haja culpa do devedor, por caros alheios a vontade da parte. (Ex. Caso fortuito ou força maior) · Resolução por onerosidade excessiva: um evento extraordinário imprevisível que torne excessivamente onerosa a prestação de uma das partes (com extrema vantagem para outra Teoria da aplicação da Imprevisão: provada as condições pode haver a rescisão contratual ou a revisão das prestações · Revisão de acordo entre as partes · Revisão por decisão judicial · Resolução Interpretação dos contratos · Analogia · Costumes · Princípios gerais de direito ou a equidade Art. 112: Nas declarações de vontade de atenderá mais a intenção nelas com substâncias do que ao sentido literal da linguagem. · Boa fé · Conservação do contrato Art. 113: Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. A interpretação do Nego jurídico deve lhe atribuir o sentido que: · For confirmado pelo comportamento das partes posterior a celebração do negócio · Corresponder a boa-fé · For mais benéfico a parte que não redigiu o dispositivo, se identificável · Corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida inferida das demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas as informações disponíveis no momento de sua celebração. Importante: · Contrato de adesão com cláusulas ambíguas ou contraditórias, deverá adotar a interpretação mais favorável ao aderente · A transação interpreta-se restritivamente · A fiança não admite interpretação extensiva · Cláusula testamentária suscetível de interpretações diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a observância da vontade do testador Extinção dos contratos Momento que o contrato chega ao fim. Art. 472 a Art. 480 do Código Civil 1. Cumprimento da obrigação: extinção do contrato 2. Cessado o prazo que havia estipulado para a sua vigência: extinção do contrato, desde que suas obrigações tenham sido cumpridas – satisfação do crédito e adimplemento da obrigação. 3. Satisfação do crédito: a parte devedora efetivamente paga o que deve. 4. Adimplemento da obrigação: cumprimento do acordado no contrato, como por exemplo a entrega de uma obra de arte por parte do devedor, a qual foi encomendada pelo credor. Extinção das obrigações sem o pagamento 1. Novação: Adimplemento através da realização de um novo contrato, assumindo uma nova obrigação, possuindo como finalidade a extinção do contrato anterior. 2. Compensação: as partes são ao mesmo tempo credora e devedora uma da outra, de maneira que a obrigação de extinguirá, quando compensar. 3. Confusão: quando ocorre uma inversão do polo atípico para com o polo passivo, os quais são ocupados pela mesma pessoa. 4. Remissão: é quando ocorre o perdão do débito por parte do credor ao devedor. Ocorrendo a aceitação do perdão pelo inadimplente, a obrigação é extinta. Espécies de contratos regulados no código civil · Compra e venda: transferência de domínio de certa coisa, e o outro pagar-lhe em dinheiro, a compra e venda, quando pura, considerar-se a obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e preço. · Venda de coisa futura: ficará sem efeito o contrato se está não avier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório · Venda de amostras: sea venda de realizar á vista de amostras, protótipos, ou modelos, entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas correspondem. · Valores: pode ser deixada a arbítrio de terceiro. Pode-se deixar a taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar. É lícito as partes ficar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva determinação. · Nulidade: nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço. · Despesas e riscos: salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição. Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador. Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, que comumente se recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que já tiverem sido postas a disposição do comprador, correrão por conta deste. Correrão também por conta do comprador os riscos das referidas coisas, de estiver em mora de as receber, quando postas a sua disposição no tempo, lugar e pelo modo ajustados. A tradição da coisa vendida, na falta de estipulação expressa, dar-se-á no lugar onde ela se encontrava, ao tempo da venda. Se a coisa for expedida para lugar diverso, por ordem do comprador, por sua conta correrão os riscos, uma vez entregue a quem haja de transportá-la, salvo se das instruções dele se afastar o vendedor Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes da tradição o comprador cair em insolvência, poderá o vendedor sobrestar na entrega da coisa, até que o comprador lhe dê caução de pagar no tempo ajustado. Anulação É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. Se for o regime de bens da separação obrigatória, dispensa-se o consentimento do cônjuge Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em haste pública: I. Pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados a sua guarda ou administração II. Pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta III. Pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, Peritos e outros serventuários ou auxiliares de justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender sua autoridade IV. Pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados Cônjuges É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão Medida de extensão Se na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou de determinar a respectiva área e esta não corresponder, em qualquer dos casos, as dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional só preço Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa, quando a diferença encontrada não exceder a um vigésimo da área total anunciada, ressalvado ao comprador o direito de provar que, em tais circunstâncias não teria realizado o negócio. Se em vez de falta, houver excesso, e o vendedor provar que tinha motivos para ignorar a medida exata da área vendida, caberá ao comprador, a sua escolha, completar o valor correspondente só preço ou devolver o excesso. Decai do direito de propor as ações previstas anteriormente o vendedor ou comprador que não o fizeram no prazo de um ano, a contar do registro do título Atrasos Se houver atraso na imissão de posse no imóvel, atribuível aí alienante, a partir dela fluirá o prazo de decadência. O vendedor, salvo convenção em contrário, responde por todos os débitos que gravem a coisa, até o momento da tradição. Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma, não autoriza a rejeição de todas Condôminos Não pode um condômino, em coisa indivisível, vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência. Sendo muitos condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os com proprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço. Contrato aleatório Se o contrato for aleatório, coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir Se dá coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido. Contrato preliminar · Exceto a forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado · Concluído o contrato preliminar, com observância das normas anteriores, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando o prazo a outra para que o efetive. · O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente · Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto de opuser a natureza da obrigação Contrato com pessoa a declarar Uma das partes indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e obrigações dele decorrentes Deve ser comunicada a outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do contrato, de o outro não tiver sido estipulado Eficácia O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários I. Se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la II. Se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da indicação III. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação, o contrato produzirá Deus efeitos entre os contratantes originários 12. Negócio Jurídico Conceito: fatos jurídicos dependentes da vontade humana, tanto para sua formação quanto para produção de efeitos, como por exemplo, os contratos de maneira geral ou os testamentos. 12.1. Classificação dos fatos jurídicos 12.1.1. Natural (fato jurídico em sentido estrito) São aqueles por acontecimento natural 12.1.2. Humanos (ato) Aqueles que tem participação humana · Ato lícitos 1. Ato lícito em sentido estrito: atos não negociais, há a participação humana, entretanto os efeitos são determinados pela lei. Ex.: Reconhecimento de filho 2. Negócio jurídico: Os efeitos daí desejados pela parte, há a autonomia da vontade. Ex.: contrato · Ato ilícito 12.2. elementos essenciais à validade do negócio jurídico · Agente capaz Se o agente for absolutamente incapaz o negócio jurídico será nulo, entretanto se o agente for relativamente incapaz o negócio jurídico será anulável. · Objeto lícito, possível, determinado ou determinável O objeto pode ser determinável, ou seja, a impossibilidade inicial do objeto não inválida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição. · Forma prescrita ou não defesa em lei A regra é não depender de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir Escritura Pública para imóveis: ART. 108: é essencial a validade dos negócios jurídicos de imóveis de valor superior a 30 vezes o salário mínimo, salvo lei em sentido contrário. Forma solene por vontade das partes: É plenamente possível, conforme o CC “ no negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância doato. · Vontade das partes Reserva mental: ART. 110: Há divergência entre vontade real e vontade declarada I. Destinatário não tinha conhecimento (3° de boa-fé) = subsiste o negócio jurídico II. Destinatário tinha conhecimento da reserva mental (conluio)= não existe negócio jurídico Intenção X sentido literal: ART. 112: Nas declarações de vontade, se atenderá mais a intenção do que sentido literal. Nesse sentido até mesmo o silêncio pode importar em anuência, a depender das circunstâncias. Interpretação do negócio jurídico · Boa-fé · Usos no lugar de sua celebração (ART.113) Obs.: As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação e integração diversas daquelas previstas em lei. Interpretação escrita · Negócios jurídicos benéficos (atos gratuitos) · Renúncia Da representação · Por lei (representação legal) · Pelo interessado (representação voluntária) Hipóteses que o NJ é anulável · Auto contrato · Conflito de interesses com o representado (ex. Terceiro de má-fé) Da Condição, do Termo e do Encargo Elementos acidentais de um negócio jurídico · Condição: deriva exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. Há liberdade de estipulação de condições, assim são lícitas, em geral, todas as condições não contrárias a lei, a ordem pública ou aos bons costumes, entretanto é proibida a condição que prive de todo efeito o negócio jurídico ou sujeitará ao puto arbítrio de uma das partes. Tipos de condição: quanto ao modo de atuação · Condição suspensiva: subordinando-se a eficácia do negócio jurídico · Condição resolutiva: e quando esta não se realizar, vigorará o negócio jurídico Invalidades – Negócio Jurídico x Condição Invalidam os negócio jurídicos que lhe são subordinados I. As condições impossíveis, quando suspensivas II. Condições ilícitas III. Condições incompreensíveis ou contraditórias Invalidam a condição Condições impossíveis, quando resolutivas Condições de não fazer coisa impossível Termo: suspende o exercício, mas não a aquisição do direito, ou seja, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e certo. Ex. Te darei um carro daqui a 1 ano Tipos de termo: Termo inicial: fixa a eficácia no negócio jurídico para um momento posterior Termo final: fica o término dos efeitos Obs.: ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas a condição suspensiva e resolutiva. Regras dos prazos: exclui o dia do começo, e incluído o do vencimento Meado: 15° dia do mês Prazos de meses e anos: expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência l. Prazos fixados em hora: contado minuto a minuto Encargo: impõe ao beneficiário de um direito uma determinada obrigação/ônus. Ex. Município isenta o IPTU de uma empresa por 05 anos, desde que ela contrate 1000 funcionários no período. E que se considera não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se inválida o negócio jurídico. Resumindo · Condição: se ocorrer · Termo: evento futuro e certo - quando · Encargo: impõe um ônus – desde que 13. Defeitos do negócio jurídico a) Erro ou ignorância · Ignorância: total desconhecimento · Erro: agente se engana sozinho sobre um elemento que influência a vontade ART. 148: são anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face de circunstâncias do negócio. Ou seja, o erro substancial é anulável, entretanto o erro acidental/secundário não é anulável. Logo, se considera erro substância quando: I. Interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais; II. Concerne a identidade ou a qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante; III. Sendo de direito e não implicando recusa a aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico Art. 140: O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante Erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante Do dolo Podemos classificar o dolo da seguinte forma: · Dolus Bônus (dolo bom): é aceitável ex: exaltar um produto para vender · Dolus malus (dolo mau): ação de enganar alguém Subdivide-se em: 1. Dolo principal/substancial: gera anualidade, o dolo é a causa do negócio 2. Dolo acidental: O negócio seria realizado, embora por outro modo, assim não gera anualidade, porém obriga a satisfação das perdas e danos · Dolo negativo: silêncio intencional sobre fato ou qualidade que a outra parte desconhece omissão dolosa · Dolo de terceiro: 1. Beneficiado sabia ou devia saber do dolo: anulável 2. Beneficiado não sabia: negócio jurídico válido, porém o terceiro responde por perdas e danos · Dolo de representante 1. Do representante legal: responsabilidade do representado é limitada ao que aproveitou o dolo ex: pais 2. Do representante convencional: responsabilidade solidária com o procurador por perdas e danos · Dolo recíproco: se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização Da Coação · Coação física: ausência total de consentimento – ato inexiste · Coação moral: há manifestação de vontade, entretanto sob pressão: anulável Código Civil está tratando da Coação Moral: Requisitos da coação moral: · Causa determinante do negócio jurídico; · Temor justificado; · Dano iminente e considerável a sua pessoa, a sua família, ou aos seus bens Coação exercita por terceiro · Houve conluio com o beneficiário: beneficiário é responsável solidário por perdas e danos e o negócio pode ser anulado. · Terceiro de boa-fé: apenas o autor da coação responde por perdas e danos, porém o negócio é válido. Nesse sentido, não se considera coação: · Ameaça do exercício normal de um direito · Simples temor referencial Do Estado de Perigo Estado de Perigo: necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família: Requisitos: · Dano pessoal · Urgência e gravidade do dano/risco · Relação de causa e efeito entre o perigo e o negócio · Dolo da contraparte/de aproveitação · Excessiva onerosidade Da Lesão: ocorre quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. Assim, não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. · Estado de Perigo: risco pessoal (pessoa ou família( · Lesão: Risco patrimonial Da Fraude contra credores Fraude contra credores: o devedor desfalca maliciosa seu patrimônio com o objetivo de não mais garantir o pagamento de suas dívidas/credores. Requisitos: · Prejuízo ao credor (elemento objetivo · Má-fé (elemento subjetivo) Tipo de fraude contra credor: · Transmissão gratuita ou remissão da dívida: já podem ser anulados, pois a má-fé é presumida · Contrato oneroso: necessária notória insolvência No caso de contratos Onerosos: · Se o insolvente vender no preço corrente – será depositado em juízo, com citação de todos interessados · Se vender em preço inferior: poderá o adquirente depositar o restante em juízo para conservar os bens. Assim, os credores poderiam entrar com ação (chamada de ação Paulina), contra: · Devedor insolvente · A pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, independente de má-fé · Terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha fé efetuar o concurso de credores Da Invalidades do Negócio Jurídico Nulidade: ofende preceitos de ordem pública Anulabilidade: ofender o interesse particular Informações: · Anulado o negócio jurídico: restituir-se-ãoas partes ao Estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente · A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder provar-se por outro meio · Invalidade parcial: não o prejudicará na parte válida, se está for separável · Invalidade na obrigação principal: implica a das obrigações acessórias, mas o contrário não é verdadeiro Nulidade: Hipóteses de nulidade: I. Celebrado por pessoa absolutamente incapaz II. Objeto for lícito, impossível ou indeterminável III. O motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito IV. Não revestir a forma prescrita em lei V. For preterida alguma solenidade que a lei considere essencial a sua validade VI. Tiver por objetivo fraudar lei imperativa VII. A lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção VIII. Será nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido na substância e forma Simulação · Absoluta: há apenas o negócio simulado e tudo será anulado · Relativa: Há dois negócios jurídicos. O simulado, utilizado como disfarce e o dissimulado, que de fato é da vontade das partes. Assim, os efeitos do negócio jurídico dissimulado, se for válido, subsistirão. Requisitos do negócio simulado · Acordos entre as partes · Declaração externa diferente da intenção · Enganar terceiro ou violar a lei Hipóteses de simulação I. Aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas as quais realmente se conferem, ou transmitem; II. Conviverem declaração, confissão, condição, ou cláusula não verdadeira; III. Os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados Efeitos da nulidade · Podem ser alegadas por qualquer interessado, ou MP · Nem o juiz nem as partes podem suprir · Não é suscetível de confirmação · Não convalesce pelo decurso do tempo, prescrição e decadência Anulabilidade Hipóteses de anulabilidade: I. Incapacidade relativa do agente II. Vício resultante de erro, dolo, coação, Estado de Perigo, lesão, ou fraude contra credores Efeitos da anulabilidade · Convalescem pelo decurso do tempo (prescrição e decadência) · Podem ser supridas · Não podem ser pronunciadas de ofício pelo juiz · Não podem ser alegadas por qualquer um, apenas pelos interessados Prazos de anulabilidade É de 04 anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I. No caso de coação, do dia em que ela cessar; II. No de erro, dolo, fraude contra credores, Estado de Perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico III. No ato de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade Na omissão da lei: 02 anos a contar da data da conclusão do ato. 14. Direito das Obrigações É a parte do Direito Civil que delícia estuda os vínculos jurídicos entre pessoas e. Que o patrimônio do devedor poderá responder pelo seu inadimplemento. Ao menos uma das partes se comprometer a dar, fazer ou não fazer algo para outra parte. Direitos absolutos: oponíveis a todas as pessoas (erga omnes) e o direito do titular corresponde a um dever negativo dos demais (inação). Se eu tenho direito à vida, todas as demais pessoas têm o dever de não me tirar a vida. Direitos relativos: direitos inerentes àqueles que se manifestam em uma relação jurídica entre dois (ou mais) sujeitos certos e determinados. O direito de uma das partes corresponde a um dever da outra parte (inter parte). Se vou comprar uma bala, o vendedor deve me entregar a mesma Conceito de obrigação · “ vínculo jurídico em virtude do qual uma pessoa pode exigir de outra prestação economicamente apreciável” · “relação jurídica de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro só segundo, garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio”. Elementos constitutivos ou essenciais das obrigações Subjetivo, objetivo e imaterial 1. Elementos subjetivo É aquele que diz respeito aos sujeitos, às partes · Sujeito ativo · Sujeito passivo Na maioria das vezes, ocorre um sinalagma obrigacional (ambas as partes são credoras e devedoras ao mesmo tempo). 2. Elementos objetivo Objeto da obrigação: prestação Prestação é o dever específico de fazer, não fazer ou dar Ex.: venda de bala Objeto: prestação de dar Objeto mediato: é o objeto do objeto, ou seja dar a bala em si · Lícito · Possível · Determinável ou determinado Natureza patrimonial: a obrigação pode ser transformada em valores financeiros caso não seja cumprido. 3. Elemento imaterial ou abstrato É o vínculo jurídico que cria a ligação entre as partes e o objeto Elementos acidentais das obrigações Podem não estar presentes em uma obrigação – plano de eficácia das obrigações Condição, encargo e termo 1. Condição: suspensiva e resolutiva/ evento futuro e incerto/se 2. Termo: acontecimentos de um evento futuro e certo/ quando 2.1. Termo inicial: aponta quando a obrigação começará a ter efeito 2.2. Termo final: aponta quando a obrigação de finda 3. Encargo: ônus por uma obrigação gratuita/ caso/ ex.: eu de doo o imóvel caso você construa uma creche para pessoas carentes e mantenha por 05 anos Fontes das obrigações Vontade humana/lei/ ato ilícito “ A vontade sozinha não cria nenhuma obrigação e que a lei sozinha não é fonte de qualquer obrigação” Negócio jurídico Ato, fato e negócio jurídico · Fato jurídico: acontecimento natural que geral efeitos jurídicos · Atos jurídicos (lato sensu): ações ou omissões decorrentes da vontade humana que geram efeitos jurídicos 1. Atos jurídicos (stricto sensu): ações ou omissões decorrentes da vontade humana que tem seus efeitos determinados na lei. Ex. Promessa de recompensa, gestão de negócios 2. Negócio jurídico: ações ou omissões decorrentes da vontade humana que tem seus efeitos determinados minimamente na lei, mas as partes possuem maior amplitude para dispôs sobre o objeto da relação. É um ato de autonomia privada. Ex : contrato de compra e venda: objeto/ forma/preço/ tempo/lugar de pagamento Responsabilidade Civil Obrigações decorrentes de danos à pessoa ou ao patrimônio alheio A culpa, subdivide-se em dolo, culpa Culpa: · Negligência: omissão/ descuido, indiferença ou desatenção · Imprudência: ação precipitada e sem cautela, toma uma atitude diversas da esperada · Imperícia: falta de técnica e competência Enriquecimento injustificado Coloca em seu patrimônio o que deveria ser de outra pessoa Espécies das obrigações a) Obrigação de dar Um bem está em posse do devedor e deve ser passado para a posse do credor 1. Obrigação de entregar ( o bem nunca esteve na posse do credor) 2. Restituir (já esteve na posse do credor, agora está com o devedor Objeto 1. Objeto certo(individualizado/infungível/determinado) 2. Incerto: fungível Obs.: o credor não é obrigado a aceitar coisa diversas da que lhe é devido, nem é o devedor obrigado a aceitar coisa diversa da que lhe é devido. b) Obrigação de fazer Cumprir uma tarefa ou atribuição Gera para o credor o direito de autotutela. Em caso de urgência, o credor pode cumprir tarefa antes de pedir ao juiz e o pedido passa a ser que ele seja ressarcido. c) Obrigação de não fazer 15. Vícios redibitórios e evicção Vício redibitório: defeito oculto em um bem, móvel ou imóvel, que venha a reduzir o seu valor ou a torná-lo impróprio para o consumo. O que é o vício redibitório? Defeitos oculto em um bem, móvel ou imóvel, que venha reduzir o seu valor ou até mesmo torná-lo impróprio para o consumo. Só se aplica nos contratos Comutativos, ou seja, que trazem a previsão de obrigações certas para ambas as partes. Contrato aleatório: não se aplica ao conceito de vício redibitório, a menos que seja uma parte do contrato que não está sujeita ao acaso. Identificado o vício redibitório, o comprador pode rejeitar a coisa, ou requerer o abatimento proporcional do preço. Esse defeito sempre vai assistir ao comprador, independente do vendedor saber ou não dáexistência do vício. Se o vendedor não sabia, sobre o vício redibitório, ele deverá devolver o valor recebido, ou abatimento proporcional, mais os custos do contrato. Se o vendedor sabia do vício e ocultou do comprador, além de devolver o valor recebido, ele responderá por perdas e danos. Prazos 1. Bem móvel: 30 dias para reclamar – contado da entrega efetiva, se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido a metade 2. Bem imóvel: 01 ano 3. Se o vício for oculto, de difícil constatação, esses prazos passam a correr de sua descoberta, mas essa descoberta deve ocorrer em até 180 dias, no caso de bens móveis e 01 ano, bens imóveis. Vício redibitório na locação de imóvel – é possível Evicção – relação jurídica anterior Na evicção, o comprador (evito) perde o bem adquirido do vendedor (alienante) por uma decisão judicial ou por um ato administrativo que devolva a propriedade a um terceiro (evictor) Direito à indenização Quando isso ocorre, o vendedor deverá indenizar o comprador pelo valor pago, além de indenização pelos frutos que este tiver que restituir, despesas do contrato, prejuízos sofridos, custas judiciais e honorários advocatícios. Tem direito o evicto: · Indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir · Indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção. · Custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. 16. Responsabilidade Civil Obrigação legal de reparar danos causados a terceiros por atos ilícitos, negligência ou descumprimento de deveres. Envolve indenização financeira para restabelecer a condição anterior à ocorrência do dano, visando compensar prejuízos materiais, morais ou pessoais. Ser responsável pelas consequências de uma ação ou omissão que causou danos a outra pessoa. O objetivo principal é compensar a vítima pelos danos sofridos, oferecendo uma indenização adequada. É o dever legal de reparação por um dano patrimonial ou não, que alguém tenha causado a outra pessoa. Obrigação X Responsabilidade Civil Obrigação civil: é o dever dos cidadãos em cumprirem com as normas civis, impostas em seu ordenamento Responsabilidade Civil: advém como consequência de alguma ação anterior. Não se trata de uma obrigação originária, mas sim de um dever de reparação. Tipos de responsabilidade: · Responsabilidade contratual: por descumprimento do contrato · Extracontratual: por atos ilícitos Também conhecida como delitual, ou aquiliana, decorre de violação legal, ou seja, de lesão a um direito subjetivo ou da prática de um ato ilícito, sem que haja nenhum vínculo contratual entre lesado e lesante. Resulta, portanto da inobservância da norma jurídica ou de infração ao dever jurídico geral de abstenção atinente aos direitos reais ou de personalidade. Ou melhor, de violação à obrigação negativa de não prejudicar ninguém. Para haver responsabilidade contratual, será preciso demonstrar: a) Obrigação violada b) Nexo de causalidade entre o fato e o dano produzido c) Culpa, pois se foi sem culpa, equivale ao caso fortuito e a força maior, que liberam o devedor, sem que caiba qualquer ressarcimento, hipótese que se configura, fatalmente, a cessação da obrigação sem que tenha havido pagamento. d) Prejuízo do credor, pois, se não houver menos cabo a um bem ou interesse material ou moral, não haverá responsabilidade. · Objetiva: independentemente de culpa Nós casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem: Art. 932: São também responsáveis pela reparação civil: II. Os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia III. O tutor e o curados, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições IV. O empregados ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; V. Os donos de hotéis, hospedaria, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação l, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; VI. Os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia Art. 12.: o fabricante, o produtos, o construtor, nacional ou estrangeiro e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projetos, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. · Subjetiva: requer culpa ou dolo Quando algum sujeito opera, em algum dos requisitos da culpa: imperícia, imprudência, negligência. · Por fato de terceiro: · Por vício do produto ou do serviço · Por atividade de risco Requisitos para a reparação de danos: · Conduta: ação, omissão, ou uma conduta humana que produz consequências jurídicas. · Dano: pode ser patrimonial (material) ou extra patrimonial (danos de caráter moral, ou estético) · Nexo de causalidade: conduta está ligada ao dano · Culpa: ocorre quando alguém ao realizar uma conduta, não age com a devida atenção, podendo incorrer em imperícia, imprudência ou negligência. Quais são as excludentes de responsabilidade Civil? · Legítima defesa · Estado de necessidade ou remoção de perigo iminente · Exercício regular de direito ou das próprias funções · As excludentes de nexo de causalidade: fato exclusivo da vítima ou de terceiros, caso fortuito e força maior. · Cláusula de não indenizar Funções da responsabilidade Civil · Compensatória · Preventiva · Punitiva · Pedagógica 17. Direito das coisas É o regime Jurídico que regula a relação entre pessoas e coisas. Diferencia-se do direito das obrigações, que rege a relação entre pessoas. Seu instituto típico é o direito de propriedade, que envolve a faculdade de usar, fruir, dispor e reaver de quem eventualmente venha a tomá-la injustamente. Direitos reais, ou direitos das coisas. Características: · Publicidade · Tipicidade disposta em lei · Eficácia erga-omnes · Responsabilidade: a coisa responde, ex.: se houver uma dívida de IPTU, o débito ficará vinculado ao imóvel e quem vier a adquiri-lo no futuro se tornará o novo responsável pelo pagamento. · Direitos reais são permanentes (perenidade): não podem ser desfeitos, senão por decisão judicial que determine a nulidade da operação Direitos reais: · Propriedade · Superfície · Servidões · Usufruto · Uso · Habitação · Direito do promitente comprador do imóvel · Penhor · Hipoteca · Anticrese · Concessão de uso especial para fins de moradia · Concessão de direito real de uso · A laje Tipos de bens: · Bens móveis e imóveis · Bens corpóreos e incorpóreos · Bens fungíveis e infungíveis · Bens divisíveis e indivisíveis Se for maior que 30 vezes o maior salário mínimo, vigente no País, devem ser feitos por escritura Pública. Promessa de compra e venda: cria obrigações para cada uma das partes (vendedor e comprador) de agir a viabilizar, no futuro, a transferência formalizada). 1. Contrato de promessa de compra a venda 2. Lavratura de escritura no tabelionato (cartório de notas), em caso de o bem imóvel ser maior que 30 salários mínimos 3. Encaminhamento da escritura ao registrador, também chamado de cartório de registro de imóveis, para que a transmissão sena apontada na matrícula imobiliária. 18. Posse Um ato jurídico que representa o exercício de fato, considerado pleno ou não, de um dos poderes atribuídos a propriedade. Segundo a teoria mais aceita pelo direito brasileiro, que é a teoria objetiva da posse, bastante que o possuidor aja como se fosse dono da coisa para ter a posse dela. Desta forma, não importa se ele está perto ou longe da coisa, se ele tem uma conduta de sono, ele será considerado possuidor Posse direta e indireta · É direta quando o possuidor está fisicamente com o bem, podendo ser possuidor, locatário, comodatário, arrendatário, entre outros · É indireta quando o possuidornão está fisicamente com o bem, como o locador, arrendador, comodante entre outros. Posse justa e injusta A posse justa não apresenta vícios. Em contraste, a posse injusta pode ser violenta, clandestina ou precária. · Posse injusta violenta: tomada por emprego de força. Cessada a violência, passa a ser justa perante terceiros. · Posse injusta clandestina: quando é tomada de forma oculta, sem violência e sem a autorização do possuidor. Cessada a clandestinidade passa a ser justa a posse perante terceiros · Posse injusta precária: ocorre com o abuso de confiança. Essa posse nunca se torna justa, sempre será injusta. Posse de boa-fé e má-fé Ação de reintegração de posse: ocorre quando a posse foi perdida de fato. Esbulho Ação de manutenção de posse: quando a posse foi perturbada. Acontece quando terceiro não permitem que o possuidor exerça sua posse plenamente. Joga entulhos em seu terreno ou fecha a entrada do imóvel, caracterizando a turbação. Ação de interdito proibitório: há apenas a ameaça de turbação ou esbulho. Trata-se de uma tutela preventiva e de natureza inibitória, que busca proteger o possuidor de uma ameaça concreta antes que ela se perpetue. 18.1. Teorias da posse · Teoria subjetiva de SAVIGNY: a posse se decompõe em dois elementos, intenção de ter a coisa (animus) e o poder material sobre a coisa (corpus), ou seja, tem a intenção de assenhora do bem, e dispõe do poder material sobre ele. Assim, aquele que possui a coisa em seu poder, mas em nome de outrem, não lhe tem a posse civil, é somente detentor · Teoria objetiva de LHERING: uma perspectiva objetiva. Comporta-se como dono, mesmo sem dispor sobre o material do bem. Ex.: locador · Teoria sociológica da posse: a posse se explica e se justifica pela sua própria função social, e não, simplesmente pelo mero viés de interesse pessoal daquele que a exerce. Função socioambiental da posse Art. 2° da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente ( Lei n. 6.938/81) Princípio da ação governamental de proteção e uso sustentável de florestas, consagrando o compromisso do País com a compatibilização e harmonização entre o uso produtivo da terra e a preservação da água, do solo e da vegetação. As obrigações previstas nesta Lei tem natureza real e são transmitidas ao sucessor, de qualquer natureza, no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural. Propor rem Concretizam o princípio da função ecológica da propriedade e da posse, vinculando inúmeros deveres de proteção ambiental ao exercício e fruição do direito pelo seu titular. 19. Direitos reais Direitos reais ou Direitos das coisas – é um conjunto de regras e normas que disciplinam uma relação jurídica entre pessoas, com base nos seus bens. Artigo 1.225 CC São direitos reais: I. A propriedade II. A superfície III. As servidões IV. O usufruto V. O uso VI. A habitação VII. O direito promitente comprador do imóvel VIII. O penhor IX. A hipoteca X. A anticrese XI. A concessão de uso especial para fins de moradia XII. A concessão de direito real de uso Quais são os direitos reais? São classificados em duas linhas: a) ‘jus in te propria’ sobre a coisa própria b) ‘jus in re aliena’ sobre a coisa alheia. · O direito real de gozo e fruição diz respeito ao titular poder usufruir do bem material, mesmo ele não ostentando a condição de proprietário, sendo a servidão e usufruto. · O segundo são os direitos reais de garantia, em que se garante o cumprimento de uma obrigação, referente a situações como penhor, hipoteca, anticrese e propriedade fiduciária. Por fim, o direito real de aquisição fala sobre o nascimento de expectativas do compromisso de compra e venda, isto é, de adquirir a propriedade do bem, finda a condição suspensiva. As características principais dos direitos reais são também conhecidas por oponibilidade: · erga omnes · Direito de sequela · Publicidade · Exclusiva · Preferência · Taxatividade Quais as diferenças entre os direitos reais e os direitos das coisas? Direito das coisas: entre pessoas e coisas Direitos reais: entre pessoas e coisas, seu fundamento principal é o conceito de propriedade. Ou seja, o direito das coisas é o conjunto de normas, predominantemente obrigatórias, que tendem a regular o direito atribuído a pessoa sobre os bens corpóreos, móveis ou imóveis de conteúdo econômico. ‘numeros clausulus’: o direito real é típico e taxativo, é aquele que se insere em um modelo definido pelo legislador. ‘numerus apertus’: são direitos obrigacional, onde as partes, facultativamente se valem de contratos disciplinados na lei. Bens incorpóreos, por exceção, podem estar sujeitos ao direito real (ex: usufruto de crédito) ex.: o credor, titular de um crédito, faculta um terceiro, usufrutuário de crédito, a perceber os frutos e a obrar as respectivas dividas. Por fim, a preponderância do bem coletivo em detrimento do individual (fenômeno moderno) Direito real · Identificação do passivo se dá no momento da violação do direito, oportunidade em que o sujeito passivo indeterminado se torna determinável · Tem por objeto um ou mais bens materiais determinados, móveis ou imóveis · As normas são obrigatórias, , ou seja, não admitem a interferência da vontade individual · Predominam normas cogentes · Eficácia contra todos Obrigação com eficácia real: na sua essência é obrigação, mas seus efeitos adquirem contornos de direto real Ex.: obrigações decorrentes do direito de vizinhança, como a necessidade de demarcar a propriedade de imóveis lindeiros Obrigação propter tem: tem se de início de uma relação de direito real, e em função dela, surge um vínculo obrigacional. É uma situação intermediária entre direito real e pessoal. Essa obrigação se transmite com a coisa, independente da vontade do adquirente. Ex.: construção de muro pelos proprietários confinantes. Ambos tem obrigação de construi- lo, arcando com as respectivas despesas Aquisição dos direitos reais ART. 1226: direitos reais sobre coisas móveis, entre vivos só se adquirem com a tradição ART. 1227: direitos reais sobre imóveis entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos, salvo os casos expressos neste código. Contrato menos de 30 salários mínimos sem registro, não tem eficácia erga omnes, ou eficácia entre terceiros. 20. Direito de propriedade Poder legal de usar, gozar, dispor, e reaver um determinado bem. Trata-se de um direito real, oponível erga omnes e que deve cumprir sua função social. É um direito mais amplo da pessoa em relação a coisa. O direito de propriedade engloba tanto os bens corpóreos e incorpóreos, móveis e imóveis, desde que seja um bem econômico, com expressão patrimonial. Não se enquadraram no direito de propriedade os seguintes bens jurídicos: · A vida · Liberdade · E a honra Doutrina de César Fiuza define a propriedade como a: “ situação jurídica consistente em uma relação dinâmica entre uma pessoa, o dono e a coletividade, em virtude da qual são asseguradas àquele os direitos exclusivos de usar, fruir, dispor e reivindicar de um bem, respeitados os direitos de uma coletividade” ART. 1.228 O proprietário tem a faculdade de usar gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. §1° O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e águas. §2° São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem §3° O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente. §4° O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse