Prévia do material em texto
DESENVOLVIMENTO DO DENTE (Aula TP e aula PL) EMBRIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTIVO – DESENVOLVIMENTO DO DENTE O primeiro sinal de que se vão formar os dentes, é o aparecimento de uma proliferação epitelial, um espessamento da ectoderme (figura 1). Esse espessamento aprofunda-se na gengiva formando um arco contínuo, a lâmina dentária (uma lâmina na mandíbula e outra a nível do maxilar superior). Aqui e ali, surgem dilatações descontínuas no bordo desse espessamento, os esboços dos dentes. Eles ficam ligados à superfície pela lâmina dentária e passam por várias fases: Na fase de gomo dentário (figura 2), apresentam-se como proliferações da ectoderme arredondadas e compactas, rodeadas pelo mesênquima. Na fase de capuz (figuras 3a e 3b), as células com origem ectodérmica formam uma espécie de gorro ou capuz, o órgão do esmalte, que cobre a papila dentária. Na fase de sino (figura 4), o esboço alonga-se e adquire a forma da coroa do futuro dente. Fig.1 Proliferação da ectoderme Fig.4Fig.3b Fig.3aFig.2 Capuz Esboço do capuz Gomo Sino Epitélio da boca Lâmina dentária Epitélio externo do órgão do esmalte Retículo estrelado Epitélio interno do órgão do esmalte Papila dentária Mesênquima Local de origem do esboço da raiz 4 EMBRIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTIVO DESENVOLVIMENTO DOS DENTES E DA MANDÍBULA O esmalte do dente tem origem ectodérmica, as células que o sintetizam têm a sua origem no órgão do esmalte. Nas imagens acima, podemos identificar o órgão do esmalte na fase de capuz. Ele resulta da proliferação do bordo da lâmina dentária, nos locais onde se vão formar os dentes. A dentina e a polpa têm origem na papila dentária, uma proliferação do mesênquima. Esta proliferação ocorre quando migram para esta região algumas células da crista neural. A mandíbula (setas) forma-se por ossificação intramembranosa, a partir do mesênquima. Esboço do dente- órgão do esmalte e papila dentária EMBRIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTIVO DESENVOLVIMENTO DOS DENTES- FASE DE CAPUZ OU SINO PRECOCE O esmalte forma-se a partir do revestimento da boca, tem origem ectodérmica. O epitélio de revestimento da boca prolifera e afunda-se no mesênquima dando origem a uma estrutura contínua em forma de arco, a lâmina dentária (LD). Da lâmina dentária partem aqui e ali os esboços dos dentes. Na fase de capuz, distinguimos dois componentes em cada esboço, o órgão do esmalte (OE) e a papila dentária (PD). Na etapa de sino precoce, as células do epitélio interno do órgão do esmalte tornam-se mais altas e diferenciam-se nos ameloblastos, células que irão sintetizar o esmalte. A dentina e a polpa formam-se a partir da papila dentária. O mesênquima que rodeia o esboço dos dentes, vai dar origem ao cemento, ao ligamento que prende o dente ao osso alveolar (ligamento periodontal) e ao próprio osso (ver adiante). A erupção do dente, que geralmente ocorre depois do nascimento, depende da formação da raiz. Mais tarde, os dentes definitivos vão substituir os dentes deciduais (dentição de leite). Os dentes definitivos também têm origem na lâmina dentária. Os dentes que não têm o seu correspondente decidual, têm origem num prolongamento epitelial semelhante. LD EMBRIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTIVO DESENVOLVIMENTO DOS DENTES Esboço do dente definitivo Esboço do dente definitivo Esboço do dente decidual Orgão do esmalte SISTEMA DIGESTIVO – DENTE E LIGAMENTO PERIODONTAL Corte que passa pela periferia do dente, na região da raiz, d- dentina, c- cemento, A- osso alveolar, PL- ligamento periodontal, BV-vasos sanguíneos, CF- fibras de colagénio, SF- fibras de Sharpey (fibras que partem do ligamento e penetram no osso). EMBRIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTIVO CORTE HORIZONTAL DA CABEÇA - FETO HUMANO - 11 SEMANAS ESBOÇO DE UM DENTE NA FASE DE CAPUZ Nesta preparação, podemos identificar trabéculas ósseas do osso da mandíbula em formação (TO), a língua (L), o palato mole (PM), a orofaringe (F), e outras estruturas. A maior parte da mandíbula forma-se por ossificação membranosa, diretamente a partir do mesênquima (M) mas a sua formação acompanha de perto uma peça de cartilagem, a cartilagem de Meckel (CM). Procure localizar os esboços dos dentes, na fase de capuz, entre as trabéculas ósseas alongadas e a cavidade de cada lado da língua. O corte nem sempre mostra o órgão do esmalte (OM) e a papila dentária (PD), visíveis na ampliação à direita. TO M C PD CM L PD OM F PM EMBRIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTIVO CORTE HORIZONTAL A CABEÇA DE FETO HUMANO – 11 SEMANAS LÂMINA DENTÁRIA E ESBOÇO DE UM DENTE A lâmina dentária é formada por um arco de tecido epitelial que se projeta para o interior do tecido conjuntivo fetal. À esquerda, ponteiro assinala a zona onde o epitélio de revestimento da boca se continua com o da lâmina dentária. Em alguns locais, o bordo distal da lâmina dentária dilata-se para formar o esboço do dente, constituído pelo órgão do esmalte e pela papila dentária. Na foto à direita, está apontado o órgão do esmalte. O esmalte tem origem epitelial (ectodérmica). Os outros tecidos do dente têm origem na papila dentária (origem mesodérmica, com participação das células da crista neural). Língua Língua EMBRIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTIVO CORTE HORIZONTAL DA CABEÇA - FETO HUMANO - 11 SEMANAS LÂMINA DENTÁRIA E ESBOÇO DE UM DENTE NA FASE DE CAPUZ Na foto à esquerda vemos o esboço do dente, constituído pelo órgão do esmalte (apontado) e pela papila dentária, uma condensação do mesênquima. A papila está assinalada na imagem central. A papila dentária vai originar a polpa e os odontoblastos, as células que produzem a dentina. As células que sintetizam o esmalte, denominadas ameloblastos, diferenciam-se a partir do epitélio interno do órgão do esmalte (à direita). Na margem direita das fotos, observamos parte da língua. À esquerda, estão presentes algumas trabéculas de osso e uma peça de cartilagem, a cartilagem de Meckel. Língua CM EMBRIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTIVO – FETO DE PORCO ESBOÇO DE UM DENTE NA FASE DE SINO - ORGÃO DO ESMALTE E PAPILA DENTÁRIA O órgão do esmalte passa por várias fases. Começa por ser uma estrutura arredondada e compacta, formada por células em proliferação (no gomo dentário), depois adota uma forma de capuz e finalmente alonga-se fazendo lembrar a coroa do futuro dente (fase de sino, visível na foto). Na fase de sino precoce, distinguimos bem os ameloblastos que se diferenciaram a partir do epitélio interno do orgão do esmalte. Agora o interior do órgão do esmalte tem um aspeto claro, as suas células formam um retículo. À medida que a formação do dente evolui, o espaço ocupado por esse reticulo vai diminuindo, até que o epitélio externo do órgão do esmalte fica muito próximo do epitélio interno. A papila dentária vai originar a polpa e os odontoblastos, as células que produzem a dentina, no contorno da polpa. EMBRIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTIVO CORTE FRONTAL DA CABEÇA - RATO, ESBOÇO DO DENTE NA FASE DE SINO TARDIO . Na etapa de sino tardio aparecem os tecidos duros (dentina e esmalte). Na região central do esboço do dente situa-se a polpa (tecido conjuntivo laxo); no contorno da polpa situam-se os odontoblastos. Externamente em relação aos odontoblastos, vemos a pré-dentina, (rosa–claro), depois a dentina (rosa mais escuro, assinalada), o esmalte (a lilás) e os ameloblastos, cortados obliquamente. Em alguns locais percebemos que os odontoblastos e os ameloblastos se dispõem numa só camada, mas quando são cortados obliquamente aparentam estar dispostos em várias camadas. SISTEMA DIGESTIVO – CORTE CORONAL (FRONTAL) - RATO ESBOÇO DO DENTE NA FASE DE SINO TARDIO À esquerda o ponteiro mostra os odontoblastos, células altas, colunares, com um só prolongamento. Os odontoblastos sintetizam a parte orgânica da dentina, a pré-dentina. Quando os sais de cálcio se depositam na pré-dentina ela transforma-se na dentina, um tecido mais corado, semelhante ao osso. Entretanto,os odontoblastos vão recuando e sintetizando novas camadas de matriz. Os prolongamentos dos odontoblastos situam-se em finos canais que atravessam a dentina. A polpa dentária é constituída por tecido conjuntivo laxo, ricamente vascularizado. Identifique os vasos sanguíneos situados na polpa. Na imagem central e à direita, o ponteiro assinala os ameloblastos, células alongadas, dispostas lado a lado, situadas na periferia do dente, mas apenas na região onde se está a formar a coroa. Os ameloblastos vão degenerar e morrer durante a erupção dentária. Depois do nascimento do dente, a formação de nova dentina continua a ser possível, ao contrário do que acontece com o esmalte. DENTE DE PORCO, FASE DE SINO TARDIO COROA, INICIO DA FORMAÇÃO DA RAIZ DENTE DE PORCO, FASE DE SINO TARDIO COM O ESBOÇO DA FORMAÇÃO DA RAIZ DENTE DE PORCO, FASE de ERUPÇÃO (nascimento da dentição decidual) OUTRO DENTE, FASE de GOMO (esboço de um dente da dentição definitiva) DENTE DE RATO, FASE DE SINO TARDIO DENTE DE RATO, FASE DE SINO TARDIO - COROA DENTE DE RATO, FASE DE SINO TARDIO - RAIZ SISTEMA DIGESTIVO – ESBOÇO DE DENTE DE RATINHO . Esboço do dente na fase de sino tardio (HE) - rato: A polpa (B), apresenta numerosos vasos sanguíneos. Os odontoblastos (C), dispõem-se numa só fileira, na periferia da polpa. Sintetizam a pré-dentina, de cor clara (D). Esta sofre calcificação originando a dentina (D), mais corada. A dentina contorna todo o dente, o esmalte não. Na zona do dente que vai ser a coroa vemos um pouco de esmalte (F), ainda imaturo. Para fora do esmalte, situam-se as células responsáveis pela formação do esmalte, os ameloblastos (G). O esmalte só se forma na coroa do dente. Devido à sua localização externa, os ameloblastos vão degenerar durante a erupção do dente. A parte restante do dente, a raiz do dente, está rodeada pelo mesênquima (tecido conjuntivo fetal), o qual irá dar origem ao cimento, ao ligamento periodontal e ao osso. Perto do esboço do dente estão a formar-se trabéculas de osso, por ossificação intramembranosa (H). B C D F G H E C LÁBIO FETAL HUMANO, LÁBIO DE GATO - CORTE SAGITAL O contorno do lábio apresenta 3 regiões distintas, uma face mucosa, uma zona de transição (bordo vermelho) e uma face cutânea (com pele). Na face mucosa o epitélio é mais espesso e não queratinizado, no bordo vermelho e na face cutânea o epitélio é delgado mas queratinizado. Na preparação de lábio fetal, à esquerda, os folículos pilosos ainda estão em diferenciação e não vemos as glândulas típicas da pele, que se diferenciam mais tarde. No lábio de gato podemos identificar, ampliando, glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas, e alguns folículos pilosos de grandes dimensões. No interior do lábio, observamos tecido conjuntivo com vasos sanguíneos, músculo esquelético em corte transversal, e pequenas glândulas labiais (perto da superfície mucosa). CORTE TRANSVERSAL DE FETO HUMANO COM 11ª SEMANAS (3º MÊS) ESTÔMAGO, PÂNCREAS, CÓLON E FÍGADO FETAL Identifique o estômago com as suas camadas (1), o duodeno (2), pâncreas (3), o cólon (4) e o fígado fetal (5). O estômago continua-se com o duodeno. A estrutura arredondada situada dorsalmente em relação à cauda do pâncreas é a suprarrenal (6). 3 4 5 1 6 2 5 No estômago e duodeno está a decorrer a diferenciação das várias túnicas, a mucosa, a submucosa, a muscular e a serosa. O contorno é delineado pelo folheto visceral do peritoneu. O epitélio de revestimento e o epitélio glandular são de origem endodérmica, os outros tecidos são de origem mesodérmica. As túnicas do cólon também se encontram em diferenciação e têm a mesma origem (endoderme e mesoderme). No pâncreas o epitélio glandular prolifera para formar os ductos, os ácinos e as ilhotas de Langerhans. O epitélio glandular é de origem endodérmica, o tecido conjuntivo é de origem mesodérmica. O revestimento do pâncreas e os ligamentos do estômago e do cólon ainda vão sofrer algumas alterações até atingirem a sua posição definitiva. Nos slides seguintes pode ver mais imagens do estômago, do pâncreas e da porção inicial do duodeno. CORTE TRANSVERSAL DE FETO HUMANO COM 11ª SEMANAS (3º MÊS) ESTÔMAGO, PÂNCREAS, CÓLON E FÍGADO FETAL CORTE TRANSVERSAL DE FETO HUMANO COM 11ª SEMANAS (3º MÊS) ESTÔMAGO, PÂNCREAS, CÓLON E FÍGADO FETAL Diapositivo 1: DESENVOLVIMENTO DO DENTE (Aula TP e aula PL) Diapositivo 2: EMBRIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTIVO – DESENVOLVIMENTO DO DENTE Diapositivo 3 Diapositivo 4 Diapositivo 5 Diapositivo 6 Diapositivo 7: EMBRIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTIVO CORTE HORIZONTAL DA CABEÇA - FETO HUMANO - 11 SEMANAS ESBOÇO DE UM DENTE NA FASE DE CAPUZ Diapositivo 8 Diapositivo 9 Diapositivo 10 Diapositivo 11 Diapositivo 12 Diapositivo 13: DENTE DE PORCO, FASE DE SINO TARDIO COROA, INICIO DA FORMAÇÃO DA RAIZ Diapositivo 14: DENTE DE PORCO, FASE DE SINO TARDIO COM O ESBOÇO DA FORMAÇÃO DA RAIZ Diapositivo 15: DENTE DE PORCO, FASE de ERUPÇÃO (nascimento da dentição decidual) OUTRO DENTE, FASE de GOMO (esboço de um dente da dentição definitiva) Diapositivo 16: DENTE DE RATO, FASE DE SINO TARDIO Diapositivo 17: DENTE DE RATO, FASE DE SINO TARDIO - COROA Diapositivo 18 Diapositivo 19: LÁBIO FETAL HUMANO, LÁBIO DE GATO - CORTE SAGITAL Diapositivo 20: CORTE TRANSVERSAL DE FETO HUMANO COM 11ª SEMANAS (3º MÊS) ESTÔMAGO, PÂNCREAS, CÓLON E FÍGADO FETAL Diapositivo 21 Diapositivo 22