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1 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR 2 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR APRESENTAÇÃO Com o mercado em constante transformação e as demandas da vida moderna se tornando cada vez maiores, é imprescindível, nessa selva corporativa, estar preparado para tantos desafios. Dentro desse contexto cada vez mais competitivo, mais do que nunca, há a necessidade de se estar atento aos discursos, tendências e mudanças que surgem no meio e como todos se relacionam às nossas atividades e planos de carreira. Neste material complementar ao conteúdo disponível no Administradores Premium reunimos artigos que buscam auxiliá- lo a refletir sobre seu desempenho profissional, sua postura no ambiente de trabalho e seus sonhos de realização futura, além de alertá-lo para os males da cultura do pop management e os mitos do “profissional perfeito”. 3 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR resumo Consultor de várias empresas da lista das 100 Maiores e Melhores do Brasil e presidente e fundador do Grupo Empreenda, o executivo César Souza, considerado um dos maiores experts brasileiros em Estratégia, Liderança e Cultura da Clientividade, traz no workshop Como Realizar Sonhos Profissionais em Momentos de Crise dicas e lições valiosas para quem quer realizar seus sonhos, independentemente do cenário do país, buscando posicionar sua marca pessoal e conseguir espaço no mercado. Souza lista cinco deveres para se executar projetos de vida de forma bem-sucedida: lutar por seus sonhos, mobilizar aliados, adquirir competências, cultivar atitudes (como protagonismo e comprometimento) e exercer a autogestão. Confira o Workshop no Administradores Premium com César Souza sobre carreira http://www.administradores.com.br/dashboard/workshops/139/cesarsouza http://www.administradores.com.br/dashboard/workshops/139/cesarsouza http://www.administradores.com.br/dashboard/workshops/139/cesarsouza 4 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR Em Empregabilidade 4.0: Sua Carreira nos Novos Tempos, o educador, escritor e empresário José Augusto Minarelli oferece orientações importantes para guiar aqueles que perseguem uma carreira bem-sucedida nos novos cenários que se desenham, apontando questões às quais todos devem ficar atentos para minimizar oscilações em suas trajetórias profissionais. Segundo Minarelli, entrar, progredir e permanecer no mercado de trabalho sustenta-se em seis pilares: adequação vocacional, competências, idoneidade, saúde, reserva financeira e relacionamentos. Confira o Workshop no Administradores Premium com José Augusto Minarelli sobre carreira http://www.administradores.com.br/dashboard/workshops/155/workshopminarelli http://www.administradores.com.br/dashboard/workshops/155/workshopminarelli http://www.administradores.com.br/dashboard/workshops/155/workshopminarelli 5 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR No workshop Habilidades Essenciais para uma Carreira de Sucesso, a psicóloga, psicopedagoga e coach Tatiana Pina, head do programa de orientação de carreira da DMRH – companhia que engloba as consultorias DM e Cia de Talentos –, compartilha diversas dicas para se destacar na busca por uma vaga no mercado. Entre suas observações, Pina incentiva a busca pelo autoconhecimento; a identificação de valores, competências, metas e sonhos; a harmonização de planos pessoais e profissionais; e o cultivo de boas atitudes e redes de relacionamento. Confira o Workshop no Administradores Premium com Tatiana Pina sobre carreira http://www.administradores.com.br/dashboard/workshops/124/tatianapina http://www.administradores.com.br/dashboard/workshops/124/tatianapina http://www.administradores.com.br/dashboard/workshops/124/tatianapina 6 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR As oito competências essenciais do administrador do futuro (e do presente) Você já deve ter escutado pelo menos umas mil vezes que “o mercado está cada vez mais competitivo” e que é de suma importância “se manter atualizado”. Essas duas afirmações são tão declaradas, que praticamente se transformaram em mantras do mundo corporativo . No entanto, ao olhar mais atentamente para o ambiente de trabalho – principalmente para aqueles envolvidos com a Administração – é possível constatar que um bom profissional possui um mix de características que vai além de estar atualizado, e que sobressai qualquer concorrência em um cargo. Para descobrir quais são esses atributos, conversamos com especialistas, administradores e empreendedores brasileiros que destacaram, cada um, uma competência essencial do administrador no futuro – e, claro, do presente também. COMUNICAÇÃO Há muito que a habilidade de comunicação deixou de ser uma exigência de mercado apenas para os comunicadores. A globalização mudou a forma e o ritmo da comunicação interpessoal, e a convergência das mídias pretende acelerar ainda mais este processo. Hoje, a comunicação eficaz é condição e exigência de mercado para todos aqueles que pretendem ser competitivos. É ferramenta de trabalho, que trará vantagens competitivas para quem souber fazer melhor uso dela. (Adaptado a partir de artigo desenvolvido por Agatha Justino e Fábio Bandeira de Mello para o Portal Administradores) 7 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR Negócios bem-sucedidos requerem pessoas que sabem comunicar ideias aos outros, que se expressam com precisão diante de grupos e conduzem eficientemente reuniões. Bons administradores se comunicam bem com suas equipes, conseguem fazer as perguntas certas para tomar decisões melhores, são mais assertivos. Os profissionais do terceiro milênio precisam desenvolver mais ainda esta habilidade, uma vez que estamos na “era das pessoas”. A comunicação precisa estar um passo à frente. (por Alessandra Assad, diretora da AssimAssad Desenvolvimento Humano, professora no MBA de Gestão Comercial da Fundação Getulio Vargas, Consultora Sênior do Instituto MVC, palestrante e autora do livro Atreva-se a Mudar!). FLEXIBILIDADE A flexibilidade é uma competência modernamente exigida do administrador e representada pela resiliência. Trata-se da capacidade de suportar, resistir, superar e, sobretudo, aprender com as adversidades, utilizando-as para o desenvolvimento pessoal, profissional e social. O administrador está diante de novos e crescentes desafios, quebra de paradigmas, conflitos de gerações e maior competitividade. Nesse contexto, a resiliência torna-se imprescindível, inclusive para liderar equipes. (por Tom Coelho, professor em cursos de pós-graduação, conferencista e escritor com artigos publicados regularmente em mais de 800 veículos da mídia impressa e digital em 17 países). LIDERANÇA Administrar e liderar são dois conceitos indissociáveis. Todo administrador exerce a liderança independente do cargo que ocupa. Liderança é a arte de influenciar pessoas, mobilizando- as em torno de um propósito comum. A tarefa mais fundamental do administrador é a de construir, com sua equipe, um propósito comum, e engajar os membros dessa equipe em busca da superação dos resultados almejados. Para tal, o líder/administrador necessita inspirá-las, não apenas pela hierarquia ou pelo carisma, mas pelos valores. Precisa ser 8 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR coerente entre o que diz e o que faz. Precisa envolvê-los com os fatores intangíveis da liderança: confiança, relacionamento, respeito, reconhecimento, transparência e personalização na relação com cada um da sua equipe. Só é promovível quem é substituível. Essa é a grande lição para nós, administradores, eternos aprendizes da arte de liderar. (por César Souza, apontado como um dos maiores experts em Estratégia Empresarial e Liderança. É consultor, palestrante e autor de bestsellers como A NeoEmpresa). MENTE ABERTA Administrar um negócio requer uma boa dose de mente aberta e sensibilidade para interpretar o cenário ao seu redor, e utilizar essasinformações para ajustar e aprimorar sua organização. Presenciei muitos casos onde um gestor ficou tão obcecado com seu plano, que deixou de ouvir as respostas do mercado. Ser persistente é fundamental nos negócios, mas isso não significa ser teimoso com ideias que não funcionam. (por Léo Kuba, fundador e CEO da inkuba, um mashup de produtora digital, incubadora de produtos e agência de publicidade. Com 15 anos já atuando como empresário, fundou e cofundou três companhias de tecnologia). RESPONSABILIDADE SOCIAL Em um mundo com tanta gente, é preciso pensar no resultado de nossas ações. Há pouco tempo atrás, pessoas e empresas agiam como queriam e depois faziam coisas “bonitinhas”, que chamavam de responsabilidade social. Doava-se algum dinheiro para uma instituição em troca de uma consciência tranquila. Hoje, é preciso reconhecer que lucro, retorno ao acionista e responsabilidade social não são coisas tão diferentes assim. Afinal, é a mesma sociedade que oferece recursos, tecnologias e clientes para justificar a existência da empresa. É necessário, então, perceber que agir com responsabilidade não é salvar (ou fingir) salvar o planeta, mas sim prestar atenção ao impacto que nossas ações causam no mundo que nos cerca. 9 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR Responsabilidade social é prever e imaginar o impacto de nossas ações. De evitar passar alguém para trás em uma oportunidade a procurar formas de usar menos recursos naturais, nada mais é que viver com a vontade de tornar o mundo um lugar melhor após nossa passagem por ele. (por Fábio Zugman, doutor em Administração, consultor de empresas e autor de diversos livros, entre os quais Empreendedores Esquecidos e Administração para Profissionais Liberais). TRABALHO EM EQUIPE O trabalho em equipe é essencial para o negócio. Uma equipe que tenha uma cultura sedimentada sob valores bem definidos terá uma identidade. Esta identidade está diretamente relacionada com a imagem da empresa no mercado e impactará diretamente na captação de clientes, venda de produtos ou serviços e, até mesmo, na captação e retenção dos profissionais na empresa. Grande parte do sucesso do administrador está na habilidade de criar a cultura e os valores para o negócio, e contratar e manter pessoas na equipe que possam absorver e replicar esta cultura. Uma boa equipe deve ser constituída por profissionais com habilidades diferentes e complementares, mas que estejam alinhados com a cultura da empresa. (por Fábio Saad, gerente da Robert Half, empresa especializada em recrutamento de executivos). FACILIDADE DE APRENDIZADO O aprendizado é uma das funções mentais mais importantes do ser humano e está relacionada ao desenvolvimento pessoal. É o processo pelo qual as habilidades, conhecimentos ou as atitudes e o comportamento são adquiridos ou modificados. Por isso, quanto mais desenvolvemos esses aspectos, mais facilidade o profissional terá para aprender e colocar em prática tudo o que aprendeu. Treinamentos, técnicas de concentração, exercitar a mente para novas ideias e conversas com pessoas criativas, isso tudo pode ajudar os menos flexíveis a melhorar. Outras formas de obter 10 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR resultado estão no estudo, na experiência, nos exercícios de raciocínio e na observação. Mas, antes de tudo isso, o primeiro passo para aprimorar a capacidade de aprendizado é quando a pessoa realmente quer mudar. Quando o profissional está aberto a aprender, é possível utilizar uma série de técnicas que vão contribuir para o seu desenvolvimento. (por Ana Artigas, psicóloga com MBA Executivo Internacional pela FGV e professora de MBA em Gestão de Pessoas. Realiza seminários e palestras abertas in company). INOVAÇÃO Estamos entrando em uma era de crescimento acelerado em inovações tecnológicas. Os efeitos transformacionais destas inovações são impactantes. Por exemplo, à medida que as fontes mais antigas e tradicionais de crescimento econômico – baseadas na sociedade industrial – vão diminuindo, as perspectivas de dinamismo e prosperidade dependerão muito mais do empreendedorismo que explore e estenda as fronteiras tecnológicas. As inovações tecnológicas estão aí, palpáveis, e produzem quase que diariamente novas ideias e paradigmas. Estas mudanças afetam todas as empresas. Seus modelos organizacionais e de gestão devem ser repensados. Até as empresas mais bem estabelecidas, para terem chance de sucesso neste novo mundo, precisam estar plenamente dispostas a envolver-se em destruição criativa e reinventar-se de cima a baixo. Ignorar as (r)evoluções tecnológicas é correr o risco de desaparecer no mundo dos negócios. (por Cezar Taurion, profissional e estudioso de Tecnologia da Informação desde fins da década de 1970. É diretor de novas tecnologias aplicadas da IBM Brasil e possui educação formal diversificada em Economia, Ciência da Computação e Marketing de Serviços). 11 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR Manual do profissional perfeito?: desmistificando a moda do pop management Ele tem um vocabulário solene, é prolixo e cospe jargões corporativos quando deseja manifestar uma ideia. No seu guarda-roupa, ternos alinhados, sapatos bem engraxados e uma gravata que adquiriu depois de ler alguma matéria sobre como se vestir como um empreendedor de sucesso. Na prateleira, centenas de livros que misturam gestão e autoajuda, explorando à exaustão palavras como “sonhos”, “sucesso” e “liderança”. Inclusive, nosso personagem já pode ser considerado um PhD nos “segredos de liderança” de figuras históricas, conhecendo todos os truques usados por Jesus Cristo, passando por Napoleão, chegando a Donald Trump e Madonna para “influenciar as multidões”. No currículo, um MBA cursado porque ouviu alguém falar sobre como esse curso é essencial para crescer na carreira. Seu comportamento no trabalho é produto do que dizem os best-sellers de gestão, os gurus, as consultorias e as revistas de negócios. Antes de ir para o happy hour do escritório, ele lê dez dicas de como se comportar no bar com seu chefe. Ele gostaria de ser o nosso profissional perfeito, mas acabou se tornando apenas mais um na selva empresarial. Para crescer na carreira, profissionais mergulham nesse material que faz parte de um fenômeno chamado de “pop management” por Thomaz Wood Jr., professor da Fundação Getúlio Vargas e autor do livro Abaixo o Pop Management. Wood explica que essa corrente surgiu na década de 1990, sendo o fruto do crescimento das empresas de consultoria, escolas de administração e da mídia de negócios. (Adaptado a partir de artigo desenvolvido por Agatha Justino para a Revista Administradores) 12 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR “Criou-se um nicho lucrativo para novas ideias gerenciais, que nem sempre eram novas e nem sempre eram ideias. São receitas para ficar rico, para se vencer a competição e para se dar bem na carreira. Como afirmou um crítico desse tipo de literatura: ‘O sucesso de muitos livros se deve à afinidade entre a mediocridade das ideias do escritor e as do público’. É triste”, afirmou Wood. Entre os problemas apontados pelo professor, que acarretaram na explosão do famigerado pop management, podemos considerar a lacuna da administração que existe hoje no Brasil. Segundo ele, as organizações no país, independentemente do porte, são extremamente mal geridas com serviços de má qualidade, baixa produtividade, desperdícios e pouca competitividade. Thomaz destaca que essas falhas criam uma razão objetiva para que as pessoas busquem alternativas para entender melhor suas carreiras, sejam elas livros de autoajuda ou gurus de gestão, que acabam se tornando referências na área, verdadeiras celebridades dos negócios. “O conhecimento em gestão (finanças, operações, marketing, recursos humanos e outras áreas) evoluiu consideravelmente nas últimas décadas. No entanto,curiosamente, o que muitos profissionais parecem buscar é o caminho da autoajuda. E, de fato, o mercado editorial oferece estantes e mais estantes de livros que fornecem a solução mágica: o modelo que vai garantir o sucesso do profissional. Este tipo de literatura, que pode ser encontrado nas livrarias de aeroporto, parece ter a função de reduzir a ansiedade dos profissionais, mas não tem grande efeito sobre a realidade”, explica o professor. “Melhorar a qualidade da gestão, para aumentar a eficiência e parar de trabalhar 12 horas por dia, exige esforço consistente e bem estruturado; não vem das seguidas modas gerenciais”. Silvia Generali, professora de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, concorda que a explosão desse mercado de livros de gestão e consultoria está relacionada ao aspecto comercial. Ela explica que as editoras, livrarias e a própria academia dependem dessas novidades. Para Generali, todas as novas ideias, mesmo as que não são interessantes, geram a impressão de que a Administração está se renovando. “O mercado editorial, consultores e professores ficam 13 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR confortáveis ao assumir que está acontecendo uma evolução na área. Por outro lado, temos um ponto de vista baseado em pressupostos básicos: teorias do capital humano e de empregabilidade, onde cada um é responsável pelo próprio desenvolvimento. Aqui, cada pessoa gerencia seu próprio produto, que é ela mesma”, afirma Generali. Além disso, Silvia acredita que os jovens profissionais sofrem com uma pressão particular da nossa época. De acordo com a professora, as pessoas são pressionadas a atingir um modelo de perfeição e acreditam que esses manuais são capazes de ensiná-las isso. “Existe um aspecto que nós não podemos negar: o psicológico da nossa era. As pessoas se sentem desconfortáveis em aceitar seus problemas. Vivemos um momento em que os profissionais acreditam que se seguirem determinadas cartilhas serão vencedores, invencíveis e perfeitos. Eles consomem esse tipo de literatura e ao interpretar esse texto ao pé da letra se sentem mal porque se dão conta de que não é possível ser tudo aquilo descrito. Existe ainda uma proposta pior, daquelas pessoas que leem e começam a acreditar que, de fato, são tudo aquilo”, indica a professora. A obsessão por encontrar ou ser um profissional perfeito está levando empresas e pessoas a um quadro de frustração. “O que a gente fala no manual é que às vezes, para a pessoa fazer um bom trabalho, ela precisa burlar o manual. Algumas empresas já nascem sem manual, especialmente as que estão se formando hoje. Empresas pequenas, que preferem uma estrutura de rede, em vez de hierarquias formais. Há uma relação de parceria; as pessoas combinam as regras a partir das demandas e projetos. Em vez de manuais, essas empresas e funcionários possuem uma estrutura de valores e uma missão bastante clara”, afirma Generali. Para reverter essa situação, nos propomos a desmistificar os principais tópicos dessas cartilhas e a lenda do “profissional perfeito”. “O que a gente coloca é que não existe a pessoa perfeita. Existe uma pessoa mais ou menos adequada à determinada organização, determinada cultura, determinado momento. Ela pode 14 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR ser boa em uma função e péssima em outra. É preciso identificar o que a empresa realmente precisa. Se a empresa reconhece uma característica indispensável naquele profissional, todo o resto pode se desenvolver com o tempo”, ressalta Generali. Vamos rasgar os manuais de gestão quatro passos simples: 1) Quem trabalha, enriquece “Nunca confie nos conselhos de uma pessoa cujo único negócio é oferecer conselhos”, afirma Cal Newport, professor da Universidade de Georgetown. O professor explica que consultores ganham dinheiro a partir do conselho mais simples, motivador e perigoso que existe: “siga as suas paixões”, sendo este o primeiro mito que os nossos profissionais absorvem. Em suas pesquisas, Newport mostrou como esse conselho criou uma geração de profissionais frustrados em suas carreiras. “Siga sua paixão é um slogan que passou a chamar a atenção das pessoas ainda na década de 1980. Se espalhou com rapidez e por diversas partes do mundo. Hoje, muitos jovens acreditam que esse é o melhor conselho que existe, sem se questionar por quais motivos essa estratégia de carreira é boa ou se ela é realmente viável”, afirma Newport. Sua pesquisa intitulada “Resolvendo os problemas de paixão da Geração Y” mostrou que esse grupo cresceu durante um período em que o conselho “siga suas paixões” penetrou na sociedade. Ao contrário da geração anterior, que buscava estabilidade, quem cresceu nos anos 2000 foi incentivado a sonhar com o trabalho ideal. Mas qual é o problema com essa frase? Bem, de acordo com Newport, a expressão implica que as pessoas devem começar a construir a carreira identificando uma paixão para depois torná-la um trabalho. Ele explica que essa construção induz as pessoas a pensarem que a paixão deve vir antes do trabalho e que elas devem amar o que fazem a partir do primeiro dia de trabalho, e não é bem assim que acontece. “Quando pesquisei essa questão para o meu livro mais recente, descobri que o ‘siga suas paixões’, como uma estratégia de carreira, pode diminuir a probabilidade de você ser feliz no trabalho. Se você estudar pessoas que amam seu trabalho, você vai perceber que para chegarem até isso, ela percorreram um caminho particular, mais complexo e interessante”, diz o professor. 15 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR Para Newport, é raro conhecer alguém que, de fato, ame sua carreira antes de se tornar muito bom nela. A experiência gera características envolventes, como respeito, impacto e autonomia, mas o processo de se tornar bom no que se faz pode levar anos e ser bastante difícil. “As pessoas que amam o que fazem construíram isso com anos de trabalho e desenvolvendo suas habilidades na área. Quando elas passaram a controlar o que fazem, esse foi o momento em que elas passaram a sentir paixão pela carreira”, completou o professor. 2) Quem mexeu no meu líder? Outra fantasia organizacional é aquela que coloca o líder como o grande herói da corporação. De acordo com Silvia Generali, a história sempre supervalorizou os líderes, nos apresentando essas figuras como pessoas incansáveis e invencíveis. Ela explica que esse perfil irreal de onipotência foi transmitido para as equipes. A professora afirma que os dias desses líderes que assumem essa posição e se colocam como celebridades estão contados. “A tendência é que a liderança, o poder e a decisão estejam mais pulverizados dentro da gestão. Então, o líder não é a grande estrela da firma. Seu trabalho é focado no desenvolvimento da equipe, para que cada um alcance o máximo do seu potencial. Ele é aquela figura que compartilha as decisões e o poder. Aliás, ele pode até ser comparado a uma estrela, mas cercado de várias outras e sua função é fazer com que todas brilhem”, conclui Generali. Thomaz Wood Jr. reforça a teoria de que o modelo de liderança baseado em hierarquias e estrelas corporativas deve sair de cena. A liderança hoje deve unir os perfis do empreendedor aos do gestor. “Estamos acompanhando uma mistura de tipos. Continuamos tendo alguns hiperburocratas e os empreendedores estão cada vez mais populares, especialmente entre os jovens. Mas temos também os líderes ‘espetaculares’, muito hábeis em manipular o discurso e a imagem em proveito próprio. São as celebridades corporativas. Temos também muitos líderes impotentes, que ocupam formalmente uma posição de considerável status, mas têm pouca liberdade de ação. O próprio conceito de liderança talvez tenha perdido o sentido. Ainda funciona para vender livros e cursos, mas na prática as interações humanas e os processos decisórios trilham outroscaminhos”, afirma o professor. 16 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR Essa estratégia de reinventar a liderança agregando as principais qualidades dos diversos estilos de liderança é uma maneira de escapar da teatralidade e do estrelismo de algumas organizações. “Vivemos, como afirmou há 40 anos um pensador francês, na sociedade do espetáculo. Não podemos ser inocentes: não há como escapar. Mas também não precisamos nos sujeitar ao teatro de má qualidade. Em muitas empresas, a distância entre imagem e substância, entre a foto e o fato, é tão grande que gera um estado permanente de cinismo na força de trabalho. O melhor é evitá-las, sob o risco de tornar-se um ator de tempo integral, incapaz de tirar a máscara, mesmo em casa”, finaliza Thomaz Wood Jr. 3) O consultor e o executivo Boas consultorias são capazes de levantar empresas, organizar departamentos inteiros e podem melhorar o desempenho de muitas equipes. O sucesso desses profissionais, no entanto, fez com que diversas pessoas acreditassem que virar um consultor era uma tarefa fácil e, com isso, houve uma verdadeira multiplicação desses profissionais – muitos vendendo ilusões e conselhos de bar. A popularidade dos consultores de “araque” pode ser atribuída, entre diversos fatores, às respostas fáceis que eles oferecem aos problemas enfrentados pelas empresas. Em um artigo publicado no site da Harvard Business Review, o psiquiatra Steven Berglas, à frente da Escola de Medicina de Harvard, constrói essa teoria acrescentando que a dependência dos executivos a esses métodos existe porque as pessoas, em geral, estão sempre buscando maneiras de evoluir, mas querem que isso aconteça de forma rápida e indolor. Essa necessidade é o ambiente ideal para que os manuais de autoajuda e as consultorias de “boteco”, onde o sucesso é atingido em 12 passos simples, se multipliquem. Berglas explica que o excesso de soluções rápidas deixou a psicoterapia marginalizada. “Para atingir resultados rápidos, muitos executivos adotam modelos de intervenções usadas por esportistas, métodos que deixam de lado processos introspectivos que exigem tempo para serem aplicados. A ideia de que um coach pode melhorar o desempenho da equipe é ótima para os CEOs, mas pode intensificar conflitos internos dos funcionários. Em vez de ajudar, a ação desses consultores pode prejudicar a empresa em questão”, afirma o pesquisador. 17 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR O estudo aponta que, com o aumento da complexidade dos ambientes corporativos, as empresas buscarão mais ajuda dentro das consultorias. Esse profissionais deveriam ser CEOs aposentados, professores universitários e governantes. Entretanto, o nosso quadro de consultores, hoje, é formado por gerentes e empreendedores medianos com conhecimentos rasos em psicologia e recursos humanos. “Esse tipo de consultoria se popularizou nos últimos anos, já que as empresas enfrentaram uma escassez de talento e estavam preocupadas com a rotatividade entre os funcionários-chave. Empresas queriam um sinal de comprometimento para desenvolver seus executivos, então elas contrataram consultores”, afirma Berglas. Para Cal Newport, essa falta de experiência, que nos leva a buscar consultorias, é o grande motivo da frustração no mercado de trabalho, em meio a tantos outros. “Nós vivemos nesse momento estranho e experimental, onde os profissionais não sabem lidar com a carreira. Aumentamos o número dos canais de comunicação, mas somos incapazes de tomar decisões sobre quais devemos implementar. Os profissionais captam a informação como roteadores humanos, mas ainda assim não geram um conhecimento útil para o seu trabalho de verdade”, destaca Berglas. 4) MBA rico, MBA pobre Com a ambição de se tornarem grandes executivos antes dos 30, as pessoas naturalmente investem em seus currículos. Visando conquistar as empresas, os jovens embarcam em boas faculdades, cursos de idiomas, empresas júnior e outras atividades. Apesar do esforço, eles sentem que para atingir a perfeição, o currículo ainda precisa de algo: o MBA. Na busca pelo MBA ideal, os estudantes podem encontrar cursos enriquecedores, capazes de aperfeiçoar profissionais e impulsionar sua base de conhecimentos e competências. Mas com uma oferta de cursos cada vez maior e heterogênea, esses mesmos estudantes também podem encontrar MBAs que não representam mais que uma sigla no papel ou um status – às vezes, nem isso. É sobre esses programas de má qualidade que nós, administradores, precisamos conversar. 18 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR O professor Thomaz Wood Jr. ressalta que os MBAs constituem um fenômeno mundial. Surgiram há mais de um século nos Estados Unidos, mas se espalharam globalmente, especialmente a partir da década de 1990. Ele explica que no Brasil a sigla foi adotada de forma muito livre, de maneira que todo tipo de curso, sendo qualificado em termos de mercado, seja considerado um MBA. “Existem duas críticas principais ao modelo: a primeira é que o impacto sobre a carreira dos alunos está diminuindo. A segunda é que esses programas formam profissionais excessivamente focados na maximização de resultados de curto prazo das empresas, mas insensíveis às questões sociais e cegos em longo prazo. Naturalmente, há MBAs e MBAs: a qualidade dos programas é muito heterogênea”, completa Wood. Antes de se matricular, o estudante precisa avaliar a instituição que pode fornecer o nível de conhecimento que ele procura. Isso pode ser medido por meio do quadro de professores, dos critérios de seleção e se a faculdade está conectada com o mercado. Um dos maiores críticos dos MBAs, o canadense Henry Mintzberg, aponta outra deficiência dos cursos. Segundo o professor da McGill University, esses programas criam a ilusão de que é possível formar gestores em sala de aula. “Colocar jovens numa escola e fingir que está transformando-os em gestores é perigoso porque eles pensam que, ao saírem dos MBAs, serão capazes de gerir organizações. No entanto, o que eles aprendem é, unicamente, a analisar funções administrativas, como marketing e finanças. Assim, MBAs são excelentes para ensinar exatamente isso – o que, porém, não é gestão. Ele se vale dessas ferramentas, mas é muito, mas muito mais do que análise de funções administrativas”, explica Mintzberg. De acordo com o professor, o desenvolvimento gerencial legítimo deve ser focado em gestores de verdade. Além disso, deve se concentrar na utilização da experiência sobre a gestão para reflexão pessoal e em grupo. Dessa forma, o profissional aprenderá a partir de sua própria vivência, pensando sobre ela, e compartilhando-a com os colegas. É aprender uns com os outros em grande parte, não apenas com os professores. 19 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR Em vez de apostar em teorias instantâneas e soluções que parecem práticas como uma receita de Miojo, as empresas deveriam manter o foco em criar um ambiente de trabalho saudável, capaz de desenvolver as habilidades dos profissionais e reter esses talentos. A falácia do “profissional perfeito” não é um perigo apenas para os jovens, mas também para as empresas que se empenham em formar a “equipe perfeita”. Após recrutarem bons profissionais, percebem que não possuem o espaço ideal para as aspirações dessas pessoas e terminam perdendo o que conseguiram durante os processos seletivos. Outras organizações acreditam que contratando qualquer consultoria serão capazes de ligar as turbinas da produtividade, motivar a equipe, aumentar o faturamento e trazer o amor perdido em três dias. Mas não é bem assim. Administradores são incentivados a partir dos valores que adquirem dentro das empresas, quando assumem uma missão profissional e decidem não ter um emprego, mas construir uma carreira sólida. 20 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR Os quatro mitos do “profissionalperfeito” O “profissional perfeito” de que falamos no artigo anterior adora listas, de preferência aquelas com dez dicas para aumentar a produtividade. Resolvemos, então, criar uma especial sobre os quatro mitos dos tais “profissionais perfeitos”: 1) Utilização de jargões de negócios Toda área possui os seus jargões, claro. Eles servem para designar operações e facilitar o trabalho dos profissionais. Mas sempre existem os que abusam. Os jargões se tornaram um idioma à parte e quem está fora da área em questão só é entendido por aqueles que pertencem ao mesmo habitat. Essas pessoas adotam esses termos a fim de mostrar mais conhecimento e deixam de lado a autenticidade na forma de falar. Not cool. 2) Ser líder “desesperadamente” A história sempre endeusou os líderes e o universo corporativo não poderia ser diferente. Foi criada uma cultura que atribuía a essas figuras o sucesso ou fracasso de uma empresa. Essa estrutura organizacional que coloca o líder como o centro das decisões deverá desaparecer aos poucos. As decisões deverão ser compartilhadas e o trabalho em equipe será a prioridade na gestão. 3) Ser excessivamente comunicativo Em uma sociedade obcecada por comunicação, a timidez parecia um defeito capaz de destruir a carreira de um bom profissional. Os extrovertidos pareciam vender melhor, transmitiam mais segurança e simpatia. Entretanto, esse é apenas mais um mito do “profissional perfeito”. Pesquisas apontam que os tímidos se concentram com mais facilidade, são melhores ouvintes e mais sensatos nos negócios. (Adaptado a partir de artigo desenvolvido por Agatha Justino para a Revista Administradores) 21 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR 4) Ser um workaholic Você conhece o Ritmo Ultradiano? Esse é um fenômeno também conhecido como ciclo de descanso-atividade básico. Segundo ele, nosso cérebro consegue se concentrar completamente em uma atividade durante 90 minutos. Após esse período, ele se sente sobrecarregado e não funciona na mesma intensidade. O conselho dos cientistas para ser mais produtivo é organizar o seu dia de trabalho com intervalos de 10 minutos a cada 90 minutos de concentração. 22 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR Cinco dicas para ser feliz (de verdade) no trabalho As incertezas da economia brasileira afetam diretamente o mercado de trabalho. Não apenas as pessoas que perdem o emprego, mas também quem ocupa uma vaga. Em todos os setores o clima é cada vez mais competitivo e, algumas vezes, até hostil. “É necessário alcançar metas e se destacar. Isso não significa que a vida precisa se transformar em um martírio. É possível enfrentar os desafios e as pressões com felicidade”, destaca a coach da Effecta Coaching, Janaina Manfredini. Quer saber como? Anote as dicas da especialista: 1) Trabalhe por uma causa Conheça o valor que seu trabalho tem para sua organização. É comum encontrar pessoas que não se dão conta da importância do que fazem. “Ora, se não fosse importante para o resultado final, acredite, você não estaria lá”, ressalta Janaina, que exemplifica: “Dentro de um hospital o papel do médico é muito importante. Como seria o resultado sem o trabalho do enfermeiro? Ou sem o apoio daqueles que garantem a esterilização e a limpeza de cada cantinho do hospital? E assim é em todas as organizações. Cada colaborador é importante e fundamental para que os resultados sejam alcançados. Tenha em mente sempre a importância do que você faz”. 2) Envolva-se verdadeiramente com o propósito da organização Entenda qual é esse propósito e importe-se com ele. “É necessário se colocar no lugar dos líderes, participar das conversas evolutivas e das soluções. Esteja disponível para contribuir com o que for preciso e possível. Isso fará você se sentir mais feliz a cada pequena ou grande realização. (Adaptado a partir de artigo desenvolvido por Agatha Justino para a Revista Administradores) 23 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR 3) Avalie sua performance Como você avaliaria seu trabalho se fosse seu líder, seu par, seu liderado, seu cliente, seu fornecedor? Reflita sobre isso. Também preste atenção nos feedbacks que recebe, sejam eles formais ou não. Eles também podem ser uma maneira de avaliar como está seu desempenho. Os bons profissionais estão sempre observando toda oportunidade de melhoria. E muitas dicas podem vir das pessoas que convivem com você. Ter a consciência do seu desempenho vai torná- lo mais confiante e consequentemente mais feliz. 4) Colabore com as pessoas No seu setor ou em setores diferentes. “Seja participativo, cultive bons relacionamentos, trate todos com respeito, tolere as diferenças, entenda que as pessoas são diferentes, agem diferentemente, aprendem diferentemente, cada um tem seu tempo, seu jeito e suas crenças. Lembre sempre: diferente não é melhor nem pior. É apenas diferente”, frisa a coach da Effecta Coaching. Ajudar também traz o sentimento de felicidade, sabia? 5) “Reapaixone-se” diariamente Por você, pelo que você faz, pelas pessoas à sua volta, por sua organização. Afinal, nada é perfeito e tudo sempre pode melhorar. Basta colocar em foco o que é positivo. “Reapaixonar-se é o ato de você olhar para o que é bom e lembrar o porquê você faz o que você faz, onde você faz. É preciso trazer todo o positivo para a mente para que se tenha força para contribuir com a melhoria de tudo. Reapaixonar-se pelo trabalho todos os dias faz toda a diferença para ser realmente feliz profissionalmente”, explica Janaina Manfredini. 24 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR TOME NOTA ADM TALKS Carreira: como romper paradigmas CARREIRA DE SUCESSO Será que você realmente se conhece? 1 EM 100 Como conseguir uma recolocação profissional EBOOK Guia de Sobrevivência para a Sua Carreira REVISTA ADMINISTRADORES Síndrome de burnout CAFÉ COM ADM Um episódio dedicado à sua carreira https://www.youtube.com/watch?v=BTyuGAr-vEg https://www.youtube.com/watch?v=BTyuGAr-vEg https://www.youtube.com/watch?v=BTyuGAr-vEg https://www.youtube.com/watch?v=BTyuGAr-vEg https://www.youtube.com/watch?v=BTyuGAr-vEg https://www.youtube.com/watch?v=BTyuGAr-vEg https://www.youtube.com/watch?v=BTyuGAr-vEg https://www.youtube.com/watch?v=BTyuGAr-vEg https://www.youtube.com/watch?v=BTyuGAr-vEg https://www.youtube.com/watch?v=BTyuGAr-vEg https://www.youtube.com/watch?v=sVhJjPK0YWE https://www.youtube.com/watch?v=sVhJjPK0YWE http://www.administradores.com.br/hotsite/guiadesobrevivencia/ http://www.administradores.com.br/hotsite/guiadesobrevivencia/ http://revista.administradores.com.br/adm43/capa http://www.administradores.com.br/podcast/suacarreira/3 http://www.administradores.com.br/podcast/suacarreira/3 25 CARREIRA MATERIAL COMPLEMENTAR Este é um material para uso exclusivo dos membros do Administradores Premium como complemento ao conteúdo disponível na plataforma. 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