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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E COMPUTAÇÃO - DEC ENGENHARIA QUÍMICA RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA Disciplina: CET 996 – Engenharia Bioquímica Professora: Elizama Aguiar de Oliveira Semestre: 24.2 Aula Prática n° 03 Data: 15/10/2024 Tema: Contagem de células de leveduras em Câmaras de Neubauer. Grupo: Davi Gomes Nascimento / 202210597 Hannah Vita Moraes Santana / 202210598 ILHÉUS-BAHIA 2024 RESUMO O experimento focou na contagem de células de Saccharomyces cerevisiae em câmara de Neubauer, comparando uma amostra com azul de metileno e outra apenas com a solução do microrganismo. O objetivo foi avaliar a diferença entre as duas técnicas para distinguir células viáveis. A metodologia envolveu a aplicação das amostras na câmara de Neubauer e a contagem sob o microscópio. O azul de metileno facilitou a identificação de células mortas. Os resultados mostraram maior precisão na contagem de células viáveis com o uso do corante. Conclui-se que o azul de metileno é essencial para distinção de células viáveis e mortas. 3 SUMÁRIO 1) INTRODUÇÃO E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................... 4 2) OBJETIVOS DA AULA PRÁTICA ..................................................................................... 5 3) MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................. 5 3.1 Materiais ............................................................................................................................... 5 3.2) Métodos ou Procedimentos ................................................................................................. 5 4) RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................................... 6 5) CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................ 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 13 3 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Utilização do vortex para agitar e homogeneizar a solução. ................................... 6 Figura 2 – Contagem em zig-zag dentro do quadrante. ............................................................ 7 Figura 3 – Demonstração da contagem de células em linhas divisórias. Em vermelho, células não contadas no quadrante; em verde, células contadas em apenas um quadrado interno; em azul, células contadas. ......................................................................................................................... 7 Figura 4 –Contagem em zig-zag dentro do quadrante.. ............................................................ 8 4 1) INTRODUÇÃO E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A contagem de células de levedura, como a Saccharomyces cerevisiae, faz parte de atividades cotidianas que impactam diretamente áreas como a produção de alimentos e a pesquisa científica. Embora esse processo seja invisível a olho nu, ele desempenha um papel fundamental na criação de produtos que consumimos no dia a dia, como pão, cerveja e vinho. Saber quantas células viáveis estão presentes em uma amostra nos permite controlar a qualidade da fermentação e garantir que o processo produtivo ocorra sem problemas. A precisão dessas contagens pode determinar o sucesso ou o fracasso de uma produção. No centro dessa tarefa está a câmara de Neubauer, um dispositivo relativamente simples, mas crucial para contagens precisas. Utilizando essa ferramenta em combinação com técnicas de diluição seriada, conseguimos identificar a concentração de microrganismos viáveis em uma solução, permitindo extrapolar a quantidade total em um volume maior. Além disso, quando utilizamos corantes como o azul de metileno, que ajuda a distinguir células vivas das mortas, aumentamos ainda mais a precisão da análise. A Saccharomyces cerevisiae, uma das leveduras mais estudadas, tem uma relevância que vai além da fermentação alcoólica. Seu papel na biotecnologia moderna é extenso, com aplicações que incluem a produção de biocombustíveis e até medicamentos, como proteínas terapêuticas. Portanto, a contagem adequada dessas células viáveis tem implicações que tocam tanto a indústria quanto a saúde pública. A técnica de diluição seriada complementa a contagem em câmara de Neubauer, permitindo ajustar amostras que podem ter concentrações celulares muito altas para serem contadas diretamente. Com isso, evitamos erros comuns em amostras muito densas, garantindo uma maior precisão nos resultados. Esta metodologia é aplicada em vários campos da microbiologia, sendo uma ferramenta básica para estudantes, pesquisadores e profissionais. Portanto, o que pode parecer um simples processo de contagem de células em uma pequena lâmina é, na verdade, uma prática que assegura a eficiência de grandes processos industriais e pesquisas científicas. É uma técnica que, quando bem executada, garante qualidade, controle e sucesso em aplicações que impactam diretamente nossa vida diária. 5 2) OBJETIVOS DA AULA PRÁTICA Estimar o número de levedura por volume de amostra utilizando as técnicas de diluição seriada e contagem em câmera de Neubauer. 3) MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Materiais Solução estoque (Saccharomyces cerevisiae); Solução salina NaCl (0,85% p/v); Solução azul de metileno/eritosina; Tubos de ensaio; Galeria para tubos; Micropipeta 1000µL; Ponteiras; Pipeta volumétrica de 10mL; Pera de sucção; Vortex; Câmara de contagem Neubauer; Lamínula; Microscópio. 3.2) Métodos ou Procedimentos 3.2.1) Procedimento 1- Diluição seriada Foram separados 8 tubos de ensaio em uma galeria para tubos, e foi transferido 9 mL de solução salina (NaCl 0,85%) em cada um dos 7 primeiros tubos. Após isso pipetou-se 1 mL de uma solução contendo Saccharomyces cerevisae, transferiu-se essa alíquota para o primeiro tubo e a solução foi agitada com a utilização do vortex, formando 10 mL de uma solução mais diluída, ou seja, menos concentrada quando comparada com a solução inicial de Saccharomyces cerevisae. Dessa solução contida no primeiro tubo, foi pipetada 1 mL e transferida para o segundo tubo, que também foi agitado. O processo de diluição descrito foi repetido até que foi alcançada uma diluição de 10-7 da solução original (foi diluído 7 vezes). No oitavo tubo, foi transferido 1mL da solução presente no sétimo tubo, ou seja, a solução com fator de diluição de 107 e adicionou-se 1mL de azul de metileno, que serviu como corante para facilitar a visualização de células ao observá-las no microscópio com a utilização da câmara de Neubauer. As células vivas, devido a 6 sua alta atividade fisiológica não se colorem, pois degradam o corante, já as células mortas são coloridas, isso torna possível a distinção entre células mortas e células vivas (viáveis). Figura 1- Utilização do vortex para agitar e homogeneizar a solução 3.2.2) Procedimento 2- Preparação da Câmara de Neubauer Para a contagem de células, foi necessário preparar a câmara de Neubauer. A câmara foi lavada com água e detergente neutro, tomando cuidado para não a arranhar, após isso foi feita uma lavagem com álcool 70% e com um papel foi feita a secagem. O mesmo procedimento de lavagem foi feito na lamínula. Depois desse processo de limpeza, a lamínula foi colocada sobre a câmara de Neubauer, tomando o cuidado de deixar um espaço para que seja adicionada a amostra. Com uma micropipeta, foi transferida um pouco de solução com diluição de 107 semcorante para a câmara inferior, além disso, transferiu-se a solução diluída que está com corante para a outra câmara. Essa adição de solução em cada câmara deve ocorrer de maneira cuidadosa para que não ocorra a formação de bolhas. Com a câmara de Neubauer preparada, o próximo passo foi a observação e contagem das células com auxílio do microscópio óptico. 3.2.3) Procedimento 3- Contagem de células na Câmara de Neubauer A câmara de Neubauer contendo as soluções com e sem corante foram levadas para observação e contagem de células no microscópio. 7 Para realizar a contagem devemos escolher os quadrantes que iremos contar, em nossa prática selecionamos 4 quadrantes A. A contagem de um quadrante deve ser feita contando a quantidade de células em cada um dos quadrados internos desse quadrante em zig-zag como pode ser visto na figura 2. Fonte: Roteiro da prática Figura 2-Contagem em zig-zag dentro do quadrante. As células que estão sobre as divisórias entre quadrados devem ser contados apenas uma vez, já as células que estão em cima das linhas divisórias do quadrante não são contadas, como mostrado na figura 3. Fonte: Roteiro da prática Figura 3– Demonstração da contagem de células em linhas divisórias. Em vermelho, células não contadas no quadrante; em verde, células contadas em apenas um quadrado interno; em azul, células contadas. Após a contagem de células totais de cada um dos quadrantes, deve-se calcular a média de células dos quadrantes para que seja possível estimar a quantidade de células da solução de origem. A contagem é feita nas duas amostras, na amostra com corante pode-se contar o número de células 8 mortas, já na amostra sem corante são contadas as células totais, com isso, é possível determinar o número e porcentagem de células viáveis na solução de origem. 4) RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1) Contagem de células na Câmara de Neubauer Durante o experimento com a câmara de Neubauer, utilizamos duas soluções com concentrações muito diluídas: uma com corante e outra sem corante. A solução com corante tinha o objetivo de nos permitir visualizar as células mortas, enquanto a solução sem corante era destinada à contagem geral das células. No entanto, devido à baixa concentração celular em ambas as soluções, a visualização foi ineficaz, especialmente na solução com corante, onde não conseguimos identificar as células mortas. Devido a essa dificuldade, fomos orientados a realizar os cálculos com base em dados fornecidos pela professora. Esses dados fornecem a contagem de células em uma amostra que não possui corante, portanto não há como fazer a distinção entre células vivas e mortas, tornando impossível dizermos a quantidade de células viáveis que estão presentes na solução, além disso, nos foi fornecido apenas a contagem de um quadrante, devido a isso, iremos considerar a quantidade total dessas células nesse quadrante como a média dos quadrantes ao fazermos os cálculos. O valor médio foi de 545 células por quadrante. Fonte: Docente Figura 4- Quadrante inferior esquerdo para a contagem de células 9 Fonte: Docente Utilizando volume de amostra sobre cada quadrante (0,1 mm3 = 10-4 mL), obtém-se o valor médio da contagem de 545x104 cel/mL ou 5,45x106 cel/mL. A amostra teve uma diluição de 1:107 a contagem de células totais na amostra foi de (5,45x106) x (107) = 5,45x1013cel/mL. M(cél) = Média do número de células contadas em cada quadrante V(a) = Volume de amostra sobre cada quadrante FD = Fator de diluição da amostra Devido a indisponibilidade dos dados de células mortas, não foi possível realizar o cálculo da viabilidade das células. 5) CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS A prática mostrou a importância da técnica de contagem de células na câmara de Neubauer, destacando como a preparação correta das amostras é essencial para obter resultados confiáveis. O uso do corante, embora útil para diferenciar células vivas e mortas, também depende de uma boa concentração celular. No geral, a prática reforçou a relevância de controlar bem essas condições para garantir uma contagem e um cálculo confiável do número de células em uma amostra. 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] MADIGAN, T. M.; MARTINKO, M. J.; BENDER, S. K.; BUCKLEY, H. D.; STAHL, A. [2] D. Microbiologia de Brock, 14.ed. Artmed, Porto Alegre, 2016. [3] TORTORA, J. G.; FUNKE, R. B.; CASE, L. C. Microbiologia, 12.ed. Artmed, Porto Alegre, 2017. [4] VIEIRA, D.A.P; FERNANDS, N.C.A Microbiologia Geral. Rede e-Tec. Inhumas, 2012