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PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE 
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Sumário 
NOSSA HISTÓRIA ........................................................................................... 2 
Introdução e Conceito de humanização ........................................................... 3 
A humanização enquanto política de saúde ..................................................... 9 
Política Nacional de Humanização (PNH) ...................................................... 18 
Diretrizes do humanizasus ............................................................................. 21 
Princípios do HumanizaSUS .......................................................................... 23 
Objetivos do HumanizaSUS ........................................................................... 24 
REDE HumanizaSUS ..................................................................................... 26 
PACTO PELA SAÚDE 2006........................................................................... 27 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 1 
Introdução e Conceito de humanização 
O conceito de humanização das práticas e da atenção à saúde está na pauta de 
discussões mundo afora há várias décadas e, nos últimos anos, vem ganhando 
destaque na literatura científica nacional, principalmente nas publicações ligadas à 
saúde coletiva. Durante os séculos XIX e XX, muitos avanços tecnológicos passaram 
a ser aplicados na área da saúde, em todos os níveis de atenção, seja na prevenção, 
no controle de comorbidades (progresso da doença) ou na reabilitação. 
Associado ao desenvolvimento tecnológico que experimentamos neste período, a 
doença vem sendo comumente interpretada pela concepção biomédica como um 
desvio de variáveis biológicas em relação à norma. Este modelo considera os 
fenômenos complexos como constituídos por princípios simples, isto é, relação de 
causa-efeito, distinção cartesiana entre mente e corpo, análise do corpo como 
máquina, minimizando os aspectos sociais, psicológicos e comportamentais. 
Por outro lado, há diversas discussões acerca das possibilidades de acesso dos 
sujeitos a essas tecnologias, seu custo para o sistema de saúde e a impossibilidade 
de que o progresso tecnológico elimine as demandas decorrentes da necessidade de 
contato direto entre pacientes e profissionais da área da saúde. Essas últimas, 
necessariamente perpassando pelo estabelecimento de relações de confiança, 
respeito e reciprocidade são reflexões que devem permear as práticas de atenção à 
saúde. 
Não há como minimizar, ou mesmo desprezar, as importantes contribuições dos 
avanços tecnológicos baseados nestes princípios. Porém, cada vez mais constatamos 
que a dimensão humana, vivencial, psicológica e cultural da doença, assim como os 
padrões e as variabilidades na comunicação verbal e não-verbal, precisam ser 
considerados nas relações entre o profissional da saúde e os usuários. 
 
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A crescente complexidade dos sistemas de saúde, os progressos da medicina e da 
ciência, além do fato da prática médica ter se tornado mais arriscada e, em muitos 
casos, mais impessoal e desumanizada, geralmente envolvendo grande burocracia, 
mostrou a importância de se reconhecer o direito do indivíduo à autodeterminação e 
de assegurar garantias de outros direitos dos pacientes. 
Direitos sociais e direitos individuais dos pacientes são coisas distintas. Enquanto os 
primeiros são coletivos e dependem de escolhas e decisões políticas em cada 
sociedade, os direitos individuais podem ser mais facilmente expressos em termos 
absolutos e operacionalizados em função de pacientes tomados individualmente. 
A saúde, como um direito humano fundamental, passou a ser preconizada pela 
Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização Mundial da Saúde (OMS) 
após a II Guerra Mundial. Em 1946, a ONU proclamou sua constituição, mencionando 
em nível internacional, pela primeira vez, a saúde como direito humano, corroborado 
posteriormente a partir da proclamação da Declaração dos Direitos Humanos em 
1948. 
No Brasil, desde a década de setenta, temos notícias de diversos questionamentos, 
discussões e reflexões sobre o papel da saúde e, por consequência, do acesso aos 
serviços de atenção à saúde e aos direitos do paciente. A partir da promulgação da 
Constituição de 1988, a saúde passou a ser reconhecida como um bem ao qual todo 
cidadão tem direito, havendo determinação de que os serviços de saúde devem 
promover o acesso à informação sobre a saúde e potencial de atendimento e 
resolutividade, bem como preservar a autonomia das pessoas. 
A partir da década de noventa, vários países membros da OMS assinaram 
declarações, em conjunto ou próprias, relativas a direitos de pacientes. Um dos 
objetivos da Declaração sobre a Promoção dos Direitos dos Pacientes na Europa é a 
implementação dos conceitos de respeito pelas pessoas e de promoção da equidade 
em saúde, o documento enfatiza o livre exercício da escolha individual e a 
necessidade de construção de mecanismos que garantam a qualidade do 
atendimento. 
5 
 
 
As reivindicações e a legislação de direitos do paciente, além de expressarem também 
transformações comuns a outros contextos da sociedade brasileira, são partes do 
processo de construção da democracia e da cidadania, tanto em relação ao papel do 
Estado quanto da sociedade, através de suas organizações e associações. Associado 
a esses movimentos, artigos de todas as décadas mostram a necessidade de investir 
no trabalhador para a construção de uma assistência humana, considerando, 
inclusive, as condições adversas de trabalho apontadas como fatores 
"desumanizantes", tais como baixos salários, número insuficiente de pessoal, 
sobrecarga de atividades e jornadas duplas ou triplas de trabalho. 
A temática ligada à humanização do atendimento em saúde mostra-se relevante no 
contexto atual, uma vez que a atenção e o atendimento no setor saúde, calcados em 
princípios como a integralidade da assistência, a equidade e a participação social do 
usuário, dentre outros, demandam a revisão das práticas cotidianas com ênfase na 
criação de espaços de trabalho menos alienantes que valorizem a dignidade do 
trabalhador e do usuário . 
O conceito de humanização tem ocupado um lugar de destaque nas atuais propostas 
de reconstrução das práticas de saúde no Brasil, no sentido de alcançar sua maior 
integralidade, efetividade e acesso. 
Embora muito já tenha sido feito em termos da discussão e da reestruturação das 
tecnologias e do planejamento dos serviços, há, comparativamente, escassos 
trabalhos sobre as bases teóricas e filosóficas para as mudanças propostas. 
O conceito de humanizaçãodas práticas e da atenção à saúde está na pauta de 
discussões mundo afora há várias décadas e, nos últimos anos, vem ganhando 
destaque na literatura científica nacional, principalmente nas publicações ligadas à 
saúde coletiva. 
 
 
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Durante os séculos XIX e XX, muitos avanços tecnológicos passaram a ser aplicados 
na área da saúde, em todos os níveis de atenção, seja na prevenção, no controle de 
comorbidades (progresso da doença) ou na reabilitação. 
Associado ao desenvolvimento tecnológico que experimentamos neste período, a 
doença vem sendo comumente interpretada pela concepção biomédica como um 
desvio de variáveis biológicas em relação à norma. Este modelo considera os 
fenômenos complexos como constituídos por princípios simples, isto é, relação de 
causa-efeito, distinção cartesiana entre mente e corpo, análise do corpo como 
máquina, minimizando os aspectos sociais, psicológicos e comportamentais1. 
Por outro lado, há diversas discussões acerca das possibilidades de acesso dos 
sujeitos a essas tecnologias, seu custo para o sistema de saúde e a impossibilidade 
de que o progresso tecnológico elimine as demandas decorrentes da necessidade de 
contato direto entre pacientes e profissionais da área da saúde. Essas últimas, 
necessariamente perpassando pelo estabelecimento de relações de confiança, 
respeito e reciprocidade são reflexões que devem permear as práticas de atenção à 
saúde. 
Não há como minimizar, ou mesmo desprezar, as importantes contribuições dos 
avanços tecnológicos baseados nestes princípios. Porém, cada vez mais constatamos 
que a dimensão humana, vivencial, psicológica e cultural da doença, assim como os 
padrões e as variabilidades na comunicação verbal e não-verbal, precisam ser 
considerados nas relações entre o profissional da saúde e os usuários. 
Os conceitos de integralidade e de humanização devem ser discutidos e 
contextualizados sempre que forem empregados, pois são passíveis de 
interpretações variadas. Ainda há referência às políticas econômicas 
contemporâneas, destacando que estas têm sido avaliadas de acordo com sua 
capacidade de produzir crescimento ou estabilidade monetária e não 
necessariamente de melhorar as condições de vida das pessoas. Descreve, ainda, 
que a ordenação do espaço urbano há muito deixou de lado a preocupação com o 
bem-estar das pessoas e que, em saúde, é comum a redução de pessoas a objetos 
a serem manipulados pela clínica ou pela saúde pública. 
7 
 
 
Diante dos inúmeros obstáculos que hoje se apresentam para a assistência à saúde 
no país, sejam de ordem financeira, política, organizativa ou ética, coloca-se em pauta 
o fundamental debate sobre a qualidade da atenção prestada. Qualidade esta que diz 
respeito, de maneira indissociável, ao emprego de tecnologias, saberes, recursos 
considerados adequados e disponibilizados num contexto singular: o do encontro 
entre quem sofre, sejam indivíduos ou populações, e aqueles que se dedicam a 
mitigar este sofrimento, profissionais de saúde, gestores ou técnicos. 
Se a humanização não pode ser tomada como um princípio, mas se propõe como 
política e porque sua efetividade não se faz enquanto proposta geral e abstrata. No 
entanto, não basta defender o caráter específico e concreto das práticas de 
humanização, pois tomá-las em sua especificidade pode incorrer no risco de repetir a 
tendência da compartimentalização e isolamento das ações como, por exemplo, a 
separação entre a humanização do parto e a humanização das emergências. Os 
autores colocam uma difícil questão em relação à proposição de uma política de 
humanização que não se confunda com um princípio do Sistema Único de Saúde 
(SUS), o que a tornaria ampla e genérica; nem abstrata, porque se estivesse fora das 
singularidades da experiência, também poderia contribuir com a 
compartimentalização. 
Em relação à proposição da humanização como política de saúde, também há de 
considerar a formação, desde a graduação, dos profissionais que fazem funcionar 
cotidianamente os serviços de saúde. É necessário que se pense de forma a 
contemplar sistematicamente a humanização das ações, desde a concepção e 
planejamento das ações, programas ou atividades e rotinas dos serviços de saúde, 
até as políticas e propostas ligadas à macro gestão do sistema e serviços de saúde. 
À medida que o movimento pela humanização se eleva da predicação moral para uma 
preocupação operativa do direito à saúde, com a reorganização dos serviços e das 
práticas em saúde, ele incorpora de maneira simbiótica a categoria da satisfação dos 
usuários. 
Os autores destacam que esta proposta de humanização (ou satisfação radical) é a 
possibilidade de abrir a organização para o cidadão, indo além da mensuração de 
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graus quantitativos de satisfação, incorporando a opinião e reivindicações da 
população neste processo de mudanças e contribuindo para uma tomada de 
consciência mútua dos profissionais e cidadãos de novas finalidades e projetos 
comuns para a saúde. 
A humanização, esvaziada desses conteúdos, restringe os sentidos e as 
consequências da sua ação operacional ao limite da metodologia da "Qualidade Total" 
com sua preocupação restrita, focada internamente na organização, nos seus 
processos e no exercício da modulação organizacional, segundo as necessidades 
"necessárias". De tal forma que o movimento da humanização fica restrito, focado na 
organização, exaltando conhecimentos, técnicas e habilidades interacionais dos 
profissionais. Nesse caso, apesar de alguma diferença vernácula, se tal preocupação 
não encontrar um fundamento mais amplo e aberto, poderá limitar-se ao mesmo 
horizonte do movimento da qualidade. 
Como estratégia de atenção à saúde, na qualidade de política de Estado, é necessário 
que a humanização seja implementada como uma política transversal, que atualiza 
um conjunto de princípios e diretrizes por meio de ações e modos de agir nos diversos 
serviços, práticas de saúde e instâncias do sistema, caracterizando uma construção 
coletiva. 
A humanização como política transversal supõe, necessariamente, ultrapassar as 
fronteiras, muitas vezes rígidas, dos diferentes núcleos de saber/poder que se 
ocupam da produção da saúde. Entendemos, entretanto, que tal situação de 
transversalidade não deve significar um ficar fora, ou ao lado, do SUS. 
O confronto de ideias, o planejamento, os mecanismos de decisão, as estratégias de 
implementação e de avaliação, mas principalmente o modo como tais processos se 
dão, devem confluir na construção de trocas solidárias e comprometidas com a 
produção de saúde, tarefa primeira da qual não podemos nos furtar. De fato, a tarefa 
se apresenta dupla e inequívoca: produção de saúde e produção de sujeitos. Construir 
tal política impõe mais do que nunca que o SUS seja tomado em sua perspectiva de 
rede, criando e/ou fortalecendo mecanismos de coletivização e pactuação, sempre 
orientados pelo direito à saúde que o SUS na constituição brasileira consolidou como 
9 
 
 
conquista. É no coletivo da rede SUS que novas subjetividades emergem engajadas 
em práticas de saúde construídas e pactuadas coletivamente, reinventando os 
modelos de atenção e de gestão. 
Para que todo o sistema funcione de modo a considerar a diversidade de aspectos 
envolvidos para que se garanta a atenção integral e humanizada à saúde, todos os 
níveis e esferas de gestão e implementação das ações, bem como a sociedade 
usuária dos serviços de saúde, devem estar atentos e constantemente os envolvidos 
devem ser lembrados, cobrados e/ou solicitados a atuar de forma a contemplar essa 
proposta de atuação, prestação de serviço e trabalho no setor saúde, dependendo do 
ponto que se atua ou utiliza o serviço de saúde. 
CAPÍTULO 2 
A humanização enquanto política de saúde 
A humanização é hoje um tema frequente nos serviços públicos de saúde, nos textos 
oficiais e nas publicações da área da SaúdeColetiva. 
Embora o termo laico "humanização" possa guardar em si um traço maniqueísta, seu 
uso histórico o consagra como aquele que rememora movimentos de recuperação de 
valores humanos esquecidos ou solapados em tempos de frouxidão ética. Em nosso 
horizonte histórico, a humanização desponta, novamente, no momento em que a 
sociedade pós-moderna passa por uma revisão de valores e atitudes. Não é possível 
pensar a humanização na saúde sem antes dar uma olhada no que acontece no 
mundo contemporâneo. 
 
Numa visão panorâmica, a época da pós-modernidade se caracteriza pelo 
reordenamento social decorrente do capitalismo multinacional e pela globalização 
econômica. Desabaram os ideais utópicos, políticos, éticos e estéticos da 
modernidade que creditavam ao projeto iluminista a construção de um mundo melhor 
movido pela razão humana. As pessoas, cada vez mais descrentes da política e das 
ideias revolucionárias que, na prática, deram poder a governos corruptos e incapazes 
10 
 
 
de promover o bem da nação, não buscaram mais seus referenciais de identificação 
nos grandes coletivos sociais, mas, sim, em si mesmas. Para certos autores, essa é 
uma das principais características do que chamam de época hipermoderna ou 
supermoderna: a figura do excesso e da deformação notadamente ao que se refere 
ao "eu". 
Nessa vertente, dá aos tempos atuais o nome de Cultura Narcísica, e Debors, de 
Sociedade do Espetáculo, ora ressaltando o individualismo, o culto ao corpo e a 
supervalorização dos aspectos da aparência estética, ora ressaltando o exibicionismo, 
a captura pela imagem e o comportamento histriônico que se realiza como espetáculo. 
No campo das relações, a perda de suportes sociais e éticos, somada ao modo 
narcísico de ser, cria as condições para a intolerância à diferença, e o outro é visto 
não como parceiro ou aliado, mas como ameaça. Tal disposição, associada à rapidez 
e ao pouco estímulo à reflexão sobre os aspectos existenciais e morais do viver 
humano, faz com que a violência - que (por motivos que fogem ao alcance deste 
artigo) é parte do nosso cotidiano - se apresente também como modo de resolver 
conflitos. 
No contraponto, do meio do século XX para cá, começam a se desenhar respostas 
para a sociedade assim estabelecida. Direitos humanos, bioética, proteção ambiental, 
cidadania, mais que conceitos emergentes, são práticas que vão ganhando espaço 
no dia-a-dia das pessoas, chamando-nos para o trabalho de construção de outra 
realidade. 
 
Na área da saúde, surgiram várias iniciativas com o nome de humanização. É bem 
provável que esse termo tenha sido forjado há umas duas décadas, quando os 
acordes da luta antimanicomial, na área da Saúde Mental, e do movimento feminista 
pela humanização do parto e nascimento, na área da Saúde da Mulher, começaram 
a ganhar volume e a produzir ruído suficiente para registrar marca histórica. 
Desde então, vários hospitais, predominantemente do setor público, começaram a 
desenvolver ações que chamavam de "humanizadoras". Inicialmente, eram ações que 
11 
 
 
tornavam o ambiente hospitalar mais afável: atividades lúdicas, lazer, entretenimento 
ou arte, melhorias na aparência física dos serviços. Não chegavam a abalar ou 
modificar substancialmente a organização do trabalho ou o modo de gestão, 
tampouco a vida das pessoas, mas faziam o papel de válvulas de escape para diminuir 
o sofrimento que o ambiente de trabalho hospitalar provoca em pacientes e 
trabalhadores. Pouco a pouco, a ideia foi ganhando consistência, resultando em 
alterações de rotina (por exemplo, visita livre, acompanhante, dieta personalizada). 
Hoje, várias sondagens conceituais, manifestações ideológicas, construções teóricas 
e técnicas e programas temáticos fazem da humanização um instigante campo de 
inovação da produção teórica e prática na área da saúde. 
Sob vários olhares, a humanização pode ser compreendida como: 
 - Princípio de conduta de base humanista e ética; 
 - Movimento contra a violência institucional na área da saúde; 
 - Política pública para a atenção e gestão no SUS; 
 - Metodologia auxiliar para a gestão participativa; 
 - Tecnologia do cuidado na assistência à saúde. 
Em nosso entender, a humanização se fundamenta no respeito e valorização da 
pessoa humana, e constitui um processo que visa à transformação da cultura 
institucional por meio da construção coletiva de compromissos éticos e de métodos 
para as ações de atenção à saúde e de gestão dos serviços. Esse conceito amplo 
abriga as diversas visões da humanização supracitadas enquanto abordagens 
complementares que permitem a realização dos propósitos para os quais aponta sua 
definição. 
A humanização reconhece o campo das subjetividades como instância fundamental 
para a melhor compreensão dos problemas e para a busca de soluções 
compartilhadas. Participação, autonomia, responsabilidade e atitude solidária são 
valores que caracterizam esse modo de fazer saúde que resulta, ao final, em mais 
qualidade na atenção e melhores condições de trabalho. Sua essência é a aliança da 
competência técnica e tecnológica com a competência ética e relacional 
12 
 
 
Outra questão levantada por alguns autores diz respeito aos trabalhadores da saúde. 
Há de refletir se estes se encontram em condições de garantir um atendimento 
humanizado, tendo em vista que, quase sempre, são submetidos a processos de 
trabalhos mecanizados que os limitam na possibilidade de se transformar em pessoas 
mais críticas e sensíveis, bem como se encontram fragilizados no conviver contínuo 
com a dor, o sofrimento, a morte e a miséria. 
Em relação à proposição da humanização como política de saúde, também há de 
considerar a formação, desde a graduação, dos profissionais que fazem funcionar 
cotidianamente os serviços de saúde. É necessário que se pense (e aja!) de forma a 
contemplar sistematicamente a humanização das ações, desde a concepção e 
planejamento das ações, programas ou atividades e rotinas dos serviços de saúde, 
até as políticas e propostas ligadas à macro gestão do sistema. 
Em 2004, foi publicada a Política Nacional de Humanização, a qual defende como 
"marcas" a serem atingidas um atendimento resolutivo e acolhedor, combatendo a 
despersonalização a que são submetidos os usuários dos serviços, garantindo-lhes 
seus direitos instituídos em "códigos dos usuários", além de garantir educação 
permanente aos profissionais bem como a participação nos modos de gestão. 
 
 
À medida que o movimento pela humanização se eleva da predicação moral para uma 
preocupação operativa do direito à saúde, com a reorganização dos serviços e das 
práticas em saúde, ele incorpora de maneira simbiótica a categoria da satisfação dos 
usuários. Os autores destacam que esta proposta de humanização (ou satisfação 
radical) é a possibilidade de abrir a organização para o cidadão, indo além da 
mensuração de graus quantitativos de satisfação, incorporando a opinião e 
reivindicações da população neste processo de mudanças e contribuindo para uma 
tomada de consciência mútua dos profissionais e cidadãos de novas finalidades e 
projetos comuns para a saúde. 
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A humanização, esvaziada desses conteúdos, restringe os sentidos e as 
consequências da sua ação operacional ao limite da metodologia da "Qualidade Total" 
com sua preocupação restrita, focada internamente na organização, nos seus 
processos e no exercício da modulação organizacional, segundo as necessidades 
"necessárias". De tal forma que o movimento da humanização fica restrito, focado na 
organização, exaltando conhecimentos, técnicas e habilidades interacionais dos 
profissionais. Nesse caso, apesar de alguma diferença vernácula, se tal preocupação 
não encontrar um fundamento mais amplo e aberto, poderá limitar-se ao mesmo 
horizonte do movimento da qualidade. 
Como estratégia de atenção à saúde, na qualidade de política de Estado, é necessárioque a humanização seja implementada como uma política transversal, que atualiza 
um conjunto de princípios e diretrizes por meio de ações e modos de agir nos diversos 
serviços, práticas de saúde e instâncias do sistema, caracterizando uma construção 
coletiva. A humanização como política transversal supõe, necessariamente, 
ultrapassar as fronteiras, muitas vezes rígidas, dos diferentes núcleos de saber/poder 
que se ocupam da produção da saúde. Entendemos, entretanto, que tal situação de 
transversalidade não deve significar um ficar fora, ou ao lado, do SUS. 
 
 
O confronto de ideias, o planejamento, os mecanismos de decisão, as estratégias de 
implementação e de avaliação, mas principalmente o modo como tais processos se 
dão, devem confluir na construção de trocas solidárias e comprometidas com a 
produção de saúde, tarefa primeira da qual não podemos nos furtar. De fato, a tarefa 
se apresenta dupla e inequívoca: produção de saúde e produção de sujeitos. Construir 
tal política impõe mais do que nunca que o SUS seja tomado em sua perspectiva de 
rede, criando e/ou fortalecendo mecanismos de coletivização e pactuação, sempre 
orientados pelo direito à saúde que o SUS na constituição brasileira consolidou como 
conquista. 
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É no coletivo da rede SUS que novas subjetividades emergem engajadas em práticas 
de saúde construídas e pactuadas coletivamente, reinventando os modelos de 
atenção e de gestão. 
Para que todo o sistema funcione de modo a considerar a diversidade de aspectos 
envolvidos para que se garanta a atenção integral e humanizada à saúde, todos os 
níveis e esferas de gestão e implementação das ações, bem como a sociedade 
usuária dos serviços de saúde, devem estar atentos e constantemente os envolvidos 
devem ser lembrados, cobrados e/ou solicitados a atuar de forma a contemplar essa 
proposta de atuação, prestação de serviço e trabalho no setor saúde, dependendo do 
ponto que se atua ou utiliza o serviço de saúde. 
2.1- Atuação profissional humanizada x atuação profissional humanizadora 
A reivindicação de humanização do atendimento por parte dos movimentos sociais e 
associações de defesa de direitos de pacientes, sobretudo aquelas de certos grupos 
mais vulneráveis e/ou organizados, como pacientes idosos, portadores de HIV e de 
distúrbios mentais, é parte desse processo mais amplo de democratização do estado 
e da sociedade no Brasil. Buscar formas efetivas para humanizar a prática em saúde 
implica aproximação crítica que permita compreender a temática para além de seus 
componentes técnicos e instrumentais, envolvendo, essencialmente, as dimensões 
político-filosóficas que lhe imprimem um sentido. 
 
Ao pensar nesses processos de subjetivação voltamos ao jogo das interações, das 
relações face a face que constroem o cotidiano do que costumamos chamar de 
"assistência". Mas, como sabemos, este projeto somente se realiza se for tomado 
como um modo de gestão, um modo de realizar a atenção em saúde, uma práxis. 
Carece, portanto, de estratégias não só de produção, mas de reprodução deste 
modelo. Neste sentido, o investimento na formação de profissionais e gestores é 
estratégia importante, cuja sustentabilidade se dá a partir da disseminação de 
mecanismos ideológicos contra-hegemônicos e de alianças que garantam adesão e 
continuidade de tal projeto. 
15 
 
 
É necessário refletir um pouco sobre as concepções que fundamentam o modelo 
biomédico. Essa demanda exige a implementação de mudanças visando à aquisição 
de competências na formação dos médicos que, enquanto restrita ao modelo 
biomédico, encontra-se impossibilitada de considerar a experiência do sofrimento 
como integrante da sua relação profissional. Os autores reforçam que é importante 
considerar criticamente o desenvolvimento do modelo biomédico como contexto no 
qual se configuram formas de relação médico-paciente e, assim, ter uma posição ativa 
e crítica na busca de uma nova prática. 
Essas reflexões aplicam-se, igualmente, à formação dos enfermeiros, fisioterapeutas, 
nutricionistas, fonoaudiólogos, psicólogos, farmacêuticos, etc. no que se refere à 
relação com os pacientes e seus familiares na atenção à saúde, conforme propomos 
discorrer neste trabalho. O modelo de atenção à saúde baseado nos clássicos 
pressupostos biomédicos ainda está fortemente enraizado nas escolas de formação 
dos vários cursos de graduação da saúde, seja em instituições de ensino públicas ou 
privadas. 
Dois desafios se apresentam à construção de um modelo de atenção humanizado e, 
ao mesmo tempo, humanizador: a produção de um cuidado orientado pelo 
reconhecimento de pessoa (o sentido de ser membro, de pertencimento a um ethos, 
a uma cultura, a um grupo que define os próprios significados do "eu") e de sujeito (o 
sentido de uma identidade a partir de uma biografia singular, articulada a uma cultura, 
capaz de dotar de legitimidade a autonomia de cada um). 
A definição de pessoa passa pelo reconhecimento e respeito a outros e distintos 
referenciais culturais. A noção de sujeito nos lança ao discurso ético da autonomia, 
das escolhas e decisões à luz das condições de gênero, posição social e etnia/raça1. 
É sempre oportuno perguntar quem goza do status de pessoa e de sujeito nas práticas 
de assistência prestada nos serviços de saúde; quais capitais de protagonismo e 
autonomia os diferentes atores usufruem e quais as margens e mecanismos de 
negociação e ampliação destas fronteiras. 
16 
 
 
Trata-se de uma proposta que busca aprofundar uma análise crítica das lógicas e 
relações que dão forma e sentido ao modelo vigente de produzir os cuidados em 
saúde. 
Sob o amplo e polissêmico termo de "humanização" potencializam-se essas novas 
propostas da atenção à saúde da criança, da mulher, da população, enfim. Propostas 
que põem em destaque o respeito à diferença, a valorização do protagonismo dos 
sujeitos (profissionais e pacientes) e a centralidade do diálogo permeando as 
relações. 
Entretanto, como toda proposta que é diretriz teórico-filosófica, campo discursivo, mas 
também se materializa em ação institucionalizada, demanda uma análise de sua 
incorporação, leituras e apropriações no cotidiano dos serviços9. O autor apresenta 
alguns questionamentos, tais como: como as propostas de humanização são 
incorporadas às regras, hierarquias, negociações das instituições de saúde? Como 
as "políticas de humanização" se transformam em ação prática e como são 
renegociadas pelos sujeitos nessa ação prática? 
Estas questões são cruciais, devem ser pensadas pelos gestores, pelos trabalhadores 
e pelos próprios pacientes e seus familiares, usuários dos serviços de saúde. Também 
devem ser trazidas à baila durante a trajetória de formação no ensino superior dos 
futuros profissionais da saúde, especialmente durante as atividades práticas e nos 
estágios curriculares. Analisar obstáculos e potencialidades à luz das experiências 
torna-se um exame dialeticamente necessário. 
A humanização poderá abarcar um projeto com este teor, ou não. De qualquer modo, 
é um conceito que tem um potencial para se opor à tendência cada vez mais 
competitiva e violenta da organização social contemporânea8. A humanização tende 
a lembrar que necessitamos de solidariedade e de apoio social; é uma lembrança 
permanente sobre a vulnerabilidade nossa e dos outros; um alerta contra a violência. 
Aumentar os graus de transversalidade é superar a organização do campo assentada 
em códigos de comunicação e de trocas circulantes nos eixos da verticalidade e 
horizontalidade: um eixo vertical que hierarquiza os gestores, trabalhadores e 
usuários e um eixo horizontal que cria comunicações que não se cruzam entre si. 
17 
 
 
Ampliar o grau de transversalidade é produzir uma comunicação multivetorializada, 
construída na intercessão dos eixos vertical e horizontal. 
A gestão efetivamente transversalizada requer, além de dar espaço paraa discussão 
e apresentação de proposições por todos os atores envolvidos nas ações (ou nas 
consequências destas, como no caso dos usuários dos serviços de saúde), que 
efetivamente se considere para a tomada de decisão, gestão e implementação de 
ações nos serviços de saúde as demandas, anseios e percepções de todo os 
envolvidos nas rotinas destes. Caso contrário, todas as questões abordadas e 
consideradas anteriormente acabam caindo em contradição. 
Ou seja, buscar a opinião e sugestão de diversos interlocutores e, ao fim, quando da 
tomada de decisão, desconsiderar estas questões pode acabar por produzir efeitos 
negativos, e até nocivos, quando da atenção à saúde. 
A humanização é também um objetivo permanente, uma meta central a ser buscada 
por qualquer política ou projeto de saúde. 
A humanização, quando considerada sob esta perspectiva, é uma mudança das 
estruturas, da forma de trabalhar e também das pessoas. A humanização da clínica e 
da saúde pública depende de uma reforma da tradição de atenção centrada no 
atendimento médico assistencial e epidemiológico em seu aspecto mais conservador. 
Uma reestruturação que resulte em mudanças efetivas e sustentáveis, que perdurem 
no cotidiano das práticas e atenção em geral ligadas à promoção e manutenção da 
saúde, requer a combinação da objetivação científica do processo 
saúde/doença/intervenção com novos modos de operar decorrentes da incorporação 
do sujeito e de sua história desde o momento do diagnóstico até o da intervenção, 
trazendo mais humanização aos processos em que profissionais e usuários dos 
serviços de saúde se relacionam. 
O trabalho em saúde se humaniza quando busca combinar a defesa de uma vida mais 
longa com a construção de novos padrões de qualidade da vida para sujeitos 
concretos. Não há como realizar esta síntese sem o concurso ativo dos usuários, não 
há saber técnico que realize por si só este tipo de integração. 
18 
 
 
Alguns autores trazem à baila a importância dos trabalhadores na humanização do 
atendimento, da atenção à saúde: desde o contato inicial do paciente e sua família 
com o serviço de saúde, até a realização de procedimentos e acompanhamento após 
a realização de procedimentos e/ou intervenções. 
Mudamos as relações no campo da saúde quando, por um lado, experimentamos a 
inseparabilidade entre as práticas de cuidado e de gestão do cuidado, ou seja, os 
procedimentos técnicos inerentes à atuação do profissional na atenção para 
promoção da saúde do paciente e gerenciamento de todos os outros procedimentos 
administrativos, burocráticos e/ou documentais que são inerentes a esta atuação. 
Cuidar e gerir os processos de trabalho em saúde compõe, na verdade, uma só 
realidade, de tal forma que não há como mudar os modos de atender a população 
num serviço de saúde sem que se alterem também a organização dos processos de 
trabalho, a dinâmica de interação da equipe, os mecanismos de planejamento, de 
decisão, de avaliação e de participação. Para tanto, são necessários arranjos e 
dispositivos que interfiram nas formas de relacionamento nos serviços e nas outras 
esferas do sistema, garantindo práticas de corresponsabilização, de cogestão, de 
grupalização. 
 
CAPÍTULO 3 
Política Nacional de Humanização (PNH) 
A Política Nacional de Humanização (PNH) existe desde 2004 para efetivar os 
princípios do SUS no cotidiano das práticas de atenção e gestão, qualificando a saúde 
pública no Brasil e incentivando trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e 
usuários. A PNH deve se fazer presente e estar inserida em todas as políticas e 
programas do SUS. Promover a comunicação entre estes três grupos pode provocar 
uma série de debates em direção a mudanças que proporcionem melhor forma de 
cuidar e novas formas de organizar o trabalho. 
19 
 
 
A humanização é a valorização dos usuários, trabalhadores e gestores no processo 
de produção de saúde. Valorizar os sujeitos é oportunizar uma maior autonomia, a 
ampliação da sua capacidade de transformar a realidade em que vivem, através da 
responsabilidade compartilhada, da criação de vínculos solidários, da participação 
coletiva nos processos de gestão e de produção de saúde. 
Produzindo mudanças nos modos de gerir e cuidar, a PNH estimula a comunicação 
entre gestores, trabalhadores e usuários para construir processos coletivos de 
enfrentamento de relações de poder, trabalho e afeto que muitas vezes produzem 
atitudes e práticas desumanizadoras que inibem a autonomia e a corresponsabilidade 
dos profissionais de saúde em seu trabalho e dos usuários no cuidado de si. 
Vinculada à Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, a PNH conta com 
um núcleo técnico sediado em Brasília – DF e equipes regionais de apoiadores que 
se articulam às secretarias estaduais e municipais de saúde. A partir desta articulação 
se constroem, de forma compartilhada, planos de ação para promover e disseminar 
inovações em saúde. Com a análise dos problemas e dificuldades em cada serviço 
de saúde e tomando por referência experiências bem-sucedidas de humanização, a 
PNH tem sido experimentada em todo o país. Existe um SUS que dá certo, e dele 
partem as orientações da PNH, traduzidas em seu método, princípios, diretrizes e 
dispositivos. 
3.1- Como valorizar participação de usuário, profissionais e gestores 
As rodas de conversa, o incentivo às redes e movimentos sociais e a gestão dos 
conflitos gerados pela inclusão das diferenças são ferramentas experimentadas nos 
serviços de saúde a partir das orientações da PNH que já apresentam resultados 
positivos. 
Incluir os trabalhadores na gestão é fundamental para que eles, no dia a dia, 
reinventem seus processos de trabalho e sejam agentes ativos das mudanças no 
serviço de saúde. Incluir usuários e suas redes sócio-familiares nos processos de 
cuidado é um poderoso recurso para a ampliação da corresponsabilização no cuidado 
de si. 
20 
 
 
3.2- O HumanizaSUS aposta em inovações em saúde 
Defesa de um SUS que reconhece a diversidade do povo brasileiro e a todos oferece 
a mesma atenção à saúde, sem distinção de idade, etnia, origem, gênero e orientação 
sexual. 
Estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no processo de 
gestão. 
Mapeamento e interação com as demandas sociais, coletivas e subjetivas de saúde; 
Valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: 
usuários, trabalhadores e gestores; 
Fomento da autonomia e do protagonismo desses sujeitos e dos coletivos; 
Aumento do grau de corresponsabilidade na produção de saúde e de sujeitos; 
 
 
Mudança nos modelos de atenção e gestão em sua indissociabilidade, tendo como 
foco as necessidades dos cidadãos, a produção de saúde e o próprio processo de 
trabalho em saúde, valorizando os trabalhadores e as relações sociais no trabalho; 
Proposta de um trabalho coletivo para que o SUS seja mais acolhedor, mais ágil e 
mais resolutivo; 
Qualificação do ambiente, melhorando as condições de trabalho e de atendimento; 
Articulação dos processos de formação com os serviços e práticas de saúde; 
Luta por um SUS mais humano, porque construído com a participação de todos e 
comprometido com a qualidade dos seus serviços e com a saúde integral para todos 
e qualquer um. 
 
 
21 
 
 
 
CAPÍTULO 4 
Diretrizes do humanizasus 
 Acolhimento 
Acolher é reconhecer o que o outro traz como legítima e singular necessidade de 
saúde. O acolhimento deve comparecer e sustentar a relação entre equipes/serviços 
e usuários/populações. Como valor das práticas de saúde, o acolhimento é construído 
de forma coletiva, a partir da análise dos processos de trabalho e tem como objetivo 
a construção de relações de confiança, compromisso e vínculo entre as 
equipes/serviços, trabalhador/equipes e usuário com sua rede sócio-afetiva. 
Com uma escuta qualificada oferecida pelos trabalhadores às necessidades do 
usuário,é possível garantir o acesso oportuno desses usuários a tecnologias 
adequadas às suas necessidades, ampliando a efetividade das práticas de saúde. 
Isso assegura, por exemplo, que todos sejam atendidos com prioridades a partir da 
avaliação de vulnerabilidade, gravidade e risco. 
 
 
Gestão Participativa e cogestão 
Cogestão expressa tanto a inclusão de novos sujeitos nos processos de análise e 
decisão quanto a ampliação das tarefas da gestão - que se transforma também em 
espaço de realização de análise dos contextos, da política em geral e da saúde em 
particular, em lugar de formulação e de pactuação de tarefas e de aprendizado 
coletivo. 
A organização e experimentação de rodas é uma importante orientação da cogestão. 
Rodas para colocar as diferenças em contato de modo a produzir movimentos de 
desestabilização que favoreçam mudanças nas práticas de gestão e de atenção. A 
PNH destaca dois grupos de dispositivos de cogestão: aqueles que dizem respeito à 
22 
 
 
organização de um espaço coletivo de gestão que permita o acordo entre 
necessidades e interesses de usuários, trabalhadores e gestores; e aqueles que se 
referem aos mecanismos que garantem a participação ativa de usuários e familiares 
no cotidiano das unidades de saúde. 
Colegiados gestores, Mesas de negociação, Contratos Internos de Gestão, Câmara 
Técnica de Humanização (CTH), Grupo de Trabalho de Humanização (GTH), 
Gerência de Porta Aberta, entre outros, são arranjos de trabalho que permitem a 
experimentação da cogestão no cotidiano da saúde. 
 Ambiência 
Criar espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, que respeitem a privacidade, 
propiciem mudanças no processo de trabalho e sejam lugares de encontro entre as 
pessoas. 
A discussão compartilhada do projeto arquitetônico, das reformas e do uso dos 
espaços de acordo com as necessidades de usuários e trabalhadores de cada serviço 
é uma orientação que pode melhorar o trabalho em saúde. 
 
 
 Clínica ampliada e compartilhada 
A clínica ampliada é uma ferramenta teórica e prática cuja finalidade é contribuir para 
uma abordagem clínica do adoecimento e do sofrimento, que considere a 
singularidade do sujeito e a complexidade do processo saúde/doença. Permite o 
enfrentamento da fragmentação do conhecimento e das ações de saúde e seus 
respectivos danos e ineficácia. 
Utilizando recursos que permitam enriquecimento dos diagnósticos (outras variáveis 
além do enfoque orgânico, inclusive a percepção dos afetos produzidos nas relações 
clínicas) e a qualificação do diálogo (tanto entre os profissionais de saúde envolvidos 
no tratamento quanto destes com o usuário), de modo a possibilitar decisões 
compartilhadas e compromissadas com a autonomia e a saúde dos usuários do SUS. 
23 
 
 
Valorização do Trabalhador 
É importante dar visibilidade à experiência dos trabalhadores e incluí-los na tomada 
de decisão, apostando na sua capacidade de analisar, definir e qualificar os processos 
de trabalho. 
O Programa de Formação em Saúde e Trabalho e a Comunidade Ampliada de 
Pesquisa são possibilidades que tornam possível o diálogo, intervenção e análise do 
que gera sofrimento e adoecimento, do que fortalece o grupo de trabalhadores e do 
que propicia os acordos de como agir no serviço de saúde. É importante também 
assegurar a participação dos trabalhadores nos espaços coletivos de gestão. 
Defesa dos Direitos dos Usuários 
Os usuários de saúde possuem direitos garantidos por lei e os serviços de saúde 
devem incentivar o conhecimento desses direitos e assegurar que eles sejam 
cumpridos em todas as fases do cuidado, desde a recepção até a alta. 
 
 
Todo cidadão tem direito a uma equipe que cuide dele, de ser informado sobre sua 
saúde e também de decidir sobre compartilhar ou não sua dor e alegria com sua rede 
social. 
CAPÍTULO 5 
Princípios do HumanizaSUS 
Transversalidade 
A Política Nacional de Humanização (PNH) deve se fazer presente e estar inserida 
em todas as políticas e programas do SUS. A PNH busca transformar as relações de 
trabalho a partir da ampliação do grau de contato e da comunicação entre as pessoas 
e grupos, tirando-os do isolamento e das relações de poder hierarquizadas. 
Transversalizar é reconhecer que as diferentes especialidades e práticas de saúde 
24 
 
 
podem conversar com a experiência daquele que é assistido. Juntos, esses saberes 
podem produzir saúde de forma mais corresponsável. 
Indissociabilidade entre atenção e gestão 
As decisões da gestão interferem diretamente na atenção à saúde. Por isso, 
trabalhadores e usuários devem buscar conhecer como funciona a gestão dos 
serviços e da rede de saúde, assim como participar ativamente do processo de 
tomada de decisão nas organizações de saúde e nas ações de saúde coletiva. Ao 
mesmo tempo, o cuidado e a assistência em saúde não se restringem às 
responsabilidades da equipe de saúde. O usuário e sua rede sócio-familiar devem 
também se corresponsabilizar pelo cuidado de si nos tratamentos, assumindo posição 
protagonista com relação a sua saúde e a daqueles que lhes são caros. 
Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e coletivos 
Qualquer mudança na gestão e atenção é mais concreta se construída com a 
ampliação da autonomia e vontade das pessoas envolvidas, que compartilham 
responsabilidades. Os usuários não são só pacientes, os trabalhadores não só 
cumprem ordens: as mudanças acontecem com o reconhecimento do papel de cada 
um. Um SUS humanizado reconhece cada pessoa como legítima cidadã de direitos e 
valoriza e incentiva sua atuação na produção de saúde. 
 
CAPÍTULO 6 
Objetivos do HumanizaSUS 
 -Propósitos da Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS 
 
 - Contagiar trabalhadores, gestores e usuários do SUS com os princípios e as 
diretrizes da humanização; 
 
 - Fortalecer iniciativas de humanização existentes; 
 
25 
 
 
 - Desenvolver tecnologias relacionais e de compartilhamento das práticas de 
gestão e de atenção; 
 
 - Aprimorar, ofertar e divulgar estratégias e metodologias de apoio a mudanças 
sustentáveis dos modelos de atenção e de gestão; 
 
 - Implementar processos de acompanhamento e avaliação, ressaltando 
saberes gerados no SUS e experiências coletivas bem-sucedidas. 
 
Três macro-objetivos do HumanizaSUS: 
 - Ampliar as ofertas da Política Nacional de Humanização aos gestores 
e aos conselhos de saúde, priorizando a atenção básica/fundamental e 
hospitalar, com ênfase nos hospitais de urgência e universitários; 
 - Incentivar a inserção da valorização dos trabalhadores do SUS na 
agenda dos gestores, dos conselhos de saúde e das organizações da 
sociedade civil; 
 - Divulgar a Política Nacional de Humanização e ampliar os processos 
de formação e produção de conhecimento em articulação com 
movimentos sociais e instituições. 
 
Política Nacional de Humanização busca: 
 - Redução de filas e do tempo de espera, com ampliação do acesso; 
 
 - Atendimento acolhedor e resolutivo baseado em critérios de risco; 
 
 - Implantação de modelo de atenção com responsabilização e vínculo; 
 
 - Garantia dos direitos dos usuários; 
 
 - Valorização do trabalho na saúde; 
 
26 
 
 
 - Gestão participativa nos serviços. 
 
Por meio de cursos e oficinas de formação/intervenção e a partir da discussão dos 
processos de trabalho, as diretrizes e dispositivos da Política Nacional de 
Humanização (PNH) são vivenciados e reinventados no cotidiano dos serviços de 
saúde. Em todo o Brasil, os trabalhadores são formados técnica e politicamente e 
reconhecidos como multiplicadores e apoiadores da PNH, pois são os construtores de 
novas realidades em saúde e poderão se tornar os futuros formadores da PNH em 
suas localidades. 
 
 
 
CAPÍTULO 7 
REDE HumanizaSUS 
A Rede HumanizaSUS é a rede social das pessoas interessadas ou já envolvidas em 
processos de humanização da gestãoe do cuidado no SUS. A rede é um local de 
colaboração, que permite o encontro, a troca, a afetação recíproca, o afeto, o 
conhecimento, o aprendizado, a expressão livre, a escuta sensível, a polifonia, a arte 
da composição, o acolhimento, a multiplicidade de visões, a arte da conversa, a 
participação de qualquer um. 
Trata-se de um ambiente virtual aberto para ampliar o diálogo em torno de seus 
princípios, métodos, diretrizes e dispositivos. Uma aposta na inteligência coletiva e na 
constituição de coletivos inteligentes. 
O Coletivo HumanizaSUS se constitui em torno desse imenso acervo de 
conhecimento comum, que se produz sem cessar nas interações desta Rede. A 
grande aposta é que essa experiência colaborativa aumente o enfrentamento dos 
grandes e complexos desafios da humanização no SUS. 
27 
 
 
 
CAPÍTULO 8 
PACTO PELA SAÚDE 2006 
O Sistema Único de Saúde - SUS é uma política pública que acaba de completar uma 
década e meia de existência. Nesses poucos anos, foi construído no Brasil, um sólido 
sistema de saúde que presta bons serviços à população brasileira. 
O SUS tem uma rede de mais de 63 mil unidades ambulatoriais e de cerca de 6 mil 
unidades hospitalares, com mais de 440 mil leitos. Sua produção anual é 
aproximadamente de 12 milhões de internações hospitalares; 1 bilhão de 
procedimentos de atenção primária à saúde; 150 milhões de consultas médicas; 2 
milhões de partos; 300 milhões de exames laboratoriais; 132 milhões de atendimentos 
de alta complexidade e 14 mil transplantes de órgãos. Além de ser o segundo país do 
mundo em número de transplantes, é reconhecido internacionalmente pelo seu 
progresso no atendimento universal às Doenças Sexualmente Transmissíveis/AIDS, 
na implementação do Programa Nacional de Imunização e no atendimento relativo à 
Atenção Básica. É avaliado positivamente pelos que o utilizam rotineiramente e está 
presente em todo território nacional. 
Ao longo de sua história houve muitos avanços e também desafios permanentes a 
superar. Isso tem exigido, dos gestores do SUS, um movimento constante de 
mudanças, pela via das reformas incrementais. Contudo, esse modelo parece ter se 
esgotado, de um lado, pela dificuldade de imporem-se normas gerais a um país tão 
grande e desigual; de outro, pela sua fixação em conteúdos normativos de caráter 
técnico-processual, tratados, em geral, com detalhamento excessivo e enorme 
complexidade. 
Na perspectiva de superar as dificuldades apontadas, os gestores do SUS assumem 
o compromisso público da construção do PACTO PELA SAÚDE 2006, que será 
anualmente revisado, com base nos princípios constitucionais do SUS, ênfase nas 
necessidades de saúde da população e que implicará o exercício simultâneo de 
28 
 
 
definição de prioridades articuladas e integradas nos três componentes: Pacto pela 
Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão do SUS. 
Estas prioridades são expressas em objetivos e metas no Termo de Compromisso de 
Gestão e estão detalhadas no documento Diretrizes Operacionais do Pacto pela 
Saúde 2006 
O PACTO PELA VIDA: 
O Pacto pela Vida está constituído por um conjunto de compromissos sanitários, 
expressos em objetivos de processos e resultados e derivados da análise da situação 
de saúde do País e das prioridades definidas pelos governos federal, estaduais e 
municipais. 
Significa uma ação prioritária no campo da saúde que deverá ser executada com foco 
em resultados e com a explicitação inequívoca dos compromissos orçamentários e 
financeiros para o alcance desses resultados.
 
 
 
 
As prioridades do PACTO PELA VIDA e seus objetivos para 2006 são: 
SAÚDE DO IDOSO: 
 Implantar a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, 
buscando a atenção integral. 
 
 
 
 
 
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE MAMA: 
 Contribuir para a redução da mortalidade por câncer de colo 
do útero e de mama.
29 
 
 
MORTALIDADE INFANTIL E MATERNA: 
 Reduzir a mortalidade materna, infantil neonatal, infantil por doença 
diarréica e por pneumonias. 
DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS, COM ÊNFASE NA 
DENGUE, HANSENÍASE, TUBERCULOSE, MALÁRIA E INFLUENZA 
 Fortalecer a capacidade de resposta do sistema de saúde às doenças 
emergentes e endemias. 
PROMOÇÃO DA SAÚDE: 
 Elaborar e implantar a Política Nacional de Promoção da Saúde, com 
ênfase na adoção de hábitos saudáveis por parte da população 
brasileira, de forma a internalizar a responsabilidade individual da 
prática de atividade física regula,r alimentação saudável e combate ao 
tabagismo. 
ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE 
 Consolidar e qualificar a estratégia da Saúde da Família como modelo 
de atenção básica à saúde e como centro ordenador das redes de 
atenção à saúde do SUS. 
O PACTO EM DEFESA DO SUS: 
O Pacto em Defesa do SUS envolve ações concretas e articuladas pelas três 
instâncias federativas no sentido de reforçar o SUS como política de Estado mais do 
que política de governos; e de defender, vigorosamente, os princípios basilares dessa 
política pública, inscritos na Constituição Federal. 
A concretização desse Pacto passa por um movimento de repolitização da saúde, 
com uma clara estratégia de mobilização social envolvendo o conjunto da sociedade 
brasileira, extrapolando os limites do setor e vinculada ao processo de instituição da 
saúde como direito de cidadania, tendo o financiamento público da saúde como um 
dos pontos centrais. 
As prioridades do Pacto em Defesa do SUS são: 
30 
 
 
IMPLEMENTAR UM PROJETO PERMANENTE DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL COM A 
FINALIDADE DE: 
 Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS como sistema 
público universal garantidor desses direitos; 
 Alcançar, no curto prazo, a regulamentação da Emenda Constitucional 
nº 29, pelo Congresso Nacional; 
 Garantir, no longo prazo, o incremento dos recursos orçamentários e 
financeiros para a saúde. 
 Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três 
esferas de gestão, explicitando o compromisso de cada uma delas. 
ELABORAR E DIVULGAR A CARTA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS DO SUS 
O PACTO DE GESTÃO DO SUS 
O Pacto de Gestão estabelece as responsabilidades claras de cada ente federado de 
forma a diminuir as competências concorrentes e a tornar mais claro quem deve fazer 
o quê, contribuindo, assim, para o fortalecimento da gestão compartilhada e solidária 
do SUS. 
Esse Pacto parte de uma constatação indiscutível: o Brasil é um país continental e 
com muitas diferenças e iniqüidades regionais. Mais do que definir diretrizes nacionais 
é necessário avançar na regionalização e descentralização do SUS, a partir de uma 
unidade de princípios e uma diversidade operativa que respeite as singularidades 
regionais. 
Esse Pacto radicaliza a descentralização de atribuições do Ministério da Saúde para 
os estados e para os municípios, promovendo um choque de descentralização, 
acompanhado da desburocratização dos processos normativos. Reforça a 
territorialização da saúde como base para organização dos sistemas, estruturando as 
regiões sanitárias e instituindo colegiados de gestão regional. 
Reitera a importância da participação e do controle social com o compromisso de 
apoio à sua qualificação. 
Explicita as diretrizes para o sistema de financiamento público tripartite: busca 
critérios de alocação equitativa dos recursos; reforça os mecanismos de transferência 
31 
 
 
fundo a fundo entre gestores; integra em grandes blocos o financiamento federal e 
estabelece relações contratuais entre os entes federativos. 
As prioridades do Pacto de Gestão são: 
 DEFINIR DE FORMA INEQUÍVOCA A RESPONSABILIDADE 
SANITÁRIA DE CADA INSTÂNCIA GESTORA DO SUS: federal, 
estadual e municipal, superando o atual processo de habilitação. 
 ESTABELECER AS DIRETRIZES PARA A GESTÃO DO SUS, com 
ênfase na Descentralização; Regionalização; Financiamento; 
Programação Pactuada e Integrada; Regulação; Participação e Controle 
Social; Planejamento; Gestão do Trabalhoe Educação na Saúde. 
Este PACTO PELA SAÚDE 2006 aprovado pelos gestores do SUS na reunião da 
Comissão Intergestores Tripartite do dia 26 de janeiro de 2006, é abaixo assinado 
pelo Ministro da Saúde, o Presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde 
- CONASS e o Presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde 
- CONASEMS e será operacionalizado por meio do documento de Diretrizes 
Operacionais do Pacto pela Saúde 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
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