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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO Projeto Político Pedagógico para os cursos de Licenciatura Apresentação O presente Projeto Político Pedagógico, construído no âmbito do Comitê das Licenciaturas da UFRR, ao longo dos anos letivos de 2008 e 2009 apresenta o resultado de discussões realizadas no âmbito deste Comitê, acrescidas de observações e debates efetivados em outros espaços da comunidade acadêmica, em especial com discentes e professores da rede em eventos como o Seminário de Integração de Práticas Docentes e o Seminário de Graduação, realizados em 2009. Não se propõem a ser uma síntese do consenso, mas um documento que, consolidado no âmbito da Diretoria de Assuntos Pedagógicos da Pró-Reitoria de Ensino e Graduação, possa, após sua submissão aos Conselhos Superiores da Universidade Federal de Roraima, constituir-se em orientador da elaboração e reformulação dos projetos pedagógicos dos cursos de Licenciatura da UFRR, oferecendo aos discentes uma base de estudos que efetivamente considere a docência, como identidade profissional central, independente do campo científico no qual o aluno venha a se aprofundar em sua trajetória acadêmica. Apontamos inicialmente a situação atual dos cursos de licenciatura da UFRR e sua constituição histórica; as diretrizes legais que orientam a formação de professores para a educação básica no Brasil; os aspectos principais referentes à formação docente discutidos no interior do Comitê das Licenciaturas e uma proposição de matriz curricular de formação docente que poderá orientar a formulação e reformulação de cursos de licenciatura em nossa instituição. 1. A Licenciatura na UFRR A UFRR teve sua implantação no final de 1989, quatro anos após ter sido autorizada pela Lei nº 7364/85. O primeiro curso a ter sua autorização interna de funcionamento foi o Curso de História e entre 1990 e 1991, dos 12 cursos inicialmente autorizados a funcionar, sete foram as licenciaturas, até hoje existentes, já demonstrando o compromisso da UFRR com a Educação. Foram eles: História, Pró-Reitoria de Ensino e Graduação Diretoria de Assuntos Pedagógicos Fone: (95) 3621-3116 – e-mail: prg@ufrr.br mailto:prg@ufrr.br mailto:Fone:%20(95)%203621-3116%20%E2%80%93%20e-mail:%20 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO Ciências Biológicas, Física, Geografia, Letras, Matemática e Química. Em 1993 o curso de Pedagogia vem somar-se e em 2001, em uma iniciativa pioneira em âmbito nacional, tem-se a implantação do Núcleo Insikiran de Formação Superior Indígena, responsável pela implantação da Licenciatura Intercultural, para formação de professores indígenas. Única instituição de ensino superior existente em Roraima até o final dos anos 1990, a Universidade Federal veio atender uma necessidade premente de formação, já que, além da inexistência de possibilidades anteriores de formação no Estado, as décadas de 1980 e 1990 foram marcadas por forte crescimento populacional e conseqüente aumento da demanda por professores habilitados. Entre 1992 e 2004, várias parcerias e convênios foram efetivados. Tem-se um esforço de interiorização com a criação de nove pólos em municípios do interior, onde foram oferecidos cursos na área de Letras, Pedagogia, Matemática e História, que habilitou 397 professores no período de 1992 a 2004. Extremamente oneroso, pela dificuldade de assegurar o deslocamento do quadro reduzido de professores que à época a Universidade possuía. Tem até a presente data, ações pontuais atendendo a alunos ainda remanescentes desse período. As demandas trazidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, que recomendavam que até o final de 1997, todos os professores estivessem habilitados em nível superior, ampliaram o alcance dessas ações. Em face disso, também com o Governo do Estado de Roraima e com a Prefeitura Municipal de Boa Vista, foram estabelecidos convênios para atendimento específico a professores leigos em exercício. Foram oferecidos cursos com projetos políticos pedagógicos adaptados para atendimento em períodos letivos específicos como finais de semana e/ou períodos de recesso escolar. No caso do Governo Estadual, um foco importante foi o atendimento aos professores do interior do Estado, que durante vários anos deslocaram-se para a capital em seus períodos de recesso escolar, sendo hospedados nas instalações do Centro de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério-CEFAM numa demonstração do compromisso desses professores com sua própria formação. Foram graduados 409 docentes dos vários municípios, nas áreas de Pedagogia (147), Letras (121), Matemática (77), e Ciências Biológicas (33). Além desses, tivemos o curso de História que habilitou, em período regular de aulas, 28 professores. No convênio com a Prefeitura do Município de Boa Vista tivemos a formação de 148 professores em Pedagogia - Magistério das séries iniciais - em período Pró-Reitoria de Ensino e Graduação Diretoria de Assuntos Pedagógicos Fone: (95) 3621-3116 – e-mail: prg@ufrr.br mailto:prg@ufrr.br mailto:Fone:%20(95)%203621-3116%20%E2%80%93%20e-mail:%20 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO especial. Temos ainda vários casos de professores que, não tendo condição de participar integralmente dos módulos ao longo do período de convênio, realizaram ingresso posterior na estrutura formal da UFRR, fazendo o aproveitamento das disciplinas já cursadas, o que amplia o alcance desses resultados. Paralelamente a UFRR, ressentindo-se da carência em seu quadro docente de professores titulados em programas de Pós-Graduação Stricto Sensu, articulou Programas de Qualificação Institucional que possibilitaram a participação de seus Professores Formadores em cursos de Mestrado e Doutorado em IES reconhecidas nacionalmente, num esforço de assegurar a qualidade e sustentabilidade de suas ações. A estruturação dos currículos é feita segundo a autonomia de cada unidade, não havendo institucionalmente, naquele período, uma reflexão articulada acerca da concepção de formação de professores, que se manifeste na forma de projeto pedagógico institucional. É facultado a cada curso a definição acerca da estrutura de formação pedagógica que o curso oferece ao licenciando. Não temos ainda o encaminhamento de discussões no sentido de compor um Projeto Pedagógico das Licenciaturas que aponte o sentido pretendido para a Formação de Professores no contexto da UFRR, embora um importante espaço de reflexões encontre-se em andamento com as ações de Programas como o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência-PIBID e Programa de Consolidação das Licenciaturas- PRODOCÊNCIA e com o fortalecimento das discussões no âmbito do Comitê das Licenciaturas cujas ações iniciaram-se em meados de 2008. 2. Formação de Professores A Formação de Professores é tema de estudos recorrentes no Brasil na Atualidade. Os dados dos Exames realizados dentro do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – SAEB e Exame Nacional do Ensino Médio-ENEM, apontam resultados extremamente abaixo do desejado para o desenvolvimento social e econômico do país. No âmbito da Universidade, esses dados se fazem sentir de maneira gritante através do nível de conhecimentos apresentados pelos alunos ingressantes que encontram-se, por vezes, abaixo dos requisitos mínimos necessários ao prosseguimento de estudos no ensino superior,mesmo considerando-se que a ele têm acesso apenas os alunos que transpõem a barreira imposta pelos exames vestibulares. Pró-Reitoria de Ensino e Graduação Diretoria de Assuntos Pedagógicos Fone: (95) 3621-3116 – e-mail: prg@ufrr.br mailto:prg@ufrr.br mailto:Fone:%20(95)%203621-3116%20%E2%80%93%20e-mail:%20 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO Essas discussões vêm tendo um avanço significativo em âmbito nacional, com vasta produção de autores focados nos estudos tanto das metodologias de ensino de áreas específicas quanto no âmbito das discussões acerca da profissionalidade docente. De forma geral, destacam-se a influência de autores portugueses e espanhóis que vêm dialogando com pesquisadores brasileiros e trazendo contribuições expressivas a esses debates no âmbito da UFRR. As mais variadas vozes apontam a baixa qualidade da formação de professores como fator responsável por estes resultados. Mesmo considerando que a qualidade da formação de professores é um importante elemento do processo ensino- aprendizagem, não se pode deixar de considerar os problemas vivenciados pelas condições objetivas em que se realiza a docência atualmente em nossas escolas públicas, como fator que penaliza de maneira significativa os profissionais e os próprios alunos. A carga horária destinada aos períodos letivos no Brasil é das mais baixas do mundo; as escolas públicas não dispõem de materiais básicos ou de acesso a espaços de pesquisa e consulta; não temos programas articulados de formação continuada para os professores nos sistemas de ensino, além dos demais limites no acesso a materiais didáticos, remuneração e planos de carreira docente. Trata-se de um quadro que compromete de maneira expressiva as condições em que se desenvolve o trabalho docente. Em que pese este quadro sombrio, é preciso considerar que programas iniciais de formação docente desempenham um importante papel, não só como instrumentalizadores da ação pedagógica dos profissionais licenciados, como também, ao representar o primeiro contato destes com a atividade docente através de um olhar que lhes permita a apropriação do que temos de científico nas práticas de ensino e do conhecimento acerca dos processos de aprendizagem. Uma formação inicial adequada pode contribuir para a constituição identitária desses profissionais como professores e para a reflexão acerca do papel social e político da educação, contribuindo para que estes atuem no sentido de transformar a estruturação atual dos Sistemas de Ensino ou de submeter-se acriticamente à condição que lhes é imposta. Urge estabelecer junto aos alunos em formação, profissionais e à sociedade em geral que, por mais que estejamos todos expostos à convivência e ao experimento de práticas educacionais formais desde a mais tenra infância, esta experiência, por si só, não nos forma como professores. É preciso que se desenvolvam espaços formais Pró-Reitoria de Ensino e Graduação Diretoria de Assuntos Pedagógicos Fone: (95) 3621-3116 – e-mail: prg@ufrr.br mailto:prg@ufrr.br mailto:Fone:%20(95)%203621-3116%20%E2%80%93%20e-mail:%20 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO em que a reflexão acerca das práticas vivenciadas que nos possibilitem compreender, analisar e criticar os fundamentos dessas ações, reconstruindo-as sob novas bases. A docência e a educação formal entendidas como ciência e que, como tal adotem práticas pedagógicas intencionalmente selecionadas, superando a reprodução mecânica de condutas docentes esvaziadas da consciência de seu sentido. É com este intuito que pretendemos constituir espaços de reflexão que levem à re-estruturação dos cursos de licenciatura e buscar meios de fortalecê-los. A intenção é estruturar um Projeto Político Pedagógico orientador para os cursos de Licenciatura em uma perspectiva que tome a docência como atividade a ser desenvolvida com base em parâmetros pedagógicos cientificamente definidos e que possam vir a ser intencionalmente mobilizados pelo professor. 2.1 Da concepção acerca do sentido de Formação de Professores A Universidade Federal de Roraima oferece hoje 07 cursos de licenciatura específicos para a formação de professores das séries finais do ensino fundamental e para o ensino médio: licenciaturas em Geografia, Física, Química, Matemática, História, Ciências Biológicas e Letras (Literatura e Línguas Estrangeiras). Além desses, oferece a Licenciatura Intercultural, voltada a formar professores indígenas para a educação básica em suas comunidades e o curso de Pedagogia, que habilita professores para a docência das séries iniciais do ensino fundamental. Encontra-se em fase de implantação a licenciatura em Artes Visuais, criada em 2009 e em fase de discussão e elaboração o Projeto Político-Pedagógico do curso de Licenciatura em Informática. Há também uma pressão da comunidade no tocante à necessidade de oferta das Licenciaturas em Sociologia e Filosofia, disciplinas recentemente reinseridas nos currículos de Ensino Médio. 2.2 Da concepção de Formação de Professores subjacente aos currículos Uma análise inicial dos Projetos Político-Pedagógicos de cursos de licenciatura, considerando as disciplinas que compõem o currículo de formação pedagógica, apontam aspectos que nos indicam a necessidade e a urgência de revisão e, em alguns casos, de reformulação dos Projetos Político-Pedagógicos dos cursos de licenciatura oferecidos pela UFRR. Excluiremos dessa análise inicial o curso Pró-Reitoria de Ensino e Graduação Diretoria de Assuntos Pedagógicos Fone: (95) 3621-3116 – e-mail: prg@ufrr.br mailto:prg@ufrr.br mailto:Fone:%20(95)%203621-3116%20%E2%80%93%20e-mail:%20 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO de Pedagogia por estar enquadrado em legislação própria diferenciada e o curso de Licenciatura Intercultural cujo caráter inovador dificulta um estudo comparativo. Na estruturação dos currículos das licenciaturas, têm-se uma base de formação pedagógica que toma como eixo central um conjunto de quatro disciplinas oferecidas e, em sua maioria, ministradas por profissionais do Curso de Pedagogia: Psicologia da Educação I e Psicologia da Educação II ambas tidas como pré-requisitos para a Didática Geral e Estrutura e Funcionamento do Ensino da Educação Básica. Este eixo de formação pedagógica é, em alguns casos, complementado com disciplinas que contemplam as questões metodológicas e didáticas das áreas científicas às quais os cursos encontram-se vinculados. Essa concepção de ensino, focada nos aspectos psicológicos do desenvolvimento traz em seu bojo um viés que limita a relação da docência a uma relação entre sujeitos individuais que teriam seus processos de ensino – aprendizagem definidos a partir de aspectos próprios à suas subjetividades, dando a entender a existência de uma subordinação da Didática a uma estruturação psicológica construída na aplicação de técnicas e métodos sobre indivíduos. Reforçando esse olhar individualizante das práticas pedagógicas temos a disciplina de Estrutura e Funcionamento da Educação Básica posta como disciplina isolada, em alguns casos localizada inclusive nos fluxos de ingresso do aluno como disciplina do primeiro semestre letivo, momento em que o aluno não teve contato com disciplinas introdutórias aos temas filosóficos, sociológicos, antropológicos ou de natureza mais específica de suas formações. Tomando-se como ponto de partida essaestruturação, trata-se de uma perspectiva que parece atribuir à formação docente uma perspectiva de ação tecnicista, desvinculada do contexto da realidade social dos indivíduos. Não se encontram, nas disciplinas de formação pedagógica dos currículos atualmente adotados, em especial nos da área das chamadas ciências exatas, a presença de espaços em que se faça o aprofundamento da discussão acerca das implicações e das relações da Educação – em especial da educação formal - com a sociedade, dos fundamentos históricos, filosóficos, sociológicos e políticos que a direcionam, determinam e são determinados pelas práticas educacionais. Esta concepção de formação de professores, ao priorizar uma perspectiva técnica, focada na ação individual em detrimento das relações sociais, políticas e culturais que envolvem a docência, não favorece, em nosso entendimento, a constituição de uma identidade do licenciando como professor, tanto na fragilidade Pró-Reitoria de Ensino e Graduação Diretoria de Assuntos Pedagógicos Fone: (95) 3621-3116 – e-mail: prg@ufrr.br mailto:prg@ufrr.br mailto:Fone:%20(95)%203621-3116%20%E2%80%93%20e-mail:%20 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO que isto traz para o contexto de sua prática docente, quanto na própria constituição de uma noção de identidade profissional no sentido posto por Gatti (1996 apud Brzezinski, 2002) ao apontar que ela “se define como um modo de ser no mundo, num dado momento, numa dada cultura, numa história.” Trata-se de um profissional, a quem são dadas oportunidades restritas, em sua formação, de adquirir instrumentos que lhe possibilitem, inserir-se em uma determinada categoria profissional ou de identificar-se como agente de ação e de transformação (ou conservação) da sociedade e de sua própria condição docente. Alguns cursos apontam já a existência de uma preocupação com essas questões, buscando ampliar o volume e diversidade de disciplinas de natureza formativa no aspecto pedagógico, mas ainda são iniciativas isoladas, por curso e não necessariamente frutos de um amadurecimento ou de uma reflexão sistemática e institucional acerca da formação de professores em si. 2.3 Do estágio de formação docente No âmbito da UFRR a realização das práticas de ensino e dos estágios supervisionados dá-se em diferentes perspectivas que apontam não só diferentes concepções no âmbito dos diferentes projetos pedagógicos de curso como diferenças expressivas entre a maneira de conduzir estas ações por parte dos professores no interior de cada curso. Observa-se também uma preocupação, em cursos cujos projetos foram mais recentemente alvos de reformulação, como os de História, Geografia, Física e Ciências Biológicas, em realizar discussões acerca das relações entre a prática docente e o contexto escolar. São ações elaboradas a partir de reflexões pontuais no interior de cada curso, registrando-se a existência de projetos inovadores e extremamente ricos na instituição que nem sempre são do conhecimento da comunidade acadêmica ampliada. 3. Bases legais: Diretrizes Curriculares, Resoluções, Pareceres e legislação geral 3.1 A estrutura curricular das licenciaturas e as diretrizes do CNE O Conselho Nacional de Educação–CNE, tem entre suas atribuições a definição das diretrizes básicas que orientarão a estruturação dos currículos dos Pró-Reitoria de Ensino e Graduação Diretoria de Assuntos Pedagógicos Fone: (95) 3621-3116 – e-mail: prg@ufrr.br mailto:prg@ufrr.br mailto:Fone:%20(95)%203621-3116%20%E2%80%93%20e-mail:%20 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO cursos no ensino superior. Na área da formação de professores interesses das mais diversas naturezas parecem se interpor nas definições das políticas que determinam as diretrizes curriculares dos cursos de formação de professores. Proliferam Resoluções e Pareceres, por vezes antagônicos e nem sempre exeqüíveis, substituições aligeiradas e revogações em prazos que fazem com que, nem mesmo as instituições terminem de adequar suas políticas e planos de curso, outras normas e critérios se apresentem, tornando necessária a realização de novas reformulações. Nas orientações emanadas das diretrizes curriculares dos vários cursos, que deverão orientar tanto os cursos das instituições públicas de ensino superior como as das instituições privadas, por vezes tem-se a sensação de que interesses de natureza econômica, voltados à redução dos custos envolvidos na formação, com o aligeiramento de formações, por exemplo, encontram-se sobrepostos aos interesses de desenvolvimento da nação. Em outros, a preocupação com a qualificação técnico- pedagógica dos currículos parece se acentuar, sendo imediatamente debelada pelas condições materiais das instituições numa gangorra que parece não se aproximar de um consenso mínimo. Em que pesem as discussões acerca da autonomia universitária e da relativa liberdade das instituições federais na definição de seus Projetos Políticos Pedagógicos e na criação de cursos, todas as Instituições de Ensino Superior - IES estão, pelas regras em vigor a partir da vigência da LDB 9394/96, submetidas ao cumprimento das Diretrizes Curriculares Nacionais de cada curso e à necessidade de renovação periódica de reconhecimento de cursos e de seu próprio credenciamento. A Portaria 877/97 regulamentou, em seu art. 7º: máximo de 5 anos para a vigência do reconhecimento de cursos e a responsabilidade da instituição em solicitar e acompanhar esses processos de reconhecimento e revalidação. Com a efetivação da implantação do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior-SINAES, através da Lei 10861/2004, essa renovação de reconhecimentos passa a acompanhar o ciclo trianual proposto neste sistema. Além desse aspecto vinculado ao reconhecimento e revalidação de cursos que, a partir de 1997, pode determinar a revogação e o não reconhecimento de projetos de curso, inviabilizando que os alunos façam jus ao recebimento de diplomas, estamos sendo submetidos a processos sistemáticos de avaliação periódica dos cursos tanto na forma de exames realizados pelos alunos - como o ENADE – quanto através de avaliações externas dos cursos de graduação, realizados por profissionais Pró-Reitoria de Ensino e Graduação Diretoria de Assuntos Pedagógicos Fone: (95) 3621-3116 – e-mail: prg@ufrr.br mailto:prg@ufrr.br mailto:Fone:%20(95)%203621-3116%20%E2%80%93%20e-mail:%20 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO especificamente destinados para estes fins, e que tomam como parâmetro de seus procedimentos o cumprimento das diretrizes curriculares emanadas do CNE. Atualmente, alguns critérios básicos se interpõem na consolidação das recomendações a serem consideradas na formulação de projetos de cursos de licenciatura. Destas destacamos: 3.2 Carga horária mínima dos cursos de licenciatura A Resolução CNE/CP 02/2002 determina como carga mínima dos cursos de licenciatura 2800 horas de trabalho letivo que articulem teoria e prática constituindo- se em: • 400 horas de prática como componente curricular vivenciadas ao longo do curso; • 400 horas de estágio curricular supervisionado a partir do início da segunda metade do curso; • 1800 horas de aulas para os conteúdos curriculares de natureza científico cultural; • 200 horas para outras formas de atividades acadêmico-científico-culturais. Em relação ao estágio curricular supervisionado a Resolução CNE/CP 1, de 18 de fevereirode 2002, em seu artigo 13 traz, as seguintes orientações: § 3º O estágio curricular supervisionado, definido por lei, a ser realizado em escola de educação básica, e respeitado o regime de colaboração entre os sistemas de ensino, deve ser desenvolvido a partir do início da segunda metade do curso e ser avaliado conjuntamente pela escola formadora e a escola campo de estágio. • Em seu parágrafo 3º, o Parecer CNE/CP 28/01 reflete acerca do sentido do estágio curricular supervisionado: Entre outros objetivos, pode-se dizer que o estágio curricular supervisionado pretende oferecer ao futuro licenciado um conhecimento do real em situação de trabalho, isto é diretamente em unidades escolares dos sistemas de ensino. É também um momento para se verificar e provar (em si e no outro) a realização das competências exigidas na prática profissional e exigíveis dos formandos, especialmente quanto à regência. Mas é também um momento para se acompanhar alguns aspectos da vida escolar que não Pró-Reitoria de Ensino e Graduação Diretoria de Assuntos Pedagógicos Fone: (95) 3621-3116 – e-mail: prg@ufrr.br mailto:prg@ufrr.br mailto:Fone:%20(95)%203621-3116%20%E2%80%93%20e-mail:%20 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO acontecem de forma igualmente distribuída pelo semestre, concentrando-se mais em alguns aspectos que importa vivenciar. É o caso, por exemplo, da elaboração do projeto pedagógico, da matrícula, da organização das turmas e do tempo e espaço escolares. O estágio curricular supervisionado é pois, um modo especial de atividade de capacitação em serviço e que só pode ocorrer em unidades escolares onde o estagiário assuma efetivamente o papel de professor, de outras exigências do projeto pedagógico e das necessidades próprias do ambiente institucional escolar testando suas competências por um determinado período. Por outro lado, a preservação da integridade do projeto pedagógico da unidade escolar que recepciona o estagiário exige que este tempo supervisionado não seja prolongado, mas seja denso e contínuo. Esta integridade permite uma adequação às peculiaridades das diferentes instituições escolares do ensino básico em termos de tamanho, localização, turno e clientela. Neste sentido, é indispensável que o estágio curricular supervisionado, tal como definido na Lei 6.494/77 e suas medidas regulamentadoras posteriores, se consolide a partir do início da segunda metade do curso, como coroamento formativo da relação teoria-prática e sob a forma de dedicação concentrada. Assim o estágio curricular supervisionado deverá ser um componente obrigatório da organização curricular das licenciaturas, sendo uma atividade intrinsecamente articulada com a prática e com as atividades de trabalho acadêmico. Ao mesmo tempo, os sistemas de ensino devem propiciar às instituições formadoras a abertura de suas escolas de educação básica para o estágio curricular supervisionado. Esta abertura, considerado o regime de colaboração prescrito no Art. 211 da Constituição Federal, pode se dar por meio de um acordo entre instituição formadora, órgão executivo do sistema e unidade escolar acolhedora da presença de estagiários. Em contrapartida, os docentes em atuação nesta escola poderão receber alguma modalidade de formação continuada a partir da instituição formadora. Assim, nada impede que, no seu projeto pedagógico, em elaboração ou em revisão, a própria unidade escolar possa combinar com uma instituição formadora uma participação de caráter recíproco no campo do estágio curricular supervisionado. Esta conceituação de estágio curricular supervisionado é vinculante com um tempo definido em lei como já se viu e cujo teor de excelência não admite nem um aligeiramento e nem uma precarização. Ela pressupõe um tempo mínimo inclusive para fazer valer o que está disposto no artigos 11, 12 e 13 da Resolução que acompanha o Parecer CNE/CP 9/2001. Assim, as instituições devem garantir um teor de excelência inclusive como referência para a avaliação institucional exigida por Lei. Sendo uma atividade obrigatória, por sua característica já explicitada, ela deve ocorrer dentro de um tempo mais concentrado, mas não necessariamente em dias subseqüentes. Com esta pletora de exigências, o estágio curricular supervisionado da licenciatura não poderá ter uma duração inferior a 400 horas. Pró-Reitoria de Ensino e Graduação Diretoria de Assuntos Pedagógicos Fone: (95) 3621-3116 – e-mail: prg@ufrr.br mailto:prg@ufrr.br mailto:Fone:%20(95)%203621-3116%20%E2%80%93%20e-mail:%20 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO • Em relação à Prática de Ensino como componente curricular a Resolução CNE/CP 1, de 18 de fevereiro de 2002, em seu artigo 12 traz as seguintes orientações: Art. 12. Os cursos de formação de professores em nível superior terão a sua duração definida pelo Conselho Pleno, em parecer e resolução específica sobre sua carga horária. § 1º A prática, na matriz curricular, não poderá ficar reduzida a um espaço isolado, que a restrinja ao estágio, desarticulado do restante do curso. § 2º A prática deverá estar presente desde o início do curso e permear toda a formação do professor. § 3º No interior das áreas ou das disciplinas que constituírem os componentes curriculares de formação, e não apenas nas disciplinas pedagógicas, todas terão a sua dimensão prática. Art. 13. Em tempo e espaço curricular específico, a coordenação da dimensão prática transcenderá o estágio e terá como finalidade promover a articulação das diferentes práticas, numa perspectiva interdisciplinar. § 1º A prática será desenvolvida com ênfase nos procedimentos de observação e reflexão, visando à atuação em situações contextualizadas, com o registro dessas observações realizadas e a resolução de situações-problema. § 2º A presença da prática profissional na formação do professor, que não prescinde da observação e ação direta, poderá ser enriquecida com tecnologias da informação, incluídos o computador e o vídeo, narrativas orais e escritas de professores, produções de alunos, situações simuladoras e estudo de casos. • O Parecer CNE/CP 28/01 reflete acerca do sentido da prática como componente curricular no texto que abaixo reproduzimos: A prática como componente curricular é, pois, uma prática que produz algo no âmbito do ensino. Sendo a prática um trabalho consciente cujas diretrizes se nutrem do Parecer 9/2001 ela terá que ser uma atividade tão flexível quanto outros pontos de apoio do processo formativo, a fim de dar conta dos múltiplos modos de ser da atividade acadêmico científica. Assim, ela deve ser planejada quando da elaboração do projeto pedagógico e seu acontecer deve se dar desde o início da duração do processo formativo e se estender ao longo de todo o seu processo. Em articulação intrínseca com o estágio supervisionado e com as atividades de trabalho acadêmico, ela concorre conjuntamente para a formação da identidade do professor como educador. Esta correlação teoria e prática é um movimento contínuo entre saber e fazer na busca de significados na gestão, administração e resolução de situações próprias do ambiente da educação escolar. A prática, como componente curricular, que terá necessariamente a marca dos projetos pedagógicos das instituições formadoras, ao transcender Pró-Reitoria de Ensino e Graduação Diretoria de Assuntos Pedagógicos Fone: (95) 3621-3116 – e-mail: prg@ufrr.br mailto:prg@ufrr.br mailto:Fone:%20(95)%203621-3116%20%E2%80%93%20e-mail:%20 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIADE ENSINO E GRADUAÇÃO a sala de aula para o conjunto do ambiente escolar e da própria educação escolar, pode envolver uma articulação com os órgãos normativos e com os órgãos executivos dos sistemas. Com isto se pode ver nas políticas educacionais e na normatização das leis uma concepção de governo ou de Estado em ação. Pode-se assinalar também uma presença junto a agências educacionais não escolares tal como está definida no Art. 1º da LDB. Professores são ligados a entidades de representação profissional cuja existência e legislação eles devem conhecer previamente. Importante também é o conhecimento de famílias de estudantes sob vários pontos de vista, pois eles propiciam um melhor conhecimento do ethos dos alunos. É fundamental que haja tempo e espaço para a prática, como componente curricular, desde o início do curso e que haja uma supervisão da instituição formadora como forma de apoio até mesmo à vista de uma avaliação de qualidade. Quanto ao Estágio Supervisionado é claro o entendimento que determina que este seja desenvolvido com atividades orientadas, em instituições de ensino, com carga de 400 horas. Quanto à prática como componente curricular, há uma gama de possibilidades mais extensa, que recomenda tanto a adoção de disciplinas que discutam efetivamente aspectos práticos do cotidiano escolar e disciplinas em que, ao trabalhar os conteúdos teóricos a serem ensinados pelos alunos quando docentes da Educação Básica, apontem orientações quanto às práticas de ensino a serem adotadas em relação aos mesmos conteúdos no espaço escolar. 3.3 Da inclusão da Língua Brasileira de Sinais- LIBRAS como disciplina regular dos cursos de licenciatura: Decreto Nº 5626 de 22 de dezembro de 2005: • A LIBRAS deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de fonoaudiologia, de instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. • Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes área do conhecimento, o curso ... de Pedagogia ....são considerados cursos de formação de professores e profissionais de educação para o exercício do magistério. Pró-Reitoria de Ensino e Graduação Diretoria de Assuntos Pedagógicos Fone: (95) 3621-3116 – e-mail: prg@ufrr.br mailto:prg@ufrr.br mailto:Fone:%20(95)%203621-3116%20%E2%80%93%20e-mail:%20 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO • A Libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos demais cursos de educação superior e na educação profissional a partir de um ano da publicação desse Decreto. Em seu artigo 7º este decreto, prevendo a inexistência de docentes pós- graduados para o ensino destas disciplinas, abre perspectivas de que este ensino seja feito por profissionais com formação alternativa, e no artigo 9º dá prazos ao efetivo cumprimento da lei sendo como percentuais mínimos de atendimento dos cursos: até dezembro de 2008 – 20% dos cursos da instituição; até dezembro de 2010 – 60% dos cursos da instituição; até 2012 – 80% dos cursos da instituição e a partir de 2015 a totalidade dos cursos da instituição. Destaca ainda que esta implantação deve iniciar- se pelos cursos de Pedagogia e Letras, estendendo-se posteriormente às demais licenciaturas. 3.4 Da inclusão de disciplinas de capacitação no ensino de pessoas com necessidades especiais O atendimento educacional de alunos que sejam considerados com necessidades educacionais especiais, deverá ser, de acordo com a LDB 9394/96 realizado preferencialmente na rede regular de ensino, e na perspectiva da inclusão escolar. Esta prática que já é, em nossa realidade, uma ação concreta, com um volume expressivo de alunos com as mais variadas deficiências inseridos em turmas do ensino regular, foi alvo da Portaria 1793/94 do Ministério da Educação, que, embora não determine a obrigatoriedade de que disciplinas específicas sejam incluídas no currículo, recomenda que isto seja feito nos cursos de formação de docentes e nos de Pedagogia e Psicologia entre outros. Mais do que o atendimento a uma recomendação de natureza legal, a inserção de disciplina que aborde questões referentes à diversidade humana, é uma demanda da comunidade escolar, que conta, em âmbito estadual, com aproximadamente 540 alunos com deficiências inseridos nas turmas de ensino regular das escolas públicas e privadas. Há que se considerar que, de acordo com a lei 7853/89 nenhum professor ou gestor poderá recusar a matrícula de alunos que portem quaisquer deficiências sob pena de serem responsabilizados criminalmente com penas que vão de 01 a 04 anos de reclusão e multa, cabendo à escola matricular os alunos e buscar meios de dar- Pró-Reitoria de Ensino e Graduação Diretoria de Assuntos Pedagógicos Fone: (95) 3621-3116 – e-mail: prg@ufrr.br mailto:prg@ufrr.br mailto:Fone:%20(95)%203621-3116%20%E2%80%93%20e-mail:%20 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO lhes o adequado atendimento. Urge então, que se busque meios de realizar, no âmbito da formação inicial a inserção de disciplina de formação básica que possibilite o encaminhamento de soluções pedagógicas aos diferentes contextos que possam emergir no cotidiano da atividade profissional do profissional de educação. 3.5 Da inclusão de disciplinas que abordem aspectos da diversidade étnica e cultural Roraima é um estado cuja população é marcada pela presença de diferentes grupos étnicos e culturais, com uma população fortemente marcada pela presença de migrantes das várias regiões do Brasil. Tem ainda, uma população nativa com fortes marcas dos diferentes grupos indígenas que tradicionalmente integram essa região. Parte da Amazônia legal, não pode, em seus processos educacionais, prescindir da inclusão, nos cursos de formação de professores, de disciplinas que possibilitem aos futuros professores compreender a diversidade étnica e cultural como fatores enriquecedores das relações humanas a serem considerados e respeitados em todas as etapas de elaboração do trabalho pedagógico. 4 Da constituição de um Projeto Político Pedagógico para as Licenciaturas Formar professores aptos ao exercício de uma docência qualificada, que contribua para o avanço da coletividade é, sem sombra de dúvida, uma missão de extrema relevância no contexto das Instituições de Ensino Superior - IES, em especial se tomar-se em conta que, em uma perspectiva sistêmica, são esses alunos da Educação Básica que comporão, no futuro, o conjunto dos alunos de todos os demais cursos e áreas profissionais. Entendemos que o espaço do Comitê das Licenciaturas, por constituir-se em um espaço de reflexão e discussão que tem por objetivo integrar, no âmbito da UFRR, os diferentes centros e cursos que realizam a Formação de Professores em suas várias áreas, é o espaço ideal para iniciarmos as discussões acerca de uma proposição para a articulação de uma proposta institucional de formação de professores, que poderá posteriormente ter suas discussões ampliadas no âmbito dos próprios cursos, das câmaras e dos conselhos deliberativos formais. Trata-se de assumir institucionalmente que a formação de professores constitui-se de um eixo comum, e buscar meios de articular os Projetos Político-Pedagógicos dos diferentes Pró-Reitoria de Ensino e Graduação Diretoria de Assuntos Pedagógicos Fone: (95) 3621-3116 – e-mail: prg@ufrr.br mailto:prg@ufrr.brmailto:Fone:%20(95)%203621-3116%20%E2%80%93%20e-mail:%20 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO cursos de forma a otimizar as práticas que envolvam as características próprias e peculiaridades que os interligam. Neste sentido, projeta-se a elaboração de um Projeto Político Pedagógico das Licenciaturas que reflita a concepção de formação de professores no âmbito da UFRR e que seja enriquecido a partir da articulação das ações da Universidade com as escolas de Educação Básica de todo o Estado, através da realidade vivenciada nas ações de Estágio Supervisionado e Prática de Ensino dos vários cursos, bem como das interlocuções desenvolvidas a partir das ações de Pesquisa e Extensão Universitária, bem como das vivências de projetos especiais como o PRODOCENCIA, voltado à formação de professores, o PIBID – Programa de Apoio à Iniciação à Docência e o PET – Programa de Educação Tutorial, que se constituem espaços de interlocução entre os docentes acerca de questões pedagógicas. Além disso, assumimos como primordial que a questão da profissionalização docente permeie todo o processo de formação de nossos licenciados, partindo das reflexões acerca da condição docente dos próprios professores formadores. Urge que se reconheça que as formações stricto sensu desenvolvidas no Brasil privilegiam o foco em conhecimentos específicos das áreas, sendo raros os programas que levam em conta que a maior parte dos mestrandos e doutorandos atuarão como docentes nas instituições de ensino superior. Um aspecto a ser aprofundado é a necessária presença de profissionais com formação pedagógica no interior dos vários departamentos que atuam com cursos de licenciatura e ampliação do diálogo com os profissionais atuantes no curso de Pedagogia, pela própria natureza de sua atuação. 4.1 Estrutura para uma base curricular de formação pedagógica para os cursos de licenciatura A proposição de uma base curricular de formação pedagógica para os cursos de licenciatura da UFRR não significa dizer que todos os cursos deverão adotar um modelo de formação de professores padrão em seus projetos de curso. Não se pretende que esta Proposta de Projeto Político-Pedagógico constitua-se em “camisa de força” para o conjunto dos cursos existentes ou que venham a ser criados, mas temos a perspectiva de desenvolver uma articulação na concepção de formação docente que, se assumido pelo conjunto dos cursos contribua para uma elevação do Pró-Reitoria de Ensino e Graduação Diretoria de Assuntos Pedagógicos Fone: (95) 3621-3116 – e-mail: prg@ufrr.br mailto:prg@ufrr.br mailto:Fone:%20(95)%203621-3116%20%E2%80%93%20e-mail:%20 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO padrão de qualidade na formação dos futuros professores e consequentemente, para a melhoria da Educação Básica em nosso estado. Em termos operacionais a constituição de um ciclo básico de formação para diferentes cursos, articulará e contribuirá para a otimização dos espaços físicos e dos quadros docentes da UFRR. Neste sentido, propõe-se que a estruturação de um currículo de formação docente contemple dois eixos fundamentais: • Eixo de formação docente geral: onde se desenvolverão os estudos dos fundamentos gerais de educação que possibilitarão ao licenciado a apropriação dos conceitos científicos essenciais à construção do processo educativo e que favorecerão a constituição de uma identidade profissional docente que reconheça as implicações sociais específicas da profissão docente; o Este eixo contempla um total de 07 disciplinas com carga horária total de 420 horas. • Eixo de formação docente em áreas específicas: onde se desenvolverão as articulações teórico-práticas entre o conhecimento científico de cada área científica com os saberes e práticas docentes, focado na construção das especificidades didáticas dos diferentes campos do saber; o Este eixo terá carga horária prevista em 120 horas de disciplinas acrescida das cargas horárias de estágio supervisionado e prática como componente curricular legalmente determinadas. Os componentes curriculares propostos para a constituição do eixo de formação docente geral prevêem a realização de disciplinas com carga horária de 60 horas, a serem distribuídas ao longo do curso de graduação, já a partir do primeiro semestre de cada curso, de forma a possibilitar que o licenciando possa, ao mesmo tempo em que se apropria dos saberes científicos do campo de formação próprio de seu curso, estabelecer conexões entre estes saberes científicos e seus processos de ensino-aprendizagem. Como disciplinas fundamentais a este eixo: • Fundamentos da Educação o Disciplina que integrará saberes da História da Educação, Sociologia da Educação e Filosofia da Educação de forma a possibilitar ao aluno refletir acerca do sentido da Educação nas sociedades contemporâneas; Pró-Reitoria de Ensino e Graduação Diretoria de Assuntos Pedagógicos Fone: (95) 3621-3116 – e-mail: prg@ufrr.br mailto:prg@ufrr.br mailto:Fone:%20(95)%203621-3116%20%E2%80%93%20e-mail:%20 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO conhecer de que forma os meios e processos através dos quais a educação formal se dá em nossos dias foram historicamente construídos e compreender e analisar o impacto político dos processos educativos nos diferentes grupos sociais. • Organização da Educação Brasileira o Disciplina que terá como foco o estudo das políticas públicas de educação no Brasil, seu desenvolvimento histórico e perspectivas de aplicação e superação, tomando como eixo central de discussão a normatização legal da Educação Brasileira. • Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem o O estudo dos aspectos relacionados ao desenvolvimento e aos processos cognitivos dos indivíduos é eixo fundamental na formação docente e, neste sentido, a disciplina Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem deverá contribuir com foco em especial nos processos cognitivos e relacionais do adolescente e do adulto, faixa etária principal onde atuarão os licenciados (séries finais do ensino fundamental e ensino médio) • Didática Geral o Estudo dos aspectos ligados à Didática, articulando o estudo das diferentes perspectivas e tendências educacionais à sua base de fundamentação teórica e vinculação a matrizes do pensamento educacional. Estudo das estruturas de organização do trabalho pedagógico: orientação curricular, planejamento, desenvolvimento e avaliação educacional. • Fundamentos da Educação Especial o Enfoque da educação especial no cenário educacional contemporâneo, levando em consideração sua historicidade e os conceitos desta prática pedagógica acerca das representações frente aos sujeitos com deficiência. Inclusão-exclusão nas discussões das políticas inclusivas e na perspectiva do sócio-histórico-cultural. Pró-Reitoria de Ensino e Graduação Diretoria de Assuntos Pedagógicos Fone: (95) 3621-3116 – e-mail: prg@ufrr.br mailto:prg@ufrr.br mailto:Fone:%20(95)%203621-3116%20%E2%80%93%20e-mail:%20 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO Educação e Diversidade o Estudos dos processos de construção social da diferença no tocante aos aspectos étnicos e culturais. Perspectivas de educação considerando a presença no interior das escolas de diferentes grupos culturais, bem como as condições históricas, políticas e legais que norteiam esses processos. Debate de questões vinculadasà identidade, diferença e diversidade. • Introdução à Libras o Estudo sistemático teórico-metodológico e práticas experienciais da Língua Brasileira de Sinais, envolvendo a consciência ética da Libras como elemento para os processos de inclusão social. Especifico das formações de cada curso • Didática específica da área o Abordagem de didáticas próprias a cada área do conhecimento científico, podendo pautar-se por discussões teóricas e práticas acerca dos processos de ensino e aprendizagem específicos das diversas áreas. • Produção de material didático específico por área o Estudo dos fundamentos que orientam a construção e utilização de materiais didáticos por área. Análise e reflexão acerca dos fundamentos filosóficos e políticos dos livros didáticos e demais materiais didático- pedagógicos utilizados no cotidiano da sala de aula. • Práticas de ensino e Estágios Supervisionados no contexto escolar e em sala de aula o Atividades de acompanhamento, orientação, supervisão e controle dos estágios necessários à consolidação da formação docente. 4.2 Distribuição das disciplinas no percurso formativo Pró-Reitoria de Ensino e Graduação Diretoria de Assuntos Pedagógicos Fone: (95) 3621-3116 – e-mail: prg@ufrr.br mailto:prg@ufrr.br mailto:Fone:%20(95)%203621-3116%20%E2%80%93%20e-mail:%20 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO Considerando as orientações presentes nos Pareceres e Resoluções do Conselho Nacional de Educação que compõem as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Formação de Professores e a relevância de que a construção da identidade profissional do graduando com a área da Educação seja solidamente construída, entendemos ser relevante que as disciplinas de formação pedagógica sejam desenvolvidas ao longo de todo o currículo de formação dos cursos de licenciatura. Neste sentido, recomenda-se que, desde o primeiro semestre letivo o aluno tenha em seu fluxograma curricular a inserção de, pelo menos uma disciplina de formação pedagógica básica, ficando reservada à segunda metade do curso a matrícula nas disciplinas específicas de estágio, preferencialmente de forma concomitante às disciplinas que discutem a produção de material didático e as didáticas específicas de cada área, possibilitando assim uma interlocução concreta entre as demandas trazidas pela vivência em campo de estágio e as reflexões de natureza didático-pedagógica que poderão ser trazidas ao exercício da prática de ensino. 5. Considerações finais A discussão e elaboração da proposta de Projeto Político Pedagógico para os cursos de licenciatura da Universidade Federal de Roraima aqui apresentada é fruto do trabalho desenvolvido no âmbito do Comitê das Licenciaturas. Este comitê, coordenado pela Diretoria de Assuntos Pedagógicos da Pró-Reitoria de Ensino e Graduação da UFRR, conta com a representação de docentes de todos os cursos de licenciatura da UFRR, tendo sido ainda discutido com docentes e discentes em Grupo de Trabalho no Seminário de Integração de Práticas Docentes e apresentado para discussão no III Seminário de Ensino de Graduação, incorporando, em sua versão final as contribuições trazidas pela comunidade acadêmica nessas ações. Boa Vista, Novembro de 2009 Diretoria de Assuntos Pedagógicos Pró-Reitoria de Ensino e Graduação Pró-Reitoria de Ensino e Graduação Diretoria de Assuntos Pedagógicos Fone: (95) 3621-3116 – e-mail: prg@ufrr.br mailto:prg@ufrr.br mailto:Fone:%20(95)%203621-3116%20%E2%80%93%20e-mail:%20 3.1 A estrutura curricular das licenciaturas e as diretrizes do CNE