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-0 DILEMA DA INOVA~AO 
Clayton M. Christensen 
Tradufiio: 
Edna Emi Onoe Veiga 
Consultoria Tecnica: 
Prof. Dr. Heitor de M. Quintella 
Certified Management Consultant 
Membro da Abrates e do Sintra 
P6s-doutorado em Gestao da Automac;ao 
MAKRON Books Ltda. 
Rua Tabapua, 1.348- Itaim-Bibi 
CEP 04533-004 - Sao Paulo - SP 
(11) 3078-8604 e (II) 3611-0770 
e-mail: vendas@pearsoned.com. br 
Siio Paulo • Rio de Janeiro • Ribeiriio Preto • Belem • Belo Horizonte • Brasflia • Campo Grande 
Cuiabti • Curitiba • Florian6polis • Fortaleza • Goitmia • Manaus • Porto Alegre • Recife • Salvador 
Brasil• Argentina • ColOmbia• Costa Rica • Chile • Espanha • Guatemala • Mexico • Peru • Porto Rico • Venezuela 
Do original: 
The Innovator's Dilemma 
Copyright © 1997 President and Fellows of Harvard College. 
Publicado sob acordo com a Harvard Business School Press. 
Copyright © 2001, MAKRON Books Ltda. 
Todos os direitos para a lingua portuguesa reservados pela MAKRON Books Ltda. Nenhuma 
parte desta publica9ao podera ser produzida, guardada pelo sistema "retrieval" ou transmi­
tida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, seja este eletr6nico, mecanico, de foto­
c6pia, de grava9ao ou outros, sem previa autoriza9ao, por escrito, da editora. 
EDITOR: MILTON MIRA DE ASSUMPQAO FILHO 
Gerente de Produ9ao 
Silas Camargo 
Editora Assistente 
Giselia do Carma Costa 
Produtora Editorial 
Salete Del Guerra 
Design de Capa 
Marek Antoniak 
Fotografias 
Books Kraft, Boston 
Editoragao Eletronica : ERJ Composi9ao Editorial e Artes Graticas 
Dados de Catalogagao na Publicagao 
Clayton M. Christensen 
Tradu9ao: Edna Emi Onoe Veiga, 
Consultoria Tecnica: Prof. Dr. Heitor de M. Quintella 
0 Dilema da lnova9ao 
MAKRON Books, 2001- Sao Paulo 
ISBN: 85-346-1376-1 
Introduc;ao 
Este e urn livro sobre o fracasso de empresas que permanecem acima de suas 
industrias ao confrontarem determinados tipos de mercado e mudan~a tecno­
l6gica. Nao trata simplesmente do fracasso de qualquer empresa, mas daquele 
que atinge boas empresas - do tipo que muitos gerentes admiram e tentam 
igualar -, conhecidas por suas habilidades em inovar e executar. Empresas dao 
passos em falso por muitas raz6es; entre elas, burocracia, arrogancia, executi­
vos exaustos, planejamento inadequado, visao de investimentos de curto pra­
zo, experiencias inadequadas e recursos e, tambem, uma dose de rna sorte. Este 
livro, porem, nao fala de empresas com essas fraquezas, e sim de outras, bem­
administradas, antenadas, competitivas, que ouvem astuciosamente seus clien­
tes, investem agressivamente em novas tecnologias e, ainda assim, perdem o 
domfnio do mercado. 
Fracassos aparentemente inexplicaveis ocorrem em industrias que progri­
dem com rapidez e nas que caminham mais lentamente; nas que tern por base 
tecnologias eletronicas e nas que se alicer~am em tecnologias qufmicas e meca­
nicas; em industrias de manufatura e servi~os. A administra~ao da Sears Roebuck, 
por exemplo, foi considerada por decadas como uma das varejistas mais pers­
picazes do mundo. Em seu apogeu, a Sears contabilizou mais de 2% de todas as 
vendas a varejo nos Estados Unidos. Ela abriu o caminho para diversas inova-
xiv 0 DILEMA DA INOVAque acabava de surgir no perfodo entre 1980 e 1982. 0 PC era pequeno e leve, 
eo prec;:o, em torno de US$ 2.000, poderia ser incorporado economicamente 
dentro das maquinas de mesa. 
Geralmente, as inovac;:6es de rupturas eram tecnologicamente diretas, con­
sistindo em componentes especfficos de uma estrutura de produto freqiien­
temente mais simples do que as abordagens anteriores.9 Elas ofereciam menos 
do que queriam os clientes em mercados estabelecidos e entao raramente pode­
riam ser, a princfpio, utilizadas neles. Seu pacote diferente tinha atributos vali­
osos apenas em mercados emergentes remotos e nao tao importantes quanto os 
habituais. 
0 mapa de sua trajet6ria na Figura 1. 7 demonstra como tecnologias sim­
ples, mas de ruptura, provaram ser a destruic;:ao de algumas das agressivas em­
presas de disk drive administradas habilmente. Ate meados dos anos 70, os 
drives de 14" com pacotes de discos removfveis contabilizaram praticamente 
todas as vendas de disk drive. A estrutura do winchester de 14" surgia entao 
para manter a trajet6ria da melhoria na densidade da gravac;:ao. Quase todos 
esses drives (discos removfveis e winchesters) foram vendidos para os fabrican­
tes de computador de grande porte e as mesmas empresas, que lideraram o 
mercado em drives com pacote de discos, lideraram a transic;:ao da industria 
para a tecnologia winchester. 
COMO GRANDE$ EMPRESAS PODEM FRACASSAR? 17 
Tabela 1.1 Uma mudan~a tecnol6gica de ruptura: o winchester do disk drive de 5,25" 
(1981) 
Atributo 
Capacidade (megabytes) 
Volume ffsico (cubicas) 
Peso (Iibras) 
Tempo de acesso (milissegundos) 
Custo por megabyte 
Custo unitirio 
Drives de 8" 
(mercado de minicomputador) 
60 
566 
21 
30 
US$ 50 
US$ 3000 
Drives de 5,25" 
(mercado de computador de mesa) 
10 
ISO 
6 
160 
US$ 200 
US$ 2000 
Fonte: Os dados sao de varios artigos do Relat6rio Disk/Trend. 
Figura 1.7 
iii' 
!. 
0 
"C 
:§I .. 
8 ., 
'6 
0 
"C 
Cll 
] 
"C 
-~ 
c.. 
J 
Intersec~ao das trajet6rias da capacidade demandada versus capacidade 
fornecida em drives de disco rfgido 
10,000 
1,000 
100 
10 
1975 1980 1985 1990 
Ano 
Fonte : Clayton M. Christensen, "The Rigid Disk Drive Industry: A History of Commercial 
and Technological Turbulence", Business History Review 67, nQ 4 (inverno de 1993): 559. 
Reimpressao permitida. 
18 0 DILEMA DA INOVAem ultima instancia, fatal. 14 
A Figura 1. 7 mapeia as trajet6rias desiguais da melhoria do desempenho, 
demandada nos segmentos de produtos de computadores que surgiram mais 
tarde, comparada a capacidade que mudans;:as na tecnologia dos componentes 
e refinamentos nos projetos de sistemas tornaram disponfvel dentro de cada 
estrutura sucessiva. As linhas s6lidas, que emanam dos pontos A, B, C, D e E, 
medem a capacidade do disk drive fornecida com o computador de pres;:o me­
clio em cada categoria, enquanto as linhas tracejadas dos mesmos pontos me­
dem a capacidade media de todos os disk drives introduzidos para venda em 
cada estrutura, para cada ano. Essas transis;:6es sao resumidas a seguir. 
0 Advento do Drive de 5,25" 
Em 1980, a Seagate Technology introduziu disk drives de 5,25", cujas capacida­
des de 5 e 10 MB nao interessavam aos fabricantes de minicomputadores, que 
demandavam aos fornecedores drives de 40 e 60 MB. A Seagate e outras empre­
sas (por exemplo, Miniscribe, Computer Memories e International Memories), 
que entraram com drives de 5,25" no perfodo entre 1980 e 1983, tiveram de 
conduzir novas aplicas;:6es para seus produtos. Voltaram-se, primeiramente, aos 
fabricantes de computador pessoal tipo PC. Por volta de 1990, o uso dos drives 
rfgidos em computadores pessoais era uma aplicas;:ao 6bvia para gravas;:ao mag­
netica. Em 1980, contudo, quando o mercado estava apenas surgindo, nao era 
totalmente claro que muitas pessoas pudessem sequer ter acesso ou utilizar urn 
drive rfgido no PC. Os primeiros fabricantes de drives de 5,25" descobriram essa 
aplicas;:ao (alguem poderia ate dizer que eles possibilitaram isso) por tentativa e 
erro, vendendo drives para todos que pudessem compra-los. 
Uma vez que o uso dos drives rfgidos foi estabelecido em PCs, a capacida­
de do disco embarcou com a maquina ao pres;:o medio (isto e, a capacidade 
demandada pelo usuario de PCs em geral), aumentada em torno de 25o/o ao 
ano. Mais uma vez, a tecnologia melhorou em aproximadamente duas vezes a 
taxa demandada no novo mercado: a capacidade dos novos drives de 5,25" 
aumentou cerca de 50% ao ano entre 1980 e 1990. Como na substituis;:ao do 
COMO GRANDES EMPRESAS PODEM FRACASSAR? I 21 
drive de 14" pelo de 8", as primeiras empresas a produzir drives de 5,25" 
foram as emergentes; na media, empresas estabelecidas ficaram atras das 
emergentes por dois anos. Por volta de 1985, apenas metade das empresas 
que produziam drives de 8" introduziu modelos de 5,25". A outra metade 
nunca o fez. 
0 crescimento na utilizaas em­
presas estabelecidas esperam ate que a nova tecnologia se torne comercialmen­
te amadurecida em suas novas aplica~6es e lan~am vers6es pr6prias da tecnologia 
somente em rea~ao a urn ataque em seus mercados domesticos, o medo da 
pratica de canibalismo pode tornar-se uma profecia auto-realizavel. 
Apesar de termos visto a rea~ao da Seagate ao desenvolvimento da estru­
tura do drive de 3,5", seu comportamento nao foi atfpico; por volta de 1988, 
apenas 35% dos fabricantes de drive que haviam se estabelecido fabricando 
produtos de 5,25" para o mercado de PC tinham introduzido drives de 3,5". 
Similar a transi~ao da estrutura do produto anterior, a barreira para o desenvol­
vimento de urn produto de 3,5" competitivo nao parece ter sido baseada na 
engenharia. Como na transi~ao de 14" para 8" - os drives com nova estrutura 
introduzida pelo responsavel - , as empresas estabelecidas durante as transi~6es 
de 8" para 5,25" e de 5,25" para 3,5" eram completamente competitivas no 
desempenho com os drives que surgiam. Mais propriamente, os fabricantes do 
drive de 5,25" parecem ter sido iludidos por seus clientes, notavelmente a IBM 
e seus competidores diretos e revendedores. Eles pr6prios tanto quanto Seagate, 
pareciam desapercebidos dos beneffcios potenciais, das possibilidades da com­
puta~ao portatil e de que a nova estrutura do disk drive poderia facilitar isso. 
Prairietek, Conner eo Drive de 2,5" 
Em 1989, uma industria emergente em Longmont, Colorado, a Prairietek, co­
locou em desvantagem a industria ao anunciar urn drive de 2,5", captando 
quase todos os US$ 30 milh6es desse mercado nascente. Mas a Conner 
Peripherals anunciou produto proprio de 2,5" no infcio de 1990 e no final 
daquele ano tinha reivindicado 95% do mercado de drives de 2,5". Prairietek 
24 I 0 DILEMA DA INOVAlos disponiveis para venda foram classificados por prec;o e foi identificada a 
capacidade do disco rfgido, fornecido com o modelo de prec;o medio. A me­
lhor linha de corte atraves das series resultantes foi assinalada como a linha 
s6lida na Figura 1. 7, para simplificar a exposic;ao e para explicar a tendencia 
em maquinas tipicas. Na realidade, e claro, existe uma larga faixa em torno 
dessas linhas. 0 limite do desempenho - a capacidade maior oferecida com os 
computadores mais caros- era substancialmente maior do que os valores tipi­
cos demonstrados. 
As linhas tracejadas na Figura 1. 7 representam a melhor linha de corte 
atraves da capacidade media imponderada de todos OS disk drives introduzidos 
para venda em cada estrutura determinada para cada ano. Esse dado foi tirado 
do Relat6rio Disk/Trend. Novamente, para simplificac;ao da exposic;ao, apenas 
essa linha mediae mostrada. Existe uma grande faixa de capacidades introduzidas 
para venda em cada ano; assim, o limite ou o drive de maior capacidade intro­
duzida em cada ano estava substancialmente acima da media mostrada. Decla­
rada de outra forma, uma distinc;ao deve ser feita entre a extensao completa de 
produtos disponiveis para compra e aquelas em sistemas tipicos. As faixas su­
perior e inferior em torno do numero medio mostrados na Figura 1. 7 sao ge­
ralmente paralelas as linhas mostradas. 
Pelo fato de os drives de maior capacidade do que os oferecidos com os 
sistemas de prec;o medio estarem disponiveis no mercado, as trajet6rias das 
linhas s6lidas na Figura 1. 7, conforme declarei no texto, representam as capa­
cidades "demandadas" em cada mercado. Em outras palavras, a capacidade por 
maquina nao estava reprimida pela disponibilidade tecnol6gica. Mais propria­
mente, ela representa a selec;ao da capacidade do disco rigido pelos usuarios de 
computadores, dado o custo prevalecente. 
28 0 DILEMA DA INOVAcomputadores integrados 
verticalmente, como a IBM, sobreviveram atraves dessas geraUrn plano de reestrutura~ao de dois anos atras fracassou miseravelmente. 
Sistemas de previsao e planejamento de produ~ao falharam. Cortes nos 
custos nao chegaram perto de restabelecer a lucratividade ... Mas o infortunio 
real pode ter sido a perda de oportunidades da DEC. Ela desperdi~ou dois 
anos tentando medidas incompletas antes de responder a pequena margem 
dos computadores pessoais e esta~6es de trabalho que transformaram a in­
dustria da computa~ao. 6 
xv1 0 DILEMA DA INOVAe 
declinararn. Nas seis vezes ern que novas tecnologias estruturais ernergirarn 
nesse campo, sornente ern duas a ernpresa estabelecida da industria rnanteve o 
cornando na gera~ao subseqiiente. Esse padrao repetitivo de fr~casso na indus­
tria de disk drives perrnitiu, prirneiro, que eu desenvolvesse urna estrutura pre-
INTRODU4 a 8 retornam aquela industria para estabelecer 
urn entendimento mais profundo e progressivo de por que as tecnologias de 
ruptura sao urn fenomeno tao opressivo para que bons administradores as en­
frentem com sucesso. A razao de se pin tar urn quadro tao completo de uma unica 
industria e estabelecer a validade interna da estrutura falha. Se uma estrutura ou 
modelo nao puderem explicar com seguranda maioria das tecnologias de ruptura, e a 
unica forma viavel para que empresas estabelecidas aproveitem esse prindpio. 
Principia nQ 2: Mercados Pequenos Niio Solucionam a Necessidade de 
Crescimento de Grandes Empresas 
Tecnologias de ruptura normalmente possibilitam o surgimento de novos mer­
cados. Existe forte evidencia que demonstra que as empresas que entram mais 
cedo nesses mercados emergentes tern as vantagens significativas do primeiro 
proponente sobre os ultimos estreantes. E ainda, como essas empresas prospe­
ram e crescem mais, torna-se progressivamente mais diffcil para elas entrarem 
ate mesmo em mercados pequenos e mais novos destinados a se tornarem os 
maiores do futuro. 
Para manter sua participa~ao nos pre~os e criar oportunidades internas 
para que os funcionarios ampliem o alcance de suas responsabilidades, as em­
presas pr6speras precisam continuar a crescer. Mas, enquanto uma empresa de 
US$ 40 milhoes necessita atingir apenas US$ 8 milhoes em receitas para cres­
cer a 20% no ano seguinte, uma empresa de US$ 4 bilhoes necessita atingir 
US$ 800 milhoes em novas vendas. Nenhum novo mercado tern esse tamanho. 
Como conseqiiencia, quanto maior e mais bem-sucedida uma organiza~ao se 
xxvi I 0 DILEMA DA INOVAdos habituais, tecnologias de ruptura produzem rupturas porque po­
dem, subseqiientemente, ter desempenho plenamente competitivo dentro de 
mercados habituais, em comparac;ao com produtos estabelecidos. Conforme 
representado na Figura I.l, isso ocorre porque o ritmo do progresso tecnol6gico 
em produtos freqiientemente excede a taxa de melhoria do desempenho que os 
clientes habituais procuram ou podem absorver. Como conseqiiencia, os pro­
dutos cujas caracterfsticas e funcionalidade estiverem muito pr6ximas das ne­
cessidades do mercado atual seguirao freqiientemente uma trajet6ria de melhoria 
que os fara superar as necessidades de mercados habituais no futuro. E os pro­
dutos que tenham atualmente serios problemas de baixo desempenho, em rela­
c;ao as expectativas dos clientes em mercados estabelecidos, podem manifestar, 
no futuro, desempenho competitivo. 
INTRODm:;:Ao I xxix 
0 Capitulo 9 demonstra que, quando isso ocorre em mercados tao diver­
sos quanto o dos disk drives, software de contabilidade e saude dos diabeticos, 
as bases da concorrencia - os criterios pelos quais os clientes escolhem urn 
produto em vez de outro - mudam. Quando o desempenho de dois ou mais 
produtos concorrentes se tornar melhor do que aquele que o mercado procura, 
os clientes podem nao mais basear sua escolha em produtos com mais alto 
desempenho. As bases para a escolha do produto evoluem freqiientemente da 
funcionalidade para a confiabilidade, entao para a conveniencia e, finalmente, 
para o pres:o. 
Muitos alunos de administras:ao descreveram de varias formas as fases do 
ciclo de vida do produto. 0 Capitulo 9, no en tanto, prop6e que o fenomeno 
no qual o desempenho do produto supera a demanda do mercado e o mecanis­
mo basico de conduzir as mudans:as nas fases do ciclo de vida do produto. 
No empenho de permanecer a frente, desenvolvendo produtos competiti­
vamente superiores, muitas empresas nao imaginam a velocidade em que estao 
elevando o mercado, supersatisfazendo as necessidades de seus clientes origi­
nais, porque elas competem por desempenhos mais altos e mercados de mar­
gens mais altas. Agindo assim, essas empresas criam urn vacuo nos pontos de 
pres:os inferiores, dentro do qual os competidores que empregam tecnologias 
de ruptura podem entrar. Apenas aquelas empresas que medem cuidadosamen­
te as tendencias de como seus clientes habituais utilizam seus produtos podem 
capturar os pontos em que as bases de competis:ao mudarao nos mercados a 
que eles atendem. 
ONDE AS RUPTURAS ESTAO OCORRENDO ATUALMENTE 
E muito forte a evidencia de . que ate mesmo os melhores gerentes balans:aram 
perigosamente quando seus mercados foram invadidos pelas tecnologias de ruptu­
ra. Mais urgentemente, eles querem saber se suas empresas sao alvos de urn ataque 
tecnol6gico de ruptura e como podem defende-las contra esse ataque antes que 
seja muito tarde. Outros, interessados em descobrir oportunidades empresariais, 
perguntam-se como eles podem identificar potencialmente as tecnologias de rup­
tura, em torno das quais podem-se criar novas empresas e mercados. 
0 Capitulo 10 trata essas quest6es de forma nao muito convencional. 
Melhor do que oferecer urn check-list das quest6es a propor ou analises a 
efetuar, cria urn estudo de caso a prop6sito de urn problema particularmente 
xxx I o DILEMA DA INOVAhis-
4 0 DILEMA DA INOVAc;Ao 
toria. 1 Mas o valor do entendimento dela e que, alem de sua complexidade, 
emergem fatores espantosamente simples e consistentes que tern repetidamen­
te determinado o sucesso e o fracasso das melhores empresas desse segmento. 
Quando as melhores empresas sao bem-sucedidas, diz-se simplesmente que 
elas o conseguiram porque ouviram atentamente seus clientes e investiram agres­
sivamente em tecnologia, produtos e capacidade produtiva para satisfazer as 
necessidades da proxima gera~ao de seu publico-alvo. Paradoxalmente, porem, 
quando as melhores empresas subseqiientemente fracassam, os motivos foram 
os mesmos - elas ouviram atentamente seus consumidores e investiram agressi­
vamente em tecnologia, produtos e capacidade produtiva para satisfazer as 
necessidades da proxima gera~ao da clientela. Esse e urn dos dilemas do inova­
dor: Seguir cegamente a maxima de que bons gerentes devem manter-se perto 
de seus clientes pode, algumas vezes, ser urn erro fatal. 
A historia da industria de disk drive proporciona uma estrutura para en­
tender quando "manter-se perto de seus clientes" e urn born conselho - e quan­
do nao e. A for~a dessa estrutura poderia ser explorada apenas pesquisando-se 
a historia da industria detalhadamente. Alguns detalhes sao relatados aqui, e 
em outra parte neste livro, na esperan~a de que os leitores, imersos no detalhe 
das proprias industrias, possam reconhecer melhor como padr6es similares tern 
afetado as proprias fortunas e as de seus concorrentes. 
COMO OS DISK DRIVES FUNCIONAM 
0 disk drive escreve e le a informa~ao que o computador utiliza. Eles compre­
endem as cabe~as leitura-escrita montadas no final de urn bra~o que oscila 
sobre a superficie de urn disco rotativo - muito parecido com aquela agulha e 
bra~o fonografico estendido sobre urn disco; discos em alumfnio ou vidro re­
vestidos com material magnetico; no mfnimo dois motores eletricos - urn de 
rota~ao, que direciona a rota~ao dos discos, e urn acionador, que move a cabe­
~a para a posi~ao desejada sobre o disco; e uma variedade de circuitos eletroni­
cos que controlam a opera~ao do drive e sua interface com o computador. Veja 
na Figura 1.1 a ilustra~ao de urn disk drive tfpico. 
COMO GRANDES EMPRESAS PODEM FRACASSAR? 5 
Figura 1.1 Componentes primarios de urn disk drive tfpico 
Motor acionador 
Controladora, 
outros circuitos 
eletronicos na 
parte inferior 
Disco de alumfnio ou vidro 
revestido com material 
Decodificador 6ptico para 
assegurar o alinhamento estreito 
da ranhura da cabe«a 
Motor de rota«ao 
(na base do eixo curto) 
Caixa 
/hermetica 
A cabe~a leitura-escrita e urn eletromagneto diminuido, cuja polaridade 
muda quando a dire~ao do funcionamento da corrente eletrica atraves dele se 
altera. Por causa da atra~ao dos p6los magneticos opostos, quando a polarida­
de da cabe~a se torna positiva, a polaridade da area no disco abaixa a cabe~a 
para 0 negativo, e vice-versa. Pela rapida mudan~a da dire~ao da Corrente, que 
flui atraves do eletromagneto da cabe~a, porque o disco gira na parte inferior 
dela, uma sequencia de dominios magneticos orientados positivamente e nega­
tivamente e criada em ranhuras concentricas na superficie do disco. Os disk 
drives podem utilizar os dominios positivo e negativo sobre o disco como urn 
sistema numerico binario - 1 e 0- para "escrever" a informa~ao nos discos. Os 
drives leem a informa~ao dos discos em processos essencialmente opostos: 
altera~6es nos campos de fluxo magnetico sobre a superficie do disco induzem 
altera~6es na pequena corrente que flui atraves da cabe~a. 
6 0 DILEMA DA INOVAtao difkil perma­
necer no topo da industria de disk drive levou-me a desenvolver a "hip6tese de 
deslizar no pantano tecnol6gico": competir como ataque violento e implaca­
vel da mudano impacto da tecnologia do winchester sustentou a taxa 
historicamente estabelecida de melhoria do desempenho. Graficos similares po­
deriam ser construfdos para a maioria das outras inovas;6es tecnol6gicas na in­
dustria, tal como o sistema servo embutido, c6digos de gravas;ao RLL e PRML, 
motores maiores e interfaces embutidas. Alguns deles foram aperfeis;oamentos 
diretos da tecnologia; outros foram partidas radicais. Mas todos tiveram urn 
impacto similar na industria: eles ajudaram os fabricantes a sustentar a taxa da 
melhoria do desempenho hist6rico que seus clientes esperavam. 8 
Figura 1.5 lmpacto sofrido na arquitetura do winchester sobre a densidade de grava~ao 
dos disk drives de 14" 
'iC' 10 
f 
"'C 
Cll Ill 5 
"'C :I 
Ill C" 
~ i 3 
c 1:10 
~ ~ 2 
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Cll Cll 
~ "'C 0.5 
'011:1; Ill 
Cll 
•O 
::5 0.3 
:f 
-0.2 
1965 1970 
Drives com winchester 
"' 
Drives com pacotes 
de disco removiveis 
1975 
Ano 
1980 
Fonte: Os dados sao de varios artigos do Relat6rio Disk/Trend. 
Literalmente, em cada caso de mudans;a tecnol6gica incremental na industria 
do disk drive, empresas estabelecidas lideraram o desenvolvimento e a comercializas;iio. 
0 aparecimento de novas tecnologias em disco e cabes;a ilustra isso. 
COMO GRANDES EMPRESAS PODEM FRACASSAR? 13 
Nos anos 70, alguns fabricantes perceberam que eles estavam atingindo o 
limite no numero de bits de informa~ao que poderiam empacotar em discos de 
6xido. Em resposta, os fabricantes de disk drive come~aram estudando formas 
de aplicar as peliculas superfinas de metal magnetico sobre o alumfnio para 
sustentar a taxa hist6rica de melhorias na densidade de grava~ao. 0 uso do 
revestimento de pelfcula fina era entao altamente desenvolvido na industria de 
circuito integrado, mas sua aplica~ao em discos magneticos ainda representava 
urn desafio substancial. Os especialistas estimam que cada pioneiro da tecnologia 
do disco de pelicula fina - IBM, Control Data, Digital Equipment, Storage 
Technology e Ampex - levou mais de oito anos e gastou mais de US$ 50 mi­
lhoes nesse esfor~o. Entre 1984 e 1986, aproximadamente dois ter~os dos 
produtores ativos em 1984 introduziram drives com discos de pelicula fina. A 
esmagadora maioria eram industrias estabelecidas. Apenas poucas empresas 
estreantes tentaram utilizar os discos com pelfcula fina em seus produtos ini­
ciais e quase todas se dividiram pouco depois de estrearem. 
0 mesmo padrao estava aparente no surgimento das cabe~as com pelf­
cula fina. Os fabricantes de cabe~a de ferrite visualizaram, bern no infcio de 
1965, o limite de aproxima~ao das melhorias nessa tecnologia; por volta de 
1981, muitos acreditaram que os limites de precisao seriam logo alcan~a­
dos. Pesquisadores voltaram-se para a tecnologia da pelicula fina, produzi­
da com partfculas de pelfcula fina de metallan~adas sobre a cabe~a de gra­
va~ao, utilizando entao a fotolitografia para gravar eletromagnetos muito 
mais finos do que se poderia conseguir com a tecnologia do ferrite. Nova­
mente, isso se revelou extraordinariamente diffcil. A Burroughs em 1976, a 
IBM em 1979 e outras empresas estabelecidas foram as primeiras a incor­
porar com exito as cabe~as com pelicula fina nos disk drives. No perfodo 
entre 1982 e 1986, durante o qual cerca de 60 empresas ingressaram na 
industria do drive de disco rfgido, apenas quatro (todas fracassaram comer­
cialmente) tentaram ter exito utilizando cabe~as com pelicula fina em seus 
produtos como fonte de vantagem no desempenho. Todas as outras empre­
sas emergentes - mesmo aquelas agressivamente orientadas ao desempe­
nho, como a Maxtor e Conner Peripherals - acharam preferfvel conhecer o 
seu caminho utilizando primeiro as cabe~as de ferrite convencional, antes 
de manejar a tecnologia da pelfcula fina. 
Como era o caso dos discos de pelfcula fina, a introdu~ao de cabe~as com 
pelfcula fina vinculou o estilo de investimento sustentado com o qual somente 
14 I o DILEMA DA INOVA 30 E ns 
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D Empresas estreantes 
Fonte: Os dados sao de varios artigos do Relat6rio Disk/Trend. 
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FRACASSO DIANTE DAS MUDAN

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