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Matéria – Revista Tecnologística – Abril 2017 
 
Novos e promissores desafios para a logística. 
O emprego de impressoras 3D nas indústrias de vários segmentos promete movimentar, em 
médio e longo prazo, também as empresas de logística, diante da possibilidade da criação de 
novos modelos de negócio e formas de atender seus clientes com maior agilidade, eficiência e 
redução de custos. Mas ainda há limitações e um longo caminho a ser percorrido, tanto no que 
se refere ao conhecimento sobre as reais possibilidades oferecidas por essa tecnologia quanto 
ao seu desenvolvimento e aperfeiçoamento, como demonstram as análises dos institutos de 
pesquisa e dos principais player desse mercado. 
A impressão 3D, também chamada 
de manufatura aditiva, foi criada há quase 
40 anos, mas somente a partir da década de 
1990 começou a deslanchar em função do 
desenvolvimento paralelo de várias outras 
tecnologias, como as de armazenamento de 
dados, o avanço dos dispositivos móveis e 
da internet e ainda a evolução de hardwares 
e softwares, especialmente o CAD/CAM 3D 
(Computer Aided Design/Computer Aided 
Manufacturing), utilizado por projetistas 
para criar e desenvolver produtos. Hoje, 
essas impressoras vêm sendo empregadas 
mundialmente pelas indústrias dos setores 
automotivo, aeroespacial e de 
eletroeletrônicos, dentre outras, para a 
produção de protótipos, ferramentas e 
alguns tipos de peças e itens de reposição; 
pelo setor educacional, que as utiliza para 
provas de conceito; e pela área médica e 
odontológica, para próteses, implantes e 
planejamentos cirúrgicos. 
As expectativas de vários institutos 
de pesquisa são otimistas e indicam que 
esse mercado deverá crescer muito nos 
próximos anos. Segundo Pete Basiliere, 
vice-presidente de Pesquisa do Gartner 
Group, em 2016 foram comercializadas no 
mundo todo mais de 455 mil impressoras 
3D para uso corporativo e doméstico, 
correspondendo a um crescimento de 108% 
em relação ao ano anterior, e a estimativa é 
que até 2020 esse total chegue a mais de 6,7 
milhões de unidades vendidas. Em termos 
de valores, o instituto calcula que a receita 
obtida com a venda desses equipamentos 
passe do US$ 1,4 bilhão registrado em 2015 
para US$ 17,7 bilhões em 2020, 
correspondendo a uma taxa de crescimento 
anual de 66,5%. “O Gartner acredita que 
65% dos profissionais da cadeia de 
suprimentos em todo o mundo estão 
usando ou irão investir em 3D nos próximos 
dois anos para introduzir uma abordagem 
inovadora na fabricação de produtos e para 
otimizar as operações de manufatura”, 
destaca Basiliere. 
Já o levantamento da consultoria 
Wohlers Associates aponta que o segmento 
de impressoras 3D movimentou 
mundialmente US$ 5,1 bilhões em 2016, 
superando em 30% o registrado no ano 
anterior, e projeta, para 2020, algo próximo 
a US$ 21 bilhões. Estatísticas e previsões à 
parte, é inegável que a tecnologia aditiva 
vem sendo vista com outros olhos, 
sobretudo pelas indústrias, muitas das quais 
já a estão utilizando de forma efetiva em 
seus processos produtivos, o que remete a 
outra questão: quais são os impactos que 
essas ações já estão trazendo e ainda trarão 
no futuro para o setor logístico? 
Atenta a toda essa movimentação e 
com base nas previsões da consultoria 
McKinsey, que, bem mais otimista que o 
Gartner e a Wohlers, projeta que o mercado 
3D crescerá entre US$ 180 bilhões e US$ 
490 bilhões até 2025, a operadora logística 
DHL elaborou um relatório intitulado 
“Impressão 3D e o Futuro das Cadeias de 
Suprimentos”, resultante de estudos que 
vem sendo realizados há vários anos com 
uma variedade de máquinas e técnicas de 
impressão 3D, e que lhe permitiram 
identificar novos modelos de negócios e 
aplicações que irão redefinir as estratégias 
de fabricação, de logística e da cadeia de 
suprimentos como um todo. 
Matthias Heutger, vice-presidente 
sênior de Soluções para Clientes e Inovação 
da DHL, destaca que o relatório reconhece a 
impressão 3D como uma tecnologia 
transformadora, mas que não irá tornar o 
processo produtivo convencional obsoleto. 
Ela irá contribuir, em muitos casos, para 
simplificar a fabricação de produtos 
altamente complexos e personalizáveis, e 
também para a produção de peças de 
reposição, o que aproximará cada vez mais 
os setores fabril e logístico. 
O estudo da DHL elenca alguns 
possíveis e novos modelos de negócios que 
deverão surgir em virtude da maior adoção 
da manufatura aditiva. Um deles 
pressupões que as operadoras logísticas 
passarão a contar com uma rede própria de 
impressoras 3D partilhadas e instaladas em 
vários centros de distribuição em diferentes 
locais do mundo, ou ainda irão apoiar e 
fazer parcerias com empresas prestadoras 
desse tipo de serviço e, em vez de estocar 
peças de reposição, o que em muitos casos 
representa custos altos pela baixa 
rotatividade desses itens, vão imprimi-las 
sob demanda no local mais próximo do 
cliente final. A Mercedes-Benz, por 
exemplo, já permite a seus clientes imprimir 
em instalações próximas mais de 30 tipos 
diferentes de peças de reposição originais 
de fábrica para caminhões de carga. A 
iniciativa tem como objetivo solucionar os 
atrasos que a montadora vem enfrentando 
para a entrega desses itens. 
Outra possibilidade sugerida pelo 
relatório da DHL é que os operadores 
logísticos atuarão como microfábricas para 
atender clientes que exigem alto nível de 
customização. As peças de reposição 
personalizadas seriam feitas sob demanda 
em impressoras 3D instaladas em CDs 
próximos ao destino final. Esse esquema 
valeria também para a impressão de peças 
críticas para a reparação de máquinas, que 
precisariam ser entregues o mais rápido 
possível para não interromper o processo 
de fabricação. Haveria, além disso, a 
possibilidade de, em vez de imprimir alguns 
tipos de peças ou produtos em um local fixo, 
como no armazém, fazê-lo em um veículo 
em movimento. A Amazon, por exemplo, já 
adquiriu patente para equipar um caminhão 
com impressoras 3D para prestar esse tipo 
de serviço no futuro. 
Essas são algumas das possibilidades 
previstas pela DHL, destacando ainda que, à 
medida que os fabricantes adotarem a 
impressão em seus processos e na cadeia de 
suprimentos, alguns tipos de produtos 
poderão ser impressos inteiramente em 3D, 
o que abrirá um campo para operadores 
logísticos oferecerem soluções regionais e 
de última milha e, portanto, tornarem-se 
ainda mais ágeis e eficientes no 
atendimento a seus clientes. 
Expectativas versus realidade 
É importante ressaltar que nem todos 
os produtos podem ser, devem ser ou serão 
impressos em 3D. Há várias questões que 
precisam ser consideradas, como a 
propriedade intelectual, o fato de que há 
vários tipos de máquinas 3D no mercado 
que trabalham com tecnologias e materiais 
diferentes, o preço dos equipamentos, que 
ainda é alto, a necessidade de treinar os 
profissionais e o desconhecimento do 
mercado. “As máquinas para impressão de 
certos tipos de peças ou produtos são 
grandes, requerem investimentos pesados 
e ainda, em muitos casos, não conseguem 
substituir 100% do que é feito no processo 
convencional. Em alguns plásticos, por 
exemplo, a resistência é menor quando 
feitos no 3D em comparação ao que se 
obtém numa máquina injetora. É um 
problema da própria tecnologia, que ainda 
tem limites”, destaca Carlos Levenstein, 
vice-presidente de Vendas e Marketing da 
Maqeo Technologies. 
Na avaliação de Anderson Soares, 
gerente de Território da Stratasys, há 
situações em que, mesmo que o produto 
feito em 3D não apresente a mesma 
durabilidade que aquele produzido numa 
máquina convencional, seu emprego pode 
compensar. “Quando se faz necessário 
substituir uma peça em uma máquina que 
quebrou e não há outra no estoque, pode-
se imprimir aquela peça em 3D e utilizá-la 
até que chegue a outra, feita no processo 
convencional. O custo seria muito menos do 
que parar a produção”, exemplifica Soares. 
Mas para a fabricação de vários produtos 
finais, como gabaritos, peçasde fixação, 
braços robóticos, e especialmente de 
painéis e peças customizadas e de baixa 
escala, como as utilizadas em aviões e 
navios, por exemplo, o gerente afirma que a 
impressão 3D é uma opção recomendada, 
não só em termos de durabilidade e 
confiabilidade, mas de custos, pois a 
redução, comparando com as estocagem, 
pode ser de aproximadamente 80%. 
No caso específico das ferramentas 
usadas no processo produtivo, a tecnologia 
hoje, segundo Soares, permite substituir o 
aço ou alumínio pelo termoplástico, 
mantendo a mesma qualidade e 
funcionalidade, mas reduzindo 
sensivelmente o peso. “Uma ferramenta 
que em alumínio pesa quatro quilos, ao ser 
impressa em 3D com termoplástico chega a 
pesar apenas 400 gramas. Com isso, é 
possível propiciar maior conforto para o 
operador trabalhar, além de se obter 
reduções de tempo, de materiais e de 
custos para sua produção, que variam de 
40% a 80%”. 
Para Andreia Cavalli, gerente 
Comercial da 3D Systems Latam, é 
importante considerar que no Brasil a 
manufatura aditiva ainda está voltada para 
dentro das empresas, sendo utilizada em 
geral para prototipagem e produção de 
alguns tipos de peças, o que traz pouco 
impacto à logística. “Nos Estados Unidos 
essa questão está mais avançada. Um 
exemplo é o projeto da UPS, que está 
fazendo parcerias com várias empresas 
multimarcas e prestadoras de serviços de 
impressão 3D para disponibilizar cerca de 
60 pontos em que peças de reposição 
poderão ser impressas. No Brasil ainda 
temos que caminhar muito para chegar a 
esse estágio, mas é algo que vai acontecer a 
médio e longo prazo”. 
Segundo a gerente, há ainda muito 
desconhecimento e, portanto, necessidade 
de evangelização do mercado. Nesse 
sentido, a 3D Systems mantém em sua 
unidade instalada em Diadema (SP) o maior 
showroom da empresa na América Latina, 
em que além das impressoras são expostos 
os softwares CAD/CAM (da Geomagic, que 
foi adquirida há cerca de três anos), 
soluções para impressão e scanners digitais. 
A empresa também presta serviços de 
prototipagem para as indústrias que não 
possuem e ainda não podem ou não 
querem investir nesse tipo de equipamento. 
“A cada 45 dias realizamos um evento open 
house para que as empresas e também 
universidades e demais interessados em 
saber mais sobre a tecnologia possam ver 
na prática suas possibilidades”, explica 
Andreia. 
Na avaliação de Soares, a América 
Latina como um todo está dez anos 
atrasada na adoção da impressão 3D em 
comparação aos Estados Unidos e à Europa. 
“São poucos os que sabem do que se trata. 
Resta para as fabricantes de impressoras, 
além de disponibilizar mais informação 
sobre a tecnologia, a tarefa de entender o 
processo do cliente para poder oferecer a 
opção que faça mais sentido para ele e que 
lhe permita substituir os processos 
convencionais pela manufatura aditiva, 
para produzir em menos tempo, com maior 
eficiência e menores custos”, destaca o 
gerente da Stratasys. O preço é outro fator 
inibidor, segundo Levenstein, da Maqeo. 
“As máquinas aqui chegam a custar em 
média quase três vezes mais do que nos 
mercados europeu e norte-americano, e 
isso acontece por causa do chamado custo 
Brasil, ou seja, pela tributação alta e insana, 
que impede as empresas de investir nessa 
tecnologia”. 
Na avaliação de Luiz Egreja, 
responsável pela área de Business 
Tranformation da Dassault Systèmes para 
Amércia Latina, a crise econômica é outro 
fator desestimulante. “Há muitas empresas 
interessadas em experimentar a tecnologia, 
mas precisaram represar investimentos por 
conta da conjuntura. Assim que houver 
maior estabilidade, várias delas deverão 
fazer pilotos para testar as soluções”, 
supõe. O executivo também acredita que, 
em certa medida, a impressão 3D ainda não 
é economicamente viável porque grande 
parte dos engenheiros e dos profissionais 
da área de desenvolvimento de produtos 
não sabe aproveitar todo o seu potencial. “A 
maioria dos projetistas ainda pensa com 
base nos processos convencionais. Nesse 
sentido, o CAD é fundamental, porque é 
com esse programa que são determinados 
todos os parâmetros do produto ou peça 
que será impresso. “É possível simular no 
computador todo o processo de construção, 
partindo do design da peça, considerando o 
tipo de material a ser empregado, inclusive 
o da bandeja da impressora onde a peça 
será feita, para que possa suportá-la, e 
ainda realizar vários testes e análises, tudo 
virtualmente, determinando até se 
compensa fazê-la em 3D ou no processo 
convencional”, explica Egreja. 
Mercado em expansão 
Atualmente há uma grande 
quantidade de fabricantes de impressoras 
3D, inclusive no Brasil, mas a maioria deles 
– aproximadamente 80% - está focado em 
oferecer máquinas menores, voltadas para 
quem está começando a experimentar a 
tecnologia e para pequenos escritórios e o 
uso doméstico. As maiores em termos de 
base instalada e em faturamento são as 
precursoras 3D Systems e Stratasys, que 
atendem aos segmentos de manufatura 
(principalmente automotivo, aeroespacial, 
eletroeletrônico e de bens de consumo), 
educacional e médico e odontológico. 
“Oferecemos mais de 50 tipos 
diferentes de impressoras e sete 
tecnologias de impressão 3D, sendo que as 
mais usadas pelo setor industrial são as 
máquinas mais resistentes e precisas, que 
usam as técnicas de estereolitografia (SLA) 
e de sintetização a laser (SLS)”, destaca 
Andreia Cavalli. Mas a 3D Systems, que 
soma mais de 32 anos de atuação, também 
disponibiliza modelos menores voltados 
para arquitetos, designers de joias e de 
moda, entre outros, e está desenvolvendo 
impressoras para a área de comestíveis a 
serem lançadas em breve. Um dos 
destaques devido à grande procura, 
segundo a gerente, é a Project 2500 Plus, 
uma máquina de entrada que usa a 
tecnologia Multijet Printing. 
A Stratasys, que atua há mais de 25 
anos, também apresenta um extenso 
portfólio de impressoras com tecnologias 
de modelagem por deposição e fusão (FDM) 
e Polyjet, voltadas para uso industrial e que 
trabalham com uma ampla gama de 
materiais. Em fevereiro deste ano, a 
empresa lançou uma linha intermediária de 
impressoras voltadas para escritórios, que 
oferecem a mesma qualidade e 
possibilidade de uso de ampla variedade de 
materiais das máquinas high end usadas na 
indústria, mas com custo bem mais 
acessível. 
Com vistas a abocanhar uma fatia 
desse promissor mercado, a HP, tradicional 
fabricante de impressoras multifuncionais, 
é outra que passou a investir na tecnologia 
3D e iniciou a comercialização, em outubro 
do ano passado, da 3D Jet Fusion modelo 
4200, desenvolvida para prototipagem e 
escala de produção de pequeno porte, e 
O início de tudo 
Uma das primeiras iniciativas de impressão 3D de que se tem notícia foi a de Hideo Kodama, 
pesquisador do instituto de pesquisas industriais de Nagoya, no Japão, em 1980, que tinha como 
objetivo agilizar a prototipagem e reduzir os custos e prazos de confecção. Três anos depois, o 
norte americano Chuck Hull desenvolveu a tecnologia de estereolitografia (SLA, na sigla em inglês 
para Stereolithography Apparatus), em que uma resina líquida reage a um laser ultravioleta, que 
solidifica esse material camada por camada, formando a peça. Em 1986, Hull fundou a 3D Systems 
e comercializou a primeira impressora já no ano seguinte. Em 1989, a empresa patenteou outra 
tecnologia desenvolvida por Carl Deckard, pesquisador da Universidade do Texas, de sintetização 
seletiva a laser (SLS, ou Selective Laser Sintering), em que um material em pó, que pode ser 
plástico ou metal, é fundido por um laser de CO2, formando a peça em camadas. 
Naquele mesmo ano, Scott Crump, cofundador da Stratasys, registrou a patente da tecnologia de 
modelagem por fusão e deposição (FDM, ou Fused Deposition Modelling), também chamada de 
FFM (Fused Filament Modelling), que se tornou a mais utilizada e acessível. Nessa técnica, as peças 
são produzidas em camadas, de baixo para cima, ao se aquecer e injetar filamentosplásticos. Em 
2012, a Stratasys fez uma fusão com a empresa israelense Objet, passando a oferecer também a 
tecnologia Polyjet, que permite imprimir camadas finas de fotopolímero líquido com vários níveis 
de dureza e cores. 
Atualmente são disponibilizadas por essas e demais empresas do mercado várias outras 
tecnologias e uma gama extensa de materiais que inclui diferentes tipos de plásitos, metais e 
cerâmicas. 
ainda no primeiro semestre de 2017 lançará 
o modelo 3200, também para 
prototipagem. De acordo com Claudio 
Raupp, general manager e managing diretor 
da HP Brasil, as máquinas estão disponíveis 
apenas nos Estados Unidos, devendo ser 
comercializadas na América Latina somente 
a partir de 2018. “Nosso foco são os 
provedores de serviços de impressão e os 
grandes clientes com linhas de produção 
intensas”, destaca. Na avaliação do 
executivo, a impressão 3D tem o potencial 
de transformar o modelo de produção 
linear “take, make, waste and disposal” 
numa economia circular, no sentido de que 
permitirá agilizar o desenvolvimento e 
fabricação de novos produtos, com redução 
de desperdícios e reutilização de 
componentes. “A manufatura aditiva vai 
transformar não apenas a fabricação e a 
cadeia de suprimentos, mas também o 
modo como vivemos”, aposta. 
Com seis anos de atuação, a Maqeo é 
outra empresa a apostar no crescimento da 
tecnologia 3D, oferecendo quatro modelos 
de impressoras com tecnologia de 
modelagem por fusão de filamentos (FFM). 
O carro-chefe é a A2Plus, que conta com 
dois extrusores, permitindo misturar 
simultaneamente no mesmo trabalho dois 
tipos de materiais e também várias cores, 
que dão às peças efeitos óticos e táteis de 
madeira, cerâmica, e metal, apesar de 
serem confeccionadas com termoplásticos. 
Já a One é uma máquina de maior porte que 
permite imprimir produtos de até 1 metro 
cúbico, sendo indicada também para a 
confecção de móveis como mesas, bancos e 
cadeiras. “Nossa preocupação é assegurar 
que a peça em 3D apresente a mesma 
resistência e qualidade da que seria feita em 
processos convencionais de fabricação”, 
destaca Levenstein. 
No senso comum, a tecnologia ainda 
precisa evoluir para possibilitar o emprego 
de uma variedade maior de materiais, 
reduzir o tempo de impressão de alguns 
tipos de peças e para que os preços das 
máquinas fiquem mais acessíveis. Para a 
logística, em particular, ela poderá ser 
altamente positiva na medida em que 
reduzirá os custos de estocagem e a tornará 
menos dependente da infraestrutura para o 
transporte de produtos e cargas, que 
particularmente no Brasil é bastante 
deficitária. 
 
A impressão 3D na prática 
Muitas empresas já estão obtendo benefícios com a adoção da manufatura aditiva. No setor 
automotivo há vários exemplos, como o da Ford, que está utilizando a tecnologia para desenvolver 
componentes que irão equipar seus veículos de séria e esportivos. Um desses componentes é uma 
peça dianteira aerodinâmica (spoiler) que, impressa em 3D, pesa menos da metade do que se fosse 
feita em metal no processo convencional. A montadora também pretende utilizar a tecnologia para 
produzir peças de acabamento personalizadas para seus clientes. 
Na BMW, a manufatura aditiva é empregada na inovação do design de veículos, mas também para a 
produção de ferramentas, moldes e gabaritos específicos usados na sua fábrica na Alemanha. Já a 
Bentley, especializada em carros de luxo, emprega a impressão 3D para criar protótipos e modelos em 
pequena escala, além de peças de tamanho original para testes antes de serem produzidas na linha 
de montagem. 
No Brasil, a Man Latin America obteve uma redução d e80% no custo de elaboração dos protótipos de 
peças para os ônibus e caminhões fabricados em sua unidade de Resende (RJ). Outro ganho foi de 
tempo: no processo convencional a montadora levava cerca de dois meses para fazer um protótipo, o 
que agora é realizado em apenas algumas horas. A tecnologia também está sendo utilizada por 
empresas de vários outros setores, como a Airbus, fabricante de aviões, ThyssenKrupp, de elevadores, 
Alpargatas, de calçados, e Schneider Electric, de sistemas de energia, para citar alguns exemplos.

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