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MARC 13 – SÍNDROME DO OLHO VERMELHO 
PEDRO BONALDI BRITTO NILO ARAUJO 
DEFINIÇÃO 
v Síndrome caracterizada por olho vermelho, que se apresenta 
como uma das condições oftalmológicas mais comuns no 
atendimento primário. 
PRINCIPAIS CAUSAS 
v Conjuntivite 
v Episclerite 
v Esclerite 
v Glaucoma de ângulo fechado 
v Uveíte 
v Endoftalmite 
v Celulite 
v Olhos secos 
v Blefarite 
v Hemorragia subconjuntival 
 
UVEÍTE 
v É a inflamação de qualquer parte ou partes do trato uveal (íris, 
corpo ciliar e coroide). 
v Pode ser chamada de uveíte (anterior ou posterior), irite, iridociclite 
ou coroidite. 
v A inflamação é crônica e raramente é encontrada uma causa. 
v Clínica: 
o Olhos vermelhos 
o Diminuição da visão 
o Fotofobia 
v Fatores de risco: 
o Artrite reativa (principal) 
o 25% dos pacientes com espondilite anquilosante 
o 2 a 12% dos pacientes com DII 
o Artrite psoriática 
v Tratamento: 
o Acetato de prednisolona colírio 1%, uma gota em cada 
olho acometido a cada 1-6h 
ENDOFTALMITE 
v É uma inflamação extensa dentro do olho de qualquer natureza. 
v A maioria dos casos de endoftalmite envolve uma solução de 
continuidade na parede do olho (córnea e esclera), associada a 
qualquer traumatismo acidental ou procedimento cirúrgico. 
v Clínica: 
o Diminuição da visão 
o Olhos vermelhos 
o Dor ocular de moderada a intensa 
v O diagnóstico é estabelecido por amostragem de fluido da 
câmara anterior ou líquido, de preferência do vítreo, e avaliação 
do fluido por coloração de gram e cultura. 
v Tratamento: 
o Colírio antibiótico: Vancomicina 1mg/0,1ml e ceftazidima 
2,25mg/0,1ml 
o Corticoide colírio 
CONJUNTIVITE, BLEFARITE E OLHO SECO 
 
v Tratamento: 
o Conjuntivite alérgica: 
• Tratamento imediato: Colírio de nafazolina 4 vezes 
ao dia durante a estação alérgica ou levocabastina 
4 vezes ao dia 
• Tratamento a longo prazo: cromoglicato dissódico a 
2 a 4% 4 vezes ao dia durante a estação alérgica ou 
alopatadina 2 vezes ao dia durante a estação 
alérgica 
o Conjuntivite viral: 
• Tratamento sintomático e conservador com 
compressa fria 
• É autolimitada 
o Conjuntivite bacteriana: 
• Pomada de eritromicina tópica 3 vezes ao dia 
durante duas semanas 
o Conjuntivite por clamídia: 
• Eritromicina 500mg VO de 6/6h por 7 dias ou 
azitromicina 1g de 12/12h por 7 dias 
o Blefarite: 
• Pomada oftálmica bacitracina ou eritromicina 
• Antibiótico sistêmico se evidencia de inflamação da 
córnea ou conjuntiva: minociclina 50-10mg ou 
doxicilina 100mg uma vez por dia; tetraciclina 250mg 
de 12/12h; eritromicina 250mg de 8/8h 
o Olho seco 
• Lágrima artificial de baixa viscosidade: polietileno 
glicol 400 0,4% (tendem a não borrar a visão, porém 
são menos eficazes) 
• Lágrima artificial de alta viscosidade: 
carboximetilcelulose de sódio (tendem a borrar a 
visão, porém são mais eficazes) 
• Se falha no tratamento à oclusão dos pontos 
lacrimais com plugs ou oclusão cirúrgica para reter 
as lágrimas produzidas 
 
CELULITE 
v Celulite pré-septal é uma inflamação dos tecidos moles da 
pálpebra anterior ao septo orbital. 
v O septo orbital divide os tecidos moles da pálpebra dos tecidos 
moles da órbita. 
v O tecido orbital é mais suscetível a danos pela inflamação do que 
o pré-septal. 
v Clínica: 
o Inchaço dos tecidos moles 
o Hiperemia conjuntival 
o Quemose (edema da conjuntiva) 
v Tratamento: 
o Clavulin 500mg + 125mg VO de 8/8h por 10 dias 
o Bactrim 400mg + 80mg VO de 12/12h em casos suspeito de 
MRSA 
GLAUCOMA DE ÂNGULO FECHADO 
v Pode ocorrer ao longo de um curto período e causar sintomas 
debilitantes. 
v Os fatores de risco para o glaucoma de ângulo fechado 
baseiam-se na configuração anatômica dos componentes da 
câmara anterior. 
v Pessoas hipermetropes têm um eixo anteroposterior do olho 
reduzido e câmara anterior rasa. 
v Quando a íris periférica entra em contato com a córnea posterior, 
o ângulo da câmara anterior é subitamente ocluído. 
v Clínica: 
o Dor extrema que pode ser mal localizada 
o Náuseas 
o Vômitos (podem ser persistentes e causar dor abdominal) 
v Tratamento: 
o Colírio de timolol 0,5% + acetazolamida 500mg VO + 
criação de fístula na íris periférica com laser (iridectomia 
com YAG laser) entre a câmara posterior e a câmara 
anterior para vencer a obstrução 
o Requer iridectomia a laser profilática no segundo olho para 
prevenir glaucoma de ângulo fechado 
HEMORRAGIA SUBCONJUNTIVAL 
v Também chamada de hiposfagma, decorre do sangramento de 
vasos da conjuntiva e/ou da episclera para o espaço 
subconjuntival. 
v Isso pode ocorrer em função do aumento da fragilidade vascular 
desses vasos, do aumento intravascular ou trauma 
v Clínica: 
o Assintomática 
o O paciente só percebe ao se olhar no espelho e notar uma 
faixa vermelha na região da esclera 
v Sinal de alarme: 
o Dor 
o Diminuição da visão 
o Trauma associado 
v O diagnóstico é clínico e deve ser realizado uma fundoscopia para 
descartar hemorragia retiniana associada e busca de HAS 
v Tratamento: 
o Colírio de nafazolina ou fenilefrina 
o Orientar controle da PA 
o Possui resolução espontânea em até duas semanas 
o Se desconforto ocular à carmelose sódica 0,5% 1 gota de 
6/6h 
o Compressa gelada de 6/6h 
ESCLERITE 
v É a inflamação da esclera. 
v Cerca de 50% dos pacientes possuem alguma doença sistêmica 
associada, como artrite reumatoide, LES, espondilite anquilosante, 
DII, entre outras. 
v Clínica: 
o Dor ocular intensa e contínua que pode irradiar para fronte, 
sobrancelha ou mandíbula 
o Inicio gradual ou agudo 
o Diminuição da visão 
o Olhos vermelhos 
v O diagnóstico é clínico e deve-se procurar outros sinais associados 
v Tratamento: 
o Ibuprofeno 400-600mg VO de 6/6h 
o Naproxeno 500mg VO de 6/6h 
o Predsim® 60-100mg VO de 24/24h por 1 semana, seguido de 
20mg de 24/24h por 2-3 semanas e prosseguir com 
desmame gradual 
o Se falha à terapia imunossupressora com MTX 7,5-
15mg/semana, com ajuste e tempo de uso de acordo com 
a clínica 
o Em caso de associação com policondrite recidivante à 
dapsona 100-200mg, com ajuste e tempo de uso de acordo 
com a clínica 
 
EPISCLERITE 
v É a inflamação da episclera (tecido subconjuntival que fica entre a 
conjuntiva e a esclera). 
v É uma doença benigna e autolimitada. 
v A etiologia mais comum é idiopática ou por infecção por VZV, 
rosácea, atopia e doenças da tireoide. 
v Clínica: 
o Surgimento agudo de olho vermelho 
o Dor leve em um ou ambos os olhos 
o Sem secreção 
o Episódios recorrentes são comuns 
o Hiperemia setorial ou difusa de um ou ambos os olhos 
v Fatores de risco: 
o Adultos jovens 
o Infecção por herpes-zoster 
o Rosácea 
o Atopia 
o Doenças da tireoide 
v O diagnóstico é clínico e deve-se investigar ocorrência de 
erupção, artrite, doença venérea, doença viral recente e outros 
problemas clínicos. Pode ser realizado a tonometria. 
v Tratamento: 
o Se leve à tratar com lágrima artificial (hialuronato de sódio 
0,15% ou 1mg/ml de 6/6h 
o Se moderado-grave à usar esteroide leve (fluometolona 
0,1% de 6/6h por 7 dias; loteprednol 0,5% de 6/6h por 7 dias) 
o Para não utilizar muito corticoide à AINEs (ibuprofeno 
600mg VO de 8/8h; naproxeno 500mg VO de 12/12h) 
 
 
 
 
MEDICAMENTOS SITEMICOS COM REPERCUSSÃO OCULAR

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