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Orientação Educacional 
SUMÁRIO 
 
O CONTEXTO DE SURGIMENTO DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL .................... 3 
A Orientação Educacional no Brasil ........................................................................... 3 
A RELAÇÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA NO COTIDIANO DA ORIENTAÇÃO 
EDUCACIONAL ........................................................................................................ . 9 
As tendências pedagógicas e a Orientação Educacional ......................................... 11 
AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL .............................. 13 
A Orientação Educacional e a família do aluno ........................................................ 15 
A Orientação Educacional e a integração do aluno à escola e à sociedade ............. 17 
A Orientação Educacional e o desenvolvimento físico e emocional do aluno ........... 19 
COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL ............... 21 
FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL .......................... 25 
EDUCAÇÃO INFANTIL ............................................................................................ 25 
ENSINO FUNDAMENTAL........................................................................................ 26 
ENSINO MÉDIO ...................................................................................................... 28 
AS ATRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NO ENSINO 
MÉDIO SÃO:............................................................................................................ 28 
ASPECTOS LEGAIS DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NO CONTEXTO 
EDUCACIONAL ....................................................................................................... 29 
PRINCÍPIOS E OBJETIVOS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL ........................... 33 
OBJETIVOS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL .................................................... 35 
COMPARAÇÃO DAS TEORIAS DE DESENVOLVIMENTO .................................... 37 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 40 
 O CONTEXTO DE SURGIMENTO DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 
 
 
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Orientação Educacional 
 
 
A Orientação Educacional no Brasil 
 
No Brasil, as primeiras experiências datam da década de 20. Sendo que, em 
sua implementação, a orientação educacional teve uma grande influência da 
orientação americana, em especial o aconselhamento, e também da Orientação 
Educacional francesa. 
Fonte: http://centraldeinteligenciaacademica.blogspot.com/2014/10/o - papel - do - orientador - educacional.html 
 
Do ponto de vista institucional a trajetória de surgimento da Orientação 
Educacional tem início pela área da Orientação Voca cional, sendo todo o seu 
procedimento voltado para a escolha de uma profissão ou ocupação. 
De acordo com Grinspun (2006), em todos os países que implementaram a 
Orientação Educacional nas escolas a característica marcante era a Orientação 
Vocacional. Tend o esta uma concepção que se configurava no aconselhamento que 
marcou significativamente toda a sua trajetória. 
Em relação à organização escolar, ela surge, nas escolas, em 1912, em Detroit, 
nos Estados Unidos, porém sua característica básica era atender à problemática 
vocacional e social dos alunos. 
 
 
 
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Orientação Educacional 
Em 1942, pela Reforma Capanema, o Brasil foi o primeiro país no mundo a ter 
a Orientação Educacional proclamada obrigatória através de documento legal. A Lei 
Orgânica do Ensino Industrial instituiu o serviço de orientação educacional. 
De acordo com GRINSPUN (2006), “Ela aparece na década de 20, quando 
também surge todo um movimento em prol da educação do povo. O governo estava 
interessado em dar educação para todas as pessoas. A educação então representaria 
para o povo uma ascensão social, pela via da escolaridade, abafando, dessa forma, 
os descontentamentos com a grave crise social e política da década de 20” 
(GRINSPUN, 2006, P. 23). 
Dessa forma, foi sendo configurado um ambiente propicio à Orientação 
Educacional, enquanto ela poderia tanto contribuir para melhoria de seu povo, quanto 
encontrar espaço nas reformas que começavam a surgir no país. Estando 
fundamentada em um referencial basicamente psicologizante. As transformações 
sociais e econômicas foram gradativamente ampliando e modificando o papel da 
escola e do indivíduo dentro dela e da sociedade. Na busca da consciência de que há 
uma intencionalidade no processo educativo. 
 “Tem sido uma preocupação constante dos educadores, hoje, e em especial 
dos orientadores educacionais, analisar a serviço de quem serve a orientação 
educacional. Na medida em que essa especialização sofreu uma transformação em 
seus conceitos, parece-nos necessário refletir sobre essa área, partindo dos próprios 
conceitos que a caracterizam em seus diferentes momentos histórico” (GRINSPUN, 
1986, P. 96). 
 Segundo Grinspun (2008), para que haja uma compreensão das atividades 
desenvolvidas atualmente pelos orientadores, temos que nos deter aos diferentes 
períodos em a Orientação foi desenvolvida e o que era esperado dos orientadores em 
cada período. 
Inicialmente houve uma fase em que se achava que a Orientação por si 
resolveria todos os problemas que envolvessem direta ou indiretamente os alunos. 
Nesta fase o ajustamento era a palavra determinante, havendo modelos a serem 
alcançados. Outra fase poderia se chamada de objetiva, onde a Orientação era 
considerada prestadora de serviços de várias ordens, afim de não permitir que os 
alunos incorressem em problemas. 
 
 
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Orientação Educacional 
Nesta fase a Orientação estaria sempre atenta esclarecendo com objetividade 
as situações emergenciais, procurando mostrar a necessidade de dominar conceitos 
e normas, prevenindo problemas posteriores. Nesse momento o conceito chave era a 
prevenção. A orientação educacional buscava se adiantar em todas as circunstancias 
para que não se instalassem conflitos. Seguindo esta linha de análise, atualmente na 
orientação vivemos a fase crítica, em que se procura ajudar o aluno como um todo, 
considerando seus conflitos e o significado dos mesmos junto ao momento histórico 
que vivemos. Dessa forma, estando ao lado do aluno, fazendo-o se perceber enquanto 
agente de sua própria história de vida. 
A evolução do conceito de Orientação Educacional no Brasil está vinculada a 
cinco períodos marcantes (GRINSPUN, 2008): 
 
• Período Implementador (de 1920 a 1941); 
• Período Institucional (de 1942 a 1960); 
• Período Transformador (de 1961 a 1970); 
• Período Disciplinador (de 1971 a 1980); 
• Período questionador (a partir de 1980). 
 
 No período Implementador, o conceito de Orientação Educacional era 
importado e apresentava uma concepção nitidamente vocacional. Sendo o objetivo 
básico da orientação a seleção para o treinamento profissional. Tendo como estratégia 
as técnicas psicométricas. Essas técnicas eram importadas principalmente dos 
Estados Unidos. Houve tentativas de adaptar as técnicas ao contexto brasileiro, porém 
sem realmente uma efetivação significativa. O resultado dos testes aplicados era 
devolvido aos alunos sob a forma de perfis profissionais. 
“A Orientação Educacional Métrico-Profissional, conforme conceituação nesse 
período estava intimamente relacionada com as oportunidades profissionais 
existentes na sociedade brasileira e contribuía, com empenho, para o 
desenvolvimento do modelo sócio econômico existente,Trabalhar para a obtenção de um melhor cidadão, por parte do educando, para 
que este seja um membro integrado, dinâmico e renovador no seio da sociedade. 
Enfim, desenvolver ação para que se obtenha o cidadão consciente, eficiente e 
responsável. 
Levar a efeito melhor entrosamento entre escola e educando, com benefícios 
compensadores quanto à disciplina, formação do cidadão e rendimento escolar. 
Prestar assistência ao educando nas dificuldades em seus estudos ou 
relacionamento com professores, colegas, pais ou demais pessoas. 
Levar cada educando a explicar e desenvolver suas virtualidades. 
Prevenir o educando com relação a possíveis desajustes sociais, que sempre 
estão eclodindo na sociedade, como fruto de uma dinâmica negativa de desagregação 
social. 
Possibilitar aos professores melhor conhecimento dos educandos, oferecendo, 
assim, maiores probabilidades de entrosamento positivo entre ambos e mais 
adequada ação didática por parte dos professores, a fim de ser obtido maior 
rendimento escolar. 
Sensibilizar, de forma crescente, professores, administradores e demais 
pessoas que trabalham na escola, para que queiram melhorar suas perspectivas 
atuações, visando à melhor formação do educando. 
Realizar trabalho de aproximação da escola com a comunidade, a fim de 
proporcionar ao educando maiores oportunidades de conhecimento do meio e 
desenvolvimento comportamental de cidadão participante. Favorecer a educação 
religiosa, com suas perspectivas transcendentais, mas desvinculada do compromisso 
 
 
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Orientação Educacional 
sócio-ideológico... O bem que a religião infunde pode levar a efeito, na busca da 
melhoria do funcionamento de qualquer regime, sem apelos ao ódio e 
destruição. Trazer a família para cooperar de maneira mais esclarecida, eficiente e 
positivista na vida do educando. 
Proporcionar vivências que sensibilize o educando para os valores que se 
deseja incorporar no seu comportamento. 
Trabalhar para instaurar na escola um ambiente de alegria, satisfação e 
confiança para que se estabeleça um clima descontraído, evitando os temores, 
frustrações e humilhações. 
Incentivar práticas de higiene física e mental, procurando conscientizar o 
educando em relação à importância e valor da saúde, que pode ser cuidada e 
preservada individualmente, educando por educando. Desenvolver admiração e 
respeito pela natureza, evitando depreda-la em quaisquer de seus aspectos: 
paisagem, fauna e flora. 
Desenvolver atividades de lazer, podendo, algumas delas, em caso de 
necessidade, transformar-se em atividades profissionais. Neste particular, orientar o 
emprego adequado e higiênico de horas de folga. 
Trabalhar para uma adequada formação moral do educando, imbuindo de 
valores éticos necessários para uma vida digna, humana e coerente, em que o 
respeito ao próximo deve ser o motivo principal. 
Favorecer a educação social e cívica do educando, sensibilizando para a 
cooperação social e deveres comunitários. Neste particular, incentivá-lo para a 
melhoria da estrutura e funcionamento da vida social, sem a marca de destruição, 
alertando, pois em relação a certos movimentos de fundo comunitário que pregam, 
em nome do bem, o ódio, a morte, a violência e a destruição. 
COMPARAÇÃO DAS TEORIAS DE DESENVOLVIMENTO 
 
Segundo a teoria de Piaget os quatro principais estágios de desenvolvimento 
humano são: sensório motor – até aos dezoito meses, pré-operacional – dos dezoito 
meses aos sete anos, operações concretas – sete anos à adolescência e as 
operações abstratas – adolescência. 
 
 
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Orientação Educacional 
Na fase das operações concretas é a aplicação de princípios lógicos básicos 
ao domínio das experiências e eventos concretos não permitindo a interferência de 
suas percepções. Seus processos lógicos de pensamento organizam-se 
gradualmente numa rede cada vez mais complexa e integrada através da qual 
confronta e responde sistematicamente ao mundo que o cerca. 
Em relação às operações formais o grande progresso que caracteriza 
o pensamento do adolescente e tem seu início aproximadamente 
aos 1112 anos, mas provavelmente não alcance seu ponto de equilíbrio antes dos 
1415 anos consiste na possibilidade de manipular ideias em si mesmas, não mais em 
manipular simplesmente objetos. 
A partir deste momento o jovem adolescente pode utilizar hipóteses, 
experimentar, fazer deduções e raciocinar do particular para o geral. 
A diferença entre a fase de operações formais e a fase de operações concretas 
é que, na última as afirmações sobre o ambiente são baseadas nas relações entre 
objetos ou classes de objetos, enquanto na primeira o adolescente pode chegar a 
novas possibilidades através da combinação do previamente conhecido com o que é 
concluído. 
Lewis atribui alguns aspectos importantes para o desenvolvimento da criança 
em idade escolar que são: maturação, lateralidade, desenvolvimento da 
personalidade, latência, relacionamento com os companheiros, preparação social, 
desenvolvimento cognitivo, etc. 
Segundo Lewis “Algo acontece nitidamente no desenvolvimento da criança 
entre os seis e os onze anos de idade que sugere que tanto alguns aspectos 
quantitativos como qualitativos se consolidaram. Partes do desenvolvimento anterior 
parecem organizar-se quase subitamente passando a funcionar de modo fluente e 
integrado. A criança não só aprendem novas habilidades motoras – por exemplo, 
andar de bicicleta – como, em algum momento, talvez em torno dos nove anos, 
exerce-as muito à vontade: habilidade “estalou”, tornou-se automática e estabelecida, 
uma ação não deliberada sem exigir qualquer espaço ou concentração. A função da 
linguagem, da mesma forma, desenvolve-se melhor, e a criança torna-se mais capaz 
de pensar abstratamente. E, além disso, maturações fisiológicas são alcançadas 
nesta época.” 
 
 
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Orientação Educacional 
No que se refere ao desenvolvimento da personalidade tem se como 
característica da criança em idade escolar, a capacidade para o pensamento, 
memória, fala e conceptualização é muito maior, é nesse estágio que certos conceitos 
de inevitabilidade se tornam estabelecidos As manifestações comportamentais 
ocorridas durante o período de latência são alterações psicossexuais e psicossociais 
são modificadas por fatores culturais. 
No período das relações com os companheiros, nos anos escolares, as 
amizades são estabelecidas, caracteristicamente com pessoas do mesmo sexo. 
Com relação ao desenvolvimento social, a criança também se conscientiza, 
nesse momento, de que existe hora para o brinquedo e hora para o que vai sendo, 
progressivamente, chamado de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Orientação Educacional 
REFERÊNCIAS 
 
 ALVES, Nilda, GARCIA, Regina L. O fazer e o pensar dos supervisores e orientadores 
educacionais. São Paulo : Edições Loyola, 1991. 
CASTILLO, Gerardo. Educar para a amizade : um manual para pais e professores. 
São Paulo : Quadrante, 1999. 
CÓDIGO de Ética dos Orientadores Educacionais do Brasil. 
CONSTITUINTE Escolar. Princípios e Diretrizes do Estado do Rio Grande do Sul, 
1999. 
CHIAPPIN, Achylles. Formação da personalidade. 2. ed. Porto Alegre : 
Escola Superior de Teologia. Sulina, 1976. 
DECRETO nº 72.846 de 26 de setembro de 1973. 
ERIKSON, Erik. O ciclo de vida completo. Porto Alegre : Artes Médicas, 1998. 
FADEL, Beatriz M. e outros. Orientação educacional em questão. 2. ed. Porto Alegre: 
Movimento, 1986. 
MAIA, Eny M., GARCIA, Regina L. Uma orientação educacional nova para uma nova 
escola. 5 ed.São Paulo : Loyola, 1984. 
MINICUCCI, Agostinho. Orientação educacional: sondagem de aptidões e iniciação 
profissional. São Paulo : Cortez & Moraes, 1976. LEI de Diretrizes e Bases da 
Educação. Lei 9394/96. 
LEWIS, Melvin, WOLKMAN, Fred. Aspectos clínicos do desenvolvimento na infância 
e adolescência. 3. ed. Porto Alegre : Artes Médicas, 1993. 
LÜCK, Heloisa. Planejamento em orientação educacional. 6. ed. Petrópolis : Vozes, 
1992. 
PARÂMETROS Curriculares Nacionais. Brasília: MEC, 1997. 
PROSPECTIVA: Revista de Orientação Educacional. AOERGS, Porto Alegre, n. 25, 
dez. 1999. 
SAVIANI, Dermeval. Educação: do sendo comum à consciência filosófica. 
São Paulo : Cortez, 1980. 
THUMS, Jorge. Acesso à realidade: técnicas de pesquisas e construção do 
conhecimento. Porto Alegre : Sulina : Ulbra, 2000. 
WADSWORTH, Barry J. Inteligência e afetividade da criança na teoria de 
 
 
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Orientação Educacional 
 
Piaget. 5. ed. Revisada São Paulo : Pioneira, 1996.LEWIS, Melvin, WOLKMAN, Fred. 
Aspectos clínicos do desenvolvimento na infância e adolescência. 3. ed. Porto Alegre 
: Artes Médicas, 1993. 
BONFIM, Elizabeth de Melo Araújo. Orientação Educacional no Brasil: Estudo da 
Produção Literária (1940-1980), Dissertação de Mestrado, Rio de Janeiro, UFRJ, 
1981. 
BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n 9394, de 20 de dezembro 
de 1996. 
BRASIL, Conselho Nacional de Educação- Conselho Pleno- n 01, de 15 de maio de 
2006. 
CANDAU, Vera Maria (org.). Rumo a uma nova didática. Petrópolis: Vozes, 1990. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia, saberes necessários à prática educativa. 
São Paulo: Paz e Terra, 1996. 
GIACAGLIA, Lia Renata Angeli. Orientação Educacional na Prática: princípios, 
técnicas e instrumentos- 3. ed. São Paulo: Pioneira, 1997. 
GRINSPUN, Mirian P. S. Z. A Orientação Educacional e o Contexto Social. Rio de 
Janeiro, Revista Fórum, 1986. 
GRINSPUN, Mirian P. S. Zippin. A Orientação Educacional: Conflitos de paradigmas 
e alternativas para a escola. São Paulo: Cortez, 2002. 
GRINSPUN, Mirian, P. S. Z. A Orientação Educacional: conflitos de paradigmas e 
alternativas para a escola-3 ed. Ampl. – São Paulo: Cortez, 2006. 
GRINSPUN, Mirian P. S. Z. (Org) A Prática dos Orientadores Educacionais- 6 ed. 
Aumentada - São Paulo: Cortez, 2008. 
JOSI, Maria Raineldes. Didática Geral: um olhar para o futuro. Campinas, SP: Alínea, 
2003, 3 ed. 
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê, São Paulo: Cortez, 1996. 
MORAIS, Maria de Lourdes Cysneiros de. Orientação Educacional: O ontem, o 
agora... e o depois???adequando, da melhor forma 
possível, o jovem estudante às profissões disponíveis” (BONFIM, 1981, P.21). 
O período Institucional caracterizou-se pelo surgimento da Orientação 
Educacional na legislação brasileira. Nesse período ocorreu toda a exigência legal da 
 
 
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Orientação Educacional 
Orientação nas escolas com grande esforço do Ministério da Educação e Cultura para 
dinamizá-la e os cursos que cuidavam da formação de orientadores educacionais. 
De acordo com Bonfim (1981), a Orientação Educacional, nesse período em 
que é instituída por lei, no Brasil, buscava, com bases científicas, alcançar o 
desenvolvimento integral da adequação da personalidade do educando, visando o seu 
ajustamento pessoal, escolar e social. Não tendo em vista a formação da 
personalidade do aluno em função de princípios morais e religiosos, e nem mesmo a 
sua adequação ao exercício da profissão. 
Estando, nessa fase, o sucesso do orientador dependendo diretamente da sua 
compreensão da escola como um sistema social, a fim de determinar o tipo de ajuda 
que deveria oferecer e ainda como oferecê-la. As contradições da própria sociedade 
não eram questionadas e as atividades da orientação eram marcadas por um cunho 
assistencial. 
No início da década de 60 surge um movimento com o objetivo de transformar 
a orientação importada em uma orientação necessária à realidade brasileira, 
assinalando assim o surgimento de um novo período na orientação educacional, 
denominado período transformador. Nessa fase cria-se a profissão do orientador 
educacional no Brasil, sistematizada pela Lei de Diretrizes e Bases n 4024 de 1961, 
que buscava delinear um campo próprio para a orientação Educacional, além de 
reafirmar a sua obrigatoriedade e estabelecer normas para a formação desse 
profissional. 
Em 1968, a Lei 5562 preceitua em seu artigo primeiro, que a Orientação 
Educacional seja realizada de maneira a integrar os elementos que exercem influência 
na formação do indivíduo, preparando-o para p exercício das opções básicas. 
Passando então a ser inserida no programa geral da escola, com o objetivo de 
favorecer a existência de um ambiente educativo saudável, pela interação das várias 
funções e papéis dos que formavam a comunidade escolar. 
Ainda nesse período, por meio do parecer n 252, de 12 de maio de 1969, 
estabeleceu-se a formação do orientador educacional em nível fé graduação, como 
uma das habilitações do curso de pedagogia. 
Em 1971, com a Lei n 5692, tem início o período Disciplinador. Nessa fase, 
observa-se o surgimento de uma ênfase de adaptação às necessidades sociais e à 
 
 
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Orientação Educacional 
formação profissional. No artigo 10 da referida lei, o aconselhamento vocacional, em 
cooperação com os professores, a família e a comunidade escolar, veio fazer brotar 
uma nova fase na Orientação Educacional. Nesse momento o exercício da função de 
orientador educacional põe em destaque a orientação vocacional detalhando-a desde 
a caracterização da comunidade, da escola e da clientela, ao processo de sondagem 
de interesses, aptidões e habilidades, à informação profissional, ao acompanhamento 
pós escolar e a integração entre escola, família, comunidade. 
Nesse momento, surgem várias correntes ou concepções de orientação 
educacional. Segundo Bonfim (1981), é uma fase em que vamos encontrar uma 
abordagem: “Que se preocupava em propiciar oportunidades de individuação da 
educação, visando a garantir a todos os alunos condições de formação de uma 
personalidade crítica e objetiva, favorecendo o desenvolvimento de cada aluno no 
sentido da construção saudável de sua autonomia” (p.29). 
Passando a Orientação Educacional a ser vista como responsável pelo 
desenvolvimento das relações interpessoais e, por isso, passível de ser estendida a 
todos os níveis de ensino. Surgindo dessa forma uma nova estratégia de trabalho, em 
que a Orientação estava centrada no professor e enfatizava-se o envolvimento de toda 
a equipe educativa. 
Essa perspectiva de Orientação Educacional foi a precursora de todo o 
movimento crítico a se desencadear na década de 80, começam a surgir os 
questionamentos dos profissionais com relação tanto à ideologia que regia a prática 
da Orientação Educacional, como as próprias teorias e instrumentos utilizados. Tendo 
início assim o Período Questionador. 
O Período Questionador se configurou como um momento de parada e reflexão 
que retrata as inquietações pelas quais passou a Orientação Educacional na busca 
por um espaço próprio, específico e definido no campo educacional. Havendo nesse 
período uma busca intensa por uma análise crítica do papel do orientador educacional 
nas escolas, bem como por uma caracterização do próprio serviço de Orientação 
Educacional no processo educativo. 
Nesse momento os orientadores, enquanto trabalhadores, organizam-se de 
maneira mais objetiva através dos sindicatos, fortalecendo sua relação com os demais 
profissionais da educação. 
 
 
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Orientação Educacional 
 
Fonte: http://www.revistaeducacao.com.br/n a - sal a - d a - orientaca o - educacional / 
 
O papel do orientador educacional enquanto trabalhador foi amplamente 
discutido, desvelando seu compromisso político e pedagógico. A pratica dos 
orientadores ia sendo diferenciada de acordo com as possibilidades e espaços 
conquistados. 
Dessa forma, toda a prática da Orientação ia se debruçando nesta concepção 
de educação como um ato político, estando intrinsecamente relacionada com as 
mudanças ocorridas no núcleo da sociedade. Discutia-se a questão do trabalho não 
pelo caminho da sondagem de aptidões individuais, mas pelas questões sociais e pelo 
significado do próprio trabalho. 
A partir de 1990, no dizer de Grinspun (2008) “inúmeros são os fatores que nos 
mostram um novo momento vivido por esta área” (p.25). Houve a extinção da 
Federação Nacional de orientação educacional (FENOE), e, em uma tentativa de 
unificação dos trabalhadores de educação, a criação de uma entidade nacional, a 
Confederação Nacional dos Trabalhadores de Educação. De acordo com Grinspun, 
foi precipitada a extinção de um órgão para o fortalecimento de outro, pois estes não 
seriam excludentes, mas complementares. 
Surge nesse momento, para muitos, uma grande insegurança em relação ao 
espaço ocupado pelo orientador educacional, em termos de prática e de mercado de 
trabalho. Segundo Grinspun: “A prática que virá esta sendo construída, uma vez que 
os orientadores têm que buscar – sem o apoio específico de sua categoria em termos 
http://www.revistaeducacao.com.br/na-sala-da-orientacao-educacional/
http://www.revistaeducacao.com.br/na-sala-da-orientacao-educacional/
http://www.revistaeducacao.com.br/na-sala-da-orientacao-educacional/
http://www.revistaeducacao.com.br/na-sala-da-orientacao-educacional/
http://www.revistaeducacao.com.br/na-sala-da-orientacao-educacional/
http://www.revistaeducacao.com.br/na-sala-da-orientacao-educacional/
http://www.revistaeducacao.com.br/na-sala-da-orientacao-educacional/
http://www.revistaeducacao.com.br/na-sala-da-orientacao-educacional/
http://www.revistaeducacao.com.br/na-sala-da-orientacao-educacional/
http://www.revistaeducacao.com.br/na-sala-da-orientacao-educacional/
http://www.revistaeducacao.com.br/na-sala-da-orientacao-educacional/
http://www.revistaeducacao.com.br/na-sala-da-orientacao-educacional/
http://www.revistaeducacao.com.br/na-sala-da-orientacao-educacional/
http://www.revistaeducacao.com.br/na-sala-da-orientacao-educacional/
http://www.revistaeducacao.com.br/na-sala-da-orientacao-educacional/
 
 
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Orientação Educacional 
de órgão de classe _ a especificidade requerida no trabalho com os demais 
educadores” (2008, p.25). 
Porém, de acordo com a autora, a orientação nunca deixará de existir embora 
sua práticadeva relacionar-se com o novo contexto, social, político e histórico que 
iremos experienciar, e, ainda, não deixará de existir, pois nunca deixará de existir a 
educação, e elas estão ligadas a tal ponto que o próprio conceito etimológico de 
educação se compromete, enquanto educare, com orientação, isto é, refere-se a 
orientar, guiar, conduzir o indivíduo. (Ibidem, p.26). 
 
A RELAÇÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA NO COTIDIANO DA 
ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 
 
A Orientação Educacional caminha de acordo com a educação, sofrendo as 
mesmas influências desta no decorrer do tempo, sendo submetida à mesma 
perspectiva teórico-prática a qual a educação é submetida. 
Durante um longo período a escola teve como função ensinar o aluno que, por 
sua vez, tinha a função de aprender. Se nesse processo alguma coisa desse errado, 
a causa era de inteira responsabilidade do aluno, precisando ele de um 
acompanhamento para a resolução de seu problema. E nesse contexto é que aparecia 
a função do orientador, tendo esse profissional apenas que fazer com que o aluno a 
se encaixasse no sistema. 
Com o tempo, a educação passa a sofrer grande influência de outras instâncias 
da sociedade, por exemplo, dos meios de comunicação. Nesse contexto o aluno passa 
a perceber com mais clareza a sua posição de sujeito, fazendo sua história, sua 
formação. E a orientação educacional passa a ter uma amplitude de ações nessa 
prática pedagógica, sendo um profissional que respeita o senso comum, aprecia o 
conhecimento científico, e esta ciente de que seu exercício só é possível porque existe 
uma teoria que lhe permite desenvolver sua proposta pedagógica (GRINSPUN, 2002, 
p.48). 
Para Grinspun (2008) podemos interpretar a teoria como um pensar, um 
raciocinar, a partir de determinados princípios e pressupostos; a prática seria a 
realização, a ação e os resultados. 
 
 
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Orientação Educacional 
São muitas as formas de conceber a relação entre teoria e prática. Havendo um 
grupo de teóricos que percebe uma relação de unidade entre teoria e prática e outro 
uma visão dicotômica. Candau (1990) identifica dois agrupamentos responsáveis pela 
visão dicotômica e pela visão de unidade. 
A primeira forma esta centrada na separação entre teoria e prática, estando 
esses componentes totalmente isolados, até opostos. Dessa maneira, os teóricos 
pensam e os práticos executam. Na visão associativa os polos não são opostos, mas 
justapostos, teoria e prática são indissociáveis da práxis, definida, de acordo com 
Vasquez, como: 
“Atividade teórico-prática, ou seja, tem um lado ideal, teórico, e um lado 
material, propriamente prático, com a particularidade de que só artificialmente, por um 
processo de abstração, podemos separar, isolar um do outro” (VASQUEZ, 1977, apud 
GRINSPUN, 2008). 
Na visão de Grinspun, o educador trabalha a relação entre teoria e prática de 
três formas distintas. Na primeira as duas áreas separadamente, justapostas, onde o 
professor estuda as teorias e posteriormente efetiva a sua prática. Na segunda forma 
é a concepção de que a prática significa a aplicação da teoria pedagógica. Tendo de 
um lado as abordagens teóricas e do outro o resultado dos estudos realizados. A 
terceira forma seria o tratamento conjunto e integrado da teoria com a prática. O 
pensar e o agir estariam juntos. Nessa forma última o educador desenvolve uma práxis 
criadora, na medida em que a vinculação entre o pensar e o agir se fazem presentes 
em termos de unicidade. 
A produção intelectual no Brasil já conta com um considerável número de 
pesquisas sobre a evolução teórico-prática da educação, mas na prática não há o 
devido entendimento do que propõem as teorias. Sendo necessária uma pesquisa 
junto ao movimento da Educação brasileira para captar a concretude da relação 
teórico-prática do fenômeno educativo. Para a construção de uma prática educativa 
que de fato contemple a união entre teoria e prática, é necessária a realização de 
pesquisas sobre o processo educativo, que não se distanciem da educação construída 
no dia-a-dia das relações entre os agentes pedagógicos da escola. 
 
 
 
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Orientação Educacional 
As tendências pedagógicas e a Orientação Educacional 
 
Da mesma forma que a educação acompanha o perfil que determinada época 
lhe impõe, na Orientação educacional ocorre igual procedimento. Sobre isso Grinspun 
(2008), traz que cada linha teórica acabou definindo a prática educativa do orientador 
dentro do âmbito da escola. Veremos a seguir alguns pontos dessa orientação a partir 
das tendências educacionais contemporâneas destacadas por Libâneo (1996), 
relacionando as teorias não-críticas e críticas da educação. 
Na educação tradicional a orientação se caracteriza como terapêutica e 
psicológica, estando destinada aos alunos problemáticos com o objetivo de ajustá-los 
aos modelos apresentados pela família, pela escola e pela sociedade. Nessa 
abordagem teórica o problema, tanto da aprendizagem, como da conduta, era sempre 
uma questão referente ao aluno, desprezando as variáveis que interferiam nesse 
contexto. 
Na educação renovada progressivista o orientador tinha como função auxiliar o 
desenvolvimento cognitivo dos alunos, identificando-o através de testes específicos e 
trabalhando em termos individuais. 
Na renovada não-diretiva a orientação esta relacionada à afetividade, tendo 
nesse momento a função de facilitadora de mudanças. 
A educação tecnicista apresenta uma linha funcionalista, com ênfase nas 
técnicas de seu processo. Com a preocupação principal de identificar as aptidões dos 
alunos para um determinado mercado de trabalho. 
Na educação libertária a orientação tinha a função de assessorar o professor 
na medida em que era o catalisador do grupo junto aos alunos. A orientação discutiria 
as formas de poder, as questões da relação do poder com as classes trabalhadoras, 
subsidiando a formação dos alunos para a vivencia grupal e a consciência da 
participação crítica na sociedade. 
Na libertadora a orientação possui o papel de captar o mundo real dos alunos, 
sendo que estes devem ser percebidos como sujeitos históricos, concretos e reais. A 
orientação trabalhava questionando concretamente a realidade das relações do 
homem com a natureza e com os outros homens, visando a uma transformação, 
sendo, por isso, considerada uma educação crítica. Nessa tendência o educador e os 
 
 
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Orientação Educacional 
educandos se posicionam como sujeitos no processo de ensino aprendizagem. Sob 
essa ótica, uma perspectiva política também constitui um fundamento da educação. 
Na educação crítico-social dos conteúdos a educação prepara para o mundo e 
suas contradições, fornecendo instrumental, através da aquisição do conteúdo e da 
socialização. A orientação procura valorizar o aluno e sua experiência em um contexto 
cultural para posteriormente confrontá-lo com os conteúdos e modelos apresentados 
pelo educador. Nesse contexto, orientador procura ser um mediador nessa busca, 
auxiliando o aluno na busca pela autonomia, ajudando-o dessa forma a compreender 
as realidades sociais enquanto sujeito de sua história. 
Na concepção de educação fundamentada em uma abordagem construtivista, 
a orientação teria a função de promover os meios para a aquisição do conhecimento 
por parte do aluno, procurando resgatar sua realidade cultural e ainda promover o 
desenvolvimento e aquisição do conhecimento. Nessa prática pedagógica acreditasse 
que todo conhecimento provem de uma prática social e que o conhecimento é um 
empreendimento coletivo, não podendo, portanto ser produzido na solidão do sujeito. 
A orientação acompanhou a evolução teórico-prática da educação. No caso das 
teorias acríticas, a orientação também fez seu papel acrítico em sua concepção de 
educação e na metodologia empregada.A Orientação procurava identificar as 
aptidões dos alunos e seu possível ajustamento na escola, família e na sociedade. 
Estando comprometida com o aluno problema e as situações de desajustamento do 
mesmo nas instituições, enfatizando sempre os aspectos individuais. 
Hoje, na predominância das teorias críticas, o comprometimento da orientação 
está relacionado à dimensão coletiva que favorece o desenvolvimento do aluno. O 
orientador educacional tem como objeto “a articulação currículo-sociedade, 
homemnatureza, homem-sociedade, escola-trabalho, escola-vida e, como ação 
fundamental, a leitura crítica permanente da sociedade e do mundo em que vivemos” 
(Ibidem, p.50). 
A Orientação Educacional busca compreender a teoria e a prática em uma 
relação de mutualidade, de dependência e de reciprocidade. Objetivando auxiliar na 
construção de uma prática emancipatória, encontrando na teoria a função de 
mediação. 
 
 
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Orientação Educacional 
Toda atividade realizada na orientação deve ser dirigida pela integração entre 
teoria e prática, englobando os aspectos do campo cognitivo e os valores da própria 
prática. Essa junção é que vai direcionar a ação da Orientação Educacional, que deve 
partir do cotidiano da escola para o conhecimento de sua realidade, e assim buscar o 
conhecimento teórico e retornar ao cotidiano, para um real conhecimento e melhor 
avaliação para nele intervir. 
 
 
 
AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL 
 
A Orientação Educacional deve ser estabelecida como um processo dinâmico, 
contínuo e sistemático, que está presente em toda a vida acadêmica do educando, 
considerando o seu desenvolvimento global, de forma harmoniosa e equilibrada. 
A função de orientar fica a cargo do orientador educacional, profissional 
formado em pedagogia, habilitado ou pós-graduado em Orientação Educacional. 
No plano de ação do orientador educacional, deve ser observado que, em 
virtude de mudanças sócio econômicas ocorridas na sociedade brasileira, a escola 
teve que reformular suas funções tradicionais, redefinir o seu papel e criar novos 
serviços, aumentando-se, assim, o número de pessoas envolvidas no processo 
educativo assim como o nível de complexidade dessa instituição. 
Assim, acabou gradativamente por assumir a responsabilidade pelo 
desenvolvimento integral do educando em seus diferentes aspectos: físico, intelectual, 
social emocional, moral, vocacional, profissional, enfim, os aspectos em relação aos 
quais a criança e o adolescente se desenvolvem, enquanto nela permanecem 
(GIACAGLIA, 1997, p. 11). 
Como o aluno passa um grande número de horas na escola, e como esta 
instituição é, ou ao menos deveria ser a instituição mais bem aparelhada para exercer 
influencia sistemática e científica na educação dos jovens, espera-se dela atualmente 
mais que a transmissão de conhecimentos. 
Enquanto uma função complementar ao processo de ensinoaprendizagem, a 
Orientação Educacional é: “Atualmente concebida, por especialistas como um 
 
 
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Orientação Educacional 
processo sistemático e contínuo que se caracteriza por uma assistência profissional 
realizada por meio de métodos e técnicas pedagógicas e/ou psicológicas, exercida 
direta ou indiretamente sobre os alunos, levando-os ao conhecimento de suas 
características pessoais e do ambiente sócio-cultural, a fim de que possam tomar 
decisões apropriadas às melhores perspectivas de seu desenvolvimento pessoal e 
social” (Ibidem, p. 11). 
Dessa forma, a Orientação torna-se cada vez mais necessária ao processo de 
ensino-aprendizagem, concluindo-se que a educação não pode se esgotar 
unicamente na relação entre professor e aluno. Impondo-se entre nós não como um 
recurso adicional para o aprimoramento da escola, mas, sim, como uma necessidade 
para responder às demandas do desenvolvimento pessoal e social do aluno. 
Dadas à necessidade e a importância que a Orientação Educacional assume 
nas escolas brasileiras, conhecendo suas atribuições legais e alertando sobre os 
processos éticos que devem reger seu comportamento profissional, ao iniciar o 
exercício de suas funções, o Orientador Educacional, conforme a época e as 
condições de trabalho, precisa conhecer as características da escola e da 
comunidade; os fundamentos para a formulação de objetivos em educação; 
estratégias adequadas a sua atuação, bem como instrumentos e técnicas úteis para 
essas tarefas. 
A seguir veremos algumas áreas de atuação do profissional de orientação 
educacional na atualidade. 
 
 
A Orientação Educacional e a família do aluno 
 
 
 
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Orientação Educacional 
 
procurando obter sua colaboração, já que ambos têm como objetivo o bem estar, o 
desenvolvimento e a formação do educando. 
A Orientação Familiar é uma das atribuições do orientador educacional de 
acordo com o decreto que regulamenta sua profissão. De acordo com a legislação 
vigente, a Orientação educacional será exercida em cooperação com a família, 
cabendo ao orientador educacional participar no processo de integração entre escola, 
família e sociedade. 
A criança, de modo geral, se desenvolve na instituição familiar que é 
encarregada de prover recursos necessários a sua sobrevivência; da assistência na 
área da saúde; ministrar - lhe os primeiros en sinamentos e de propicia - lhe uma base 
afetiva. A escola, por sua vez, esta incumbida de realizar a instrução formal das 
crianças e dos jovens. Surge então, como condição básica para que possam ser 
cumpridas as finalidades educacionais, a necessidade do con hecimento mútuo entre 
ambas para a compatibilização das expectativas e para a integração entre as duas 
instituições. 
Como elemento de ligação entre a escola e a família o orientador educacional 
deve manter uma comunicação constante com a família, respeitando seus valores e 
 
 
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Orientação Educacional 
Ao planejar o trabalho na área de Orientação Familiar, é necessário levantar 
um conjunto amplo de informações para caracterizar as famílias, seus valores e suas 
expectativas. Com o conhecimento dos dados básicos haverá maior facilidade para 
manter um canal e um fluxo permanente de informações entre a Orientação 
Educacional e a família e vice-versa. 
 “O conhecimento da família e uma comunicação efetiva entre ela e a escola, 
além de condições básicas para a realização de uma Orientação Familiar eficiente, 
são essenciais para a busca de uma unidade de princípios de atuação entre ambas 
as instituições” (Ibidem, p.57). 
A atuação da escola em relação ao aluno é bastante ampla e diversificada não 
se atendo apenas aos aspectos de aprendizagem de conteúdos escolares. São 
inúmeros os aspectos em que é necessário haver concordância de princípios e de 
atuação entre a família e a escola, cabendo ao orientador trabalhar diversos temas, 
dentre eles, tudo o que se refere à execução das tarefas escolares e às atividades 
extracurriculares. 
Principalmente nos tempos atuais, muitos pais sentem-se inseguros para 
educar seus filhos e em nome de teorias mal entendidas, adotam atitudes muito 
permissivas temendo causar problemas para os filhos. Outros optam por atitudes 
extremas e opostas, e ainda há outros que alternam tratamentos rigorosos e 
permissivos, conforme a situação. 
A criança necessita na sua educação de uma orientação segura e do 
estabelecimento de limites para o seu comportamento. 
A discussão sobre essa temática pode ser útil para alertar os pais sobre a 
necessidade do estabelecimento de limites e para dar parâmetros aos que necessitam 
de orientação. A falta do estabelecimento de limites e de disciplina no lar tem reflexos 
no comportamento do aluno na escola e no seu rendimento escolar. 
A eficiência do trabalho na área de orientaçãofamiliar depende, em grande 
parte do conhecimento da comunidade e das famílias dos alunos. Boa parte dos dados 
necessários é encontrada na caracterização da comunidade que faz parte do Projeto 
Político Pedagógico e nas fichas dos alunos que ficam na secretaria da escola. 
 
 
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Orientação Educacional 
Podem ser utilizadas diferentes estratégias para o levantamento de 
informações, dentre essas, destacam-se as reuniões as entrevistas solicitadas pelos 
pais ou pelo Orientador Educacional, cursos e palestras promovidas pela escola. 
Na maior parte das situações é difícil manter um contato individual e sistemático 
com todas as famílias dos alunos, sendo a reunião com pais ou responsáveis o recurso 
mais prático e mais frequente de interação entre escola e família. 
Considerando-se, pois, a frequência com que ocorrem essas reuniões e a 
importância que assumem, é importante atentar para alguns pré-requisitos que 
assegurem a elas maior eficácia. Dentre esses se destacam: boa organização e 
planejamento, periodicidade, datas, duração e escolha de horários favoráveis à 
presença do maior número possível de pais; pontualidade, elaboração de pautas 
contendo temática de interesse geral, convocação por escrito e local adequado. 
A elaboração de festas escolares e de atividades extra classe, embora não seja 
responsabilidade do Orientador Educacional, constituem uma oportunidade de manter 
contato com os pais e a comunidade, facilitando assim a sua atuação. 
É importante mostrar que as relações entre escola e família não se restringem 
a punições ou recriminações mútuas. Antes devem se basear no cooperativismo e na 
interatividade. 
A partir das informações colhidas de várias fontes e do convívio com as famílias 
o Orientador Educacional terá a oportunidade de conhecer os pais e saber do 
interesse, das capacidades e da disponibilidade deles para colaborar com as 
atividades da escola a fim de colaborar com o processo de ensino aprendizagem de 
seu filho. 
 
A Orientação Educacional e a integração do aluno à escola e à sociedade 
 
O aluno que ingressa na escola irá passar nela muitas horas do dia e muitos 
dias de sua vida. Portanto é importante que a mesma se constitua em um ambiente 
interessante e agradável que, além da formação intelectual favoreça o 
desenvolvimento sadio do educando. 
Entretanto, por outro lado, ela pode vir a se tornar um meio hostil onde 
problemas preexistentes se agravam e/ou onde sérios problemas têm inicio. 
 
 
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Orientação Educacional 
Dessa forma, a adaptação do aluno ao ambiente escolar e ao meio social no 
qual está inserido deve ser foco da ação do orientador educacional, tendo em vista 
que a adaptação do indivíduo ao meio interfere diretamente na sua produtividade. Em 
grande parte, experiências positivas ou negativas vivenciadas na escola irão refletirse 
por toda a vida do educando. 
Costuma ocorrer, com frequência, a existência de estudantes que, por 
pertencerem a minorias de algum tipo, são rejeitados pelos colegas. Com relação a 
essa situação de discriminação, o orientador educacional deve recorrer a técnicas 
como o aconselhamento, para ajudar a enfrentar situações difíceis que irão vivenciar, 
na escola e na vida em geral. Entretanto, não basta dar apenas assistência às vitimas 
de discriminação, ele deve, também, aproveitar a situação para orientar os que 
exercem a discriminação. 
Se não for dada a devida atenção a tais problemas, eles poderão contribuir para 
a deterioração das relações no ambiente escolar. 
A atuação do Orientador Educacional deverá ser preventiva. Estratégias como 
palestras, filmes, leituras, intercâmbios, visitas e discussões em grupo sobre a 
diversidade de costumes, religiões, crenças, etnias, classes sociais, etc., existentes 
entre pessoas devem ser empregadas para desenvolver o respeito à tolerância do 
aluno quanto às diferenças individuais. 
Estudantes com falta de base ou com dificuldade de aprendizagem também 
requerem atenção especial para que esses problemas não dêem origem a 
desajustamentos em relação à escola. Tanto os defasados dos demais em conteúdo 
ou em ritmo de aprendizagem quanto os superdotados podem apresentar dificuldades 
de adaptação ao sistema escolar e, dificilmente as escolas estão preparadas para lidar 
de modo adequado com esses alunos. De modo geral, a seleção dos conteúdos e do 
ritmo do processo de ensino aprendizagem tem como base a capacidade média da 
classe, e, por esse motivo, acabam não sendo adequados para os menos aptos e 
também não representam desafios para os superdotados, o que leva ao desinteresse 
e a falta de motivação para o estudo. Em cooperação com os professores, o 
Orientador Educacional deve procurar identificar tais estudantes para buscar 
desenvolver suas potencialidades e canalizá-las tanto em benefício do próprio aluno 
como de seus colegas e da escola como um todo. 
 
 
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Orientação Educacional 
É necessário que o orientador educacional tenha sempre em mente, para 
melhor compreender o comportamento de seus alunos que, principalmente na 
adolescência, a determinação do comportamento sofre a influencia da necessidade e 
a busca pela aceitação. Giacaglia (1997) fala sobre essa busca pelo pertencimento a 
um grupo que influencia no comportamento dos jovens. 
 “Dois motivos mostram-se particularmente importantes na determinação 
desses comportamentos. São os motivos de afiliação e o gregário. O adolescente 
deseja “pertencer” ao grupo do qual faz parte e, muitas vezes, para conseguir se 
integrar chega a comportamentos extremos para chamar a atenção” (Ibidem, p.90). 
 Ao buscar a solucionar os conflitos existentes o primeiro foco do orientador 
deve ser a busca pelo que desencadeou o conflito. 
Cabe ao Orientador Educacional, com o auxílio dos demais educadores, o 
desafio de fazer da escola um ambiente adequado e agradável para todos e, 
sobretudo, fazer dela uma instituição educativa, no sentido mais amplo do termo. 
 
A Orientação Educacional e o desenvolvimento físico e emocional do 
aluno 
 
A função precípua da escola é o ensino, porém ela tem assumido, cada vez 
mais, a responsabilidade pela educação integral do aluno. Esse contexto não deixa 
de ser legitimo, pois, no dizer de Giacaglia: “O indivíduo que aprende é um ser 
complexo que se desenvolve não só no aspecto intelectual, como também, e 
concomitante, no afetivo emocional, físico-motor, social, sexual, vocacional, enfim, em 
todos os aspectos de sua personalidade” (Ibidem, p.99). 
Por essa razão e também porque dificuldades ou problemas nessas áreas 
poderão afetar o rendimento escolar do aluno, o Orientador Educacional não pode 
desconsiderá-las no seu trabalho. 
A escola deve atentar para a problemática de seus alunos e estar preparada 
para lidar, da melhor maneira possível como ela. Crianças e adolescentes costumam 
lidar com conflitos não só do ponto de vista interno de suas frustrações ou complexos, 
mas também em relação aos colegas que podem usar tais problemas para agredi-los 
aumentando a proporção do problema. 
 
 
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Orientação Educacional 
Além da ajuda que o Orientador Educacional possa dar a esses alunos, é 
necessário, às vezes, estabelecer contato com médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, 
fisioterapeutas, de um lado, e com professores e pais de outro. 
Mesmo estudantes sem problemas especiais de saúde precisam ser orientados 
sobre doenças e higiene pessoal. Da mesma forma ocorre com relação às doenças. 
Em caráter preventivo, O orientador Educacional poderá sugerir campanhas diversas 
sobre saúde e higiene, na escola, em conjunto com professores de áreas afins e, se 
for o caso, com membros da equipe técnica ou outros pessoas da comunidade. 
Dentre os aspectos dodesenvolvimento do educando, uma área que merece 
grande atenção é a orientação sexual-afetiva. Jovem e crianças necessitam de 
assistência nesses aspectos da educação e, dificilmente, encontram na família e em 
outras instituições, orientação útil e adequada. Existindo a necessidade de que o 
Orientador Educacional procure se informar sobre a filosofia e a posição da escola e 
da comunidade, sobre as expectativas dos pais, a programação dos professores e as 
necessidades dos alunos a fim de programar as intervenções mais adequadas. 
Ao tratar de temas complexos, com múltiplas implicações, é importante que o 
orientador educacional esteja bem preparado para lidar com eles, atualizando-se 
constantemente e, solicitando auxílio de especialistas. 
Além da saúde física do aluno, há que se considerar, também o emocional. 
Considerando a complexidade e a problemática familiar, agravada pelas crises 
socioeconômicas que afetam a família, a frequência de alunos com problemas 
emocionais tem aumentado gradativamente. A tendência natural de crianças e 
adolescentes é demonstrar que estão passando por problemas através de seu 
comportamento. Nesse contexto, muitos alunos apresentam comportamentos 
agressivos, de revolta ou de apatia. Outros se mostram tímidos ou superprotegidos. 
É necessário que o Orientador educacional juntamente com os professores esteja 
preparado para orientar os alunos de acordo com cada situação. 
Crianças e jovens podem apresentar sinais indicativos de sintomas 
psicossomáticos relacionados à escola ou/e a problemas familiares. Expressando, por 
meio de sintomas físicos, a existência de conflitos emocionais. 
Dificilmente, tais alunos conseguirão superar, sozinhos esses problemas, que 
acabam por interferir tanto na saúde mental como no desempenho escolar do aluno. 
 
 
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Orientação Educacional 
Sendo extremamente relevante um trabalho do Orientador Educacional no sentido de 
lidar da melhor maneira possível, com essas situações tão comuns nas escolas, e que, 
muitas vezes, são ignoradas ou negligenciadas. 
 
 COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL 
 
Até que ponto estará o Orientador realmente consciente do seu papel, dos seus 
direitos e dever? 
A consciência de si, e da realidade concreta que o cerca, o conhecimento de 
seu papel frente a esta realidade, vão dar validade e significação à história do homem. 
No entanto, o homem nasce dentro de um mundo já interpretado e criado. Este fato 
propicia certa alienação e despreocupação com a análise e reflexão deste mundo. 
Segundo Heloisa Lück (1982), “o homem se torna acrítico, mais 
receptor que transmissor, mais paciente que agente. É necessário interferir neste 
contexto. Sendo assim, cabe à educação, estimular e promover a formação da 
consciência, ou seja, estabelecimento de identidade pessoal do homem e 
compreensão de seu relacionamento com o mundo. Este processo não pode ser 
considerado acabado e sim entendido como dinâmico e um constante “dever ser”. 
Deve despojar-se de preconceitos e subjetividade. “ 
A autora cita alguns elementos que interferem na formação da Consciência: 
 
Intencionalidade – predisposição do indivíduo de compreender, interpretar e 
explicar os fatos; 
Capacidade perceptiva – quanto mais adequada e objetiva for a 
capacidade de percepção, maior será a correspondência da consciência com o fato 
real; 
Operações mentais – determinam a superioridade, flexibilidade e nível de 
conscientização; 
Historicidade e temporalidade – estabelecem o espírito da consciência e do 
ato consciente; 
Julgamento moral – os valores formam parte primordial da consciência que a 
pessoa elabora de si e do seu mundo. 
 
 
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Orientação Educacional 
Mosquera (1978) afirma que “a vida autêntica inicia quando nos negamos a 
permanecer na alienação e na desumanização e caminhamos rumo a uma vida 
consciente, autêntica e mais humana. O processo educativo deve ter como função 
primordial à formação da consciência do indivíduo, entendida como conscientização 
do homem enquanto homem e não orientado por uma ideologia política. Não se trata 
de doutrinação, mas sim ensinar a pensar e não, o que pensar. Deve possibilitar ao 
homem aumento de sua capacidade e liberdade de escolha. ” 
Conforme as citações acima, o homem tendo uma maior consciência de si 
torna-se um ser crítico, atuante e transformador do mundo que o cerca sendo 
importante a observação de tudo o que está ao seu redor. Algumas vezes a atuação 
do Orientador Educacional é comprometida pela imagem formada ao longo dos anos. 
Isto se torna mais sério quando se sabe que a consciência de si não é feita 
isoladamente, mas através de relações. Por outro lado, o Orientador deve ter o 
cuidado de não ser o doutrinador, no sentido de determinar a consciência crítica dos 
alunos. 
O sentimento de identidade do homem inicia quando ele concebe o mundo 
exterior como coisa separada e independente dele, quando começa a tomar 
consciência de si mesmo, como sujeito de suas ações, quando é capaz de dizer, EU 
SOU. 
Referindo-se ao papel do Orientador Educacional, Alzira Tenfen da Silva 
(1981), relaciona, a partir da posição de diversos autores, alguns dos 
papéis a ele atribuídos, tais como: 
Especialista – prioridade ao aconselhamento psicopedagógico. 
Generalista – orientação de grupo, registro de alunos, sessões de aula, 
aplicação de testes, organização de classes, fichas cumulativas, etc. 
Monitor – orientação centrada no aluno. 
Assessor – orientação centrada no contexto. 
Consultor e assessor – assessoramento de pessoas e pequenos grupos, 
consultando professores, diretores, pais e outros. 
Agente de mudança – revisão crítica. 
Profissional de ajuda – ajuda, assessoramento. 
Catalizador – o indivíduo realizando seu próprio papel. 
 
 
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Orientação Educacional 
Conselheiro e guia pessoal do aluno. 
Agente de informações sobre oportunidades educacionais e ocupacionais. 
Orientador da vocação do aluno. 
 Mediador entre comunidade escolar e familiar. 
 
Membro do grupo profissional. 
 
A identidade do Orientador Educacional como um profissional e o seu 
posicionamento frente à vida são fatores que caracterizam o desencadeamento do 
processo de Orientação. 
Se toda identificação profissional pressupõe reforço de valoração, supõese que 
o Orientador Educacional vivencie valores pessoais na sua atuação. Crenças, valores, 
atitudes da pessoa, ao serem associados com elementos comportamentais comuns a 
uma determinada profissão, delineiam um perfil profissional. 
Na medida em que houver maior coerência entre os valores pessoais e 
expectativas sociais, a identidade profissional é mais consciente. Neste sentido, 
quanto mais clara e precisa a definição das metas da profissão, mais objetivo e 
definido será o desempenho deste profissional. 
O Orientador Educacional, por sua vez, está confuso. Talvez essa confusão se 
deva às razões históricas de seu surgimento ou razões funcionais pelo fato de sua 
classe ser considerada uma subclasse dentro da classe maior do magistério, gerando 
assim conflitos de papéis. Dá-se o conflito de papéis quando o Orientador Educacional 
não consegue realizar o que é de sua competência e realiza atividades incompatíveis 
com sua formação. 
O posicionamento do Orientador Educacional deve incluir uma ética 
profissional, debatendo questões práticas, capazes de suscitar-lhe operações de 
pensamento que o desafiam e levam à reflexão e à pesquisa em busca de uma 
autêntica identidade apoiada em valores significativos. Diversas experiências auxiliam 
no levantamento desta hipótese e acredita se que o espaço existe, basta que os 
profissionais se disponham realmente. Cabe enfatizar que o desempenho do papeldo 
educador faz com que sua proposta seja, efetivamente, na educação. 
 
 
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Orientação Educacional 
Em toda a ação do Orientador Educacional é necessária uma reflexão contínua 
sobre a realidade que o cerca, possibilitando-lhe um posicionamento profissional mais 
adequado. 
Ter sempre presente em suas atividades os princípios que servem de suporte 
ao processo de orientação, levando o a uma ação mais consistente e coerente. 
O Orientador Educacional, muitas vezes, não tem condições de realizar todas 
as tarefas que lhes são pertinentes, correndo o risco de tornar-se generalista, ou de 
esvaziar sua ação, a ponto de torna-la irrelevante na escola. 
De acordo com Saviani (1980), “... a especialidade no campo educacional, 
como toda especialidade, só faz sentido na medida em que a área básica não seja 
perdida de vista... a especificidade da Orientação Educacional é apenas... a divisão 
no plano de educação...”. 
Orientadores Educacionais são antes de tudo, educadores, e a finalidade de 
toda e qualquer ação orientadora é educativa. 
Se a escola é uma instituição que tem por finalidade ensinar bem à totalidade 
dos alunos que a procuram, Orientador Educacional têm por função fundamental 
mobilizar os diferentes saberes dos profissionais que atuam na escola, para que a 
escola cumpra a sua função: que os alunos aprendam. 
Partindo da condição comum de educadores, cada um desempenha tarefas 
específicas, capacitado pela habilitação específica, cujo sentido é dado pelos fins 
comuns. 
A investigação sobre a realidade vivencial do aluno e sua percepção desta 
realidade deve ser o ponto de partida e o fio condutor do processo pedagógico. 
O Orientador Educacional que, através da investigação sobre a realidade, 
percebe que no processo de ensino aprendizagem estão em jogo inúmeras relações, 
compreende que as relações na escola não são um fim em si mesmo, mas meio para 
que o aluno aprenda e amplie o seu conhecimento sobre “relações de ajuda”, 
passando a trabalhar as diferentes relações, que podem influenciar para que o aluno 
aprenda. 
O desenvolvimento de uma concepção crítica de educação comprometida com 
a realidade social e com sua transformação não prescinde do planejamento. Planejar 
 
 
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Orientação Educacional 
envolve, em sua base, compreender a realidade em todos os seus desdobramentos, 
tanto de tempo, quanto de espaço. 
Segundo Heloísa Lück (1991), “Planejar a Orientação Educacional implica 
delinear o seu sentido, os seus rumos, a sua abrangência e as perspectivas de sua 
atuação. Vale dizer que esse planejamento envolve antes de tudo, uma visão global 
sobre a natureza da Educação, da Orientação Educacional e de suas possibilidades 
de ação”. 
Durante a década de 80, o sentido da Educação e da Orientação Educacional 
foi questionado, a tal ponto que grande parte das obras publicadas na área 
evidenciaram um resultado muito maior de menosprezo ao papel da escola 
como agente de Educação e de estabelecimento da antiorientação educacional do 
que de explicitar sua natureza e configurar as possibilidades de sua atuação. 
Na definição da antiorientação, o que se observou foi a construção de uma 
visão negativa e de uma generalizada atitude de desconsideração a tudo quanto o 
orientador educacional realizava nas escolas e a tudo quanto era definido na literatura 
a respeito. Assim, as funções da 
Orientação Educacional passaram a ser condenadas por serem vistas como 
tecnicistas, simplistas e limitadas em sua visão e alcance. 
De fato, as ações da área tinham horizontes limitados e necessitavam de 
revisão que viesse a dar à Orientação Educacional um sentido diferente, mais 
comprometido com a escola com um todo e com a realidade social do aluno. Como 
resultado, a Orientação Educacional ganhou um discurso político para direcionar seu 
trabalho, mas perdeu a força da ação. 
É importante, ter em mente, que de nada valem as boas ideias, se não vierem 
a revestir ações que as ponham em prática. 
A Orientação Educacional tem certas funções (ações) clássicas a serem 
desempenhadas no contexto pedagógico em que estejam inseridas, funções essas 
cujo sentido não é estático, mas sim, transforma-se continuamente, em razão da 
interação múltipla de variados fatores, que ocorre no processo dinâmico da l 
pedagógica. 
 
 
 
 
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Orientação Educacional 
FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL 
 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
A Orientação Educacional na Pré-Escola é muito importante no contexto escolar 
pelo papel que exerce junto à comunidade escolar. Oportuniza a visão criativa do 
profissional, na conscientização dos pais no dever de participar ativamente nas 
atividades escolares. Desperta nos educadores, pais e professores, a 
necessidade da observação em todos os momentos da vida da 
criança. 
Sugere programa de ação integrada entre pais, professores, orientadores 
educacionais que fortaleça a responsabilidade de todos na ação conjunta da 
educação. 
 
 
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Orientação Educacional 
 
https://edumobius.co/2018/07/11/orientadores-educativos-y-su-batalla-por-la-inclusion-en-la-educacion/ 
 
A Orientação Educacional no Ensino Fundamental tem duas tarefas distintas a 
executar. São elas: uma correspondente as quatro primeiras séries e a outra, às quatro 
últimas séries. 
As atribuições do Orientador educacional no Ensino fundamental 
são: 
 
 
 
ENSINO FUNDAMENTAL 
 
 
 
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Orientação Educacional 
•Desenvolver junto ao educando, crianças que, são um trabalho de adaptação 
dos mesmos no ambiente escolar; 
•desenvolver nos educandos, atitudes de otimismo e admiração com o mundo 
que os cerca; 
 •propiciar atividades que favoreça a socialização, a confiança em si e nos 
outros, a iniciativa e a criatividade dos educandos; 
•deve dirigir as vistas dos educandos para os horizontes do mundo, para que 
descubram, com encanto, o próximo, em movimento de distanciamento dos dois 
centros que são o lar e a escola; 
•habituá-los a viver e a conviver no ambiente escolar para que no mesmo se 
ajustem e melhor revejam suas potencialidades, a fim de melhor serem atendidos e 
orientados; 
•observar os educandos quanto às suas peculiaridades de comportamento e 
temperamento, com a cooperação dos professores; 
•nas últimas quartas séries de Ensino Fundamental, o Orientador deve 
dedicarse com mais afinco à exploração e desenvolvimento das aptidões e 
preferências do educando. Vê-se, então, a necessidade de se intensificar o 
funcionamento das atividades extras classes, bem como as oportunidades de visitas, 
excursões e estágios, para que aptidões e preferências tenham mais oportunidades 
de se manifestarem e se desenvolverem; 
•revelar profissionalmente, o mundo do trabalho, uma vez que o educando, 
deva fazer a opção de curso profissionalizante; 
•Cuidados que fazem necessários como a educação sexual e a formação moral, 
pois existe o advento da crise pubertária e o despertar do espírito crítico. 
 
ENSINO MÉDIO 
O Ensino Médio tem por objetivo 
proporcionar ao educando a formação 
necessária ao desenvolvimento de suas 
potencialidades com elementos de 
autorealização, preparação para o trabalho e 
o exercício consciente da cidadania. 
 
 
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Orientação Educacional 
Preocupa-se em esclarecer quanto à 
formação profissional, além, da incumbência 
de melhor orientar o jovem numa 
formação profissional. Tem a preocupação 
de orientar quanto às aptidões, tipos de 
profissões para os níveis técnicos ou 
universitários.AS ATRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NO 
ENSINO MÉDIO SÃO: 
 
•realizar serviço integrado com o Serviço de Supervisão Escolar, visando o 
acompanhamento do rendimento escolar do aluno; 
•Participar dos Conselhos de Classe dando aconselhamento psicopedagógico 
oferecendo e coletando informações; 
•propor atividades que favoreçam as relações interpessoais, aluno x professor 
e aluno x aluno e demais elementos da escola; 
•Participar da elaboração do Plano do SOE e do Plano da Escola; 
•Participar do critério para a constituição de turmas; 
•selecionar atividades e desenvolvê-las atendendo as necessidades dos alunos 
para melhor conhecimento de si e do grupo; 
•Participar da compatibilização do Regimento Interno com a Legislação e 
Diretrizes propostas pelo currículo; 
•Participar das atividades de sondagem para a elaboração do diagnóstico da 
população escolar e da comunidade; 
•Participar da avaliação interna da Escola e do Serviço; 
•manter atualizado o dossiê do aluno; 
•assistir ao aluno individualmente ou em grupo em sessões programadas e 
sistemáticas; 
•programar e coordenar atividades de informação profissional, envolvendo 
professores, família e comunidade; 
•Promover e/ou participar de reuniões e/ou sessões de estudo com 
 
 
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Orientação Educacional 
professores; 
•manter-se informado sobre as necessidades do mercado de trabalho; 
•participar e acompanhar a execução de projetos e atividades especiais 
desenvolvidas na escola, oriundos de órgãos superiores; 
 •manter-se atualizado em assuntos educacionais. 
 
ASPECTOS LEGAIS DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NO CONTEXTO 
EDUCACIONAL 
 
 A Orientação Educacional no Brasil 
nem sempre aconteceu de forma sistemática 
na escola. Encontra-se suas raízes na Lei 
Orgânica do Ensino Industrial de 30 de janeiro 
de 1942 e no Decreto Lei nº 4244 de 04 de 
abril de 1942 que estabelece as diretrizes 
para a Orientação 
Educacional como função de encaminhar os alunos nos estudos e na escolha 
da profissão, sempre em entendimento com sua família. Porém, em seu artigo 50, a 
Orientação Educacional é concebida como um processo de adaptação do sujeito 
ao meio visando os problemas dos alunos, seus desvios que perturbam a vida da 
escola. 
Com o passar dos anos, o Orientador Educacional continuou a dirigir sua 
atenção ao aluno “irregular”, tendo que, “corrigir, encaminhar, isto é, adaptar o 
aluno a rotina da escola, ao invés de dirigir a sua ação ao processo integral 
de desenvolvimento da atividade educativa. Desta forma, se efetivava as intenções 
do Decreto Lei nº 4073/42 que reduz as funções da Orientação Educacional às 
atividades isoladas do contexto da escola, reduzindo-a a um veículo escolar repudiado 
por alunos e professores. ” 
Em dezembro de 1968, em Brasília, foi aprovada a Lei nº 5564 que provê sobre 
o exercício da profissão do Orientador Educacional. A promulgação da Lei em 21 de 
dezembro de 1968 significou um avanço na definição e profissionalização do 
Orientador Educacional. 
 
 
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Orientação Educacional 
Até a década de 70, em todo nosso país, a Orientação Educacional se apoiou 
num referencial basicamente psicológico reforçando a ideologia de aptidões. 
Com a Lei 5692/71, a Orientação Educacional passa a ser obrigatória no Ensino 
de 1º e 2º graus, para atender o objetivo de “qualificação para o trabalho” e de 
“sondagem de aptidões”. O artigo 10 refere-se: “Será instituída obrigatoriedade a 
Orientação Educacional nas escolas, incluindo Aconselhamento Vocacional, em 
cooperação com os professores, a família e a comunidade”. 
A partir das determinações desta lei, a Orientação Educacional desenvolve a 
sua prática nas escolas, baseada no autoconhecimento, nas relações pessoais, 
sondagem de aptidões e interesses, informações sobre as profissões e mercado de 
trabalho. As técnicas de aconselhamento, entrevistas, aplicação de testes, inventário 
de interesses, sociogramas, atendimentos a problemas disciplinares pautam a ação 
cotidiana do Orientador Educacional. 
 Portanto, em 26 de setembro de 1973, é assinado o Decreto nº 72.846 
regulamentando a Lei nº 5.564, de 21 de dezembro de 1968 que provê sobre o 
exercício da profissão de Orientador Educacional. DECRETO Nº 72.826 – DE 26 DE 
SETEMBRO DE 1973. 
O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o artigo 81, 
item III da Constituição, decreta: 
Art. 1º Constitui o objeto da Orientação Educacional a assistência ao educando, 
individualmente ou em grupo, no âmbito do ensino de 1º e 2º graus, visando o 
desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e integrando 
os elementos que exercem influência em sua formação e preparando o para o 
exercício das opções básicas. 
Art. 2º O exercício da profissão de Orientador Educacional é privativo: I – Dos 
licenciados em Pedagogia, habilitados em Orientação Educacional, possuidores de 
diplomas expedidos por estabelecimentos de ensino superior oficiais ou reconhecidos. 
– Dos portadores de diplomas ou certificados de Orientador Educacional obtidos em 
cursos de pós-graduação, ministrados por estabelecimentos oficiais ou reconhecidos, 
devidamente credenciados pelo Conselho Federal de Educação. 
– Dos diplomados em Orientação Educacional por escolas estrangeiras, 
cujos títulos sejam revalidados na forma da lei em vigor. 
 
 
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Orientação Educacional 
Art. 3º É assegurado ainda o direito de exercer a profissão de Orientador 
Educacional: 
– Aos formandos que tenham ingressado no curso antes da vigência da 
 
Lei nº 5692/71, na forma do art. 63, da Lei nº 4024, de 20 de setembro de 1961, 
até a 4ª série do ensino de 1º e 2º graus. 
– Aos formandos que tenham ingressado no curso antes da vigência da 
Lei nº 5692/71, na forma do art. 64, da Lei 4024, de 20 de setembro de 1961, até a 4ª 
série do ensino de 1º grau. 
Art. 4º Os profissionais de que tratam os artigos anteriores, somente poderão 
exercer a profissão após satisfazer os seguintes requisitos: I – Registro dos diplomas 
ou certificados no Ministério da Educação e Cultura. 
II – Registro profissional no órgão competente do Ministério da Educação e 
Cultura. 
Art. 5º A profissão de Orientador Educacional, observadas as condições 
previstas neste regulamento, se exerce, na órbita pública ou privada, por meio de 
planejamento, coordenação, supervisão, execução, aconselhamento e 
acompanhamento relativo às atividades de Orientação Educacional, bem como por 
meio de estudos, pesquisas, análises, pareceres compreendidos no seu campo 
profissional. 
Art. 6º Os documentos referentes ao campo de ação profissional de que trata 
o artigo anterior só terão validade quando assinados por Orientador Educacional, 
devidamente registrado na forma desse regulamento. Art. 7º É obrigatório à citação 
do número de registro de Orientação 
Educacional em todos os documentos que levam sua assinatura. 
Art. 8º São atribuições privativas do Orientador Educacional: 
a) planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço 
de 
Orientação Educacional em nível de: Escola - Comunidade 
b) planejar e coordenar a implantação do Serviço de Orientação 
Educacional dos órgãos do Serviço Público Federal, Estadual, Municipal e 
Autárquico; das Sociedades de Economia Mista, Empresas Estatais, 
Paraestatais e Privadas. 
 
 
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Orientação Educacional 
c) coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando o 
ao processo 
educativo global. 
d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e 
habilidades 
do educando. 
e) Coordenar o processo de informação profissional e educacional 
com vistasà orientação vocacional. 
f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações 
necessárias ao 
conhecimento global do educando. 
g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, 
encaminhando a 
outros especialistas aqueles que exigirem assistência especial. 
h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar. 
i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação 
Educacional, 
satisfeitas as exigências da legislação específica de ensino. 
j) Supervisionar estágios na área da Orientação 
Educacional. 
k) Emitir pareceres sobre matéria concernente à 
Orientação Educacional. 
Art. 9º Competem, ainda, ao Orientador Educacional as seguintes atribuições: 
Participar no processo de identificação das características básicas da 
comunidade. 
Participar no processo de caracterização da clientela escolar; 
Participar no processo de elaboração do currículo pleno da escola; 
Participar na composição, caracterização e acompanhamento de turmas e 
grupos; 
Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos; 
Participar do processo de encaminhamento e acompanhamento dos alunos 
estagiários; 
Participar no processo de integração escola família comunidade; 
Realizar estudos e pesquisas na área da Orientação Educacional. 
 
 
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Orientação Educacional 
 Art. 10º No preenchimento de cargos públicos, para os quais se faz 
mister qualificação de Orientador Educacional, requer-se, como condição essencial, 
que os candidatos hajam satisfeito, previamente, as exigências da Lei nº 5564, de 
21 de dezembro de 1968 e deste regulamento. 
Art. 11º Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas 
as disposições em contrário. 
(D.O. U. de 2791973) A Lei 9394/96 mantém as propostas anteriores”. 
 
PRINCÍPIOS E OBJETIVOS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 
 
Ver o educando em sua realidade biopsicosocial, com todo o respeito e 
consideração, a fim de que, a partir dessa realidade, se possa erigir uma 
personalidade ajustada, segura de si e compreensiva. 
Em reforço ao primeiro princípio, respeitar o educando em sua realidade, 
qualquer que ela seja. 
Realizar trabalho de orientação, sem criar dependências, mas orientar para a 
autoconfiança, independência, autonomia e cooperação. Em se querendo que o 
educando seja independente e respeitador, sensibilizá-lo para a necessidade de 
também respeitar os seus semelhantes. O trabalho de Orientação exige o maior 
número possível de informes a respeito do educando, o que deve ser diligenciado por 
todos os meios. 
Assistir todos os educandos, desde os mais aos menos carentes, bem como os 
que não revelarem carências. Dar ênfase aos aspectos preventivos do comportamento 
humano, uma vez que é muito mais fácil evitar um acidente do que se recuperar do 
mesmo. Este princípio guarda analogia com outro de natureza médica e que diz: “um 
grama de prevenção vale mais que uma tonelada de curas”. Assim, o ideal será a 
Orientação Educacional agir, preferencialmente, de maneira profilática do que 
curativa. 
Estabelecer um clima de confiança e respeito mútuo, incentivando a procura 
espontânea do Serviço de Orientação Educacional, logo que a dificuldade ou uma 
dúvida surja na vida do educando, antes que a mesma tome vulto e desoriente. 
 
 
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Orientação Educacional 
Procurar envolver todas as pessoas com o processo de educação, como diretor, 
professores, pais, serventes, etc., para que todos cooperem com a Orientação 
Educacional, no sentido de ajudá-la a melhor ajudar o educando. 
A Orientação Educacional deve ter muito cuidado em formular juízos a respeito 
do educando, não esquecendo que este é um ser em evolução, em marcha para a 
maturidade e que uma série de fatores pode estar influenciando para que ocorra o 
comportamento anormal que tem apresentado. 
A Orientação Educacional deve ser levada a efeito como um processo contínuo 
e não como ação esporádica dos momentos em que faltarem professores ou que 
surgirem dificuldades maiores. Deve ser trabalho planejado para todo o ano letivo, 
sem aquelas características de tapa buraco. 
A Orientação Educacional tem de trabalhar em estreito entendimento com a 
direção. Jamais em sentido de subserviência ou petulância, mas em sentido de 
cooperação, compreensão e respeito mútuo. 
A Orientação Educacional não deve se envolver em pequenas questões entre 
educandos e professores. Ocorrências conflitivas de pouca intensidade são, até certo 
ponto, naturais. Assim, problemas que não ultrapassem certos limites devem ser 
deixados para que os próprios professores os resolvam. 
A Orientação Educacional deve agir, também, como órgão de estudo e de 
pesquisa de medidas que levem à superação de dificuldades de natureza disciplinar, 
não devendo, porém nunca, funcionar como “órgão disciplinador”. Deve, sim, agir 
como órgão que leve todos a tomarem consciência do grave problema da disciplina, 
que está inutilizando o trabalho de muitas escolas. 
Exaltar que a Orientação Educacional precisa dar muita atenção ao serviço de 
anotações, que deve ser o mais perfeito possível, a fim de que dados a respeito de 
um educando estejam sempre a mão e atualizados. 
A Orientação Educacional deve estar aberta para a realidade comunitária, a fim 
de que o seu trabalho esteja articulado com o meio, para melhor ajudar o educando a 
integrar-se no mesmo. 
A Orientação Educacional deve esforçar-se para criar na escola um clima de 
comunidade e sensibilizar a todos, quanto à necessidade de que cooperem em suas 
atividades, com entusiasmo, respeito e solidariedade. A Orientação Educacional não 
 
 
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Orientação Educacional 
deve esquecer-se de estimular ao máximo a iniciativa do educando, principalmente, 
através de atividades extraclasse, empenhando-a na realização com verdadeiro 
engajamento, que ajudará na explicitação de suas virtualidades, na conquista da 
autoconfiança e na revelação de suas capacidades de liderança. 
 
OBJETIVOS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 
 
Orientar o educando em seus estudos, a fim de que os mesmos sejam mais 
proveitosos. 
Como complementação do primeiro objetivo, ensinar a estudar. É 
impressionante a quantidade de educandos de todos os níveis que se perdem nas 
obrigações escolares por não saberem estudar, com desperdício de tempo e energia. 
Este objetivo é dos mais importantes e cuja efetivação deveria ter início no Ensino 
Fundamental e continuar por todos os níveis de ensino. Ensinando o educando a 
estudar em função do nível de ensino que estivesse cursando, pois muitos fracassos 
escolares são devido ao fato do educando não saber estudar, com desperdício de 
tempo e esforço, conduzindo, o educando a abandonar os estudos. Assim, é 
importante, que desde o início da escolaridade intelectual, a Orientação Educacional 
ensine o educando a estudar, através de sessões destinadas a todos os educandos 
de uma classe. 
Discriminar aptidões e aspirações do educando, a fim de melhor orientá-lo para 
a sua plena realização. 
 
 
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Orientação Educacional 
Auxiliar o educando quanto ao seu autoconhecimento, à sua vida intelectual e 
à sua vida emocional. 
Orientar para o melhor ajustamento na escola, no lar e na vida social em geral. 
É fundamental a interação entre educando e professor, educando e seus colegas, bem 
como educando e sua família. É importante, também, que o educando saiba manter 
um comportamento adequado nas atividades fora da escola e do lar. 
Formar o cidadão que alimente dentro de si um sentimento 
de fraternidade universal, capaz de fazê-lo sentir-se irmão, companheiro e amigo de 
seu semelhante em todas as circunstâncias da vida.

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