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O Plano Profético de Deus 
Pr. Carlos Azevedo 
Daniel e Apocalipse – O plano profético de Deus 
 
2 
 
DANIEL E APOCALIPSE 
INTRODUÇÃO 
As abordagens necessárias para um entendimento dos últimos dias, devem ser 
conectadas à dimensão bíblica e suas dinâmicas, sem esquecer, em momento algum, a 
autoridade das Escrituras sobre o assunto. 
Daniel e Apocalipse é uma matéria complexa na estrutura escatológica, mas 
absolutamente necessária ao entendimento dos fatos que examinamos, pois se 
interligam, se completam, se explicam como bem nos disse Antônio Gilberto: 
“Ambos esses livros se combinam, completam-se. Não se deve estudar um sem 
o outro. O estudo deles é importantíssimo para o fiel cristão que espera seu 
Senhor, uma vez que estamos nos "tempos do fim". O leitor deve ler aqui Daniel 
8.17,19; 10.14; 11.35; 12.4; e Apocalipse 1.3”. 
Por isso, vamos nos debruçar sobre tão importante assunto e nos deixar levar pelas 
profecias bíblicas na dimensão da revelação divina. 
CARACTERÍSTICAS DE DANIEL E APOCALIPSE 
O livro de Daniel e o livro de Apocalipse têm muito em comum, embora em certos 
aspectos importantes eles sejam diferentes. As crises dramáticas, o choque de forças em 
uma escala cósmica e a ênfase acerca do fim dos tempos aparecem nos dois livros. 
Muitas das imagens simbólicas de Daniel estão refletidas no livro de Apocalipse. Os 
animais com chifres em Daniel, representando poderes terrenos, encontram seu 
correlativo nos animais do Apocalipse. Nos dois livros encontramos uma visão do 
Glorioso cuja presença impressiona o espectador. Em ambos os livros lemos a respeito 
de tronos e do trono em que está assentado o ancião de dias. Ambos retratam o clímax 
da história, quando os reinos dos homens se submetem ao reino triunfante e eterno de 
Deus. 
Paralelismo entre os dois Livros 
O paralelismo entre os dois livros é também notável, sendo que Daniel ocupa-se 
principalmente dos "tempos dos gentios", que se mencionam em Lucas 21.24: "Cairão ao 
fio da espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que os tempos dos 
gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles". 
Já o Apocalipse salienta a "plenitude dos gentios": "Porque não quero irmãos, que 
ignoreis este mistério, para que não sejais presumidos em vós mesmos, que veio 
endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios" (Rm 
11.25). 
A expressão "tempos dos gentios" tem a ver com o aspecto político mundial, referindo-
se ao tempo em que os gentios têm supremacia sobre Israel, o que começou com o exílio 
babilônico. Mas o alcance da expressão vai além disso; ela aponta para o dia da 
supremacia final da restaurada nação israelita, durante o reino milenial de Cristo. 
A expressão "plenitude dos gentios" tem aspecto espiritual, destacando a supremacia 
celestial da Igreja triunfando contra o mal e, por fim, reinando o seu divino Esposo, como 
vemos no epílogo do Apocalipse. 
 
Daniel e Apocalipse – O plano profético de Deus 
 
3 
 
NARRATIVAS PROFÉTICAS 
Profecia é o que Deus diz sobre o futuro. Deus pode prenunciar as coisas que estão 
por vir antes de elas acontecerem. A profecia é única porque revela os planos de Deus. 
E Deus pode e irá fazer o que diz. Ele anuncia: "Lembrem-se das coisas passadas, das 
coisas muito antigas! Eu sou Deus, e não há nenhum outro; eu sou Deus, e não há 
nenhum como eu. Desde o início faço conhecido o fim, desde tempos remotos, o que 
ainda virá. Digo: Meu propósito permanecerá em pé, e farei tudo o que me agrada” (Isaías 
46:9-10). Simplificando, Deus conhece o futuro — que está nas mãos dele. O que ele diz 
é profecia. E não pode ser alterado. 
As profecias 
Ao longo dos tempos bíblicos, Deus falou com homens de grande caráter. Esses 
homens especiais registraram as palavras divinas. Deus foi o autor dessas palavras, e os 
homens as registraram. 
E as partes que eles escreveram relacionadas a acontecimentos futuros chamam-se 
profecias. 
Cerca de quarenta escritores diferentes escreveram a Bíblia durante um período de 
várias centenas de anos. Eles a registraram em 66 volumes, chamados livros, que estão 
divididos em duas seções: um "Antigo” Testamento com 39 livros e um “Novo” Testamento 
com 27 livros. Séculos mais tarde, os estudiosos das Escrituras dividiram o texto em 
capítulos e versículos. 
Todos os homens que registraram as palavras de Deus eram judeus, exceto, talvez, 
Lucas. (Lucas era, sem dúvida, um estudioso de assuntos judaicos, mas algumas 
autoridades acreditam que ele era grego por causa de seus antepassados.) Cerca de 
40% do que esses homens escreveram são profecias. 
Os Profetas 
Há uma praga de falsos profetas hoje, uma praga de pessoas que dizem saber a 
verdade. Mas, na realidade, você não pode confiar que esses falsos profetas lhe dirão a 
verdade ou irão interpretá-la. Infelizmente muitas pessoas que dizem falar em nome de 
Deus mais escondem do que revelam a verdade. Algumas dessas pessoas podem ser 
teólogos, professores de seminário e até mesmo pregadores, mas, em se tratando de 
entender as profecias, não são melhores que a seção de horóscopo de um jornal comum 
nem melhores que os médiuns da sua cidade. 
A Bíblia adverte que não devemos acrescentar nem tirar nada do que ela diz. Você 
mesmo pode conferir: veja Deuteronômio 4:2; 12:32; Provérbios 30:6 ou Apocalipse 
22:18-19. As pessoas que não têm o cuidado de cumprir isso vão contra um ensinamento 
muito básico da Bíblia. Uma pessoa que fala com um conhecimento profundo de Deus 
não dirá nada que seja contrário à Palavra de Deus. Mas uma pessoa que fala pelo motivo 
errado dirá muita coisa que simplesmente não é verdade. Como dizem as Escrituras, 
Deus "frustra as palavras dos infiéis” (Provérbios 22:12). 
"Que é a verdade?”, perguntou Pôncio Pilatos a Jesus (João 18:38). Esta é uma boa 
pergunta, mas Pilatos não estava fazendo uma pergunta a Jesus porque queria saber a 
resposta. Uma vez que era um cínico, Pilatos estava insinuando que verdade é tudo 
aquilo que os que têm autoridade querem que seja. Mas a verdade não é o que quem 
Daniel e Apocalipse – O plano profético de Deus 
 
4 
 
está em uma posição elevada quer que seja. A verdade é a Palavra de Deus. Ao orar, 
Jesus disse: ‘A tua palavra é a verdade” (João 17.17). O ponto principal é este: o único 
profeta moderno que é digno de ser ouvido é o que se atém à Bíblia. Este palestrante ou 
mestre crê na Palavra e glorifica a Deus. 
Os Livros Proféticos 
A literatura profética é variada e faz dessa condição uma de suas identidades. 
Enquanto os livros históricos ou sapienciais têm um gênero literário homogêneo, os 
proféticos envolvem muitos gêneros, e isso os distingue dos demais. 
Os livros proféticos apresentam vários tipos de narrativa. Eles dão informações a 
respeito da vida e da profissão do profeta. Em geral, propõem-se dois tipos. O primeiro 
pode ser designado de relatos da vocação (Jr 1.4-19; Am 7.14-17). 
Falam do chamado e da comissão para o ofício profético. Servem para informar aos 
ouvintes e lhes garantir que os profetas têm um papel autêntico de ministros de Deus. 
O segundo tipo apresenta informações biográficas (Jr 26—29; 34—35) e 
autobiográficas (cf. Ez 24.15-27) do profeta. 
A Sequência dos Acontecimentos Proféticos 
Quando pensamos em profecia, normalmente pensamos no futuro. Mas, primeiro, 
aqui estão quatro perguntas importantes que merecem ser examinadas: 
1. As profecias cumprem-se ao pé da Letra? Nossa interpretação da Bíblia é literal em 
seu sentido simples. É possível que outros que escrevem ou falam sobre as profecias 
interpretem a Bíblia de maneira simbólica ou alegórica. Essas pessoas acreditam que as 
passagens proféticas são apenas grandes ideias ou verdades eternas e ficam se 
perguntando por que elas causam tanto alvoroço. 
2. Quais profecias já se cumpriram? Algumas profecias, tais como a da primeira vinda de 
Jesus, se cumpriram. Acreditamos que outras profecias, como a da Era da Igreja, estão 
se cumprindo neste momento e aindaoutras são para o futuro. Alguns especialistas da 
Bíblia discordam; para eles, todas as profecias já se cumpriram. 
3. Quais profecias não se cumpriram? A Segunda Vinda de Cristo é uma das profecias 
que ainda não se cumpriram. Acreditamos que o período da Tributação ainda não ocorreu. 
Outros estudiosos da Bíblia acreditam que a fome, os terremotos e as catástrofes que 
vivemos hoje são os acontecimentos prenunciados pela Bíblia. Todavia, outros 
estudiosos acreditam que nada está se cumprindo no momento. Para eles, são questões 
para o futuro. 
4. Quando e como se cumprirão as profecias ainda não realizadas? Acredito que em 
algumas ocasiões a Bíblia dá informações suficientes para sabermos o momento exato 
em que uma profecia se cumpriu ou se cumprirá. Em outras, ela dá indícios suficientes 
que contextualizam a profecia em um determinado período de tempo, mesmo que não 
saibamos o dia exato ou a hora em que se dará esse período de tempo. 
1. LIVRO DE DANIEL 
Na organização judaica dos livros do AT, Daniel não se encontra na segunda parte 
(os Profetas), mas na terceira (o Kethubhim: os Escritos). Alguns estudiosos acreditam 
que isto se deve ao fato de o livro de Daniel ter sido escrito muito tempo depois da maioria 
Daniel e Apocalipse – O plano profético de Deus 
 
5 
 
dos livros proféticos, após o encerramento dessa seção. Em sentido estrito, Daniel não 
era um profeta, mas um estadista na corte dos monarcas pagãos da Babilônia e da 
Pérsia. 
Possuía o dom da profecia, mas não assumiu o ofício de um profeta. Neste sentido, 
Cristo confirma a historicidade de Daniel e refere-se a ele como um profeta (Mt 24-15). 
Daniel está incluído entre os profetas maiores. Sua posição é de destaque junto aos 
profetas mais importantes como Isaías, Jeremias e Ezequiel. 
Daniel, ainda muito jovem, começou servindo fielmente a Deus em terra estranha. 
Levou uma vida imaculada em meio ao paganismo, idolatria e ocultismo da corte 
babilônica. Foi semelhante a José em piedade e pureza. 
Seguiu para Babilônia como cativo, na primeira leva de exilados de Judá, em 606 
a.C., quando tinha entre 14 e 16 anos de idade. Ali viveu no palácio de Nabucodonosor, 
como estudante, estadista e profeta de Deus, atravessando o reinado de todos os reis 
babilônicos, exceto o primeiro deles - Nabopolassar, pai de Nabucodonosor, fundador do 
-Império neobabilônico. Chegou ao Império Persa, sob Ciro (6.28; 10.1). Prestou cerca 
de setenta e dois anos de abnegados serviços a Deus e ao próximo! 
1.1. Época e local do livro. 
O livro de Daniel foi escrito em 606-534 a.C., durante o exílio do povo de Deus em 
Babilônia. (O exílio foi mesmo de 606 a 536 a.C.) Babilônia era a capital do império. (Susã, 
a capital de Ciro, no Elão, é mencionada no livro - 8.2 mas numa visão de Daniel) 
1.2. Divisão do livro. 
Parte histórica (capítulos 1 a 6) - Uma espécie de biografia de Daniel, havendo também 
o elemento profético, especialmente no capítulo 2. 
Parte profética (capítulos 7 a 12) - Visão geral e pormenorizada dos últimos impérios 
mundiais dos tempos dos gentios, sucedidos pelo reino dos santos do Altíssimo (7.22). 
Em suma, o livro revela o domínio de Deus sobre os reinos do mundo, bem como o 
estabelecimento do seu próprio reino. 
O Livro de Daniel apresenta seis reinos: Babilônia - a cabeça de ouro (Dn 2:36-38) e o 
leão alado (Dn 7:4); Média-Pérsia – braços e peito de prata (Dn 2:32, 39) e o urso (Dn 
7:5); Grécia - os quadris de bronze (Dn 2:32, 39) e o leopardo (Dn 7:6); Roma – as pernas 
de ferro (Dn 2:33, 40) e "o animal terrível" (Dn 7:7); o reino do anticristo - os dez artelhos 
de barro (Dn 2:41-43) e o chifre pequeno (Dn 7:8); e o reino de Cristo - a pedra que 
esmiuça e enche a Terra (Dn 2:34, 35, 44, 45) e o Ancião de Dias (Dn 7:9-14). 
1.3. Tema do livro. 
Deus revela o profundo e o escondido, e governa os reinos dos homens, como está 
escrito: "Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele 
mora a luz" (2.22). "Até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos 
homens, e o dá a quem quer" (4.25). 
1.4. Objetivo do livro 
a. Revelar o futuro do mundo gentílico. 
b. Revelar o futuro da nação israelita. 
Daniel e Apocalipse – O plano profético de Deus 
 
6 
 
O início da história de Daniel situa-se a partir de 2 Crônicas 36. 6,7 e 2 Reis 24.1 no 
reinado de Jeoaquim. 
Após Daniel, vem o relato de Esdras, Neemias e Ester, se bem que a história de Ester 
ocorre entre os capítulos 6 e 7 do livro de Esdras. 
1.5. Ambiente para Estudar o Livro 
A. Daniel, o homem em si 
1. O nome “Daniel” significa “Deus é meu juiz”. 
2. Daniel era um homem de fé profunda e persistente. Quando jovem, “resolveu..., 
firmemente, não contaminar-se” (1:8), mesmo quando nesse tempo ele estivesse 
desobedecendo uma ordem do rei sob o qual ele estava cativo. O princípio de obedecer 
a Deus acima do homem guiou-o através de toda a sua vida e foi exemplificado 
novamente quando era um velho, talvez perto dos noventa anos, quando ele foi lançado 
na cova dos leões por recusar uma ordem do rei (Dn 6). 
3. Daniel foi abençoado por Deus por causa desta fé. Ele serviu, como estadista, 
conselheiro e profeta de Deus, aos reis da Babilônia e mais tarde aos reis dos medos e 
dos persas. Ele anunciou destemidamente aos reis ateus que Deus impera nos reinos 
dos homens. 
4. Daniel era um contemporâneo tanto de Jeremias como de Ezequiel, ainda que 
nenhuma referência indique que estes homens tenham passado tempo juntos ou 
conferenciado um com o outro. Jeremias tinha provavelmente vinte anos a mais do que 
Ezequiel e Daniel, que tinham aproximadamente a mesma idade. Os três profetas fizeram 
sua obra em lugares diferentes: 
a. Jeremias permaneceu em Jerusalém (626-586 a.C.) 
b. Daniel viveu na cidade capital da Babilônia (605-534 a.C.) 
c. Ezequiel estava na Babilônia com os exilados judeus (592-570 a.C.). 
5. Nada sabemos sobre a vida pessoal de Daniel além do que é revelado no próprio livro. 
Em tempos anteriores, o termo “eunuco” era usado para se referir àqueles da nobreza 
em vez de ter nosso uso comum, portanto, se Daniel era casado ou não, é incerto. 
1.6. Mensagem do Livro 
O livro de Daniel é o desvendar de um mistério. E, se por um lado desvenda o mistério, 
por outro, o envolve em surpresa e admiração, deixando grande parte do mistério da 
revelação em aberto. 
Daniel era um homem de extraordinária sabedoria e percepção. Vivendo no meio de 
grandes e repentinas mudanças mundiais, ele foi capaz de manter seu equilíbrio e 
sanidade, observando o que estava acontecendo com um olhar atento. Ele serviu a reis. 
Ele foi um valoroso conselheiro de governantes. Porém, mais importante de tudo, ele 
tinha um relacionamento íntimo com o Deus dos céus. Ele estava com os seus pés 
firmemente plantados na terra, entre os acontecimentos terrenos. Mas, a sua cabeça 
ficava numa atmosfera mais clara; ele vivia diante da realidade de coisas eternas. 
Daniel e Apocalipse – O plano profético de Deus 
 
7 
 
Algumas verdades tomam-se claras na mensagem de Daniel, revelando o plano de 
Deus para a Terra e seus habitantes. Em 
primeiro lugar, poderes terrenos e 
circunstâncias são temporários. As tiranias 
mais poderosas ficam no poder durante um 
curto período. Em segundo lugar, Deus faz 
com que a ira do homem acabe se 
transformando em louvor a Ele e faz com 
que todo o resto seja impedido. Tanto 
Nabucodonosor, o déspota enfurecido, 
quanto Ciro, o soberano sábio e cordial, 
testificaram dessa verdade. Em terceiro 
lugar, Deus mantém as suas promessas 
para o seu povo; Ele não esquece. Em 
quarto lugar, Deus tem seu próprio tempo 
para realizar a sua obra. Ele nunca se adianta nem se atrasa. Em quinto lugar, os reinos 
desse mundo são designados para dar lugar ao reino do nosso Senhor e do seu Cristo. 
Em sexto lugar, embora Deus tenha uma visão eterna e cósmica, Ele tem um interesse 
amoroso em relação aos afazeres mais insignificantes de um indivíduo. 
1.7. Daniel e SeusCompanheiros em Babilônia (Cap.1) 
 No estudo deste capítulo do livro de Daniel, vemos como o Diabo ataca a mocidade 
crente, direta e indiretamente, buscando destruir a sua fé em Deus. Isto feito, ele 
conseguirá tudo o mais. 
Entre os cativos da primeira leva estava a nata da nação judaica, inclusive membros da 
casa real, provavelmente descendentes do rei Ezequias, conforme a profecia de Isaías 
39.6,7, que deve ser lida aqui. 
Daniel devia ter agora entre 14 e 16 anos, conforme os principais estudiosos da Bíblia 
e do povo judeu. Que atentem para isso os nossos jovens de hoje, para que no albor da 
sua juventude possam servir lealmente a Cristo. 
Notemos as exigências de um rei pagão quanto a servidores para si: 
a) Qualidades físicas - "sem nenhum defeito". 
b) Qualidades intelectuais – “doutos em ciência”. 
c) Qualidades morais - "competentes para assistirem no palácio". 
Podemos nós servir ao nosso Rei Eterno sem as necessárias qualificações? 
O curso de três anos num ambiente espiritualmente adverso... Quantos estudantes 
cristãos, desde então, não têm enfrentado as mesmas contingências! 
Na Babilônia lhes foram apresentadas “finas iguarias”, essas iguarias eram oferecidas 
cerimonialmente aos ídolos, antes de serem servidas. Daniel tinha, pois, razão de recusá-
las. (Ler 1 Coríntios 10.28.) 
Entre os hebreus o nome envolvia a natureza da pessoa, denotando o seu caráter. 
Cada um desses nomes inclui o de Deus, quando considerado o original 
• Daniel - Deus é meu juiz; 
Daniel e Apocalipse – O plano profético de Deus 
 
8 
 
• Hananias - Jeová é gracioso; 
• Misael - Quem é igual a Deus?; 
• Azarias - Deus é meu ajudador). 
Todos esses nomes foram mudados, de modo a incluir os de três divindades pagãs 
babilônicas, a saber: 
• Daniel, mudado para Beltessazar - significava “o tesouro (ou segredos) de Bel”; 
• Hananias, mudado para Sadraque - significava “a inspiração do sol”; 
• Misael, mudado Mesaque – “aquele que pertence à deusa Sesaque” 
• Azarias, mudado para Abede-Nego - Servo de Nego ou Nebo (A estrela da manhã). 
Essa mudança de nomes era para que esses jovens soldados da fé esquecessem seu 
Deus, seu povo, sua pátria, e sua religião. 
O fato que os envolve em não se alimentarem com os manjares ofertados na Babilônia, 
está relacionado a algumas questões básicas: 
1. Os babilônios comiam carnes impuras, como porco. Legumes significa, literalmente, 
“sementes”, mas incluía vegetais em geral. 
2. Os animais não eram abatidos de acordo com os preceitos levíticos (Lv 17. 14,15). 
Sistema de drenagem do sangue. 
3. Uma parte dos animais era oferecida como sacrifício aos deuses babilônicos. 
4. Uso de bebidas fortes era contrário aos rígidos princípios de temperança. Nm 6.3; Dt 
29.6; Pv 20.1. 
1.8. O Apocalipse Caldeu (2.1—7.28) 
(Uma Mensagem para as Nações em Aramaico) 
1.9. O Sonho de Nabucodonosor, 2.1-49. 
Deus fala por meio de sonhos (Jó 33.15,16). A Bíblia faz menção de 34 sonhos, sendo 
22 no Antigo Testamento e 12 no Novo Testamento. 
1.9.1. Nabucodonosor pede aos sábios que lhe revelem seu sonho (2:1-3). 
Mágicos, astrólogos, feiticeiros e caldeus representam todos os tipos de sábios na 
Babilônia. Ainda que Caldeia literalmente descrevesse o 
território ao sul da Babilônia, o termo “caldeus” chegou a 
representar a nata da sociedade babilônia, homens de 
grande conhecimento que influenciaram os negócios 
políticos e religiosos do reino. 
O decreto do rei punha à prova a autenticidade destes 
sábios. Se tivessem realmente capacidade sobrenatural, 
eles poderiam revelar a Nabucodonosor tanto o sonho como 
a interpretação. Se pudessem fazer isso receberiam grande 
honra, mas se não pudessem, então morreriam. 
O segredo do sonho foi revelado numa visão noturna e 
Daniel, agradecido, louvou o Deus do céu. 
Daniel e Apocalipse – O plano profético de Deus 
 
9 
 
“Dele é a sabedoria e o poder” (Ele é absoluto em todos os seus caminhos). 
“É ele quem muda o tempo e as estações.” (Comanda a ascensão e a queda dos 
reinantes da terra). 
“Remove reis e estabelece reis.” (Deus é o supremo dominador do universo). 
“Dá sabedoria aos sábios...” (É a fonte da sabedoria). 
“Ele revela o profundo e o escondido” (É capaz de conhecer o futuro). 
Daniel agradeceu a Deus pela sabedoria e poder concedidos a ele. Qualquer êxito 
que tivesse com Nabucodonosor não seria por sua própria força, mas pela de Deus, e 
Daniel humildemente reconhecia esse fato. 
1.10. A Estátua Colossal de Nabucodonosor (3.1-30). 
A estátua do capítulo 2 foi em sonho; esta é real. Tinha sessenta côvados de altura - 
cerca de 29 metros. (O côvado babilônico tinha mais 
ou menos 48 cm). Tudo aqui era à base de seis, 
indicando coisas puramente humanas. 
Qualquer que tenha sido o motivo de 
Nabucodonosor, o decreto que convocava todos os 
líderes políticos do reino, grandes e pequenos (3), não 
deixava dúvida quanto à exigência do rei. 
Instantaneamente, após o sinal combinado de 
antemão se o som da orquestra imperial (5), cada 
homem deveria prostrar-se em adoração diante da 
imagem. 
Em fúria, o rei ordenou que a fornalha fosse acesa 
sete vezes mais quente do que o costume, e ordenou 
que os jovens hebreus fossem amarrados 
seguramente. 
Quando apressadamente levaram Sadraque, 
Mesaque e Abede-Nego para a fornalha, as chamas 
rugiram e queimaram mortalmente os soldados. O 
milagre da libertação de Deus torna-se tanto mais ressaltado pelo fato que os soldados 
morreram enquanto nem um fio de cabelo dos três foi chamuscado. 
1.11. O Julgamento Pessoal de Nabucodonosor, 4.1-37 
O capítulo 4 de Daniel é de caráter singular na Bíblia, pois consiste de um documento 
oficial autobiográfico preparado pelo rei da Babilônia e distribuído por todo o vasto 
império. Sem dúvida, é algo fora do comum Nabucodonosor admitir abertamente seu 
orgulho, sua insanidade temporária e seu comportamento bestial e, depois, dar glórias ao 
Deus de Israel por sua recuperação. 
O rei aprendeu uma lição importante da maneira difícil, como acontece com muitas 
pessoas hoje em dia: "A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda" (Pv 
16:18). 
 
Daniel e Apocalipse – O plano profético de Deus 
 
10 
 
1.12. A Queda do Império Caldeu (5.1-31). 
Mas não era essa a grande Babilônia inconquistável? 
Seus muros podiam resistir a qualquer assalto. Sua 
fartura em mantimentos e seu suprimento de água 
inesgotável poderiam sobreviver a qualquer cerco. Para 
demonstrar seu desdém pela ameaça persa, Belsazar 
decretou uma festa para toda a cidade. Por meio de um 
convite especial para mil dos seus grandes (1), ele 
preparou uma festa no palácio real. Ele convidou as 
mulheres do harém real para acrescentar diversão à 
festa. Então o próprio rei liderou a festa oferecendo 
bebida para todos. Em dado momento, “inflamado pelo 
muito vinho” (Berkeley), Belsazar se deixou levar por um 
impulso imprudente. Ele ordenou que fossem buscados 
os utensílios sagrados que seu avô tinha trazido de 
Jerusalém para a Babilônia (3) cinquenta anos atrás. 
Eles beberam dessas taças, coisa que nenhum outro ousara fazer até então. Belsazar e 
seus companheiros de festa beberam dessas taças e deram louvores aos deuses (4) da 
Babilônia. Xenofonte relata que a festa se tornou tão barulhenta que o general de Ciro, 
Gobrias, declarou: “Não deveria me surpreender se as portas do palácio estivessem 
abertas agora, porque parece que toda a cidade se entregou à folia”. 
1.13. O Reinado de Dario, o Medo (6.1-28). 
Dentro da perspectiva profética, entendemos que o peito e os braços de prata da 
estátua representam o reino medo-persa (539 a.C.-330 a.C.). Dario, o medo, conquistou 
a Babilônia (Dn 5:30,31). 
1.14. Impérios Ascendem e Minguam até a Consumação (7.1-28). 
No grande movimento da história antiga, um império substituiu outro, levando ao 
estabelecimento do império romano. As duas visões (caps. 2 e 7) deixam claro que Deus 
conhece o futuro e controla a ascensão e queda das nações e dos governantes.Naquela época, Daniel vivia no império babilônio, mas sabia que a Babilônia seria 
tomada pelos medos e persas, que a Grécia conquistaria a Média e a Pérsia e que Roma 
acabaria conquistando tudo. A profecia é a história escrita de antemão. 
1.15. O Apocalipse Hebraico (8.1—12.13). 
(Uma Mensagem para o Povo Escolhido, em Hebraico) 
1.16. A Visão de Daniel de Impérios em Guerra (8.1-27). 
O capítulo 8 contém detalhadas predições sobre o Império Persa e o Império Grego. 
As predições sobre o Império Grego estão relacionadas com Israel. 
Cronologicamente, este capítulo vem antes do 5. O capítulo 8 tem lugar no ano 
terceiro de Belsazar (v. 1), ao passo que o capítulo 5, como já vimos, marcou o final do 
governo de Belsazar (5.30). Portanto, quando esta visão ocorreu a Daniel, o seu povo 
continuava exilado em Babilônia. 
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Aqui nos é descrito os desdobramentos dos conflitos entre os impérios, algo descrito 
com precisão pelas profecias bíblicas. 
1.17. A Intercessão de Daniel por Israel (9.1-27). 
Daniel achegou-se a Deus suplicando por misericórdia e perdão por si mesmo e por 
seu povo. Na verdade, a promessa de perdão de Deus foi escrita na própria aliança. "Mas, 
se confessarem a sua iniquidade e a iniquidade de seus pais, na infidelidade que 
cometeram contra mim, como também confessarem que andaram contrariamente para 
comigo [...] então, me lembrarei da minha aliança com Jacó, e da minha aliança com 
Isaque, e também da minha aliança com Abraão, e da terra me lembrarei" (Lv 26:40-42). 
Sem dúvida, ao estudar as Escrituras e orar, Daniel tinha em sua mente e coração tanto 
a sagrada aliança (Lv 26; Dt 27 - 28) quanto a oração de Salomão na consagração do 
templo (1 Rs 8:33-36). 
1.18. A revelação das setenta semanas (9.24-27). 
De modo estranho, a mensagem de explicação que Gabriel trouxe a Daniel parece 
não se restringir ao assunto imediato da 
oração do profeta. Ele havia refletido 
acerca da profecia de Jeremias dos 
setenta anos e sobre o fato de que o 
término desse tempo estava próximo. Esse 
cumprimento, de fato, ocorreu por 
intermédio do decreto de Ciro, não muito 
tempo depois. Os judeus estavam livres 
para voltar a Jerusalém. Mas na 
mensagem que Gabriel trouxe, mais uma 
porta de percepção profética se abre em 
uma dimensão mais ampla em torno do 
propósito de Deus, não somente para 
Israel, mas para o mundo. Essa dimensão 
mais ampla de revelação diz respeito à obra e ao reino do Messias. 
Por ser piedoso e fiel, Daniel recebeu uma das poucas profecias bíblicas que 
envolvem uma cronologia e um calendário do que está por vir. Em 9.20-27, ele recebe a 
profecia das setenta semanas, sobre a reconstrução do Templo e da cidade de 
Jerusalém, que tinham sido destruídos pelos babilônios. Esta profecia também mostra, 
com impressionante precisão, a época e o ano em que o Messias foi rejeitado. Também 
prediz claramente os sete anos de tribulação que virão sobre o mundo. 
1.19. Uma Visão celestial de Conflitos Terrenos (10.1—12,13). 
Daniel tem uma visão de uma grande guerra que forma uma profecia contínua nestes 
três últimos capítulos. A visão foi revelada a Daniel no terceiro ano de Ciro (536 a.C.), que 
também parece ser o primeiro ano de Dario, o Medo (veja 11:2). Esta visão impressionou 
Daniel pela sua solenidade, à qual ele reagiu jejuando e se lamentando durante três 
semanas. 
 
 
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1.20. O Conflito das Eras (11.2— 12.3). 
As profecias de Daniel até 11.35 podem ser com relativa facilidade relacionadas a 
acontecimentos da história antiga, os quais lhes deram cumprimento, mas, a partir daí 
até o final do capítulo 12, não encontramos qualquer correspondência com a história. 
Os assuntos abrangidos pelo capítulo 12 são a Grande Tribulação, a ressurreição dos 
mortos, a recompensa dos justos e o castigo eterno dos ímpios. 
2. LIVRO DE APOCALIPSE 
O livro de Apocalipse é verdadeiramente o último livro da Bíblia. É a consumação da 
revelação de Deus e a conclusão da palavra de Deus. Sem essa parte da palavra de 
Deus a Bíblia seria um livro sem um fim, e muitos dos problemas que surgem nos outros 
livros permaneceriam também sem solução. 
É extremamente apropriado que o livro de Apocalipse tenha sido colocado no fim do 
Novo Testamento. Quando lemos os Evangelhos, nós, sem dúvida, pensamos no futuro 
reino de Deus e sua glória. Quando lemos as 
Epístolas, nossa expectativa para o futuro é, 
sem dúvida, intensificada. Parece que a 
Bíblia inteira está apontando para aquele 
futuro ao qual nossos corações cristãos são 
atraídos. Mas então, o livro de Apocalipse 
conclui todas as profecias que foram 
anteriormente pronunciadas e coloca os 
futuros acontecimentos diante de nós, 
levando-nos a saber com mais segurança 
que um dia a criação não mais gemerá e que 
os crentes não mais sofrerão! 
Apocalipse é o apogeu da revelação divina. É qual um imenso caudal onde 
desembocam todos os rios (livros), tanto os do Antigo, como os do Novo Testamento. Ele 
é o oposto do livro de Gênesis. Este é o livro dos começos; aquele, o das consumações. 
É também o Apocalipse a resposta da oração do povo de Deus em todos os tempos: 
"Venha o teu reino". 
Deus divide a raça humana em três grupos, a saber: judeus, gentios e a Igreja de 
Deus (1 Co 10.32), e na sua Palavra Ele apresenta uma mensagem definida para cada 
um desses três grupos. Por exemplo, o livro de Daniel, que acabamos de estudar, trata 
somente de judeus e gentios. Nos Evangelhos temos a aparição ou manifestação da 
mensagem divina para a Igreja, e nas Epístolas a explanação dessa mensagem. Já no 
Apocalipse temos a mensagem final de Deus para os judeus, gentios e a Igreja. 
Contém o livro a última mensagem de Jesus à Igreja, uma mensagem referente à sua 
volta: "Certamente venho sem demora" (22.20). Daí dizer-se que nos Evangelhos somos 
levados a crer em Cristo; nas Epístolas somos levados a amá-lo; e no Apocalipse somos 
levados a esperá-lo. 
2.1. Autor 
Este livro identifica seu autor como “João” (1.1,4,9; 22.8) — a tradição entende que 
seja o apóstolo João, filho de Zebedeu e autor do evangelho que leva o nome desse 
O livro é caracteri ado também pelo uso
de n meros, especialmente o sete: sete
cartas, sete bênçãos (Ap 1.3, 14.13,
16.15, 19.19, 20.6, 22.7,14), sete selos,
sete trombetas, sete trovões, sete taças.
As sete cartas apontam para os eventos
do final dos tempos.
Daniel e Apocalipse – O plano profético de Deus 
 
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apóstolo. Hoje, todavia, muitos estudiosos conservadores sustentam o ponto de vista de 
Dionísio, bispo de Alexandria do século III, de que o 
livro foi escrito por outro João, denominado João, o 
Presbítero. Outros especialistas acreditam que o 
livro foi escrito sob um pseudônimo (falsamente 
atribuído a João) e que se trata de um compósito de 
vários textos. Apesar disso, há razões históricas e 
literárias convincentes para crer que Apocalipse foi 
escrito pelo apóstolo João. 
Embora alguns sustentem que Apocalipse foi 
escrito em 68 ou 69 d.C., pouco depois da morte do infame imperador Nero, a maioria 
acredita numa data próxima do fim do primeiro século. Ireneu (Contra heresias, 5.30.3) 
afirma que o apóstolo João teve sua revelação no final do reinado de Domiciano (81-96 
d.C.), o que é amplamente aceito hoje em dia, e muitos acreditam que as perseguições 
promovidas por Domiciano estavam por trás de Apocalipse. 
2.2. Destinatário 
O livro de Apocalipse é endereçado às sete igrejas da Ásia Menor (a moderna 
Turquia) — Éfeso, Esmima, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia. A 
perseguição romana aos cristãos (1.9; 2.10,13; 3.10) era intensa na época, e as falsas 
doutrinas espalhavam-se selas igrejas. 
2.3. Fatos Culturais e Destaques 
O livro de Apocalipse foi escrito numa época em que as autoridades romanas 
começavam a impor a adoração ao imperador. Os 
cristãos, que afirmavam que “Jesus é Senhor” 
(Rm 10.9) enfrentavam crescenteperseguição e 
mesmo o martírio (Ap 2.13; 6.9). O apóstolo João 
foi exilado na ilha de Patmos por causa de suas 
atividades de missionário cristão (1.9), e os 
crentes são avisados da oposição e da opressão 
vindouras (2.10; 3.10). Alguns cristãos advogam o 
compromisso com o governo romano (2.14— 
14.20), e João escreve, em parte, para encorajar 
os crentes a permanecer firmes nos dias de tentação que estão por vir. 
2.4. Tema do Livro. 
É a vinda de Jesus em glória, isto é, sua revelação pessoal em glória e poder a Israel 
e às nações. Isso é declarado no primeiro versículo do livro: "Revelação de Jesus Cristo". 
O texto-chave do livro todo está em 1.7: "Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, 
até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. 
Certamente. Amém". 
2.5. O Título (1:1-3). 
Apocalipse é uma palavra com origem no termo grego apokálypsis que significa 
"revelação" ou "ação de descobrir", “tirar o véu”. Que possamos, então, entender que o 
livro de Apocalipse não é um livro de segredos, mas de revelações. 
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2.6. As Interpretações do Apocalipse 
A interpretação do livro de Apocalipse é um ponto de contenda entre os comentaristas. 
De maneira geral, há três diferentes escolas de interpretação; que são 
(1) Os Preteristas, 
(2) Os Históricos, e 
(3) Os Futuristas. 
Os Preteristas sustentam que toda, ou pelo menos grande parte da profecia já se 
cumpriu com luta entre a Igreja e Roma, tendo a vitória da Igreja como resultado final. Tal 
interpretação é muito abstrata e é objetada por comentaristas ortodoxos. 
Os Intérpretes Históricos defendem que a profecia abrange toda a história da Igreja, 
mostrando como as malignas forças do mundo lutam contra a Igreja. Essa interpretação 
foi muito popular durante os tempos da Reforma e ainda era fortemente defendida no 
século dezenove. Especialmente com o surgimento de Napoleão, essa visão foi 
reconhecida como a interpretação final. Dentre os Protestantes, pessoas que têm essa 
visão consideram o Papa e a Igreja Romana como sendo o anticristo e a Besta. 
Os Futuristas mantêm a ideia de que a maior parte da profecia ainda está para se 
cumprir no futuro. A partir do capítulo 4, nem mesmo uma letra foi cumprida. Os capítulos 
2 e 3 falam da Igreja. Só depois que o período da Igreja for cumprido é que qualquer coisa 
depois do capítulo 4 pode ser cumprida. Os capítulos 6-19 referem-se a eventos que 
acontecerão no tempo das últimas sete das setenta semanas de Daniel. E as últimas sete 
semanas de Daniel não podem começar sem que a história da Igreja esteja completada. 
Essa interpretação é a mais satisfatória, pois é a que mais coincide com as profecias 
encontradas em outras passagens da Bíblia. 
2.7. Jesus e as sete igrejas (1.9-3.22). 
Iniciando sua descrição em torno da revelação de Jesus, João descreve a mensagem 
enviada às sete igrejas que existiam então na província romana da Ásia. Havia outras 
nessa província, e até maiores, mas estas foram escolhidas para receberem as 
mensagens do Senhor Jesus através de João, mensagens dirigidas às igrejas através de 
seus anjos, que eram representantes ou pastores. 
O fato de haver outras igrejas na região e terem sido escolhidas apenas estas sete, 
indica que elas eram representativas do ciclo completo da história da Igreja. As sete 
cartas falam também de condições espirituais prevalecentes nessas igrejas no tempo de 
João e que caracterizam a Igreja em todos os tempos. 
2.8. O trono, o rolo e o Cordeiro (4 e 5). 
O quadro simbólico de Deus em Apocalipse 4 é majestoso e lança o fundamento de 
nossa adoração. Este capítulo tem três propósitos principais: (1) fundamentar a nossa 
própria adoração litúrgica com base na adoração que oferecem os seres celestiais na 
sala do trono; (2) contrastar a grandeza de Deus com a “glória” terrena de César e de 
todos os governantes terrenos; (3) mostrar que o juízo de Deus (cap. 6—20) está 
fundamentado em sua santidade e em sua obra redentora (cap. 4—5). 
 
 
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2.9. Os sete selos (6.1— 8.1). 
Os “sete selos” indicam completude, focalizando na plenitude do plano divino. Ele é 
perfeito e deve ser revelado no tempo perfeito, combinando o sigilo de Isaías 29.11 e 
Daniel 8.26 com o desvendamento do rolo em Ezequiel 2.9,10. 
2.10. As sete trombetas (8.2— 11.19). 
As “trombetas” e as “taças” mencionadas no livro de Apocalipse serão manifestações 
da ira de Deus contra o Anticristo e os habitantes da terra. Ao punir o mundo, Deus espera 
que eles se arrependam, mas o mundo persistirá no mal e não se arrependerá. 
2.11. O conflito com Satanás (12—14). 
Satanás é o grande inimigo da Igreja e luta contra Deus e seu povo, acusando os 
santos no céu e atacando-os na Terra. Mas Cristo venceu "a antiga serpente" e dá a 
vitória a seu povo. 
O adversário sempre opera por meios humanos, nesse caso a "besta" (o falso Cristo 
ou anticristo) e o falso profeta. Satanás é um imitador, um falsificador, e procura controlar 
os homens por meio do engano. A "besta" é o futuro ditador mundial que promete resolver 
os problemas mais prementes das nações; o falso profeta é seu "ministro de propaganda 
política". Durante algum tempo, o trio satânico parece bem-sucedido, mas seu império 
mundial começa a se desintegrar, as nações se reúnem para a última batalha, Jesus 
Cristo aparece e a batalha termina. 
2.12. As sete taças (15 e 16). 
A introdução dos juízos das sete taças (15.1-8) focaliza tanto nos preparativos dos 
setes anjos, quando eles se preparam para deixar o templo celestial e levar as últimas 
pragas à terra (15.1,5-8), quanto na alegria dos mártires vitoriosos, que celebram os atos 
salvíficos do Deus todo-poderoso (15.2-4). As quatro primeiras taças estabelecem um 
paralelo com as quatro primeiras trombetas, mas agora os juízos afetam toda a terra e 
comprovam, finalmente, a soberania divina sobre os poderes terrenos e sobre a 
depravação das pessoas, que rejeitam mais duas vezes a oferta de arrependimento feita 
por Deus (16.9,11). As últimas três taças dão continuidade ao tema da depravação, 
quando a humanidade não somente se recusa a arrepender-se, mas também amaldiçoa 
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Deus (16.11). O juízo sobre o trono da besta (16.10,11) conduz ao ato final de afronta dos 
poderes do mal ao convocarem as nações para a batalha do Armagedom (16.16). 
2.13. A queda da Babilônia (17.1-19.5). 
A esta altura do estudo de Apocalipse, o assunto de Babilônia não é novo. Em 14.8 
está escrito: "Seguiu-se outro anjo, o segundo, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia 
que tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição". Este 
anúncio está ligado à execução dos juízos divinos mencionados no versículo 7 do mesmo 
capítulo. 
Em 16.19 está escrito: "E lembrou-se Deus da grande Babilônia para dar-lhe o cálice 
do vinho do furor da sua ira". Agora João recebe a visão minuciosa da queda de Babilônia. 
2.14. O casamento do Cordeiro (19.6-10). 
Essa seção está estruturada de forma semelhante a 16.5-7, visto que o primeiro hino 
louva a Deus “pois seus juízos são verdadeiros e justos” (19.1,2), e o segundo acrescenta 
um refrão celebrando os resultados desse juízo (19.3). Mas aqui não há dois participantes 
diferentes (como em 16.5-7) e o segundo hino não repete a linguagem do primeiro (como 
em 16.7). Todavia, a presente passagem se assemelha àquela grande declaração da 
teodiceia no capítulo 16. i. Louvor pelo justo juízo de Deus (19.1,2) “Depois dessas 
coisas” (isto é, a destruição de Babilônia nos capítulos 17—18), João tem outra 
experiência visionária auditiva e “ouve” uma “forte voz”, que é o louvor da multidão 
celestial. A outra única ocorrência de ochlou pollou, “imensa multidão”, está em 7.9, em 
que o grupo está de pé diante do trono e louva a Deus por sua salvação. 
Antesde Jesus aparecer em glória e poder, é-nos permitido ver a Igreja ao seu lado, 
na Glória. 
Uma imensurável multidão regozija-se no Céu, juntamente com os vinte e quatro 
anciãos e os seres viventes. É um coral gigantesco. Eles intercalam quatro grandes 
aleluias no seu cântico (vv. 1,3,4,6). 
O glorioso evento das Bodas do Cordeiro, tem lugar no Céu após o arrebatamento da 
igreja. É o encontro, que durará para sempre, da Igreja com o seu Senhor, que a resgatou 
com o seu precioso sangue e a conduziu a salvo ao lar celestial, apesar das tempestades 
da vida. É o encontro que não terá jamais separação. 
2.15. O cavaleiro (19.11-21). 
Primeiro, João descreve o Conquistador (Ap 19:11-16) e, em seguida, suas 
conquistas (Ap 19:17 - 20:3). O cavaleiro montado no cavalo branco (Ap 6:2) é o falso 
Cristo, mas esse Cavaleiro é o verdadeiro Cristo. Não está vindo nos ares para levar seu 
povo para o lar (1 Ts 4:13-18); antes, está vindo â Terra com seu povo, para conquistar 
os inimigos e estabelecer seu reino. 
2.14. Os mil anos (20.1-6). 
“Milênio” foi o nome dado ao período de mil anos em que Jesus reinará sobre a terra 
a partir da cidade de Jerusalém (Ap 20.4; cf. Jr 3.17; Zc 14.9). O Milênio virá após a 
ressurreição dos justos (Ap 20.4,5) e a batalha do Armagedom (19.17-21) e precederá a 
batalha de Gogue e Magogue (20.7-10), e a subsequente destruição e recriação do céu 
e da terra (21.1,2). 
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Muitas profecias do Antigo Testamento a respeito de Israel se cumprirão durante o 
Milênio. Satanás ficará preso e incapacitado de tentar e enganar a humanidade (Ap 
20.2,3; veja o tópico relacionado ao abismo em 9-1). Portanto, o Milênio será um tempo 
de paz (Is 11.5-9) mesmo entre os animais (65.25). As pessoas viverão mais tempo 
(65.20), o Templo será reconstruído (Ez 40-48), a própria cidade de Jerusalém será santa 
(Zc 14.20,21) e o lugar onde todos os peregrinos, de todas as nações, adorarão ao 
Senhor (14.16-19). 
2.15. A destruição de Satanás (20.7-10). 
O Milênio terminará com uma batalha, a última batalha da terra, para todo o sempre 
(v.8). 
Deus libertará Satanás por um breve período (20.7). Embora sua causa já não tenha 
mais qualquer esperança, ainda tentará enganar as nações e liderá-las em uma batalha 
contra o Deus Todo-poderoso (v.8). Eles se reunirão em Jerusalém, pretendendo destruir 
o trono do reino de Deus, mas serão miseravelmente derrotados; Deus enviará fogo do 
céu sobre eles (v.9; Ez 38.17-23). Deus ordenará que Satanás seja lançado no lago de 
fogo, onde o Dragão se juntará à Besta e ao Falso Profeta em seu castigo eterno (Ap 
20.10). 
2.16. O julgamento do Grande Trono Branco (20.11-15). 
Essa é a única passagem no livro em que o trono é descrito com adjetivos, (thronon 
megan leukon, um grande trono branco). No livro, o adjetivo “megan” geralmente é 
utilizado em referência a algo grande ou alto (uma “alta voz”, “grande tribulação,” uma 
“espada enorme”), assim, ele indica tanto a imensidão quanto a majestade do próprio 
trono, possivelmente para distingui-lo dos “tronos” de 20.4. O trono é “branco” para evocar 
os temas de pureza e santidade que vêm sendo associados a essa cor ao longo do livro. 
Cristo tem cabelos brancos (1.14), assenta-se numa nuvem branca (14.14) e retorna em 
um cavalo branco (19.11); seres celestiais se vestem de branco (4.4); os santos 
triunfantes vestem-se com túnicas brancas (3.4,5; 6.11; 7.9,13) e retornam, com Cristo, 
montados em cavalos brancos (19.14). O “trono branco” remete a todos esses temas 
(esta é a última vez em que o termo “branco” ocorre no livro). Ele é um trono de pureza e 
triunfo, e assim é retratado, corretamente, como o trono do julgamento. 
Antes de a nova era ter início, a era atual deve acabar. Isaías 51.6 declara: “os céus 
desaparecerão como fumaça, e a terra envelhecerá como se fosse uma roupa” (também 
13.10,13; 34.4; Sl 102.26; Ez 32.7,8, Jl 2.10). 
2.17. Novos céus, nova terra, nova Jerusalém (21.1—22.5). 
Não se trata aí do Céu como a habitação de Deus, mas o espaço sideral entre o Céu 
e a terra. Satanás operava nesse espaço e o conspurcou. O homem também tem poluído 
esse espaço com gases, produtos químicos, resíduos de combustíveis, satélites e 
veículos espaciais. Cada vez mais o homem se lançará ao espaço daqui para a frente. 
"Passaram", é no original "parechomai", e significa passar de um estado para outro. Não 
quer dizer aniquilação. O mesmo termo original o Espírito Santo usa em 2 Pedro 3.10-13, 
onde está explicado como se dará isso. A terra voltará ao estado de perfeição original, 
como era antes da entrada do pecado. 
Em 21.3,15-18, a Nova Jerusalém é descrita como o lugar santíssimo. Assim, o povo 
de Deus passará a eternidade no lugar santíssimo celestial quando Deus habitar entre 
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18 
 
eles. Mas há aí ainda um sentido mais profundo, pois lemos que Deus “estenderá o seu 
tabernáculo”, fazendo com que a ideia da shekinah divina sendo colocada “sobre” seu 
povo signifique proteção e conforto. 
CONCLUSÃO 
Os livros de Daniel e Apocalipse nos trazem um extraordinário panorama proféticos, 
com suas linguagens peculiares, suas descrições simbólicas e, obviamente, suas visões 
interligadas sobre as revelações divinas e consumação de todas as coisas. 
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