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<p>Aula 41 - Profa. Ana</p><p>Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos -</p><p>Curso Regular</p><p>Autor:</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits</p><p>de Oliveira</p><p>15 de Junho de 2023</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>1</p><p>Sumário</p><p>Apresentação e Cronograma do Curso .............................................................................................................. 2</p><p>1 - Nutrição e alimentação animal .................................................................................................................... 3</p><p>1.1 Energia e conceitos básicos em nutrição ................................................................................................... 3</p><p>1.2 Fontes, funções e metabolismo de proteínas, carboidratos e lipídeos ...................................................... 9</p><p>1.3 Forragens, pastagens e rações para equinos......................................................................................... 17</p><p>1.4 Funções e deficiências de minerais ......................................................................................................... 44</p><p>1.5 Funções e deficiências de vitaminas ....................................................................................................... 57</p><p>1.6 Princípios de nutrição canina .................................................................................................................. 73</p><p>2 – Legislação................................................................................................................................................... 76</p><p>2.1 Instrução Normativa nº 8, de 25 de março de 2004 ............................................................................. 76</p><p>2.2 Instrução Normativa nº 17, de 7 de abril de 2008 ............................................................................... 78</p><p>2.3 Decreto nº 6.296, de 11 de dezembro de 2007 ................................................................................... 79</p><p>Questões Comentadas - Multibancas ................................................................................................................ 90</p><p>Referências ....................................................................................................................................................... 99</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>2</p><p>APRESENTAÇÃO E CRONOGRAMA DO CURSO</p><p>Olá, alunos do Estratégia Concursos, tudo bem?</p><p>É com muita satisfação que iniciaremos nossa aula de Nutrição e alimentação animal.</p><p>Nosso curso será fundamentado em teoria e questões. E, dentro do conteúdo cobrado, resolveremos</p><p>QUESTÕES DE TODOS OS NÍVEIS, inclusive questões cobradas em concursos diversos dentro da medicina</p><p>veterinária, para que vocês consigam consolidar o aprendizado e se situarem em relação às diferentes</p><p>possibilidades de cobrança nas provas.</p><p>Além do PDF, teremos videoaulas! Essas aulas destinam-se a complementar a preparação. Nas videoaulas</p><p>focaremos em abordar os pontos principais da matéria com resoluções de exercícios.</p><p>É importante lembrar que, ao contrário do PDF, AS VIDEOAULAS NÃO ATENDEM A TODOS OS PONTOS QUE</p><p>VAMOS ANALISAR NOS PDFS. Por vezes, haverá aulas com vários vídeos; outras que terão videoaulas</p><p>apenas em parte do conteúdo; e outras, ainda, que não conterão vídeos. Nosso objetivo é, sempre, o</p><p>estudo ativo!</p><p>Esta é a nossa proposta! E aí, estão prontos para começar?</p><p>Em caso de dúvidas ou sugestões fiquem à vontade para me contatar e adicionar nas redes sociais. Estamos</p><p>juntos nessa caminhada e será um prazer orientá-los da melhor maneira possível! Vamos nessa!</p><p>Instagram: @ana.paula.salim</p><p>Telegram: t.me/profanapaulasalim</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>3</p><p>1 - NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO ANIMAL</p><p>Olá, alunos! Bem-vindos ao módulo de Nutrição e Alimentação.</p><p>A alimentação dos animais tem como objetivo fornecer a um indivíduo ou um grupo de indivíduos a condição</p><p>energética necessária para a manutenção da vida.</p><p>Nos animais de produção, diversos fatores influenciam que o rendimento das produções animais como</p><p>genética, clima, entre outros dos quais a alimentação é a variável de mais fácil manipulação e adaptável às</p><p>necessidades de cada espécie e etapa de vida.</p><p>Nesse sentido, os custos com a alimentação representam cerca de 70% do custo total de produção.</p><p>Portanto, a manejo nutricional adequado evita gastos e otimiza os lucros com a atividade.</p><p>Esse manejo, no entanto, requer conhecimentos sobre o potencial nutritivo dos alimentos disponíveis e</p><p>respectivas necessidades nutricionais dos indivíduos.</p><p>1.1 Energia e conceitos básicos em nutrição</p><p>Olá, pessoal! Tudo bem? Começaremos nosso estudo com alguns conceitos importantes! Venham comigo!</p><p>Anabolismo: processo de síntese de complexos orgânicos e moléculas no corpo a partir de precursores mais</p><p>simples. São exemplos a glicogênese, a proteogênese e a lipogênese.</p><p>Catabolismo: processo de quebra de nutrientes do tecido e componentes para moléculas menos complexas.</p><p>Metabolismo: termo que abrange os processos químicos de anabolismo e catabolismo no corpo.</p><p>Proteínas: as proteínas verdadeiras são formadas por cadeias de aminoácidos. Todos os aminoácidos</p><p>possuem pelo menos um grupo amino contendo nitrogênio (N). Durante o jejum, as proteínas podem ser</p><p>utilizadas como fonte de energia a partir da oxidação de aminoácidos.</p><p>O conteúdo bruto de proteína da dieta é definido como conteúdo de N × 6,25, pois é assumido que a proteína</p><p>contém 16% de nitrogênio. No entanto, este método inclui ácidos nucléicos dietéticos, nitrogenados</p><p>glicosídeos, aminas, nitratos, etc. e, assim, superestima o verdadeiro conteúdo de proteína.</p><p>Glicose: precursor energético cuja oxidação resulta na formação de CO2 e H2O + ATP.</p><p>Glicólise: principal via na qual a glicose é metabolizada para fornecer energia.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>4</p><p>Glicogênico: o que dá origem ou produz glicose. De acordo com uma classificação muito usada, amino ácidos</p><p>são cetogênicos se (como a leucina) eles são convertidos em acetil - CoA e produz cetonas no sangue quando</p><p>alimentado a um animal faminto.</p><p>Aminoácidos glucogênicos, como valina promover a síntese de glicose e glicogênio quando alimentado a um</p><p>animal faminto.</p><p>Gliconeogênese: a formação de glicose a partir de aminoácidos por várias rotas dentro do corpo que</p><p>incluem ácido pirúvico e ácido láctico, mas não via acetil - CoA.</p><p>Corpos cetônicos: produto do metabolismo lipídico, utilizado como substrato energético para o cérebro</p><p>durante longos períodos de jejum.</p><p>Para os animais, a energia é fornecida na dieta por meio de nutrientes, os quais são componentes que têm</p><p>funções específicas dentro do corpo e contribuem ao crescimento, manutenção do tecido e saúde ideal.</p><p>Nutrientes essenciais são aqueles componentes que não podem ser sintetizados pelo organismo a uma taxa</p><p>adequada para atender às necessidades e, por isso, devem ser incluídos na dieta.</p><p>Esses nutrientes são usados como componentes estruturais como com ossos e músculos, aumentando ou</p><p>estando envolvidos no metabolismo, transporte de substâncias, como o oxigênio e eletrólitos, mantendo a</p><p>temperatura corporal normal e no fornecimento de energia.</p><p>Os nutrientes não essenciais podem ser sintetizados pelo corpo e podem ser obtidos através da dieta.</p><p>Os nutrientes são divididos em seis categorias principais; água, carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas</p><p>e minerais.</p><p>A energia não é um dos nutrientes, mas depois da água é o componente mais crítico</p><p>dos grãos de cereais 85-90% são proteínas, em concentrações mais altas na</p><p>camada de embrião. As proteínas dos cereais são mais pobres do que as proteínas de sementes oleaginosas</p><p>e de animais pois são relativamente deficientes em lisina, treonina e metionina.</p><p>A qualidade da proteína diminui na ordem aveia, arroz, cevada, milho, trigo e painço. A proteína de aveia</p><p>contém ligeiramente mais lisina do que a proteína de outros cereais.</p><p>• Ingredientes dos alimentos de equinos (Frape, 2007)</p><p>• Cereais</p><p>O controle adequado de consumo energia é o aspecto mais difícil da alimentação. Cereais são as principais</p><p>fontes de energia na dieta de equinos em trabalho intenso. Os grãos cereais contêm três principais tecidos:</p><p>camada de folhelho e aleurona, endosperma e embrião. O endosperma é um estoque rico em amido,</p><p>requerido como uma fonte de energia durante o crescimento inicial da planta.</p><p>Dos compostos nitrogenados dos grãos cereais, 85 a 90 % são proteínas, encontradas em cada uma das</p><p>regiões teciduais, mas em maiores concentrações na camada de aleurona e embrião. As proteínas cereais</p><p>não são tão úteis nutricionalmente como as sementes oleaginosas e as proteínas animais, porque são</p><p>relativamente deficientes em lisina, treonina e metionina. A qualidade das proteínas (distintas da</p><p>quantidade) diminui na seguinte ordem: aveia, arroz, cevada, milho, sorgo, trigo e milhete.</p><p>A proteína da aveia contém ligeiramente mais lisina do que a proteína de outros cereais. O conteúdo de óleo</p><p>dos grãos cereais varia de cerca de 15 a 50g/ kg, com a aveia contendo ligeiramente mais do que o milho,</p><p>que por sua vez contém mais do que a cevada ou o trigo.</p><p>Esse óleo é rico em ácidos graxos poliinsaturados, dos quais o principal é o ácido linoleico, que constitui</p><p>cerca de metade da composição de ácidos graxos por peso no óleo. Os óleos insaturados, como esses, são</p><p>propensos ao ranço subsequente à moagem dos cereais a não ser que a refeição seja comprimida em péletes,</p><p>ou de outra forma estabilizada.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>30</p><p>Os grãos cereais são deficientes em cálcio porque contêm menos do que 1,5g/ kg mas têm de três a</p><p>cinco vezes mais fósforo, principalmente na forma de sais de fitato. Esses sais tendem a reduzir a</p><p>disponibilidade de cálcio, zinco e provavelmente magnésio no trato intestinal: os sais da aveia são</p><p>considerados como tendo maior efeito de mobilização de que os fitatos de outros cereais comuns.</p><p>• Aveia (Avena sativa)</p><p>A aveia (Avena sativa L.) é um cereal de excelente valor nutricional. Destaca-se dos outros cereais por seu</p><p>teor e qualidade proteica, que varia de 12,40 a 24,50% no grão descascado, e por sua maior porcentagem</p><p>de lipídios, que varia de 3,10 a 10,90%, distribuídos por todo o grão e com predominância de ácidos graxos</p><p>insaturados.</p><p>Segundo Morrison (1966), a porcentagem de lipídios no grão de aveia varia entre 5,0 e 9,0%, sendo superior</p><p>às porcentagens encontradas em trigo (2,1-3,8%), arroz (1,83-2,5%), milho (3,9-5,8%), cevada (3,3-4,6%) e</p><p>centeio (2,0-3,5%).</p><p>A composição dos lipídios é favorável devido ao alto conteúdo de ácidos graxos insaturados, dos quais os</p><p>ácidos palmítico, oleico e linoleico são os mais encontrados, representando em torno de 95% do total.</p><p>Em relação ao teor proteico, a aveia também é superior aos demais cereais, sendo 18% o maior valor</p><p>encontrado. As proteínas de aveia são de alta qualidade, apresentando composição aminoácida de acordo</p><p>com os padrões exigidos pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) /</p><p>Organização Mundial da Saúde (OMS). Porém, assim como nos demais cereais, o primeiro aminoácido</p><p>limitante é a lisina, seguido da treonina.</p><p>Entre os carboidratos, o amido é o constituinte em maior abundância na aveia, com teores médios entre</p><p>43,7 e 61,0%. Porém, se comparados a outros cereais como centeio, cevada e trigo, o amido da aveia pode</p><p>ser considerado baixo, devido à elevada concentração de proteínas, lipídios e fibras.</p><p>Sob sistemas tradicionais de alimentação, em que uma única espécie de grãos de cereais é oferecida, a aveia</p><p>é a opção mais segura para alimentação, por conta de sua baixa densidade e alto teor de fibra, que os</p><p>tornam mais difíceis de sobrecarregar e o tamanho do grão é mais adequado para mastigação.</p><p>Não necessitam, por isso, de moagem ou laminação para equinos de idade acima de um ano se os dentes</p><p>estiverem sadios. Uma maior quantidade de aveia do que de outros cereais precisa ser consumida para</p><p>produzir cólica por sobrecarga ou outros problemas digestivos. Porém, tendem a ser mais caros por unidade</p><p>de energia do que os demais, pois 23 a 35 % do grão é constituído de casca.</p><p>• Aveia sem Casca (Variedade Produzida pelo Cruzamento de Avena nuda com Avena sativa)</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>31</p><p>O grão da Avena sativa está envolvido por uma casca que constitui 250g/ kg do peso do grão. A casca das</p><p>novas variedades é solta e cai durante a debulha, assim o conteúdo de energia da aveia sem casca é</p><p>consideravelmente maior que o do grão de Avena sativa. A aveia sem casca contém 120g/kg de proteína e</p><p>6g/kg de lisina. O conteúdo de P é alto (3,5g/kg), mas está principalmente presente como fitatos, e o óleo é</p><p>propenso a lipólise durante a estocagem.</p><p>Atualmente é recomendado restringir a aveia sem casca a uma mistura de 100 a 200g/kg de cereais de</p><p>equinos.</p><p>• Cevada (Hordeum vulgare)</p><p>Aveia e cevada diferem de trigo, milho e grão de sorgo por serem revestidas por uma casca (botanicamente</p><p>chamada de camada interna e externas que nos outros três cereais é perdida durante a colheita. Todos os</p><p>grãos cereais são, porém, encapsulados firmemente na membrana delgada composta da testa fundida</p><p>menos fibrosa e do pericarpo.</p><p>A casca da cevada constitui 10 a 14 % do peso total do grão e é relativamente menor e mais fixada a ele do</p><p>que a casca de grãos menores de aveia. Assim, para a alimentação de equinos, o grão de cevada deve ser</p><p>prensado ou ligeiramente laminado para romper a casca logo antes da alimentação, mas pode ser fornecido</p><p>como único cereal após um período de adaptação gradativa.</p><p>Esse período é necessário pelo conteúdo maior de amido e pelo peso da cevada em comparação com a</p><p>aveia. A proteína da cevada é de qualidade nutricional ligeiramente menor que a da aveia, sendo</p><p>relativamente deficiente em lisina, e o conteúdo de óleo é bem baixo, geralmente menor que 20g/ kg.</p><p>Algumas variedades de cevada descascada ou sem casca, muito pobres em fibra, têm sido cruzadas. São</p><p>comparáveis às aveias descascadas das quais a casca foi removida por processamento, novamente</p><p>produzindo um produto de amido, rico em energia, pobre em fibras, mas seu preço raramente justifica seu</p><p>uso na alimentação equina.</p><p>• Trigo (Triticum aestivum)</p><p>O trigo apresenta boa qualidade nutricional e grande potencial de utilização nas dietas para monogástricos</p><p>e ruminantes. Contudo, as cultivares de trigo apresentam grande variação na composição química e no valor</p><p>nutricio nal. Considerando os trigos cultivados no mundo, os valores de proteína bruta variam entre 6% e</p><p>22%, com maior frequência de valores entre 13% e 14%.</p><p>Apresenta teor de proteína mais elevado que o milho e teor de energia inferior. Contém de 5-8% de</p><p>pentosanas (arabinoxilanos) que causam problemas de viscosidade na digestão, ligando-se com</p><p>componentes da parede celular, fazendo com que as células absorvam 10% mais água.</p><p>O trigo também contém inibidores de a-amilase (albuminas encontradas principalmente no amido), que são</p><p>termolábeis e inativados no processo de peletização.</p><p>Os grãos de trigo são isentos de casca e relativamente pequenos,</p><p>podendo escapar da mastigação se</p><p>consumidos inteiros. Por isso, o trigo deve ser esmagado, grosseiramente moído, ou transformado em</p><p>flocos antes de ser usado.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>32</p><p>As duas proteínas do endosperma (conhecidas coletivamente como o glúten) são deficientes em lisina e</p><p>podem formar uma massa pastosa (da mesma forma para o grão de centeio) impenetrável para sucos</p><p>digestivos, especialmente quando o trigo é finamente moído.</p><p>No estado não cozido, o trigo deve formar menos da metade da fração de grãos da dieta. Além disso, como</p><p>o amido do endosperma constitui 85 % do grão, o consumo excessivo pode causar distúrbios digestórios,</p><p>particularmente se o período de adaptação for curto. O farelo e o gérmen compõem, respectivamente, cerca</p><p>de 13 e 25 % do grão.</p><p>• Triticale</p><p>O triticale é um híbrido resultante do cruzamento do trigo (Triticum) com o centeio (Secale). Contém mais</p><p>proteína que a cevada, mas em quantidades variáveis (100 a 200g/ kg) deficientes no aminoácido triptofano</p><p>(1.50/ kg de cereal) e mais ricas em lisina do que a proteína do trigo.</p><p>Na forma moída, tem um valor de alimentação para equinos ligeiramente maior que a cevada. O triticale</p><p>cultivar Madonna tem maior digestibilidade no intestino delgado, comparado ao grão de trigo, levando a um</p><p>menor fluxo cecal de amido.</p><p>• Milho (Zea mays)</p><p>O milho é o maior dos grãos de cereais e é aceitável em qualquer forma para alimentação de cavalos.</p><p>Frequentemente, porém, quando os grãos são muito duros, devem ser quebrados, em especial para</p><p>equinos com dentição ruim.</p><p>Segundo Teixeira (1998; apud Goes, Silva & Souza, 2013), o milho, dentre os grãos de cereais, é o mais</p><p>amplamente empregado na alimentação animal, por ser rico em energia e pobre em proteína,</p><p>principalmente lisina. É rico em pró-vitamina A (betacaroteno) e pigmentantes (xantofila), além de</p><p>apresentar baixos teores de triptofano, cálcio, riboflavina, niacina e vitamina D.</p><p>É considerado um alimento concentrado energético padrão e pode ser fornecido para bovinos em até 70%</p><p>da ração, aumentando a textura da moagem com o aumento do teor na ração. Para suínos e aves, a</p><p>quantidade pode chegar a até 80% da ração (moagem mais fina). Já para cavalos e ovinos, pode-se utilizar</p><p>o grão inteiro.</p><p>O milho é composto por 61% de amido, 19% de glúten, 4% de gérmen, e 16% de água. As principais formas</p><p>de amido encontradas no milho são a amilose (27%) e a amilopectina (73%), encontradas num arranjo</p><p>facilmente digerível para os animais.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>33</p><p>Em relação à proteína, a principal é a zeína, encontrada numa concentração de 50% do total existente no</p><p>grão. Esta proteína é pobre em aminoácidos essenciais, principalmente o triptofano e a lisina. Em dietas</p><p>com alta proporção de milho, estes aminoácidos devem ser adicionados.</p><p>Os óleos ou lipídeos encontrados no milho são classificados como ácidos graxos, sobretudo o palmítico, o</p><p>esteárico, o oleico, o linoleico e o linolênico.</p><p>O milho contém o dobro da energia por unidade de volume da aveia, mas aveia tem maior digestibilidade</p><p>no intestino delgado.</p><p>Uma porção considerável de amido de milho é fermentada na região posterior intestinal quando grandes</p><p>quantidades são fornecidas, a não ser que o grão seja cozido. A resposta glicêmica ao milho floculado é</p><p>maior que para o milho quebrado e o moído, indicando que a cocção melhora a digestibilidade no intestino</p><p>delgado.</p><p>O aquecimento/ cozimento dos cereais resulta em uma rápida assimilação de seus produtos de digestão e</p><p>rápida fermentação por microrganismos intestinais (com uma queda no pH cecal). Isso causa um aumento</p><p>no calor da fermentação e um aumento nas concentrações de glicose e ácidos graxos voláteis no sangue,</p><p>estimulando a taxa de metabolismo em uma extensão maior do que ocorre após uma refeição de feno.</p><p>Os grãos de milho contêm cerca de 650 g de amido / kg, mas apenas 80 - 100 g de PB. A proteína do</p><p>endosperma, zeína, é deficiente em triptofano e em menor grau na lisina.</p><p>As variedades amarela e branca do milho são produzidas, mas os tipos para a alimentação de rebanhos são</p><p>predominantemente amarelos e contêm os pigmentos de xantofila, criptoxantina, um precursor da vitamina</p><p>A, e a zeaxantina.</p><p>• Grãos de Sorgo (Sorghum vulgare subglabrescens)</p><p>O sorgo é o principal grão dos alimentos da África e partes da Índia e China, onde crescem em terras muito</p><p>secas para o milho. É também o principal alimento de animais em áreas secas no meio-oeste dos Estados</p><p>Unidos. A semente não tem casca, como o milho e o trigo, mas tem um formato mais esférico e é menor</p><p>que o trigo.</p><p>O sorgo pode ser fornecido aos animais na forma de forragem, silagem e grãos. O grão de sorgo apresenta</p><p>composição semelhante à do milho, com menor teor de energia e maior de proteína, em que o teor de</p><p>proteína bruta varia de 9 a 13%, dependendo da variedade, e contém menor teor de caroteno.</p><p>Além disso, é deficiente em pigmentos xantofílicos, e pobre em isoleucina e leucina em relação ao milho. O</p><p>grão de sorgo é recomendado para vacas leiteras e suínos, substituindo até 100% do milho, devendo ser</p><p>fornecido de forma triturada.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>34</p><p>O conteúdo de proteína do grão é variável (80 a 200g/ kg). O conteúdo de lisina da proteína é bem baixo e o</p><p>conteúdo de óleo do grão é menor que o de milho. Em razão do seu tamanho, o grão deve ser sempre</p><p>comprimido, quebrado, moído grosseiramente, ou transformado em flocos antes de ser fornecido aos</p><p>equinos. Isso rompe o farelo ceroso que cobre o endosperma.</p><p>Se finamente moído, pode se tornar pastoso, sendo preferível a laminação. É um cereal rico em energia e,</p><p>por isso, para evitar distúrbios digestivos deve preferencialmente formar somente uma porção do consumo</p><p>de cereais.</p><p>Muitas variedades de sorgo crescem, incluindo algumas para uso em forrageiras. Os grãos variam em</p><p>coloração de branco a castanho escurecido. As variedades dos grãos de sorgo que contêm baixas</p><p>concentrações de tanino são amplamente usadas como alimentos de equinos. As variedades castanhas, ou</p><p>arroxeadas, contêm quantidades significativas de taninos e as variedades de grãos brancos, ou milo, são os</p><p>tipos que devem ser usados, uma vez que o tanino pode causar cólica em equinos.</p><p>• Arroz (Oryza sativa)</p><p>O arroz é um cereal cultivado para a alimentação humana. Contudo, seus grãos deficientes e subprodutos</p><p>são utilizados na alimentação animal.</p><p>Estes grãos apresentam menor valor nutritivo e variável devido à quantidade de casca, podendo ser</p><p>fornecidas moídas devido à sua dureza. Para a alimentação animal, são destinados o arroz integral</p><p>desclassificado, ou quirera de arroz.</p><p>Este ingrediente é de baixa qualidade para frangos de corte, podendo ser utilizado para poedeiras, suínos,</p><p>caninos e bovinos. O uso em aves está condicionado ao processamento em decorrência de o arroz</p><p>apresentar elevados teores de inibidores de tripisina, estruturas estas que são termolábeis.</p><p>O conteúdo proteico varia de 6,5-8,5%, e a energia de 2.700 kcal de energia metabolizável/kg.</p><p>O grão de arroz contém uma espessa casca fibrosa, que é facilmente removida, mas constitui cerca de 20%</p><p>de seu peso total. A casca é rica em sílica e, quando liberada do grão, é inadequada por si só para alimentar</p><p>os cavalos, uma vez que as pontas afiadas podem causar irritação. O arroz com casca é mais adequado como</p><p>alimento para os equinos. A proteína do arroz é uma fonte razoável de lisina.</p><p>• Milhete (Setaria spp., Panicum miliaceum)</p><p>O nome milhete é aplicado a uma variedade de espécies de gramíneas. As sementes têm um elevado</p><p>conteúdo de energia, são o elemento palatável da dieta de várias pessoas e tipicamente contêm 110g/ kg</p><p>de proteína e baixo conteúdo de lisina, 50 a 90g/ kg de fibra bruta e 25 a 35g/ kg de óleo.</p><p>São livres de toxinas, exceto as cascas de sementes imaturas de Paspalum scrobiculatum. O alimento é</p><p>pequeno e a casca não é removida durante a colheita normal. Requer a moagem grosseira, ou esmagamento</p><p>para a alimentação de equinos e seu valor alimentar é de certa forma similar ao da aveia.</p><p>• Subprodutos de Cereais</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>35</p><p>O uso industrial dos grãos cereais causa a produção de dois principais tipos de subprodutos:</p><p>1. Os derivados das indústrias de moagem (casca e gérmen das sementes).</p><p>2. Os derivados das indústrias de bebidas fermentadas e destiladas (principalmente grãos consumidos,</p><p>resíduos de grãos germinados e leveduras secas).</p><p>a) Subprodutos da moagem de trigo, aveia e centeio</p><p>Existem três subprodutos da aveia casca: corpo farinhoso, farelos da semente e o endosperma. A casca da</p><p>aveia tem um conteúdo de fibra bruta de 330 a 360g/ kg com uma digestibilidade um pouco melhor do que</p><p>a da palha da avela. Uma combinação de cascas e corpo farinhoso de aveia em uma proporção aproximada</p><p>de 4:1 fornece o equivalente ao valor nutritivo da aveia.</p><p>Cada um desses subprodutos pode ser fornecido aos equinos quando apropriadamente processados e</p><p>incluídos em alimentos balanceados na proporção de até 20% de dietas de baixa energia.</p><p>O principal subproduto da moagem fornecido aos equinos em países do ocidente são aqueles derivados da</p><p>moagem do trigo. As partes não aproveitadas do trigo são o gérmen, farelo, farinha grossa e farinha fina</p><p>que compreendem cerca de 28% do peso total do grão e são coletivamente chamados de alimentos de trigo.</p><p>O gérmen contém 220 a 320g de proteína bruta/ kg e é uma rica fonte de alfa-tocoferol e tiamina. Esse</p><p>subproduto em particular é muito caro para uso geral, mas pode ter valor para animais doentes.</p><p>O farelo é derivado do pericarpo, da testa e da camada de aleurona que envolvem o endosperma, com algum</p><p>deste aderido. Normalmente contém 85 a 110g de fibra bruta/ kg e 140 a 160g de proteína bruta. É vendido</p><p>como farelo gigante, grosso ou fino de acordo com o tamanho, ou como fração inteira de farelo de fluxo</p><p>contínuo. Essas graduações são semelhantes na composição química, apesar das variedades maiores</p><p>floculadas conterem um pouco mais de água.</p><p>O farelo é tipicamente caro pelos nutrientes que provê, mas pode formar, como uma sopa, um veículo mais</p><p>palatável para a administração oral de drogas e tem a capacidade de absorver muito mais do que seu peso</p><p>de água. Assim, possui ação laxativa no trato intestinal.</p><p>O farelo, em particular, é rico em fósforo orgânico, pois contém aproximadamente 10g/ kg, ou ligeiramente</p><p>mais, dos quais 90% estão na forma de sais de fitato. Como o farelo é deficiente em cálcio e como o fitato</p><p>deprime a utilização de cálcio e zinco da dieta, o uso de grandes quantidades acelera o início de</p><p>anormalidades ósseas em equinos jovens e adultos.</p><p>• Alimentos da Aveia</p><p>Durante a preparação comercial das refeições à base de aveia para o consumo humano, as cascas e as</p><p>sementes (as cascas e parte do endosperma de pequenos grãos) são removidas.</p><p>Essas cascas e pelos são combinados em uma relação de 4:1 para formar os alimentos de aveia que no Reino</p><p>Unido, por definição legal, não contêm mais que 270g de fibra bruta/ kg. O alimento de aveia é um alimento</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>36</p><p>seguro, usado nas misturas para reduzir a concentração de energia dos cereais ricos em amido nas dietas de</p><p>equinos que não estão em atividade.</p><p>As cascas da aveia são ricas, mas de forma variável, no conteúdo de lignina.</p><p>• Farelo do Centeio</p><p>O farelo de centeio é de aceitabilidade limitada por equinos.</p><p>• Subprodutos do milho</p><p>Os subprodutos resultantes da produção industrial de glicose e amido derivados do milho incluem a proteína</p><p>glúten, uma pequena quantidade de farelo e gérmen. Esses subprodutos são similares aos análogos dos</p><p>subprodutos do trigo e frequentemente todos os três são associados para a venda como alimentos do glúten</p><p>de milho.</p><p>Apesar da proteína ser de baixa qualidade nutricional, o alimento é bem adequado como suplemento para</p><p>equinos, pois é uma boa fonte de algumas vitaminas hidrossolúveis.</p><p>Na farinha à base de gérmen de milho o gérmen é removido do endosperma durante o processo de extração</p><p>do amido do milho. Muito do óleo do milho é, então, removido do gérmen, deixando este ao qual podem</p><p>ser adicionados outros produtos não aproveitados do milho, farelo e glúten.</p><p>O óleo residual é poliinsaturado e assim está sujeito à peroxidação. É um alimento palatável, a proteína tem</p><p>um balanço de aminoácidos razoavelmente bom e não existem fatores tóxicos presentes em um produto</p><p>bem produzido e estocado.</p><p>Em relação aos alimentos à base de glúten de milho, o glúten do milho é outro subproduto da indústria do</p><p>amido de milho. É a proteína do milho, glúten, junto com farelo do milho, gérmen extraído e resíduos secos</p><p>das soluções infundidas. O produto é rico em xantofilas, aproximadamente 20mg/ kg, fornecendo uma</p><p>coloração amarela brilhante.</p><p>• Farelo do arroz</p><p>A qualidade do farelo de arroz depende do quão eficientemente as cascas silicosas foram removidas antes</p><p>de se destacarem do grão. O farelo da moagem de primeiro estágio consiste principalmente da casca</p><p>(pericarpo e testa), gérmen e parte da camada de aleurona.</p><p>Esses componentes não são completamente removidos e o subproduto remanescente (moagem de segundo</p><p>estágio) constitui o polimento do arroz, que também contém algum endosperma. Os subprodutos da</p><p>moagem de primeiro e segundo estágios são algumas vezes associados para formar a quirera do arroz.</p><p>Grandes quantidades de farinha de arroz, ou farelo de arroz, são produzidas mundialmente. Esse</p><p>subproduto consiste em casca camada de aleurona, gérmen e parte do endosperma do grão de arroz. O</p><p>farelo tem uma composição de 90 a 210g de fibra bruta/ kg, 100 a 180g de proteína bruta/ kg e 110 a 170g</p><p>de material lipídico composto de uma gordura muito insaturada. Essa gordura se torna rançosa rapidamente</p><p>e é por isso extraída, deixando um produto muito mais fácil de manter a qualidade.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>37</p><p>O farelo de arroz extraído é amplamente disponibilizado e é um bom alimento suplementar para equinos</p><p>quando usado como componente de ração misturada.</p><p>• Outros ingredientes da alimentação de equinos (Cintra, 2016; Frape, 2007)</p><p>Lecitina de soja: é uma mistura de fosfatídios obtidos no processo de degomagem do óleo bruto de soja,</p><p>contendo lecitina, cefalina e fosfoinositol junto com glicerídios de óleo de soja e traços de tocoferóis,</p><p>glucosídios e pigmentos. É um composto de fácil assimilação, com alto poder energético, sendo fonte</p><p>natural de colina e fósforo e rico em ácidos graxos ômega3.</p><p>A lecitina facilita a mistura dos ingredientes da ração e melhora a peletização e o seu aspecto, reduzindo o</p><p>custo do produto.</p><p>Levedura (Saccharomyces cerevisiae): é o subproduto da fermentação alcoólica obtida de usinas e</p><p>destilarias de álcool de cana-de-açúcar do tipo recuperação, produzido por processo anaeróbico e</p><p>posteriormente desidratado. Pode também ser subproduto da fermentação da cevada para produção</p><p>de</p><p>cerveja. Contém 93% de MS e quase 40% de PB, com aminoácidos de boa qualidade e elevado teor de</p><p>vitaminas do complexo B. Pode ser uma boa opção para uso como prebiótico, pois favorece a fermentação</p><p>bacteriana da flora digestiva natural do aparelho digestivo dos equinos, melhorando a produção de ácidos</p><p>graxos voláteis. Tem ainda uma ampla variedade de aminoácidos, sendo utilizada por muitas empresas</p><p>como fonte de aminoácidos para rações e suplementos.</p><p>Melaço de cana: é o líquido xaroposo obtido como resíduo da extração de açúcar de cana. Muito utilizado</p><p>como palatabilizante ou mesmo aglutinante em rações comerciais, ou ainda para reduzir o pó em</p><p>substituição a outros ingredientes. Pode ser encontrado sob a forma de melaço líquido ou em pó. Em</p><p>alimentos para equinos, inclusões acima de 4% na ração elevam o consumo de água, por causa dos elevados</p><p>níveis de potássio em sua composição (3%).</p><p>Óleo vegetal: pode ser de soja, milho, canola, linhaça, arroz, palma, girassol ou coco. É o produto obtido da</p><p>extração química ou mecânica, ou da associação de ambas, do óleo de sementes oleaginosas, que é</p><p>posteriormente submetido à centrifugação.</p><p>É uma excelente fonte complementar energética. Alguns óleos, como o de linhaça e o de arroz, contêm</p><p>propriedades diferenciadas quando extraídos a frio ou por processos físicos específicos, que preservam</p><p>nutrientes como ácidos graxos ômega3 e ômega6, que apresentam efeitos benéficos ao organismo. Todos</p><p>os óleos, refinados ou não, têm valor energético semelhante, ao redor de 9 Mcal por quilograma de</p><p>produto.</p><p>Cloreto de sódio: as necessidades de sal (cloreto de sódio – NaCl) nos equinos são muito elevadas. As</p><p>necessidades diárias de cloreto de sódio estimadas para um equino em manutenção são de 25 a 30</p><p>g/animal/dia, podendo variar conforme temperatura e umidade relativa do ar, individualidades, categoria</p><p>(exercício, crescimento, reprodução, manutenção) etc.</p><p>Componente importante na formulação de rações para equinos, o sal comum é fonte de sódio e cloro.</p><p>Diversos trabalhos comprovam a necessidade de disponibilizar esses nutrientes para o cavalo para melhor</p><p>desempenho fisiológico. A deficiência de cloreto de sódio pode levar o animal a recusar o alimento,</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>38</p><p>comprometendo o desempenho produtivo. Por outro lado, excessos de sódio na dieta elevam o consumo</p><p>hídrico, podendo ainda causar diarreias e redução da performance.</p><p>Na formulação de rações, recomenda-se limitar em 1,5 a 2% a inclusão de cloreto de sódio, sob risco de</p><p>intoxicações que podem comprometer a saúde do animal. Os sintomas observados do excesso de sal na</p><p>alimentação (mais 2 a 3% da dieta) incluem diarreia, desidratação e problemas cardíacos, podendo, em</p><p>casos graves, levar o animal a óbito.</p><p>Calcário: o calcário é basicamente fonte de cálcio, sendo utilizado para equilibrar esse ingrediente na dieta.</p><p>Fosfato bicálcico: fonte de cálcio e fósforo utilizada para equilibrar e enriquecer uma formulação com esses</p><p>minerais. Mais utilizado para fornecimento de fósforo e cálcio na formulação de sal mineral e outros</p><p>suplementos. Pode ser encontrado em diversas granulometrias, sendo fino e branco, o que possibilita melhor</p><p>homogeneização, ou mais grosseiro, com coloração acinzentada. O valor nutricional é o mesmo em ambos</p><p>os casos.</p><p>Microingredientes (Cintra, 2016)</p><p>São compostos que entram em uma porção mínima para complementar e equilibrar uma alimentação.</p><p>Podem ser:</p><p>Aminoácidos sintéticos (DLmetionina; Llisina): são utilizados na formulação de rações e suplementos como</p><p>maneira de garantir um mínimo aporte desses aminoácidos no produto final. Em geral, são bem absorvidos</p><p>e assimilados pelo animal. A inclusão de aminoácidos em uma dieta deve ser feita de maneira muito</p><p>criteriosa. Os excessos de aminoácidos também são prejudiciais, podendo acarretar problemas ao animal.</p><p>Em geral, os maiores problemas que podem ocorrer são as carências induzidas, em que o excesso de um</p><p>elemento pode ocasionar carência de outro na dieta. Por exemplo, os aminoácidos de cadeia ramificada,</p><p>leucina, isoleucina e valina, concorrem pelo mesmo sítio de ação em muitas reações químicas no organismo.</p><p>Se ocorrer oferta de um desses aminoácidos em quantidade acima da necessária ao animal e em</p><p>desequilíbrio com os outros dois aminoácidos, pode-se observar carência desses aminoácidos.</p><p>Outro exemplo é em relação à lisina, aminoácido fundamental no crescimento de potros e no trabalho</p><p>muscular. O excesso de lisina inibe a formação da enzima glicinaamidotransferase, que atua na formação</p><p>da creatina. Caso haja excesso de lisina, pode ocorrer deficiência de disponibilidade de creatina, diminuindo</p><p>a transformação de ATP em ADP e comprometendo a oferta de energia para o animal.</p><p>Vitaminas: são adicionadas à formulação de uma ração, constituindo o premix ou núcleo dessa ração, ou</p><p>sendo constituinte de um suplemento específico, como garantia mínima de enriquecimento de vitaminas no</p><p>produto final.</p><p>As vitaminas são “diluídas” em veículos especiais, constituindo, portanto, tipos de pré-misturas de um</p><p>microingrediente. Algumas, como as vitaminas A, D e E, o ácido fólico e a biotina, sofrem um processamento</p><p>que lhes confere, além da diluição, uma proteção contra a luz e a umidade, por microencapsulamento,</p><p>formando estruturas conhecidas como beadlets.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>39</p><p>Sais minerais (oligoelementos): Podem ser encontrados na forma inorgânica ou na forma orgânica, como</p><p>mineral quelato, sintetizado e produzido em laboratório como maneira de melhor biodisponibilizar os</p><p>minerais para os animais. Assim, os oligoelementos são também adicionados à ração concentrada como</p><p>maneira de se ofertar um pouco mais de nutrientes de qualidade ao equino.</p><p>Aditivos (Cintra, 2016)</p><p>São substâncias adicionadas à ração ou ao suplemento, não prejudiciais aos animais, ao ser humano e ao</p><p>meio ambiente.</p><p>Classificação dos aditivos</p><p>Os aditivos podem ser classificados em cinco grupos, sendo que quatro deles são utilizados em equinos:</p><p>Tecnológicos: qualquer substância adicionada ao produto destinado à alimentação com fins tecnológicos</p><p>Sensoriais: qualquer substância adicionada ao produto para melhorar ou modificar as suas propriedades</p><p>organolépticas ou mesmo suas características visuais.</p><p>Nutricionais: toda substância utilizada para manter ou melhorar as propriedades nutricionais do produto.</p><p>Zootécnicos: toda substância utilizada para influir positivamente na melhoria do desempenho dos animais.</p><p>Anticoccidianos: substâncias destinadas a eliminar ou inibir protozoários (não utilizadas na alimentação de</p><p>equinos).</p><p>Aditivos tecnológicos</p><p>Em razão da ambiguidade de uso, a indústria de alimentação animal agrupa os aditivos tecnológicos em</p><p>quatro categorias:</p><p>Grupo A: emulsificantes, espessantes, estabilizantes e gelificantes</p><p>Emulsificantes: possibilitam mistura homogênea</p><p>Espessantes: aumentam a viscosidade do alimento</p><p>Estabilizantes: mantêm o estado físico do alimento</p><p>Gelificantes: formam gel</p><p>Grupo B: conservantes, reguladores de acidez, acidificantes, antifúngicos</p><p>Conservantes: utilizados para possibilitar maior tempo de prateleira de um produto, pelo controle de</p><p>crescimento bacteriano, especialmente Salmonella</p><p>Reguladores de acidez: usados para manter a acidez do produto estável</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>40</p><p>Acidificantes: substâncias como ácidos orgânicos adicionados à dieta visando reduzir o pH do trato digestivo</p><p>para controlar</p><p>a flora bacteriana, muito utilizados para suínos e aves</p><p>Antifúngicos: substâncias que têm como função impedir ou inibir o crescimento de fungos nas</p><p>matériasprimas e nos produtos acabados, como rações e suplementos, evitando a formação de micotoxinas</p><p>que podem levar o animal à morte. Como exemplo, pode-se citar sulfato de cobre, violeta de genciana e</p><p>ácido propiônico.</p><p>Grupo C: antioxidantes.</p><p>São substâncias que têm como função impedir ou retardar a oxidação de ácidos graxos poliinsaturados,</p><p>presentes nas gorduras e óleos e que rancificam com facilidade quando expostos à presença de radicais</p><p>livres de oxigênio.</p><p>Podem ser encontrados sob as formas artificial ou natural. Como exemplos de antioxidante artificial, podem</p><p>ser citados o BHT e o etoxiquim, largamente utilizados na indústria de alimentação animal. São exemplos de</p><p>antioxidantes de origem natural a vitamina E (sob a forma de tocoferóis) e os flavonoides.</p><p>Grupo D: adsorventes, aglomerantes, antiaglomerantes, antiumectantes, umectantes, aglutinantes</p><p>Adsorventes: são substâncias capazes de fixar moléculas, por exemplo, ligam-se às micotoxinas levando as</p><p>para fora do trato gastrintestinal, evitando uma intoxicação.</p><p>Como exemplos, há os aluminossilicatos (zeolita e bentonita) ou ainda os mananoligossacarídios (MOS) ou</p><p>as betaglucanas, que são paredes celulares que têm ótima atuação como adsorventes. O efeito adsorvente</p><p>da bentonita ainda não está efetivamente comprovado em equinos.</p><p>Aglomerantes: substâncias que possibilitam a aderência de partículas do alimento entre si. Utilizadas</p><p>conforme a consistência das matérias-primas e o que se espera do produto final: em algumas formulações</p><p>de ração, para diminuir a quantidade de finos no produto final, isto é, a quantidade de ração que esfarela</p><p>antes de chegar ao cocho do animal.</p><p>Como exemplos, podem-se citar os lignossulfonatos de cálcio ou de magnésio.</p><p>Antiaglomerantes: substâncias que atuam de modo inverso aos aglomerantes, impedindo que as matérias-</p><p>primas unam-se.</p><p>Seu uso também depende do tipo de matéria-prima e do que se deseja no produto final.</p><p>Antiumectantes: reduzem características higroscópicas, diminuindo a capacidade do produto de absorver</p><p>ou reter água.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>41</p><p>Umectantes: evitam perda de água do alimento.</p><p>Aglutinantes: são substâncias que têm como função melhorar a capacidade de peletização de uma ração,</p><p>melhorando a qualidade do pellet e do processamento industrial e facilitando o uso de óleos nas</p><p>formulações.</p><p>Por exemplo, o lignossulfonato e a polimetilcarbamida.</p><p>Aditivos sensoriais (Cintra, 2016)</p><p>São aditivos inseridos na alimentação com o intuito de melhorar e estimular os sentidos do animal em</p><p>relação ao alimento, especialmente aroma e sabor.</p><p>Estão divididos em dois grupos, segundo a indústria de alimentação animal:</p><p>Grupo A: aromatizantes, palatabilizantes, flavorizantes</p><p>Aromatizantes: são substâncias que buscam melhorar o aroma dos produtos, tornando-os mais atrativos</p><p>ao consumo. Exemplos de aromatizantes encontrados principalmente em suplementos para equinos são os</p><p>que imitam odor de maçã verde, banana ou baunilha.</p><p>Palatabilizantes: são substâncias que buscam melhorar o sabor dos produtos, tornando-os mais atrativos</p><p>ao consumo. Um exemplo de palatabilizante é o melaço, que é largamente utilizado na formulação de rações,</p><p>em virtude da atratividade que o cavalo tem por doces.</p><p>Flavorizantes: são substâncias que conferem aroma e sabor aos alimentos. A palavra flavor foi criada pelos</p><p>ingleses para designar o sentido conjunto de olfato e paladar. A maioria dos aditivos sensoriais utilizados na</p><p>alimentação equina tem ação flavorizante</p><p>Grupo B: corantes e pigmentos.</p><p>Apesar das limitações do cavalo em notar diferentes tonalidades de cores, esses são aditivos cada vez mais</p><p>utilizados para atrair o ser humano a comprá-los, sendo utilizados principalmente nas misturas de rações</p><p>multicomponentes para conferir cor diferenciada aos compostos extrusados. Não trazem benefício nutritivo</p><p>algum ao cavalo e ao produto, além da aparência diferenciada.</p><p>Corantes: são substâncias que dão ou intensificam a cor de um alimento, podendo ser naturais ou artificiais</p><p>Pigmentos: substâncias adicionadas à alimentação do animal para intensificar a cor dos produtos para o</p><p>consumo humano (não utilizados em produtos para equinos), podendo ser naturais ou sintéticos.</p><p>Aditivos nutricionais (Cintra, 2016)</p><p>Também podem ser denominados nutracêuticos, que podem ser definidos como “qualquer substância</p><p>considerada alimento ou parte de alimento que propicie benefícios médicos ou para a saúde, incluindo a</p><p>prevenção e o tratamento de doenças” (DeFelice, 1996).</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>42</p><p>Os micronutrientes adicionados a uma formulação visando a uma ação específica podem ser considerados</p><p>nutracêuticos desde que visem a benefícios à saúde animal.</p><p>Incluem as vitaminas, provitaminas e similares, os oligoelementos, aminoácidos e análogos, os ácidos</p><p>graxos e ureia e derivados, sendo esta pouco utilizada na alimentação do equino.</p><p>Aditivos zootécnicos (Cintra, 2016)</p><p>Digestivos: substâncias que facilitam a digestão dos alimentos, como enzimas</p><p>Equilibradores de flora: microrganismos que formam colônias ou outras substâncias com efeito positivo</p><p>sobre a flora intestinal, probióticos, prebióticos, simbióticos (probiótico + prebiótico), ácidos orgânicos. Os</p><p>probióticos e prebióticos são substâncias com a função de potencializar a ação da flora intestinal natural do</p><p>cavalo, melhorando a absorção de nutrientes.</p><p>(FGV / PC-AM - 2022) Relacione as categorias de aditivos com suas respectivas definições.</p><p>1. aditivos tecnológicos.</p><p>2. aditivos sensoriais.</p><p>3. aditivos nutricionais.</p><p>4. aditivos zootécnicos.</p><p>( ) Qualquer substância adicionada ao produto para melhorar ou modificar as propriedades organolépticas</p><p>destes ou as características visuais dos produtos.</p><p>( ) Toda substância utilizada para manter ou melhorar as propriedades nutricionais do produto.</p><p>( ) Qualquer substância adicionada ao produto destinado à alimentação animal com fins tecnológicos.</p><p>( ) Toda substância utilizada para influir positivamente na melhoria do desempenho dos animais.</p><p>Assinale a opção com a relação correta, na ordem apresentada.</p><p>Alternativas</p><p>a) 3, 2, 1 e 4.</p><p>b) 4, 1, 2 e 3.</p><p>c) 2, 3, 4 e 1.</p><p>d) 3, 2, 4 e 1.</p><p>e) 2, 3, 1 e 4.</p><p>Comentários</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>43</p><p>A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. A sequência correta é 2, 3, 1 e 4.</p><p>Aditivos sensoriais qualquer substância adicionada ao produto para melhorar ou modificar as</p><p>propriedades organolépticas destes ou as características visuais dos produtos.</p><p>Aditivos nutricionais Toda substância utilizada para manter ou melhorar as propriedades nutricionais do</p><p>produto.</p><p>Aditivos tecnológicos Qualquer substância adicionada ao produto destinado à alimentação animal com</p><p>fins tecnológicos.</p><p>Aditivos zootécnicos Toda substância utilizada para influir positivamente na melhoria do desempenho</p><p>dos animais.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>==1365fc==</p><p>44</p><p>1.4 Funções e deficiências de minerais</p><p>• Importância dos minerais (Cintra, 2016)</p><p>Os elementos minerais são definidos como a porção inorgânica dos alimentos ou, ainda, como as cinzas,</p><p>obtidas</p><p>após incineração total do alimento em mufla em temperatura acima de 600°C. São fundamentais</p><p>para a utilização da energia e da proteína e para a biossíntese dos nutrientes essenciais, tendo ainda função</p><p>plástica, como constituintes do esqueleto do animal, além de atuar no equilíbrio acidobásico e na</p><p>despolarização de membrana e como constituintes de diversas enzimas que atuam nos processos</p><p>catalíticos.</p><p>Apesar de não serem diretamente fontes de energia, alguns elementos minerais são cruciais para o</p><p>fornecimento de energia ao organismo animal, especialmente o fósforo, pois faz parte da molécula de</p><p>adenosina trifosfato (ATP), fonte primária de energia celular.</p><p>São encontrados 36 elementos minerais no organismo animal, sendo 25 essenciais, isto é, que devem</p><p>constar da dieta. Carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio são componentes da matéria orgânica dos</p><p>alimentos (carboidratos, lipídios, proteínas e vitaminas). Os demais constituem a fração inorgânica do</p><p>alimento. As cinzas constituem cerca de 4 a 5% do total do corpo do equino.</p><p>Dependendo da quantidade diária necessária, são divididos em:</p><p>Macrominerais: cálcio, fósforo, potássio, magnésio, sódio, cloro e enxofre, necessários em g/dia.</p><p>Microminerais: os principais são ferro, zinco, cobre, manganês, cobalto, iodo e selênio, necessários em</p><p>mg/dia.</p><p>A atuação dos elementos minerais, de modo geral, depende do equilíbrio existente entre todos esses</p><p>elementos disponíveis no organismo. O fornecimento de minerais ao cavalo deve ser feito de maneira</p><p>equilibrada, considerando sempre o conjunto dos elementos minerais necessários ao bom funcionamento</p><p>do organismo. As necessidades de cada elemento são diferentes conforme a categoria e a atividade do</p><p>cavalo.</p><p>Assim como acontece com outros nutrientes, os problemas com minerais na dieta geralmente estão</p><p>relacionados a excessos ou desequilíbrios com outros nutrientes, ao invés de deficiências (Frape, 2007).</p><p>Assim que entram no corpo, os minerais permanecem até serem excretados. Além disso, os minerais</p><p>também não podem ser destruídos por calor, ar, ácido ou mistura. Os minerais são usados pelo corpo como</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>45</p><p>componentes estruturais (cálcio, fósforo e magnésio) nos ossos e dentes, como porções de fluidos e tecidos</p><p>corporais (eletrólitos de sódio, potássio, fósforo, cloreto, cálcio e magnésio), e como catalisadores /</p><p>cofatores em sistemas enzimáticos e hormonais (iodo e selênio) e no fornecimento de oxigênio (ferro na</p><p>hemoglobina).</p><p>A disponibilidade de minerais da dieta, bem como a forma que o mineral pode ser usado pelo animal</p><p>podem ser afetadas por uma série de situações, como a forma química do mineral que afeta a solubilidade,</p><p>as quantidades e proporções de outros componentes dietéticos com o quais o mineral interage</p><p>metabolicamente, a idade, sexo e espécie do animal, a ingestão do mineral, a necessidade do corpo e</p><p>fatores ambientais.</p><p>Os alimentos derivados de carne são considerados fontes mais disponíveis de certos minerais que os</p><p>alimentos derivados de vegetais. Isso ocorre porque as carnes, ao contrário dos vegetais, não contêm</p><p>fatores antinutricionais, como fitato, oxalato e fibras, os quais apresentam potencial para reduzir a</p><p>disponibilidade de minerais na dieta.</p><p>• Cálcio (Cintra, 2016; Frape, 2007)</p><p>O cálcio está ligado à coagulação sanguínea, à constituição das membranas celulares, à secreção glandular,</p><p>à regulação da temperatura, à regulação de atividades enzimáticas e às funções mitocondriais e</p><p>neuromusculares. Mantém relação antagônica com zinco, manganês, cobre, iodo, ferro e magnésio.</p><p>O cálcio tem duas funções importantes no corpo: é necessário para a formação e manutenção do esqueleto</p><p>e dentes, e atua como um mensageiro intracelular que permite que as células respondam a estímulos como</p><p>hormônios e neurotransmissores.</p><p>O cálcio tem duas funções fisiológicas nos ossos, como material estrutural e como local de armazenamento</p><p>de cálcio. A absorção de cálcio pelo corpo pode ser regulada ativamente pela vitamina D, facilitada ou</p><p>absorvida passivamente.</p><p>Independentemente de como o cálcio é absorvido, a vitamina D é o regulador mais importante da absorção</p><p>de cálcio, pois ajuda a formar a proteína de ligação ao cálcio necessário para a absorção.</p><p>As deficiências de cálcio são mais comumente vistas quando cães e gatos são alimentados com dietas à</p><p>base de carne. Este tipo de dieta é muito pobre em cálcio e alto teor de fósforo que pode se transformar</p><p>em hiperparatireoidismo nutricional secundário.</p><p>Os baixos níveis dietéticos de cálcio estimulam a liberação paratohormônio (PTH), que aumenta a</p><p>reabsorção de cálcio do osso na tentativa de aumentar os níveis plasmáticos. Eventualmente, isso pode levar</p><p>a perda óssea significativa, resultando em fraturas.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>46</p><p>Em equinos, deficiência de cálcio diminui a densidade óssea, causando claudicações, fraturas, perda de</p><p>peso e as chamadas DOD. O excesso de cálcio, por sua vez, além de também predispor às doenças</p><p>ortopédicas desenvolvimentares (DOD), prejudica a absorção de zinco, cobre, magnésio, manganês, iodo</p><p>e ferro (carência induzida) e eleva a densidade óssea, tornando os ossos mais quebradiços, sujeitos a</p><p>fraturas. As necessidades de cálcio no cavalo são elevadas, porém os níveis da dieta não as devem ultrapassar</p><p>em cinco vezes, sob risco de intoxicação por excesso. A tolerância máxima de concentração de cálcio na dieta</p><p>é de 2%.</p><p>Os excessos de cálcio em cães são mais comuns devido à suplementação alimentar, especialmente de raças</p><p>grandes, e cachorros de crescimento rápido. Suplementando em excesso a dieta com cálcio, podem ser</p><p>produzidas deficiências em outros nutrientes, bem como tem o potencial de causar aumento da incidência</p><p>de osteocondrite dessecante, osteodistrofia hipertrófica e síndrome de Wobbler.</p><p>Uma deficiência relativa de cálcio também pode ser observada com eclampsia, que é causada por uma falha</p><p>do sistema regulador de cálcio da mãe para manter os níveis de cálcio plasmático, quando há perda de cálcio</p><p>no leite. Com o cálcio plasmático em níveis abaixo do normal podem ser observados convulsões e tetania.</p><p>Os suplementos de cálcio mais comuns, usados em alimentos para animais de estimação, incluem carbonato</p><p>de cálcio (calcário), sulfato de cálcio, cloreto de cálcio, fosfato de cálcio e farinha de osso.</p><p>• Fósforo (Cintra, 2016; Frape, 2007)</p><p>No organismo, 80% do fósforo estão presentes nos ossos e dentes, e os 20% restantes nos tecidos moles.</p><p>Na constituição dos tecidos corpóreos magros, 1% é de fósforo, enquanto no músculo é de apenas 0,16 a</p><p>0,2%. No esqueleto, o fósforo representa aproximadamente 15 a 17% das cinzas. Está ligado ao metabolismo</p><p>energético, nas moléculas de ATP (adenosina trifosfato) e ADP (adenosina difosfato), além de ser</p><p>constituinte da membrana celular, junto com os lipídios.</p><p>Atua em várias funções celulares, como o metabolismo dos carboidratos e proteínas, além de outros</p><p>minerais, sendo também constituinte dos ácidos nucleicos, RNA e DNA. Atua também em sinergismo com</p><p>enxofre, cobre, iodo, cobalto e cálcio. Mantém relação antagônica com zinco, manganês, molibdênio,</p><p>magnésio e cálcio.</p><p>Essas funções tornam-no essencial para o crescimento e diferenciação celular, uso de energia, transferência</p><p>e metabolismo, transporte de ácidos graxos e aminoácidos e formação de proteínas. Geralmente, o fósforo</p><p>é mais disponível a partir de ingredientes de origem animal do que a partir de ingredientes vegetais.</p><p>O fósforo encontrado em carnes é, principalmente, na forma orgânica, enquanto nas plantas está na forma</p><p>de ácido fítico que é apenas</p><p>cerca de 30% disponível para animais monogástricos (Frape, 2007).</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>47</p><p>O ácido fítico é um composto contendo fósforo que pode se ligar outros minerais, incluindo cálcio, e torná-</p><p>los indisponível para absorção.</p><p>A regulação do fósforo dentro do corpo envolve os esforços coordenados dos intestinos e do rins. Quando</p><p>a ingestão alimentar é baixa, a absorção intestinal é altamente eficiente e os rins diminuem as pernas</p><p>urinárias.</p><p>Quando a ingestão alimentar é alta, a absorção intestinal diminui e aumentam-se as perdas urinárias. Altos</p><p>níveis de fósforo podem ser encontrados em carnes, ovos e produtos lácteos. Os principais suplementos</p><p>usados em animais de estimação alimentos incluem fosfato de cálcio, fosfato de sódio e ácido fosfórico.</p><p>Alguns elementos minerais exibem uma relação tão estreita entre si que não se pode falar de um sem citar</p><p>o outro. Assim é a relação entre cálcio (Ca) e fósforo (P): há uma sinergia marcante entre esses dois</p><p>elementos.</p><p>A suplementação adequada de cálcio e fósforo é importante para obter uma perfeita integridade do</p><p>esqueleto, um bom desenvolvimento ósseo, sólido e resistente às trações musculares. As necessidades</p><p>diárias são expressas em g/dia. A quantidade de cálcio no organismo é de 1,5 a 2,0% do peso do animal,</p><p>enquanto a de fósforo é de 0,9 a 1,1%.</p><p>O metabolismo do cálcio é regulado pela secreção do hormônio da paratireoide (parathyroid hormone –</p><p>PTH) e pela calcitonina. Com níveis elevados de cálcio na dieta, ocorre elevação dos níveis sanguíneos de</p><p>cálcio e a paratireoide libera o hormônio calcitonina, responsável pela deposição de cálcio nos ossos.</p><p>Quando o nível de cálcio sanguíneo cai, em geral por menor absorção desse elemento na dieta, a produção</p><p>de calcitonina cessa, havendo produção e liberação do hormônio da paratireoide, que atua retirando cálcio</p><p>dos ossos e liberando o para a corrente sanguínea, buscando conservar os níveis de cálcio constantes para</p><p>manter a homeostasia.</p><p>Noventa por cento do cálcio está presente nos ossos e dentes, exercendo sua função em estreita relação</p><p>com fósforo, magnésio e vitaminas A, D, B1 e C, constituindo cerca de 34 a 36% do resíduo mineral do</p><p>esqueleto; nos tecidos corpóreos magros, representa 0,2%.</p><p>Relação cálcio x fósforo (Cintra, 2016)</p><p>Tão importante quanto suprir as necessidades do cavalo de cálcio e fósforo é manter uma relação ideal</p><p>entre esses dois minerais na dieta. As necessidades específicas de cada elemento, variam conforme as</p><p>necessidades do animal, porém não é recomendável, em nenhuma hipótese, que a relação seja inferior a</p><p>1:1 nem superior a 6:1 em equinos adultos e 3:1 em potros em crescimento.</p><p>O fornecimento de alimentos ricos em fósforo ou pobres em cálcio leva a um desequilíbrio nessa relação,</p><p>ocasionando distúrbios ósseos, como a osteodistrofia fibrosa, mais conhecida como “cara inchada”, descrita</p><p>a seguir.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>48</p><p>A deficiência de fósforo, assim como a de cálcio, diminui a densidade óssea, causando claudicações,</p><p>fraturas, perda de peso, osteomalácea e as DOD, além de comprometer o crescimento e o</p><p>desenvolvimento dos potros se a deficiência for prolongada.</p><p>Essa deficiência pode ocorrer em razão de (Cintra, 2016):</p><p>- Ingestão de forrageiras oriundas de solo pobre em fósforo;</p><p>- Pastejo em forragens mais velhas;</p><p>- Alimentação com matérias-primas de cereais (com exceção do farelo de trigo) não balanceados que contêm</p><p>menos fósforo que o exigido pelo equino;</p><p>- Relação Ca:P acima de 6:1;</p><p>- Ingestão de alumínio, seja pela pastagem, seja pelo concentrado, em quantidade superior a 1,5 g/kg de</p><p>alimento concentrado ou 2,5 g/kg de volumoso.</p><p>Em equinos, excesso de fósforo, que impede a absorção e a fixação do cálcio, além da osteodistrofia fibrosa,</p><p>pode levar à deficiência de magnésio (carência induzida), à desmineralização óssea e à formação de</p><p>esqueleto frágil, com claudicações, deformações, trincas e fraturas. Esse excesso é facilmente observado</p><p>em dietas compostas de grãos de cereais, geralmente ricos em fósforo e pobres em cálcio, devendo</p><p>obrigatoriamente ser balanceadas para evitar problemas decorrentes desse desequilíbrio na relação Ca:P.</p><p>As principais fontes de cálcio para suplementação em dietas para equinos podem ser o calcário calcítico, o</p><p>calcário dolomítico, a farinha de casca de ostra, a farinha de ossos calcinada e o fosfato bicálcio, sendo</p><p>estes três últimos também fonte de fósforo, e o calcário dolomítico, fonte de magnésio.</p><p>Já as principais fontes de fósforo podem ser o fosfato bicálcico, o fostato tricálcico, a farinha de ossos</p><p>autoclavada, a farinha de ossos calcinada, e o fosfato de rocha, sendo este de menor absorção pelo</p><p>organismo animal (valor biológico de 30 a 50% contra 90 a 100% das demais fontes).</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>49</p><p>Osteodistrofia fibrosa (Cintra, 2016)</p><p>O hiperparatireoidismo nutricional secundário ou osteodistrofia fibrosa, doença também conhecida como</p><p>“cara inchada”, está relacionado com o aumento da liberação do PTH, que atua mobilizando cálcio dos</p><p>ossos para a corrente sanguínea.</p><p>Esse hormônio é liberado quando se observa uma alteração na relação Ca:P na corrente sanguínea. Essa</p><p>relação deve ser mantida estável e, para isso, o fornecimento de ambos os minerais na dieta deve respeitar</p><p>uma relação próxima de 1,8:1, variável conforme a categoria animal.</p><p>Quando houver desequilíbrio sanguíneo nessa relação, com aumento da quantidade de fósforo no sangue,</p><p>o organismo tentará reequilibrá-lo retirando cálcio do maior reservatório do corpo do animal, ou seja, os</p><p>ossos.</p><p>Ocorre que os ossos também necessitam de cálcio, pois é ele que dá consistência ao esqueleto. Os primeiros</p><p>ossos a sofrerem com a perda de cálcio são os da face, cujo tecido ósseo precisa ser substituído; ocorre,</p><p>então, uma proliferação de tecido conjuntivo (aerado) no local do osso. Esse tecido tem um volume maior,</p><p>dando a aparência de que o cavalo está com a cara inchada. Em estágios mais avançados, alcança também</p><p>os outros ossos do arcabouço equino.</p><p>Basicamente, quatro fatores podem causar essa enfermidade:</p><p>Deficiência de cálcio na alimentação: com a baixa oferta de cálcio, ocorre menor absorção para a corrente</p><p>sanguínea, diminuindo os níveis de cálcio e a relação Ca:P</p><p>Excesso de fósforo na alimentação: mesmo que os níveis de cálcio estejam corretos na alimentação, o</p><p>excesso de fósforo causará o desequilíbrio na relação Ca:P. Esse excesso normalmente está ligado ao</p><p>consumo exagerado de grãos ou farelo de cereais (milho, farelo de trigo etc.) ou de certas gramíneas, como</p><p>o napier</p><p>Ingestão de oxalato: o oxalato é uma substância presente em algumas forrageiras, que, ao ser absorvida</p><p>pelo organismo, se une ao cálcio, formando um quelato, tornando-o indisponível e impedindo que este possa</p><p>cumprir suas funções vitais. Alguns tipos de pastagens são ricos em oxalato e, sempre que possível, devem</p><p>ser evitados, para não prejudicar o animal, por exemplo, a setária, o quicuio e alguns tipos de braquiárias</p><p>Deficiência de vitamina D: a vitamina D é necessária para que o cálcio seja absorvido pelo organismo; em</p><p>sua ausência, ocorre desequilíbrio na relação Ca:P. A deficiência de vitamina D é rara, pois ocorre apenas em</p><p>cavalos que não tomam sol. Em geral, 45 minutos diários de exposição à luz solar são suficientes para que o</p><p>animal sintetize toda a vitamina D necessária para atender à demanda diária.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>50</p><p>O principal sintoma observado na osteodistrofia fibrosa é o aumento de volume dos ossos da face do</p><p>animal, em geral bilateral e, em alguns casos, uma ligeira claudicação sem motivo aparente. Em estágios</p><p>mais avançados, afeta outros ossos do esqueleto, comprometendo cada vez mais a integridade e a vida do</p><p>animal.</p><p>O tratamento básico é a correção da causa primária, como aumentar a administração de cálcio (nos casos</p><p>de deficiência deste), devendo ser injetável, diminuir o fósforo (quando em excesso) e evitar pastagens ricas</p><p>em oxalato.</p><p>Nos estágios iniciais, corrigir a causa primária pode ser suficiente. Em estágios mais avançados, deve-se</p><p>proceder a uma administração maciça de cálcio, além de medicamentos que auxiliem em sua absorção;</p><p>porém o êxito não é garantido. É fundamental iniciar o tratamento nos estágios iniciais, pois, em casos</p><p>graves, a “cara inchada” pode levar o animal à morte por obstrução dos seios nasais, impedindo a respiração.</p><p>O melhor tratamento é a prevenção, que deve ser feita alimentando-se adequadamente o animal, com</p><p>rações balanceadas de boa procedência, capim ou feno de boa qualidade e sal mineral específico para</p><p>equinos, à vontade e em cocho separado. Ressalta-se aqui que o sal mineral deve fazer parte da dieta normal</p><p>diária do cavalo, e não apenas quando se observar uma deficiência. O animal deve tomar sol algumas horas</p><p>por dia para que sintetize a vitamina D necessária para a absorção do cálcio.</p><p>• Magnésio</p><p>O magnésio é o terceiro maior constituinte mineral encontrado no corpo, após o cálcio e o fósforo, e está</p><p>envolvido no metabolismo de carboidratos e lipídeos, além de atuar como um catalisador para uma ampla</p><p>variedade de enzimas.</p><p>Para Frape (2007) o magnésio é um íon que atua como cofator de muitos sistemas enzimáticos e participa</p><p>das contrações musculares.</p><p>Como um cátion (uma partícula carregada positivamente) no fluido intracelular, o magnésio é essencial para</p><p>o metabolismo celular de carboidratos e proteínas. O magnésio pode ser encontrado em tecidos moles e</p><p>ossos, bem como nos fluidos intracelulares e extracelulares.</p><p>Mais da metade do magnésio encontrado no corpo está localizado nos ossos. Uma série de dietas e fatores</p><p>fisiológicos podem impactar negativamente a absorção de magnésio, incluindo altos níveis de fósforo, cálcio,</p><p>potássio, gordura e proteína na dieta.</p><p>A homeostase do magnésio dentro do corpo é controlada principalmente pelos rins. Por causa disso certas</p><p>drogas podem causar aumento da excreção renal de magnésio. Estes incluem diuréticos, aminoglicosídeos,</p><p>cisplatina, ciclosporina e anfotericina.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>51</p><p>A deficiência de magnésio na dieta resulta em sinais de fraqueza, ataxia com eventual progressão para</p><p>convulsões. A deficiência de magnésio que ocorre naturalmente, em geral, não é vista em cães e gatos</p><p>saudáveis.</p><p>Em cavalos a deficiência de magnésio na dieta leva à hipomagnesemia associada à perda de apetite,</p><p>nervosismo, sudorese, tremores musculares, ataxia, com o potencial de colapso e morte, respiração rápida</p><p>(hiperpneia), convulsões, degeneração do coração e do músculo esquelético e, em casos crônicos,</p><p>mineralização da artéria pulmonar e aorta, causada por deposição focal de sais de cálcio e fósforo (Frape,</p><p>2007).</p><p>Evitar o excesso de magnésio é recomendado para prevenir a formação de cristais de estruvita e cálculos</p><p>na urina. Em animais doentes, deficiências de magnésio podem ser vistas com doenças gastrointestinais e</p><p>renais.</p><p>As fontes de magnésio na dieta incluem ingredientes contendo osso (farinhas de osso), sementes</p><p>oleaginosas (linhaça e farinha de soja) e grãos não refinados e fontes de fibra (farelo de trigo, farelo de</p><p>aveia, polpa de beterraba).</p><p>Suplementos comuns encontrados em alimentos para animais de estimação são óxido de magnésio e</p><p>sulfato de magnésio e carbonato de magnésio.</p><p>• Sódio e cloreto</p><p>Sódio e cloreto são os principais eletrólitos dos fluidos extracelulares, e são importantes para manter</p><p>pressão osmótica, regulando o equilíbrio ácido-base e transmitindo impulsos nervosos e contrações</p><p>musculares.</p><p>Os íons de sódio também devem estar presentes no lúmen do intestino para a absorção de açúcares e</p><p>aminoácidos. A absorção e mobilização de cálcio são afetadas pela presença de sódio, e a absorção de várias</p><p>vitaminas como riboflavina, tiamina e ácido ascórbico são dependentes de sódio.</p><p>Sódio e cloreto são prontamente absorvidos no intestino delgado, com excreção principalmente na urina,</p><p>embora pequenas quantidades possam estar nas fezes e na transpiração.</p><p>Em dietas com muito baixo teor de sódio, o corpo apresenta capacidade de conservar o sódio excretando-</p><p>o em quantidades muito baixas na urina.</p><p>Ao consumir uma dieta com altos níveis de sódio, observa-se um aumento secundário na ingestão de água</p><p>é visto, bem como um aumento na micção com alta excreção de sal pelos rins.</p><p>Peixes, ovos, soro de leite desidratado (proteína do leite), aves farinha de subproduto e isolado de soja são</p><p>todos ricos em sódio e cloreto.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>52</p><p>Suplementos dietéticos típicos adicionados a alimentos para animais de estimação incluem sal, fosfatos de</p><p>sódio, cloreto de cálcio, cloreto de colina, cloreto de potássio e acetato de sódio.</p><p>• Potássio (Frape, 2007)</p><p>O potássio está envolvido na manutenção do equilíbrio ácido-base e da pressão osmótica, e é o mais,</p><p>quantitativamente importante, íon para a excitabilidade neuromuscular.</p><p>O potássio é o principal cátion intracelular. Deficiências em equinos são raros; o excesso de potássio não é</p><p>um problema comum. No entanto, o excesso de potássio pode levar à paralisia periódica hipercalêmica,</p><p>uma síndrome de fraqueza intermitente em cavalos acompanhada por concentração elevada de potássio</p><p>sérico.</p><p>A deficiência dietética de K (hipocalemia) em cavalos reduz o apetite, deprime taxa de crescimento e</p><p>diminui o K plasmático. Na extrema deficiência, ocorre distrofia muscular clínica e rigidez das articulações.</p><p>A hipocalemia pode, ocasionalmente, resultar de diarreia persistente ou da administração excessiva de</p><p>bicarbonato de sódio.</p><p>• Cobre</p><p>O cobre é usado pelo corpo para a absorção de ferro, além de transporte e formação de hemoglobina. A</p><p>maioria do cobre encontrado no corpo está ligado à proteína plasmática ceruloplasmina.</p><p>Esta proteína atua como um transportador de cobre e na oxidação do ferro plasmático. O cobre também é</p><p>necessário para a conversão do aminoácido tirosina para o pigmento melanina, para a síntese de colágeno</p><p>e elastina do tecido conjuntivo, bem como para produção de ATP.</p><p>Cobre é necessário para a atividade osteoblástica normal durante o crescimento esquelético. Como o ferro,</p><p>o cobre é necessário em muitas reações metabólicas relacionadas à liberação de energia.</p><p>Para Frape (2007) o cobre é essencial para várias enzimas, cobre-dependentes, necessárias na síntese e</p><p>manutenção do tecido conjuntivo, mobilização de reservas de ferro, preservação da integridade da</p><p>mitocôndria, síntese de melanina e desintoxicação de superóxido.</p><p>A absorção de cobre ocorre em todo o intestino, principalmente no intestino delgado. O fígado é o principal</p><p>local de metabolismo de cobre, cujo excesso é excretado na bile.</p><p>A deficiência de cobre resulta em uma anemia hipocrômica, microcítica semelhante à observada na</p><p>deficiência de ferro. Outros sinais de deficiência podem incluir despigmentação de pelos coloridos e</p><p>desenvolvimento esquelético prejudicado em animais</p><p>jovens.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>53</p><p>O cobre em excesso pode resultar em interferência com o metabolismo de zinco e ferro.</p><p>As fontes mais ricas de cobre incluem legumes, grãos, nozes, mariscos e sementes. A maioria das carnes</p><p>também são ricas em cobre.</p><p>Os suplementos dietéticos típicos incluem sulfato cúprico, carbonato cúprico e cloreto cúprico.</p><p>• Zinco</p><p>Perdendo apenas para o ferro, o zinco é o mais abundante micromineral encontrado no corpo. É importante</p><p>para o metabolismo de carboidratos, de lipídeos, proteínas e ácidos nucléicos.</p><p>O zinco é necessário para a manutenção de uma pele normal, integridade e funcionamento imunológico,</p><p>além de ajudar no crescimento e desenvolvimento, bem como na síntese, armazenamento e liberação do</p><p>hormônio insulina do pâncreas.</p><p>A absorção ocorre, principalmente, no intestino delgado, e é afetada por outros componentes da dieta. O</p><p>fitato, encontrado em muitas plantas diminui a absorção de zinco, enquanto certos materiais, como como</p><p>citrato, picolinato, EDTA e aminoácidos como histidina e o glutamato aumentam a absorção de zinco.</p><p>O fígado é o principal órgão envolvido com o metabolismo do zinco. O armazenamento de zinco é limitado,</p><p>exceto no osso. O zinco pode ser reciclado no corpo a partir do pâncreas para os intestinos e de volta para</p><p>o pâncreas em um processo chamada circulação enteropancreática de zinco.</p><p>Uma vez fora dos intestinos, o zinco é transportado no plasma ligado a albumina e transferrina.</p><p>Sinais de deficiência de zinco podem ser vistos em animais sendo alimentados com dietas ricas em cereais</p><p>devido ao fitato encontrado neles. Este, em combinação com o cálcio, se combina para formar um complexo</p><p>insolúvel de fitato, cálcio e zinco.</p><p>Em cavalos, a deficiência de zinco na dieta, diminui o apetite e a taxa de crescimento em animais jovens,</p><p>além de causar lesões na pele e uma depressão das concentrações de zinco no sangue. O excesso de zinco</p><p>exacerba as lesões ósseas induzidas por dietas com baixo teor de cobre (Frape, 2007).</p><p>O excesso de zinco na dieta pode interferir na absorção de outros minerais principalmente ferro e cobre.</p><p>O zinco pode ser encontrado na maioria das carnes, fontes de fibra e fosfato dicálcico. Suplementos de</p><p>zinco usados com mais frequência incluem óxido de zinco, sulfato de zinco, cloreto de zinco e carbonato de</p><p>zinco.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>54</p><p>• Selênio</p><p>O selênio compartilha algumas das características químicas do enxofre, permitindo que ele substitua o</p><p>enxofre nos aminoácidos metionina, cisteína e cisteína. O selênio é um componente essencial da enzima</p><p>glutationa peroxidase, que ajuda a proteger as células e membranas subcelulares de dano oxidativo.</p><p>A glutationa peroxidase desativa os peróxidos lipídicos que são formados durante a oxidação dos lipídeos</p><p>da membrana celular.</p><p>O selênio também ajuda a poupar a vitamina E, reduzindo a quantidade de vitamina E necessária para</p><p>manter a integridade da membrana lipídica através da disponibilidade de glutationa peroxidase.</p><p>As fontes de selênio incluem peixes, ovos e fígado. Suplementos comuns encontrados em alimentos para</p><p>animais de estimação incluem selenito de sódio e selenato de sódio.</p><p>Deficiências de selênio produzem músculos pálidos e fracos em potros e um amarelamento do depósito</p><p>gordura, conhecida como doença do músculo branco. É imperativo que as éguas grávidas recebam</p><p>quantidades adequadas de selênio em sua dieta.</p><p>O excesso de selênio resulta em anormalidades na pele, pelagem e casco.</p><p>• Iodo</p><p>O iodo é exigido pelo corpo para a síntese de os hormônios tiroxina e triiodotironina pela glândula tireoide.</p><p>A tiroxina estimula a oxidação celular processa e regula a taxa metabólica basal. Esta afeta a</p><p>termorregulação, reprodução, crescimento e desenvolvimento, circulação e função muscular.</p><p>A glândula tireoide retém iodo a fim de garantir suprimentos adequados para a produção dos hormônios da</p><p>tireoide. Os requisitos de iodo são influenciados pelo estado fisiológico e pela dieta.</p><p>Na lactação os animais requerem mais iodo na dieta por causa da perda através do leite. O hipotálamo</p><p>regula a produção de hormônios na tireoide, controlando a liberação do hormônio estimulador da tireoide</p><p>(TSH).</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>55</p><p>O principal sinal de deficiência de iodo é bócio, um aumento da glândula tireoide. Certos compostos</p><p>encontrados em ervilhas, amendoim, soja e a semente de linhaça podem ligar o iodo, tornando-o</p><p>indisponível para uso.</p><p>Peixe, ovos, sal iodado e farinha de subprodutos de aves são boas fontes de iodo.</p><p>Suplementos comuns encontrados em alimentos para animais de estimação incluem iodato de cálcio, iodeto</p><p>de potássio e iodeto cuproso.</p><p>• Ferro</p><p>O ferro está presente em várias enzimas e outras proteínas responsável pela ativação do oxigênio, pelo</p><p>transporte de elétrons e para transporte de oxigênio. O ferro encontrado nos alimentos está presente,</p><p>principalmente, como ferro heme na hemoglobina e na mioglobina; e como ferro não heme encontrado</p><p>em grãos e outras plantas.</p><p>A quantidade de ferro absorvida dos alimentos é dependente do estado do ferro, da disponibilidade do ferro</p><p>na dieta, e das quantidades de ferro heme e não-heme ferro encontrado no alimento.</p><p>O ferro é transportado pelo plasma para a medula óssea onde é usado para a síntese de hemoglobina. É</p><p>armazenado principalmente como ferritina e hemossiderina no fígado, medula óssea e baço.</p><p>A excreção de ferro é limitada, com apenas pequenas quantidades sendo encontradas na urina. O ferro que</p><p>aparece nas fezes é, principalmente, ferro não absorvido, embora seja continuamente perdido no suor,</p><p>cabelo e unhas.</p><p>O excesso de ferro na dieta deve ser evitado por conta de um potencial antagonismo com outros minerais,</p><p>principalmente cobre e zinco.</p><p>Altos níveis de ferro são encontrados nas carnes, especialmente os miúdos, outras fontes incluem polpa de</p><p>beterraba, soja e cascas de amendoim.</p><p>Suplementos de ferro típicos usados em alimentos para animais de estimação incluem sulfato ferroso,</p><p>cloreto férrico, ferro fumarato, carbonato ferroso e óxido de ferro.</p><p>• Cromo</p><p>O cromo participa do metabolismo de carboidratos e lipídeos. O cromo ajuda a manter a homeostase da</p><p>glicose, melhorando a atividade do hormônio insulina. O cromo pode ser encontrado em uma variedade de</p><p>alimentos, como fígado, levedura de cerveja e grãos inteiros.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>56</p><p>Para Frape (2007) o cromo é essencial para o metabolismo normal dos carboidratos como um</p><p>potencializador da ação da insulina e, assim, é encontrado em tecidos sensíveis à insulina, onde estimula</p><p>depuração de glicose.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>57</p><p>1.5 Funções e deficiências de vitaminas</p><p>As vitaminas são definidas por seus aspectos físicos e fisiológicos característicos. Nesse sentido, para que</p><p>uma substância seja classificada como vitamina, deve apresentar cinco características básicas:</p><p>1. Deve ser um composto orgânico diferente de gordura, proteína e carboidrato;</p><p>2. Deve ser um componente da dieta;</p><p>3. Deve ser essencial, em pequenas quantidades, para função fisiológica normal;</p><p>4. Sua ausência</p><p>deve causar uma síndrome de deficiência;</p><p>5. Não deve ser sintetizada em quantidades suficientes para suportar a função fisiológica normal.</p><p>Essas definições são importantes, porque nem toda vitamina é essencial para todas as espécies. As</p><p>vitaminas são necessárias em quantidades mínimas para funcionar como enzimas essenciais, precursores</p><p>de enzimas ou coenzimas em muitos dos processos metabólicos do corpo.</p><p>As vitaminas podem ser classificadas em dois grupos:</p><p>I. Vitaminas lipossolúveis: A, D, E e K;</p><p>II. Vitaminas hidrossolúveis: vitamina C e vitaminas do complexo B.</p><p>Diferente dos carboidratos, proteínas ou gorduras, as vitaminas não fornecem energia para o animal.</p><p>Contudo, elas são essenciais para auxiliar as enzimas no metabolismo e liberação da energia dos nutrientes.</p><p>Para cães e gatos, o único grupo de vitaminas essenciais solúveis em água, são as vitaminas do complexo B.</p><p>Cachorros e gatos são capazes de sintetizar vitamina C a partir da glicose, ao contrário dos humanos para</p><p>os quais a vitamina C é uma vitamina essencial.</p><p>As vitaminas lipossolúveis A, D e E são vistos como essenciais, enquanto a vitamina K pode normalmente</p><p>ser fabricada em quantidades adequadas pela microflora do intestino.</p><p>Por causa das diferenças na solubilidade em água e na estrutura química das vitaminas, elas são absorvidas</p><p>no corpo por uma variedade de meios. As vitaminas lipossolúveis requerem sais biliares e gordura para</p><p>formar micelas para absorção. Elas são absorvidas passivamente no intestino delgado e transportada com</p><p>quilomícrons para o fígado, via sistema linfático.</p><p>Vitaminas hidrossolúveis são absorvidas por meio de transporte ativo. Algumas vitaminas requerem uma</p><p>proteína transportadora como a vitamina B12 (cobalamina), outras dependem de uma bomba de absorção</p><p>mediada por transportador.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>58</p><p>As vitaminas lipossolúveis podem ser armazenadas nos depósitos de gorduras do corpo, tornando-os mais</p><p>resistentes à deficiência, mas também são mais propensas a resultar em toxicidade. Já as vitaminas</p><p>hidrossolúveis são esgotadas em um ritmo mais rápido por causa da limitação armazenamento, e são</p><p>menos propensas a causar toxicidade, porém, mais susceptíveis de se tornar deficiente.</p><p>As necessidades de vitaminas variam de acordo com o tempo de vida o animal. Animais em crescimento e</p><p>reprodução estão fazendo novos tecidos e, portanto, exigem níveis mais elevados de vitaminas, minerais,</p><p>proteínas e energia para otimizar o desempenho.</p><p>À medida que os animais envelhecem, o metabolismo e a fisiologia também mudam, o que aumenta os</p><p>requisitos para as vitaminas. Várias doenças também podem afetar o status da vitamina. Além disso, a fome</p><p>prolongada priva os animais de vitaminas e outros nutrientes, e esgota suas reservas.</p><p>Doenças poliúricas, como diabetes mellitus e insuficiência renal crônica podem aumentar a excreção de</p><p>vitaminas hidrossolúveis. Além disso, certos medicamentos, principalmente antibióticos, podem diminuir a</p><p>microflora intestinal responsável pela síntese de vitamina K, e a terapia com drogas diuréticas pode</p><p>aumentar a excreção de vitaminas hidrossolúveis.</p><p>I. Vitaminas lipossolúveis</p><p>• Vitamina A</p><p>As plantas não contêm vitamina A per se, mas em vez disso contêm provitaminas na forma de carotenos e</p><p>carotenoides. O betacaroteno tem a maior atividade de vitamina A, em comparação com os outros</p><p>carotenoides, mas tem apenas metade da potência da vitamina A pura.</p><p>Os carotenoides são os pigmentos vermelho-escuros das plantas que possuem a cor amarelo / laranja. A</p><p>vitamina A também pode ser encontrada em alguns tecidos animais, com maiores concentrações</p><p>encontradas no fígado e peixes, bem como leite e gemas de ovo.</p><p>A vitamina A é absorvida quase exclusivamente como retinol para o sistema linfático, com lipoproteínas de</p><p>baixa densidade (LDL), e transportada para o fígado, onde é depositada, principalmente, nos hepatócitos e</p><p>células parenquimatosas.</p><p>A proteína de transporte especial, chamada proteína de ligação ao retinol, é responsável por captar a</p><p>vitamina A do fígado e transportá-la por todo o corpo.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>59</p><p>A vitamina A é necessária para o funcionamento normal da visão, crescimento ósseo, reprodução,</p><p>desenvolvimento dentário e manutenção do tecido epitelial, incluindo as membranas mucosas que</p><p>revestem as vias respiratórias e tratos gastrointestinais.</p><p>Com deficiências de vitamina A, diferenciação de novas células epiteliais não ocorrem, e células epiteliais</p><p>normais são substituídos por células disfuncionais. As células epiteliais que não funcionam corretamente</p><p>levam a lesões no epitélio e aumento da suscetibilidade à infecção.</p><p>A espermatogênese normal em machos e o estro nas fêmeas também dependem da vitamina A. Sem</p><p>vitamina A, os bastonetes nos olhos tornam-se cada vez mais sensível às mudanças de luz, o que</p><p>eventualmente leva para a cegueira noturna.</p><p>A toxicidade da vitamina A pode resultar em má-formação esquelética, fraturas espontâneas e hemorragia</p><p>interna. Outros sinais podem incluir anorexia, crescimento lento, perda de peso, espessamento da pele,</p><p>aumento do tempo de coagulação do sangue, enterite, anomalias congênitas, conjuntivite, infiltração</p><p>gordurosa do fígado e função reduzida de fígado e rins.</p><p>Ao contrário dos cães e da maioria dos outros animais, os gatos exigem vitamina A pré-formada ou retinol.</p><p>Eles não têm a enzima necessária no intestino para converter betacaroteno em vitamina A ativa. A vitamina.</p><p>A vitamina A pré-formada só pode ser encontrada em tecidos animais, apoiando a evidência de que gatos</p><p>são carnívoros obrigatórios.</p><p>Cavalos pastando obtêm sua vitamina A dos pigmentos carotenoides presentes nas pastagens. A vitamina</p><p>E funciona como um antioxidante celular em conjunto com a vitamina A e é necessária para a manutenção</p><p>da função imune normal. Forragens verdes e o são fontes ricas em vitamina E.</p><p>• Vitamina D</p><p>A vitamina D consiste em um grupo de compostos que regulam metabolismo do cálcio e do fósforo no</p><p>corpo. Os dois mais importantes desses compostos são as vitaminas D2 (ergocalciferol) e vitamina D3</p><p>(colecalciferol).</p><p>A vitamina D2 é encontrada em plantas colhidas ou injuriadas plantas, mas não em tecidos de plantas vivas.</p><p>Por causa disso, essa vitamina é importante apenas para os herbívoros. A vitamina D3 é sintetizado na pele</p><p>de animais quando seu precursor 7-desidrocolesterol é exposto à luz ultravioleta do sol.</p><p>O 7-desidrocolesterol é feito no fígado a partir do colesterol. Esta forma de vitamina D pode ser obtida</p><p>através da síntese na pele ou do consumo de produtos de origem animal que contenham colecalciferol. O</p><p>colecalciferol é mais frequentemente associado com produtos de origem animal, enquanto o ergocalciferol</p><p>é associado a produtos de origem vegetal.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>60</p><p>A vitamina D3 ingerida e endógena é armazenada no fígado, músculos e tecido adiposo. O colecalciferol é</p><p>uma forma inativa de armazenamento de vitamina D. Para torná-la ativa ela deve ser primeiro ser</p><p>transportada, da pele ou intestinos, para o fígado onde é hidroxilada (um composto OH é adicionado) a 25-</p><p>hidroxicolecalciferol.</p><p>Este composto é então transportado para os rins, onde é posteriormente convertido pela adição de outro</p><p>grupo OH a um de vários metabólitos, sendo a forma mais ativa chamada calcitriol. Embora a vitamina D</p><p>inativa seja considerada uma vitamina, o calcitriol (1,25-dihidroxivitamina D3) é frequentemente classificado</p><p>da dieta, com relação</p><p>às necessidades de energia, e é o primeiro requisito a ser satisfeito na dieta de um animal. Após as</p><p>necessidades energéticas serem atendidas, os nutrientes tornam-se disponíveis para outras funções</p><p>metabólicas.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>5</p><p>O corpo obtém energia dos nutrientes por oxidação das ligações químicas encontradas nas proteínas,</p><p>carboidratos e gorduras. A oxidação é o processo de combinação de uma substância com oxigênio,</p><p>resultando na perda de elétrons.</p><p>O processo de oxidação ocorre durante a digestão, absorção e transporte de nutrientes para as células do</p><p>corpo. O mais importante produto do processo oxidativo é trifosfato de adenosina (ATP), uma molécula de</p><p>alta energia composta de uma purina (adenosina), um açúcar (ribose) e três grupos fosfato.</p><p>O ATP é a forma de energia utilizável para o corpo, mas não é uma boa forma de armazenamento de energia</p><p>porque é usada rapidamente após ser produzido. Já o glicogênio e os triglicerídeos são formas de</p><p>armazenamento de energia de longo prazo.</p><p>Em animais em jejum, quando o corpo precisa de energia, ele usa glicogênio armazenado primeiro, gordura</p><p>armazenada em segundo e, finalmente, como aminoácidos de último recurso da proteína corporal.</p><p>Os ácidos encontrados nos triglicerídeos não podem ser convertidos em glicose; apenas o glicerol pode ser</p><p>utilizado para este fim. Para o uso das proteínas, elas devem passar por um processo chamado</p><p>gliconeogênese para ser convertida em glicose utilizável, e nem todas as proteínas são capazes de sofrer</p><p>este processo.</p><p>• Medidas de energia</p><p>Energia representa a capacidade de "fazer trabalho" e é medida como caloria. Uma caloria é a quantidade</p><p>de calor necessária para aumentar a temperatura de 1 quilograma de água de 14,5ºC a 15,5ºC (ou 1ºC).</p><p>Como esta unidade de medida é muito pequena na verdade, normalmente usamos o termo quilocaloria</p><p>(1000 calorias). Quando olhamos para os rótulos dos alimentos, esta é a unidade que está sendo</p><p>referenciado, uma quilocaloria ou kcal.</p><p>A energia é fundamental para a manutenção do metabolismo durante as diferentes fases da vida do animal</p><p>(crescimento, reprodução, lactação, práticas de atividades físicas, etc.) e é obtida, basicamente, por meio de</p><p>três nutrientes nas dietas: os lipídeos, as proteínas e os carboidratos.</p><p>Nesse sentido, a energia pode ser dividida em: energia bruta (EB), energia digestível (ED), energia</p><p>metabolizável (EM) e energia líquida (EL).</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>6</p><p>Energia bruta (EB): quantidade total de energia contida dentro uma dieta. A energia de um alimento é</p><p>medida em calorias. Em nutrição animal a medida de aferição é a quilocaloria, ou grande caloria, expressa</p><p>pelos símbolos Cal ou kcal e significa a quantidade de calor necessária para elevar de 1 ° C, a massa de 1 kg</p><p>de água na temperatura de 14,5 ° C.</p><p>Esta medida é feita na bomba calorimétrica de oxigênio ou calorímetro a oxigênio de Parr. Diversas</p><p>determinações realizadas sobre os glicídios, os lipídios e as proteínas, mostraram os seguintes valores</p><p>energéticos médios, por grama de matéria seca:</p><p>Glicídios - 4,15 cal</p><p>Lipídios - 9,40 cal</p><p>Proteínas - 5,65cal</p><p>Dessa forma, temos duas maneiras para medir a energia bruta de um alimento, ou seja, diretamente pela</p><p>bomba calorimétrica, ou por cálculo, conhecida neste caso a composição do alimento. É importante ressaltar</p><p>que os animais não conseguem usar 100% da energia contida em um alimento. Parte dela é perdido durante</p><p>a digestão e assimilação de nutrientes, bem como na urina, fezes, respiração e produção de calor.</p><p>Em outras palavras podemos dizer que a EB é a energia química total presente nos alimentos, obtida através</p><p>da sua combustão completa até CO2 e H2O. A quantidade de energia bruta de um alimento depende da sua</p><p>composição química.</p><p>Energia Digerível (ED): vimos no parágrafo anterior que o alimento (energia) ingerido pelo animal não é</p><p>totalmente aproveitado, apresentando perdas, algumas fixas, outras variáveis. A primeira perda de energia</p><p>que sofre o alimento se refere à fração não digerida, que irá constituir o bolo fecal. Esta fração (perda) será</p><p>tanto maior quanto menor for o coeficiente de digestibilidade da matéria seca deste alimento ou de seus</p><p>princípios nutritivos.</p><p>Assim, descontando na energia bruta a perda de energia da fração não digerível, sobra a porção da energia</p><p>química do alimento que é absorvida pelo organismo, chamada de energia digestível.</p><p>Energia metabolizável (EM): quantidade de energia realmente disponível para o tecido para usar. A EM é</p><p>o valor mais frequentemente usado para expressar a energia do conteúdo em alimentos para animais de</p><p>estimação. A EM de uma dieta ou ingrediente alimentar depende de ambos, da composição de nutrientes e</p><p>do animal que irá consumi-lo.</p><p>Se um cachorro e um cavalo são alimentados, por exemplo, da mesma dieta rica em fibras, o cavalo terá um</p><p>valor maior de EM, devido à sua melhor capacidade de digestão de fibras do que o cão. A fração não</p><p>digestível do alimento não constitui, entretanto, a única perda energética.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>7</p><p>Existem outras, como a perda através da urina, que representa um fator importante pois, além de uma</p><p>perda fixa, através do nitrogênio endógeno, apresenta uma perda variável em face de desequilíbrios de</p><p>aminoácidos, ou mesmo por excesso de aminoácidos ou proteínas, perda que pode ser minimizada pela</p><p>nutrição adequada.</p><p>Considerada esta perda através da urina frente à energia digestível, restará ao organismo a energia</p><p>metabolizável, a qual representa a porção da energia bruta do alimento, que sobra ao organismo, após</p><p>serem deduzidas as perdas através da fração não digerida do alimento (fezes) e a perda energética urinária.</p><p>Energia Produtiva (EP): na nutrição animal, a energia metabolizável é a forma atualmente mais utilizada para</p><p>se avaliar a necessidade energética dos animais. Considerada a nutrição orientada para a produção animal,</p><p>teríamos ainda três fatores que representam perdas, pois interferem com a sobra de energia para a</p><p>produção.</p><p>A primeira é representada pelo metabolismo basal, que é constante. As outras referem - se ao estado que,</p><p>em nutrição animal, conhecemos como manutenção e que representa a necessidade energética para</p><p>atender a atividade normal do animal sem que ele ganhe ou perca peso, sem apresentar produção e,</p><p>finalmente, a chamada ação dinâmico - específica, referente ao metabolismo intermediário.</p><p>Quando se refere à atividade do animal, a perda energética está condicionada ao manejo correto para cada</p><p>classe de animais. Assim, a distribuição correta de bebedouros e comedouros, para a conveniente densidade</p><p>populacional de frangos de corte, por exemplo, reduz ao mínimo a perda energética em face da atividade,</p><p>perda que seria tanto maior quanto maior a necessidade de se locomover para comer e ou beber.</p><p>O mesmo ocorre, evidentemente, para suínos, bovinos, etc., onde um manejo mal orientado ocasiona</p><p>perdas desnecessárias de energia. Quanto à ação dinâmico específica, a mesma representa uma taxa</p><p>energética que o metabolismo paga em função de sua própria atividade na transformação dos nutrientes.</p><p>Assim, para o atendimento de uma necessidade energética de 100 calorias, o organismo precisa gastar 112</p><p>calorias no caso dos lipídios, 106 no caso dos glicídios e 130 calorias no caso das proteínas. Este gasto pode</p><p>ser considerado normal em se tratando de uma dieta bem equilibrada.</p><p>No entanto,</p><p>como um hormônio porque é produzido pelo corpo e devido ao seu mecanismo de ação.</p><p>A principal função da vitamina D é aumentar absorção intestinal, mobilização, retenção e deposição de</p><p>cálcio e fósforo no osso. Nos intestinos, a vitamina D estimula a síntese da proteína de ligação do cálcio, que</p><p>aumenta a absorção de cálcio dietético e fósforo.</p><p>A vitamina D também afeta o crescimento dos ossos normais e a calcificação atuando com o</p><p>paratohormônio (PTH) para mobilizar cálcio do osso, causando um aumento na reabsorção de fosfato nos</p><p>rins.</p><p>O efeito líquido das ações da vitamina D nos intestinos, ossos e rins é um aumento no cálcio e fósforo</p><p>plasmáticos ao nível necessário para permitir a mineralização normal e a remodelação óssea.</p><p>Outras células-alvo para vitamina D fora dos ossos incluem células do sistema imunológico, cérebro e</p><p>sistema nervoso, pâncreas, pele, músculos e cartilagem, além de órgãos reprodutivos.</p><p>Sinais de deficiência de vitamina D são vistos com frequência como deficiências ou desequilíbrios</p><p>simultâneos de cálcio e fósforo. Os sinais clínicos geralmente incluem raquitismo em animais jovens,</p><p>junções costocondrais aumentadas, osteomalacia e osteoporose em animais adultos, além de diminuição</p><p>das concentrações de cálcio plasmático e do fósforo inorgânico.</p><p>A toxicidade da vitamina D geralmente está associada a aumentos na vitamina D3 em vez de vitamina D2.</p><p>A ingestão excessiva pode resultar em hipercalcemia, calcificação de tecidos moles e em última análise, a</p><p>morte. Das vitaminas lipossolúveis, a vitamina D tem maior probabilidade de ter efeitos tóxicos quando</p><p>consumido em quantidades excessivas.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>61</p><p>Peixes marinhos e óleos de peixe são os mais ricos naturais fontes de vitamina D nos alimentos, mas podem</p><p>representar um risco para toxicidade. Outras fontes dietéticas incluem peixes de água doce e gemas de ovo.</p><p>Carne, fígado e laticínios produtos contêm menor quantidade de vitamina D.</p><p>• Vitamina E</p><p>A vitamina E é composta por um grupo de substâncias quimicamente relacionadas compostos chamados</p><p>tocoferóis e tocotrienóis.</p><p>O alfa tocoferol é a forma mais ativa de vitamina E no corpo, e é o composto mais comumente encontrado</p><p>em alimentos para animais de estimação.</p><p>Dentro do corpo, a vitamina E é encontrada em pequenas quantidades em quase todos os tecidos, sendo o</p><p>fígado capaz de armazenar as maiores quantidades. A vitamina E é absorvida no o intestino delgado por</p><p>difusão passiva e é transportada através para a circulação geral.</p><p>A absorção de a vitamina E é aumentada pela digestão simultânea e absorção de gorduras dietéticas. Existe</p><p>uma correlação muito alta</p><p>A principal função da vitamina E na dieta é atuar como um potente antioxidante na prevenção da reação</p><p>em cadeia de radicais livres produzindo mais radicais livres. Os PUFAs que estão presentes nos alimentos e</p><p>nas membranas lipídicas das células do corpo são muito vulneráveis a danos oxidativos.</p><p>A vitamina E interrompe a oxidação dessas gorduras doando elétrons para os radicais livres que induzem os</p><p>lipídeos à peroxidação. A vitamina E também protege a vitamina A e os aminoácidos contendo enxofre de</p><p>dano oxidativo.</p><p>A vitamina E tem uma relação estreita com o selênio. O selênio é um cofator da enzima glutationa</p><p>peroxidase, que funciona para reduzir os peróxidos que são formados durante o processo de oxidação da</p><p>gordura.</p><p>A inativação desses peróxidos pela a glutationa peroxidase protege a membrana celular de dano oxidativo</p><p>adicional. Ao prevenir a oxidação de ácidos graxos da membrana celular e a formação de peróxidos, a</p><p>vitamina E poupa o selênio, enquanto o selênio cria um efeito semelhante e é capaz de reduzir as</p><p>necessidades de vitamina E no animal.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>62</p><p>As deficiências de vitamina E são vistas principalmente nos sistemas neuromusculares, vasculares e</p><p>reprodutivos com a maioria dos sinais sendo atribuídos à disfunção da membrana como resultado de dano</p><p>oxidativo e interrupção de processos celulares críticos.</p><p>Os sinais clínicos em cães incluem doença degenerativa do músculo esquelético associada a fraqueza</p><p>muscular, degeneração do epitélio germinativo do testículo e espermatogênese prejudicada, além de falha</p><p>de gestação.</p><p>Embora as deficiências sejam raras, dois distúrbios neurológicos em cavalos têm sido reconhecidos por</p><p>envolver o 𝛼-tocoferol: mieloencefalopatia degenerativa equina e doença do neurônio motor equina. Essas</p><p>doenças normalmente são vistas em cavalos que não têm acesso a pastagens, com a consumo de feno de</p><p>baixa qualidade, e em cavalos com baixas concentrações de níveis circulantes de 𝛼-tocoferol.</p><p>A vitamina E é uma das vitaminas menos tóxicas. Os animais podem tolerar doses elevadas sem efeitos</p><p>adversos. No entanto, em doses extremamente altas, o antagonismo com outras vitaminas solúveis em</p><p>gordura pode ocorrer, resultando em mineralização óssea prejudicada, armazenamento hepático de</p><p>vitamina A reduzido e coagulopatias como resultado da diminuição absorção de vitaminas A, D e K.</p><p>A vitamina E é sintetizada apenas pelas plantas, as mais ricas fontes são óleos vegetais e, em menor grau,</p><p>sementes e grãos de cereais. As concentrações de tocoferol são mais altas em pastagens e folhas verdes.</p><p>Os tecidos animais tendem a ser pobres em vitaminas E, com os níveis mais altos sendo encontrados em</p><p>tecidos adiposos.</p><p>• Vitamina K</p><p>A vitamina K compreende um grupo de compostos chamados de quinonas. A vitamina K1 (filoquinona)</p><p>ocorre naturalmente em plantas com folhas verdes, e a vitamina K2 (menoquinona) é sintetizada por</p><p>bactérias no intestino grosso. A vitamina K3 (menadiona) é a forma mais comum de vitamina K sintética e</p><p>tem atividade vitamínica duas a três vezes superior ao da vitamina K1 natural.</p><p>A vitamina K é necessária para a coagulação normal do sangue, como é necessário para a produção de</p><p>protrombina normal (fator II) e para a síntese de fatores de coagulação VII, IX e X no fígado.</p><p>A vitamina K também está envolvida na síntese de osteocalcina, uma proteína que regula a incorporação de</p><p>fosfatos de cálcio no osso em crescimento. A vitamina K é encontrada em vegetais de folhas verdes, como</p><p>como espinafre, couve, repolho e couve-flor.</p><p>Geralmente, fontes animais contêm menores quantidades de vitamina K, embora fígado, ovo, farinha de</p><p>alfafa, farinha de sementes oleaginosas e certas farinhas de peixe são fontes bastante boas. A síntese de</p><p>vitamina K por bactérias intestinais de cães e gatos pode contribuir com pelo menos uma parte, senão todo</p><p>os requisitos necessários para essas espécies.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>63</p><p>A deficiência de vitamina K pode ocorrer por doenças de má absorção intestinal, ingestão de</p><p>anticoagulantes, destruição da microflora intestinal por antibioticoterapia e defeitos congênitos.</p><p>A vitamina K3 tem menor lipossolubilidade e é a forma mais eficaz de vitamina K para casos de má absorção,</p><p>enquanto a vitamina K1 é a única forma de vitamina K eficaz nas intoxicações com anticoagulante.</p><p>A toxicidade da vitamina K é pouco relatada e foi associada à administrada por via intravenosa, em vez de</p><p>subcutânea, de vitamina K1 após a ingestão de varfarina (rodenticida).</p><p>II. Vitaminas hidrossolúveis</p><p>• Vitaminas do complexo B</p><p>As vitaminas do complexo B são todas vitaminas hidrossolúveis que foram agrupadas juntas por causa de</p><p>funções metabólicas semelhantes e sua ocorrência nos alimentos. Essas vitaminas agem como coenzimas</p><p>para enzimas celulares específicas que estão envolvidas no metabolismo energético e síntese de tecidos.</p><p>As coenzimas são pequenas moléculas que devem estar presentes junto a enzima para uma reação ocorrer.</p><p>As vitaminas tiamina (B1), riboflavina (B2), niacina, piridoxina (B6), ácido pantotênico e biotina estão todas</p><p>envolvidos na conversão do alimento em energia.</p><p>O ácido fólico, a cobalamina (B12) e a colina são importantes para a manutenção e crescimento celular</p><p>e/ou síntese de células sanguíneas.</p><p>Fontes de vitaminas do complexo B incluem órgãos carnes, bem como as partes germinais de grãos e</p><p>leveduras. A vitamina B12 é a exceção, pois só pode ser obtida de fontes animais.</p><p>• Tiamina</p><p>A tiamina, também chamada de vitamina B1, é um componente da coenzima tiamina pirofosfato, que</p><p>desempenha um papel importante no metabolismo de carboidratos. A exigência de tiamina de um animal</p><p>está diretamente relacionada ao conteúdo de carboidratos ingeridos na dieta.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>64</p><p>A tiamina é hidrolisada para tiamina livre pelas fosfatases intestinais antes da absorção pelas células</p><p>intestinais. A absorção ocorre principalmente no jejuno por um ativo sistema de transporte, mediado por</p><p>transportadora.</p><p>A tiamina absorvida é transportada nas células vermelhas do sangue e no plasma, com os tecidos, em</p><p>seguida, absorvendo a tiamina. O coração, fígado e os rins têm as maiores concentrações de tiamina no</p><p>corpo.</p><p>A deficiência de tiamina resulta no comprometimento do metabolismo de carboidratos com acúmulo de</p><p>ácidos lático e pirúvico dentro do corpo. Isso resulta em sinais relacionados ao sistema nervoso central por</p><p>causa da dependência deste sistema por uma fonte constante de carboidrato, na forma de glicose para</p><p>energia.</p><p>Deficiências de tiamina podem ser observadas quando há ingestão inadequada na dieta ou na alta ingestão</p><p>de alimentos contendo antagonistas de tiamina. As tiaminases são encontradas em altas concentrações em</p><p>peixes crus, crustáceos, bactérias, fermento e fungos.</p><p>A tiamina pode ser facilmente encontrada em muitos alimentos, com boas fontes são levedura de cerveja,</p><p>cereais integrais, miúdos e gema de ovo. A tiamina é lábil ao calor e, portanto, é destruída</p><p>progressivamente pelo cozimento.</p><p>• Riboflavina</p><p>A riboflavina, vitamina B2, é o precursor de um grupo de cofatores enzimáticos chamados flavinas. As</p><p>flavinas quando estão ligadas às proteínas são chamadas de flavoproteínas. É assim chamada por conta de</p><p>sua cor amarela (flavina) e porque contém um açúcar simples D-ribose (ribo).</p><p>Para Frape (2007) a riboflavina é um precursor das coenzimas dinucleotídeo de flavina e adenina (FAD) e</p><p>mononucleotídeo de flavina (FMN), sendo encontrada em altas concentrações em forrageiras leguminosas</p><p>como alfafa, e trevo em concentrações ligeiramente mais baixas em fenos de gramíneas, e em baixas</p><p>concentrações em grãos de cereais.</p><p>A riboflavina é sintetizada nos intestinos dos cavalos, em taxas mais altas onde a atividade microbiana é</p><p>maior (Frape, 2007).</p><p>É relativamente estável ao processamento térmico, mas é facilmente destruída pela exposição à luz e</p><p>irradiação. A riboflavina funciona no corpo como um componente de duas coenzimas diferentes, flavina</p><p>mononucleotídeo e a flavina adenina dinucleotídeo.</p><p>Ambas as coenzimas são necessárias para as enzimas oxidativas que atuam na liberação de energia de</p><p>carboidratos, gorduras e proteínas bem como em várias vias biossintéticas.</p><p>Após absorção no trato intestinal, cerca de 50% da riboflavina no sangue está ligada à albumina e a outra</p><p>metade às globulinas. Além disso, a síntese microbiana de riboflavina ocorre no intestino grosso da maioria</p><p>das espécies. A quantidade sintetizada depende do conteúdo de carboidratos da dieta.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>65</p><p>A deficiência em cães e gatos é incomum, mas os sinais de dermatite, eritema, perda de peso, catarata,</p><p>deficiência na reprodução, alterações neurológicas e anorexia podem ser vistos.</p><p>A toxicidade não foi relatada em cães ou gatos, pois parece haver pouco armazenamento de riboflavina no</p><p>corpo.</p><p>Boas fontes de riboflavina incluem laticínios, miúdos, carnes, ovos, plantas verdes e fermento. Os cereais</p><p>são fontes pobres de riboflavina.</p><p>• Niacina</p><p>O termo niacina abrange tanto o ácido nicotínico e nicotinamida (também conhecida como niacinamida) e</p><p>está intimamente associada à riboflavina nos sistemas enzimáticos de oxidação-redução celulares.</p><p>Após a absorção nos intestinos, a niacina é rapidamente convertida pelo corpo em nicotinamida, a forma</p><p>metabolicamente ativa da vitamina. A nicotinamida é então incorporada em duas coenzimas diferentes,</p><p>nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD) e nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato (NADP).</p><p>Estas coenzimas funcionam como agentes de transferência de hidrogênio em várias vias enzimáticas</p><p>envolvidos no uso de gordura, carboidrato e proteína. A maioria dos animais também pode sintetizar niacina</p><p>como um produto final do metabolismo do triptofano.</p><p>A niacina é uma vitamina bastante estável e o processamento pode liberar a niacina ligada, que aumentando</p><p>sua disponibilidade.</p><p>A deficiência de niacina pode ocorrer quando há a ingestão de alimentos com baixo teor de niacina e</p><p>triptofano, como o milho e outros grãos. Esta deficiência resulta em uma condição chamada pelagra, ou</p><p>língua preta.</p><p>Os sinais vistos são dermatite, diarreia, demência e morte. Deficiências clínicas em cães não são comuns,</p><p>pois a maioria dos alimentos comerciais são suplementados de forma adequada.</p><p>No entanto, gatos podem desenvolver deficiências, quando alimentados com dietas ricas em cereais, uma</p><p>vez que não são capazes de sintetizar quantidades substanciais de niacina de triptofano e requerem a niacina</p><p>pré-formada.</p><p>A niacina pode ser encontrada em uma ampla variedade de alimentos, os maiores níveis são encontrados</p><p>em subprodutos de leveduras, animais e peixes, cereais, leguminosas e sementes oleaginosas.</p><p>• Piridoxina</p><p>A vitamina B6 compreende três compostos diferentes: iridoxina, piridoxal e piridoxamina. Todos três são</p><p>conversíveis no cão e gato para a coenzima piridoxal 5'-fosfato que é a forma biologicamente ativa da</p><p>vitamina.</p><p>A piridoxina está envolvida em diversos sistemas enzimáticos, particularmente associados com o</p><p>metabolismo de aminoácidos e em menor grau em o metabolismo de glicose e ácidos graxos.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>66</p><p>A piridoxal 5'-fosfato também é necessária para a síntese de hemoglobina e a conversão de triptofano em</p><p>niacina. Os requisitos de piridoxina na dieta variam com base nos níveis de proteína ingeridos.</p><p>Todas as três formas de B6 são absorvidas livremente por difusão passiva no intestino delgado. A forma</p><p>predominante encontrada no sangue é a fosfato de piridoxal, que está fortemente ligada às proteínas.</p><p>Apenas pequenas quantidades de a vitamina B6 são armazenadas no corpo, com quaisquer excessos e</p><p>produtos do metabolismo sendo excretados na urina.</p><p>A deficiência de vitamina B6 causa redução no crescimento, fraqueza muscular, sinais neurológicos,</p><p>anemia microcítica leve, lesões renais irreversíveis, diminuição da atividade do hormônio esteroide e</p><p>anorexia. Cristalúria de oxalato também é um sinal notável de deficiência de piridoxina em gatos.</p><p>As deficiências de vitamina B6 que ocorrem naturalmente em cães e gatos não foram relatadas. As</p><p>deficiências só foram vistas em dietas deficientes, especialmente formuladas ou feitas pelo proprietário.</p><p>A incidência de toxicidade é aparentemente muito baixa, mas os sinais detectáveis incluem ataxia e perda</p><p>controle motor.</p><p>A vitamina B6 é amplamente distribuída nos alimentos. As maiores concentrações são encontradas em</p><p>carnes, produtos de grãos inteiros, vegetais e nozes. Os tecidos vegetais contêm principalmente piridoxina</p><p>e os tecidos animais contêm principalmente piridoxal e piridoxamina.</p><p>A piridoxina é mais estável em relação às outras duas formas, portanto, a perda no processamento é maior</p><p>em alimentos que contêm grandes quantidades de produtos animais.</p><p>• Ácido pantotênico</p><p>O ácido pantotênico é derivado da palavra grega pantos que significa "encontrado em todos os lugares ou</p><p>em todos” porque esta vitamina ocorre em todos os tecidos do corpo e em todas as formas de tecido vivo.</p><p>Uma vez absorvido, o ácido pantotênico é fosforilado por trifosfato de adenosina (ATP) para forma de</p><p>coenzima A. Esta é uma das mais importantes coenzimas e está envolvida no metabolismo dos carboidratos,</p><p>gorduras e alguns aminoácidos dentro do ciclo do ácido cítrico.</p><p>A coenzima A e proteína carreadora de acila são as principais formas de ácido pantotênico encontradas</p><p>nos alimentos. Ambas as formas são degradadas em ácido pantotênico no intestino. A absorção ocorre por</p><p>meio de um processo de consumo de energia dependente de sódio.</p><p>Em altas concentrações, a difusão simples ocorre em todo o intestino delgado. O ácido pantotênico é</p><p>transportado na forma de ácido livre no plasma. Os glóbulos vermelhos, que carregam a maior parte da</p><p>vitamina, contêm, principalmente, acetil-coenzima A.</p><p>Cães com deficiência de ácido pantotênico apresentam apetite irregular, diminuição do crescimento,</p><p>fígados gordurosos, diminuição da resposta de anticorpos, hipocolesterolemia e pode progredir e entrar</p><p>em coma em estágios posteriores.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>67</p><p>Gatos com deficiências de ácido pantotênico podem desenvolver fígados gordurosos e emaciados.</p><p>O ácido pantotênico é geralmente considerado não tóxico. Não são observadas reações adversas ou sinais</p><p>clínicos além de distúrbio gástrico em animais que consomem grandes quantidades.</p><p>O ácido pantotênico é encontrado em praticamente todos os alimentos, então uma deficiência de</p><p>ocorrência natural é improvável. A maioria das fontes importantes são carnes, especialmente fígado e</p><p>coração, gema de ovo, laticínios e leguminosas.</p><p>Perdas durante o processamento de alimentos podem ser substanciais porque o ácido pantotênico é</p><p>facilmente destruído pelo congelamento, enlatamento e outros processos.</p><p>• Ácido fólico</p><p>O ácido fólico também é conhecido como vitaminas B10 e B11 e ácido pteroilglutâmico. Este é um nome</p><p>familiar para um grupo de vitaminas com atividade biológica relacionada. Outros nomes comuns incluem</p><p>folato, folatos e folacina.</p><p>O ácido fólico requer mudanças enzimáticas para formar o composto ativo ácido tetrahidrofólico. A partir</p><p>desta molécula são feitas as coenzimas do folato, usadas no corpo.</p><p>Um papel importante do ácido fólico é o seu envolvimento na síntese de timidina, um componente do</p><p>desoxirribonucléico ácido (DNA). A vitamina B12 também está intimamente ligada com ácido fólico na</p><p>produção de metionina a partir de homocisteína.</p><p>O ácido fólico é sintetizado por bactérias no intestino atendendo às necessidades dos cães e gatos normais.</p><p>As deficiências naturais de ácido fólico são incomuns, mas podem ser vistas em dietas deficientes e com</p><p>doenças intestinais. Os sinais clínicos de deficiência de folato são baixo ganho de peso, anemia, anorexia,</p><p>leucocitopenia (glóbulos brancos baixos contagem), glossite e diminuição da função imunológica.</p><p>Não foram relatados casos de toxicidade por folato uma vez que o excesso de folato é enviado ao fígado e</p><p>adicionado à bile, sendo eliminado através dos intestinos.</p><p>O ácido fólico é encontrado em vegetais de folhas verdes, miúdos e gemas de ovo. A vitamina é destruída</p><p>pelo aquecimento, congelamento prolongado e durante o armazenamento em água.</p><p>• Biotina</p><p>A biotina era originalmente conhecida como um biofator. É uma vitamina contendo enxofre que funciona</p><p>como uma coenzima em várias reações de carboxilação. Em sua forma ativa é sempre encontrada</p><p>covalentemente ligada a uma proteína (apoproteína).</p><p>De acordo com Frape (2007) a biotina é uma coenzima para quatro enzimas carboxilase: acetil - CoA</p><p>carboxilase, piruvato carboxilase, propionil - CoA carboxilase e β - metilcrotonil - CoA carboxilase, que</p><p>estão envolvidas no metabolismo dos ácidos graxos, colesterol e dos aminoácidos, além de serem essenciais</p><p>na proliferação celular.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>68</p><p>Existem oito possíveis isômeros de biotina, dos quais apenas a d - biotina tem atividade vitamínica. Altas</p><p>concentrações de biotina ativa ocorrem em alfafa e concentrações intermediárias a baixas em grãos e soja</p><p>(Frape, 2007).</p><p>Após a ingestão, a biotina deve ser hidrolisada para ser absorvida pelo intestino. Após a hidrólise, a biotina</p><p>livre é absorvida no intestino e transportada através do sangue para os tecidos. As bactérias nos intestinos</p><p>também são capazes de sintetizar biotina para uso pelo corpo.</p><p>As deficiências de biotina, que ocorrem naturalmente, são muito raras em cães e gatos. Alimentação à base</p><p>de clara de ovo crua e o uso oral de antibióticos são as duas causas mais comuns dessa deficiência.</p><p>A clara de ovo contém um composto chamado avidina, que se liga à biotina e a torna indisponível para</p><p>absorção pelo corpo. A cocção da clara destrói a avidina, e permite que a biotina no ovo seja usada.</p><p>Os sinais clínicos da deficiência de biotina incluem baixo crescimento, dermatite, letargia, e anormalidades</p><p>neurológicas.</p><p>A toxicidade da biotina não foi relatada em cães e gatos.</p><p>O requisito de biotina é atendido por duas fontes: a dieta e a síntese por microrganismos da flora intestinal.</p><p>A biotina é amplamente encontrada em muitos alimentos, mas a biodisponibilidade varia muito.</p><p>Sementes oleaginosas, gemas de ovo, farinha de alfafa, fígado e fermento são boas fontes de biotina.</p><p>Perdas de biotina podem ocorrem como resultado de oxidação, enlatamento, calor e uso de solventes na</p><p>extração de alimentos.</p><p>• Cobalamina</p><p>A vitamina B12 é a única vitamina que um elemento traço, o cobalto. A cobalamina é a maior e mais</p><p>complexa das vitaminas B. Quando isolada de fontes naturais é, geralmente, encontrada na forma de</p><p>cianocobalamina.</p><p>A cobalamina e seus metabólitos estão envolvidos no metabolismo da gordura e dos carboidratos, bem</p><p>como síntese de mielina. A função da vitamina B12 está intimamente ligada à do folato.</p><p>A absorção da cobalamina depende da ingestão alimentar e da função adequada do trato gastrointestinal.</p><p>Na maioria dos animais, a absorção de cobalamina da dieta é facilitada por um grupo de glicoproteínas</p><p>chamadas de fatores intrínsecos, que são produzidos pelo pâncreas e pela mucosa gástrica.</p><p>A ausência desses fatores pode levar à deficiência de vitamina B12. A maioria das deficiências de B12 são</p><p>devidas à má absorção. A absorção inadequada normalmente ocorre devido à falta de ácido clorídrico no</p><p>estômago ou falta de fator intrínseco.</p><p>A deficiência de vitamina B12 é muito rara, mas pode resultar em crescimento deficiente e neuropatias.</p><p>Isso porque a vitamina B12 só é feita por microrganismos e encontrada em tecidos animais. Portanto, uma</p><p>dieta vegetariana pode levar à deficiência.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>69</p><p>Microondas de aquecimento inativa a vitamina</p><p>B12.</p><p>Toxicidades por vitamina B12 não foram encontrados em cães e gatos a não ser relacionadas com a</p><p>administração de quantidades excessivas por via parenteral.</p><p>Boas fontes de cobalamina incluem miúdos, peixes e laticínios. Esta vitamina é única porque é absorvida</p><p>pela dieta e quantidades em excesso podem ser armazenadas pelo corpo. O principal local de</p><p>armazenamento é o fígado, embora músculo, osso e pele também possam conter pequenas quantidades. O</p><p>corpo é tão eficiente no armazenamento e reciclagem de B12 que as deficiências podem levar anos para se</p><p>desenvolver.</p><p>• Colina</p><p>A colina é classificada como uma das vitaminas do complexo B, mesmo que não satisfaça inteiramente a</p><p>definição de uma vitamina.</p><p>A colina, ao contrário das outras vitaminas B, pode ser sintetizada no fígado a partir do aminoácido serina.</p><p>É necessária em quantidades muito maiores pelo corpo do que as outras vitaminas B. Por causa disso,</p><p>embora seja um nutriente essencial, nem todos os animais requerem a colina como um suplemento</p><p>dietético, tornando-a condicionalmente um nutriente essencial.</p><p>A colina também não funciona como uma coenzima ou cofator como a maioria das outras vitaminas, mas é</p><p>uma parte integrante das membranas celulares.</p><p>A colina atua: como parte integrante do sistema celular de membranas, promovendo o transporte de</p><p>lipídeos, como neurotransmissor como acetilcolina e como fonte de grupos metil para reações de</p><p>transmetilação.</p><p>A colina é liberada da lecitina da dieta pelas enzimas digestivas, no trato intestinal, e absorvidas no jejuno</p><p>e o íleo. Uma vez absorvida, a colina é transportada através do sistema linfático na forma de fosfatidilcolina</p><p>ligado a quilomícrons.</p><p>Por conta da sua síntese no fígado, e sua presença em muitos alimentos, além da capacidade da metionina</p><p>em poupar colina, as deficiências dietéticas de colina não foram relatadas em cães e gatos.</p><p>Fontes dietéticas incluem gema de ovo, carnes, legumes, laticínios e grãos inteiros.</p><p>• Vitamina C</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>70</p><p>O ácido ascórbico pode ser sintetizado a partir da glicose pelas plantas e a maioria dos animais, incluindo</p><p>cães e gatos. Quimicamente sua estrutura está intimamente relacionada à dos monossacarídeos.</p><p>A vitamina C funciona no corpo como um antioxidante e eliminador de radicais livres. O ácido ascórbico é</p><p>mais conhecido por seu papel na síntese de colágeno embora também esteja envolvido no metabolismo de</p><p>drogas, esteroides e da tirosina, bem como o transporte de elétrons nas células.</p><p>É necessário para a síntese de carnitina para atuar como um transportador para os grupos acil através das</p><p>membranas mitocondriais. Além disso, doses maiores de ácido ascórbico podem desempenhar um papel</p><p>importante no sistema imunológico e na proteção contra carcinógenos.</p><p>O ácido ascórbico ácido atua como um eliminador de nitrato reduzindo, assim, a carcinogênese induzida</p><p>por nitrosamina.</p><p>Cães e gatos são capazes de sintetizar adequadamente quantidades de ácido ascórbico, portanto,</p><p>quantidades dietéticas são absorvidas por difusão passiva no intestino.</p><p>Além disso, o cavalo também tem a capacidade de sintetizar vitamina C a partir da glicose (Frape, 2007). O</p><p>ácido ascórbico é produzido no fígado a partir da glicose ou galactose através da via do glucuronato.</p><p>A vitamina C é transportada no plasma em associação com albumina e é encontrada amplamente distribuída</p><p>em todos os tecidos do corpo.</p><p>A deficiência é improvável por conta dos cães e gatos serem capazes para sintetizar todos os seus requisitos</p><p>de vitamina C. A toxicidade não foi vista em cães e gatos.</p><p>Em cavalos, baixas concentrações de ácido ascórbico no sangue estão associadas com várias doenças como</p><p>infecções de feridas pós-operatórias e pós-traumáticas, epistaxe, estrangulamentos, rinopneumonia</p><p>aguda, recorrente obstrução das vias aéreas e insuficiência de desempenho (Frape, 2007).</p><p>Fontes de vitamina C incluem frutas, vegetais e carne. O teor de vitamina C da maioria dos alimentos diminui</p><p>durante o armazenamento e processamento. Além disso, a exposição ao calor, luz, álcalis, enzimas</p><p>oxidativas e os minerais cobre e ferro podem aumentar as perdas de atividade da vitamina C.</p><p>III. Substâncias semelhantes a vitaminas</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>71</p><p>• L-carnitina.</p><p>A L-carnitina é um composto natural encontrado em todas as células animais. É sintetizada no fígado, a</p><p>partir de lisina e metionina, e armazenada nos músculos esqueléticos e cardíacos.</p><p>A carnitina facilita o transporte de ácidos graxos de cadeia longa através das membranas mitocondriais</p><p>internas e, provavelmente, regula acetil - CoA, tamponando o excesso de unidades de acetil durante o</p><p>exercício intenso.</p><p>Os sinais clínicos de deficiência de L-carnitina incluem fraqueza muscular, hipoglicemia de jejum,</p><p>cardiomiopatia e hepatomegalia.</p><p>• Carotenóides</p><p>Os carotenoides são um grupo de pigmentos que exibem atividades semelhante às vitaminas. Os</p><p>carotenoides encontrados em maior número nos alimentos incluem o beta-caroteno, alfa-caroteno, luteína,</p><p>licopeno, betacriptoxanina, zeaxantina, canxantina e astaxantina.</p><p>Os carotenoides são digeridos e absorvidos pelo corpo usando sais biliares; são incorporados em micelas e</p><p>absorvidos pelo intestino por meio de difusão passiva. Após o transporte em quilomícrons no sistema</p><p>linfático, são ligados às lipoproteínas e transportados para a corrente sanguínea.</p><p>Carotenoides atuam como antioxidantes e protegem as membranas celulares estabilizando os radicais de</p><p>oxigênio produzidos. São encontrados abundantemente em laranja e vegetais verdes, frutas altamente</p><p>pigmentadas e alguns espécies de peixes.</p><p>• Bioflavonoides</p><p>Os bioflavonoides são outro grupo de pigmentos com atividades semelhantes às vitaminas. Os flavonoides</p><p>são normalmente encontrados naturalmente como glicosídeos ligados aos açúcares.</p><p>Os flavonoides têm um efeito poupador da vitamina C, além de desempenharem um papel semelhante ao</p><p>da vitamina C. Os flavonoides apresentam ação antioxidante em meios que apresentam lipídeos e água.</p><p>Os bioflavonoides são encontrados mais abundantemente na pele e cascas de frutas e vegetais coloridos.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>72</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>73</p><p>1.6 Princípios de nutrição canina</p><p>Os lobos, ancestrais selvagens dos nossos cães, caçam em grupos utilizando um comportamento</p><p>cooperativo para predar animais grandes, os quais, de outra forma, não poderiam ser caçados por um único</p><p>animal. Esse comportamento cooperativo lhes permite obter maiores quantidades de alimento, mas</p><p>também dita o tipo de comportamento alimentar de comer vorazmente, até se fartar, logo após a matança</p><p>e, em seguida, não comer por longos períodos.</p><p>O alimento é consumido rapidamente e em uma ordem predeterminada dentro do grupo. Qualquer</p><p>alimento que sobre é guardado e escondido para consumo posterior, para quando os alimentos não</p><p>estiverem disponíveis tão facilmente.</p><p>Tais comportamentos como o de acumular e esconder o alimento, podem ser notados atualmente em alguns</p><p>cães domésticos. Isso pode provocar sufocamento e deglutição de grandes quantidades de ar durante a</p><p>alimentação. Os cães, quando estão em grupo, podem comer mais rapidamente do que quando estão</p><p>sozinhos. Nesse caso, mudar a forma de como o alimento</p><p>é oferecido pode ajudar a refrear o</p><p>comportamento de comer com voracidade. Além disso, caso isso esteja ocorrendo em situações de</p><p>alimentação coletiva, é aconselhável remover o cão do grupo alimentá-lo sozinho.</p><p>Se o cão estiver se alimentando muito depressa, mudar o tipo de ração oferecida pode ajudar, como mudar</p><p>a maneira de oferecer a ração. É muito mais fácil comer grandes quantidades de ração enlatada de uma vez</p><p>do que comer grandes quantidades de ração seca oferecida em um recipiente plano.</p><p>Ao contrário, a presença de outro cão pode estimular o apetite de um animal que come pouco de forma</p><p>que consumam mais ração do que se tivessem sido alimentados sozinhos. A dominância dentro de um grupo</p><p>também pode exercer um papel na quantidade de ração consumida, de tal modo que o cão dominante coma</p><p>mais que a sua quota e o cão subordinado não obtenha ração suficiente para comer. Pode ser útil separar os</p><p>cães na hora da refeição, como também destinar locais ou tigelas diferentes para a alimentação de cada cão.</p><p>Os cães domésticos ainda escondem os alimentos de sua preferência. Podemos observar, com frequência,</p><p>ossos enterrados no jardim e petiscos escondidos em móveis e debaixo de camas. Ao contrário de seus</p><p>ancestrais selvagens, os cães domésticos se esquecem com frequência desses itens escondidos, criando</p><p>quase uma coleção espalhada em vários lugares da casa e do jardim.</p><p>Se examinássemos o lobo para estimar a frequência alimentar de nossos cães domésticos, as refeições</p><p>grandes, oferecidas ocasionalmente, pareceriam ser o modo mais natural de alimentar os cães. Contudo,</p><p>quando se oferece a cães domésticos acesso livre ao alimento, eles tendem a comer pequenas refeições ao</p><p>longo do dia.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>74</p><p>Os cães domésticos podem se adaptar rapidamente a vários regimes alimentares, sendo os principais a</p><p>alimentação controlada por porções, a alimentação controlada por tempo e a de livre escolha ou ad</p><p>libitum.</p><p>• Regimes Alimentares</p><p>Os três principais tipos de alimentação disponíveis para cães e gatos são a alimentação de livre escolha ou</p><p>ad libitum, a alimentação controlada por tempo e a alimentação controlada por porções ou medidas.</p><p>A alimentação de livre escolha consiste em manter sempre de alimento disponível. Isso possibilita que o</p><p>animal ou os animais de estimação consumam a quantidade de ração desejada a qualquer hora do dia. Esse</p><p>método de alimentação conta com a capacidade de o animal regular o seu próprio consumo de ração, de</p><p>forma que somente a energia e as exigências nutritivas reais sejam supridas e que não haja consumo</p><p>excessivo de energia.</p><p>A ração seca é a melhor escolha para esse método, já que não se estragará ou secará tão facilmente quanto</p><p>os outros produtos. Isso não significa que, ao oferecer ração seca, as vasilhas não precisem ser limpas ou a</p><p>ração trocada diariamente.</p><p>Quando comparada com os outros métodos, a alimentação de livre escolha requer do proprietário menor</p><p>trabalho e conhecimento. Os recipientes de ração e água são reabastecidos somente uma vez ao dia (ou</p><p>menos) e não é necessário que o proprietário determine as exigências energéticas diárias do seu animal de</p><p>estimação.</p><p>Quando os cães são alimentados pelo método de livre escolha, eles tendem a consumir refeições pequenas</p><p>ao longo do dia. Esse padrão de alimentação tem a vantagem de produzir maior perda de energia causada</p><p>pela refeição, devido à digestão, comparado com cães que consomem refeições maiores e menos</p><p>frequentes.</p><p>Entretanto, esse aumento na perda de energia normalmente é mais do que compensado pela maioria dos</p><p>cães, em razão do maior consumo de energia. A alimentação de livre escolha pode ser uma maneira útil de</p><p>alimentar aqueles animais mais magros que não comem calorias suficientes para se sustentar quando</p><p>alimentados com refeições controladas por tempo.</p><p>Isso lhes permite comer múltiplas refeições pequenas ao longo do dia, aumentando o consumo total de</p><p>energia. Esse método também pode ser útil para os animais que trabalham e têm um gasto energético</p><p>muito alto, o que lhes permite reabastecer as reservas de energia ao longo do dia. A alimentação de livre</p><p>escolha pode ser uma desvantagem se os animais tiverem problemas de anorexia ou consumo excessivo de</p><p>alimentos, uma vez que tais problemas podem continuar imperceptíveis por um longo período.</p><p>A obesidade é um problema comum em animais alimentados com regime de livre escolha. Com uma dieta</p><p>altamente palatável e um estilo de vida sedentário, os mecanismos regulatórios normais, utilizados para</p><p>controlar consumo alimentar, são facilmente anulados.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>75</p><p>A alimentação controlada por tempo consiste em controlar o tempo que o animal tem para se alimentar,</p><p>mas ele pode comer o quanto quiser ou puder dentro desse período. Esse método se baseia na capacidade</p><p>de o animal regular seu próprio consumo de energia. Na hora da refeição, oferece-se uma quantidade</p><p>excessiva de ração e permite-se que o animal coma durante um período predeterminado.</p><p>Para a maioria dos cães, que não estejam fisiologicamente estressados, 15 a 20 minutos são suficientes para</p><p>satisfazer as suas exigências energéticas. Isso é normalmente feito em uma ou duas refeições ao dia.</p><p>Enquanto a maioria dos animais pode comer uma quantidade suficiente de ração se alimentados somente</p><p>uma vez ao dia, duas vezes ao dia é mais saudável e deixa o animal mais satisfeito. Oferecer alimentos duas</p><p>vezes ao dia também ajudará a reduzir a fome entre as refeições e a diminuir os comportamentos</p><p>associados à alimentação, como pedir e roubar alimentos.</p><p>Alguns animais não se adaptam bem à alimentação controlada por tempo. Alguns podem não consumir</p><p>quantidade suficiente durante de período estipulado, enquanto outros comerão vorazmente ao longo de</p><p>todo o período, causando obesidade.</p><p>Por fim, a alimentação controlada por porções é o método de escolha para a maioria das situações. Quando</p><p>se oferece uma quantidade predeterminada de ração uma ou duas vezes ao dia, o proprietário tem o maior</p><p>controle sobre a dieta do seu animal de estimação. A alimentação</p><p>controlada por porções também permite que o proprietário monitore o consumo alimentar com maior</p><p>rigor e note rapidamente qualquer mudança de consumo ou comportamento. Esse método também</p><p>permite maior controle sobre a taxa de crescimento e peso e, assim, pode ser ajustado conforme as</p><p>necessidades para manter o efeito desejado. Ao se fazer isso, as doenças relacionadas a sobrepeso, peso</p><p>inferior ao normal ou crescimento inadequado podem ser corrigidas em fase precoce.</p><p>A alimentação controlada por porções demanda maior conhecimento e empenho do proprietário. As</p><p>instruções para as quantidades a serem ofertadas são indicadas nas embalagens ou recipientes das rações:</p><p>elas podem ser utilizadas como ponto de partida para determinar a quantidade de ração a ser oferecida ao</p><p>animal.</p><p>As exigências energéticas diárias (EED) podem também ser calculadas utilizando o peso do animal, o nível</p><p>de atividade e a densidade energética da ração. O fabricante pode ser contatado para fornecer a densidade</p><p>energética da ração, pois ela normalmente não é apresentada no rótulo do produto. O tempo gasto com a</p><p>alimentação controlada por porções não costuma ser um problema para a maioria dos proprietários, a</p><p>menos que muitos animais estejam sendo alimentado a cada vez.</p><p>O método mais fácil é coordenar os horários de refeição do animal com os dos proprietários: isso também</p><p>teria uma gratificação adicional de diminuir os pedidos de comida à mesa, já que o</p><p>animal de estimação</p><p>estaria comendo a sua própria ração.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>76</p><p>2 – LEGISLAÇÃO</p><p>2.1 Instrução Normativa nº 8, de 25 de março de 2004</p><p>A Instrução Normativa nº 8, de 25 de março de 2004 proíbe em todo o território nacional a produção, a</p><p>comercialização e a utilização de produtos destinados à alimentação de ruminantes que contenham em</p><p>sua composição proteínas e gorduras de origem animal.</p><p>É importante ressaltar que se exclui dessa proibição o ovo em pó destinado à alimentação de ruminantes.</p><p>Incluem-se nesta proibição a cama de aviário, os resíduos da criação de suínos, como também qualquer</p><p>produto que contenha proteínas e gorduras de origem animal.</p><p>Também fica proibida a produção, a comercialização e a utilização de produtos para uso veterinário,</p><p>destinados a ruminantes, que contenham em sua formulação insumos oriundos de ruminantes.</p><p>Excluem-se das proibições anteriores, o leite e os produtos lácteos, a farinha de ossos calcinados (sem</p><p>proteína e gorduras), e a gelatina e o colágeno preparados exclusivamente a partir de couros e peles.</p><p>A critério da Secretaria de Defesa Agropecuária, mediante análise de risco, poderão ser excluídos outros</p><p>produtos e insumos.</p><p>Os rótulos e as etiquetas dos produtos destinados à alimentação de não ruminantes, que contenham</p><p>qualquer fonte de proteínas e gorduras de origem animal, exceto os produtos mencionados anteriormente,</p><p>deverão conter no painel principal e em destaque, a seguinte expressão: USO PROIBIDO NA ALIMENTAÇÃO</p><p>DE RUMINANTES.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>77</p><p>Os produtos destinados à alimentação de ruminantes estão sujeitos a análises de fiscalização para a</p><p>identificação dos ingredientes utilizados como fonte de proteína.</p><p>As Secretarias de Defesa Agropecuária e de Apoio Rural e Cooperativismo, em suas respectivas áreas de</p><p>competência, expedirão instruções complementares para os casos que requeiram posterior regulamentação</p><p>ou para os casos omissos.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>78</p><p>2.2 Instrução Normativa nº 17, de 7 de abril de 2008</p><p>A Instrução Normativa nº 17, de 7 de abril de 2008 proíbe em todo o território nacional a fabricação, na</p><p>mesma planta, de produtos destinados à alimentação de ruminantes e de não-ruminantes, exceto os</p><p>estabelecimentos que atenderem aos seguintes requisitos:</p><p>I - possua linhas separadas para a produção de produtos para a alimentação de ruminantes e não-</p><p>ruminantes, desde a recepção dos ingredientes ou matérias-primas até a entrada no misturador;</p><p>II - esteja com as Boas Práticas de Fabricação (BPF) implementadas;</p><p>III - possua e aplique procedimentos validados para o controle de contaminação cruzada entre os produtos</p><p>destinados à alimentação de ruminantes e os produtos que contenham ingredientes de origem animal em</p><p>sua formulação, desde o recebimento até a sua expedição e transporte; e</p><p>IV - ter programa de monitoramento por meio de análise de laboratório de, no mínimo, 10% dos lotes</p><p>produzidos dos produtos para alimentação de ruminantes e tenha as medidas corretivas descritas no caso</p><p>de ocorrência de contaminação por ingrediente de origem animal.</p><p>Excluem-se da proibição os estabelecimentos que não utilizam na composição de seus produtos,</p><p>ingredientes (proteínas e gorduras) de origem animal ou qualquer produto que os contenham, proibidos</p><p>para uso na alimentação de ruminantes, definidos em legislação específica.</p><p>Ainda, é a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), em sua respectiva área de competência, mediante</p><p>análise de risco, responsável para conceder aos estabelecimentos a autorização da fabricação.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>79</p><p>2.3 Decreto nº 6.296, de 11 de dezembro de 2007</p><p>O Decreto nº 6.296, de 11 de dezembro de 2007 que aprova o Regulamento da Lei no 6.198, de 26 de</p><p>dezembro de 1974, que dispõe sobre a inspeção e a fiscalização obrigatórias dos produtos destinados à</p><p>alimentação animal, dá nova redação aos artigos 25 e 56 do Decreto no 5.053, de 22 de abril de 2004, e dá</p><p>outras providências.</p><p>1. Conceitos importantes</p><p>Para começarmos o estudo do Decreto nº 6.296/07, veremos algumas definições importantes. Venham</p><p>comigo!</p><p>Análise de fiscalização: análise laboratorial ou prova biológica para efeitos de avaliação dos produtos, com</p><p>a finalidade de verificar o cumprimento dos dispositivos legais aplicáveis;</p><p>Análise pericial: análise laboratorial ou prova biológica realizada a partir da contraprova da amostra de</p><p>fiscalização, por comissão constituída, para assegurar amplo direito de defesa ao infrator;</p><p>Boas práticas de fabricação: procedimentos higiênicos, sanitários e operacionais aplicados em todo o fluxo</p><p>de produção, desde a obtenção dos ingredientes e matérias-primas até a distribuição do produto final, com</p><p>o objetivo de garantir a qualidade, conformidade e segurança dos produtos destinados à alimentação</p><p>animal;</p><p>Controle da qualidade: conjunto de procedimentos que envolvem programação, coordenação e execução</p><p>com o objetivo de verificar e assegurar a conformidade da matéria-prima, do ingrediente, do rótulo e da</p><p>embalagem, do produto intermediário e do produto acabado com as especificações estabelecidas;</p><p>Embalagem: recipiente ou invólucro destinado a garantir a conservação e a facilitar o transporte e o</p><p>manuseio dos produtos destinados à alimentação animal;</p><p>Estabelecimento: instalação ou local onde se produza, fabrique, manipule, fracione, beneficie, acondicione,</p><p>conserve, armazene, distribua ou comercialize produtos destinados à alimentação animal;</p><p>Fracionamento: processo que visa à divisão dos produtos em quantidades menores, preservando as</p><p>características e informações da sua rotulagem original, englobando as operações de pesagem ou medida,</p><p>embalagem e rotulagem;</p><p>Identificação do lote: designação impressa na embalagem do produto que permita identificar o lote;</p><p>Importador: empresa que importa produto destinado à alimentação animal para comercialização em</p><p>embalagem original;</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>80</p><p>Ingrediente ou matéria-prima: componente ou constituinte de qualquer combinação ou mistura utilizada</p><p>na alimentação animal, que tenha ou não valor nutricional, podendo ser de origem vegetal, animal,</p><p>mineral, além de outras substâncias orgânicas ou inorgânicas;</p><p>Lote: produto obtido em um ciclo de fabricação, sob as mesmas condições e tendo como característica a</p><p>homogeneidade;</p><p>Produto destinado à alimentação animal: substância ou mistura de substâncias, elaborada, semielaborada</p><p>ou bruta que se emprega na alimentação de animais;</p><p>Registro de estabelecimento: ato privativo do MAPA destinado a conceder o direito de funcionamento do</p><p>estabelecimento;</p><p>Registro de produto: ato privativo do MAPA destinado a conceder o direito de fabricação ou importação</p><p>de produto para a alimentação animal submetido ao regime da Lei no 6.198, de 26 de dezembro de 1974;</p><p>Relatório técnico do produto: documento apresentado pela empresa, que caracteriza o produto e possibilita</p><p>a decisão sobre o pedido de registro pela autoridade responsável; e</p><p>Rótulo ou etiqueta: toda inscrição, imagem ou toda matéria</p><p>descritiva ou gráfica que esteja escrita,</p><p>impressa, estampada gravada, gravada em relevo ou litografada, que identifique o produto.</p><p>E aí, pessoal, entendidos os conceitos? Vamos começar!</p><p>O Decreto nº 6.296/07 estabelece as normas gerais sobre inspeção e fiscalização da produção, do comércio</p><p>e do uso de produtos destinados à alimentação animal.</p><p>A inspeção e a fiscalização da produção, do comércio e do uso de produtos destinados à alimentação animal</p><p>são atribuições do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>81</p><p>Em quais locais a inspeção e a fiscalização serão realizadas?</p><p>As atividades de inspeção e fiscalização de que trata o Decreto nº 6.296/07 serão realizadas:</p><p>I - nas fábricas, órgãos públicos, aeroportos, portos, postos de fronteiras e demais recintos alfandegados,</p><p>bem como armazéns, distribuidores, atacadistas, varejistas, nos meios de transporte e em qualquer local em</p><p>que se encontrem ou transitem produtos destinados à alimentação animal; e</p><p>II - nos produtos destinados à alimentação animal, incluindo os dispensados de registro.</p><p>Além disso, a inspeção e a fiscalização dos estabelecimentos e produtos dos produtos destinados à</p><p>alimentação animal abrangem:</p><p>I - o funcionamento e a higiene geral dos estabelecimentos;</p><p>II - as análises microbiológicas, físico-químicas e ensaios biológicos;</p><p>III - as etapas de produção, fracionamento, recebimento, conservação, manipulação, preparação,</p><p>acondicionamento, transporte e armazenagem;</p><p>IV - a embalagem e o rótulo; e</p><p>V - o sistema de gestão da qualidade e segurança.</p><p>E quais são as atribuições do fiscal na inspeção desses produtos?</p><p>De acordo com o artigo 44 do Decreto nº 6.296/07, são atribuições do fiscal, no exercício da inspeção e da</p><p>fiscalização de estabelecimentos e de produtos destinados à alimentação animal:</p><p>I - verificar os estabelecimentos abrangidos pelo Decreto nº 6.296/07ou outros locais de produção,</p><p>armazenamento, transporte, venda ou uso de produtos destinados à alimentação animal, bem como aos</p><p>documentos ou meios relacionados ao processo produtivo;</p><p>II - efetuar ou supervisionar a colheita de amostras de produtos necessárias às análises de fiscalização,</p><p>obedecendo às normas estabelecidas e lavratura do respectivo termo;</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>82</p><p>III - verificar a procedência e as condições dos produtos destinados à alimentação animal;</p><p>IV - proceder à interdição temporária de estabelecimento;</p><p>V - proceder à apreensão de matéria-prima, ingrediente, produto, rótulo, embalagem ou outros materiais</p><p>encontrados em inobservância ao Decreto nº 6.296/07e lavratura do respectivo termo;</p><p>VI - lavrar auto de infração quando da violação das disposições estabelecidas neste Regulamento;</p><p>VII - solicitar, por intimação, a adoção de providências corretivas e a apresentação de documentos</p><p>necessários à complementação dos processos de registros de estabelecimentos ou produtos ou de outros</p><p>processos administrativos de fiscalização;</p><p>VIII - instruir, analisar e emitir pareceres em processos administrativos de fiscalização e de registro;</p><p>IX - emitir certificado de conformidade ou outros documentos equivalentes.</p><p>Vale ressaltar que, no exercício das atribuições, o fiscal fica obrigado a exibir a carteira de identificação</p><p>funcional quando solicitada. No caso de impedimento ao cumprimento das atribuições, poderá ser</p><p>requisitado o auxílio de força policial.</p><p>2. Registro dos estabelecimentos</p><p>Todo estabelecimento que produza, fabrique, manipule, fracione, importe e comercie produto destinado à</p><p>alimentação animal deve, obrigatoriamente, estar registrado no MAPA.</p><p>O estabelecimento que apenas comercialize, armazene ou distribua produtos destinados à alimentação</p><p>animal fica isento de registro, devendo, obrigatoriamente, cumprir as normas de higiene e segurança do</p><p>trabalho e atender aos seguintes requisitos:</p><p>I - possuir locais fisicamente separados das dependências residenciais ou de outras dependências</p><p>incompatíveis com a finalidade específica do estabelecimento; e</p><p>II - contar com dependências adequadas para correta conservação dos produtos, com ambientes secos e</p><p>ventilados, construídas com material que os proteja de temperaturas incompatíveis e assegurem condições</p><p>de limpeza e higiene.</p><p>O registro do estabelecimento será concedido após inspeção prévia de todas as dependências, instalações</p><p>e equipamentos, de acordo com as boas práticas de fabricação, estabelecidas em ato específico do MAPA.</p><p>Além disso, os estabelecimentos registrados são obrigados a comunicar ao MAPA, no prazo de trinta dias, a</p><p>ocorrência de:</p><p>I - arrendamento do estabelecimento ou alteração do nome empresarial;</p><p>II - encerramento da atividade;</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>83</p><p>III - suspensão temporária da atividade; e</p><p>IV - mudança do responsável técnico.</p><p>Do Registro de Produto</p><p>3. Registro dos produtos</p><p>Assim como os estabelecimentos, todo produto destinado à alimentação animal, produzido no País ou</p><p>importado, para ser comercializado deve, obrigatoriamente, estar registrado no MAPA.</p><p>O registro de produto terá validade em todo o território nacional e será concedido somente para uma</p><p>unidade fabril da empresa. A partir da emissão do certificado de registro ficam autorizadas a comercialização</p><p>e a utilização dos produtos destinados à alimentação animal.</p><p>Os produtos destinados à alimentação animal terão padrões de identidade e qualidade e classificação,</p><p>estabelecidos pelo MAPA.</p><p>O pedido de registro de produto requerido pela empresa ou, quando se tratar de produto importado, pela</p><p>empresa importadora, deverá estar acompanhado do relatório assinado pelo responsável técnico.</p><p>Além do relatório técnico, o requerimento de registro de produto importado também deverá estar</p><p>acompanhado dos seguintes documentos, e respectiva tradução:</p><p>I - declaração emitida pelo proprietário estabelecido no exterior, que habilite a empresa importadora no</p><p>Brasil a responder perante o MAPA por todas as exigências regulamentares, inclusive pelas eventuais</p><p>infrações e penalidades e demais obrigações decorrentes do registro do produto;</p><p>II - certificado da habilitação oficial do estabelecimento proprietário e fabricante no país de origem;</p><p>III - certificado oficial do registro ou autorização de venda livre ou, ainda, da autorização de fabricação</p><p>exclusiva para exportação do produto no país de origem, especificando a composição.</p><p>Para a obtenção do registro de produto importado o MAPA poderá determinar a realização de inspeção</p><p>prévia na unidade fabril do estabelecimento no país de origem para verificação da equivalência das</p><p>condições de produção, além daquelas relacionadas com os regulamentos específicos dos produtos.</p><p>O registro do produto terá validade de cinco anos, podendo ser renovado, pelo mesmo período,</p><p>sucessivamente, desde que pleiteado com antecedência de até sessenta dias do seu vencimento.</p><p>É proibida a adoção de nome idêntico para produto de composição diferente, ainda que do mesmo</p><p>estabelecimento.</p><p>Ficam dispensados da obrigatoriedade de registro as substâncias e os produtos enquadrados nos seguintes</p><p>grupos:</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>84</p><p>I - excipientes e veículos utilizados no processo de fabricação dos</p><p>produtos destinados a alimentação</p><p>animal;</p><p>II - os grãos, sementes, fenos, silagens destinados à alimentação animal, quando expostos à venda in</p><p>natura;</p><p>III - os produtos licenciados ou registrados no Ministério da Saúde utilizados na alimentação humana e</p><p>suscetíveis de emprego na alimentação animal; e</p><p>IV - produto destinado exclusivamente à experimentação.</p><p>Os produtos dispensados de obrigatoriedade de registro deverão conter no rótulo, etiqueta ou embalagem,</p><p>a expressão: “PRODUTO ISENTO DE REGISTRO NO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E</p><p>ABASTECIMENTO”.</p><p>Será exigida do estabelecimento que se dedicar à fabricação, manipulação, fracionamento ou importação</p><p>dos produtos destinados a alimentação animal a responsabilidade técnica de profissional com formação</p><p>em medicina veterinária, zootecnia ou engenharia agronômica, com a correspondente anotação no</p><p>conselho profissional.</p><p>Além dessas formações, a responsabilidade técnica dos estabelecimentos que se dedicarem exclusivamente</p><p>à fabricação, fracionamento ou importação de ingredientes destinados à alimentação animal poderá ser</p><p>exercida por profissional com nível superior em farmácia, química ou engenharia química, desde que a</p><p>formação seja compatível com a natureza da atividade a ser realizada pelo estabelecimento e respeite as</p><p>regulamentações relativas ao exercício da profissão.</p><p>Tratando-se de estabelecimento que apenas realize a fabricação, fracionamento ou importação de aditivos</p><p>tecnológicos, nutricionais ou sensoriais destinados à alimentação animal, além das formações supracitadas,</p><p>a responsabilidade técnica poderá ser exercida por químico, desde que a formação seja compatível com a</p><p>natureza do produto e atividade a ser realizada pelo estabelecimento, com a correspondente anotação no</p><p>respectivo conselho profissional.</p><p>O responsável técnico responderá solidariamente por qualquer infração cometida relacionada ao</p><p>estabelecimento e seus produtos.</p><p>Em relação à rotulagem, as embalagens de produtos importados deverão conter rótulo com dizeres em</p><p>língua portuguesa, podendo constar outros idiomas na embalagem.</p><p>O rótulo de produto destinado exclusivamente à exportação poderá ser escrito, no todo ou em parte, no</p><p>idioma e conforme as exigências do país de destino.</p><p>É vedada a comercialização em território nacional de produto destinado à alimentação animal com rótulo</p><p>escrito exclusivamente em idioma estrangeiro.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>85</p><p>Na comercialização a granel de produtos destinados à alimentação animal, o rótulo ou etiqueta do produto</p><p>registrado no MAPA será aposto na nota fiscal.</p><p>4. Armazenamento, transporte e comércio</p><p>O armazenamento e o transporte de produtos destinados à alimentação animal obedecerão:</p><p>I - às condições higiênico-sanitárias, de forma a manter seu padrão de identidade e qualidade;</p><p>II - às instruções fornecidas pelo fabricante ou importador; e</p><p>III - às condições de segurança explicitadas no rótulo.</p><p>Os produtos destinados à alimentação animal estarão sujeitos à fiscalização do MAPA quando em trânsito.</p><p>Na comercialização a granel de produto destinado à alimentação animal, a responsabilidade pela</p><p>manutenção da qualidade passa a ser do estabelecimento que o adquiriu, a partir de seu efetivo</p><p>recebimento.</p><p>5. Sobre a análise de fiscalização e pericial</p><p>A colheita de amostra de produto destinado à alimentação animal nos estabelecimentos ou em outros locais</p><p>de produção, armazenamento, transporte ou uso de produtos destinados à alimentação animal, será</p><p>efetuada por fiscal ou sob a sua supervisão presencial.</p><p>A colheita de amostra será efetuada na presença do detentor do produto ou do seu representante, com a</p><p>finalidade de verificar o cumprimento dos requisitos estabelecidos, mediante análise de fiscalização.</p><p>No ato da colheita da amostra, será lavrado termo em três vias, a ser assinado pelo fiscal e pelo detentor do</p><p>produto ou por seu representante, sendo que:</p><p>I - será colhida amostra representativa da quantidade em estoque e dividida em três partes, conforme</p><p>procedimento padronizado; e</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>86</p><p>II - uma das partes ficará em poder do responsável pelo produto para servir de contraprova e as outras</p><p>duas, juntamente com uma via do termo de colheita, serão remetidas ao laboratório de controle oficial do</p><p>MAPA.</p><p>Quando a colheita de amostra for efetuada fora do estabelecimento fabricante ou importador do produto,</p><p>ele será notificado pelo MAPA e a amostra será dividida em quatro partes, sendo que:</p><p>I - uma das partes ficará em poder do detentor do produto;</p><p>II - uma outra parte ficará sob a guarda do MAPA, à disposição do estabelecimento fabricante ou</p><p>importador do produto para servir de contraprova, devendo a amostra ser retirada em até dez dias a partir</p><p>da data da cientificação;</p><p>III - as outras duas, juntamente com uma via do termo de colheita, serão remetidas ao laboratório de</p><p>controle oficial do MAPA.</p><p>As amostras destinadas à contraprova serão mantidas em condições técnicas que preservem plenamente</p><p>as suas propriedades no momento da sua colheita, até a conclusão final do processo.</p><p>O laboratório de controle oficial realizará a análise obedecendo à metodologia oficial ou à metodologia</p><p>validada conforme normas reconhecidas internacionalmente e aceitas pelo MAPA.</p><p>O órgão de fiscalização informará ao interessado os resultados analíticos obtidos no laboratório sobre a</p><p>conformidade do produto fiscalizado.</p><p>Será lavrado auto de infração quando o resultado analítico demonstrar não-conformidade do produto.</p><p>Nesse caso, mediante justificativa e dentro do prazo de quinze dias contados da data do recebimento da</p><p>autuação, é facultado ao interessado, discordando do resultado, apresentar defesa ou requerer análise</p><p>pericial de contraprova perante o órgão de fiscalização.</p><p>Ao requerer a análise pericial de contraprova, o interessado indicará, no requerimento, o nome do perito</p><p>que comporá a comissão pericial, podendo também indicar um substituto.</p><p>A análise pericial será realizada por uma comissão pericial designada pela unidade organizacional</p><p>competente do MAPA, constituída do técnico que realizou a análise e de dois peritos, sendo um indicado</p><p>pelo interessado e o outro dentre os analistas dos laboratórios oficiais.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>87</p><p>O interessado será notificado sobre a data, a hora e o local em que se realizará a análise pericial, com</p><p>antecedência mínima de cinco dias.</p><p>A comissão pericial terá plena independência de trabalho e observará a metodologia utilizada na análise de</p><p>fiscalização, salvo se houver concordância dos peritos quanto à adoção de outro método.</p><p>Será utilizada na análise pericial a amostra de contraprova que se encontra em poder do interessado, desde</p><p>que os peritos atestem que a amostra está inviolada e em bom estado de conservação para o objetivo da</p><p>análise requerida.</p><p>Comprovada a violação ou o mau estado de conservação da amostra de contraprova, será considerado o</p><p>resultado da análise de fiscalização.</p><p>O não-comparecimento do perito indicado pelo interessado na data e hora determinadas ou a não-existência</p><p>da amostra de contraprova sob a guarda do interessado implicará a aceitação do resultado da análise de</p><p>fiscalização.</p><p>Não ocorrendo divergências entre os resultados analíticos da amostra de contraprova em poder do</p><p>interessado e os da amostra de fiscalização, prevalecerá o resultado</p><p>da análise de fiscalização.</p><p>Ocorrendo divergência entre os resultados obtidos na análise pericial e de fiscalização, a comissão pericial</p><p>designada poderá realizar uma segunda análise pericial.</p><p>Nesse caso, a amostra que se encontra em poder do laboratório será utilizada na segunda análise pericial,</p><p>desde que os peritos atestem que a amostra está inviolada e em bom estado de conservação para o objetivo</p><p>da análise requerida.</p><p>O resultado da segunda análise pericial será considerado, qualquer que seja o seu resultado, não sendo</p><p>permitida repetição.</p><p>A comissão pericial designada encaminhará relatório conclusivo ao Ministério da Agricultura, Pecuária e</p><p>Abastecimento, baseando-se nos resultados analíticos.</p><p>As análises serão realizadas em laboratórios da rede oficial, sendo que os critérios de amostragem, os</p><p>métodos analíticos oficiais, a expressão dos resultados, a padronização dos procedimentos e as provas</p><p>biológicas serão estabelecidos pelo MAPA.</p><p>Por fim, as despesas decorrentes da realização da análise pericial correrão por conta do interessado.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>88</p><p>E em caso de descumprimento do estabelecido pelo Decreto nº 6.296/07, o que acontece?</p><p>A não-observância dos termos previstos pelo Decreto nº 6.296/07 sujeita o infrator, isolada ou</p><p>cumulativamente, às seguintes sanções administrativas:</p><p>I - advertência;</p><p>II - multa de até dez salários mínimos;</p><p>III - apreensão de matérias-primas e produtos acabados;</p><p>IV - suspensão, impedimento ou interdição temporária ou definitiva de funcionamento; ou</p><p>V - cassação ou cancelamento do registro.</p><p>A pena de multa será aplicada, isolada ou cumulativamente com as demais sanções, e graduada de acordo</p><p>com a gravidade da infração, a vantagem auferida ou a condição econômica do infrator.</p><p>A pena de cassação ou cancelamento de registro, bem como a suspensão, o impedimento, a intervenção ou</p><p>a interdição definitiva de estabelecimento, será proposta pela unidade da federação que a originou e</p><p>aplicada pelo órgão central do MAPA.</p><p>Quando ocorre a apreensão?</p><p>A apreensão de produto destinado à alimentação animal, embalagem, rótulos ou outros materiais ocorrerá</p><p>nos seguintes casos:</p><p>I - quando o estabelecimento estiver sem registro ou com o registro vencido;</p><p>II - quando o produto estiver sem registro ou com registro vencido;</p><p>III - quando a embalagem, rótulo ou outros materiais estiverem em desacordo com as legislações vigentes;</p><p>IV - quando for constatada a não-conformidade do produto, por meio da análise de fiscalização;</p><p>V - quando for constatada adulteração, fraude ou falsificação;</p><p>VI - quando for constatado produto com prazo de validade vencido;</p><p>VII - quando for constatado que produto apresenta qualidade ou identidade comprometida por condições</p><p>inadequadas de fabricação, de acondicionamento e de armazenagem;</p><p>VIII - quando for identificado produto sem destinação específica, impróprio à fabricação ou incompatível</p><p>com a atividade do estabelecimento;</p><p>IX - produto ou sua embalagem em desacordo com as legislações vigentes; ou</p><p>X - produto fabricado com componentes não aprovados quando do seu registro.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>89</p><p>Os bens apreendidos deverão ficar sob a guarda do seu detentor que, mediante termo próprio, será</p><p>nomeado depositário.</p><p>Os bens apreendidos não poderão ser vendidos, utilizados, substituídos ou subtraídos, total ou</p><p>parcialmente, ficando a remoção a critério da fiscalização.</p><p>A apreensão do produto, como medida preventiva, durará o tempo necessário à realização de testes,</p><p>provas, análises ou outras providências requeridas.</p><p>Quando ocorre a interdição?</p><p>A interdição, total ou parcial, de estabelecimento será aplicada de forma temporária e realizada nos</p><p>seguintes casos:</p><p>I - exercício de atividade sem o devido registro ou com o registro vencido;</p><p>II - descumprimento de exigências estabelecidas em ação de fiscalização;</p><p>III - instalações inadequadas;</p><p>IV - condições higiênico-sanitárias insatisfatórias;</p><p>V - atividade incompatível com o registro;</p><p>VI - adulteração ou falsificação de produto;</p><p>VII - utilização de produtos proibidos.</p><p>No ato da interdição, deverá ser estabelecido o seu prazo e as exigências para a liberação do</p><p>estabelecimento. Ainda, a interdição do estabelecimento durará o tempo necessário à realização de testes,</p><p>provas, análises ou outras providências requeridas.</p><p>O prazo máximo de interdição temporária é de um ano e será definido de acordo com a gravidade da</p><p>infração praticada.</p><p>Existem casos nos quais a interdição é definitiva?</p><p>Sim, existem. A interdição definitiva, que resulta no fechamento do estabelecimento, ocorrerá quando</p><p>houver:</p><p>I - reincidência de infração cuja penalidade tenha sido a interdição do estabelecimento;</p><p>II - infração frequente de natureza grave; ou</p><p>III - decorrido o prazo de um ano sem o cumprimento das exigências estabelecidas.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>90</p><p>QUESTÕES COMENTADAS - MULTIBANCAS</p><p>1. Ano: 2023 Banca: IBFC Órgão: SEAD-GO Prova: IBFC - 2023 - SEAD-GO - Analista Ambiental -</p><p>Medicina Veterinária</p><p>São considerados microminerais de importância para a nutrição animal de bovinos, exceto:</p><p>a) Cobre</p><p>b) Ferro</p><p>c) Manganês</p><p>d) Selênio</p><p>e) Magnésio</p><p>Comentários</p><p>A alternativa E está incorreta e é o gabarito da questão. Os principais microminerais são ferro, zinco, cobre,</p><p>manganês, cobalto, iodo e selênio, necessários em mg/dia.</p><p>2. (IBADE / Prefeitura de Colíder - MT - 2022) O grão de sorgo é recomendado para vacas leiteiras e</p><p>suínos, substituindo até 100% do milho, devendo ser fornecido de forma triturada. Quanto a algumas de</p><p>suas peculiaridades, assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna do texto abaixo.</p><p>__________, quando presente nas dietas, combina com grupamentos metil da metionina e colina,</p><p>provocando redução nas disponibilidades destes compostos, o que reduz a taxa de crescimento.</p><p>Alternativas</p><p>a) A tripsina.</p><p>b) A treonina.</p><p>c) O ácido tânico.</p><p>d) A Linamarina.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>91</p><p>e) A Lotaustralina.</p><p>Comentários</p><p>A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Algumas variedades de sorgo apresentam substâncias</p><p>amargas denominadas taninos, que são responsáveis pela inibição de algumas enzimas no sistema digestivo,</p><p>diminuindo a digestibilidade de proteínas e carboidratos, e consequentemente na resposta do animal. Além</p><p>disso, o tanino também inibir a ação da tripsina. Portanto, o grão de sorgo destinado ao consumo animal</p><p>deve conter no máximo 1% de taninos, expresso em ácido tânico.</p><p>3. (IBFC / IDAM - 2019) Na produção animal, a nutrição constitui um dos pilares do sistemas de criação</p><p>intensiva, sendo essencial para otimização do ganho de peso. Sobre a formulação de rações, assinale a</p><p>alternativa incorreta.</p><p>a) A formulação de rações abrange técnicas matemáticas para o planejamento da mistura de ingredientes,</p><p>que quando ingeridos na quantidade esperada, proverão ao animal quantidades específicas de nutrientes.</p><p>b) A formulação de rações abrange técnicas de alta complexidade, sendo de baixa relevância para produção</p><p>animal em larga escala.</p><p>c) A escolha dos ingredientes da ração deve incluir fatores como: preço, disponibilidade ao longo do ano e</p><p>confiabilidade do fornecedor.</p><p>d) A formulação</p><p>das rações deve mudar acompanhando as necessidades biológicas dos indivíduos nos</p><p>diferentes estágios da produção, como por exemplo, durante a gestação e lactação.</p><p>Comentários</p><p>A alternativa A está correta. A formulação de rações requer a aplicação de técnicas simples de cálculos</p><p>matemáticos que permitem a mstura de ingredientes e a composição das dietas.</p><p>A alternativa B está incorreta. A formulação de rações requer a aplicação de técnicas simples de cálculos</p><p>matemáticos que permitem a mstura de ingredientes e a composição das dietas. Dentre esses métodos,</p><p>podem ser utilizados o quadrado de Pearson, o método algébrico, o método do quadro, entre outros.</p><p>A alternativa C está correta. Na escolha dos ingredientes da ração, é importante considerar o preço dos</p><p>alimentos, verificar também questões relacionadas a disponibilidade da matéria-prima ao longo do ano,</p><p>logística para entrega, preço e qualidade e confiabilidade do fornecedor.</p><p>A alternativa D está correta. Além disso, a formulação das rações deve mudar acompanhando suas</p><p>necessidades biológicas nos diferentes estágios da produção, como a gestação e a lactação.</p><p>4. (FUNDEP / Prefeitura de Uberlândia - MG - 2019) Para a nutrição animal, os alimentos podem ser</p><p>divididos em concentrados e em volumosos. Os alimentos concentrados são aqueles com alto teor de</p><p>energia, mais de 60% de NDT e menos de 18% de FB. Eles podem ser divididos em concentrados</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>92</p><p>energéticos, que apresentam menos de 20% de proteína bruta, e em concentrados proteicos, que</p><p>apresentam mais de 20% de proteína bruta.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta um exemplo de alimento concentrado energético.</p><p>a) Sorgo de baixo tanino.</p><p>b) Farelo de soja.</p><p>c) Farelo de girassol.</p><p>d) Farinha de carne e ossos.</p><p>Comentários</p><p>A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. São exemplos de alimentos concentrados energéticos</p><p>o milho, sorgo com baixo teor de tanino, trigo, arroz, melaço, entre outros.</p><p>As demais alternativas estão incorretas, pois o farelo de soja, o farelo de girassol e a farinha de carne e ossos</p><p>são exemplos de alimentos concentrados protéicos.</p><p>5. (CESPE / CEBRASPE / POLÍCIA CIENTÍFICA - PE - 2016) No que concerne aos principais produtos</p><p>utilizados para alimentação animal e suas composições, assinale a opção correta.</p><p>a) A zeína, principal proteína do milho, é encontrada em concentração de 50% do total existente no grão.</p><p>Essa proteína é rica em aminoácidos essenciais, principalmente em triptofano e lisina.</p><p>b) As proteínas de aveia são de alta qualidade, apresentando composição aminoácida, de acordo com os</p><p>padrões exigidos pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) / Organização</p><p>Mundial da Saúde (OMS); porém, assim como nos demais cereais, na aveia, o principal aminoácido limitante</p><p>é a lisina.</p><p>c) São alimentos concentrados energéticos os grãos de cereais (milho, sorgo, arroz, trigo, aveia, canola), as</p><p>raízes e os tubérculos (mandioca e batata), a polpa cítrica e o melaço, a casca de soja e a casca de café.</p><p>d) Os principais concentrados energéticos utilizados na alimentação animal são aveia, farelo de arroz, farelo</p><p>de trigo, farelo de canola, polpa cítrica, sorgo, milho e seus subprodutos, mandioca e seus subprodutos,</p><p>melaço e milheto.</p><p>e) Os principais concentrados proteicos utilizados na alimentação animal são farelo de soja, farelo de</p><p>algodão, farelo de girassol, farelo de amendoim, grão de soja, casca de soja e caroço de algodão.</p><p>Comentários</p><p>A alternativa A está incorreta. A principal proteína do milho é a zeína, encontrada em uma concentração de</p><p>50% do total do grão. A zeína é pobre em aminoácidos essenciais, principalmente o triptofano e a lisina.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>93</p><p>A alternativa B está correta. As proteínas de aveia são de alta qualidade, apresentando composição</p><p>aminoácida de acordo com os padrões exigidos pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a</p><p>Agricultura (FAO) / Organização Mundial da Saúde (OMS). Porém, assim como nos demais cereais, o primeiro</p><p>aminoácido limitante é a lisina, seguido da treonina.</p><p>A alternativa C está incorreta. São alimentos concentrados energéticos, de origem vegetal, omilho, sorgo</p><p>com baixo teor de tanino, trigo, centeio, triticale, arroz, aveia, cevada, melaço, polpa cítrica; raízes e os</p><p>tubérculos (mandioca e batata); polpa cítrica e o melaço; casca de soja e a casca de café.</p><p>A canola é um alimento concentrado proteico.</p><p>A alternativa D está incorreta. Os principais concentrados energéticos utilizados na alimentação animal são</p><p>aveia, farelo de arroz, farelo de trigo, polpa cítrica, sorgo, milho e seus subprodutos, mandioca e seus</p><p>subprodutos, melaço e milheto.</p><p>O farelo de canola é um alimento concentrado proteico.</p><p>A alternativa E está incorreta. Os principais concentrados proteicos utilizados na alimentação animal são</p><p>farelo de soja, farelo de algodão, farelo de girassol, farelo de amendoim, grão de soja e caroço de algodão.</p><p>A casca de soja é um alimento concentrado energético.</p><p>6. (CESPE / CEBRASPE - POLÍCIA CIENTÍFICA - PE - 2016) Considerando a classificação oficial dos</p><p>alimentos utilizados na alimentação animal, assinale a opção correta. Nesse sentido, considere que as</p><p>siglas FB, FDN, NDT e PB, sempre que empregadas, se referem, respectivamente, a fibra bruta, fibra em</p><p>detergente neutro, nutrientes digestivos totais e proteína bruta.</p><p>a) Alimentos volumosos são aqueles de baixo teor energético, com altos teores em fibra ou em água, que</p><p>contêm mais de 60% de NDT e(ou) mais de 18% de FB e que são divididos em secos e úmidos.</p><p>b) Alimentos concentrados são aqueles com alto teor energético, com mais de 60% de NDT e mais de 18%</p><p>de FB, divididos em proteicos e energéticos.</p><p>c) Alimentos concentrados proteicos possuem mais de 20% de PB, cerca de 50% de FDN e 60% de NDT.</p><p>d) Alimentos concentrados energéticos possuem menos de 20% de PB, 45% de FDN e em torno de 20% de</p><p>FB.</p><p>e) O uso de alimentos de origem animal na alimentação de animais ruminantes e não ruminantes é permitido</p><p>pelo Ministério da Agricultura.</p><p>Comentários</p><p>A alternativa A está incorreta. Os alimentos volumosos são os que apresentam baixo teor energético e altos</p><p>teores em fibra ou em água. Apresentam menos de 60% de nutrientes digestíveis totais (NDT) e ou mais de</p><p>18% de fibra bruta (FB). Além disso, os volumosos podem ser divididos em secos e úmidos.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>94</p><p>A alternativa B está incorreta. Os alimentos concentrados apresentam alto teor de energia, mais de 60%</p><p>de NDT, menos de 18% de FB, sendo divididos em: concentrado energético e concentrado protéico.</p><p>A alternativa C está correta. Os alimentos concentrado protéicos possuem mais de 20% de PB, 50% de FDN</p><p>e 60% de NDT.</p><p>A alternativa D está incorreta. Os alimentos concentrados energéticos possuem menos de 20% de PB, 25 %</p><p>de FDN e cerca de 18% de FB.</p><p>A alternativa E está incorreta. O uso de alimentos de origem animal na alimentação de animais não</p><p>ruminantes é permitido pelo Ministério da Agricultura</p><p>7. (FCM / IF Farroupilha - RS - 2016) Os alimentos concentrados, destinados aos animais, podem ser</p><p>classificados em energéticos ou em proteicos. O alimento classificado como concentrado proteico é:</p><p>a) Polpa cítrica.</p><p>b) Farelo de trigo.</p><p>c) Sorgo em grão.</p><p>d) Farelo de arroz.</p><p>e) Farelo de glúten de milho.</p><p>Comentários</p><p>São concentrados energéticos de origem vegetal: milho, sorgo com baixo</p><p>se pensarmos que um desequilíbrio em nutrientes como sejam de vitaminas, microelementos</p><p>minerais e aminoácidos, de um lado, incidindo diretamente sobre a atividade dos sistemas enzimáticos, irá</p><p>influir no metabolismo negativamente, diminuindo a eficiência energética.</p><p>Da mesma maneira, um desequilíbrio da relação energia-proteína na dieta, ou um desequilíbrio em</p><p>aminoácidos, leva o organismo a desaminar aqueles aminoácidos que não podem ser utilizados para a</p><p>formação de proteínas, em face de uma dada limitação, orientando-os como radicais terciários para o</p><p>metabolismo energético. Neste processo de desaminação, existe uma perda em energia que se traduz por</p><p>liberação de calor (energia térmica) conhecida como incremento calórico.</p><p>Em climas frios o incremento calórico pode funcionar como economizador da energia para a manutenção da</p><p>homeostasia calórica, porém, em climas quentes, induz a uma perda extra de energia em face da mesma</p><p>necessidade. Portanto, a ação dinâmico-específica do metabolismo representa uma perda variável de</p><p>energia, que pode ser minimizada pelo correto equilíbrio dos minerais, vitaminas e aminoácidos, bem como</p><p>pela correta relação energia/ proteína.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>8</p><p>Da energia metabolizável, consideradas as perdas acima citadas, e no animal arraçoado para produzir, sobra</p><p>ao organismo porção de energia que resultará na produção animal, por isto mesmo chamada energia</p><p>produtiva.</p><p>A Energia Líquida (EL): é a energia que o animal utiliza para a manutenção e para atender a demanda de</p><p>crescimento, lactação, gestação e atividade física. Também chamada de energia utilizável, a EL é a fração</p><p>energética restante da energia metabolizável, descontadas as perdas referentes ao metabolismo basal e à</p><p>ação dinâmico-específica.</p><p>• Densidade energética</p><p>A densidade energética de um alimento para animais de estimação refere-se ao número de quilocalorias</p><p>fornecidas em um determinado peso ou volume. A densidade energética é expressa em quilocalorias (kcal)</p><p>de EM por kg de alimento.</p><p>A densidade de energia deve ser alta o suficiente para o animal atender às suas necessidades diárias de</p><p>energia. A densidade energética é o principal fator que determina a quantidade de comida ingerida a cada</p><p>dia.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>9</p><p>1.2 Fontes, funções e metabolismo de proteínas, carboidratos e</p><p>lipídeos</p><p>1.2.1 Proteínas</p><p>As proteínas são moléculas grandes e complexas compostas por centenas a milhares de aminoácidos. Estes</p><p>aminoácidos são compostos de carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e às vezes átomos de enxofre e</p><p>fósforo.</p><p>Embora centenas de aminoácidos existam na natureza, apenas 20 são comumente encontrados como</p><p>componentes de proteínas. As proteínas são polímeros lineares de aminoácidos em que o grupo amino de</p><p>um aminoácido e o grupo carboxila de outro aminoácido são unidos por meio de uma ligação peptídica.</p><p>Os aminoácidos unidos são chamados peptídeos; dois ligados entre si são um dipeptídeo, três a tripeptídeo</p><p>e mais de três polipeptídeo. Uma vez que a hidrólise começa no corpo, proteínas simples produzem apenas</p><p>aminoácidos ou seus derivados.</p><p>A proteína é necessária na dieta para fornecer uma fonte de aminoácidos com o objetivo de construir,</p><p>reparar e substituir as proteínas do corpo. Eles também fornecem nitrogênio para a síntese dos aminoácidos</p><p>não essenciais e outros contendo nitrogênio compostos.</p><p>Os aminoácidos são divididos em dois grupos, não essenciais e essenciais. A distinção entre esses dois</p><p>grupos é que os aminoácidos essenciais devem ser incluídos na dieta, enquanto os não essenciais podem</p><p>ser sintetizados pelo corpo a partir de outros precursores a uma taxa suficiente para atender às necessidades</p><p>fisiológicas.</p><p>• Funções das proteínas</p><p>As proteínas do corpo têm funções. Elas são os principais componentes do cabelo, penas, pele, unhas,</p><p>tendões, ligamentos e cartilagem. As proteínas contráteis como a miosina e a actina estão envolvidas na</p><p>regulação da ação muscular.</p><p>Todas as enzimas que catalisam reações metabólicas essenciais do corpo e são essenciais para a digestão e</p><p>a assimilação de nutrientes também são proteínas. Muitos hormônios que controlam os sistemas do corpo</p><p>são compostos de proteínas como a insulina e glucagon, ambos os quais estão comprometidos no controle</p><p>dos níveis normais de açúcar no sangue.</p><p>As proteínas encontradas no sangue atuam como importantes transportadoras de substâncias, incluindo a</p><p>hemoglobina, que transporta oxigênio entre os pulmões e as células, as lipoproteínas que ajudam a</p><p>transportar gorduras por todo o corpo e transferrina que transporta o ferro através do sangue.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>10</p><p>As proteínas plasmáticas também estão comprometidas na manutenção do equilíbrio ácido-base atuando</p><p>como a maior fonte de tampões no sangue.</p><p>Finalmente, as proteínas estão envolvidas no sistema imunológico do corpo sistema na forma de</p><p>imunoglobulinas para fornecer resistência às doenças.</p><p>Todas as proteínas do corpo estão em um estado constante de renovação e degradação. Embora os tecidos</p><p>variem em sua taxa de renovação, todas as moléculas de proteína no corpo são eventualmente catabolizadas</p><p>e substituídas.</p><p>Durante os períodos de crescimento ou reprodução, ocorre a síntese de proteínas adicionais necessárias</p><p>para a criação de novos tecidos. Um suprimento regular de proteína e nitrogênio são necessários para</p><p>manter normalmente os processos metabólicos e fornecer para a manutenção do tecido e crescimento.</p><p>O corpo tem a capacidade de sintetizar novas proteínas a partir dos aminoácidos, desde que todos dos</p><p>aminoácidos necessários estejam disponíveis. Uma alta taxa de síntese de proteínas ocorre na produção de</p><p>glóbulos vermelhos e glóbulos brancos, células epiteliais da pele e células que revestindo o trato</p><p>gastrointestinal e o pâncreas.</p><p>A proteína consumida acima do que o animal necessita é visto como excedente. Como os aminoácidos não</p><p>são capazes de serem armazenado no corpo acima das quantidades encontrada em cada célula do pool de</p><p>aminoácidos, os aminoácidos excedentes podem ser usados diretamente para produção de energia ou</p><p>convertidos a glicogênio e armazenados no músculo, fígado ou gordura.</p><p>Outro aspecto importante no estudo das proteínas é compreender o que chamamos de aminoácido</p><p>limitante. O aminoácido essencial que está em maior déficit na proteína é chamado de aminoácido limitante</p><p>porque irá limitar a capacidade do corpo para usar essa proteína. Os três aminoácidos nas proteínas</p><p>alimentares que mais frequentemente são limitantes são a metionina, triptofano e lisina. Ter uma</p><p>pontuação química</p><p>Nesse sentido, a fortificação de aminoácidos é um método para melhorar a qualidade da proteína nos</p><p>alimentos. Neste método, um ou mais aminoácidos são adicionados a um alimento quando a principal fonte</p><p>de proteína pode ser limitante. Isso é visto comumente com os aminoácidos metionina e lisina.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>11</p><p>• Taurina</p><p>A taurina é um aminoácido essencial em gatos, que na maioria dos mamíferos pode ser sintetizada a partir</p><p>de metionina e cisteína. Pertence a um grupo separado de amino ácidos, chamados ácidos</p><p>aminossulfônicos, e não se forma a partir das cadeias polipeptídicas como os outros aminoácidos.</p><p>Os gatos têm uma capacidade</p><p>teor de tanino, trigo, centeio,</p><p>triticale, arroz, aveia, cevada, melaço, polpa cítrica; raízes e os tubérculos (mandioca e batata); polpa cítrica</p><p>e o melaço; farelo de trigo, farelo de arroz; casca de soja e a casca de café.</p><p>São concentrados proteicos de origem vegetal: farelo de soja, farelo de algodão, farelo de girassol, farelo</p><p>de glúten de milho, soja grão, farelo de amendoim, caroço de algodão, algodão, girassol, canola.</p><p>Portanto, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.</p><p>8. (CESPE / CEBRASPE - POLÍCIA CIENTÍFICA - PE - 2016) No que se refere à composição e ao</p><p>fornecimento dos produtos utilizados para alimentação animal nas propriedades agrícolas, é correto</p><p>afirmar que:</p><p>a) o grão de sorgo é recomendado para as aves como substituto do milho da ração em até 80%. Ao grão deve</p><p>ser adicionado pigmentante para proporcionar coloração da carcaça e da gema de ovo.</p><p>b) a mandioca pode ser utilizada integralmente como alimento, mas, por ter conteúdo proteico pobre,</p><p>necessita de complementação. Como concentrado energético, a mandioca pode ser a base da dieta.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>95</p><p>c) o arroz integral desclassificado e quirera de arroz são ingredientes de alta qualidade para a alimentação</p><p>de frangos de corte, podendo ser utilizados para poedeiras e também para suínos, caninos e bovinos.</p><p>d) o trigo apresenta boa qualidade nutricional e grande potencial de utilização nas dietas para monogástricos</p><p>e ruminantes; contudo, considerando-se os trigos cultivados no mundo, os valores de proteína bruta são</p><p>baixos, variando entre 3% e 5%.</p><p>e) o sorgo, fornecido aos animais na forma de forragem, silagem ou grãos, apresenta composição semelhante</p><p>à do milho, com maior teor energético e menor teor de proteína, teor de proteína bruta variável,</p><p>dependendo da variedade e das condições de cultivo, e menor teor de caroteno.</p><p>Comentários</p><p>A alternativa A está incorreta. O grão de sorgo é recomendado para vacas leiteras e suínos, substituindo até</p><p>100% do milho, devendo ser fornecido de forma triturada. No caso das aves, recomenda-se substituir até</p><p>50% do milho da ração, e adicionar pigmentante para coloração da carcaça e gema de ovo.</p><p>A alternativa B está correta. De acordo com Teixeira (1998 apud Goes, Silva & Souza, 2013), a mandioca tem</p><p>a grande vantagem de poder ser utilizada integralmente como alimento. É pobre em proteína, necessitando</p><p>sua complementação. Como concentrado energético, pode ser a base da dieta.</p><p>A alternativa C está incorreta. Para a alimentação animal, são destinados o arroz integral desclassificado, ou</p><p>quirera de arroz. Este ingrediente é de baixa qualidade para frangos de corte, podendo ser utilizado para</p><p>poedeiras, suínos, caninos e bovinos.</p><p>A alternativa D está incorreta. O trigo apresenta boa qualidade nutricional e grande potencial de utilização</p><p>nas dietas para monogástricos e ruminantes. Contudo, as cultivares de trigo apresentam grande variação na</p><p>composição química e no valor nutricional. Considerando os trigos cultivados no mundo, os valores de</p><p>proteína bruta variam entre 6% e 22%.</p><p>A alternativa E está incorreta. O sorgo pode ser fornecido aos animais na forma de forragem, silagem e grãos.</p><p>O grão de sorgo apresenta composição semelhante à do milho, com menor teor de energia e maior de</p><p>proteína, além de menor teor de caroteno.</p><p>9. (FCC / SEGEP-MA - 2018) A proibição, em todo o território nacional, da produção, da</p><p>comercialização e da utilização de produtos destinados à alimentação de ruminantes que contenham em</p><p>sua composição proteínas e gorduras de origem animal foi instituída pela Instrução Normativa nº 8, de 25</p><p>de março de 2004, que EXCLUI da proibição prevista na Instrução anterior, o produto</p><p>a) ovo em pó destinado à alimentação de não ruminantes.</p><p>b) ovo em pó destinado à alimentação de animais.</p><p>c) orgânico em natura destinado à alimentação de ruminantes.</p><p>d) ovo em pó destinado à alimentação de ruminantes.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>96</p><p>e) derivado de resíduos de suínos destinados à alimentação de ruminantes.</p><p>Comentários</p><p>A alternativa D está correta e é o gabarito da questão.</p><p>De acordo com a Instrução Normativa nº 8, de 25 de março de 2004, exclui-se da proibição de produção,</p><p>comercialização e utilização de produtos destinados à alimentação de ruminantes que contenham em sua</p><p>composição proteínas e gorduras de origem animal: o ovo em pó destinado à alimentação de ruminantes.</p><p>10. (AOCP / UFOB - Médico Veterinário) O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)</p><p>é o órgão responsável pela regulamentação e fiscalização do setor de produtos destinados à alimentação</p><p>animal. Em relação às normas vigentes para a alimentação animal, julgue o item a seguir.</p><p>É proibido em todo o território nacional e sob qualquer hipótese a fabricação, na mesma planta, de produtos</p><p>destinados à alimentação de ruminantes e de não ruminantes.</p><p>Certo</p><p>Errado</p><p>Comentários</p><p>A sentença está incorreta. De acordo com IN nº 17 / 08 excetua-se da proibição de fabricação, na mesma</p><p>planta, de produtos destinados à alimentação de ruminantes e de não-ruminantes, os estabelecimentos que</p><p>possuírem linhas separadas para a produção; esteja com as Boas Práticas de Fabricação (BPF)</p><p>implementadas; possua e aplique procedimentos validados para o controle de contaminação cruzada; e</p><p>tenha programa de monitoramento por meio de análise de laboratório de, no mínimo, 10% dos lotes</p><p>produzidos (...).</p><p>11. (CEBRASPE / FUB – 2014) De acordo com as normas gerais de inspeção e fiscalização da produção,</p><p>do comércio e do uso de produtos destinados à alimentação animal, julgue o item que se segue.</p><p>Ingrediente ou matéria-prima é qualquer componente ou constituinte de combinação ou mistura utilizada</p><p>na alimentação animal — de origem vegetal, animal ou mineral — que apresente valor nutricional.</p><p>Certo</p><p>Errado</p><p>Comentários</p><p>A assertiva está incorreta. De acordo com o Decreto nº 6.296, de 11 de dezembro de 2007, que dispõe sobre</p><p>a inspeção e a fiscalização obrigatórias dos produtos destinados à alimentação animal, ingrediente ou</p><p>matéria-prima é o componente ou constituinte de qualquer combinação ou mistura utilizada na alimentação</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>97</p><p>animal, que tenha ou não valor nutricional, podendo ser de origem vegetal, animal, mineral, além de outras</p><p>substâncias orgânicas ou inorgânicas.</p><p>12. (CEBRASPE / FUB – 2014) De acordo com as normas gerais de inspeção e fiscalização da produção,</p><p>do comércio e do uso de produtos destinados à alimentação animal, julgue o item que se segue.</p><p>Qualquer produto destinado à alimentação animal apreendido poderá, a critério da autoridade julgadora,</p><p>ser comercializado, inutilizado ou doado a órgão oficial de ensino e pesquisa ou zoológico.</p><p>Certo</p><p>Errado</p><p>Comentários</p><p>A assertiva está incorreta. De acordo com o Decreto nº 6.296/07 os bens apreendidos não poderão ser</p><p>vendidos, utilizados, substituídos ou subtraídos, total ou parcialmente, ficando a remoção a critério da</p><p>fiscalização.</p><p>13. (AOCP / UFOB – 2018) O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é o órgão</p><p>responsável pela regulamentação e fiscalização do setor de produtos destinados à alimentação animal.</p><p>Em relação às normas vigentes para a alimentação animal, julgue o item a seguir.</p><p>Os grãos e sementes destinados à alimentação animal, quando expostos à venda “in natura”, não estão</p><p>sujeitos ao serviço de inspeção.</p><p>Certo</p><p>Errado</p><p>Comentários</p><p>A assertiva está incorreta.</p><p>De acordo com o Decreto nº 6.296/07 os grãos, sementes, fenos, silagens</p><p>destinados à alimentação animal, quando expostos à venda in natura ficam dispensados da obrigatoriedade</p><p>de registro.</p><p>14. (CEBRASPE / FUB – 2014) De acordo com as normas gerais de inspeção e fiscalização da produção,</p><p>do comércio e do uso de produtos destinados à alimentação animal, julgue o item que se segue.</p><p>A fim de assegurar o amplo direito de defesa ao infrator, deverá ser permitida a análise pericial, a qual</p><p>consiste na realização de análise laboratorial ou prova biológica utilizando-se contraprova de amostra</p><p>coletada por fiscais.</p><p>Certo</p><p>Errado</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>98</p><p>Comentários</p><p>Está correta a assertiva. De acordo com o Decreto nº 6.296/07 a análise pericial é análise laboratorial ou</p><p>prova biológica realizada a partir da contraprova da amostra de fiscalização, por comissão constituída, para</p><p>assegurar amplo direito de defesa ao infrator. Na análise pericial a coleta de amostras será efetuada por</p><p>fiscal ou sob a sua supervisão presencial.</p><p>15. (CONSULPLAN / MAPA – 2014) O Decreto nº 6.296/2007 regulamenta a inspeção e a fiscalização</p><p>obrigatórias dos produtos destinados à alimentação animal, dando ao Ministério de Agricultura, Pecuária</p><p>e Abastecimento a atribuição de fiscalizar e inspecionar a produção, o comércio e o uso desses produtos.</p><p>No exercício da inspeção e da fiscalização de que trata o Decreto nº 6.296/07, NÃO é atribuição do fiscal.</p><p>a) proceder a interdição temporária de estabelecimento.</p><p>b) emitir certificado de conformidade ou outros documentos equivalentes.</p><p>c) exigir registro no MAPA das sementes comercializadas in natura para a alimentação animal.</p><p>d) instruir, analisar e emitir pareceres em processos administrativos de fiscalização e de registro.</p><p>Comentários</p><p>A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. Exigir registro no MAPA das sementes</p><p>comercializadas in natura para a alimentação animal não é atribuição do fiscal de acordo com o Decreto nº</p><p>6.296/07.</p><p>De acordo com o regulamento são atribuições do fiscal, no exercício da inspeção e da fiscalização de</p><p>estabelecimentos e de produtos destinados à alimentação animal:</p><p>I - verificar os estabelecimentos;</p><p>II - efetuar ou supervisionar a colheita de amostras necessárias às análises de fiscalização;</p><p>III - verificar a procedência e as condições dos produtos destinados à alimentação animal;</p><p>IV - proceder à interdição temporária de estabelecimento;</p><p>V - proceder à apreensão de matéria-prima, ingrediente, produto, rótulo, embalagem ou outros materiais</p><p>encontrados em inobservância ao Decreto nº 6.296/2007 e lavratura do respectivo termo;</p><p>VI - lavrar auto de infração quando da violação das disposições estabelecidas no Decreto nº 6.296/2007;</p><p>VII - solicitar, por intimação, a adoção de providências corretivas e a apresentação de documentos (...);</p><p>VIII - instruir, analisar e emitir pareceres em processos administrativos de fiscalização e de registro; e</p><p>IX - emitir certificado de conformidade ou outros documentos equivalentes.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>99</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>Andriguetto, J.M. Nutrição Animal, 4. ed. vol. 1. São Paulo: Nobel, 2002.</p><p>Brasil. Decreto nº 6.296, de 11 de dezembro de 2007. Aprova o Regulamento da Lei no 6.198, de 26 de</p><p>dezembro de 1974, que dispõe sobre a inspeção e a fiscalização obrigatórias dos produtos destinados à</p><p>alimentação animal, dá nova redação aos arts. 25 e 56 do Anexo ao Decreto no 5.053, de 22 de abril de 2004,</p><p>e dá outras providências.</p><p>Morrison, F. B. Alimentos e alimentação dos animais: elementos essenciais para alimentar, cuidar e explorar</p><p>os animais domésticos, incluindo aves. Tradução João Soares Veiga. 2. ed. Rio de Janeiro: USAID, 1966. 892</p><p>p.</p><p>Rafael Henrique de Tonissi e Buschinelli de Goes; Luiz Henrique Xavier da Silva; Kennyson Alves de Souza.</p><p>Alimentos e alimentação animal. Universidade Federal da Grande Dourados. 2013.</p><p>Teixeira, A.S. Alimentos e alimentação dos animais. Lavras, UFLA - FAEPE, 402 p., 1998.</p><p>Weber, Fernanda Hart; Gutkoski, Luiz Carlos; Elias, Moacir Cardoso. Caracterização química de cariopses de</p><p>aveia (Avena sativa L) da cultivar UPF 18. Ciência e Tecnologia Alimentar, Campinas, v. 22, n. 1, p. 39-44, Jan.</p><p>2002.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>muito limitada de sintetizar taurina de outros aminoácidos contendo enxofre,</p><p>e portanto, têm uma maior necessidade alimentar desse aminoácido. A taurina é necessária para a</p><p>conjugação do ácido biliar para ajudar na digestão de gorduras e é necessário para a manutenção da saúde</p><p>da retina e da função miocárdica.</p><p>A taurina está presente apenas em tecidos animais. Portanto, o consumo de uma dieta contendo altos níveis</p><p>de produtos vegetais e grãos de cereais podem não fornecer taurina suficiente, mesmo se os produtos à base</p><p>de carne estão incluídos na dieta.</p><p>1.2.2. Carboidratos</p><p>Os carboidratos são a principal parte que contém energia das plantas, representando entre 60% e 90% de</p><p>seus pesos na matéria seca. Esta classe de nutrientes é composta pelos elementos carbono, hidrogênio e</p><p>oxigênio, e é classificado como monossacarídeo, dissacarídeo, oligossacarídeo ou polissacarídeo e têm</p><p>fórmula de (CH2O) n..1,2</p><p>Os carboidratos não são um nutriente essencial, mas sim fornecem energia para que os sistemas essenciais</p><p>façam seu trabalho. Nas espécies em que a fibra não é facilmente digerida, os carboidratos não digeríveis</p><p>encontrados nas fibras podem ser importantes para a manutenção da função gastrointestinal normal e</p><p>saúde.</p><p>Como nutriente, os carboidratos atuam principalmente como uma fonte de energia, permitindo que</p><p>aminoácidos e ácidos graxos possam ser usados na construção e manutenção do corpo.</p><p>Quando mais carboidratos que o necessário ao corpo são consumos, estes podem ser convertidos em</p><p>gordura corporal e armazenados, ou servirem como materiais de partida para o metabolismo de outros</p><p>compostos.</p><p>• Monossacarídeos</p><p>Os monossacarídeos também são chamados de açúcares simples e são a forma mais simples de</p><p>carboidratos, contendo entre 3 e 7 átomos de carbono.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>12</p><p>Os principais monossacarídeos são glicose, frutose (frutas açúcar) e galactose (açúcar do leite). A glicose é</p><p>um açúcar simples moderadamente doce encontrado em xarope de milho preparado comercialmente e</p><p>frutas doces, tais como uvas e frutos silvestres. É, também, o principal produto final da digestão do amido</p><p>e da hidrólise do glicogênio no corpo.</p><p>A glicose é a forma de carboidrato encontrada circulando a corrente sanguínea e é a principal forma de</p><p>carboidrato usado pelas células do corpo para energia. É um anel de 6 carbonos em forma de hexágono,</p><p>sobre o qual os compostos de hidrogênio e oxigênio estão ligados. A configuração de 6 carbonos dá aos</p><p>monossacarídeos seus outros nomes de hexoses. A glicose também é conhecida como dextrose.</p><p>A frutose, comumente chamada de açúcar de frutas, é um produto muito doce açúcar encontrado no mel,</p><p>frutas maduras e alguns vegetais. Também é formado a partir da digestão ou hidrólise do dissacarídeo</p><p>sacarose. A frutose também é um açúcar de 6 carbonos, mas a estrutura difere da glicose em que 2 dos</p><p>carbonos estão fora da estrutura do anel, conferindo à molécula uma forma de pentágono.</p><p>A galactose não é encontrada em uma forma livre nos alimentos. No entanto, constitui 50% do dissacarídeo</p><p>lactose, que é encontrado no leite de todos os mamíferos. Apresenta o mesmo número e tipos de átomos</p><p>da glicose, com apenas a posição do grupo 1 OH sendo ligeiramente diferente.</p><p>• Dissacarídeos</p><p>Dissacarídeos são compostos de dois monossacarídeos interligados. A lactose, o açúcar encontrado em leite</p><p>de mamífero, contém uma molécula de glicose e uma molécula de galactose. Este é o único carboidrato de</p><p>origem animal.</p><p>A intolerância à lactose, como visto em alguns animais adultos, é causada por uma deficiência da enzima</p><p>beta-galactosidase. Essa deficiência impede a glicose e moléculas de galactose se separem, tornando isso</p><p>um carboidrato não digerível.</p><p>A sacarose, comumente chamada açúcar de mesa, contém uma molécula de glicose ligada a uma molécula</p><p>de frutose. Este é o açúcar mais comum encontrado nas plantas. A maltose é formada pela ligação de duas</p><p>moléculas de glicose. A maltose é um componente menor de apenas alguns alimentos.</p><p>• Oligossacarídeos</p><p>Oligossacarídeos são carboidratos compostos de 3-10 unidades de monossacarídeo tornando-os polímeros.</p><p>Estas as unidades podem ser iguais ou uma mistura de monossacarídeos diferentes.</p><p>Muitas vezes são difíceis de digerir e se encontrados em quantidade como em alguns vegetais, podem estar</p><p>associados com distúrbios gastrointestinais ou flatulência. Aqueles que contêm frutose são chamados de</p><p>frutooligossacarídeos (FOS), mas existem muitos outros oligossacarídeos encontrados em plantas.</p><p>Os FOS na dieta melhoram a flora intestinal, aumentam a digestão e retenção de nitrogênio, melhorar as</p><p>fezes qualidade e reduzir odores fecais. Esta classe de carboidratos é comumente usada para seus efeitos</p><p>prebióticos.</p><p>• Polissacarídeos</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>13</p><p>Os polissacarídeos consistem em milhares de unidades de monossacarídeos. Eles são encontrados</p><p>amplamente em plantas sendo usado como parede celular (celulose) e armazenamento de energia (amido</p><p>na forma de amilóide e amilopectina para plantas e glicogênio para animais).</p><p>Os grãos de cereais, como como milho, trigo, sorgo, cevada e arroz são os principais ingredientes em</p><p>alimentos para animais de estimação que fornecem amido.</p><p>Carboidratos complexos de origem vegetal, que não o amido, são referidos como fibra dietética ou</p><p>polissacarídeos não-amido. Estes incluem celulose, hemicelulose, pectina e as gomas e mucilagens vegetais.</p><p>• Glicosaminoglicanos</p><p>São polissacarídeos complexos associados a proteínas. Eles são parte integrante do fluido intersticial,</p><p>cartilagem, pele e tendões. Os glicosaminoglicanos primários são sulfato de condroitina e ácido hialurônico.</p><p>• Funções de carboidratos</p><p>Os carboidratos têm várias funções no corpo. O monossacarídeo glicose é uma importante fonte de energia</p><p>de muitos tecidos. Um suprimento constante de glicose é necessário para o bom funcionamento do sistema</p><p>nervoso central (SNC).</p><p>O glicogênio, forma de estocagem da glicose no corpo, armazenado no fígado e no músculo, pode ser</p><p>hidrolisado para fornecer energia adicional às células quando a glicose circulante está baixa. O SNC e as</p><p>células vermelhas do sangue são totalmente dependentes da glicose para obter energia, enquanto outros</p><p>tecidos dentro do corpo são capazes de utilizar outras substâncias para obter energia.</p><p>Os carboidratos também fornecem esqueletos de carbono para a formação de aminoácidos não essenciais,</p><p>e são necessários para a síntese de outros compostos essenciais do corpo como ácido glucurônico, heparina,</p><p>sulfato de condroitina, os imunopolissacarídeos, ácido desoxirribonucléico (DNA) e ácido ribonucleico (RNA).</p><p>Quando unido com proteínas ou lipídeos, alguns carboidratos também se tornam componentes estruturais</p><p>importantes nos tecidos corporais. Quando metabolizado para energia em dióxido de carbono e água, eles</p><p>se tornam uma fonte de calor para o corpo.</p><p>Finalmente, carboidratos simples e amidos consumidos em excesso das necessidades do corpo são</p><p>armazenados como glicogênio ou convertido em gordura.</p><p>Não só os carboidratos fornecem energia para o corpo, mas também têm um efeito poupador das proteínas.</p><p>Fornecendo carboidratos suficientes para o corpo para atender às suas necessidades de energia, a proteína</p><p>é poupada de ser usada para energia e fica disponível para uso no reparo e crescimento do tecido.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>14</p><p>Por outro lado, se quantidades insuficientes de carboidratos</p><p>estão disponíveis na dieta, a proteína será usada</p><p>para atender às necessidades de energia diminuindo a quantidade disponível para reparo e crescimento de</p><p>tecido.</p><p>1.2.3 Lipídeos</p><p>A gordura dietética faz parte de um grupo de compostos conhecidos como lipídeos que compartilham a</p><p>propriedade de serem insolúveis em água (hidrofóbico), mas solúvel em outros solventes orgânicos.</p><p>Os lipídeos que são sólidos à temperatura ambiente são comumente chamadas de gorduras, e aquelas que</p><p>são líquidos à temperatura ambiente são chamados de óleos.</p><p>Os lipídeos podem ser categorizados em lipídeos simples, lipídeos compostos e lipídeos derivados.1 Os</p><p>lipídeos simples incluem triglicerídeos, que são a forma mais comum de gordura presente na dieta. Os</p><p>triglicerídeos são compostos de três ácidos graxos ligados a uma molécula de glicerol.</p><p>Os lipídeos compostos são compostos por um lipídeo, como um ácido graxo, ligado a um composto não</p><p>lipídico. Lipoproteínas, que carregam gordura na corrente sanguínea, são um tipo de lipídeo composto.</p><p>Os lipídeos derivados, produtos de ambos, gorduras simples e compostas incluem compostos de esterol,</p><p>tais como colesterol e as vitaminas lipossolúveis A, D, E e K.</p><p>• Triglicerídeos</p><p>Os triglicerídeos são a gordura mais importante da dieta, e podem ser diferenciados nos alimentos de acordo</p><p>com os tipos de ácidos graxos que cada molécula de triglicerídeo contém.</p><p>Os ácidos graxos variam no comprimento da cadeia de carbono e podem ser classificados como saturados,</p><p>monoinsaturados ou poliinsaturados.</p><p>Os ácidos graxos saturados não contêm ligações duplas entre os átomos de carbono e, portanto, são</p><p>saturados com átomos de hidrogênio. Os ácidos graxos monoinsaturados têm uma ligação dupla e ácidos</p><p>graxos poliinsaturados (PUFAs) contêm duas ou mais ligações duplas.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>15</p><p>Em geral, os triglicerídeos em gorduras animais contêm uma maior quantidade de ácidos graxos saturados</p><p>em relação aos presentes nos vegetais. Quanto maior a quantidade de ligações duplas de um ácido graxo,</p><p>menor é a sua estabilidade e maior a susceptibilidade à oxidação, resultando em ranço.</p><p>As gorduras atuam no corpo como uma forma de armazenamento de energia, e os principais depósitos de</p><p>gordura acumulada podem ser encontrados na pele (gordura subcutânea), ao redor dos órgãos vitais e nas</p><p>membranas que circundam os intestinos (omento).</p><p>Os depósitos de gordura também servem como isolantes, protegendo o corpo da perda de calor e como</p><p>uma camada protetora em torno dos órgãos vitais para proteger contra danos físicos.</p><p>Embora os animais tenham uma capacidade limitada de armazenar carboidratos na forma de glicogênio, eles</p><p>têm quase capacidade ilimitada para armazenar energia excedente na forma de gordura. As gorduras</p><p>também fornecem ao corpo ácidos graxos essenciais e fornecem um carreador para as vitaminas</p><p>lipossolúveis A, D, E e K.</p><p>A gordura também tem várias funções metabólicas e estruturais. A gordura fornece isolamento ao redor</p><p>das fibras nervosas mielinizadas e auxilia na transmissão dos impulsos nervosos.</p><p>Composto lipídicos como fosfolipídios e glicolipídios, servem como componentes estruturais para</p><p>membranas celulares e participam do transporte de nutrientes e metabólitos através dessas membranas.</p><p>• Lipoproteínas</p><p>As lipoproteínas proporcionam o transporte de gorduras através da corrente sanguínea. O colesterol é</p><p>usado pelo corpo para formar os sais biliares necessários para uma boa digestão e absorção de gordura, e</p><p>também é um precursor dos hormônios esteroides.</p><p>Junto com outros lipídeos, o colesterol forma uma camada protetora na pele que evita a perda excessiva de</p><p>água e a invasão de substâncias estranhas.</p><p>De todos os nutrientes, a gordura fornece a mais concentrada forma de energia, quase 3 vezes maior que</p><p>os carboidratos e proteínas. Cada grama de gordura fornece 8,5 kcal, em contraste com as 3,5 kcal</p><p>fornecidos por proteínas ou carboidratos.</p><p>• Ácidos graxos essenciais</p><p>A gordura dietética fornece uma fonte de ácidos graxos essenciais, que são reconhecidos como ácido</p><p>linoleicos, ácido alfa-linolênico e ácido araquidônico. Estes</p><p>são ácidos graxos essenciais, ômega 3 (ácido alfa-linolênico) ou ômega 6 (ácido linoleico e ácido</p><p>araquidônico). O ômega 3 e o ômega 6 são essenciais porque o corpo é incapaz de sintetizá-los. Os ácidos</p><p>graxos ômega 9 e os ácidos graxos saturados podem ser sintetizados por o corpo e são vistos como ácidos</p><p>graxos não essenciais.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>16</p><p>As melhores fontes de ácido linoleico (família ômega 6) são óleos vegetais como milho, soja e óleo de</p><p>cártamo. O ácido araquidônico (família ômega 3) pode ser encontrado apenas em gorduras animais, como</p><p>óleos de peixe.</p><p>Os ácidos graxos essenciais possuem várias funções dentro do corpo, incluindo a síntese de prostaglandinas</p><p>e leucotrinos.</p><p>As deficiências de ácidos graxos na dieta prejudicam a cicatrização de feridas, causar uma pelagem seca e</p><p>sem brilho, pele escamosa e mudar o filme lipídico na pele, que pode predispor o animal a infecções de</p><p>pele.</p><p>Com uma quantidade inadequada de gorduras, as vitaminas lipossolúveis também não são absorvidas</p><p>adequadamente e as deficiências dessas podem ser observadas.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>17</p><p>1.3 Forragens, pastagens e rações para equinos</p><p>• Introdução (Cintra, 2016)</p><p>Alimento pode ser genericamente definido como um componente da dieta que contém nutrientes para</p><p>satisfazer as necessidades diárias de um organismo. Entretanto, não existem na natureza alimentos</p><p>completos, que contenham todos os nutrientes necessários ao funcionamento do organismo de maneira</p><p>completa e equilibrada, sendo necessária uma composição de diversas matérias primas para compor uma</p><p>alimentação de melhor qualidade e com quantidade adequada de nutrientes para a demanda nutricional.</p><p>Um alimento isolado, como trigo, aveia ou milho, contém um valor nutricional. Entretanto, ao se misturar</p><p>de maneira adequada esses alimentos, tal valor nutricional se altera. Esse é o conceito de valor biológico</p><p>de um alimento, isto é, o quanto de nutrientes ele tem e com qual qualidade ele é disponibilizado ao animal.</p><p>Os animais ingerem alimentos para satisfazer suas necessidades nutricionais, e a ingestão é condicionada a</p><p>diversos fatores, principalmente necessidade energética no que se refere aos nutrientes, mas,</p><p>fisiologicamente, está condicionada pelo volume ingerido, sendo a capacidade do aparelho digestivo fator</p><p>limitante para a quantidade de alimento a ser consumida.</p><p>No caso dos equinos, há um limite gástrico de capacidade total, que gira em torno de 12 ℓ para um equino</p><p>de 500 kg de peso vivo (PV), o que limita a ingestão a uma única refeição de grande quantidade de alimento.</p><p>Esse limite é especialmente observado no caso de alimentos concentrados, à base de grãos, cuja digestão</p><p>principal é enzimática, ocorrendo no estômago e no intestino delgado (ID), e deve ser de 0,4 a 0,5% do peso</p><p>do animal por refeição (2 a 2,5 kg/refeição para um equino de 500 kg de peso), evitando-se assim</p><p>sobrecargas que possam levar a quadros de cólica.</p><p>Deve-se ressaltar que, quanto menor a quantidade de alimento ofertada por refeição, mais eficiente é o</p><p>processo digestivo, pois a ação dos sucos digestivos fica mais concentrada em uma porção menor, assim</p><p>como mais eficiente será quanto melhor for a qualidade do alimento ofertado.</p><p>Como o alimento volumoso contém maior quantidade de fibra, que estimula o movimento</p><p>peristáltico, ele</p><p>fica pouco tempo dentro do estômago, sendo sua quantidade ingerida pouco limitada pelo tamanho do</p><p>estômago; além disso, apesar de sofrer efeito da digestão no estômago e no ID, a maior parte do processo</p><p>digestivo ocorrerá no intestino grosso (IG), pela flora digestiva, o que possibilita ao equino ingerir o alimento</p><p>volumoso por um período longo, em geral ao redor de 13 a 16 h por dia quando em liberdade.</p><p>A quantidade e o tempo de ingestão do volumoso dependem da qualidade, da disponibilidade e do modo</p><p>de se ofertar o alimento, podendo variar de 1,4 a 3% de seu PV, também levando em conta a categoria do</p><p>animal (manutenção, reprodução, crescimento ou trabalho).</p><p>Além disso, a qualidade do volumoso afeta drasticamente a qualidade e a quantidade de nutrientes</p><p>disponíveis para o animal. Volumosos de baixa qualidade, representados especialmente por alimentos</p><p>fibrosos, seja por idade avançada, seja por espécie não adequada ao equino, em geral aceleram o</p><p>movimento peristáltico, diminuindo o tempo de permanência do alimento no tubo digestivo,</p><p>comprometendo a quebra dos nutrientes pelas enzimas digestivas e pela flora intestinal e diminuindo, assim,</p><p>a absorção dos nutrientes essenciais à manutenção da vida e à produção animal. Além disso, o que mais</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>18</p><p>limita a ingestão é o teor de celulose: quanto maior o teor de celulose (e lignina), menor será a quantidade</p><p>de nutrientes disponíveis para o animal. Isto é, o valor energético e nutricional de um alimento é</p><p>inversamente proporcional ao teor de fibras.</p><p>Depois de atendida essa demanda de alimento forrageiro volumoso, que deve compor pelo menos 50% da</p><p>dieta do equino, ou ainda no mínimo 1% de seu PV, em relação à matéria seca (MS), é que se pode ofertar</p><p>um alimento mais concentrado, rico em todos os nutrientes, de maneira a atender às necessidades do</p><p>animal qualquer que seja a sua categoria.</p><p>• Mandioca</p><p>De acordo com Teixeira (1998), a mandioca tem a grande vantagem de poder ser utilizada integralmente</p><p>como alimento. É pobre em proteína, necessitando sua complementação. Como concentrado energético,</p><p>pode ser a base da dieta. Nas cascas e raízes inteiras das mandiocas chamadas bravas, existe o ácido</p><p>cianídrico (HCN) com teores variando de 0,02 a 0,03%.</p><p>Todas as plantas apresentam princípio tóxico, devido à presença de glicosídeos cianogênicos conhecidos</p><p>como Linamarina e Lotaustralina, os quais sofrem hidrólise, e sob ação de ácidos e enzimas libera acetona,</p><p>açúcar e ácido cianídrico (HCN).</p><p>As raízes frescas são ricas em amido e pobres nos outros nutrientes. Têm limitação devido ao glicosídeo</p><p>cianogênico e a linamarina que são convertidos a HCN.</p><p>A raspa de mandioca moída não tem caroteno e é deficiente em proteína, metionina e pigmentantes. A</p><p>farinha integral consiste no tubérculo desidratado e moído, e a farinha ou farelo de raspa incide no produto</p><p>após a extração do amido da mandioca (fécula).</p><p>Nestes produtos, a proteína é baixa e a maior parte (50%) encontra-se na forma indisponível (nitratos,</p><p>nitritos, cianetos, e aminoácidos livres).</p><p>• Classificação dos alimentos para a indústria de alimentação animal (Cintra, 2016)</p><p>Os alimentos disponíveis são parametrizados para a fabricação de rações e suplementos para animais, e são</p><p>qualificados em:</p><p>Ingredientes de origem vegetal: para os equinos, incluem alfafa, algaroba, algodão, amendoim, arroz, aveia,</p><p>beterraba, cana-de-açúcar, canola, centeio, cevada, coastcross, girassol, leveduras, linhaça, mandioca,</p><p>milheto, milho, polpa cítrica, soja, sorgo e trigo.</p><p>Ingredientes de origem animal: para equinos, não são comumente utilizados, exceto, eventualmente, leite</p><p>em pó.</p><p>Óleos de origem vegetal: arroz, linhaça, palma, soja, milho, canola, coco.</p><p>Óleos e gorduras de origem animal (para equinos, também não são comumente utilizados).</p><p>Aminoácidos: L-lisina, DL-metionina, L-treonina, L-triptofano.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>19</p><p>Minerais: cálcio, cobalto, cobre, enxofre, fósforo, iodo, magnésio, manganês, potássio, sal, selênio, zinco,</p><p>minerais orgânicos</p><p>Vitaminas: A, D3, E, K3, B1, B2, B6, B12, niacina, pantotenato de cálcio (fonte de ácido pantotênico), ácido fólico,</p><p>vitamina H (ou biotina), colina, vitamina C</p><p>Fonte de nitrogênio não proteico: ureia (não comumente utilizada para equinos)</p><p>Veículo inerte: caulim.</p><p>• Classificação segundo a literatura</p><p>De acordo com Andriguetto (1986), os alimentos podem ser classificados em:</p><p>Alimentos volumosos (não concentrados).</p><p>São todos os alimentos de baixo valor energético, principalmente em virtude de seu elevado teor de fibra</p><p>bruta (FB) ou água. Todos os alimentos com mais de 18% de FB são considerados volumosos. Podem ser</p><p>forragens aquosas (silagem, pastagem, capineira) ou forragens secas (fenos, palhas, cascas etc.).</p><p>A fibra do alimento limita seu valor energético, pois os monogástricos não contêm enzimas capazes de</p><p>hidrolisá-las, sendo que a fibra funciona como auxiliar na formação do bolo fecal, tornando possível seu</p><p>trânsito pelo intestino (função vital para o bem-estar do animal), e, nos herbívoros, essa celulose irá ser</p><p>parcialmente aproveitada pela flora digestiva, disponibilizando ácidos graxos, algumas vitaminas e alguns</p><p>aminoácidos ao animal.</p><p>Alimentos concentrados.</p><p>São todos os alimentos com alto valor de energia, por causa do elevado teor de amido e gorduras e do</p><p>baixo teor de fibras. São utilizados em uma mistura que deve ser equilibrada para se compor a ração</p><p>concentrada que irá fazer parte da dieta do equino, não devendo ultrapassar 50% da dieta total do animal</p><p>e 0,5% do peso do animal por refeição. Os alimentos concentrados podem ser denominados:</p><p>Alimentos básicos: alimentos com menos de 16% de proteína bruta (PB). Compreendem principalmente os</p><p>grãos de cereais</p><p>Suplementos proteicos: alimentos com mais de 20% de PB. Podem ser de origem vegetal ou animal</p><p>Outros alimentos e aditivos: outros alimentos são vitaminas e complexos vitamínicos, minerais,</p><p>aminoácidos, leveduras, óleos etc. Os aditivos são substâncias utilizadas para melhorar a qualidade do</p><p>produto, como corantes, palatabilizantes, aromatizantes, antifúngicos, antioxidantes etc.</p><p>Os alimentos concentrados adaptam-se perfeitamente aos monogástricos como complementos de uma</p><p>dieta equilibrada. Seus valores de nutrientes podem variar conforme o tipo de solo, a fertilização, as</p><p>condições climáticas, as variedades, os processamentos industriais etc.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>20</p><p>• Água</p><p>A água constitui cerca de 65 a 75% do peso corpóreo de um equino adulto e de 75% a 80% de um potro. A</p><p>água é o nutriente mais importante em qualquer espécie de mamífero. O equino também necessita ingerir</p><p>água com seus alimentos para atuar como um meio líquido para a digestão e propulsão da ingesta através</p><p>do trato GI, para produtos úteis - leite e crescimento, e para permitir boas perdas por meio de pulmões, pele</p><p>e fezes e urina.</p><p>Os equídeos diferem na capacidade de conservar água corpórea e na resistência à desidratação. Asininos</p><p>das regiões secas dos trópicos podem impedir a extrema desidratação porque conservam a água de forma</p><p>mais eficiente que os equinos.</p><p>Um aumento na temperatura ambiente de 15°C para 20°C eleva o requerimento de água dos equinos em</p><p>15 a 20 %. Atividade física, dependendo de sua intensidade, aumentará os requerimentos em 20% a 300%</p><p>acima das necessidades de manutenção por meio das perdas elevadas pelos pulmões e</p><p>pela pele. Além</p><p>disso, o pico de lactação pode levar ao dobro dos requerimentos observados na manutenção.</p><p>O equino obtém água para suas necessidades metabólicas a partir de três fontes: consumo de água fresca,</p><p>o conteúdo de água de folhagens naturais e outros alimentos e a partir da água metabólica. Pastagens</p><p>frescas, jovens e em crescimento podem conter 75 a 80 % de água, de forma que sob várias situações a água</p><p>fresca adicional pode não ser necessária, mas uma fonte deve sempre ser fornecida. Em condições áridas, as</p><p>pastagens são muito diferentes e os equinos procurarão e consumirão arbustos venenosos e plantas</p><p>suculentas a não ser que a água e os alimentos sejam providos.</p><p>A água metabólica é aquela produzida durante a degradação de carboidratos, gorduras e proteínas na</p><p>respiração celular. Assim, para cada 100g de glicose, gordura ou aminoácidos metabolizados existirão</p><p>respectivamente 60g, 106g ou 101g de água produzida. Por quilograma de alimento ingerido isso chega ao</p><p>equivalente a 350g a 400g de água, dependendo da digestibilidade do alimento.</p><p>Requerimentos de água</p><p>Manutenção: para a manutenção de equinos adultos em um ambiente uniforme, o requerimento total de</p><p>água é provavelmente menor que 2L/ kg de consumo de matéria seca (MS) (cerca de 5L/ 100kg de PC).</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>21</p><p>Equinos em atividade física: o esforço extenuante em climas quentes aumenta o requerimento de água</p><p>para 5 a 6L/ kg de consumo de MS (12 a 15L/ 100kg de peso corpóreo; PC) quando existe uma perda</p><p>inevitável de quantidades relativamente grandes de cloreto de sódio e potássio pelo suor. A desidratação</p><p>excessiva pode ser fatal.</p><p>Potros e equinos desmamados: uma égua de alta produção com 500kg pode produzir 12kg de água</p><p>diariamente em seu leite. Porém, um potro tem um requerimento maior que um adulto em proporção ao</p><p>seu tamanho, porque é menos capaz de concentrar urina. Uma causa frequente de morte em potros</p><p>neonatos é a rápida desidratação pela diarreia persistente, o que requer tratamento com uma solução salina</p><p>fisiológica.</p><p>O consumo de líquido de potros mamando em éguas de pasto foi mensurado em local com temperatura</p><p>ambiente máxima de 30°C e a umidade relativa (UR) de 70 %. Os resultados estão apresentados na Tabela 1.</p><p>Tabela 1. Consumo diário de líquidos por potro (Martin et al., 1992; Frape, 2007).</p><p>Idade (dias) Consumo de leite</p><p>(kg)</p><p>Consumo de água</p><p>(kg)</p><p>Consumo total de</p><p>líquidos (g/kg de PC)</p><p>Leite consumido</p><p>(kg/kg de PC)</p><p>11-18 16,9 Zero 246 12,8</p><p>30-44 - 3,9 202 15,7</p><p>60-74 18,1 5,5 172 16,4</p><p>• Energia dos alimentos (Frape, 2007)</p><p>Para Frape (2007) a energia bruta de um alimento é o calor produzido quando ele está sujeito a completa</p><p>combustão em uma atmosfera de oxigênio. Já vimos, início da aula, que toda essa energia mensurada como</p><p>calor não está disponível para o animal, porque uma porção do alimento permanece não digerida e é</p><p>eliminada nas fezes.</p><p>Além disso, uma quantidade relativamente desconhecida é perdida pelo equino como gases metano e</p><p>hidrogênio, principalmente pela passagem através do ânus, mas também pela absorção para dentro do</p><p>sangue e pela exalação. Dos produtos da digestão e fermentação que são absorvidos, uma proporção de</p><p>aminoácidos é desaminada e o nitrogênio é incorporado na ureia. Muito disso é excretado na urina.</p><p>A energia bruta de um alimento, menos o conteúdo de energia das fezes atribuído a elas é a energia</p><p>digestível (ED). A quantidade de DE que os cavalos precisam, dependerá de vários fatores, como: estado</p><p>fisiológico, nível de atividade, ambiente e o tamanho do cavalo individual.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>22</p><p>Subtraindo o conteúdo de energia dos gases dissipados combustíveis gerados e a urina excretada, tem-se a</p><p>energia metabolizável (EM). Este é o resíduo de energia alimentar que está disponível para o corpo para</p><p>seus vários processos de reparo tecidual, funcionamento de órgãos, trabalho físico dos músculos</p><p>esqueléticos, crescimento e produção de leite.</p><p>A eficiência da utilização da EM depende da forma química precisa dos nutrientes derivados da dieta e em</p><p>quais dessas funções será usada. A eficiência é mensurada tanto pela quantidade de produto útil quanto pela</p><p>quantidade de calor eliminado dissipado. A EM menos esse incremento de calor atribuído ao alimento é a</p><p>energia líquida (EL) (incremento de calor é o calor perdido de um animal nutrido em excesso daquele perdido</p><p>por um animal em jejum).</p><p>A EL é usada para manutenção, crescimento, trabalho, reprodução, etc. Quando as demandas de energia</p><p>são grandes, os alimentos concentrados, como grãos cereais, precisam formar parte da dieta se essas</p><p>demandas devem ser atingidas, simples mente porque o equino pode consumir maiores quantidades de</p><p>matéria seca diariamente quando os cereais são incluídos e contêm mais EM por quilograma de matéria</p><p>seca.</p><p>Opostamente, um equino sem atividade física tem requerimentos energéticos relativamente baixos, ainda</p><p>que seu apetite deva ser saciado. Como o equino pode consumir diariamente quantidades menores por</p><p>peso de alimentos fibrosos volumosos do que concentrados, então é mais provável que seu apetite seja</p><p>saciado com menores quantidades de energia quando os alimentos fibrosos forem usados.</p><p>Esse equino inativo é um animal normalmente ativo, em estábulo, que se encontra não trabalhando, descrito</p><p>como tendo requerimentos de energia somente para manutenção, ou seja, causando uma modificação zero</p><p>no peso corpóreo ou, mais precisamente, uma alteração zero no conteúdo de energia corpórea.</p><p>A maior parte da energia utilizada pelo cavalo é de carboidratos que são ingeridos através de sua</p><p>alimentação natural.</p><p>Tal como acontece com outras espécies, a gordura na dieta fornece a cavalo com energia de alta densidade.</p><p>No entanto, a gordura deve não exceder 20% do total da dieta equina ou 30% do concentrado. Ultrapassar</p><p>esses níveis coloca o cavalo em risco de fezes moles e muito provavelmente resultará em diminuição da</p><p>palatabilidade.</p><p>A quantidade de proteína na dieta é geralmente expressa como proteína bruta (PB) e é comunicada como</p><p>o percentual (%) de matéria seca (MS). A quantidade de proteína necessária para um cavalo depende de</p><p>muitos fatores individuais, incluindo estado fisiológico, tipo de dieta, idade, qualidade da dieta, etc.</p><p>• Concentrados e forrageiras</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>23</p><p>Todos os equinos devem receber alguma forma de forrageiras, como forrageiras frescas, feno, ou silagem.</p><p>Uma proporção disso pode ser substituída por vegetais representar a ração total de equinos inativos e</p><p>usualmente formam pelo menos metade ração.</p><p>Por isso, a porção de concentrados do alimento diário pode variar desde nada até 50% e somente em</p><p>circunstâncias excepcionais ou nas mãos de tratadores experientes deve ser aumentada em uma proporção</p><p>de três quartos da necessidade diária de alimento seco (Frape, 2007).</p><p>De acordo com o National Research Council (NRC, 2007) a ingestão voluntária de MS para cavalos pastando</p><p>varia de 1,5 a 3,1% de peso vivo. As ingestões diárias de MS são mais altas para éguas lactantes, que</p><p>consomem, em média, 2,8% do PV enquanto as categorias restantes de equinos ingeriram aproximadamente</p><p>2% de seus pesos corpóreos.</p><p>Dessa forma, concluiu-se que o consumo médio de MS de forragem fresca estava em torno de 2% do PV</p><p>(NRC, 2007). O NRC recomenda, ainda, que as dietas dos equinos não devem conter menos de 1% do PV</p><p>como forragem (MS) por dia.</p><p>Os alimentos concentrados, tais como cereais, subprodutos de cereais, farelos de sementes oleaginosas e</p><p>semelhantes, são tradicionalmente fornecidos por baldes, ou seja, por volume. A energia e os nutrientes</p><p>que esses alimentos proveem são mais intimamente associados com seu peso do que seu volume e os</p><p>recipientes para alimentação devem ser calibrados para mostrar o volume ocupado por unidade de peso de</p><p>cada tipo de alimento.</p><p>Nesse sentido, o National Research Council (NRC, 2007) a adição de 1 % do PV de concentrados por dia, para</p><p>equinos confinados.</p><p>• Alimentos volumosos (Cintra, 2016)</p><p>Os alimentos volumosos são os que apresentam baixo teor energético e altos teores em fibra ou em água.</p><p>Apresentam menos de 60% de nutrientes digestíveis totais (NDT) e ou mais de 18% de fibra bruta (FB). Em</p><p>geral, os volumosos representam o alimento de menor custo na propriedade.</p><p>É importante ressaltar que, quando falamos em alimentos volumosos isso não significa dizer que se trata de</p><p>um alimento rico em água e, sim, rico em fibras. Como o próprio nome diz, os alimentos volumosos</p><p>promovem "enchimento" ou seja, volume ao serem consumidos.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>24</p><p>Além disso, os volumosos podem ser divididos em secos, úmidos e ensilados. Esse último, refere-se ao</p><p>volumoso que passou por um processo fermentativo, após a ensilagem. A classificação em secos ou úmidos</p><p>baseia-se no percentual de água presente no alimento, sendo 13% o limite de referência para a classificação.</p><p>Portanto, são considerados:</p><p>Alimentos volumosos secos: aqueles que possuem menos de 13% de água em sua composição, como: fenos,</p><p>palhas, cascas de cereais e bagaço de cana.</p><p>Alimentos volumosos úmidos: aqueles que possuem teores acima de 13% de água em sua composição,</p><p>como: pastos, capineiras, cana-de-açúcar, folhas, ramas.</p><p>Alimentos volumosos ensilados: silagem de milho, silagem de sorgo, silagem de cana.</p><p>Os equinos têm alta capacidade adaptativa às mais diversas variedades e tipos de volumosos. Cavalos que</p><p>evoluíram em regiões com pouca qualidade e variedade de volumosos, por exemplo, podem se adaptar à</p><p>ingestão de alimentos lenhosos, de baixa qualidade nutritiva.</p><p>Entretanto, esses casos não são os mais comuns para a grande maioria dos equinos no Brasil, e animais</p><p>não adaptados a eles podem sofrer complicações quando submetidos a essas condições nutricionais. Além</p><p>disso, as criações de equinos nos dias de hoje exigem animais de grande porte, valorizando, por exemplo,</p><p>um potro com crescimento diferenciado, grande massa muscular, elevado potencial para salto, resistência,</p><p>beleza etc., o que obriga a oferecer aos animais alimentos de qualidade superior, pois somente assim tais</p><p>exigências serão cumpridas.</p><p>Portanto, quanto maior a especialização genética, maior será a exigência nutricional. Os alimentos</p><p>volumosos incluem forragens aquosas e forragens secas.</p><p>a) Forragens aquosas (Cintra, 2016)</p><p>As forragens aquosas podem ser de vários tipos: pastagens, capineiras, silagem, silagem pré secada</p><p>(haylage) ou pré secado.</p><p>Pastagem: é a forrageira in natura que o animal irá consumir diretamente do solo. A pastagem já foi</p><p>considerada o modo mais barato de fornecer alimento para o equino, pois é ele próprio que coleta o</p><p>necessário para se alimentar. Entretanto, por causa do elevado custo da terra em muitas regiões do Brasil,</p><p>esse conceito não tem se mostrado mais tão verdadeiro.</p><p>Existem dois tipos básicos de pastagem: nativa e cultivada. A pastagem nativa é formada por plantas nativas</p><p>ou adaptadas à região, distribuídas naturalmente, sem nenhuma preocupação com tratos culturais nem</p><p>produtividade.</p><p>Tem qualidade nutricional inferior por área, menor produção de massa seca e ciclo mais curto. Por outro</p><p>lado, muitas pastagens nativas têm grande diversidade, como as naturais dos pampas gaúchos, o que pode</p><p>elevar sua qualidade nutricional se for feito algum trato cultural (adubação, subsolagem, irrigação etc.).</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>25</p><p>Já a pastagem cultivada é aquela para cuja formação o homem contribuiu diretamente, havendo</p><p>investimento em tratos culturais, produtividade e produção adequada de massa seca, tendo, se bem</p><p>implantada e manejada, um ciclo mais longo, que atende melhor às necessidades do animal.</p><p>Há grandes vantagens em o próprio animal coletar o que come: economia de mão de obra, equipamento,</p><p>armazenamento etc. Todavia, em razão do hábito natural dos equinos de se alimentarem em movimento,</p><p>pisoteando mais intensamente o solo, o uso de outros tipos de volumoso pode ser mais interessante.</p><p>Além disso, esse tipo de coleta e seu sistema digestório de preensão do alimento com os dentes fazem com</p><p>que pastejem rente ao solo, tendo ainda preferência por rebrotas do capim, que são mais tenras e</p><p>saborosas, impedindo, assim, o crescimento homogêneo do capim quando em pastejo intensivo e</p><p>diminuindo a vida útil da pastagem. Desse modo, o manejo de pastejo dos equinos deve incluir a rotação de</p><p>pastagem para melhor permanência de alimento de qualidade.</p><p>De maneira geral, um equino em manutenção consome 1,4% de seu PV em matéria seca (MS) de alimento,</p><p>isto é, um equino de 500 kg necessita de 7 kg de MS de alimento, o que equivale a 21 kg de capim fresco</p><p>por dia, aproximadamente. Assim, pode-se estimar o quanto de pastagem por ano deve-se ter disponível</p><p>para o animal em termos de área, desde que se tenha espaço suficiente para ele caminhar, hábito comum a</p><p>todos os equinos (Cintra, 2016).</p><p>Capineira: trata-se de outro tipo de fornecimento da forrageira in natura, mas aqui o animal não se alimenta</p><p>coletando-a diretamente. O capim, normalmente um capim elefante, napier ou colonião, ou mesmo o</p><p>coastcross, é cultivado para o corte, que ocorre somente no momento do fornecimento ao cavalo. Como as</p><p>pastagens, a capineira deve ser tratada como cultura, com análise de solo e correção sempre que necessário.</p><p>Em geral, os capins destinados à capineira são os de porte elevado, como capim elefante (Panicum spp., p.</p><p>ex., colonião, ou Pennisetum spp., p. ex., napier), por produzirem mais massa seca por área, imaginando-se</p><p>assim que se terá mais alimento disponível para o animal. Contudo, a produção de massa muito mais elevada</p><p>dos capins elefantes ocorre quando estes ultrapassam o ponto de corte ideal para equinos, portanto, quando</p><p>têm nível nutricional mais baixo.</p><p>Portanto, o problema aqui é a qualidade desse capim, que é inferior aos capins mais indicados para equinos,</p><p>como as gramas bermudas (Cynodon spp., p. ex., coastcross, tifton etc.). Como o que interessa ao animal</p><p>não é somente a quantidade, mas também a qualidade da alimentação, se for ofertado capim de qualidade</p><p>inferior, a complementação com ração concentrada deve ser superior em qualidade e quantidade.</p><p>Assim, deve-se ofertar ração com melhores nutrientes (mais cara) e, em geral, em maior quantidade,</p><p>gastando-se mais com o animal. Se forem utilizados capins de melhor qualidade, pode-se eventualmente</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>26</p><p>diminuir a quantidade de uma ração de boa qualidade, minimizando os riscos de cólicas e reduzindo-se os</p><p>custos.</p><p>A maneira mais corriqueira de se fornecer o volumoso das capineiras, especialmente as originárias de capim</p><p>de porte mais elevado, como o capim elefante, é passando o por uma máquina picadeira, pois assim o cavalo</p><p>consome mais. O ideal, no entanto, é que o alimento da capineira seja cortado e fornecido inteiro ao animal,</p><p>pois isso estimula mais</p><p>a mastigação e a salivação, fundamentais para o bom processo digestivo.</p><p>Silagem: silagem é o alimento propriamente dito, feito pelo processo denominado ensilagem, utilizando</p><p>forrageira de boa qualidade, que armazena o alimento com alto teor de umidade e submetido à</p><p>fermentação anaeróbica (em ausência de ar), guardado em silos para posterior utilização. Normalmente, a</p><p>silagem é feita de milho, sorgo, capim elefante, cana ou mesmo alfafa.</p><p>Deve-se proceder a um fornecimento gradativo para que os animais se habituem a esse novo alimento, e</p><p>pode ser o único tipo de volumoso para equinos, desde que observadas algumas condições: além de ser de</p><p>ótima qualidade, a silagem deve ser fornecida ao cavalo várias vezes ao dia, sob risco de perda de sua</p><p>qualidade e apetecibilidade.</p><p>Entretanto, as qualidades nutritivas das silagens em geral são baixas e, se se desejar melhor desempenho do</p><p>animal, quer seja reprodutivo, no crescimento ou no esporte, a complementação com uma ração</p><p>concentrada de qualidade se torna imprescindível.</p><p>Forragens secas</p><p>1. Feno: é o produto de um processo de desidratação parcial a que podem ser submetidas as forrageiras</p><p>para preservar as qualidades nutritivas e facilitar o armazenamento. O feno pode ser de gramíneas (tifton,</p><p>coastcross, rhodes, azevém etc.) ou de leguminosas (alfafa a mais comum), sendo o de leguminosas, de</p><p>maneira geral, o que tem teor proteico mais elevado.</p><p>O volumoso é cortado rente ao solo e deixado secar a campo, sob a ação do sol e do vento, ou em secadores</p><p>especiais, até ficar com 10 a 15% de umidade. O tempo de secagem depende da intensidade do sol. O ponto</p><p>ideal de corte depende da gramínea utilizada, da época do ano e do manejo do campo (adubação, irrigação</p><p>etc.).</p><p>Um feno bem-feito pode ser armazenado por 6 meses a 1 ano; sob condições ideais (longe do sol, com</p><p>ventilação adequada e sem umidade), mantém suas características nutricionais de maneira bem aceitável.</p><p>Pode ser armazenado solto, em fardos, em cubos ou em pellets, sendo que estes dois últimos envolvem um</p><p>processamento industrial que exige equipamento específico.</p><p>Cascas: são as cascas de cereais, como arroz, aveia e soja. Não são muito recomendáveis como fonte única</p><p>de volumoso por serem fibras curtas e, em geral, de baixa qualidade, mesmo como enchimento. Algumas</p><p>rações podem conter quantidade de cascas para elevar seu teor de fibras, mas, dependendo do tipo de casca</p><p>(arroz, aveia), a qualidade nutritiva é baixa, devendo-se, então, limitar sua inclusão (em geral a 5 a 7%); por</p><p>outro lado, outros tipos de casca, como a de soja, têm melhor digestibilidade, podendo ter maior inclusão</p><p>(até 30%, desde que seja tostada).</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>27</p><p>Palhas: normalmente, utilizam-se as palhas de cereal pós coleta (p. ex., milho) ou capim mais seco quase</p><p>exclusivamente como “enchimento”, para satisfazer as necessidades de volume da digestão. Têm teor</p><p>nutritivo insuficiente para satisfazer as necessidades do animal. Em condições normais, podem fazer parte</p><p>da dieta, sem excessos. O excesso de palhas na alimentação pode levar à dificuldade de digestão, por causa</p><p>da baixa digestibilidade, e propiciar o aparecimento de cólicas.</p><p>2. Alimentos concentrados (Cintra, 2016)</p><p>Os alimentos concentrados apresentam alto teor de energia, mais de 60% de NDT, menos de 18% de FB,</p><p>sendo divididos em: concentrado energético e concentrado protéico.</p><p>De maneira semelhante ao volumoso, também é importante ressaltar que quando nos referimos aos</p><p>alimentos concentrados, isso não significa dizer que se tratam de alimentos secos. O leite, por exemplo, é</p><p>um alimento concentrado que apresenta cerca de 87% de água.</p><p> Concentrado energético: são alimentos concentrados com menos de 20% de proteína bruta (PB), 25 %</p><p>de fibra em detergente neutro (FDN) e cerca de 18% de FB.</p><p>Os concentrados energéticos podem ser:</p><p>De origem vegetal: milho, sorgo com baixo teor de tanino, trigo, centeio, triticale, arroz, aveia, cevada,</p><p>melaço, polpa cítrica; raízes e os tubérculos (mandioca e batata); polpa cítrica e o melaço; farelo de trigo,</p><p>farelo de arroz; casca de soja e a casca de café.</p><p>De origem animal (sebos e gordura animal) que são proibidos na alimentação de ruminantes.</p><p> Concentrado proteico: são alimentos concentrados com mais de 20% de PB, 50% de FDN e 60% de NDT.</p><p>Os concentrados proteicos podem ser:</p><p>De origem vegetal: farelo de soja, farelo de algodão, farelo de girassol, farelo de glúten de milho, soja grão,</p><p>farelo de amendoim, caroço de algodão, algodão, girassol, canola.</p><p>De origem animal: farinha de sangue, farinha de peixe, farinha de carne e ossos.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>28</p><p>Por que o sorgo deve conter um baixo teor de tanino?</p><p>Algumas variedades de sorgo apresentam substâncias amargas denominadas taninos, que são responsáveis</p><p>pela inibição de algumas enzimas no sistema digestivo, diminuindo a digestibilidade de proteínas e</p><p>carboidratos, e consequentemente na resposta do animal.</p><p>Além disso, o tanino também inibir a ação da tripsina. Portanto, o grão de sorgo destinado ao consumo</p><p>animal deve conter no máximo 1% de taninos, expresso em ácido tânico.</p><p>Não existe um único tipo de alimento concentrado que atenda a todas as necessidades nutricionais de um</p><p>equino, qualquer que seja a sua categoria, pois os diversos tipos de alimentos não são, isoladamente,</p><p>equilibrados entre si.</p><p>Assim, deve-se buscar esse equilíbrio na mistura de diversos alimentos, compondo um tipo que busque</p><p>atender, da melhor maneira possível, às necessidades dos equinos, com valor biológico mais elevado.</p><p>Os alimentos concentrados comentados a seguir são os mais comuns e frequentemente utilizados na</p><p>alimentação dos equinos. Em geral, devem ser utilizados como ingredientes de uma ração concentrada,</p><p>buscando-se o equilíbrio entre os nutrientes. Caso sejam adicionados isoladamente a uma dieta ou a uma</p><p>ração concentrada, deve-se considerar seu valor nutricional somado a todos os ingredientes e, com base nas</p><p>necessidades nutricionais de cada categoria, calcular quanto de nutriente o animal está recebendo e se isso</p><p>está sendo feito de modo equilibrado, sem deficiências nem excessos.</p><p>Como regra, é melhor não exceder 50:50 (peso: peso) de concentrado. É importante lembrar que os</p><p>concentrados são densos em energia, especialmente em comparação com volumosos, e, portanto, o excesso</p><p>de concentrado pode levar a laminite, rabdomiólise, doenças ortopédicas e obesidade.</p><p>Os alimentos completos são normalmente uma mistura de volumoso e concentrado (80% de volumoso e</p><p>20% mistura de concentrado). As alimentações completas são fabricadas em pellets, tornando mais fácil</p><p>(tudo em um) para o proprietário, ao mesmo tempo que aumenta o custo.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 41 - Profa. Ana Paula</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>29</p><p>Uma vez que a ração completa é peletizada, um cuidado deve ser dado aos riscos potenciais associados com</p><p>o tamanho das partículas, incluindo: cólica, risco de engasgo, mastigação de madeira, coprofagia, entre</p><p>outros.</p><p>As fibras são componentes importantes na dieta do cavalo. As fibras suprimem uma queda rápida no pH do</p><p>intestino grosso e estimulam a contração peristáltica, melhoram a consistência das fezes e auxiliam a</p><p>eliminação de bolhas de gás acumuladas.</p><p>Os grãos de cereais apresentam três partes principais: a casca, o endosperma e o embrião. O endosperma</p><p>é um rico estoque de amido necessário como fonte de energia durante o crescimento inicial da planta.</p><p>Dos compostos nitrogenados</p>