Ensino de História nos Anos Iniciais

Prévia do material em texto

<p>01Aula</p><p>O ensino de história nos anos</p><p>iniciais do ensino fundamental</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao término desta aula, vocês serão capazes de:</p><p>• entender o que é História;</p><p>• compreender como ocorre a produção do conhecimento histórico;</p><p>• refletir sobre as competências específicas de História durante o Ensino Fundamental.</p><p>Prezados(as) estudantes,</p><p>Nesta aula, estudaremos sobre os aspectos introdutórios</p><p>do ensino de História nos anos iniciais do Ensino Fundamental.</p><p>Vamos compreender como a disciplina de História pode ser</p><p>introduzida de maneira significativa e acessível para estudantes</p><p>em fase inicial de aprendizado, promovendo o desenvolvimento</p><p>do pensamento histórico. Tal discussão é importante para</p><p>conhecermos o que é a disciplina de História e como é produzido</p><p>o conhecimento histórico durante o Ensino Fundamental, além</p><p>das competências específicas requeridas para a área. Assim,</p><p>atendendo aos objetivos de aprendizagem propostos no plano</p><p>de ensino desta disciplina, vamos refletir sobre essas questões,</p><p>na medida em que elas repercutem em nossa prática docente.</p><p>Desejo a todos(as) uma excelente aula. Boa leitura!</p><p>Bons estudos!</p><p>6Processo de aprendizagem em História e Geografia</p><p>nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental</p><p>1 - O que é a história?</p><p>2 - Os processos relativos ao conhecimento histórico</p><p>3 - As competências específicas de história para o ensino</p><p>fundamental</p><p>1 - O que é a história?</p><p>De uma forma geral, podemos dizer que a História é</p><p>uma disciplina, inserida no campo da Ciências Humanas, que</p><p>estuda o passado humano através da análise e interpretação</p><p>de eventos, processos, culturas, sociedades e indivíduos</p><p>ao longo do tempo. Ela emprega métodos de análise e</p><p>interpretação para investigar eventos específicos, processos</p><p>sociais, desenvolvimento cultural, estruturas sociais e até</p><p>mesmo as experiências individuais ao longo do tempo. Essa</p><p>abordagem permite aos historiadores explorar não apenas o</p><p>que aconteceu, mas também por que e como ocorreram os</p><p>eventos históricos. Com relação ao significado da palavra,</p><p>temos que:</p><p>História é uma palavra com origem no antigo termo grego “historie”, que</p><p>significa “conhecimento através da investigação”. A História é uma ciência</p><p>que investiga o passado da humanidade e o seu processo de evolução,</p><p>tendo como referência um lugar, uma época, um povo ou um indivíduo</p><p>específico.</p><p>Fonte: https://www.significados.com.br/historia/. Acesso em: 13 fev. 2024.</p><p>Além disso, a História busca compreender o</p><p>desenvolvimento das sociedades ao longo do tempo.</p><p>Isso inclui a investigação das causas por trás dos eventos</p><p>históricos e as consequências que esses eventos tiveram</p><p>sobre as sociedades e as pessoas envolvidas. Essa busca por</p><p>compreensão não se limita apenas aos eventos de destaque,</p><p>mas também inclui mudanças sociais, econômicas, políticas e</p><p>culturais que moldaram o curso da história humana e de que</p><p>forma esses eventos influenciam e repercutem na atualidade.</p><p>Segundo Marc Bloch (2001, p. 55), um importante</p><p>historiador francês, a história tem por objeto o homem</p><p>e por isso ela é a ciência que estuda os homens no tempo;</p><p>“uma ciência dos homens no tempo”. Aqui, uma importante</p><p>intervenção: quando usamos a terminologia “homem”,</p><p>entende-se “ser humano” ou simplesmente “pessoas”. Mas,</p><p>afinal, o que estudam os historiadores? Basicamente a mudança</p><p>do ser humano na duração do tempo a partir de dois eixos: 1)</p><p>as causas da mudança: as causas são todos os acontecimentos</p><p>que podem ter influenciado no desenvolvimento do fato</p><p>histórico; 2) as consequências da mudança: as consequências</p><p>são os acontecimentos que se desenvolveram em decorrência</p><p>do fato histórico.</p><p>Ao analisar os eventos do passado e suas ramificações, a</p><p>História apresenta elementos importantes sobre as origens de</p><p>questões, sistemas e instituições que moldam nossa sociedade</p><p>atual. Nesse sentido, a compreensão do modo como o</p><p>Seções de estudo</p><p>passado exerceu influência sobre o presente possibilita uma</p><p>melhor contextualização dos desafios e oportunidades que se</p><p>apresentam atualmente. Além disso, essa compreensão nos</p><p>auxilia no aprendizado advindo tanto dos fracassos quanto</p><p>dos êxitos passados, contribuindo para a formação de um</p><p>futuro mais embasado e esclarecido. Ou seja, estudar História</p><p>é muito importante, certo? Apresento a vocês algumas razões</p><p>para se analisar e compreender o passado, tendo como</p><p>referência, os acontecimentos do presente:</p><p>• Compreensão do mundo atual: A História nos</p><p>fornece um contexto para entender o mundo em</p><p>que vivemos. Ela nos permite examinar as origens de</p><p>instituições, sistemas políticos, sociais e econômicos,</p><p>além de padrões culturais e comportamentais que</p><p>moldam a sociedade contemporânea.</p><p>• Aprendizado com o passado: Estudar História</p><p>nos ajuda a aprender com os erros e sucessos do</p><p>passado. Podemos analisar as consequências de</p><p>decisões tomadas em diferentes contextos históricos</p><p>e aplicar essas lições para melhorar as nossas próprias</p><p>escolhas e abordagens no presente e no futuro.</p><p>• Desenvolvimento de habilidades críticas: O</p><p>estudo da História promove o desenvolvimento</p><p>de habilidades críticas, como análise de fontes,</p><p>interpretação de evidências, pensamento crítico,</p><p>argumentação persuasiva e habilidades de pesquisa.</p><p>Essas habilidades são importantes em uma variedade</p><p>de campos profissionais e acadêmicos.</p><p>• Promoção da cidadania ativa: A História oferece</p><p>interpretações sobre os processos políticos, sociais e</p><p>econômicos, incentivando uma cidadania mais ativa</p><p>e informada. Compreender o contexto histórico</p><p>de questões contemporâneas pode nos capacitar a</p><p>participar de debates significativos e tomar decisões</p><p>informadas como cidadãos.</p><p>• Preservação da identidade e memória coletiva:</p><p>Estudar História nos ajuda a preservar a identidade</p><p>e a memória coletiva de comunidades, culturas e</p><p>civilizações. Ao explorar e entender a diversidade</p><p>de experiências humanas ao longo do tempo,</p><p>contribuímos para a preservação e celebração da</p><p>riqueza da história humana.</p><p>Agora que já entendemos o que é a História, o que essa</p><p>ciência estuda e qual a importância de se estudar História,</p><p>veremos como essa disciplina está apresentada e direcionada</p><p>no âmbito das políticas educacionais brasileiras. Nesse sentido,</p><p>é importante considerar que utilizaremos, para o nosso</p><p>aprendizado os seguintes documentos norteadores: A Lei de</p><p>Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (1996); os</p><p>Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN´s (1997) e a Base</p><p>Nacional Comum Curricular – BNCC (2018).</p><p>TOME NOTA</p><p>A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996 é a</p><p>legislação que estabelece as diretrizes e bases da educação brasileira. Ela</p><p>define os princípios, objetivos, organização e funcionamento do sistema</p><p>educacional no país, incluindo aspectos como a estrutura curricular, a</p><p>formação de professores, o financiamento da educação, entre outros.</p><p>7</p><p>Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN´s) de 1997 são</p><p>documentos elaborados pelo Ministério da Educação com o objetivo</p><p>de orientar a elaboração dos currículos escolares em todo o país. Eles</p><p>estabelecem os conteúdos mínimos que devem ser ensinados em cada</p><p>etapa da educação básica, bem como sugerem metodologias de ensino</p><p>e avaliação.</p><p>A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) de 2018 é um documento</p><p>que estabelece as aprendizagens essenciais que todos os alunos</p><p>brasileiros devem desenvolver ao longo da Educação Básica, da Educação</p><p>Infantil ao Ensino Médio. Ela define competências e habilidades que os</p><p>estudantes devem adquirir em cada etapa da educação, servindo de</p><p>referência para a elaboração dos currículos escolares em todo o país. A</p><p>BNCC foi criada com o objetivo de promover maior equidade e qualidade</p><p>na educação brasileira, garantindo que todos os alunos tenham acesso</p><p>a uma educação de qualidade e alinhada às necessidades do mundo</p><p>contemporâneo.</p><p>Nesse sentido, as orientações aos professores para o</p><p>ensino de História no Ensino Fundamental contidas no PCN</p><p>– História são, dessa forma, apresentadas:</p><p>A proposta de História, para o ensino</p><p>fundamental, foi concebida para proporcionar</p><p>reflexões e debates sobre a importância dessa</p><p>área curricular na formação dos estudantes,</p><p>como referências aos educadores, na busca</p><p>de práticas que estimulem e incentivem o</p><p>desejo pelo conhecimento. O texto apresenta</p><p>princípios, conceitos e orientações para</p><p>atividades que possibilitem aos alunos a</p><p>realização de leituras críticas dos espaços, das</p><p>culturas e das histórias do seu cotidiano (PCN</p><p>– História, 1997, p. 16).</p><p>Já a BNCC aponta o direcionamento para que o ensino</p><p>de História no Ensino Fundamental seja, de fato, efetivo.</p><p>Assim, é necessário refletir sobre a relação passado e</p><p>presente:</p><p>As questões que nos levam a pensar a</p><p>História como um saber necessário para a</p><p>formação das crianças e jovens na escola são</p><p>as originárias do tempo presente. O passado</p><p>que deve impulsionar a dinâmica do ensino-</p><p>aprendizagem no Ensino Fundamental é</p><p>aquele que dialoga com o tempo atual (BNCC,</p><p>2018, p. 397).</p><p>A ideia é que ao conhecer e refletir sobre o passado,</p><p>especialmente aquele que tem relevância para o contexto</p><p>atual, os estudantes podem desenvolver uma compreensão</p><p>mais profunda do mundo ao seu redor e das questões que os</p><p>afetam diretamente. Portanto, o ensino da História não deve</p><p>ser apenas sobre eventos distantes, mas sim sobre como esses</p><p>eventos influenciaram o presente e como podem influenciar</p><p>o futuro, tornando-se assim uma ferramenta essencial para a</p><p>formação crítica e cidadã dos estudantes.</p><p>Outro aspecto importante é a construção social dos</p><p>indivíduos nesse período escolar, a compreensão de si e dos</p><p>outros enquanto sujeitos históricos e, nessa direção encontra-</p><p>se o “fazer histórico”.</p><p>O exercício do “fazer história”, de indagar,</p><p>é marcado, inicialmente, pela constituição</p><p>de um sujeito. Em seguida, amplia-se para</p><p>o conhecimento de um “Outro”, às vezes</p><p>semelhante, muitas vezes diferente. Depois,</p><p>alarga-se ainda mais em direção a outros</p><p>povos, com seus usos e costumes específicos.</p><p>Por fim, parte-se para o mundo, sempre em</p><p>movimento e transformação. Em meio a</p><p>inúmeras combinações dessas variáveis – do</p><p>Eu, do Outro e do Nós –, inseridas em tempos</p><p>e espaços específicos, indivíduos produzem</p><p>saberes que os tornam mais aptos para</p><p>enfrentar situações marcadas pelo conflito ou</p><p>pela conciliação (BNCC, 2018, p. 397-398).</p><p>Para pensar o ensino de História de forma eficaz e</p><p>significativa, é fundamental considerar o papel das fontes</p><p>históricas. As fontes históricas são os materiais utilizados</p><p>para estudar o passado e reconstruir eventos, costumes,</p><p>e processos históricos. Elas podem incluir documentos</p><p>escritos, como cartas, diários, leis, relatórios governamentais,</p><p>jornais, além de artefatos, monumentos, pinturas, fotografias,</p><p>entrevistas, entre outros. O uso de fontes históricas permite</p><p>aos estudantes entrar em contato direto com o passado e</p><p>desenvolver habilidades críticas de análise, interpretação e</p><p>contextualização.</p><p>Ao examinar diferentes tipos de fontes, os alunos podem</p><p>compreender como as informações históricas são produzidas,</p><p>selecionadas e interpretadas, além de desenvolver uma visão</p><p>mais ampla e complexa do passado. Isso contribui para uma</p><p>abordagem mais completa e reflexiva do estudo da História,</p><p>permitindo que os alunos avaliem diferentes perspectivas e</p><p>construam seu próprio entendimento do passado.</p><p>2 - Os processos relativos ao</p><p>conhecimento histórico</p><p>O conhecimento histórico é uma forma específica de</p><p>conhecimento que se refere ao estudo e à compreensão do</p><p>passado humano. Ele busca investigar, interpretar e explicar</p><p>os eventos, processos, sociedades e culturas que ocorreram</p><p>em épocas anteriores à nossa própria. Assim, o conhecimento</p><p>histórico é construído a partir de fontes e evidências históricas,</p><p>que podem ser encontradas em documentos escritos,</p><p>objetos, monumentos, registros orais, imagens, entre outros</p><p>vestígios deixados pelas civilizações ao longo do tempo.</p><p>Além disso, “os processos de identificação, comparação,</p><p>contextualização, interpretação e análise de um objeto</p><p>estimulam o pensamento” (BNCC, 2018, p. 398). Assim,</p><p>é importante se atentar para alguns questionamentos que</p><p>podem ser feitos em sala de aula, instigando os estudantes</p><p>para a curiosidade para a produção de conhecimento histórico,</p><p>veja:</p><p>De que material é feito o objeto em questão?</p><p>Como é produzido? Para que serve? Quem o</p><p>consome? Seu significado se alterou no tempo</p><p>e no espaço? Como cada indivíduo descreve o</p><p>8Processo de aprendizagem em História e Geografia</p><p>nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental</p><p>mesmo objeto? Os procedimentos de análise</p><p>utilizados são sempre semelhantes ou não? Por</p><p>quê? Essas perguntas auxiliam a identificação</p><p>de uma questão ou objeto a ser estudado.</p><p>Diferentes formas de percepção e interação</p><p>com um mesmo objeto podem favorecer</p><p>uma melhor compreensão da história, das</p><p>mudanças ocorridas no tempo, no espaço e,</p><p>especialmente, nas relações sociais. O pilão,</p><p>por exemplo, serviu para preparar a comida e,</p><p>posteriormente, transformou-se em objeto de</p><p>decoração. Que significados o pilão carrega?</p><p>Que sociedade o produziu? Quem o utilizava</p><p>e o utiliza? Qual era a sua utilidade na cozinha?</p><p>Que novos significados lhe são atribuídos?</p><p>Por quê? (BNCC, 2018, p. 398-399).</p><p>Outro processo que pode ser utilizado para despertar</p><p>e estimular o pensamento, além de perceber “O outro”</p><p>é a comparação. Se abordarmos o tema da pintura</p><p>corporal, podemos encontrar uma comparação instrutiva</p><p>entre as práticas de povos indígenas autóctones e de</p><p>comunidades urbanas, revelando diferenças significativas no</p><p>funcionamento dessas sociedades. Questões sobre as origens</p><p>dos materiais utilizados nas tintas, os métodos empregados</p><p>na aplicação da pintura e a durabilidade dos desenhos no</p><p>corpo podem fornecer interpretações sobre aspectos como</p><p>a logística de obtenção dos materiais, as estruturas sociais</p><p>implicitamente representadas nos desenhos e até mesmo</p><p>a natureza da comunicação expressa por meio da pintura</p><p>corporal. Essa análise comparativa nos ajuda a compreender</p><p>mais profundamente as práticas culturais e sociais dessas</p><p>comunidades e os contextos nos quais essas práticas se</p><p>desenvolvem (BNCC, 2018).</p><p>Veja agora, outras características do conhecimento</p><p>histórico:</p><p>• Fontes e evidências: O conhecimento histórico se</p><p>baseia na análise de fontes e evidências do passado.</p><p>Nesse processo está a coleta, exame e interpretação</p><p>das fontes para entender eventos e contextos</p><p>históricos.</p><p>• Interpretação e narrativa: A História não é</p><p>apenas uma sequência de fatos, mas uma narrativa</p><p>interpretativa construída a partir das evidências</p><p>disponíveis. Nesse sentido, é preciso conhecimento,</p><p>perspectiva e metodologia para dar sentido aos</p><p>eventos e criar uma narrativa coesa.</p><p>O exercício da interpretação também permite</p><p>compreender o significado histórico de uma cronologia</p><p>e realizar o exercício da composição de outras ordens</p><p>cronológicas. Essa prática explicita a dialética da inclusão e da</p><p>exclusão e dá visibilidade ao seguinte questionamento: “O que</p><p>torna um determinado evento um marco histórico?” (BNCC,</p><p>2018, p. 400).</p><p>• Método crítico: A pesquisa histórica é conduzida</p><p>com rigor e critério. É necessário aplicar</p><p>métodos críticos para analisar e contextualizar as</p><p>fontes, buscando evitar preconceitos e avaliar a</p><p>confiabilidade das informações.</p><p>• Contextualização: O conhecimento histórico</p><p>valoriza a contextualização dos eventos e processos.</p><p>É essencial entender o cenário social, político,</p><p>cultural e econômico em que os acontecimentos</p><p>históricos se desenrolaram.</p><p>É essencial que os estudantes sejam capazes de situar</p><p>momentos e locais específicos de eventos, discursos ou</p><p>registros das atividades humanas para evitar interpretações</p><p>inadequadas em relação a uma determinada época, grupo</p><p>social, comunidade ou território. Portanto, os alunos precisam</p><p>reconhecer, dentro de um contexto, o período em que uma</p><p>situação histórica é examinada e as condições particulares</p><p>desse</p><p>momento, situando o evento em um contexto mais</p><p>amplo de referências sociais, culturais e econômicas (BNCC,</p><p>2018).</p><p>Perspectiva temporal: A História reconhece a</p><p>importância da perspectiva temporal. O passado é estudado</p><p>com base na compreensão dos valores e crenças de épocas</p><p>passadas, excluindo o julgamento anacrônico.</p><p>Revisão e novas perspectivas: O conhecimento</p><p>histórico está sujeito a revisões e mudanças à medida que novas</p><p>fontes são descobertas e novas abordagens interpretativas</p><p>são desenvolvidas. A natureza aberta da pesquisa histórica</p><p>permite que a compreensão do passado se modifique ao</p><p>longo do tempo.</p><p>Interdisciplinaridade: A História frequentemente</p><p>se relaciona com outras disciplinas, como Arqueologia,</p><p>Antropologia, Sociologia, Literatura, entre outras. Essa</p><p>abordagem interdisciplinar enriquece a compreensão dos</p><p>eventos e contextos históricos.</p><p>A aproximação da História com as</p><p>demais ciências sociais, em especial com a</p><p>Antropologia, ampliou os estudos de povos</p><p>de todos os continentes, redimensionando</p><p>os estudos de populações não-européias.</p><p>A multiplicidade de povos e de culturas</p><p>em tempos e espaços diferentes tem sido</p><p>estudada, considerando-se a diversidade de</p><p>vivências no interior de uma dada sociedade,</p><p>na medida em que grupos e classes sociais</p><p>manifestam especificidades de linguagens,</p><p>de representações de mundo, de valores, de</p><p>relações interpessoais e de criações cotidianas</p><p>(PCN – História, 1997, p. 25-26).</p><p>O conhecimento histórico é fundamental para o</p><p>entendimento da trajetória da humanidade, da formação</p><p>das sociedades, das mudanças culturais e das conexões entre</p><p>o passado e o presente. Além disso, a História nos ajuda a</p><p>refletir sobre o nosso próprio tempo e a compreender como</p><p>as experiências passadas moldam o mundo em que vivemos</p><p>hoje.</p><p>TOME NOTA</p><p>Nesse contexto, um dos importantes objetivos de História no Ensino</p><p>Fundamental é estimular a autonomia de pensamento e a capacidade</p><p>de reconhecer que os indivíduos agem de acordo com a época e o lugar</p><p>nos quais vivem, de forma a preservar ou transformar seus hábitos e</p><p>9</p><p>condutas. A percepção de que existe uma grande diversidade de sujeitos</p><p>e histórias estimula o pensamento crítico, a autonomia e a formação</p><p>para a cidadania.</p><p>Fonte: BNCC (2018, p. 400).</p><p>3 - As competências específicas de</p><p>história para o ensino fundamental</p><p>Competência, no contexto educacional, refere-se à</p><p>capacidade que um indivíduo possui de mobilizar seus</p><p>conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver</p><p>situações complexas, enfrentar desafios e alcançar objetivos</p><p>em diferentes contextos. Uma competência não se resume</p><p>apenas ao conhecimento teórico, mas envolve também a</p><p>aplicação prática desse conhecimento em situações reais, a</p><p>capacidade de tomar decisões adequadas, resolver problemas</p><p>de forma eficaz, comunicar-se de maneira clara e eficiente,</p><p>colaborar com outras pessoas e adaptar-se a diferentes</p><p>circunstâncias.</p><p>Nessa perspectiva, o desenvolvimento de competências</p><p>é essencial para preparar os alunos para enfrentar os desafios</p><p>do mundo contemporâneo e para uma participação ativa na</p><p>sociedade.</p><p>No ensino da História, para o contexto do Ensino</p><p>Fundamental, o objetivo é começar com as experiências</p><p>diárias das crianças e conectá-las à narrativa histórica. Tanto a</p><p>história pessoal do aluno, de sua família e comunidade, quanto</p><p>a história mais abrangente como disciplina escolar e conteúdo,</p><p>são valorizadas. O educador deve estabelecer conexões</p><p>entre eventos atuais e diversos acontecimentos do passado,</p><p>incentivando comparações entre eles (Bauer et. al, 2018).</p><p>Em consonância com as habilidades essenciais da</p><p>Educação Básica e as habilidades específicas do campo das</p><p>Ciências Humanas, o ensino de História deve assegurar que</p><p>os alunos adquiram competências específicas. Segundo o</p><p>texto da BNCC, essas competências são direcionadas para o</p><p>desenvolvimento do pensamento histórico dos estudantes,</p><p>capacitando-os a compreender e interpretar os processos</p><p>históricos de forma crítica e contextualizada. Conheça cada</p><p>uma das sete competências específicas de História para o</p><p>Ensino Fundamental, de acordo com a BNCC (2018, p. 402):</p><p>1) Compreender acontecimentos históricos, relações de</p><p>poder e processos e mecanismos de transformação</p><p>e manutenção das estruturas sociais, políticas,</p><p>econômicas e culturais ao longo do tempo e em</p><p>diferentes espaços para analisar, posicionar-se e</p><p>intervir no mundo contemporâneo.</p><p>2) Compreender a historicidade no tempo e no</p><p>espaço, relacionando acontecimentos e processos</p><p>de transformação e manutenção das estruturas</p><p>sociais, políticas, econômicas e culturais, bem</p><p>como problematizar os significados das lógicas de</p><p>organização cronológica.</p><p>3) Elaborar questionamentos, hipóteses, argumentos e</p><p>proposições em relação a documentos, interpretações</p><p>e contextos históricos específicos, recorrendo a</p><p>diferentes linguagens e mídias, exercitando a empatia,</p><p>o diálogo, a resolução de conflitos, a cooperação e o</p><p>respeito.</p><p>4) Identificar interpretações que expressem visões de</p><p>diferentes sujeitos, culturas e povos com relação</p><p>a um mesmo contexto histórico, e posicionar-</p><p>se criticamente com base em princípios éticos,</p><p>democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.</p><p>5) Analisar e compreender o movimento de populações</p><p>e mercadorias no tempo e no espaço e seus</p><p>significados históricos, levando em conta o respeito</p><p>e a solidariedade com as diferentes populações.</p><p>6) Compreender e problematizar os conceitos</p><p>e procedimentos norteadores da produção</p><p>historiográfica.</p><p>7) Produzir, avaliar e utilizar tecnologias digitais de</p><p>informação e comunicação de modo crítico, ético e</p><p>responsável, compreendendo seus significados para</p><p>os diferentes grupos ou estratos sociais.</p><p>TOME NOTA</p><p>“Apesar de numeradas sequencialmente, as habilidades não se</p><p>encontram numa hierarquia. Elas podem, portanto, ser trabalhadas</p><p>em outra ordem que não a sequencial. Os critérios de agrupamento</p><p>utilizados na organização das habilidades não são modelos obrigatórios</p><p>para o desenho dos currículos. É possível alterá-los e ampliá-los, desde</p><p>que não se percam de vista os aspectos constantes na BNCC” (Bauer et.</p><p>al, 2018, p. 16).</p><p>Por fim, prezados/as estudantes, é importante destacar</p><p>que as competências específicas de História para o Ensino</p><p>Fundamental são fundamentais para o desenvolvimento de</p><p>uma abordagem crítica e contextualizada do conhecimento</p><p>histórico. Elas proporcionam aos estudantes as habilidades</p><p>necessárias para compreender, analisar e refletir sobre os</p><p>acontecimentos e processos históricos, bem como para</p><p>se posicionar de forma crítica e ética diante das diversas</p><p>interpretações e visões culturais. Além disso, as competências</p><p>incluem o exercício do diálogo, empatia e resolução de</p><p>conflitos, promovendo valores democráticos e inclusivos. A</p><p>BNCC (2018) também enfatiza a importância da compreensão</p><p>dos movimentos populacionais e das tecnologias digitais,</p><p>integrando aspectos éticos e responsáveis em sua utilização.</p><p>Essas competências visam preparar os alunos para uma</p><p>participação ativa na sociedade contemporânea, capacitando-</p><p>os a compreender e intervir de forma crítica e consciente no</p><p>mundo ao seu redor.</p><p>Chegamos, assim, ao final de nossa aula. Espera-se</p><p>que agora tenha ficado mais claro o entendimento de</p><p>vocês sobre as abordagens introdutórias relacionadas</p><p>ao ensino de História para os anos iniciais do Ensino</p><p>Fundamental. Vamos, então, recordar?</p><p>Retomando a aula</p><p>10Processo de aprendizagem em História e Geografia</p><p>nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental</p><p>1 - O que é a história?</p><p>Nesta seção, aprendemos que a História é uma disciplina</p><p>das Ciências Humanas que estuda o passado humano através</p><p>da análise de eventos, culturas e sociedades ao longo do tempo.</p><p>Além de investigar as causas e consequências dos eventos</p><p>históricos, ela busca compreender o desenvolvimento das</p><p>sociedades e como isso influencia o presente. Além disso, é</p><p>importante considerar as fontes históricas, como documentos</p><p>escritos e artefatos, que permitem aos alunos desenvolver</p><p>habilidades críticas de análise e interpretação, contribuindo</p><p>para uma compreensão mais ampla e reflexiva do passado.</p><p>2 - Os processos relativos ao conhecimento histórico</p><p>Nesta seção, compreendemos que o conhecimento</p><p>histórico busca compreender o passado humano, analisando</p><p>eventos, sociedades e culturas anteriores à nossa época.</p><p>Construído a partir de fontes como documentos, objetos</p><p>e registros orais, estimula o pensamento crítico e reflexivo. No</p><p>Ensino Fundamental, a disciplina História visa desenvolver</p><p>a autonomia de pensamento e a consciência da diversidade</p><p>histórica para formação cidadã.</p><p>3 - As competências específicas de história para o</p><p>ensino fundamental</p><p>Nesta seção, aprendemos que o ensino de História, em</p><p>consonância com as competências da Educação Básica e da</p><p>área das Ciências Humanas, visa desenvolver o pensamento</p><p>histórico dos alunos, capacitando-os a compreender e</p><p>interpretar processos históricos de maneira crítica. Além disso,</p><p>a BNCC (2018) enfatiza que essas competências buscam</p><p>promover uma intervenção consciente e crítica dos alunos no</p><p>mundo ao seu redor.</p><p>BAUER, Carolina S.; OLIVEIRA, Simone; ALVES,</p><p>Ana C Z. Conteúdo e metodologia do ensino de História. Porto</p><p>Alegre: Grupo A, 2018. [Minha Biblioteca].</p><p>BLOCH, Marc. Apologia da História ou O ofício do</p><p>historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.</p><p>BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros</p><p>Curriculares Nacionais: História, Geografia. Brasília: MEC/</p><p>SEF, 1997. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/</p><p>pnld/195-secretarias-112877938/seb-educacao-basica-</p><p>2007048997/12640-parametros-curriculares-nacionais-1o-</p><p>a-4o-series. Acesso em: 13 fev. 2024.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum</p><p>Curricular: educação é a base. Brasília, 2018. Disponível em:</p><p>http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_</p><p>EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 13 fev.</p><p>2024.</p><p>Vale a pena ler</p><p>Vale a pena</p><p>Ministério da Educação. BNCC - Disponível em:</p><p>http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 13</p><p>fev. 2024.</p><p>Vale a pena acessar</p><p>CAFÉ COM SOCIOLOGIA. O ensino de História</p><p>nos anos iniciais do ensino fundamental. Disponível em:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=o7ohL0jnU5c.</p><p>Acesso em: 13 fev. 2024.</p><p>Vale a pena assistir</p><p>Minhas anotações</p>