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<p>Sistema de Ensino a distância</p><p>CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA – 6° SEMESTRE</p><p>MARLI DOS ANJOS SANTOS</p><p>PROJETO DE ENSINO</p><p>EM LICENCIATURA EM PEDAGOGIA</p><p>Cidade</p><p>Bonito-Bahia</p><p>2024</p><p>MARLI DOS ANJOS SANTOS</p><p>PROJETO DE ENSINO</p><p>EM LICENCIATURA EM PEDAGOGIA</p><p>Projeto de Ensino apresentado à Universidade Norte do Paraná, como requisito parcial à conclusão do Curso de Licenciatura em Pedagogia.</p><p>Docente supervisor: Prof. Nathalia Barbosa Limeira</p><p>Bonito-Bahia</p><p>2024</p><p>SUMÁRIO</p><p>INTRODUÇÃO 3</p><p>1 TEMA 4</p><p>2 JUSTIFICATIVA 5</p><p>3 PARTICIPANTES 6</p><p>4 OBJETIVOS 7</p><p>5 PROBLEMATIZAÇÃO 8</p><p>6 REFERENCIAL TEÓRICO 9</p><p>7 METODOLOGIA 14</p><p>8 CRONOGRAMA 15</p><p>9 RECURSOS 16</p><p>10 AVALIAÇÃO 17</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS 18</p><p>REFERÊNCIAS 19</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A presente pesquisa visa refletir sobre a importância da afetividade na educação infantil: o afeto como facilitador do ensino-aprendizagem, destacando a necessidade de trazer para o ambiente escolar uma convivência harmoniosa entre todos os que nele estão envolvidos, contribuindo para a formação integral da criança.</p><p>A escolha do tema foi devido a afetividade está constantemente presente na vivência da criança, independente de gênero, origem ou classe social. Contudo, ainda encontramos resistência na valorização da mesma em sala de aula, visto que a escola ainda é fortemente influenciada por métodos que privilegiam apenas o currículo, a aplicação do conhecimento sistemático.</p><p>Este trabalho tem como objetivo geral: Refletir sobre a importância da afetividade como facilitadora do processo de ensino-aprendizagem, proporcionando a integração da criança com a sensibilidade, por meio da motivação e conscientização, buscando a formação integral do sujeito.</p><p>Desta forma, a pesquisa buscou: Analisar o conceito de afetividade, observando seus aspectos motores, afetivos e cognitivos, bem como suas contribuições no trabalho pedagógico; compreender a relação entre a afetividade e o desenvolvimento cognitivo, mostrando o grau de responsabilidade da família e dos educadores na formação da personalidade da criança; discutir o papel da afetividade na relação professor-aluno.</p><p>Para o desenvolvimento do projeto, foi feita uma análise da realidade educacional e foi possível observar que o afeto entre professor-aluno vai além de uma cordialidade na convivência, ele desencadeia processos que levam a elevação da autoestima e consequentemente ao sucesso escolar.</p><p>A avaliação desse projeto será reflexiva, que proporcionará uma nova visão sobre o tema estudado. Por fim, esta pesquisa tem cunho bibliográfico, focando na contribuição da afetividade para a aprendizagem. Dentre os autores e obras referenciadas ao longo da pesquisa estão: PIAGET (1971), WALLON (1975), ANTUNES (2007) dentre outros que defendem o tema estudado ao longo desta pesquisa.</p><p>7</p><p>TEMA</p><p>A afetividade é um aspecto fundamental para a consolidação dos processos de ensinar e aprender. É preciso ser considerada, pois tem o poder de ajudar as crianças a se sentirem acolhidas, seguras e amadas por todos naquele ambiente inicialmente estranho que é a escola.</p><p>Ainda que a afetividade seja um tema bastante discutido nos meios acadêmicos, nota-se que na prática esta ainda deixa a desejar, pois a escola parece não receber os resultados das diversas pesquisas realizadas neste âmbito, ainda insistem em manter, na maioria das vezes, métodos tradicionalistas de ensino, muitas vezes deixando o aluno por horas numa cadeira com atividades mecanizadas e descontextualizadas, impostas por um professor que age como detentor do saber, o que acaba por desestimular a fluidez das emoções e do raciocínio. Logo, é fundamental estudar a relação direta da afetividade com a socialização da criança.</p><p>Este projeto de ensino tem como eixo central: “A importância da afetividade na educação infantil: o afeto como facilitador do ensino-aprendizagem”. A linha de pesquisa é respaldada em autores que nos mostram aspectos essenciais para o trabalho com a afetividade na construção do processo de ensino-aprendizagem.</p><p>Esse tema foi escolhido devido ser de bastante relevância a sua discussão, pois leva a refletir sobre de que forma o afeto é indispensável para auxiliar o sucesso escolar. Sendo assim, são imprescindíveis estudos voltados para o tema em questão, devido ser um instrumento fundamental na aprendizagem da criança. O aluno que se sente acolhido tem mais probabilidade de aprender.</p><p>JUSTIFICATIVA</p><p>A escolha do tema foi pela importância da temática em discussão, levando a pesquisar os benefícios de uma relação baseada na afetividade, especificamente entre professores e alunos e como o afeto impulsiona o sucesso na prática escolar. Segundo Wallon (1999), em sua teoria psicogenética o indivíduo é um ser corpóreo, concreto e deve ser visto como tal, ou seja, seus domínios cognitivos, afetivos e motores fazem parte de um todo, a própria pessoa. Desta forma a criança não pode ser percebida de forma fragmentada.</p><p>Assim, podemos dizer que o afeto surge como um instrumento que proporciona a inserção da criança com a emoção, motivando-a e conscientizando para a busca da formação de um cidadão reflexivo e participativo.</p><p>É notável que as demonstrações de afeto durante as práticas na sala de aula, influenciam no aspecto emocional da criança, não somente na autoestima, mas também na relação que o discente mantém com o professor e com o grupo. Consequentemente facilitando a sua aprendizagem.</p><p>Além de fortalecer a internalização dos conteúdos, a abordagem afetiva facilita a aprendizagem. Afinal, os novos conhecimentos são aprendidos por meio de relações que os estudantes fazem com conteúdos anteriores, num processo de entrelaçamento. Ou seja, além de aumentar a qualidade de aprendizagem no momento atual, a afetividade no ensino tem impacto futuros na vida estudantil</p><p>PARTICIPANTES</p><p>Este trabalho com foco no trabalho com a afetividade na educação infantil é destinado para as turmas de Creche – alunos do Infantil I – 3 anos, a faixa etária escolhida foi devido a importância do tema. Sabendo da forte ligação entre afeto e cognição, percebemos que uma boa relação entre as pessoas que fazem parte de um determinado grupo (neste caso escola) é essencial tornar o ambiente da sala de aula agradável e favorável à aprendizagem.</p><p>Isto se torna essencial quando se envolve crianças que estão ampliando suas redes de relações. Elas precisam se sentirem acolhidas e perceber a sua importância naquele local novo de permanência. Sendo assim, a forma como acontece às mediações interfere significativamente na relação que se estabelecerá entre o sujeito e o espaço sala de aula e também entre o sujeito e o objeto de conhecimento, trazendo implicações na disposição desses para a aprendizagem.</p><p>Sendo o professor o mediador entre o sujeito e o conhecimento dentro da sala de aula, cabe a ele buscar os melhores meios para realizar esta mediação. O educador deve reconhecer o princípio da integração funcional, ou seja, entender que a aprendizagem se dá não apenas a partir do trabalho de conteúdos meramente cognitivos, mas que os aspectos orgânicos e afetivos têm forte participação.</p><p>Sendo assim, é importante o professor considerar as expressões afetivas do seu aluno, uma vez que são anunciadas por gestos, expressões faciais, postura, comportamento. Um professor afetivamente orientado terá a consciência de que seu papel não é somente atuar no espaço cognitivo, mas sim que suas atitudes refletirão diretamente na dimensão afetiva e motora da criança, onde a partir desse conjunto se dará o seu desenvolvimento.</p><p>OBJETIVOS</p><p>Objetivo geral:</p><p>· Refletir sobre a importância da afetividade como facilitadora do processo de ensino-aprendizagem, proporcionando a integração da criança com a sensibilidade, por meio da motivação e conscientização, buscando a formação integral do sujeito.</p><p>Objetivos específicos:</p><p>· Analisar o conceito de afetividade, observando seus aspectos motores, afetivos e cognitivos, bem como suas contribuições</p><p>no trabalho pedagógico;</p><p>· Compreender a relação entre a afetividade e o desenvolvimento cognitivo, mostrando o grau de responsabilidade da família e dos educadores na formação da personalidade da criança;</p><p>· Discutir o papel da afetividade na relação professor-aluno.</p><p>PROBLEMATIZAÇÃO</p><p>Este estudo tem como problemática: Qual o valor do afeto para a formação da criança da Educação Infantil? A primeira infância é o período que se caracteriza como adaptação da criança ao novo ambiente, que além da sua casa, incluímos agora a escola. Nesse momento além do relacionamento familiar, a criança passa a vivenciar novas experiências.</p><p>Assim, para que o desenvolvimento seja de forma saudável, é necessário que ela se sinta segura e acolhida. Por isso, é essencial que o novo ambiente proporcione relações interpessoais positivas, enxergando e respeitando a criança como um todo.</p><p>A existência de um grupo significa a presença de pessoas diferentes, pensamentos diversos, histórias de vida variadas e a possibilidade de conflitos. Sendo a sala de aula um ambiente carregado de emoções, principalmente, quando os alunos que a compõe são crianças cheias de desejos e necessidades, que muitas vezes veem a escola como um meio de supri-las. Cabe ao professor buscar conhecer seus alunos e suas necessidades para tornar as aulas e a presença destes na escola significativa.</p><p>Portanto, é de suma importância que as relações de cunho afetivo construídas com os alunos sejam positivamente significativas, haja vista que uma experiência vivenciada pelo aluno com relação ao seu professor pode deixar fortes marcas.</p><p>REFERENCIAL TEÓRICO</p><p>A afetividade tem grande função no processo de desenvolvimento da personalidade de uma criança, e é formada a partir da ação do meio social em que está inserida, pois assim como a inteligência, ela é construída ao longo de uma história, podendo se modificar de um período a outro.</p><p>Para falarmos sobre afetividade, é necessário conceituá-la de acordo a visão de alguns autores ao longo da história. Segundo o Mini Dicionário Luft (2010, p. 37), afetividade é a “qualidade de afetiv[o], sentiment[o]; afeição profunda, o objeto dessa afeição, zelo, cuidado”.</p><p>A palavra afeto vem do latim affectur (afetar, tocar) e é o elemento básico da afetividade. Ainda de acordo com o Dicionário de Filosofia de Nicola Abbagnano, a palavra afetividade designa o conjunto de atos como bondade, inclinação, devoção, proteção, apego, gratidão, em resumo, pode ser caracterizada sob a preocupação de uma pessoa por outra, tendo apreço por ela, cuidando dela, assim, e a mesma corresponde positivamente aos cuidados ou a preocupação.</p><p>Nos estudos filosóficos, o afeto faz parte das reflexões de praticamente todos os filósofos, desde a Antiguidade até os nossos dias. Entende-se como afeto as relações não dominadas pela regência monopólica da paixão. Desta forma, define-se afeto como tradutor de bondade, carinho, proteção, apego, gratidão, etc. tomando por análise o termo afecção, que para os filósofos era o resultado de uma ação decorrente de um efeito sobre a mente. Estabeleceu-se, assim, uma diferença entre a afecção externa advinda de ocorrências exteriores e a afeição interna que se procede de aspectos íntimos.</p><p>Rousseau encarava a infância como essencial à formação do indivíduo. Assim, segundo ele, seria preciso levar em conta as características pessoais de cada criança. Rousseau afirma ainda que um bom professor observa seus alunos, a fim de identificar as suas peculiaridades, necessidades para assim trabalhá-las. Cerizara (1990, p.108) complementa esta ideia, quando ressalta a importância do que o professor observa a este respeito, “[...] numa tentativa pedagógica de harmonizar a especificidade da criança com as influências do meio, com as generalidades do desenvolvimento humano” (1990, p.108).</p><p>Assim, a escola deve trabalhar de forma que o aluno se sinta acolhido naquele espaço, para que a partir daí ele descubra a aprendizagem e o interesse por si só. É preciso que os professores conheçam as peculiaridades de seus alunos, suas histórias de vida, para a partir daí intervenha com o conhecimento didático.</p><p>Quando falamos em afetividade e aprendizagem é inegável a importância de Henri Wallon. Ele, com seus estudos, contribuiu grandemente para o reconhecimento da importância da afetividade na vida da criança. Wallon afirma, em suma, que a expressão emocional, o comportamento e a aprendizagem do ser humano são interdependentes.</p><p>A base da teoria de Wallon era a integração afetivo-cognitivo-motora, o que possibilita uma reconceituação no papel de afetividade na vida psíquica e como esta interfere no processo ensino-aprendizagem, conforme lembra Dantas (1990, p.3): "sua teoria integra razão e emoção; sua vida, reflexão à conduta". Wallon nos explica que a relação entre a personalidade e a emoção é fundamental para o desenvolvimento psicomotor, e que o papel da emoção é muito importante no desenvolvimento infantil.</p><p>Segundo Piaget, o desenvolvimento intelectual abrange dois lados: um afetivo e um cognitivo, ou seja, para ele é impossível desvincular a afetividade da cognição, ou o contrário. Como não há a separação entre o desenvolvimento afetivo e o cognitivo, o desenvolvimento social está intimamente relacionado ao desenvolvimento cognitivo e afetivo, formando um elo entre estes, à medida que a criança interage com os adultos e com outras crianças.</p><p>Apesar de a função fundamental da escola seja a construção e a transmissão do conhecimento, há que se evidenciarem as relações afetivas como sendo importantíssimas, visto que a construção e transmissão de conhecimentos proposta pela escola geram a relação interpessoal, ou seja, a troca de experiências entre os indivíduos. Nesse sentido, Almeida e Mahoney (2004) consideram o afeto como agente presente e ativo no processo de aprendizagem, uma vez que há, na escola, a relação pessoa-pessoa tão importante para o desenvolvimento do ser.</p><p>Assim como os adultos, as crianças, principalmente, são movidas a carinho, ao afeto. Porém, há formas muito mais significativas de mostrar afetividade. Muitas vezes a importância da presença e participação do professor, quanto à vida e o rendimento do aluno, se tornam muito mais importantes do que um simples beijo ou abraço. Esta é uma forma de perceber que a afetividade está intimamente ligada à cognição e às relações que os alunos e professores mantêm no ambiente escolar.</p><p>Antunes (2007, p.54) relata que o professor precisa conquistar o aluno, usar a transmissão de conhecimento de forma positiva, a fim de envolvê-lo, motivá-lo com palavras de incentivo e expressões positivas, pois o grau de envolvimento afetivo e emocional do professor interfere positiva ou negativamente no processo de aprendizagem do aluno.</p><p>Diante disso, Antunes reafirma que a afetividade e as relações sociais estão intimamente ligadas, pois o trabalho pedagógico se torna difícil, e por vezes sem resultados, se o professor e o aluno não tiverem um envolvimento emocional satisfatório. Isso acontece porque o aluno precisa estar envolvido emocionalmente, não só com o professor, mas com os colegas de turma e com o ambiente, para se sentir motivado e para que o processo ensino-aprendizagem flua de forma proveitosa:</p><p>Os laços entre alunos e professores se estreitam e, na imensa proximidade desse imprescindível afeto, tornou-se importante descobrir ações, estratégias, procedimentos sistêmicos e reflexões integradoras que estabeleçam vínculos fortes entre o aluno, o professor e o aprendizado (ANTUNES, 2007, p.12).</p><p>Desta forma percebemos que o afeto age de maneira significativa na relação professor-aluno, já que o vínculo afetivo nos anos iniciais favorece avanços no âmbito cognitivo. Na infância, a criança reflete o vínculo afetivo primeiramente em torno da relação familiar. Ao decorrer do desenvolvimento, é o professor que começa a fazer parte do vínculo de afetividade da criança, atrav��s da relação de ensino</p><p>e aprendizagem escolar.</p><p>Sobre esse processo, Fernandez (1991, p. 47-52) conclui este processo da seguinte maneira:</p><p>Para aprender, necessitam-se dois personagens (ensinante e aprendente) e um vínculo que se estabelece entre ambos. (...) Não aprendemos de qualquer um, aprendemos daquele a quem outorgamos confiança e direito de ensinar. Com isso, [fica esclarecido] que toda aprendizagem está impregnada de afetividade, já que ocorre a partir das interações sociais, num processo. Pensando, especificamente, na aprendizagem escolar, a trama que se tece entre alunos, professores, psicopedagogos, conteúdo escolar, livros, escrita, [não] acontece puramente no campo cognitivo. Existe uma base afetiva permeando essas relações.</p><p>Outra visão de afetividade, Vygotsky (1994, p. 75) frisa a importância das interações sociais, afirmando que a construção do conhecimento ocorre a partir de um grande e importante processo de interação. Ele destaca, além da importância da socialização no processo de construção do conhecimento, que a afetividade tem um importante papel na construção do próprio sujeito e em suas ações. Vygotsky afirma que as funções relacionadas ao desenvolvimento infantil aparecem em duas escalas: primeiro numa escala social, que ele chama de interpsicológica, e depois numa escala individual, no interior da criança.</p><p>Outro grande educador que entendia e valorizava o processo de afetividade foi Paulo Freire. Em seu livro Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa, Freire (1999, p.148) fala sobre a importância dos pequenos gestos, palavras e olhares de respeito e de qualificação do professor com seu aluno adolescente: “Este saber, o da importância dos gestos que se multiplicam diariamente nas tramas do espaço escolar, é algo sobre o que teríamos que refletir seriamente”.</p><p>Ainda sobre afetividade, Freire (p.47) afirma: “Às vezes mal se imagina o que pode passar a representar um simples gesto de um professor. O que pode um gesto aparentemente insignificante valer como força formadora ou como contribuição à do educando por si mesmo”.</p><p>Freire critica também o ensino tradicionalista, o que ele chama de “Educação bancária”, na qual se fala quase exclusivamente do ensino conteudista como transferência de saber. Freire ressalta que esta é uma compreensão estreita do que é educação e do que é aprender. Como afirma, “o que importa na formação docente é a compreensão do valor dos sentimentos, das emoções, do desejo, da insegurança a ser superada pela segurança, do medo que, ao ser “educado”, vai gerando a coragem” (FREIRE, 2005, p.50).</p><p>Enfim, ao analisarmos as concepções à luz de vários educadores e pesquisadores da educação, podemos perceber a necessidade da presença afetiva nas relações sociais, principalmente quando se diz respeito à relação entre professor e aluno. Isto é essencial para o sucesso da vida escolar do discente, pois como o próprio Paulo Freire (1979, p. 15) assinalou, “não há educação sem amor [...] Quem não é capaz de amar os seres inacabados não pode educar.”</p><p>A relação entre afetividade e aprendizagem tem influência fundamental que garantem ao aluno uma educação de qualidade, além de contribuir na formação da criticidade, solidariedade e felicidade. A escola é o local onde a criança complementa as formações cognitivas e afetivas.</p><p>Nesse caso, fica muito difícil ensinar quando a criança não sente segurança naquele local onde passa muito tempo de sua vida. Portanto, o papel da escola é o de acolher e de transmitir afeto para seus alunos. Assim, uma criança sociável, que busca novos caminhos, disposta e pronta para conhecer o novo será formada. As dificuldades serão poucas, sendo ela preparada para a vida. Podendo o educador ser seu principal modelo, o qual a desperta para aprender.</p><p>A escola, portanto, deve estar atenta aos aspectos que valorizem a cultura do aluno, fazendo com que o discente possa estar relacionando os conteúdos apreendidos com suas vivências, pois como afirma Gadotti (2003, p.47), “aprendemos “com” porque precisamos do outro, fazemo-nos na relação com o outro, mediados pelo mundo, pela realidade em que vivemos”. O processo de ensino-aprendizagem precisa favorecer os conhecimentos prévios do aluno e suas múltiplas vivências, e o afeto neste contexto proporciona não somente um ambiente agradável para professor e aluno, mas sim uma educação humanizadora voltada para a transformação, centrada na solidariedade.</p><p>METODOLOGIA</p><p>O projeto foi desenvolvido através de uma abordagem teórica com tema: “A importância da afetividade na educação infantil: o afeto como facilitador do ensino-aprendizagem”. Primeiramente, foi feita a leitura do roteiro do projeto de ensino, para que fosse possível entender qual é a proposta de trabalho.</p><p>Como a temática é voltada para a educação infantil, utilizei como referência de estudo a BNCC – Base Nacional Comum Curricular, com foco no campo de experiência o Eu, o outro e o nós, já que nesse campo, as crianças são convidadas a participar ativamente do processo educativo, incluindo as decisões nos projetos coletivos. Reconhecem seu pertencimento a um grupo social e compreendem que há diferentes modos de dizer, de fazer, de querer, de ser, além da importância de respeitar as diferenças.</p><p>Em seguida foi realizada a leitura e uma pesquisa minuciosa nas obras dos autores, buscando um embasamento teórico sobre a importância do trabalho com a afetividade na educação infantil e como este auxilia o processo de ensino-aprendizagem. Após ser realizada a leitura e a pesquisa sobre o assunto, comecei a elaborar o projeto de ensino, seguindo o roteiro proposto para esta atividade.</p><p>O primeiro passo foi a introdução do projeto, abordando o tema “A importância da afetividade na educação infantil: o afeto como facilitador do ensino-aprendizagem. Este como eixo norteador do projeto, visando esclarecer a influência desta no desenvolvimento dos indivíduos. Na elaboração do desenvolvimento do trabalho, foram utilizadas várias referências como suporte no tema defendido na pesquisa.</p><p>Assim, buscou-se argumentar de maneira concisa e clara, os objetivos propostos na elaboração do projeto. Como recursos foram realizadas observações das aulas de uma turma da creche, com foco nos alunos do Infantil I – 03 anos da CEIB – Centro de Educação Infantil de Bonito, do município de Bonito-Bahia. Para que fosse possível identificar como é feito o trabalho com a afetividade em sala de aula, afim de refletirmos em cima do resultado obtido.</p><p>Para concretização do projeto em sala, foram realizadas aulas com rodas de conversa, leitura pelo professor, jogos e brincadeiras propondo o acolhimento das crianças e valorizando cada uma.</p><p>CRONOGRAMA</p><p>Etapas do projeto</p><p>Período</p><p>Planejamento</p><p>1ª Etapa: (duração de 10 dias). - Escolha do tema. - Pesquisa bibliográfica sobre o tema “A importância da afetividade na educação infantil: o afeto como facilitador do ensino-aprendizagem” - Pesquisa e Leitura da fundamentação teórica escolhida.</p><p>Execução</p><p>2ª Etapa: (duração 13 dias) - Elaboração dos objetivos do projeto. - Início da elaboração da introdução do projeto. - Elaboração da redação do relatório do projeto no Word, conforme orientações propostas na área acadêmica do aluno. - Início da elaboração do desenvolvimento do projeto de ensino, baseando na fundamentação teórica escolhida. - Montagem do roteiro de pesquisa em Word, para observação do trabalho em sala de aula. - Análise do resultado do roteiro.</p><p>3ª Etapa duração de 15 dias duas aulas semanais - Trabalho em sala de aula com os alunos.</p><p>Avaliação</p><p>4ª Etapa: Avaliação diagnóstica do projeto de ensino e elaboração das considerações finais do projeto.</p><p>RECURSOS</p><p>Para a realização desta pesquisa bibliográfica, que consiste em uma revisão de literatura, os recursos humanos necessários serão basicamente os pesquisadores responsáveis pela busca, seleção e análise dos materiais bibliográficos. Neste caso, não será necessário contar com a participação de</p><p>outros profissionais além dos próprios pesquisadores. O principal recurso tecnológico utilizado foi o notebook e o acesso a internet para pesquisas à diferentes fontes de busca, a fim de qualificar o trabalho.</p><p>Os recursos humanos observados foram a turma escolhida para aplicação do projeto, as professoras regentes e a comunidade escolar da escola observada.</p><p>AVALIAÇÃO</p><p>Diante do que foi explanado ao longo desta pesquisa bibliográfica, avalio o trabalho como significativo a minha futura área de atuação. Os materiais bibliográficos foram pertinentes ao objeto de estudo e contribuíram para o embasamento teórico. A observação das aulas práticas foi de suma importância para constatar a relevância da temática da afetividade nas aulas de educação infantil. ficou constatado por meio desta pesquisa, que não existe educação significativa sem afeto. É preciso cuidar do íntimo para obter sucesso na vida escolar.</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Ao abordar a importância da afetividade na educação infantil, a pesquisa se propôs a refletir sobre a importância do afeto durante a construção do processo de ensino-aprendizagem e também na formação do indivíduo, estabelecendo a existência de uma relação entre os aspectos afetivos e cognitivos.</p><p>Durante os seus primeiros anos na escola, a criança está iniciando seu ingresso no mundo, pois antes fazia parte de um grupo mais restrito, formado por familiares e amigos: um mundo de descobertas, dúvidas, frustrações, alegrias, negação de si mesmo e do outro.</p><p>O ensino nas escolas não pode estar voltado restritamente para aspectos cognitivos. O professor deve questionar-se: “Quem é o meu aluno?” E a partir de suas conclusões, criar oportunidades significativas de aprendizagem que priorizem a reflexão e a criticidade, baseadas numa relação de troca.</p><p>Em suma, diante de tudo que abordamos até aqui, ficou constatado por meio desta pesquisa, que não existe educação significativa sem afeto. É preciso cuidar do íntimo para obter sucesso na vida escolar.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALMEIDA, Laurinda Ramalho de; MAHONEY, Abigail Alvarenga. A constituição da pessoa na proposta de Henri Wallon. São Paulo: Edições Loyola, 2004.</p><p>ANTUNES, Celso. A afetividade na escola: educando com firmeza. Londrina: Maxiprint, 2007.194p.</p><p>CERIZARA, Ana Beatriz. Rousseau: a educação na infância. São Paulo: Scipione, 1990.</p><p>GADOTTI, Moacir. Boniteza de um sonho: ensinar - e - aprender com sentido. Novo Hamburgo: Feevale, 2003.</p><p>LUFT, Celso. Minidicionário Luft. São Paulo: Editora Ática, 2010.</p><p>FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.</p><p>ROUSSEAU, Jean Jacques. Projeto para a educação do Senhor de Sainte-Marie.</p><p>WALLON, H. Psicologia e Educação da Infância. Lisboa, Editorial Estampa, 1975.</p><p>image1.png</p>