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<p>MONSENHOR LU1S CIV ARDI</p><p>Formação Para</p><p>o Apostolado</p><p>Versão autorizada</p><p>de</p><p>FR. ADAUTO DE PALMAS, ,O. F. M.</p><p>li EDIC.lO</p><p>194 8</p><p>EDITORA VOZES LTDA., PETRóPOLIS, R. J.</p><p>RIO DE JANEIRO - SÃO PAULO</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>I M P R I M A T U R</p><p>POR COMISSAO ESPECIAL DO</p><p>EXMO. E REVMO. SR. DOM</p><p>JOSE' PEREIRA ALVES, ADMI·</p><p>NISTRADOR APOSTóLICO DA</p><p>DIOCESE DE PETRóPOLIS. FR.</p><p>MATEUS HOEPERS O. F. M.</p><p>PETRóPOLIS. 20 DE DEZEMBRO</p><p>DE 1947.</p><p>TODOS OS DIREITOS RESERVADOS</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>SUGESTõES PRATICAS</p><p>PARA USO DESTE LIVRO</p><p>Os capítulos que encerra o presente volume fo­</p><p>ram elaborados com o intuito de que forneçam me­</p><p>lhor entendimento dos lemas que trntamos c, con­</p><p>sequenlemenle, induzam a um apostolado leigo</p><p>mais eficiente nos diferentes campos a que se re­</p><p>ferem.</p><p>Para se iniciar no Apostolado Leigo, fazemos as</p><p>seguintes sugestões:</p><p>a) Dedicar quinze minutos diários à medi tação</p><p>c ao estudo, a fim de se abrasar no amor de Deus</p><p>e se preparar para n Ação Católica.</p><p>b) Aceitar como responsabilidade pessoal o tra­</p><p>balho de se instruir acerca do ponto de vista ca­</p><p>tólico no tocante aos problemas atuais.</p><p>c) Transmitir a outros nossas opm10es e co­</p><p>nhecimentos c colaborar na formaçii.o de dirigentes</p><p>e militantes.</p><p>d) Ler c discutir a maté1·ia aqui exposta com</p><p>um ou mais amigos e d.estarte engendrar planos pa­</p><p>ra formar Círculos de Estudo.</p><p>e) Solicitar o Pe. Vigário ou seu Coadjutor a</p><p>que assista às reuniões, presidindo-as e dirigin do</p><p>os estudos.</p><p>C) Caso não pertençamos n nenhuma organiza­</p><p>ção paroquial, ingressar nu que nos m elhor condiz e</p><p>tomur parte ali\'a nos seus trabalhos.</p><p>g) Influir para que a organização da qual fa­</p><p>zemos parte adira à Ação Católica e comparlilhe</p><p>seu apostolado, consoante o desejo do Santo Padre.</p><p>h) Entrar em comunicação com os dirigent-es</p><p>diocesanos, propondo-lhes iniciativas e pedindo-lhes</p><p>oportunas diretrizes.</p><p>i) Promover 11 Ação Católica, mormente pelo</p><p>bom exemplo.</p><p>Não duvidamos que todos os ca tó licos .estão con­</p><p>vencidos da necessidade de apl icar remédio imedia­</p><p>to às questões aqui abordadas; todavia o assenlimen-</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>6 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>to moral apenas não é suficiente, senão que se requer</p><p>decidil'-se n fazer algo para procurur o progresso</p><p>da Ação Católica.</p><p>Seria deveras lamentável que nos contentáramos</p><p>(�om a simples. l-eitura dos capítulos deste livro; é</p><p>imprescindivel avançarmos na própria santificação</p><p>c colaborarmos na Ação Católica do modo que va­</p><p>mos apontar. Nada de fatigante ou intricado há no</p><p>movimento regenerador da Ação Católica, antes o</p><p>participarmos nela se tornará uma das maiores sa­</p><p>tisfações de nossa vida de católicos.</p><p>Digne-se a Santíssima Yirgcm, Rainha dos Após­</p><p>tolos, fazer com que as presentes páginas suscitem,</p><p>naqueles que as estu dam , o anelo ardente de tra­</p><p>balhar na rccristianização do mundo por meio da</p><p>Açõ.o Católica.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO</p><p>Introdução</p><p>Recordemos o episódio da cura do paralitico no</p><p>Tanque dns Ovelhas de J ernsalém: "Havia em torno</p><p>dele grande multidão de enfermos, cegos, coxos, pa­</p><p>ralíticos qu e agnarrlavam o movimento da úgua." Fa­</p><p>zia trin ta anos que estava doente e não se pudern</p><p>curar. Por quê? Porque não tinha um homem que</p><p>o metesse na água quando -esta era agitada pelo anjo.</p><p>Quantos enrermos da alma em roda ele nós! E</p><p>quantos que esperam a cura!. 1\luitos deles podem</p><p>dizer com o paralítico do Tanque: "Não lenho nin­</p><p>guém que me bote na piscina regcneradora da gra­</p><p>ça." Em outras palavras, não encontraram o após­</p><p>tolo.</p><p>Dolorosa rea lidade : muitos são os enfermos da</p><p>alma, porém poucos as médicos c enfermeiros. Pou­</p><p>cos os apóstolos no laicato católico.</p><p>Por quê?</p><p>À.s vezes por não se conhecerem a natureza, digni­</p><p>dade e necessidade do apostolado dos leigos.</p><p>Por que tantos membros dn Ação Católica não são</p><p>apóstolos ativos c fervorosos? Certamente [)Orque</p><p>ignoram tudo isto.</p><p>Urna vez que todos os membros de nossas associa­</p><p>ções d-evem ser apóstolos operosos, trataremos deste</p><p>assunto do Apostolado, fazendo ver:</p><p>t.• Sua natureza.</p><p>2.• Sua dignidade.</p><p>3: Necessidade do A)Jostolado Leigo.</p><p>Que é o 3!>Óstolo?</p><p>Natureza do Apostolado</p><p>Chama o mundo de Apóstolo o que se consagra</p><p>com entusiasmo a um ideal, a uma causa pública .</p><p>Contudo não se lhe dá se esta causa é boa ou má.</p><p>Dai a profanação do nome de Apóstolo quando se</p><p>aplica ao propagandista de ideais falsos, aos defen­</p><p>sores de causas não boas.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>8 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>O nome de Apóstolo é sagrado, tem suo consagra­</p><p>ção no Evangelho. Prego Cristo a todo o mundo</p><p>em rnziio de querer a salvação de lodos. Nado obs­</p><p>tante, entre todos os seguidores de sua doutrina, es­</p><p>colhe doze aos quais chamou Apóstolos. Dá-lhes uma</p><p>instrução especial, dispensa-lhes um trato intimo</p><p>e familiar. Por quê? Porque serão enviados pelo</p><p>mundo n continuar a missão salvadora.</p><p>A palavra Apóstolo significo, portanto, enviado.</p><p>O Apostolado é missão divino; e quem envia é Je­</p><p>sus. E' o seus Apóstolos que Ele disse: "Assim co­</p><p>rno o Pai me env iou , assim vos envio a v ós."</p><p>A que obra os -envia? "Ide pelo mundo lodo, pre­</p><p>gai o Evangelho o toda criatura humana. Quem</p><p>crer c for batizado será sah·o; quem não crer será</p><p>condenado."</p><p>Logo a missão dos Apóstolos é pregar o Evange­</p><p>lho, salvar ns almas, conduzin do-as a seus destinos</p><p>eternos.</p><p>Eis o que significa Apostolado : missão espiritual</p><p>para a salvação do próximo.</p><p>Não é Apóstolo o que diz: "quero salvar-me n</p><p>mim próprio", senão o que diz: "quero comigo sal­</p><p>var os outros." O verdadeiro Apóstolo tem sem11rc</p><p>em mente a palavra dolorosa de Cristo moribundo:</p><p>"Tenho sede."</p><p>Em uma pnla\Ta, Apóstolo é uma nlmn cristã c</p><p>crislianizadora, ou, segundo uma uccrlada expressão</p><p>de Pio XI: Apóstolo é um centro de irrndinçiio de</p><p>atividade benéfica.</p><p>Dignidade do Apostolado</p><p>Nenhuma empresa humana pode comparar-se com</p><p>a do Apóstolo. Para conl1ccer sua dignidade faz-se</p><p>mister conhecer nntes o valo1· da alma humnnn.</p><p>Qual é o valor da alma? O Sangue de Cristo Nosso</p><p>Senhor: "Haveis sido resgatados não a preço de</p><p>ouro ou prata, mas com o Sangue pr ecioso de</p><p>Cristo.</p><p>"Chegar à lndia, salvar uma alma e então morre1·",</p><p>exclamava o grande apóstolo S. Francisco Xavier.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO 9</p><p>Este Santo compreendera o preço de uma alma c</p><p>por isso cria que a vida estava bem empregada na</p><p>salvação de uma só. Concedeu-lhe o Senhor a gra­</p><p>ça de salvar uma multidão ingente.</p><p>Escreve S. Dionísio: "De todas as coisas divinas,</p><p>!l mais divina é cooperar com Deus na salvação de</p><p>uma alma." Obra essa que te r·ú resson:incias eter­</p><p>nas, ao passo que as obras humanas niio ultra­</p><p>passam os limites do t.empo.</p><p>Todavia, ao passo que se fazem sacriflcios estu­</p><p>pendos e por vezes heróicos para salvar· a vida cor­</p><p>poral do próximo, arrostando perigo de água e fo­</p><p>go - quantos são os que se expõem H estes mes­</p><p>mos perigos por logrnr a salvação de uma alma ?</p><p>Além disso, não raro se cn fren Iam os maiores ris­</p><p>cos por coisas que valem muito menos do que a</p><p>saúde do próximo: por um prêmio, pelo louvor, por</p><p>uma vantagem material .</p><p>.Mas que se faz pela salvação de uma alma?</p><p>Necessidade do Apostolado leigo</p><p>A despeito disso, o Apostolado é dever de todos:</p><p>não apenas dos sacerdotes, senão também dos lei­</p><p>gos. Disse-o claramente o Papa: "E' um dever de</p><p>amor para com Deus, de l·aridmle para com o pró­</p><p>ximo, dever imposto pelos sacramentos do batis­</p><p>mo e da confirmação."</p><p>Hoje é esta obt·igação mais Jlremente c mais ne­</p><p>cessária.</p><p>Porquanto, à medida que a sociedade, como n</p><p>miúdo o declar-ou S. S. Pio XI, se torna cada vez</p><p>mais pagii, a intervenção do alto se faz cada vez</p><p>mais insuficiente para atender à grande empr·csa da</p><p>t·ecrislianização social.</p><p>Em primeiro lugar, os sacerdotes são mu i pou cos</p><p>par·a</p><p>usa o</p><p>apóstolo S. Paulo e que lhe era mui graln : seme­</p><p>lhança de um corpo, cuj a Cabeça é Cristo c cujos</p><p>membros somos nós. " Como em um corpo - diz o</p><p>Apóstolo - temos mui tos membros e destes cada um</p><p>tem seu oficio, de modo igual somos muitos no Cor­</p><p>po de Cristo e Ele é a Cabeça do corpo da Igreja."</p><p>Nossa incorporação em Cristo realiza-se pelo ba­</p><p>t ismo : "Todos somos bnt izados num m esmo espí­</p><p>rito para formarmos um só Cor po."</p><p>Pelo batismo somos in corporados neste corpo 1\lfs­</p><p>tico que é a Igreja e do qual todo cristão é como</p><p>u ma cél ula v i \rentc. A semelhança paul ina do corpo</p><p>torna fàcílmcntc coraprccnslvcl o dogma da Comu­</p><p>nhão dos Santos, eontudo não põe em relevo algu­</p><p>mas consequências práticas que ora vamos salientar .</p><p>.Membros unidos e ativos</p><p>Todo corpo vivo reclama un ida<le de vida. Uma</p><p>só alma vivi fica todos os membros do organismo,</p><p>um mesmo sangue ci1·cula por todos eles.</p><p>Ora, todos os cristãos, como se !lisse, são cél ulas</p><p>v iventes de Cristo ; todos estiio unidos sob a di­</p><p>reção da cabe ça, Cristo; todos formam um só cor­</p><p>po, a Igreja. H ão de viveJ·, portanto, nn mais es­</p><p>treita un ião, na ma is i n tima fraternidade.</p><p>Não sign ifica isto que hii completa igualdade en­</p><p>tre todos os membros da Igreja. Assim como no cor­</p><p>po orgânico há multiplicidade e diversidade de</p><p>membros, de igual mene ira sucerle na J�reja.</p><p>A demais em to do ..()rganismo encon tramos uni­</p><p>versalidade de ação. Cada um dos membros é ati­</p><p>vo e passh·o ao mesmo tempo. Exemplifica ndo : a</p><p>v ista i lumina e gu ia os pés, e estes levam o vista a</p><p>se pôr em contato com os d iversos objetos.</p><p>Da mesma sorte no Corpo Místico, nenhum mem­</p><p>b ro pode permanecer passivo c recep tivo sômenle :</p><p>todo mcmbm há de receber c dar. Quer isto dizer</p><p>que todo cristão há de fazer algo p ela glória de Deus</p><p>c a salvação dns almas, ou, em oulrns palav ras, há</p><p>de ser apóstolo. Bem como recebe do tesouro da</p><p>Igreja, assim deve con tr ibu ir p ara o mesmo.</p><p>Eis como o dogma da Comunhão dos Santos é a</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO E A COM. DOS SANTOS 45</p><p>condenação do egoísmo espiritual, do individualis­</p><p>mo religioso, no qual não raro i ncidem as almas de</p><p>vista curta c espírito estreito.</p><p>Compreender e viver este dogma é consagrar-se</p><p>a um san to Apostolado.</p><p>Sem dúvida nenhuma, um dos San tos que melhor</p><p>compreendeu c viveu este dogma da Comunhão dos</p><p>Santos foi Sa n ta Teresinha do 1\lenino Jesus, a tal</p><p>pon to q u e se bem pode dizer que lhe l o d a a vida es­</p><p>teve anim ada c ol' ien tada por este dogma a lhe di­</p><p>latar o coração no confiança c caridaclc, alargando</p><p>os horizon tes até os extremos l i m i tes e derrubando</p><p>as barre iras do egoísmo senaratista.</p><p>" Quero ser filha da Ig1·cja", costumava repetir a</p><p>humilde carmelila que, a exem plo de sua Superiora,</p><p>quis morrer como \'erdadeira filha da Igreja. Em­</p><p>bora enclausurada num convento, não perman ecia</p><p>alheia a n enh uma n ecesshl a d c da Igreja.</p><p>"Amar a Jesus c salvar as almas" foi o seu i deal,</p><p>pelo qual viveu, se mortificou e morreu. Durante a</p><p>última doença, a enfermeira que dela cuidava lhe</p><p>aconselhou um passeiozinho diário no jard im do</p><p>convento, consel ho aceito como se ordem fora. Ven­</p><p>do-a uma Irmã an dar com grande esforço, observou­</p><p>l he : "Nestas con dições melhor seria repousar, pois</p><p>o passeio não pode trazer proveito visto que lhe min­</p><p>gua as forças." "E' vel'Clade -- respon deu a Santa ­</p><p>mas sabe V. Reverência o que me anima a pa decer?</p><p>Caminho em favor de um miss ionário , penso como</p><p>em t erras longínq u os ele se cansa c extenua nas suas</p><p>jornadas apostólicas, c assim ofereço as minhas fa­</p><p>digas a Deus pam diminuir as suas."</p><p>E não se ex tingu iu com a v ida seu fervor apos­</p><p>tólico ; no Jeito dn morte pronuncia estas palavras</p><p>que são como o seu testamento : "Quero passar meu</p><p>céu, fazendo o hem solH·e a terra."</p><p>Destarte a hum i lde religiosa continua Já do céu</p><p>a servir a grande causa da Comunhão dos Santos.</p><p>Membros solidários</p><p>Em lodo corpo, seja qual for, existe solidariedade</p><p>de interesses entre todos os membros. O que signi­</p><p>fica que o hem-estru· ou o mau estado de um o é</p><p>igualmen te de todos. "Se um membro padece - es-</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>� FORl!AÇAO PARA O APOSTOLADO</p><p>creve S. Paulo - lodos os membros padecem; se</p><p>um se alegrn, todos se regozijum." Verdu de exp eri·</p><p>mental merece melhor refletida.</p><p>O b em -estar de um dos membros é o beru-estnr</p><p>de todos el es. Recordemos a alocução de Menênio</p><p>Agripa ao povo de Roma, quan rlo este estava reuni­</p><p>do no Mon t e Sacro p ara p ro testar contra a nobreza.</p><p>"Os membros - d izia o cônsul - conjuraram-se du­</p><p>ma feita contra o estômago, po1·que este tudo tomavu</p><p>para si : mas bem depress:J dcix:u·am-sc convencer</p><p>que da saúde dele dependia n de todos, c tornaram</p><p>ao costume antigo."</p><p>D e ou tro Indo, se o estômngo qu isel"!l guardar todo</p><p>o alimento para si e não o dis tribu ir aos demais</p><p>membros se prejudicaria n si m esmo e aos demais.</p><p>Todos os outros membros sofreriam de atrofia, e</p><p>ele de hipertrofin.</p><p>Por onde se vê que há venhuleira comun i cação</p><p>en tre todos os m embros do corpo.</p><p>O mesmo acon tece em todo organ i smo social, mor­</p><p>mente na Igreja, Corpo ;\ll stico de Cristo. Escreve</p><p>S. Paulo n esse respeito : "Não há d esunião entre</p><p>os membros do corpo, seniio que uns c u i d nm dos</p><p>outros."</p><p>Comprnzin-se por isso S. João Crisóstomo em</p><p>recordar, nas suns pregações, o dogma da Comunhão</p><p>dos San tos e o dever do A postolado que dele deri­</p><p>va. " O proveito pessoal - soia re p et i r - resulta do</p><p>bem-estar dos demais c v iccvcrsn." Por isso mesmo</p><p>dispôs Deus que estejamos em dependência uns dos</p><p>outros.</p><p>Igualmente é certo que o mal de um dos membros</p><p>redunda em . p rejulzo de Lodos . So h·c o estômago e</p><p>di sso todo o o rgan ismo se ressen t e ; uma simples</p><p>dor dos molares pa1·al isa toda atividade.</p><p>E assim como ex iste uma mútua compassividade</p><p>entre todos os memb1·os, assim tamhém há entre eles</p><p>uma providência reciproca para a defesa dos mu­</p><p>les.</p><p>Acerco d isso escreve S. João Crisóstomo : "Nns</p><p>ocorrências tristes, os membros unem-se mais inti­</p><p>mamente entre si c vemos que, se um espinho se</p><p>no pé nos fincou, todo o corpo fica preocupado : o</p><p>dorso curva-se, as mãos vão em lmsca do membro</p><p>afetado, os olhos pesquisam com desvelo e solicitu-</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO E A COM. DOS SANTOS 47</p><p>de. Bem assim zelemos uns pelos outros e se um</p><p>mem bro padece, npiadcm-se dele os demais."</p><p>O último pensamento do Santo Doulo i' é de cvi­</p><p>d�ncia cristalina : se u m membro padece, todos os</p><p>outros sofrem com ele, pois d e caso co n trário so­</p><p>brevirá a a trofia ou a pal'Ui isia.</p><p>Neste espíri to v ivia o Apóstolo qua n do exclama :</p><p>"Quem está e n fermo para que cu não sofra com ele?</p><p>Quem se escan daliza para que me cn não abrase?"</p><p>S. Fra n c isco de Ass is, con forme refere S. Bonven­</p><p>turu, "chorava e sol uçava nmargnmente ao ver as</p><p>olmos remi das eom o Sangue de Jesus manchadas</p><p>com o pecado."</p><p>Num belo dia em que est nvn absorto em oroçiio,</p><p>na igreja de Santa Marlu dos Anjos, apnreccu-Ihe</p><p>Nosso Senhor acompan h a do da Virgem Santfssima</p><p>e dos anjos e disse-lhe : "Pede-me tudo quan to de­</p><p>sejas paro ti e para tua O rdem !" Respon deu o Santo :</p><p>"Peço-vos, Senhor, q u e todos os que en trarem nesta</p><p>igrejo, após terem confessado os pecados ao pé do</p><p>sacm·dote, recebam o pei' CI:io ta nto de suas culpas</p><p>como também do cas t igo por elas mereci do."</p><p>· r-:stn é a origem d a i n d ulgêncin chamada da Por­</p><p>ciúncula, ou do perdíio de S. Francisco.</p><p>Quiio bem S. Francisco compreen deu e v iveu</p><p>o dogma da Comunhão dos Santos ! Como não con­</p><p>trasta seu zelo pelas ulmas com o nosso desinteresse!</p><p>Conclusio</p><p>E esta i mli ferencn n ossn fuz-nos recordor outro</p><p>sentença de S. João Cri sós tomo : "Não há frieza</p><p>mais perniciosa do que a do cristão que se não preo­</p><p>Cllpa pela salvação de seus irmãos."</p><p>Sentença essa muito verdadeira</p><p>e que condena os</p><p>cristiios que crêem na Cornunhiio dos Santos e \'Í-</p><p>Yem no mais intransi gente egoí smo .</p><p>·</p><p>A Ação Católica é a execução prática deste dogma</p><p>que é n base da vida crislii.. Ufanemo-nos de perten­</p><p>cer u ela ; mas não nos conten temos com ser mem­</p><p>bros passivos. A frase de Crisóstomo acima c ilada</p><p>dá-nos que refl etir c estimula-nos para esta milicia</p><p>do Apostolado.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DA ORAÇÃO</p><p>Introdução</p><p>O Apostolado, ou seja o mei o de salvar as almas,</p><p>pode exercitar-se de mu itos mn neirns : pela acão, pe­</p><p>la pnlavrn, pela imprensa, pelo exemplo, ele.</p><p>Con tudo o primeiro meio insubstitulvel é a Oração.</p><p>Existe jú uma obra heneméri la que se propõe</p><p>o em (wego deste m eio c se chama "Apostolado dn</p><p>Oração". Muitos de ''Ós estareis inscritos n ele c ou­</p><p>tros descjnis fazê-lo.</p><p>I n discutível é que todos os ca tól icos, e especial­</p><p>mente os m il i ta ntes da Ação Católica, devem pra­</p><p>ticar de um ou outro modo este Apostolado, cuja</p><p>facilidade, poder .c necessidade tencionamos es­</p><p>clarecer.</p><p>Necessidade</p><p>Digamo-lo sem receio : o Apostolado é imposslvel</p><p>sem a m·ação.</p><p>Por quê?</p><p>n ) Porque nada é possível sem o auxilio divino</p><p>que se obtém por meio da oração : "Sem mim nada</p><p>podeis fazer." E frisemos como o Snh·ador diz que</p><p>mesmo n ada podemos fazer sem Ele. Portanto, nem</p><p>pouco nem muito.</p><p>b ) :\luito menos se poderão salvar as almas; pois</p><p>que n Ação Católica, com ser em inentemente sobre­</p><p>naturnl, exige m eios da mesma natureza. A conversão</p><p>de nlmas é obra da graça, pelo que nos diz o Salva­</p><p>dor : "Ninguém pode vir a m im, se lhe meu Pu i não</p><p>der a graça.</p><p>Um dia em que o grande conquistador de almas</p><p>que era S. Domi ngos se a ngustiava no ver o re­</p><p>duzido número de suas conquistas, não obstante seus</p><p>grandes des,·elos, ouviu estas palavras : Semeias mas</p><p>niio em vão." Entendeu o Santo perfeitamente o sen­</p><p>tido destu a dvertência vinda do céu, e in con tinente</p><p>redobrou suas orações.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DA ORAÇÃO 49</p><p>De rato o A póstolo é tal qual wn la na dor : abre</p><p>o sulco c !on ça nele a boa semente; mas, se não vier</p><p>auxilio d o céu, niio consegu irá o grão medrar. Or­</p><p>valho celeste é a graça, todavia só a oração pode</p><p>nhrir os céus e fnzê-lo descer.</p><p>Ensinou Jesus C1·isto a n ecessi d ade da oração não</p><p>apenas com polnvrus senão também pe lo exemplo.</p><p>Antes d e i n iciar seu Apostolado, preparou-se para</p><p>ele com o oraçiio durante quurenta di as. Duru n t e os</p><p>três anos de sua vida pública vemo-Lo percorrer n</p><p>Palest ina, pregan do, o pera n do mi lagres, mas tam­</p><p>bém oran do. A n les de escolher os Doze pussou a noi­</p><p>te em oração, e do mesmo modo procedia an tes de</p><p>obmr alguns de seus m ilagres, p. ex., a ressurreição</p><p>de Lázaro.</p><p>Com is to nos ensina q u e todas as ressurreições,</p><p>seja da alma seja do corr>o, são milagres de Deus c</p><p>que portanto cxigl!m a oração.</p><p>Poder</p><p>A oração niio é só necessária , mas também pode­</p><p>rosa.</p><p>Quase d iriamos que é on i poten te, po1·qua n to põe</p><p>a onipotência divina ao serviço de nossa deb i l idade.</p><p>E' .Jesus quem nos d iz : "Tudo o que ao m eu Pni</p><p>pcrlinles pela Ora ção, Ele concede1·-vos-lt."</p><p>Se a OI'nçfio, pois, é lfio poderosa, quanto mais o</p><p>nüo será quando pede o que é do sumo agrado do</p><p>Pai, a conversão dos peeadores '? Não foi acaso p n ra</p><p>isto que do céu desceu o Salvador c morreu numa</p><p>cruz ?</p><p>A oração é um m eio do A postolado mais poderoso</p><p>do que o heroismo, a cloquência e os próprios m ila­</p><p>gres. Estes podem , é v enlade, causar n dmi•·açõo ;</p><p>mos, desacompanhados dn grnça do Senho1· que p e­</p><p>netra os corações, permanecem estére is, não con­</p><p>venc em, não con \·erlem. D isto temos exemplos de</p><p>sobro no Evangelho c n a Hi stória.</p><p>Ainda há pouco l cmhr{IVamos a ressurreição de</p><p>l..{Jzaro. Houve algumn vez mi lagre mais convincen­</p><p>t e ? Nada obstante os judeus nüo se con verteram pre­</p><p>senc iando-o, an tes e nfureceram-se ainda mais con tl'a</p><p>o Salvador. E é de n ot ar que tinham conhecimento</p><p>do m ilagre, pois diziam : "Que faremo.�, v isto que</p><p>este homem faz mui tos pro dlgios?" Apesar de tudo,</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>�O FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>desde aquele insta n te os preocupava um só pensa­</p><p>men to : mntar a Jesus e a Lázaro : "Deliberaram dar</p><p>a mort e a Lázaro, porque muitos por causa dele se</p><p>apar tavam dos j u d eus c scgu inm n Jesus."</p><p>Por ocasião da m orte do Salvn dor a natureza se</p><p>comoveu, o so l se escu receu , n tcrnt tremeu e os</p><p>mortos ressuscitaram. "E ve ndo o que havia sucedi·</p><p>do, o cen turião glori fi cou n Deus e d isse : Certamen­</p><p>te este homem era um ju!;[O. - E toda a multidão</p><p>que pt·escnciou o espe t:ícu lo c vin o que esta\'R su­</p><p>ceden do, voltou para a c idu dc, hatcndo no peito."</p><p>A que se devem estas conversões? O n i camcn te às</p><p>ocorrcncias rn i lngrosas ?</p><p>Em porte se n elas devem, porém antes de mais</p><p>n ada it or;1ção de Cristo a gonizante, que Ele fez por</p><p>seus verdugos.</p><p>Facilidade</p><p>Com ser tão necessar10 c poderoso o Apostolado</p><p>da Ot·açüo, é no mesmo tempo fácil para todos. Real­</p><p>m en te é rác il pant todos c, por isso mesmo, obri­</p><p>gatório para todos. "Nem todos os demais Apostola­</p><p>dos são paro todos - disse-o Pio XI - c onde não</p><p>há possibilidade tam pouco há obrigações. Mas todos</p><p>podem exercer o Apostolado da Oração, pois todos</p><p>podem orur. "</p><p>Po dem ornr os doutos c os ignoru n tes ; os ricos e</p><p>os pobres ; adu l tos, hem como crianças que D)>cn as</p><p>chegaram no uso da razão.</p><p>Uma menin o de sete nnos ou\'e fal ar de um grande</p><p>p ecador, con de nado à morte c impen iten te. Propõe­</p><p>se a salvá-lo com suas ot·ações e tem o pressen timen­</p><p>to de que o nlcnnçnrá. Pede ao Senhor um sinal que</p><p>obtém. As \'éspcras da ex ecução lê nos d iários que</p><p>o condenado beijou três vezes o Crucifixo.</p><p>Esta men i n a era San ta Teresinha do Menino Jesus.</p><p>Diz a lenda que um pregador de quaresma gobn­</p><p>v n-se mu i to do grn n d c êxi to ele seus sermões c Nosso</p><p>Senhor fez-lhe conhecer que o fruto se não devia</p><p>à sua preJ!Ução, mas às preces d e humilde irmão l�i­</p><p>go que o acomp anhava como serv idor. Este, en­</p><p>q uanto o Padre pregava, fica \'8 a um can to rogan do</p><p>ao St>nhor nbençonsse as palavras de seu irmão de</p><p>hábito.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DA ORAÇAO 51</p><p>Quem n ão pod erá fazer o que fez a religiosa do</p><p>Cm·melo e o l eigo da len da ?</p><p>P o r ouh·a p arte, à d iferen ça dos o u t ros aposto­</p><p>lados, o da Oração é possível sem pre e em lodo lu­</p><p>gar.</p><p>Uma alma apostólica nunca está desocupada ; se</p><p>não pode trabalhar e falar·. certa m e n te p o d e orar.</p><p>Bastas vezes se torna im possível dar um hom con­</p><p>selho a uma alma, mais ignoran te que p erversa, que</p><p>se e x t raviou d a sen da da sal\-ação. Pois bem, ore­</p><p>mos por ehl ; se n iio po demos falar aos pec.adores</p><p>sobre Deus, f:1 lemos com D eus sobre os pecadores.</p><p>E lucraremos muitíssimo, a i n da que nos não sej a</p><p>dado conhecer o suc.csso d e nosso A postolad o d e</p><p>Oração.</p><p>A quem devemos atribuir a convcr·são de S. Paulo ?</p><p>A m i lagrosa aparição de Cristo no caminho de Da­</p><p>masco'? �ão ; mas it oração de Santo Estêvão, o qual,</p><p>ao ser lapi dado, " dobrou os joelhos e bradou em</p><p>alta voz : Senhor·, não lhes le,·cis em conta este pe­</p><p>c a do." E também o rou pelo jovem Paulo, "que deu</p><p>consen timento à mort e do mártir", e guardava as</p><p>vestes dos que o apedrejavam.</p><p>ConclusAo</p><p>A n te a reali dade inegável destes falos, devemos</p><p>con fessar que nüo tem os usado bastnntemenle esta</p><p>arm a poderosa da Oração ; temos demasiada con­</p><p>fiança n o poder dos m eios humanos, nos recur,sos</p><p>materiais. Daí nosso trabalho foi tão i nfrutuoso c</p><p>estéril. Havemos porta nto de m u d a r de rumo, se</p><p>que1·emos con segui r a m eta.</p><p>Para lcnninnr, vou referir um epi sódio da v i da dt�</p><p>Dom Bosco ; dú-nos a chave de sua prodigiosa ativi­</p><p>dade apostólica.</p><p>Aos I! de Dezembro d e 1 8 4 1, subl imado j!t tl digni­</p><p>dade sacerdotal, na sacristia</p><p>da igreja de S. Fran­</p><p>cisco de Assis, em Turim , encon trou-se com um</p><p>men ino enfermo que nüo sabia nem sequer fazer o</p><p>�; inal da cruz. Che io de compaixão se ofereceu para</p><p>o inst l'tlir, c o jovem acei tou a o ferta sat isfeito.</p><p>A n tes de i n iciar sua i nsti'Ução, Dom Bosco põe-se de</p><p>joelhos e r.eza a Ave Maria, a fim de que o Senhor</p><p>lhe conceda salvar aquela alma. "Esta Ave 1\laria,</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>52 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>un!da à boa intenção do !�anto, fo i sobremaneira</p><p>fecunda", con ta-nos o biógrafo do San to.</p><p>Ao terminar a i nstrução, presenteou o S a n to seu</p><p>aluno i mprovisado com uma m edalha da SS. Vir­</p><p>gem c fê-lo prometer que voltaria o domi ngo se­</p><p>guinte ; enfim, o despediu com gra n cle afab ilidade.</p><p>Vol tou o menino, mas não jú a sós senão com mais</p><p>c i nco rapazinhos mal veslidinhos como ele. A fre­</p><p>quên c ia ain da aumentou no domingo seguinte.</p><p>Eis a origem do prirndro Oratório de Dom Bosco,</p><p>sem ente d i minu ta que se conve1·teu, como o grão</p><p>de mostarda do Evangelho, em árvore frondosa. A</p><p>obra dos Oratórios começou, como to das ns obras</p><p>do santo, com uma prece à SS. Virgem.</p><p>A exemplo de Dom Bosco, temos de princip iar</p><p>toda obra de apostolado com a oração antes que .pe­</p><p>la ação. E' o ú n ico expediente para se obter êxito</p><p>duradouro.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DO EXEMPLO</p><p>Introdução</p><p>Um sen hor um tanto descr.ente acercou-se um dia</p><p>para escutar o Cura de Ars, que dava aula de cntecis­</p><p>mo. Mas como a voz do mestre fosse débil, e ele, de</p><p>outro lado, se ach a va algo distante e rodeado de</p><p>muita gente, qunse nada pôde ouvir. Não v ia senão</p><p>o rosto radiante do pregador, seus gestos suaves, seu</p><p>porte devo to ; contudo sa iu da igreja en ternecido e</p><p>tra n sform ado, exal tando a san ti dad e do humilde Pá­</p><p>roco : "Não o ouvi, mas vi-o - dizia - e isto m e</p><p>basta."</p><p>Estas palavras nos patenteiam o poder e a .eficácia</p><p>do bom exemplo que, em verdade, é um dos princi­</p><p>pais m eios do A postolado. Para comprovar esta ver­</p><p>dade, sirva-nos o modo de proceder de Nossa Se­</p><p>nhor e dos primeiros cristãos.</p><p>Eficácia deste apostolado</p><p>Já o disseram os antigos : "As palavras comovem,</p><p>os exemplos arrastam." E' i n egável que as obras</p><p>têm mais força persuasiva do que as palavras.</p><p>Mais fácil é converter um peca dor com a prá­</p><p>tica da virtude do que com a pregação . E isto por</p><p>várias razões :</p><p>a) An tes de m a is nada porque o exemplo fala aos</p><p>olhos, quer dizer, se faz mais sensfvel. E' nossa expe­</p><p>riência cotidiana : o que entra pelos olhos como­</p><p>ve-nos m a is profundamen te do que tudo quanto</p><p>percebemos pelo ouvido. O exemplo é uma lição i n ·</p><p>tui ti va.</p><p>b) O exemplo é como a lingu agem muda de pes­</p><p>soa convencida; é coisa sabida que a convi cção</p><p>gera convicção, como o pra n to as lágrimas.</p><p>c) Porque o bom exemp lo equiyale a um suave</p><p>convi te, a umn exortação sem palavras que se n ou­</p><p>trem faz espon tâncamcnte, não se arvorando o</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>Oi FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>n dmocstador ,em mestre ou juiz, nem ofenden do a</p><p>:mscctiL il idade alheia, ma s deixanrlo a lodos a l iber­</p><p>dade que lhes tão ca1·a é.</p><p>A par de eficnz, o Apostolado do exemplo é fácil.</p><p>Nem todos sabem exercer o Apostolado da pala­</p><p>vra ; mas t odos, m esmo os ign oran tes c il etrados, po­</p><p>dem pregar com o hum exemplo.</p><p>De outro lado esta é uma p regação que lodos com­</p><p>preemlem, todos, a i n d a que surdos d e corpo ou de</p><p>esp írito, ainda que n ão quei •·am ou não possam ou­</p><p>vir e nos quais qualquer ou tra preg;Jção seria i nefi­</p><p>ciente.</p><p>Que é que mo t ivou u con versão de S. Agosti­</p><p>nho ?</p><p>Induhi làvelmente i n flu íram muito em seu espí ri­</p><p>to os sermões de S. Amb rósio que o fizeram co­</p><p>nhecer a v erdade do cristianismo. :\las não foram</p><p>suficientes. Era mister rom p er as cadeias d e uma</p><p>união ilcgflima, c Agost i nho não se sen t ia capaz pa­</p><p>ra isto. A d m iravn a cast i dade , desejava-a ard en te­</p><p>men te, mas não se resolvia n prnti ct\-ln. Dizia ao</p><p>Senhor : "Dai-me a con t inê nc ia e a casti dade, mas</p><p>não de repente." "Po is � cliz-nos ele próprio �</p><p>tem ia ser a ten dido mui prestes e sarado de um m o­</p><p>m e nto a outro da enferm i da de da concup iscência."</p><p>Olhando entretanto ao red01·, via jovens, do nzelas,</p><p>men inos e an ciãos que guardavam perfeita observân ­</p><p>cia da castidade . De súbito perguntou entre si : "O</p><p>que estes e estas podem, por que o n ão hei de poder</p><p>também eu 'l" E com a graça de Deus superou os</p><p>ímpetos da carne.</p><p>Assim, pois, no esplrito des te orgulhoso professor</p><p>ele Retórica puderam mais os ex em plos dos sim­</p><p>p les que a palavra de exímio ora dor. Esta ilumi nou</p><p>a inteligência ; aqueles, porém, dob raram a vontade.</p><p>Como Cristo exerceu este apostolado</p><p>J csus é o Mestre, e Ele mesmo compraz-sc em se</p><p>assim chamar : Inti tulais-m e a mim l\lestre c Se­</p><p>nhor, c dizeis bem, pois realmente o sou."</p><p>Isto posto, como ensinou Cristo? Primeiro com o</p><p>exemplo do que com a pula\Ta. "Começou a fazer c</p><p>n ensinar." Trinta unos o fio seu único Apostolado</p><p>foi o exemplo.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DO EXEMP:.O 65</p><p>Com muita justeza pôde d izer a seus discípulos :</p><p>"Dei-vos o exemplo, a f im de que também \'Ós Ca­</p><p>çais o mesmo."</p><p>Exemplo rle hurnild:ule, cm·idade, v ir tudes que</p><p>formam a substância de suo doutrina.</p><p>Or·dcnou a i n du aos seus exercitassem o m agisté­</p><p>ri o do .exemplo : " Que a vossa luz resplan deça di ante</p><p>dos h omens para que, consi derando as vossas boas</p><p>o!Jras, glorifiquem ao Pai que está nos céus."</p><p>Devemos i rra d i ar, por ta n to, a luz das boas obras,</p><p>não para glórin própria, se não para a honra de Deus.</p><p>Com efe ito·, v e n do os homens as obras que pra ti­</p><p>camos, scntir-se-ão estimulados a imit{l-las e com</p><p>i sso darão glória a D eus.</p><p>Como o praticaram os primeiros Cristãos</p><p>Como discípulos de Cristo e instru i d os por Ele, o�</p><p>prime iros cri s tãos com pree n d eram c i mi t aram o</p><p>exemplo de seu D ivino l\Icstrc. Q ue luz nbu n dante de</p><p>verdade e de bondade difun diram no m u n d o pagão,</p><p>ma is com o exemplo do que pelas palav ras !</p><p>O apologist a Tertuliano, que viveu no li século,</p><p>diz-nos que os pagãos ficavam como en c�mtados ao</p><p>ver o s exemplos de cari dade que davam os cristãos,</p><p>virtude em polgante c desco nhecido dos pagãos, c</p><p>exclamavam admira dos : "V.edc como o5 cris tãos se</p><p>amam uns aos outr·o s !"</p><p>Ao lado da caridade adm iravam neles tnmbém a</p><p>fortaleza ao enfrent a r os perigos e até a própria</p><p>morte a ntes de trah· a fé. O filósofo S. Justino</p><p>chegou ao cristianismo m ov ido p elo exemplo q ue</p><p>davam os seus odeptos. Num dos seus escritos, en­</p><p>dereçado ao imperador· A nto n ino Pio para defender</p><p>os cristãos elas incrimin ações que lhes faz iam os pa­</p><p>gãos, confessa o segui n te : "Eu mesmo, q u a n d o a i n d a</p><p>m e alimen tava com a s máximas d e Platão, ao ver</p><p>acusar os c ristãos c ao vê-los a frontar com destcmor</p><p>a mort e e toda sorte de supl l cios, raciocinava que</p><p>era imposs ível qu e tal gente vivesse n a i n iqui dade c</p><p>no amor dos sen tidos."</p><p>E até hoje em dia - perdoem-me - não ex is tem</p><p>acaso desconfianças con tra a Igreja c a rel igião de</p><p>Cristo ? A isso, que resposta mais convincente do</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>156 FORMAÇAO PARA O APOSTOLADO</p><p>que a nossa con duta cristã, nossa fé i n quebrantável</p><p>e nossa fidelidade às promessas do ha lismo ?</p><p>Hoj e como o n tem, as melhores co nquistas siio as</p><p>do · exemplo. Quan tas almas atormen tadas pela des­</p><p>ventu ra ou escrav izadas ao respei to humano, não</p><p>voltaram ao bom cam i nho gntçns ao e�emplo de um</p><p>cristão verdadeiro !</p><p>Fr·e derico Ozanam, o gran de fun dador das Con­</p><p>ferências de S. Vicen t e de Paulo, quan do estudante</p><p>da Un ivers i dade de Paris, sen li u-sc assaltado pelas</p><p>dúv i das contra a fé, parecen do-lhe ela não concor­</p><p>dar com os resul tados da c iência. Sua alma de cató­</p><p>l ico vacila. Fortalec i do fica, porém,</p><p>com o exemplo</p><p>de um bom cristão c notável hom em de ciência :</p><p>A m pere. "Um d i a - refere o mesmo Oznnmn -</p><p>cheio de l riste:t.n e nhal imcnlo entre i na igr�ja de</p><p>S. Es lêvi'io do Mon te, para al egnr r o esp l ri to. Esta­</p><p>va a igreja quase vazia e si lenc iosa , só aqui c ali al­</p><p>gumas pessoas m-avam diant-e das relíquias de S.</p><p>Geno,·eva. A u m canto estava um homem mergu­</p><p>lhado em profu n da med itação ; acerquei-me dele e</p><p>reconheci A m pcrc hum ilhado diante da d i v i n a pre­</p><p>sen ça. Passado a lgum tempo, retirei-me i ntimamente</p><p>comoYido e m<1is unido a Deus."</p><p>Conclusão</p><p>O bom exem plo conqu i s ta as almas não sô para a</p><p>prá t iea da rel igião, senão para o Apostolado.</p><p>Conqu istar novos sócios para a Ação Católica silo</p><p>as diretriz.cs traçadas pelo SUJH·cmo Jerarca, tal é o</p><p>desejo do Papa. Co n tudo qunlq uer esforço será bal­</p><p>dado se estiver separado do exemplo de uma v i da</p><p>cristã i n tegra.</p><p>Para justificnr n i nércia c a in dolênc ia colitu­</p><p>mam alguns d izer : "Os militan tes da Ação Cató-</p><p>1 i cn são como os d ema i s."</p><p>Dos sacerdotes c de todos os que exercem o Apos­</p><p>tola do ex ige-se uma con duta superior à comum.</p><p>Com toda rmdio : ser m elhor do que os outros não</p><p>é p ara nós am b ição, mas dever, poi s é a con d i­</p><p>��ão de conquistar almas para Cristo c soldados p ara</p><p>a A ção Católica.</p><p>Também nós outros, como Cris to c os primeiros</p><p>cristãos, havem os de começm- pela ação para cnsinor</p><p>depois.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DO SACRIFíCIO</p><p>Introdução</p><p>Nos capítulos an teriores vimos como o Apostol a­</p><p>do da oração e ·do exemplo são eficazes e necessá­</p><p>rios ; ao olconcc de todos e pa ro todos obrigatórios.</p><p>Além destes ainda exist e outro Apostolado acessl­</p><p>vel a Lodos c não m enos eficaz : falamos do A posto­</p><p>lado do SacJ•ificio e do Sofrimento.</p><p>O sacri fício é a gran de lei que, depois do peca­</p><p>do original, Deus promulgou para toda a humani­</p><p>dade. N ada de gra n de se faz, depois da Sex la-fcirH</p><p>rio Calvár io, q u e não seja assinalado com o sofdmen­</p><p>lo.</p><p>Desta lei não está isen ta a obra mais sub l i m e que</p><p>o homem pode levar a c:tho em cooperação com</p><p>Deu s : a salvação das almas. O A postolado, porta nto ,</p><p>•·equcr sacri fí cio , ou melhor é ele mesmo um cons­</p><p>tante sa crifício.</p><p>E vice-versa : o sacrifício é apostolado, is to é, um</p><p>meio de salvar almas, e mesm o podemos acrescen­</p><p>tar que é o meio soberano.</p><p>Esta é a verdade que agora qm�remos d eslin dar :</p><p>a eficácia superior do Apostolado do Sacrifício c sua</p><p>pos.sih i lidade u n iversal.</p><p>Eficácia do apostolado do Sacrifício</p><p>Escrevia S. Teresinha do l\len ino Jesus a um Mis­</p><p>s ion ário estas palavras cheias de sabedor ia cvan·</p><p>gélica : "Desde que o !lei Divino hasteou o pen dão</p><p>da Cruz, todos devemos comba ter e ganhar vitórias</p><p>à sombra deste lábaro glorioso. Alegrai-vos, pois, de</p><p>que o p ri n cípio do vosso A postol a do se caracteriza</p><p>pelo sinal da Ct·uz, pelo sofrimento e pela persegui­</p><p>ção, mais do que por brilhantes pregações, porque</p><p>é com aqueles que o Senhor quer consolidar seu</p><p>reino nas almas."</p><p>Donde, porém, brota esta prodigiosa fecundida­</p><p>de apostólica do sacrifício?</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>M FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>Das fon tes que vamos en umerar.</p><p>t.• - O que vale custa : c o sacri fício vale mais</p><p>que todos os outros nposloludos, porque custa mais c</p><p>porque exige m a iores esforços ti vontade.</p><p>Orar, escrever, falar --- não são coisas que re­</p><p>pugnem à natureza, hem que exijam algum esforço.</p><p>Mas sacrifi car-se s ign ifica ir con tra a correnteza,</p><p>porquanto o homem cria do para a feücidalle sente</p><p>repugnância natural pela do1·.</p><p>Desta forma, quando o homem vence a natureza</p><p>e afronta o sacri ficio, oferece a Deus o mais pre­</p><p>cioso c agradável holocausto.</p><p>2.• -- O que a fasta o homem de Deus é o pecado</p><p>e o pecad o é o gozo ili ci lo, o prazer abusivo.</p><p>A reparação que satisfaz a justiça divina e resta­</p><p>bel ece o equilibrio destruido pelo pecado serít o que</p><p>há de mais oposto no prazer : a dor que se transfor­</p><p>ma em peni tênc i a.</p><p>O padecimento é a moeda com que se resgatam as</p><p>almas escravizadas sob o jugo do pecado, e todo</p><p>homem, por ben igna concessão do Senhor, pode res­</p><p>gatar com esta moeda n ão só a própria alma, se­</p><p>não a i n da n dos outros.</p><p>3.• - Todo nto de Apostolado é uma coopera ção</p><p>à ob ra reden tora de Cristo. To davia esta redenção</p><p>culm i nou na cruz. "Quando eu for levantado da ter­</p><p>ra, atrairei tudo a mim", disse o R edentor, falando</p><p>do sacri flcio du Cruz. E assim se cumpriu. E assim</p><p>canta a Igreja : com a sua morte Ele devolveu a vida</p><p>a todos os homens.</p><p>Por conseguinte mais uni dos estaremos à obra</p><p>reden tora de Cristo, quando nos sacrificarmos pela</p><p>salvação dos almas.</p><p>Maria SS., Co-redentora do gênero humano, es­</p><p>tava junto de eristo ao ·pé dn Cruz : "Estava junto</p><p>à Cruz ele Jesus, !\far i a, sua !\fiie." Também nós ou­</p><p>tros seremos co-•·edentores quando, a exem plo de</p><p>Maria, permanecermos ao pé dn Cruz d e Jesus, com­</p><p>partilhando suas dores 'Para salvar as almas.</p><p>Possibilidade universal do sacrifício</p><p>Visto que a lei do sofrimento é u niversal, o Apos­</p><p>tolado do sofrimen to há de ser possivel a lo dos.</p><p>Quem não padece algo? E quem não pode oferecer</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DO SACRIF:tCIO 59</p><p>algum sacri fício em expiação de seus pecados e pela</p><p>sa lvação dos o u tros '?</p><p>Quando algum dos outros apostolados se nos torna</p><p>impossível , sempre nos será posslvel o Apostolado</p><p>du dor. O q u e estú e n fe rmo não pode tl'3balhar nem</p><p>falar, até a mesma ot•açüo se lhe torna penosa; con­</p><p>t u do sofre c nu dor tem uma fonte incxaurivel de</p><p>mc1·ec imentos para si e para os dem a i s ; fonte tanto</p><p>mais copiosa, quanto maiores o s so fl'imentos. O po­</p><p>d er esp iritua l do sofrimento aumenta à medida que</p><p>m inguam as forças materiais, de mo do que o pacien­</p><p>te pode apropriar-se das palavras de S. Paulo A pós­</p><p>tolo : "E ntão é que sou mais forte, quando estou</p><p>m a i s fraco."</p><p>E\·a Lm·alliere, célebre estrela do teatro parisien­</p><p>se, converteu-se para se fazer missionária enfermei­</p><p>ra na África ; lc\'e contudo que abandonar o campo</p><p>de seu apostolado, por se ver acometida de uma</p><p>doc n ç.n i n curável . Ao despedi r-se do 1\lom;. Lem ailre,</p><p>Arceb ispo de Cartago, d isse : "Vim à Africa para ser­</p><p>vir os outros ; agora sou eu quem necessito o auxí­</p><p>lio d eles. Tornei-me um ser inútil pnrn as Missões."</p><p>"Não diga tal - respondeu com gravidade o Sr.</p><p>Arc ebispo; - muito ao in vés, sua obra m issionária</p><p>não lci'm i n o u, apenas vai começar. Sua vida será</p><p>uma dor con tinuada, mas não desanime; assim a</p><p>Sra. realizará dn maneira mais subl ime o ideal mis­</p><p>sion!ii'Ío. Será uma hóstia viva e po derá do leito,</p><p>transformado em al tar, oferecer-se como vítima pela</p><p>eo n \'!�rsão do m u n do muçulmano.''</p><p>l nspirurrdo-sc no conceito da fecu n didade apos­</p><p>tólica da dor, a União Missionária do Clero estabe­</p><p>leceu para cada ano , por ocasião da festa de Pen­</p><p>tecostes, a Campanha do Sofrimento em prol das</p><p>Missões. Os promotores desta prática d everiam de</p><p>ler pensado nas pulavras de S. Bcrnaclete Soubirous,</p><p>a vidente de Lourde s ; acometida de grave doença</p><p>que a inabilitou para to do trnballto, respondia aos</p><p>que lhe pergun tavam o que fazia no convento : "Fa­</p><p>ço de enferma.''</p><p>:-.lobillssimo oficio, alta missão de Apostolado I</p><p>Pois a enfermidade oferecida a Deus transforma-se</p><p>em poderoso in strumento de salvação.</p><p>Só no Paraíso poderemos compreen der quan to</p><p>bem fizeram nossos missionários</p><p>,</p><p>e qu_antas almas</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>60 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>salvaram em virtude dos padecimentos dos en fer­</p><p>mos, os quais siío os mais eficazes colaboradores de</p><p>Cristo, porque estão mais perto da Cruz.</p><p>4 .• - Escr.eveu alguém que a dor é a maior forço</p><p>moral do mun do, sentença que perfilhamos plena­</p><p>men te; todavia temos de lamentar <}Ue p ara muitos</p><p>esta força seja completamen te desconhecida</p><p>e esté­</p><p>ril.</p><p>As nossas montanhas são rcgadas de águas limpís­</p><p>simas que corr·cm das altur·as para os vales. Con du­</p><p>zidas por canai s , mercê da i n dústria do homem, es­</p><p>tas águas movem poderosas turbinas que geram</p><p>enorme qua n t idade de força elétrica ; esta, transpor­</p><p>tada às cidades e centros indus triais, presta servi­</p><p>ços incontáveis n humani dade.</p><p>Ora, toda a terra está banhada e irrigada de tor­</p><p>rentes de lágrimas. Quanta força não poderia brotar</p><p>destas fon tes ! Quantos beneficios pam o mun do es­</p><p>p iritual !</p><p>Mas, talqualmenle a maior parte das águas da</p><p>montanha descem até às planlcies sem ser util izadas,</p><p>também lágrimas sem conta derramam-se debalde.</p><p>Quan tas energias perdidas para a eternidade !</p><p>Conclusão</p><p>Antes de terminar, vol\•amos os peRsamenlos a Li­</p><p>sieux, à cela de Santa Teresinhn, cuja vida foi toda</p><p>um Apostolado d e oração e de sofrimentos.</p><p>Sun irmã Celina comunicara-lhe a dolorosa no ti­</p><p>cia da grave en ferm idade do pai. Com o coração</p><p>tran si do de dor, m as com os olhos serenos de quem</p><p>tudo contempla à luz da fé, responde a San ta : "Ce­</p><p>l i na, lo nge de lamentar-nos por ·esta cruz que o Se­</p><p>nhor nos e n via, não posso com preender o amor in­</p><p>fin ito que o levou a tratar-nos assim. l\luito há de</p><p>amar o Senhor a nosso bom pni , visto q u e o sujei­</p><p>ta a tal provação. E que delfcias ser humilhado com</p><p>Ele ! A nossa provação é uma mina de ouro que Le­</p><p>mos de explorar."</p><p>Desses m i nérios, quantos não já o Senhor nos</p><p>preparou ! Nossa vida de cada dia está juncada de</p><p>dor, de mortificação, de sacri fício, e podemos ofe­</p><p>recê-los não só com resignação, mas até com alegria,</p><p>como n humilde earmelita de Lisieux. Não deixe-</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>. 0 APOSTOLADO DO SACRIFÍCIO S1</p><p>mos cair em terra os preciosíssimos grãozinhos des·</p><p>te ouro que o Senhor recebe em suas mãos como sa­</p><p>tisfação de nossas dívi das.</p><p>Contudo não apenas para satisfazer as nossas di·</p><p>vi das pessoais, senão também as de nossos irmãos.</p><p>Devemos tornar-nos apóstolos do Sacrifício, de mo­</p><p>do especial como sócios da Ação Católica.</p><p>Santa Ter.esinha ensina-nos também este dever,</p><p>quando termina a carta a sua irmã com esta reco­</p><p>mendação : "Ofereçamos nossos sacrifícios a Jesus</p><p>p ela salvação das almas."</p><p>O convite d irige-se a nós. Aceitemo-lo como lema</p><p>de nossa vida.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DA FAMfLIA</p><p>No apostolado da Ação Católica ocupa lugar de re­</p><p>levo o da Família, o Aposlol .l do pela recristian iza­</p><p>ção dos lares.</p><p>Devemos todos trabalhar por que Cristo reine n a</p><p>Fam l1 ia, e é natw·al que esta obra comece p el a nossa</p><p>p rópria famHia ; a isto estamos obrigados pela Ca­</p><p>ridade.</p><p>E' em S. Paulo que encontramos a seguinte frase</p><p>que nos muito faz refleti r : "Se a lguém nüo cu i ri a dos</p><p>seus, e p articularmen te dos de sua casa, renegou a</p><p>fé e é p ior do que um i n fiel." E aqu i n ão fala o</p><p>apóstolo só do cuida do material, mas também do es­</p><p>p i ri tual.</p><p>Portanto devemos interessar-nos por aqueles de</p><p>n ossos próximos que mais perto estão de nós : que</p><p>vh•em debaixo de um mesmo teto conosco , se sen­</p><p>tam à mesma mesa e estão un i dos a nós p elos víncu­</p><p>los do sangue e a quem chamamos nossos parentes.</p><p>Disto todos estão convencidos. Como, porém,</p><p>exercer o apostolado fmniliar em favor de nossa Fa­</p><p>mllia?</p><p>Pela palavra e p ela ação : por meio das orações</p><p>feitas em favor dos que nos são chegados, por meio</p><p>de caridosns exortações e, finalmente, pelo exemplo</p><p>das virtu des cristãs.</p><p>Oração</p><p>Quem n ão terá em casa, ou en tre os seus paren­</p><p>tes, algum enfermo de al ma, algum que vive no aban­</p><p>dono, ou descuidando dos seus deveres religiosos?</p><p>E' m ister curi1-lo, buscar-lhe um médico que o</p><p>aten da em sun enfermidade. E que outro médico</p><p>mais sábio e poderoso senão Jesus?</p><p>Talvez .em nossa casn, ou sejn en tre os membros de</p><p>nossa famil ia, con tamos com algum que perdeu a</p><p>vida sobrenatural, que não p ratica a religi ão. Feliz­</p><p>m en te Cristo é um Médico singular que nüo apenas</p><p>sabe cur·ar os en fermos, mas também ressuscitar os</p><p>mortos. In voquemo-Lo como a Irmã de Lázaro e su-</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DA FAMlLIA 63</p><p>pliqucmos-Lhe que devolva o vida àquele o quem</p><p>amamos.</p><p>E' certo que ressuscitar umo alma (! mais difícil</p><p>do que ressusci tar um corpo, pois a alma que é li­</p><p>vre pode opor resistência à ob ra divina. Por isso as</p><p>ressurreições espi r i tu a is quase nunca são repen t in as,</p><p>instan tâneas, como n ressurreição dos corpos. E por</p><p>isso é indispensável que a nossa oração seja perse­</p><p>vera n t e ; uma vez que persC\'erarmos, ob teremos o</p><p>vitória , porquanto nada é lmposshcl o Deus.</p><p>Quan tas lâgrimas c preces não custou a Môn ica n</p><p>conversão de S. Agostinho ! "Chorava ela - assim</p><p>nos con t a o próprio filho - mais do que as outras</p><p>m iics choram a morte corporal de seus filhos, e suas</p><p>ló.grimns corriam até n terru; depois orava." Um dia</p><p>a Santa apr-esentou-se ao Sr. Bispo, homem douto</p><p>e san to, para lhe rogar que chamasse Agostinho e</p><p>pi'Ocurnssc a p a 1·hi-lo dos cami nhos maus que anda­</p><p>va. l\las ele respondeu-lhe : "Deixe-o e encomende·o</p><p>o Deus, pois não pode acontecer que pereça um filho</p><p>de tantas lágrimas."</p><p>Palavras p roféticas. As lágrimas e orações de Mô­</p><p>n ic a deram à Igrej a um Santo e um Mestre un iversal.</p><p>A exortação</p><p>Mas não basta falar a Deus na ornçiio ; é preciso</p><p>falar tombém com aquele por quem oramos . E esta</p><p>é a segunda poderosa arma do Apostolado familiar :</p><p>a exo rtação. Em se tratan do dos membros da faml­</p><p>lia, o emprego deste meio é mais fácil e eficaz.</p><p>l\lais fáci l ; pois quantos ensejos não se apresen­</p><p>tam na vida familiar para dizer uma boa p alavra ,</p><p>em tempo propicio, quando os corações estão mais</p><p>dispostos para receber a boa semente !</p><p>Mais eficaz; porquanto fala a voz do coração e do</p><p>sangue. Como resist ir a ela? Como suspeitar intui­</p><p>tos in teresseiros nn voz do coração?</p><p>Não contava ai n da S. Tomás de Aquino vinte</p><p>anos d e i da de, quan do seus irmãos e parentes</p><p>o encarceraram no castelo de Rocasseca por ter ves­</p><p>tido o hábito de S. Domi ngos . O pai teneionnva</p><p>fazer dele um glorioso cavaleiro de império e um</p><p>poderoso abade de Montecassino, jamais, porém, um</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>64 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>f1·nde men dicante. Para o demo\•er de seu propósi­</p><p>to, lançaram mão de violências e até das m ais ver­</p><p>gonhosas tramas contra a castidade do jo,·em. Tudo</p><p>em vão. Recorrem e n tão à lei do sangue. O que não</p><p>pu deram logi'ai' a violên cia c a sedução, consegui­</p><p>ria o amor das irmãs, que se puseram a dissuadir seu</p><p>irmão com argum entos humanos. Mas, por fim, fo­</p><p>ram elas ven cidas, pois Tomás falou-lhes com tal</p><p>convicção da vaidade do mun do, da beleza da vida</p><p>religiosa, das recompensas eternas, que uma das</p><p>irmãs se fez monja beneditina, e a segun du viveu</p><p>piedosamente no século, acom panhando com suas</p><p>oraçücs ao irmão em sua ascen são às alturas da ciên­</p><p>cia c da san tidade.</p><p>Eis o fruto do Apostolado fam iliar.</p><p>Tais frutos encontramos no próprio Evangelho.</p><p>Pedro, o primeiro Papa, JJOr quem foi conquistado</p><p>para Jesus ? Por seu irmão A n dré.</p><p>Exemplo</p><p>En tretan to, neste Apostolado familiar, como em</p><p>qualquer outro, convém sempre pôr de acordo as</p><p>palavras com as obras ; quer isto d izer que a exor­</p><p>tação irá acompanh ada do e xemplo da virtud�. espe­</p><p>cialmenle daquelas q u e são o adorno da vi d a fam i­</p><p>liar : a caridade gen erosa, o espírito de sacrifício, a</p><p>paciência.</p><p>"To d a lirvore boa produz frutos bons." Se, pois, a</p><p>religião de Cristo é uma á rvore boa, como andamos</p><p>a p r.egar, mos tremo-lo p elos frutos das bons obras;</p><p>esta demonstração de fato, esta apologia, esta lição</p><p>con ti nu a do exemplo, operará maravilhosas conver­</p><p>sões no san tuário doméstico.</p><p>Célebre Lornou-se a conversão de Clodoveu, Rei</p><p>de França, pagão casado com uma nobre crislã, S.</p><p>Clot il de. Uniu-se esta àquele pagão com o único</p><p>desejo de faz.cr cristão</p><p>o marido e com ele a. nação</p><p>gaulesa. Como i;Oncretizar este plano tão audaz '? Fa­</p><p>lnndo a Deus sobre o ma ri do e d ando a co nhecer a</p><p>este, nos colôquios intimas, a beleza da religião de</p><p>Cristo. O Rei, todavia, não parecia a dmirar-se nem</p><p>comover-se. E depois que Clotilde lhe narrou a Pai­</p><p>xão e morte do Redento r, o Rei, que só acreditava</p><p>no dominio da força bruta, empinou-se qual c avalo</p><p>de en contro a um obstáculo no caminho : um Deus</p><p>preso, morlo e ve ncido, jamais seria seu Deus.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DA FAMíLIA 85</p><p>Nada obstante, no ân imo rude e conquistador do</p><p>Soberano vai operando uma mudança silenciosa a</p><p>v irtude lia esposa, particularmente sua terna bran­</p><p>dura e inalterável paciência. Deve ser um Deus ex­</p><p>traordi nário o que produz semelllant�s p rodígios de</p><p>virtude; um Deus maior do que os que adoram os</p><p>pagãos, pois qual das damas de palácio é igua l a</p><p>sua esposa ? Aos poucos se vai insi nuando no cora­</p><p>ção do Monarc a uma ce1·ta simpatia pelo Deus de</p><p>Cloti lde ; num belo dia de renhida b atalha, Clodoveu</p><p>orou assim : "O' Deus de C loti l de, se m e deres a vi­</p><p>tória, eu me darei a t i ." Venceu e deu-se a Cristo.</p><p>Na festa do Natal d e 496, antes de derramar S.</p><p>Rem ígio a água batismal sobre a cabeça do feroz</p><p>Monarca, lhe disse : "Inclina a cab eça; queima o que</p><p>adoraste e adora o que queimaste." A nação dos gau­</p><p>leses seguiu o exemplo do rei e tornou-se a filha pri­</p><p>mogénita da Igreja.</p><p>Exemplo marav ilhoso do Apostolado fam i l iar,</p><p>exercido pelo exemplo, pela oração e udmoestação.</p><p>Conclusão</p><p>:Mandaram um dia Marta e Maria dizer ao Senhor</p><p>que o irmão delas, Lúznro, a quem Ele amava, estava</p><p>doente. Jesus, contudo, chegou a Betânia, quan do</p><p>Lázaro já estava morto. Ao ver o Salvador, 1\larla</p><p>disse choran do : "Senhor, se estiveras oqui, meu ir­</p><p>mão não morrera." Respondeu-lhe o Senhor simples­</p><p>mente : "Teu irmão ressusci tará. Eu sou a ressu rrei­</p><p>ção e a Yida." E no mesmo dia o comp1·ovou pelos</p><p>fatos : à ordem do Salvador, o morto saiu da sepul­</p><p>tura.</p><p>No caso de cair enfermo algum membro de nossa</p><p>fam l lia, im itamos o exemplo das irmãs de Detãnia,</p><p>oramos, chamamos a Jesus em nosso auxilio. Faze­</p><p>mos, porém, outro tan to, quando se trata de e n fer­</p><p>m i dade espiri tual ?</p><p>Jesus é a ressurre ição e a vida n ão só do corpo,</p><p>mas também da alma. Já o invocamos alguma v ez</p><p>como Méd ico dos que padecem em espírito ?</p><p>Q u e fizemos até hoje nós outros, dedicados ao</p><p>Apostolado, pela salvação dos que nos estão un idos</p><p>pelos vínculos do sangue?</p><p>Impõe-se um sério exame de consciência, uma re­</p><p>tificação em nosso procedimen to.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DO MEIO AMBIENTE</p><p>Introdução</p><p>Quando se d iz aos leigos que hão de praticar o</p><p>Aposto la do, algu n s assustam-se porque dele formam</p><p>um conce i to exagerado. Imaginam que para ser</p><p>a póstolo se requer a atividade prodigiosa de um S.</p><p>Paulo, a eloquência de um Crisóstomo, a sab edoria</p><p>de um Agostinho, o amor abrasado de um S. Fran­</p><p>cisco de Assis, a graça milagrosa de um Dom Bosco.</p><p>E dai in ferem lôgicmnente a seguinte con clusão :</p><p>coisa nobre e su blime ê o Apostolado , mas não paro</p><p>nós que carecemos de cnpncidnde e de tempo.</p><p>Esta conclusão é um erro perigosfssimo, '<isto</p><p>como o Apostolado é um dever que a todos incumbe</p><p>c igualm ente está no alcance de todos. Existem , é</p><p>vcrdnd�. formos de Apostolado que não são possíveis</p><p>a todos; mas ou tras hó. que todos podem exercer e</p><p>desenvolver, corno o A postolado no seio da familia</p><p>do qunl acabamos de fnlm·, bem como o Apostolado</p><p>do meio ambiente, do quol vamos trator, consideran­</p><p>do :</p><p>a) em que ele consiste,</p><p>b) como é fácil c eficiente,</p><p>c) por que meios se pode exercitar.</p><p>Em que consiste</p><p>Vivemos em c ontato não apenas com os nossos</p><p>parentes, senão tambúm com muitas outras pessoas,</p><p>com as quais estornos relacionados em razão de nos­</p><p>sa profissão , ocupações, interesses, etc.</p><p>Nisso, o Apostolado do m eio ambiente consiste em</p><p>fazer bem àquelas almas com que temos de con­</p><p>viver e que se en con tram nas mesmas condições de</p><p>vida ou de ocupação.</p><p>E' o Apostolado do operitrio pelo operário, do pro­</p><p>fissional pelo colega, do estudante pelo con discípulo,</p><p>da mãe de família em favor de outras mães.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DO MEIO AMBIENTE 87</p><p>E' ai nda o Apostolado que com maior insistência</p><p>recomendou o Papa aos membros da Ação Católica :</p><p>é o "ponto vital", como ele o chama. Lemos com efei­</p><p>to na cnciclica Quadragesimo Anno : "Os primeiros</p><p>imediatos apóstolos dos operários são os o perários ;</p><p>os apóstolos dos industriais e comercillrios serão os</p><p>industriais e comerciários."</p><p>Todo membro du Ação Católica, hom em, mulher,</p><p>os jovens c as senhorinhas, devem, portanto, ser mis·</p><p>sionários conquistadores de almas; a conquista far­</p><p>se-á, an tes de mais nada, no meio em que se desen­</p><p>rola nosso v iver.</p><p>Como se explica a rápi da difusüo do cr·istianismo</p><p>no meio das n ações pagõ.s? Fator importantíssimo</p><p>desta rápi d a exp ansão foi incontestàvclmente o Apos·</p><p>tolado do meio ambiente, exercido pelos primeiros</p><p>fiéis, animados ainda de zelo incon ti do de conquisto.</p><p>Onde quer que houvesse um crisliio se formavam co­</p><p>munidades de cristãos, seja na pnlhoçn do pobre,</p><p>seja no pnlúcio de César, nn loja do comerciante,</p><p>na residê ncia do magistrado, sob a lenda do soldado.</p><p>Em v ista disso jú no segundo século podia Ter­</p><p>tuliano dizer : "Somos de ontem e já tudo tomamos :</p><p>cidades c aldeias, teatros e palácios, o sen ado e o</p><p>foro; apenas os templos dos deuses vos deixamos."</p><p>Tomando .em consideração que a Igreja, que esta­</p><p>vn, entiio, encarcerada, não linha templos onde os</p><p>fiéis se pudessem reunir, melhor se compreenderá o</p><p>milagroso daquela d ifusão, pois convém não esque­</p><p>cer que os cl'istüos cl uquclcs tempos e ram todos</p><p>np6stolos.</p><p>Apostolado fácil e eficaz</p><p>Que requer? Grande amor a Deus c no próximo. E'</p><p>quanto basta.</p><p>Um corpo cálido comunica seu calor a quanto se</p><p>põe em contato com ele; de igual maneira a alma</p><p>do apóstolo, abrasada pelo amor de Deus, irradia</p><p>espontãnenmente luz e calor em seu redor e ilumi­</p><p>na a quan tos estõ.o n seu lado.</p><p>E se até ugora não nos preocupamos com as al­</p><p>mas que estão a n osso lado, deitemos n culpa · ao</p><p>nosso descuido e à nossa negligência.</p><p>No dia seguinte de sua conversão S. Agostinho</p><p>deixou a cátedra de Retórica em Milão c retirou-se</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>88 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>à soli dão de Cnsíaco .em companhia de alguns ami­</p><p>gos não cristãos ainda. E ali, naquela solidão, se</p><p>deu ao estudo, à oração e ao apostolado. A chama</p><p>que abrasava o coração de Agostinho queria i n fla­</p><p>má-lo todo. Um dia chegará a ser tão poderosa que</p><p>in flame o mundo inteiro. Mas c)(!, entretanto, quer</p><p>abrasar o coração de seus amigos que vivem com</p><p>ele na solidão : Alipio, Nebr1dio e Verecundo, os</p><p>quais, enfim, se fazem cris tãos.</p><p>Exemplo admirável do a postolado de um simples</p><p>leigo no meio ambi ente.</p><p>Em verdade, esta form a de apostolado é possível</p><p>a lodos, sempre e em toda ·parte.</p><p>a) Possível a todos</p><p>Quem não pode dizer uma boa palavra ao ami­</p><p>go, ao companheiro? Quem não pode aconselha-lo ou</p><p>apartá-lo de um cami nho perigoso ? Requerer-se-â</p><p>para isto ler estudado mui to ou ser mui eloquente'l</p><p>{J ) E' possl vel sempre</p><p>O sacerdote prega, ordinàriamen te, nos dias de</p><p>festa ; nós outros p o demos fazê-lo a todo momento e</p><p>com aqueles que não vão :\ igreja e que, por isto mes­</p><p>mo, têm mais necessidade de escutar a verdad e.</p><p>c) Possível em toda parte</p><p>O sacerdo te não pode entrar em certos meios on­</p><p>de mais se requer sua ação ben éfico. Os l eigos, em</p><p>raziio mesmo de sua profissão, encontram-se disse­</p><p>m ina dos em todos os lugares e ali podem irradiar a</p><p>luz de seu cristianismo : no campo, n a oficina, n a</p><p>u niversidade e no colégio, nas ruas c n a s praças.</p><p>d) Eficaz</p><p>::\fuitos há que desconfiam do sacerdote por tê-lo</p><p>em conta</p><p>de pessoa in teresseira. Outros lhe têm an­</p><p>tipatia ou alimentam con t ra ele preconceitos sem</p><p>fu n damento.</p><p>O mesmo não se ·dú com o leigo, companheiro</p><p>de escola ou de trabalho . O apóstolo do próprio meio</p><p>é m elhor compreendido, porque compreende melhor</p><p>as situações.</p><p>Desde criança e antes de en trar no semin ário foi</p><p>Dom Dosco um apóstolo eficaz em seu meio infan­</p><p>til. Para poder fazer-lhes o bem, aprov-eitou suas</p><p>quali dades de saltimbanco, associava-se aos meninos,</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DO MEIO AMBIENTE 69</p><p>distraia-os e terminava a diversão com algum ser­</p><p>mãozinha ou {:Om alguma oração. Nos dias festivos o</p><p>espetáculo terminava com convid:í-los à igr.eja pa­</p><p>ra assistir ao catecismo ou aos ofícios religiosos. E</p><p>os espectadores seguiam-no em massa.</p><p>Hm·eria logrado tan Lo o sacerdote ?</p><p>Meios de exercer este apostolado</p><p>Como para o apostolado familiar, também para</p><p>este a arma mais poderosa é a palavra : rezar a Deus</p><p>e logo exortar os i n teressados.</p><p>Pois a palavra hh de ser precedida pelo exemplo</p><p>c acompanhada da caridade. Bom exemplo e cari­</p><p>dade são como os dois braços de uma tenaz que</p><p>prende as almas e as eleva até Deus.</p><p>Antes de mais nada o bom exemplo. Sabido é de</p><p>todos que o Pc. Gcmelli, fun dador e reitor da Uni­</p><p>versidade do Sagrado Coração , foi em sua mo­</p><p>cidade um deci dido comun ista. Quem o ganhou para</p><p>Deus foi o prof.essor Vice Necchi, hoje Ser-vo de</p><p>Deus, c seu companheiro, primeiramente, na univer­</p><p>sidade de Medicina em Pavia, depois no hospital mi­</p><p>li tar de S. Ambrósio em Milão, situado no próprio</p><p>lugar que hoje ocu1>a a Un ivcrsidade do Sagrado Co­</p><p>ração.</p><p>A quem se deve a conversão do atual Reitor</p><p>Magn ífico ? Por certo, que os primeiros germes se</p><p>dcvcr·am à vida edificantc de seu amigo Neccbi, pois</p><p>Gcmclli duvidava dn sin cerid a de dos sacerdotes. Vi­</p><p>vendo em companhia de Nccchi, católico militante e</p><p>fervor·oso, quis da1·-se conta de toda a sua vi da. Uma</p><p>tarde, ele disse : "Necchi, amanhã ao leva ntar-te,</p><p>chama-me, quero saber o que é que fazes."</p><p>"Com muito �oslo", replicou-lhe N'ccchi.</p><p>E na manhã seguinte entravam ambos na capela</p><p>c Gcmelli ficou à porta observando aten tamente seu</p><p>companheiro. O sacerdote celebrava a santa mi ssa ;</p><p>:"t hora da Comunhüo vh1 como se chegavam à m esa</p><p>eucarís tica as religiosas, os solda dos c seu amigo</p><p>Necchi.</p><p>Ao terminar a missa , Gcmelli saiu com seu ami­</p><p>go afetan do frieza e i ndiferença, embora, na reali­</p><p>da de, estivesse p rofun damente comovi do. Ao dia se­</p><p>guinte fez o mesmo e, pouco a pouco, as exortações</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>ro FORMAÇAO PARA O APOSTOLADO</p><p>de Vico, fecundadas pela graça de Deus, penetra­</p><p>vam no coração do conturbado companheiro e o</p><p>ganharam parn Deus.</p><p>Aqui um fruto no tóvel do apostolado do meio, do</p><p>companheiro para o companheiro. E este apostolado</p><p>não começou com a palavra senão com o ex emplo.</p><p>Outra arma eficacíssima do apostolado é a carida­</p><p>de, exercida para com aquele que quer converter-se</p><p>para Deus.</p><p>Volvamos a Dom Bosco. Quando a in da era Iei­</p><p>Jõ(o e estudava em Chi·m·i , teve por companheiro um</p><p>hebrcu e propôs-se a con vertê-lo. Empresa difícil ! O</p><p>companheiro tinha necessidade de quem o ajudasse</p><p>nos estudos e Bosco , que era o primeiro da classe,</p><p>prontificou-se a lhe ajudar. Assim o ganhoQ pnra</p><p>Deus, e, en fim, teve o consolo de vê-lo receber o ba­</p><p>tismo. Comecemos por ga nhar os corações com a</p><p>caridade c mais fàcilme nte iluminaremos as in teli­</p><p>gências pm·a a verdade.</p><p>Conclusão</p><p>A primeira vez que S. Paulo pregou aos pagãos</p><p>em Ccsareia, disse, fala n do do Salvador : "Passou a</p><p>fazer o b em e curan do a todos os que estavam pos­</p><p>suldos do demônio."</p><p>Pois hem, quem siio os possuldos do demônio ?</p><p>Não somen te os endemoninhados, senão os que</p><p>niio têm a fé e n ão prat icam a religião ; pecadores</p><p>que, tendo perd i do a filiação divina, calram debaixo</p><p>da escravidão tio demôn io.</p><p>Também nós ou tros devemos .passar pelo mundo,</p><p>cura ndo a todos c fazen do-lhes o bem,- como Cristo,</p><p>no menos a alguns dos muitos oprimidos pelo de­</p><p>m ô n io que encontramos e m nossa vida d iária. Só</p><p>assim seremos imitadores d e Cristo c verdadeiros</p><p>membros da Ação Católica, que é Apostolado e con­</p><p>quista de almas para Deus.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO CATEQUÉTICO</p><p>Introdução</p><p>Em um r.ccen lc documento pontifício sobre o ca­</p><p>tecismo algo há que visa diretamente a Ação Ca tó­</p><p>lica e que nos importa conhecer. O decre to Provido</p><p>sane, de 1 2 de Jane iro de 1 935, depois de convidar</p><p>os Bispos e os Párocos a preparar idôneos catequis­</p><p>tas, acrescenta : "Entre os catequistas haverão de</p><p>distinguir-se os mem bros da Ação Católica, os quais</p><p>jú fizeram muito n este cam po c nalgum as de suas</p><p>organizações com zelo que é muito de louvar ; esta­</p><p>beleceram nos programas anuais aulas de catecismo,</p><p>em que Lodos d evem participar."</p><p>l':ão é este o primeiro convite que a Cátedra d e</p><p>Roma dirige aos membros da Ação Católica a par­</p><p>ticiparem do apostolado do catecismo. Queremos de­</p><p>monstrar como se pode participar do apostolado</p><p>catequético com o exemplo e a palavra; e falaremos</p><p>logo de sua excelência e da recompensa que lhe es­</p><p>tá assinalada.</p><p>Apostolado catequético do exemplo</p><p>O apostolado catequético consiste em trabalhar pa­</p><p>ra que o povo seja instruido nus verdades princi­</p><p>pais da rel igiüo .</p><p>Pois bem, esta obra pode-se levar a efeito de mui­</p><p>tos modos : com a palavra, com os auxilias materiais</p><p>c com o exemplo.</p><p>O exem plo é meio eficacíssimo segundo o conhe­</p><p>cido adágio dos antigos : Os exemplos arrastam. E os</p><p>membros da Ação Católica têm de frequentar o ca­</p><p>tecismo paroquial por várias razões :</p><p>1 ." Para instruir-se na religião, dever primordial</p><p>do cris tão. Fomos criados ·pura conhecer,</p><p>amar e servir a Deus, e não podemos nm á-Lo</p><p>nem servi-Lo, se O niio conhecemos.</p><p>2.• Para preparar-nos a in struir os demais. O pro­</p><p>grama da Ação Católica é : Instruir-se para</p><p>i n struir os outros, esclarecer-se para esclare­</p><p>cer os demais.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>72 FORMAÇAO PARA O APOSTOLADO</p><p>3.• Para dar bom exemplo. O apostolado do</p><p>exemplo, portan to, é o mais fácil, também o</p><p>mais eficaz c possível a todos ; é um dever es­</p><p>pecial dos sócios da Açiio Católica que se</p><p>con sagram no apostolado.</p><p>Fal a ndo o Papa Pio XI às associações católicas de</p><p>uma paróquia de Roma, d izia-l hes : "Recomenda­</p><p>mos ins tantemcnte a todas as associações católicas,</p><p>masculinas e fem ininas, que assistam ao catecismo</p><p>n a paróquia -e njudem ao Clero no cumprimento</p><p>deste m in istério que a todo católico há de parecer</p><p>como o mnis santo e n ecessário . "</p><p>E�;ta recomen dação do Pont l fice dirige-se a todas</p><p>as nssociuções de Ação Católicn.</p><p>Apostolado catequético da palavra</p><p>Dissemos q ue os membros da Ação Católica de­</p><p>,·em instruir-se para instruir. De que modo se i ns­</p><p>tm irão ?</p><p>Há um modo s i m ples ao nlca ncc de todos : a con­</p><p>versação que oferece mil ocasiões para expor algu­</p><p>ma verdade da rel igião, dcsfazca· ulguns erros, res­</p><p>ponder ús objeções mais comuns contra a re ligião.</p><p>E este é um apostolado magnlfico, in dividual, oca­</p><p>sional.</p><p>Os leigos t��m m nis oportunidade que os sacerdotes</p><p>para exercê-lo.</p><p>Além d isto , como quer o Pa pa, os membros das</p><p>associações da Ação Catól ica hiio de aju dar o Clero</p><p>no ensino do cateci sm o e a rnzõo é evid en te : A Ação</p><p>Católica é a participação no apostolado da Jerarquia,</p><p>ou seja u colabomçiio com o Clero em todas as obras</p><p>do ministério sacerdotal ; e este do instrução cate­</p><p>quét ica ocupa um lugar i mporlonte na lohtJto do</p><p>sacerdote. Nosso Senhor deu nus :tJlÓslolos o mon­</p><p>clato especial : "I de c ensi nai n t odos as nações, ba­</p><p>tizan do-as em nome do Padre , c do Filho, e do Es­</p><p>plrilo Santo. " O primeiro é, pois, a instrução, logo</p><p>nm a distrilmiçiio da graça santificante.</p><p>Por isso, a pri ncipal preocupação da Igreja em</p><p>todos os tem pos fo i a instrução religioso dos fiéis.</p><p>E nesta excelsa missão a Igreja sempre se há</p><p>servido da eolahoroção dos leigos; serviram-se dela</p><p>os Apóstolos, os quais, apenas chegados a uma ci-</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO CATEQU:í!:TICO 73</p><p>dade, já encon travam um bom núcleo de judeus e de</p><p>pagãos instruidos nas verdades da fé pelos cristãos</p><p>leigos.</p><p>E este fato repete-se ainda hoje em dia nas terras</p><p>de missões. A Agência Fide.� refere como um vende­</p><p>dor ambulante de tortas de arroz na China, conver­</p><p>tido ao cristianismo, se fez fervoroso catequista, pre­</p><p>gador nômade da verdade religiosa. Como niio sabia</p><p>ler, pediu a um catequis ta que lhe ensinasse todo</p><p>o catecismo, aprendeu-o de cor, e logo, em razão</p><p>de seu m inistério, ia ns cidades para onde não po­</p><p>dia ir o mi ssionário, c com eçava a fazer conhecer</p><p>a religião, explicando as fórmulas do catecismo à</p><p>sua clientela, pois era muito populnr e simpát ico</p><p>por causa de seu caráter jovial e decid ido. Deste</p><p>modo aquele Yendedor ambulante chegou a ser um</p><p>gran de apóstolo da religião na China e converteu</p><p>il s centenas pagiios que foram depois batizados pelo</p><p>missionário.</p><p>Exemplo admirável de apostolado catequético,</p><p>exercido por um leigo.</p><p>Excelência do apostolado catequetico</p><p>O catequista é um perfeito i m i tador de Jesus Cris­</p><p>to c dos Apóstolos, os quais foram os primeiros ca­</p><p>tequistas. Ensinando as mesmas verdades que Cris­</p><p>to, o catequista coopera diretamente na ohra da re­</p><p>denção.</p><p>Ensina o ca tequ ista a ciência mais sublime que</p><p>tem por objeto a Deus mesmo; nenhuma ciência</p><p>pode com parar-se com a da religião, e essa está</p><p>condensad a nas breves páginas do catecismo.</p><p>Exaltan do Pio XI o l i V I'i nho do catecismo, diz que</p><p>é um compên dio admirável de todas as verdades</p><p>teológicas contidas na Suma de S. Tomás, de forma</p><p>que se pode dizer que o catecismo é o livro mais</p><p>no tável d e todos o s escritos no mundo.</p><p>O catequista ensina a ciência mais necessária, que</p><p>dá solução a todos os problemas da vi da, forma as</p><p>almas na virtude e ensina o caminho do céu.</p><p>Bem conhecida é a obra de Diderot, célebre filó­</p><p>sofo incrédulo, que ensi nava o catecismo a seu filh i­</p><p>nho. Surpreendi do, um dia, nesse oficio por um</p><p>am igo que se mostrou maravilhado disso, respondeu-</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>74 FORMAÇAO PARA O APOSTOLADO</p><p>lhe : "Que quereis? A m i m importa sobremaneira</p><p>educar bem meu filho e para isso não se pode en­</p><p>contrar lhTo melhor do que este, o ca tecismo."</p><p>Não há, pois, por que mnrn\•ilhnr-se, se homens</p><p>notáveis na ciênc ia não se desdenhavam de ensinar</p><p>o catecismo nos meni nos. Por exemplo, Alexandre</p><p>Volta, inventor da pilha elétrica, que nos domingos</p><p>se retirava á igreja paroquial de Pavio a ensinar o</p><p>catecismo i1s cri anças ; S. Francisco de Sales, eran­</p><p>d e douto1· da Igreja, que nos domi ngos ia it sun i:.trc­</p><p>ja cat edral a ensi nar aos men i nos as verdades d a</p><p>religião.</p><p>Concluslío</p><p>Mas sobre todas estas razões está a da recompen­</p><p>sa que espera aos que ensi nam aos demais o cami­</p><p>nho da justiça. "Aquele que ensinar será ti do como</p><p>gra n de no reino dos céus", diz-nos o Salvador. E es­</p><p>tas palavJ·as dirigem-se também ao humilde cate­</p><p>quista; ele também terá parte na mais esplêndida re­</p><p>compensa que o Senhor tem aparelhudo para todos</p><p>os mensageiros do Evangelho : para os Apóstolos, os</p><p>Doutores , os Missionários e o.o; prega dores. Oxala</p><p>muitos de ''Ós outros sejam cor·oaclos com cslo on­</p><p>réolu.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO PASCOAL</p><p>lntroduçllo</p><p>Recordemos a parábola do banquete nupcial que</p><p>ma.ndou preparar o filho do rei : "Mandou aos servos</p><p>que chamassem os convidados, pois muitos deles</p><p>escusavem-se porque Linham que ir uns a seus ne­</p><p>gócios, outros a suas fa;r.endas."</p><p>Este banquete nupcial é o �ímholo da Eucari stia.</p><p>O Rei divino convida lodos os sti dilos, especial­</p><p>mente neste tempo em que urge o preceito da Co­</p><p>munhão pascal. Pois muitos declinam o convite.</p><p>E quais são os servos que envi a n chamar· os con­</p><p>v i dados'} Os sacerdotes assim como os leigos. A to­</p><p>dos lhes diz : "Ide às encruzilhadt�s c convidai a</p><p>quantos encon trardes ao banquete das núpcias."</p><p>O s leigos hão de tornar-se arautos do rei, mas de</p><p>maneira especial os m il i tan tes da Ação Católica, que</p><p>süo os colaboradores do Clero.</p><p>E Jesus Cristo mesmo é quem nos recomen da este</p><p>apostolado p ascoal, ou seja a propaga n d a para tra­</p><p>zer n to dos eles o convite da Eucat·islia.</p><p>Pretendo ind icar agora a necessidade deste apos­</p><p>tolado c os meios de exercê-lo.</p><p>Necessidade</p><p>Entre nós noventa e nove por cento são católicos,</p><p>mas q uantos destes cumprem o prece i to da Igreja '}</p><p>E quantos que não cumprem este mandamento cha·</p><p>mom-se ·católicos?</p><p>Costumava dizer o Cardeal Maffi : "Eu -conto os</p><p>católicos n a igreja." E tinhu razão, pois não husla o</p><p>batismo para entrar no céu, requer-se, além disto,</p><p>para os adultos a S. Comunhão.</p><p>E esta não c op i nião dos teólogos, senão vontade</p><p>expressa de Cri sto, que diz : "Se não comerd es a Car­</p><p>ne do Filho do Homem e não bcberdes o seu San­</p><p>gue, não tereis a vida em vós. Aquele que come a</p><p>minha Carne c b ebe o meu Sangue, terá a vida eter­</p><p>no."</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>76 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>Vemos hoje que muitos católicos ou pseudocatóli­</p><p>cos , mormente nas g1·andes ci dades, não cumprem</p><p>o ·preceito pascal, tran sgredindo assim um ma nda­</p><p>men to da Igreja e privan do-se do necessário a l i­</p><p>men Lo da vida sobrenatural.</p><p>E' m ister convidá-los; e o Rei d ivino, como n a</p><p>parábola d o Evangelho, manda a t é seus criados .para</p><p>que chamem estes con vidados no festim eucarfslico.</p><p>An tes de t udo, e n v ia seus sacerdotes ; mas como es­</p><p>t es mensageiros n ão gozam a confiança dos convida­</p><p>dos e como não podem chegar a to dos, c especial­</p><p>mente úqueles que, com o filho pró digo, foram para</p><p>regiões estranhas, longe da c asa paterna, loca aos</p><p>leigos que vivem em contato com os enfermos do</p><p>espíri to, levá-los ao médico das almas c trazê-los</p><p>para que se nu tram com o Pão que dú a v i da.</p><p>Havia em .Jerusalém, nos tempos do Salvador, a</p><p>Piscina das Ovelhas, que estava rodeada de cinco</p><p>pórti cos : nela, como nos conta S. João, "havia uma</p><p>grande quantidade de enfermos, c egos, coxos, para­</p><p>líticos que esperavam o moviment o da água. Pois o</p><p>anjo do Senhor descia em certo d ia à piscina e mo­</p><p>via a úgua e o primeiro que en trava nela ficava são</p><p>de qualquer e n fermidade que tive�se. Havia ali um</p><p>homem tJUe fazia trinta anos estava Cft ferm o ; vendo­</p><p>o, Jesus d iz-lhe : Queres ficar são ? - E o enfermo</p><p>respon de-lhe : Senhor, não tenh o quem me leve à</p><p>piscina, quando a :igua se m ove, c quando trato de</p><p>descer o u t ro já desceu pri meiro. - E Jesus diz-lhe ;</p><p>Levan ta-te, toma tua cama c an da. - E de pronto</p><p>ficou são, tomou sua cama e foi a ndan do."</p><p>Notemos a s palavras do enfermo : não há um ho­</p><p>mem ; pois, se tivesse havido, muito tempo antes le­</p><p>ria sido curado.</p><p>Quantos enfermos do espírito podem repetir a</p><p>m e s m a queixa : não h:"t um homem que os submerja</p><p>na m íst ica pisci n a dos Sacramentos que dão a vida</p><p>c a salvação.</p><p>E não seremos nós esses lwmens chamados a de­</p><p>volver a salvação a tantos e n fermos da alma?</p><p>Meios</p><p>Quais foram os meios empr.egados pelos servos da</p><p>parábola ? A palavra , para exortar, aconselhar, res­</p><p>ponder às vãs escusas : c assim lograram o seu in-</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO PASCOAL 77</p><p>tento porque, pondo-se por todos os caminhos, en­</p><p>contraram muitos que atenderam no convite , e a so­</p><p>la do banquete encheu-se.</p><p>De igual maneira .temos de proceder.</p><p>Antes de tudo, o convite, o conselho, a exortação,</p><p>feita a tempo e de maneira mais oportuna ; e se é</p><p>necessitrio , repeti-la com prudência e caridade.</p><p>Importa fazer conhecer bem a gravidade do pre­</p><p>ceito : para en tra r no paraíso n ão basta a cer tidão</p><p>do Batismo, senão que se requer, ademais, o cum­</p><p>primento do preceito pascoal, que custa</p><p>às vezes,</p><p>porque tem como recompensa a vida e terna .</p><p>E as mais das vezes será necessário remover as</p><p>dificuldades.</p><p>Quais?</p><p>:Muitos há que não se avizinham da mesa festiva,</p><p>)>arque têm cadeias nos pés que lhes i mp edem n</p><p>chegada a ela : os maus costumes, as ocasiões de pe­</p><p>cado. E' diflcil de conquistn-los e é preciso recomen­</p><p>dá-los a Deus para que Ele lhes dê força de romper</p><p>com aqueles maus hábi tos e desvencilhar-se dessas</p><p>cadeias que os impedem.</p><p>Outros há que se acham detidos por obst:iculos</p><p>mais r�'tce is de superar.</p><p>Outros hú que não cumprem o preceito da Páscoa</p><p>por negligência, por descuido ; esqueceram o cami­</p><p>nho do confessionário e só por si não podem encon­</p><p>trá-lo . A estes devemos ajudar, sobretudo com o</p><p>conselho, levando-os a um confessor compreensivo</p><p>que lhes facilite o -cumprimento do preceito.</p><p>Outros há que o n ão cumprem por vão temor; sen­</p><p>tem na consciên cia o peso de antigas culpas e des­</p><p>confiam da misericórdia de Deus. A estes havemos</p><p>de esclarece•·, ,persuadir que nenhum peca do, por</p><p>gra\'e que seja, supera a misericórdia do Senhor.</p><p>Outros, como o fariseu da parábola, têm demasia­</p><p>da confiança em si mesmos, consideram-se justos e</p><p>dizem : para sal v ar-se basta ser homem honra do. A</p><p>estes é mister dar a en tender que a verdadeira</p><p>honradez consiste em cumprir tu do o que o Senhor</p><p>nos pede, e .Jesus não só i nstituiu os sacramentos da</p><p>Peni tência c da Eucaristia, senão que, ademais, nos</p><p>ordenou recebê-los.</p><p>Finalmente há uma categoria de pessoas tJUe se</p><p>abstêm por orgulho ou por viio respeito ; não querem</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>78 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>passar pela humilhação de manifestar �as culpas a</p><p>um homem ou temem ser tidos por beatos. A estes</p><p>convirá fazer-llics ver que não é humilhação senão</p><p>verdadeira grandeza reconhecer seus erros e corri­</p><p>gir-se .deles.</p><p>Aos 88 anos Manzoni, depois de haver cumprido</p><p>o preceito da Confissão e da Comunhão pascal, re­</p><p>J{ressa à sua casa inun dado de gozo c diz aos seus</p><p>ele casa : "Alegrai-vos comigo, pois hoje esta indig­</p><p>nfssima eriatura cumpriu a desobriga pascal."</p><p>À propaganda oral com·ém acrescen tar a escrita</p><p>por meio de Colhetos e opúsculos que hiio de ser clis­</p><p>lribuidos entre os interessados.</p><p>Enfim, o meio mais eficuz é o da oração : rogar a</p><p>Jesus que r.enove o milagre de dar a vista nos cegos</p><p>e a v ida nos mortos.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO 1\fiSSIONARIO</p><p>Introdução</p><p>O apostolado missionãrio tem sua origem no man­</p><p>dnto de Cristo aos Apóstolos : "Ide e ensinai a todos</p><p>as nações."</p><p>E, enquan to não forem cvangeliza!las to!las as na­</p><p>ções, este man da to do Senhor conserva seu vigor. E</p><p>como ns duns terças partes da humanidade ain!ln</p><p>não conhecem o Snlvado1·, ressoa vibra n te de atuali­</p><p>dade o man dato de Cristo : "Ide e ensinai."</p><p>Os sacerdotes, religiosos e leigos sentem o impe­</p><p>rioso !lever de con t ribuir para a difusão do Reino e</p><p>nós, memb ros da Açiio Católica, permaneceremos in­</p><p>diferentes n este movimento ? Niio; o mandato d ivino</p><p>dirige-se a todos os que rcccberrun o dom da fé e,</p><p>por conseguinte, n nós. E embora pertençamos a este</p><p>exército da Ação Católica, as palavras de Cristo</p><p>hão de ler paro nós especial ressonância.</p><p>Se niio somos chnmudos pnrn o nção m issionário</p><p>nas !erros estrangeiros, temos o d.ever de cooperar</p><p>nela com nosso trabalho. Se não podemos cumprir</p><p>o apostolado nas m issões, niio obstante podemos</p><p>cumpri-lo em favor das missões. Pare isto convém</p><p>conhecermos :</p><p>Que é n cooperação m issionária;</p><p>Suas prerrogoli v as ;</p><p>Sua forma de organização ;</p><p>Suas relações com a Ação Católica.</p><p>Cooperação missionária</p><p>Em tempo de guerra ex istem duas classes de mo­</p><p>bilização : o m il itar e a civil . A primeiro prepara os</p><p>combatentes das primeiras linhas, a segunda orgn­</p><p>nizn c prepara em todas as cidades, também nas</p><p>mais afnstadas dn frente de combate, os nuxlllos</p><p>necessários pnru os combotcn tes. Toda a noção está</p><p>mobiliza da.</p><p>A cooperação rnissionúrin representa a mobiliza-</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>80 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>ção civil de todos os católicos encaminhada a auxi­</p><p>l i ar a santa batalha da fé nas mais avan çadas trin­</p><p>cheiras, contribuindo com a ajuda prestada aos</p><p>combatentes das pri meiras linhas. Ainda que o fim</p><p>das missões é i nteiramente esp iritual, contudo não</p><p>se pode alcançar sem o auxllio material. E a coope­</p><p>ração missionária tende a ajudar n es tas necessida­</p><p>des com o óbolo pelas m issões.</p><p>A cooperação não ê, porém, tão-somente ma terial ;</p><p>existe, além disso, a espiritual : coopcr·ação de ora­</p><p>ções, para suscitar vocações missionárias. E n esta</p><p>obra hão de colaborar não somente os sacerdotes,</p><p>mas também os l e igos.</p><p>E esta cooperação é sumam ente necessária.</p><p>Os primeiros missionários foram os Apóstolos que</p><p>tiveram, como sabemos, grande e considerável cola­</p><p>boração da parte dos le igos . O mesmo auxilio l�rn.</p><p>hoje em dia, ainda os mission úrios que trabalham no</p><p>vasto campo das missões.</p><p>Necessidade</p><p>A cooperação m ission ária é obrigatóri a, excelente</p><p>c benéfica.</p><p>1 .• Obrigatória.</p><p>Na reali dade é um dever· de caridade pnra com</p><p>o próx imo e um d ever dos mais urgentes. "Os i n fiéis</p><p>- d isse Pio XI - são os mais pobres entre os po­</p><p>bres." E isto é assim, porque carecem do dom da</p><p>fé, dom primc1ro de Deus e raiz da justificação, ger­</p><p>me da vida eterna .</p><p>E', adern ais, um d�ver de caridade para com Deus</p><p>que quer que to dos se salvem ; e para com o Reden­</p><p>tor divino que morreu por todos.</p><p>E é, outrossim, dever de gratidão para com Deus.</p><p>"Pela fé d'EJ.c receb i da - cont inua o Papa - dá-se</p><p>a fé nos que não a receberam . E' uma resti tuição que</p><p>fazemos a Deus, porque quem dá ao pobre, dá n</p><p>Deus."</p><p>2." Excelente.</p><p>A ação m issionária foi defi n i da pelo Pap a : "A</p><p>obra maior do cristi:mismo, o apostolado por ·exce­</p><p>lência."</p><p>E .bem se com preende a razão destas afirmações :</p><p>u ação missionária é n continuação mais perfeita dos</p><p>Apóstolos e a mais integral execução do man dato</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO MISSIONÁRIO 81</p><p>de Cristo ; "Ide por todo o mundo, pregai o Evan­</p><p>gelho a toda criatura.''</p><p>3.• Benéfica.</p><p>A cooperação missionária vale tanto quanto a ação</p><p>prática, não só pelo prêmio eterno que lhe está assi­</p><p>nalado, senão pelas vantagens educativas que traz</p><p>consigo. R calmen te, a cooperação missionária é um</p><p>meio de formação rel igiosa e apostól ica. Trabalh:m­</p><p>do -p elas missões se enobrece o coração, a alma cura­</p><p>se deste egolsmo religioso, deste individualismo es­</p><p>piritual que é um dos males de nossos tempos.</p><p>Organização da ação missionãrla</p><p>A coop eração missionária tem hoje uma organi­</p><p>zação acabada.</p><p>Há três obras pon tiflcins que se estendem por</p><p>todo o mun do.</p><p>1 . A obra da propagação da fé</p><p>A fundadora desta obra maravilhosa foi uma hu­</p><p>milde operária de L ião, Paulina Jaricot. Ajudada por</p><p>uma boo companheira, rn n llou em 1 820 uma associa­</p><p>ção de ornções a favor das missõ es.</p><p>Im i tando o exemplo de uma seita protestante,</p><p>prescreveu que os associados pagassem uma pequena</p><p>con tribui ção, seman almente, em favor das missões.</p><p>Em b reve n obra se esten deu c fundiu-se com ou­</p><p>tras in iciativas sim ilare s ; em 1 823 foi npro,•ada e</p><p>enriquecida com num erosas indulgêncins.</p><p>Em 1922 o Papa Pio XI dispôs que a sede do obro,</p><p>que, até então, fora em Lião , se mudasse para Romu.</p><p>Esta obra é que cada ano 11romove a Jornada 1\fis­</p><p>sionárin de orações, pr·opngandn e recu rsos em di­</p><p>nheiro para os m issões.</p><p>2. A obra de São Pedro apóstolo</p><p>Tem um fim determinado : o. formação do Clero</p><p>i n d ígena para as missões.</p><p>Fim importantíssimo porque os pagãos, por evi­</p><p>dentes razões psicológicas, seguem melhor n seus</p><p>compatriotas.</p><p>Nasceu est a obra em 1889 e foi fun dada também</p><p>por uma mulher francesa ; Eslefãnia Bigard e Joana,</p><p>sua fi lha. Tendo recebido uma carta do Bispo de</p><p>Nagasaki, no Japão, na qual lhes pedia auxilio pa-</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>� FOR!dACAO PARA O APOSTOLADO</p><p>ra seu seminário, os duns piedosas mulheres resol­</p><p>veram instituir uma fun dação permanente com tal</p><p>finalidade e consagraram-se a ela com tal fervor que,</p><p>ao cabo de c inco anos, a m ãe podia dizer : Esta</p><p>obra chegou a ser a ú nica preocupação de nossa</p><p>vida."</p><p>Aprovado pela Santa Sé, a obro tem um conselho</p><p>superior em Roma.</p><p>3. A obra da Santa lnfAncia</p><p>Fnn dadn por um bispo francês, 1\lonscnhor Forbin</p><p>.Tanson, em 1843, foi aprovmla t rê s anos mais tarde.</p><p>E' u obro das crianças c para ns crianças. Os que</p><p>nela estão inscritos oferecem cada dia suas orações</p><p>pelos meninos pagãos e dão uma con tribuição ·pnro</p><p>ajudar ao IJatilimo dos mesmos. No principio foi</p><p>institnída em favor dos meninos da Chi na, mas</p><p>hoje se estendeu a todos os meninos in fiéis. A sede</p><p>central acha-se em Roma.</p><p>Relações com a Ação CatóUca</p><p>Na cnclclica 11 {ermo propósito escreve Pio X :</p><p>"Enquan to n Jgrejn difunde o Reino de Deus al i on­</p><p>de ain da não se pregou, trabalha de todos os modos</p><p>paro reparar ns perdas sentidas nas noções já con­</p><p>quistadas."</p><p>Pois hem, para espalhar o Reino de Deus ali onde</p><p>não exis te, a Igreja serve-se do ação e do coopero­</p><p>cão m issionária; c para remediar as perdas sentidos</p><p>nas noções já conquistados, sen·e-se da Ação Cató­</p><p>l ica. a qual, no opinião do Papa, é u m a "reevangeli­</p><p>zação."</p><p>A Ação Missionária prega o Cristo oli on de nõo</p><p>é conhecido ; a Ação Católica prego-O onde niio é</p><p>reconhecido.</p><p>Por isso, Pio XI pôde chamar ns obras que consti­</p><p>tuem o Ação Católica " nossos missões i nternas", em</p><p>oposiçü.o t\s mi ssões cstrong�iros.</p><p>A cooperaçiio missionária formo porte ilos progra­</p><p>mas da A ção Católica.</p><p>Esta é uma disposição explfcila da suprema au­</p><p>toridade eclesiástica, como se depreen de dos docu­</p><p>men tos que vamos ci tar. Na carta do Cardeal Secre­</p><p>târio de Estado ao Congres�o Nocionol de Missões,</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO MIBSION.A.BIO U</p><p>reunido em Pádua, lílem-se entre outras palavras pre­</p><p>cisas : "Aquele que trabalha na defesa e na difusão</p><p>do Reino de Cristo em meio dns nações cristãs de­</p><p>ve, por isto mesmo, ser amigo e suslentador dos que,</p><p>com o mesmo fim, trabalham nas nações estranhas,</p><p>onde ainda não alvoreceu a luz do Evangelho."</p><p>A Ação Católica há de colaborar nas missões pelas</p><p>seguintes razões especiais :</p><p>1 .• Trabalho essencial da Ação Católica é ajudar à</p><p>.Jerarquia em tudo o que da reclama : pois ·bem, ela</p><p>pede-nos que ajudemos aos missionários.</p><p>2.• A Ação Católica há de formar e impor a seus</p><p>membros o exercicio de todos os devcrcs de cristi\os,</p><p>c já vimos que a cooperação para as missões é um</p><p>dever de caridade pam com Deus e para com o pró­</p><p>ximo.</p><p>3.• A Ação Católica deve procurar, por todos os</p><p>meios possíveis, a formação religiosa c apostólica de</p><p>seus membros; c a cooperação missionária, corno</p><p>vimos, é llrn dos melhores meios para con seguir este</p><p>fim .</p><p>Conclusão</p><p>Num periódico missionário vimos, faz pouco, uma</p><p>fotografia .em que se pod ia contemplar um m issio­</p><p>nftrio que levava o Viático, de avião, a um moribun­</p><p>do. O n de se fabricou aquele aeroplano? Em palses</p><p>católicos. Com que meios? Com os recursos dudos</p><p>pelos católicos-</p><p>Exemplo prático do auxilio que podemos prestar</p><p>nos missionários : com a nossa coop eração o m issio­</p><p>nário poderá levar o dom da fé nos infiéis.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>APOSTOLADO</p><p>EM FAVOR DA MORAUDADE</p><p>lntroduçfto</p><p>Quando ameaça uma grande epidemia, as auto­</p><p>ridades tomam precauções para evitá-Ias : isolamen­</p><p>to dos atacados nos hospi tais , ordem de denunciar</p><p>os casos que se apresentem, desinfecção dos lugares</p><p>c habitações, e outras providências higiênicas.</p><p>Os cidadãos, por outra parte, deverão evitar os</p><p>contatos inút-eis -e perigosos, o expor-se aos peri­</p><p>gos ; deverão vigiar para que os atacados do con­</p><p>tágio não o comuniquem aos que estão sãos e cola­</p><p>Liorar com os autoridades para que o mal se não</p><p>propague.</p><p>Hoje nos ameaça um mal gravíssimo : a epidemia</p><p>das almas, a imoralidade .e a corrupção. As autorida­</p><p>des civis tomaram providências e deram leis de de­</p><p>fesa e os agentes públicos estão encarregados de vi­</p><p>giar para que se cumpram. Nisso {:S\aremos nós de</p><p>mãos cl·uzndas? Niio faremos sequer o que fnriarnos</p><p>no caso de epidemia corporal? - vigiar, auxi­</p><p>liar, denun ciar n autoridade os atnc.1dos do mal.</p><p>Cooperar na defesa da moralidade pública é um</p><p>dos deveres dos citadinos, tão urgente como o de</p><p>cooperar n n saúde pública.</p><p>E visto que n m oralidade é não somente um bem</p><p>civil senão, além disto, religioso, a defesa da mo­</p><p>ralidade é um dever não só do cidadão, mas também</p><p>do católico.</p><p>E que diremos do católico militante ? Acaso não</p><p>tem a A ção Católica como um dos pontos de seu</p><p>programa n defesa da moralidade?</p><p>Por isso queremos considerar este dever estudan-</p><p>do :</p><p>1 .• A imoral idade contemporânea.</p><p>2.• Suas caracteristicas e suas causas.</p><p>3. • Como havemos de combatê-lo.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>APOSTOLADO EM FAVOR DA MORALIDADE 811</p><p>Imoralldade Contemporlnea</p><p>Com·ém, antes de tudo, entender-nos acerca do</p><p>sen t ido da palavra imoralidade. Chama-se mornl lu­</p><p>do quanto se acomoda à lei divina e às justas leis</p><p>humanas. l mot·nl é tudo o que a elas se opõe. Neste</p><p>sen tido a injúria, o roubo siio imorais.</p><p>Em sen tido mais estri to chama-se imoral tudo o</p><p>que vai con tra as leis da cast idade, porque a palavra</p><p>imoral i dade designa o vi cio da luxúria, co nsiderado</p><p>não só em seus efeitos, mas também em suas cau­</p><p>sas, part iculares e públicas, individuais e sociais. -</p><p>Neste sent ido tom amos aqui a palavra imoralida­</p><p>de, que se chama também desonestidade e corrupção.</p><p>A realidade dolorosa de nossos dias é esta : a imo­</p><p>ral idnde é como um rio saido do leito que ameaça</p><p>arrasar tudo. O mun do está a tacado não só pela crise</p><p>econômico, mas principalmente pelo crise da imo­</p><p>ralidade mais poderoso que n primeira. Crise moral</p><p>da qual sofrem todas as nações segundo seja maior</p><p>ou m enor o freio da religião.</p><p>A imoralidade não é um simples resultado de nos­</p><p>sa época. Desde o pecado de Adão a natureza huma­</p><p>na ficou viciada ; pois hoje vemos noções i nteiras</p><p>que se degradam e paganizam. Deus pode repetir a</p><p>palavra que, em outro tempo, disse n No é : "O ho­</p><p>mem tornou-se corno!", porque vive como se dentro</p><p>do invólucro do corpo não alentasse um espirito</p><p>imortal.</p><p>Por isso, a imorali dade apresenta nos dias que</p><p>alcançamos uns caracteres de gravidade alarmantes.</p><p>CaracterisUcas e Causas</p><p>Três são os caracterfsticas que apresen to a imo­</p><p>ral i dade de nossa época; n extensão, o precocidade</p><p>a insensibilidade.</p><p>1 .0 Extensão</p><p>Em outras épocas o mal , em mais graves manifes­</p><p>tações, estava circunscrito nos centros mais populo­</p><p>sos : hoje em dia vai mudando-se dns c idades paro</p><p>os campos e para as aldeias, onde, em outros tem­</p><p>pos, a pureza dos costumes era igual t\ do sitio. Em</p><p>pu�r&lf épocas a cqrrupção -alcançava as alhts esferas</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>86 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>da sociedade, hoje penetra em todos as camadas so­</p><p>ciais e ,·ai-se fazendo uma ni\·elação na imoralidade.</p><p>2.• Precocidade</p><p>Outrora esta epidemia respei tava, em parte, a pri­</p><p>meira infilnein, de tal forma que a infância era si­</p><p>nônimo de inocência . 1\las nestes dias quantos me­</p><p>ninos podem repelir a po.Iana do Bispo de Hipona :</p><p>"Ainda criança e tão pecador."</p><p>3.• Insensibilidade</p><p>Em outros tempos houve homens corrom pidos,</p><p>mas não t inham a consciência i nsenslvel ; o pecado</p><p>ia acompanhado do remorso c segu i d o da peni­</p><p>tência. Dive rtiam-se no Carnaval, mas arrependiam­</p><p>se n a Quaresma.</p><p>Hoje muilo!õ perderam o sentido moral c por</p><p>causa desta perda muitas almas estão sepultas nas</p><p>sombras da morte, sem probabilidade de delas sair.</p><p>Estão enfermos e recusam o médico ; por isso, a</p><p>corrupção de hoje não dá esperan ças de correção.</p><p>Im pera um paganismo redivh·o.</p><p>Causas deste mal</p><p>As principais parecem-nos as seguintes</p><p>tamanho eometimento; e, em segundo, em ra­</p><p>zão lle seu caráter sagrado, não podem pcn clrnr lo­</p><p>dos os setores da vida social, c sobretudo aqueles</p><p>onde mais necessária se torna sua intervençfio; em</p><p>terceiro lugar o ministério do sacerdote é, ve7.es sem</p><p>conta, inefi caz, por estar cercndo de percalços c di­</p><p>ficuldades de todo gênero.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>10 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>O Apóstolo leigo deve suprir o sacerdote, porque</p><p>pode en trar ali onde não chega u ação do sacerdo­</p><p>te, e pode coligir messe copiosissima onde este só</p><p>encontra repulsiio e desprezo.</p><p>À vista disso, o laicato há de ser a milfcia auxi­</p><p>liar da Igreja, c esta millcia chama-se Ação Cató­</p><p>lica.</p><p>Conclusão</p><p>Em vésperas de uma granue batalha, Napoleão di­</p><p>rigiu-se assim a seus soldados: "Soldados, preciso</p><p>de vós!" Hoje a Igreja co nela ma seus filhos: "Fi­</p><p>lhos, necessito de vós!" Mas que diferença entre am­</p><p>bas essas conclamações: Napoleão convidava a uma</p><p>batalha cruento, a Igreja convida-nos a uma lula pa­</p><p>cifica; Napoleão pretendia satisfazer suas ambições</p><p>pessoais, a Igreja não proclll·n oulrn coisa que não</p><p>a glória de Deus c o bem das almas. Custou a vitó­</p><p>ria de Napoleão milhares de vidas, a vitória da Igre­</p><p>ja dá a vida eterna a todos os remidos.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>A AÇÃO CATóUCA</p><p>lntroduçlo</p><p>i.\larch:n-a Antloco, t·ei dn Slria, com poderoso</p><p>exét·cito contra Jer usalém , a Cidade Sunta. Judas</p><p>Macabeu, comandante dos judeus, ordenou no povo</p><p>invocasse o nome do Senhor, a fim de que ajudasse</p><p>n de fendei' a cidade, e exortou os mais valorosos</p><p>"u combater varonilmente e a defende r nté o morte</p><p>a Lei do Senhor, o templo, 11 cidade, a Pátria e os</p><p>eidadãos", ameaçados p or AnUoco, ministro de Sa­</p><p>tanás, e deu aos seus romo santo e senha estas pa­</p><p>ln,•ras: A Vitória de Deus.</p><p>De feito, eln foi obtida gloriosamente, Deus triun­</p><p>fou, .Jerusalém e o templo salvaram-se.</p><p>Judas 1\lncabeu e seus soldados são quais precur­</p><p>sores do At'.ão Católicu, porquanto esta é um exér­</p><p>cito, muito embora exército pacifico. Seu santo c</p><p>senha são as palavras de Pio XI: "A paz de Cristo</p><p>no Reino de Cristo." E' um exército que, à seme·</p><p>lhança daqueles judeus, não combate pelo triunfo</p><p>de um povo, duma dinastia ou facçõo, mns pela vi­</p><p>tória de Deus.</p><p>Por isso a Ação Católica é uma ação dos leigos</p><p>organizada, cristianizadora e necessária.</p><p>Examinemos estes carncteristicos.</p><p>Açio dos leigos</p><p>A Ação Católica é um campo aberto o lodos os</p><p>leigos, de qualquer sexo, idnde ou condição. E' tal</p><p>qual a vinha evangélica l'm que todos são convida­</p><p>dos a trabalhar; não hít mais pretexto para o católi­</p><p>co leigo dizer: "Ninguem nos convidou no traba­</p><p>lho".</p><p>O Pai de Famflias, na pessoa de seu Representan­</p><p>te na terra, chamou R todos com o convite: "Ide</p><p>tnmbém YÓs trabalhar na minha vinha, há campo</p><p>pllra todos."</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>12 FORMAÇAO PARA O APOSTOLADO</p><p>Contudo mui poucos são ainda os que atendem</p><p>ao chamamento, de modo que podemos dizer com</p><p>os convh·as do banquct·e: ".Muitos são os chamados,</p><p>mas poucos os escolhidos."</p><p>Ação organizada</p><p>Feito um tratado de paz com a Inglaterra, man­</p><p>dou a Holanda cunhar uma mednlha comemorativa</p><p>do acontecimento; num lado representava uma jun­</p><p>ta de bois acolherados sob o jugo e em posição de</p><p>puxo r o arado, sobreposta a e les a inscrição : "Uni­</p><p>dos Somos Fortes." Noutro Indo se viam dois vasos</p><p>de barro a boiar num mar agitado, com esta le­</p><p>genda: Se Nos Chocarmos, Quebrar-emos."</p><p><)tirnamenle serve esta medalha para elucidar lo­</p><p>da a organização da Ação Católica- essa que é ação</p><p>organizada. Quer isto significar que os leigos nela</p><p>inscritos niío ·estão isolados e independentes, mas</p><p>são como as partes de um todo, quais membros de</p><p>um corpo, quais soldados dum exército.</p><p>O antigo e sempre verdadeiro nnexim: "A União</p><p>Faz a Força" aponta-nos :1 utilidade, eficácia e ne­</p><p>cessidade da organização. Requer-se, por conseguin­</p><p>te, que a Ação Católica seja em todas as Nações umn</p><p>fm·ça organizada com seus núcleos paroquiais, dio­</p><p>cesanos e nacionai�.</p><p>Sabemos por out1·a parte como os nums se unem</p><p>para seus emp•·eeiHiimenlos, dispersos em muitos</p><p>pontos, aluam em acordo, tulqualmenlc Herodes e</p><p>Pilatos, quando se trata de combater o nome de</p><p>Deus c a religião de Jesus Cristo. E por que não se</p><p>uniriam os bons pnm o hem e para defender os</p><p>rl ircitos de Deus .e r:�zer o CJIIC é bom?</p><p>Para expl icar a eficiência da organização costu­</p><p>ma-se recorrer a várias comparaçiies. Apreciad[ssi­</p><p>ma é n das \"arns que, s.eJl:ll'lldas, fitcilment e se po­</p><p>dem quebrar, mas unidas em feixe niio se quebram.</p><p>Outra não menos evidente é a do regatozinho que,</p><p>n boca da fonte, cabe perfcitumenle dentro do mão;</p><p>correndo, porém, através dos campos, reúne-se n</p><p>outros até converter-se numa torrente a derramar­</p><p>se pelas planícies, levando a fecundidade ou a de­</p><p>solaç.ão aos campos.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>A AÇA.O CATOLICA 13</p><p>Ação recristianl28dora</p><p>O único fim da Ação Católica é a vinda do Reina­</p><p>do de Cristo. O lema que tem foi dado por Jesus</p><p>Cristo mesmo: "Venha a nós o Vosso Reino" .</p><p>Os Romanos Pontifices assinalaram pnra a Ação</p><p>Católica o programa de S. Paulo: "Restaurar todas</p><p>as coisas em Cristo." Todas as coisas, não somente</p><p>as consciências i n dividuais, mas também a famt lia,</p><p>n sociedade, em todos os seus elementos constituti­</p><p>vos e em todas as suas manifestações.</p><p>Ao passar S. Bernardino de Sena por alguma ci­</p><p>dade, convidava todos os h abitantes a inscrever o</p><p>nome de Jesus nas rachados de suas moradias, e</p><p>aceitavam o convite.</p><p>A Ação Católica quer escrever este nome em todas</p><p>as coisas e em todos os corações. Cristo não deve</p><p>ser um Rei encerrado no tabernáculo, nos cl austros</p><p>ou nas casas dos vassalo.� fiéis; há de reinar em</p><p>todas as familins e na sociedade inteira.</p><p>Conhecida é a lenda de S. Cristóvão, homem de</p><p>estatura descomunal. Depois de huve1· servido a al­</p><p>guns patrões tiranos, põe-se ao serviço de Cristo,</p><p>dedican do-se n obras de caridade. Junto ao rio</p><p>Oronte, encarrega-se de transportar aos ombros a</p><p>todos que quisessem atravessar.</p><p>Duma feita se lhe apresenta um m enino mui for­</p><p>moso, rogando-lhe a mercê de o passar ao outro la­</p><p>do. O gigante leva-o sobre os ombros, mas no meio</p><p>do rio, levanta-se uma borrasca com grande perigo</p><p>de vida dos dois passageiros. O Menino br-ada: "Co­</p><p>ragem, Cristóvão, trazes a Cristo."</p><p>Desde aquele dia, Adócimo --- tal era seu verda­</p><p>deiro nome - chamou-se Cristóvão, ou seja Cristi­</p><p>fero: o que levu a Cl'isto. Todos os membros da Ação</p><p>Católica devem ser outros tantos Cristiferos a levar</p><p>a Cristo no meio da sociedade, sabendo que esta obra</p><p>não se fará sem dificuldades, visto como o apostola­</p><p>do cristão sempre conheceu tempestades e lutas.</p><p>Donde não olvidemos o que nos diz o Papa:</p><p>"Exclusivamente depois de formarmos a Cri s to den­</p><p>tro de nós, poderemos fàcilmente comunicá-Lo à</p><p>familin e à sociedade." Pois ninguém dá o que não</p><p>tem, ou em outros termos, não pode ser Apóstolo</p><p>quem não é bom Cristão.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>14 FORMACAO PARA O APOSTOLADO</p><p>Açlo decessária</p><p>Mas donde vem isto de querei· J•cformar cristãmen­</p><p>te a sociedade? Basta nbrir os olhos parn se conven­</p><p>cer da necessidade desta empresa.</p><p>Uma sociedade pode dizer-se deveras cristã, quan­</p><p>do nela não apenas se respeitam o símbolo da fé c o</p><p>decálogo, seniio quando se observam lodas ns leis</p><p>prescritas pela Igreja, quando a moral evangélica é</p><p>norma de vida quer em público quer em particular,</p><p>em casa como fora.</p><p>Será .esta, porventura, n condição da sociedade</p><p>moderna'l</p><p>A resposta é facil. llast:trá :IJ)Oiltar alguns fatos.</p><p>Como se respeita, por exemplo, o nome de Deus, em</p><p>certas c determinadas regiões? Como se festejam as</p><p>festas do Senhor? Como se observam ns norrnns de</p><p>moralidade'l</p><p>Como se consideram no seio da sociedade civil</p><p>as reg1·as da justiça c da caridade para com o pró­</p><p>ximo? Poder-se-á dizer que a caridade</p><p>:</p><p>1 .• a dimin uição do sen timento religioso cau­</p><p>sado pela obra laicizante. A torrente impetuosa da</p><p>imoralidade encontrou muito fracas as margens do</p><p>senti mento religioso e passou por cima delas.</p><p>2.• As novn!i invenções da ciência c do progresso ,</p><p>JIO!itas no serviço das paixões humanas. Dai são ele­</p><p>mentos de corrupção a imprensa , o cin�ma, o rádio,</p><p>a facilidade de comun icações, e até o aumento dn</p><p>instrução. O progresso material é causa de regresso</p><p>moral. Os beneficios de Deus converteram-se em</p><p>meios de depravação.</p><p>Como combatê-la?</p><p>Três são as armas de que principalmente hão de</p><p>servir-se os soc1os da Ação Catól ica para comba­</p><p>ter o imoralidade do nmbien te.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>APOSTOLADO EM FAVOR DA MORALIDADE 87</p><p>t .• A oraçtio</p><p>No deserto o povo de Israel se viu atacado pelos</p><p>amalecilas. O p erigo era gravíssimo, porque os ama­</p><p>lccitas eram guerr-eiros corajosos. Israel lança-se</p><p>contra eles, conduzido por Josué. En tretanto, Moi­</p><p>sés orava em cima do monte. "E quando Moisés</p><p>levantava os braços, Israel vencia ; mas, se os dei­</p><p>xava cai r, Am alech levava a melhor parte."</p><p>:'1/ossa luta é com um exérci to po deroso como</p><p>o dos ama!ec i las ·: a luxúria e avareza : a luxúria</p><p>fomen tada pela avareza, c esta que é o alimento</p><p>daquela. E é imposslvel a vitória, se não rezar­</p><p>mos como Moisés.</p><p>2.• O exemplo</p><p>Ao apostolado rln oração há de jun tar o não me­</p><p>nos eficaz e indispensável do exemplo. A nós nos</p><p>repete S. Paulo como a seu d iscípulo Timóteo :</p><p>"Em tudo mostrai o exemplo de boas obras."</p><p>Os maus costumes corrigem-se com os bons : os</p><p>santos puri ficavam o ambiente em que vivlam, com</p><p>a fascinação de seu exemplo. Tal era a pureza que</p><p>irradiava o rosto do jov em João Bosco que seus</p><p>colegas não :;e a treviam a pro ferir, em sua pre­</p><p>sença, uma palavra menos decente ou executar uma</p><p>ação meno s corr-eta ; a companhia do jovem fa­</p><p>zia-os melhores. .,.</p><p>3.• A ação</p><p>Todo membro da A ção Católica há de ser não só</p><p>um exemplar de moralidade, mas também um</p><p>apóstolo. Devemos falar e agir no ambiente em que</p><p>v ivemos e com as forças de que dispomos, a fim de</p><p>que esta enfermidade dos m aus costumes perca sua</p><p>eficácia e haju menos vitimas. Nossa norma há de</p><p>ser : m a n ter-nos sãos, preservar aos demais do con­</p><p>tágio e procurar que os já ataca dos alcancem a cura.</p><p>Para isto convém :</p><p>Dizer a tempo a palavra que ilumina, corrige e</p><p>melhora . . . Não permanecer indiferente ante a</p><p>afluência · dos males.</p><p>Defender o conceito cristão da vida, a qual é</p><p>dever e não prazer; conceito que se vai obscure­</p><p>cendo até nas mentes de muitos católicos.</p><p>Opor-se energicamente a todo semeador de es­</p><p>cândalos contra o qual ·pronunciou o Salvador man-</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>88 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>síssimo aquelas terriveis palavras : "Ai daquele por</p><p>quem v(!m o escândalo." Pois bem, escandaliza-se</p><p>não sú com as palavras c com a con duta depr:�vodn</p><p>e provocativa, mas também, dundo aos demais oca­</p><p>sião de pecado com as diversões perigosas, os bailes</p><p>desonestos, ns modas desavergonhadas.</p><p>In tervir, quan do a ocasião particular é ineficaz,</p><p>com a5 autoridades públicas paro que impeçam os</p><p>escân dalos, c ncahem com os focos de infecção que</p><p>ns mesmas leis proibem.</p><p>Opor armas às armas : à revista licenciosa, n mo­</p><p>ral ; us diversões malsãs, as boas ; à moda frlvola,</p><p>a digna e correta .</p><p>Mas, porquanto a açiio repressiva c preven tiva</p><p>apresenta alguns inconvenientes, tra taremos dela</p><p>no próx i mo capitulo .</p><p>Conduslo</p><p>Comovedor e significativo é o diálogo entre Deus</p><p>c Abraão antes da destruição de Sodoma. Deus ha­</p><p>v ia det erm i nado destruir a cidade por causa dos</p><p>pecados de luxúria de seus habitan tes c comuni­</p><p>cou o deslgnio a Abraão.</p><p>O qual, levado à compaixão, p ed iu ao Senhor, di­</p><p>zen do-lhe : "Farás perecer o justo com o fmpio'1 Se</p><p>houver na cidade cinqucnta justos, perecerão tam­</p><p>bém ? e não perdoarás à c i dade �or amor aos cin­</p><p>quenta justos?" E o Senhor acedeu a perdoar o</p><p>JlO\'O p rc\' nrica tl or, se houvesse neln os ci nqucnta</p><p>justos. Mos não se encon travam. E logo Abraão</p><p>repetiu a súpli ca, diminuindo sempre o número dos</p><p>justos até chegar a dez. "Por amor o estes dez jus­</p><p>tos nüo n destruirei". Mas niio Coi'Dm encontrados.</p><p>Como o santo Patriarca, elevemos as nossas sú­</p><p>plicas no Senhor: mas não nos contentemos com</p><p>isso : Caçamos de m an ei ra que, com nossa ação mo­</p><p>raliznclorn, aum ente o número dos justos que atraiam</p><p>sobre o mundo niio o castigo senão o perdão.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DA MORALIDADE</p><p>- SUAS FORMAS</p><p>Introdução</p><p>São Paulo escreveu estas palavras reveladoras de</p><p>seu zelo a postólico : "Quem está en fermo que eu</p><p>não esteja també m '}"</p><p>A imoralidad(! do ambiente, di ssemos no capi­</p><p>tulo an terio t·, é uma imensa epidemia moral. Todos</p><p>nós lemos de procurar precaver-nos do contágio.</p><p>l\lns não bast a : L rala-se também de preservar os de­</p><p>mais ; tem-se que trabalhar_ pela cum dos atacados</p><p>pela doença da imornJidade. Cada um há de sen­</p><p>t i r-se en fermo com o irmão.</p><p>Queremos agora estudar as principais causas</p><p>eon cJ·ctas da i m o r:11idade c os focos m a is comuns</p><p>de infecção, t>ara ver que é o que con vém fazer</p><p>para destru ir ou no m e nos para circunscrever a</p><p>área do contúgio.</p><p>Estudaremos, pois, as principais formas de nosso</p><p>a postolado con t ra a i moral idade.</p><p>A revista</p><p>Umn das causas principais da corrupção reinante</p><p>é a revista imoral. Como combatê-la?</p><p>N"ão perm it in do que tais revistas en trem em nos­</p><p>sa casa, para que não venham a cair em mãos das</p><p>c rianças ou empregados.</p><p>Convidando os l ivrei ros c pcriodistas que expõem</p><p>imagens pornográficas a retiró.-lns; c se isto niio se</p><p>consegue, boicotar os vendedores destas imun dicies.</p><p>Hecort'endo à autoridade para que dile leis nas</p><p>quais .se castigue os que ofen dem a mot·alidade p ú­</p><p>b lica com a exibição de imagens que ferem o pudor.</p><p>Espetáculos e diversões</p><p>Entre o� espe táculos que mais d iretam en te aten­</p><p>t::un contra a moralidade tem-se que colocar em pri_­</p><p>meiro lu�ar o cinema e o teatro,</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>90 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>Como remediar os males que causam ?</p><p>Com o boicote. Não permi t in do que nossos filhos</p><p>c em pregados frequentem salões onde se repre­</p><p>sentam peças ou se exibem pelfculas que ofendem</p><p>a moralidade e fazendo propaganda para que nin­</p><p>guém vú a tais lugares. Tal coisa vêm fazendo os</p><p>católicos norte-americanos com a conhecido "Le­</p><p>gião da Decência" , a quul, além de ter feito fechar</p><p>n umerosas salas de ex ib ições imorais, conseguiu</p><p>influir sobre a m esma proclução cinemalogr:Hica.</p><p>Hecorrendo à au toridade para que aplique as leis</p><p>contra as represen tações que atentam contra a mo­</p><p>ralidade.</p><p>Opondo ao c inema i moral o cinema moral, como</p><p>cnsinn o Papa em sua en cícl ica l'igilanti Cura.</p><p>Entre as diversõ-es mais perigosas con tra a mo­</p><p>ralidade estão os bailes ; convém, portanto, empre­</p><p>ender uma campanha con tra os salões púb licos de</p><p>bailes ( dancings ) .</p><p>Mas o melhor me io pura combater as diversões</p><p>malsãs será procurar que hnja boas. Para isto ser­</p><p>vem providenc ialmen te nossas associações juYcnis,</p><p>os Oratórios Fes t ivos , a instituição dos escoteiros</p><p>católicos, onde os moços podem divertir-se sã­</p><p>mente sem ofender a Deus.</p><p>As modas</p><p>Outro incen tivo dn imoral idad e são as modas i n­</p><p>decentes.</p><p>E' nccessario que todos os membros da Ação Ca­</p><p>tólica sejam apóstolos da moda d.ecentc, e façam</p><p>guerra sem tréguas às iln01·ais. Mas, an tes de tudo,</p><p>está certo que a a rma m nis eficaz, c tal \'ez a única,</p><p>é o exemplo. Que haja em cadn paróquia senhoras</p><p>e senhorinhas e meni nns que se proponham \'estir</p><p>com eleg!mcia, sim� mas com dign idade.</p><p>Pois muitas, corno anotava o Papa, se deixam</p><p>levar pela corrente invasorn, "senhoras que não</p><p>queriam ser consideradas como mundanas e que pre­</p><p>tendem ser e dizer-se cristãs . . . E é sobremaneira</p><p>doloroso '·er como dian</p><p>te da corrente da vaidade</p><p>capitulam não só as jovens senão também muitas</p><p>esposas e mães que deveriam ser modelo da disni­</p><p>dade cristii."</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DA MORALIDADE 91</p><p>Importa muito aten der à de cência no vestir desde</p><p>a pri me i ra idade, por mui tas razões :</p><p>1 .• A mo déstia é obrigatória para todos : gran­</p><p>des c pequenos.</p><p>2.• As crianças são cnpazes de peca do e, real­</p><p>mente, pecurn por va idade.</p><p>3.• Vêm a perder o sent i do do pudor, custódio</p><p>da castidade. e se habituam us modas indecentes</p><p>nos anos fu turos.</p><p>Que responsabilidade para os pais, que, em vez</p><p>de guardar com cuidado a cnsti da dc de suas filhas</p><p>como frúgi l tesou ro, o expõem a todas os ciladas e</p><p>peri gos destruin do, desde cedo, o véu do pudor I</p><p>E pelo que toca aos homens, também têm seus</p><p>d everes n este campo, porque a modéslln no vestir</p><p>obriga-os também. Em :.egundo lugar devem re­</p><p>frear com sua auto ridade de pais, de esposos, de</p><p>irmãos, a intemperança de suas filhas, esposas e</p><p>irmãs , devida as m ais das vezes à i ncompreensão</p><p>c natural inadvertência.</p><p>Pode-se nrirmnr que ao menos a me tade dn res­</p><p>ponsab ili dade desta praga das sociedades moder­</p><p>n as recai sobre os hom ens. (Esta ideia deverá ser</p><p>expl icada numa reun ião de homens.)</p><p>Promiscuidade de eexos</p><p>A forma da vida moderna acentuou esta causa de</p><p>imoral i dade : o promiscuidade de sexos é quase</p><p>cont inua, os meninos c as meninas, os homens e</p><p>as mulheres an dam quase sempre mesclados nas fn­</p><p>bricas, nos negócios c também nas mesmas escolas.</p><p>Dtwcmos, portanto, opor resistência a este foco</p><p>rle imoralidade, ou ao menos a suas consequências,</p><p>mediante uma diligente vigilân cia. Recordemos que</p><p>n esta matéria é de evitar o pessimismo ou a pre­</p><p>su nção ; a casti dade é tesouro precioslssimo que no</p><p>menor descuido pode perder-se.</p><p>Convém não aproximar demasiado a palha ao</p><p>fogo, se queremos evitar o i ncên dio. Esta é a normn</p><p>do bom sen t i do, que vale também para o nosso caso.</p><p>A experiência demonstra, com efeito, que esta pro­</p><p>miscuidade injustíricada sol ta a primeira faisca</p><p>donde haverá de nascer o incêndi o que tudo devore.</p><p>Estejam alerta os pais para não permitir as di-</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>92 FORMAÇAO PARA O APOSTOLADO</p><p>versões entre meninos e meninas, se não for na</p><p>IJrimei ra i d a d e ; t ratem de que se evitem as ex­</p><p>cursõ es entre jove n s de ambos os sexos, e sobre­</p><p>tudo os ban hos mistos. Que temp estade para a mo­</p><p>rnliclrulc a q u e se l e v a n t a rl essa fa mil iari dade in­</p><p>de v i da c que se vai est endendo rapidamente como</p><p>um con túgio desde as gran des cidades até às al­</p><p>deias mai s ofastn das !</p><p>E que terrh•el responsabil idade para os pais que</p><p>se mostram complacentes qua n do não alentadores,</p><p>destes costumes que se ven dem com o pomposo</p><p>nome de modern o s ! Não está longe o dia em que</p><p>chorem com lá{lrimas de sangue sua complacente</p><p>d ebilida de.</p><p>Palavras e ações contrárias à decência</p><p>A saliva é veícu lo de muitas infecções, por isso</p><p>vemos escrito nas paredes dos quartos, nos vagões</p><p>dos bondes e dos trens : ••E' proibido cuspir."</p><p>Pois da hocn do homem pode sair algo mais in­</p><p>feccioso que a saliva : a palavra torpe, veiculo de</p><p>m icrób ios con tagiosos para n alma.</p><p>Portanto, impeçam-se as conversas imorais, sem­</p><p>p re e em toda parte, mas especialmente quando aten­</p><p>tam contra a i nocê ncia dos men i nos, uni ndo à</p><p>prudência a coragem. Por exemplo : um operári o,</p><p>memhro d a A ç:1o Catól ica, que e m sua com panhia</p><p>tem outro s que pt•ofercm palavras obscenas, n õ.o</p><p>há de perman ecer i n diferente, sen ão que imped irá</p><p>o escân dalo, p r i m e i ro com meios persuasivos, de­</p><p>pois d i r i gin do-�e nos dire tores da empresa. E as­</p><p>sim em casos semelhantes.</p><p>E o nosso si nal de protesto tem mais raziío de</p><p>ser, quando não se tra ta jit de pala\Tas i n conve­</p><p>n ie n t es sen ão de a tos desavergonhados c d e cenas</p><p>escan dalosas.</p><p>O código p enal ele todas as nações civ ilizadas</p><p>cast iga com penas severas todo ale n tado contra a</p><p>moralidade.</p><p>Conclusão</p><p>Hindemhurgo passou à história como o vence­</p><p>dor da ba talha dos lagos 1\Iasurianos. De que modo</p><p>venceu o general alemão o poderoso exército nas­</p><p>s o ? Com uma retirada estratégaca por meio d.a</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DA MORALIDADE 98</p><p>qual atraiu o inimigo a uma região rantaoosa co­</p><p>berta aparentemente por graade extensão de ver­</p><p>dura. Ali pereceram milhares de soltiaths russos</p><p>afogados nos pântanos e devorados pelos reptis que</p><p>viviam nas óguns.</p><p>Isto é a imoralidade pública : uma vasta lagoa</p><p>coberta de verdura enganadora. I n d ivíduos e po­</p><p>vos se precipitam p ara lá e perecem miseràvclmente</p><p>no atoleiro, enquanto os imundos reptis os devoram.</p><p>A imorali d:ule é a ru í n a dos povos c n ações,</p><p>sinal de decadên cia ci vil e religiosa.</p><p>Combater a imoralidade é, pois, fazer obro de</p><p>fé, de civilização, de religião e de patriotismo.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DO CINEMA</p><p>Introdução</p><p>Há em Jerusalém um grande muro, ru{na do tem­</p><p>plo juda ico, aonde os hebrcus vão, em dias deter­</p><p>minados, a chorar e orar; cham a-se o muro das</p><p>Lamentações.</p><p>Lágrimas estéreis que n ão fizeram ressurgir o</p><p>templo mngnUico destruido por Tito, nem o fnrüo</p><p>�essurgir no futuro.</p><p>A este pranto assemelha-se o de muitos cristãos</p><p>que choram sobre ruinas dos templos destruídos, ou</p><p>seja, das almas pervertidas pelo escând alo, multi­</p><p>plicado hoje pelos portentosos passos do progresso</p><p>moderno, como o c in ema, o rúdio, a imprensa, ele . . .</p><p>Contudo não fazem nada para reparar as rui nas.</p><p>Nenhum membro da Ação Católica pode filiar­</p><p>se a es ta confraria de planejadorcs, porque o nos­</p><p>so programo é n Açõo.</p><p>Na rece nte enciclica VigUarúi Cura, sobre o cine­</p><p>ma, o Papa deplorou os males causados por esta in­</p><p>venção moderna, mas ao mesmo tempo convidou os</p><p>bons católicos a reparar os danos por ela causados</p><p>c a reagir. Seu convite é para nós uma ordem. To­</p><p>dos temos de colaborar na moralização do c inema.</p><p>Que faremos?</p><p>In dicaremos o que é que o Papn quer de todos</p><p>os bons, c em particular que f! o que espera dos</p><p>membros lia Ação Católica.</p><p>Uma promessa</p><p>Até hó pouco, quase todas as peUculas que se</p><p>exibi am no mundo in teiro eram produzidas nos</p><p>Estados Unidos. Jú começam n pro duzir-se tam­</p><p>bém em ou tras nações, todavia ai nda 80 por cento</p><p>nos ''êm daquela nação.</p><p>De ló nos vem o mal , mos também a indicação</p><p>do que faremos no terreno do moraliznçiio dos es­</p><p>petáculos cinema tográficos.</p><p>Impressionados pelos ruinns causadas pelo ci­</p><p>nema, os católicos norte-americanos iniciaram em</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DO CINEMA 911</p><p>1 930 en érgico. campanha contra o cinema imoral.</p><p>Antes de tudo, intervieram com as casas )lrodu­</p><p>toras, os quais concordaram em regular a pro­</p><p>dução segundo uma norma ou código moral apre·</p><p>sen t ado pelos mesmos católicos.</p><p>E' certo que este código não se observou senão</p><p>por alguns anos, po rque os produtores não creram</p><p>na constância da reação ca tólica. Mas enganaram-se.</p><p>Perdida cstn batalha, iniciou-se outra com armas</p><p>distintas e ma is eficazes; todo o Episcopa do dos</p><p>Estados Unidos em preen deu uma cam panha con­</p><p>tra o cinema imornl por meio da "Legião da De­</p><p>cência", chamada assim porque seus fins eram os</p><p>de lograr a moralização do ci nema. Os membros</p><p>desta Legião, leg i o n á rios, comprom e t i am-se solene­</p><p>mente a n ão assist ir a cspellículos in decentes c a</p><p>procurar que os d.em ais fizessem o mesmo. Dita</p><p>promessa renova-se cada ano.</p><p>A Legião foi-se esten dendo sobre todas as dioceses</p><p>c reunindo numerosos aderentes, até .entre os não</p><p>católicos : protestantes, judeus, conhecedores dos</p><p>males causados pelo cinema imoral, contribulram</p><p>com os c atólicos a esta cruzada em favor do bem.</p><p>Os resultados p rú t icos n ão se fizeram esperar :</p><p>o p romessa foi fi elmente cumprida por todos; os</p><p>espectadores diruinulram , as entradas</p><p>das casas so­</p><p>freram fortes haixas. Feridos na bolsa, que para</p><p>mui tos vale mais que o consciência, os produto­</p><p>res reflexionnram c melhoraram a qual idade da</p><p>mercadoria. Dat a de então o termos hoje nos mer­</p><p>cados películas menos más.</p><p>O Papa quer que a promessa feita pelos cató­</p><p>l icos norte-americanos seja imitada pelos de ou­</p><p>tros nações.</p><p>Trata-se de uma simples promessa, não de um</p><p>juramento, pelo qual aquele que a pronuncia não</p><p>se faz réu de perjúrio, se u não cumpre. Mas falta</p><p>à fidelidade, virtude que obriga para com os ho­</p><p>mens e muito m ais para com Deus.</p><p>A pr·omessa obriga a niio assistir aos esp etáculos</p><p>i n decentes, em qualquer sala de exibição . Pelo qual</p><p>não obriga a abster-se, por completo, de assistir às</p><p>representações em geral , senão àquelas que ferem a</p><p>moro!. Mas nossa campanha será mais efetiva, se</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>96 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>desertamos de um teah·o em que se representam às</p><p>vezes fi lmes que ofen dem a digni dade e a decência.</p><p>A isto me cl i reis : "Pois como podemos saber</p><p>com an tecipaçüo o caráter da peli cula para nos</p><p>abstermos de assist i r a ela ?"</p><p>O Papa pensou também n es ta dificuldade e dai</p><p>quer que em cada n nc1io se estab eleça um Departa­</p><p>mento Nacional do Ci n e, debaixo da fiscalização</p><p>da Ação Católica, a fim de que revise e classifique</p><p>todas as películas c a n 11 1H'ie aos fiéi s, por meio da</p><p>imprensa, a classirk;:u;im de merece. Na Colôm b ia</p><p>estu missão Yem cumpri ndo com admiráveis resul­</p><p>tados a "Legião Colom!Jiana de Decência" por meio</p><p>da p ublicação semanal n a folh inha "Legião Colom­</p><p>b ia n a da Ded'·n cia." ( Apnrlndo 1 476. Bogo tá. )</p><p>Razões desta promessa</p><p>Várias são as razões que nos devem obrigar a</p><p>fazer esta promessa c a man tê-la.</p><p>t .o O bem de nossas próprias almas</p><p>O cinema imoral ou só in decen te é um perigo</p><p>gravíssimo para n virtude em razão de seu poder</p><p>sugestivo : o cinema fala aos sen ti dos, vista e ou­</p><p>vi do, por meio de quad ros l um inosos .c, muitas</p><p>vezes, fascinadorcs. Por isso, abre um sulco pro­</p><p>fun do em nossos â n imos : bom ou nocivo segundo</p><p>o argumen to projetado na tela.</p><p>Muito ma is profu n do é o seu in nuxo que o da</p><p>leitura que niio fala com im agens nos olhos nem</p><p>nos ouvidos.</p><p>Os diários fal am-nos dos delitos cinematográfi­</p><p>cos; deli tos cometidos por consequéne i.I da exibi­</p><p>ção de uma pelicu la. Jovens que, ao sair de u m</p><p>teatro, perpetraram o s crimes que a i viram reali­</p><p>zados e pergun tados pelo Juiz acerca dos motivos</p><p>lJUe os i nduziram n is to responderam que o viram</p><p>realiznr-sc numa f ita.</p><p>E' certo que este gmu de sugestão supõe indiví­</p><p>duos mui sensíveis ; mas, em igualdade de cir­</p><p>cunstân cias, a sugestão opera-se até nos mais equi­</p><p>librados dos espectadores.</p><p>Eis aqui um fato que compl'Ova a nossa asserção.</p><p>Ao voltar um senhor a casa encontra a empregada</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DO CINEMA 97</p><p>estendida na cama e fortemente atada. Os ladrões</p><p>haviam penetrado na casa levan d o quanto encon­</p><p>traram :i mão. Denunciado o fato, a empregada</p><p>é levada para os tribunais de in1o·cstigação que</p><p>descobrem que ela era a cúmplice do furto e que</p><p>o havê-lo encontra do atada não era senão um tru­</p><p>que pnra despistar a pol ícia. Mas o n d e tinha apren­</p><p>dido um modo tão genial pura despistar os in­</p><p>vestigadores 'l No cinema , onde havia visto a pro­</p><p>tagonista de um roubo fazer o mesmo.</p><p>2.• Pelo bem elos demais</p><p>Abstendo-se de assistir a esp etáculos imorais, da­</p><p>mos um bom exemplo, que vale persuadir mais</p><p>que um longo discurso.</p><p>Todavia, enquan to pudermos, havemos de achar</p><p>meio também de persuasão, fazendo uma verda­</p><p>deira propagan da contra os espetáculos imorais.</p><p>A isto nos obriga a promessa que fizemos.</p><p>Como podcrli permanecer insensível um católico</p><p>r. um m embro da Ação Catól ica ante os estragos que</p><p>causa o cinema imoral, chamado pelo Papa na ci­</p><p>tada enciclica : "escol a de corrupção", e "intoxi­</p><p>cação das inteligências c das almas'"! Estas di­</p><p>versões são a perversão dos ân imos juvenis. No</p><p>cinema se repete todos os dias o crime de Hcro­</p><p>des, quando fez degolar os i nocentes , c deli to mais</p><p>grave até, porque se trata da morte da consciência.</p><p>E', pois, dever urgente de apostolado e de ca­</p><p>ridade impedir ou ao menos l imit ar este assassi­</p><p>nio das almas.</p><p>3.• Pam obter o mellwramenlo moral do cinema</p><p>Isto nos prova o resultado obtido pelos católicos</p><p>dos Estados Unidos. E esse .efeito tornar-se-á mais</p><p>vasto e sensível quando o exército dos nbstcncio­</p><p>nistas, dos apóstolos do ci nema moral aumentarem</p><p>em todo o mundo.</p><p>Est.e nobre exército da salvação h ú de ter a sua</p><p>bandeira em nossa paróquia.</p><p>Conclusão</p><p>Os governos deram providêncins para resolver o</p><p>problema demográfico e econômico que ameaça a</p><p>vida das n ações ; mas hoje esta vida está seria-</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>98 FORMAÇAO PARA O .APOSTOLADO</p><p>mente ameaçada pela perversão dos costumes e</p><p>pela relaxação do famllin. JA d issemos, o cinema</p><p>é um dos princi pais fotm·cs da quebra da moral e</p><p>da famll ia. O qual implico um falso conceito da</p><p>vida da mesma, que é considerada por muitos, não</p><p>como u m d ever senão como um prazer. E isto en­</p><p>fraquece o sen timento fum ilinr porque a miúdo</p><p>con tribui a dor ao m atrimônio e nos deveres que</p><p>impõe um cnrâ t er an tipáti co.</p><p>Nossa campanha con tra o c inema imoral há de</p><p>apoiar-se, pois, na consciência ele cristãos e de</p><p>cidadãos. e deve ter como fim o bem da Religião</p><p>c da Pát rio.</p><p>Como os legionó•·ios de Roma, combatemos pelo</p><p>"al t ar e pelo lar" ; pro aris et (ocis.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>APOSTOLADO DA DWPRENSA</p><p>Escreve o fogoso apologista Tertuliano : "Dia virá</p><p>paro a Igreja em qu{! o testemunho de seus escri·</p><p>tores terá o vulor do snngue e do martfrio."</p><p>A comparação visa unicamente o testemunho apo­</p><p>logético, porque encerra uma grande \'erdade : a</p><p>do i negável poder moral da imprensa.</p><p>Vejamos, po is, qual é esse poder, don de dedu­</p><p>ziremos paru nós o devc1· do apostolado da im­</p><p>prensa, dever que muitos desconhecem. v.eremos fi­</p><p>nalmente como se tem de compreendê-lo e praticá-lo.</p><p>Poder da imprensa</p><p>Nn casa de Gutcnberg, inventor da imprensa,</p><p>insc1·eveu-se esta legen da : "Ninguém me resiste."</p><p>Com ela nos é i ndi cado o poder maravilhoso dn</p><p>imp1·cnsa, assim como 11 im portância da in\·enção.</p><p>Pio XI diz : "A i m p rensa é, em nossos tempos.</p><p>uma força poderosissima que pode converter-se na</p><p>mais proveitosa ou na mais danosa para a vida</p><p>do mundo e da Igreja."</p><p>E em verdade, em nossos tempos, o po\'o regula</p><p>a sua op inião ·C d irige a sun vida segundo o sen­</p><p>t ir do periód ico.</p><p>Poderia parodiar-se o refrão castelhano que diz :</p><p>"Diga-me que d iário tu lês e dir-te-ei como pensas."</p><p>Outro refrão diz : "Mais mortos fez a Hngua que</p><p>a espada" ; e hoje podcrlamos acrescentar : "Hoje</p><p>a i mprensa niio faz m e n os mortos do que a Hn­</p><p>guu." O diár io é armu !le largo alcance ; u má H n­</p><p>gua pode-se compara•· com um punhul homicida ;</p><p>u m á im prensa tem um alcance mu i to maior.</p><p>Quem poderú contar os males causados pela má</p><p>imprensa ? O profeta Ezequiel viu em visão um</p><p>campo coberto de ossos humanos; se t ivéramos a</p><p>visão das almas, que cemitério vasto se ofereceria</p><p>aos nossos olhos ! Quantas almas mortas para a</p><p>vida sobrenatura l ! E se v n mos buscnndo as cnusas</p><p>encontraremos quase sempre as más leituras.</p><p>Dan te achou no inferno n Francisca de Rimioi,</p><p>culpada de adul tério por ter lido. c ouviu que se</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>100 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>lamcn ta v a dizen do : ".Maldito seja o livro e quem</p><p>o escreveu."</p><p>Quantos l ivms, jornais, folhetos malditos I E quan­</p><p>t;�s almas no in ferno por causa da má l eitura !</p><p>E se é gmn de a i n fluência da imprensa sobre a</p><p>vida individuul, não o e menos sobre a social ; por</p><p>isso se disse que a i mprensa vence canhões. E não</p><p>é exagero. Vimos, durante a guerra, quanto o poder</p><p>lle certa</p><p>imprensa a nulav<t os cCei los das canhões.</p><p>E tão certo é que muitos governos se v iram obri­</p><p>gados a impor a censura aos jornais. Esta vública</p><p>censura é u mais clara demonstração do poder da</p><p>imprensu c, em especial, da imprensa periódica.</p><p>Dever grave</p><p>Se a imprensu é arma liio poderosa, c !>C é causa</p><p>de tantas rul nas, que faremos nós? A que remé­</p><p>dio nos socorreremos ?</p><p>O reméd io é um só : a boa imprensa. Opor ar­</p><p>mas a armas. I núteis são as lamentações e o pran to</p><p>pelo rulnn das almns causado pela má imprensa.</p><p>Dal o grn vc d ever do apostolado da boa imprensa.</p><p>E dai o num clamento do Pontífice Pio XI. Em o</p><p>notável discm·so uos membros da Sociedade da Boa</p><p>Imprensa de Milão, dizia : "Concebestes o desfgnio</p><p>de preparar, d i fundir e mu ltipl icar a boa imprensa</p><p>no sen•iço do hem. Vosso lnho r é o mais eficaz e</p><p>insubsti luivel porq ue o semelhante se cura com o</p><p>semelhante."</p><p>Esta é a necessidade im periosa dos nossos dias.</p><p>Espontãn eamcn te nos vem à memória a recordação</p><p>do sorriso duqucle bom frndc que não cria que a</p><p>invenção da imp rensa acnhnsse n a terra a tradi­</p><p>cional diligê nc ia elos copistas ; ou n de l\faquiavel</p><p>que niio cria na nplicação prática das armas de</p><p>fogo ; ou a de Napoleão que não acredi tava no uso</p><p>do vapor como força motriz. A imprensa, como a</p><p>pólvora c o vapor, impuseram-se ao mundo.</p><p>Para que há de ser a b oa imprensa?</p><p>O PuJJU respon de-nos na carta ao Cardeal Pa­</p><p>triarca de Lisboa : "Por boa imprensa entendemos</p><p>não só a que niio contém nada con lra os princípios</p><p>da fé c as regras da morol, mas também a que se</p><p>fa:z defensora de tais prin cipias."</p><p>Portan to, não !Jas ta niio falar mal de Cris to : é</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>APOSTOLADO DA IMPRENSA 101</p><p>neccssano falm· bem. Em p resença de Cristo não</p><p>podemos ficar neutros. O mesm o disse : "Quem não</p><p>está comigo está contra mim." E estamos com</p><p>Cristo quan do cremos e defendemos tudo o que</p><p>Ele ens inou , quando observamos todos os seus man­</p><p>damentos, quando respei tamos os d i reitos e as</p><p>prescri ções de sua Igreja.</p><p>Isto vale para a imprem;a : será boa c católica,</p><p>quando, sem causar a ruí na das almas, as melho­</p><p>ra , a.� eleva e lhrs i n fu n d e um sopro de espirilua­</p><p>lidnde; é resolução, quando é ins trume n to de edu­</p><p>cação cristã.</p><p>Dever desconhecido</p><p>Agora se com preen de muito bem por qu.e o apos­</p><p>tolado do imprensa é u m dos mais graves e ur­</p><p>gen tes para os católicos. Como dcscui da1· um meio</p><p>tão po deroso c tão apto parn a difusão da verdade</p><p>e do bem ? E, contudo, este é um dos deveres mais</p><p>desconhecidos c mal compreen didos.</p><p>Ao ver alguém os estragos que causa a má im­</p><p>prensa, disse que é i nvenção diabólica. Nada mais</p><p>falso : todas ns in venções .são em si mesmas obra</p><p>de Deus, enqunnto são rev elação c aplicação das</p><p>forças da natureza, feita ele Deus.</p><p>Mas também é verdade que desta como d e todas</p><p>as outras i n venções dos últi mos tempos se apode­</p><p>raram os filhos das trevas, enquanto os filhos da</p><p>luz se con tentavam com chorar e lamen tar-se, com</p><p>isso cumprindo-se a palavra divina : "1\lais pru­</p><p>dentes s:io os filhos das trevas que os da luz."</p><p>O cardeal J.av igcl'ic, :1 póstolo dos negros, excla­</p><p>mara em um de seus discursos : "Uma coisa n ota-se,</p><p>nestes m omentos , nos católicos : a caridade em prol</p><p>das obras de b en eficên cia é in esgotável, têm dinheiro</p><p>para constru ir igrejas, hosp itais e capelas, para ali­</p><p>viar os pobres, para desenvolver as insliluiçõcs</p><p>piedosas. Mas n luta destinada a defen der a Igreja</p><p>e a soc iedade divina não parece preocupá-los e não</p><p>há dúvida que esta l u ta é, na hora presente, impor­</p><p>tante sobre toda pon deração. Fun dar c destinar um</p><p>diário, e nca m inhado a derender a ]ma causa, é</p><p>quase tão ncoessál'io como construir uma igreja."</p><p>Precisa, pois, sacudir a i nércia, formar uma nova</p><p>consc iên cin.</p><p>Todos os c atólicos hão de empenhar-se nesta obra</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>102 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>e, de maneira particular, os agregados à Ação Ca­</p><p>tólica, este.� que estão consagra dos ao apostolado.</p><p>O ex em plo vem de cima e de lon ge : do mesmo S.</p><p>Paulo, modelo dos apóstolos. E' célebre a frase de</p><p>1\lonsenhor Ketteler : "Se S. Paulo tornnsse ao mun­</p><p>do, far-se-ia jornal ista." Frase que Pio XI com entou</p><p>em um d iscurso deste modo : "Disse um que, se o</p><p>npóstolo S. Paulo v ivesse em nossos dias, seria jor­</p><p>nalista. Não há dúvida que S. Paulo, não obstante</p><p>as dificuldades m ateriais, com suas cartas e seus es­</p><p>critos tão maravilhosamente multiplir.ados e que, ao</p><p>fim de seus dia!õ, levou a tan tas partes a lu:z do seu</p><p>Evangelho, não há dúvi da que aquele homem de al­</p><p>ma tüo nr dente nn propagaçüo da clou l l' inu de Cr is to,</p><p>se tivesse servi do da mais poderoso armn paro .pro­</p><p>pngar a i de ia e o pensamento que é u imprensa."</p><p>Como cumprir este Apostolado</p><p>Este dever há d e se cumprir, especinlmenle, de</p><p>três mnneil•as : com a l eiturn , com a cl i fusiio, com a</p><p>ajuda material c moral para a boa imprensa .</p><p>1.• Com a leitura</p><p>Todos os católicos, mas de maneiro espec ial os</p><p>i nscri tos nn Ação Catól ica, eonsi derarão como um</p><p>de seus prin cipais deveres o ler os diários cató­</p><p>l icos, instrume n tos eficazes ele formação religiosa,</p><p>moral c social.</p><p>Alguns se escusam deste de\'er dizendo que os</p><p>outros d iários estão melhor redigidos. Pois "se</p><p>nossas puiJlicnções são até d efic ien tes c necessi­</p><p>tam rnelhornr, o modo mais eficiente paro alcanço.­</p><p>isto é apoiá-Ias; ele outro modo cai remos no cir­</p><p>culo vicioso : não se apoia a imprensa ca tól ica por­</p><p>ctne é defeituosa e imperfeita, c as publ icações siio</p><p>imperfeitas e defe i tuosas porque 1�ão são npoia­</p><p>tlns." ( 1\Ious. r.. B. Girnrdi, B ispo de Pav i n . )</p><p>A im prensa sustém-se c o m :1 l eitura e c o m as</p><p>nssim•lurm;.</p><p>2.• Com a difusão e com a propcl[]undn</p><p>N ão basta ler um bom periódico, é preciso fa­</p><p>zer lê-lo c este é um rlever part i cular da Ação Cu­</p><p>téJiicll como ensi na Pio XI : "Uma at i\'idodc a que</p><p>a Ação C:aLólica tem de a t e n der com pl'eferênciu</p><p>f! a de procura r a di fusão da boa imprensa, e por­</p><p>licularmente de imprensa diária, a qual, por ser mais</p><p>difundida, é também a que exerce ma ior influxo."</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>APOSTOLADO DA IMPRENSA 103</p><p>A Ação Católica é a colaboradora da Jerarquia c</p><p>em nenhum campo pode colaborar mais eficaz­</p><p>mente que neste da imprensa, pois, como o diz</p><p>o já ci tndo Pon tífice : "Os dia rios católi cos são os</p><p>porta-vozes da Jerarq uia c de seus ensinamentos."</p><p>Adema is, a voz do periódico sempre se ouve até</p><p>qua n do cale a elo sacerdote. Dizia um católico ale­</p><p>mão num congresso : "O d i:'lrio é o melhor coadju­</p><p>tor do Pároco." O Pároco n ão presa senão uma vez</p><p>por sem ann e t em-se de i I' escutá-l o ; o diário prega</p><p>todos os dia� c vem procurar-nos em casa."</p><p>3." Com a ujuda e a colalJOração</p><p>Ajuda moral, mormente da oraçüo. Ajudo mate­</p><p>rial, porque a imprensa, e em especial o diãrio,</p><p>não pode sustentar-se sem uma poderosa organiza­</p><p>ção financeira.</p><p>Os ca tólicos hão de hubi tuar-sc a considerar co­</p><p>mo obra de hencficên c ia o aju dar pccuniàriamente</p><p>a impt·cnsa. Niio só de pão vive o homem, disse</p><p>o Salvador; e a boa imprensa quer nutrir as almas</p><p>com o pão da verd ade c da virtude. Não sct•li esta</p><p>acaso obra de hcn e ficênci u ?</p><p>Conclusão</p><p>O cé lebm W i n d thorst, fund: ulor do part i do do</p><p>Cen tro, n a Alem a nha, d ir-ia : "Temos necessi dade de</p><p>um sexto mand:unento da Igreja : ajudar il boa im­</p><p>prensa."</p><p>Bem compreenderam a necess i dade deste pre­</p><p>ceito os membros de certa organ ização j uven il de</p><p>Ação Cn ló l i ca, que na sede de suas J·cnn iões i m la­</p><p>l aram u m coft•c com esta l egen da : " Para o diário</p><p>católico", e ali cada u m podia depositar quanto</p><p>quisera, em favor ela boa impre n sa. No f im do ano</p><p>e ao abJ·ÍJ· o cofre encon traram-se ci nqucnla liras</p><p>com as quais �e tomaram assina tm·as do diúrio cató­</p><p>lico, para o s ha!J i t a n l l�S d :1</p><p>região. Ao ano segui n te</p><p>os que t inham rlcsfrutnrlo do beneficio d o d iário ca­</p><p>tóli co queriam pagm· a mc l a !le da a�;sinatum, e as­</p><p>� i m o rl i:'trio eatól ico foi p e n e tran d o nos urre!lores.</p><p>Este é um exemplo admi rável de apostolado em</p><p>fayor da boa imprensa . Quando estarão animados</p><p>de semelhan t e espírito todos os membros de Ação</p><p>Catól ica?</p><p>Quando islo se alca nç.nr, estará resolvido o pro­</p><p>blema do diário católico ,c da boa imprensa.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DO LIVRO</p><p>Introdução</p><p>Elogiando o falecido Pon lifice Pio XI as ativ ida­</p><p>d es rln Sociedade da Boa Imprensa de Milão, dizia</p><p>um dia estas palavras cheias de verdade : "Vosso</p><p>trabalho é YCrda deira obra de caridade, cumpri da</p><p>snpientlssimnmente como quer o Espí rito San to."</p><p>Quando pJ"Onunciou estas palavras, linha o Pnpa</p><p>consigo "Os Noivos" de l\tanzoni, de quem ern ad­</p><p>m irador. :\"aquela novela se fala da fu ndação da</p><p>Biblioteca Ambrosiana, obra do Cardeal Frederico</p><p>Dorromeu, da qual se diz que "se fez lutando con­</p><p>tra a ignorân cia, n in ércia e a ap atia" e o agudo</p><p>novelista chama-a de "a m elhor e mais útil esmola."</p><p>Somos do parecer de l\lanzoni, do Cardeal Bor­</p><p>rorucu c do mesmo Augus to Ponlifice Pio XI, c,</p><p>por isso, vamos expor as razões do nosso modo de</p><p>pensar.</p><p>Dever de caridade</p><p>Reza um provérbio italiano : "Aquele que lê, co­</p><p>me" e assi m é na real i dade : a lei tura engendra</p><p>ns i deias, as idcias são o alimento da inteligência.</p><p>A l eitura, pois, nutre c fortalece a mente.</p><p>E assim como temos cuidado para CJUe os ali­</p><p>mentos que nutrem o corpo sejam sõ.os, de outro</p><p>modo se converteriam em causa de intoxicação :</p><p>de igual rn�mcira lemos de velar por que os l ivros</p><p>que são o oli men to da inteligência sejam sãos.</p><p>O bom l ivro é o sustento do espirito.</p><p>Sendo assim, será obra de caridade o procurar</p><p>que nossos irmãos tenham sempre alim ento inte­</p><p>lectua l são. Dar um pedaço de pão no esfomeado</p><p>é obru de caridade muito excel ente ; mas será maior</p><p>o procurar o susten to de tnntas almas extenuadas</p><p>por falta d e sãs leituras.</p><p>Mas quem cogita das n ecessidades da alma?</p><p>Quan tos são os que compreendem esta obra de ca­</p><p>ridade?</p><p>Ao menos nós, membros dn Açiio Católica, con­</p><p>sagrados 110 apostolado, devemos ler cuidado de</p><p>nossas próprias e dns almas dos pró ximos, como</p><p>quer o Papa, quando nos diz que a "Ação Católiça</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DO LIVRO 105</p><p>tem de preparar, difundir, m ultiplicar a boa im­</p><p>prensa no serviço do bem."</p><p>EHcãcia do livro</p><p>Algu n s, quando se lhes fala da boa imprensa,</p><p>)Jensam logo na imprensa periódica : diário ou re­</p><p>visto. E é na tural que estas publicações, que são as</p><p>mais lidas, atraiam a nossa atenção. !\Ias convém não</p><p>olvi dar as outras publicações e, sobre tudo, o l ivro.</p><p>Na real i dade, se o periód ico vence ao li vro em</p><p>difusão, porc1ue é mais lido, perde muito em</p><p>profu n d i dade. Com efeito, o livro, com penetrar</p><p>mais na alma, deixa impressões mais duradouras,</p><p>d iz mais coisas d o espíri to e permanece conosco</p><p>por m ais tem po, até depo is d a leitura, com o bom</p><p>amigo a quem nunca se abandona.</p><p>Por isso, diz o refrão que "um bom livro é um</p><p>hom amigo " e o Esplrilo Sanlo assegura-nos qu e</p><p>"quem achou um bom amigo encon trou o mai or</p><p>dos tesouros." Ao invés, quem topa com um mau</p><p>livro, dá com sua 1·ulna, como con firm a a expe­</p><p>riência de todos os dias.</p><p>A leitura de bons l ivros deu muitos santos à</p><p>Igreja, ao passo que a de maus l ivros foi a causa</p><p>da ruí n a de m u i tos, especiulmcntc dos jov.ens.</p><p>Yamos provando estas asserções com alguns da­</p><p>dos h istóricos.</p><p>Efeitos do bom livro</p><p>Inúcio de Loiola, oficial do exército espanhol é</p><p>gravemente ferid o no sitio de Pa rn plona e vê:�c</p><p>ob rigado a se retirar a um castelo ern busca da</p><p>cura. Pard d istrair os ócios d a e n ferm i dade pede</p><p>uma novela. Na escassa biblioteca do casleln não</p><p>há mais que a vida de Cristo c algumas vidas de</p><p>Santos. Pede lhe tragam a de S. Fnmc isco de As­</p><p>sis e d e S. Domingos. Logo se sen te transfol"lnndo</p><p>e daquela l cituru data a sua conversão em soldado</p><p>de Cristo.</p><p>Outro fnto m a i s recente.</p><p>Bem co nhecida é a biografia de Pedro Jorge</p><p>Frassuti, escrita pelo salesiano Padre A ntôn io</p><p>Coiazzi.</p><p>Um dia recebe o autor a seguinte carla muito</p><p>significativa :</p><p>"Ontem de tarde tomei o trem. Para matar o</p><p>lempo de longa jornada que ia fazer tinha comigo</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>106 FORMAÇAO PARA O APOSTOLADO</p><p>uma novela , mas de repen te meus olhos toparam</p><p>com um embrulho que me chamou a atenção e,</p><p>levado pela cudosidadc, o ubl'i. Ao ver que tinha</p><p>a vida de Pedro Jorge Frassati, disse entre m i m :</p><p>Estas siio coisas de Padres e agora niio estou para</p><p>ler beatices. Aprofun dei-me, pois, na leitura do</p><p>periódico ; mas, como a travessia era longa, hem</p><p>depressa acabe i tle o ler. Tomei, cn tiio, sem i n te­</p><p>resse, a ·vida do jo\·cm e l i ao acaso algumas pú­</p><p>ginas, mas, aos poucos, fu i-me sentin do atraí do,</p><p>c não a deixei senão com a última linha.</p><p>Não saberia dizer-lhe o que experimentei, pois,</p><p>apem1s chegado ao termo da viagem, dir·igi-me</p><p>imediatamen te à igreja, pus-me de joelhos e su·</p><p>pl iquei no sacerdote que me ouvisse de confissão.</p><p>Escutou -me com paciência c com carinho e con­</p><p>dnzi u-me depo is ao banque te eucnrist ico.</p><p>Naqueles momentos sen ti em mim um estreme­</p><p>cimento de bon dade e supliquei n Pedro Jorge que</p><p>me consen·asse sempre rel igioso. "</p><p>Efei to da leitu ra de um bom livro.</p><p>E quem nos d i rá os bens que produziu a lei­</p><p>tura ela vida de S. Teres i nha do Men ino Jesus ?</p><p>Efeitos do mau livro</p><p>Mas, em outro sentido, quanto é o mal que pode</p><p>enusar um l i vro prcjutl icial l Vcjnmos a lgu n s exem­</p><p>plos.</p><p>Faz apenas alguns anos, ven tilava-se nos tribu­</p><p>nais de Pnris a causn de um menino de quinze</p><p>anos, acusado do assassínio de u m meni no de seis.</p><p>Q u al era a causa do delito ? Explica-nos ass im o</p><p>mesmo crim inoso : "Li numa novela a história do</p><p>assassi n io rle um menino e isto me surpreen deu</p><p>prohm dumen l e. A casualidade pôs-me frente a c!itC</p><p>men ino de cujo nssnssf nio sou ncusndo c quis re­</p><p>produz ir c gozar n cena que tinha l i do."</p><p>Quem é o mnis c u lpado? O m enino assassi no</p><p>ou o escritor do conto ?</p><p>Não faz muito que a imprensa nos deu nolícin</p><p>de um jovem e ncon trado morto em seu quarto.</p><p>Ao rev istar a casa a au tori dade achou sobre a</p><p>mesa de cabeceirn aberto um l ivro de Ortiz, no</p><p>qual se narro com cores sedu!orus o suicid io de</p><p>um jovem. A leitura foi fatal.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DO LVv.RO 107</p><p>E mesmo que a leitura de maus livros não con­</p><p>duza sempre a estes excessos, deixa na alma o</p><p>horror e a tristeza.</p><p>Con ta-nos S. Teresa de Jesus, no livro de sua</p><p>vida escrita por ela mesma, que esteve no ponto</p><p>de p erder-se pela leitura dos livros de cavalaria.</p><p>" Hab ituei-me a ler, escreve, c parecia-me que não</p><p>era pecado perder tanto tempo naqucl.e vão exer­</p><p>cfcio. A pa ixão apoderou-se de tal mo do de m im</p><p>que não 110dia estar eon t e n l e se não ti nha algum</p><p>livro novo. Comecei a vesl i 1·-me com elegi'lncia c a</p><p>q uerer Cazc1· b o a Cigum, parn o qu e cuidava mu ito</p><p>do cabelo c de to das as ou tras vai dades deste gê­</p><p>n ero ." Por sorte o pai, cuidadoso da educação</p><p>da jovem, encomendou-a a bons educa dores e junto</p><p>deles acabou-se o p CI"igo das mÍis leituras.</p><p>Normas práticas</p><p>Como cristãos</p><p>Amar o bom liv ro, grande meio de formação es­</p><p>p iri tua l . Afeiçoar-se às v idas dos San tos, sobre­</p><p>tudo dos que .em nos:;os d ias se d istinguiram por</p><p>uma v i da exem plar.</p><p>Recusar tle m a n e i ra ahsu luln todo l ivro frívolo,</p><p>mesmo que não seja i moral, c pedir sempre o pa­</p><p>recer de u m Con fessor i l ustrado.</p><p>Como apó.çlolos</p><p>Propagar o bom l ivro : fazê-lo conhecer, acon­</p><p>selhá-lo, dá-l o emprestado. Este é um dos prin­</p><p>c i pa i s de\·cres dos membros da Açiío Católica.</p><p>Destru i r os l ivros maus :</p><p>es te é um dos m.cios</p><p>de acabar com os focos de corrupção espiritual.</p><p>D epo i s da pregação de S. Pau lo em Efeso, os</p><p>e1·islãos tronxeram-lhe os l ivros que con tinham</p><p>fllrmulns múg icas c "os queimaram em presença</p><p>de lodos c, feito o côm puto, acharam que valiam</p><p>cinquenta mil denarios".</p><p>O exemplo vem -nos de cima e de longe.</p><p>Conclusão</p><p>Um i nstrume n to d.e apostolado do livro são as</p><p>b i bliotecas paroquiais e diocesanas. Corno mem­</p><p>b ros da Ação Catól ica favoreçamos aos nossos Pá­</p><p>rocos n a consecução de uma biblioteca paroquial,</p><p>on de, por preços módicos, nos será brin dado são</p><p>alimento para a alma.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DA BENEFICANCIA</p><p>Iotroduçlo</p><p>S. I n ndo :\lárl ir chama ao Papa "Presidente da</p><p>caridade" , palavra que se hlt de entender aqui</p><p>em seu sen ti do estrilo de ben eficência.</p><p>Todos aqueles a quem o Papa chama seus li­</p><p>lhos hão de imi tá-lo na pnítica desta virtude e</p><p>hão de ser, portanto, m in istros c instrumentos da</p><p>beneficência.</p><p>A caridade o u a beneficência é um dever de</p><p>cristão.</p><p>Mas é também um gra n de meio de apostolado e,</p><p>por esse aspec to, queremos considerá-la por ora,</p><p>porque in teressa de modo espec ial aos associado!!</p><p>na Ação Catól ica. A qual abarca em seu programa</p><p>tod a forma de apostolado e, por isto mesmo, o</p><p>da caridade ou da bcn e ficéncin q u e é um dos mais</p><p>eficazes.</p><p>Pio XI ensina que se tem de procurar o hem</p><p>do corpo pelo amor do alma : chegar à alma por</p><p>meio do corpo. Este foi o segredo da grande ca­</p><p>ridade de S. Vicente, de S. Bened i to Cottolengo</p><p>\! de S. João Bosco. Assi m se explicam as gran­</p><p>des conquistas das almas que é o que lem de fa­</p><p>zer a Ação Catól ica.</p><p>Vamos estudar :</p><p>1." Como e por que u I.Jeneficência é um m eio</p><p>de apostolado.</p><p>2." Como usavam dela Jesus Cristo, os Após­</p><p>tolos e n Igreja.</p><p>A beneficência é um melo de apostolado</p><p>Por \'ári as razões das qun is a prim eira é que</p><p>a beneficência é urna demo nstração efetiva da di­</p><p>vindade dn rcHgiiio.</p><p>A lei dn caridade é como o distintivo e o lema</p><p>que dist ingue a nossa santa religião, a qual, como</p><p>seu autor, é ca ridade. Quem senão Cristo podia dar</p><p>!I seus seguidores este preceito : Amai-vos çomo</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DA BENEFIC�NCIA 109</p><p>irmãos. Nenhuma religião nem filosofia nunca deu</p><p>a seus adeptos este mandamento milagroso. A ca­</p><p>ridade é uma como irradiaçiío da luz divina.</p><p>Mas que \'ale a caridade, se não for mais que</p><p>son i do de palavras ou puro sen timentalismo? Por</p><p>isso ensi na-nos o apóstolo S. João : "Filhinhos</p><p>meus, amemo-nos não de palavras c de lí ngua, se­</p><p>não com as obras c de verd a d e." Se de verdade</p><p>a mamos a nossos irmãos, temos de desejar-lhes e</p><p>fazer-lhes o bem.</p><p>Por isso, a beneficência é manifestação da ca­</p><p>ridade c esta prova a divin dade da religião.</p><p>Na realidade a beneficência foi sempre um ar­</p><p>gu men to de propaganda c de defesa da religião</p><p>cristã e, portanto, u m meio de conversão à fé.</p><p>O mundo pagfto converteu-se ao cristian ismo por</p><p>meio da prcgução e dos mi lagres dos Apóstolos, mas,</p><p>sobretudo, pelo resplendor da cari dade benéfica dos</p><p>primeiros cristãos. Os nobres ·C senhores considera­</p><p>vam seus escravos como irmãos; todos, ricos c po­</p><p>bres, participavam em dias determ i nados dos nga­</p><p>pes ou banquetes de caridade; cada um trazia os</p><p>a li men tos seg u n do suas possi h il i dm l cs, os ricos mui­</p><p>to, pom·o os pobres, mas todos comiam a u rn a mesma</p><p>mesa e na mesma medida. A beneficên cia era pra­</p><p>ticada, não só em Jerusalém, senão em todas as</p><p>comun idades cristãs, de form a que se podia dizer</p><p>que nenhuma delas padecia necessidade.</p><p>Os pagãos, d iz-nos Tertuliano, ficavam atônitos</p><p>ante este espetáculo de fraternidade e de car idade</p><p>e exclamavam : "Vede corno se amam." Este pro­</p><p>ceder atraia simpatias à rel igião, autora de seme­</p><p>lhan tes prodígios, e dai as numerosas conversões.</p><p>N o tável é a co n ver·süo de S. Pacôm io . Pagõo,</p><p>aderente ao exército de Constan tino, chegou um dia</p><p>em que as tropas morriam de fome; os cidadãos co·</p><p>nhecedores da necessidade levaram espon tâneamcn­</p><p>te al imen tos aos soldados em tal abundância que</p><p>Pacômio ficou maravilhado e exclamou : "Mas que</p><p>classe de gente é esta?" Soube que eram cristãos</p><p>e que sua religião lhes ordena socorrer e ajudar os</p><p>necessitados. Imediatamente decidiu abraçar esta</p><p>r.eligiiio e nela chegou n ser um de seus Santos.</p><p>E não se dá o mesmo hoje em d ia? As obras de</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>UO FORMAÇAO PARA O APOSTOLADO</p><p>caridade convertem mais impios que os livros de</p><p>apologética, como sucede com a Pequena Cosa dn</p><p>Providência de Turi m, verdadeiro prodfgio de ca­</p><p>ridade e asilo de todas as m isérias humanos.</p><p>Jesus C1·isto mesmo p redisse o valo•· p1·ol.w lório</p><p>da caridade, quando no Sermão du última Ceia</p><p>rogou ao Pai : "Pai, não rogo somen te por eles,</p><p>s-enão também pelos que por sua palavra ch e11arem</p><p>a c rer -em mim, para que sejam lo(los um e o mun­</p><p>do creia que tu me enviaste." Dai que a caridade</p><p>fraterna dos cdstüos é um do:s meios para o mundo</p><p>crer -em Jesus Cristo, e nviado do Padre.</p><p>Outra razão é que a bencficênci:t toca o coração</p><p>do favorecido, c, ganhando o corar;.ão, é mais fácil</p><p>chegar à intel igência e à vontade.</p><p>Esta verdade apoia-se em a natureza psicológica</p><p>do homem e tem p ara si a pro\'a da experiência,</p><p>ao mostrar-nos que, fazen do o hem aos corpos, ê</p><p>mai s fácil ganh ar a alma.</p><p>Isto se dava com S. Frnnci.sco de Assis, de quem</p><p>se escreve no livro "Fiorelti" que "n quan tos cura­</p><p>va o corpo, Deus lhes curava a alm a." Certo vez,</p><p>numa hospedaria onde os filhos do Santo serviam a</p><p>um lep 1·oso tão impacien te e insuportável que pa­</p><p>recia, e assim era, estar possesso, os frades quise­</p><p>ram despedi-lo , mas an tes advertiram a S. Fran­</p><p>cisco que vivia al i perto. O qual foi i n continen t i</p><p>aonde estava o l eproso insuportável e o exortou à</p><p>paciênc ia, mas sem resultado n enhum. E ntão o San­</p><p>to lhe disse : "Posto que não cst{•s con ll• n te com teus</p><p>servidores eu mesmo te servirei." O leproso res­</p><p>pondeu-lhe : "Quero que me lnves todo o pus que</p><p>sai de mim mesmo e que está tão fedorento que</p><p>nem eu posso aguentar o mau cheiro." Logo S.</p><p>Francisco, dizem-nos "Fiorelli", fe:z esquentar águo</p><p>com ervas perfumosas e, por divino milagre, onde</p><p>o San to tocava com suas mãos a lepra se retirava,</p><p>deixa n do são o enfermo. Começou a sarar a carne,</p><p>e começou a sm·ar a nlma ; ven do o leproso que</p><p>o corpo sarava, começou u sentir grnnde compun­</p><p>ção e penitência de seus pecados e pôs-se a cho­</p><p>rar amargamente. E enquan to o corpo Ionçava foro</p><p>a lepra que o afetava , a alma desprendia-se por</p><p>den tro da lepra do pecado, por meio das lágrimas</p><p>e do arrependimento.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DA BENEFIC&NCIA 111</p><p>Este é o método do apostolado franciscano :</p><p>curar a alma, saran do o corp o ; ou, como diz Pio</p><p>XI, "buscar a nlma através do corpo". E quantos</p><p>fatos nos falam da eficúciOJ deste método !</p><p>Exemplo de Cristo, dos Apóstolos e da Igreja</p><p>Exemplo ele Cristo</p><p>Diz-nos S. Lucas que o Salvador passava fazendo</p><p>o hem , curando os corpos, mas, solnetudo, as almas.</p><p>Lemll rcmo-nos da cura do paralí t i co que h·ou xe­</p><p>ram para que o Senhor o curasse; começou por lhe</p><p>curar a alma : "Con fia, fi l ho, teus pecados te são</p><p>perdoados." E como o nrusasscm de blasfêmia, res­</p><p>)lo n deu : "A fim de que snibais que o Filho do Ho­</p><p>mem tem poder de perdoar os pecados", disse ao</p><p>paralft ico : "Levanta-te, toma teu leito e an da." E,</p><p>deste modo, enquanto o curava dn paral isia corpo-</p><p>1'111, cura-o da enferm idade da alma . . . A benefi­</p><p>Cl�ncin corporal vui ucompo.nhadu du espiritual.</p><p>E não aconteceu o mesmo na m ilagrosa multipli­</p><p>cnçiio dos pães ? Dá às multidões o pão do corpo,</p><p>mas logo lhes dá o da alma : "Trabalhai não pelo</p><p>ulimcnto que passa, senão pelo qne dura até n vida</p><p>e terna. Eu sou o Pão vh·o descido do céu. Quem</p><p>come a minha Cnrne c bebe o meu</p><p>Sangue terú o</p><p>\' ida eterna c cu o ressuscitarei no último dia."</p><p>A seu.� discí pulos recomenda o mesmo método :</p><p>"Em qualquer cidade on de entrardes . . . cura i os</p><p>en fermos que nli houver c dizei-lhes : - Aprox ima­</p><p>se o Reino de Deus." Primeiro curai e depois anun­</p><p>ciai-lhes o Reino de Deus. À pregação há de pre­</p><p>ccdct· a beneficência, para que esta prepare os ân i­</p><p>mos n t·eceber o anúncio salutar. Os Apôstolos deve­</p><p>rão evangelizar o mundo com a cari dade c a palavra.</p><p>&templo cios Apóstolos</p><p>A h is tória d iz-nos que foram fiéis segu i dores do</p><p>preceito do .Mestre, exercitavam o apostolado da</p><p>pllhwra e o da ben eficência, curo\'am os corpos</p><p>p11ra curar as almus. Basta recordar o fato da cura</p><p>do pnralítico na pm·ta do tem plo de J erusalém, e</p><p>da qual se serve o apóstolo S. Pedro para fazer ao</p><p>povo um sermão : "O nome de Cristo curou a este</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>112 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>que vedes e conheceis, e n fé que v.em d'Ele deu</p><p>a este a perfeita saúde." E pela palavra de S. Pe­</p><p>dro se converteram cinco mil homens. Depois do</p><p>beneficio, a exortação e a �onversão.</p><p>Exemplo da Igreja</p><p>Á luz destes exem plos a Igreja sempre se tem</p><p>preocu pado com socorrer às n ecessidades materiais</p><p>dos povos, criando uma vasta rede de obras de</p><p>beneficência que sôo o mais belo ornato de sua</p><p>história bimilenóri a : hospitais, asilos, institutos de</p><p>correção, hospicios, ele . . . .</p><p>E sempre, por meio destes beneficios, chegou</p><p>à salvação de muitas almas.</p><p>Já antes dissemos como a Casa da Misericórdia</p><p>de Turim é um argumento em favor de nossa tese</p><p>e, por isso, pôde o diretor da obra assegurar no</p><p>Papa Bento XV que nenhum dos asilados ali tinha</p><p>m orri do sem receber os úl t imos Sacram entos.</p><p>Conclusão</p><p>Num discurso à Juven tude Católica Italiana dizia</p><p>o Papa Pio XI : "O mundo não crê hoje nas pala­</p><p>vras da fé, mas, sim, nas da caridade."</p><p>Esta verdade foi que sugeriu a Frederico Ozannm</p><p>a fundação das Con ferências de S. Vicen te de Pau­</p><p>lo. Um dia, seus companheiros na Universidade de</p><p>Paris lhe disseram : "Tendes razão quando falais do</p><p>passado ; o cristianismo fez verdadeiramente prodí­</p><p>gios naquela época ; mas hoje está morto. Portanto</p><p>vós qu e vos orgulhais do nome de católico, que fa­</p><p>zei s ? Onde estão as obras que mostram vossa fé?"</p><p>"Têm razão", disse prontamente Ozanum, sem</p><p>embaraço. "Falta-nos pôr de acordo a fé com as</p><p>obras. !\las que fazer para mostrar-nos verdadei..a­</p><p>mente católicos, senão o que agrada a Deus? So­</p><p>corramos, pois, o próximo, como fazia o Salvador,</p><p>e ponhamos a fé sob as asas protetoras da caridade."</p><p>Esta é a resolução que temos de tomar os cató­</p><p>licos de hoj e c, em particular, nós católicos mi­</p><p>litantes. Vamos à alma do povo para ganhá-lo para</p><p>Cristo por meio da caridade.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>SACERDóCIO E AÇÃO CATóLICA</p><p>A vin te de Dezembro de 1 935, Pio XI brindava</p><p>o mundo com a célebre encfclica sobre o sacer­</p><p>dócio, documen to que teve grande aceitação em</p><p>todo o un iverso c que não só interessa aos sacer­</p><p>dotes, mas também nos que com eles colaboram</p><p>nas fileiras da Ação Catól ica.</p><p>A encíclica d ivi de-se em três partes : na pri­</p><p>m eira trata-se da dignidade do sacerdócio, na se­</p><p>gunda da san tidade e n a terceira da preparação</p><p>para o mesmo.</p><p>Queremos demon strar que, em cada uma destas</p><p>partes, algo ht'l que se relaciona com a Ação Ca­</p><p>tó li ca.</p><p>Dignidade do sacerdócio</p><p>O Papa demonstra, a n tes de tudo, a a!Ussima</p><p>dignidade do sacerdócio, mi nis tério que "tem por</p><p>obje to não as coisas humanas c transitórias, se­</p><p>não as divinas e eternas." O sacerdote, afirma o</p><p>Santo Padre, h•n1 um of íc io, em eerto mo do, su­</p><p>perior ao dos csplrilos puros que estão na presença</p><p>de Deus, " porq u e , q ual dos anjos pode consagrnr</p><p>o Corpo de Cristo, perdoar os pecados c abrir as</p><p>portas do céu '?"</p><p>Tinha, pois, razão o santo cura de Ars ao dizer :</p><p>"Se me encontrasse com um sacerdote e u m anjo,</p><p>cumprimentaria primeiro no sacerdote e, depois,</p><p>no anjo."</p><p>Que estas palavras não são um exagero, demonstra</p><p>o rato extraord inltrio que se lê na vida de S. Fran­</p><p>cisco de Sales. O Prelado acabava de ordenar um</p><p>sacerdote de An nccy : terminada a cerimônia, cn·</p><p>quan to se ret irava o cortejo dn igreja, o novo sa­</p><p>cerdote viu ao seu lado o Anjo da Guarda que o</p><p>acom panhava. Chegados 11 casa pôs-se a um lado</p><p>pn1·a deixar passar o Anjo. Mas o Anjo niio lie mo­</p><p>veu até que o sacerdote lhe havia pl'eccdido.</p><p>Pois bem, n Ação Católica, participação no apos-</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>114 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>tolado da Jerarquia, participa também da digni­</p><p>dade dn mesma.</p><p>Este é o ensinam ento de Pio XI quando escreve :</p><p>"Os que mili tam na Ação C:tt61i cn, por uma graça</p><p>especial l le Deus, são chamado�; a uma rlignidnrle</p><p>muito semelhn n te à do sacerdote : porque a Ação</p><p>Catól ica niio é outra coisa do que o apostolado</p><p>dos fiéis que, sob a direção dos Dispos, prestam</p><p>o seu aux ilio à Igreja e, em certo modo, integram</p><p>a sua missão pastoral. Pelo que se vê quão grande</p><p>é esta in stitu ição !"</p><p>E nu pri meira encíclica Ubi arcano Dei escre·</p><p>vcra o mesmo Pontlfice : "Quando os fiéis, unidos</p><p>aos sacerdotes e aos Bispos, participam da obra</p><p>do apostolado e dn redenção, então mais que nunca</p><p>são a raça escolhida, o sacerdócio real, o povo</p><p>sa n to de ql!c fala o :t póstol o S. Perh·o."</p><p>Santidade</p><p>Mas quan to mais elevado é o o ficio, maiores</p><p>serão os dotes que ado;-ncm a quem o desempenha.</p><p>Por isso , a dignidade do sacerdócio, como escreve</p><p>o Papa na segu nda parte da enclclica, "exige de</p><p>qnem es tá i n vesti!lo dela uma elevação de espi·</p><p>rito, uma pureza de coração, umu sant i dade de</p><p>vida correspondente it sublimida de c san ti dade do</p><p>oficio socerdolal.</p><p>Grave respons:tbilidadc para os sacerdotes e para</p><p>os fi éis o dever de njudar-lhes com 11 oração, a</p><p>fim de que possam chegar ao i deal de perfeição</p><p>sacerdotal."</p><p>Mas aos sócios dn Açiio Catól ica COITcspon d c-lhes</p><p>outro dever : embora participem dn dignidade do</p><p>sacerdócio, também estão obrigados n maior per­</p><p>feição. Hüo de disti nguir-se entre lodos os fillis</p><p>pelo excrcfcio de todas as virtu des c, em parti­</p><p>eular, rla piedade, da pureza de costumes, da ca­</p><p>ridade pnrn com o próximo.</p><p>A sa n l idndl!, como o apostolado, não é, pois, um</p><p>privi légio dos sacerdo tes ; lodos os rilhos da Igreja</p><p>são chamados a ela c especialmente , como já disse·</p><p>mos, os que se consagram n "umn obra tão seme­</p><p>lhan te à do sacerdote." E todos têm a possibilidade</p><p>disto, seju qual for o estado de vida que levem.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>aACERDOC'JO E AÇÃO CATOLICA 115</p><p>Prova e exemplo do que ucuhamos de dizer é a</p><p>vida do servo de Deus, Luis Necchi. Ao contar</p><p>v in t e e cinco anos, já médico afama do, deseja san­</p><p>t ificar-se, consagrando-se ao apostolado, pois a inda</p><p>não decidiu qual serit a sua vida, se sacerdote ou</p><p>leigo, se no convento ou no século, se cel ibatário</p><p>ou c:�sado. Recolhe-se n uma casa de ret iro e no</p><p>silênci o e oração pede luzes do alto. Ao terminar</p><p>o re t iro escreve no livro de resoluções : "Quanto</p><p>ao meu estado de v ida parece-me set· n ,·o n tndc de</p><p>Deus que cu escolha o estado comum como meio</p><p>de santificação."</p><p>E assim foi : para este grande após tolo da Açiio</p><p>Ca tól ica o estado comum foi o do mutrimônio no</p><p>qual se santificou . Por isso, dizíamos que a san­</p><p>ti dade não é privilégio de algu mas almas senão</p><p>um de·ver para todos.</p><p>Preparaçlo</p><p>A terceira parte da enciclica começa assim : "Se</p><p>lua alto. é a d ignidade do sacerdócio , e tão excelsos</p><p>os dotes que requer, segue-se dai a necessi dade</p><p>imprescindível de dar aos can dida tos do San tuó­</p><p>rio uma preparação conveniente."</p><p>E' evidente, pois, se todo oficio reclama prepa­</p><p>t•ação, também a exige o apostolado. Os Doze es­</p><p>tivel"am três anos na escola de Cristo, e hoje 11</p><p>lg!"cja quer que os aspi l':l n tes ao suc.cl"dócio per­</p><p>maneçam doze anos nos seminários, pat·a prcpa­</p><p>rRr-se</p><p>à sua missão por meio da oração e do estudo.</p><p>E pnrn que esta preparação seja adequada, o Pnpn</p><p>lHt, na encíclica que vamos comentando, normas</p><p>para os bispos, pura os dil"etores de semi nários,</p><p>para sacerdotes e até para os leigos.</p><p>P elo que toca às vocações sacerdotais, o Papa</p><p>reclama de maneira especial o apoio da Ação Ca­</p><p>tólica, como veremos no próximo estudo.</p><p>Contudo os sócios da Ação não só devem cooperar</p><p>na preparação dos sacerdotes, mas também prepa­</p><p>rar-se a si mesmos para a obra do apostolado,</p><p>obra tão semelhan te li do sacerdote, para usar n</p><p>expressão do Pontífice.</p><p>E também hão de preparar-se como os aspiran­</p><p>tes no sacerdócio, com a oração e o estu do.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>116 FORMAÇÃO P.AR.A. 0 AROSTOLADO</p><p>Com a oração, ou seja com as obras de piedade,</p><p>para formar a Cristo em nós. O Santo Pontífice</p><p>Pio X escrevia estas memoráveis palavras : "Só</p><p>quando tenhamos formado a Cristo em nós, po­</p><p>deremos fàcilmente resti tuí-lo à família c à so­</p><p>ciedade." E ma is notáveis são ainda as palavras</p><p>do Padre Mateus Crawlcy, arauto da devoção ao</p><p>Sagrado Coração : "O apóstolo é um cál ice, cheio</p><p>até as bordas, da vida de Jesus Cristo, c essa su­</p><p>perabundância derrama-se sobre ns almas."</p><p>A oração há de preceder it ação. O célebre Pe.</p><p>1\lo n sabré, pregador de Nossa Se nhora de Paris, ::m­</p><p>Ies de subir ao púlpi to, rezava de joelhos o terço;</p><p>c como um amigo lhe perguntasse a razão deste</p><p>proceder, respond eu-lhe : "Tomo a última infusão."</p><p>Com o �studo. Não é necessário que estudeis a</p><p>teologia como os semi nadstas, mas, sim, deveis</p><p>conhecer a dou trina cristã, o suficien t e para po­</p><p>der defendê-Ia c difu n.di-la no m eio ambien te. Um</p><p>membro da Ação Católica bú de distinguir-se por</p><p>sua formação religiosa.</p><p>Conclusio</p><p>Em 1921 se ventilou, na sala de Audiê ncias de</p><p>Milão, um processo contra um sacerdote que, afi­</p><p>nal, foi absolvido. Duran te a leitura da sentença</p><p>um grupo de jo,•ens da Ação Católica atira ao</p><p>Padre , em sinal de alegria e de reparação, rami­</p><p>lhetes de flores brancas. Logo o acompanhaJ"am e</p><p>conduzil'am em triu n fo até à casa.</p><p>Admirável este gesto dos jovens milaneses. Mas</p><p>há outras flores mais preciosas que todos os mem­</p><p>bros da Ação Católica devem oferecer nos sacer­</p><p>dote, as flores da oração, a fim de que, com a</p><p>graça de Deus, possam corresponder a todos os</p><p>deveres e san tificar os demais.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>A AÇÃO CATóLICA</p><p>E AS VOCAÇõES SACERDOTAIS</p><p>Introdução</p><p>Assim como o Clero tem deveres para com a</p><p>Açiio Ca tólica, também os fiéis os têm para com</p><p>o Clero.</p><p>Antes de mais nada, a Ação Católica há de tra­</p><p>balhar com a Jerarquia para que o Clero seja su­</p><p>ficiente e bem pr�parado, pnra o qual há de fa­</p><p>vorecer as vocações sacerdotais e ajudar os semi­</p><p>nitrios.</p><p>Este dever obriga lodos, mas, de manei ra espe­</p><p>cial , os mil itan tes da Ação Católica.</p><p>No endclica sobre o sacerdócio católico de que</p><p>nnlcs fizemos menção, diz o Papa : "A Açqo Ca­</p><p>tólica, como participação do laicnto no apostolado</p><p>J ernrquico dn Igreja não pode d esen tender-se deste</p><p>problema vital das T"ocnções sacerdotais." Veremos,</p><p>portanto :</p><p>t .• Por que a Ação Católico tem este dever.</p><p>2.• Alguns meios de cumpri-lo.</p><p>3." As vantagens que dai derivam.</p><p>O dever</p><p>A Ação Católica tem o dever de colaborar, por</p><p>quantos meios estejam no seu alcance, para que</p><p>ns vocações sncerdotais se culti vem e cheguem n</p><p>feliz coroamento.</p><p>A Ação Católica tem como fim supremo o ad­</p><p>\'cnto do Reino de Deus ; mas como poderá difun­</p><p>dir este reinado suavíssimo sem sacerdotes c m i­</p><p>nistros de Cristo ? E como teremos bons snccrdo·</p><p>tes sem uma formação conveniente?</p><p>Pois bem, o meio d e formar as vocações sacer­</p><p>dotais é o seminário, do qunl depende, em grande</p><p>parte, o porv i r das dioceses e das paróquias. Po­</p><p>derá a Ação Católico encarar com olhos indifereQ­</p><p>Jçs est� máximo problema '1</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>118 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>A Ação Católica estã constituída para ajudar à</p><p>Jerarqu ia ; pois bem , a primeira e principal so­</p><p>l icitude desta são os sem inários.</p><p>A partir do Concflio de Trcnto, a Igreja quer</p><p>que cada uma das dioceses tenha o seu próprio</p><p>sem inário ; em H o ma existe uma C.ong1·egaçiio en­</p><p>carregada de v igiar o progresso desta inst i tu ição.</p><p>S. Carlos Borromeu cham ava aos seminários o</p><p>Coração do coração dos Bispos.</p><p>Como cumprir este dever</p><p>Exporei três meios ao alcance de todos.</p><p>1 .• A oração</p><p>"Nada tão n ecessário, útil e oportuno - escreve</p><p>Pio XI - como a oração para ter bons e santos</p><p>sacerdotes. Deus mesmo ensinou-nos este meio e</p><p>•·evelou-o com pnlovras tão solenes que nenhum</p><p>outro argumen to teve nos lábios do Mestre expres­</p><p>são tio enfática, tão alto c tão absoluta."</p><p>"Depois da oraçiio com que nos ensinou n re­</p><p>zar no Pni nosso que esli'1 n os céus, vem aquela</p><p>outra em que nos ensina a rogar no Pai para que</p><p>envie operários à sua roesse!'</p><p>A Igreja faz rezar aos fiéis, n:1s qua tro têmpo­</p><p>ras do ano, quando lie con ferem as Ordens Sa­</p><p>cras, a fim de q ue o céu conceda bons sacerdotes.</p><p>S a n ta Tcresin hn do Meni no Jesus declarava :</p><p>"Vim para o Carmelo para salvar as almas, mas</p><p>sobretudo para •·czar pelos sacerdotes."</p><p>E' nec essário, pois, rezar a D eus pm·a que envie</p><p>sacerdotes à su:1 Igreja ; nenhuma petição pode ser</p><p>mais agradável a Deus, nenhuma mais m e ritória.</p><p>2.• Com a propaganda</p><p>Preciso fazer compreender 11 ullu dign idade e</p><p>as sublimes recompensas do sacerdócio, falando</p><p>l'los me n inos c nos adultos, aos filhos c aos pnis.</p><p>Isto é o que vem fazendo a Ação Católica como</p><p>apon ta, com singular complacência, o Papa da men­</p><p>cionada enci cl ica sohrc o sacCI'dócio : "Com I n tima</p><p>satisfaçiio vemos que a Açõo Católica se distingue</p><p>em todos os lugares e em todos os campos,· mas</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>A A. C. E AS VOCAÇOES SACERDOTAIS 119</p><p>de rnaneira especial neste ; certamente o melhor</p><p>p 1·êrn i o de�tes Iaborl's é \'l'l' :1s \'ocaçõcs sacc •·c)o ln is</p><p>c rel igiosos que viio florescendo nas associuçiic� ju­</p><p>\'cnis. Sentir-se-á vcrdudcimrnentc orgulhosa n Ação</p><p>Católica com esta honra que sobre ela reca i c há</p><p>de persuadir-se que, de nenhum a outro maneiro,</p><p>poderá colaborar melhor neste aum�nto dos fileiras</p><p>do Clero secular e regular e participar no verda­</p><p>deiro sen t i do daquele sael'rt.l ó c io real que o Prín­</p><p>ci pe dos Apóstolos atribui ao povo dos remidos."</p><p>3." Com a ajulia material</p><p>O Salvador escolheu seus apóstolos entre as</p><p>classes humildes e sem recm·sos. O mesmo proce­</p><p>der emprega ainda hoje em dia : as vocações sacer­</p><p>dotais florescem, sobretudo, en tre as famílias pobres.</p><p>Dai a necessidade de ajudar aos men inos que</p><p>se sentem chamados ao sacerdócio e aos institutos</p><p>onde se formam e parn o qual os Bispos costu­</p><p>mam prescrever semanas especiais em favor dos</p><p>seminários .</p><p>.\ fren te desta empresa hão de estar todos os</p><p>membros da Ação Católica.</p><p>:-.listo a Ação Católica nno faz mais que con ti­</p><p>nuar uma gloriosa tradição, pois desde o seu nasci­</p><p>menlo se tem preocupado com esta necessidade</p><p>d n Igreja.</p><p>Vantagens</p><p>Mas a nossa colaboração para a obra das vo­</p><p>c ações sacerdotais não só é um dever, como pro­</p><p>vamos, senão também uma ,·:mtagem ind ividunl</p><p>c social.</p><p>Antes d e tudo, uma vantagem individual. Di­</p><p>zia o Cura de Ars em um de seus notitveis cate­</p><p>c ismos ao povo : "S. Bern:u·do ensi na-nos que to­</p><p>das as graças nos vêm por intennédio de l\lnrin,</p><p>e podemos j untar que também nos Yêm por in­</p><p>termédio do sacerdote, se não, ide confessnr-vos</p><p>à SS. Virgem ou a algum dos a njos. Ela não poderil</p><p>absolvcr-Yos, nem hio poul'<J um dos nnjos; mos</p><p>o mais humilde dos sacerdotes dir-vos-6 : - Eu</p><p>le absol\'o, Yai em paz. -- Todo bem nos vem, pois,</p><p>por in termédio do sacerdote."</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>120 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>E acrescentava o Santo : "Vede como tendes um</p><p>gran de in teresse em pret>arar sacerdotes para</p><p>Deus e quanto mais</p><p>santos sejam maiores graças</p><p>vos obt erão."</p><p>Vantagem sociul.</p><p>Que seria da sociedade sem a religião de Cristo?</p><p>E como seria possível a religião sem os sacer-</p><p>dotes ?</p><p>Olhemos ainda para o Cura de Ars neste ponto :</p><p>"Depois de D eus o sacerdote é tudo. Deixai uma</p><p>Paróquia sem sacerdote por lapso de um ano e que</p><p>será dela? Contemplai as regiões pagãs onde não há</p><p>sacerdotes : ali se adoram os animais c as plantas."</p><p>Em Yerdnck, o snc crdote de Cristo é o distri­</p><p>buidor de todos os bens da redenção, o mensa­</p><p>geiro da verdade evangéli ca, o arauto e guardião</p><p>da civil ização.</p><p>Conclusão</p><p>Como a pobre Mamãe Margari da não tem com</p><p>que custear a educação de seu filho Bosco, este</p><p>d iz-lhe : "Eu ir.ci de porta em porta pedindo uma</p><p>ajuda."</p><p>Ob tido o consentimento, o m eni no vai-se por</p><p>toda a aldeia de Chieri, pedindo esmola. Os ha­</p><p>bitantes de l\lurinldo, que conheciam os desejos do</p><p>filho de Margari da, mostram-se com ele generosos.</p><p>Quem houvera dito àqueles hum ildes moradores</p><p>que, socorrendo ao filho de Margarida, coopera­</p><p>vam na grandiosa obra dos salcsianos?</p><p>Aquele que re7.a c sustenta ns vocações sacerdo­</p><p>tais receb erá um dia, no nlém, n recompensa de</p><p>suas liberalidades. E esta vantagem há de mover-nos</p><p>n ser liberais e gen erosos em nossa cooperação.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>A AÇÃO CATóUCA</p><p>E A DEFESA DA FEt</p><p>Objetivos de nossa defesa</p><p>Introdução</p><p>T-erminando, d evemos fazer frente ao perigo que</p><p>ameaça as nações católicos da América do parte</p><p>das seitas pro testantes, e lembrar os deveres que</p><p>incumbem nos membros dn Ação Católica na Cam­</p><p>panha de Defesa .</p><p>l\lns qnais são os objet ivos de nossa dc resa '} E'</p><p>o que queremos rlar n t•onhecer neste est udo.</p><p>Quatro são os obj etivos de nossa ddcsa : a re­</p><p>lig ião de Cristo, a mora l de Cristo, o Papa do, n</p><p>unidade c a grandeza da Pátria.</p><p>Defender a religião de Cristo</p><p>O Protestantismo de l1oje não é o mesmo que en­</p><p>sin aram Lutero e demais fundadores da Heforma.</p><p>Estes destruíram muitos dos dogmas do cristianis­</p><p>mo e dividiram-se em numeráveis seitas : hoje con­</p><p>tam-se além de 300 somente entre as mais recentes.</p><p>Pode-se d izer que quase não há verdade reve­</p><p>lada que não fosse ne�ada p('los autores da f('forma ;</p><p>n em mesmo se respei tou n divindade d e Cristo,</p><p>e nlgumas seitas pregam um cristianismo sem Cristo.</p><p>Sun religião é um puro sentimentalismo.</p><p>Isto é o que observuva o Papa, em Julho de</p><p>1934, às dirigentes da Juventude Femini na, <Iuan­</p><p>tlo lhes dizia : "O Proleslan Lismo intenta destruir</p><p>o tesouro da vida c ristã . Que resta ao proteslun­</p><p>lismo da vida cristã, dos sacramentos, da mesma</p><p>pcssou de Cristo? Uma l e n da, uma figura humana.</p><p>Até a obra m-esma do Reden tor, sua pessoa ado­</p><p>rlt\'cl, foram corroldas pelo protestan t ismo."</p><p>Não faz muito que no Parlamento da Noruega,</p><p>nação protestan te, se discut ia ou melhor se sub­</p><p>metia a votação a divindade do Salvador, a qual</p><p>!lC snlvou por muito poucos votos. Mas p nra muitos</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>122 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>protestan tes esta oüo foi vitli da c Cristo não é para</p><p>estes, como diz o Papa, rnais que um ser len dário</p><p>ou, quando m uito, mera pessoa humana.</p><p>Entre as glórias da Jdarlc Médio se contam AS</p><p>Cruzadas. Crisliios de todas os noções armaram-se</p><p>c partiram para a Terra Sonln, a fim de defen der</p><p>e libertar o Sepu lcro do Senhor contra os profa­</p><p>n ações dos infiéis. Faz-se mister uma nova cruzada</p><p>em defesa da fé. que fonna o tesouro da Verdade</p><p>permanente da Igreja e a trad ição da Pátria, por­</p><p>que hoje não se trata de defender o Sepulcro de</p><p>Cristo se não a suo mesm a aclor:lvel Pessoa nm ca­</p><p>çnda de d cslruiçiio n as almas de mui tos cristãos.</p><p>A Ação Ca tólica quer ser esta nova Cruzada,</p><p>feita n ão com armas sa n guinolentas senão com n</p><p>propagan da da i m p rensa, com os sacrifícios, com</p><p>as orações.</p><p>Defender a moral de Cristo</p><p>Falseados os p rincípios da fé, o protestantismo</p><p>''ai m inan do os da moral. Provas? Ei-Ias :</p><p>Todas as seitas protestan t es admitem o divórcio</p><p>e a limitação da natal idade, o que vale dizer li­</p><p>mitação da prole.</p><p>A Con ferência anglicana de Lambeth, depois de</p><p>ler i n dicado que, se alguém julga ter a obrigação</p><p>de limitar a natalidade, deve usar como meio prin­</p><p>cipal a eontinencin e a abstenção, adm ite, toda­</p><p>via, o uso de outros meios, com a cond i ção de que</p><p>não vão de encontro aos princíp ios cristãos.</p><p>Outras seitas protestantes im itaram o exemplo</p><p>da confissão anglicana. Os metodistas episcopais,</p><p>na conferência de 1 93<&, nprovaram n limitação</p><p>cien lifica da fami lia -c sugeriram a seus ministro s</p><p>o estudo da questão.</p><p>Para escusar o divórcio os protestantes dizem</p><p>que a Igreja adm ite a anulação do matrimônio,</p><p>mas an elam errados sobre a sign i ficação da pala­</p><p>na, porque u ma coisa é an ular o matrimônio e outra</p><p>declarar n nul ida de do mesmo. A diferença que</p><p>existe é n mesma que medeio entre dor morte a</p><p>u ma pessoa e declarar 11 morte por causa do assns­</p><p>slnio.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>A AÇAA CATóLICA E A DEFESA DA FE' 1.23</p><p>Pois hem, a lgr.e.ia não anula nenhum matrimô­</p><p>nio, só se limi ta a declarar a nulidade, a qual pre­</p><p>cxistc a toda dcclm·ação, por causas que são dis­</p><p>cutidas c provadas em juizo.</p><p>Defender o Papa</p><p>O protestantismo, com todo o mosaico de suns</p><p>seitas i n umeráveis, converteu-se numa Babel. O</p><p>que uma seita afirma, a ou tra n ega; n ão se pu­</p><p>deram pôr de a cordo senão sobre uma coisa : a</p><p>negação do P rim a do de Pedro, a aversão ao Papa.</p><p>Esta negação, ·esta aversão é como o cimento</p><p>que u n e os niri os frngmentos do pl·otcstan lismo.</p><p>União n egativa.</p><p>O protestantismo moderno 1·epete a a n t iga frase</p><p>dos primeiros protestantes : "A Igreja romana é a</p><p>s i nagoga de Satanás, o Papa é o Anlicristo."</p><p>Por isso, sua d i v i sa parece ser lula contra o Pa­</p><p>pado.</p><p>E, com efeito, m uitas seitas protestantes, desde</p><p>há vários unos, vêm empregando as suas baterias</p><p>con tra Roma, cen tro do catolicismo e sede do Ro­</p><p>mano Pontífice.</p><p>Quer-.se d estruir o Papado. O que não puderam</p><p>faze1· os primeiros luteranos, quan do passaram os</p><p>Alpes e desceram sobre Roma, levan do, segundo</p><p>diziam, a corda que devia estrangular o último</p><p>dos Papas, querem fazer lentamente os modernos</p><p>com sua propaganda anticatólica e antipapal.</p><p>!\las equivocam-se, porque a Igreja, con forme a</p><p>promessa de seu Fundador, é etern a ; assim mes­</p><p>mo são lógicos ataca ndo o fundamento da mesma,</p><p>poi s, destruído este, aqu ela cairá necessàriamenle.</p><p>Falando na América um sacerdote apóstata em</p><p>favor da propaganda protestante, d izia : "Quando</p><p>se quer dar morte com segurança a um inimigo,</p><p>nno se lhe fere n o braço ou na mão, senão que se</p><p>llic fere n a cabeça ou no coração. Por isso, se</p><p><lUC remos acabar com a Igreja de Cristo, tem-se</p><p><JUC Lirar-lhe a cabeça ou o coração."</p><p>O raciocínio é concludente, e assim como os</p><p>pro testan tes se unem em seu ódio contra a ca­</p><p>hcça da lgi·eja, nós catól icos havemos de unir-nos</p><p>em um esforço comum de defesa contra os inimigos</p><p>do Vigário de Cristo.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>Defender a Unidade Nacional</p><p>Mas nüo é só o amor u Igreja c ao Papa que</p><p>nos há de mover a lutar con t ra as seitas, senão</p><p>também o amor à Pátria, cuja unidade espiritual</p><p>se basciu na vigorosa tradição cristã que funda­</p><p>menta a história de todas as nações americanas.</p><p>A fê católica é o mais poderoso aglutinante de</p><p>nossos J>OYOs c fator de grandezn nacion al ; por</p><p>isso ns propagan das dissidentes, liberalistas, protes­</p><p>tan tes ou jud ias são um del ito de lesa nacionalidade.</p><p>Comha l c n d o-us, n Ação Catól ica está prest:mdo</p><p>serviço inestim ável à Pátria.</p><p>ConclusAo</p><p>Estes são os objetivos e ns razões de nossa luta</p><p>contra as sei tas : defender a religião de Cristo,</p><p>su a moral civilizadora, o Papado e a Pátria.</p><p>E posto que os propagan distas das seitas vêm</p><p>de fora, depen dem de um poder estranho e siio</p><p>sustentados</p><p>com di nheiro ou recursos estrangei­</p><p>ros, e porque, com batenclo a t•cl igiiio de Cristo,</p><p>amenç.am a cultura e a unidade dn Pátria, tome­</p><p>mos como lema de nossas compunhas esta dos sol­</p><p>dados espanhóis contra as hostcs da barbárie ver­</p><p>melha ; "Niío passarão."</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>A DEFESA DA FE'</p><p>Nossas armas de defe.m</p><p>Introdução</p><p>Diz Nosso Senhor no Evangelho que, '.'c�1q�nnto</p><p>os gunrdus do campo ·dormiam, ve io o 1mm1go e</p><p>semeou a cizânia no m eio da boa semente."</p><p>A cizâ nia representa o mal, o erro semeado no</p><p>campo da Igreja, onde o bom Semeador Jesus</p><p>Cristo espalhará o bom grão tla verd ade c do bem.</p><p>Como n a parábola do Evangelho, os inimigos</p><p>do bem semearam o mal enquanto os guardas da</p><p>verdade dormiam.</p><p>Quem são os custódios da verdade? Somente</p><p>os sacerdotes? Não somente eles senão também os</p><p>fiéis : todos temos o encargo de dcf.ender e vi­</p><p>giar o bom grão da verdade evangélica.</p><p>O liberalismo, o comunismo, o protestantismo,</p><p>que semeiam o erro na Igreja de Cristo, são os</p><p>modernos inimigos que semeiam a cizimin no meio</p><p>da boa semente.</p><p>E enquan to realizam sua obra de perdição, per­</p><p>maneceremos nós dormi ndo? Quais são as armas</p><p>que nos servirão para a defesa de nossa Fé?</p><p>As principais são : a oração, a i nstrução, a be­</p><p>neficê ncia, a vigilân cia e a den úncia do inimigo.</p><p>Oração</p><p>Este i n imigo derrotaremos com a oração, rogan do</p><p>a Jesus, o bom Semeador, que nos ajude a guardar</p><p>sua Vinha, pois Ele disse : "Sem m im, nada p"Odcis. "</p><p>A oração é ncccssú•·ia pm·a torln ohra hoa, por­</p><p>que nem mesmo um só pensamento ·bom podemos</p><p>ter sem a graça de Deus. Tanto mais necessária</p><p>se rú , pois, a oração para as obras do apostolado c</p><p>a defesa da religião. "Se o Senhor não defende a</p><p>cidade, em viio trabalham aqueles que a defendem."</p><p>Dizia o Papa às dirigentes da Juventude Femi­</p><p>nina : "Prestareis todo o vosso concurso a esta obra</p><p>de vilalidade sem igual da defesa da fé, e farcis</p><p>isso com a ol'açiio confiada, porque, como mui to</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>128 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>bem dizia Dom Bosco : "Deus eit6. especinlmente</p><p>obrigndGI o nos aju dar, em se t rat an do de in t�res­</p><p>�es não nossos, senão seus ; e estará sempre conosco</p><p>nesta ba talha pela fé e pela vida cristã."</p><p>A oração valoriza todas as outras anuas de que</p><p>vamos falar.</p><p>lnstruçiio</p><p>Defesa preventiva necessnna é a instrução do</p><p>povo. Quando ameaça alguma epidemia, os médi­</p><p>cos costumam aplicar todas as injeções preventi­</p><p>-vas co n tra o mal. A propagan da protestante é co­</p><p>mo urna gran de epidem ia perniciosa. Devemos</p><p>usar dos injeções preve n tivos anl iproteslantes, i no­</p><p>culando nas almas a \'idu católica.</p><p>E deve saber-se que os protes tantes fazem as</p><p>suas conquistas entre os católicos ignorantes em</p><p>matéria de religião.</p><p>O Exmo. Sr. Bispo de Pnrma diz em sua carta</p><p>pastoral sobre o protestan tismo : "Herdeiros dos</p><p>Mártires e sol dados da Igreja mili tante, niio teme­</p><p>mos a heresia, n em as perseguições que prepara­</p><p>ram sem pre os maiorcs triunfos e reverdeceram o</p><p>árvore da fé. Tememos, às vezes, com S. Cipriano,</p><p>o enervante iné•·cia, e mais ainda, com Tertuliano,</p><p>a ignoriincia orgulhosa.</p><p>As épocas mais tristes da Igreja foram sempre</p><p>caracterizadas pela ignorllncia religiosa.</p><p>Como as t 1·evns se d issi p n m v i ndo il luz, ussim</p><p>os erros se dissipam com o verdade que n asce da</p><p>instrução."</p><p>Beneficência</p><p>Diz um provérbio popular italiano : "A quem</p><p>dá pão, chamarei pai." O que vem a ser : a quem</p><p>nos faz um hene ficio, conservamos-lhe !'lrati clã o.</p><p>Os protestan tes que dispõem de i ngentes meios</p><p>materiais, sobretudo de recursos vin d os da Ingla­</p><p>terra e dos Estados l.Jnidos, aproveilllm a miséria</p><p>do nosso povo, mormente em te"\Pos de crises co­</p><p>mo a utunl. Dão pão c g a n h am adepto� , �ocorrem</p><p>ao corpo e cal i \·nm as a lmns.</p><p>Importa, pois, tirar-lhes da mão esta arma pre­</p><p>jud icial, ou melhor que im peçamos o emprego dela,</p><p>tirando-lhes as \'Himas que são os pobres.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>A DEFESA DA FE' 127</p><p>De que modo? Indo nós ao pobr-e com a ver­</p><p>dadeira car-idade cristã, que socorre aos corpos e</p><p>às almas. Deverlamos im itar o exem plo d e Oza­</p><p>nam, que, fu ndan do as Con ferências de S. Vicente</p><p>de Pnulo, prete n d i a defender n fé com n arm o da</p><p>caridade. E' de m is ter opor a caridade que edifica</p><p>u que destrói.</p><p>A vigilância e a Denúnda</p><p>t .• Contra a propaganda escrita</p><p>Os adversários Cozem propaganda escri to e oral.</p><p>A pl'opoganda escrita faz-se por meio da difusão</p><p>entre o po\·o com foll1as, folhetos e li vros.</p><p>Tal gê nero de p ropagan da se faz em quiosques,</p><p>liv rarias e por meio de \'endedores ambulantes.</p><p>Importo vivamen te que os católicos difundam os</p><p>bons livros c cooperem nn publicação de obras</p><p>baratas des ti nadas a contrabnlançor a lnrluêncio</p><p>das protestan tes.</p><p>2.° Contra a propaganda oral</p><p>Convé m :</p><p>a) A'·isnr o Pároco da chegada de conferencis­</p><p>tas ou propagan d istas de falsas doutrin as, a rtm</p><p>de IIUC ele, com suo p .-udência, ponha em resguar­</p><p>do o povo confiado a seu cuidado.</p><p>b ) Pr-ecaver a nossos irmãos contra a propa­</p><p>Ra ndn dos hereges e dissuadir-lhes d� dar o seu</p><p>nome às seitas conden adas pela San ta Igr-eja.</p><p>c) Empreender com "caridade e prudência" a</p><p>olnn da l'econquislu, quando algum católico deu</p><p>seu nome a alguma destas associações.</p><p>d) Não se deve en trar em discussões públ icas :</p><p>não se proíbe, con tudo, a conversação privada,</p><p>com cspirito de car-Idade.</p><p>Concluslo</p><p>Consideremos a o fensa que se faz à Verdade e à</p><p>Igreja como se fora uma ofensa feita à Pntria por</p><p>esle.� pr-egadores que vêm a "evangelizar", como</p><p>dizem, os povos, como se fôramos selvagens e não</p><p>t ivéramos uma tradição cristã de séculos que Cor­</p><p>mu o nosso tesouro e o segredo de nossa u nidade</p><p>e da espiriluali dade das nações sul-americanas.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>l N D I C E</p><p>Sugestões prâlicas p ara uso deste l ivro . . . . . . 5</p><p>O Apostolado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7</p><p>A Ação Catól ica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1</p><p>A Açiio Católica é u m dever . . . . . . . . . . . . . . . . 1 6</p><p>O s dois Sacramentos da Ação Católica . . . . . . 22</p><p>O Apostolado dos Leigos no Evangelho . . . . . . 27</p><p>A postolado dos Leigos n a Igr·ejn Primi t iva . . 3:-J</p><p>O A postolado no Padre Nosso . . . . . . . . . . . . . . :i!l</p><p>O A postolado l! Cornunhiiu dos San tos . . . . . . 4 :1</p><p>O A postolado da Oração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 8</p><p>O Apostolado do Exem plo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53</p><p>O Apostolado do Sacrifício . . . . . . . . . . . . . . . . . 57</p><p>O Aposlolaclo d a Fam í l i a . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62</p><p>O A po:;tolado do Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . 66</p><p>O Apostola do Calequ é t i eo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 1</p><p>O A posto lado Paseual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7f•</p><p>O Aposto l atlo 1\f ission ár·io . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79</p><p>Apostolado em Favor da l\loraJ idndc . . . . . . . . S·i</p><p>O Apostolado <la ;\[oral i dade . . . . . . . . . . . . . . . 8!)</p><p>O Apostolado !lo Cinema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . !l•l</p><p>A p ostolado da Im prensa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99</p><p>O A postol ado <lo L ivro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 0·1</p><p>O A postolado da Beneficência . . . . . . . . . . . . . . lOS</p><p>Sacerdócio c Ação Católica . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1 3</p><p>A Ação Católica e a s Vocaçi'ics Saccnlotais . . . 1 1 7</p><p>A Ação Ca tól i ca c a Defesa da Fé . . . . . . . . . 1 2 1</p><p>A Defesa d a Fé . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 25</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>FA - 0001</p><p>FA - 0002</p><p>FA - 0003</p><p>FA - 0004</p><p>FA - 0005</p><p>FA - 0006</p><p>FA - 0007</p><p>FA - 0008</p><p>FA - 0009</p><p>FA - 0010</p><p>FA - 0011</p><p>FA - 0012</p><p>FA - 0013</p><p>FA - 0014</p><p>FA - 0015</p><p>FA - 0016</p><p>FA - 0017</p><p>FA - 0018</p><p>FA - 0019</p><p>FA - 0020</p><p>FA - 0021</p><p>FA - 0022</p><p>FA -</p><p>- como o</p><p>exige o Mestre - é o c:lraclerlstico de seus discí­</p><p>pulos?</p><p>E a familin, célula e fundamento do sociedade, em</p><p>que estado se acha entre nós? E' verdade que ainclu</p><p>conservo o cunho de cristii; como se guardam, po­</p><p>rém, as virtudes que a constituem o encanto da vidn</p><p>familiar: o amor cristão, o respeito, n concórdia, o</p><p>fidelidade, a obediência?</p><p>A verdnde é que u sociedade moderna, como o re­</p><p>petia o chorado Pontífice Pio XI, caiu quase em</p><p>sua totalidade no paganismo e necessita recristiani­</p><p>zar-se ; n Ação Católica está cncancgoda desta la­</p><p>r.efa.</p><p>Por isso a Ação Católica tenciona formar bons</p><p>cristãos e bons cidadãos para o bem da Igreja e da</p><p>Plltria, cujos interesses viio unidos nos daquela.</p><p>Já o disse o Santo Padre: "O verdadeiro cristão</p><p>é em virtude desta mesma cont.liçiio o melhor cido·</p><p>diio, amante de suo Pátrio c submisso us autoridade!t</p><p>legalmente estabelecidas."</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>A ACAO CATOLICA 15</p><p>Conduaio</p><p>A história do poYo judeu oferece-nos outro fato</p><p>que representa admiràvelmente 11 Ação Católica.</p><p>Regressando da escravidão de Babilônia, os judeus</p><p>puseram-se n reconstruir o templo e QS muros da</p><p>Cidade Santa. :\las os numerosos inimigos impediam­</p><p>lho. Fizeram-se orações ao Senhor e os obreiros sus­</p><p>tinham numa mão os instrumentos de trabalho e</p><p>noutra a espada.</p><p>Hoje se !rala de reedificar a Cidade de Deus, a</p><p>sociedade cristã, devastada por mais de meio século</p><p>pelo laicismo d.escristianizador. Quem levará n ca­</p><p>bo tamanho empreendimento? Todo o povo cristão,</p><p>sob a direção do Papa, dos Bispos e dos Sacerdotes.</p><p>Recordemos, todavia , o que nos aplica o Papa:</p><p>"Se o Senhor não é o que edificn, ·em vão trabalham</p><p>os que .edificam n cidade." Como os antigos judeus</p><p>que levantaram o templo e n c idade, assim também</p><p>nós outros invoquemos antes Lodo o auxflio do alto.</p><p>A oração preceda a ação e então estejamos seguros</p><p>de obter a vitória do Senhor.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>A AÇÃO CATóLICA E' UM DEVER</p><p>Niio é raro ouvir, quando convidamos alguém a</p><p>ingressar nas fileiras da Ação Católica: "Homessa,</p><p>sou católico ! Ou quer você que me faça batizar de</p><p>novo?"</p><p>Tal resposta patenteia o desconhecimento da Ação</p><p>Católica c do dever de pct·tencet· a ela.</p><p>Que coisa seja, jt'l o dissemos no capitulo prece­</p><p>dente. Agora queremos esclarecer por que é uma</p><p>obrigação da vida cristã.</p><p>A Ação Católica é :</p><p>a) u m dever d e amor para com Deus e d e ca­</p><p>rid:ule pam com o próximo;</p><p>b) um dcv.cr imposto pelos sacramentos do Ba­</p><p>tismo e da Confirmação.</p><p>São caducos, portanto, os pretextos alegados para</p><p>se eximir desta obrigação.</p><p>Dever de caridade</p><p>I. E m r c I a ç ii o a D e u s .</p><p>A um bom filho é próprio amar seu pai e desejar</p><p>que todos o amem c o honrem.</p><p>O que de verdade ama a Deus não pode menos</p><p>de querer que Ele seja amado e glorificado d.e to­</p><p>dos. Esta a razão de ser a Ação Católica um apos­</p><p>tolado para a glória de Deus. Seu programa pode</p><p>resumir-se nestas palavras de S. Pedro : "Que Deus</p><p>seja honrado em tudo."</p><p>Por outra p:1rte, quem ama a Deus há de querer</p><p>o que Deus quer. Pois bem, ní está S. Paulo n nos</p><p>·ensinar: "A vontade de Deus é que todos se salvem</p><p>e cheguem ao conhecimento de Deus.</p><p>Pelo que a Ação Católica é um apostolado para</p><p>a salvação das almas, ou, como ensina Pio XI, ê</p><p>"um cuidado da própria nlma c da alma dos de­</p><p>mais."</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>.A. ACÂO CATóLICA E' UM DEVER 17</p><p>Portanto é um d.cver de nmor de Deus; isto ressal­</p><p>ln mais claro pelo seguinte exemplo.</p><p>Desceu o Redentor Divino à terra, a fim de que</p><p>todos renascessem à vida sobrenatural: "Vim pura</p><p>que todos tenham a virln, e a tenham em abundân­</p><p>cia." :\las também esta vida, como a vida natural,</p><p>Ele niio n comunica diretamente senão por intermé­</p><p>dio de outros. E assim como purn a transmissão da</p><p>vida natural instituiu o 1\l:ttrirnônio , bem assim criou</p><p>o apostolado para comunicar n vida sohrennlurul.</p><p>Niio salva Deus ao homem n não ser por meio de</p><p>outros homens.</p><p>II. P a r a c o m o p r ó x i m o</p><p>O poeta Metastásio põe na boca do pagão Atilio</p><p>Hégulo esta sentença "Vive inutilmente quem não</p><p>vh·c senão para si."</p><p>Tal pala·na condena o csofsmo c estaria melhor</p><p>na boca do cristão, \'inculado que é pela lei evan­</p><p>gélica dn caridade a lodos os seus semelhantes.</p><p>Cristo Nosso Senhm· onlcna-nos amar ao pt·óximo</p><p>como a nós mesmos. Orn, ninguém ama v.crdadcira­</p><p>menle a si próprio, se niio se preocupo por sua ai­</p><p>mo, como também nilo há quem ame em verdade</p><p>a seu próximo, se niio tratn de o salvur.</p><p>Aliviar as necessidades corporais do próximo ê</p><p>um dever que torlos os cristãos cumprem e prati­</p><p>cam, e não há quem nüo se indigne ao ver a conduta</p><p>dos dois viajantes passando de largo, quando encon­</p><p>tram o ferido no c�1minho tlc Jcricó; entretanto co­</p><p>move-nos profundamente o. proceder do samaritano</p><p>que dele se compadeceu c o levou à hospedaria</p><p>para que fosse tratado c cumdo.</p><p>Mos quantas almas feri das, nb::mdonndas, não se</p><p>encontram hoje no caminho? E quantos são os bons</p><p>samaritanos que se inclinnm até elas )Jara as nli­</p><p>viar e salYar? Além de tudo não olvidemos que as</p><p>necessidades espirituais são mais urgentes do que</p><p>as corporais, pois o esplrito é superior no corpo.</p><p>Se são muitos os que cumprem com o de,·er da</p><p>caridade material, são mui poucos, ao contrúrio, os</p><p>que praticam a caridade espiritual; crê-se ter feito</p><p>bastante com o cuidar dn própria alma.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>18 FORMAÇ.A.O PARA O APOSTOLADO</p><p>Fez o Senhor a Caim, após o assnssinio de Abel,</p><p>esta pergunta: "Onde está leu irmão?" Respondeu</p><p>Caim: "Sou eu porventura o guarda de meu irmão?"</p><p>Dirigisse Deus a mesma pergun ta a cada um dos</p><p>cristãos hodiernos, c retorquirium com as palavras</p><p>de Cnim. Todavia, sem embargo, todos somos guar­</p><p>das de nossos irmãos como no-lo dizem as Sagradas</p><p>Escrituras: "Deus a cada um deu o cargo de ter cui­</p><p>dado de seu irmão." Não há dttvida tratar-se aqui</p><p>esp ecificamente do cuidado espiritual.</p><p>A Ação Católica é a concretização perfeita deste</p><p>de\·er de caridade; é o socorro piedoso às necessi­</p><p>dades esp irituais do próximo; é o remédio preven­</p><p>tivo contra o liio difundido e duninho cgolsmo es­</p><p>piri tual.</p><p>Obrigaçlo imposta pelo Batismo e Confirmaçlo</p><p>Pelo Batismo nos fazemos cristãos, isto é, adqui­</p><p>rimos o direito de cidadania nesta sociedade que se</p><p>chama Igreja Católica.</p><p>Ora, em toda sociednde, os membros todos hão de</p><p>ser ativos, não em um mesmo plano nem da mesma</p><p>forma, mas todos têm de contribuir para o melhor</p><p>bem-estar da comunidade. O que procede de oatra</p><p>maneira é um pnrasila vergonhoso. E às vezes esta</p><p>obrigação se torna trio imperiosa que exige o sacri­</p><p>fício da própria vida.</p><p>"Pois bem - ensina Leão XIII - se a lei natural</p><p>nos ordena amar e defender o sociedade em cujo</p><p>seio vimos a primeira luz, c se todo cidadão deve</p><p>dar a vida pela defesa da Pútrin , maior é o nmor</p><p>que todo cristão hó de ter para com n Igreja. Por­</p><p>que esta é a Cidade de Deus, por Ele Of!ilanizada, e,</p><p>mesmo peregrina em a terra, chama e guia a seus</p><p>cidndüos it eterna felicidade dos Céus."</p><p>:'\algumas associações somos sócios honorários,</p><p>Lmstando dar o nome. E nesta grande sociedade da</p><p>Igreja Católica quantos não são ap enas cristãos ho­</p><p>norários, que não fazem honra a seu nome de ca­</p><p>tólicos. Foram batizados e seus nomes figuram no</p><p>registo paroquial - mas o que fazem pelo Igreja?</p><p>Todos devêrnmos ser católicos efetivos, ou melhor,</p><p>ativos .</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>A AC.AO CATOLICA E' UM DEVER 19</p><p>O apostolado é um dever exigido mais clnrumen­</p><p>le pelo sacramento da Crisma.</p><p>O Batismo faz-nos cristãos; a Crisma, soldados de</p><p>Cristo. Por meio deste sacramento que aumenta a</p><p>graça santificante se nos dá a fortaleza espiritual</p><p>para empunhar m; armas ,e suster os ataques c im­</p><p>pugnações dos inimigos.</p><p>Que é, porém, n milícia senão altrulsmo c dom</p><p>de si'l Um soldado egoista é um contra-senso; é</p><p>como dizer sacerdote incrédulo,</p><p>0023</p><p>FA - 0024</p><p>FA - 0025</p><p>FA - 0026</p><p>FA - 0027</p><p>FA - 0028</p><p>FA - 0029</p><p>FA - 0030</p><p>FA - 0031</p><p>FA - 0032</p><p>FA - 0033</p><p>FA - 0034</p><p>FA - 0035</p><p>FA - 0036</p><p>FA - 0037</p><p>FA - 0038</p><p>FA - 0039</p><p>FA - 0040</p><p>FA - 0041</p><p>FA - 0042</p><p>FA - 0043</p><p>FA - 0044</p><p>FA - 0045</p><p>FA - 0046</p><p>FA - 0047</p><p>FA - 0048</p><p>FA - 0049</p><p>FA - 0050</p><p>FA - 0051</p><p>FA - 0052</p><p>FA - 0053</p><p>FA - 0054</p><p>FA - 0055</p><p>FA - 0056</p><p>FA - 0057</p><p>FA - 0058</p><p>FA - 0059</p><p>FA - 0060</p><p>FA - 0061</p><p>FA - 0062</p><p>FA - 0063</p><p>FA - 0064</p><p>FA - 0065</p><p>FA - 0066</p><p>FA - 0067</p><p>FA - 0068</p><p>FA - 0069</p><p>FA - 0070</p><p>FA - 0071</p><p>FA - 0072</p><p>FA - 0073</p><p>FA - 0074</p><p>FA - 0075</p><p>FA - 0076</p><p>FA - 0077</p><p>FA - 0078</p><p>FA - 0079</p><p>FA - 0080</p><p>FA - 0081</p><p>FA - 0082</p><p>FA - 0083</p><p>FA - 0084</p><p>FA - 0085</p><p>FA - 0086</p><p>FA - 0087</p><p>FA - 0088</p><p>FA - 0089</p><p>FA - 0090</p><p>FA - 0091</p><p>FA - 0092</p><p>FA - 0093</p><p>FA - 0094</p><p>FA - 0095</p><p>FA - 0096</p><p>FA - 0097</p><p>FA - 0098</p><p>FA - 0099</p><p>FA - 0100</p><p>FA - 0101</p><p>FA - 0102</p><p>FA - 0103</p><p>FA - 0104</p><p>FA - 0105</p><p>FA - 0106</p><p>FA - 0107</p><p>FA - 0108</p><p>FA - 0109</p><p>FA - 0110</p><p>FA - 0111</p><p>FA - 0112</p><p>FA - 0113</p><p>FA - 0114</p><p>FA - 0115</p><p>FA - 0116</p><p>FA - 0117</p><p>FA - 0118</p><p>FA - 0119</p><p>FA - 0120</p><p>FA - 0121</p><p>FA - 0122</p><p>FA - 0123</p><p>FA - 0124</p><p>FA - 0125</p><p>FA - 0126</p><p>mestre ignorante,</p><p>juiz injusto.</p><p>A Ação Católica é uma sa nta miiicia em favor de</p><p>Cristo e da Igrej a ; Pio XI definiu-a : "batalha santa</p><p>iniciada em todas a1; frentes." �</p><p>Durante a Grande Guerra houve, como todos sa­</p><p>bem, soldados que em vez de combater nas primei­</p><p>ras l inhas, como era seu dever, se quedavam em pos­</p><p>tos seguros da rctnguardn; deu-se-lhes o nome de</p><p>Emboscados. O general Cnstelnnu, que tanto se dis­</p><p>tinguiu na guerra passada e na atualidade é presi­</p><p>dente de uma grande organizaçüo católica de França,</p><p>chama os católicos que se quedam na retaguarda,</p><p>em lugares seguros, .c que recusam entrar em lula</p><p>nas fileiras da Ação Católica, de "os Emboscados</p><p>dn Paróquia". Quantos Emho!icados desses atrás dos</p><p>soldados de Cristo!</p><p>Vãos pretextos.</p><p>Mas ninguém quer ser tachado de covarde, e daí</p><p>se inventaram vãos pr.elextos para clissimulnr n ina­</p><p>ção.</p><p>Dizem uns: "Isto loca nos Padres. Cristo disse aos</p><p>Apóstolos: Ide e pregai - a nós outros nos compete</p><p>ser bons cristãos e não mais. De outro lado, os sa­</p><p>cerdotes bastam por si sós pm·a esta .empresa de</p><p>recrislianizaçüo da sociedade."</p><p>No en tanto o Papa manifestou-se de mui diferen­</p><p>te modo ao declarar, mais de uma vez, que a Ação</p><p>Católica é um dever não apenas do m inistério sa­</p><p>cerdotal, mas igualmente da vida cristã .</p><p>Disso já indicamos as principais razões.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>20 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>A este propósito escreve o Cardeal :\laffi: "Cris·</p><p>tãos, lembrai-vos que, se nós sacerdotes somos os</p><p>capitães, vós sois os soldados; mnis, o êxito duma</p><p>batalha deve-se à perícia e tática dos g.cnerais e</p><p>igualmente ao v:ilor c fidelidade com que cada um</p><p>dos soldados sabe manter sua posição. Quantas ba­</p><p>talhas de planos eslnJLégicos irnpecúveis se perde·</p><p>ram, porque o último dos soldados não foi fiel ao</p><p>que o arregimentara. Se assim quereis, nós outros,</p><p>sacerdotes, somos as sentinelas a\·ançadas, a Com ·</p><p>panhia da �!orle, célebre na heróica defesa de C:u·­</p><p>roccio, c s eremos os primeiros a enfrentar os inimi­</p><p>gos de Cristo; mas vós sois a ala do exército c os</p><p>que haveis de sofrer o clwque dos adversários."</p><p>' Numa das derradeiras perseguições da Polônia</p><p>mártir se norra um fei to que muito faz ao nosso</p><p>coso. Intentavam os invasores profanar o Taberná­</p><p>culo c roubar a Sagrada Eucaristia. O sacerdote In·</p><p>terpôs-se diante dos invasores no i ntuito de contê­</p><p>los a distância; vendo, JlOrém, baldados todos os</p><p>seus -esforço!;, corre ao Sacd.rio c o protege com</p><p>ambas ns mãos, abraça-se u ele com todas as forças,</p><p>num último recurso de defesa.</p><p>Nisso, adianta-se um cossaco e desfere furioso</p><p>golpe, decepando as mãos do sacerdote; este levan­</p><p>ta os cotos sangrentos e grita ao povo: "A vós cabe</p><p>agora a defesa de Jesus." Irmãos, a cena comoven­</p><p>te não é insólita; muitas vezes os sacerdotes nos</p><p>sentimos de mãos truncadas c nos voltamos a vós</p><p>com a intimação: "Defendei vós a Jesus I"</p><p>Dirão outros: "A Ação Católica é uma novidade.</p><p>A Igreja viveu sem ela até hoje, c atualmente há</p><p>mais fé que antes e as coisas andam melhor."</p><p>Repetidas vezes o Papa rebateu tal asserção in­</p><p>fundada ; eis algumas de suas palavras: "A Ação</p><p>Católica não constitui linda novidade dos nossos</p><p>tempos, como alguns pensnm, os que n1io estão dis­</p><p>postos a recc!Jcr esta Itollidade c não o estimam</p><p>como se de\·eria."</p><p>A primei1·a difusão de cristianismo fez-se median­</p><p>te a Ação Católica c não se podia realizar de outro</p><p>modo. Que teriam efetuado os Doze, perdidos na</p><p>imensidade do mundo Jmgão, se não houvessem cha­</p><p>mado em seu auxílio os meninos, jovens, donzelas,</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>A AÇÃO CATOLICA E' UM DEVER 21</p><p>mnlronas c homens , dizendo-lhes: "Trazemos co­</p><p>nosco o tesouro de Cristo, ajudai-nos n distribuí-lo."</p><p>A Ação Católico em sua natureza, quer dizer, en­</p><p>quanto é a rmrlicipllção dos leigos no apostolado da</p><p>J crarquia, é tão antiga como a mesma lg1·eja.</p><p>Para o comprovar, basta o seguinh: fnto. Após a</p><p>perseguição de Jerusalém, na qual perdeu a vida</p><p>S. 1-:slêvão, muitos cristãos leigos foram dispersauos</p><p>c o livro dos Atos nos diz que "andavam dum lugar</p><p>para outro, anunciando a pala\'r a de Deus. Em An­</p><p>tioquia instrulram uma multidão tão numerosa que</p><p>naquela cidade se deu pela vez primeira o nome de</p><p>Cristãos aos seguidores de Cristo."</p><p>Os Apóstolos, sacerdotes, chegaram mais tarde</p><p>úquela cidade. A primeira semeada , us primeiras</p><p>conquistas, foi trabalho de Ieigos.</p><p>Por onde a Açiio Católica não é uma novidade;</p><p>a novidade está só na forma exterior, na organiza­</p><p>ção. Que há de estr: m hnr? Quantos novidades não</p><p>ternos admitido nn vida m·dinilria! Deveremos voltar</p><p>á candeia de sebo por ser uma novi1lade n luz elé­</p><p>trica? A lei é esta: parll tempos novo1>, novas exi­</p><p>gências e novos remédios.</p><p>Conclusão</p><p>Recordemos o episódio da conv.crsiió da Sama­</p><p>ritana. Depois do colóquio com Jesus, deixou o càn­</p><p>tnro e se foi n cidade avisnr seus concidarlãos: "V in­</p><p>de e vereis um homem que me disse tudo o que fiz.</p><p>Niio se1·it. talvez o Salvador?" E muitos viemm da</p><p>cidade e crernm nele pela palav r a da mulhe•··</p><p>Ai temos um exemplo ''ivo do Apostolado Leigo.</p><p>Prega a Snmnritnnn a Cristo, convertendo-se ela pró­</p><p>pria a Cristo, c por meio de seu p•·ocedimento mui­</p><p>tos outros também.</p><p>Que ''isa a Açõo Católica 'l Fazer conhecer e amar</p><p>a Cristo. E' a continuação, através dos séculos, da</p><p>olJra da Samnrilana.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>OS DOffi SACRAMENTOS</p><p>DA AÇÃO CATóUCA</p><p>Introdução</p><p>Em Outubro de 1933, na Catedral de Santo Estê­</p><p>vão em Viena, concedeu-se, de maneira solene, a</p><p>investidurn da Suprema Ordem da l\lillcia de Cristo</p><p>ao Dr. l\liklas, Presidente da República de Austrio.</p><p>Depois que o Núncio, em nome do Papa, celebrou</p><p>a solenidade, o novo Covnlciro da Ordem rle Cristo</p><p>tomou a palavm e disse:</p><p>"Ser um verdadeiro Soldado de C1·isto, ou pelo</p><p>menos procu1·á-lo ser, deve constituir uma dos preo­</p><p>cupações de lodo cristão, e esse pensamento há de</p><p>animar todo o procedimento seja publico seja par­</p><p>ticular. Por boca dos Padrinhos o prometemos no</p><p>Batismo, c depois, pessoalmente c de maneira sole­</p><p>ne, na Confirmação.</p><p>No respeitantc a mim, em minha vida longa e a­</p><p>tormentado, tenho buscado - digo-o com franque­</p><p>za - ser um verdadeiro Soldndo de Cristo. Declaro­</p><p>o sem rodeios e com viva satisfação, e, embora cla­</p><p>ramente conheça minha insuficiência, faltas e de­</p><p>feitos e humanas imperfeições, espero que Deus,</p><p>Juiz benigno e misericordioso que é, nos há de per­</p><p>doar."</p><p>Com estas palavras, o Presidente federal da Áus­</p><p>tria não apenas se dizia católico, mas católico mili­</p><p>tante, dcstnrte fnzendo, CJUal verdadeiro Soldado de</p><p>Cristo, profissão solene do catolicismo militante, ou</p><p>seja, de Apostolado, apostolado esse que hoje tem o</p><p>sua mais cahal expressão na Ação Católica.</p><p>Todavia não se contentou com isso o novo Cava­</p><p>leiro de Cristo ; como bom conhecedor da praxe da</p><p>Igreja, indicou ainda os fundamentos dogmáticos</p><p>do Apostolado Leigo, quando afirma que todo cris­</p><p>tão promete ser soldado de C1·isto c, port anto, Após­</p><p>tolo, no momento de receber o Batismo c a Crisma.</p><p>Verdade que bem poucos cristãos conhecem.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>OS DOIS SACRAMENTOS DA AÇAO CATOLICA 23</p><p>Por isso queremos profundá-la mais, demons­</p><p>trando sucintamente que a Ação Católica, enqu anto</p><p>Apostolado Leigo, é :</p><p>1 ) uma obrigação do Batismo ;</p><p>2) uma obrigação da Cri sma.</p><p>Obrigação do Batismo</p><p>N um subúrb io pans1ense, um bom :-;acerdo te p ro­</p><p>pôs n um bel o dia a um o pcr·úrio i ncrédulo fizesse</p><p>b atizar um dos filhos que ,eslava em perigo de m or­</p><p>te. "Que me i m porta o vosso batismo -- respond�u</p><p>o operário - isso não é lá mais que uma piladn de</p><p>sal na boca."</p><p>1'\ a gcnemli d a d e, os católicos têm do Batismo um</p><p>conceito um pouco melhor do que o obreiro ela nossa</p><p>história. !\Ias o n de es tão os que dele têm noção exata,</p><p>j á e m seus efei tos, já sobretudo em suas obrigaçücs?</p><p>Uma obrigação que deriva dos efeitos</p><p>do Batismo</p><p>é o Apostolado.</p><p>Pelo Batismo o homem se faz fi lho adotivo tle</p><p>Deus, irmã o de todos os cristãos, membro ela Igreja.</p><p>Destes três efeitos emana o dever do Apostola do,</p><p>como p assamos n demonstrar.</p><p>I. F i l h o A d o l i \' O d e D e u s</p><p>Quando se batiza um men ino, reno va-se a cena</p><p>milagrosa que se efetuou no dia do batismo de J esus,</p><p>às orlas do Jordão. Do eéu ba i xou a voz do Eler·no</p><p>Pai : "Este é o meu filho m u i to amado, em o q ual</p><p>lenho todas a s m i n has co m pl a cê n cias."</p><p>Parecerá exagero, nada obsta n te é real i da !IC. Pro­</p><p>dígio de amor infinito.</p><p>"Adm irai --- escreve S. João - - que prova de amor</p><p>nos tem dado' o Pai ao querer q ue nos chamemos c</p><p>sejamos em ver·dndc filhos seus."</p><p>Poucos cristãos advertem a esta allíssima d ig n i­</p><p>da de. Bem o corn p!'een d i a a camareira da r i lha do</p><p>R ei Luis XV da França ; no ser repreen dida por sua</p><p>senhora com estas palavras : "Não sab eis que sou fi­</p><p>lha do vosso Rei ?" respondeu-lhe : "E' verdade ; mas</p><p>eu sou filha de D·eus, Rei dos Reis."</p><p>Tão grande dignidade traz consigo uma obrigação</p><p>bem definida : a de promover e defen der a honra</p><p>de Deus. Um filho não pode considerar com olhos</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>24 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>indiferentes a honra de seu pai. Se, pois, somos li·</p><p>lhos de Deus, sua glória deve-nos preocupar.</p><p>Isto posto, em que con s i ste o Apostolado ? Em ze­</p><p>lar pela hom·a de Deus. E que é a Ação Católica '1</p><p>Um A postolado p ara a glória de Deus.</p><p>Pelo que é o Apostolado uma obrigação d ireta do</p><p>Datisrno.</p><p>JT. I r m ã o s d e T o d o s o s C r i s t ã o s</p><p>Os filhos de um m esmo pai chamam-se irmãos.</p><p>Todos os cristãos são filhos de Deus ; logo, irmãos</p><p>entre si.</p><p>Os primeiros cr is tãos denominavam-se com o no­</p><p>m e dulcíss i mo de Irmãos. A in da hoJe em dia a li·</p><p>turgia usa esta expressão : "Orai, Irmãos" d iz-nos</p><p>o sacerdote na Santa :\Iissa.</p><p>Pois bem, en tre i rm iios é coisa sagrada e natura l</p><p>o amor, o auxílio recíproco e a comunicação dos</p><p>bens. "Tudo o m eu é teu" - - é a fórmula du verda­</p><p>d eira fratern i d a 1le. O irmão que tem m ais dá no que</p><p>m enos Lem ; não morre de fome um i rmão enquanto</p><p>ao ou tro fica um pedaço de pão.</p><p>E se o provérb io reza : "Amor de irmão, amor de</p><p>adversário " , é verdade sô no caso rle o amor dege­</p><p>n erar em ódio, como a m i ú do sucede.</p><p>Devem os crist ãos amar-se c ajudar-se mu tuamen­</p><p>te como irmãos ; ajudar um no outro nas necessida­</p><p>des materia i s e sobretudo nas espirituais. Hão de</p><p>procurar que to dos est.ejam provi dos dos dons do</p><p>Espíri to, que n i nguém pereça, que todos se salvem.</p><p>"Quem está en fermo, que eu não no esteja tam­</p><p>bém ? Quem se esc andaliza, que me eu niio abrase?"</p><p>Tal palavra de S. Paulo deveria estar na boca de</p><p>todo cristão.</p><p>Então, que é afi nal de con tos a Ação Cntólica?</p><p>Um A postola do para a salvação espi ritual de nossos</p><p>Irmãos em Cdsto.</p><p>III. M c m h r o s d n I g r e j a</p><p>Pelo Batismo se adquire o direito de cidadania</p><p>nesta i m ensa sociedade que é a Igreja Católica.</p><p>Ora, não devem acaso os cidadãos sofrer e traba­</p><p>lhar pelo bem da sociedade em que nasceram ou</p><p>da qu al são m(!mbrl;ls, sociedade que �?e chama Pá-</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>OS DOIS SACRAMENTOS DA AÇÃO CATOLICA 25</p><p>trin ou Nação1 As contr ibuições e as responsabili­</p><p>d a des siio diversas, segundo o posto que cada qual</p><p>ocu pa, mas todos cslii.o obrigados a dar a lgo.</p><p>Assim o sacrifical·-se pela Pátria em perigo é um</p><p>dever p ara todos ; destarte vimos como na passada</p><p>guerra m u n d ial morreram além de oi to m ilhões de</p><p>homens para defen der os di rei tos de suas respelivas</p><p>P::i trias. Aos que en tiio tomba1·arn s e erigiram em</p><p>Lo dos as partes monumentos de justo reconhecimen­</p><p>to.</p><p>Mas os c idadiios da lg1·eju, os súdi tos de Cl'isto</p><p>Rei, não leremos os me.smissimos deveres para com</p><p>a sociedade rel igiosa a que pertencemos?</p><p>Pois bem, a Ação Católir.a é um A postolado para</p><p>n defeso c dilatação da I greja, ou seja, do Heino de</p><p>Cristo no mundo.</p><p>Obrigação imposta pela crisma.</p><p>Mais evidente é a i n da que a Ação Católica é um</p><p>dever resullanle do sacramento da Confirmação.</p><p>A Crisma ou Con firmnçiio faz-nos cristãos perfei­</p><p>tos, Soldados de Cristo. Aumentando a graça , robus­</p><p>tece a alma e torna-a idônea para a luta.</p><p>Deve o soldado combat er e mesmo morrer, quan­</p><p>do as circu nstâncias assim o exigem . Por quem ?</p><p>Pela Pátria, por seus concidadãos. Não por si , mas</p><p>pelos outros. A m ilfcia é generosi dade e sacri rlcio</p><p>de si próprio. O soldado egoísta torna-se desertor.</p><p>O Sol d ado de Cristo deve lutar c combater, e até</p><p>deve estar disposto 11 dar a vida pel a causa de Cristo</p><p>e pela defesa de seu reino, a Igreja.</p><p>Eis que a Ação Cu tól i ca é a m ilícia santa para</p><p>defender a Cristo e n sun Igreja.</p><p>A Cri sma, como o e n s inam as Escrituras, consa­</p><p>gra-nos para o Apostolado.</p><p>D isse o Salvador a seus Apóstolos no momen to de</p><p>separar-se deles para voltar no Pai : " Recebereis a</p><p>força do Esp íri to Santo que virá sobre vós e sereis</p><p>minhas testemunhas em Jerusalém, na Ju dein c Sa­</p><p>maria c até os confins da terra."</p><p>O Esplrilo San to t ransformou os Apóstolos e dis­</p><p>cípulos de Cristo em testemunhas, quer dizer, em</p><p>pregadores de sua doutrina.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>28 FORMACAO PARA O APOSTOLADO</p><p>Cumpriu-se 11 promessa dez d ias após a Ascen­</p><p>são do Salvador, no dia de Pentecostes. " Cheios do</p><p>Espírito Santo, com eçaram a falar." l':o princi pio</p><p>tlmidos, m edrosos - tinham re negado e aban do­</p><p>nado a Cristo - depois de receber o Es píri to Santo</p><p>tornaram-se valorosos heróis do nome de Cristo.</p><p>Pois hem, no Confirmação o cristão recebe o Es­</p><p>pirito Santo com o cortejo de seus dons e, embora</p><p>não do mesmo modo que os Apóstolos, todavia em</p><p>igual medi1la. Logo se torna testemunha de Cristo,</p><p>i s to é, Apóstolo.</p><p>A Con rirmação é, em razão do que se disse, o</p><p>Sacrame n to do Apostolado Leigo, o Sacramento da</p><p>A ção Catól i ca.</p><p>ConclusAo</p><p>Como explicmnos, a Ação Católica é uma certa</p><p>milicin, e ainda temos de acrescentar que é milícia</p><p>escolh i da .</p><p>Representa n milícia de Gedeão na luta contra</p><p>os in im igos. Et·am muitos os gu erreiros que segu iam</p><p>a Gedeão, po rém o Senhor ordenou-lhe fazer uma</p><p>seleção e escolher só aqueles que, ao passarem pela</p><p>fo n te de Harade, bebessem n água na concha da</p><p>mão sem dobrnr os joelhos. Apenas trezentos assim</p><p>p rocederam , e esses foram os escolhidos.</p><p>Os soldados dn Ação Católica são como os de</p><p>Gedeão. Malgrado todos estejam recenseados, pela</p><p>Confirmação, no exército cristão, muitos deles não</p><p>possuem aptidão para est a m ilícia selet a ; u n s em­</p><p>boscaram-se, outros desertaram para o Indo dos ini·</p><p>m igos.</p><p>Os inscr itos na Ação Católica de,,.em preferir os</p><p>postos avança dos, peidar na vanguarda pelo tri u n fo</p><p>de Cristo.</p><p>Sejamos fiéis no sinal conven cionado como os</p><p>trezen tos d e G edeiio. Deus estará conoseo como es­</p><p>teve com eles,</p><p>·</p><p>e onde estú Deus ali brilha a vitória.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DOS LEIGOS</p><p>NO EVANGELHO</p><p>Introdução</p><p>Entretanto, depo is de tudo, o que se entende por</p><p>Leigos?</p><p>Por vontade do Fu ndador d i v ino, na Igreja d e</p><p>D e u s h :'I duas elasses de m embros : os Cl êl"igos e os</p><p>Leigos. " Clérigos chamam-se aqueles que, :10 me­</p><p>nos com a recepção da pri me ira tonsura, se dedi­</p><p>cnrnm ao scJ'\'ÍC.�O di\'i no."</p><p>Todos os demais m embros se chamam Leigos, ou</p><p>simplesmente Fiéis.</p><p>A Ac.�üo Ca tó l ica é o A postolado dos Leigos.</p><p>�o Evangelho, ao lado da pessoa a dorável do</p><p>Snlvador, achamos j á tal distin çiio em grau, diga­</p><p>mos, i n i c ial. Os .doze Apóstolos, chamados d e ma­</p><p>n eira especial :l segui r o Salvador, são o s futuros</p><p>Sacerdotes que constituirão a Jerarquia da Igreja, a</p><p>parte d irigente ou docen te. São os cooperadores de</p><p>Cri sto em virtude de eleição di vina.</p><p>Contudo outras pessoas, que não foram chama­</p><p>das expressamente c por isso não</p><p>pertenciam à Je­</p><p>rarquia nascente, auxil iaram ao Messias na obra</p><p>reden tora , já torn ando-O conhecido, já dando a co­</p><p>n hecei' a sua Yirtudc, ou dc ren dendo a Sua missão,</p><p>ou assistin do-Lhe n as necessidades materiais. Des­</p><p>te n úmero ri:�:eram parte m u itos hom e ns e mulheres.</p><p>Estes co labora dores volun tários de Cristo, estes</p><p>generosos auxiliares da obrn messiânica, são de­</p><p>v e ras os Jlrecursorcs dos h•igos que na a tualidade</p><p>l'Onstiluem a Ação Catól ica.</p><p>Desejariamos enumerá-los a todos mas em favor</p><p>ela brevi dade só d::. remos a conhecer o s principais,</p><p>rujo proce der nos servirá de exemplo e esti mulo.</p><p>Exemplo dos Pastores</p><p>O Apostolado Leigo principiou ao Indo da man-</p><p>jedoura do SnlYador. .</p><p>Oli primei ros foram os pastores que à voz do anjo</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>28 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>se puseram em cami nho, cheios de en tusiasmo, ex­</p><p>claman do : "Vamos a Br lém c vejamos o que foi que</p><p>sucedeu." Vão c chegam, a d m i rttm e adoram. Não</p><p>term ina aqui sua m issão, p 0 1·ém . O Evangelista</p><p>acrescenta eslas palavras que merecem toda nossa</p><p>atepção : "Vol larnm os pastores, louvando e glori fi­</p><p>cando a Deus por ludo o que havi am visto e ouvi do.</p><p>E todos os que ouvil'am falm· ficaram pnsmados</p><p>sob re as coisas que os mesmos narrnvam."</p><p>Duas coisas nos cnsi nam os pastores :</p><p>t .• O de\·er d o Apos tola do . Refcrinrn a Lodos o</p><p>que haviam p resenciado ; falavam-lhes do Messias</p><p>esperado , tornan do- O conhecido, glorificando-O em</p><p>parti cula r c em público, en t re os parentes e com­</p><p>panh e iros de o fício ou profissão. Que é ludo isto se­</p><p>n ão genuíno Apostolado cristão ?</p><p>2.• Indicam ai n da os pastores o c omo se prepa­</p><p>rar para o Apostolado.</p><p>Donde t a m a nho ardor apostólico nesta gente hu­</p><p>milde e ingê n u a ? Têm o COJ'ação cheio de Jesus. E</p><p>don de lhes vem esla plcnilu<l e '! Do contaclo q u e ti­</p><p>veram com o m esmo Jesus.</p><p>Daí se infere que não po deremos ser verdadei­</p><p>ros Apóstolos se não c.onhecermos c amarmos inten­</p><p>same n te a Jesus. E p nra O conhecer e amar, deve.­</p><p>mos aprox i mar-nos d'Eie.</p><p>Onde O acharemos?</p><p>Em nossas igrejas, ao p é d o tabernáculo. Aí está</p><p>o nosso Belém ( paluvrn que significa Casa de Pão ) .</p><p>D igamos, pois, com o s pastores : "Vamos alé Belém"</p><p>- c, como eles, vollarcmos dali converti dos em</p><p>A póstolos.</p><p>Testemunho dos Beneficiados</p><p>E' muito natu ral que aqueles que receberam a lgum</p><p>beneficio de Jesu�. sen t i ram a n ecessidade de agra­</p><p>decer a seu Benfeitor, publicar-Lhe o nome e apre­</p><p>sentá-Lo às turbas m aravilhadas, torn an do-se propu­</p><p>gand ist as de sua m issão c gra n deza, ou, por outm,</p><p>fazendo-se Apóstolos. Isto sucedeu qua:;e sempre.</p><p>Às vezes o Sal\'ador mesmo ordenou nos que d'Ele</p><p>receb eram algum benefi c io fica ssem calados. Sabia</p><p>que o povo não via n 'El e senão um rei lcmpornl que</p><p>l:lavçria de restabelecer o trono de p�vid ; o conh�-</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO DOS LEIGOS 29</p><p>cimento dos prodígios haY i a de excitar 11 paixão</p><p>p ol í t ica c podia ser causa de desordens.</p><p>Todavia o espasmo chega a tal ponto que não I'aro</p><p>as m u l t idões desrespei tam a proibição de Jesus. As­</p><p>sim aconteceu com a cura do surdo-mudo a quem</p><p>" ordenou que o não dissesse a ningué m ; mas, quan­</p><p>to m a is se lhe proibia, mais o publi cava."</p><p>Outras vezes, porém , ordena o próprio Salvador</p><p>aos contem plados com alguma m ercê que a publi­</p><p>quem; La] sueedeu com o possesso de Gérasa. Liber­</p><p>tado não de um só demi"mio, mas duma legião deles,</p><p>prostrou-se aos pés do Senhor e, reconhecido, "co­</p><p>meçou a Lhe suplicar permitisse que ele O acom­</p><p>panhasse. Mas J.esus não o de ixou, porém l11e disse :</p><p>Vai a casa dos teus e anuncia quan to o Senhor te fez</p><p>e como se apiedou de Li. - E retirou -se e pôs-se a</p><p>d ivulgar na região da Dccúpolc quan to lhe fi�era</p><p>Jesus; todos ficaram maravilhados."</p><p>Como entra pelos olhos, este homem qu is i ngres­</p><p>sar na escola do Mestre c segui-Lo, impulsionado</p><p>pelo agradecimento para com seu 13cn feilor; mas</p><p>sua petição foi indeferida. Ficará no século na qua­</p><p>lidade de simples Leigo. Co ntudo frisemos bem que</p><p>o mesmo Jesus lhe ordena exe1·cer o Apostolado</p><p>entre os seus, entre os seus compatriotas que ha­</p><p>viam rogado a Jesus se retirasse do terr itório que</p><p>habitavam. Jesus encan·ega ao homem cura do de</p><p>O suustituir ali, propagan do-O e n tre os patrícios.</p><p>Vamos, pois, que todos os que tinham recebido</p><p>alguma g1·aça de Jesus se apressaram em a pagar</p><p>de algum modo, fazen do conhecer c ama r n seu Ben­</p><p>feitor. Quantas vezes não leriam tomado a defesa</p><p>d'Ele con tra os maldizentes, nnostando as lutas e</p><p>perigos, haja vista o cego de nascença que fora</p><p>expulso do Sin édrio por haver sus tentado a divin­</p><p>dade de Jesus.</p><p>Devolver favor por favo•· é a melhor forma de</p><p>gra t idão, e essa foi a que usaram muitos dos favo­</p><p>reci dos por J esus.</p><p>Também nós recebemos d'Eie m u i tos beneficios,</p><p>en tre csle!'l o maior e primeiro : a graça da fé. Pois</p><p>llem. O m e l hor modo de moslrannos o nosso re­</p><p>conhecimento é L1·ansmilir nos demais o dom rece­</p><p>bido ; é o que nos aconselha S. Pedro : "Quais bons</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>30 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>dispensudores dos múl ti plos favores de Deus, cadn</p><p>um de nós faça os ou tros parlici )Hll'em dos dons</p><p>recebidos." Eis uma b ela exortação ao Apostolado.</p><p>Um leigo taumaturgo</p><p>Deu Jesus a seus d iscípulos o " poder de curar as</p><p>enfermidades e expelir os demônios." Os discí pu­</p><p>los sentinm-se orgulhosos com os êxitos obt idos.</p><p>Uma fei la, ao regressarem el e uma m issão, disscrmn</p><p>ao Meslre muito satisfeitos : "Até os demôn ios se</p><p>nos submetem em força de vosso nome. "</p><p>·</p><p>Nisso eslnvum equh·ocados, julga n do que Lal po­</p><p>der lhes fora conced ido a e les exclusivamente. As­</p><p>sim ao toparem certo dia com um estranho que ex­</p><p>pulsava os demônios em nom e de Jesus, p roibiram­</p><p>lho incontinenti.</p><p>De regresso eles para casa, disse S. João, em nome</p><p>de todos, ao Salvador : "Mestre, vimos alguém, que</p><p>não é dos nossos, expelir em vosso nome os demô­</p><p>n ios c p roibimos-lho." Jesus replicou-lhes, porém :</p><p>"Não lho p roibnis, porquanto ninguém hn que faça</p><p>prodig ios em meu nome e que possn falar mal de</p><p>mim. Pois quem não é con lra vós estú do vosso lado."</p><p>O tal in dividuo que não segue a Jesus nem faz</p><p>parte do Colégio Apostólico, é um leigo. A desp ei to</p><p>disso, ex pulsa os demôn ios em o nome de Jesus,</p><p>quer d izer exerce um oficio apostól ico. E o Mestre</p><p>não quer que lho impeçam ; com o que aprova sua</p><p>atividad-e.</p><p>Dois ensi nnmentos dá-nos aqui o Salvador :</p><p>a) o Apostolado niio é monopólio dos sacerdo tes</p><p>ou do Clero, mas em certa medida penn i te-se aos</p><p>leigos ;</p><p>b) os que lnbutnm no cnmpo do Apostolado hüo</p><p>de se alegrar de que outros tralw lhem também c</p><p>talvez com fru to mais abundante, c isto sem som­</p><p>b ra de c iúmes, sem espí r i to de rival i dade, com esta</p><p>única nspiraçiio : que Deus seja g lori ficado por quem</p><p>quer que for. O que em \'erdnde im porta é que o</p><p>bem se faça, pouco se nos dando por quem.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O .APOSTOLADO DOS LEIGOS Sl</p><p>O primeiro apostolado feminino</p><p>Em o número dos colaboradores leigos de Jesus</p><p>ach:m10s outro lanlo algumas mulhere s eleita!'l. Não</p><p>p regavam n em faziam milagres, porém prestavam</p><p>ouxílio 11 0 l\lcssins c nos seus d iscípulos.</p><p>Relata-nos S. Lucas : "J esus anda\'a )}C las cida des</p><p>c al deias, p regan do c anun c i a n do o Reino de Deu s ;</p><p>estavam c o m Ele o s Doze e mai s algumas mulheres</p><p>que haviam sido li vradas dos espíri tos malignos c</p><p>de enferm idades : l\laria, por sobrenome Madalena,</p><p>da qual foram expelidos se te demôn ios; Joana, mu­</p><p>lher de Cusa, procurador de Hero des ; e Susann e</p><p>muitas out ras que lhe assistiam com suns posses."</p><p>\'ivia Jesus de esmolas. As ditas p i edosas mu­</p><p>lheres pun ham-Lhe à disposição seus haveres, pou­</p><p>pando-Lhe dessartc a preocupação do alimento e</p><p>das demais n ecessidades da v i d a .</p><p>Ora, n ã o será e s t a uma forma de eoopcrar com</p><p>Jesus, de con correr para a propagação do E\•ange­</p><p>lho? Não será este um verdadeiro Apostolado fiUxi­</p><p>linr?</p><p>O Papa considera estas santas mulheres como as</p><p>p rimeiras apóslolas do mundo feminino. "Vede -</p><p>d iz-nos - as mulheres reu n i d a s em tomo do Sal­</p><p>vador, trabalhando com Ele e para Ele. E' toca n­</p><p>te tal manifestação da p r imeira ligo de mulheres</p><p>catól i cas, da qual as atuais derivam . "</p><p>Uma ou tra mulher, que niio seguiu o Salvador,</p><p>fez-se eficaz propagan d ista d'Eie : foi a Samari tana.</p><p>Recebeu muitos favores do Senhor, que a remiu com</p><p>sua doutrina sublime, resga tan do-a da servidão do</p><p>pecado. Depois do colóquio junto ao Poço de Jacob,</p><p>conheceu ela que seu interlocu tor ero o Messias de­</p><p>sejado, "largou o c:inturo c co rreu a d izer o seus pa­</p><p>trícios : \'in de ver um homem que me disse tudo</p><p>quan to fiz. Não será Ele porventura o Cristo ? -</p><p>Vieram mu i tos da ci dade e creram n 'Ele por causo</p><p>dn palavra da mulher que asseguravo : Disse-me o</p><p>quanto fiz."</p><p>Eis uma mulher que, à semelhança do Batista, p re­</p><p>para os caminhos do Senhor - e com que êxito !</p><p>Com praziam-se os Apóstolos em se chamar teste­</p><p>munhas da Ressurreição do Senhor. Com efeito, a</p><p>Ressurreição forma o centro das prédicas dos Após-</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>32 FORMACÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>tolos. Mas as primeiras testemunhas da Ressurrei­</p><p>ção do Senhor foram os mulheres : Maria Madalena</p><p>e suos companheiras que an temnnhã foram no Se­</p><p>pulcro para ungir o Corpo do Sal•;ador.</p><p>E o Anjo deu-lhes este encargo : "Ide e avisai os</p><p>discl pulos de como Ele ressurgiu dentre os mortos."</p><p>E logo o própJ"io Jesus aparece a elas e lhes diz :</p><p>"Ide e noticiai a meus Irmfios que vou ô. Galiléia,</p><p>onde me verão." Podia o Senhor confiar-lhes missão</p><p>mais apostólica ?</p><p>Conclusão</p><p>No correr desta rápida expos1çao, vimos como o</p><p>apostolado tem suu origem no Evangelho. Os pri­</p><p>meiros representantes da Ação Católico, nçiio ou­</p><p>xiliar dos Le igos para a difusão do R eino de Cristo,</p><p>v iviam e trabalhavam em torno da Pessoa de Cristo.</p><p>Eram homens e m ulheres : Ação Católica masculina</p><p>e feminina.</p><p>Compreen demos agorn a dignidnde da Ação Ca­</p><p>túlicn : é divino - niio sú em sua finali dade, a gló­</p><p>ria de Deus, senão também em sua origem, visto que</p><p>podemos considerar o Salvador pelo que o instituiu.</p><p>Demos graças ao Senhor por nos ter chamado n</p><p>tão sublime vocação : somos os conti nuadores dos</p><p>Apóstolos Leigos do Evangelho. Ainda está Cristo no</p><p>meio de nós. perpetunndo a suo missão redentora</p><p>por intermédio do Papa, Bispos e Sacerdotes. Tor­</p><p>nemo-nos dignos continuadores dos primeiros co­</p><p>opr-rndores, por nosso exemplo e nlmegaçiio.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>APOSTOLADO DOS LEIGOS</p><p>NA IGREJA PRIMITIVA</p><p>Introdução</p><p>"A Ação Católica - d isse o Romano PontHice -</p><p>é a renovação, a cont inuação do que se realizou nos</p><p>primeiros séculos da Igreja, nos d i ns do primeira</p><p>propngação da verdade católi ca." Pnra nos disto</p><p>convencer, basta reler as primeiras paginas dos es­</p><p>critores eclesiásticos e as ct>fslolas. Ali estão enu­</p><p>mera dos os que se fizeram coluborndorcs dos Após­</p><p>tolos na primeiro difusão do Evangelho, os quais</p><p>levaram a pala\·ra evangélica a todos ns cnmndns,</p><p>tanto en tre o povo simples eomo nlé u polilc i o de</p><p>César.</p><p>Queremos comprovar esta verdade h i s tórica, tão</p><p>a miúdo lembrada pelo Popa, oduzindo episód ios tia</p><p>História da Igreja nos tempos apostólicos. Eles dir­</p><p>n os·iio que o Reino de Deus sohre n !erro, a saber n.</p><p>Igreja, foi fu ndado pelos Apbslolos eom a coopera­</p><p>ção dos leigos, isto é, da A\�Ílo Cnlúlicn.</p><p>Precursores dos apóstolos</p><p>Os leigos foram na realidade os precursores dos</p><p>Apóstolos ; queremos dizer que em alguns lugares o</p><p>prime ira semente da \'erdnde n ão foi semeada pelos</p><p>Apóstolos, pelos representan tes da Jerarquia, senão</p><p>pelos leigos.</p><p>Lembramos apenas duas c i dndes em que o Apos­</p><p>tolado da Jerarquia foi precedido pela obra dos lei­</p><p>gos.</p><p>1 ." Em Antioquia.</p><p>Nos atos dos Apóstolos, livro nõo só divi namen­</p><p>te inspirado senõo de reconhecida verncidnde his­</p><p>tórica, se vê que os p rimeiros germes do cristianis­</p><p>mo foram I�vados o esta cidade pelos simples fiéis.</p><p>Vejamos como isto se deu.</p><p>Depois do mnrtfrio de S. Estê\'ão, "levantou-se</p><p>uma gran de persegui ção contra n Igreja de Jeru-</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>34 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>.salêm, c Lodos, excetuando-se os Apóstolos, se dis­</p><p>p �rsaram pelas regiões da Ju dein c Samaria. E os</p><p>que se cspnl harnm an daram an unc ian do n palavra</p><p>de Deus de um lugar n outro."</p><p>E o Livro Sagrado dá-nos alguma.-; particularida­</p><p>des desta pregação : "Os que haviam si do di sper­</p><p>sados da perseguição suce d i da por causa de Estêvão,</p><p>chegaram à Fcn lcia, a Ch i pre e a Antioquia, c pre­</p><p>ga vam a rwl a\'J'a somente aos judeus. E estavam com</p><p>c·les alguns habi tan tes de Chipre e de Cirene, os</p><p>quais, en trando em Antioquia, falavam nos gregos e</p><p>pregavam-lhes o Senhor J esus. E a muo do Senhor</p><p>estava com e les, c mu itos creram e conv.erteram-se</p><p>ao Senhor. Quundo estas notícias chegaram à Ig1·eja</p><p>que eslava em Jcrusnlém , �nviou-se Bnrnabé a An­</p><p>t ioquia. Logo que este chegou , regozijou-se no ver</p><p>a graça do Senhor e exortou a todos perseYeras­</p><p>sem no Senhor com fi rmeza de coração."</p><p>Chegou Bnrnnbé, o represe ntante dn Jerarqu in,</p><p>para completar a obra começada pelos fiéis; foram</p><p>estes que instruíram n a fé "uma tão gran de multi­</p><p>dão, que em Antioquia foi onde pela primeira vez</p><p>se deu aos discípulos de Cri sto o nome de Cristãos."</p><p>· 2.• Em Roma.</p><p>Tam bém a Romn, onde Pedro havia de estabe­</p><p>lecer para sempre Mia sede, Lnmbém à Capital do</p><p>mundo cr istão , foi l evado o crist inn ismo pela p ri­</p><p>meira vez pelos simples fieis, pelos leigos da Açüo</p><p>Católica.</p><p>Esse fato não é histôricnmcntc certo como para</p><p>Antioquia, mns tem mui tas prohnbilidades a seu fa­</p><p>vor e adm item-no historiadores rle peso, como Ho­</p><p>rácio l\lnrucchi, o qual escreve :</p><p>"Os primeiros represe n tan tes do mundo romano</p><p>que tiveram u ventura de ouv i r 11 pregação do Evan­</p><p>gelho foram alguns peregrinos de Romn, os quais,</p><p>como alesta o Li vro dos Atos, se achnvam em Jeru­</p><p>salém no d i a de Pen tccosl cs, quando pela primeira</p><p>\'CZ se anunc iou a nova fé. E' provável que alguns</p><p>desses, quer vol tando diretamente n Roma, quer in­</p><p>d i retamente po1· intermédio de ontJ•os, se to1·naram</p><p>mensage iros da Ycrdadc evangélica na grande me­</p><p>trópole. O mesmo pode dizer-se dos soldados da co­</p><p>orle ilúlica dn guarnição de Ccsurcin, onde o cen tu­</p><p>rião Cornélio se converteu por meio do Apóstolo</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>APOSTOLADO NA IGREJA PRIMITIVA 35</p><p>S. Pedro. E ainda é provú\'el que alguns soldados</p><p>dnqucln coorte, convertidos à fé de Cristo u exemplo</p><p>do ccn turiúo, tlc \'olta a Roma, anuneiurum a Boa</p><p>Nova na ci dade de César, formando assim o pri­</p><p>meiro núcleo da Igrej a Romana."</p><p>Dois esposos: Aqulla e Prisdla</p><p>N' a Eplstola aos Homanos escreve S . Paulo : "Sau­</p><p>dações a Aquila e Priscila, cooperadores meu�; em</p><p>Jesus Cristo, os quais expuseram as suas cabeças</p><p>por minha salvnção."</p><p>Estes dois esposos auxiliaram a S. Paulo na evan­</p><p>gelização dos roman os, e até n fron tarmn pcJ·igos por</p><p>esta causa. São, pois, representantes autênticos da</p><p>Ação Católi ca, tal qual a define o Papa. Que fizeram,</p><p>porém, nu realidade pa ra serem citados na ordem</p><p>do dia cn LJ·c os Apóstolos de Roma ?</p><p>A esta curiosidade, alií1s l egi tima, r·espondcm os</p><p>Livros Sagrudos. Aquilo c Priscila viviam em Roma,</p><p>donde foram expulsos por edito do imperador Cláu­</p><p>dio, entre os anos 49 e 50, em v irtude do qual foram</p><p>expulsos lodos os hebreus. Emigrando para Corinto,</p><p>encon traram ali n Paulo, "o qual foi viver em sua</p><p>eompanh in."</p><p>Reuniam-se em sua casa os cri stãos de J;;feso.</p><p>pois daí escreve S. Paulo aos fiéis de Corinto :</p><p>" Saúdam-vos muito no Senhor Aquilo e Prisci la com</p><p>a Igreja de sua casa, dos quais sou hóspede."</p><p>Para com preen der o sentido desta expressão "i­</p><p>greja doméstica", convém recordar que naqueles</p><p>tempos os cristãos não tinham ainda edi fícios paro</p><p>o celebração dos mistérios d ivinos, que se celebra­</p><p>vam em casa de parti culares. Destarte 11 casa destes</p><p>dois santos esposos era o lugar ue reunião dos</p><p>c ri stãos de tfeso.</p><p>Nesta populosa c i dade, Aqu il a e Priscila se tor­</p><p>naram propagandistas da religião cristã, c um fruto</p><p>notíwel de suu )lrcgação foi A polo, que se torn ou um</p><p>dos mais valiosos coopcru d ores de S. Paulo.</p><p>Como lemos no Livro dos A tos, era AJ>olo um ju­</p><p>deu, hom em eloquente e \'crsado nas San tas Escri­</p><p>turas. Possuis algumas noções acerca do cristian is­</p><p>mo, mos não crn batizado ainda. Isso n ão obstante,</p><p>animado de zelo pela religião de Cristo, pôs-se n pre-</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>36 FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>sá-la na sinagoga, exemplo sublime de apostolado</p><p>leigo. Tendo-o ouvido Aquila e Prisciln, verificaram</p><p>que era eloquente, mos linha uma instrução religio­</p><p>sa i n su fi cien te , razão por que o tomaram consigo</p><p>e lhe expuseram minuciosamente toda a doutrina</p><p>cristã. Assim instruído, Apolo anunciou a Cristo em</p><p>Éfeso, em Corin to e nas outras c i d a des, a respeito</p><p>do que nota S. Luc:1 s : " fo i de gran de van tagem aos</p><p>que haviam crido, pois com grande destcmor con­</p><p>vencia os judeus, prova n do com as Escrituras que</p><p>Jesus era o l\lessias."</p><p>O êxito obtido por este leigo foi tal que alguns</p><p>cristãos o igualaram a Pedro c Paulo.</p><p>No início do reinado de Nero, abolido o decreto</p><p>de Cláud io, voltaram Aquilo c Pl"iscila a Roma e sua</p><p>cnsa veio u ser, como ·em Éfeso, o lugar de reunião</p><p>dos cds tãos, e mais tm·de teve n honra e distinção</p><p>de abrigar mais uma vez a S. Paulo.</p><p>Outros cooperadores de São Paulo</p><p>1\té agora lembramos lJ·ês cooperadores le igos de</p><p>S. Paulo, mas nos Atos e nus Eplstolas há menção</p><p>de outros não menos importantes. Citaremos alguns</p><p>deles.</p><p>Ao terminar a carta aos Roma nos, o Apóstolo es­</p><p>creve : "Recomendo-vos a nossa i rmã Febe, que es­</p><p>tá no serviço da Igreja de Cêncl"is, ·para que a rece­</p><p>bais no Sen hor, de um modo digno dos Sa n tos, c a</p><p>ajudeis em toda coisa que de vós precisar; porquan­</p><p>to ela assistiu a muitos, e a m im em part icular ...</p><p>Comumente se crê que se ela encarregou de le­</p><p>var a c a r ta do Apóstolo aos roma n o s c daí a reco­</p><p>mendação de acolherem-na e assi stirem-na como u</p><p>uma pessoa estra ngeira e ben eméri ta da Igreja.</p><p>Diz-se ainda que cstú no serviço da Igreja, ou</p><p>seja, que é diaconisa. Tais eram chamadas naqueles</p><p>tempos algumas p iedosas mu lheres que exerciam na</p><p>Igreja m i n islél"ios de caridade espiri tual e temp o­</p><p>ral : instruí am os catecúmenos, prepm·avam-nos pa­</p><p>ra o batismo , presidiam à reunião das mulheres na</p><p>igreja, etc. Eram portanto, como se vê, mulheres de</p><p>Ação Católica.</p><p>Febe cru diaconisa c tinha servido não só a mui­</p><p>tos cristãos, mas lmnbém ao próprio S. Paulo.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>APOSTOLADO NA IGREJA PRIMITIVA 87</p><p>Ao louvor dispensado a Febe segue uma lista de</p><p>vinte c quatro nomes, encabeçados por Áquila e</p><p>Prisciln, com o pedido aos cristãos de Roma que</p><p>os saúdem em nome do Apóstolo uma ,·ez que se</p><p>trato de seus colaboradores que com ele trabalha­</p><p>ram no Se nhor.</p><p>Aos cristãos de Tcsso lon i cn, hoje Su lon ica, S.</p><p>Paulo cscrc\'c estas significativas p nlavros : "Tor­</p><p>nastes-vos imitadores nossos c do Senhor, de mo do</p><p>que viestes a ser modelo para todos os fiéis da Ma­</p><p>ccdõnia c da Acaia. Pois por meio de vós dhulgou­</p><p>sc a palavra de Deus não só na l\laccdônia c na</p><p>Acnia, mas po r toda parte se propagou a fé em Deus,</p><p>de mnnciru que não t emos necessidade d e fnlnr-vos</p><p>disso."</p><p>Os tcssalo n icenses tinham praticado estas duns</p><p>formas de apostola do : a do exemplo e da pa.lavra.</p><p>Difun diram a palavra de Deus nas regiões circunvi­</p><p>zinhas ao ponto de S. Paulo poder declm·ar, com</p><p>evidente e benévolo encarecim ento, que sua prega­</p><p>ção era ali SIIJ>érflua.</p><p>O fato explica-se assi m : Tcssalonica era um porto</p><p>muito frequcn Indo pelos estrangeiros e seus habi­</p><p>ta ntes viv iam em conta to contínuo com os de ou ­</p><p>tras regiões J>or causa do comércio. Os c1·istiios de</p><p>Tessalon icn aproveitaram-se destas circunstâncias</p><p>pura divulgar o cristia n ismo entre aqueles com quem</p><p>manti nham reln��iics comcn�in is.</p><p>Este é o apostolado do próprio meio, tão recomen­</p><p>dado pela Ação Catôl ica a seus membros que estão</p><p>obrigados a viver e trabalhar entre os povos pagãos.</p><p>Queremos recordar uma p assagem da ca1·tu nos fi·</p><p>l ipenses, na qual temos também uma exor tação ao</p><p>npostolado dos leigos. Ei-Ia : "Ajuda àqueles que tra­</p><p>hnlharam comigo no apostolado !lo Evungelho", c</p><p>acrescen ta que por isto "os seus nomes estão escri­</p><p>tos no l ivro da v ida".</p><p>Ao formular Pio XI a defin ição que se tornou clás­</p><p>sica da Ação Catól ica, insp irou-se nas palavras do</p><p>A póstolo que a cabamos de ci tar. Fa lan do , nos 12 de</p><p>Março, nos seminaristas que haviam segu i do os cur­</p><p>sos da Ação Cutülica, observou que esta é ve rdadci­</p><p>rnmen te apostólica, visto como acompan hou os pri­</p><p>meiros apóstolos, e acrescenta : "Quando S. Paulo</p><p>em suas cartas elogia os que trabalham r.om ele n a</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>38 FORMAÇAO PARA O APOSTOLADO</p><p>evangelização, falando das mulherc� c dos leigos,</p><p>parece de feito preparar a definição da Ação Ca­</p><p>tólica que é participação dos leigos no apostolado</p><p>jerárquico da Igreja. Não fez o Papa outra coisa se­</p><p>não repelir o que há mu i to tempo jét o dissera o</p><p>Apóstolo."</p><p>Conclusão</p><p>Pio XI deu a razão por que a Ação Católica sur­</p><p>giu juntamente com o cristianismo. "Que teriam</p><p>podi do fazer os doze, o eco de suas palavras, per-·</p><p>d i dos na i mensidade do m u ndo, se não t i vessem so­</p><p>licitado o auxilio dos leigos, homens, mulheres, an­</p><p>ciãos, meninos, dizendo-lhes a todos : "Levamos o</p><p>tesouro de Deus, ajudai-nos a distri bui-lo."</p><p>Pois bem ; n este�; tempos de paganismo renascente,</p><p>os sacerdotes nilo são suficien tes para n grande em­</p><p>presa do apostolado, precisam de colaborador.es lei­</p><p>gos, necessitam da Ação Cnt6l ica.</p><p>Oxalá que todos os que m ilitam em suas fileiras</p><p>sejam dignos coluboradores dos apóstolos, in namn­</p><p>dos do esplrilo d e conquista, n fim de que seus no­</p><p>mes estejam também escritos no livro da vida.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO NO PADRE NOSSO</p><p>Introdução</p><p>Conta-se que um belo dia caiu nas mãos de Ale­</p><p>xan dre Severo u m pergaminho n o qual estava e scrito</p><p>o Padre l'\osso. A p enas o impera dor o l eu, quedou</p><p>profu n damente comov i do c pergu ntou quem era o</p><p>autor daquela oração. Quando soube que ei'!l de</p><p>Cristo Nazareno, quis levantar-Lhe uma es tátua no</p><p>santuário domés tico, no lado dos deuses tutelares.</p><p>Este i mperador pagão dá oportuna lição a mui­</p><p>tos cristãos que cl iilriamente 1·ep etem a divina pre­</p><p>ce sem dnr a tenção ao �en t ido profundo e :is ver­</p><p>dades substanciais que se ncln contêm.</p><p>Escreve Tertulinno que "o Padre-Nosso é o resu­</p><p>mo de lodo o Evangelho."</p><p>Desta form:1, o apostolado é uma das g ra n des ver­</p><p>dades cont i das na oração dom i n ical. Chamou-a por</p><p>isso Pio XI de " fórmula sublime do apostolado</p><p>cristão ."</p><p>Vamos pro fu n dar um pouco esta verdade, consi­</p><p>d eran do como o dever do apostolado está contido</p><p>ímpllcilamen l e em todo o Padre !'\osso ; explicita­</p><p>mente no prelúdio, na primei1·a pnrlc e na segunda.</p><p>No prelúdio</p><p>Começa a oração domi nicnl com este p relúllio</p><p>solene : "Pa dre Nosso, que estais no céu." Pal avras</p><p>excelsas, en cerran llo as m a i s sublimes vci·Ila d es.</p><p>Os hebrcus ad oravam e i n voea vam Javé como</p><p>Senho1·, Criador c Juiz, não como Pai ; em razão dis­</p><p>so o A n t igo Testamento infunde temor c não amor.</p><p>Um exemplo : Quando Deus chamou 1\loisés no</p><p>cume da mon tanha para lhe en tregar n lei, ordenou</p><p>que o povo se não acercasse do mon te. Durante o</p><p>colóquio de Deus com Moisés, ouvia o povo os tro­</p><p>vões e v i a os relâmpagos c como o monte</p><p>parecia</p><p>arder. Aterrados e cheios de espan to diziam to dos a</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>40 FORMAÇAO PARA O APOSTOLADO</p><p>Moisés : "Fala-nos lu e te escutaremos, mas não nos</p><p>fale o Senhor para que não morramos."</p><p>Eis, porém, que vem o Messias e suprim e a dis­</p><p>ti'mcia que separava a Deus dos homens, revelando­</p><p>lhes 11 paternidade divina. Vezes sem conta ouvimos</p><p>dos lábios do Divino .!\iestrc esta palavra dulcissima</p><p>de Pai ap licada a Deus.</p><p>Quan do, pois, um dos discipulos lhe p e diu : "Mes­</p><p>tre, ensina-nos a o rar", Ele disse : Quando orardes,</p><p>dizei : " Pa dre Nosso", não d igais Senhor, n em Deus,</p><p>n em Criador, m a s Pa i.</p><p>Somos, portanto, seus filhos. Ora, todo filho deve</p><p>defen der a honra do Pai. Por co n seguinte havemos</p><p>de defe n d er a hon ra de Deus nosso Pai. E que outra</p><p>coisa é a Ação Católica senão um Apostolado pela</p><p>glória de Deus?</p><p>Diz o Salvador : Padre No sso ! - Esta palavra</p><p>Nosso, que ricos ensinamen tos não encerra i</p><p>:-lão quer Jesus que digamos Padre Meu, pois em</p><p>torno rle nós há o u l ros que têm i gual direito de cha­</p><p>mar a Deus com aq uele nome, porque lodos siio</p><p>seus filhos.</p><p>E se lodos dizemos com iguul direito Padre Nos­</p><p>so, segue daí que todos somos irmãos.</p><p>Se lodos somos irmiíos, havemos de nos ajudar</p><p>uns aos outros n as necessi dades materiais e espi­</p><p>ri tuais.</p><p>�las, que é o Apostolado senão um soc01-ro às ne­</p><p>cessidades espirituais de nossos próx imos?</p><p>Sem cont.cstacão, desde o p.-eümbulo o Padre Nos­</p><p>so ensina o deve.- do Apostolado.</p><p>Ao preâmbulo segue o corpo da Ora\:ão que com­</p><p>preen de duas partes em que se compen dia tudo</p><p>quanto devemos p e d ir ao Senhor.</p><p>Primeira Part�</p><p>Contém n primeir·a parte três petições que faze­</p><p>mos como filhos de Deus ; todas as três insinuam o</p><p>dever do Apostolado pela Glória de Deus.</p><p>Nelas pedimos : "Santificado seja o Vosso Nome.</p><p>Venha a nós o Vosso Reino. Seja feita a Vossa von­</p><p>tade assim na terra como no céu."</p><p>E' isto o que queremos ? Desejamo-lo sinceramente?</p><p>Com efei to. Não fora assim, e nossa oração seria</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO NO PADRE NOSSO U</p><p>uma ironia e um i nsulto sacrí lego. E isto se nüo</p><p>pode adm itir.</p><p>Kesta suposição, todos desejamos que o Nome de</p><p>Deus seja santificado por lodos, que seu Reino se</p><p>estenda por todo o universo, que sun vontade se</p><p>cumpra na terra por todos os homens, com res­</p><p>peito às suns leis div inas, como a cum p rem no céu</p><p>os anjos c os santos.</p><p>Contudo pora lograr estes fins se requer que lodos</p><p>trabalhemos com todas ns nossas forças p ara os</p><p>conseguir.</p><p>Pois como desejar que \'e nha o Reino de Deus, c</p><p>não trabalhar por que se dilate cada vez mai s '1</p><p>Kiio seria isto u m sentimento vão, um a oração</p><p>i njuriosa ?</p><p>E' n ecessã rio, portan to, harmonizai' o procedimen­</p><p>to com as pn layras do Padre Nosso, on seja exercer</p><p>o Apostolado.</p><p>Por isso n Ação Catól ica é um Apostolado pela</p><p>glória de Deus c está em perfeito acOJ·clo com o</p><p>Podre Nosso. E mesmo ao parecer ingressar no</p><p>campo pollt ico, sempre visa n con cretizar esta peti­</p><p>ção que se tornou o lema dn Ação Catól ica : "Venha</p><p>a nós o Vosso Reino."</p><p>Frequentes vezes o santo Dom Bosco se ::l\' istou</p><p>com pessoas políticas para lhes rclembrn r os direi­</p><p>tos dn Igreja conculcados pelos governos nn ticleri­</p><p>cnis. Aos que cstrnnhavam o seu pmccdcr c o acusa­</p><p>\'am de fazer politica, costumava respon der : "A mi­</p><p>nha Política é a do Padre Nosso. Nele pedimos lodos</p><p>os d ias que a nós venha o Reino do Pa i celeste, que</p><p>se estenda e que se faça sempre mais poderoso."</p><p>Eis o que cxclusivamcnlc procura Dom Bosco, quer</p><p>nn igreja quer diante da petizada do Oratório ou nn</p><p>presença dos homens públicos.</p><p>Esln Poll tica do Padre Nosso é a que deve exe­</p><p>cutar todo católico.</p><p>Segunda Parte</p><p>Na segundo ·parte do Pndre Nosso fa7.-emos quatro</p><p>pedidos, considerando-nos irm ãos de todos os nos­</p><p>sos próximos. Dni nossa prece resulta num Aposto­</p><p>lado pela salvação de todos eles.</p><p>Pedimos a Deus as .seguin tes quatro coisas : "O</p><p>pAo nosso de cada dia nos dai hoje. Pc1·doai-nos as</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>ü FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO</p><p>nossas div idas, assim como nós perdoamos aos nos­</p><p>sos devedores. Não nos dei xeis cai r em tentação.</p><p>Mas livrai-nos do mal."</p><p>Então para quem oramos ? Só pura nós? Não, cer­</p><p>tamente, seniio por todos, pois a fórmula da oração</p><p>está na construção plural : "dai-nos, perdoa i-nos" -</p><p>e não : dal-me, perdoai-nu!.</p><p>Quantos ensinamentos n ão der·ivam desta par·t i­</p><p>culari dade !</p><p>R ecorda-nos que não estamos iso la dos no mun do ,</p><p>mas que mu i los ou tros nos r·odciam que são nossos</p><p>irmãos; que en tre irmãos n solidarieda de é co i sa</p><p>sagrada e obrigatório o auxil io mirtuo, c que por is­</p><p>so devemos orar por lodos e zel a r pelo bem de todos.</p><p>Aqui estil a repmvação impl íc i t a da p ieda de egoís­</p><p>ta que ír nicamente pensa nas nec.essidades pessoais,</p><p>querendo con vergir a vis ta de Deus u nicamente paro</p><p>si c considerando-se como que o centro do universo.</p><p>ln questionàvelmenle é o Pa dre Nosso a condena­</p><p>ção do individualismo religioso que se tan tas vezes</p><p>e n con tra nos pessoas rel ig iosas c que é a n egaçiio</p><p>prática do Apostol ado. O Padre Nosso é deveras uma</p><p>prece católica, pois tem em visto não apenas as nos­</p><p>sos precisões particulares, senão n glória de Deus e</p><p>o bem-estar do próximo.</p><p>Não faliam os i ludidos que dizem : "Cristo impôs</p><p>o d ever do Apostolado aos sacerdotes e não nos lei­</p><p>gos" : afirmação desfeita pelo Padre Nosso que é</p><p>para todos, nssim leigos como Padres, e no qunl ve­</p><p>mos expres�o o dever geral do Apostolado.</p><p>Concluslo</p><p>Certa vez en trou uma noviça nu celu de Sa n ta</p><p>Teresinho do Menino Jesus c quedou-se maravilha­</p><p>da ante n ex pressão celest ial dB San ta. "Em que</p><p>está pensando ?" - pergu n tou a nov iça. R espondeu­</p><p>lhe a San ta : "Eslava rcrlelindo sobre o Padre Nos­</p><p>so, pois nado há mais doce do que chamar o Deus :</p><p>Padre Nosso" - e dos olhos da Santa brotaYam h\·</p><p>grimas de comoção.</p><p>Meditemos também nós ou tros, uma por uma, os</p><p>petições do Padre Nosso, e sentiremos acen der-se­</p><p>nos no peito a chama do A postolado.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>O APOSTOLADO</p><p>E A COMUNHÃO DOS SANTOS</p><p>Introdução</p><p>Ao rer.a r cada dia o Creio em Deus Padre, os</p><p>cristãos repetem as p alavras : "Creio n a Comunhão</p><p>dos San tos." Todavia quan tos são os que comp reen­</p><p>dem o sentido deste dogma consolador e adm iráve l ?</p><p>Quan tos conhecem os d e v eres q u e del e derivam ?</p><p>Quantos o l evam em consideração nn vida prática ?</p><p>Infelizmente pouqulssimos ; e, sem embargo, é um</p><p>dogma fund::un cntal n a v i d a cristã. Dele emannm</p><p>obrigações importan tes, especialmente o rle carida­</p><p>de material c esp iritual pnra com o próximo c, de</p><p>maneira sin gular, o do Apostolado da Ação Católica,</p><p>o que 11assamos a demonstrar.</p><p>O corpo Místico de Cristo</p><p>A Igreja de Cristo assemelha-se n um exérc ito</p><p>composto de três gra ndes di visões : a Igreja Triun­</p><p>fante, composta dos sa n tos e bem-aventurados, a</p><p>Igreja pndcccnte, composta das b e n ditas almas do</p><p>purgatório, e a Igreja Militante, da qual fazem par­</p><p>te os cristãos que pelejam cá n a terra pela conquis­</p><p>tn do céu.</p><p>Entre todos estes membros - do céu, do purgató­</p><p>rio e da terra - circula uma correnteza poderosa,</p><p>uma admirável comunhão dos bens, in t im idades de</p><p>vida,· solidariedade de i n I cresses. Entre os membros</p><p>das três comunidades, efetua-se um intercâmbio de</p><p>bens, um verdadeiro comunismo espiritual, o mais</p><p>belo e o úni co tmssível.</p><p>Nisto consiste o dogmn da Comunhão dos Santos,</p><p>ou seja n comunidade de bens e interesses entre to­</p><p>dos os cr is tãos santificados pela graça. A palavra</p><p>Santo aqui se toma em seu senti do m ais amplo, a</p><p>saber, enquanto designa os que sõ.o santificados pela</p><p>graça divin a.</p><p>https://alexandriacatolica.blogspot.com.br</p><p>44 FORMAÇ.AO PARA O APOSTOLADO</p><p>Melhor não se pode explicar este dogma da Comu­</p><p>nhão dos San tos elo que pela semelhança que</p>

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