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A . ‘ir iu c iC iC z fc
Teologia
A E A D E P A R - A s s o c ia ç ã o E d u c a c io n a l das 
A s s e m b lé i a s de D eus no E s tad o do P a ra n á
IBADEP - Instituto Bíblico das Assembléias de Deus no 
Estado do Paraná Av. Brasil, S/N° - Eletrosul - Cx. Postal 
248 85980-000 - Guaíra - PR Fone/Fax: (44) 3642-2581 / 
3642-6961 / 3642-5431 E-mail: ibadep@ibadep.com Site: 
www.ibadep.com
Currículo de Matérias
> Educação Geral
UH His tória da Igreja 
£3 Educação Cristã 
£3 Geografia Bíblica
> Minis tér io da Igreja
£3 Ética Cristã / Teologia do Obreiro 
£3 Homilé tica / Hermenêutica 
£3 Famíl ia Cristã 
t£S Adminis tração Eclesiás tica
> Teologia
£3 Bibliologia 
£3 A Trindade
£3 Anjos, Homem, Pecado e Salvação 
03 Heresiologia 
03 Eclesiologia / Miss io logia
> Bíblia
£3 Pentateuco 
£3 Livros Históricos 
03 Livros Poéticos 
03 Profetas Maiores 
03 Profetas Menores 
£3 Os Evangelhos / Atos 
03 Epístolas Paulinas / Gerais 
£3 Apocalipse / Escatologia
/
índice
Lição 1 - A Doutr ina da T r i n d a d e ...................................... 15
Lição 2 - A Doutr ina de Deus Pai - T e o lo g ia ................41
Lição 3 - A Doutr ina de Jesus Cristo - Cr is to logia . . . .67
Lição 4 - A Doutr ina do Espíri to Santo -
Pneumatologia I a P a r t e ....................................... 93
Lição 5 - A Doutr ina do Espíri to Santo -
Pneumatologia 2a P a r t e ..................................... 119
Referências B ib l io g rá f ica s ...................................................143
Lição 1
A Doutrina da Trindade
As Escri tu ras ensinam que Deus é um, e que 
além dEle não existe outro Deus. Contudo, a unidade 
divina é uma unidade composta de três pessoas 
dist intas e divinas que são: Deus Pai, Deus Filho e 
Deus Espírito Santo.
Não se trata de três deuses, mas de três 
pessoas num só Deus. Os três cooperam unidos e num 
mesmo propósi to , de maneira que no pleno sentido da 
palavra, é um.
■S O Pai cria, o Filho redime1, e o Espír ito Santo 
santi fica.
No entanto , em cada uma dessas operações 
os três estão presentes.
Podemos def ini r a doutr ina da Tr indade da 
seguinte maneira:
'F Deus existe e ternamente como três pessoas, Pai, 
Filho, Espír ito Santo. Cada pessoa é p lenamente 
Deus e há um só Deus.
Tentativa de definição do trino Deus.
■ Deus P a i: é a plenitude da Divindade;
■ Deus F ilho: é a p leni tude da Div indade manifesta;
' Adquiri r de novo. Tirar do poder alheio; resgatar. Livrar das 
penas do Inferno; salvar. Fazer esquecer; expiar, pagar.
15
■ Deus Espírito Santo: é a plenitude da Divindade 
operada na criatura.
Deus é uno e ao mesmo tempo trino (Gn 
1.26; Dt 6.4; Mt 3.16,17; 28.19; Jo 14.16; Hb 9.14).
A Trindade Santa não é uma sociedade de 
três deuses como querem os M ó rm o n s1. São três divinas 
e dis t intas pessoas, é uma verdade bíblica que 
ult rapassa a razão e que é aceita pela fé.
Nosso reconhecimento dos mistérios de 
Deus, especialmente da Trindade, exige que
abandonemos a razão? Nada disso. Na Bíblia, de fato, 
há mui tos mistérios, mas o cris t ianismo, como “religião 
revelada” , centraliza-se na revelação, que (segundo sua 
própria definição) torna-se manifesto em vez de 
ocultar. A razão se vê diante de uma pedra de tropeço 
quando confrontada pela natureza paradoxal2 da 
doutrina trinitariana. Mas, asseverou Martinho Lutero, 
de modo enérgico, “posto que se baseie claramente nas 
Escrituras , a razão precisa conservar-se em silêncio 
sobre o assunto; devemos tão-somente c re r” .
Se a unidade composta do homem (seu 
espíri to, sua alma e seu corpo), é um fato inexplicável 
para a ciência e aos homens mais sábios e santos, 
quanto mais a Trindade do Pai, do Filho e do Espíri to 
Santo!
Todas as três divinas pessoas da Trindade 
são co-eternas e iguais entre si, mas em suas operações 
concernentes à criação e redenção:
■ Deus o Pai planejou ou criou tudo (Ef. 3.9 - 
ARA);
1 Seita religiosa norte-americana fundada em 1827 por Joseph 
Smith (1805-1844).
2 Concei to que c ou parece contrário ao comum; contra-senso, 
absurdo, disparate.
16
■ Deus o Filho, executou o plano criado (Jo 1.3; Cl 
1.16; Hb 1.3; 11.3);
■ Deus o Espíri to Santo, vivificou, ordenou e pôs 
em ação (Jó 33.4; Jo 3.5; 6.63; At 1.8).
Podemos dizer que:
P a i D o m i n a P l a n e j o u a s a l v a ç ã o
F i l h o R e a l i z a C o n s u m o u a s a l v a ç ã o
E s p í r i t o S a n t o P r e s e r v a e S u s t e n t a
R e a l i z a o u A p l i c a a 
s a l v a ç ã o
O Termo Trindade
Usado gera lmente para expr imir duas idéias 
bem distintas e até diferentes: refere-se propr iamente a 
uma tríplice manifestação de Deus; e outra ao seu 
modo trino de existir.
Mas, estas duas idéias, apesar da relação 
íntima que entre elas existe, são tão diferentes que 
pedem causar confusão quando expressas por uma só 
palavra. Tão grande é a d iferença de sentido entre elas 
que achamos por bem dar a cada uma a designação 
própria. Vamos, por tanto , na discussão da doutr ina da 
Trindade, designar por termos diversos a idéia da 
tr íplice manifestação de Deus e a do seu modo trino de 
exist ir.
> A Trindade das pessoas.
A Div indade é uma Trindade - Pai, Filho e 
Espíri to Santo, que significa simplesmente “Tri- 
ü n id a d e ” , ou seja, três em um.
Alguém poderá perguntar: Quantas pessoas 
há na Divindade? Há três pessoas: O Pai,, o Filho e o 
Espíri to Santo. E estes três são um Deus, da mesma 
subsistência, iguais em poder e glória.
17
Trata-se de uma revelação, de um fato que 
não poderíamos saber de outro modo, isto é, a não ser 
que fosse revelado.
> Provas.
Pronomes pessoais são aplicados a cada uma 
das pessoas da Trindade:
■ Pai se dirige ao Filho, o Filho se dirige ao Pai;
■ A Benção Apostólica claramente indica a 
dist inção das três pessoas (2Co 13.13);
* A fórmula do batismo também designa as três 
pessoas (Mt 28.19).
> A doutrina provada.
Visto como a doutrina da Tr indade concerne 
à natureza ínt ima da Trindade, não poderia ser 
conhecida exceto por meio de revelação; essa revelação 
encontra-se nas Escrituras.
> Evidências.
O Novo Testamento é base segura para a 
crença na doutrina da Trindade. Mas ex is tem outros 
fatos que provam também o ponto de vista trinitário. 
Um dos nomes de Deus no Antigo Tes tamento é: Eloim 
(plural). Em Gênesis 1.26 diz Deus: “Façamos o 
homem à nossa imagem conforme a nossa semelhança” ; 
aqui Deus está consultando e comunicando a si mesmo, 
usando o plural da primeira pessoa.
Dif ic ilmente podemos conceber os atributos 
de Deus numa base m on ís t ica1, porque o conhecimento 
implica sujeito e objeto, e esse conhecimento é mais do
1 Doutrina fi losófica segundo a qual o conjunto das coisas pode 
ser reduzido à unidade, quer do ponto de vista da sua substância 
(e o monismo poderá ser um materialismo ou um espiri tualismo), 
quer do ponto de vista das leis (lógicas ou físicas) pelas quais o 
Universo se ordena (e o monismo será lógico ou físico).
18
que mera int rospecção. Ass im também o amor sugere o 
objeto em que lermina (se Deus é Amor, deve tê-lo por 
toda a eternidade) . Além disto, sendo Deus infinito, só 
um objeto também infinito pode satisfazer p lenamente 
o seu amor. Logo, na própria Divindade deve ter Ele 
encontrado o objeto adequado do seu amor (Jo 17.23).
Deus criou o homem à sua imagem e disse: 
“Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa 
semelhança, .. .” (Gn 1.26). É claro, portanto, que 
quando Deus fez o homem a sua imagem e semelhança, 
não estava só na eternidade.
Não podemos conceber a Deus como eterno 
isoladamentena eternidade. Só a Tr indade explica 
como Deus podia ser feliz na eternidade; a convivência 
entre as três pessoas da Div indade é fonte de perene 
felic idade para D e u s rO Filho e o Espíri to Santo são tão 
divinos quanto o Pai; não são menos eternos, nem 
menos poderosos do que o Pai. São todos igualmente 
eternos, poderosos, gloriosos e divinos.
O Filho não é uma criatura, como criam os 
arianos, nem deixou a sua existência do Pai, mas é 
auto-existente desde toda a e tern idade juntamente com 
o Pai. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com 
Deus, e o Verbo era D eus” (Jo 1.1). O mesmo é 
verdade acerca do Espíri to Santo.
Os termos Filho e Espíri to Santo referem-se 
às suas re lações na Divindade ou ao seu modo de 
subsis tência, e não à sua origem. A Divindade de uma 
das três pessoas se prova pelo fato de que todos os 
nomes, tí tulos, atr ibutos, obras e adoração da 
D i / in d a d e são dados a cada uma.
0 A Divindade de Cristo é considerada na 
So te r io log ia1 sob o título: “O Reden to r” .
1 Parte da teologia que trata da salvação do homem.
19
As três pessoas são um Deus, uma unidade 
trina. As pessoas da Div indade não são separadas uma 
das outras como a pessoa humana o é de todas as outras 
pessoas.
Não existe divisão sem substância, não é 
uma parte que é o Pai e outra o Filho e outra o Espíri to 
Santo. É uma única subs tância indivisível , em outras 
palavras, a substância é numericamente uma.
O dogma teológico afirma a unidade ou a 
identidade dos atributos ou que os atributos são 
comuns a todas as três pessoas. Não se trata de três 
inteligências, três vontades, etc... Trata-se de uma 
inteligência, uma vontade, um poder nas três pessoas.
A unidade numérica da substânc ia e a 
identidade dos at ributos, entretanto, não ob l i t e ram 1 as 
dist inções de personal idade , nem resultam em uma 
única pessoa, por mis teriosas e incompreensíveis que 
isto nos pareça.
As dis t inções pessoais se encontram em suas 
relações de uma para com as outras e em seus ofícios e 
operações na economia divina.
> Relações e ofícios.
O Pai se encontra numa relação paternal para 
com o Filho, e o Fi lho é chamado de unigénito; o 
Espíri to procede do Pai e do Filho.
A palavra “gerado” ao se aplicar à Div indade 
não expressa o modo de vir a ser, mas o modo de 
exist ir ou subsistir.
Os credos Niceno e Atanasiano falam de 
Cristo como Verdadeiro Deus.
Isto não se deve entender como signif icando 
que a substância do Filho foi derivada da substância do 
Pai em vez de ser coexistente.
1 Fazer desaparecer a pouco e pouco; apagar. Fazer esquecer.
20
> Valor da doutrina.
A doutr ina mostra que Deus não tem sido 
e ternamente um ser solitário e isolado. Deus é um ser 
que conhece e ternamente , e o conhecimento implica em 
um objeto em que termina.
Deus é amor, e o amor implica relação e 
comunhão; esse amor, para ser eterno e adequado, deve 
achar-se dentro da Divindade, e isso implica pelo 
menos a igualdade das pessoas, porque toda a perfeita 
comunhão tem que ser entre si iguais. Ass im, a 
doutrina da Tr indade é jus ti f icada pela crença de que 
Deus conhece o amor, e o tem feito desde toda a 
eternidade.
Deus, o Pai, era para eles uma real idade; o 
Filho para eles era uma realidade; e da mesma forma o 
Espíri to Santo. E, diante desses fatos, a única 
conclusão a que se podia chegar era a seguinte:
V Que havia na Divindade uma verdadeira, embora 
misteriosa , dist inção da personal idade, dist inção 
que se tornou manifesta na obra d iv ina para 
redimir o homem.
Várias passagens do Novo Testamento 
mencionam três pessoas divinas: Mateus 3.16,17;
28.19; João 15.26; 2Coríntios 13.13; Gálatas 4.6; 
Efésios 2.18.
Uma comparação de textos tomada de todas 
as partes das Escrituras mostra o seguinte:
1. Cada uma das três pessoas é criador, embora se 
declare que há um só criador (Jó 33.4 e Is 44.24).
2. Cada uma é chamada:
■ Jeová (Dt 6.4; Jr 23.6), O Senhor (Rm 10.12; Lc 
2.11; 2Co 3.18);
■ O Deus de Israel (Mt 15.31; Lc 1.16,17; 2Sm 
23.2,3);
21
■ O Legis lador (G1 6.2; Rm 8.2; Tg 4.12);
■ O Onipotente (Jr 23.24; Ef 1.22; SI 139.7,8);
■ A Fonte da Vida (Dt 30.20; Cl 3.4; Rm 8.10).
Mas , ao mesmo tempo, afi rma-se que há só
um ser que pode ser descrito dessa maneira.
3. Cada um:
■ Fez o homem (SI 100.3; Jo 1.3; Jó 33.4);
■ Viv if ica os mortos (Jo 5.21; 6.33);
■ Levantou a Cristo ( IC o 6.14; Jo 2.19; IPe 
3.18);
■ Comiss iona o ministério (2Co 3.5; lT m 1.12; At 
20.28);
■ Santif ica o povo de Deus (Jd 1; Hb 2.11; Rm 
15.16);
■ E faz todas as operações espiri tua is ( IC o 12.6; 
Cl 3.11; ICo 12.11).
Contudo é claro que somente Deus é capaz
de fazer essas coisas.
> Relações com as demais doutrinas:
V A doutr ina da Tr indade é essencial a uma 
verdadeira compreensão de Deus, sem a doutrina 
da Tr indade não poderíamos ter a doutrina 
verdadeira e sã do monote ísmo;
v'' Ela é essencial para a verdadeira doutrina de 
revelação. Se Deus fosse somente Um, não poderia 
revelar-Se como Se revelou em Jesus Cristo;
V Finalmente , ela é essencial para a verdadeira 
doutrina da redenção. A salvação do homem diz 
respeito a doutrina da Tr indade, is to^ é uma 
unidade tríplice, e não uma unidade simples*.
Concluímos, pois, que Deus é uma unidade 
tríplice: Um em três e três em Um, o Pai, o Filho e o 
Espíri to Santo são Deus e é D eu s .
> Não negligenciar a doutrina.
Por mais difícil que nos seja compreender 
toda essa verdade, temos aí, não obstante, uma doutrina 
vital e urgente.
A his tória ecles iás tica traz dramáticos 
relatos de grupos cristãos que te imaram em não fazer 
caso da Tr indade.
A oração familiar e cotid iana dos judeus (Dt 
6.4) enfatiza a suprema grandeza da unidade divina: 
“Ouve Israel , o Senhor nosso Deus é o único Senhor” . 
A pa lavra “ún ico” aqui usada corresponde ao hebraico 
echad, que pode representar uma unidade composta ou 
complexa; embora o hebraico possua uma palavra que 
signifique “somente um ” ou “o único” , yachad (esta 
jamais é usada em relação a Deus).
> A Trindade é um mistério.
A aceitação reverente do que não é revelado 
nas Sagradas Escrituras faz-se necessário antes de se 
perguntar a respeito de sua natureza. A glória i l imi tada 
de Deus deve ser uma forma de nos conscientizar com 
respeito à nossa ins ignificância em contraste com 
aquEle que é “ sublime e exa l tado” .
Por isso, o papel da razão é o de auxiliar, e 
nunca de dominar (atitude racionalista), a entender as 
Escrituras , especia lmente no tocante à formulação da 
doutrina da Trindade. Não estamos, pois, tentando 
expl icar Deus, mas, sim, considera r as evidências 
his tóricas que es tabelecem a ident idade de Jesus como 
homem e também como Deus (em vir tude dos seus atos 
milagrosos e do seu caráter divino) e, ainda, 
“ incorporar a verdade que Jesus tornou válida no que 
diz respeito ao seu re lacionamento eterno com Deus 
Pai e com Deus Espíri to Santo” .
His to ricamente , a Igreja formulou a doutrina 
da Tr indade em razão do grande debate a respeito do
23
re lacionamento entre Jesus de Nazaré e o Pai. Três 
Pessoas dist intas - o Pai, o Fi:ho e o Espíri to Santo - 
são manifestadas nas Escrituras como Deus, ao passo 
que a própria Bíblia sustenta com tenacidade o Shema 
judaico:
■S “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único 
Senhor” (Dt 6.4).
A conclusão, baseada nas Escrituras, é que o 
Deus da Bíblia é (nas palavras do Credo Atanasiano) 
“um só Deus na Trindade, e a Trindade na U nidade” . 
Isso soa irracional? Semelhante acusação contra a 
doutr ina da Tr indade pode ser por si mesma 
class ificadade irracional:
■S “Irracional é suprimir a evidência bíblica em 
f a v o r da Trindade para fa vo recer a Unidade, ou a 
evidência em f a v o r da Unidade para fa vo recer a 
Trindade” .
■O “Nossos dados devem ter precedência sobre 
nossos modelos - ou, melhor, nossos modelos 
devem refletir de modo sensível à gama inteira 
dos dados”.
Por isso, nosso olhar metodológico deve 
estar baseado na Bíblia no que diz respeito à relação 
tênue1 entre a unidade e a Tr indade para não 
polarizarmos a doutrina da Tr indade num dos dois 
extremos:
■ A supressão das evidências em favor da unidade 
(o que resultaria no unita rianismo, ou seja: que 
reconhece em Deus somente uma única pessoa);
■ Ou o abuso das evidências em favor de 
tr iunidade (o que resultar ia no tr i teísmo - três 
separados).
1 Delgado, fino, sutil. Débil , frágil, grácil. Pequeníssimo. Pouco 
importante ou ponderável; de substância escassa.
24
Uma análise obje tiva dos dados bíblicos no 
tocante ao re lacionamento entre o Pai, o Fi lho e o 
Espíri to Santo, revela que essa grandiosa doutr ina não 
é uma noção abstrata, mas, na realidade, uma verdade 
revelada.
> Elementos Essenciais da Trindade.
S Deus é um;
■S Cada uma das pessoas da Deidade é divina;
S A unidade de Deus e a Trindade de Deus não são 
contraditórias ;
S A Trindade (Pai, Filho e Espíri to Santo) é 
eterna;
■S Cada uma das pessoas de Deus tem a mesma 
essência e não é inferior ou superior às outras 
em essência;
S A Trindade é um mistério que nunca poderemos 
entender plenamente.
25
Questionário
■ Assinale com “X ” as alternativas corretas
1. É coerente dizer que
a) |_J Deus Espíri to Santo: é a p lenitude da
Div indade manifesta
b ) |_J Deus Filho: é a plenitude da Divindade
c ) |_| Deus Pai: é a plenitude da Div indade operada
na cr ia tura
d) [Ãl O Pai cria, o Filho redime, e o Espíri to Santo
santifica
2. A Div indade de Cristo é cons iderada na Soteriologia 
sob o t í tulo
a) D “O Criador”
b ) [~~| “O Redentor”
c ) |_j “O Santi f icador”
d ) | I “O Fundador” 3 4
3. Quanto aos elementos essenciais da Trindade, 
assinale a al ternativa incorreta
a) n A unidade de Deus e a Tr indade de Deus são
contraditórias
b ) I______ I Cada uma das pessoas da Deidade é divina
c ) |______] Deus é um
d ) |______ | A Trindade é um mistério que nunca
poderemos entender p lenamente
■ Marque “C ” para Certo e “E” para Errado
4 . [~1 O Filho e o Espíri to Santo não são tão divinos 
quanto o Pai; são menos poderosos do que o Pai
s . r Sem a doutrina da Tr indade não poderíamos ter a 
doutr ina verdadeira e sã do monote ísmo
26
O Desenvolvimento Histórico da Doutrina da
Trindade
A palavra Tr indade não aparece na Bíblia. 
Foi cunhada por Tertul iano para se referir à natureza 
trina ~~é una do verdadeiro e Único Deus que detém 
sabedoria e Se revela a Si mesmo como Pai, Filho e 
Espíri to Santo.
Uma grande disputa surgiu no início do 
quarto século quando Ário, presbítero da igreja de 
Alexandr ia na África, afirmou que o filho de Deus era 
uma cr ia tura que viera à exis tência em algum momento 
anterior à criação do mundo: “Houve um tempo quando 
ele não e ra” , afirmou Ário. Tal pos tura foi tenazmente 
desaf iada pelo grande teólogo Atanásio, que insist iu 
que Cristo, enquanto Logos e terno era homoous ios , “da 
mesma essência” do Pai. Atanásio cria que os próprios 
fundamentos do cr is t ianismo dependiam dessa 
afirmação por ele defendida em algumas linhas.
1 . Cosmológica1: Visto que o Logos era aquele por 
meio de quem toda a cr iação veio a exist ir, Ele 
deve pertencer ao reino eterno e não temporal.
2. Litúrgica2 3: Cristo é adorado tanto pelos santos na 
terra, como pelos anjos no céu, ato que seria 
considerado absoluta idola tria se Ele não fosse de 
fato divino.
3. Soteriologica : Se Jesus Cristo não fosse
plenamente Deus, Ele não poderia ter redimido do 
pecado a humanidade perdida.
1 Qualquer doutrina ou narrat iva a respeito da origem, da 
natureza e dos princípios que ordenam o mundo ou o universo, 
em todos os seus aspectos.
“ O culto público e oficial instituído por uma igreja; ritual.
3 Parte da teologia que trata da salvação do homem.
27
Uma das primeiras tentativas contra a 
integridade da doutrina da Tr indade foi feita nos i d o s 1 
do ano 320 d.C. por Ário que combateu a Tr indade 
inicialmente negando a e tern idade e a Div indade de 
Cristo, sustentando ser Ele um ser criado, como criado 
foram as demais coisas existentes. Este ponto de vista 
cie Ario o pôs em choque com Alexandre, seu bispo e 
bispo de Alexandr ia, que cria na Tr indade const i tu ída 
do pai, do Filho e do Espír i to Santo, como três pessoas 
igualmente incriadas, eternas.
Esta questão entre Ário e Alexandre, 
adquiriu proporções tão grandes que foi necessário a 
convocação de um concí l io2 3, o de Nicéia (hoje na 
Turquia), onde foi aprovado um credo que contrariava 
a opinião de Ario, que a seguir foi banido por ordem do 
imperador Constantino. A causa ariana sofria sua 
primeira derrota, mas haveria de ressurgir em 
diferentes formas, princ ipalmente nos nossos dias 
através dos ensinos das falsas “Testemunhas de Jeová” .
Em 325 d.C. o imperador Constantino 
convocou o Concí l io de Nicéia, que rejeitou a heresia 
de Ário declarando que “Jesus Cristo, o Filho de Deus, 
é Deus da par te de Deus, Luz da parte da Luz, vero3 
Deus da parte do vero Deus, gerado e não criado, de 
uma substância com o P a i ' .
Depois de muita disputa na igreja, o Concí l io 
de Constant inopla reafi rmou em 381 d.C. a posição 
nicena sobre Cristo e estendeu o termo homoousios 
também ao Espíri to Santo.
A luta pela doutrina da Tr indade foi um dos 
capítulos mais impor tantes da História da Igreja. Ao
1 Os tempos, os dias idos, passados, decorridos.
2 Assembléia de prelados catól icos em que se tratam assuntos 
dogmáticos, doutrinários ou disciplinares.
3 Real, exalo, verdadeiro.
28
afirmar tanto a unidade quanto “Tr indade” de Deus, a 
Tgreja Cris tã manteve-se fiei tanto à declaração do 
Antigo Tes tamento “Deus é D m ” como à confissão do 
Novo Tes tamento “Jesus é Senhor” .
A doutrina da Trindade é essencial ao 
cris t ianismo bíblico; ela descreve os re lacionamentos 
existentes entre os três membros da Div indade de um 
modo consis tente com a Escritura. É fundamenta] nessa 
doutrina a questão de como Deus pode ser ao mesmo 
tempo um e três.
Os primeiros cristãos não queriam perder o 
seu m o n o te í sm o 1 judaico enquanto exaltavam o seu 
Salvador. Surgiram heresias quando as pessoas 
procuraram explicar o Deus cristão sem se tornarem 
tri teístas (como os judeus rapidamente os acusaram de 
ser). Os cr istãos argumentaram que o monote ísmo 
judaico do Antigo Testamento não excluía a Trindade.
O clímax da formulação tr initár ia ocorreu no 
Concíl io de Constant inopla, em 381 d.C. Devemos a 
esse concíl io a expressão do conceito ortodoxo da 
Trindade.
Todavia , para apreciarmos o que disse o 
concíl io é útil acompanharmos o desenvolv imento 
histórico da doutrina. Antes, foi para responder às 
heresias que a igreja explicou o que a Escritura já 
pressupunha.
> A Igreja Pré-Nicena (33-325 d.C.).
1) Os apóstolos (33-100 d.C.):
O ensino apostólico c la ramente aceitou a 
plena e real Divindade de Jesus, e aceitou e adotou 
a fórmula batismal trinitária.
1 Sistema ou doutrina daqueles que admitem a existência de um 
único Deus.
2) Os pais apostólicos (100-150 d.C.):
Os escritos dos Pais Apostólicos eram 
caracter izados por uma paixão acerca de Cristo 
(Cristo provém de Deus; ele é pré-existente) e por 
ambigüidade teológica acerca da Trindade.3) Os apologistas e os polemistas (150-325 d.C.):
As crescentes perseguições e heresias 
fcrçaram os escri tores cristãos a declararem de 
maneira mais precisa e defender o ensino bíblico 
acerca do Pai, do Filho e do Espíri to Santo.
■ Justino M ár t i r : Cristo é dist into do Pai em sua 
função;
■ A tenágoras : Cristo não teve princípio;
■ Teó l i fo : O Espíri to Santo é distinto do Logos\
■ Orígenes : O Espíri to Santo é co-eterno com o 
Pai e o Filho;
■ Ter tu l iano : Falou em “Tr indade” e “pessoas” - 
três em número, mas urn em substância.
> Concílio de Nicéia (325 d.C.).
A ques tão : Cristo era plenamente Deus, ou era um 
ser criado e subordinado?
1) Á rio:
'd Somente Deus Pai é eterno.
^ S O Filho teve um princípio como o primeiro e 
mais impor tante ser criado.
■S O Filho não é um em essência com o Pai.
S Cristo é subordinado ao Pai.
•/ Ele é chamado Deus como um título 
honorífico '. 1
1 Que honra e distingue; honroso, honorário, honorável.
30
2) Atanásio:
■f Cristo é co-eterno com o Pai.
■S Cristo não teve princípio.
■S O Filho e o Pai têm a mesma essência.
■f Cristo não é subordinado ao Pai.
Declarações fundamentais do Credo do C oncílio:
■ [Nós cremos] “em um Senhor Jesus Cristo. . . 
verdadeiro Deus, não feito, de uma só substânc ia 
com o Pa i” .
■ “Mas aqueles que dizem que houve um tempo em 
que Ele não exist ia, e que antes de ser gerado Ele 
não era, a estes a Igreja Católica ana tem a t iza1” .
■ “E cremos no Espíri to Santo” .
Resultados do C oncílio:
■ O arianismo foi formalmente condenado;
■ A declaração homoousia (mesma substância) criou 
confli tos;
■ Os arianos re in te rpre tam homoousia e acusaram o 
concíl io de monarquianismo modalista;
■ A doutr ina do Espíri to Santo ficou sem ser 
elaborada.
> Concílio de Constantinopla: 381 d.C.
O arianismo não foi extinto em Nicéia; na 
realidade, ele cresceu em importância. Além disso, 
surgiu o macedonianismo, que subord inava o Espíri to 
Santo essencia lmente da mesma maneira que o 
arianismo havia subordinado Cristo.
A ques tão : O Espíri to Santo é plenamente Deus? 1
1 Excomungar. Reprovar energicamente; votar à execração; 
condenar. Amaldiçoar, execrar. Banir, excluir.
31
Declaração fundamental do Credo do Concílio:
" e no Espíri to Santo, o Senhor e doador da
vida, que procede do Pai, que é adorado e 
glori ficado juntamente com o Pai e o F i lho” .
Resultados do Concílio:
■ C arianismo foi rejeitado e o Credo Niceno 
reaf irmado.
■ O macedonianismo foi condenado e a Divindade 
do Espíri to Santo afirmada.
■ Foram resolvidos grandes confli tos acerca do 
tr initarianismo (embora os debates cristológicos 
tenham continuado até Calcedônia , em 451 d.C.).
Uma Apresentação Bíblica da Trindade
A doutrina do tr initarianismo jamais é 
ensinada expl ic itamente nas Escr ituras, mas o 
tr in itar ianismo é a melhor expl icação da evidência 
bíblica.
A exposição teológica da doutrina resultou 
de ensinos bíblicos claros, porém não abrangentes. E 
uma doutr ina essencial para o cr is t ianismo porque se 
concentra em quem Deus é especia lmente na Divindade 
de Jesus Cristo.
Como o tr initar ianismo não é ensinado 
explic itamente nas Escrituras , o estudo da doutrina é 
um esforço de reunir temas e dados bíblicos por meio 
de um estudo teológico s istemático e pela observação 
do desenvolv imento his tórico da atual concepção 
o r to d o x a 1 acerca de qual é a apresentação bíblica da 
Trindade.
1 Conforme com a doutrina religiosa tida como verdadeira.
32
> Revelação parcial no Antigo Testamento.
 ^Ainda que não se encontre nas Escrituras a 
pa lavra “Tr indade” , é bíblico, no entanto , o 
fundamento dessa doutrina, presente nos ensinos 
proferidos por Jesus Cristo e seus apóstolos.
A pa lavra Tr indade significa “t r iun idade” ou 
' ir—idéla de “ t rês-em-unidade” . Ela é usada para 
sintetizar o ensino da Escri tu ra de que Deus é três 
pessoas, porém um só Deus.
Às vezes as pessoas pensam que a doutrina 
da Tr indade é encontrada somente no Novo 
Testamento. Embora a doutr ina da Tr indade não seja 
explic itamente encontrada no Antigo Testamento, 
diversas passagens sugerem ou dão a entender que 
Deus existe como mais que uma pessoa.
Por exemplo, segundo Gênesis 1.26, Deus 
disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a 
nossa semelhança” . O que o verbo no plural 
(“façamos”) e o pronome no plural (“nossa”) 
significam? Alguns têm sugerido que são plurais de 
majestade, formas de l inguagem que um rei usaria ao 
dizer, por exemplo: “Estamos contentes em ceder ao 
vosso pedido” .
Contudo, no hebraico do Antigo Testamento, 
não há quaisquer outros exemplos de um monarca 
usando o “plural de m ajes tade” , portanto não há 
evidência que dê apoio a tal idéia.
Outra sugestão é que Deus estaria aqui 
falando a anjos. Mas os anjos não part ic iparam da 
criação do homem, nem foi o homem criado à imagem 
e semelhança dos anjos, de forma que essa idéia 
também não convence.
A melhor explicação e a única sustentada 
quase unanimemente pelos Pais da Igreja e teólogos 
mais antigos é a de que já no primeiro capítulo de
33
Gênesis existe a indicação da plura lidade de pessoas no 
próprio Deus. Não que haja uma referênma às quantas 
pessoas, e não temos nada nesse texto que aborde uma 
completa doutr ina da Trindade, mas fica implíc ito que 
mais de uma pessoa está envolvida nesse texto.
O mesmo pode ser dito de:
V Gênesis 3.22 - “Agora o homem se tornou como 
um de nós, conhecendo o bem e o m a l” ;
V Gênesis 11.7 - “Venha, desçamos e confundamos 
a l íngua que fa lam ” ;
V Isaías 6.8 - “Quem enviarei? Quem irá por 
nós?” . (Note a combinação de s ingular e plural 
na mesma frase).
Além disso, há passagens em que uma pessoa 
é chamada “D eus” ou “o Senhor” e ela se dist ingue de 
outra pessoa que também se diz ser Deus (SI 45.6,7; 
110.1). Além do mais, diversas passagens do Antigo 
Testamento a respeito do “Anjo do Senhor” sugerem a 
plura lidade de pessoas em Deus.
A palavra traduz ida por “an jo” (hb. M a l ’a k ) 
significa s implesmente “mensageiro” do Senhor, ele é, 
então, dist into do próprio Senhor. Todavia , em alguns 
lugares, o Anjo do Senhor é chamado “D eus” ou “o 
Senhor” (cf. Gn 16.13; Êx 3.2-6; 23.20-22; Nm 22.35; 
Jz 2.1,2; 6.11,14).
Em outras passagens no Antigo Testamento 
“o Anjo do Senhor” simplesmente se refere a um anjo 
criado, mas ao menos nos textos citados o Anjo 
especial (ou “mensage iro”) do Senhor parece ser uma 
pessoa dis t in ta que é p lenamente aivina.
> Revelação mais completa no Novo Testamento.
Quando o Novo Testamento começa 
encontramos o ensino mais explíc ito da natureza 
tr initária de Deus.
34
Antes de olharmos para esse assunto em 
detalhes, podemos simplesmente relacionar diversas 
passagens onde as três pessoas da Tr indade são 
mostradas juntas.
Quando Jesus foi bat izado (Mt 3.16,17) - Ao 
mesmo tempo vemos os três membros da Trindade 
executando três atividades dist intas: Deus Pai fala do 
céu; Deus fi lho é batizado, e então ouve que o Pai fala 
do céu; e Deus Espíri to Santo desce do céu para pousar 
sobre Jesus e capacitá-lo para o ministério.
No final de seu ministér io terreno (Mt 28.19) 
- Os nomes “Pa i” e “Fi lho” , retirados da idéia deles 
como família, a mais íntima de todas as insti tuições 
humanas , apontam muito fortemente para as 
personal idades dist intas do Pai e do Filho.
Quando “o Espíri to San to” é colocado na 
mesma expressão e no mesmo nível das outras duas 
pessoas, é difícil evitar a conclusão de que o Espíri to 
Santo também é visto como pessoa, e de posição igual 
à do Pai e do Filho.
Quando percebemos queos autores do Novo 
Testamento geralmente usam o nome “D eus” (gr. Theos) 
para referir-se a Deus Pai e o nome “Senhor” (gr. 
Kyrios) para referir-se a Deus Filho, então fica claro 
que há outra expressão trinitária em ICorínt ios 12.4-6. 
Semelhantemente , o versículo final de 2Corínt ios é 
tr initário em sua forma de expressão (2Co 13.13).
Vemos também as três pessoas mencionadas 
separadamente em Efésios 4.4-6.
As três pessoas da Tr indade são mencionadas 
juntas na frase de abertura de IPedro ( IP e 1.2). E em 
Judas 20,21.
Os cristãos primitivos mantinham como um 
dos fundamentos da fé o fato da unidade de Deus; tanto 
o ju deu quanto o pagão podiam testificar: “Cremos em
35
um D eus” , mas ao mesmo tempo eles t inham as 
palavras claras de Jesus para provar que Ele era Deus.
Os escri tores do Novo Testamento, 
referiram-se a Jesus, colocando fim a uma linguagem 
que indicava reconhecerem Jesus como sendo “sobre 
todas as coisas, Deus bendito para sempre” (Rm 9.5).
E a exper iênc ia espiri tual dos cristãos 
apoiava estas afirmações; ao conhecer Jesus, 
conheciam-no como Deus.
O mesmo se verif ica em relação a Deus e ao 
Espíri to Santo. Os cristãos primitivos criam que o 
Espíri to Santo habi tava neles, ensinando-os, guiando- 
os e inspirando-os a andar em novidade de vida, não 
era meramente uma influência ou um sentimento, mas 
um ser ao qual poderiam conhecer e com o qual suas 
almas poderiam ter verdadeira comunhão. E, ao 
examinarem o Novo Testamento , ali acharam que Ele 
era descrito como possuindo os atributos de uma 
personalidade. Assim a igreja primitiva se defrontava 
com estes dois fatos: Que Deus é Um, e que o Pai é 
Deus; O Filho é Deus, e o Espíri to Santo é Deus.
Estes dois grandes fatos concernentes a Deus 
const i tuem a doutrina da Trindade. Uma pessoa da 
Trindade envia outra: o Pai envia o Filho, e o Pai e o 
Filho enviam o Espíri to Santo; daí ser clara a dist inção 
das três pessoas.
Paulo nunca cessou de crer na unidade de 
Deus como lhe fora ensinado desde a sua mocidade 
( lT m 2.5; ICo 8.4). O apóstolo insist ia que não 
ensinava outra coisa senão aquelas que se encontravam 
na lei e nos profetas, ou seja: “Deus era o Deus de 
Abraão, de Isaque e de Jacó” . No entanto, pregava a 
Divindade de Cristo (Fp 2.6-8; lTm 3.16) e a 
personalidade do Espíri to Santo (Ef 4.30) e incluiu as 
três pessoas juntas na benção apostólica (2Co 13.13).
36
Antigo Testamento Novo Tes tamento
Deus é 
Um:
Ouve Israel, o 
Senhor nosso Deus é 
o único Senhor (Dt 
6.4).
Assim, ao Rei eterno, 
imortal, invisível, 
Deus único, honra e 
glória pelos séculos 
dos séculos. Amém. 
( lT m 1.17; cf. ICo 
8.4-6; lTm 2.5-6; Tg 
2.19).
Três
Pessoas
Distintas
Descritas
como
Divinas
O Pai: Ele me disse: 
“Tu és meu Filho, 
eu hoje te gerei” (SI 
2.7).
... Eleitos segundo a 
presciência de Deus 
Pai... (IPe 1.2; cf. Jo 
1.17; ICo 8.6; Fp 
2.11).
O Filho: Ele me
disse: “Tu és me 
filho, eu hoje te 
gerei” (SI 2.7; cf. 
Hb 1.1-13; SI 68.18; 
Is 6.1-3; 9.6).
E, sendo Jesus 
batizado, saiu logo da 
água, e eis que se lhe 
abriram os céus, e viu 
o Espírito de Deus 
descendo como 
pomba e vindo sobre 
ele. E eis que uma 
voz dos céus dizia: 
Este é o meu Filho 
amado, em quem me 
comprazo (Mt 3.16- 
17).
O Esnírito Santo: Disse Pedro: Ananias, 
por que encheu 
Satanás teu coração, 
para que mentisses ao 
Espírito Santo...? Não 
mentiste aos homens, 
mas a Deus (At 5.3-4; 
cf. 2Co 3.17).
No princípio criou 
Deus os céus e a 
terra... e o Espírito 
de Deus pairava por 
sobre as águas (Gn 
1.1-2; cf. Êx 31.3; 
Jz 15.14; Is 11.2).
37
Pluralidade de Pessoas da Divindade
No Antigo Testamento, o uso de pronomes 
no plural aponta para, ou pelo menos sugere, a 
pluralidade de pessoas na Divindade: “Também disse 
Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a 
nossa semelhança . . .” (Gn 1.26).
O uso da palavra singular “n om e” em 
referência a Deus Pai, Filho e Espíri to Santo indica 
uma unidade dentro da trindade de Deus: “Ide,
portanto, fazei discípulos de todas as nações, 
batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espíri to 
Santo” (Mt 28.19).
> Pessoas com a mesma essência: atributos aplicados 
a cada pessoa.
A t r i b u t o P a i F i l h o E s p í r i t o S a n t o
E t e r n i d a d e SI 9 0 . 2 J o 1.2; A p 1 . 8 ,1 7 H b 9 . 1 4
P o d e r I P e 1.5 2 C o 12 .9 R m 1 5 . 1 9
O n i s c i ê n c i a J r 1 7 .1 0 A p 2 . 2 3 I C o 2 .1 1
O n i p r e s e n ç a J r 2 3 . 2 4 M t 1 8 . 2 0 SI 1 3 9 .7
S a n t i d a d e A p 15 .4 A t o s 3 . 1 4 A t o s 1.8
V e r d a d e J o 7 . 2 8 A p 3 .7 l J o 5 .6
B e n e v o l ê n c i a R m 2 . 4 E f 5 . 2 5 N e 9 . 2 0
> Igualdade com diferentes funções: Atividades que 
envolvem todas as três pessoas:
A t r i b u t o P a i F i l h o E s p í r i t o S a n t o
C r i a ç ã o d o M u n d o SI 1 0 2 . 2 5 C l l . l o G n 1 .2; J ó 2 6 . 1 3
C r i a ç ã o d o H o m e m G n 2 .7 C l 1 .1 6 J ó 3 3 . 4
B a t i s m o d e C r i s t o M t 3 .1 7 M t 3 . 1 6 M t 3 . 1 6
M o r t e d e C r i s t o H b 9 . 1 4 H b 9 . 1 4 H b 9 . 1 4
38
Questionário
■ Assinale com “X ” as a lternativas corretas
6. A palavra “Tr indade” foi cunhada por
a ) |_I Atenágoras
b ) |_I João
c ) Qj Tertuliano
d ) |_I Paulo
7. Não_é uma questão defendida por Ário
a ) |_] Somente Deus Pai é eterno
b ) Q O Filho não é um em essência com o Pai
c ) |_| Cristo é subord inado ao Pai
d) 0 Cristo não teve princípio
8. A doutrina do tr in itar ianismo
a) |_J Jamais é ensinada explic itamente nas
Escrituras
b ) D É ens inada explic itamente nas Epís tolas
Paulinas
c ) |_I Somente é ensinada explic itamente no Antigo
Testamento
d ) D É ensinada explic itamente nos Evangelhos
■ Marque “C ” para Certo e “E ” para Errado
9 . n o ensino apostólico claramente aceitou a plena e
real Divindade de Jesus, e aceitou e adotou a 
fórmula batismal tr initár ia
10. p ] A palavra Tr indade significa “t r iunidade” ou a 
idéia de “três -em-unidade”
39
40
Lição 2
A Doutrina de Deus Pai - Teologia
Em nenhuma parte da Bíblia Sagrada os 
escri tores bíblicos se empenham para p rovar a 
existência de Deus. Eles par tem do p res supos to1 básico 
de que Deus existe e ocupam-se em descrever tão- 
somente as ações de Deus e o seu caráter (Gn 1.1; Hb
11.3).
Mas a Bíblia dá testemunho de Deus em ação 
no mundo físico, na história e na vida par t icu la r dos 
indivíduos. Esses tes temunhos despertam, aper fe içoam 
e for talecem a fé na Pessoa de Deus.
Embora a Bíblia fale de homens que dizem 
em seus corações que “não há D eus” , a presença divina 
no mundo é fato real e insof ismável2.
Os ateus praticantes que tentam banir a Deus 
de seus pensamentos fazem-no pelo fato de o terem 
retirado pr imeiramente de suas vidas. Mas é de um 
escritor alemão a desconcer tante frase sobre o ateísmo: 
“Cada ateu abriga um crente no coração” .
1 Que se pressupõe. Pressuposição; conjetura. Desígnio, tenção, 
projeto. Circunstância ou fato considerado como antecedente 
necessário de outro.
2 Sem engano, sem logro, sem burla e sem tapeação.
41
Existência de Deus
De acordo com alguns biblistas, a existência 
de Deus é uma verdade primária e fundamental .
Uma verdade é primár ia ou fundamental 
quando se caracteriza pela universal idade, necessidade 
e auto-evidência. Ou seja: uma verdade que é aceita 
universalmente , que se impõe como necessária para que 
se possam expl icar as demais realidades e que se 
mostre por si mesma, sem depender de uma prova 
preliminar , dada pelo homem, para ser aceita.
É concebido como verdades primáriaso 
tempo, o espaço, o número, causa e efeito, idéia do 
bem e do mal. As noções dessas verdades são intuit ivas 
no homem e se desenvolvem pela experiência. Assim é 
também Deus para c ser humano: uma verdade
fundamental , primária, que é aceita e vivida na 
exper iênc ia da vida.
A idéia de que Deus existe é universal . Em 
qualquer cultura, povo ou época encontra-se esta 
crença. A existência de Deus é necessária para que o 
homem tenha resposta adequada para as questões 
fundamentais levantadas pelo pensamento humano. Ela 
é auto-evidente: mostra-se por si só. Independente de 
ser aprovada pelo homem para que seja aceita por 
verdade. É como uma flor que, exalando seu perfume, 
prova sua existência e presença aos circunstantes que 
têm a capacidade de sentir o cheiro.
Acerca de Deus disse Jó: “faz grandes coisas 
que nós não compreendemos” (Jó 37.5,6, grifo nosso).
Não é porque não compreendemos uma coisa 
que ela deixa de exisi ir. Mesmo que Deus não seja 
alcançado pela compreensão humana, Ele continua 
reinando soberano sobre tudo e sobre todas as coisas 
(Is 43.10).
42
A Natureza de Deus
Deus é apresentado na Bíblia como 
infini tamente perfeito (Dt 18.13; Mt 5.48). Logo, a sua 
obra é perfeita (Dt 32.4), e também os seus caminhos 
(SI 18.30).
Todas as caracterís t icas de sua Pessoa e de 
natureza não são apenas expressões de alguma ati tude 
que demonst ra ou possui, mas const i tuem a própr ia 
substância de sua divindade.
Não se pode explicar a natureza de Deus, 
mas somente crer nEle. Podemos basear nossa doutrina 
sobre Deus nas pressuposições j á citadas e nas 
evidências demonst radas nas Escrituras .
Alguns textos bíbl icos at ribuem à pessoa de 
Deus qual idades que os seres humanos não possuem, ao 
passo que outros textos o descrevem em termos de 
atributos morais comparti lhados pelos seres humanos, 
ainda que de forma limitada. Por exemplo, Deus é 
santo por natureza, e o homem, por part ic ipação (Rm 
1.4; 2Co 7.1; lT s 3.13).
O Antigo Tes tamento usa o termo “santo” em 
sentido absoluto apenas quando se refere à majestade 
incr iada e intei ramente inacess íve l1 de Deus, sendo que 
tudo o mais, em comparação a Ele, é o absolu tamente 
não-san to (Ex 15.11). Em comparação a Deus, n inguém 
e nada é santo ou puro, e homem nenhum pode se 
atrever a chamar-se santo ao lado de Deus (Jó 4.17; 
15.14; 25.4-6). Só Deus santif ica, isto é, só Ele faz o 
homem partic ipar de sua santidade; é de Deus que vem 
a santidade de Israel.
1 Que não dá acesro; a que não se pode chegar, ou onde não se 
pode entrar. Incompreensível .
43
A esse princípio segue imedia tamente o seu 
aspecto ético, que é realçado, sobre tudo pelo contraste 
com a pecaminosidade do homem.
A natureza de Deus é identif icada com mais 
freqüência por aqueles atributos que não possuem 
analogia com o ser humano. Deus existe por si mesmo, 
sem depender de outro ser. Ele é a fonte originária da 
vida, tanto ao criá-la quanto ao sustentá-la. Deus é 
espír i to; Ele não está confinado à exis tência material e 
é imperceptível ao olho físico.
Sua natureza é imutável , jamais se altera. 
Posto que o próprio Deus é o fundamento do tempo, 
Ele não pode ser l imitado pelo tempo. Ele é eterno, 
sem começo e nem fim. Deus é to ta lmente consistente 
dentro de Si mesmo.
O espaço não pode l imitá-lo, pois Ele é 
onipresente . Deus também é onipotente , pois é 
poderoso para fazer tudo que esteja de acordo com a 
sua na tureza e segundo os seus propósi tos . Além disso, 
é onisciente ; conhece efe tivamente todas as coisas - 
passadas , presentes e futuras.
Em todos esses atributos o cris tão pode achar 
o consolo e a conf irmação da fé, ao passo que o 
incrédulo é advertido e motivado a crer.
De acordo com Cari Braaten, Deus tanto é 
contínuo como tem um ser contínuo, tudo o mais é 
temporário . E preciso ressa ltar ainda que não existe 
contradição entre a natureza perfe ita de Deus e o seu 
poder i l imitado.
> Deus se manifesta através dos atributos da sua 
.natureza:
Existem também, os aspectos vistos no 
re lac ionamento de Deus com o homem. Eles se 
manifes tam de forma limitada nos outros seres criados.
44
Vamos agora estudar as caracterís t icas da 
natureza de Deus, que de modo perfeito expressam a 
excelsa pessoa do eterno Deus.
> Deus é a verdade absoluta.
O homem deseja ardentemente encontrá-la. 
Porém, muitos a procuram em outras fontes.
Deus é a própr ia verdade (Jr 10.10; Dt 32.4; 
SI 31.5). Não somente pratica a verdade e tem ati tudes 
e palavras que perfe itamente condizem com a verdade, 
mas Ele é a própria verdade.
A verdade é a subs tância da Sua Pessoa. Por 
isso Ele é chamado “Deus V erdade iro” ( l J o 5.20; Jo
17.3). Esta substância carac te riza não somente Deus 
Pai, mas também Deus Filho (Jo 14.6) e Deus Espíri to 
Santo (Jo 16.13; l Jo 5.6).
Deus é também a fonte da verdade; por isto 
Ele é chamado o “Deus da Verdade” (SI 31.5), toda a 
verdade que existe no universo tem em Deus a sua 
origem; as suas obras e a sua palavra são sempre 
verdade (SI 119.160). “Sempre seja Deus verdadeiro” 
(Rm 3.4).
O eterno Deus é luz perfe ita e, portanto , é 
inte iramente impossível que nEle haja trevas ( l J o 1.5), 
isto é, que Deus possa negar a si mesmo (2Tm 2.13) ou 
ment ir (Hb 6.18).
“ ... A verdade do Senhor é para sempre. . . ” 
(SI 117.2b). Ass im como Deus é eterno, assim são 
também eternos os atributos da sua natureza, “ ... A Sua 
Verdade é para sempre” (SI 146.6b), e “se estende de 
geração a geração” (SI 100.5).
Deus jamais pode revogar a sua Palavra (Mt 
5.18; Nm 23.20). “ ... A Palavra do nosso Deus subsiste 
e ternamente” (Is 40.8b), “O céu e a terra passarão, mas 
as minhas Palavras não hão de passar” (Mt 24.35).
45
> Deus é fiel.
Esta qualidade, que do modo absoluto, 
caracter iza Deus, é uma expressão da verdade que Ele 
imutavelmente executa sem cessar.
A fidelidade de Deus nunca falha; 
repe tidamente a Bíblia fala desta sua fidel idade 
vinculada a várias exper iênc ias e necessidades do 
homem. Vejamos:
V Deus é fiel na sua chamada ( IC o 1.9);
V Ele é fiel para guardar (2Ts 3.3);
V Ele é fiel ao sermos tentados ( IC o 10.13);
V Ele é fiel quanto às suas promessas (Hb 10.23), 
que são sim e sim (2Co 1.18-20);
V Ele é também fiel quando o crente padece ( IP e 
4.19), e a sua f idelidade chega até as mais altas 
nuvens (SI 36.5).
> Deus é Santo.
A Bíblia dá a Deus o nome “Santo” (SI
99.3), Ele é chamado “ ... o Santo de Israel . . .” (SI 
89.18b); só no livro de Isaías este nome é usado 30 
vezes (Is 1.4), Deus diz: Ass im diz o alto e o
sub l im e1 que habita na e ternidade e cujo nome é 
Santo . . . ” (Is 57.15a); Realmente , “Santo. .. e tremendo é 
o seu nom e” (SI 111.9c).
A Santidade é uma substância da própria 
natúreza de Deus, e não somente uma expressão de um 
procedimento santo. Deus diz: “Eu Sou San to” ( IP e 
1.16; Lv 19.2; 20.7; SI 99.5,9); Ele é a fonte de toda 
santidade.
Assim como a luz é caracter izada pelo seu 
brilho, assim também Deus, que é luz ( l J o 1.5) emite 
raios de bri lho da Sua Santidade.
1 Grandioso, augusto, magnífico, esplêndido, divino.
46
A Bíblia diz que Deus é glori ficado na Sua 
Santidade (Ex 15.11); a glória de Deus são raios da Sua 
Santidade, e nós o adoramos na beleza da Sua 
Santidade (SI 29.2; 96.8,9).
Não somente Deus Pai é Santo, mas também 
Deus Filho (Lc 1.35; l J o 2.20; Ap 3.7) e Deus Espíri to 
Santo (Ef 4.30), o são. Esta Santidade, que é um 
atributo das três pessoas da Tr indade, foi ev idenciada 
quando os Serafins clamaram: “Santo, Santo, Santo é o 
Senhor. . ., toda a terra estácheia da sua g ló r ia” (Is 
6.3b; Ap 4.8).
> A Santidade de Deus em relação ao homem.
Deus quer que os homens vivam em íntima 
comunhão com Ele; porém, isto só é possível quando 
eles aceitam as condições impostas por Deus. Ele diz: 
“Sede Santos porque eu Sou Santo” ( IP e 1.16b).
Deus tem, na Sua Santidade, decretado leis e 
normas que expressam a Sua vontade, as quais os 
homens têm de se sujeitar e obedecer. Ele quer levar os 
homens no caminho da Santidade, porque Ele deseja 
que "... s irvamos a Deus de modo agradável, com 
reverênc ia e Santo T e m o r” (Hb 12.28b).
Na Sua Santidade, Deus, porém, sente 
tr isteza e zelo (Dt 32.4; Rm 10.2), quando a Sua 
vontade não é respei tada pelos homens, Deus ama a 
ju s t iça e aborrece a in iqüidade (Hb 1.9). Ele não pode 
tolerar o pecado. Por isto, “as vossas in iqüidades fazem 
divisão entre vós e vosso Deus; e os vossos pecados 
encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” 
(Is 59.2).
> Deus é Amor.
Amor é um outro aspecto divino. Esta 
virtude do Senhor é perfe ita e infinita. A maior 
demonst ração de amor de Deus foi a de conceder o seu
47
próprio Fi lho para morrer em nosso lugar, através do 
seu sacrifício na cruz do calvário.
A Bíblia não somente diz que Deus ama os 
homens (Ef 2.4; 2Ts 2.16; 2Co 9.7), mas que Ele é 
amor ( U o 4.8,16), isto é, que o amor é a própria 
subs tânc ia do eterno Deus; o seu amor é como um rio 
que m a n a 1 dEle mesmo, que é a fonte do amor, assim a 
Bíblia fala do “Deus de A m or” (2Co 13.11) e também 
do “Amor de Deus” (2Co 13.13).
> O grande preço que o amor de Deus pagou.
Estamos agora diante da maior e mais 
insondável profundidade do amor de Deus; enquanto 
Deus na Sua Santidade não pode tolerar o pecador que 
vive em pecado, e conforme a Sua jus t iça tem de 
executar o ju ízo para cas tigá-lo, este mesmo Deus, que 
é essencia lmente amor, ama o pecador; parece que 
estamos diante de uma inexplicável contradição dentro 
da mesma pessoa; porém não há nada disso.
O amor de Deus está em pleno acordo com a 
retidão e a jus tiça das exigências de castigo para o 
pecador, mas no seu muito amor com que Ele nos amou 
(Ef 2.4).
Deus resolveu pagar o maior preço que 
jamais foi pago ( ICo 6.20), e deu o seu próprio Filho, 
para ser o sacrifício pelo resgate dos homens da sua 
culpa. Jesus foi dado como Mediador entre, a jus tiça de 
Deus e os homens ( lT m 2.5,6), e morreu na cruz do 
calvário, fazendo a sentença que a jus t iça de Deus 
havia decretado sobre o pecador (2Co 5.21; IPe 3.18). 
Assim, a ju s t iça de Deus fica respei tada e executada, e, 
pelo amor de Deus, os pecadores são perdoados e 
salvos (Jo 3.16).
1 Verter incessantemente e/ou em abundância. Dar origem a; 
criar, produzir , derramar.
48
> A graça de Deus (2Co 6.1; 8.1; GI 2.21).
<• Graça significa um favor imerecido que 
Deus, na sua perfeita jus t iça , manifestou por 
in termédio do sacrifício do seu Filho (2Tm 1.9; 2Co 
8.9), trazendo salvação a todos os homens (Tt 2.11).
A Bíblia diz: “por um ato de jus ti f icação de 
v ida” (Rm 5.18), e "... onde o pecado abundou, 
superabundou a graça” (Rm 5.20b).
A misericórdia e a longanimidade de Deus 
são expressão do seu amor, Deus é chamado “o Pai da 
misericórd ia” (2Co 1.3), e a Bíblia diz que Ele é 
r iquíssimo em misericórdia (Ef 2.4). A misericórd ia 
que Ele mostra, perdoando ao pecador e pelos méritos 
de Jesus Cristo (Tt 3.6; IPe 1.3); pelo seu amor Ele se 
mostra longânimo ( IP e 3.20) esperando com paciência 
que o pecador aceite ao seu convite (Rm 2.4).
> Deus é Reto.
É impossível Deus fazer algo errado. Por 
causa de Sua retidão, Ele exige perfeição em todos os 
que desejam estar em Sua presença (Mt 5.48). É um 
esti lo de vida para ser vivido pela graça de Deus, pois 
é humanamente impossível ao homem ter a perfeição 
total de Deus.
> Deus é Justo.
Deus jamais age com desonest idade. A 
jus tiça divina é manifestada no l ivramento do inocente, 
na condenação do pecador, no perdão para quem se 
arrepende, no castigo do ímpio, na salvação do homem 
e na vitória às causas do seu povo (2Tm 4.8).
49
Questionário
■ Assinale com “X ” as alternativas corretas
1. Quanto à exis tência de Deus, assinale a errada
a) |_J De acordo com alguns biblistas, a exis tência
de Deus é uma verdade primária e fundamental
b ) Q A idéia de que Deus existe é universal
c ) l | É auto-obscuro: nunca mostra-se por si só
d ) Q A existência de Deus é necessár ia para que o
homem tenha respos ta adequada para as questões 
levantadas pelo pensamento humano
2. Significa um favor imerecido que Deus, na sua 
perfeita jus tiça, manifestou por in termédio do 
sacrifício do seu Filho
a ) [ I Graça
b ) I_| Soberania
c ) | | Eternidade
d ) |_j Amor 3 4 5
3. A _________ e a __ ______ de Deus são expressão do
seu amor
a ) l______ | Justiça e Ira
b ) Q Cria tiv idade e Soberania
c ) |______ | Magnitude e Glór ia
d ) ® Misericórd ia e Longanimidade
■ Marque “C ” para Certo e “E ” para Errado
4 . [~| Não se pode explicar a natureza de Deus, mas 
somente crer nEle
5. n A Santidade é somente uma expressão de um 
procedimento santo, e não uma substância da própria 
natureza de Deus
50
Os Atributos de Deus
Atributo é aquilo que qualif ica um ser. Ao 
conhecer os atributos de um objeto, buscamos a 
essência de sua natureza. Quando conhecemos a Deus, 
descobrimos os seus atributos e o reconhecemos como 
um ser infinito.
Encontramos nas Escrituras os atributos de 
Deus. Elas declaram o que Ele é e o que faz. É verdade 
que. como criatura, desvendá-los ou re lacioná-los no 
seu todo é tarefa difíci l, se não de todo impossível para 
nós. O apóstolo, escrevendo sobre a glória de Deus, 
declara: “Aquele que tem, ele só, a imorta lidade e 
habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens 
viu nem pode ver; ao qual seja honra e poder 
sempi terno1” ( l T m 6.16).
Na Bíblia encontramos os atributos absolutos
de Deus:
Vida, personalidade, imutabilidade, unidade, 
verdade, amor, santidade, bondade, m isericórdia 
e jus tiça .
Os atributos naturais de Deus são: 
Onipresença, onisciência e onipotência.
> Deus é Onipresente.
Deus relaciona-se com tudo e com todos ao 
mesmo tempo. Es tá presente em toda a sua 
personalidade. Não há como fugir de Sua presença. 
“Para onde me irei do teu Espíri to ou para onde fugirei 
da tua face? Se subir ao céu, tu aí estás; se f izer no 
Seol a minha cama, eis que tu ali estás também; se 
tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do
1 Que não teve princípio nem há de ter fim; eterno.
51
mar, até ali a tua mão me guiará e a tua destra me 
sus te rá1” (SI 139.7-10).
Tudo isso signif ica que Deus é infinito e está 
presente em todo o tempo e espaço. Ninguém pode se 
esconder de Sua face. Mas a presença do Senhor deve 
ser exper imentada em todo o tempo, para se receber as 
suas bênçãos de uma maneira bem real (Jr 23.24).
A Bíblia fala da onip resença de Deus:
O que significa onipresença de Deus? Deus 
disse: “ ... Não encho eu os céus e a te r ra?” (Jr 23.24b; 
SI 72.19). O rei Salomão disse na sua inspirada oração: 
“Eis que os céus e até o céu dos céus te não poderiam 
conter . . .” ( lR s 8.27), isto fala da onipresença de Deus, 
a qual é possível porque Ele é Espíri to (Jo 4.24). Ele 
não está sujeito à matéria, para Ele não existe espaço 
nem tempo, Ele se move com a mesma facil idade que o 
nosso pensamento, que num momento pode estar num 
lugar e no mesmo momento noutro lugar; assim como o 
centro de uma c ircunferência está à mesma dis tância de 
qua lquer ponto da periferia, assim também Deus está 
perto de qualquer ponto do universo.A Bíblia diz a respeito de Deus: “seus olhos 
passam por toda a terra . . .” (2Cr 16.9a), não existe, 
portanto um deus nacional ou um deus local porque Ele 
é o Deus do universo; por isto está escrito: “Ele não 
está longe de nenhum de n ó s” (At 17.27).
Não é uma obr igação imposta a Deus, que o 
acompanha, queira ou não, assim como a nossa 
respiração nos acompanha enquanto vivemos, Deus está 
onde Ele quer.
Deus é o cr iador e é Senhor sobre sua 
criação, Ele habita nos céus.
A onipresença também não significa que
1 Segurar para que não caia; sustentar.
52
enquanto uma parte de Deus está num lugar uma outra 
parte está noutro lugar etc. Deus é indivisível , onde Ele 
estiver ali Ele está em toda a sua plenitude.
> Deus é O nisciente.
Deus é onisciente porque conhece todas as 
coisas. Nada há que se esconda de sua onisciência . “E 
até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos 
contados” (Mt 10.30).
Na onisciência de Deus, o futuro também 
está presente: “Lembra i-vos das coisas passadas desde 
a antigüidade: que eu sou Deus, e não há outro Deus, 
não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim 
desde o princípio e, desde a antigüidade, as coisas que 
ainda não sucederam ” (Is 46.9,10).
A on isciência de Deus garante-nos que todos 
os futuros ju lgamentos serão de acordo com a verdade.
Deus possui todo o conhecimento que existe. 
A onisciência do Senhor permite que Ele tenha 
conhecimento de tudo antes e depois da sa lvação de 
cada ser humano. Ele perdoa os pecados do homem e o 
aceita em sua famíl ia (Hb 4.13).
Nem pensamento nem cálculo a lgum podem 
fazer-nos compreender a onisciência de Deus (SI 139.6; 
Jó 11.7-9, 42.2). A onisciência é um atributo que só 
Deus tem: “ ... Deus conhece todas as co isas” ( l Jo 
3.20), “O seu entendimento é in f in ito” (SI 147.5b).
A sua onisciência não é resultado de seu 
esforço de aprender, ou coisa com que a lguém o tenha 
favorecido, não existe ninguém que tenha dado algo 
para aumentar o saber de Deus (Rm 11.35; Jó 41.11). 
Até o maior grau de sabedoria ou c iência que um 
homem possa atingir, tem tudo em Deus a sua origem 
( ICo 4.7).
A onisciência de Deus abrange tudo no
53
passado: “Não existe mistério nenhum no passado que 
para Deus não esteja reve lado” (Mt 10.26; ICo 4.5; Lc 
8.17), até todos os pecados ocultos “manifestam-se 
depois” ( lT m 5.24). A única maneira de evitar esta 
“manifes tação” em tempo é pedir reconcil iação a Deus 
através do sangue de Jesus ( l J o 1.7,9).
A onisciência de Deus abrange tudo no 
presente: Deus conhece tudo a respeito de todo homem, 
Davi disse: “ ... Tu conheces bem o teu servo, ó Senhor 
Jeová” (2Sm 7.20b).
Deus sabe o nosso nome e a nossa morada 
(Ap 2.13); Ele conhece a nossa estrutura (SI 103.14), e 
os nossos corações (At 15.8; Lc 16.15), pois Ele os 
esquadr inha1 ( l C r 28.9), e conhece todos os segredos 
(SI 44.21); Ele conhece os nossos pensamentos (SI 
139.1-4), e as nossas palavras (SI 139.4), e os nossos 
caminhos estão perante os olhos do Senhor (Pv 5.21; Jó 
34.21). Ele até conhece o número de cabelos que temos 
na cabeça (Mt 10.30). Assim Ele conhece as nossas 
necessidades (Mt 6.32; Lc 12.30), e tem solução para 
todos os nossos problemas.
Deus também conhece tudo sobre a natureza,
0 nome de todas as estrelas, coisa que ast rônomo 
nenhum pode conhecer (Is 40.26; SI 147.4). Até os 
passarinhos são conhecidos , e “nenhum está esquecido 
diante de D eus” (Lc 12.6; Mt 10.29).
A onisciência de Deus abrange também o 
futuro - chamada de “presciência” (At 2.23). Deus 
previu desde a e ternidade a queda do homem e 
providenciou no seu amor a solução para salvá-lo; por 
isto está escrito: “ ... o Cordeiro que foi morto desde a 
fundação do m undo” (Ap 13.8b). Na Sua presciência, 
Ele já viu na e ternidade seu Filho entregue para ser
1 Examinar minuciosamente; vigiar com cuidado; investigar, 
pesquisar, perscrutar. Estudar, analisar.
54
crucificado (At 2.23; IPe 1.18-20). Viu também a 
Igreja se levantar como um fruto da morte de Jesus no 
Gólgota (Ef 3.1-10).
Nesta previsão, Deus que também conheceu 
os homens, e os predest inou para serem salvos por 
Jesus (Rm 8.29; E f 1.4,5), isto é, por nenhum outro 
meio, mas só por Jesus (At 4.12); Ele chamou todos 
para a salvação, assim somos eleitos segundo a 
presciência de Deus para obediênc ia e aspersão do 
Sangue de Jesus ( IP e 1.2), os que não ace itarem este 
único meio de salvação estão, por causa da sua rejeição 
a Cristo, predest inados ao ju lgamento e castigo: “mas 
quem não crer será condenado” (Mc 16.16b).
Porém, ainda que Deus na Sua presciência 
possa conhecer o futuro dos que re je itarem o seu amor, 
isto não interfere no livre arbítrio do homem; em tudo 
que depender de Deus, Ele está sempre a favor de todos 
os homens.
Deus também, na Sua onisciência prevê os 
acontecimentos do futuro; profecia é uma revelação do 
que Deus na sua previsão já sabia (Is 48.6). Temos no 
passado mui tos exemplos em que Deus previu e revelou 
o que haveria de acontecer. Conforme IReis capítulo 
13 versículo 2, um jovem profeta profetizou no ano 975 
a.C. e aquilo se cumpriu no ano 641 a.C. ( lR s 22.15), 
sendo 334 anos depois; Isaías profetizou em 712 a.C. o 
que se cumpriu no ano 536 a.C. (Ed 1.1,2), sendo 176 
anos depois.
Vivemos na véspera de grandes 
acontecimentos, para todos eles Deus tem um tempo 
estabelecido pelo seu próprio poder (At 1.7) e são 
conhecidos desde a eternidade (At 15.18). Nada 
acontece por acaso, mas porque Deus assim 
determinou.
55
> Deus é Onipotente.
O apóstolo João, na ilha de Patmos, assim 
descreve parte da sua visão apocalíptica: “Depois 
destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta 
no céu; e a primeira voz, que como de trombeta ouvira 
falar comigo, disse: Sobe aqui, e mostrar-te-ei as 
coisas que depois destas devem acontecer. E logo fui 
arrebatado em espíri to, e eis que um trono estava posto 
no céu, e um assentado sobre o t rono” (Ap 4.1,2).
Deus tem mais do que o poder necessár io 
para real izar todas as coisas. Isto quer dizer que Ele é 
onipotente.
O crente tem cer teza de sua salvação, porque 
o Senhor é Todo-Poderoso . Es ta força se manifesta no 
Evangelho de Cristo, para a salvação dos homens. Veja 
o que diz a Bíblia em Romanos 1.16: “Porque não me 
envergonho do evangelho de Cristo, pois é poder de 
Deus para salvação de todo aquele que c rê” .
Deus mostra a sua onipotência, através do 
seu poder de criar: “No princípio criou Deus os céus e 
a te rra” (Gn 1.1). O Criador preserva todas as coisas, 
cuida e manifesta a sua providência para o crente, pela 
Sua onipotência (Hb 1.3 e Fp 3.20-21).
Para os homens que são l imitados, é difícil 
compreender ou calcular a onipotência de Deus (Jó 5.9; 
9.10; 26.14 e 37.2).
■f O próprio Deus disse: “ ... Eu Sou Todo-Poderoso” 
(Gn 17.1); “Elaveria coisa alguma difícil ao 
Senhor?” (Gn 18.14a).
V A Bíblia afirma: “O poder per tence a Deus” (SJ 
62.11b).
■S Jesus chamou a seu Pai de Todo-Poderoso (Mt 
26.64), disse: “ ... Para Deus tudo é possíve l” (Mt 
19.26), e “ ... as coisas que são impossíveis para os 
homens, são possíveis para D eus” (Lc 18.27b).
56
S O Arcanjo Gabriel disse: “Para Deus nada é 
im poss íve l” (Lc 1.37).
S Jó falou de Deus: “Eu sei que tudo podes. . . ” (Jó 
42.2a).
A onipotência de Deus significa que o poder 
dele é i l imitado.
Como se manifesta a onipotência de Deus? 
^ D e u s não pode ser impedido por quem quer que seja (Is 
^ 14.27; 43.13; Jó 11.10; Pv 21.30; Rm 9.18).
As leis da natureza não podem limitar a 
onipotência de Deus. Ele é soberano e faz o que Ele 
quer (SI 115.3; 135.6). Ele está acima de todas estasleis (Na 1.3-6); eis alguns exemplos de milagres de 
Deus que foram contrár ios às leis da natureza:
S Deus fez as águas ficarem como um muro (Êx 
14.22), e as águas do Jordão como um montão (Js 
3.13);
•f Ele fez com que o ferro do machado flutuasse 
(2Rs 6.1-6), e que o sol se detivesse no meio do 
céu (Js 10.13);
S Ele l ivrou Daniel do poder dos leões (Dn 6.22,23), 
mandou uma tempestade (Jn 1.4) e a fez cessar (Jn 
1.15; SI 107.29).
Deus é poderoso para cumprir as suas 
promessas (Rm 4.21), e até "... chama as coisas que 
não são como se já fossem ” (Rm 4.17b), Deus, que é o 
Criador , tem ainda o seu poder cr iador em pleno vigor, 
por isto não exis tem limites no seu poder de operar 
maravi lhas, de curar, mesmo em casos sem nenhuma 
esperança humana.
A onipotência de Deus opera somente 
conforme a sua vontade:
■S Jamais ex is tem contradições entre a sua natureza 
perfe ita e o seu poder i l imitado;
57
■/ Deus jamais faria coisa que fosse contrária à sua 
perfeita santidade.
Ele que, “tudo pode” (Jó 42.2), “só faz o que 
lhe apraz” (SI 115.3), “tudo o que o Senhor quis Ele o 
fez” (SI 135.6a); por isto ex is tem coisas que o 
Onipotente não pode fazer:
■S Ele não pode mentir (Hb 6.18; Nm 23.19; Tt 1.2); 
■S Não pode negar-se a si mesmo (2Tm 2.13);
■S Não pode fazer in jus tiça (Jó 8.3; 34.12), Ele é 
sempre santo em todas as suas obras (SI 145.17); 
v'' Deus também não pode fazer acepção de pessoas 
(Rm 2.11; 2Cr 19.7).
Deus também limita a sua onipotência em 
respeitar o livre arbítrio do homem, somente aquele 
que quiser, toma de graça da água da vida (Ap 22.17b), 
Deus de ixa ao homem a oportunidade de, l ivremente se 
humilhar diante da sua potente mão ( I P e 5.6).
> Conhecendo Deus, através dos aspectos do seu 
caráter.
Também conhecemos Deus ao es tudarmos o 
que Ele é em si próprio, e em relação ao universo e aos 
seres por Ele criados. Tudo isso é chamado de atributos 
divinos , ou seja, aspectos do seu caráter.
Exis tem os aspectos que só Deus possui e 
nada há que os lembre nos homens ou nos outros seres 
por Ele criados.
Atributo é uma carac te rí s t ica essencial de 
um ser, aquilo que lhe é próprio. Os atributos de Deus 
são s ingulares e perfeitos só Ele os tem de modo 
absoluto.
> Soberania.
Significa que Deus é Soberano ou Supremo. 
No Universo em que está a Terra, só há um dirigente: o
58
Todo-Poderoso. Isto é encorajador , porque tem a 
segurança de que nada está fora do controle do Senhor, 
e os seus planos são, de fato, realizados (SI 103).
> Deus é vivo.
“Ele mesmo é o Deus v ivo” (Jr 10.10). A 
vida é uma expressão de existência, seja terrestre ou 
eterna.
Quem tem a vida, tem condições de se 
comunicar com outras que tem vida; enquanto os 
“deuses” feitos por mão de homem têm boca, mas não 
falam, tem olhos, mas não vêem, tem ouvidos , mas não 
ouvem, tem nariz, mas não cheiram (SI 115.4-8), o 
nosso Deus está nos céus, faz tudo o que lhe apraz (SI 
115.3). Por isso os homens pelo evangelho estão 
convidados a se conver te rem dos ídolos para o Deus 
vivo e verdadeiro ( lT s 1.9; At 14.15), e os que assim 
fazem pertencem à Igreja do Deus vivente (2Co 6.16).
Deus é também a fonte da vida. Ele tem a 
vida em si mesmo (Jo 5.26), “ ... dá a todos a vida e a 
respiração e todas as co isas” (At 17.25b), no sentido 
terrestre. E a todos que o conhecerem por único Deus 
verdadeiro, e a Jesus Cris to a quem Ele enviou, Ele dá 
vida eterna (Jo 17.3; l J o 5.20); e esta vida é a luz do 
mundo (Jo 1.7-9).
> Deus é eterno.
Nunca houve um tempo em que Deus não 
exist isse. Ele não teve princípio e jamais terá fim. Não 
se l imita ao tempo. Porque é eterno, vê o passado e o 
futuro de modo tão claro como contempla o presente. 
Nesta perspectiva, Ele sabe o que é melhor para a vida 
do crente.
“Mas o Senhor Deus é a verdade, Ele mesmo 
é o Deus vivo e o Rei E te rn o ” (Jr 10.10). Em Romanos 
capítulo 16 versículo 26 lemos a respeito do “Deus
59
eterno” . Abraão plantou um bosque em Berseba e 
invocou lá o nome do Senhor Deus Eterno (Gn 21.33). 
Quando Moisés despedindo abençoou as tr ibos de 
Israel, usou o nome “Deus e te rno” (Dt 33.27).
> Deus e a eternidade.
Eternidade é o in fimto quanto ao tempo. 
Deus não tem inicio, de eternidade a e te rnidade tu és 
Deus (SI 90.2; lC r 29.10; Hc 1.12). Ele tem auto- 
existência, um atributo eterno de Deus. Ele não deve a 
sua exis tênc ia a ninguém, porque Ele é o princípio e o 
fim, o Alfa e o Ômega, Ele é Jeová (nome usado 6.437 
vezes) a eterna auto-exis tência do único Deus.
Deus não está sujeito ao tempo. Para Ele, o 
passado, o presen te e o futuro sãc um eterno presente, 
o domínio e o poder pertencem ao único Deus, antes 
dos séculos, agora e para todo o sempre. Por isto é que 
“um dia para o Senhor é como mil anos e mil anos é 
como um d ia” (2Pe 3.8b); os anos de Deus nunca terão 
fim (SI 102.27), Ele é o Rei dos séculos ( l T m 1.17).
Deus habi ta na e ternidade (Is 57.15) e o seu 
trono é desde a e ternidade (SI 93.2), o e terno Deus não 
se cansa (Is 40.28). Este eterno Deus é o nosso Deus!
Deus é imortal ( lT m 1.17; 6.16). É por isto 
que Ele pode ser eterno, Ele permanece para sempre (SI 
102.12), os sacerdotes foram impedidos pela morte de 
permanecer no seu serviço (Hb 7.23), mas Deus é para 
sempre. Os deuses deste mundo t iveram o seu princípio 
e seu fim, e os que ainda não findaram findarão, mas 
Deus é imortal - Ele é para sempre.
> Deus é imutável (SI 102,27; Ml 3.6: Tg 1.17: Hb 
1.12: 6.17.18).
O Senhor é o mesmo (Elb 13.8). Jamais muda 
em sua natureza e aspectos. Será sempre bom, jus to e 
verdadeiro.
60
Você pode crer nas suas promessas , porque 
Ele cumpre todas. Nele, podemos confiar: “Deus não é 
homem, para que minta; nem filho do homem, para que 
se arrependa: porventura diria e não o faria? Ou falaria, 
e não o conf i rm ar ia?” (Nm 23.19).
> Deus é Espírito.
Jesus veio para revelar Deus aos homens e 
disse: “Deus é Espír i to . . .” (Jo 4.24a), não disse: “Deus 
é um Esp ír i to” , mas “Esp ír i to” . O que significa isto?
tf(0 Ele não tem corpo de subs tância material , um 
corpo com sangue, carne, Ele tem um corpo espiri tual 
( ICo 15.44); embora o corpo espiri tual tenha forma, 
porque Jesus veio em forma de Deus (Fp 2.6), e foi 
expressa imagem da sua pessoa (2Co 4.4; Cl 1.15; Hb 
1.3), não podemos imaginar qual seja esta forma.
A Bíblia fala do rosto de Deus (Êx 33.20) e 
de sua boca (Nm 12.8) e de seus lábios (Is 30.27b), 
olhos (SI 11.4b), ouvidos (Is 59.1), mãos e dedos (SI 
8.3-6), pés (Ez 1.7), etc... Não devemos por isto 
procurar mate r ia lizar Deus, e na nossa mente criar para 
nós uma imagem de Deus correspondente com estas 
expressões comparando-o com um corpo humano.
A Bíblia diz que nós não havemos de cuidar 
que a divindade seja semelhante à forma que lhe é dada 
pela imaginação dos homens (At 17.29), é por isto que 
Deus adverte:
V “Guardai -vos . . . para que não vos corrompais e vos 
façais alguma escultura semelhante de imagem, 
figura de macho ou de fêmea” (Dt 4.15,16);
Es ta tentação provém do desejo de procurar 
materializar a Deus. Deus é Espíri to e a sua natureza é 
essencialmente espiri tual . Ele jamais está sujeito á 
matéria. Nós também não devemos procura r chegar a 
íiiguma imagem, ou visão física de Deus, mas esperar
61
aquele grande dia quando nós o veremos como Ele é 
( l J o 3.2; ICo 13.12).
> Deus é imenso.
Imensidade é o infinito quanto ao espaço. 
Assim como é impossível imaginar a forma de Deus, é 
também impossível medir, pesar ou fazer algum cálculo 
a respeito de Deus. Não existem números ou expressõesque possam nos fazer compreender Deus (SI 71.15; 
40.5; 139.6,17 18). Coisa alguma pode dar uma idéia 
da sua grandeza (Jó 11.9; lR s 8.27). Nenhum cálculo 
de peso pode fazer-nos compreender a sua imensidade, 
não está sujeito ao espaço.
> Deus é invisível (Rm 1.20; Cl 1.15).
Sendo Deus Espíri to , a matéria não pode vê- 
lo. Isto não impede que Ele esteja presente no meio do 
seu povo. Não foi somente Noé (Gn 6.9) ou Enoque 
(Gn 5.24) que andaram com o Deus invisível . É o 
privilégio de cada crente (Cl 2.6; lTs 4.1), “porque 
andamos por fé, e não por vis ta” (2Co 5.7).
Os Nomes de Deus
Deus tem muitas qual idades , através das 
quais Ele se identifica com os homens, e, ao mesmo 
tempo, torna-se diferente de todos os seres espiri tuais.
Deus mesmo se revela, faz-se conhecer, ao 
proclamar o seu nome (Ex 6.2 e 3).
O Senhor queria ser reconhecido pelo povo 
de Israel , através dos seus feitos. Por que conhecer o 
Senhor pelo nome? No caso de Deus, é muito mais do 
que o conjunto de letras do português ou de qualquer 
outro idioma. E o nome que revela aos homens as 
qualidades do Criador. Além disso, é uma maneira de 
se responder quem é o Todo-Poderoso.
62
S O seu nome deve ser invocado na adoração (Gn
12 .8) ;
S O seu nome deve ser temido (Dt 28.58);
S O seu nome deve ser louvado (2Sm 22.50);
S O seu nome deve ser glorificado (SI 86.9);
S O seu nome não pode ser tomado em vão (Êx 
20.7);
S O seu nome não pode ser profanado, nem 
blasfemado (Lv 18.21; 24.16);
■S O seu nome deve ser santi f icado e bendito (Mt 
6.9).
Os Nomes dé I>eus
> I a v é / J e o v á : O auto-exis tente . Alguns acham que ele 
destaca a na tu reza ontológica de Deus: “Eu Sou o 
que S ou” ; outros crêem que apresenta a f idel idade 
de Deus: “Eu sou (ou serei) quem eu tenho s ido” , ou 
“Eu serei quem eu serei” . Esse nome é o nome 
próprio e pessoal de Deus. (Êx 3.14-15; cf. Gn 12.8; 
13.4; 26.25; Êx 6.3; 7; 20.2; 33.19; 34.5-7; SI 68.4; 
76.1; Jr 31.31-34) .
> l a v é J i r e h : O Senhor Proverá (Gn 22.8-14).
> l a v é N i s s i : O Senhor é minha bandeira (Êx 17.15).
> l a v é S h a l o m : O Senhor é paz (Jz 6.24).
> l a v é S a b a o t h : O Senhor dos exércitos ( I S m 1.3; 
17.45; SI 24.10; 46.7,11).
> l a v é M a c a d e s h é m : O Senhor é vosso sant if icador 
(Êx 31.13).
> l a v é R a a h : O Senhor é meu pastor (SI 23.1).
> l a v é T s i d k ê n u : O Senhor é nossa jus t iça (Jr 23.6; 
33.16).
^ l a v é E l G e m o l a h : O Senhor é o Deus da re tribuição 
(Jr 51.56).
63
> I a v é N a k e h : O Senhor que fere (Ez 7.9).
> I a v é S h a m á : O Senhor que está presente (Ez 48.35).
> I a v é R a f á : O Senhor que sara (Êx 15.26).
> I a v é E l o i m : Senhor, o poderoso (Jz 5.3; Is 17.6).
> A d o n a i : Senhor, Mestre ; o nome de Deus usado em 
lugar de Iavé quando o nome própr io de Deus 
passou a ser considerado muito sagrado para ser 
pronunciado (Êx 4.10-12; Js 7.8-11).
> E lo h i n v . Poderoso; termo plural aplicado a Deus, 
que gera lmente se refere à sua majestade ou à sua 
pleni tude (Gn 1.1,26-27; 3.5; 31.13; Dt 5.9; 6.4; SI 
86.15; 100.3).
> E l E l i o n : Alt ís s imo (l i teralmente, o Poderoso mais 
forte) (Gn 14.18; Nm 24.16; Is 14.13-14).
> E l R o i : O Poderoso que vê (Gn 16.13).
> E l S h a d a i : Deus Todo-Poderoso ou Deus Todo- 
sufic iente (Gn 17.1-20).
> E l O la n r . Deus Eterno ou Deus da Etern idade (Gn 
21.33; Is 40.28).
> E l E l o h e I s r a e l : Deus, o Deus de Israel (Gn 33.20).
> l e s h u a : Jesus, o Senhor é Salvador ou Salvação (Mt 
16.13-16; Jo 6.42; At 2.36; Tt 2.13; 2Pe 1.11).
> C h r i s t ó s : Cristo, Messias, o Ungido (Mt 16.13-16; 
Jo 1.41; 20.31; At 2.36; Rm 6.23; Tt 2.13; 2Pe 
1 . 11).
> K í r i o s : Senhor, Mestre (Lc 1.46; At 2.36; Jd 4).
> S o t ê r : Salvador , aquele que l ivra do perigo ou da 
morte (Lc 1.47; 2.11).
> T h e ó s : Deus, um substantivo genér ico que pode 
referi r-se a qualquer deus ou ao Deus verdadeiro; 
aplicado ao Senhor Jesus como verdadeiro Deus (Lc 
1.47; Jo 20.28; Tt 2.13; 2Pe 1.11).
64
Questionário
■ Assinale com “X ” as a lternativas corretas
6. Os atributos naturais de Deus são
a ) B Onipresença, onisciência e onipotência
b) Vida, personal idade e imutabil idade
c ) |______ I Unidade, verdade, amor e santidade
d ) |______ J Bondade, misericórdia e jus tiça
7. A onisciência de Deus abrange também o futuro - 
chamada de
a ) |_j “Precedência”
b ) |_1 “Preva lência”
c ) l_| “Preexcelênc ia”
d ) 0 “Presc iência” 8 9 10
8. É o infinito quanto ao tempo
a ) |______ J Grandeza
b) ^ | Imensidade 
\ - c)[31 Eternidade
d)|_j Vastidão
■ Marque “C ” para Certo e “E ” para Errado
9. D A onipresença signif ica que enquanto uma parte 
de Deus está num lugar uma outra parte está noutro
10. Q Deus não tem corpo de substância material , um 
corpo com sangue, carne; Ele tem um corpo 
espiri tual
65
Lição 3
A Doutrina de Jesus Cristo -
Cristologia
Jesus Cristo, que é e te rnamente a segunda 
pessoa da Tr indade e compar ti lha de todos os atributos 
divinos, tornou-se p lenamente humano. Ao entrar no 
mundo como ser humano, Jesus assumiu característ icas 
humanas , ainda que escolhesse voluntariamente exercer 
seus poderes divinos apenas de modo in te rm iten te1 a 
fim de cumpri r sua missão redentora.
Os autores das Escri turas demonstram quem 
é Jesus quando descrevem o significado da obra que 
Ele veio realizar e do ofício que veio cumprir.
Nesta lição daremos atenção à pessoa e à 
vida de Jesus, aos seus t í tulos nas Escrituras e à 
importância e ao significado de seu ministério, Sua 
morte e ressurreição.
A Pessoa de Jesus Cristo
Quando olhamos para Jesus, vemos o pleno 
homem Jesus e também afi rmamos que Ele é Deus. O 
homem Jesus Cristo não somente vive através de Deus 
e com Deus, mas Ele mesmo é Deus.
A confissão da Igreja Cris tã tem sustentado 
que Cris to é uma pessoa que possui duas naturezas, 
uma divina e outra humana. Esse é o grande mistério da 
piedade, Deus manifesto em carne ( l T m 3.16).
1 Que apresenta interrupções ou suspensões ; não contínuo.
67
> A humanidade de Jesus.
É um pressuposto nos Evangelhos Sinóticos. 
Todavia , parece ser tes temunhada em outros textos do 
Novo Testamento, como se ela t ivesse sido 
part icula rmente quest ionada ou negligenciada em seu 
significado ( l J o 1.1-2; 4.2-3).
V O Evangelho de Marcos concentra-se na 
humanidade de Jesus tanto quanto qualquer livro 
do Novo Testamento;
■S. Mateus e Lucas focalizam as histórias do 
nasc imento de Jesus como aspectos de Sua 
humanidade, inclusive as narra tivas da tentação.
V João mostra Jesus como o Verbo eterno que 
possu ía plena humanidade (Jo 1.1,14; 4.6-7; 
11.33-35).
Ele é humano de fato, mas é sem pecado e 
diferente de qualquer outro ser humano (Rm 8.3). Seu 
significado não se encontra na comparação dEle com 
outras pessoas, mas sim no contraste com elas (Hb 
2.9 ,14-18; 5.7-8; 10.10). Tal singularidade é
especia lm ente vista no seu nascimento miraculoso e em 
Sua vida sem pecado.
> A Concepção Virginal.
vo O nascimento de Jesus resultou de uma 
concepção miraculosa. Ele foi concebido no ventre da 
virgem Mar ia pelo poder do Espíri to Santo, sem 
semente masculina (Mt 1.18-25; Lc 1.26-38).
Isso, de modo nenhum ensina a perpetuidade 
da vi rgindade de Maria, nem envolv im ento biológico- 
divino algum na escarnação que negue a virgindade da 
mãe de Jesus.
Embora os autores da Bíblia não ampliem o 
s ignificado teológico do nasc imento de Cristo, tal 
significado não pode ser desprezado. O livramento de
Deus chegou e trazà mente um sinal (Is 7.14) das 
grandes promessas divinas do Antigo Testamento. O 
nascimento s ingular afirma a verdadeira humanidade de 
Jesus bem como Sua divindade. Revela que Jesus de 
fato nasceu e era um de nós, mas que seu nasc imento 
foi um acontecimento sobrenatural .
> A impecabilidade de Jesus.
Os Evangelhos apresentam Jesus tomando 
parte no batismo de João, que era um batismo de 
arrependimento. Vemos também Jesus repreendendo 
Pedro, puri ficando o templo, confrontando os fariseus e 
mandando os porcos para o mar. Jesus foi batizado não 
para arrependimento do pecado, mas para cumprir a 
jus tiça e para identif icar-se plenamente com a 
humanidade caída.
Os outros exemplos são figuras de ira ju s ta e 
não de ira pecaminosa (veja Ef 4.26).
A Bíblia af irma cuidadosamente a 
impecabil idade de Jesus (Rm 8.3; 2Co 5.21; Hb 4.15; 
IPe 2.22). As Escrituras enfa tizam o real esvaziamento 
de Jesus, quando Ele se tornou como nós (Fp 2.5-8), 
sua humanidade plena, a realidade de suas tentações, a 
res istência a elas pelo poder do Espíri to e sua 
resultante impecabil idade.
> A divindade de Jesus.
Paulo af irmava que Jesus exist iu na forma de 
Deus desde toda a e tern idade (Fp 2.5-11). Isso 
significa que Jesus possu ía in ternamente a própria 
natureza de Deus e a demonstrava ex ter io rmente (Cl 
1.15-16; 2.9). Além disso, o versículo que abre o 
Evangelho de João é uma af irmação categórica da 
plena div indade de Jesus (Jo 1.1-2; 14.9; 17.5).
Amostras da d ivindade de Jesus também 
aparecem nas declarações singulares do “Eu sou” do
69
Evangelho de João (Jo 6.35; 8.12; 10.7-9,11-14; 11.25; 
14.6; 15.1-5). Vemos isso part icularmente na
declaração de Jesus sobre sua existência eterna quando 
Ele se confrontou com os judeus (Jo 8.58).
Finalmente , vemos que Jesus recebe a 
adoração de Tomé (Jo 20.28) que confessou: “Senhor 
meu e Deus meu” .
Esses e também outros textos do Novo 
Testamento (veja Rm 9.5; Tt 2.13; Hb 1.1-8) desf i lam 
todas as confissões menores da pessoa de Cristo, 
provando que qualquer afirmação de que Ele era apenas 
um grande mestre ou um grande profeta é inadequada.
> A unidade das duas naturezas.
É necessário que Cristo seja tanto Deus 
como homem.
V Somente como homem, Ele poderia ser redentor 
da humanidade;
V Somente como homem sem pecado, Ele poderia 
morrer devidamente por nós;
V Somente como Deus, sua vida, seu minis tério e 
sua morte redentora poderiam ter valor inf inito e 
satisfazer as exigências de Deus, trazendo 
l ibertação da morte.
Cristo possui uma natureza humana, mas Ele 
não é uma pessoa humana. A pessoa de Cristo é o 
Deus-homem, a segunda pessoa da Trindade.
Em sua encarnação Ele não se transformou 
numa pessoa humana nem adotou uma personal idade 
humana. Ele assumiu uma natureza humana, além da 
divina natureza eterna que possui.
a Ao assumir a natureza humana, Ele agora 
não é uma pessoa divina ou humana, mas uma pessoa 
divino-humana, possuindo todas as qualidades 
essenciais das naturezas divina e humana. Esse é um
70
mistério que está além de nossa plena compreensão. 
Além disso, confessamos que Jesus possui tanto uma 
consciência d iv ina quanto humana, bem como uma 
vontade divina e humana; todavia, Ele possui, sem 
dúvida, unidade enquanto pessoa. Ele é sempre a 
mesma pessoa, Jesus Cristo, o Senhor.
Nós também podemos aprender sobre Jesus a 
partir dos seus t í tu los que lhe são dados nas Escrituras:
■ Alfa e Q m eea. Começo e fim de todas as coisas 
(Ap 21.6);
■ Bom Pastor: Dá orientação e pro teção (Jo 10.11);
■ Cordeiro de D eus: Deu sua vida como sacrifício 
pelos pecados (Jo 1.29);
■ Cristo: O Ungido de Deus promet ido pelos
profetas do Antigo Testamento (Mt 16.16);
■ Em anuel: Deus conosco (Mt 1.23);
■ Filho de D avi: O que traz o reino (Mt 9.27);
■ Filho de D eus: Título divino que fala da
in timidade s ingular e especial de Jesus com o Pai 
(Jo 20.31);
■ Filho do hom em : Título divino que fala de
sofrimento e exal tação (Mt 20.28);
■ Jesus: Nome própr io - Javé Salva (Mt 1.21);
■ Luz do m undo: O que traz esperança e direção (Jo 
9.5);
■ M ediador: Redento r que leva os pecados
perdoados à presença de Deus ( l T m 2.5);
■ Palavra / V erbo: Deus eterno, que revela Deus 
defin it ivamente (Jo 1.1);
■ Pão da v ida: O alimento essencial (Jo 6.35);
■ Pedra angular: Alicerce firme para a vida (Ef 
2 . 20 ) ;
71
■ Primogênito dentre os m ortos: Leva-nos à
ressurreição (Cl 1.18);
■ ^rofeta: O que fala da parte de Deus (Lc 13.33);
■ Rabi / mestre: Título de respeito para quem 
ens inava as Escrituras (Jo 3.2);
■ Rei dos reis, Senhor dos senhores: Todo-poderoso 
soberano (Ap 19.16);
■ Salvador: O que livra do pecado (Jo 4.42);
■ Santo de D eus: Perfeito e sem pecado (Mc 1.24);
■ Senhor: Criador e redentor soberano (Rm 10.9);
■ Senhor da glória: Poder do Deus vivo ( IC o 2.8);
■ Sumo sacerdote: Mediador perfeito (Hb 3.1);
■ Supremo pastor: Dá orientação e proteção ( IP e 
5.4). * 1
Os Evangelhos contêm duas categorias de 
títulos: os que Jesus mesmo atribui a si e os que os 
outros lhe conferem.
Os estudiosos têm muito discut ido a natureza 
exata do primeiro grupo, mas temos de permiti r que as 
evidências das Escrituras falem por si mesmas. Jesus 
usou certos t ítulos para si mesmo e permit iu os seus 
seguidores que o chamassem de certas maneiras. Esses 
t í tulos nos esclarecem como Ele entendia a si mesmo e 
sua missão.
1) Filho do Homem.
Esse era o t ítulo preferido que Jesus 
aplicasse a si mesmo. Ele se originou do Antigo 
Tes tamento (Dn 7.13), mas foi usado durante o período 
in te rtes tamentário e escolhido por Jesus para definir 
sua missão messiânica.
O título era adequado por ter um tom 
messiânico. Também era sufic iente flexível para
72
permiti r que Jesus lhe a tr ibuísse o sentido que 
quisesse. Precisou fazer isso porque a idéia corrente de 
Messias em seu tempo era a de um herói mili tar , ao 
passo que Ele viera para ser o Salvador do mundo.
Jesus usou o t í tulo Fi lho do Homem de 
quatro maneiras diferentes:
S Primeira, como s inônimo freqüente de “eu” . 
Jesus estava s implesmente referindo-se a si 
mesmo (veja, por exemplo, Mt 26.24);
•f Segunda, o Filho do Homem exerce autoridade 
divina (veja, por exemplo, Mt 9.6);
■f Terceira, o Filho do Homem cumpre sua missão 
terrena pela morte e ressurreição (veja, por 
exemplo, Mt 12.40; 17.9,12 23);
•f Quarta, o Fi lho do Homem re tornará em grande 
glória para consol idar seu reino (veja, por 
exemplo, Mt 16.27,28; 19.28). •
Dessa maneira Jesus definiu quem Ele era 
como Filho mess iânico do Homem.
2) Filho, Filho de Deus, Filho unigénito.
O título “Fi lho de D eus” ou apenas “F i lho” 
também é um tí tulo mess iânico extra ído do Antigo 
Testamento (2Sm 7.11-16). Todavia , ele recebe uma 
posição mais e levada quando usado por Jesus ou em 
relação a Ele.
Significa, no fundo, que Jesus possui as 
qualidades da natureza divina. Isso ficou bem evidente 
quando a voz celestial disse bem alto a Jesus, por 
ocasião do seu batismo, que Ele era amado, e depois 
foi reiterada na transfiguração de Jesus (Mc 9.7).
A compreensão que o próprio Jesus t inha da 
sua relação singular com Deus como seu Filho pode ser 
vista em Mateus 11.25-27 e Lucas 10.21,22.
73
Jesus expressou a mesma idéia quando 
confundiu os fariseus (Mt 22.41-46) . No Evangelho de 
João (3.16). Jesus é chamado “Filho unigénito” de 
Deus, termo que significa “ único da sua espécie” ou 
“s ingu lar” .
3) Senhor.
Esse era um tí tulo de honra dado a Jesus, 
equivalente a “mest re” , uma forma de tratamento. 
Contudo, podemos vis lumbrar nele algum, significado 
maior(Mt 8.5-13).
No judaísmo, “Senhor” tornara-se a palavra 
usada quando o nome pessoal Javé aparecia nas 
Escrituras. “Senhor” , portanto, significa “D eus” .
Mais tarde, a Igreja, diante da morte e da 
ressurreição de Jesus, usou-o para dizer que Jesus era 
n inguém menos que Deus.
4) Cristo (Messias).
As profecias do Antigo Testamento revelam, 
com muitos séculos de antecedência , que Jesus, o 
redentor prometido, seria o Ungido de Deus (SI 2.2; 
45.7; Is 61.1; Dn 9.25-26), que Ele exercer ia os 
minis térios de Profe ta (Dt 18.15); de Sacerdote (SI 
110.4; Zc 6.13) e de R e i (SI 110.2; 72.1-19), isto é, 
Jesus exercia três minis térios que Deus estabeleceu no 
tempo do Antigo Testamento. A separação para estes 
minis térios era feita por meio da unção: Profeta ( lR s 
19.16); Sacerdote (Lv 4.3-5) e Rei ( I S m 10.1).
Quando Deus, na p leni tude dos tempos (G1 
4.4) enviou Jesus ao mundo, um coro de anjos anunciou 
que havia nascido o Cristo, o Senhor (Lc 2.11) (nome 
usado no Novo Testamento 577 vezes).
A palavra “Cristo” (grego) significa o 
mesmo que Messias (hebraico). Ambas traduzidas em 
português significam “O ungido” .
74
Ele foi enviado e ungido por Deus para 
exercer tudo aqui lo que, através dos profetas, havia 
sido prometido. Logo após o início de seu minis té rio 
com 30 anos de idade, Ele recebeu um revestimento de 
poder, o Espír i to Santo, em forma corpórea de uma 
pomba, veio sobre Ele (Lc 3.22).
A unção div ina proporcionou os meios para 
que Jesus exercesse os mistérios de profeta, sacerdote e 
rei. Ele podia d izer com verdade, “O Espí ri to do 
Senhor é sobre mim, pois me ungiu . . .” (Lc 4.18a). 
Jesus no exercício destes três minis térios:
Mt 13.57; Lc 13.33; Jo 7.40; 4.19;
Profeta G 9.17; ICo 12.7-11; lT s 2.13; Ap 
19.10.
Sacerdote £ SI 110.4; Hb 2.17; 3.1; 4.14,15; 5.6,10; 6.20; 8.1; 10.21.
SI 2.6-8; Is 9.7; Jr 23.5; Mt 19.28;
Rei £ 25.31; Lc 1.32-33; 22.29; Jo 18.37; 
2Tm 2.12; Ap 20.4.
Jesus r e lu to u 1 em aceitar esse t ítulo, por 
causa das idéias populares erradas que c irculavam 
sobre o Messias , g irando em torno da esperança de um 
rei que ocupar ia o trono de Davi.
Em circunstâncias apropriadas, porém, Jesus 
estava disposto a confessar que era rea lmente o Ungido 
de Deus (Mt 16.13-20; 26.62-64; Jo 4.25,26).
Esse t í tulo tornou-se tão comum mais tarde 
na Igreja que pra ticamente acabou se t ransformando 
num nome para Jesus; assim, “Jesus, o C r is to” tornou- 
se s implesmente “Cr is to” (veja e.g., a mudança no uso 
de nomes e t í tulos em 2Coríntios 1-2).
1 Lutar novamente. Oferecer resistência; opor forças; resistir; 
obstinar-se.
75
5) O Verbo.
. Nos Evangelhos esse t ítulo é encontrado 
apenas em João (1.1-14).
A expressão “verbo de Deus” é comum tanto 
no Antigo como no Novo Testamento para definir como 
Deus se expressou e o conteúdo dessa comunicação. Ao 
referir-se a Jesus, ela torna a revelação de Deus 
pessoal. Jesus como o verbo de Deus revela de maneira 
suprema quem é Deus.
Se quisermos conhecer a Deus, devemos 
olhar para Jesus, a própria expressão (Palavra, Verbo) 
de Deus. “Quem me vê a mim vê o Pa i” (Jo 14.9), disse 
Jesus.
6) Salvador.
Está bem claro no Antigo Testamento que, 
assim como existe somente um Deus, também há 
apenas um Salvador (veja Is 43.3,11; 45.21). Esse 
também é o caso no Novo Testamento ( l T m 2.3; 4.10; 
Tt 1.3; 2.10). Por isso é tão importante que Jesus seja 
apresentado como o Salvador de Israel (Lc 2.11) e do 
mundo (Jo 4.42) nos Evangelhos .
Entendeu-se que Jesus encarnava a redenção 
divina, e foi isso que a Igreja Pr imitiva proclamou (At 
5.31; 13.23; l Jo 4.14). 7
7) Q Santo de Deus.
Esse é um termo aplicado a Jesus 
especificamente por seres sobrenaturais malignos, 
como aquele que é puro e santo (Mc 1.24; Lc 4.34). 
Como tal, Ele selou o destino deles, pois Ele é 
totalmente jus to, e eles são to ta lmente malignos. Esse 
t ítulo identif icou Jesus com o Deus santo (compare 
com Isaías 6).
76
8) Filho de Davi.
Esse é um ti tulo mess iânico a tribuído com 
freqüência a Jesus nos Evangelhos (Mt 1.1; 9.27; 
15.22; 20.30,31; 21.9,15). Ele expressa esperança . O 
Filho de Davi, que era maior que Davi (Mt 22.41-45) , 
haveria de trazer l ibertação para aqueles que estavam 
aprisionados sem esperança.
9) Outros títulos im portantes:
> Servo.
A idéia de servo possui sentido amplo no 
Novo Testamento ; refere-se a muitos aspectos da 
pessoa de Cristo e base ia-se no motivo do servo de 
Isaías 53 (Mc 10.45; Fp 2.5-11).
> Profeta / M estre.
Encontramos referências a Jesus como voz de 
Deus ou como mest re vindo de Deus em vários 
lugares do Novo Testamento .
A ênfase cai sobre o ministér io de pregação 
de Jesus e sobre a autoridade associada a sua obra (Jo 
3.2; At 3.22).
> Último Adão.
O título dado a Jesus por Paulo em Romanos 
5.12-21 e em ICorín t ios 15.22,45-47 evidenc ia a 
sol idariedade de Adão com a raça humana e de Cristo 
com seu povo. Paulo mostrou a impor tânc ia e a 
singular idade de Jesus, contrastando-o com Adão.
A desobediência de Adão é contrastada com a 
obediência de Cristo; o que Adão perdeu, Cristo 
reconquistou; onde Adão fracassou, Cris to teve 
sucesso. Por um pecado de Adão, veio condenação a 
todos, o que trouxe morte; por um ato de obediência 
de Jesus, proveu-se graça para todos, o que trouxe 
vida.
77
Adão era um ser vivente, um homem do pó; 
Jesus era um Espíri to que dá vida, um homem do céu.
> Deus.
A Igreja Pr imitiva não hesitou em atribuir 
plena div indade a Jesus, chamando-o Deus (Rm 9.5; 
Tt 2.13; Hb 1.5-8).
Os t í tulos afirmam a singularidade de Jesus e 
mos tram como a Igreja Pr imit iva t inha uma visão tão 
e levada de Jesus. A impressão final que temos depois 
de refletir sobre os t í tulos e o seu significado é que 
Jesus foi reconhecido em pessoa como sendo 
plenamente Deus e plenamente homem.
As especulações sobre as duas naturezas de Cristo.
O que os homens têm pensado a respeito de 
Jesus no decorrer dos anos? Várias opiniões surgiram 
entre os re ligiosos, intelectuais e f i lósofos dos 
primeiros séculos do cris t ianismo. Vejamos algumas 
teorias:
❖ Os Ebionitas (século II d.C .).
Desenvolveram-se de uma ramificação do 
crist ianismo judaico e tentavam explicar a pessoa de 
Jesus conforme idéias judaicas preconcebidas sobre a 
natureza de Deus. Aquele grupo não aceitava a deidade 
de Jesus. Para eles o monote ísmo significava que 
somente o Pai era Deus.
Em outras palavras, eles consideravam Jesus 
um homem comum, gerado por Maria e José.
♦♦♦ Os Gnósticos (século II d.C .).
Eram subdivididos em grupos dis t intos de 
acordo com suas crenças. De modo geral, eles negavam 
a realidade do corpo de Cristo porque consideravam a
78
matéria inerentemente má, por isso, de acordo com a 
interpre tação deles, seria impossível que o Cris to de 
Deus t ivesse um corpo real. Eles não admitiam que o 
Verbo divino pudesse encarnar-se de acordo com João 
1.14.
Os gnósticos causaram muitos danos à Igreja 
Pr imitiva, mas não invalidavam a verdadeira doutrina: 
Jesus teve um corpo real, nascido de mulher, porém, 
gerado pelo Espír i to Santo.
❖ Os Arianos (final do século II d .C .).
Eram seguidores de Ário. Sua teoria 
consist ia em negar a integridade e a perfe ição da 
natureza divina de Cristo.
♦> Os Nestorianos.
Eram discípulos de Nestór io, pa tr ia rca de 
Constant inopla . Os nestorianos negavam a união 
verdadeira entre as duas naturezas de Cristo. Eles 
atribuíam a Cris to duas partes ou divisões, uma humana 
e outra divina, como se Cristo t ivesse duas 
personalidades dist intas.
79Questionário
■ Ass inale com “X ” as alternat ivas corretas
1. Ü nasc imento de Jesus resultou de uma
a) | 1 Concepção normal
b ) M Concepção genética
c ) |_I Concepção natural
d ) [ I Concepção miraculosa
2. Nos Evangelhos esse t ítulo é encontrado apenas em 
João
a ) [_I Salvador
b ) Q O Verbo
c ) |_| Filho de Davi
d ) I_| O Santo de Deus
3. Vieram de uma ramificação do cr is t ianismo judaico. 
Para eles o monote ísmo significava que somente o 
Pai era Deus
a ) [ 1 Os ebionitas
b ) l_I Os nestor ianos
c ) l I Os arianos
d ) | 1 Os gnósticos
■ Marque “C ” para Certo e “E ” para Errado
4 . Q Ao assumir a natureza humana, Jesus deixa de ser 
uma pessoa divina. Nunca está correio a hipótese 
dEle ser uma pessoa div ino-humana
5. M A pa lavra “Cris to” (grego) significa o mesmo que 
Messias (hebraico). Ambas traduz idas em português 
s ignificam “O ungido”
80
A Obra de Cristo
Jesus Cris to veio ao mundo a fim de viver 
uma vida impecável, para servir de exemplo de 
perfeição e retidão. Para ser um modelo pelo quais seus 
discípulos poderiam orientar a própria conduta.
Não somente Ele nasceu sem pecado, mas 
também viveu sem pecar (Hb 4.15). Um impor tante 
termo nessa conexão é “K enos is” o esvaziamento de 
Jesus. Durante sua jo rnada terrena, Jesus “esvaziou- 
se” , ou despiu-se, da glória que desf ru tava com o Pai 
na eternidade passada (Fp 2.7).
Em bora sua glória t ivesse rebri lhado em 
ocasiões fugidas, como na espetacular transfiguração, 
em um monte da Gali lé ia (Mt 17.1-3), grande parte de 
seu ministér io terreno foi real izado no poder do 
Espíri to Santo (At 10.38).
A doutr ina da “Kenos is” recebe sua mais 
ampla expressão em Fil ipenses 2.1-11.
> A cruz e Cristo.
Em bora t ivesse vindo ao mundo por meio de 
um milagre, e vivido uma vida miraculosa, a razão 
central da encarnação era a sua morte. ^ ;6
No livro de ICorín t ios capítulo 15 vers ículo 
3 declara de modo suc in to1: “Antes de tudo vos 
entreguei o que também recebi que Cristo morreu pelos 
nossos pecados , segundo as Escr i tu ras” .
Jesus veio ao mundo primariamente a f im de 
morrer. A sombra da cruz estava sobre Ele desde o 
nascimento (ver a profecia de Simeão a Mar ia - Lc 
2.34,35).
1 Que consta de poucas palavras; breve, resumido, condensado, 
conciso.
81
A cruz é o evento central de toda a história. 
Ela d is t ingue o cris t ianismo dos demais sistemas 
religiosos. O crist ianismo recebe sua maior 
significação, não através da vida e ensinamentos de seu 
fundador, por importantes que sejam tais coisas, mas 
através de sua morte.
Os quatro Evangelhos não são biografias, no 
sentido ordinário do termo. Eles apresentam a vida e 
ensinos de Jesus, a fim de chegarem aos eventos que 
conduziram a sua morte. Por exemplo, João chegou à 
últ ima semana, a semana da Paixão (O termo “pa ixão” 
vem do latim, “p a ss io ” , que significa “sofr imento” . 
“Paixão de Cr is to” é um termo que aponta para seus 
sofrimentos, entre a últ ima ceia e a morte na cruz).
As Epístolas estão saturadas de referências à 
cruz e ao sentido da morte de Cristo.
A vida e a morte de Cristo foi um exemplo 
de amor divino e exerceram uma benéf ica influência, 
provendo um modelo de serviço e de sacrifício. 
Todavia , de maneiras mais impor tante , a morte de 
Cristo proveu aos pecadores um sacrifício substi tutivo, 
sem pecado, que satisfez a jus t iça divina, 
proporcionando uma redenção incomparável, que livra 
os pecadores da escravidão, e os reconci l i a e os 
restaura de uma posição de estrangeiros para uma plena 
comunhão e herança na casa de Deus.
Focalizaremos a cruz de Cristo 
pr imord ia lmente na perspectiva da expiação, da 
redenção e da reconciliação. 1
1) A expiação.
A idéia da expiação é o ponto principal do 
conceito neotes tamentár io da pessoa salvadora de 
Cristo (Is 53.10; Rm 3.25; l Jo 2.2; 4.10; Hb 2.17). Tal 
compreensão da obra de Cristo, na cruz, diz respeito ao
82
real izar-se a sat isfação em Deus e ao mesmo tempo da 
sat isfação da culpa do pecado.
A expiação apenas pode ser corretamente 
entendida à luz da santidade e da jus t iça de Deus, 
observando a severidade da reação da santidade de 
Deus ao pecado. Tal conceito afirma que a santidade de 
Deus deve ser satisfeita e que os pecados da 
humanidade precisam ser removidos.
A expiação é efe tuada quando o própr io 
Deus leva sobre si, na pessoa de Jesus, a 
pecaminosidade e a culpa da humanidade de modo que 
a sua jus t iça possa ser levada a efe ito e os pecados de 
homens e mulheres sejam perdoados . É imprescindível 
enfat izar essa idéia af irmando que Deus é movido a tal 
auto-sacr ifício pela sua infini ta compaixão .
2) A redenção.
A idéia de redenção está re lacionada de 
modo vital com temas como: livramento, libertação e 
resgate. Nesse modelo pode-se ver uma luta entre o 
reino de Deus e os poderes hostis que escravizam a 
humanidade.
A idéia de redenção é a de t irar os pecadores 
de um cativeiro hostil para uma l iberdade autêntica (Cl 
2.15). Como redentor Jesus quebra o poder do pecado e 
cria um coração novo e obediente , l ivrando-nos do 
poder do pecado, da culpa, da morte e de Satanás, 
resgatando assim um povo comprado por alto preço 
( IPe 1.18).
3) A reconciliação.
c. Reconcil iar significa t irar a humanidade 
i aída da a l ienação1 e levá- la a um estado de paz e de 
harmonia com Deus. Sendo reconci l iador, Jesus cura a 1
1 I<alta de consciência dos problemas espi ri tuais e divinos.
83
separação e a ruptura criada pelo pecado, e restaura a 
comunhão entre Deus e a humanidade.
A reconcil iação não é um processo pelo qual 
homens e mulheres tornam-se mais aceitáveis diante de 
Deus, mas um ato pelo qual somos l ibertados da 
condição de estranhos no que diz respeito à comunhão 
com Deus. Por causa da obra de Cristo na cruz, Deus 
escolheu tratar homens e mulheres que estão no pecado 
como filhos e não como transgressores (2Co 5.18-20; 
Ef 2.12-16; Cl 1.20-22).
Através da história da Igreja Cristã, os 
pensadores têm enfatizado algumas, ou todas, essas 
idéias, aceitando umas e re je itando outras. E 
importante ver que todas as idéias, bem como o 
exemplo que nos foi dado por Jesus ( IP e 2.21), são 
necessár ias.
Outras religiões possuem um m ár t i r1, mas a 
morte de Jesus foi a morte de um Salvador. Ele traz 
salvação dos pecados para homens e mulheres, visto 
que Cristo tomou nosso lugar e morreu a nossa morte. 
Desse modo, sua obra na cruz foi substi tutiva. Por meio 
de sua vida obediente, Ele cumpriu a lei por nós, e por 
sua morte em uma cruz Jesus satisfez as exigências da 
lei em nosso favor.
A cruz de Cristo é o cumprimento da pena 
inflexível da jus tiça de Deus revelada na lei (G1 3.10- 
13). Isso quer dizer que Cristo sofreu pelos nossos 
pecados (2Co 5.21). Em Jesus, o santo amor de Deus é 
c laramente demonst rado ( l J o 4.10).
Como disse Martinho Lutero: “Este é o 
mistério das riquezas da graça divina em f a v o r dos 
pecadores, pois, por uma troca maravilhosa, nossos 
pecados não são mais nossos, mas de Cristo e a ju s t iça
1 Pessoa que sofre tormentos ou a morte por causa de suas 
crenças ou opiniões.
84
de Cristo não é de Cristo, mas n o s sa ”. Conforme 
observou tão sabiamente P. T. Forsythe: “A pessoa de 
Cristo representa não apenas a mancha do pecado, 
mas também o castigo de Deus sobre o pecado, não 
apenas a tr isteza de Deus p o r causa do pecado, mas 
também a ira de Deus sobre o p e c a d o ”.
Assim, não podemos entender corre tamente a 
cruz se não percebermos tanto a tr i steza de Deus por 
causa do pecado como a insuperável santidade que 
recusato lerar o pecado.
> A ressurreição de Cristo.
A ressurreição é o â m a g o 1 da mensagem 
cristã ( I C o 15.3-4), o que mostra que a esperança do 
evangelho é escatológica em sua natureza (Lc 24.45- 
48; At 2.27,35).
A ressurreição afi rma-nos que o Deus que 
levantou a Jesus dentre os mortos existe. Além disso, 
estabelece o senhor io e a div indade de Jesus, bem 
como a jus ti f icação dos pecadores, que foi cumprida na 
cruz (Rm 1.3-4; 4.24-25).
A ressurreição é a p romessa e também a 
garantia do ju ízo final. Sua promessa é que os cristãos 
podem ser aceitos por Deus, viverem uma vida 
agradável a Deus e estarem seguros da vitór ia sobre a 
morte ( IC o 15.55-57). Por outro lado, a ressurreição é 
uma garantia divina de que o ju ízo final dos que rejeita 
a Cristo como Senhor e Sa lvador (At 17.31).
Quando Jesus disse: “Es tá consum ado” , e 
morreu, sua obra pela nossa redenção estava completa. 
Mas uma coisa ainda precisava fazer: “ ... Ressusci tou, 
tendo em vista a nossa ressurreição” (Rm 4.25).
A ressurreição de Cristo é a ousada
' O centro, a essência, o íntimo, a alma. A par te fundamental ; o 
principal.
85
proclamação, ao universo, de que a morte de Cristo foi 
eficaz; que as forças das trevas haviam sido 
conquistadas; e que, em triunfo, o vitorioso Cristo 
ressurgira do sepulcro, garantindo, assim, a nossa 
própria ressurreição.
O grande capítulo da ressurreição, no livro 
de ICorín t ios capí tu lo 15 encerra-se com o anúncio 
ex tá t ico1: “Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó 
morte, o teu aguilhão? onde está, ó inferno, a tua 
vitória? Ora o aguilhão da morte é o pecado, e a força 
do pecado é a lei. Mas graças a Deus, que nos dá a 
vitória por nosso Senhor Jesus Cris to” ( IC o 15.54-57).
Importamo-nos de enfat izar que a 
ressurreição de Jesus foi corpórea e genuína, e o fez 
sair do estado da morte real, é o milagre cardeal da 
Bíblia, sobre o qual repousavam a fé e a salvação.
Aqueles que eliminam categoricamente a 
possibi l idade de milagres no universo tentam 
desesperadamente uma resposta à ressurreição de Jesus. 
Alguns negam que Ele tenha realmente morr ido; 
afirmam que Ele simplesmente desmaiou, recuperando- 
se na umidade do túmulo. Mas Jesus meio morto, a 
arrastar-se para fora do sepulcro, d if ic i lmente teria 
inspirado os apóstolos a arriscarem suas vidas na 
proclamação do evangelho.
Outros asseveram que somente o seu espíri to 
foi ressuscitado, mas os discípulos puderam tocar nEle 
(Jo 20.27). Ele não era apenas um fantasma ou espíri to 
(Lc 24.37-39).
Ainda outras dizem que Pedro caiu no sono 
quando estava a bordo, sonhou que Jesus estava na 
praia. Ainda dormindo, pulou para fora da embarcação 
e, em seu sono, caminhou até a praia. Ao despertar, viu
1 Posto em êxtase; absorto, enlevado.
86
as cinzas de um acampamento do dia anterior, que 
a lguém havia deixado, e tudo lhe padeceu tão real que 
começou a dizer que t inha visto a Jesus. Isso levou 
outras pessoas a terem alucinações e pensar que 
também tinham visto o Cris to ressusci tado. Mas 
aqueles que concordaram com essa idéia precisavam de 
uma grande fé para crer que Pedro não acordou ao 
at irar-se à água, e que sua a lucinação foi forte o 
sufic iente para convencer a todos os discípulos e as 
outras pessoas de ter visto Jesus e os fazer vê-lo 
também.
Ainda outros entendem que os discípulos , em 
seu entusiasmo, menti ram sobre os fatos. Mas 
novamente , d if ic i lmente se d ispor iam eles a morrer 
pelo evangelho se soubessem, em seus corações, que 
estavam mentindo.
Vários pontos inequívocos na ressurreição de 
Jesus precisam ser re lembrados. U m a pedra foi rolada 
para a ent rada do sepulcro, tapando-o. Mas quem a 
teria rolado para fora? Os judeus e os romanos haviam 
deixado ali uma guarda; e não foram essas sentinelas 
que ro la ram a pedra para fora da boca do túmulo, por 
certo os soldados es tavam cientes que seriam 
condenados a morte se o fizessem.
Quanto aos discípulos, es tavam com medo, 
escondidos, e as mulheres que vie ram ao sepulcro não 
t inham forças para removê-la . A resposta da Bíblia, 
que anjos foram responsáveis pela re tirada da pedra, é 
a única explicação sensata.
O testemunho de mais de 500 pessoas, 
cobr indo nada menos de dez aparições do Senhor, serve 
de poderosa confirmação/ à rea lidade do evento. 
Qualquer pessoa da época poderia facilmente rebater o 
testemunho deles, enquanto os Evangelhos eram 
escritos ( IC o 15.6). No entanto, não há evidências de
87
que alguém tenha podido consta ta r os discípulos.
As demais, a parte de uma genuína 
ressurreição, ninguém pode explicar de modo adequado 
à mudança dramática ocorrida nos discípulos, teria sido 
necessário muito mais que a lucinações em massa para 
levá-los a obedecer ao Senhor e permanecer em 
Jerusa lém, a esperar pelo prometido Espíri to Santo; 
além disso, os judeus não poderiam apresentar o corpo 
do Senhor, o argumento favorito era que os discípulos 
o haviam roubado, à noite, mas não é fácil l ivrar-se de 
um cadáver, e não há a mín im a indicação de que os 
l íderes judeus t inham comissionado quem quer que 
fosse para dar busca ao corpo de Jesus. Pelo contrário, 
deram dinheiro aos soldados, para que mentissem sobre 
o que haviam preservado (Mt 28.11-15).
Examinando-se os fatos de modo objetivo, 
conclui-se que não existe explicação adequada para a 
sobrevivência , o crescimento e o impacto sobre a 
c ivil ização mundial da minúscula igreja de Jerusa lém à 
parte do túmulo vazia.
O corpo ressurreto de Jesus trazia várias 
caracter ís t icas notáveis. Os fatos ocorridos dentro do 
sepulcro permanecem envoltos de mistérios. Não quis o 
Senhor desvendá-los neste lado da eternidade ( IC o 
15.35-44). Entretanto, certas coisas foram reveladas.
Os Evangelhos revelam que o corpo 
ressurreto de Jesus era real, o mesmo que fora 
sepultado. Ele continuava com a capacidade de ocupar- 
se em atividades físicas apropr iadas ao corpo humano, 
por exemplo, Ele comeu (Lc 24.39-44). Entretanto, em 
adição às capacidades humanas, o corpo ressurreto de 
nosso Senhor fora transformado, e agora possuía 
algumas propriedades incomuns. Algumas l imitações 
naturais ao corpo humano haviam desaparecido.
88
Pedro viu a m o r ta lh a1 da cabeça enro lada 
como um turbante (o que indica que preservava o 
mesmo formato de quando enro lava na cabeça de 
Jesus), e que os panos de l inho que enrolavam o corpo 
continuavam no túmulo, mas evidentemente , não 
compreendeu tudo no começo.
Em seguida, João também entrou no 
sepulcro, “e viu e c reu” (Jo 20.8), em outras palavras, 
reconheceu que Jesus saiu através dos panos enrolados, 
e, em conseqüência, acreditou (Jo 20.6-8).
Jesus também atravessou portas trancadas 
para estar com os discípulos, e desvaneceu-se diante da 
vista de dois outros de seus seguidores, que haviam 
andado com Ele na estrada para Emaús.
Talvez rápidos vis lumbres do corpo 
ressurreto de Cristo indiquem o estado de nossos 
corpos glori ficados, no tempo da ressurreição final dos 
crentes, quando todos forem transformados ( IC o 
15.51).
Quarenta dias de aparições aos discípulos, 
após a ressurreição, te rminaram com a ascensão de 
Jesus aos céus. Ali, no monte das Oliveiras, diante da 
cidade de Jerusalém, Jesus foi tomado corporalmente , 
enquanto uma grande companhia de discípulos 
contemplava tudo (At 1.9-11). Aquele movimento 
dramático encerrou o período da encarnação, no qual o 
Deus-Homem, Cristo Jesus, viveu em presença física 
sobre a terra.
Quando a nuvem o ocultou dos discípulos, 
Ele entrou no céu (Hb 4.14; IPe 3.22), onde assumiu 
uma nova fase em seu ministério .A obra da redenção 
foi real izada com sucesso, e Ele deixou aos discípulos 
cuidadosas instruções quanto ao programa que havia
1 Vest idura em que se envolve o cadáver que vai ser sepultado.
89
iniciado: a Igreja. Também os mandara esperar pela 
promessa do Pai, o Espíri to Santo, que continuaria a 
sua obra na terra, através deles.
> A ascensão e a exaltação de Cristo.
Terminada a fase associada à humilhação e à 
morte, sua ascensão inaugura o começo de um reino de 
exaltação. Nós como crentes recebemos vários e 
impor tantes benefícios pela ascensão e exal tação de 
Cristo. O exal tado Senhor é a tualmente nosso amigo e 
advogado, a mão direita do Pai, engajado no ministér io 
da intercessão em nosso favor (Rm 8.34; Hb 7.25 e l Jo 
2.1), uma nova fase de seu ministér io sacerdotal.
Nosso grande Sumo Sacerdote encontra-se 
agora assentado, o que evidência o término de sua obra 
expiatória. Temos a certeza de que: “Se confessarmos 
os nossos pecados, Ele é fiel e jus to para nos perdoar 
os pecados e nos puri ficar de toda in jus tiça” ( l J o 1.9). 
Acresça-se a esta promessa a garantia de que um lugar 
está sendo preparado ali para nós, e que Ele cuidará 
para que haja mansões sufic ientes para todos os 
remidos (Jo 14.1-3).
A palavra “m ansões” vem do grego monai e 
deriva-se do verbo memo, que significa “ficar” , 
“habitar” , “estar pe rm anentem ente” , “con t inuar” , 
“permanecer” . Isto indica que diferente de nossa 
permanência temporár ia na terra estará com o Senhor 
para sempre ( lT s 4.15).
“Muitas” indicam que Deus não estabeleceu 
em limite ao número de pessoas que vão habitar nas 
mansões celestiais, e f in t lm en te , sua exaltação fez-se 
acompanhar pelo envio do Espíri to Santo para ser 
“Outro Consolador” ou “Ajudador” (Jo 14.16-26).
Depois da ressurreição, Cristo subiu aos céus 
(At 1.9-11), onde está exaltado, à destra de Deus (Hb 
1.3), em uma posição de honra.
90
S Tendo se assentado à destra de Deus, Cristo 
comprova que sua obra na cruz está consumada.
■f Sua posição à destra de Deus significa que Ele 
compar ti lha do governo, do domínio, do poder e 
da autor idade de Deus, as quais o carac terizam.
S A destra de Deus, Jesus exerce o sacerdócio , 
in tercedendo pelo que lhe per tence (Rm 8.34; Hb 
7.25). Ass im, ele age como advogado de defesa 
( l J o 2.1) de sua Igreja, sobre a qual é o cabeça 
(Ef 1.22). Depois disso, ele voltará para 
consumar o plano redentor de Deus.
Questionário
■ Assinale com “X ” as alternativas corretas
6. A razão central da encarnação de Jesus era
a ) D Sua morte
b ) l_j Ensinar uma nova doutrina
c ) 1 I O seu minis té rio terreno de milagres
d ) [_| Fundar um novo segmento religioso
7. A idéia de redenção está re lacionada de modo vital
com temas como
a) |_| Livramento, celebração e resgate
b ) I_| Livramento, ba tismo e resgate
c ) lx~l Livramento, l ibertação e resgate
d ) I_] Livramento, eleição e resgate 8
8. Tirar a humanidade caída da alienação e levá- la a um
estado de paz e de harmonia com Deus, significa
a) |______ ] Redenção
b) [_1 Reconcil iação
c ) |_ | Expiação
d ) |______ | Consternação
91
■ Marque “C ” para Certo e “E ” para Errado
9 . Q A ressurreição é a promessa e também a garantia 
do ju ízo final
10. r A ressurreição de Jesus foi corpórea e genuína, e 
o fez sair do estado da morte real
92
Lição 4
A Doutrina do Espírito Santo - 
Pneumatologia I a Parte
Pneumatologia é a ciência que estuda a 
ex is tência do Espíri to Santo, sua natureza divina, seus 
atributos e manifestações, seu re lacionamento com 
Deus e com Cristo, bem como sua atuação em relação 
ao universo físico e espiri tual , os seres e as coisas.
Apesar dos esforços que muitos têm 
empreendido para negar sua exis tência e poder, o 
Espí ri to Santo é um ser dotado de personalidade. Um 
ser moral, pessoal e d iv ino .
E essencial que os crentes reconheçam a 
impor tância do Espíri to Santo no plano divino da 
redenção.
^1. Sem a presença dEle/neste. m u iu k q j i ã o haveria a 
criação, Q_LLnjjverso, |nem a raça humana>(Gn 1.2; 
Jó 26.13;(33.4:)S1 104.3 0 ) 7 ^
^ / Sem Ele, n ão teríamos a BíbIiã^(2Pe 1.21), nem o 
Novo T estamento (Jo 14.26, ICo 2.10) e nenhum 
/pode r parã~procIamar o evangelho (At 1 . 8 ) ^
S (S e m o Espíri to Santo,~>não haver ia fé, nem(noVcT) 
nasc im ento>fiem santidade]e nenhum cristão nésfe 
mundo.
93
A Natureza do Espírito Santo
A natureza do Espíri to Santo se evidencia 
através da sua personal idade singular, da sua 
divindade, dos seus nomes e s ímbolos conforme 
revelam o Antigo e o Novo Testamento.
> O Espírito Santo é uma pessoa.
A pessoa do Espíri to não pode ser 
confundida com alguma ( f orma corpórea?~j Ele não 
necessi ta de corpo material para manifestar-se . Sua 
personalidade é espiri tual e in corpórea .gNão se trata de 
um espíri to cr iado como um anjo ou um homem.
A palavra “espír i to” deve ser in terpretada 
com cuidado.
•S Em re lação ao homem, seu espír i to foi criado 
por Deus.
■S Em relação ao próprio Deus, a pa lavra “esp ír i to” 
ganha um sentido especial , porque Ele é o 
“Espír i to E terno” (Hb 9.14). Ele é o Espíri to 
pessoal com todas as manifes tações próprias da 
sua personalidade.
Ao referir-se ao Espíri to Santo , a Bíblia 
uti l iza-se de pronomes pessoais. Encontramos em João 
16.8,13,14 pronomes pessoais como: ele, aquele, dele, 
etc. Em João 14.16 temos a expressão “outro 
Conso lador” referindo-se ao Espíri to Santo como 
Pessoa.
Ao afirmar que enviaria o Espír i to Santo, o 
Consolador, Jesus usou o pronome grego allos (outro), 
significando “outro do mesmo tipo” . Isto quer dizer 
que Ele enviar ia outra pessoa especial , o “parac le to” 
que ficaria com seus discípulos para sempre. O termo 
grego “p a ra c le to ” significa “aquele” que vem para 
socorrer, ajudar, assistir.
94
O Espíri to Santo exerce atributos de uma 
personalidade. Há, pelo menos, três atributos que 
revelam a personal idade do Espíri to, que são: o
intelecto, a vontade e o sen t im en to .
S Através do intelecto^o Espíri to Santo fala} pensa, 
raciocina e têm poder de determinação, e lementos 
típicos de pe rsonalidade (Rm 8.27; 1 Co 2.10,11, 
16);
•*é Através do desejo humano o Espíri to Santo tem o 
poder de agir de conformidade com a vontade * 
divina (Hb 2.4). Um elemento proeminente de sua 
vontade é a l iberdade de dis tribuir seus dons aos 
homens ( IC o 12 .11);
U Em relação ao/ sentimento jdo Espíri to, é evidente 
que Ele possui todos os graus de afeição e 
sensibi l idade de quem ama, consola, geme, chora 
e intercede (Rm 8.26,27; Ef 4.30).
Muitos ignoram que o Espíri to Santo 
realmente é uma pessoa. Eles acreditam que seja uma 
força impessoal, uma inf luência ou um sent imento 
avivado. Porém, o Espíri to Santo é uma pessoa, a 
terceira pessoa da Trindade.
A Bíblia usa pronome pessoal em re lação a 
Ele. Está escrito: “Quando vier o Espíri to da verdade, 
l^ele ' vos guia rál!) (Jo 16.13a). “Quando ele vier, 
convencerá o m u n d o ” (Jo 16.8a).
A Bíblia confere-lhe atributos de uma pessoa:
Atributos Referências
Tem vontade ICo 12.11
Conhece ICo 2.11b
Tem sentimento Ef 4.30a
Ama Rm 15.30
95
Atribuem-lhe ati tudes de uma pessoa:
Atitudes Referência
Fala Ap 2.7,11, 17,29; 3.6,13,22
Test if ica Jo 15.26; Rm 8.26
Intercede Rm 8.26
Guia Rm 8 . 14a
Ensina ICo 2.13
A Bíblia descreve ati tudes de pessoas com a do 
Espíri to Santo:
Ananias e Safira menti ram ao Espíri to Santo (At 
5.3);
■S Alguém pode falar contra o Espíri to Santo (Mt 
12.32);
■/ É possível alguém entristecer o Espíri to (Ef 4.30);
v' Devemos obedecer ao Espírito Santo (At 5.32b).
> Nomes divinos são dados ao Espírito Santo.
Nas Escr ituras, o Espíri to Santo é
expressamente chamado Deus (At 5.9) e também é 
chamado Senhor (2Co 3.18). Ele possui os atributos de 
Deus e realiza obras que só o Alt íssimo poderia 
realizar.
Se o Espíri to Santo existe como ser divino 
significa que Ele não é meramente uma parte deste ser, 
mas é o próprio Deus Espíri to (Jo 4.24). Ele tem 
existência própria sem dissociar-se da d iv indade (Hb 
9.14). As três pessoas da Trindade são dis t intas em 
suas manifestações, mas per tencem à mesma essência 
indivisível e eterna.
O Espíri to Santo não se originou em nada e 
em ninguém. Ele é eterno. Ele é Deus.
Além de nomes, o Espíri to Santo detém 
atributos divinos, como:
96
S Eternidade (Hb 9.14);
■f Onipresença (SI 139.7-10);
Onipotência (Lc 1.35);
■f Onisciência ( IC o 2.10).
Outra incontestável prova da d iv indade do 
Espíri to Santo é que Ele realiza trabalhos exclusivos de 
Deus. Por exemplo:
■ Foi o Espír i to de Deus quem deu a vida à 
Criação (Gn 1.2);
■ E o Espíri to Santo quem transforma o homem 
pecador em uma nova criatura, por meio do novo 
nascimento (Jo 3.3-8).
■ Foi o Espíri to Santo quem levantou a Cristo da 
morte, mediante a ressurreição (Rm 8.11),
> Como Deus Pai e Deus Filho, o Espírito Santo é 
membro da divindade.
His toricamente os arianos, sabelianos e 
salvianos consideram-no como uma força que vem do 
Deus eterno, mas estes grupos foram considerados 
heréticos pela Igreja Ortodoxa.
A própria Bíblia chama Deus ao Espíri to 
Santo. Entre as coisas que Jesus ordenou que seus 
discípulos fizessem, pouco antes de sua ascensão, 
estava: ‘'Portanto , ide e fazei discípulos de todos os 
povos, batizando-os em nome do Pai e do Fi lho e do 
Espíri to Santo” (Mt 28.19).
Jesus colocou de modo claro o Espíri to Santo 
na mesma posição do Pai e do Filho. Diz que o Espíri to 
tem a mesma autoridade, poder e glória que Eles. Isso 
se verifica por toda a Bíblia.
S Espíri to de Deus ( I C o 3.16; Gn 1.2);
S Espíri to de Cristo (Rm 8.9);
■S Espíri to Santo (At 1.5);
97
V Espíri to de Vida (Rm 8.2);
-V Espíri to de Adoção (Rm 8.15).
> Os símbolos do Espírito Santo.
Eles representam a ação do Espí ri to Santo 
através dos vários ministérios que exerce em favor do 
povo de Deus.
1) Fogo (Lc 3.16).
Fala da sua grande força em relação às 
diversas maneiras de sua operação, para corrigir os 
defeitos da nossa natureza decaída e conduzir-nos à 
perfe ição que deve adornar os filhos de Deus. Mais 
do que isto, o fogo fala da ação puri f icadora do 
Espíri to Santo.
2) Vento (At 2.2).
Jesus falou do vento como símbolo do 
Espíri to Santo. O vento apesar de invis ível é real. 
Não podemos tocá-lo nem compreendê-lo , mas o 
sentimos. A sua ação independe do querer ou não do 
homem. Isto fala da ação soberana do Espír i to Santo. 
A mesm a pa lavra “p n e u m a ”, que é usada em 
referência ao Espíri to, é também traduzido por 
“ vento” , “ar” , ou “fôlego” .
3) Água, Rio, Chuva (Jo 7.37-39).
4) Óleo e Azeite (Zc 4.2-6).
Sim bolizando o Espíri to Santo, o óleo era 
usado nas solenidades consagratórias de profetas, 
sacerdotes e reis em Israel. E considerado símbolo do 
Espíri to Santo porque era usado nos ri tuais do Antigo 
Tes tamento , correspondendo à operação real do 
Espíri to Santo na vida do crente hoje.
98
5) Selo (Ef 1.13).
O selo é prova de propr iedade, legit imidade, 
autoridade, segurança ou preservação. Estas palavras 
expressam a si tuação daqueles que foram selados pelo 
Espíri to Santo.
6. Pomba (Mt 3.16-17).
O Espíri to Santo veio sobre os discípulos no 
dia de Pentecostes, em forma de fogo - havia o que 
queimar. Sobre Jesus, no entanto , veio em forma 
corpórea duma pomba - s ímbolo da pureza e da 
inocência de Cristo.
O Espírito Santo no Antigo Testamento
O Espíri to Santo é a terceira pessoa do Deus 
Eterno, Trino e Uno (Mc 1.11). Embora a plenitude do 
seu poder não t ivesse sido reve lada antes do ministér io 
de Jesus e, posteriormente , no Pentecoste (ver At 2), há 
trechos do AT que se re ferem a Ele e à sua obra. Este 
estudo examina os ensinamentos do Antigo Testamento 
a respeito do Espíri to Santo.
A palavra hebraica para “Espír i to” é ruah, 
que, às vezes, é traduzida por “ven to” e “sopro” . Sendo 
assim, as referências no AT ao sopro de Deus e ao 
vento da parte de Deus (Gn 2.7; Ez 37.9,10, 14) 
também podem referir-se à obra do Espíri to de Deus.
> A obra do Espírito Santo no AT.
A Bíblia descreve várias at ividades do 
Espíri to Santo no AT.
1) O Espír ito Santo desempenhou um pape l ativo na 
criação.
O segundo versículo da Bíblia diz que “o 
Espíri to de Deus se movia sobre a face das águas” 
(Gr 1.2), preparando tudo para que a palavra criadora
99
de Deus dessa forma ao mundo. Tanto o Verbo de 
Deus (i.e., a segunda pessoa da Trindade) quanto o 
Espíri to de Deus, foram agentes na criação (ver Jó 
26.13; SI 33.ó).
O Espíri to também é o autor da vida. Quando 
Deus criou Adão, foi indubitavelmente o seu Espíri to 
quem soprou no homem o fôlego da vida (Gn 2.7; cf. 
Jó 27.3). O Espíri to Santo cont inua a dar vida às 
cr iaturas de Deus (Jó 33.4; SI 104.30).
2) O Espír ito estava ativo na comunicação da 
mensagem de Deus ao seu povo.
Era o Espíri to, por exemplo, quem instruía 
os israeli tas no deserto (Ne 9.20).
Quando os salmistas de Israel compunham 
seus cânticos, faziam-no mediante o Espíri to do 
Senhor (2Sm 23.2; cf. At 1.16,20; Hb 3.7-11).
Semelhantemente , os profetas eram 
inspirados pelo Espíri to de Deus a declarar sua 
palavra ao povo (Nm 11.29; IS m 10.5,6,10; 2Cr 
20.14; 24.19,20; Ne 9.30; Is 61.1-3; Mq 3.8; Zc 7.12; 
cf. 2Pe 1.20,21). Ezequiel ensina que os falsos 
profetas “ seguem o seu próprio espír i to”, ao invés de 
andarem segundo o Espíri to de Deus(t(Ez 13.2,3).,
Era possível , entretanto , o Espíri to de Deus 
vir sobre alguém que não t inha um re lacionamento 
genuíno com Deus para levá-lo a entregar uma 
mensagem verdadeira ao povo (Nm 24.2). 3
3) A l iderança do povo de Deus no A T era 
for talecida pelo Espír ito do Senhor.
Moisés, por exemplo, estava em tão estreita 
ha rmonia com o Espíri to de Deus que compar ti lhava 
dos próprios sentimentos de Deus; sofria quando Ele 
sofria, e f icava irado contra o pecado quando Ele se 
irava (Êx 32.19; 33.11).
100
Quando Moisés escolheu, em obediência à 
ordem do Senhor, setenta anciãos para ajudá-lo a 
liderar os israeli tas, Deus tomou do Espíri to que 
estava sobre Moisés , e o colocou sobre eles (Nm 
11.16,17). Semelhantemente , quando Josué foi 
comissionado para que sucedesse Moisés como líder, 
Deus indicou que “o Esp ír i to” (i.e., o Espíri to Santo) 
estava nele (Nm 27.18).
O mesmo Espíri to veio sobre Gideão (Jz 
6.34), Davi ( I S m 16.13) e Zorobabel (Zc 4.6).
Noutras palavras, no Antigo Testamento a 
maior qualif icação para a l iderança era a presença do 
Espíri to de Deus.
4) O Espírito de Deus também vinha sobre 
indivíduos a f i m de equipá-los para serviços 
especiais.
A José, um exemplo notável, foi dado o 
Espíri to para capacitá-lo a agir de modo eficaz na 
casa de Faraó (Gn 41.38-40). Note, também, Bezalel 
e Aoliabe, aos quais Deus concedeu a plenitude do 
seu Espíri to para que fizessem o trabalho art íst ico 
necessár io à construção do Tabernáculo , e também 
para ensinarem aos outros (ver Êx 31.1-11; 35.30-35).
A plenitude do Espíri to Santo, aqui, não é 
exa tamente a mesma coisa que o batismo no Espíri to 
Santo no Novo Testamento. No Antigo Testamento, o 
Espíri to Santo vinha sobre uns poucos indivíduos 
selecionados para servirem aDeus de modo especial , 
e os revestia de poder (Êx 31.3-4).
O Espíri to do Senhor veio sobre muitos dos 
ju ízes , tais como Otniel (Jz 3.9,10); Gideão (Jz 6.34); 
Jef té (Jz 11.29) e Sansão (Jz 14.5,6; 15.14-16). Estes 
exemplos reve lam o princípio divino que ainda
101
perdu ra1: quando Deus opta por usar grandemente 
uma pessoa, o seu Espíri to vem sobre ela.
5) Havia, ainda, uma consciência no A T de que o 
Espír ito desejava guiar as pessoas no terreno da 
retidão.
Davi dá testemunho disto em alguns dos seus 
salmos (SI 51.10-13; 143.10).
O povo de Deus, que seguia o seu próprio 
caminho ao invés de ouvir a voz de Deus, recusava-se 
■a seguir o caminho do Espíri to Santo (Ex 16.2-3).
Os que deixam de viver pelo Espíri to de 
Deus exper imentam, inevitavelmente, alguma forma 
de castigo divino (Nm 14.29).
Note que, nos tempos do AT, o Espíri to 
Santo vinha apenas sobre umas poucas pessoas, 
enchendo-as a fim de lhes dar poder para o serviço ou 
a profecia. Não houve nenhum derramamento geral do 
Espíri to Santo sobre Israel. Este derramamento de 
forma mais ampla (cf. J1 2.28,29; At 2.4,16-18) 
começou no grande dia de Pentecoste.
> A promessa do pleno poder do Espírito Santo.
O Antigo Testamento antegozava2 a era 
v indoura do Espíri to , i.e., a era do Novo Testamento.
1) Em várias ocasiões, os pro fe tas fa la ram a 
respeito do papel que o Espír ito desempenharia 
na vida do Messias.
Isaías, em especial , carac terizou o Rei 
vindouro, o Servo do Senhor, como uma pessoa sobre 
quem o Espíri to de Deus repousar ia de modo especial 
(ver Is 11.1-4; 42.1; 61.1-3).
1 Durar muito. Continuar a existir; permanecer, persistir, 
subsistir.
2 Antegozar: gozar antecipadamente; prelibar, antegostar.
102
Quando Jesus leu as palavras de Isaías 61, 
em Nazaré, cidade onde morava, te rminou dizendo: 
“Hoje, se cumpriu esta Escr itura em vossos ouv idos” 
(Lc 4.21).
2) Outras profec ias do A T anteviam o período do 
derramamento geral do Espír ito Santo sobre a 
to tal idade do povo de Deus.
Entre esses textos, o de maior destaque é 
Joel 2.28,29, ci tado por Pedro no dia de Pentecoste 
(At 2.17,18). Mas, a mesma m ensagem também se 
acha em Isaías 32.15-17; 44.3-5; 59.20,21; Ezequiel 
11.19,20; 36.26,27; 37.14; 39.29.
Deus prometeu que, quando a vida e o poder 
do seu Espíri to viessem sobre o seu povo, os seus 
seriam capacitados a profetizar, ver visões, ter sonhos 
proféticos, viver uma vida em santidade e retidão, e a 
tes temunhar com grande poder.
Por conseguinte , os profetas do Antigo 
Testamento previram a era messiânica. E, a respeito 
dela, profet izaram que o derramamento e a plenitude 
do Espíri to Santo viriam sobre toda a humanidade. E 
foi o que aconteceu no domingo do Pentecoste (dez 
dias depois de Jesus ter subido ao céu), com uma 
subseqüente gigantesca colhei ta de almas (cf. J1 
2.28,32; At 2.41; 4.4,49).
103
Questionário
■ Assinale com “X” as al ternativas corretas
1. Pneumato logia é a ciência que estuda
a ) [_j A atuação dos anjos em analogia ao universo
espiri tual , os seres e as coisas
b ) [ ] O re lacionamento de Deus com Cristo
c ) |_| A ação do Homem em relação ao universo
físico, os seres e as coisas
d) \ 3 A existência do Espíri to Santo, sua natureza
divina, seus atributos e manifestações
2. Quanto ao Espíri to Santo, é correto dizer que
a) | I A pessoa do Espíri to Santo não pode ser
confundida com alguma forma corpórea
b ) D Ele não necessi ta de corpo espiri tual para
manifestar-se
c ) D Sua personalidade é material e corpórea
d) Se trata de um espíri to criado como um anjo 
ou um homem 3 4 5
3. Foi ci tado por Pedro no dia de Pentecoste
a ) | I Isaías 44.3-5
b ) 0 Ezequiel 11.19,20 
c j p l Joel 2.28,29 
d ) D Isaías 32.15-17
■ Marque “C ” para Certo e “E ” para Errado
4 . [~] O Espíri to Santo não é um ser dotado de 
personal idade , é um ser impessoal, porém, divino
5 . [' 1 Além de nomes, o Espíri to Santo detém atributos 
divinos , como: onipresença, onisciência , onipotência
104
O Espírito Santo no Novo Testamento
As obras do Espíri to Santo provam a sua 
divindade, assim como as obras que Jesus realizou 
como homem comprova que Ele é o Fi lho de Deus (Jo 
5.36; 10.25,38; 14.11).«?O Espíri to sempre opera em' 
conjunto com a Trindade, pois é o at ivador de todas as 
coisas.
> A revelação do Espírito Santo no N T.
l ) ( o E spírito Santo é o agente da salvação. V
Nisto Ele \convence-nos / do pecado (Jo 
16.7,8), revela-nos a verdade a respeito de Jesus (Jo 
14.16,26), ( r eal iza o novo n a s c im e n to ' ( Jo 3.3-6), e 
faz-nos membros do corpo de Cristo ( I C o 12.13). Na 
conversão, nós, crendo em Cristo, recebemos o 
Espíri to Santo (Jo 3.3-6; 20.22) e nos tornamos co- 
par tic ipantes da natureza divina (2Pe 1.4).
Uma das p r in c ip a i s at ividades do Espíri to 
Santo é ( trabalhar na vida dos pecadores a f im de 
.convencê- los de seus pecados e da perdição eterna.
O Espíri to Santo, em seu re lacionamento 
com os homens, opera em três d imensões dist intas: na 
m en te , no sentimento e na von tade .
■ Na esfera da m ente. Ele opera no intelecto 
humano convencendo o pecador acerca de sua 
necessidade de um Salvador pessoal.
■ Na esfera do sentim ento. Ele procura sens ibil izar 
o pecador acerca do seu estado espiri tual 
procurando persuadi- lo à decisão para a salvação. 
Pela área do sentimento, o Espír i to conduz o 
pecador à emoção e à alegria de receber a dádiva 
divina: a salvação e Cristo. Ele mostra-lhe a 
impor tância dessa decisão (Jo 1.12), levando o 
pecador a confessar e a deixar o pecado (Pv 28.13; 
2Tm 2.19; l Jo 1.9).
105
■ Na esfera da vontade. O Espíri to Santo desperta 
o desejo ia decisão por Cristo (Jo 16.8-10).
A missão do Espíri to Santo é convencer o 
pecador sobre seu estado de perdição eterna, caso não 
aceite a única providência divina para salvação da 
humanidade: a expiação do pecado m ediante o 
sacrifíc io v icário de Cristo. _
ÇÕ pecador não é forçad^ jp e lo Espíri to Santo 
a decidir -se ao lado de Cristo, ou a reconhecer-se 
culpado. O Espíri to não uti l iza argumentos da lógica 
humana; convence-o simplesmente pelo seu poderoso, 
amoroso e persuasivo testemunho.
O Espírito convence da justiça.
Ao convencer o pecador de suas
transgressões e, consequente dependência de Deus, o 
Espíri to da verdade apresenta convincentemente a 
única solução para o homem; a redenção mediante a 
“jus t iça de Cris to” (Rm 3.21-25).
O Espírito convence do juízo (Jo 16.8,11).
Cris to recebeu a condenação da nossa culpa 
(Is 53.4,5) que foi o ju ízo imedia to contra o pecado. 
Porém, aqui a palavra “ju í z o ” possui, também, 
sentido futuro, ou seja, o ju ízo divino que será 
derramado sobre aqueles que re je ita rem a graça 
salvadora de Cristo oferecida hoje.
O Espíri to Santo trabalha diu turnamente no 
sentido de convencer as pessoas acerca do inevitável 
ju ízo futuro contra o pecado, os pecadores e o diabo. 
De certo modo, o ju ízo contra o diabo já foi 
decretado na consumação da obra expia tória de Cristo 
(Cl 2 14,15). Um dia todos os ímpios, de todas as 
eras, haverão de comparecer perante o grande Trono 
Branco no Juízo Final (Ap 20.11-15).
106
Há muita diferença entre senti r s impatia pelo 
evangelho e converter-se s inceramente a Cristo. 
Entretanto, quando alguém ouve atentamente a voz do 
Espíri to de Deus e se convence da verdade do 
evangelho, sua vida é radicalmente mudada,
transformada. ~
---------- "Após o derramamento do Espír i to no Dia de
Pentecostes, o apóstolo Pedro levantou sua voz e 
pregou com autoridade:“Arrependei-vos, pois, e 
convertei-vos , para que sejam apagados os vossos 
pecados” (At 3.19). O ra , a conversão promove 
.■■-'mudança de com põrtamentõT)é como dar meia volta e 
re tornar para Deus.
A verdadeira conversão traduz-se no
arrependimento sincero do pecador e na imedia ta 
regeneração operada pelo Espíri to Santo no interior 
do homem. Quando o homem “nasce de novo” , sua 
nova vida em Cristo torna-se o centro das operações 
do Espíri to, que produzem benef ícios , tanto para o 
próprio crente como para a Igreja, o “corpo de 
Cris to” .
O trabalho do Espíri to é confi rmar a 
salvação recebida (Rm 8.16), dando ao novo crente a 
certeza de que está realmente salvo. A parti r de 
então, o Espíri to Santo conduz o crente à vitória 
sobre o pecado, que antes o dominava.
Vivendo no domínio do Espíri to o crente está 
apto a dominar as concupiscências da carne e o 
mundo (Rm 8.4; G1 5.16). _________ _
2 )1 0 E sp írito Santo é o agente da nossa j
( san tif icaç ã o . ______________________________
 ^ ^ Na conversão, o Espíri to passa a habita r no
crente, que começa a viver sob sua inf luência 
sant if icadora (Rm 8.9; ICo 6.19). Note algumas das 
coisas que o Espíri to Santo faz, ao habita r em nós.
107
Nos santifica, li.e., purifica, dirige e leva-nos a 
uma vida santa, l ibertando-nos da escravidão do 
pecado (Rm 8.2-4; G] 5.16.17: 2Ts 2.13): 
/T e s tif ica que s o m o s J j lhos de Deus])(Rm 8.16), 
ajuda-nos na adoração a Deus (At 10.45.46; Rm 
8.26,27) e na nossa vida de oração, e intercede por 
nós quando clamamos a Deus ÍRm Ã_2fL2-7U- - 
'P roduz em nós as qualidades do caráter de C r is to , 
que Q glorificam (G1 5.22,23; IPe 1.2);
| É o nosso mestre div ino^ que nos£guia)em toda a 
verdade (Jo 16.13; 14.26; ICo 2.10-16) e também 
nos revela Jesus e nos guia em estreita comunhão 
e união com Ele (Jo 14.16-18; 16.13-14);
Nos comunica, sempre, o amor de Deus)(Rm 5.5) e 
nos alegra, consola e ajuda (Jó~J4 ,16T lTs 1.6).
3) O Espírito Santo é o agente divino para o serviço 
do Senhor.
O Espíri to Santo reveste os crentes de poder 
para realizar a obra do Senhor e dar testemunho dEle. 
Esta obra relaciona-se com o batismo ou com a 
plenitude do Espíri to.
Quando somos batizados no Espíri to, 
recebemos poder para testemunhar de Cristo e 
trabalhar de modo eficaz na igreja e diante do mundo 
(At 1.8). Recebemos a mesma unção divina que 
desceu sobre Cristo (Jo 1.32,33) e sobre os discípulos 
(At 2.4), e que nos capaci ta a proclamar a Palavra de 
Deus (At 1.8; 4.31) e a operar milagres (At 2.43; 3.2- 
8; 5.15; 6.8; 10.38).
_______ Q plano de Deus é que todos o s cristãos
(átuafs^recebam o batismo no E sp írito San to |(At 2.39).
Para realizar o trabalho do Senhor, o Espíri to 
Santo outorga dons espiri tuais aos fiéis da Igreja para 
edificação e for ta lecimento do corpo de Cristo ( IC o
108
12-14). Estes dons são uma manifestação do Espíri to 
através dos santos, visando o bem de todos ( IC o 
12.7-11).
O Espíri to Santo é o agente divino que batiza 
ou implanta os crentes no corpo único de Cristo, que 
é sua Igreja ( IC o 12.13) e que permanece nela ( IC o 
3.16), edif icando-a (Ef 2.22), e nela inspirando a 
adoração a Deus (Fp 3.3), dirigindo a sua missão (At 
13.2,4), escolhendo seus obreiros (At 20.28) e 
concedendo-lhe dons ( IC o 12.4-11), escolhendo seus 
pregadores ( I C o 2.4), resguardando o evangelho 
contra os erros (2Tm 1.14) e efe tuando a sua retidão 
(Jo 16.8; ICo 3.16; IPe 1.2).
As diversas operações do Espíri to são 
complementares entre si, e não contraditórias. Ao 
mesmo tempo, essas at ividades do Espíri to Santo 
formam um todo, não havendo plena separação entre 
elas. Alguém não pode ter:
V A nova vida total em Cristo;
•f Um santo viver;
V O poder para testemunhar do Senhor;
■S A comunhão no seu corpo, sem exercitar estas 
quatro coisas.
Por e x em p lo: uma pessoa não pode conservar 
o ba ti smo no Espíri to Santo se não viver uma vida de 
retidão, produzida pelo mesmo Espíri to , que também 
'quer conduzir esta mesma pessoa no conhecimento 
das verdades bíblicas e sua obediência às mesmas.
Jesus e o Espírito Santo
Jesus t inha um re lacionamento especial com 
o Espíri to Santo, que é de suma importância para nossa 
vida pessoal. Vejamos a seguir as l ições práticas desse 
re lacionamento:
109
> As profecias do Antigo Testam ento.
Várias das profecias do AT sobre o futuro 
Messias afirmam claramente que Ele seria cheio do 
poder do Espíri to Santo (Is 11.2; 61 .1 -3 ). Quando Jesus 
leu Isaíasün-. 1,2~"na sinagoga de Nazaré, acrescentou: 
“Hoj e, se cumpriu esta Escritura em vossos ouv idos” 
(Lc 4.18-21; ver Jo 3.34b).
> Q nascim ento de Jesus.
Tanto Mateus quanto Lucas declaram de 
modo específico e inequívoco que Jesus veio a este 
mundo como resultado de um ato m i lagroso de Deus. 
Foi concebido mediante o Espíri to Santo e nasceu de 
uma virgem, Maria (Mt 1.18,23; Lc 1.27).
Devido à sua concepção milagrosa, Jesus era 
um “ san to” (Lc 1.35), i.e., livre de toda m ácu la1 do 
pecado. Por isto, Ele era digno de carregar sobre si a 
culpa dos nossos pecados e expiá- los (Mt 1.21).
Sem um Salvador perfeito e sem pecado, não 
poderíamos jamais obter a redenção.
> O batism o de Jesus.
Quando Jesus foi bat izado por João Batista, 
Ele, que poster io rmente bat izaria seus discípulos no 
Espíri to, no Pentecoste e durante toda a era da Igreja 
(ver Lc 3.16; At 1.4,5; 2.33,38,39), Ele mesmo 
pessoa lm ente fci ungido pelo Espíri to (Mt 3.16,17; Lc 
3.21,22). O Espíri to veio sobre Ele em forma de uma 
pomba, dotando-o de grande poder para levar a efeito o 
seu minis tério , inclusive a obra da redenção.
Quando nosso Senhor foi para o deserto 
depois do seu batismo, estava “cheio do Espíri to 
San to” (Mt 4.1). Todos os que exper imentarem o 
sobrenatural renascimento espiri tual pelo Espíri to
1 Nódoa, mancha.
110
Santo, devem, como Jesus, exper imentar o batismo no 
Espíri to Santo, para lhes dar poder na sua vida e no seu 
trabalho (At 1.8).
> A tentação de Jesus por Satanás.
Imedia tamente após o batismo, Jesus foi 
levado pelo Espíri to Santo ao deserto, onde foi tentado 
pelo diabo durante quarenta dias (Mt 4.1,2).eFoi pelo 
fato de estar cheio do Espíri to Santo (Mt 4.1) que Jesus 
conseguiu resist ir f irmemente a Satanás e vencer as 
tentações que lhe foram apresentadas.
Da mesma maneira, a intenção de Deus é que 
nunca enfrentemos as forças jgspirituais do mal e do 
pecado sem c poder do Esp í r i toJ Prec isamos estar 
equipados com ã sua plenitude e obedecer-lhe a f im de 
sermos vitoriosos contra Satanás.
Um filho de Deus propriamente dito deve 
estar cheio do Espíri to e viver pelo seu poder.
> O m inistério de Jesu s.
Quando Jesus fez referência ao cumprim ento 
da profecia de Isaías acerca do poder do Espíri to Santo 
sobre Ele, usou também a mesma passagem para 
s in te t iza r1 o con teúdo do seu ministério, a saber: 
pregação, cura e l iber taçãoj(Is 61.1,2; Lc 4.16-19).
O Espírito Santo ungiu Jesus e o capacitou para a 
sua missão.
Jesus era Deus (Jo 1.1), mas Ele também era 
homem ( l T m 2.5). Como ser humano, Ele dependia 
da ajuda e do poder do Espíri to Santo para cumprir 
as suas responsabil idades diante de Deus (cf. Mt 
12.28; Lc 4.1 ,14, Rm 8.11; Hb 9.14).
1 Fazer a síntese de; tornar sintético. Compendiar, resumir, 
substanciar.
111
Somente como homem ungido pelo Espíri to, 
Jesus podia viver, servir e proclamar o evangelho 
(Al 10.38). Nisto, Ele é um exemplo perfe ito para o 
cristão; cada crente deve receber a plenitude do 
Espíri to Santo (At 1.8; 2.4).
> A promessa de Jesus quanto ao EspíritoSanto.
João Bat ista profe tizara que Jesus batizaria 
seus seguidores no Espíri to Santo (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 
3.16; Jo 1.33), profecia esta que o própr io Jesus 
reiterou ÍAt_1.5: 11 . 161. ^
(' Em Lucas 11.13,)Jesus p rom eteu q ue daria o 
Espíri to Santo a todos quantos lhe | ped issem.rTõHõs 
estes vers ículos acima se referem à plenitude do 
Espíri to, que Cristo promete conceder àqueles que já 
são filhos do Pai celestial - promessa esta que foi 
in ic ia lmente cumprida no Pentecoste (ver At 2.4) e 
permanece para todos seus discípulos e que pedem o 
batismo no Espí ri to Santo (At 1.5; 2.38-39).
> A ressurreição de Jesus.
Mediante o poder do Espíri to Santo, Jesus 
ressusci tou dentre os mortos e, assim, foi vindicado 
como o verdadeiro Messias e Filho de Deus. Em 
Romanos 1.3,4 lemos que, segundo o Espíri to de 
sant if icação (i.e., o Espíri to Santo), Cristo Jesus foi 
declarado Fi lho de Deus, com poder, e em Romanos 
8.11:p“o Espíri to. . . ressusci tou dos mortos a Jesus” . 
Assim como Jesus dependia do Espíri to Santo para sua 
ressurreição dentre os mortos, ass im também os crentes 
dependem do Espíri to para a vida espiri tual agora, e 
para a ressurreição corporal no porvir (Rm 8.10,11).
> A ascensão de Jesus ao céu.
Depois da sua ressurreição, Jesus subiu ao 
céu e assentou-se à destra do Pai como seu co-regente
112
(Lc 24.51; Mc 16.19; E f 1.20-22; 4.8-10; IPe 3.21,22). 
Nessa posição exaltada, Ele, da parte do Pai, derramou 
o Espíri to Santo sobre o seu povo no Pentecoste (At 
2.33; cf. Jo 16.7-14), proclamando, assim, o seu 
senhorio como rei, sacerdote e profeta. Esse 
derramamento do Espíri to Santo no Pentecoste e no 
decurso desta era presente dá testemunho da contínua 
presença e autoridade do Salvador exaltado.
^ A comunhão íntim a entre Jesus e seu povo.
/o Como uma das suas missões atuais, o 
Espír i to Santo toma aquilo que é de Cristo e o revela 
aos crentes (Jo 16.14,15). Isto quer dizer que os 
benef íc ios redentores da salvação em Cristo nos são 
mediados pelo Espíri to Santo (cf. Rm 8.14-16; G1 4.6). 
O mais impor tante é que Jesus está bem perto de nós 
(Jo 14.18).
O Espíri to nos torna conscientes da presença 
pessoal de Jesus, do seu amor, da sua bênção, ajuda- 
nos com o perdão, cura e tudo quanto é nosso mediante 
a fé. Semelhantemente , o lEsp ír i to atrai nosso coração 
para buscar ao Senhor com amor, oração, devoção e 
'adoração (Jo 4.23,24; 16.14).
> A volta de Jesus para buscar seu povo.
Jesus prometeu voltar e levar para si o seu 
povo fiel, para estar com Ele para sempre (Jo 14.3; lTs 
4.13-18) . Esta é a esperança de todos os crentes (Tt 
2.13), o evento pelo qual oramos e ansiamos (2Tm 4.8).
As Escrituras revelam que o Espíri to Santo 
im puls iona nosso coração a c lamar a Deus pela volta 
do nosso Senhor. É o Espír i to quem testif ica que nossa 
redenção permanece incomple ta até a volta dé’ Cristo 
(cf. Rm 8.23). No final da Bíblia, temos estas últ imas 
pa lavras que o Espíri to Santo inspirou “Ora, vem, 
Senhor Jesus” (Ap 22.20).
113
> A obra do Espírito Santo na pessoa de Jesus.
■ Rat ificou a promessa da vinda de Cristo (Gn 3.15; 
IPe 1.9-11);
■ Na encarnação (Lc 1.35; Mt 1.20);
■ Protegeu na infância (Mt 2.12);
■ Revelou a Simeão (Lc 2.25-30);
■ Revestiu a Jesus com poder para que exercesse o 
seu ministér io (Lc 3.22), selando-o (Jo 6.27), e 
ungindo-o (Lc 4.18);
■ Guiou-o (Lc 4.14) e operou maravilhas e sinais 
por Ele (Lc 5.17; Mt 12.28);
■ Operou na vida de Jesus uma renúncia total (Hb 
9.14), dando-lhe força para, voluntariamente , se 
oferecer em sacrifício (Ef 5.2);
■ Operou na ressurreição e na ascensão de Jesus 
(Rm 8.11; Ef 1.20).
Agravos Contra o Espírito Santo
O Espíri to Santo é soberano. Ele opera como 
o vento, isto é “Assopra onde quer” (Jo 3.8).
Aquele que se entrega à inteira d isposição do 
Espíri to Santo, exper imenta a sua operação poderosa e 
irresist ível (At 6.10). A Bíblia diz: “Operando eu, que 
impedirá?” (Is 43.13c). Assim aconteceu nos dias dos 
apóstolos, apesar de os inimigos os perseguirem, 
procurando impedi-los de agir, o Espíri to Santo 
operava por meio deles, e de tal maneira que o 
evangelho se espalhou vitoriosamente por toda a corte 
(At 4.33; 5.40-42; 6.7).
Quando se trata da operação do Espíri to 
Santo na vida do crente, a sua manifestação depende da 
ati tude que ele mostrou para com o Espíri to Santo.
Deus jamais força alguém a aceitá-lo, não 
arromba a “porta do coração” de nenhum pecador, mas
114
espera que a pessoa, voluntariamente , o aceite (Ap 
3.20; At 16.14). Ass im também é que o Espíri to Santo 
opera na vida do crente que lhe dá plena l iberdade de 
ação (2Co 3.17).', Qualquer res is tênc ia impede a sua 
operação:
=> R esistir o Espírito Santo (At 7 .51).
Aqui se trata de uma ati tude oposic ionis ta 
contra o Espíri to Santo, quando Ele fala ao homem (Ne 
9.30).
Esta ati tude carac terizava os religiosos no 
tempo de Estevão, os quais, embora convencidos pelas 
palavras inspiradas que haviam ouvido, levantou-se 
contra ele (At 6.8-15), tal at i tude expressa uma 
rebeldia contra Deus, coisa que entristece o Espíri to 
Santo (Is 63.10).
=> Entristecer o Espírito Santo (Ef 4 .30).
Cada crente foi comprado por um preço, e 
assim pertence a Deus ( IC o 6.20; IPe 1.18,19), por 
isso o Espíri to Santo quer domínio total sobre cada um 
(Rm 12.1,2; Tg 4.4-5).
Quando, porém o crente deixa que a sua 
carne o domine, é levado a cometer falta: mentira (Ef 
4.25), Ira (Ef 4.29,31) etc..., faltas que entris tecem o 
Espíri to Santo (Ef 4.30).
Acontecendo isso, impor ta que o crente 
imedia tamente ob tenha o perdão de Jesus ( l J o 1.7-9), 
então o Espíri to Santo de novo test if icará com o 
espíri to dele que tudo está bem (Rm 8.15).
=> E xtinguir o Espírito Santo (lT s 5 .19).
Aqui se trata de uma ação pra ticada pelos 
crentes em Tessa lônica, o qual ameaçava extinguir o 
fogo do Espír i to Santo no meio deles, eles haviam, em 
seu zelo de mante r a doutr ina corre ta do uso dos dons, 
agindo de modo exagerado e, por isso receberam esta
115
exortação. “Não extingais o Espír i to” o qual ainda em 
nossos dias cont inua sendo útil e digno da nossa 
atenção.
=> A blasfêm ia contra o Espírito Santo (Mt 
12.31,32; Hb 10.29).
a É um pecado diferente dos demais, pois, para 
ele não existe perdão. Qual a significação do pecado? 
Não se trata de blasfêmia que se possa dizer contra a 
palavra de Deus, contra Deus, ou contra qualquer 
minis tro da igreja, porque para tudo isso existe um 
perdão ( l T m 1.13-15; Mt 12.32).
A blasfêmia contra o Espíri to Santo é um 
pecado singular, é aquele que os fariseus cometeram 
quando, no intuito de afastar o povo de seguir a Jesus, 
afi rmavam que Ele havia expulsado demônios pelo 
espíri to de Belzebu (Mt 12.24), foi então que Jesus 
disse que haviam blasfemado contra o Espí ri to Santo e 
que para tal pecado jamais haveria perdão (Mt 12.31- 
32).
Como se consta ta o efeito deste pecado na 
vida dos que cometerem? Aquele que comete pecado 
desta natureza sofre um afastamento imedia to do 
Espíri to Santo de sua vida, o que ocasiona morte 
espiri tual total e irreversível . Tal pessoa jam ais sentirá 
qualquer t ipo de remorso ou desejo de buscar a Deus. O 
Espíri to Santo jamais o chamará ao arrependimento.
As vezes aparecem pessoas preocupadas e 
até chorando por acharem que pesa sobre elas este 
pecado. Julgam que jamais poderão ser perdoados. 
Porém, só o fato de estarem arrependidos, desejosos da 
salvação ou de perdão, indica que não cometeram 
pecado contra o Espíri to Santo , pois Ele os está 
chamando parao arrependimento. Ele opera com poder 
onde há l iberdade.
116
Questionário
■ Assinale com “X ” as alternativas corretas
6. Quanto ao Espír i to Santo, aponte a sentença errada
a) | J Somente Ele não opera em conjunto com a
Trindade, pois é o s t ivador de todas as coisas
b ) |_J É o agente da salvação
c ) l I Em seu re lacionamento com os homens, opera
em três d imensões distintas: na mente, no
sentimento e na vontade
d ) |_] Uma de suas principais at ividades é trabalhar
na vida dos pecadores a fim de convencê-los de 
seus pecados e da perdição eterna
7. E coerente dizer que, no deserto, Jesus conseguiu 
resist ir f irmemente a Satanás e vencer as tentações ' 
pelo_fato de
a ) M Ser o Cris to Filho de Deus 
bj|_j Conhecer a Satanás
c ) Q Estar cheio do Espíri to Santo
d ) l_J Ser um membro da Trindade 8 9
8. Pecado diferente dos demais, pois, para ele não 
existe perdão
a) Q Ext inguir o Espíri to Santo
b ) |______ | Ent r is tecer o Espíri to Santo
c ) |______ j Res is t i r ao Espíri to Santo
d) Q Blasfemar contra o Espíri to Santo
■ Marque “C ” para Certo e “E ” para Errado
9 . Q O Espír i to Santo nos comunica, sempre, o amor de 
Deus e nos alegra, consola e ajuda
10.13] Como uma das suas missões atuais, o Espíri to 
Santo toma aquilo que é de Cristo e o revela aos 
crentes
117
Lição 5
A Doutrina do Espírito Santo - 
Pneumatologia 2a Parte
O Batismo no Espírito Santo
O batismo no Espíri to Santo é uma bênção 
dis t in ta da salvação. Conquanto a terceira Pessoa da 
Tr indade tenha papel relevante na conversão e passa, 
desde então, a habitar no novo crente, o Novo 
Testamento deixa claro que há um momento específico 
da vida cristã em que o salvo recebe esse batismo, 
também chamado de revest imento. Essa experiência, 
toda vez que é mencionada no livro de Atos dos 
Apóstolos, aparece como algo dist into do novo 
nascimento (At 2.38; 11.12-17).
Uma das doutr inas principais das Escrituras 
é o batismo no Espír i to Santo. A respeito do bati smo 
no Espíri to Santo, a Palavra de Deus ensina o seguinte:
=> O batismo no Espíri to Santo é para todos que 
professam sua fé em C r i s to ; que nasceram de n o v o , 
e, assim, receberam o Espíri to Santo para neles 
habitar.
=> Um dos alvos principais de Cristo na sua missão 
terrena foi ba tizar seu povo no Espíri to Santo (Mt 
3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33). Ele ordenou aos 
discípulos não começarem a testemunhar até que 
fossem batizados no Espíri to Santo e revestidos do 
poder do alto (Lc 24.49; At 1.4,5,8).
=> O ba tismo no Espíri to Santo é uma obra dis t inta e à 
parte da regeneração , também por Ele efetuada. 
Assim como a obra santi f icadora do Espíri to é 
dis t inta e completiva em relação à obra
regeneradora do mesmo Espíri to , assim também o 
bat ismo no Espíri to complementa a obra
regeneradora e santi f icadora do Espíri to. No mesmo 
dia em que Jesus ressuscitou, Ele assoprou sobre 
seus discípulos e disse: “Recebei o Espíri to Santo” 
(Jo 20.22), indicando que a regeneração e a nova 
vida estavam-lhes sendo concedidas. Depois, Ele 
lhes disse que também deviam ser “revestidos de 
poder” pelo Espíri to Santo (Lc 24.49; cf. At 1.5,8). 
Por tanto , este batismo é uma experiência 
(^íübseqüente à 'regeneraç~ãcP)(At 11.17; 19.6).
=> Ser batizado no Espíri to Santo significa 
exper imentar a plenitude do Espíri to (cf. At 2.4). 
Este ba ti smo teria lugar somente a parti r do dia de 
Pentecoste . Quanto aos que foram cheios do 
Espíri to Santo antes do dia de Pentecoste (Lc 
1.15,67), Lucas não emprega a expressão “batizados 
no Espíri to San to” . Este evento só ocorreria depois 
da ascensão de Cristo (Jo 16.7-14; At 1.2-5).
=>^0 l ivro de Atos descreve o falar noutras línguas 
como o sinal inicial do batismo no Espíri to Santo 
(At 2.4; 10.45,46; 19.6).
=> O ba ti smo no Espíri to Santo outorgará ao crente 
ousadia e poder celestial para este realizar grande 
obras em nome de Cristo e ter eficác ia no seu 
tes temunho e pregação (cf. At 1.8; 2.14-41; 4.31; 
6.8; Rm 15.18,19; ICo 2.4). Esse poder não se trata 
de uma força impessoal, mas de uma manifestação 
do Espír i to Santo, na qual a presença, a glória e a 
operação de Jesus estão presentes com seu povo (Jo 
14.16-18; 16.14; ICo 12.7).
120
=> A Palavra de Deus cita várias condições prévias 
para o batismo no Espíri to Sanfo:
A Devemos aceitar pela fé a Cristo como Senhor e 
Salvador e apartar-nos do pecado e do mundo 
(At 2.38-40; 8.12-17). Isto importa em submeter 
Deus a nossa vontade (“àqueles que lhe 
obedecem ” , At 5.32). Devemos abandonar tudo o 
que ofende a Deus, para então podermos ser 
“vaso para honra, santi f icado e idôneo para o 
j isp do Senhor” (2Tm 2 .21);
S I E preciso querer o ba t ismo?] O crente deve ter 
grande fome e sede pelo bati smo no Espíri to 
Santo (Jo 7.37-39; cf. Is 44.3; Mt 5.6; 6.33); 
v/ Muitos recebem o batismo como resposta à 
oração neste sentido (Lc 11.13; At 1.14; 2.1-4; 
4.31; 8.15,17);
S Devemos esperar convictos que Deus nos 
batizará no Espíri to Santo (Mc 11.24; At 1.4,5).
=> O ba ti smo no Espíri to Santo permanece na vida do 
crente mediante a oração (At 4.31), o testemunho 
(At 4 .31,33) , a adoração no Espíri to (Ef 5.18,19) e 
uma vida sant if icada (Ef 5.18). Por mais poderosa 
que seja a exper iência inicial do bati smo sobre o 
crente, se ela não for expressa numa vida de 
oração, de testemunho e de santidade, logo se 
tornará numa glória apagada.
'=>'c O bati smo no Espíri to Santo ocorre uma só vez na 
vida do crente e move-o para a consagração na 
obra de Deus, para, assim, tes temunhar com poder 
e retidão. A Bíblia fala de renovações posteriores 
ao bati smo inicial do Espíri to Santo (At 4.31; cf. 
At 2.4; 4.8,31; 13.9; Ef 5.18). O bati smo no 
Espíri to , portanto , conduz ao crente a um 
re lac ionamento com o Espíri to, que deve ser 
renovado (At 4.31) e conservado (Ef 5.18).
121
> Q dia de Pentecostes.
Foi um dia modelo para a Igreja e continua 
sendo, ou seja, a Igreja revestida de poder (At 2.1-41).
A grande tarefa de levar o evangelho havia 
sido dada a um pequeno grupo de discípulos.
Se esta se l imitasse apenas à Palestina, que 
t inha mais ou menos quatro milhões de pessoas, 
teríamos a proporção de um cristão para 30.000 judeus 
sem salvação (isso se incluir , é claro, os gentios). 
Por tanto, seria uma tarefa impossível .
O Pentecostes, no Antigo Testamento é 
chamado Festa das Pr imícias, Festa da Colheita e Festa 
das Semanas.
Os judeus que fa lavam grego chamavam, de 
Festa de Pentecostes, por ser observada no 
qüinquagés im o dia após a Páscoa.
A Festa de Pentecostes era proclamada como 
o dia de Santa convocação, quando ninguém 
trabalhava, exceto nas atividades relacionadas a ela.
Os homens t inham obrigação de ir ao 
santuár io em Jerusa lém (Lv 23.21).
Nesta ocasião dois pães eram assados (feitos 
com trigo e sem fermento) e trazidos para fora da tenda 
da congregação e movidos pelo sacerdote na presença 
do Senhor, junto com a oferta pelo pecado e com as 
ofertas pacif icas , que expressavam agradecimento. Era 
um dia de j ú b i lo 1 (Dt 16.16-17).
Dia em que de forma especial , o povo rendia 
graças pelo abundante supr imento da colhei ta e estava 
vinculada a memória do l iv ramento de Israel da 
escravidão egípcia, era a festa mais freqüentada mesmo 
com cs perigos durante a viagem por causa das más 
condições do tempo.
1 Grande contentamento; alegria intensa
122
Vinham judeus e gentios p rosé l i to s1 da 
Judéia e de outras nações para part ic ipar desta festa 
anual.
> Q Pentecostes C ristão.
E a comemoração da descida doEspí ri to 
Santo em cumprim ento à promessa de Cristo. O 
Espíri to foi derramado no dia de Pentecostes (Atos 2.1- 
21). Pedro levantou-se e explicou para o povo que isto 
era cumprimento da profecia de Joel e a prova que os 
“Últimos d ias” haviam começado.
A primeira vinda de Cristo marcou o início 
dos últ imos dias. Por isto, o Espíri to Santo foi 
derramado, pois Joel t inha profe tizado que isto 
acontecer ia nos últ imos dias. Era o início do 
cumprimento da nova aliança profe tizada por Jeremias, 
“a lei escri ta nos corações” . Significando:
Pentecostes Judaico Pentecostes Cris tão
Comemorava a colheita 
de alimentos (primícias).
Comemorava a colheita dos 
primeiros homens.
Comemorava o fruto da 
terra.
Comemorava o cumprimento 
da promessa de Deus a nós.
Correspondia ao dia em 
que a lei Mosaica foi 
dada no Sinai.
Marca o início da lei escrita 
no coração humano.
Está associado ao Sinai, 
devido ao começo de uma 
nova vida para Israel, 
longe da escravidão do 
Egito.
Marca o princípio de uma 
nova vida no Espírito Santo; 
marca o fim da escravidão ao 
esquema deste mundo.
Obs.: O Pentecostes trouxe unidade entre os judeus e 
gentios ( IC o 12.13).
' Pagão que abraçou o judaísmo.
123
=> A presença atuante do Espíri to Santo é a 
carac terís t ica dist inta da Igreja.
Expressões usadas :
S Derramamento (.11 2 .28-29) . É a comunicação 
de alguma coisa vinda do céu com grande 
abundância.
S Batism o. É uma total gloriosa e sobrenatural 
imersão no divino Espíri to Santo.
Enchim ento. No Pentecostes o derramamento 
não consis t ia de gotas, a plenitude do Espíri to 
Santo os encheu inteiramente .
=> Diferença entre “Bat ismo com o Espíri to Santo e o 
novo nasc imento” .
■ B atism o: É o enchimento pleno, apoderando-se 
dos filhos de Deus.
■ Novo nascim ento: E a exper iência espiri tual 
decisiva pela qual a alma é renovada pelo 
Espíri to Santo mediante a comunicação da vida 
divina.
> Provas do Genuíno Batism o no Espírito Santo.
As Escrituras ensinam que o crente deve 
examinar e provar tudo o que se apresenta como sendo 
da parte de Deus ( lT s 5.21; cf. IC o 14.29). “Amados, 
não creiais em todo espíri to, mas provai se os espíri tos 
são de D eus” ( l J o 4.1).
Seguem-se alguns pr incípios bíblicos para 
provar ou testar se é de Deus um caso declarado de 
ba ti smo no Espíri to Santo.
1) O autêntico batismo no Espíri to Santo levará a 
pessoa a amar, exal tar e glori ficar a Deus Pai e ao 
Senhor Jesus Cristo mais do que antes (ver Jo 
16.13,14; At 2.36; 10.44-46).
124
2) O verdadeiro batismo no Espíri to Santo aumentará 
a convicção da nossa fi l iação com o Pai celestial 
(At 1.4; Rm 8.15,16), levará a uma maior 
percepção da presença de Cristo em nossa vida 
diária (Jo 14.16, 23; 15.26) e aumentará o c lamor 
da a lma “Aba, Pa i !” (Rm 8.15; G1 4.6).
Por sua vez, um batismo no Espír i to Santo que não 
leva a uma m aior comunhão com C r i sto e a uma 
mais intensa comunhão com Deus como nosso Pai 
não vem dEle.
3) O real ba tismo no Espíri to Santo aumentará nosso 
amor e apreço pelas Escr ituras. * * 4 5
O Espír i to da verdade (Jo 14.17), que inspirou as 
Escri turas (2Tm 3.16; 2Pe 1.20,21), aprofundará 
ncsso amor à verdade da Palavra de Deus (Jo 
16.13; At 2.42; 3.22; l Jo 4.6).
Por outro lado, qualquer suposto batismo no 
Espí ri to que diminui nosso in teresse em ler a 
Palavra de Deus e cumpri-la, não provém de Deus.
4) O real ba tismo no Espíri to Santo aprofundará 
nosso amor pelos demais seguidores de C r i sto e a 
nossa preocupação pelo seu bem-estar (At 2.38,44- 
46; 4.32-35) .
A comunhão e fraternidade cristãs, de que nos fala 
a Bíblia , somente podem exist ir através do 
Espír i to (2Co 13.13).
5) O genuíno batismo no Espíri to Santo deve ser 
precedido de^ábandono Aid pecado ') e de completa 
obediência a Cristo (At 2.38).
Ele será conservado quando continuamos na 
santi f icação do Espíri to Santo (At 2.40; 2Ts 2.13; 
Rm 8.13; G1 5.16,17). Daí, qualquer suposto 
ba ti smo, em que a pessoa não foi l iber ta do
125
pecado, continuando a viver segundo a vontade da 
carne, não pode ser atrib.uído ao Espíri to Santo (At 
2.40; 8.18-21; Rm 8.2-9).
Qualquer poder sobrenatural manifesto em tal 
pessoa trata-se de atividade enganadora de Satanás 
(cf. SI 5.4,5).
6) O real batismo no Espíri to Santo fará aumentar o 
nosso(repúdio)às diversões pecaminp_s.as e prazeres 
ímpios deste mundo, re freando-nos a busca egoísta 
"de riquezas e honrarias terrenas (At 20.33; ICo 
2.12; Rm 12.16; Pv 11.28).
7) O genuíno bat ismo no Espíri to Santo nos trará 
mais desejo e poder para testemunhar da obra 
redentora do Senhor Jesus Cristo (ver Lc 4.18; At 
1.8; 2.38-41; 4.8-20; Rm 9.1-3; 10.1). 
Inversamente, qualquer suposto batismo no 
Espíri to que não resulte num desejo mais intenso 
de ver os outros salvos por Cristo, não provém de 
Deus (ver At 4.20).
8) O genuíno batismo no Espíri to Santo deve 
despertar em nós o desejo de uma maior operação 
sua no reino de Deus, e também uma maior 
operação de seus dons em nossa vida.
As línguas como evidência inicial do batismo deve 
motivar o crente a permanecer na esfera dos dons 
espiri tuais (At 2.4,11,43; 4.30; 5.12-16; 6.8; 8.7; 
G1 3.5;).
9) O autêntico batismo no Espíri to Santo tornará 
mais real a obra, a direção e a presença do Espíri to 
Santo em nossa vida diária.
Depois de batizados no Espíri to Santo, os crentes 
de Atos tornaram-se mais cônscios da presença, 
poder e direção do Espíri to Santo (At 4.31; 6.5; 
9.31; 10.19; 13.2,4 52; 15.28; 16.6,7; 20.23).
126
Qualquer suposto batismo no Espíri to Santo que 
não aumentar a nossa consc iência da presença do 
Espíri to Santo, nem aumentar o nosso desejo de 
obedecer à sua orientação, nem reafirmar o nosso 
alvo de viver diante dEle de tal maneira a não 
entristecê-lo nem supr imir o seu fervor, não 
provém de Deus.
=> Outros resultados do genuíno batismo no Espír i to
Santo são:
■S Mensagens proféticas e louvores (At 2.4,17; 
10.46; ICo 14.2,15);
•S Maior sens ibil idade contra o pecado que 
entristece o Espír i to Santo, uma maior busca da 
retidão e uma percepção mais profunda do ju ízo 
divino contra e. impiedade (Jo 16.8; At 1.8);
■S Visões da parte do Espíri to (At 2.17);
■S Maior desejo de orar e interceder (At 2.41,42; 
3.1; 4.23-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26);
O Falar em Línguas
O falar noutras l ínguas, ou a glosso lá lia (gr. 
Glossais la lo ), era entre os crentes do Novo 
Testamento, um sinal da parte de Deus para evidencia r 
o batismo no Espír i to Santo (ver 2.4; 10.45-47; 19.6).
Esse padrão bíbl ico para o viver na p lenitude 
do Espíri to continua o mesmo para os dias de hoje.
> O verdadeiro falar em línguas.
1) As línguas como m anifestação do Espírito.
Falar noutras línguas é uma manifestação 
sobrenatural do Espír i to Santo, i.e., uma expressão 
vocal inspirada pelo Espíri to , mediante a qual o crente
127
fala numa língua (gr. G lossa ) que nunca aprendeu (At 
2.4; ICo 14.14,15).
Estas línguas podem ser humanas , i.e., 
atualmente faladas (At 2.6), ou desconhecidas na terra 
(cf. ICo 13.1).» Não é “fala ex tát ica” , como algumas 
traduções af irmam, pois a Bíblia nunca se refere à 
“expressão vocal extá t ica” para referir-se ao falar 
noutras l ínguas pelo Espíri to.
2) L ínguas como sinal externo in ic ia l cio batismo no 
Espírito Santo.
Falar noutras línguas é uma expressão verbal 
inspirada, mediante a qual o espíri to do crente e o 
Espíri to Santo se unem no louvor e/ou profecia.
Desde o início, Deus vinculou o falar noutras 
línguas ao batismo no Espíri to Santo (At 2.4), de modo 
que os primeiros 120 crentes nodia do Pentecoste , e os 
demais batizados a partir de então, t ivessem uma 
confirmação física de que realmente receberam o 
batismo no Espíri to Santo (cf. At 10.45,46). Desse 
modo, essa experiência podia ser comprovada quanto a 
tempo e local de recebimento.
No decurso da his tória da Igreja, sempre que 
as l ínguas como sinais foram rejeitadas, ou ignoradas, 
a verdade e a experiência do Pentecoste foram 
dis torcidas, ou totalmente suprimidas.
3) As línguas como dom.
Falar noutras línguas também é descrito 
como um dos dons concedidos ao crente pelo Espíri to 
Santo ( IC o 12.4-10). Este dom tem dois propósitos 
principais:
■ O falar noutras línguas seguido de interpretação, 
também pelo Espíri to, em culto público, como 
mensagem verbal à congregação para sua 
edificação espiri tual ( IC o 14.5,6, 13-17).
128
■ O falar noutras línguas pelo crente para dirigir-se 
a Deus nas suas devoções par ticulares e, deste 
modo, edificar sua vida espiri tual ( IC o 14.4). 
Significa falar ao nível do espír i to ( IC o 14.2,14), 
com o propósi to de orar ( IC o 14.2,14,15,28), dar 
graças ( IC o 14.16,17) ou canta r ( IC o 14.15).
> Outras línguas, porém fa lsas.
O simples fato de a lguém falar “noutras 
l ínguas” , ou exercitar outra manifestação sobrenatural 
não é evidênc ia irrefutável da obra e da presença do 
Espír i to Santo. O ser humano n o d e imitar as l ínguas 
estranlias_c.omo o fazem os demônios.
A Bíblia nos adverte a não crermos em todo 
espíri to, e aver iguarmos se nossas exper iências 
espir i tuais procedem realmente de Deus (ver l J o 4.1).
S Somente devemos acei tar as línguas se elas 
procederem do Espíri to Santo, como em Atos 2.4. 
Esse fenômeno, segundo o l ivro de Atos, deve ser 
espontâneo e resultado do derramamento inicial do 
Espí ri to Santo. Não é algo aprendido, nem 
ensinado, como, por exemplo, ins truir crentes a 
pronuncia r sí labas sem nexo (l igação, vínculo).
S O Espíri to Santo nos adverte que nestes últ imos 
dias surgirá apos tas ia1 den tro da Igreja ( lT m 
4.1,2); sinais e maravilhas operados por Satanás 
(Mt 7.22,23; cf. 2Ts 2.9) e falsos obreiros que 
^ fingem ser servos de Deus (2Pe 2.1,2).
{ y J Se alguém af irma que fala noutras l ínguas, mas 
não é dedicado a Jesus Cristo, nem aceita a 
autor idaoe aas c s c m u r a s , nem obedece à Palavra 
de Deus, qualquer manifestação sobrenatural que 
nele ocorra não provém do Espíri to Santo ( l J o 
3.6-10; 4.1-3; cf. G1 1.9; Mt 24.11-24, Jo 8.31).
1 Abandono da fé de uma igreja, especialmente a cristã.
129
Questionário
■ Assinale com “X” as alternat ivas corretas
1. É incerto afi rmar que
a) |_j O batismo no Espíri to Santo é para todos que
professam sua fé em Cristo
b ) Q Um dos alvos principais de Cristo na sua
missão terrena foi bat izar seu povo no Espíri to
c) D Ser batizado no Espír i to Santo significa
exper imentar a pleni tude do Espíri to 
d l Q O batismo no Espíri to Santo é uma exper iênc ia 
antecedente à regeneração
2. O falar noutras l ínguas como o sinal inicial do 
ba tismo no Espíri to Santo é descrito
a ) |_j No Evangelho de Marcos
b ) |_j Na carta de Paulo a F ilemom
c ) U No Livro de Atos
d ) |_| No Evangelho de Lucas 3
3. Quanto ao falar noutras l ínguas, é errado dizer que
a) O Segundo a Bíblia, é uma “expressão vocal
ex tá t ica” , ou seja, uma “fala ex tá t ica”
b ) D É uma manifestação sobrenatural do Espíri to
Santo
c ) D É uma expressão vocal inspirada pelo Espíri to,
mediante a qual o crente fala numa língua que 
nunca aprendeu
d ) l I Estas línguas podem ser humanas , i.e.,
a tualmente faladas, ou desconhecidas na terra
■ Marque “C ” para Certo e “E ” para Errado
4 . 0 O ba ti smo no Espíri to Santo pode ocorrer várias 
vezes na vida do crente
5 . 0 Nem os demônios , muito menos o ser humano 
podem imitar as línguas estranhas
130
Dons E spirituais
A Bíblia diz: “Há divers idade de dons, mas o 
Espíri to Santo é o mesmo, e há d ivers idade de 
ministér ios , mas o Senhor é o mesmo, e há divers idade 
de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em 
todos” ( IC o 12.4-6).
Podemos ver c laramente o segredo do grande 
progresso que acompanhava a Igreja Pr imit iva e os 
apóstolos no seu esforço para evangelizar o mundo.
Em primeiro lugar os crentes primitivos 
haviam sido batizados com o Espír i to Santo e esta 
exper iência lhes proporciona poder. Mas, como um 
impor tante adicional, receberam ainda os Dons 
Espirituais, também incluídos na promessa divina 
sobre a qual Joel profetizou “ ... Vossos filhos e vossas 
filhas profe t izarão . . .” (J1 2.28) - nesta profecia o dom 
de profecias representa os demais dons, que são nove.
Foi por causa da operação dos Dons 
Espiri tuais que as portas da evangelização se abriam de 
maneira poderosa sobre a Igreja.
> A operação de Deus: O mesmo E sp írito .
Os Dons Espiri tuais são meios pelos quais o 
Espíri to Santo revela o poder e a Sabedor ia de Deus, 
através de ins trumentos humanos, que os recebem e 
bem usam ( I C o 12.7-11).
A pa lavra “dom ” vem do grego “charism a” 
que s igni fica um dom pela graça, como o batismo no 
Espíri to Santo é um dom (At 2.38), também os Dons 
Espir i tuais são dons. Não se trata aqui de mera 
capacidade de d o te s1 naturais de alguém, os quais
1 Dom natural ; merecimento; predicado moral, físico ou 
intelectual.
131
tenham sido aperfeiçoados pela operação do Espíri to 
Santo. Não se trata de merecimento humano, mas da 
manifestação de um milagre: é uma coisa dada.
Pelo ensino do NT, vemos a grande 
importância que os Dons Espiri tuais represen tam no 
plano de Deus ( I C o 12.1).
O portador de um dom não o recebe para 
proveito própr io ou para usá-lo quando ou como achar 
melhor, os dons são dados aos membros do corpo de 
Cristo, para que os usem, conforme a direção de Jesus, 
que é o cabeça da Igreja (Ef 1.22; ICo 12.27). Quando 
os dons são usados deste modo, o poder do Espír i to se 
manifesta na Igreja, capacitando-a a cumprir sua alta 
missão na terra. A Igreja é o lugar da edif icação dos 
crentes (Ef 2.18-22).
Todos os dons são para a edificação da Igreja 
( IC o 14 .3,4 ,5,12,16) e para o aperfe içoamento dos 
crentes, pois, quando os dons operam, manifestam-se 
para edif icação, exor tação e consolação ( I C o 14.3). Os 
dons manifes tam a presença de Deus na Igreja ( ICo 
14.25) a qual trazem abundância de alegria (SI 16.11).
1. Dons de Revelação (At 12)___________
•S Pa lavra de sabedoria (v. 8);
•S Pa lavra da Ciência (v. 8);
■S Discern imento de Espír i tos (v. 10).
2. Dons Vocacionais / Elocução (At 12)
•S Variedades de l ínguas (v. 10);
V Interpretação das línguas (v. 10);
V Profecia (v. 10).
3. D ons de Poder (At 12)_______________
V De Fé (v. 9);
V De Curar (v. 9);
V Operar Milagres (v. 10).
132
Assim como Jesus manifestou tanto o poder 
de Deus ( IC o 1.24), como a sabedor ia de Deus ( ICo 
1.24,30; Cl 2.3-7), assim também o Espíri to Santo 
manifesta isso a nós, é chamado “ ... O Espíri to de 
Sabedoria . . .” (Ef 1.17), e o Espíri to de poder (2Tm 1.7 
- tradução revisada). Portanto, podemos subdividir os 
dons em três grupos distintos:
■S Prim eiro: Três são os dons que manifestam o 
poder de Deus por meio de ações sobrenaturais, 
são eles: o dom da fé, os dons de curar, e o dom 
de operação de maravilhas ( IC o 12.9,10).
■S Segundo: Três são os dons que revelam a
sabedoria de Deus, proporcionando um saber 
sobrenatural , são eles: o dom da palavra de 
sabedoria, o dom da palavra da ciência e o dom de 
discern ir os espíri tos ( IC o 12.8,10).
S T erceiro: Três são os dons que transmitema 
mensagem de Deus, concedendo poder para o falar 
sobrenatural , são eles: o dom de profecia, o dom 
de variedades de l ínguas e o dom de interpretação 
de l ínguas.
A Bíblia ainda fala de alguns dons 
complementares sobre os quais se faz referência em 
Romanos 12.6-8; l P e d r o 4 . l l e ICorín t ios 12.28.
O dom da palavra de sabedoria.
Este dom proporciona, pela operação do 
Espír i to Santo, uma visão e compreensão (Ef 3.4) da 
profundidade da sabedoria de Deus, ens inando a aplicá- 
la, seja no trabalho ou nas decisões no serviço do 
Senhor, e a expô-la a outrem, de modo a ser bem 
percebida:
■S É uma força na evangelização, porque transmite 
conhecimento da salvação (Lc 1.17), com palavras
> O s d i f e r e n t e s D o n s E s p i r i t u a i s .
133
que o Espíri to Santo ensina ( I C o 2.13), e assim 
convence a consciência (2Co 4.2), para ganhar as 
almas (Pv 11.30).
V O dom de sabedoria é uma força na defesa do 
evangelho (Fp 1.16). Jesus usou este dom (Mt 
22.21,22; 21.23-29), bem como Estevão (At 6.10) 
e outros; Deus dá esta sabedoiia aos seus servos 
na hora exata (Lc 21.15; 12.12; Mt 10.16; SI 
119.98; Pv 24.5; Ec 9.16).
V Esse dom é uma força também no trabalho da 
Igreja ( IC o 12.28; lR s 3.9; Pv 24). Com esta 
sabedoria se põe em funcionamento a Igreja ( ICo 
3.10; Rm 12.3,8).
V Esse dom é também uma coisa maravilhosa para 
a judar a resolver problemas ( lR s 3.16-28; Gn 
41 .26-37,38,39; Dn 2 .27-30,46-49; At 6.1-7; 
15.11-21).
=> O dom de palavras de ciência .
Este dom consiste na penetração nas 
profundezas da ciência de Deus (Ef 3.3) pela qual 
podemos saber (Ef 1.17-19) e, ass im compreender e 
conhecer (Ef 3.18,19) aquilo que pelo entendimento 
humano jamais poderíamos a lcançar ( I C o 2.9,10).
Enquanto o dom da ciênc ia penetra nas 
profundezas da ciência de Deus, o dom da sabedoria 
nos faz expô-la com palavras que o Espíri to Santo 
ensina ( I C o 2.13). Vejamos algumas manifestações do 
dom de ciência:
V Consti tui uma potência no minis té rio de ensino, 
pois manifesta aquilo que Deus fez por nós, pela 
sua graça (Tt 2.11) e ajuda o ensinador a 
comunicar algum dom espiri tual (Rm 1.11; 15.29) 
revelando os mistérios de Deus. Eis alguns destes 
mis térios mencionados no Novo Testamento:
134
■ O mis té rio Deus Cristo (Cl 2.2,3);
■ O mis té rio da piedade ( lT m 3.16);
■ O mis té rio Cristo em vós (Cl 1.26,27);
■ O mis té rio da fé ( lT m 3.9);
■ O mis té rio da Igreja (Ef 5.32);
* O mis té rio do evangelho (Ef 6.19);
■ O mis té rio da sua vontade (Ef 1.19);
■ O mis té rio do arrebatamento ( IC o 15.51).
S Este dom também revela aquilo que está oculto 
aos olhos do homem ( I S m 16.7; Jo 1.47,48; 
2.24,25; 4.16-18; 2Rs 5.27).
■S Através deste dom, também é revelada a ciência 
sobre assuntos relacionados à vida material , 
exemplo: Jesus (Mt 17.27; Mc 11.2,3; 14.15); 
Samuel ( I S m 9.15-20; 10.21-27); Eliseu (2Rs 
6.10-12); Paulo (At 27.10).
=> Q dom da fé .
Este dom não se refere à fé salvadora (At 
16.31) nem ao crescimento da fé (2Ts 1.3) ou ao 
esforço à fé que o batismo no Espír i to Santo nos dá 
(2Co 4.13), mas consis te num impulso à fé implantada 
pela oração do Espír i to Santo para executa r aquilo que 
Deus de terminou que fizéssemos. Este dom em ação 
gera uma a tmosfera de fé, que dá a convicção de agora 
tudo é possível (Jo 11.41,42; Mc 9.23).
Jesus se referiu a este dom quando disse: 
“Aquele que crer em mim fará as obras que eu faço, e 
as fará maiores do que es tas” (Jo 14.12).
Este dom é um impulso poderoso à oração da 
fé (Tg 5.17), pois impõe a certeza de que para Deus 
tudo é possível (Lc 1.37; Mc 10.27; Mt 19.26; At 
27.23-25; Dn 6.23; 3.25-28).
135
=> Os dons de curar.
A cura do corpo doente pela fé é um fruto da 
morte de Cris to na cruz do calvário (Is 53.4,5; IPe 
2.24,25; Mt 8.16,17; 9.35,36). O dom de curar consiste 
numa operação do Espíri to Santo, pela qual o poder de 
cura que Jesus ganhou é transmitido ao doente de modo 
abundante, imedia to para a cura completa.
Vemos no l ivro de Atos este dom em plena 
atividade no minis té rio de vários homens de Deus, a 
saber: Estevão (At 6.8); Pedro (At 4.6,7,9; 9.32-43); 
Fil ipe (At 8.7); Paulo (At 14.8-10; 28.8,9).
Este dom não significa uma capacidade de 
curar quando e como a pessoa quer, porém é sempre 
uma transmissão do poder do Espíri to Santo, por isto é 
indispensável que o portador do dom esteja l igado a 
Cristo e siga a sua direção.
O dom é dado à Igreja e consti tui uma 
conf irmação de Deus à pregação da Palavra (Mc 16.20; 
At 5.11,12; 14.1-4; 10.38), por isso que Jesus deve 
sempre ser o único glorificado. (Compare neste sentido 
a atitude de Paulo: Atos 14.13-15, e de Pedro: Atos 
3.12).
=> O dom de m aravilhas.
Este dom consti tui uma operação do Espíri to 
Santo pela qual é transmitido o poder i l imi tado de Deus 
Todo-Poderoso (SI 115.3; 135.6).
Jesus possuía este dom (Mt 8.26; Jo 
11.43,44), o mesmo dom se manifestou no ministér io 
de Moisés (Êx 4.17; 7.20,21; 8.5,6,17; 9.10,23-25; 
10.13-15; 14.21-26; 17.5-7).
Também se manifestou no minis tério de 
Josué e Paulo (Js 3.13-17; 10.12-14; At 13.10,11; 20.9- 
12).
136
=> O dom de discernir os esp íritos.
Por meio desle dom o Espir i to Santo revela 
que Jesus tem olhos como chama de fogo, Ele vê (Ap 
1.14; SI 139.12).
O portador do dom recebe pelo Espíri to 
Santo, como num lau d o 1, o resultado duma análise 
vinda do laboratório de Deus, sobre a qualidade exata 
do espíri to que inspira e opera em determinadas 
pessoas (Ap 2.2; At 8.12-24; Jd 12; Mt 7.15); sobre 
ações (At 5.1-11; 2Rs 5.26,27); sobre manifestações e 
milagres (At 16.16-18; 2Rs 2.9; Êx 7.11,12), e sobre 
doutrina (Cl 2.8,16 18-23; lT m 4.1).
Este dom revela a fonte de onde vem a 
inspiração das profecias e revelações, pois elas podem 
vir de inspiração divina (At 15.32; IC o 14.3), podem 
representar o pensamento do coração (Ez 13.2,3) ou 
podem provir de fonte impura ou contaminada (Ap 
2.20-24: Jr 23.13; 2.8; lR s 22.19-24).
O dom de discernir os espíri tos é útil, pois 
consti tui uma proteção divina, pela qual a Igreja fica 
guardada de más influências.
=> Q dom de profecias.
Profecia é uma mensagem de Deus dada ao 
portador do dom por inspiração do Espíri to Santo. O 
profe ta deve transmiti- la exatamente como a recebeu, 
Deus disse: "... Ele assim fará ouvir a minha palavra 
ao meu povo . . .” (Jr 23.22). A ati tude daquele que 
profetiza deve ser; ".. . A palavra que Deus puser na 
minha boca, essa fa la re i” (Nm 22.38c).
A mensagem recebida por inspiração do 
Espíri to Santo não é trarr sn it ida mecanicamente , mas
1 P e ç a e s c r i t a , f u n d a m e n t a d a , na q ua l os p e r i t o s e x p õ e m as 
o b s e r v a ç õ e s e e s tudos q u e f i z e r a m e r e g i s t r a m as c o n c l u s õ e s da 
p e r í c i a .
137
fiel e consc ientemente , pois “o Espíri to dos profetas é 
sujeito aos p rofe tas” ( I C o 14.32).
No momento em que a profecia é 
transmitida, é Deus quem está falando, mas é o homem 
que está transmit indo o que de Deus recebeu ( IC o 
14.29). Se fosse o próprio Deus que est ivesse falando, 
não haveria necessidade de se ju lgar a mensagem, 
como está ordenada que se faça ( lT s 5.21; ICo 14.29).
o A final idade da profecia é transmit ir a 
mensagem cujo conteúdo é: edificação, exortação, 
consolação e predicação de acontecimentos futuros (At 
11.27-30; 21.10,11).
Quando o Espíri to de profecia se manifesta 
no ministér io da pregação da Palavra, a mesma se torna 
uma mensagem atual e com endereço certo (Ef 4.11; 
ICo 12.28).
O dom é para a Igrejae deve ser usado nela, 
para que ela receba edificação. A Bíblia fala de uma 
limitação no uso ( I C o 14.29.30,40) que deve ser 
observada, a profecia não deve ser fonte de consulta ou 
meio de obter direção, seja na vida espiri tual ou na 
material. Jesus é o único Mediador entre Deus e os 
homens, é Ele quem dirige e orienta a todos os que o 
buscam. A finalidade da profecia é outra.
Quando o dom de profecia é usado conforme 
a orientação da Bíblia, traz muitas bênçãos. A Igreja é 
edificada ( I C o 14.3) e preparada para a batalha ( IC o 
14.8; Os 12.10,13). O dom transmite temor à Igreja 
( IC o 14.24-25) e faz o povo evitar a corrupção (Pv 
29.18).
=> O dom de variedade e interpretação de línguas.
Existe uma diferença entre a l íngua estranha 
dada como evidência do batismo com o Espíri to Santo 
e o dom de l ínguas. A língua recebida como sinal, 
devemos falar só com Deus ( IC o 14.2,28), e por isto
138
cia não precisa de interpretação, este sinal é dado a 
todos que são ba tizados no Espíri to Santo, mas o dom 
de línguas não é dado a todos os crentes ( IC o 12.30).
O dom de línguas tem por fina lidade 
transmiti r à Igreja uma mensagem em línguas 
estranhas, e por isto precisa de inte rpre tação para que a 
Igreja seja edificada. Esta interpre tação é feita pelo 
dom de interpre tação de línguas.
Tanto o dom de línguas como o dom de 
interpretação de l ínguas, consfitui um milagre, porque 
nem o que fala em línguas nem o que in terpreta 
conhecem a l íngua verdadeira seja de homens seja dos 
anjos ( IC o 13.1), conforme o Espíri to Santo concede 
que se fale (At 2.4).
A Bíblia dá orientação bem clara sobre o uso 
destes dons, devem ser usados em conjunto. Se não 
houver intérprete, aquele que fala em línguas deve 
calar-se na Igreja e falar, então, só com Deus ( IC o 
14.28). Deve-se também observar o l imite no uso de 
línguas com inte rpre tação ( IC o 14.26,27), coisa que 
não existe para os que falarem línguas como sinal , os 
quais poderão falar só com Deus tanto quanto Deus 
lhes permit ir (At 2.4; IC o 14.18).
Os dois dons, usados juntos , transmitem uma 
mensagem que equivale à profecia ( IC o 14.5) e 
consti tui um sinal para os não crentes ( IC o 14.22).
O Fruto do Espírito
Uma das grandes obras do Espír i to Santo é 
de transmit ir ao homem toda a pleni tude div ina (El 
3.16-19). A na tureza perfe ita de Deus faz parte desta 
plenitude. Pelo fruto do Espíri to estas virtudes se 
manifestam na vida do crente. O Espíri to Santo faz 
com que, por meio do “Fruto do Esp ír i to” , as virtudes
139
de Cristo apareçam (2Co 4.10-11). O Espíri to Santo 
produz santif icação ( lT s 5.23).
O Fruto do Espíri to representa nove 
diferentes virtudes:
C a r i d a d e ( a m o r ) U o 4 . 8
G o z o ( a l e g r i a ) J o 1 5 . 1 1
P a z M c 4 . 3 9
L o n g a n i m i d a d e T g 1 .1 9
B e n i g n i d a d e R m 1 2 . 1 5
B o n d a d e R m 1 2 . 1 5
F i d e l i d a d e ( f é ) P v 2 0 . 6
M a n s i d ã o T t 3 . 2
D o m í n i o p r ó p r i o ( t e m p e r a n ç a ) A t 2 4 . 2 5
Em contraste com as obras da carne, temos o 
modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama “o 
Fruto do Esp ír i to” . Esta maneira de viver se realiza no 
crente à medida que ele permite que o Espíri to diri ja e 
influencie sua vida de tal maneira que ele (o crente) 
subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da 
carne, e ande em comunhão com Deus (ver Rm 8.5-14; 
cf. 2Co 6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2Pe 1.4-9).
O fruto do Espíri to inclui:
■ “Caridade” (gr. agape ) - o interesse e a busca do 
bem maior de outra pessoa sem nada querer em 
troca (Rm 5.5; ICo 13; Ef 5.2; Cl 3.14).
■ “Gozo” (gr. chará) - a sensação de alegria 
baseada no amor, na graça, nas bênçãos, nas 
promessas e na presença de Deus, bênçãos estas 
que pertencem àqueles que crêem em Cristo (SI 
119.16; 2Co 6.10; 12.9; IPe 1.8; ver Fp 1.14).
■ “Paz” (gr. eirene) - a quietude de coração e 
mente, baseada na convicção de que tudo vai bem 
entre o crente e seu Pai celestial (Rm 15.33; Fp 
4.7; lTs 5.23; Hb 13.20).
140
■ “Longanim idade” (gr. makrothumiá) - paciência , 
perseverança, ser tardio para irar-se ou para o 
desespero (Ef 4.2; 2Tm 3.10; Hb 12.1).
■ “Benignidade” (gr. chres to tes ) - não querer 
magoar ninguém, nem lhe provocar dor (Ef 4.32; 
Cl 3.12; IPe 2.3).
■ “Bondade” (gr. agathosune) - zelo pela verdade e 
pela retidão, e repulsa ao mal; pode ser expressa 
em atos de bondade (Lc 7.37-50) ou na repreensão 
e na correção do mal (Mt 21.12,13).
■ “F é ” (gr. pis t is ) - lealdade constante e inabalável 
a alguém com quem estamos unidos por promessa , 
compromisso, f idedignidade e honest idade (Mt 
23.23; Rm 3.3; l T m 6.12; 2Tm 2.2; 4.7; Tt 2.10).
■ “M ansidão” (gr. prautes) - moderação, associada 
à força e à coragem; descreve alguém que pode 
irar-se com equidade quando for necessário , e 
também humildemente submeter-se quando for 
preciso (2Tm 2.25; IPe 3.15; para a mansidão de 
Jesus, cf. Mt 11.29 com Mt 23; Mc 3.5; a de 
Paulo, cf. 2Co 10.1 com 10.4-6; a de Moisés , cf. 
Nm 12.3 com Êx 32.19,20).
■ “Tem perança” (gr. egkrateia) - -o controle ou 
domínio sobre nossos próprios desejos e paixões, 
inc lus ive a f idelidade aos votos conjugais; 
também a pureza ( I C o 7.9; Tt 1.8; 2.5).
O ensino final de Paulo sobre o Fruto do 
Espíri to é que não há qualquer restrição quanto ao 
modo de viver aqui indicado. O crente pode - e 
realmente deve - pra ticar essas virtudes continuamente . 
Nunca haverá uma lei que lhes impeça de viver 
segundo os pr incípios aqui descritos.
141
Questionário
■ Assinale com “X ” as al ternativas corretas
6. Assinale o dom que não manifesta o poder de Deus 
por meio de ações sobrenaturais
a ) |_j O dom da fé
b ) L j O dom de variedades de línguas
c ) |_] O dom de operação de maravilhas
d ) |_J Os dons de curar
7. É uma mensagem de Deus dada ao portador do dom 
p o r jn sp i ra ç ão do Espíri to Santo
a ) |_J Línguas
b ) l I Interpretação
c ) |_| Discern imento
d ) [_J Profecia
8. Não_é fruto do Espíri to Santo
a ) M Interpretação, profecia e cura
b ) |_ | Car idade, paz e gozo
c ) |_| Longanimidade, benignidade e bondade
d ) D Fé, mansidão e temperança
■ Marque “C ” para Certo e “E ” para Errado
9 . n O dom de discernir os espír i tos é um dos dons que 
revelam a sabedoria de Deus, proporcionando um 
saber sobrenatural
10. Q A finalidade da profecia é transmiti r a mensagem 
cujo conteúdo é: edificação, exortação, consolação e 
predicação de acontecimentos futuros
142
A Trindade
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143
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144
IBADEP - Instituto Bíblico das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus do Estado do Paraná 
Av. Brasil, S/N° - Cx.Postal 248 - Fone: (44) 3642-2581 
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