Prévia do material em texto
<p>Leis Extravagantes:</p><p>Tortura</p><p>Minirrevisão da Lei n. 9.455/1997</p><p>Professor: Renato Pulz</p><p>FICHA TÉCNICA DO MATERIAL</p><p>grancursosonline.com.br</p><p>CÓDIGO:</p><p>2407244366M</p><p>TIPO DE MATERIAL:</p><p>E-book</p><p>TÍTULO:</p><p>Leis Extravagantes – Tortura</p><p>Minirrevisão da Lei n. 9.455/1997</p><p>PROFESSOR:</p><p>Renato Pulz</p><p>ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO:</p><p>07/2024</p><p>Este material está sujeito a atualizações. O Gran não se responsabiliza por custos</p><p>de impressão, que deve ser realizada sob responsabilidade exclusiva do aluno.</p><p>3 de 13gran.com.br</p><p>SUMÁRIO</p><p>Leis Extravagantes: Tortura - Minirrevisão da Lei n. 9.455/1997 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5</p><p>Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5</p><p>Leis Penais Extravagantes – Dicas que você precisa saber para a prova!</p><p>Lei Federal n. 9.455, de 7 de abril de 1997 (Antitortura) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6</p><p>1. A lei atende a tratados internacionais e a um mandado constitucional de</p><p>criminalização (art. 5º, XLIII, da CF/1988) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6</p><p>2. A lei brasileira aceita que o particular também possa praticar o crime</p><p>(crime comum) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7</p><p>3. O crime é prescritível no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7</p><p>4. A vedação à tortura no Brasil é absoluta, não aceitando exceções . . . . . . . . . . 7</p><p>5. O bem jurídico tutelado é a dignidade da pessoa humana, assim</p><p>como a integridade física e psicológica da vítima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7</p><p>6. O crime é equiparado a hediondo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7</p><p>7. O crime é inafiançável, insuscetível de graça ou anistia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8</p><p>8. A lei define os crimes de tortura e a doutrina deu nomes às condutas. . . . . . . 8</p><p>9. A tortura “confissão” ou tortura “prova” é crime formal . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8</p><p>10. A tortura “crime” também é formal, não exigindo que a vítima</p><p>cometa o crime . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8</p><p>11. A forma tortura “preconceito” ou “racismo” se dá somente em razão de</p><p>discriminação racial ou religiosa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9</p><p>12. A tortura “castigo”, punitiva ou intimidatória, exige intenso sofrimento</p><p>físico ou mental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9</p><p>13. Na forma “tortura propriamente dita” ou “tortura pela tortura”</p><p>é crime próprio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10</p><p>14. A tortura pela omissão é chamada de tortura imprópria . . . . . . . . . . . . . . . . 10</p><p>15. Forma qualificada do crime: lesão corporal grave/gravíssima ou morte . . . 10</p><p>16. Não confundir com homicídio qualificado pela tortura . . . . . . . . . . . . . . . . . 10</p><p>17. As causas de aumento (majorantes: aumento em fração) . . . . . . . . . . . . . . . 11</p><p>https://www.gran.com.br</p><p>4 de 13gran.com.br</p><p>Leis Extravagantes: Tortura - Minirrevisão da Lei n. 9.455/1997</p><p>Professor: Renato Pulz</p><p>18. Efeitos da condenação pelo crime de tortura são automáticos . . . . . . . . . . 11</p><p>19. Progressão de regime aos condenados pela tortura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11</p><p>20. Extraterritorialidade incondicionada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12</p><p>21. Em regra, a competência é da justiça comum estadual para processo e</p><p>julgamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12</p><p>22. Justiça Militar tem competência para julgar crime de tortura praticado</p><p>por policial militar estadual (Lei n. 13.491/2017) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12</p><p>https://www.gran.com.br</p><p>https://oab.grancursosonline.com.br/</p><p>5 de 13gran.com.br</p><p>Leis Extravagantes: Tortura - Minirrevisão da Lei n. 9.455/1997</p><p>Professor: Renato Pulz</p><p>LEIS EXTRAVAGANTES – TORTURALEIS EXTRAVAGANTES – TORTURA</p><p>MINIRREVISÃO DA LEI N. 9.455/1997MINIRREVISÃO DA LEI N. 9.455/1997</p><p>APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO</p><p>Olá, querido aluno!</p><p>Sabemos que a jornada é dura e que as provas estão cada vez mais difíceis, mas</p><p>estamos juntos nessa. Os editais são extensos e ainda tem aquela quantidade de Leis</p><p>Penais Extravagantes para estudar.</p><p>As também chamadas de Leis Penais Especiais estão presentes em muitos concursos</p><p>e são ricas em detalhes. Como se isso não bastasse, ainda há doutrina e jurisprudência</p><p>relacionadas aos temas. Há momentos em que achamos que não tem como se lembrar de</p><p>todo o conteúdo.</p><p>Aquelas questões podem representar os pontos valiosos que garantirão a sua aprovação.</p><p>E, por isso, preparamos este material para lhe proporcionar revisões rápidas e objetivas,</p><p>com dicas sobre as principais leis penais presentes nos concursos.</p><p>Neste resumo, você verá dicas sobre a Lei n. 9.455/1997, a Lei Antitortura, uma das</p><p>mais cobradas nas provas.</p><p>Fico à disposição, desde já, para ajudá-lo com qualquer dúvida que eventualmente surgir.</p><p>Um grande abraço!</p><p>Prof. Renato Pulz</p><p>RENATO PULZ</p><p>Renato Silvano Pulz é advogado, mestre e doutor, com especialização em Direito</p><p>Penal e Processual Penal, Direito Ambiental e Ciências Criminais. Professor de Direito</p><p>Penal e Processo Penal na graduação, pós-graduação e preparatórios para concursos</p><p>públicos.</p><p>https://www.gran.com.br</p><p>https://oab.grancursosonline.com.br/</p><p>6 de 13gran.com.br</p><p>Leis Extravagantes: Tortura - Minirrevisão da Lei n. 9.455/1997</p><p>Professor: Renato Pulz</p><p>LEIS PENAIS EXTRAVAGANTES – DICAS QUE VOCÊ PRECISA LEIS PENAIS EXTRAVAGANTES – DICAS QUE VOCÊ PRECISA</p><p>SABER PARA A PROVA!SABER PARA A PROVA!</p><p>LEI FEDERAL N. 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997 LEI FEDERAL N. 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997</p><p>(ANTITORTURA)(ANTITORTURA)</p><p>É uma lei pequena para fazer a leitura, mas apresenta uma série de detalhes que são</p><p>explorados pela doutrina. Por essa razão e pela relevância no cenário histórico nacional,</p><p>é uma das leis penais especiais mais cobradas nas provas de concursos. Não vá para uma</p><p>prova sem revisar esse material!</p><p>1. A LEI ATENDE A TRATADOS INTERNACIONAIS E A UM MANDADO 1. A LEI ATENDE A TRATADOS INTERNACIONAIS E A UM MANDADO</p><p>CONSTITUCIONAL DE CRIMINALIZAÇÃO (ART. 5º, XLIII, DA CF/1988)CONSTITUCIONAL DE CRIMINALIZAÇÃO (ART. 5º, XLIII, DA CF/1988)</p><p>O Brasil é signatário de dois tratados internacionais que visam reprimir a tortura:</p><p>• Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penal Cruéis, Desumanos e</p><p>Degradantes, de 1984; e,</p><p>• Convenção Interamericana para prevenir e Punir a Tortura, de 1985.</p><p>Logo, percebe-se que o legislador constituinte teve uma preocupação muito grande</p><p>sobre o tema, devido às obrigações internacionais e ao contexto histórico pelo qual o país</p><p>estava vivendo.</p><p>Art. 5º, III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante (...)</p><p>XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o</p><p>tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos,</p><p>por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;</p><p>Leia o conceito de tortura disposto no art. 1º da Convenção contra a Tortura e outros</p><p>Tratamentos ou Penal Cruéis, Desumanos e Degradantes:</p><p>Para os fins da presente Convenção, o termo “tortura” designa qualquer ato pelo qual dores</p><p>ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a</p><p>fim de obter, dela ou de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato</p><p>que ela ou uma terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; de intimidar</p><p>ou coagir esta pessoa ou outras pessoas;</p><p>ou por qualquer motivo baseado em discriminação</p><p>de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimentos são infligidos por um funcionário</p><p>público ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o</p><p>seu consentimento ou aquiescência. Não se considerará como tortura as dores ou sofrimentos</p><p>que sejam consequência unicamente de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções</p><p>ou delas decorram. (Grifos nossos.)</p><p>https://www.gran.com.br</p><p>https://oab.grancursosonline.com.br/</p><p>7 de 13gran.com.br</p><p>Leis Extravagantes: Tortura - Minirrevisão da Lei n. 9.455/1997</p><p>Professor: Renato Pulz</p><p>2. A LEI BRASILEIRA ACEITA QUE O PARTICULAR TAMBÉM POSSA PRATICAR 2. A LEI BRASILEIRA ACEITA QUE O PARTICULAR TAMBÉM POSSA PRATICAR</p><p>O CRIME (CRIME COMUM)O CRIME (CRIME COMUM)</p><p>Diferente dos tratados internacionais, em que só o agente público pode praticar (crime</p><p>próprio). Um ponto muito cobrado nas provas! Ao se diferenciar do previsto internacionalmente,</p><p>a doutrina passou a chamá-lo de “crime jaboticaba” (que só tem no Brasil). Essa expressão</p><p>já apareceu em prova!</p><p>3. O CRIME É PRESCRITÍVEL NO BRASIL3. O CRIME É PRESCRITÍVEL NO BRASIL</p><p>Apesar de corrente em sentido contrário, isso é o que prevalece. Afinal, o rol de crimes</p><p>imprescritíveis na CF/1988 é taxativo. A discussão surgiu porque é uma previsão diferente</p><p>da previsão do Tratado de Roma. Mas cuidado: é imprescritível a ação civil indenizatória por</p><p>danos morais do período da ditadura. Ponto que as bancas gostam de perguntar.</p><p>4. A VEDAÇÃO À TORTURA NO BRASIL É ABSOLUTA, NÃO ACEITANDO 4. A VEDAÇÃO À TORTURA NO BRASIL É ABSOLUTA, NÃO ACEITANDO</p><p>EXCEÇÕESEXCEÇÕES</p><p>O examinador irá testar a sua fé, pois o tema gera polêmicas. Nesse sentido, vale</p><p>conhecer a “Teoria do cenário da bomba relógio”, que permite flexibilização da vedação à</p><p>tortura. Entretanto, no Brasil, a jurisprudência é pacífica no sentido da vedação absoluta.</p><p>5. O BEM JURÍDICO TUTELADO É A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, ASSIM 5. O BEM JURÍDICO TUTELADO É A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, ASSIM</p><p>COMO A INTEGRIDADE FÍSICA E PSICOLÓGICA DA VÍTIMACOMO A INTEGRIDADE FÍSICA E PSICOLÓGICA DA VÍTIMA</p><p>6. O CRIME É EQUIPARADO A HEDIONDO6. O CRIME É EQUIPARADO A HEDIONDO</p><p>Tanto a CF/1988 quanto a Lei n. 8.072/1990, no seu art. 2º, caput, equiparam o crime de</p><p>tortura a crimes hediondos. O objetivo do legislador foi dar o mesmo tratamento rigoroso</p><p>e repressivo.</p><p>Atenção ao detalhe: o crime de tortura não está no rol do art. 1º da lei de crimes hediondos,</p><p>que é um rol taxativo, mas, sim, no art. 2º, que o legislador tratou como crime equiparado</p><p>ou assemelhado a hediondo. Então, cuidado, pois é uma pegadinha antiga que ainda cai</p><p>em provas!</p><p>https://www.gran.com.br</p><p>https://oab.grancursosonline.com.br/</p><p>8 de 13gran.com.br</p><p>Leis Extravagantes: Tortura - Minirrevisão da Lei n. 9.455/1997</p><p>Professor: Renato Pulz</p><p>7. O CRIME É INAFIANÇÁVEL, INSUSCETÍVEL DE GRAÇA OU ANISTIA7. O CRIME É INAFIANÇÁVEL, INSUSCETÍVEL DE GRAÇA OU ANISTIA</p><p>O indulto também é pela jurisprudência. Não cabe Pena Restritiva de Direito (PCDs),</p><p>pois é um crime cometido com violência ou grave ameaça. Para o STJ, a violência é ínsita</p><p>ao crime de tortura.</p><p>8. A LEI DEFINE OS CRIMES DE TORTURA E A DOUTRINA DEU NOMES ÀS 8. A LEI DEFINE OS CRIMES DE TORTURA E A DOUTRINA DEU NOMES ÀS</p><p>CONDUTAS.CONDUTAS.</p><p>Art. 1º Constitui crime de tortura (...)</p><p>9. A TORTURA “CONFISSÃO” OU TORTURA “PROVA” É CRIME FORMAL9. A TORTURA “CONFISSÃO” OU TORTURA “PROVA” É CRIME FORMAL</p><p>Estão previstas no art. 1º, I, alínea “a”:</p><p>Art. 1º, I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe</p><p>sofrimento físico ou mental:</p><p>a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;</p><p>Consuma-se com o constrangimento físico ou mental, dispensando-se a confissão,</p><p>informação ou declaração do torturado, pois a confissão é mero exaurimento. Também</p><p>pode aparecer na prova os nomes tortura “persecutória”, “probatória”, “institucional” e</p><p>“inquisitória”. A lei não estabelece a natureza da confissão. Logo, pode ser pessoal, profissional,</p><p>comercial, criminosa, industrial etc.</p><p>10. A TORTURA “CRIME” TAMBÉM É FORMAL, NÃO EXIGINDO QUE A VÍTIMA 10. A TORTURA “CRIME” TAMBÉM É FORMAL, NÃO EXIGINDO QUE A VÍTIMA</p><p>COMETA O CRIMECOMETA O CRIME</p><p>Conforme previsto no art. 1º, I, alínea “b”.:</p><p>Art. 1º, I, b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;</p><p>Exige que seja “crime”, mas não caracteriza a tortura se for para prática de contravenção</p><p>(nesse caso será constrangimento ilegal). Pois não cabe analogia in malan parten. Já caiu</p><p>várias vezes em prova esse ponto! Além disso, trata-se de hipótese de coação moral</p><p>irresistível. Logo, temos uma autoria mediata em relação ao crime a ser praticado (coator)</p><p>e causa de inexigibilidade de conduta diversa (coagido). O autor da tortura responderá em</p><p>concurso material de crimes (art. 69 do CP) como autor imediato do crime de tortura e</p><p>autor mediato do crime que foi cometido pelo coagido.</p><p>https://www.gran.com.br</p><p>https://oab.grancursosonline.com.br/</p><p>9 de 13gran.com.br</p><p>Leis Extravagantes: Tortura - Minirrevisão da Lei n. 9.455/1997</p><p>Professor: Renato Pulz</p><p>11. A FORMA TORTURA “PRECONCEITO” OU “RACISMO” SE DÁ SOMENTE 11. A FORMA TORTURA “PRECONCEITO” OU “RACISMO” SE DÁ SOMENTE</p><p>EM RAZÃO DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL OU RELIGIOSA.EM RAZÃO DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL OU RELIGIOSA.</p><p>Conforme previsto no art. 1º, I, alínea “c”.</p><p>Diferentemente da lei que trata do racismo e preconceito (Lei n. 7.716/1989), nessa forma</p><p>de tortura o legislador não mencionou no tipo penal cor, etnia e procedência. Logo, as</p><p>bancas adoram tentar enganar o candidato. Também não tem previsão de outras formas</p><p>de motivação, tais como idade, sexual, política etc. Pode aparecer na prova com nome de</p><p>tortura “discriminatória”. É crime comum, pois não exige condição especial para o sujeito</p><p>ativo. Na tortura racial não se exige uma finalidade específica por parte do agente, isto é,</p><p>o torturador não deseja obter determinado comportamento da vítima, mas a tortura pela</p><p>simples razão: o preconceito ou discriminação. O crime se consuma com a imposição do</p><p>sofrimento, por isso é crime material.</p><p>12. A TORTURA “CASTIGO”, PUNITIVA OU INTIMIDATÓRIA, EXIGE INTENSO 12. A TORTURA “CASTIGO”, PUNITIVA OU INTIMIDATÓRIA, EXIGE INTENSO</p><p>SOFRIMENTO FÍSICO OU MENTALSOFRIMENTO FÍSICO OU MENTAL</p><p>Como previsto no art. 1º, II:</p><p>Art. 1º, II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência</p><p>ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal</p><p>ou medida de caráter preventivo.</p><p>Trata-se de crime material, pois, para consumação, exige esse resultado. Também é um</p><p>crime próprio (bi próprio), pois exige um vínculo especial entre a vítima e o torturador. As</p><p>bancas gostam de perguntar esses dois detalhes! Somente pode ser praticado por quem</p><p>possui relação de guarda, poder ou autoridade em relação à vítima. Exige um especial fim</p><p>de agir “aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo” (caso inexista, poderá</p><p>configurar apenas lesão corporal, por exemplo). Atenção à diferença entre o crime de</p><p>maus-tratos do art. 136 do CP, pois, neste, o dolo é de repreensão a uma indisciplina, de</p><p>caráter “educativo”, corretivo, abusando dos meios de correção e expondo a perigo a vida ou</p><p>a saúde da vítima (crime de perigo). Já na tortura castigo não há caráter educativo algum,</p><p>é simples dolo de causar sofrimento (crime de dano).</p><p>https://www.gran.com.br</p><p>https://oab.grancursosonline.com.br/</p><p>10 de 13gran.com.br</p><p>Leis Extravagantes: Tortura - Minirrevisão da Lei n. 9.455/1997</p><p>Professor: Renato Pulz</p><p>13. NA FORMA “TORTURA PROPRIAMENTE DITA” OU “TORTURA PELA 13. NA FORMA “TORTURA PROPRIAMENTE DITA” OU “TORTURA PELA</p><p>TORTURA” É CRIME PRÓPRIOTORTURA” É CRIME PRÓPRIO</p><p>Conforme previsto no art. 1º, § 1º, da Lei.</p><p>Art. 1º, § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de</p><p>segurança a sofrimento</p><p>físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei</p><p>ou não resultante de medida legal.</p><p>Somente pode ser praticado por quem tiver sob sua guarda pessoa presa ou submetida</p><p>a medida de segurança. Exige esse vínculo entre os sujeitos do crime. É crime material, pois</p><p>se consuma com o sofrimento da vítima. Lembrando que pode ser sofrimento psicológico,</p><p>como no uso das chamadas “técnicas singulares de interrogatório”.</p><p>14. A TORTURA PELA OMISSÃO É CHAMADA DE TORTURA IMPRÓPRIA14. A TORTURA PELA OMISSÃO É CHAMADA DE TORTURA IMPRÓPRIA</p><p>Conforme disposto no art. 1º, § 2º, da Lei.</p><p>Art. 1º, § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las</p><p>ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.</p><p>Nesta forma, a pena é bem menor, além de ser de detenção. Além disso, não é equiparada</p><p>a hediondo. Por isso tudo é a queridinha das bancas!</p><p>15. FORMA QUALIFICADA DO CRIME: LESÃO CORPORAL GRAVE/GRAVÍSSIMA 15. FORMA QUALIFICADA DO CRIME: LESÃO CORPORAL GRAVE/GRAVÍSSIMA</p><p>OU MORTEOU MORTE</p><p>Art. 1º, § 3º se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, ou se resulta morte.</p><p>16. NÃO CONFUNDIR COM HOMICÍDIO QUALIFICADO PELA TORTURA16. NÃO CONFUNDIR COM HOMICÍDIO QUALIFICADO PELA TORTURA</p><p>Se já tinha intenção de matar desde o início, será homicídio qualificado pela tortura.</p><p>Para ser tortura qualificada pela morte, essa deve ser culposa (sem desejar), ou seja,</p><p>só queria torturar (causar sofrimento), mas, ao se exceder ou por se descuidar, acabou</p><p>causando a morte.</p><p>https://www.gran.com.br</p><p>https://oab.grancursosonline.com.br/</p><p>11 de 13gran.com.br</p><p>Leis Extravagantes: Tortura - Minirrevisão da Lei n. 9.455/1997</p><p>Professor: Renato Pulz</p><p>17. AS CAUSAS DE AUMENTO (MAJORANTES: AUMENTO EM FRAÇÃO)17. AS CAUSAS DE AUMENTO (MAJORANTES: AUMENTO EM FRAÇÃO)</p><p>Estão listadas no art. 1º, § 4º, da Lei.</p><p>Art. 1º, § 4º se o crime:</p><p>I – é cometido por agente público;</p><p>II – contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 anos;</p><p>III – mediante sequestro.</p><p>Cuidado, pois as bancas gostam de colocar “cometido contra agente público” ou “maior de</p><p>70 anos”. Outro detalhe: para que incida causa de aumento “mediante sequestro”, a privação</p><p>da liberdade deve ser utilizada como meio para a prática da tortura. Caso contrário, haverá</p><p>concurso de crimes entre tortura e sequestro ou cárcere privado (art. 148 do Código Penal)</p><p>18. EFEITOS DA CONDENAÇÃO PELO CRIME DE TORTURA SÃO AUTOMÁTICOS18. EFEITOS DA CONDENAÇÃO PELO CRIME DE TORTURA SÃO AUTOMÁTICOS</p><p>Ponto campeão de prova. Seja pela cobrança do “dobro” do prazo (é da pena aplicada e</p><p>não da pena em abstrato) ou pelo fato de que esses efeitos são automáticos, dispensando</p><p>fundamentação na sentença.</p><p>Art. 1º, § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição</p><p>para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.</p><p>Mas para que ocorram esses efeitos é necessário que o crime tenha relação com a</p><p>função. Na tortura omissão também se perde o cargo.</p><p>19. PROGRESSÃO DE REGIME AOS CONDENADOS PELA TORTURA19. PROGRESSÃO DE REGIME AOS CONDENADOS PELA TORTURA</p><p>O art. 112 da Lei de Execução Penal deixa claro que, como a tortura é um crime equiparado</p><p>a hediondo, exige-se o cumprimento de mais de 2/3 da pena para a progressão do regime,</p><p>sendo vedado para o reincidente específico. Se for com resultado morte, é vedada a</p><p>progressão de regime. Isso é mportante, pois essas alterações foram promovidas pela Lei</p><p>n. 13.964/2019 (Pacote Anticrime).</p><p>https://www.gran.com.br</p><p>https://oab.grancursosonline.com.br/</p><p>12 de 13gran.com.br</p><p>Leis Extravagantes: Tortura - Minirrevisão da Lei n. 9.455/1997</p><p>Professor: Renato Pulz</p><p>20. EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA20. EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA</p><p>Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território</p><p>nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.</p><p>(Grifos nossos.)</p><p>Cuidado! As bancas colocam que é “agressor” brasileiro.</p><p>21. EM REGRA, A COMPETÊNCIA É DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL PARA 21. EM REGRA, A COMPETÊNCIA É DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL PARA</p><p>PROCESSO E JULGAMENTOPROCESSO E JULGAMENTO</p><p>Exceto se preencher requisitos do art. 109, IV, da CF/1988.</p><p>22. JUSTIÇA MILITAR TEM COMPETÊNCIA PARA JULGAR CRIME DE TORTURA 22. JUSTIÇA MILITAR TEM COMPETÊNCIA PARA JULGAR CRIME DE TORTURA</p><p>PRATICADO POR POLICIAL MILITAR ESTADUAL (LEI N. 13.491/2017)PRATICADO POR POLICIAL MILITAR ESTADUAL (LEI N. 13.491/2017)</p><p>Aproveite esse material para suas revisões. Tenho certeza de que será útil.</p><p>Bons estudos e sucesso na sua próxima prova!</p><p>https://www.gran.com.br</p><p>https://oab.grancursosonline.com.br/</p><p>A realização do seu sonho merece</p><p>um investimento de qualidade.</p><p>Não desperdice tempo, dinheiro e</p><p>energia. Invista no seu sucesso, no seu</p><p>futuro e na sua realização profissional.</p><p>Assine AGORA a melhor e mais completa</p><p>plataforma de ensino para concursos</p><p>públicos. Sua nomeação na palma da sua</p><p>mão com a Assinatura Ilimitada 9.0</p><p>do Gran Cursos Online.</p><p>Mude de vida. Garanta seu</p><p>futuro com a melhor plataforma de</p><p>estudos para concurso público.</p><p>FACILITE SEUS ESTUDOS:</p><p>rotas de aprovação, mapas</p><p>mentais, resumos e</p><p>exercícios irão te guiar por</p><p>um caminho mais simples</p><p>e rápido.</p><p>TUDO NO SEU TEMPO E</p><p>ESPAÇO:</p><p>faça o download de</p><p>videoaulas e de PDFs e</p><p>estude onde e quando</p><p>você quiser e puder.</p><p>VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO:</p><p>mentorias diárias, ao vivo,</p><p>e fórum de dúvidas não</p><p>te deixarão só nesta</p><p>caminhada.</p><p>TUDO DE NOVO QUANTAS</p><p>VEZES VOCÊ QUISER:</p><p>quantas vezes você quiser,</p><p>quantas vezes você precisar,</p><p>estude com o material mais</p><p>atualizado e de melhor</p><p>qualidade do mercado.</p><p>NÚMEROS GRANDES:</p><p>milhares de alunos aprovados,</p><p>mais de 2,8 milhões de</p><p>questões, mais de 35 mil</p><p>cursos e centenas de</p><p>professores para te</p><p>ajudar a passar.</p><p>TUDO NA SUA MÃO:</p><p>só a Assinatura Ilimitada</p><p>oferece, de forma livre</p><p>e gratuita: Gran Questões,</p><p>Gerenciador de Estudos,</p><p>Audiobooks e muito mais!</p><p>(61) 99884-6348 | De segunda a quinta até as 22h e sexta até as 21h.</p><p>Contato para vendas: Quero ser assinante</p><p>ilimitado agora</p><p>https://www.grancursosonline.com.br/assinatura-ilimitada#utm_source=Landing_Page&utm_medium=Materiais_Gratuitos&utm_campaign=anuncio_material_gratuito_AI</p><p>Sumário</p><p>Leis Extravagantes: Tortura</p><p>minirrevisão da Lei n. 9.455/1997</p><p>Apresentação</p><p>Leis Penais Extravagantes – Dicas que você precisa saber para a prova!</p><p>Lei Federal n. 9.455, de 7 de abril de 1997 (Antitortura)</p><p>1. A lei atende a tratados internacionais e a um mandado constitucional de criminalização (art. 5º, XLIII, da CF/19888)</p><p>2. A lei brasileira aceita que o particular também possa praticar o crime (crime comum)</p><p>3. O crime é prescritível no Brasil</p><p>4. A vedação à tortura no Brasil é absoluta, não aceitando exceções</p><p>5. O bem jurídico tutelado é a dignidade da pessoa humana, assim como a integridade física e psicológica da vítima</p><p>6. O crime é equiparado a hediondo</p><p>7. O crime é inafiançável, insuscetível de graça ou anistia</p><p>8. A lei define os crimes de tortura e a doutrina deu nomes às condutas.</p><p>9. A tortura “confissão” ou tortura “prova” é crime formal</p><p>10. A tortura “crime” também é formal, não exigindo que a vítima cometa o crime</p><p>11. A forma tortura “preconceito ou racismo” se dá somente em razão de discriminação racial ou religiosa.</p><p>12. A tortura castigo, punitiva ou intimidatória exige intenso sofrimento físico ou mental</p><p>13. Na forma “tortura propriamente dita ou tortura pela tortura” é crime próprio</p><p>14. A tortura pela omissão (art. 1º, § 2º) é chamada de tortura imprópria</p><p>15. Forma qualificada do crime: lesão corporal grave/gravíssima ou morte</p><p>16. Não confundir com homicídio qualificado pela tortura</p><p>17. As causas de aumento (majorantes: aumento em fração)</p><p>18. Efeitos da condenação pelo crime de tortura são automáticos</p><p>19. Progressão de regime aos condenados pela tortura</p><p>20. Extraterritorialidade incondicionada</p><p>21. De regra a competência é da justiça comum estadual</p><p>para processo e julgamento</p><p>22. Justiça militar tem competência para julgar crime de tortura praticado por policial militar estadual (Lei n. 13.491/2017)</p>