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<p>CIÊNCIA, TECNOLOGIA E FILOSOFIA</p><p>1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Ciência, Tecnologia e Filosofia</p><p>Ciência, técnica e tecnologia são palavras relacionadas entre si, ao se fazer referência a uma delas,</p><p>inevitavelmente as demais surgem em cena.</p><p>A ciência é uma das formas de conhecimento elaboradas pelo ser humano para compreender racional</p><p>e objetivamente o mundo com a finalidade de nele poder intervir em seu próprio benefício.</p><p>Visa tornar a natureza inteligível ao aprender as regularidades existentes em um conjunto de fenôme-</p><p>nos; tais regularidades são expressas posteriormente em leis e teorias que traduzem o esforço do</p><p>homem em conhecer e explicar tudo o que é ou seja, tudo o que existe natural ou necessariamente.</p><p>Técnica, assim como tecnologia, provém do verbo grego techne, que significa "arte" ou "habilidade".</p><p>Embora procedam da mesma raiz etmológica, técnica e tecnologia têm sido empregadas em sentidos</p><p>diversos.</p><p>Técnica é a parte material de uma arte ou ciência. Conjunto de processos de uma arte ou ciência.</p><p>Tecnologia é o conjunto dos processos especiais relativos a determinada arte ou indústria.</p><p>A Tecnologia a Serviço de Objetivos Humanos e Os Riscos da Tecnologia</p><p>O avanço da tecnologia vem promovendo nos últimos anos a chamada revolução tecnológica. Mas a</p><p>tecnologia deve estar a serviço da melhoria das condições de vida das pessoas.</p><p>Na verdade, a tecnologia em si mesma não é boa nem má. O uso que se faz dela, no entanto, pode</p><p>trazer benefícios ou prejuízos para a humanidade.</p><p>No entanto, a tecnologia tem sido alvo de críticas, por ser considerada dominação inconsequente da</p><p>natureza, a serviço de interesses comerciais, industriais, militares, entre outros, muitas vezes inescru-</p><p>polosos, cujos resultados ser prejudiciais ao homem.</p><p>A tecnologia tem causado também o desemprego estrutural que é a perda do emprego em decorrência</p><p>da automação e da robotização da produção e dos serviços produzidos pela revolução da microeletrô-</p><p>nica.</p><p>A Bioética e a Vida</p><p>No limiar do século XXI, a descoberta e gradual decifração do código genético dos seres vivos e a</p><p>possibilidade de o homem interferir e dominar a natureza orgânica em geral, e inclusive o seu próprio</p><p>"eu", determinou uma revolução no campo da biologia, especialmente da microbiologia, da qual resul-</p><p>tou a engenharia genética.</p><p>Tais avanços permitem ao homem modificar o código genético inato de plantas e animais, bem como</p><p>desenvolver novos códigos. Tornam possível a produção de novas variedades de plantas e animais</p><p>mais resistentes às doenças, mais adaptadas às condições naturais desfavoráveis e mais ricas em</p><p>componentes necessários à subsistência do homem.</p><p>Diante disso, discute-se a clonagem dos seres vivos, inclusive a humana, os alimentos transgênicos, a</p><p>prática da fecundação in vitro, a criogenia, pesquisas com células-tronco, doação de órgãos e a euta-</p><p>násia. Para discutir tais temas surgiu uma nova área do saber denominado Bioética.</p><p>A bioética estuda esses assuntos preocupada com a vida, principalmente a humana. Onde inicia a vida,</p><p>com o embrião ou com o feto desenvolvido? Veja notícia do DN sobre a doação de órgãos no Ceará:</p><p>http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=892036</p><p>A sociedade do conhecimento e as novas tecnologias da comunicação e da informação (robótica, in-</p><p>ternet, telemática)</p><p>Na sociedade atual o conhecimento é buscado e está relacionado com as novas tecnologias. As con-</p><p>quistas espaciais, a automação de bancos, indústrias e escritórios, a utilização de robôs nas linhas de</p><p>montagem, a moderna tecnologia militar apoiada na energia termonuclear, também resultam do avanço</p><p>da microbiologia.</p><p>CIÊNCIA, TECNOLOGIA E FILOSOFIA</p><p>2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>A internet possibilitou, em grande parte, o desenvolvimento da globalização.</p><p>Questões para debate:</p><p>Estabeleça as possíveis relações entre ciência, técnica e tecnologia.</p><p>Como a tecnologia pode está a serviço de objetivos humanos?</p><p>Quais os riscos da tecnologia, na sua opinião?</p><p>Discuta: "No futuro, o professor será substituído por um engenho eutômato".</p><p>Homem ou computador: quem vence a partida de xadrez? Discuta as possibilidades.</p><p>É possível humanizar a tecnologia? Explique.</p><p>Explique o que é bioética e o que ela investiga.</p><p>Numa sociedade como a de hoje, dominada pela tecnologia e pela sofisticação dos instrumentos à</p><p>disposição do homem, ainda há lugar para a filosofia? Justifique sua resposta.</p><p>A Tecnologia chegou, em nossos tempos, especialmente depois da globalização, a adquirir enorme</p><p>importância não só para os indivíduos, mas, também, para a nações e para a sociedade em geral</p><p>levantando problemas econômicos, políticos, sociais e mesmo culturais.</p><p>Torna-se, portanto, necessário indagar sobre a própria essência do que é Tecnologia. Isto é, urge me-</p><p>ditar filosoficamente sobre o significado e o sentido do que se chama Tecnologia.</p><p>Grandes filósofos já vinham, desde o início do século, preocupando-se com a Técnica. Oswald Spen-</p><p>gler, o festejado autor do best-seller filosófico dos anos trinta, A Decadência do Ocidente, tratou do</p><p>assunto no seu O Homem e a Técnica. Nesse ensaio o homem é visto como animal de rapina, usando</p><p>a Técnica como sua arma.</p><p>Depois disso, Ortega y Gasset publicou, em jornal argentino – se não me engano, La Nacion – uma</p><p>série de artigos que vieram a enfeixar o volume Meditacion de la Tecnica, editado pela Revista do Oci-</p><p>dente, em 1939. Esse interesse filosófico chegou a motivar as meditações de um dos maiores filósofos</p><p>deste século, Martin Heidegger, em seu ensaio A Questão da Técnica, cujo original alemão apareceu</p><p>em 1953.</p><p>Contudo, talvez com exceção desse último, não creio que eles estivessem conscientes que o interesse</p><p>maior não mais estava no estudo da Técnica, mas, sim, no da Tecnologia. Isto é, de que as atividades</p><p>técnicas não eram mais resumíveis ao trabalho manual ou mecânico sobre materiais ou construção de</p><p>obras.</p><p>De que, entre os técnicos dos nossos tempos, haviam os tecnologistas, formados em escolas superio-</p><p>res, que aplicavam teorias, métodos e processos científicos para a solução de problemas técnicos. Isso</p><p>veio trazer uma simbiose entre Técnica e Ciência cujos efeitos estavam longe de ser previstos, como</p><p>determinantes dos destinos da humanidade.</p><p>A Técnica é tão antiga quanto a humanidade. Há mesmo a idéia, entre antropólogos, de que o que</p><p>distinguiria os restos fossilizados de um homem dos de um hominídeo seria a presença, junto ao pri-</p><p>meiro, de instrumentos por ele fabricados.</p><p>Contudo, há a opinião de Levi-Strauss de que os índios Nhambiquaras eram tão primitivos que nem</p><p>mesmo possuíam técnica – o que, curiosamente, é desmentido no seu próprio livro Tristes Tropiques,</p><p>suscitando a idéia de que por mais primitiva que seja a sociedade sempre há técnica, por mais simples</p><p>que seja.</p><p>Ortega y Gasset chama a esse estágio primitivo da Técnica de “técnica do acaso (azar)”, suposto que,</p><p>nesse estágio, a fabricação dos instrumentos não se diferenciava muito dos seus atos naturais. Assim</p><p>sendo, os atos técnicos não seriam privativos de certos indivíduos mais aptos, mas igualmente efetua-</p><p>dos por todos de uma mesma comunidade.</p><p>CIÊNCIA, TECNOLOGIA E FILOSOFIA</p><p>3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Contudo, é se acrescentar a Ortega que o pensamento humano é simbólico; ou seja, sempre interpõe</p><p>entre os objetos percebidos e a mente um símbolo, dos quais os mais imediatos são as palavras da</p><p>linguagem.</p><p>Essas têm a propriedade de se conotarem entre si, no sentido de sugerirem ao homem um progresso</p><p>nos seus conhecimentos. Entre pedra lascada e cortar há, por exemplo, uma conotação que permite a</p><p>melhoria do instrumento; isto é, poli-lo para cortar melhor. Assim, uma vez obtido, por acaso, um ins-</p><p>trumento, instala-se- a princípio muito lentamente – um processo de desenvolvimento técnico.</p><p>Foi isso que permitiu a Ortega e Gasset conceber um segundo estágio da Técnica: que ele chama de</p><p>“técnica do artesanato”, em que os atos técnicos</p><p>são ensinados de geração a geração, incluindo a</p><p>invenção e o aperfeiçoamento dos instrumentos.</p><p>É nesse estágio que aparecem certos homens dotados de maior habilidade e que se encarregam das</p><p>funções técnicas, dedicando a eles a sua vida. São os artesãos, com seus mestres e aprendizes. O</p><p>aprendizado progride até o ponto de escreverem-se tratados para o ensino das técnicas às gerações</p><p>futuras.</p><p>Com o advento da ciência moderna, no século 17, abriu-se a possibilidade da aplicação de conheci-</p><p>mentos científicos para resolver problemas técnicos. É o caso da máquina a vapor e, mais especifica-</p><p>mente, do gerador e do motor elétrico. Surge, então, um terceiro estágio da técnica, ao qual Ortega y</p><p>Gasset dá o nome de “técnica dos técnicos”. Nela é que se dá o trânsito da mera ferramenta do artesão</p><p>para a máquina que atua por si mesma.</p><p>O homem passa a ser um auxiliar da máquina, como operário, mas surge aquele que sabe projetar,</p><p>construir e conservar as máquinas, o engenheiro, cujos métodos de ação são muito próximos dos mé-</p><p>todos dos cientistas: analisa o problema a ser resolvido, dividindo-o em partes, e o resolve a partir da</p><p>mais simples, experimentando os resultados parciais e concatenando-os em séries de causas e efeitos.</p><p>Ortega não viu, entretanto, que, em seu próprio tempo, já vinha surgindo uma radicalmente nova etapa</p><p>de desenvolvimento técnico, isto é, a Tecnologia. Não se tratava mais de aplicar conhecimentos cien-</p><p>tíficos para construir uma determinada obra ou fabricar um determinado produto, como o fazem a en-</p><p>genharia, a arquitetura, a indústria ou a agropecuária, mas, sim, de resolver problemas técnicos de</p><p>uma forma generalizada, como o faz a Ciência, com suas teorias.</p><p>Pode-se dizer, por exemplo, que o surgimento de uma tal atividade tecnológica se deu com as pesqui-</p><p>sas de Edison, em seu laboratório de Menlo Park, para obter um metal que servisse para os filamentos</p><p>de lâmpadas elétricas, que pudesse emitir luz, encandecendo sem, porém, fundir-se.</p><p>Um outro exemplo é a descoberta das válvulas termoiônicas por John Ambrose Fleming, fisico inglês,</p><p>e Lee De Forest, PhD pela Universidade de Yale, para seu uso na transmissão e recepção radiofônica.</p><p>Assim, a pesquisa de propriedades de materiais e o desenvolvimento da eletrônica estão na origem</p><p>dessa atual etapa da técnica: a Tecnologia, a qual não prescinde da pesquisa tecnológica. Não há</p><p>Tecnologia se não houver pesquisa tecnológica. E essa é muito semelhante à pesquisa científica.</p><p>Martin Heidegger</p><p>Filósofo alemão</p><p>Martin Heidegger (1889-1976) foi um filósofo alemão da corrente existencialista, um dos maiores filó-</p><p>sofos do século XX. Foi professor e escritor, exercendo grande influência em intelectuais como Jean-</p><p>Paul Sartre.</p><p>Martin Heidegger (1889-1976) nasceu em Messkirch, uma pequena cidade católica do Estado de Ba-</p><p>den, na Alemanha, no dia 26 de setembro de 1889. Com o objetivo de ser padre cursou Teologia na</p><p>Universidade de Friburgo, onde foi aluno de Edmund Husserl, teórico e filósofo criador da fenomenolo-</p><p>gia.</p><p>Em 1913, doutorou-se em Filosofia. Ao estudar os clássicos protestantes de Martinho Lutero, João</p><p>Calvino, entre outros, enfrentou uma crise espiritual e rompeu com o catolicismo. Em 1917 se casa com</p><p>a Luterana Elfrid Petri.</p><p>CIÊNCIA, TECNOLOGIA E FILOSOFIA</p><p>4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>A partir da influência que adquiriu do professor Husserl, tornou-se seu herdeiro na liderança da feno-</p><p>menologia – sistema filosófico que estuda o conjunto de fenômenos e estruturas da experiência cons-</p><p>ciente e como eles se manifestam através do tempo e do espaço.</p><p>A filosofia de Heidegger baseia-se na ideia de que o homem é um ser que busca aquilo que não é. Seu</p><p>projeto de vida pode ser eliminado pelas pressões da vida e pelo cotidiano, o que leva o homem a</p><p>isolar-se de si mesmo. Heidegger também trabalhou o conceito de angústia, a partir do qual o homem</p><p>transcende suas dificuldades ou deixa-se dominar por elas. Assim, o homem seria um projeto inaca-</p><p>bado.</p><p>Em 1923 foi nomeado professor de Filosofia na Universidade de Marburgo. Com a publicação da obra-</p><p>prima “Ser e Tempo” (1927), Heidegger foi promovido professor titular em Marburgo e reconhecido</p><p>como um dos mais importantes filósofos do mundo.</p><p>Em 1928, após a aposentadoria de Husserl, Heidegger foi nomeado para a cadeira de Filosofia em</p><p>Friburgo.</p><p>Em janeiro de 1933, quando Hitler tornou-se chanceler, Heidegger foi nomeado reitor da Universidade</p><p>de Friburgo, apoiando o nacional-socialismo. Em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, Heidegger</p><p>teve sua reputação acadêmica abalada por ter apoiado o Nazismo, ficando proibido de lecionar. Em</p><p>1953 publicou “Introdução à Metafísica, onde elogiou o Nacional-Socialismo”.</p><p>Martin Heidegger escreveu obras importantes, entre elas, “Novas Indagações sobre Lógica” (1912), “O</p><p>Problema da Realidade na Filosofia Moderna” (1912), “O Conceito de Tempo na Ciência da História”</p><p>(1916), “O Que é Metafísica?” (1929), “Da Essência da Verdade” (1943), “Da Experiência de Pensar”</p><p>(1954), “O Caminho da Linguagem” (1959) e Fenomenologia e Teologia” (1970).</p><p>Nesta época, escreve seu principal trabalho “Ser e Tempo” onde expõe suas ideias acerca da existência</p><p>do ser.</p><p>Esta obra seria fundamental para as bases da filosofia existencialista.</p><p>Com a ascensão de Hitler ao poder, em 1933, Heidegger se filia ao Partido Nazista e esta é sua ação</p><p>mais contravertida. Nomeado reitor da Universidade de Friburgo, não permite, contudo, propaganda</p><p>antissemita na faculdade.</p><p>Por atitudes como estas, suas obras são censuradas até 1944 e ao final da guerra, repudiaria o na-</p><p>zismo.</p><p>Martin Heidegger faleceu em 1976, em Brisgóvia, Alemanha.</p><p>Principais Ideias</p><p>Para Heidegger, a principal pergunta da filosofia deve ser sobre o Ser. No passado, os filósofos não</p><p>indagavam sobre o ser e sim sobre o ente, uma coisa.</p><p>Ou então, buscavam entender o ser humano a partir de relação com os objetos e com o meio que ele</p><p>estava.</p><p>Heidegger questiona sobre o homem, o único capaz de fazer-se essa pergunta. Assim quem é o ho-</p><p>mem? Quem é o ser?</p><p>Dasein</p><p>Para o estudioso alemão o homem é um “Dasein”.</p><p>O verbo, de origem alemã significa “sein” – ser e “da” – aí. Desta forma, o homem é um “ser aí” que é</p><p>neste mundo.</p><p>Esta é a grande diferença com os “Entes”, pois o ente “está” no mundo.</p><p>Poder ser é a possibilidade de cada “dasein” de ser capaz de escolher em cada momento o que deseja</p><p>ser, empregar seus esforços neste mundo.</p><p>CIÊNCIA, TECNOLOGIA E FILOSOFIA</p><p>5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Por outro lado, os animais não podem escolher. Exemplo: um gato. Sempre vai estar em busca de</p><p>comida e abrigo até o final dos seus dias.</p><p>Já o "dasein" pode escolher, mas deve fazê-lo no mundo em que foram jogados. Note-se que o “dasein”</p><p>não escolheu estar neste mundo e nem neste tempo.</p><p>Por isso, o "dasein" deve transformar sua existência em projeto que só terminará com a morte.</p><p>Existência Autêntica</p><p>Ao entender esta proposição, o "dasein" poderá exercer uma existência autêntica. Por outro lado, aque-</p><p>les que não compreendem ou não aceitam o fim da vida viverão uma existência autêntica e são cha-</p><p>mados por Heidegger de “Dasman”.</p><p>A existência inautêntica é aquela que renuncia à possibilidade de escolha, de pensamento, de ação e</p><p>deixa que outro decida por si. Este se transforma na massa, perdendo a si mesmo na multidão.</p><p>Angústia</p><p>Como vamos encarar a vida, pois somos feitos para a morte?</p><p>Segundo Heidegger, os entes não morrem, apenas cessam sua existência porque nunca tiveram es-</p><p>colha.</p><p>Já os seres têm plena consciência da sua morte e por isso, suas possibilidades infinitas, se veem limi-</p><p>tadas.</p><p>Isto gera uma angústia no ser humano e será este sentimento que determinará sua atitude frente à</p><p>vida.</p><p>Heidegger propõe que aceitar nossa condição de seres finitos é primordial para levar uma existência</p><p>autêntica.</p><p>Obras</p><p>O Conceito de Tempo na Ciência da História (1916);</p><p>Ser e Tempo (1927);</p><p>Que é Metafísica? (1929);</p><p>Da Essência do Fundamento (1929);</p><p>A Carta sobre o Humanismo (1949);</p><p>Introdução à Metafísica (1953);</p><p>Da Experiência de Pensar (1954);</p><p>O Que é Isto, a Filosofia? (1956);</p><p>Da Pergunta sobre o Ser (1956);</p><p>A Caminho da Linguagem (1959);</p><p>Língua e Pátria (1960);</p><p>Nietzsche (1961).</p><p>Frases</p><p>Nunca chegamos aos pensamentos. São eles que vêm.</p><p>A angústia é a disposição fundamental que nos coloca perante o nada.</p><p>CIÊNCIA, TECNOLOGIA E FILOSOFIA</p><p>6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Só há mundo onde há linguagem.</p><p>Morrer não é um acontecimento; é um fenômeno a ser compreendido existencialmente.</p><p>Todo homem nasce como muitos homens e morre de forma única.</p><p>Precisamos pensar no fato de que ainda não começamos a pensar.</p><p>O problema intrínseco à filosofia heideggeriana reside no facto de nela, mais do que em qualquer outra,</p><p>afirmação e negação conviverem estreitamente. O projeto heideggeriano é o de uma superação (ou</p><p>“destruição”, como ele também escreve) da tradição metafísica do Ocidente, que procede por uma</p><p>releitura, não sem alguma violência interpretativa, dos textos fundamentais dessa mesma tradição.</p><p>Dito de outra maneira: o positivo obtém-se a partir do negativo, a afirmação, a “superação”, é o resul-</p><p>tado da negação (apesar de Heidegger pretender que a “destruição da metafísica” não pode ser enten-</p><p>dida como um gesto de negação pura e simples).</p><p>O problema, por assim dizer marginal por relação à sua filosofia propriamente dita, consiste na sua</p><p>conhecida adesão ao nazismo, uma adesão com mais peso e mais significado do que muita gente,</p><p>durante muito tempo, pretendeu.</p><p>A publicação em 2014 dos volumes 94 a 96 das obras completas, contendo os “Cadernos negros”,</p><p>onde se vê Heidegger, entre outras coisas, comentar com empenho os Protocolos dos Sábios do Sião,</p><p>o célebre documento forjado pela polícia czarista na intenção de mostrar ao mundo a existência de</p><p>uma conspiração judaica internacional, veio trazer de novo à luz do dia esta questão. Até porque o seu</p><p>antissemitismo é aí mais patente do que nunca.</p><p>O que se conhecia através da obra magistral de Hugo Ott (Martin Heidegger, Uma vida política, 1988),</p><p>bem como dos livros de Victor Farias (Heidegger e o nazismo, 1987) e Emmanuel Faye (Heidegger: a</p><p>introdução do nazismo em filosofia à luz dos seminários não publicados de 1933-1935, 2005), entre</p><p>outros, não pôde deixar de ganhar uma nova dimensão com a publicação (prevista por Heidegger, de</p><p>resto) destes textos.</p><p>Walter Benjamin</p><p>Walter Benjamin foi filósofo, ensaísta, tradutor e crítico literário alemão.</p><p>É considerado um dos maiores pensadores do século XX e principal responsável por uma concepção</p><p>dialética e não evolucionista da história.</p><p>Suas temáticas favoritas incluem assuntos literários, da arte e suas técnicas, bem como a estrutura</p><p>social.</p><p>Apesar de ficarem restritos a alguns círculos intelectuais, os textos de Benjamin tiveram uma boa aco-</p><p>lhida na “Escola de Frankfurt”.</p><p>Ali, ele fez amigos, dentre eles, Theodor Adorno, responsável pela publicação póstuma de suas obras.</p><p>Walter foi influenciado grandemente pelo romantismo alemão e pelo marxismo. Contudo, a religião ju-</p><p>daica também foi preponderante.</p><p>Ele foi capaz de fundir aqueles fatores numa visão qualitativa do tempo. Isso, baseando-a na rememo-</p><p>ração e na ruptura revolucionária com a continuidade temporal, ao contrário daquela visão linear e</p><p>quantitativa.</p><p>Vale ressaltar que, apesar de ser considerado um marxista pelos seus críticos, Benjamin destoa muito</p><p>daquilo que era produzido por seus contemporâneos.</p><p>Sua admiração pela cultura judaica foi caracterizada pelo rechaço às ideologias nacionalistas. Isso</p><p>permitiu a Walter Benjamin um maior afastamento e estranhamento em relação à crise que estava por</p><p>vir.</p><p>CIÊNCIA, TECNOLOGIA E FILOSOFIA</p><p>7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Por esse motivo, ele foi alvo do regime nazista anti-semita e, apesar do alinhamento ideológico clara-</p><p>mente de esquerda, nunca se filiou ao Partido Comunista.</p><p>Walter Benedix Schönflies Benjamin nasceu no dia 15 de julho de 1892, em Berlim, numa família de</p><p>comerciantes judeus.</p><p>Seu pai era Emil Benjamin e sua mãe, Paula Schönflies Benjamin. Ainda na adolescência, Benjamin</p><p>alinhou-se aos ideais socialistas.</p><p>Em 1917, casa-se com Dora Sophie Pollak e emigra para Berna (Suíça) para fugir do alistamento no</p><p>exército alemão.</p><p>Neste ano, nasce seu único filho, Stephan. Dois anos mais tarde, em 1919, se torna doutor pela Uni-</p><p>versidade Berna.</p><p>Walter volta para Berlim em 1920, quando começam suas dificuldades financeiras. A situação piora</p><p>quando sua tese de livre docência é rejeitada pelo Departamento de Estética da Universidade de Frank-</p><p>furt, em 1925.</p><p>Ganhando a vida como escritor freelancer, Walter viaja para Moscou em 1926, quando se desilude com</p><p>o socialismo.</p><p>A partir de 1933, comunistas e judeus em território alemão passam a ser alvos do regime nazista. Isso</p><p>levou o pensador a se refugiar na Itália entre 1934 e 1935.</p><p>Nesse ínterim, torna-se bolsista do Instituto de Pesquisa Social (Escola de Frankfurt), do qual passa a</p><p>ser colaborador regular.</p><p>Em 1935, Benjamin exila-se em Paris até sua morte. Entre 1936 e 1940, o autor irá desenvolver sua</p><p>visão da história.</p><p>No ano de 1939, Walter Benjamin é aprisionado junto a outros milhares de alemães na França, mas</p><p>consegue fugir graças ao auxílio de amigos.</p><p>Contudo, é recapturado nos Pirineus enquanto tentava fugir ilegalmente em 1940. Inconformado, sui-</p><p>cida-se com uma dose letal de morfina em 26 de setembro de 1940, na cidade espanhola de Portbou.</p><p>Principais Ideias</p><p>Vale ressaltar que a obra de Walter Benjamin possui duas fases. Uma fase de juventude, caracterizada</p><p>pelo idealismo e outra, mais madura, onde se apresenta imagens utópicas e revolucionárias de forma</p><p>mais materialista.</p><p>É importante frisar também que Benjamin não elaborou nenhum sistema filosófico. Seu objetivo foi o</p><p>de radicalizar a oposição entre a análise marxista e as filosofias burguesas da história.</p><p>Ele considerava essas filosofias responsáveis pelo historicismo identificado com as classes dominan-</p><p>tes, em detrimento do ponto de vista dos vencidos. Lembrando que vencido e vencedor só podem ser</p><p>entendidos dentro do contexto da luta de classes.</p><p>Desse modo, o materialismo histórico de Benjamin substituiu a ideologia de progresso (evolucionismo</p><p>darwinista; determinismo científico, etc).</p><p>Sua visão atacava aquela concepção de evolução automática e contínua da civilização, considerada</p><p>por ele como uma catástrofe contínua da história.</p><p>Seu pessimismo em relação às catástrofes geradas pelo otimismo sem consciência da ideologia do</p><p>progresso linear é muito justificável e até messiânicos. Isso tudo, tendo em vista os desastres que</p><p>seguiram a ascensão do nazismo na Alemanha.</p><p>A obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica</p><p>CIÊNCIA, TECNOLOGIA E FILOSOFIA</p><p>8 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Vale citar outro pensamento muito importante deste autor; a saber: o conceito de “aura” nas obras de</p><p>arte.</p><p>Em seu famoso ensaio “A Obra de Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica” Benjamin explica que</p><p>a produção artística é rodeada por uma “aura”. Ela simboliza a singularidade da própria obra.</p><p>Por sua vez, ao reproduzir tecnicamente essas obras, gerando cópias dela, dilui-se esta aura e perde-</p><p>se o valor artístico das obras de arte.</p><p>Contudo, apesar deste risco, Benjamin também via com olhos otimistas essa possibilidade. Assim, ele</p><p>acreditava que este seria um caminho possível para o contato das massas com a arte.</p><p>Principais Obras</p><p>Sabemos que Walter Benjamin pouco publicou em vida. Os poucos textos lançados estão em periódi-</p><p>cos e três livros, a saber:</p><p>sua tese de doutoramento “O conceito de crítica de arte no romantismo alemão”, de 1919;</p><p>a tese “Origem da tragédia alemã”;</p><p>o “Tomo” contendo ensaios e reflexões são publicadas em 1928.</p><p>Por fim, Benjamin publicou diversos artigos e ensaios, dos quais se destacam:</p><p>“A Obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade</p><p>Técnica” (1936);</p><p>“Teses Sobre o Conceito de História” (1940).</p><p>Frases de Walter Benjamin</p><p>“A informação só tem valor no momento em que é nova.”</p><p>“Deus é quem nutre todos os homens, e o Estado é quem os reduz à fome.”</p><p>“Uma das principais tarefas da arte sempre foi criar um interesse que ainda não conseguiu satisfazer</p><p>totalmente.”</p><p>“O tédio é um tecido cinzento e quente, forrado por dentro com a seda das cores mais variadas e</p><p>vibrantes. Nele nós nos enrolamos quando sonhamos.”</p><p>“As doações devem atingir tão profundamente quem as recebe a ponto de causar-lhes espanto.”</p><p>“A construção da vida encontra-se, atualmente, mais em poder dos fatos do que das convicções.”</p><p>Enquanto no teatro o intérprete está inegavelmente vinculado a sua ‘aura’, a qual é, sem dúvida, cap-</p><p>tada pela plateia, não se pode dizer que no cinema o mesmo se repita, pois neste meio o público está</p><p>ausente, e em seu lugar está a câmera, ou seja, uma máquina, a qual prevalece inclusive sobre os</p><p>próprios atores, uma vez que os equipamentos técnicos são capazes até mesmo de representar seu</p><p>papel.</p><p>Benjamin também acreditava que havia uma diferença radical entre o que o Homem podia visualizar</p><p>por meio de seu olhar e o que a câmara podia captar artificialmente.</p><p>Desta forma, uma visão que era consciente se transforma em um ponto de vista inconsciente, gerando</p><p>um processo semelhante ao da Psicanálise, que desperta a inconsciência instintiva, enquanto uma arte</p><p>como o cinema produz a vivência do inconsciente visual.</p><p>Por outro lado, o pensador defendia que o cinema poderia ser de imenso valor para o indivíduo, no</p><p>sentido material, porque seria um instrumento político e ideológico em benefício da classe proletária</p><p>quando esta estivesse pronta para assumir a liderança política, pois ele lhe traria incríveis expectativas</p><p>na construção de uma nova história da camada popular.</p><p>CIÊNCIA, TECNOLOGIA E FILOSOFIA</p><p>9 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR</p><p>Assim, para resumir, Benjamin via na tecnologia de reprodução das produções artísticas uma faca de</p><p>dois gumes; por um lado, ela destruía o legado da cultura ancestral e, por outro, propiciava à população</p><p>uma nova interação com a obra de arte, a qual previa que esta produção poderia se converter em um</p><p>meio poderoso de sublevação dos mecanismos sociais. Era, certamente, um ponto de vista muito po-</p><p>sitivo, que depois seria revisto até mesmo por companheiros como Adorno.</p><p>Da obra de Benjamin destacam-se as reflexões sobre a literatura, a arte, as tecnologias, as estruturas</p><p>sociais, entre outras temáticas similares, todas elaboradas com uma profunda exatidão metodológica.</p><p>Ele examinou criticamente e com uma bela linguagem metafórica a obra de Goethe, o legado de Bau-</p><p>delaire, a filosofia da história, e outros temas afins. Hoje o filósofo que segue mais de perto seus parâ-</p><p>metros é o tradutor de seus trabalhos para o idioma italiano, Giorgio Agamben.</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p><p>_________________________________________________________________________________</p>