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Interesterificação de Óleos e Gorduras 
 
Prof. Dr. Luiz Antonio Gioielli 
Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP 
e-mail: lagio@usp.br
 
 
Introdução 
 
 Para atender às diversas aplicações comerciais, os óleos e gorduras devem 
respeitar exigências específicas para cada caso. Estas, nem sempre podem ser satisfeitas 
por produtos obtidos da natureza ou por aqueles cujas fontes naturais são mal 
aproveitadas ou existem em pequena quantidade, sendo exemplos típicos a gordura de 
cacau e a manteiga derivada do leite. 
 Para suprir essas necessidades do mercado e para fornecer produtos uniformes a 
partir de matérias-primas variáveis, técnicas de modificação de óleos e gorduras 
permitem maior flexibilidade de escolha da matéria-prima e ajudam a equilibrar as 
tendências entre disponibilidade local e demanda. Esta tecnologia traz também 
vantagens aos consumidores, pois permite a fabricação de produtos de qualidade 
constante a preços razoáveis (BOCKISCH, 1998; HOFFMANN, 1989). 
 No estágio atual, esses métodos estão tão firmemente estabelecidos e são 
aplicados em escala tão grande que seria praticamente impossível atender aos padrões 
de mercado sem o uso de técnicas de modificação. 
 Os métodos de modificação de óleos e gorduras podem ser divididos em três 
níveis de intensidade das alterações produzidas. 
 No primeiro nível, representado pelo fracionamento, tanto os ácidos graxos 
como os triacilgliceróis permanecem inalterados. É uma separação física entre frações 
(sólida e líquida), obtida normalmente por cristalização parcial (TIMMS, 2005). 
 
 No nível intermediário, representado pela interesterificação, os ácidos graxos 
permanecem inalterados, mas são redistribuídos nas ligações éster, criando novas 
estruturas, sem a formação de isômeros trans durante o processo. 
 A interesterificação, por sua vez, compreende três processos (SONNTAG, 
1982): 
 - Acidólise: intercâmbio entre uma gordura e ácidos graxos livres. Como 
exemplo, introdução de ácidos graxos de baixo peso molecular em gordura com ácidos 
graxos maiores. 
 - Alcoólise: intercâmbio entre uma gordura e um álcool. Como exemplo, com 
glicerol, para produzir mono e diacilgliceróis (emulsificantes) ou com metanol, para 
produzir ésteres metílicos (combustível). 
 - Transesterificação: rearranjo dos ácidos graxos em triacilgliceróis, ao acaso, até 
a obtenção do equilíbrio (randomização), alterando as propriedades físicas e químicas 
dos óleos e gorduras, com aplicações em margarinas e substitutos da manteiga de cacau. 
 No terceiro nível, representado pela hidrogenação, as ligações éster nos 
triacilgliceróis não se alteram, mas os ácidos graxos são modificados por saturação, 
isomerização espacial (cis-trans) ou de posição (mudança de posição das duplas 
ligações ao longo da cadeia). É o método de modificação mais versátil e o mais 
empregado comercialmente. 
 Estima-se que cerca de 1/3 dos óleos e gorduras comestíveis são hidrogenados, 
enquanto cerca de 1/10 são fracionados ou interesterificados (HAUMANN, 1994). 
 
Interesterificação química 
 
 O interesse pela interesterificação tem aumentado nos últimos anos no Brasil em 
virtude da Resolução-RDC Nº 360, de 23 de dezembro de 2003, da Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2003). Esta resolução estabelece que os teores de 
isômeros trans nos produtos alimentícios sejam declarados nas embalagens dos produtos 
a partir de 31 de julho de 2006. Há interesse em se reduzir não somente o teor de 
isômeros trans, como também dos ácidos ácidos graxos saturados em alimentos (LIST, 
2004). 
 A transesterificação, também chamada indistintamente como interesterificação, 
pode ser entendida como a quebra de um triacilglicerol específico com remoção de um 
ácido graxo ao acaso, embaralhamento deste com o restante dos ácidos graxos e sua 
substituição ao acaso por outro ácido graxo. Pode ser intra ou inter-moléculas de 
triacilgliceróis (GIOIELLI, 1986; GIOIELLI, 1998; ROZENAAL, 1992; HAUMANN, 
1994). 
 Como a interesterificação ao acaso provoca modificações nas propriedades dos 
óleos e gorduras naturais, isto significa que a distribuição original dos ácidos graxos nos 
triacilgliceróis não é ao acaso, o que pode ser observado na Tabela 1. Em óleos e 
gorduras naturais, normalmente os ácidos graxos obedecem certas tendências de 
distribuição entre as hidroxilas do glicerol, conforme apresentado na Tabela 2 
(BROCKERHOFF, 1971). 
 
 
Tabela 1. Distribuição de ácidos graxos em triacilgliceróis de óleos e gorduras naturais 
 
Óleo / 
Gordura 
Posição 
sn- 
Ácidos graxos (%) 
 16:0 16:1 18:0 18:1 18:2 18:3 20:0 
 1 13,8 - 5,9 22,9 48,4 9,1 - 
Soja 2 0,9 - 0,3 21,5 69,7 7,1 - 
 3 13,1 - 5,6 28,0 45,2 8,4 - 
 (%) 3,2 - 2,6 29,7 42,7 28,5 - 
 1 17,9 0,3 3,2 27,5 49,8 1,2 - 
Milho 2 2,3 0,1 0,2 26,5 70,3 0,7 - 
 3 13,5 0,1 2,8 30,6 51,6 1,0 - 
 (%) 6,9 16,7 3,2 31,3 40,9 23,3 - 
 1 34,0 0,6 50,4 12,3 1,3 - 1,0 
Manteiga 
de cacau 
2 1,7 0,2 2,1 87,4 8,6 - - 
 3 36,5 0,3 52,8 8,6 0,4 - 2,3 
 (%) 2,4 16,7 2,0 80,9 84,3 - - 
 
Tabela 2. Tendências de distribuição de ácidos graxos em óleos e gorduras naturais 
 
Gordura Posição Ácidos graxos 
 
 1 Saturados 
Animais 2 Curtos, insaturados 
 3 Longos, ao acaso 
Porco, leite, maioria dos peixes 2 16:0 
Pássaros 1 e 3 Simétricos 
Mamíferos 3 20:5, 22:5, 22:6 
Leite (ruminantes) 3 4:0, 6:0 
 1 Saturados, longos 
Plantas 2 Insaturados (18:2) 
 3 Saturados, longos 
Todas as gorduras 3 Incomuns 
 
 Lipídios estruturados podem ser definidos como triacilgliceróis reestruturados 
ou modificados para alterar a composição em ácidos graxos e/ou sua distribuição nas 
moléculas de glicerol, por métodos químicos ou enzimáticos. Com o aumento do 
conhecimento sobre os efeitos dos ácidos graxos relacionados ao comprimento de 
cadeia, insaturação e distribuição estereospecífica no metabolismo e saúde, há crescente 
interesse em usar óleos e gorduras para o tratamento e prevenção de doenças, bem como 
para a melhoria da saúde (AKOH, 2002; GUNSTONE, 2001; GIOIELLI, 2002; 
OSBORN & AKOH, 2002). 
 Sob este ponto de vista, os lipídios estruturados podem ser considerados como 
alimentos funcionais, que são alimentos ou ingredientes de alimentos que podem 
proporcionar um efeito benéfico para a saúde, além dos nutrientes básicos que eles 
contém. Mais importante, entretanto, é o potencial dos alimentos funcionais diminuirem 
as doenças, promoverem a saúde e reduzirem os custos com os cuidados com a saúde. 
 Lipídios estruturados são normalmente misturas de triacilgliceróis modificadas 
para apresentar composição particular em ácidos graxos ou triacilgliceróis, a fim de 
obter alguma propriedade desejável, como valor calórico reduzido ou comportamento 
de fusão alterado. 
 Embora a maioria dos lipídios estruturados seja usada atualmente para 
aplicações médicas, alguns estão sendo utilizados em alimentos, como produtos de 
confeitaria e chocolates. 
 Os lipídios estruturados podem propiciar o meio mais efetivo de fornecer ácidos 
graxos desejados para fins nutritivos ou terapêuticos, visando doenças específicas ou 
condições metabólicas anormais. Também podem ser sintetisados para melhorar ou 
alterar as características físicas e/ou químicas dos triacilgliceróis, tais como ponto de 
fusão, conteúdo de gordura sólida, viscosidade, consistência, índices de iodo e de 
saponificação. Alguns também apresentam menor valor calórico. As posições 
estereospecíficas dos ácidos graxos nas moléculas de glicerol são importantes tanto para 
as propriedades metabólicas quanto para as propriedades físicas dos lipídios 
estruturados. A distribuição estereospecíficanas moléculas de triacilgliceróis, bem 
como a saturação e o comprimento da cadeia são aspectos importantes em relação aos 
efeitos metabólicos dos lipídios. Como a simples mistura física resulta na retenção das 
velocidades de absorção originais dos triacilgliceróis individuais, a composição 
estrutural diferente dos lipídios estruturados pode levar a velocidades de hidrólise e 
absorção diferentes. Os lipídios estruturados podem fornecer ácidos graxos de cadeia 
média como fonte de energia de metabolismo rápido e ácidos graxos de cadeia longa 
como ácidos graxos essenciais aos pacientes (D’AGOSTINI & GIOIELLI, 2002; DÍAZ 
GAMBOA & GIOIELLI, 2003; DÍAZ GAMBOA & GIOIELLI, 2003a; RODRIGUES 
et al., 2003; RODRIGUES & GIOIELLI, 2003; RODRIGUES & GIOIELLI, 2003a; 
SILVA & GIOIELLI, 2006; DÍAZ GAMBOA & GIOIELLI, 2006). 
 Os lipídios estruturados podem ser produzidos a partir de triacilgliceróis de 
cadeia curta, média ou longa, de gorduras vegetais ou animais. 
 Os métodos de obtenção podem ser resumidos como: 
 Esterificação: 
 R1-CO-OH + R-OH → R1-CO-OR + H2O 
 Interesterificação: 
 Acidólise: 
 R1-CO-OR + R2-CO-OH → R2-CO-OR + R1-CO-OH 
 Transesterificação: 
 R1-CO-OR2 + R3-CO-OR4 → R1-CO-OR4 + R3-CO-OR2 
 Nas duas últimas décadas foi dada muita atenção aos efeitos negativos à saúde 
associados com o consumo excessivo de certos óleos e gorduras. Recentemente, 
contudo, tem sido verificado que o consumo de determinados óleos e gorduras, como os 
lipídios estruturados, tem efeitos positivos à saúde, porque eles contém compostos que 
são essenciais para o crescimento, manutenção da saúde e redução do risco de doenças. 
 
Catalisadores 
 
 A interesterificação pode ocorrer a altas temperaturas (300°C ou mais), mas é 
muito demorada e normalmente acompanhada de decomposição e polimerização. O uso 
de catalisadores acelera a reação e permite diminuir a temperatura do processo. O 
catalisador tem a função de formar ânions fortes que atacam a carbonila na ligação 
éster. Isto é facilitado pela diferença de eletronegatividade dos átomos de carbono e 
oxigênio, que leva a uma carga parcialmente positiva no átomo de carbono. Forma-se 
então um complexo entre um diglicerinato e um triacilglicerol que provoca a 
interesterificação. Isto regenera um novo diglicerinato, que prossegue a reação em 
cadeia. Os catalisadores adicionados são, na realidade, precursores do verdadeiro 
catalisador, um ânion diglicerinato, que é formado lentamente no período inicial da 
reação. Este período de indução é ausente quando o catalisador é pré-misturado em 
parte do óleo a ser rearranjado (ROZENAAL, 1992; GUNSTONE, 1998; BOCKISCH, 
1998; LIU, 2004). 
 Os catalisadores mais usados são os alquilatos metálicos (metóxido ou etóxido 
de sódio), seguidos dos metais sódio, liga sódio-potássio e dos hidróxidos de sódio ou 
potássio em combinação com glicerol, apresentados na Tabela 3 (GIOIELLI, 1986; 
GIOIELLI, 1998; ROZENAAL, 1992). 
 
 
Tabela 3. Catalisadores para interesterificação 
 
Catalisadores (%) Temperatura (°C) Tempo 
(min) 
Alquilatos metálicos 
(metóxido de sódio) 
 
0,2-2,0 
 
50-120 
 
5-120 
Metais alcalinos (Na, 
K, liga Na/K) 
 
0,1-1,0 
 
25-270 
 
3-120 
Hidróxidos alcalinos 0,05-0,1 
+ 60-160 30-45 
Glicerol 0,1-0,2 
 
 A legislação brasileira, através da Resolução RDC nº 248, de 13 de setembro de 
2005 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2005), estabelece o 
emprego do metilato de sódio como agente de interesterificação. 
 O óleo a ser modificado deve estar seco e bem refinado (baixos índices de acidez 
e de peróxido), visto que a água, ácidos graxos livres e peróxidos atuam como veneno 
dos catalisadores. A Tabela 4 apresenta o efeito dos venenos sobre os catalisadores. 
 
Tabela 4. Inativação de catalisadores de interesterificação 
 
Veneno Catalisador inativado 
Tipo Nível (kg / 1000 kg óleo) 
 Na NaOCH3 NaOH 
Água 0,01 % 0,13 0,3 - 
Ácido graxo 0,05 % 
(em ácido oléico)
0,04 0,1 0,07 
Peróxido 1,0 
(meq O2/ kg) 
0,023 0,054 0,04 
Total 0,193 0,454 0,11 
 
 O metilato de sódio é normalmente usado na proporção de 0,2-0,4% em relação 
ao óleo e apresenta as seguintes vantagens: fácil manuseio, baixo preço, inicia a reação 
em temperaturas baixas como 50-70°C e podem ser facilmente removidos após a reação 
por lavagem com água (SREENIVASAN, 1978). Contudo, é tóxico e altamente reativo, 
devendo ser manuseado com cuidado. Para evitar perda na qualidade do catalisador, é 
importante evitar contato com umidade e ar, mantendo-o em recipientes fechados em 
condições de baixa temperatura e umidade, até o momento do uso (ROZENAAL, 1992). 
 A interesterificação química é barata e fácil de aumentar a escala. Contudo, a 
reação não tem especificidade e oferece pouco ou nenhum controle sobre a distribuição 
posicional dos ácidos graxos no produto final (WILLIS & MARANGONI, 1999). 
 Atualmente, para a produção de óleos e gorduras nutricionalmente funcionais e 
sob a perspectiva de custo e de aumento de escala, a interesterificação química parece 
ser o método mais atrativo. Lipídios estruturados produzidos por interesterificação 
química tem custo de US$ 2-4/kg. Para a produção com enzimas, os custos das enzimas 
imobilizadas e dos bioreatores deverão diminuir, a fim de competir com o processo 
químico (AKOH, 1995). Contudo, sob a perspectiva de produzir lipídios com 
composições muito específicas para aplicações nutracêuticas e medicinais, os métodos 
de interesterificação catalisada por lipases e de modificação genética são mais 
interessantes (WILLIS et al., 1998). 
 
Métodos de detecção da reação 
 
 Os métodos utilizados para comprovar a ocorrência da reação e detectar o ponto 
final são descritos a seguir (SONNTAG, 1982; GIOIELLI, 1986; GIOIELLI & 
BARUFFALDI, 1987; 1988; GIOIELLI, 1998). 
 
 - Alteração na cor 
 A mudança visual que ocorre é o desenvolvimento de coloração marrom que se 
intensifica com o progresso da reação. Normalmente a reação é processada por período 
de tempo fixo (0,5 - 1 h) após o aparecimento da cor escura. 
 
 - Ponto de fusão 
 É uma das mais rápidas e simples técnicas. Entretanto, em alguns casos, as 
mudanças são tão pequenas que podem estar na faixa do erro experimental. A Tabela 5 
apresenta as modificações no ponto de fusão de alguns óleos e gorduras decorrentes da 
interesterificação. 
 
Tabela 5. Alterações no ponto de fusão devidas à interesterificação 
 
Óleo / Gordura Ponto de fusão (°C) 
 Antes Após 
Soja -7,0 5,5 
Algodão 10,5 34,0 
Coco 26,0 28,2 
Palma 39,8 47,0 
Banha 43,0 43,0 
Sebo 46,2 44,6 
Manteiga de cacau 34,4 52,2 
25% óleo de palma hidrogenado + 
75% óleo de palmiste hidrogenado 50,2 40,3 
25% triestearina + 
75% óleo de soja 60,0 32,2 
 
 -Conteúdo de gordura sólida 
 O conteúdo de gordura sólida exprime a relação sólido-líquido da gordura a 
diversas temperaturas. As mudanças nos triacilgliceróis dos tipos tri-saturados e di-
saturados-mono-insaturados provocadas pela interesterificação são refletidas nas curvas 
de sólidos antes e após a reação. 
 
 D’AGOSTINI et al. (2001) propuseram a síntese de lipídios estruturados a partir 
de óleos de palma, de caroço de palma e trialcilgliceróis de cadeia média, por 
interesterificação química. Foram obtidos lipídios estruturados contendo de 15,8 a 
66,5% de ácidos graxos de cadeia média. A Figura 1 apresenta os correspondentes 
diagramas triangulares representando o conteúdo de gordura sólida, determinado por 
ressonância nuclear magnética a 20°C, antes e após a interesterificação, mostrando o 
efeito do rearranjo ao acaso nas característicasdos produtos. 
 
 
(a) (b) 
Figura 1. Conteúdo de gordura sólida (%) a 20°C das misturas (a) e dos lipídios 
estruturados (b) de óleos de palma, caroço de palma e triacilgliceróis de cadeia média 
 
 - Análise da composição em acilgliceróis 
 
 São utilizadas as técnicas de cromatografia em camada delgada, cromatografia 
em fase gasosa e hidrólise por lipase pancreática para comprovar as alterações que 
ocorrem na composição em acilgliceróis das gorduras rearranjadas. As Tabelas 6 a 8 
apresentam resultados decorrentes da aplicação destas técnicas analíticas. 
 
Tabela 6. Composição em triacilgliceróis de óleo de soja e manteiga de cacau, naturais e 
interesterificados 
 
 Triacilglicerol (%) 
 SSS SSI SIS SII ISI III 
 
0,0 1,0 4,0 35,0 3,0 57,0 
0,4 4,4 2,2 22,6 11,3 59,2 
 
2,2 4,1 74,2 8,6 0,1 0,6 
Óleo de soja 
natural 
interesterificado 
Manteiga de cacau 
natural 
interesterificada 18,8 28,1 14,0 20,9 10,4 7,8 
 
 
Tabela 7. Alterações nos triacilgliceróis durante a interesterificação de 60% de óleo de 
girassol com 40% de banha totalmente hidrogenada 
 
Triacil-
glicerol (%) 
no de 
duplas 
Tempo 
(min) 
 ligações 0 20 40 60 
SSS 0 37,7 32,0 17,1 6,7 
SSM 1 - 0,7 3,7 9,2 
SMM 2 0,5 1,6 3,1 5,4 
SSD 2 0,5 2,9 12,7 20,9 
MMM 3 0,7 1,1 - - 
SMD 3 4,7 5,2 11,2 14,0 
MMD 4 4,8 4,8 5,1 2,5 
SDD 4 11,4 11,8 16,2 20,2 
MDD 5 20,3 20,2 16,5 9,5 
DDD 6 19,2 19,4 14,3 11,6 
 
 
Tabela 8. Composição da banha antes e após a interesterificação 
 
Ácido graxo Antes (%) Após (%) 
 Total Posição sn-2 Total Posição sn-2 
16:0 24,8 63,6 23,8 24,2 
16:1 3,1 6,4 2,9 3,3 
18:0 12,6 3,0 12,2 12,0 
18:1 45,0 16,5 47,2 47,4 
18:2 9,8 5,1 9,5 9,8 
Outros 4,7 5,4 4,4 3,3 
 
Processo industrial 
 
 A interesterificação envolve três etapas importantes: pré-tratamento do óleo, 
reação com o catalisador e inativação do catalisador. Pode ser realizada em lotes ou de 
modo contínuo. 
 Consiste na secagem do óleo ou gordura sob pressão reduzida à temperatura de 
120-150°C, resfriamento à temperatura de processo (50-80°C) e introdução do 
catalisador. Após o período de reação, o catalisador é inativado por adição de água ou 
ácido no sistema. O restante do tratamento é similar a uma refinação normal 
(GIOIELLI, 1986; GIOIELLI, 1998; ROZENAAL, 1992). 
 
Aplicações 
 
 Como a interesterificação altera as características de fusão e cristalização, ela 
encontra aplicação no campo dos "shortenings", margarinas e substitutos da manteiga de 
cacau, onde estas propriedades são importantes. 
 A banha, que apresenta alto nível de ácido palmítico na posição sn-2 do glicerol, 
cristaliza na forma beta. Quando interesterificada, o teor de ácido palmítico na posição 
sn-2 é reduzido de cerca de 64% para 24%, e a banha rearranjada cristaliza na forma 
beta-prima, com consequente melhoria em suas propriedades de aplicação 
(GUNSTONE, 1998). 
 Margarinas de alto teor de ácidos graxos poli-insaturados e baixo nível de ácidos 
sob a forma de isômeros trans podem ser produzidas interesterificando uma mistura de 
óleo líquido e óleo totalmente hidrogenado. Por exemplo, 80 partes de óleo de soja mais 
20 partes de óleo de soja totalmente hidrogenado e submetidos à interesterificação, 
produzem gordura adequada para produção de margarina cremosa, com 51,5% de 
ácidos graxos poli-insaturados e 1,6% de ácidos graxos trans (LIST et al., 1995; 1995a). 
Margarinas cremosas obtidas a partir de gorduras não hidrogenadas podem ser 
formuladas com as seguintes misturas: 60 partes de azeite de dendê refinado 
interesterificado mais 40 partes de óleo de soja ou 56 partes de azeite de dendê refinado 
interesterificado mais 14 partes de gordura de babaçu interesterificada mais 30 partes de 
óleo de soja (GIOIELLI, 1985). Margarinas produzidas por interesterificação de 
estearina de palma e óleo de girassol na proporção de 1:1 não contém gordura 
hidrogenada e, portanto, não apresentam ácidos graxos trans (GUNSTONE, 1998). Há 
ainda no mercado brasileiro produtos como os creme vegetais, cujas gorduras também 
são obtidas pelo processo de interesterificação (RODRIGUES et al., 2004; 
RODRIGUES et al., 2007). 
 São obtidos por interesterificação química produtos como substitutos da 
manteiga de cacau, Caprenina e Salatrim. 
 Devido ao alto preço da manteiga de cacau, tem sido desenvolvidos substitutos 
usando interesterificação de gorduras do grupo do ácido láurico. Por exemplo, óleo de 
caroço de palma hidrogenado e posteriormente interesterificado tem ponto de fusão 
igual a 35°C e curva de sólidos semelhante à da manteiga de cacau (GIOIELLI, 1986; 
GIOIELLI, 1998). 
 Caprenina é o nome comercial de uma gordura de baixo valor calórico (cerca de 
5 kcal/g) com propriedades funcionais similares às da manteiga de cacau e utilizada em 
doces e coberturas para nozes, frutas e biscoitos. É uma mistura randomizada de 
triacilgliceróis obtida a partir de interesterificação de mistura equimolar de 
triacilgliceróis de cadeia média (ácidos caprílico e cáprico, obtidos de gorduras láuricas) 
e triacilgliceróis de ácido beênico (22:0, obtido por hidrogenação do ácido erúcico). A 
composição em ácidos graxos (m/m) é: 8:0 = 22%; 10:0 = 27%; 22:0 = 51%. Os 
principais triacilgliceróis são C38 (8:0-8:0-22:0, ~ 22%), C40 (8:0-10:0-22:0, ~ 48%) e 
C42 (10:0-10:0-22:0, ~ 24%). O ácido graxo de cadeia longa é pouco absorvido e assim 
contribui para o baixo valor calórico do produto (GUNSTONE, 1998; HAUMANN, 
1997). 
 Salatrim é o nome genérico de Benefat (nome comercial, da Nabisco). É obtido 
por interesterificação de mistura de triacilgliceróis de cadeia curta e longa. Os ácidos 
graxos de cadeia curta são derivados de triacetina (2:0), tripropionina (3:0) e tributirina 
(4:0). Os ácidos graxos de cadeia curta são mais rapidamente absorvidos no estômago e 
fornecem menos calorias que os ácidos graxos de cadeia longa (acético = 3,5 kcal/g; 
propiônico = 5,0 kcal/g; butírico = 6,0 kcal/g; capróico = 7,5 kcal/g). Os ácidos graxos 
de cadeia longa (16:0 e 18:0) são obtidos de óleos de soja, canola ou algodão totalmente 
hidrogenados. O Salatrim é um produto de valor calórico reduzido (cerca de 5 kcal/g) 
usado em chocolates (coberturas e recheios), laticínios, sorvetes e “snacks” 
(GUNSTONE, 1998; HAUMANN, 1997). O valor calórico reduzido provém do fato 
que os ácidos graxos de cadeia longa, principalmente o ácido esteárico, são 
parcialmente absorvidos e, portanto, não utilizados completamente, enquanto que os 
ácidos graxos de cadeia curta fornecem menos calorias. Não foram observados efeitos 
clínicos indesejáveis significativos relacionados ao consumo de até 30g/dia. Estudos 
clínicos e laboratoriais não mostraram efeito nas lipoproteínas HDL e LDL. O consumo 
não demonstrou efeito na absorção de vitaminas lipossolúveis ou de micronutrientes 
(KOSMARK, 1996). Embora as curvas de conteúdo de gordura sólida em função da 
temperatura da manteiga e cacau e do Salatrim sejam semelhantes, suas funcionalidades 
apresentam diferenças. A manteiga de cacau é mais dura, apresenta quebra mecânica da 
rede cristalina ao longo de um plano de fratura microestrutural e mostra contração na 
solidificação, o que é importante para a demoldagem dos chocolates. Por outro lado, o 
Salatrim é mais mole, com fraca rede cristalina e mostra dificuldade na demoldagem. 
Estas diferenças podem ser explicadas em função da microestrutura destas gorduras. A 
manteiga de cacau apresenta rede cristalina tridimensional que segue distribuição 
fractal, enquanto o Salatrim mostra elementos não cristalinos, translúcidos, pequenos e 
arranjados ao acaso, em função desua estrutura química altamente assimétrica 
(NARINE & MARANGONI, 1999). 
 
Interesterificação dirigida 
 
 A interesterificação tende a produzir uma composição de equilíbrio de 
triacilgliceróis, quando todos os ácidos graxos estão distribuídos ao acaso entre as 
moléculas. Se a mistura de reação for resfriada abaixo de seu ponto de fusão, os 
triacilgliceróis tri-saturados começarão a cristalizar, saindo da reação. Essa cristalização 
seletiva desloca o equilíbrio e a reação começará novamente a produzir mais 
triacilgliceróis tri-saturados para reestabelecer o equilíbrio. Como a reação é 
direcionada no sentido de produzir um tipo particular de triacilglicerol, é chamada de 
interesterificação dirigida. A Tabela 9 apresenta comparação entre a interesterificação 
ao acaso e dirigida aplicada ao óleo de palma. 
 
Tabela 9. Propriedades do óleo de palma natural e interesterificado (ao acaso e dirigido) 
 
Propriedade Óleo de palma 
 Natural Interesterificado 
 Ao acaso Dirigido 
Ponto de fusão (°C) 42 47 52 
Ácidos graxos (%) 
Saturados 51 51 51 
Insaturados 49 49 49 
Triacilgliceróis (%) 
SSS 7 13 32 
SSI 49 38 13 
SII 38 37 31 
III 6 12 24 
 
 Como a velocidade da reação é lenta devido à baixa temperatura, o tempo de 
reação é maior. O processo, consequentemente, é mais caro, visto que o equipamento 
necessário é muito maior (GIOIELLI, 1986; GIOIELLI, 1998). 
 
Interesterificação catalisada por enzimas 
 
 Lipases (triacilglicerol-acilhidrolases, EC 3.1.1.3) são enzimas que catalisam a 
hidrólise de triacilgliceróis em reação heterogênea (GIOIELLI et al., 1995; OLIVEIRA 
et al., 1999; GUNSTONE, 1999; WILLIS, 2002). As funções fisiológicas das lipases 
estão relacionadas à digestão de gorduras e à mobilização dos triacilgliceróis 
armazenados no organismo. Além destas funções, as lipases tem alta relevância prática, 
nos campos das indústrias farmacêuticas, de alimentos e de cosméticos. 
 As lipases atuam na interface óleo/água de emulsões. O sítio ativo é composto 
por três aminoácidos: serina, histidina e ácido aspártico ou glutâmico. As lipases são 
ativas inclusive em meios de baixo teor de umidade e em solventes orgânicos. Esta 
propriedade permite que as lipases sejam empregadas como biocatalisadores na síntese 
orgânica. Em meios orgânicos, quantidades restritas de água reduzem a ação hidrolítica 
normal, e a enzima pode ser usada em reações de esterificação e interesterificação 
(KOVAC et al., 2000). Na interesterificação, a reação se processa através uma sucessão 
de hidrólise e re-síntese de triacilgliceróis (GRAILLE, 1999). A atividade de água da 
enzima na faixa de 0,3-0,5 propicia a máxima conversão nestas reações (GIOIELLI et 
al, 1994; WONG et al., 2000). A água deve estar presente em quantidade suficiente na 
estrutura protéica para garantir à enzima que sua estrutura espacial seja ativa. A 
secagem completa leva a uma estrutura inativa, cuja atividade catalítica pode ser 
restaurada pela adição de água. Esta quantidade de água necessária e suficiente deve 
estar associada à enzima para que seja alcançada a atividade de água termodinâmica 
ótima, que permite a transferência de grupos acil, minimizando a hidrólise (GRAILLE, 
1999). Foi constatada a presença de 230 moléculas de água na lipase de Rhizomucor 
miehei, usando métodos cristalográficos de raios-X. A camada essencial de água pode 
atuar como um componente primário do microambiente enzimático e como um tampão 
entre a enzima e o meio de reação (LEE & AKOH, 1998). 
 As vendas anuais de lipases correspondem a cerca de 20 milhões de dólares, que 
representam 3,3% do mercado mundial de enzimas, estimado como sendo da ordem de 
600 milhões de dólares (FOMUSO & AKOH, 1998). 
 As aplicações de lipases nas indústrias de óleos e gorduras estão associadas com 
várias vantagens, incluindo: eficiência das lipases sob condições de reação suaves; 
catálise de reações específicas; utilidade em sistemas de reação e produtos “naturais”; 
redução da poluição ambiental; disponibilidade de lipases de várias fontes; possibilidade 
de melhorar as lipases por engenharia genética; o uso de lipases pode ser método ótimo 
para a produção de biomoléculas especiais; síntese de produtos novos; incorporação de 
ácidos graxos desejados em posições específicas do lipídio para melhorar a 
funcionalidade, absorção, metabolismo, nutrição e uso clínico (AKOH, 1995; XU et al., 
1999; XU, 2000). 
De acordo com sua especificidade, as lipases podem ser classificadas conforme 
apresentado na Tabela 10 (VILLENEUVE & FOGLIA, 1997). 
 
Tabela 10. Classificação de lipases 
 
Especificidade Lipase 
Substrato específico 
Monoacilgliceróis Tecido adiposo de rato 
Mono e diacilgliceróis Penicillium camembertii 
Triacilgliceróis Penicillium sp. 
Regioespecíficas 
1,3-Regioseletivas Aspergillus niger 
 Rhizopus arrhizus 
 Mucor miehei 
sn-2 Regioseletiva Candida antarctica 
Não específicas Penicillium expansum 
 Aspergillus sp. 
 Pseudomonas cepacia 
Ácido graxo específicas 
Cadeia curta Penicillium roqueforti 
 Gástrica de crianças prematuras 
Insaturados cis-9 Geotrichum candidum 
Insaturados de cadeia longa Botrytis cinerea 
Estereoespecíficas 
sn-1 Humicola lanuginosa 
 Pseudomonas aeruginosa 
sn-3 Fusarium solani 
 Gástrica de coelho 
 
 As lipases específicas por estruturas são aquelas que discriminam entre cadeias 
acil com duplas ligações próximas ao grupo carboxílico. Estas incluem ácidos graxos 
com insaturação na posição 4 (DHA), posição 5 (AA e EPA) e posição 6 (GLA). 
 A interesterificação enzimática tem a vantagem de permitir grande controle 
sobre a distribuição posicional dos ácidos graxos no produto final, devido à seletividade 
e regioespecificidade das lipases. Contudo, as dificuldades associadas com o controle e 
com o aumento de escala, bem como o alto custo das lipases (US$ 300 - 1000/kg), tem 
diminuido seu largo uso industrial como catalisador de modificação de alimentos 
lipídicos (WILLIS & MARANGONI, 1999). Além disso, os processos disponíveis 
apresentam baixa eficiência (XU et al., 1998). A imobilização e reutilização de enzimas 
imobilizadas devem tornar os processos viáveis sob os pontos de vista comercial e 
econômico. Em processos descontínuos, as lipases imobilizadas podem ser reutilizadas 
por dez vezes (GIOIELLI et al., 1994). A especificidade posicional de lipases 
normalmente se mantém quando são usadas em solventes orgânicos. As lipases também 
apresentam características novas em solventes orgânicos, como alteração na 
estereoseletividade e quimioseletividade, maior estabilidade e maior rigidez (FOMUSO 
& AKOH, 1998). 
 Para diminuir os custos de produção, é preferível que as lipases sejam 
imobilizadas com métodos e suportes adequados para garantir a estabilidade do 
processo. A pesquisa de novas lipases de microrganismos ou a produção de lipases 
termoestáveis ou sn-2 específicas, que são raras na natureza, através engenharia de 
proteínas ou biologia molecular, são desejáveis para aplicação industrial (LEE & 
AKOH, 1998; CHRISTENSEN et al., 2003; XU, 2003; HOUDE et al., 2004). 
 A migração acil é um sério problema na interesterificação catalisada por lipases. 
A razão para esta migração é a existência de acilgliceróis parciais, especialmente 
diacilgliceróis, que são intermediários necessários e inevitáveis. Ela ocorre pela 
formação de um intermediário cíclico instável, sendo iniciada pelo ataque nucleofílico 
de um par de elétrons e resultando em anel intermediário de cinco membros. Este anel 
abre e resulta em dois produtos, o diacilglicerol original e um que apresentou migração. 
A migração acil da posição sn-2 para as posições sn-1 ousn-3, ou o oposto, ocorre do 
mesmo modo e continua até que o equilíbrio dinâmico seja alcançado (XU et al., 1998; 
MU et al., 2000). 
 Em reatores contínuos, como o substrato entra em contato com grande 
quantidade de enzima, o tempo de reação é menor quando comparado com o reator 
descontínuo, resultando em menor migração acil. A migração acil é o principal 
problema em reatores descontínuos, o que resulta em menor pureza dos lipídios 
estruturados específicos, mesmo que a lipase seja sn-1,3 específica. A alta relação entre 
o substrato e a enzima exige longo tempo para a reação alcançar o equilíbrio, o que 
resulta consequentemente em migração acil. O processamento contínuo também permite 
a reutilização da enzima imobilizada e a redução do custo (MU et al., 1998). 
 Nos últimos dez anos, a literatura científica vem apresentando diversas 
possibilidades para a obtenção de lipídios estruturados por via enzimática, envolvendo 
grande variedade de lipases, de substratos e de bio-reatores (WILLIS et al., 1998; XU, 
2000): 
 Lipases: Lipozyme IM (de Rhizomucor miehei, imobilizada em resina de troca 
aniônica), de Candida cylindraceae, de Candida antarctica, de Candida sp., de 
Chromobacterium viscosum, pancreática de porco, de Rhizopus arrhizus, de Rhizopus 
delemar, de Rhizopus javanicus, de Rhizopus sp., de Mucor miehei, de Pseudomonas sp. 
As lipases microbianas tem se mostrado mais eficientes, visto serem termoestáveis e 
não exigirem co-fatores (XU, 2000). 
 Substratos: 
 Óleos e gorduras: canola, menhaden, borage, TCM, peixe, colza, açafroa, 
linhaça, girassol alto oléico, amendoim, palma, sebo, palma fracionado, fígado de 
bacalhau, sardinha, milho, prímula, atum, manteiga, trilinoleína, trioleína, tricaprilina, 
tricaprina, trilaurina, trioleína, tripalmitina, triestearina, 
 Ácidos graxos: caprílico, cáprico, DHA, EPA, totalmente hidrogenados 
de óleo de soja, linoléico, oléico, palmítico, poli-insaturados, esteárico 
 Solventes: hexano, CO2 supercrítico, éter metil-butílico; muitos sistemas não 
utilizam solvente 
 A tecnologia da interesterificação enzimática já é uma realidade comercial, 
sendo utilizada na Holanda. As aplicações atuais são reservadas a produtos de alto valor 
agregado, mas o desenvolvimento de processos mais econômicos tornará possível o 
emprego em produtos de maior consumo. Além disso, está sendo muito utilizada em 
pesquisas científicas, para explorar as relações entre estrutura e função de 
triacilgliceróis, o que levará ao desenvolvimento de novos produtos (QUINLAN & 
MOORE, 1993; MUKHERJEE, 1995). 
 
 
Aplicações 
 
 São obtidos por interesterificação enzimática produtos como equivalentes da 
manteiga de cacau, margarinas, Betapol e Boenina. 
 Os equivalentes de manteiga de cacau são obtidos a partir de fração 
intermediária do óleo de palma, utilizando enzima sn-1,3 específica (patente da 
Unilever). Esta fração é rica em ácido palmítico e tem pouco ácido esteárico 
(GUNSTONE, 1998). A reação entre a fração intermediária do óleo de palma, rica em 
triacilgliceróis do tipo POP com ácido esteárico permite obter uma mistura de 
triacilgliceróis do tipo POSt, StOSt e POP. O produto é compatível com a manteiga de 
cacau, podendo ser misturado em qualquer proporção. 
 POP + St → POP + POSt + StOSt 
 Onde: 
 P = palmítico; O = oléico; St = esteárico 
 Podem ser obtidas bases para margarinas usando a interesterificação enzimática. 
Misturas de estearina de palma e óleo de côco nas proporções de 90:10, 80:20 e 70:30, 
bem como de óleo de soja e gordura totalmente hidrogenada de soja nas proporções de 
80:20, 65:35 e 50:50 podem ser usadas (ZHANG et al., 2004). 
 Betapol é um lipídio estruturado produzido pela Unilever, empregando lipase sn-
1,3 específica. A reação ocorre entre tripalmitina e uma fonte de trioleína (óleo de 
girassol alto oléico) ou de trilinoleína (óleo de soja). O produto formado consiste 
principalmente em mistura de triacilgliceróis do tipo insaturado -palmítico - insaturado 
(PPU e UPU, onde P = palmítico e U = insaturado, que pode ser ácido oléico ou 
linoléico). O produto é usado como constituinte de formulações para crianças, pois a 
gordura do leite humano é incomum e tem cerca de 70% de seu ácido palmítico (ácido 
graxo saturado mais abundante na gordura do leite, com 20-25%) na posição sn-2. No 
organismo, a gordura é hidrolisada, formando glicerol-2-palmitato, que é rapidamente 
absorvido pelo recém-nascido. O ácido palmítico presente nas posições sn-1 e sn-3 
(cerca de 30%) é liberado e convertido em sal de cálcio. Este é menos absorvido e leva a 
perda indesejável de cálcio e de energia (do ácido graxo) nas fezes, mas cerca de 70% 
do ácido palmítico é aproveitado (GUNSTONE, 1998; XU, 2000). Por outro lado, em 
óleos vegetais, mais de 80% do ácido palmítico é esterificado nas posições sn-1 e sn-3 
do glicerol (HAUMANN, 1997). 
 PPP + UUU → PPU + UPU 
 Onde: 
 PPP = tripalmitina 
UUU = fonte de ácido oléico (óleo de girassol alto oléico) ou de ácido linoléico 
(óleo de soja) 
 Boenina (BOB) é o produto glicerol 1,3-dibeenato 2-oleato, produzido por 
interesterificação enzimática de trioleína com ácido ou éster beênico (22:0) na presença 
de lipase 1,3-estereospecífica. O produto inibe o “bloom” da gordura quando adicionado 
ao chocolate (GUNSTONE, 1998). 
 
Conclusão 
 
 A interesterificação química ou enzimática apresenta-se como importante 
método de modificação de óleos e gorduras, com a vantagem de não promover a 
formação de isômeros trans. Contudo, para atender as exigências do mercado, deverá 
ser associada aos outros métodos de modificação existentes, como a mistura, o 
fracionamento e a hidrogenação. 
 
 
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	Introdução
	Gordura
	P
	Posição sn-
	Á
	Penicillium camembertii
	Aspergillus niger
	Rhizopus arrhizus
	Mucor miehei
	Candida antarctica
	Penicillium expansum
	Pseudomonas cepacia
	Penicillium roqueforti
	Geotrichum candidum
	Botrytis cinerea
	Humicola lanuginosa
	Pseudomonas aeruginosa
	Fusarium solani
	Referências Bibliográficas

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