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<p>Fundamentos da Justiça Restaurativa</p><p>1 Quais são os fundamentos?</p><p>Extraímos os fundamentos da Justiça Restaurativa do seu conceito, princípios e valores</p><p>Justiça Restaurativa</p><p>. Uma nova linguagem na abordagem dos conflitos,</p><p>. Movimento social,</p><p>. Técnica de solução de conflitos e</p><p>. Política pública do Judiciário e do Executivo.</p><p>Curso Justiça Restaurativa – CNJ – ENFAM – aula I – Haroldo Rigo</p><p>Fundamentos da Justiça Restaurativa</p><p>1 Quais são os fundamentos?</p><p>Extraímos os fundamentos da Justiça Restaurativa do seu conceito, princípios e valores</p><p>A Justiça Restaurativa</p><p>. propõe um enfoque sob novos paradigmas e</p><p>. com soluções que se projetam para os resultados,</p><p>. abandona o olhar para o passado que norteia a forma tradicional de resposta</p><p>ao crime ou ato infracional,</p><p>. E ressignifica os protagonistas também nos litígios cíveis de natureza estrutural,</p><p>mediante a construção da decisão de mérito em ambiente colaborativo e</p><p>democrático.</p><p>Curso Justiça Restaurativa – CNJ – ENFAM – aula I – Haroldo Rigo</p><p>Fundamentos da Justiça Restaurativa</p><p>1 Quais são os fundamentos?</p><p>Extraímos os fundamentos da Justiça Restaurativa do seu conceito, princípios e valores</p><p>Justiça Restaurativa é uma abordagem que visa promover justiça e que envolve, tanto</p><p>quanto possível, todos aqueles que têm interesse numa ofensa ou dano específico,</p><p>num processo que coletivamente identifica e trata os danos, necessidades e</p><p>obrigações decorrentes da ofensa, a fim de restabelecer as pessoas e endireitar as</p><p>coisas, na medida do possível.</p><p>(ZEHR, 2017, p. 54).</p><p>Curso Justiça Restaurativa – CNJ – ENFAM – aula I – Haroldo Rigo</p><p>Fundamentos da Justiça Restaurativa</p><p>1 Quais são os fundamentos?</p><p>Extraímos os fundamentos da Justiça Restaurativa do seu conceito, princípios e valores</p><p>Os cinco princípios da Justiça Restaurativa elencados por Howard Zehr são:</p><p>1- Focar, antes de tudo, os danos e consequentes necessidades da vítima, mas</p><p>também da comunidade e do ofensor.</p><p>2- Tratar das obrigações que resultam daqueles danos (as obrigações dos ofensores,</p><p>bem como da comunidade e da sociedade).</p><p>3- Utilizar processos inclusivos, cooperativos.</p><p>4- Envolver a todos que tenham legítimo interesse na situação, incluindo vítimas,</p><p>ofensores, membros da comunidade e da sociedade.</p><p>5- Buscar reparar os danos e endireitar as coisas na medida do possível.</p><p>(ZEHR, 2017, p. 49). Curso Justiça Restaurativa – CNJ – ENFAM – aula I – Haroldo Rigo</p><p>Fundamentos da Justiça Restaurativa</p><p>1 Quais são os fundamentos?</p><p>Normativa Internacional:</p><p>. Resolução 2002/12 do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas</p><p>(Ecosoc) é o documento que trouxe as balizas para a prática restaurativa</p><p>em âmbito criminal tanto para adultos como para crianças e</p><p>adolescentes, com a definição das terminologias para identificação das</p><p>práticas restaurativas estabelecidas dentro dos princípios básicos fixados</p><p>na norma.</p><p>Curso Justiça Restaurativa – CNJ – ENFAM – aula I – Haroldo Rigo</p><p>Fundamentos da Justiça Restaurativa</p><p>1 Quais são os fundamentos?</p><p>Normativa Internacional:</p><p>. Em âmbito regional dos países íbero-americanos, já especificando o</p><p>alcance às crianças e aos adolescentes, o conceito é tratado na</p><p>Declaração de Lima, 2009, (Conferência de Ministros da Justiça dos Países</p><p>Ibero-Americanos – Comjib, 2013)</p><p>. Declaração de Cartagena, 2015, que traz diversos pactos e</p><p>responsabilidades firmados nesse instrumento político internacional</p><p>produzido por técnicos do Brasil e dos demais países participantes, que</p><p>reforçam o compromisso com o estabelecimento de uma Justiça Penal</p><p>Juvenil e com um enfoque restaurativo. Curso Justiça Restaurativa – CNJ – ENFAM – aula I – Haroldo Rigo</p><p>Fundamentos da Justiça Restaurativa</p><p>1 Quais são os fundamentos?</p><p>Extraímos os fundamentos da Justiça Restaurativa do seu conceito, princípios e valores</p><p>Resolução 225/16 do CNJ</p><p>Art. 1o. A Justiça Restaurativa constitui-se como um conjunto ordenado e</p><p>sistêmico de princípios, métodos, técnicas e atividades próprias, que visa à</p><p>conscientização sobre os fatores relacionais, institucionais e sociais</p><p>motivadores de conflitos e violência, e por meio do qual os conflitos que</p><p>geram dano, concreto ou abstrato, são solucionados de modo estruturado</p><p>na seguinte forma:</p><p>I – é necessária a participação do ofensor, e, quando houver, da vítima,</p><p>bem como, das suas famílias e dos demais envolvidos no fato danoso, com</p><p>a presença dos representantes da comunidade direta ou indiretamente</p><p>atingida pelo fato e de um ou mais facilitadores restaurativos;</p><p>Curso Justiça Restaurativa – CNJ – ENFAM – aula I – Haroldo Rigo</p><p>Fundamentos da Justiça Restaurativa</p><p>1 Quais são os fundamentos?</p><p>Extraímos os fundamentos da Justiça Restaurativa do seu conceito, princípios e valores</p><p>II – as práticas restaurativas serão coordenadas por facilitadores</p><p>restaurativos capacitados em técnicas autocompositivas e consensuais de</p><p>solução de conflitos próprias da Justiça Restaurativa, podendo ser servidor</p><p>do tribunal, agente público, voluntário ou indicado por entidades parceiras;</p><p>III – as práticas restaurativas terão como foco a satisfação das necessidades</p><p>de todos os envolvidos, a responsabilização ativa daqueles que</p><p>contribuíram direta ou indiretamente para a ocorrência do fato danoso e o</p><p>empoderamento da comunidade, destacando a necessidade da reparação</p><p>do dano e da recomposição do tecido social rompido pelo conflito e as suas</p><p>implicações para o futuro.</p><p>Curso Justiça Restaurativa – CNJ – ENFAM – aula I – Haroldo Rigo</p><p>Fundamentos da Justiça Restaurativa</p><p>1 Quais são os fundamentos?</p><p>Extraímos os fundamentos da Justiça Restaurativa do seu conceito, princípios e valores</p><p>Art. 2o São princípios que orientam a Justiça Restaurativa: a</p><p>corresponsabilidade, a reparação dos danos, o atendimento às</p><p>necessidades de todos os envolvidos, a informalidade, a voluntariedade, a</p><p>imparcialidade, a participação, o empoderamento, a consensualidade, a</p><p>confidencialidade, a celeridade e a urbanidade.</p><p>Curso Justiça Restaurativa – CNJ – ENFAM – aula I – Haroldo Rigo</p><p>Fundamentos da Justiça Restaurativa</p><p>2 Como estes fundamentos se articulam com a nossa prática no Poder Judiciário e</p><p>com as instituições que integram o Sistema de Justiça?</p><p>. Res. do CNJ 225/16, 288/19 e 300/19 (regulam a JR no Poder Judiciário);</p><p>. Esferas Federal, Estadual e Municipal (Local)</p><p>. Dimensões Relacional, Institucional e Social</p><p>. Conceito da incompletude institucional;</p><p>. Dialogo com outras fontes normativas nos sistemas constitucional, civil,</p><p>penal, da infância e juventude etc.</p><p>> Promovem a integração do Judiciário com as demais instituições do Sistema</p><p>de Justiça, bem como com a REDE de assistência, com as outras políticas</p><p>públicas sociais e de saúde, desenvolvidas no âmbito do executivo, e com as</p><p>ações comunitárias a partir de uma perspectiva restaurativa.</p><p>Curso Justiça Restaurativa – CNJ – ENFAM – aula I – Haroldo Rigo</p><p>Fundamentos da Justiça Restaurativa</p><p>3 Como estes fundamentos se articulam com o trabalho com a comunidade?</p><p>A participação comunitária na Justiça Restaurativa</p><p>. No eixo relacional, no serviço voluntário de facilitador, nos núcleos</p><p>comunitários ou núcleos junto ao sistema de justiça, bem como, na função de</p><p>apoio às partes participando na perspectiva da corresponsabilidade;</p><p>. No eixo institucional, ressignificando as suas estruturas, seja na escola, nos</p><p>centros comunitários, na interação entre as suas estruturas, nos serviços da</p><p>REDE, no apoio familiar etc;</p><p>. No eixo social, assimilando transformações culturais com o exercício de</p><p>práticasque tem como base a inclusão, a empatia, a sustentabilidade, a</p><p>horizontalidade, a voluntariedade etc.</p><p>Curso Justiça Restaurativa – CNJ – ENFAM – aula I – Haroldo Rigo</p><p>Fundamentos da Justiça Restaurativa</p><p>3 Como estes fundamentos se articulam com o trabalho com a comunidade?</p><p>A participação comunitária na Justiça Restaurativa</p><p>. No eixo relacional</p><p>A comunidade promove um suporte para se corresponsabilizar com a pessoa,</p><p>para ajudá-la na reconstrução;</p><p>essa pessoa é sujeito da sua restauração e a</p><p>comunidade está presente para auxiliar nesse processo, não cabendo sua</p><p>atuação como um tribunal circular.</p><p>Curso Justiça Restaurativa – CNJ – ENFAM – aula I – Haroldo Rigo</p><p>Fundamentos da Justiça Restaurativa</p><p>3 Como estes fundamentos se articulam com o trabalho com a comunidade?</p><p>A participação comunitária na Justiça Restaurativa</p><p>. No eixo social – Capital Social</p><p>Quanto menos as pessoas interagem, menos comprometimento têm com o</p><p>coletivo. (...) Alejandro Portes resume que o “capital social significa a habilidade</p><p>dos atores em conseguir benefícios através da participação em redes sociais e</p><p>outras estruturas sociais”(1998:6). (...) As oportunidades de criar ou fortalecer o</p><p>capital social além do círculo imediato das pessoas afetadas pelo ato danoso (...)</p><p>(ELLIOTT, 2018, p. 259/262)</p><p>Curso Justiça Restaurativa – CNJ – ENFAM – aula I – Haroldo Rigo</p><p>Fundamentos da Justiça Restaurativa</p><p>3 Como estes fundamentos se articulam com o trabalho com a comunidade?</p><p>O potencial da Justiça Restaurativa de engajar os membros da</p><p>comunidade em tomadas de decisões significativas sobre seus</p><p>próprios assuntos também oferece oportunidades para construir o</p><p>espirito comunitário. As pessoas que tiverem um real envolvimento</p><p>nas tomadas de decisão, em vez de uma participação superficial,</p><p>investirão mais nos resultados</p><p>(ELLIOTT, 2018, p. 256).</p><p>Curso Justiça Restaurativa – CNJ – ENFAM – aula I – Haroldo Rigo</p><p>Fundamentos da Justiça Restaurativa</p><p>3 Como estes fundamentos se articulam com o trabalho com a comunidade?</p><p>A Contação de história – amplia o nosso conhecimento uns dos</p><p>outros e fortalece a comunidade</p><p>Uma das ferramentas mais fortes de construção de comunidade em</p><p>práticas restaurativas é a prática da contação de histórias. (...)</p><p>Um resultado da contação de histórias e do diálogo é a grande</p><p>consciência coletiva dos defeitos e qualidades da comunidade.</p><p>(ELLIOTT, 2018, p. 256/257)</p><p>Curso Justiça Restaurativa – CNJ – ENFAM – aula I – Haroldo Rigo</p><p>Muito obrigado!</p>