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Unidade 4 O Ciclo da Compra e Administração de Materiais Administração de Materiais Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria GUSTAVO SILVA OLIVEIRA AUTORIA Gustavo Silva 0liveira Olá. Meu nome é Gustavo Silva 0liveira. Sou Engenheiro Florestal formado na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Mestre em Engenharia Florestal pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e atualmente Doutorando do Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal na Universidade Federal do Paraná (UFPR) nas áreas de Economia, Política e Administração Florestal. Possuo experiência como tutor científico no Programa de Educação Continuada em Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná (PECCA/UFPR). Amo minha profissão, meu trabalho e adoro transmitir meus conhecimentos e as experiências que tive ao longo da minha carreira. É uma grande satisfação poder contribuir na formação de pessoas que estão em busca de um futuro melhor e que almejam ser excelentes profissionais em um futuro bem próximo. Desse modo, fui convidado pela “Editora Telesapiens” a compor seu corpo docente e seu elenco de autores independentes. É com grande satisfação que quero colaborar com você nesta etapa de estudo e trabalho. Estou aqui para o que precisarem! Contem com a minha ajuda. Vamos mergulhar nesse universo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova competência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de apresentar um novo conceito; NOTA: quando necessárias observações ou complementações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamento do seu conhecimento; REFLITA: se houver a necessidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido; ACESSE: se for preciso acessar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de autoaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando uma competência for concluída e questões forem explicadas; SUMÁRIO Avaliação de Desempenho ..................................................................... 12 Financeira ............................................................................................................................................ 14 Setores .................................................................................................................................................... 16 Administração ................................................................................................................................... 18 Responsáveis por Avaliar o Desempenho .................................................................... 19 Gestão de Estoques ...................................................................................23 Fundamentos da Gestão de Estoque...............................................................................23 Compras ..........................................................................................................30 Negociações .................................................................................................34 9 UNIDADE 04 Administração de Materiais 10 INTRODUÇÃO As organizações enfrentam constantemente os desafios de mercado e competitividade, corroborando para que busquem constantemente avaliar os seus desempenhos em todas as esferas organizacionais, pois por meio destes instrumentos podem buscar suporte para melhorias e otimização de processos produtivos. Outro ponto de suma importância, para o andamento eficiente das atividades é o gerenciamento dos estoques, para evitar o excesso ou insuficiência de abastecimento ou perdas de insumos e produtos necessários para os processos, com a implantação de padrões pré- estabelecidos. O gerenciamento de estoques está relacionado com a função de compras, pois requerem o planejamento constante das tomadas de decisões, e fontes de fornecimento de itens para o fluxo contínuo nos estoques. Além disso, para o correto funcionamento dessas atividades, é fundamental que ocorra a intercomunicação entre os diversos departamentos, que vão desde os colaboradores até a gerência. Nesse sentido, o fluxo contínuo da função de compras e o gerenciamento e controle dos estoques, com ganhos de lucros e atenuação de custos só é possível se houver uma direta negociação entre fornecedores e compradores, que compreende todos os pontos limitantes de ambas as partes. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! Administração de Materiais 11 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Avaliar o desempenho da cadeia de suprimentos e da administração de materiais, identificando as vantagens e desvantagens de cada forma de avaliação; 2. Identificar os elementos básicos dos sistemas e os índices de con- trole de estoques; 3. Analisar e avaliar as principais funções das compras para o correto gerenciamento de materiais, tempo e coleta de preços; 4. Definir as principais premissas e características das negociações, aplicando suas técnicas e melhores práticas. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Administração de Materiais 12 Avaliação de Desempenho OBJETIVO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender como funcionam os procedimentos de avaliação de desempenho da gestão de materiais, que considera as formas mais clássicas e que são utilizadas atualmente no ambiente empresarial. Vamos abordar também, as vantagens e desvantagens de cada forma de avaliação. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! A avaliação de desempenho corrobora na identificação de não conformidades dentro das organizações. Além disso, é um instrumento que visa mensurar a desenvoltura da empresa. Essas atividades compreendem na apreciação sistemática do desempenho das organizações, que considera as atividades que ela desempenha, das metas e resultados a serem alcançados e do seu potencial de desenvolvimento. Além disso, permite que sejam estimados os valores quanto a excelência e qualidade, que inclui a contribuição dos colaboradores para o negócio da empresa. A avaliação de desempenho ainda engloba questões como: • avaliação do mérito dos colaboradores; • avaliação pessoal; • relatórios de progresso; • avaliação de eficiência individual; • avaliação de eficiência do grupo; • entre outros. Administração de Materiais 13 Outro ponto importante que devemos considerar é o processo dinâmico, em que a avaliação de desempenho ocorre, pois atualmente engloba a identificação de não conformidades, como: • supervisão; • gerência; • integração entre os colaboradores; • adequação do colaborador ao cargo; • verificação de possíveis não conformidades ou necessidades de treinamento; • estabelecimento de meios e programas para eliminar ou atenuar não conformidades. Atualmente, um dos maiores desafios para os empreendedores são essas e outras questões, voltadas para a avaliação do desempenho. No entanto, é uma das maneiras mais eficazes de controle dos gestores, para com os processos produtivos, que acompanha de uma maneira eficiente as atividades. Um fator de suma importânciadas avaliações é em relação as melhorias necessárias dentro da organização. NOTA: Para a identificação e diagnóstico da real situação da empresa, os avaliadores devem considerar o andamento das atividades, durante um período de tempo representativo, que exponha as variáveis de maneira correta. Figura 1: Avaliação de desempenho Fonte: Pixabay Administração de Materiais 14 No âmbito dos colaboradores é possível obter um panorama mais claro da situação de cada funcionário ou gestor, pois a avaliação retrata por intermédio de alternativas tangíveis um resultado atualizado. Além do mais, este tipo de informação reflete na oportunidade de os colaboradores avaliados, melhorarem seus desempenhos e obterem um desenvolvimento vantajoso no ambiente empresarial. Nesse contexto, o gerenciamento de materiais as avaliações de desempenho podem ocorrer de formas distintas, de acordo com o objetivo da avaliação. Cada uma delas com suas particularidades, vantagens e desvantagens. Deste modo, de acordo com Dias (2008) as avaliações de maior importância nas organizações, podem ser: Figura 2: Maneiras de avaliação de desempenho Financeira Setores Administração Avaliação de desempenho Fonte: Elaborada pelo autor Financeira Ao longo dos últimos anos, o contexto empresarial sofreu mutações rápidas. A globalização e as inovações tecnológicas tornaram a competitividade um fator global e incrementaram ainda mais os riscos na tomada de decisão na gestão das empresas. Neste sentido, a avaliação de desempenho sob uma ótica financeira apresenta vantagens, em ter uma aplicação mais simples em empresas mais organizadas no sentido contábil, e clareza na apresentação dos resultados. Dentre os pontos mais difíceis para avalição é em relação ao tempo despendido. Administração de Materiais 15 Figura 3: Avaliação financeira Fonte: Pixabay Com isso, na maioria das organizações, são adotados índices de rentabilidade, estrutura de capital, liquidez, nível de endividamento e mercadológico. Sendo assim, é possível verificar as forças e fraquezas da empresa no curto e longo prazo. Desse modo, quanto melhor a capacidade organizacional no cumprimento dos compromissos financeiros no curto e longo prazo, melhores serão o desempenho e os índices de alavancagem financeira. Diante do exposto, a avaliação sob a ótica financeira se torna uma poderosa ferramenta no gerenciamento e dimensionamento das informações, que colabora no controle de processos e planejamento. Além disso, contribui para o atingimento de metas e objetivos empresariais. Administração de Materiais 16 Figura 4: Atingimento de metas e objetivos por meio da avaliação de desempenho financeiro Fonte: Freepik Cabe destacar, também, que os índices financeiros podem fazer uma comparação do desempenho com outras organizações ou de maneira individual, sem comparações, além disso permite o diagnóstico sobre a saúde financeira da empresa e as projeções futuras em longo prazo. Moghimi e Anvari (2014), destacam que essas avaliações de desempenho são indispensáveis, tanto para os administradores e potenciais investidores, quanto como alternativa para as organizações se posicionarem da melhor maneira possível no mercado competitivo. Dessa maneira, cabe aos gestores buscarem constantemente o aprimoramento das suas atividades de avaliação de desempenho financeiro. Setores Nesse tipo de avaliação, todos os colaboradores podem ser envolvidos, para estimular o surgimento de novas ideias e instruções. Administração de Materiais 17 IMPORTANTE: Podemos lembrar que o principal intuito da avaliação departamental é verificar o desempenho do colaborador em suas atividades, para contextualizar seus afazeres com os objetivos da organização. Como principais pontos limitantes desse tipo de avaliação, Dias (2008) descreve que: • em alguns casos a setorização ocorre de maneira mais rígida; • as avaliações são feitas de maneira isolada e não na empresa como um todo; • as questões comerciais, administrativo-financeira e, industriais devem ser avaliadas em suas particularidades. Figura 5: Departamentos Fonte: Pixabay Diante do exposto, é de suma importância para o desenvolvimento empresarial, que estas avaliações sejam feitas de maneira coerente, pois podem acarretar mudanças positivas de administração de pessoas, independente da dimensão da empresa. Administração de Materiais 18 Neste contexto, os gestores podem aferir com melhor qualidade o desempenho dos colaboradores, utilizar essas informações para implantar melhorias no ambiente de trabalho e aumentar a produtividade. Cabe ressaltar, que equipes com bom desempenho, permitem mais bem resultados no andamento das atividades. Administração Neste momento deve-se atentar para os diagnósticos voltados aos departamentos de controle, avaliação, planejamento e principalmente do setor de liderança. Assim, as avaliações devem verificar a compatibilidade entre as demandas e as ofertas, ou seja, o desempenho dos processos produtivos deve estar de acordo com as saídas destes bens e/ou serviços. De acordo com Dias (2008), as não conformidades que podem ocorrer em virtude de uma avaliação de administração equivocada e podem ser classificadas em: • Comportamentais: incompatibilidade de ideias internas, carência nas questões de coordenação e esforços insuficientes. Em alguns casos não são verificados no momento de ocorrência, que acarretam um efeito negativo de longo prazo; • Carência de informações de gestão: resultantes de problemas em entregas no prazo, atendimentos, logística de produtos novos no mercado. Nestas situações, as não conformidades só são verificadas nos períodos de balanço; • Financeiros: estes sintomas ocorrem pela indisponibilidade de recursos, dependência excessiva em empresas e prestadoras de serviços terceirizadas, e movimentações financeiras fora do controle; • Econômicos: nestas situações os preços dos itens são superiores aos produtos similares. Esse fator, ocorre em virtude da carência de competitividade empresarial. Administração de Materiais 19 Figura 6: Financeiro fora do controle Fonte: Pixabay Responsáveis por Avaliar o Desempenho Chiavenato (2004), ressalta que a avaliação pode ser realizada de diversas maneiras, dentre elas podemos citar a autoavaliação, onde o próprio colaborador faz sua avaliação. Além disso, a avaliação também pode ser feita pela gerência, equipe de trabalho, parceiros ao redor ou então pelo órgão de recursos humanos e comissão de avaliação. • Autoavaliação: consiste na avaliação realizada pelo próprio colaborador, que é responsável pelo seu desempenho e sua monitoração, com ou sem o auxílio de um superior. Geralmente nas empresas. IMPORTANTE: Cada indivíduo conduz sua avaliação quanto à sua performance, eficiência, que considera certas premissas fornecidas pelo departamento gerencial. Administração de Materiais 20 • Gerente: O supervisor na maioria das situações está na posição mais propícia para realizar as observações a avaliações de desempenho dos seus colaboradores, além disso assume parte da responsabilidade desse desempenho; Figura 7: Avaliação feita pelo gerente Fonte: Freepik 1º Indivíduo e o gerente: Nesta situação o gerente configura- se como elemento norteador, enquanto o colaborador avalia seu desempenho conforme retroação gerada pelo gerente. Nesse caso ocorre a intercomunicação, na qual cada um contribui com alguma parcela visando a melhor obtenção de resultados; • Time de trabalho: consiste na equipe que exerce função de avaliar o desempenho de cada um de seus membros e programa, para buscar alternativas necessárias para otimização do desempenho; • Avaliação 360º: nesse caso as informações de desempenho são obtidas por todos os colaboradores, dentre eles os supervisores, funcionários, colegas, além de clientes externos e internos. Dessemodo, o processo normal consiste em conduzir que todos os envolvidos preencham pesquisas de avaliação sobre outro colaborador. Nesse método de avaliação, todas as informações Administração de Materiais 21 obtidas são computadorizadas e compiladas em formato de relatórios práticos e explicativos. • Avaliação para cima: algumas organizações conduzem essas atividades de modo que os colaboradores avaliem o desempenho dos seus supervisores. Este modelo é denominado e conhecido no meio empresarial como avaliação ascendente, que pode contribuir de maneira positiva, para que os gerentes possam reavaliar o seu estilo de gerenciar e assim identificar não conformidades. • Comissão de avaliação: esse método compreende um comite de avaliação que na maioria dos casos agrega supervisores de diversos setores. Ainda, alguns estudos apontem que este estilo de avaliação pode ser bastante vantajoso no sentido a evitar problemas individualizados de avaliadores. Sendo assim, é possível que o mesmo colaborador seja avaliado sob diferentes pontos de vista, de modo que as avaliações tenham maior confiabilidade e sejam mais justas e válidas dos que as realizadas por apenas um supervisor. Figura 8: Comitê de avaliação Fonte: Freepik • Órgão de Recursos Humanos: compreende o posicionamento do órgão de Recursos humanos, quanto às responsabilidades Administração de Materiais 22 de avaliação do desempenho de todas os envolvidos dentro do ambiente empresarial. Esse estilo de avaliação fornece informações vindas dos gerentes de cada setor e assim são processdas e interpretadas, sob a avaliação dos relatórios e programas gerados pelo órgão. Diante do exposto, a avaliação do desempenho está diretamente relacionada à melhor percepção, quanto ao desenvolvimento das atividades no ambiente empresarial, que permite aos gestores que verificarem de maneira eficiente e prática as não conformidades inerentes aos processos produtivos e a relação com outras partes interessadas. RESUMINDO: Nesta unidade, podemos aprender sobre a importância das questões conceituais em relação à avaliação de desempenho. Abordamos as maneiras mais adequadas para avaliar, sejam elas em relação à parte financeira, setorizada ou administrativa. Além disso, destacamos como se deve proceder em cada uma destas três situações no dia-a-dia das empresas. Podemos compreender que essas atividades são relevantes para a apreciação sistemática do desempenho das organizações e considerar as atividades que ela desempenha, das metas e resultados a serem alcançados e do seu potencial de desenvolvimento. Administração de Materiais 23 Gestão de Estoques OBJETIVO: Neste tópico vamos aprender os elementos básicos dos sistemas de controle de estoque, as principais informações necessárias para a efetiva condução das atividades. Além disso, vamos conhecer os índices essenciais para controle de estoques. Preparados? Vamos em frente. Fundamentos da Gestão de Estoque A gestão de estoque nas organizações, atualmente, compreende uma atividade de extrema complexidade e requer muito conhecimento por parte de quem faz sua gestão. Essas atividades necessitam do fornecimento de informação em tempo hábil, pois incorpora diversas áreas da organização, dentre elas: • Financeira; • Setor de compras; • Setor de produção; • Setor de planejamento; • Setor financeiro; • Entre outras. Deste modo, todos estes departamentos devem estar em constante sintonia, para que ocorra o correto e eficiente funcionamento dos processos produtivos da organização. Sendo assim, os gestores precisam compreender e atentar para a importância da gestão de estoques, para avaliar a administração de materiais e entender o impacto que falhas na má gestão deste setor, pode envolver outros diversos setores, que pode afetar o funcionamento e o desenvolvimento das atividades. Administração de Materiais 24 Figura 9: Gestores de estoque Fonte: Freepik É com este posicionamento que se busca o esclarecimento quanto à importância financeira de materiais estocados e inclui a maneira de gerir os recursos, para que não ocorram problemas nos demais setores. Além disso, há a indispensabilidade em entender a estrutura e condução das atividades relacionadas a área de gestão de estoque. Como visto em outra unidade, os estoques têm o intuito de evitar o excesso ou insuficiência de abastecimento ou perdas de insumos e produtos necessários para os processos produtivos. Com base nisso, é necessário que ocorra o controle dos estoques, para que os gestores consigam atender os padrões e objetivos. Além disso, estes controles podem ser bastante amplos e variar de acordo com a dimensão da organização. NOTA: Para um efetivo controle de estoques é fundamental atentar para as normas e procedimentos pré-determinados. Administração de Materiais 25 Na gestão de estoques é de suma importância, que as organizações adotem alguns instrumentos que colaborem com o gerenciamento de materiais, ligados à criação e implantação de determinadas políticas. Dias (2008) configura algumas instruções fundamentais, que envolvem ações como: • evitar manter estoques de itens inacabados; • padronizar os equipamentos; • aferir constantemente estoque mínimo; • cuidados básicos com os locais de armazenagem; • buscar se flexível a nível empresarial. A não ocorrência de padronização nos materiais implica no desuso de alguns itens, pois alguns materiais em algumas ocasiões podem apresentar-se ultrapassados, o que pode acarretar excesso nos locais de armazenagem e gerar desperdícios. Nesse contexto, as políticas adotadas permitem o direcionamento da estocagem e as formas com que devem ser conduzidas, pois as compras realizadas em excesso, sem as devidas avaliações em relação ao consumo e a logística de acomodação. Uma política inteligente de estoque corrobora com o dimensionamento dos espaços físicos e com os recursos financeiros empregados. IMPORTANTE: Os gestores devem determinar juntamente com os departamentos responsáveis pelo controle de estoques, os objetivos a serem alcançados e os padrões a serem atendidos. O controle de estoques correto só é possível com a obtenção de informações indispensáveis. Mesmo quando estas não se apresentarem de maneira completa é importante dar uma atenção especial nas alternativas possíveis. Administração de Materiais 26 Figura 10: Informações primordiais para o controle de estoque Recebimentos Pagamentos Inspeções Registros Conferências Saídas Informações necessárias Fonte: Elaborada pelo autor • Recebimentos: apresentam funções de desembalar os produtos recebidos e análise dos volumes; • Inspeções: verificação completa dos recebimentos de itens que serão utilizados nas atividades; • Conferências e pagamentos: referem-se as questões de faturas e notas fiscais dos fornecedores; Administração de Materiais 27 Figura 11: Notas fiscais Fonte: Pixabay • Registros: relacionados as tarefas de inventário e medidas para manter as entregas de acordo com as necessidades; • Saídas: controle das saídas de materiais e devoluções de itens para os locais de armazenagem. Com isso, para manter constante o fluxo de informações e padronizações é necessário seguir alguns pré-requisitos para um melhor diagnóstico. • Itens sem giro: este tipo de diagnóstico corrobora com a ascensão da capacidade de estocagem, pois analisa itens arcaicos. Quando bem definidas essas políticas, quase não há oneração para organização pois é verificado pelos responsáveis pela gestão dos materiais. • Rotatividade: refere-se ao fluxo entre as entradas, saídas e velocidade de vendas dos estoques para com produtos finalizados ou consumo de insumos. Atualmente, a literatura propõe que as organizações adaptem as taxas de rotatividades e incluem valores conforme a realidade dos estoques; Administração de Materiais28 • Gráficos: considerada uma das maneiras mais claras e eficientes, que colabora com a compreensão mais acurada por parte dos gestores. Esse procedimentos, permitem o diagnóstico e simulações de estoque, troca de materiais, entre outras. Figura 12: Análise gráfica Fonte: Pixabay • Custo total do estoque: fator de suma importância para o controle da empresa, pois permite o conhecimento da quantidade investida que a organização possui e o quanto oneroso é a manutenção deste estoque. Vale ressaltar, mais uma vez, a necessidade da definição correta de políticas, nesse caso para investimentos em estoque. Desse modo, manter a informação e padronização dentro de seus fluxos é peça fundamental para a efetiva gestão de estoque. Inclusive os gestores devem dar total atenção para as fases iniciais, desde os recebimentos de materiais, para evitar não conformidades na fase final dos processos de gestão. Administração de Materiais 29 RESUMINDO: Nesta segunda unidade, aprendemos que a gestão de estoque nas organizações, atualmente, compreende uma atividade de extrema complexidade e requer muito conhecimento por parte de quem. E que algumas premissas são fundamentais para a correta gestão de estoque. De acordo com isso, abordarmos os procedimentos fundamentais para controlar toda a complexidade que envolve os estoques dentro do ambiente empresarial. Podemos compreender, também, que as informações são necessárias para avaliação dos gestores e compor atividades desde os recebimentos, inspeções, conferências, até pagamentos, registros e saídas. Administração de Materiais 30 Compras OBJETIVO: Vamos conhecer as principais funções das compras, para o correto gerenciamento de materiais, além da estrutura quantitativa e qualitativa destas atividades. Neste tópico, também vamos verificar as coletas de preços e o tempo despendido para realização destes procedimentos. Pron- tos? Vamos começar! Neste contexto, verificamos que por intermédio da gestão realizada em estoques, são obtidos os indicativos para o departamento de compras dentro de uma empresa, com o intuito de dar sequência nas aquisições. Portanto, é fundamental pensar também, que a função de compras só é eficiente, se as atividades de compras foram realizadas de maneira correta. Desse modo, comprar bem significa ter produtos de boa qualidade e com um dispêndio econômico menor possível. Função de compras é a atividade de compra, mas no contexto de uma empresa. Nesta definição tem-se um foco mais operacional, de pesquisas de bens e serviços para suprir os processos produtivos. Neste sentido, os setores responsáveis pelas compras devem ter em mente sempre definidos os seus objetivos, que em suma são: • Menores preços e quantidade e qualidade razoável; • Mínimo de investimentos dentro do razoável; • Negociações justas e corretas. • Fluxo contínuo de materiais. NOTA: Um dos grandes desafios para os gestores é conciliar na prática as relações de bom preço econômico e produtos de alta qualidade. Administração de Materiais 31 Existe uma certa dificuldade na determinação dos volumes de materiais corretos a se ter no estoque. Entretanto, nos dias atuais muitos são os meios para obtenção de informações de estimativas de demandas, período para reposição de itens, entre outros. Dias (2008) destaca as questões de gerenciamento de compras no segmento empresarial, da seguinte maneira: Figura 13: Divisão do gerenciamento de compras Gestão de compras Pedido de compras Fornecedores Valor de comprasPreços Fonte: Elaborada pelo autor (2019) • Preços: considerado na realidade empresarial como a parte inicial dos procedimentos de compras, pois boas negociações e boas aquisições só ocorrem após uma boa coleta de preços; • Fornecedores: devem conciliar prazos, formas de pagamentos e preços acessíveis. Atualmente adotam-se dois índices para conferência de fornecedores (índice de qualidade e eficiência); • Valor de compras: serve como suporte para o gerenciamento de compras, pois realiza o acompanhamento de valores em períodos de tempo, que pode ser mensal, semestral ou anual. • Pedido de compras: confere ao gerenciamento de compras o controle da quantidade de solicitações de compras que entraram Administração de Materiais 32 no departamento, as compras que se encontram em percurso e o tempo de compra. Ciclo de compras O ciclo de compras de uma empresa compreende todas as operações que ocorrem desde as requisições de compras pelas linhas de produção, até a autorização por parte dos pagamentos para com o fornecedor. Figura 14: Ciclo de compras no ambiente empresarial Requisições Pedido Seleção de fornecedores Cadastro de fornecedores Preços Pagamento Recebimento de material Fonte: Adaptado de ENAP Este processo, acompanha toda a estrutura do gerenciamento de compras, com ressalva do “recebimento de material”, todas as outras fases do ciclo de compras são de responsabilidade do departamento de compras. Cabe ressaltar que a etapa de pagamento fica na responsabilidade das unidades responsáveis que, por vezes, compreendem os coordenadores ou diretores. Administração de Materiais 33 De acordo com Martins e Alt (2001) a área de compras deve interagir com todos os outros setores, que recebe e analisa as informações, para suprir outros setores dentro da empresa. Figura 15: Interação empresarial Fonte: Pixabay RESUMINDO: Nesta unidade, aprendemos sobre a função das compras e todas as variáveis que a compõem, para a gestão de estoques. Abordamos a divisão em relação ao gerenciamento destas atividades e os conceitos cada uma delas. Em seguida, estudamos sobre as operações do ciclo de compras e a composição de todas as atividades necessárias, para atingir os objetivos estratégicos da empresa como um todo e melhoria de atendimento aos clientes, tanto externo, quanto interno. Podemos compreender, também, que as atividades inerentes às compras são fundamentais para que as empresas possam ter seus processos eficientes e lucrativos no contexto do ambiente organizacional. Administração de Materiais 34 Negociações OBJETIVO: Neste tópico, vamos compreender a necessidade de conciliar o setor de compras com os contextos amplos de negociação. Também iremos conhecer as principais medidas a serem tomadas para que o compromisso traçado pela organização seja alcançado. Vamos em frente. As negociações estão diretamente relacionadas com a função de compras, que fazem parte de uma técnica de planejamento para auxiliar o atendimento de acordos e compromissos. Um bom fornecedor é aquele que oferece bons prazos aliado à bons preços, porém com a máxima qualidade e a melhor tecnologia. De acordo com Tajra (2014) uma negociação consiste em um processo de mudança de posição, indicando que inicialmente é fundamental, que se tenha flexibilidade, seguida de atributos para concluir de maneira favorável para fazer acordos e, por fim, que esses acordos visem o alcance dos objetivos das partes envolvidas. Deste modo, os movimentos em um processo de negociação podem ser: • o compromisso com o que se deseja negociar; • barganhar quando necessário; • poder de persuasão; • questões emocionais das partes envolvidas; • lógica dos fatos. Segundo Arnold (1999), uma vez tomada a decisão sobre o que comprar, a segunda decisão mais importante refere-se ao fornecedor certo. Nesse contexto, dentre os fatores fundamentais a serem negociados entre empresa e fornecedores: Administração de Materiais 35 • preços; • prazos; • condições de pagamentos; • questões pós-vendas; • transporte; • garantias; • custo diversos; • alterações nos volumes. Com isso, as negociações podem ocorrer de maneira isolada ou mutua, uma vez que é esse o único instrumento para alternativas de preços entre as partes interessadas. Desse modo, um bom comprador já deve ter em mente, que o preçodeve ser negociado, se a organização possui caixa suficiente para bancar a compra e o patamar de prioridade. Outro ponto a se abordar é a questão de cronograma para entregas, pois o não atendimento deste fator, pode acarretar problemas no processo produtivo inteiro. Para o andamento contínuo das atividades, é recomendado que sejam estabelecidos e que sigam rigorosamente o cronograma de entregas. A parceria entre o comprador e negociador, em alguns casos, vai além da compra e a entrega de produtos e/ou serviços. Recomendam-se ações por dos gestores em relação ao firmamento de cooperação, por parte dos fornecedores e propor alguma recompensa, como contratos de fornecimentos de mercadorias, por exemplo. IMPORTANTE: Os gestores devem estar atentos para ilusões, referentes a possibilidades propostas pelos fornecedores. Cabe lembrar, que no outro lado da moeda, os fornecedores também estão interessados em obter seus lucros crescentes. Administração de Materiais 36 Figura 16: Negociações Fonte: Freepik Nos dias de hoje, o gerenciamento de compras vai além do envolvimento de questões burocráticas ou realizar as compras solicitadas por parte dos departamentos. Desta forma, os compradores são vistos como parte fundamental para o planejamento estratégico. Para isso, as negociações contribuem para o atingimento de melhores alternativas para compras, principalmente de produtos com grande valor agregado. Contato fornecedor e comprador A negociação se inicia com o primeiro contato entre compradores e os fornecedores em potenciais, nos procedimentos de cotação de preços. Por isso, é importante ter o total conhecimento da realidade da organização e considerar suas principais fraquezas e pontos limitantes. Aliados a estes fatores, a atualização das informações deve ocorrer constantemente, juntamente com o monitoramento das mercadorias e fornecedores. A eficiência de um setor de compras está intimamente ligada ao nível de atendimento e ao relacionamento entre o fornecedor e o comprador, que necessitam ser os mais adequados e convenientes. Administração de Materiais 37 Diante do exposto, Dias (2008) aborda sobre os poderes de barganha de ambas as partes. Poder de barganha do fornecedor O poder de barganha do comprador para com o fornecedor está ligado as questões, de: • Disponibilidade de tempo para realizar negociações: os prazos entre os primeiros contatos e o fechamento contratual tornam-se reduzidas para os compradores e incentiva para uma ascensão no poder de barganha do fornecedor; • Interesse do fornecedor pelo contrato: deve-se observar a periodicidade de contato pelos fornecedores e as atuais condições de mercado. Para obter maior poder de barganha com os fornecedores, os interesses pelos contratos devem ser menores. • Convicção em atingir o contrato: nessas condições os fornecedores têm convicção de que seus preços são acessíveis em relação aos seus concorrentes, ou até mesmo por questões técnicas. Assim, as chances de não haver flexibilidade nas negociações são maiores. IMPORTANTE: Em situações que o fornecedor apresenta convicção em atingir contratos, os gestores das organizações necessitam possuir uma política bem estruturada de compras para o fortalecimento nas negociações. Administração de Materiais 38 Figura 17: Fechamento de contratos Fonte: Pixabay Poder de barganha do comprador Diferentemente do anterior, as condições por parte do comprador configuram-se da seguinte maneira: • Eficiência: o comprador deve ter total entendimento sobre o produto que está sendo negociado e inclusive conhecer detalhadamente as propostas dos fornecedores. Além de todas as questões de negociações, o conhecimento de mercado e oscilações econômicas, contribui positivamente no preparo das negociações. • Diagnóstico de preços e custos: fundamental para que ocorram propostas razoáveis por parte do comprador; • Número de fornecedores: um dos principais pontos que favorecem os compradores. Pois a competitividade encontrada no mercado configura em boas oportunidades de compra. Administração de Materiais 39 Figura 18: Disponibilidade de muitos fornecedores Fonte: Pixabay Nesse caso, é necessário que os compradores avaliem as questões de localização dos fornecedores, pois as dispersões geográficas impactam a escolha. Conflitos na Negociação O conflito é um ponto bastante prejudicial para os negócios e desenvolvimento empresarial e pode ocorrer em qualquer situação independentemente do tamanho e dimensão da empresa. Essas questões ocorrem, pois, muitas pessoas são mais inflexíveis em negociações e acordos. Por esse motivo, o conflito surge quando os envolvidos desejam que suas demandas sejam atendidas, independentemente do que o atendimento desta exigência possa vir a causar de bom ou de ruim à outra parte interessada. Administração de Materiais 40 Figura 19: Conflitos dentre as negociações Fonte: Freepik Ainda conforme Lewicki, et. al, (2014) os conflitos podem ser classificados em quatro grandes níveis, dentre eles: • nível I: consiste na abordagem dos conflitos intrapessoais; • nível II: conflitos interpessoais, ocorrem de maneira bastante comum entre duas ou mais pessoas; EXEMPLO: Quando um comprador deseja comprar a um preço e o vendedor a vender em outro e não ocorre consenso. • nível III: Nestas situações ocorrem os conflitos intragrupos, entre pessoas que pactuam de uma mesma congregação. Assim, os interesses ocorrem de maneiras individuais, colaboram para as preferencias das partes, e nunca em prol de uma negociação; • nível IV: Neste último nível ocorrem os conflitos intergrupos, em que ocorrem com base em interesses dos grupos. Desta maneira, verifica-se que as negociações possuem diversos pontos de vistas e efeitos nos atores envolvidos. Entretanto, uma boa negociação é um instrumento que permite que ambas as partes saiam satisfeitas. Administração de Materiais 41 Visto que a confiança nas relações dos negociadores contribui positivamente nas atividades de ambos os lados. SAIBA MAIS: Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso a seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Artigo: “Compras: negociação, estratégia, redução de custos são elementos para agregar em sua empresa?” Oliveira & Jorvino. Clique aqui para acessar. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo desse capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Verificamos a importância da avaliação de desempenho na identificação de não conformidades no ambiente empresarial e as principais maneira de avaliação (financeira, setorizada e administrativa). Em seguida, recapitulamos algumas questões vistas em outras unidades letivas e abordamos sobre as informações básicas para o controle de estoques. Em relação as funções de compras abordamos cada divisão do gerenciamento (pedidos, preços, valor de compras e fornecedores), além do ciclo com todas as operações de compras. Abordamos questões em relação aos contratos e premissas básicas para o seu atendimento. E por fim, verificamos como se configura as negociações atualmente, e os principais apontamentos das medidas necessárias para o andamento contínuo das atividades e apontamentos, para desenvolvimento uma boa relação e envolvimento, dos gestores, compradores com seus fornecedores. Administração de Materiais http://www.unisalesiano.edu.br/encontro2007/trabalho/aceitos/CC35111892842.pdf 42 REFERÊNCIAS ARNOLD, J. R. Tony. Administração de Materiais. São Paulo, Editora Atlas S. A., 1999. CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 2 ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. DIAS, M. A. P. (2008) Administração de Materiais: Princípios, Conceitos e Gestão. Atlas. São Paulo. DIAS, M. A. P. (2010) Administraçãode Materiais: Uma abordagem logística. Atlas, São Paulo. GONÇALVES, P. S. Administração de materiais. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. LEWICKI, Roy J. SAUNDERS, David M. BARRY, Bruce. Fundamentos de Negociação, 5ªed. Bookman/AMGH, Porto Alegre, 2014. MARTINS, Petrônio Garcia; ALT, Paulo Renato Campos. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. Editora Saraiva, 2001. MOGHIMI, R.; ANVARI, A. An integrated fuzzy MCDM approach and analysis to evaluate the financial performance of Iranian cement companies. International Journal of Advanced Manufacturing Technology, v. 71, 2014. Administração de Materiais 43Administração de Materiais Avaliação de Desempenho Financeira Setores Administração Responsáveis por Avaliar o Desempenho Gestão de Estoques Fundamentos da Gestão de Estoque Compras Negociações