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SISTEMA ENDÓCRINO 1) O que são hormônios? Qual a estrutura responsável pela sua secreção? Hormônios são definidos como mensageiros químicos liberados por células especializadas, usualmente pelas células de glândulas endócrinas, que entram na corrente sanguínea para serem transportados a alvos distantes ou próximos no corpo. Esses mensageiros desempenham um papel crucial na regulação de processos fisiológicos, incluindo metabolismo, crescimento, desenvolvimento, e homeostase. 2) Como os hormônios atuam? Qual a concentração necessária destas moléculas? Eles são secretados por glândulas endócrinas e transportados pelo sangue até órgãos ou tecidos-alvo. A atuação dos hormônios envolve a ligação a receptores específicos nas células-alvo, o que desencadeia uma cascata de sinais intracelulares. Os hormônios podem ser classificados em várias categorias, como peptídeos, esteroides e aminas, dependendo de sua estrutura química. Hormônios peptídicos, como a insulina, se ligam a receptores na superfície celular e utilizam segundos mensageiros para transmitir o sinal. Hormônios esteroides, como o cortisol, atravessam a membrana celular e se ligam a receptores intracelulares, frequentemente modulando a expressão gênica. Os efeitos dos hormônios são altamente específicos e dependem da presença de receptores adequados nas células-alvo. Após a ligação do hormônio ao receptor, ocorre uma série de eventos intracelulares que resultam em respostas fisiológicas, como alterações na atividade enzimática, modificação da permeabilidade da membrana celular ou mudanças na expressão gênica. Os hormônios atuam em concentrações muito baixas, geralmente na faixa de picomolar (10^-12 M) a nanomolar (10^-9 M). Essas baixas concentrações são suficientes para gerar respostas biológicas significativas devido à alta afinidade dos receptores hormonais por seus ligantes. A sensibilidade das células-alvo aos hormônios é regulada por mecanismos de feedback que controlam tanto a produção quanto a degradação dos hormônios, assim como a expressão dos receptores. 3) Como os hormônios são classificados? De acordo com sua classificação, como eles são transportados e atuam nos tecidos alvos? Os hormônios são classificados de acordo com sua estrutura química em três principais categorias: hormônios peptídicos e proteicos, hormônios esteroides e hormônios derivados de aminas. Hormônios peptídicos e proteicos são compostos por cadeias de aminoácidos e incluem exemplos como insulina, glucagon e hormônio do crescimento (GH). Esses hormônios são sintetizados como precursores inativos (pré-pró-hormônios) que são convertidos em pró-hormônios e, finalmente, em hormônios ativos. Eles são armazenados em vesículas secretoras e liberados na circulação sanguínea em resposta a estímulos específicos. Hormônios esteroides são derivados do colesterol e incluem exemplos como cortisol, aldosterona, estrogênios e testosterona. Esses hormônios são lipofílicos e podem atravessar facilmente as membranas celulares. Eles são sintetizados sob demanda e não são armazenados, sendo liberados imediatamente após a síntese. Hormônios derivados de aminas são sintetizados a partir de aminoácidos específicos, como triptofano e tirosina. Exemplos incluem os hormônios tireoidianos (tiroxina, T4) e as catecolaminas (adrenalina, noradrenalina). A síntese e a liberação desses hormônios variam dependendo de sua função e natureza. Os hormônios peptídicos e proteicos, por serem solúveis em água, circulam livremente no plasma sanguíneo. Eles se ligam a receptores na superfície das células-alvo, já que não podem atravessar a membrana plasmática. A ligação ao receptor ativa segundos mensageiros dentro da célula, como o AMP cíclico (cAMP), que desencadeiam respostas celulares específicas. Os hormônios esteroides, por serem lipofílicos, requerem proteínas carreadoras para seu transporte no sangue. Uma vez liberados de suas proteínas carreadoras, esses hormônios difundem-se através da membrana plasmática das células-alvo e se ligam a receptores intracelulares no citoplasma ou no núcleo. A ligação ao receptor esteroide-hormônio geralmente altera a expressão gênica, levando a respostas celulares prolongadas. Os hormônios derivados de aminas podem ser tanto hidrofílicos quanto lipofílicos. As catecolaminas (como a adrenalina), que são hidrofílicas, circulam livremente no sangue e se ligam a receptores na superfície celular, ativando cascatas de sinalização similares às dos hormônios peptídicos. Os hormônios tireoidianos, que são lipofílicos, requerem proteínas carreadoras para o transporte e atuam de maneira similar aos hormônios esteroides, ligando-se a receptores intracelulares e modulando a expressão gênica. A ação dos hormônios é altamente específica e depende da presença de receptores apropriados nas células-alvo. 4) Como ocorre o controle da secreção de hormônios? O mecanismo mais comum é o feedback negativo. Neste processo, a secreção de um hormônio é reduzida quando seus níveis no sangue atingem uma certa concentração. Por exemplo, os hormônios tireoidianos, como T3 e T4, são regulados por feedback negativo. Quando os níveis desses hormônios aumentam, eles inibem a liberação de hormônio liberador da tireoide (TRH) pelo hipotálamo e a liberação de hormônio estimulante da tireoide (TSH) pela hipófise anterior, resultando na diminuição da produção de hormônios tireoidianos. O feedback positivo, embora menos comum, também ocorre em algumas situações. Nesse mecanismo, um aumento na secreção de um hormônio promove uma resposta que leva a um aumento adicional na produção do mesmo hormônio. Um exemplo é o ciclo menstrual, onde o aumento dos níveis de estrogênio estimula a liberação de hormônio luteinizante (LH) pela hipófise anterior, o que por sua vez aumenta ainda mais os níveis de estrogênio, levando à ovulação. Além disso, a secreção hormonal pode ser controlada diretamente pelo sistema nervoso, especialmente pelo hipotálamo, que integra sinais nervosos e hormonais para regular a liberação de hormônios. Um exemplo disso é a liberação de adrenalina e noradrenalina pela medula adrenal em resposta a situações de estresse, mediada pelo sistema nervoso simpático. O controle humoral também desempenha um papel importante. Esse tipo de regulação ocorre em resposta a mudanças nos níveis de substâncias químicas no sangue. Por exemplo, a secreção de insulina pelo pâncreas é regulada pelos níveis de glicose no sangue. Quando a glicose sanguínea aumenta após uma refeição, o pâncreas secreta insulina para ajudar a reduzir a glicose no sangue. Alguns hormônios são regulados por ritmos circadianos, que são ciclos biológicos de cerca de 24 horas. A melatonina, produzida pela glândula pineal, é um exemplo, com seus níveis aumentando à noite e diminuindo durante o dia para ajudar a regular o ciclo sono-vigília. Finalmente, a regulação da secreção hormonal também envolve o controle por outras glândulas endócrinas. O hipotálamo, por exemplo, secreta hormônios que controlam a liberação de hormônios pela hipófise anterior, a qual por sua vez regula outras glândulas endócrinas, como a tireoide, as glândulas adrenais e as gônadas. Esses mecanismos trabalham juntos para ajustar a produção hormonal conforme as necessidades do organismo, mantendo a homeostase e permitindo a adaptação a mudanças internas e externas. 5) Como ocorre um reflexo endócrino? Um reflexo endócrino começa com a detecção de um estímulo que altera o estado interno do corpo. Esse estímulo pode ser uma mudança nos níveis de substâncias no sangue, como glicose, ou uma condição externa, como estresse. Quando ocorre uma alteração, sensores especializados, localizados em glândulas endócrinas ou em outros tecidos, detectam essa mudança. Por exemplo, se há um aumento na glicose no sangue após uma refeição, as células beta do pâncreas identificam essa elevação. A detecção do estímulo leva à secreção de um hormônio específico pelas glândulas endócrinas. No caso do aumento de glicose, as células beta do pâncreas liberam insulina nacorrente sanguínea. Os hormônios são então transportados pelo sistema circulatório até os tecidos ou órgãos-alvo. Esse transporte é feito pela corrente sanguínea, que leva os hormônios para os locais onde eles precisam atuar. Nos tecidos-alvo, os hormônios se ligam a receptores específicos nas células. Cada tipo de hormônio tem um receptor específico, e a ligação do hormônio ao receptor provoca uma série de reações dentro da célula, alterando sua função. Por exemplo, a insulina se liga a receptores nas células do corpo, facilitando a entrada de glicose nas células e reduzindo os níveis de glicose no sangue. Após a resposta do tecido-alvo, o organismo ajusta a secreção de hormônios para manter o equilíbrio. Isso é feito através de mecanismos de feedback negativo. Quando a resposta desejada é alcançada, como a redução dos níveis de glicose no sangue, a secreção do hormônio é reduzida para evitar uma sobrecarga. Esse ciclo contínuo de detecção, resposta e ajuste é crucial para a regulação das funções corporais e para a adaptação a mudanças internas e externas, garantindo a homeostase. 6) Descreva como é organizado o eixo-hipotálamo hipófise, destacando os principais hormônios secretados por esta estrutura. O eixo hipotálamo-hipófise é uma estrutura central no sistema endócrino, e sua organização e funcionamento são cruciais para a regulação hormonal no corpo. O hipotálamo, localizado na base do cérebro, atua como o centro de controle do sistema endócrino, integrando sinais do sistema nervoso e enviando comandos para a hipófise. Ele faz isso através da secreção de hormônios liberadores e inibidores que são transportados diretamente para a hipófise anterior por um sistema especializado de vasos sanguíneos chamado sistema porta-hipotalâmico-hipofisário. A hipófise, situada logo abaixo do hipotálamo, é dividida em duas partes principais: a hipófise anterior (ou adenohipófise) e a hipófise posterior (ou neurohipófise). Cada parte tem funções e hormônios distintos. A hipófise anterior é responsável pela produção e liberação de vários hormônios importantes. Entre os principais hormônios secretados por essa parte estão o Hormônio Estimulante da Tireoide (TSH), que estimula a tireoide a produzir hormônios tireoidianos, essenciais para o metabolismo; o Hormônio Adrenocorticotrófico (ACTH), que promove a produção de cortisol pelas glândulas adrenais, importante na resposta ao estresse; o Hormônio do Crescimento (GH), que influencia o crescimento e a regeneração celular; e os hormônios luteinizante (LH) e folículo estimulante (FSH), que regulam as funções das gônadas e são essenciais para a reprodução e a produção de hormônios sexuais. A prolactina (PRL) é outro hormônio da hipófise anterior que estimula a produção de leite nas glândulas mamárias. A hipófise posterior, por outro lado, não produz hormônios, mas armazena e libera hormônios que são sintetizados pelo hipotálamo. Entre esses hormônios estão a ocitocina, que estimula as contrações uterinas durante o parto e a ejeção de leite durante a amamentação, e o Hormônio Antidiurético (ADH) ou vasopressina, que regula a retenção de água pelos rins, ajudando a controlar o volume e a concentração da urina. O funcionamento do eixo hipotálamo-hipófise é regulado por um sistema de feedback negativo. Isso significa que os níveis dos hormônios produzidos pelas glândulas-alvo retornam ao hipotálamo e à hipófise para ajustar a produção hormonal e manter os níveis hormonais dentro de uma faixa adequada. Esse mecanismo é essencial para a manutenção da homeostase e para a adaptação do corpo a diversas condições internas e externas. 7) Compare e diferencie os seguintes termos: (a) sinal parácrino, autócrino e endócrino. (b) Disfunções endócrinas primária e secundária. (c) hipersecreção e hipossecreção. (d) adeno-hipófise e neuro-hipófise. Os sinais parácrino, autócrino e endócrino são diferentes maneiras pelas quais as células comunicam-se e regulam funções no corpo. No sinal parácrino, um hormônio ou substância mensageira é liberado por uma célula e atua sobre células vizinhas no mesmo tecido. Isso significa que o efeito do hormônio é local, agindo em células próximas àquela que o secretou. Um exemplo seria a ação de fatores de crescimento liberados por células endoteliais que afetam células musculares adjacentes. No sinal autócrino, a célula que libera o hormônio também é a célula-alvo desse hormônio. Assim, o efeito ocorre sobre a própria célula que produziu a substância. Um exemplo é a interleucina-1, que pode atuar sobre a mesma célula imune que a secretou, modulando sua própria atividade. Já o sinal endócrino envolve a liberação de hormônios na corrente sanguínea, que são transportados até células-alvo distantes da glândula que secreta o hormônio. A insulina é um exemplo, pois é produzida pelo pâncreas e viaja pelo sangue para regular os níveis de glicose em diversos tecidos do corpo. Quando falamos em disfunções endócrinas, podemos diferenciá-las entre primária e secundária. Disfunções endócrinas primárias ocorrem quando há um problema diretamente na glândula endócrina responsável pela produção do hormônio. Por exemplo, no hipotireoidismo primário, a tireoide não produz hormônios tireoidianos adequadamente devido a uma condição que afeta diretamente a glândula tireoide. Já as disfunções endócrinas secundárias são causadas por problemas em glândulas endócrinas que controlam outras glândulas endócrinas. Por exemplo, no hipotireoidismo secundário, a deficiência de hormônio estimulante da tireoide (TSH) produzido pela hipófise leva à baixa produção de hormônios pela tireoide. Além disso, as condições de hipersecreção e hipossecreção referem-se ao nível de produção de hormônios. A hipersecreção ocorre quando há uma produção excessiva de um hormônio, o que pode causar distúrbios de saúde associados ao excesso desse hormônio. Por exemplo, a hipersecreção de cortisol pode levar à síndrome de Cushing, que é caracterizada por obesidade central, hipertensão e outros problemas. Em contraste, a hipossecreção refere-se à produção insuficiente de um hormônio. Isso pode causar uma série de problemas relacionados à falta desse hormônio. Por exemplo, a hipersecreção de insulina pode resultar em diabetes mellitus, uma condição em que o controle dos níveis de glicose no sangue é comprometido. Finalmente, a hipófise é dividida em duas partes com funções distintas: a adeno-hipófise e a neuro-hipófise. A adeno-hipófise, ou hipófise anterior, é responsável pela produção e secreção de vários hormônios importantes, como o Hormônio Estimulante da Tireoide (TSH), o Hormônio Adrenocorticotrófico (ACTH), o Hormônio do Crescimento (GH), e os hormônios luteinizante (LH) e folículo estimulante (FSH). Esses hormônios regulam a função de outras glândulas endócrinas e desempenham papéis vitais em vários processos fisiológicos. Por outro lado, a neuro-hipófise, ou hipófise posterior, não produz hormônios, mas armazena e libera hormônios sintetizados pelo hipotálamo. Os principais hormônios liberados pela neuro-hipófise são a ocitocina, que regula as contrações uterinas e a ejeção de leite, e o Hormônio Antidiurético (ADH), que controla a retenção de água pelos rins. 8) Relacione os seguintes grupos de termos. Você pode adicionar outros se desejar L1 A produção e secreção de hormônios peptídicos envolvem uma série de etapas coordenadas que ocorrem nas células endócrinas, começando com a síntese dos hormônios no retículo endoplasmático (RE). O processo inicia com a formação de um pré-pro-hormônio, que é a forma inativa e precursor do hormônio peptídico. Este pré-pro-hormônio contém uma sequência sinal, uma sequência de aminoácidos que guia o pré-pró-hormônio para o retículo endoplasmático, onde começa seu processamento. No retículo endoplasmático, o pré-pro-hormônio é convertido em pró-hormônio. A sequência sinal é removida, e o pró-hormônio é preparado para o próximo estágio. O pró-hormônio é então transportado para o aparelho de Golgi, onde é processado e convertido na forma ativado hormônio peptídico. O aparelho de Golgi também é responsável pela cossecreção, ou seja, a liberação simultânea de hormônios ou substâncias mensageiras, que são embaladas em vesículas secretoras. Essas vesículas secretoras, contendo o hormônio peptídico ativo, movem-se em direção à membrana celular. A exocitose é o processo pelo qual as vesículas secretoras se fundem com a membrana celular e liberam o hormônio no ambiente extracelular. O hormônio, agora disponível na corrente sanguínea ou no espaço intersticial, pode então se deslocar até suas células-alvo. Nas células-alvo, o hormônio peptídico se liga a receptores hormonais específicos na superfície celular. Esses receptores são proteínas especializadas que reconhecem e se ligam ao hormônio, iniciando uma série de eventos intracelulares que resultam na resposta da célula-alvo. Esta resposta pode variar desde alterações na atividade enzimática até mudanças na expressão gênica ou na função celular. L2 Hipotálamo e Adeno-Hipófise O hipotálamo é uma estrutura no cérebro que controla a secreção de hormônios pela adenohipófise (ou hipófise anterior). O hipotálamo envia sinais para a adeno-hipófise através do sistema porta, uma rede de vasos sanguíneos que conecta essas duas estruturas. O hipotálamo secreta hormônios liberadores e hormônios inibidores. Os hormônios liberadores estimulam a adeno-hipófise a produzir e liberar seus hormônios, enquanto os hormônios inibidores impedem a produção de hormônios pela adeno-hipófise. Entre os hormônios produzidos pela adeno-hipófise estão os hormônios tróficos, que têm efeitos sobre outras glândulas endócrinas. Por exemplo, o ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) é um hormônio trófico que estimula a glândula adrenal a produzir cortisol. O TSH (hormônio estimulante da tireoide) estimula a tireoide a produzir hormônios tireoidianos. Além disso, a adeno-hipófise secreta gonadotrofinas, como o LH (hormônio luteinizante) e o FSH (hormônio folículo-estimulante), que regulam a função dos ovários e testículos. A adeno-hipófise também produz o hormônio do crescimento (GH), essencial para o crescimento e a regeneração celular, e a prolactina, que estimula a produção de leite nas glândulas mamárias. Neuro-Hipófise A neuro-hipófise (ou hipófise posterior) armazena e libera neuro-hormônios produzidos pelos neurônios do hipotálamo. Embora a neuro-hipófise não produz hormônios por conta própria, ela é crucial para a liberação de ocitocina e vasopressina (ou ADH - hormônio antidiurético). A ocitocina é importante para a contração do útero durante o parto e a ejeção do leite durante a amamentação. A vasopressina regula a retenção de água pelos rins e ajuda a controlar a pressão arterial e o equilíbrio hídrico. Produção e Liberação de Hormônios Os hormônios peptídicos e proteicos, como os produzidos pela adeno-hipófise e neuro-hipófise, são inicialmente formados como pré-pró-hormônios no retículo endoplasmático. Esses pré-pro-hormônios contêm uma sequência sinal que direciona o hormônio para o local de processamento. No retículo endoplasmático, o pré-pró-hormônio é convertido em pró-hormônio. Este pró-hormônio é então transportado para o aparelho de Golgi, onde é processado e convertido na forma ativa do hormônio. O aparelho de Golgi também embala o hormônio ativo em vesículas secretoras. Essas vesículas se movem até a membrana celular, onde ocorre a exocitose. Durante a exocitose, as vesículas se fundem com a membrana e liberam o hormônio no sangue ou no espaço intersticial. O hormônio, agora livre, viaja pelo sangue até as células endócrinas-alvo que possuem receptores hormonais específicos para esse hormônio. Quando o hormônio se liga ao receptor, ele inicia uma resposta da célula-alvo, que pode envolver mudanças na atividade enzimática, expressão gênica ou outras funções celulares. Assim, a produção e a regulação hormonal dependem de uma sequência de eventos bem coordenados, desde a síntese e processamento dos hormônios até a sua liberação e ação sobre as células-alvo. 9) Receptor - Síntese - Degradação Os hormônios peptídicos e proteicos são compostos por cadeias de aminoácidos. Sua síntese ocorre no retículo endoplasmático rugoso, onde são inicialmente produzidos como precursores inativos chamados pré-pro-hormônios. Esses precursores são convertidos em pró-hormônios e, posteriormente, em hormônios ativos no aparelho de Golgi. Após a síntese, os hormônios peptídicos são armazenados em vesículas secretoras e liberados para a corrente sanguínea por exocitose quando necessário. A degradação desses hormônios ocorre principalmente no fígado e nos rins, com uma meia-vida geralmente curta, variando de minutos a horas. Enzimas específicas, como as proteases, desempenham um papel essencial na degradação desses hormônios. Para atuar, os hormônios peptídicos se ligam a receptores na superfície celular das células-alvo, ativando segundos mensageiros, como o AMP cíclico (cAMP), que promovem respostas celulares. Os hormônios esteroides são derivados do colesterol e são sintetizados principalmente nas glândulas adrenais, ovários e testículos. Ao contrário dos hormônios peptídicos, os esteroides não são armazenados; são sintetizados e liberados sob demanda. Após a síntese, esses hormônios são transportados no sangue ligados a proteínas carreadoras, como a globulina e a albumina, devido à sua natureza lipofílica. A degradação dos hormônios esteroides ocorre no fígado, onde são convertidos em formas inativas e excretados pelos rins. A meia-vida dos hormônios esteroides é geralmente mais longa, variando de horas a dias. Eles atravessam a membrana plasmática das células-alvo e se ligam a receptores intracelulares, como no citoplasma ou núcleo, modulando a expressão gênica e provocando efeitos prolongados. Os hormônios derivados de aminas, como os hormônios tireoidianos e catecolaminas, são sintetizados a partir de aminoácidos específicos como tirosina e triptofano. Os hormônios tireoidianos, como T3 e T4, são produzidos na tireoide e liberados diretamente na corrente sanguínea. Eles são transportados no sangue ligados a proteínas carreadoras devido à sua lipofilia. A degradação dos hormônios tireoidianos ocorre predominantemente no fígado, e a meia-vida é relativamente longa, variando de horas a dias. Catecolaminas, como adrenalina e noradrenalina, são sintetizadas nas glândulas adrenais e liberadas rapidamente em resposta ao estresse. Elas são solúveis em água e não requerem proteínas carreadoras para o transporte, sendo degradadas rapidamente por enzimas como a monoamina oxidase (MAO) e a catecol-O-metiltransferase (COMT). Catecolaminas têm uma meia-vida muito curta, geralmente minutos, e atuam ligando-se a receptores na superfície celular para desencadear respostas rápidas. 10) Processo do 2* mensageiro: O sistema de segundo mensageiro é um mecanismo crucial para a comunicação celular e para a regulação de diversas funções fisiológicas, seu conceito está intrinsecamente ligado ao processo de transdução de sinais e à função das enzimas envolvidas nesse processo. A transdução de sinais é o processo pelo qual uma célula converte um sinal externo em uma resposta interna. Esse processo começa quando um sinal extracelular, como um hormônio ou neurotransmissor, se liga a um receptor específico localizado na membrana plasmática da célula. Esses receptores são proteínas que estão localizadas na superfície da célula e são projetadas para reconhecer e se ligar a sinais específicos. Quando o receptor é ativado pela ligação do sinal extracelular, ele desencadeia uma cascata de eventos bioquímicos dentro da célula. Esse processo muitas vezes envolve a ativação de proteínas G, que são uma família de proteínas envolvidas na transdução de sinais. As proteínas G são associadas a receptores na membrana e são ativadas quando o receptor se liga ao seu sinal específico. A ativação da proteína G ocorre pela troca do GDP (guanosina difosfato) por GTP (guanosina trifosfato), que leva à ativação da proteína G. Uma vez ativada, a proteínaG pode interagir com diversas enzimas e outros alvos dentro da célula. Entre as enzimas mais importantes estão a adenilato ciclase e a fosfolipase C. A adenilato ciclase é ativada por algumas proteínas G e catalisa a conversão de ATP (adenosina trifosfato) em AMP cíclico (AMPc), que é um importante segundo mensageiro. O AMPc, por sua vez, ativa a proteína quinase A (PKA), uma enzima que fosforila várias proteínas dentro da célula, alterando suas atividades e influenciando processos como a glicogenólise e a lipólise. Esses segundos mensageiros e enzimas trabalham em conjunto para amplificar e transmitir o sinal do exterior para o interior da célula, permitindo uma resposta adequada às mudanças no ambiente externo. [#1] INTRODUÇÃO SISTEMA ENDÓCRINO: O que são HORMÔNIOS? Como são … [#2] INTRODUÇÃO SISTEMA ENDÓCRINO: Síntese, secreção, transporte e mecani… [#3] INTRODUÇÃO SISTEMA ENDÓCRINO: TIPOS DE DISTÚBIOS ENDÓCRIN… REVISÃO FISIOLOGIA DO SISTEMA ENDÓCRINO | MK Fisiologia https://www.youtube.com/watch?v=NSIxpnkdau8 https://www.youtube.com/watch?v=_03c4vQ5rlg&t=453s https://www.youtube.com/watch?v=4yzsDKTJjNk&t=3s https://www.youtube.com/watch?v=eGkfd2Bscvc