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MÓDULO 3
BIG DATA E SUA 
APLICAÇÃO NO 
CAMPO
INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO
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Nunca na história foram produzidos tantos dados. Hoje, do momento em que 
acordamos até a hora de dormimos, registramos várias ocorrências do dia, por 
exemplo, produzimos texto nas redes sociais e em aplicativos de comunicação.
Tudo isso para que sejamos atendidos o mais rapidamente possível. Isso só 
é possível pelo fato de que a todo momento nossos dados estão sendo lidos e 
processados, e nosso comportamento é medido e estudado por meio dessa vastidão 
de dados. Acompanhe:
Conseguimos, pelo uso de um celular, 
pedir o serviço de um motorista usando 
um aplicativo, que sabe onde estamos, 
o percurso que deve ser feito e o tempo 
desse caminho e, ainda, calcula um 
valor para esse serviço.
Vamos entender melhor esse e outros conceitos no 
vídeo que está no AVA. Não deixe de acessar assistir 
ao vídeo, ouvir o podcast e realizar a sua atividade de 
aprendizagem. Só assim você conseguirá liberar o acesso 
ao módulo seguinte!
Neste módulo, serão abordadas as problemáticas envolvidas para manter tamanha 
quantidade de dados, bem como seu valor agregado, como os dados se tornaram 
valiosos e o porquê disso.
Vamos lá!
INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO
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AULA 1 – O GRANDE VOLUME 
DE DADOS QUE O CAMPO 
PODE GERAR
Atualmente, uma grande quantidade de dados é produzida no mundo, já que existem 
sensores de diversos tipos, em vários lugares, na chamada internet das coisas. O 
desafio é integrar essas informações, devido à velocidade com que os dados são 
produzidos
Hoje, temos smartphones com diversos 
recursos, tais como câmera, GPS, 
acelerômetro, entre outros, que possibilitam 
ao usuário coletar informações às quais 
antigamente somente grandes corporações 
tinham acesso. Imagine que, cerca de 30 
anos atrás, um GPS custava quase o valor 
de um automóvel e uma câmera digital era 
privilégio de poucos; hoje, carregamos essas 
e outras tecnologias em nossos bolsos.
INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO
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Portanto, a partir desse oceano de 
dados emerge o termo big data. Em 
uma tradução literal, big data quer 
dizer grandes dados, ou grande 
quantidade de dados. O termo 
abriga conceitos relacionados 
às técnicas capazes de lidar 
com essa grande variedade de 
dados no sentido de extrair valor 
e, consequentemente, produzir 
informação capaz de auxiliar na 
tomada de decisão
EXPLICANDO
Segundo um estudo da BSA | The Software 
Alliance, diariamente são gerados 2,5 
quintilhões de bytes. Até 2025, a expectativa 
da Seagate, empresa do setor tecnológico, é de 
que o volume chegue a 163 zettabytes, o que 
representa dez vezes mais dados que em 2016.
No tocante aos tipos de dados que podem ser vistos em uma estrutura de big data, 
temos os dados estruturados e os não estruturados.
Dados estruturados:
Para exemplificar o que são dados 
estruturados, imagine uma planilha 
de Excel. Nessa planilha, é possível 
organizar os dados em colunas, 
ou estruturas. Portanto, eles são 
organizados em colunas, que por 
sua vez são organizadas em tabelas.
Dados não estruturados:
Já os dados não estruturados, 
como o próprio nome diz, não são 
organizados em colunas ou tabelas. 
Podem ser textos, fotos, áudio ou 
até mesmo vídeos.
Com essa grande variedade de tecnologias capazes de ler informações sobre 
diversas coisas, tais como onde nos encontramos, se estamos correndo ou com 
qual frequência nosso coração está batendo, uma imensa quantidade de dados é 
produzida diariamente. Estima-se que em um minuto, hoje, a humanidade produza 
mais dados do que produziu desde o início da sua existência até o século XIX.
INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO
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Se pensarmos na big data gerada pelo 
agro, os dados podem ser: a localização de 
um trator, a temperatura de determinada 
região, o ponto de orvalho de determinado 
cultivar, entre outros.
Os dados gerados pelo agro tornam-se 
ferramenta inserida no contexto da Era da 
Informação, que permite às propriedades 
rurais uma capacidade maior de tomar 
decisões acertadas e definir o melhor 
caminho a seguir.
O resultado do gerenciamento da big 
data do agro é que a propriedade rural 
torna-se mais competitiva, pois seu 
administrador, ao utilizar dados, é capaz 
de fazer uso de análises e tendências 
de mercado, ao ponto de prever seus 
comportamentos, o que pode otimizar 
compras e vendas e tirar proveito a seu 
favor.
Mais que um termo que se refere a dados estruturados e não estruturados, a ideia 
por trás de tecnologias relacionadas a big data é saber como utilizá-los para obter 
insights relevantes e tomar decisões de gestão acertadas. É a efetivação da 
gestão chamada data driven, embasada no cruzamento de informações originárias 
de várias fontes.
INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO
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O crescimento exponencial do volume de 
informações gerado pelo agro é inevitável, 
de modo que ignorar os dados disponíveis 
é um erro que pode levar à baixa 
competitividade da atividade. Afinal, é por 
meio da informação que você pode prever 
tendências e mudanças no mercado de 
atuação.
Ao mesmo tempo, é capaz de avaliar mudanças proporcionadas pela transformação 
digital, que pode gerar benefícios para seu negócio, tendo como consequência a 
atuação mais precisa, que foca o bom uso do grande volume de dados gerados.
No entanto, embora os dados sejam tão significativos, não basta apenas ter acesso 
a eles, é necessário tratá-los de maneira correta. O ideal é fazer uma análise 
aprofundada para encontrar respostas certas, que visem alguns objetivos: redução 
de custos, economia de tempo, desenvolvimento de novos processos e otimização 
das tomadas de decisão.
DESCOMPLICANDO
Filmes como Minority Report, de 2002, 
apresentam de maneira mais vívida a questão 
de previsões. Com os dados obtidos, os 
personagens do filme fazem análises preditivas 
que indicam onde ocorrerão os próximos 
assassinatos e quem serão as vítimas. A partir 
disso, há uma corrida para evitar que a previsão 
realmente aconteça.
É claro que esse contexto não é tão drástico em 
nossa realidade, mas muito já pode ser feito, 
pois é possível verificar qual é a tendência de 
comportamento de consumo ou de variação 
dos insumos para os meses seguintes.
INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO
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A ideia de utilizar dados na administração rural visa identificar 
falhas, defeitos e problemas praticamente em tempo real.
Isso posto, fica claro que o propósito da big data é agrupar 
uma grande quantidade de dados, oriundos de diversas fontes, 
estruturados ou não, com o objetivo de fazer análise e obter 
informações relevantes. Essa é a inteligência que está por 
trás do processo. Sem uma avaliação meticulosa e precisa, é 
impossível saber qual é o melhor caminho.
INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO
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ANÁLISE DE DADOS PARA O 
AGRO
Para que os dados se tornem úteis, é necessário realizar uma análise meticulosa 
sobre eles. A ideia é encontrar padrões comportamentais e, sempre que houver 
alguma alteração, tomar a decisão certa. É o caso de uma propriedade rural produzir 
determinado produto – milho, por exemplo – e identificar, por meio da análise de 
dados, que o preço tende a cair. Sendo assim, convém trocar a cultura, uma vez que 
pode haver probabilidade de prejuízo em futuro próximo.
EXPLICANDO
O trabalho que permite cruzar os dados e, 
a partir disso, interpretá-los, é a análise de 
big data, e o profissional que detém essas 
habilidades é o cientista de dados. Esse 
profissional consegue implementar mecanismos 
para extraí-los dos seus bancos de dados de 
origem, organizá-los, tratá-los e entendê-los 
para, então, transformá-los em informações 
úteis para o produtor rural.
INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO
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No agro, é possível apontar o uso da análise de dados para avaliar com mais precisão 
o impacto do clima nas plantações. Isso porque a big data ajuda a compilar diversos 
aspectos, como:
• índices meteorológicos;
• questões geográficas;• adaptação de espécies a determinados climas e solos.
Com base nos dados gerados em cada 
processo, o produtor entende o quanto ele 
consegue produzir e como reduzir tanto 
o investimento como os desperdícios e 
prejuízos. São dados que oferecem uma 
otimização rica na semeadura, na irrigação e 
na colheita.
O objetivo é a produção potencializada com agilidade e um custo menor em médio 
e longo prazos, que podem oferecer ao agricultor informações mais precisas para 
uma agricultura sustentável, sem prejudicar o meio ambiente e mantendo seu cultivo 
seguro e produtivo.
Outras ações que podem ajudar a agricultura de precisão por meio da big data são:
• mapeamento rápido e preciso do solo, gerando 
informações para predizer as ações mais eficazes 
em curto, médio e longo prazos;
• ajuste na quantidade de fertilizantes utilizada, 
evitando perdas e gastos exorbitantes e, por outro 
lado, permitindo uma agricultura mais natural.
INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO
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O histórico de dados oferece um plano de ação mais preciso e eficaz para 
adubação e correção nutrientes do solo, além de possibilitar o acompanhamento dos 
índices de umidade e de precipitação, entre outras informações, tornando o fluxo de 
trabalho muito mais qualitativo.
Esse tipo de tecnologia não só identifica processos obsoletos e leva a tomadas de 
decisões mais assertivas, como também gera uma série de benefícios, tais como:
REDUÇÃO DE DESPERDÍCIOS:
Uma vez que você consegue avaliar com exatidão o momento certo, 
o produto e a dose certos e a forma de aplicação correta para cada 
insumo utilizado em sua lavoura, a redução da utilização de insumos (e, 
consequentemente, do custo de produção) é notável.
AÇÕES MAIS PRECISAS:
Com o uso da big data na agricultura, as ações passam a ser mais 
precisas, uma vez que utilizam os dados recolhidos como base para a 
tomada de decisões. Dessa maneira, você evita perder tempo e dinheiro 
com ações que nem sempre serão realmente eficazes.
REDUÇÃO DO CUSTO DE PRODUÇÃO:
Outra vantagem de utilizar uma gestão orientada a dados na 
administração da propriedade rural é a possibilidade de diminuir 
os gastos. Graças às técnicas relacionadas à análise de dados, é 
possível identificar processos obsoletos, bem como operações 
que precisam de melhorias. Assim, você evita perder dinheiro com 
investimentos ineficazes e passa a investir apenas em soluções que 
realmente gerarão resultados.
CONTROLAR TUDO DO ESCRITÓRIO:
Outra vantagem da big data na agricultura é que o produtor rural não 
precisa necessariamente estar na lavoura para saber realmente o que 
está acontecendo. Por meio de recursos tecnológicos, ele consegue 
controlar tudo em tempo real sem precisar sair do escritório, o que 
o ajudará a otimizar seu tempo para aplicá-lo em outros aspectos 
importantes do seu negócio.
INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO
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APERFEIÇOAMENTO DE MÉTRICAS:
Desde a década de 1980, as métricas já são utilizadas dentro do 
agronegócio. É por meio delas que o produtor rural consegue analisar 
as suas safras, vendo os resultados obtidos em cada período. Contudo, 
devido à limitação tecnológica, elas costumam ser feitas em menor 
proporção. Hoje, com o uso da big data na agricultura, é possível 
aperfeiçoar esses indicadores, tornando-os mais eficazes e detalhados.
COMPARATIVO DE MÉTRICAS:
É possível comparar as métricas do seu agronegócio com as 
estimativas regionais e nacionais e, assim, analisar o quão lucrativo ele 
está sendo em cada período.
O histórico dos controles permite descobrir, por exemplo, qual foi 
a evolução da produtividade ao longo dos anos, se os teores de 
fósforo do solo aumentaram ou diminuíram em um determinado 
período, ou se o número de aplicações de inseticidas vem aumentando 
ou diminuindo.
MELHORAR A SUSTENTABILIDADE DO SEU AGRONEGÓCIO:
A sustentabilidade vem ganhando cada vez mais destaque nos últimos 
anos. Isso porque é por meio dela que o produtor rural consegue utilizar 
os recursos naturais de forma mais eficaz e, ao mesmo tempo, evitar 
que o meio ambiente seja agredido.
A big data na agricultura pode ser utilizada de diferentes formas 
para tornar o negócio mais sustentável. Alguns produtores rurais, por 
exemplo, usam sensores para identificar a umidade do solo e verificar 
se as plantas precisam ou não de irrigação.
Também é possível usar essa tecnologia para analisar o volume de 
chuvas esperado para determinada época.
AUMENTAR A PRODUTIVIDADE DAS LAVOURAS:
Outra forma de utilização da big data na agricultura é para aumentar 
a produtividade por hectare. A partir desse sistema de informações e 
com o uso de sensores, você consegue analisar desde a fertilidade do 
solo até as condições climáticas de cada período.
É possível então criar um cronograma de rotação de culturas que seja 
mais produtivo para cada época do ano, ou seja, consegue-se fazer um 
planejamento mais adequado das janelas de semeadura e de colheita, 
do manejo da fertilidade do solo e do manejo fitossanitário.
INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO
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Essas são apenas algumas das vantagens de usar a big data na agricultura. Tenha em 
mente que essa tecnologia é eficaz para todo o tipo de produtor rural, dos pequenos 
aos grandes. Por meio dela, é possível lidar com problemas comuns do agronegócio 
de forma mais eficaz, evitando a perda de dinheiro e melhorando a produtividade.
A proposta de uma solução de big data é oferecer uma abordagem consistente no 
tratamento do constante crescimento e da complexidade dos dados. Para tanto, 
o conceito considera os 5 Vs da big data: o volume, a velocidade, a variedade, a 
veracidade e o valor.
AULA 2 – OS VS DA BIG DATA
Volume: o conceito de volume na big 
data é mais bem evidenciado pelos fatos 
do quotidiano: diariamente, o volume de 
troca de e-mails, transações bancárias, 
interações em redes sociais, registro de 
chamadas e tráfego de dados em linhas 
telefônicas – todos esses servem de 
ponto de partida para a compreensão do 
volume de dados presentes no mundo 
atualmente.
Velocidade: informação é poder, assim 
a velocidade com a qual se obtém essa 
informação é uma vantagem competitiva 
das empresas. A velocidade pode limitar 
a operação de muitos negócios. Por 
exemplo, quando utilizamos o cartão de 
crédito: se não obtemos uma aprovação 
da compra em alguns segundos, 
normalmente pensamos em utilizar outro 
método de pagamento. É a operadora 
perdendo uma oportunidade de negócios 
pela falha na velocidade de transmissão e 
análise dos dados do comprador.
INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO
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Variedade: o volume é apenas o começo 
dos desafios dessa nova tecnologia, 
pois se temos um volume enorme de 
dados, também obtemos a variedade 
deles. Hoje, há diversas fontes de dados 
significativamente importantes. Podemos 
observar a variedade de dados em 
e-mails, redes sociais, fotografias, áudios, 
telefones e cartões de crédito. Seja qual 
for a discussão, podemos obter infinitos 
pontos de vista sobre o assunto. Empresas 
que conseguem captar a variedade de 
fontes ou de critérios agregam mais valor 
ao negócio.
Veracidade: para colher bons frutos 
do processo da big data, é necessário 
obter dados verídicos, de acordo com 
a realidade. Se velocidade e veracidade 
estiverem bem alinhadas, consegue-se a 
análise em tempo real, descartando-se os 
dados passados. A verificação dos dados 
coletados para adequação e relevância ao 
propósito da análise é um ponto-chave 
para se obter dados que agreguem valor 
ao processo.
Valor: quanto maior a riqueza de dados, 
mais importante é saber realizar as 
perguntas certas no início de todo 
processo de análise. É necessário estar 
focado para a orientação do negócio, para 
o valor que a coleta e a análise dos dados 
gerarão para o negócio. É importante 
estar atento aos custos envolvidos 
nessa operação, pois o valor agregado 
do trabalho desenvolvido – coleta, 
armazenamento e análise de todos esses 
dados – precisa compensar os custos 
financeiros envolvidos.INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO
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EXPLICANDO
Para exemplificar a importância da velocidade 
da informação, pense na seguinte pergunta: 
você cruzaria uma rua vendado, se a última 
informação que tivesse fosse uma fotografia 
tirada do tráfego circulante de 5 minutos atrás? 
Provavelmente não, pois a fotografia de 5 
minutos atrás é irrelevante – você precisa saber 
das condições atuais para poder cruzar a rua 
em segurança.
A mesma lógica se aplica a empresas, pois elas 
necessitam de dados atuais sobre seu negócio, 
ou seja, velocidade. A importância da velocidade 
é tanta, que em algum momento deverá existir 
uma ferramenta capaz de analisar os dados em 
tempo real. Atualmente, eles são analisados 
somente depois que são armazenados, mas o 
tempo gasto para o armazenamento em si já 
desclassifica esse tipo de análise como 100% 
em tempo real.
INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO
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No início do século XX, as maiores empresas eram a companhias de petróleo – o poder 
concentrava-se nesse ativo.
Atualmente, as maiores empresas são organizações de dados, tais como Alphabet 
(dona da Google), Apple, Microsoft, Amazon e Facebook.
AULA 3 – DADOS, O 
NOVO PETRÓLEO PARA A 
PRODUÇÃO NO CAMPO
INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO
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Nesse contexto, surge a frase os dados são o novo petróleo, pois as maiores 
empresas da atualidade não são as de óleo, mas sim as de dados. Outra comparação 
que torna a frase um mantra da atualidade é que os dados são o combustível para a 
inteligência artificial.
A importância dos dados deve apenas aumentar ao longo dos próximos 
anos. Um dos fatores para isso será a popularização da internet 
das coisas, impulsionada pela tecnologia 5G, a próxima geração de 
transferência de dados em dispositivos móveis.
O 3G foi capaz de conectar os celulares; o 4G marcou a era do streaming, 
que são as músicas e os vídeos que podemos assistir pelo celular; já 
o 5G transformará em supercomputador o celular que está no nosso 
bolso. Isso é algo diferente de tudo o que já vimos.
Todo esse movimento que enfatiza o valor por trás dos dados, tornando-os o novo 
petróleo, está relacionado à forma mais inteligente de utilização das informações 
disponíveis. Há pouco tempo, empresas utilizavam sistemas de computador apenas 
para fazer registros e depois consultá-los. A partir do momento em que há valor 
nos dados, surge um novo emprego para os sistemas de informação e iniciativas 
de sistemas, até gratuitos à primeira vista, mas que geram um valor tremendo, pois 
coletam dados para a análise.
INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO
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Exemplos são sistemas como Google, Gmail, 
Facebook, Instagram, WhatsApp, entre 
outros. Nenhum deles cobra algum valor 
do usuário, mesmo assim valem muito! 
Para se ter uma ideia, em 2014 o Facebook 
comprou o WhatsApp por 16 bilhões de 
dólares, equivalentes a 80 bilhões de reais se 
convertidos a uma cotação de 5 reais o dólar.
Veja o valor do WhatsApp comparado ao fato 
que ele não cobra pelo uso. A explicação para 
esse alto valor é que o aplicativo consegue 
dados de muitas pessoas por meio de seu 
uso, e essa é a nova mercadoria valiosa da 
atualidade.
Saiba mais sobre a questão de ética do 
Facebook, acessando esta reportagem:
https://g1.globo.com/economia/tecnologia/
noticia/entenda-o-escandalo-de-uso-politico-
de-dados-que-derrubou-valor-do-facebook-e-
o-colocou-na-mira-de-autoridades.ghtml.
NA REDE
NA REDE
Nem tudo são flores quando lidamos com dados. Em 2018, o jornal americano The 
New York Times publicou extensa matéria questionando a ética do Facebook no uso 
de dados de seus usuários como um negócio, sem que eles saibam disso. O texto 
dizia que os dados pessoais se transformaram na commodity mais valorizada desta 
nossa era digital, “negociados em grande escala pelas empresas mais poderosas do 
Vale do Silício”.
Em meio a essa discussão sobre o valor dos dados e a segurança pessoal de cada 
um, no sentido de se ter controle sobre a segurança e a exposição das informações 
pessoais, iniciou-se há alguns anos o debate sobre o aspecto legal disso.
INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO
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EXPLICANDO
Em relação à proteção de dados, surgiu a Lei 
Geral de Proteção de dados (LGPD) – Lei no 
13.709/2018. A LGPD criou um conjunto de 
novos conceitos jurídicos, tais como “dados 
pessoais” e “dados pessoais sensíveis”. Além 
de estabelecer as condições nas quais os 
dados pessoais podem ser tratados, definiu 
um conjunto de direitos para os titulares dos 
dados, gerou obrigações específicas para os 
controladores dos dados e criou uma série de 
procedimentos e normas para que houvesse 
maior cuidado com o tratamento de dados 
pessoais e o compartilhamento com terceiros.
AULA 4 – DESAFIOS DA BIG 
DATA PARA O CAMPO
Um problema inicial da big data na agricultura hoje é a coleta de dados no campo. 
Embora muitas máquinas e implementos agrícolas já contem com GPS e outras 
tecnologias, como os sensores que coletam um grande volume de dados em tempo 
real, elas ainda não estão tão acessíveis financeiramente, pois para propriedades 
menores ainda são percebidas como dispendiosas.
INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO
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Vamos fazer uma pausa para 
reflexão e ouvir o podcast Inovar 
Agora, que vai tratar dos desafios 
de coletar os dados do campo e 
trabalhar com a sua big data. Para 
isso acesse o AVA e acompanhe o 
áudio com a legenda abaixo:
Olá.
Coletar dados do campo é um desafio, principalmente quando pensamos em 
investimento e tecnologias, pois os valores podem variar bastante dependendo 
do porte das máquinas, da quantidade de operações e do tamanho da lavoura. 
Atualmente, máquinas que contam com GPS e outros sensores possuem um 
custo que pode inviabilizar seu uso pela maior parte dos produtores.
Apesar de que com poucos instrumentos já seja possível coletar e formar um 
banco de dados rico e preciso, ainda é necessário conhecimento para processar 
e interpretar o histórico completo da safra em cada parte da lavoura – mesmo 
utilizando planilhas eletrônicas simples e outros programas.
O maior problema do Big Data na agricultura está na disponibilidade de profissionais 
qualificados para interpretar esses dados produzidos. É preciso saber filtrar esse 
volume de informações e utilizá-lo para tomar decisões focadas na eficiência das 
operações. 
Certamente, um profissional que saiba utilizar os dados gerados pelas tecnologias 
de Big Data será um especialista muito requisitado no mercado, tendo em vista a 
grande relevância dos resultados obtidos. 
Mas como essa tomada de decisões com base no Big Data ocorre na prática? 
Vamos entender as principais etapas.
A grande variedade de dados faz da integração um dos maiores desafios do Big 
Data. 
De fato, os dados vêm de diferentes fontes: aplicativos de negócios, redes sociais, 
e-mails, documentos de funcionários. 
Combinando todos esses dados harmoniosamente e usando-os para criar 
relatórios, é possível pensar em soluções de suporte à decisão empresarial. 
INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO
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No entanto, essa é uma tarefa muito difícil e especializada.
Para resolver esse problema, vários fornecedores oferecem ferramentas de 
integração projetadas para facilitar o processo. Contudo, muitos produtores 
admitem que ainda não conhecem tais processos.
Dentro desse contexto, surge também uma área relacionada com a governança 
de dados. A governança de dados é uma gestão eficiente de toda informação 
digital gerada na propriedade. Um diferencial e tanto para gerar propostas, 
aumentar a produtividade com menos uso de recursos e com total segurança de 
sua propriedade intelectual.
Resolver problemas de governança de dados geralmente não é fácil, pois requer 
uma combinação de tecnologia e mudança de política. 
No entanto, algumas tentativas incluem a alocação de um grupo de pessoas para 
monitorar dados e definir regras e procedimentos. 
Por fim, a segurança também é uma preocupação importante no campo do Big 
Data. Dadosde negócios podem ser atraentes para hackers. 
De acordo com um estudo do IDG (International Data Group), apenas 39% das 
empresas usam medidas de segurança adicionais para seus repositórios de 
dados. 
Algumas das medidas adicionais mais populares incluem controle de acesso e 
identidade, criptografia e segregação de dados.
Viram quantos são os desafios? 
É importante que você entenda que é um mundo novo que está surgindo para o 
agro. 
Até mais!
INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO
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a) Trata-se de uma grande marca de fastfood.
b) Busca resolver problemas com as memórias dos computadores cheias de 
dados.
c) Lida com o novo fato de que os dados passam a ter valor e podem estar em 
qualquer lugar.
1. O big data é uma realidade cada vez mais presente nas áreas produtivas. Seu 
desafio consiste em lidar com grandes volumes de dados. Sobre o big data, é 
correto afirmar que:
2. O objetivo da utilização de dados no campo é a produção potencializada com 
agilidade, além da redução de custos em médio e longo prazo. Também visa se 
tornar capaz de oferecer ao agricultor as informações mais precisas, para que 
seja possível ter uma agricultura sustentável, sem prejudicar o meio ambiente, 
enquanto mantém seu cultivo seguro e produtivo. Outras ações que podem 
ajudar a agricultura de precisão por meio do big data, são:
d) Dados são considerados valiosos, pois podem servir de objeto de troca para 
compra de insumos.
ATIVIDADES DE 
APRENDIZAGEM
Convidamos você a fazer as atividades de aprendizagem referentes ao Módulo 3.
Leia com atenção os textos antes de responder às perguntas. Lembre-se de que você 
tem duas tentativas e de que o próximo módulo só será liberado com a conclusão 
desta atividade.
i. Mapeamento rápido e preciso do solo, trazendo informações para predizer as ações 
mais eficazes em curto, médio e longo prazo.
ii. Ajuste na quantidade de fertilizantes utilizada, evitando perdas e gastos exorbitantes 
e, por outro lado, permitindo uma agricultura mais natural.
a) As proposições i e ii são verdadeiras.
b) Somente a proposição i é verdadeira.
c) Somente a proposição ii é verdadeira.
d) Ambas as proposições são falsas.
INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO
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3. A proposta de uma solução de big data é oferecer uma abordagem consistente 
no tratamento do constante crescimento e da complexidade dos dados. Para 
tanto, o conceito considera os 5 Vs do big data: o volume, a velocidade, a 
variedade, a veracidade e o valor. Sobre esse conceito, marque a alternativa 
verdadeira.
4. Há pouco tempo, empresas utilizavam sistemas de computador apenas para 
fazerem registros e depois consultá-los. Considerando que há valor nos dados, 
surge um novo emprego para os sistemas de informação: coletar dados para 
análises. Daí surgem iniciativas de sistemas, até gratuitos à primeira vista, 
mas que geram um valor tremendo. Sobre o valor dos dados para os negócios, 
marque a proposição correta.
a) O volume dos dados se refere à quantidade de espaço necessária para 
armazenar os computadores.
a) Já é possível verificar sistemas que não cobram diretamente dos clientes, mas 
conseguem monetizar através do valor encontrado nos dados que ela gerencia.
b) No que tange à velocidade, os dados têm que ser rápidos, ou seja, as conexões 
de internet não podem falhar.
b) Ainda a única estratégia para monetizar sistemas de tecnologia da informação 
é cobrar caro por mensalidades para uso do sistema.
c) O valor está relacionado com a capacidade dos dados gerarem riqueza, pois 
hoje podem auxiliar na tomada de decisão.
c) Os dados valem muito, pois estão relacionados com a capacidade de chantagear 
pessoas.
d) A variedade dos dados está relacionada com o tipo e a cultura em que os dados 
estarão relacionados.
d) Os dados são o novo petróleo, pois ajudam a encontrar novos poços do mineral.
INOVAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CAMPO
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5. Ainda se considera que a maior problemática do big data na agricultura está 
na disponibilidade de profissionais qualificados para interpretar os dados 
produzidos, que saibam filtrar esse volume de informações e utilizá-lo para 
tomar decisões focadas na eficiência das operações. Afinal, apenas coletar e 
armazenar dados sem que exista essa etapa de análise e prática é basicamente 
inútil. Sobre a oferta de profissionais para o big data, analise as alternativas a 
seguir e marque a verdadeira.
a) A dificuldade em encontrar bons profissionais para lidar com dados está na 
baixa procura por parte das instituições de ensino em ofertar cursos na área.
b) Não há deficiência de mão de obra para demandas relacionadas com 
processamento e análise de dados.
c) O big data demanda um tipo de profissional que é possível encontrar somente 
fora do país.
d) Apesar da dificuldade em encontrar mão de obra especializada para lidar com 
os dados gerados pelo agro, nota-se que a cada dia mais pessoas se interessam 
pelo assunto.

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