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44 . Fl]dWO:J JOJJ3 S DE USUÁRIO A MORADOR A tradução dos conceitos de "público" e "privado" à luz de responsabilidades diferenciadas torna mais fácil para o arquiteto decidir onde devem ser tomadas medidas para que os usuários/habitantes possam dar suas contribuições ao projeto do ambiente e onde isto é menos relevante. Na organização de um projeto em função de plantas-baixas e de cortes, e também de acordo com o princípio das instalações, podem-se criar as condições para um maior senso de responsabilidade e, conseqüentemente, também um maior envolvimento no arranjo e no mobiliamento de uma área. Deste modo os usuários tornam-se moracfores. ESCOLA MüNTESSORI, DELFT (44-47) As salas de aula desta escola são concebidas como unidades autônomas, pequenos lares, por assim dizer, já que todas estão situadas ao longo do ha/1 da escola, como uma rua comunitária. A professora, a "tia", de cada casa decide, junto com as crianças, que aparência terá o lugar e, portanto, qual será o seu tipo de atmosfera. Cada sala de aula também tem seu pequeno vestíbulo, em vez do usual espaço comunitário para toda a escola, que em geral significa a ocupação total do espaço por filas de cabides e sua inutilização para qualquer outro fim. E, se cada sala de aula tivesse seu próprio banheiro, isto também 28 LIÇÕES DE ARQUITETURA contribuiria para aprimorar o sentido de responsabilidade da criança (a proposta foi rejeitada pelas autoridades educacionais sob o pretexto de que seriam necessários banheiros separados para meninos e meninas - como se fosse assim na casa deles-, o que exigiria o dobro de banheiros). É perfeitamente concebível que as crianças de cada sala mantenham seu "lar" limpo, como os pássaros fazem com seu ninho, dando deste modo expressão à ligação emocional com seu ambiente diário. A idéia Montessori, na verdade, compreende os chamados deveres domésticos como parte do programa diário para todas as crianças. Assim, dá-se muita ênfase ao cuidado com o ambiente, fortalecendo com isso a afinidade emocional das crianças com o espaço à sua volta. Cada criança também pode trazer sua própria planta para a sala de aula e cuidar dela. (A consciência do ambiente e a necessidade de cuidar dele ocupam um lugar proeminente no conceito de Montessori. Exemplos típicos são a tradição de trabalhar no assoalho sobre tapetes especiais - pequenas áreas temporárias de trabalho que são respeitadas pelos outros - e a importância atribuída ao hábito de arrumar as coisas em armários abertos.) Um passo à frente, no sentido de uma abordagem mais pessoal para os espaços que circundam diariamente as crianças, incluiria a possibilidade de regular o aquecimento central de cada sala. Isso aumentaria a consciência das crianças quanto ao fenômeno do calor e ao cuidado que temos de tomar para nos mantermos aquecidos, ao mesmo tempo em que as tornaria mais conscientes dos usos da energia. Um "ninho seguro" - um espaço conhecido à nossa volta, onde sabemos que nossas coisas estão seguras e onde podemos nos concentrar sem sermos perturbados pelos outros - é algo de que cada indivíduo precisa tanto quanto o grupo. Sem isso, não pode haver colaboração com os outros. Se você não tem um lugar que possa chamar seu, você não sabe onde está! Não pode haver aventura sem uma base para onde retornar: todo mundo precisa de alguma espécie de ninho para pousar. O domínio de um grupo particular de pessoas deveria ser respeitado tanto quanto possível pelos "estranhos". Por esta razão, há certos riscos ligados ao chamado uso • multifuncional. Vamos tomar como exemplo uma sala de aula: se é usada para outras finalidades fora do horário escolar, por exemplo, para atividades da vizinhança, toda a mobília tem de ser deslocada temporariamente e, claro, nem sempre é colocada de volta a seu lugar adequado. Em tais circunstâncias, figuras de barro modelado deixadas para secar, por exemplo, podem ser quebradas "acidentalmente" com facilidade, ou então o apontador de lápis de alguém pode desaparecer. r0:Jd Hdll: l l l�ooqdlºN Hdz�:zl Cíl7,./ W,./t,t,'. 7 1 rz ·osv rz . osv í7 • nhl::I r.) irai :, e Embora a expressão da relatividade dos conceitos de interior e exterior seja antes de tudo uma questão de organização espacial, o fato de uma área tender para uma atmosfera mais parecida com a da rua ou mais parecida com a de um interior depende especialmente da qualidade do espaço. Além disso, se as pessoas reconhecerão a área em questão como interior ou exterior, ou como alguma forma intermediária, depende em grande parte das dimensões, da forma e da escolha dos materiais. No coso do Centrool Beheer 1206) e do Centro Musical Vredenburg 1207), os espaços dos trechos projetados parcialmente como áreas de ruas são especialmente altos e estreitos, com iluminação do oito como no galeria de lojas tradicional. Este tipo de corte tronversol evoco os becos de cidades antigos, e esta evocação se torno ainda mais intensificado pelo tipo de material aplicado nos assoalhos e paredes que estamos acostumados o ver no exterior. À medido que penetramos no Centro Musical, esta sensação é salientada pelo uso de madeiro no assoalho e nos paredes. A área comercial adjacente, Hoog Cothorijne, é pavimentado com mármore, seus espaços são bem mais 'lªl dWOJ J JJ3 • l.ll dW01 amplos e só incidentalmente iluminados do alto. O caráter horizontal, com iluminação predominantemente artificial, e o mármore brilhante, de aparência glomouroso, foz com que o Hoog Cathorijne lembre mais uma grande loja de departamentos do que o espaço público que essencialmente é. DOMÍNIO PÚBLICO 83 r □Jd Wda:zt l�ooqal0N WdZt:z1 r □Jd Wd1'1': Z 1 206 207 rz · 0611 H ·061;1 ç7 '06tt 155 IRON Rectangle 155 IRON Rectangle Funcionalidade, Flexibilidade Polivalêcia