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SÍNTESE ESTRATÉGICA 
II NACIONAL DA MAGISTRATURA DO TRABALHO 
 
Olá, futuro(a) Juiz(íza) do Trabalho, tudo certo?! 
A prova objetiva do II Concurso Público Nacional Unificado para ingresso na Carreira da Magistratura do 
Trabalho está se aproximando, e, pensando em auxiliá-los na revisão dos principais temas nessa reta final, o 
Estratégia Carreiras Jurídicas elaborou a nossa primeira Síntese Estratégica: um material específico com os pontos 
que acreditamos serem mais relevantes para sua prova e que não podem deixar de ser revisados. 
O material abordará de modo direto, curto e objetivo os temas mais cobrados no concurso público para 
Magistratura do Trabalho, além daqueles pontos espinhosos do edital, das “decorebas” que precisam ser revistas 
logo antes da prova, incluindo também as nossas apostas. Tudo isso por meio de frases, tabelas, mapas mentais e 
outros meios para auxiliar na fixação do conteúdo e formação da memória de curto prazo. Ao final do estudo desse 
material, esperamos você possa garantir algumas questões a mais na prova vindoura. 
Passaremos por todas as fontes de conhecimento exigidas 
na prova da Magistratura do Trabalho, de acordo com a 
predileção de cobrança, segundo as estatísticas 
apresentadas no nosso Estudo Estratégico. 
Assim, citaremos trechos legislativos relevantes, 
especialmente selecionados, mas não deixaremos de 
relacionar conteúdos jurisprudenciais e doutrinários. 
Naturalmente, as disciplinas de Direito do Trabalho e Direito 
Processual do Trabalho ocuparão a centralidade do nosso 
conteúdo, pois esperemos, ao menos, 40% das questões 
focadas nessas disciplinas. 
Todas as matérias do edital serão revisadas 
proporcionalmente à incidência de cada uma na nossa prova. 
Para finalizar, sabemos que o treino é essencial em todas as fases dos concursos públicos. Nessa reta final, resolva 
muitas questões. Elas não apenas testarão seus conhecimentos, como ajudarão a raciocinar da maneira exigida pelo 
examinador, além de otimizar sua revisão e facilitar a fixação. 
Pensando nisso, elaboramos um caderno de questões para cada uma das matérias do conteúdo programático do 
edital, através do nosso Sistema de Questões. Para resolvê-las, basta clicar nos links respectivos abaixo: 
 
Matéria Link do caderno no SQ 
Direito Individual do Trabalho Caderno de Direito Individual do Trabalho 
Direito Coletivo do Trabalho Caderno de Direito Coletivo do Trabalho 
Direito Administrativo Caderno de Direito Administrativo 
Direito Penal Caderno de Direito Penal 
Noções gerais de Direito e 
Formação Humanística 
Caderno de Noções Gerais de Direito e Formação Humanística 
Direito Processual do Trabalho Caderno de Direito Processual do Trabalho 
Direito Constitucional e 
Constitucional do Trabalho 
Caderno de Direito Constitucional e Constitucional do Trabalho 
Direito Civil Caderno de Direito Civil 
Direito da Criança, do 
Adolescente e do Jovem 
Caderno de Direito da Criança, do Adolescente e do Jovem 
Direito Processual Civil Caderno de Direito Processual Civil 
Direito internacional e 
Comunitário 
Caderno de Direito Internacional e Comunitário 
Doutrina
9%
Jurisprud
ência
24%
Lei
67%
Geral - Valores Percentuais
https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/52a47094-3a09-4ed1-b493-437f6bebdbf6
https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/d3cf75bf-1bde-419d-a33b-00e045ecfc99
https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/1a7aa4bd-454b-4d38-8e76-9cf64e4a6ba2
https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/887c41f1-18b6-41dc-a087-e3839633593a
https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/7503d133-da12-4a43-9016-5e5b74ee119b
https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/9d7f8541-2a59-4804-8602-b35fecfd08d1
https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/e5dd2dc0-86fb-4bdb-a623-36b0ad7f19dd
https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/f562e779-1c43-4aa7-89eb-ea9ca6dac0c8
https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/00a9bd07-3c30-4a94-8172-d84efe7feb74
https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/a7cc69a9-2c75-46af-a572-45396aa2e12d
https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/bf1432ad-853a-4b11-ac15-9fdbb473e60c
 
 
 
Direito Previdenciário Caderno de Direito Previdenciário 
Direito Empresarial Caderno de Direito Empresarial 
Direitos Humanos e Direitos 
Humanos Sociais 
Caderno de Direitos Humanos e Direitos Humanos Sociais 
 
Por fim, para tornar sua revisão ainda mais completa, convidamos para assistir ao nosso Hora da Verdade, cuja 
programação e links podem ser encontrados no artigo abaixo: 
 
Hora da Verdade – II Nacional Magistratura do Trabalho 
 
Ainda, no sábado, véspera de prova, faremos nossa tracional revisão. Acompanhe em primeira mão, aqui: 
 
Revisão de Véspera – II Nacional da Magistratura do Trabalho 
 
Após a prova, faremos análise das questões, formando o nosso Gabarito Extraoficial. Acompanhe-o pelo link abaixo: 
 
Gabarito Extraoficial – II Nacional da Magistratura do Trabalho 
 
Na terça-feira, haverá ainda um quarto tipo de evento, o Termômetro Pós-Prova, cujo foco é repercutir a prova, 
verificar recursos, apontar nota de corte e disponibilizar a prova inteiramente comentada pelo nosso time de 
professores. Disponibilizaremos mais informações sobre o Termômetro em redes , em breve. 
 
Todos esses eventos serão transmitidos gratuitamente no nosso canal no Youtube. Inscreva-se e ative as 
notificações! 
 
Estratégia Carreira Jurídica - YouTube 
 
 
Esperamos que gostem do material e de todos os novos projetos que preparamos para que avancem rumo à 
aprovação. 
 
Por fim, desejamos uma excelente prova e que continuem dando o seu melhor até lá! 
 
Contem sempre conosco. 
 
Yasmin Ushara, 
Coordenação de Metas do Estratégia Carreiras Jurídicas. 
 
https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/0cdee369-a076-4831-bf1f-c272c07ceee6
https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/31e56467-b78f-4a24-aa28-e770aebf2d3c
https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/8f207ec9-81d0-4855-b9b0-ffcd14d90c25
https://cj.estrategia.com/portal/hora-da-verdade-magistratura-do-trabalho/
https://cj.estrategia.com/portal/revisao-de-vespera-magistratura-do-trabalho/
https://cj.estrategia.com/portal/gabarito-extraoficial-magistratura-do-trabalho/
https://www.youtube.com/@EstrategiaCarreiraJuridica
 
 
 
SUMÁRIO 
Direito Individual do Trabalho ............................................................................................................................................... 3 
Direito Coletivo do Trabalho ................................................................................................................................................ 28 
Direito Administrativo ........................................................................................................................................................... 40 
Direito Penal ........................................................................................................................................................................... 57 
Noções Gerais de Direito e Formação Humanística .......................................................................................................... 65 
Direito Processual do Trabalho ............................................................................................................................................ 71 
Direito Constitucional ............................................................................................................................................................ 94 
Direito Constitucional do Trabalho ................................................................................................................................... 101 
Direito Civil ...........................................................................................................................................................................108 
Direito da Criança, do Adolescente e do Jovem ............................................................................................................. 119 
Direito Processual Civil........................................................................................................................................................ 130 
Direito Internacional e Comunitário .................................................................................................................................. 144 
Direito Previdenciário .............................................................................................................................................................. 148 
Direito Empresarial .............................................................................................................................................................. 167 
Direitos Humanos e Direitos Humanos Sociais ................................................................................................................ 176 
Considerações finais ........................................................................................................................................................... 188 
 
DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO
1. O trabalho em perspectivas histórica e interdisciplinar. Trabalho 
desprotegido na sociedade histórica, em suas diversas dimensões: 
trabalho escravizado, trabalho sob servidão, trabalho livre, mas 
desprotegido. Função histórica do Direito do Trabalho e o trabalho 
protegido. Direito do Trabalho: conceito, características, divisão, 
natureza, funções e autonomia. 
#01 - Características do direito do trabalho 
A tendência à ampliação crescente; 
O fato de ser um direito de reivindicação de 
classe; 
De cunho intervencionista; 
O caráter cosmopolita, isto é, influenciado pelas 
normas internacionais; 
O fato de os seus institutos jurídicos mais típicos 
serem de ordem coletiva ou socializante; 
O fato de ser um direito em transição. 
 
2. Fundamentos e formação histórica do Direito do Trabalho. Papel 
do Direito do Trabalho no sistema capitalista e na Democracia. 
Particularismo do Direito do Trabalho. Os desafios da reforma 
Trabalhista. 3. Fontes formais do Direito do Trabalho. Conceito, 
classificação e hierarquia. Conflitos e suas soluções. 
#02 - Fontes 
 Fontes Formais: são os mecanismos exteriores e 
estilizados pelos quais as normas ingressam, 
instauram-se e cristalizam-se na ordem jurídica; 
 Fontes heterônomas do direito do trabalho: são 
normas elaboradas pelo Estado, não havendo 
participação direta dos destinatários da mesma em 
sua produção, tais como: Constituição Federal, 
tratados e convenções internacionais, leis em sentido 
amplo, Decretos, etc; 
 Fontes autônomas do direito do trabalho: são 
elaboradas pelos próprios destinatários, ou seja, os 
destinatários da norma regulamentam suas condições 
de trabalho, diretamente ou por meio de suas 
entidades representativas (sindicatos). Este é o caso 
das negociações coletivas de trabalho - CCT e ACT. 
 
4. Interpretação, integração e aplicação das normas trabalhistas. O 
papel da equidade. Eficácia das normas trabalhistas no tempo e no 
espaço. Revogação. Irretroatividade. Direito adquirido. Segurança 
jurídica: dimensões. 
#03 - Métodos de Interpretação 
Interpretação gramatical: parte da análise literal 
do texto legal, inferindo-se o sentido da norma a partir 
das palavras utilizadas; 
Método lógico ou racional: procura identificar o 
pensamento contido na lei (a lógica da lei), a partir da 
lógica formal; 
Método sistemático: a partir da análise do 
sistema legal (Constituição, Leis ordinárias, Leis 
complementares etc.), busca-se o sentido da norma 
de modo que esta se harmonize com o restante do 
sistema jurídico; 
 
 
 
Método teleológico: teleologia significa, do 
grego, o estudo da finalidade de algo. Por meio deste 
método, portanto, busca-se entender o sentido da 
norma a partir dos seus fins, ou seja, do objetivo 
visado pela norma sob análise. A legislação privilegia 
o uso deste método (LINDB, art. 5º e CLT, art. 8º), ao 
dizer que “na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins 
sociais a que ela se dirige (..)”. 
Método histórico: busca o sentido da norma a 
partir da análise das razões históricas e sociais que 
levaram à sua elaboração. 
#04 - Eficácia das normas trabalhistas no espaço 
No Direito do Trabalho, classicamente vigorou o 
princípio da territorialidade, segundo o qual a 
relação trabalhista é regida pelas leis vigentes no país 
da prestação dos serviços, não por aquelas do local 
da contratação (lex loci executionis). Ocorre que, a 
partir de uma alteração legislativa promovida em 
2009, a territorialidade perdeu espaço para o 
princípio da norma mais favorável. 
#05 - Eficácia das Normas Trabalhistas no Tempo 
A aplicação das normas trabalhistas no tempo é 
regida pelos Princípios da Irretroatividade e do 
Efeito Imediato. 
Irretroatividade significa que a lei trabalhista não 
alcança os atos que foram praticados antes do início 
de sua vigência. Ou seja, a lei nova não se aplica aos 
contratos de trabalho já terminados. 
Apesar de não retroagir, a nova lei trabalhista é 
aplicada de modo imediato às relações trabalhistas 
em curso. Por exemplo, no curso de um contrato de 
trabalho, há o início da vigência de uma nova lei, os 
atos relacionados a este contrato, deverão ser 
praticados segundo as regras da lei nova. 
Parte da doutrina justrabalhista afirma que 
se deve considerar ainda o princípio da 
vedação ao retrocesso social. Para esta 
corrente doutrinária, caso a nova lei seja 
menos benéfica ao trabalhador, ela não 
seria aplicada aos contratos celebrados 
anteriormente à sua vigência e que estejam em vigor. 
#06 - Integração no Direito do Trabalho 
CLT. Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça 
do Trabalho, na falta de disposições legais ou 
contratuais, decidirão, conforme o caso, pela 
jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros 
princípios e normas gerais de direito, principalmente 
do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos 
e costumes, o direito comparado, mas sempre de 
maneira que nenhum interesse de classe ou particular 
prevaleça sobre o interesse público. 
§1º O direito comum será fonte subsidiária do 
direito do trabalho. 
§ 2º Súmulas e outros enunciados de jurisprudência 
editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos 
Tribunais Regionais do Trabalho não poderão 
restringir direitos legalmente previstos nem criar 
obrigações que não estejam previstas em lei. 
 
5. Princípios do Direito do Trabalho. Princípios constitucionais do 
Direito do Trabalho. Princípios constitucionais do trabalho. 
Distinção entre princípio e regra. 
#07 - Princípios do direito do trabalho 
Princípio protetor: Nas relações empregatícias 
sempre existe o conflito entre o detentor do capital (o 
empregador) e o detentor da mão de obra, que é o 
empregado, e essa relação entre as partes, 
naturalmente, é desequilibrada em função do poder 
econômico dos detentores de capital. Para atenuar 
esse desequilíbrio existente entre o capital e o 
trabalho criou-se o direito do trabalho, que é 
alicerçado no princípio protetor. 
Parte da doutrina divide o princípio em 
outros três: 
Princípio da norma mais favorável: 
Segundo este princípio se deve aplicar ao 
caso concreto, havendo mais de uma 
norma em vigor regendo o mesmo 
assunto, a que seja mais favorável ao empregado. 
Os chamados “preceitos de ordem pública” (também 
conhecidos como “normas proibitivas estatais”) não 
exceções ao princípio da norma mais favorável. 
Segundo as regras da Lei da Reforma Trabalhista, as 
condições previstas em ACT “sempre prevalecerão” 
sobre aquelas previstas mediante CCT, segundo o art. 
620 da CLT. 
Princípio da condição mais benéfica: está 
relacionado às cláusulas contratuais (constantes do 
contrato de trabalho ou regulamento da empresa), 
que, sendo maisvantajosas ao trabalhador, devem ser 
preservadas durante a vigência do vínculo 
empregatício. 
Princípio in dubio pro operario: diante de duas 
opções igualmente válidas, o intérprete do direito do 
trabalho deve aplicar a opção mais vantajosa ao 
trabalhador. 
Havendo dúvida do juiz em face do conjunto 
probatório existente e das presunções aplicáveis, ele 
deverá decidir em desfavor da parte que tenha o ônus 
da prova naquele tópico duvidoso, e não segundo a 
diretriz genérica in dubio pro operario. 
Princípio da inalterabilidade 
contratual lesiva: este princípio não 
impede alterações contratuais 
trabalhistas, que são comuns na prática; o 
que se restringe são as alterações lesivas 
nas quais o empregado é prejudicado. 
CLT, art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só 
é lícita a alteração das respectivas condições por 
mútuo consentimento, e ainda assim desde que não 
resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao 
 
 
 
empregado, sob pena de nulidade da cláusula 
infringente desta garantia. 
Jurisprudência importante! 
A estipulação, por mera liberalidade da 
empresa, de base de cálculo mais 
vantajosa que o salário mínimo para o 
pagamento do adicional de insalubridade 
configura direito adquirido dos 
empregados. Assim, não pode a empregadora, a 
pretexto de ajustar-se ao entendimento fixado pelo 
Supremo Tribunal Federal na Súmula Vinculante 4, 
passar a utilizar o salário mínimo como base de cálculo 
do adicional de insalubridade, em detrimento do 
salário básico anteriormente adotado, sob pena de 
haver alteração contratual lesiva, a que se refere o art. 
468 da CLT, e afronta ao princípio da irredutibilidade 
salarial. (TST-EARR-11693-79.2015.5.18.0017, SBDI-I, 
rel. Min. Guilherme Augusto Caputo Bastos, 7/6/2018) 
Princípio da indisponibilidade dos direitos 
trabalhistas: "prevalece a restrição à autonomia da 
vontade no contrato trabalhista, em contraponto à 
diretriz civil de soberania das partes no ajuste das 
condições contratuais. Esta restrição é tida como 
instrumento assecuratório eficaz das garantias 
fundamentais ao trabalhador, em face do 
desequilíbrio de poderes inerentes ao contrato de 
emprego”. (Maurício Godinho) 
Os chamados “altos empregados”, que 
são aqueles com nível superior e que 
recebem salários superiores a duas 
vezes o teto do RGPS, poderão negociar 
diretamente com seus empregadores, 
sem intermediação pelo sindicato 
profissional (CLT, art. 444, parágrafo único). 
Princípio da primazia da realidade: Por meio 
deste princípio, busca-se, no direito do trabalho, 
priorizar a realidade em detrimento da forma. 
Princípio da continuidade da relação de 
emprego: Este princípio valoriza a permanência do 
empregado no mesmo vínculo empregatício, dadas 
as vantagens que isso representa. 
A Súmula 212 do TST é um exemplo de jurisprudência 
relacionada ao princípio da continuidade da relação 
de emprego: “O ônus de provar o término do contrato 
de trabalho, quando negados a prestação de serviço e 
o despedimento, é do empregador, pois o princípio da 
continuidade da relação de emprego constitui 
presunção favorável ao empregado”. 
Princípio da intangibilidade salarial: 
intangibilidade salarial abrange não apenas a 
irredutibilidade nominal do seu valor, mas também 
vedação a descontos indevidos, tempestividade no 
pagamento, etc. 
 
6. Indisponibilidade de direitos. Renúncia e transação no Direito do 
Trabalho. Comissões de Conciliação Prévia. 
#08 - Flexibilização dos direitos trabalhistas: o 
Estado mantém sua intervenção nas relações de 
trabalho. O que acontece quando se autorizam regras 
menos rígidas, mas mantém-se o chamado “mínimo 
existencial” 
#09 - Desregulamentação dos direitos trabalhistas: 
observa-se um fenômeno mais radical, em que o 
Estado deixa de intervir nas relações de trabalho, 
deixando que as partes negociem livremente. 
#10 - Renúncia: ato unilateral da parte, através do 
qual ela se despoja de um direito de que é titular, sem 
correspondente concessão pela parte beneficiada da 
renúncia 
#11 – Transação: ato bilateral (ou 
plurilateral), pelo qual se acertam direitos 
e obrigações entre as partes acordantes, 
mediante concessões recíprocas 
(despojamento recíproco), envolvendo 
questões fáticas ou jurídicas duvidosas 
(res dubia). 
Mas a renúncia e transação são aplicáveis no 
direito do trabalho? Quanto à possibilidade de 
aplicação da transação no direito trabalhista, o 
Ministro Godinho estabelece, primeiramente, a 
distinção entre direitos de indisponibilidade absoluta 
e direitos de indisponibilidade relativa. Sobre estes 
últimos é possível se reconhecer o cabimento de 
transação, mas não em relação aos primeiros. 
Indisponibilidade 
absoluta 
Indisponibilidade 
relativa 
O direito enfocado 
merece uma tutela de 
nível de interesse 
público, por traduzir 
um patamar civilizatório 
mínimo firmado pela 
sociedade política em 
um dado momento 
histórico 
O direito enfocado 
traduz interesse 
individual ou bilateral 
simples, que não 
caracterize um padrão 
civilizatório geral 
mínimo firmado pela 
sociedade política em 
um dado momento 
histórico. 
Exemplos: direito à 
assinatura da CTPS, 
salário mínimo, normas 
de segurança e saúde 
no trabalho 
Exemplo: mudança da 
modalidade de 
pagamento de salário 
(salário fixo versus 
salário variável), desde 
que não resulte em 
prejuízo ao obreiro 
 
7. Relação de trabalho e relação de emprego. Estrutura da relação 
empregatícia: elementos componentes e suas dimensões; natureza 
jurídica da relação de emprego. 
 
 
 
#12 - Relação de trabalho: é uma expressão ampla, 
que engloba os mais diversos tipos de labor do ser 
humano, a expressão abrange, por exemplo, as 
relações empregatícias, estagiários, trabalhadores 
avulsos, trabalhadores autônomos, etc. 
#13 - Relação de emprego: tem lugar quando estão 
presentes os seus pressupostos (elementos) fático-
jurídicos indispensáveis. É uma espécie de gênero 
relações de trabalho. 
Elementos fático-jurídicos componentes da 
relação de emprego (art. 3º, CLT) 
Pessoa Física: Para que se possa falar em relação 
de emprego deve haver a prestação de serviço por 
pessoa física. Assim, se existe prestação de serviço de 
pessoa jurídica para pessoa jurídica, não caberá 
aplicação das normas justrabalhistas. 
"Obviamente que a realidade concreta 
pode evidenciar a utilização simulatória de 
roupagem de pessoa jurídica para 
encobrir prestação efetiva de serviços por 
uma específica pessoa física, celebrando-
se uma relação jurídica sem a 
indeterminação de caráter individual que tende a 
caracterizar a atuação de qualquer pessoa jurídica. 
Demonstrado, pelo exame concreto da situação 
examinada, que o serviço diz respeito apenas e to 
somente a uma pessoa física, surge o primeiro 
elemento fático-jurídico da relação empregatícia". 
(Maurício Godinho) 
Pessoalidade: A pessoalidade tem lugar quando 
o prestador de serviços é sempre o mesmo, havendo, 
então, prestação de serviço intuitu personae. A 
pessoalidade se faz presente quando o prestador de 
serviços não pode se fazer substituir por terceiros, o 
que confere vínculo com caráter de infungibilidade. 
Subordinação: A subordinação é tida como o 
elemento mais marcante para a configuração da 
relação de emprego, e ela se verifica quando o 
empregador tem poder diretivo sobre o trabalho do 
empregado, dirigindo, coordenando e fiscalizando a 
prestação dos serviços executados pelo trabalhador. 
A doutrina já conferiu à subordinação, ao 
longo do tempo, as dimensões técnica, 
econômica e jurídica. 
A subordinação (ou dependência) seria 
técnica porque seria do empregador o 
conhecimento técnico do processo 
produtivo; seria econômica porque o empregado 
dependeria do poder econômico do empregador; 
por fim, seria jurídica porque o contrato de trabalho, 
assim como o poder diretivo do empregador, tem 
caráter jurídico. 
Atualmente há consenso doutrinário de que a 
subordinação da relação empregatícia tem viésjurídico. 
Onerosidade: Na relação de emprego o 
trabalhador coloca sua força de trabalho à disposição 
do empregador para receber contraprestação salarial. 
Deste modo, a relação empregatícia é onerosa. A 
legislação prevê diferentes possibilidades de 
contraprestação salarial: pagamento em dinheiro, 
pagamento em utilidades, parcelas fixas, parcelas 
variáveis, prazos de pagamento diário, semanal, 
mensal. Em todos esses casos poderemos identificar 
a onerosidade da relação empregatícia. 
Não eventualidade: Se a pessoa trabalha de 
modo apenas eventual, teremos uma relação de 
trabalho, mas não poderemos enxergá-la como 
relação de emprego. Este seria o caso de um 
trabalhador eventual, como veremos adiante, cujo 
labor é prestado de forma esporádica. Para 
configuração da relação de emprego a prestação 
laboral deve ser não eventual, ou seja, o trabalhador 
deve disponibilizar sua força de trabalho de forma 
permanente. Permanência (aludida no parágrafo 
anterior) não é sinônima de continuidade. 
Alteridade: se relaciona ao risco do negócio, que 
deve ser assumido pelo empregador. Nesta linha, não 
se admite que sejam transferidos ao empregado os 
riscos do empreendimento, pois estes devem ser 
suportados pelo empregador. 
 
8. Relações de trabalho lato sensu: trabalho autônomo, eventual, 
temporário e avulso. Avulso portuário e avulso não portuário. 
Trabalhadores em portos brasileiros. Estágio. Cooperativas e suas 
relações com o Direito do Trabalho. Contratos de trabalho por 
equipe. Contratos de trabalho com entidades estatais. Trabalho 
voluntário. Pessoa jurídica unipessoal ou microempreendedor 
individual e pessoa jurídica: pontos e contrapontos perante a 
relação de emprego. O problema das zonas cinzentas nas relações 
de trabalho em face da relação de emprego. 
#14 - Trabalhador Autônomo 
O trabalhador autônomo labora sem subordinação, e 
a falta deste elemento fático-jurídico é que não 
permite falar-se em relação empregatícia. Ainda, no 
trabalho autônomo também não existe, em regra, o 
elemento pessoalidade. 
A Lei 13467/17 trouxe para a CLT a figura do 
trabalhador autônomo exclusivo: 
CLT, art. 442-B. A contratação do autônomo, 
cumpridas por este todas as formalidades legais, com 
ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, 
afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3º 
desta Consolidação [requisitos da relação de 
emprego]. 
#15 - Trabalho eventual 
 Características do trabalho eventual: 
Descontinuidade da prestação do trabalho, 
entendida como a não permanência do 
 
 
 
empregado em uma organização com ânimo 
definitivo. 
Não fixação jurídica a uma única fonte de trabalho, 
com pluralidade variável de tomadores de serviços. 
Curta duração do trabalho prestado 
Natureza do trabalho tende a ser concernente a 
evento certo, determinado e episódico no tocante 
à regular dinâmica do empreendimento tomador 
de serviços. 
A natureza do trabalho prestado tenderá a não 
corresponder, também, ao padrão dos fins normais 
do empreendimento. 
Amauri Mascaro Nascimento cita os 
seguintes exemplos de trabalhador 
eventual: “Há exemplos que podem, de 
algum modo, facilitar a compreensão do 
conceito de trabalhador eventual: o “bóia-
fria”, volante rural, que cada dia vai 
trabalhar numa fazenda diferente, ganhando por dia, 
sem se fixar em nenhuma delas; o “chapa”, que faz 
carga e descarga de mercadorias de caminhões, 
recebendo cada dia de um motorista diferente ou de 
uma empresa diferente dentre as muita para as quais, 
sem fixação, faz esse serviço e a diarista que vai de vez 
em quando fazer a limpeza da residência da família.” 
#16 – Trabalho avulso 
Assim como o trabalhador eventual, no caso dos 
avulsos não temos o elemento fático-jurídico não 
eventualidade, visto que o avulso presta serviços a 
diversos tomadores em curtos intervalos de tempo. 
Em outras palavras, no caso dos avulsos temos a 
eventualidade na prestação dos serviços. 
Uma diferença marcante na atuação dos 
avulsos é que estes realizam tarefas para 
os tomadores com a intermediação de 
uma entidade representativa, que é 
chamada de Órgão Gestor de Mão de 
Obra (no caso de operadores portuários), 
ou, no caso de trabalho avulso em regiões do interior, 
pelo sindicato da categoria. 
Jurisprudência importante!Tema 222 do STF, com 
repercussão geral - Extensão do adicional de risco 
portuário ao trabalhador portuário avulso. 
Tese fixada: Sempre que for pago ao trabalhador com 
vínculo permanente, o adicional de riscos é devido, 
nos mesmos termos, ao trabalhador portuário avulso. 
#17 – Trabalhador temporário 
Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa 
física contratada por uma empresa de trabalho 
temporário que a coloca à disposição de uma 
empresa tomadora de serviços, para atender à 
necessidade de substituição transitória de pessoal 
permanente ou à demanda complementar de 
serviços. 
Será nula de pleno direito qualquer cláusula de 
reserva, proibindo a contratação do trabalhador pela 
empresa tomadora ou cliente ao fim do prazo em que 
tenha sido colocado à sua disposição pela empresa 
de trabalho temporário. 
#18 - Estágio - Lei 11.788/08: 
Conceito: ato educativo escolar supervisionado, 
desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à 
preparação para o trabalho produtivo de educandos 
que estejam frequentando o ensino regular em 
instituições de educação superior, de educação 
profissional, de ensino médio, da educação especial e 
dos anos finais do ensino fundamental, na 
modalidade profissional da educação de jovens e 
adultos. 
Requisitos para que o estágio não crie vínculo 
empregatício: 
Matrícula e freqüência regular do educando em 
curso de educação superior, de educação 
profissional, de ensino médio, da educação especial e 
nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade 
profissional da educação de jovens e adultos e 
atestados pela instituição de ensino; 
Celebração de termo de compromisso entre o 
educando, a parte concedente do estágio e a 
instituição de ensino; 
Compatibilidade entre as atividades 
desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no 
termo de compromisso. 
Incumbências dos agentes de integração no 
estágio como auxiliares no processo de 
aperfeiçoamento do instituto de estágio 
I – identificar oportunidades de estágio; 
II – ajustar suas condições de realização; 
III – fazer o acompanhamento administrativo; 
IV – encaminhar negociação de seguros contra 
acidentes pessoais; 
V – cadastrar os estudantes. 
Jornada de atividade de estágio: 
Estudantes de 
educação especial e 
dos anos finais do 
ensino fundamental, na 
modalidade 
profissional de 
educação de jovens e 
adultos 
4 (quatro) horas diárias 
e 20 (vinte) horas 
semanais 
 
 
 
Estudantes do ensino 
superior, da 
educação profissional 
de nível médio e do 
ensino médio regular 
6 (seis) horas diárias e 
30 (trinta) horas 
semanais 
Cursos que alternam 
teoria e prática, nos 
períodos em que não 
estão programadas 
aulas presenciais 
Jornada de até 40 
(quarenta) horas 
semanais 
Sempre devendo constar do termo de 
compromisso ser compatível com as 
atividades escolares 
Número máximo de estagiários em relação ao 
quadro de pessoal: 
1 a 5 empregados 1 estagiário 
6 a 10 empregados Até 2 estagiários 
11 a 25 empregados Até 5 estagiários 
Mais de 25 
empregados 
Até 20% de estagiários 
#19 - Cooperado 
O verdadeiro cooperado é um trabalhador autônomo, 
pois não é subordinado à cooperativa, havendo 
previsão legal expressa na CLT, art. 442, parágrafo 
único: Qualquer que seja o ramo de atividade da 
sociedade cooperativa, não existe vínculo 
empregatício entre ela e seus associados, nem entre 
estes e os tomadores de serviços daquela. 
Princípio da dupla qualidade: se relaciona à 
necessidade de que o filiado à cooperativa (o 
cooperado, no caso) tenha benefícios desta situação, 
ou seja, a cooperativa deve prestar serviços que 
beneficiem seus associados Nesta linha, o cooperado 
se utiliza dacooperativa para vender produtos ou 
serviços e também é cliente da própria cooperativa, 
no sentido de receber benefícios de tal condição. 
Princípio da retribuição pessoal diferenciada: 
é a diretriz jurídica que assegura ao cooperado um 
complexo de vantagens comparativas de natureza 
diversa muito superior ao patamar que obteria caso 
atuando destituído da proteção cooperativista. 
#20 – Trabalho voluntário 
Lei 9.608/98, art. 1º: Considera-se serviço voluntário, 
para os fins desta Lei, a atividade não remunerada 
prestada por pessoa física a entidade pública de 
qualquer natureza ou a instituição privada de fins não 
lucrativos que tenha objetivos cívicos, culturais, 
educacionais, científicos, recreativos ou de assistência 
à pessoa. 
Art. 2º O serviço voluntário será exercido mediante a 
celebração de termo de adesão entre a entidade, 
pública ou privada, e o prestador do serviço voluntário, 
dele devendo constar o objeto e as condições de seu 
exercício. 
9. Empregado: conceito; caracterização. Altos empregados. 
Empregados exercentes de cargos de confiança. Os diretores e os 
sócios. Mãe social. Indígenas. Aprendiz. Empregado doméstico. 
Empregado rural. Os trabalhadores cartorários. 
#21 – Altos empregados 
Abrange as situações nas quais o pressuposto da 
relação de emprego subordinaçãoé mitigada, tendo 
em vista as peculiaridades do exercente 
das funções de chefia e/ou cargos de 
elevada fidúcia (confiança). 
Empregados com atribuições de 
gestão: Estes empregados possuem 
algumas atribuições de gestão, como a 
emissão de ordens a outros empregados, contratar, 
representar o empregador, etc. 
Gerentes: Estes possuem um poder de gestão 
mais elevado que o grupo anterior, deve haver poder 
de gestão e padrão salarial diferenciado. 
Diretores de S.A.: são recrutados externamente 
(fora da empresa) para dirigi-la ou, então, são 
empregados efetivos eleitos para geri-la. Há várias 
interpretações sobre as consequências da eleição do 
empregado a diretor, e a posição dominante é que, 
caso o empregado seja eleito e permaneça a 
subordinação jurídica caracterizadora da relação de 
emprego, o diretor manterá esta condição. 
Alto salário + nível superior: A Lei 13.467 
(reforma trabalhista) criou uma outra distinção para os 
chamados “altos empregados”. Segundo a alteração 
promovida na CLT, empregados que percebem 
salário igual ou superior a duas vezes o teto dos 
benefícios do RGPS etêm nível superior terão relações 
contratuais regulamentadas, de forma 
preponderante, por simples acordo individual. 
#22 - Aprendiz 
Conceito: aprendiz é o maior de 14 e menor de 
24 anos que celebra contrato de aprendizagem (a 
idade máxima não se aplica a aprendizes portadores 
de deficiência). 
Conforme artigo 428 da CLT, contrato de 
aprendizagem é o contrato de trabalho especial, 
ajustado por escrito e por prazo determinado, em 
que o empregador se compromete a assegurar ao 
maior de 14 e menor de 24 anos inscrito em programa 
de aprendizagem formação técnico-profissional 
metódica, compatível com o seu desenvolvimento 
 
 
 
físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar 
com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa 
formação. 
CLT, art. 428, § 1º: A validade do 
contrato de aprendizagem pressupõe 
anotação na Carteira de Trabalho e 
Previdência Social, matrícula e 
freqüência do aprendiz na escola, caso 
não haja concluído o ensino médio, e 
inscrição em programa de aprendizagem 
desenvolvido sob orientação de entidade qualificada 
em formação técnico-profissional metódica. 
Decreto 9.579/2018, art. 51: Estabelecimentos de 
qualquer natureza são obrigados a empregar e 
matricular nos cursos oferecidos pelos serviços 
nacionais de aprendizagem o número de aprendizes 
equivalente a cinco por cento, no mínimo, e quinze por 
cento, no máximo, dos trabalhadores existentes em 
cada estabelecimento cujas funções demandem 
formação profissional. 
§ 1º Para o cálculo da porcentagem a que se refere o 
caput [5% a 15%], as frações de unidade serão 
arredondadas para o número inteiro subsequente, 
hipótese que permite a admissão de aprendiz. 
 
 Aprendiz Estágio 
Relação De emprego 
De trabalho 
lato sensu (não 
é relação de 
emprego) 
Agentes 
envolvidos 
Aprendiz, 
empregador 
e entidade 
Estagiário, 
concedente de 
estágio e 
instituição de 
ensino 
Formalização 
Contrato 
escrito de 
aprendizage
m (é contrato 
especial de 
trabalho) 
Termo de 
Compromisso 
CTPS 
Demanda 
registro na 
CTPS 
Não há registro 
em CTPS 
Cota Legal 5% a 15% 
Não há 
obrigatoriedad
e legal 
Duração 
Não superior 
a 2 anos, 
salvo se 
Não poderá 
exceder 2 anos, 
salvo se 
aprendiz 
portador de 
deficiência 
estagiário 
portador de 
deficiência 
Regulamentaçã
o 
CLT e 
Decreto 
9.579/2018 
Lei 11.788/08 
#23 – Empregado doméstico 
Conforme a Lei Complementar 150/15, é considerado 
empregado doméstico aquele que presta serviços de 
natureza contínua e de finalidade não lucrativa à 
pessoa ou à família no âmbito residencial destas. 
Enquanto no vínculo empregatício urbano e rural 
falamos em não eventualidade, aqui tem lugar a 
continuidade. A nova Lei definiu que será 
considerado doméstico aquele que trabalhar mais de 
dois dias por semana à mesma pessoa ou família, 
encerrando a divergência que havia a respeito. 
#24 – Empregado rural 
Lei 5.889/73, art. 2º: Empregado rural é toda pessoa 
física que, em propriedade rural ou prédio rústico, 
presta serviços de natureza não eventual a 
empregador rural, sob a dependência deste e 
mediante salário. 
 
10. Empregador: conceito, caracterização. Empresa e 
estabelecimento. Grupo econômico para fins trabalhistas. Situações 
de responsabilização empresarial. Os Cartórios. Sucessão de 
empregadores. Consórcio de empregadores. Empregador 
doméstico. Empregador rural. 
#25 – Conceito de empregador – Art. 2º da CLT 
Considera-se empregador a empresa, individual ou 
coletiva, que, assumindo os riscos da atividade 
econômica, admite, assalaria e dirige a prestação 
pessoal de serviço. 
Para Maurício Godinho: “Empregador 
define-se como a pessoa física, jurídica ou 
ente despersonificado que contrata a uma 
pessoa física a prestação de seus serviços, 
efetuados com pessoalidade, onerosidade, 
não eventualidade e sob sua subordinação. 
A noção jurídica de empregador, como se percebe, é 
essencialmente relacional à do empregado: existindo 
esta última figura no vinculo laboral pactuado por um 
tomador de serviços, este assumirá, automaticamente, 
o caráter de empregador na relação jurídica 
consubstanciada" 
#26 – Grupo econômico 
Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, 
cada uma delas, personalidade jurídica própria, 
estiverem sob a direção, controle ou administração 
de outra [grupo por subordinação ou vertical], ou 
 
 
 
ainda quando, mesmo guardando cada uma sua 
autonomia, integrem grupo econômico [grupo por 
mera coordenação ou horizontal], serão 
responsáveis solidariamente pelas obrigações 
decorrentes da relação de emprego 
Não caracteriza grupo econômico a 
mera identidade de sócios, sendo 
necessárias, para a configuração do 
grupo, a demonstração do interesse 
integrado, a efetiva comunhão de 
interesses e a atuação conjunta das 
empresas dele integrantes. 
#27 – Sucessão de empregadores 
Sinônimo de sucessão trabalhista e alteração subjetiva 
do contrato (pois se altera o sujeito do empregador). 
Os fundamentos legais da sucessão de 
empregadores são os artigos 10 e 448 da CLT: 
CLT, art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica 
da empresa não afetará os direitos adquiridos por 
seus empregados. 
CLT, art. 448 - A mudança na propriedade ou na 
estrutura jurídica da empresa não afetará os 
contratos de trabalho dos respectivos empregados. 
CLT, art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial 
ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta 
Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as 
contraídas à época em que os empregados 
trabalhavam paraa empresa sucedida, são de 
responsabilidade do sucessor. 
É possível a cláusula de não responsabilização 
na alteração de titularidade de empresas? 
No âmbito do direito do trabalho, 
entretanto, esta cláusula não possuirá 
validade, e o adquirente responderá 
pelas dívidas existentes, mesmo que 
originadas antes da transferência de 
propriedade (houve a sucessão de 
empregadores). Nestes casos, a empresa sucedida 
será subsidiariamente responsável pelos créditos 
trabalhistas existentes à época da mudança de 
propriedade. 
A empresa sucedida responderá solidariamente com 
a sucessora quando ficar comprovada fraude na 
transferência. 
Há a ocorrência de sucessão trabalhista 
envolvendo cartórios extrajudiciais? 
Existem duas correntes sobre o assunto: 
A primeira, acolhida por parte da doutrina 
e por alguns julgados, defende que a 
transferência da titularidade de cartório extraoficial 
não gera a sucessão trabalhista, já que o novo titular 
assumiria, por concurso público, o cargo, não o 
patrimônio do antigo empregador. 
Já a segunda, que tem prevalecido (inclusive pela 
jurisprudência do TST), é a de que é possível a 
sucessão trabalhista a cada modificação da 
titularidade do cartório extrajudicial. Para essa 
corrente, majoritária, ao continuar a prestação dos 
serviços, o notário assume os riscos do 
empreendimento, já que é uma atividade de caráter 
privado, por delegação do poder público. 
Sócio retirante é responsável pelas obrigações 
trabalhistas? 
CLT, art. 10-A. O sócio retirante responde 
subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da 
sociedade relativas ao período em que figurou como 
sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos 
depois de averbada a modificação do contrato, 
observada a seguinte ordem de preferência: 
I - a empresa devedora; 
II - os sócios atuais; e 
III - os sócios retirantes. 
Parágrafo único. O sócio retirante responderá 
solidariamente com os demais quando ficar 
comprovada fraude na alteração societária decorrente 
da modificação do contrato. 
 
11. Terceirização no Direito do Trabalho. Terceirização lícita e 
ilícita. Trabalho temporário. Entes estatais e terceirização. 
Responsabilidade subsidiária e solidária. 
#28 – Relação trilateral da terceirização 
Empregado 
Empregador (empresa prestadora de serviços - 
EPS) 
Empresa contratante de serviços 
Lei 6.019, art. 4o-A. Considera-se prestação de 
serviços a terceiros a transferência feita pela 
contratante da execução de quaisquer de suas 
atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa 
jurídica de direito privado prestadora de serviços 
que possua capacidade econômica compatível com 
a sua execução. 
Requisitos para funcionamento de empresa de 
prestação de serviços 
Lei 6.019/1974, art. 4º-B. (...) 
I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa 
Jurídica (CNPJ); 
II - registro na Junta Comercial; 
III - capital social compatível com o número de 
empregados, observando-se os seguintes parâmetros: 
a) empresas com até dez empregados - capital mínimo 
de R$ 10.000,00 (dez mil reais); 
 
 
 
b) empresas com mais de dez e até vinte empregados 
- capital mínimo de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil 
reais); 
c) empresas com mais de vinte e até cinquenta 
empregados - capital mínimo de R$ 45.000,00 
(quarenta e cinco mil reais); 
d) empresas com mais de cinquenta e até cem 
empregados - capital mínimo de R$ 100.000,00 (cem 
mil reais); e 
e) empresas com mais de cem empregados - capital 
mínimo de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil 
reais). 
Jurisprudência importante! ADPF 324 - 
Decisão: O Tribunal, no mérito, por maioria 
e nos termos do voto do Relator, julgou 
procedente o pedido e firmou a seguinte 
tese: 1. É lícita a terceirização de toda e 
qualquer atividade, meio ou fim, não se 
configurando relação de emprego entre a contratante 
e o empregado da contratada. 2. Na terceirização, 
compete à contratante: i) verificar a idoneidade e a 
capacidade econômica da terceirizada; e ii) responder 
subsidiariamente pelo descumprimento das normas 
trabalhistas, bem como por obrigações 
previdenciárias, na forma do art. 31 da Lei 8.212/1993. 
Deve haver equivalência de slaávio entre os 
terceirizados e os empregados próprios do 
tomador? 
Não! Conforme artigo 4º-C, §1º, da Lei 6.019, o 
contratante e contratada poderão estabelecer, se 
assim entenderem, que os empregados da contratada 
farão jus a salário equivalente ao pago aos 
empregados da contratante. 
 
12. Contrato de emprego: denominação, conceito, classificação, 
caracterização, morfologia e elementos integrantes. Obrigações 
principais e acessórias dos sujeitos contratantes. 
 
#29 - Caracterísiticas do contrato de trabalho 
Direito privado: A prestação de serviços é regida 
pelo direito privado. 
Sinalagmático: Existem obrigações recíprocas e 
contrapostas: o empregado oferece sua energia 
(prestação laboral) com a contrapartida 
remuneratória, a cargo do empregador. 
Consensual: Em regra, nãose exige forma solene 
para este tipo de acordo. 
Intuitu personae: Pessoalidade que atinge o 
empregado, sendo, inclusive, um dos elementos 
fático-jurídicos da relação empregatícia. 
De trato permanente: As obrigações das partes 
ocorrem de forma continuada no tempo, havendo, em 
regra, a indeterminação do prazo dos contratos de 
trabalho. 
De atividade: É uma prestação de fazer (o labor 
do empregado). Não é contrato de resultado 
Oneroso: Deve haver a contraprestação 
pecuniária, a cargo do empregador. 
#30 – Elementos essenciais do contrato de trabalho 
Aplicam-se aos contratos de trabalho os elementos de 
validade dos contratos em geral, conforme definido 
no Código Civil (Lei 10.406/02): I - agente capaz; II - 
objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei. 
OJ-SDI1-199 JOGO DO BICHO. 
CONTRATO DE TRABALHO. NULIDADE. 
OBJETO ILÍCITO É nulo o contrato de 
trabalho celebrado para o desempenho de 
atividade inerente à prática do jogo do 
bicho, ante a ilicitude de seu objeto, o que 
subtrai o requisito de validade para a formação do ato 
jurídico. 
#31 – Elementos naturais do contrato de trabalho 
Como mencionado acima, são elementos, embora 
não imprescindíveis à existência do contrato, são 
“comuns, recorrentes e quase inevitáveis em seu 
cotidiano concreto”. 
Na seara trabalhista, podemos citar, por exemplo, a 
jornada de trabalho. Em regra, os contratos de 
trabalho preveem uma jornada de trabalho a ser 
cumprida pelo empregado. 
#32 – Elementos acidentais do contrato de trabalho 
São aqueles que, embora circunstanciais, alteram a 
estrutura e os efeitos do contrato. Nesse sentido, 
tomando emprestados os ensinamentos civilistas, 
citamos o termo e a condição, embora raros na seara 
justrabalhista. 
Como exemplo de termo previsto contratualmente, 
citamos os contratos de trabalho por prazo 
determinado. Como exemplo de condição, cito a 
possibilidade (embora bastante rara) de condição 
resolutiva em um contrato de trabalho de trabalhador 
admitido especificamente para substituir outro 
empregado que se encontra afastado por razões 
previdenciárias (CLT, art. 475, §2º10). 
 
13. Modalidades de contratos de emprego. Contratos por tempo 
indeterminado. Tipos de contratos a termo. Contrato de 
experiência e período de experiência. Contrato a tempo parcial. 
Contrato de Trabalho Intermitente. Contrato de emprego e 
contratos afins. Diferenças entre contratos de trabalho e prestação 
de serviços, empreitada, representação comercial, mandato, 
sociedade e parceria. Pré-contratações: requisitos para 
configuração, efeitos, direitos decorrentes, hipótese de perdas e 
danos. Profissões com regulamentação especial. 
 
 
 
#33 – Contratos por prazo indeterminado e 
determinado 
A regra no direito do trabalho é que tais ajustes 
tenham prazo indeterminado, somente havendo 
possibilidade de determinação de prazo nas 
hipóteses previstas legalmente. Esta característica do 
contrato de trabalho(em regra é indeterminado) se 
relaciona ao princípio da continuidade da relação 
de emprego. 
O contrato por prazo determinado só será válido em 
se tratando: de serviço cuja natureza ou 
transitoriedade justifique a predeterminação do 
prazo; de atividades empresariais de caráter 
transitório; de contrato de experiência. 
É possível formalizar um contrato de 
experiência, prorrogá-lo, e, após o seu término 
dispensar o empregado, fazendo novo contrato de 
experiência, pouco tempo depois, com a mesma 
pessoa e para a mesma função? 
A resposta é negativa, pois esta conduta teria a 
intenção deliberada de fraudar a legislação 
trabalhista. 
CLT, art. 452 - Considera-se por prazo indeterminado 
todo contrato que suceder, dentro de 6 (seis) meses, a 
outro contrato por prazo determinado, salvo se a 
expiração deste dependeu da execução de serviços 
especializados ou da realização de certos 
acontecimentos. 
#34 – Trabalho intermitente 
CLT, art. 443, § 3º: Considera-se como intermitente o 
contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, 
com subordinação, não é contínua, ocorrendo com 
alternância de períodos de prestação de serviços e 
de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, 
independentemente do tipo de atividade do 
empregado e do empregador, exceto para os 
aeronautas, regidos por legislação própria. 
ELEMENTOS 
OBRIGATÓRIOS DO CTI 
ELEMENTOS 
FACULTATIVOS 
Identificação, 
assinatura e domicílio 
ou sede das partes 
Locais de prestação de 
serviços 
Valor da hora ou do dia 
de trabalho 
Turnos para os quais o 
empregado será 
convocado para prestar 
serviços 
Local e o prazo para o 
pagamento da 
remuneração 
Formas e instrumentos 
de convocação e de 
resposta 
#35 – Teletrabalhador 
Considera-se teletrabalho ou trabalho remoto a 
prestação de serviços fora das dependências do 
empregador, de maneira preponderante ou não, 
com a utilização de tecnologias de informação e de 
comunicação, que, por sua natureza, não se configure 
como trabalho externo. 
O comparecimento, ainda que de modo habitual, às 
dependências do empregador para a realização de 
atividades específicas, que exijam a presença do 
empregado no estabelecimento, nãodescaracteriza o 
regime de teletrabalho ou trabalho remoto. 
 
 
Alteração entre regime presencial e 
teletrabalho 
Bilateral: havendo mútuo acordo entre as partes, 
é lícita a alteração desde que se registre a alteração 
em aditivo contratual (CLT, art. 75-C, §1º); 
Unilateral (sem consentimento do 
empregado): a alteração somente pode se dar do 
regime de teletrabalho para o presencial (e não o 
inverso), sempre com registro em aditivo contratual 
(CLT, art. 75-C, §2º). 
 
14. Invalidade do contrato de emprego: caracterização. Nulidades: 
total e parcial. Trabalho ilícito e trabalho proibido. Efeitos da 
declaração de nulidade. 
#36 – Trabalho ilícito X Trabalho proibido 
Segundo Valentin Carrion: “Os contratos de trabalho 
exigem para sua validade, além da capacidade do 
agente e forma especial, se prevista, que seu objeto 
não seja nem ilícito nem impossível. A doutrina e a 
jurisprudência assim também o entendem; e deixam 
de reconhecer quaisquer direitos ao empregado; (...) 
Há quem distinga a atividade ilícita, por si mesma, 
daquelas outras que não o seriam se se fizesse 
abstração da finalidade do empreendimento a que se 
destinam. A prostituta que exerce seu comércio carnal 
 
 
 
subordinada à proprietária da casa de tolerância é 
exemplo da primeira atividade; a arrumadeira ou o 
garçom da mesma casa é exemplo das segundas. 
Estas últimas atividades teriam proteção laboral; a 
primeira não.” 
Segundo Sergio Pinto Martins: “O trabalho 
do policial militar não é ilícito, em que iria 
se configurar contravenção penal, mas 
proibido. É o mesmo que ocorre com o 
trabalho do menor de 16 anos ou do 
menor de 18 anos em atividades 
insalubres ou perigosas, em que se 
reconhece o vínculo de emprego se estiverem 
presentes os requisitos legais ou paga-se o adicional 
respectivo. Não importa proibição do trabalhador de 
exercer outra atividade, pois, para esse fim, haverá a 
penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial 
Militar.” 
 
15. Trabalho da criança e do adolescente. Conceito e normas 
aplicáveis. Efeitos da contratação. Doutrina da proteção integral da 
criança e do adolescente. Tratamento constitucional e legal 
incidente. 
Jurisprudência importante! 
RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO ANTES DA LEI Nº 
13.015/2014. AÇÃO CIVIL PÚBLICA – PROPAGANDA 
PUBLICITÁRIA – PARTICIPAÇÃO DE CRIANÇA – 
ENFOQUE NA GLOBALIZAÇÃO DO 
EMPREENDENDORISMO – AUSÊNCIA DE 
APOLOGIA AO TRABALHO INFANTIL – 
INEXISTÊNCIA DE ABUSIVIDADE (violação aos artigos 
7º, XXXIII, 208 § 3º, e 227, caput, § 3º, I, da CF/88). A 
constatação de que a peça publicitária na qual houve 
participação de uma criança, juntamente com o pai, 
em ambiente aprazível e bucólico, vendendo 
limonada, com enfoque na globalização do 
empreendedorismo, cujo slogan apregoa que “Os 
mercados globais estão se abrindo para todos. No 
futuro até a menor das empresas será multinacional. 
Um mundo novo está emergindo. Faça parte dele”, 
não propaga o trabalho infantil e nem 
revela qualquer abusividade da 
propaganda. Não se afigura a hipótese 
de uma ponderação de princípios, 
mas, sim, da coexistência 
harmoniosa da liberdade de 
expressão artística e de comunicação com os 
ditames constitucionais que priorizam e impõe como 
dever do Estado, da sociedade e da família assegurar 
às crianças e adolescentes o direito à vida, à educação, 
à dignidade e à liberdade, sem discriminação, 
crueldade, exploração, ou qualquer outra forma de 
violência física ou mental. Recurso de revista não 
conhecido.” (TST-RR-221- 53.2012.5.09.0012, 7ª 
Turma, rel. Min. Renato de Lacerda Paiva, julgado em 
23/2/2022.) 
 
16. Normas de proteção ao trabalhador adolescente. Limites à 
contratação. Estágio e aprendizagem: conceito, distinções e 
características. Direitos do estagiário e do aprendiz. Requisitos para 
a adoção válida dos regimes de estágio e de aprendizagem. 
17. Normas de proteção ao trabalhador imigrante. O princípio da 
igualdade e as medidas antidiscriminatórias e/ou inclusivas do 
trabalhador imigrante no contexto trabalhista: o enquadramento 
jurídico da diferenciação positiva. 
18. Normas de proteção à pessoa da mulher e ao seu trabalho. O 
princípio da igualdade e as medidas antidiscriminatórias e/ou 
inclusivas da mulher no contexto trabalhista: o enquadramento 
jurídico da diferenciação positiva. 
Jurisprudência importante! 
EMBARGOS. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. 
OBRIGAÇÃO DE FAZER. SHOPPING 
CENTER. LOCAL DESTINADO À GUARDA 
E AMAMENTAÇÃO DOS FILHOS DAS 
EMPREGADAS DE LOJAS. Art. 389, §§ 1º e 
2º da CLT. Lei nº 14.457/2022. Por se tratar de ente 
aglutinador de empregadores de interesses comuns e 
auferir parte dos lucros das lojas, o shopping center 
possui função social para com as empregadas que ali 
trabalham, ainda que sejam as das lojas do 
condomínio. Nesse contexto, conforme já pacificou a 
SBDI-I no julgamento do E-RR-131651- 
27.2015.5.13.0008, incide ao shopping center a 
obrigação de assegurar, diretamente ou por outros 
meios, “local apropriado, onde seja permitido às 
empregadas guardar sob vigilância e assistência os 
seus filhos no período de amamentação”, nos 
termos do art. 389, § 1º, da CLT. Contudo, tal 
obrigação “pode ser suprida por meio de creches 
distritais mantidas, diretamente ou mediante 
convênios, com outras entidades públicas ou privadas, 
pelas próprias empresas, em regime comunitário, ou a 
cargo do SESI, do SESC, da LBA ou de entidades 
sindicais”, conforme previsto no § 2º, do art. 389 da 
CLT, e, no cumprimento da referida obrigação de 
fazer, devem ser observadas as disposições da Lei nº 
14.457/2022. Sob esses fundamentos, a SBDI-I, por 
maioria, deu provimento aos embargos para 
restabelecer o acórdão regional quanto à obrigação 
disposta nos §§ 1º e 2º do art. 389 da CLT e que sejam 
observadas as disposiçõesda Lei nº 14.457/22. 
Vencido o Ministro Aloysio Corrêa da Veiga. TST-E-RR-
1686- 10.2012.5.09.0041, SBDI-I, rel. Min. Cláudio 
Mascarenhas Brandão, julgado em 24/11/2022. 
 
21. Efeitos do contrato de emprego: direitos, deveres e obrigações 
das partes. Efeitos conexos do contrato: direitos intelectuais; 
invenções do empregado; indenizações por dano material, moral e 
estético; indenização por dano existencial. Os poderes do 
empregador no contrato de emprego: diretivo, regulamentar, 
fiscalizatório e disciplinar. 
#37 – Efeitos do contrato de trabalho 
 
 
 
Os efeitos próprios representam as obrigações do 
empregado e do empregador. 
A obrigação do empregador é de pagar o salário 
(obrigação de dar) e demais parcelas decorrentes do 
contrato, como o Fundo de Garantia do Tempo de 
Serviço – FGTS. Além disso, cabe também ao 
empregador registrar o empregado e preencher as 
informações devidas na Carteira de Trabalho e 
Previdência Social – CTPS (obrigação de fazer). 
A obrigação do empregado, por sua vez, é a 
obrigação de fazer: dispor de suas energias, prestar 
os serviços exigidos pelo empregador. Em 
decorrência do contrato de trabalho cabem, também, 
obrigações de conduta, como ser pontual e assíduo. 
O último efeito próprio do contrato de trabalho é o 
poder empregatício, por meio do qual o 
empregador coordena, dirige e fiscaliza a realização 
dos serviços prestados pelos seus empregados. 
Já os efeitos conexos podem ser definidos, por 
exclusão, como efeitos acessórios, que não se 
constituem em efeitos inerentes ao contrato. 
#38 – Poderes do empregador 
Poder Diretivo (ou poder organizativo ou de 
comando): se consubstancia nas prerrogativas 
inerentes ao empregador, que, utilizando-se de sua 
condição, estabelece os horários de trabalho, os 
horários de intervalos, o local de prestação dos 
serviços e a organização do trabalho em si (o modo 
operatório, divisão das tarefas etc). 
Poder Regulamentar: é o poder que o 
empregador possui para fixar regras que devem ser 
seguidas pelos empregados da empresa. Citam-se 
como exemplos a elaboração de regimento interno 
da empresa e, também, a emissão de ordens de 
serviço sobre segurança e saúde no trabalho. 
Poder Fiscalizatório (ou poder de controle): 
efetiva-se verificando o cumprimento, pelos 
empregados, das tarefas a eles atribuídas, dos 
horários determinados, utilização dos equipamentos 
de proteção individual (EPI) distribuídos, 
cumprimento das ordens de serviço emitidas, etc. 
Cuidado! É importante destacar que não se pode 
aplicar o poder fiscalizatório (assim como os demais) 
de forma desmesurada: 
Monitoramento de e-mail pessoal: 
diferentemente do monitoramento do e-mail 
corporativo, o TST não admite a fiscalização patronal 
sobre o e-mail privado do empregado – em geral, 
contas do gmail, yahoo etc. 
Revista íntima de empregada: trata-se de outra 
conduta não admitida sob o pretexto de fiscalização, 
vedada por lei: 
Submeter empregado ao polígrafo (detector 
de mentiras): trata-se também de exercício abusivo 
do poder fiscalizatório do empregador, combatido 
pela jurisprudência do TST. 
Poder Disciplinar: está relacionado à 
possibilidade de o empregador aplicar sanções aos 
empregados que descumpram obrigações 
decorrentes do contrato de trabalho. Nos casos em 
que o empregado cometa falta, e de acordo com a 
gravidade, existência de dolo ou culpa, etc. é possível 
a aplicação de advertência, suspensão (até 30 dias) e 
demissão por justa causa. 
 
22. Duração do trabalho. Fundamentos e objetivos. Jornada de 
trabalho e horário de trabalho. Trabalho extraordinário. Tempo à 
disposição do empregador. Sobreaviso. Prontidão. Formas de 
controle da jornada. Trabalho extraordinário. Acordo de 
prorrogação e acordo de compensação de horas. Banco de horas. 
Horas in itinere. Empregados excluídos do direito a horas extras: 
hipóteses jurídicas; variações fáticas e jurídicas; situações excetivas. 
Jornadas especiais de trabalho de categorias profissionais. O 
bancário e sua função de confiança e influência na jornada. 
Trabalho em regime de revezamento e em regime de tempo 
parcial. Tratamentos jurídicos conferidos ao trabalho externo, ao 
trabalho em domicílio e ao teletrabalho. 
#39 – Tempo à disposição do empregador 
Em diversas circunstâncias, pelos mais 
variados motivos, o empregado 
permanece no centro de trabalho, mas 
não pode realizar suas tarefas. Nestes 
períodos o empregado não trabalha, mas 
permanece à disposição do empregador e, portanto, 
os períodos devem ser incluídos na jornada de 
trabalho. 
SUM-118 JORNADA DE TRABALHO. HORAS 
EXTRAS: Os intervalos concedidos pelo empregador 
na jornada de trabalho, não previstos em lei, 
representam tempo à disposição da empresa, 
remunerados como serviço extraordinário, se 
acrescidos ao final da jornada. 
 
Quando o empregado, por escolha própria, buscar 
proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias 
públicas ou más condições climáticas, bem como 
adentrar ou permanecer nas dependências da 
empresa para exercer atividades particulares, 
entre outras:
•I - práticas religiosas;
•II - descanso;
•III - lazer;
•IV - estudo;
•V - alimentação;
•VI - atividades de relacionamento social;
•VII - higiene pessoal;
•VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver 
obrigatoriedade de realizar a troca na empresa.
 
 
 
Tempo in itinere 
A CLT, após a Lei 13.467/2017, não mais prevê o 
cômputo do tempo de deslocamento. Portanto, foi 
extinta a hora in itinere, qualquer que seja a 
situação. 
#40 - Sobreaviso 
Considera-se de "sobre-aviso" o empregado efetivo, 
que permanecer em sua própria casa, aguardando a 
qualquer momento o chamado para o serviço. 
Cada escala de "sobreaviso" será, no máximo, de 
vinte e quatro horas, e as horas de "sobre-aviso", 
para todos os efeitos, serão contadas à razão de 1/3 
(um terço) do salário normal. 
Jurisprudência importante! 
SUM-428 SOBREAVISO. APLICAÇÃO 
ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA CLT 
I - O uso de instrumentos telemáticos ou 
informatizados fornecidos pela empresa ao 
empregado, por si só, não caracteriza 
regime de sobreaviso. 
II – Considera-se em sobreaviso o empregado que, à 
distância e submetido a controle patronal por 
instrumentos telemáticos ou informatizados, 
permanecer em regime de plantão ou equivalente, 
aguardando a qualquer momento o chamado para o 
serviço durante o período de descanso. 
#41 - Prontidão 
Considera-se de "prontidão" o empregado que ficar 
nas dependências da estrada, aguardando ordens. 
A escala de prontidão será, no máximo, de doze 
horas e as horas de prontidão serão, para todos os 
efeitos, contadas à razão de 2/3 (dois terços) do 
salário-hora normal. 
#42 – Modalidades de jornada de trabalho 
Jornada padrão (normal) de trabalho: é de 8 
horas por dia, com fundamento na atual Constituição 
Federal 
Turnos ininterruptos de revezamento: Para 
caracterização do turno ininterrupto de revezamento, 
além da jornada de 06 horas, é imprescindível que 
haja significativa alternância de horários de trabalho 
compreendendo dia e noite. 
Jurisprudência importante! 
OJ-SDI1-275 TURNO ININTERRUPTO DE 
REVEZAMENTO. HORISTA. HORAS 
EXTRAS E ADICIONAL. DEVIDOS. 
Inexistindo instrumento coletivo fixando 
jornada diversa, o empregado horista 
submetido a turno ininterrupto de revezamento faz jus 
ao pagamento das horas extraordinárias laboradas 
além da 6ª, bem como ao respectivo adicional. 
Bancários: a duração normal do trabalho dos 
empregados em bancos, casas bancárias e Caixa 
Econômica Federal será de 6 (seis) horas contínuas 
nos dias úteis, com exceção dos sábados, perfazendo 
um total de 30 (trinta) horas de trabalho por semana, 
ficando compreendida entre 7 e 22 horas, 
assegurando-se ao empregado, no horário diário, um 
intervalo de 15 (quinze) minutos para alimentação. 
Trabalhadores em minas de subsolo: a duração 
normal do trabalho efetivo para os empregados em 
minas no subsolo não excederá de 6 (seis) horas 
diáriasou de 36 (trinta e seis) semanais. 
Tripulantes de embarcações: entre as horas 0 e 
24 de cada dia civil, o tripulante poderá ser 
conservado em seu posto durante 8 (oito) horas, quer 
de modo contínuo, quer de modo intermitente. 
#43 – Jornada extraordinária 
Também conhecida como sobrejornada ou horas 
extraordinárias, é o lapso temporal em que o 
empregado permanece laborando após sua jornada 
padrão (jornada normal). 
#44 – Acordo de prorrogação de jornada 
Além de prever a duração normal do trabalho (regra 
geral) de 08 horas diárias e 44 horas semanais, a CLT 
prevê a possibilidade de compensação, que ocorre 
quando o empregado trabalha algumas horas a mais 
em um (ou mais) dia(s) e menos em outro(s). 
É lícito o regime de compensação de jornada 
estabelecido por acordo individual, tácito ou 
escrito, para a compensação no mesmo mês. 
#45 – Banco de horas 
Outra possibilidade de compensação de jornada é o 
banco de horas, na qual a compensação extrapola o 
período de um mês. 
O banco de horas semestral pode ser estabelecido 
por meio de acordo individual escrito. Já em relação 
ao banco de horas anual, por força do disposto no §2º 
do art. 59, a CLT exige o ajuste mediante negociação 
coletiva. 
#46 – Compensação 12 X 36 horas 
CLT, art. 59-A: Em exceção ao disposto no art. 59 desta 
Consolidação, é facultado às partes, mediante acordo 
individual escrito, convenção coletiva ou acordo 
coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho 
de doze horas seguidas por trinta e seis horas 
ininterruptas de descanso, observados ou indenizados 
os intervalos para repouso e alimentação. 
Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada 
pelo horário previsto no caput deste artigo [12x36] 
abrange os pagamentos devidos pelo descanso 
semanal remunerado e pelo descanso em feriados, 
e serão considerados compensados os feriados e as 
prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de 
 
 
 
que tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73 desta 
Consolidação. 
 
23. Períodos de descanso. Repousos intrajornada e interjornada. 
Repouso semanal e em feriados. Remuneração simples e dobrada. 
Descanso anual: férias individuais e coletivas. Remuneração das 
férias. Regras aplicáveis às férias. 
#47 – Intervalo intrajornada 
Concedido durante a jornada, para descanso e 
alimentação. 
Jornada Intervalo 
Igual ou menor de 4 
horas 
Não há obrigatoriedade 
de intervalo 
Maior que 4 e igual 
ou menor que 6 horas 
15 minutos 
Superior a 06 horas 1 a 2 horas 
Superior a 06 horas 
Superior a 2 horas 
somente se houver 
acordo escrito ou 
previsão em 
negociação coletiva 
Superior a 06 horas 
Inferior a 1 hora, 
somente se: 
negociação coletiva 
(mínimo de 30 min); ou 
houver autorização do 
MTb; ou doméstico 
(acordo escrito); ou 
motorista (negociação 
coletiva 
A não concessão ou a concessão parcial do intervalo 
intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a 
empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, 
de natureza indenizatória, apenas do período 
suprimido, com acréscimo de 50% sobre o valor da 
remuneração da hora normal de trabalho. 
#48 – Intervalos intrajornada especiais 
Interior das câmaras 
frigoríficas (ou 
ambiente 
artificialmente frio) 
20min de descanso 
para cada 1:40 de 
trabalho contínuo 
Digitador e serviços 
de mecanografia 
(datilografia, 
10min de descanso 
para cada 90min de 
trabalho 
escrituração ou 
cálculo) 
Serviços de telefonia, 
radiotelefonia e 
radiotelegrafia - 
variáveis 
20min de descanso 
para cada 3hs de 
trabalho contínuo 
Minas de subsolo 15min de descanso 
para cada 3hs 
consecutivas de 
trabalho 
#49 – Intervalo interjornadas 
É o espaço de tempo entre duas jornadas de trabalho, 
que não pode ser menor que 11 (onze) horas, como 
regra geral. 
Jurisprudência importante! 
OJ-SDI1-355 INTERVALO 
INTERJORNADAS. INOBSERVÂNCIA. 
HORAS EXTRAS. PERÍODO PAGO COMO 
SOBREJORNADA. ART. 66 DA CLT. 
APLICAÇÃO ANALÓGICA DO § 4º DO 
ART. 71 DA CLT. O desrespeito ao intervalo mínimo 
interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por 
analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º do art. 
71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST34, devendo-se 
pagar a integralidade das horas que foram 
subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo 
adicional. 
#50 – Controle de jornada 
A regra geral é que haja controle da jornadanos 
termos do artigo 74 da CLT, visto que este controle 
ocorre em benefício do empregado, com o fito de 
fazer com que sejam respeitados os limites máximos 
das jornadas laborais. 
Para os estabelecimentos com mais de 
20 (vinte) trabalhadores será 
obrigatória a anotação da hora de 
entrada e de saída, em registro manual, 
mecânico ou eletrônico, conforme 
instruções expedidas pela Secretaria 
Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da 
Economia, permitida a pré-assinalação do período de 
repouso (CLT, art. 74, §2º). 
Jurisprudência importante! 
SUM-338 JORNADA DE TRABALHO. 
REGISTRO. ÔNUS DA PROVA 
I - É ônus do empregador que conta com 
mais de 10 (dez) empregados [já que a 
súmula foi aprovada antes da alteração no 
art. 74, §2º, pela Lei 13.874/2019] o registro da 
jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. 
A não-apresentação injustificada dos controles de 
frequência gera presunção relativa de veracidade da 
 
 
 
jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova 
em contrário. 
II - A presunção de veracidade da jornada de 
trabalho, ainda que prevista em instrumento 
normativo, pode ser elidida por prova em contrário. 
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de 
entrada e saída uniformes são inválidos como meio 
de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às 
horas extras, que passa a ser do empregador, 
prevalecendo a jornada da inicial se dele não se 
desincumbir. 
Jornada não controlada 
Trabalhadores externos: No caso dos 
trabalhadores que exercem atividade externa 
incompatível com a fixação de horário de trabalho 
(inciso I) é de se notar que tal conceito alberga novas 
formas de prestação laboral que têm surgido – e se 
ampliado – na atualidade em face das inovações 
tecnológicas. 
Gerentes: em relação ao os gerentes (exercentes 
de cargos de gestão), eles somente serão excluídos 
do controle de jornada caso recebam uma 
gratificação igual ou superior a 40% do salário do 
cargo efetivo. Assim, caso recebam tal gratificação, os 
exercentes de cargo de gestão não terão direito a 
receber horas extras etc. 
Teletrabalhadores: Por fim, os teletrabalhadores 
(inciso III), embora não sejam considerados 
trabalhadores externos, foram também excluídos do 
controle de jornada pela reforma trabalhista, caso 
prestem serviço por produção ou tarefa. 
 
24. Remuneração e salário: conceito e distinções. Gorjetas. 
Classificação do salário. Composição do salário. Modalidades de 
salário. Salário básico. Abonos. Adicionais. Gratificação. Comissões. 
Prêmios. 13º salário. Parcelas não salariais. Diárias. Ajuda de custo. 
Salário e indenização. Salário in natura e utilidades não salariais. 
Parcelas peculiares do contrato de atleta profissional. Participação 
nos lucros e resultados. 
#51 - Salário 
Entende-se como salário o conjunto das parcelas que 
o empregado recebe diretamente do empregador (é 
a contraprestação pelo trabalho prestado). 
No conceito de salário se incluem, além do valor pago 
em dinheiro, também as parcelas in natura. 
#52 – Remuneração 
A remuneração, diferente do salário, também 
compreende as gorjetas que são pagas 
pelos clientes. 
Jurisprudência importante! 
SUM-354 GORJETAS. NATUREZA 
JURÍDICA. REPERCUSSÕES. As gorjetas, 
cobradas pelo empregador na nota de serviço ou 
oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram 
a remuneração do empregado, não servindo de base 
de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional 
noturno, horas extras e repouso semanal remunerado. 
#53 – Características do salário 
Caráter alimentar: o salário é a fonte de 
subsistência do trabalhador, do qual eledepende 
para prover o próprio sustento (e o de sua família), e 
por este motivo recebe proteções legais que o tornam 
impenhorável e irredutível. 
Caráter forfetário: o salário do empregado não 
depende do resultado da atividade empresarial, ou 
seja, o salário é definido de forma prévia. Mesmo que 
o empreendimento do empregador resulte em 
prejuízo, o salário deve ser pago, pois o risco do 
negócio é do empregador. 
Natureza composta: o salário pode ser 
composto de salário base e outras parcelas 
(adicionais, gratificações legais etc), constituindo um 
complexo salarial. 
Indisponibilidade: Por esta característica não se 
admite a renúncia ou transação de verbas salariais que 
sejam prejudiciais ao obreiro. 
Periodicidade: Como o salário é contraprestação 
a cargo do empregador, diz-se que o salário é de trato 
sucessivo, devendo ser pago na periodicidade 
acordada (mensalmente, quinzenalmente, etc.). 
Pós-numeração: Em regra, o salário é pago após 
o empregado ter prestado os serviços do período 
correspondente (exemplo: o empregado labora 
durante o mês e recebe o respectivo pagamento até 
o 5º dia útil do mês subsequente). Existem exceções, 
como os abonos (adiantamentos salariais) e as 
utilidades (alimentação, moradia, etc.) que são 
recebidas antes de se findar o período 
correspondente. 
Tendência à determinação heterônoma: o 
salário fixa-se, usualmente, mediante o exercício da 
vontade unilateral ou bilateral das partes contratantes, 
mas sob o concurso interventivo de certa vontade 
externa, manifestada por regra jurídica. Esta vontade 
externa pode originar-se de norma heterônoma 
estatal, como verificado com o salário mínimo, ou em 
contextos de regulação de escalas móveis de salário 
fixadas por lei. 
#54 – Parcelas salariais 
O salário é pago com intuito retributivo aos serviços 
prestados. A parcela, sendo considerada salarial, irá 
repercutir em outras verbas relacionadas ao contrato 
de trabalho, este efeito possui denominação de efeito 
expansionista circular. 
O salário básico (ou salário base) é o valor fixo 
que geralmente é estipulado como a contraprestação 
pecuniária a ser paga mensalmente ao empregado. 
 
 
 
O adicional de insalubridade é devido quando 
o empregado ficar exposto a algum agente 
insalubre(ruído contínuo, ruído intermitente, calor, 
radiações, etc.) acima dos limites de tolerância, 
conforme normatizado pelo então Ministério do 
Trabalho. 
O adicional de periculosidade é devido quando 
haja contato permanente com inflamáveis, explosivos 
ou energia elétrica e também roubos ou outras 
espécies de violência física nas atividades 
profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. 
Jurisprudência importante! 
SUM-364 ADICIONAL DE 
PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO 
EVENTUAL, PERMANENTE E 
INTERMITENTE. Tem direito ao adicional de 
periculosidade o empregado exposto 
permanentemente ou que, de forma intermitente, 
sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, 
quando o contato dá-se de forma eventual, assim 
considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá se 
por tempo extremamente reduzido. 
O adicional de transferência tem lugar nos 
casos em que o empregador transfere o empregado 
provisoriamente para outra localidade, em caso de 
necessidade de serviço, mas, nesse caso, ficando 
obrigado a um pagamento suplementar, nunca 
inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários 
que o empregado percebia naquela localidade, 
enquanto durar essa situação. 
Gratificações legais: consistem em parcelas 
contraprestativas pagas pelo empregador ao 
empregado em decorrência de um evento ou 
circunstância tida com relevante pelo empregador 
(gratificações convencionais) ou por norma jurídica 
(gratificações normativas). 
#55 – Parcelas não salariais 
Precisamos visualizar que seu pagamento não 
decorre de contraprestação pelos serviços prestados: 
elas serão, geralmente, ressarcimentos, reembolsos 
em virtude de despesas em que o empregado 
incorreu para exercer sua função. 
A ajuda de custo é valor pago ao empregado a 
título de indenização de despesas em que este 
incorreu para a execução do contrato de trabalho. 
As diárias para viagens representam 
indenização ao empregado que incorreu em 
despesas nas viagens a serviço. 
A participação nos lucros, ou resultados, 
desvinculada da remuneração. 
As gueltas, assim com as gorjetas, são parcelas 
pagas por terceiros, oferecidas aos empregados para 
que estes vendam produtos de determinado 
fornecedor. 
Abono era então conceituado como antecipação 
salarial concedida ao empregado, que recebe 
adiantamento de parte do salário de seu empregador. 
Com a reforma trabalhista, retirou-se a natureza 
salarial dos abonos, de sorte que atualmente não há 
consenso quanto à definição dos abonos. 
Os prêmios, liberalidades concedidas pelo 
empregador em decorrência de bom desempenho 
do empregado. 
 
25. Formas e meios de pagamento do salário. Aumentos e 
reajustes. Proteção ao salário. Isonomia constitucional e legal e o 
princípio da igualdade de salário. Equiparação salarial. Desvio de 
função. Acúmulo de função. Proteções antidiscriminatórias. Salário-
substituição. Trabalho terceirizado. 
#56 – Descontos salariais 
CLT, art. 462- Ao empregador é vedado efetuar 
qualquer desconto nos salários do empregado, salvo 
quando este resultar de adiantamentos, de 
dispositivos de lei ou de contrato coletivo. 
§ 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o 
desconto será lícito, desde que esta possibilidade 
tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do 
empregado. 
#57 – Requisitos da equiparação salarial 
Identidade de função: A equiparação salarial só 
é possível se o empregado e o paradigma exercerem 
a mesma função, desempenhando as mesmas tarefas, 
não importando se os cargos têm, ou não, a mesma 
denominação. 
Identidade de empregador e de 
estabelecimento: Para que se possa falar em 
equiparação salarial a lei exige que o serviço seja 
prestado ao mesmo empregador. Além disso, após a 
reforma trabalhista, passou-se a exigir também que os 
empregados (equiparando e paradigma) trabalhem 
no mesmo estabelecimento. 
Igual produtividade e perfeição técnica: A 
produtividade se relaciona ao aspecto quantitativo, e 
a perfeição ao aspecto qualitativo do trabalho. 
Diferença de tempo de função não superior a 2 
anos: a viabilização da pretensão equiparatória 
também possui previsão legal de limite temporal. 
Diferença de tempo de emprego não superior 
a 4 anos. 
Contemporaneidade no exercício da função: 
para que seja possível a equiparação salarial, a CLT 
passou a exigir prestação laboral contemporânea 
entre equiparando e paradigma, sob pena de 
equiparar-se o salário de trabalhadores que 
laboraram em épocas totalmente distintas. 
 
 
 
Inexistência de quadro de carreira ou de plano 
de cargos e salários. 
 
26. Alteração do contrato de emprego. Princípios aplicáveis. 
Alteração unilateral e bilateral. Transferência do empregado. 
Adicional de transferência. Ajuda de custo. Remoção. Reversão. 
Promoção e rebaixamento. Alteração de horário de trabalho. 
Redução de remuneração. Readaptação profissional. Jus variandi. 
Direito de resistência do trabalhador. 
#58 – Princípios aplicáveis à alteração do contrato 
de emprego 
Princípio da inalterabilidade contratual lesiva 
CLT, art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só 
é lícita a alteração das respectivas condições por 
mútuo consentimento, e ainda assim desde que não 
resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao 
empregado, sob pena de nulidade da cláusula 
infringente desta garantia. 
Jus variandi 
“Em contraste com o princípio legal da 
imodificabilidade das condições de trabalho, a 
doutrina elaborou o princípio do jus variandi, que 
pode ser enunciado como o direito do empregador, 
em casos excepcionais, de alterar, por imposição e 
unilateralmente, as condições de trabalho de seus 
empregados. É desenvolvido pela doutrina italiana, 
como decorrência dopoder diretivo do empregador. 
O jus variandi fundamenta alterações relativas à 
função, ao salário e ao local da prestação dos 
serviços.” (Amauri Mascaro do Nascimento) 
Alteração subjetiva 
Refere-se a um dos sujeitos do contrato de trabalho, e 
neste aspecto o Direito do Trabalho diferencia-se do 
Direito Civil, pois na seara trabalhista somente é 
admitida a alteração do empregador. 
Alterações objetivas 
Podem ser agrupadas em alterações qualitativas, 
quantitativas e circunstanciais, de que são exemplos a 
alteração de função, de salário e de local de trabalho, 
respectivamente. 
Não se considera alteração unilateral a 
determinação do empregador para que 
o respectivo empregado reverta ao 
cargo efetivo, anteriormente ocupado, 
deixando o exercício de função de 
confiança, não assegurando o direito à 
manutenção do pagamento de gratificação (CLT, art. 
468, §1º e 2º). 
Readaptação Alteração de função do 
empregado por motivo 
de deficiência física ou 
mental atestada pelo 
órgão competente da 
previdência social (CLT, 
ART. 461, § 4º). 
Alteração Lícita 
Reversão Retorno ao cargo 
efetivo após ser 
destituído do cargo em 
comissão (CLT, art. 468, 
§ 1º). É prejudicial ao 
empregado, mas a lei 
considera como 
alteração lícita. 
Rebaixamento Retorno de empregado 
a função anteriormente 
ocupada 
(hierarquicamente 
inferior, ou com padrão 
remuneratório mais 
baixo) com finalidade 
punitiva. É alteração 
contratual ilícita. 
Retrocessão Retorno do empregado 
a cargo efetivo 
anteriormente ocupado. 
Alteração contratual 
ilícita. 
 
Jurisprudência importante! 
SUM-291 HORAS EXTRAS. 
HABITUALIDADE. SUPRESSÃO. 
INDENIZAÇÃO. A supressão total ou 
parcial, pelo empregador, de serviço 
suplementar prestado com habitualidade, 
durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao 
empregado o direito à indenização correspondente 
ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total ou 
parcialmente, para cada ano ou fração igual ou 
superior a seis meses de prestação de serviço acima 
da jornada normal. O cálculo observará a média das 
horas suplementares nos últimos 12 (doze) meses 
anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora 
extra do dia da supressão. 
 
OJ-SDI1-159 DATA DE PAGAMENTO. SALÁRIOS. 
ALTERAÇÃO. Diante da inexistência de previsão 
expressa em contrato ou em instrumento normativo, a 
alteração de data de pagamento pelo empregador 
não viola o art. 468, desde que observado o 
parágrafo único, do art. 459, ambos da CLT. 
 
 
 
 
27. Interrupção e suspensão do contrato de trabalho: conceito, 
caracterização e distinções. Situações tipificadas e controvertidas. 
#59 – Interrupção do contrato de trabalho 
O empregador continua obrigado pela legislação a 
pagar os salários decorrentes do contrato de trabalho 
e o período de interrupção contratual é, em regra, 
contado como tempo de serviço. 
Hipóteses de interrupção: 
Férias 
Descanso semanal remunerado - DSR 
Feriados 
Intervalos remunerados 
Faltas justificadas 
Afastamento previdenciário por doença ou 
acidente ≤ 15 dias 
Convocação da Justiça Eleitoral 
Lockout (locaute) 
Representações no Conselho Curador do FGTS e 
CNPS 
Participação em Comissão de Conciliação Prévia 
Licença-maternidade 
Redução da jornada no curso do aviso prévio 
Aborto comprovado por atestado médico oficial 
Causas do artigo 473 da CLT: 
I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de 
falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, 
irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de 
trabalho e previdência social [CTPS], viva sob sua 
dependência econômica. 
II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de 
casamento; 
IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, 
em caso de doação voluntária de sangue devidamente 
comprovada; 
V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de 
se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva. 
VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as 
exigências do Serviço Militar referidas na letra "c" do 
art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei 
do Serviço Militar). 
VII - nos dias em que estiver comprovadamente 
realizando provas de exame vestibular para ingresso 
em estabelecimento de ensino superior. 
VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver 
que comparecer a juízo. 
IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na 
qualidade de representante de entidade sindical, 
estiver participando de reunião oficial de organismo 
internacional do qual o Brasil seja membro. 
X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas 
médicas e exames complementares durante o período 
de gravidez de sua esposa ou companheira; 
XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de 
até 6 (seis) anos em consulta médica. 
XII - até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) meses de 
trabalho, em caso de realização de exames 
preventivos de câncer devidamente comprovada. 
#60 – Suspensão do contrato de trabalho 
O empregador não continua obrigado pela 
legislação a pagar os salários decorrentes do 
contrato de trabalho e o período de interrupção 
contratual não é, em regra, contado como tempo de 
serviço. 
Hipóteses de suspensão: 
Faltas não justificadas 
Intervalos não remunerados 
Greve 
Afastamento previdenciário por doença ou 
acidente > 15 dias 
Aposentadoria por invalidez 
Suspensão disciplinar 
Prisão provisória 
Afastamento para inquérito de apuração de falta 
grave 
Afastamento para participação em curso ou 
programa de qualificação 
Empregado eleito para direção de empresa 
Empregado eleito para representação 
profissional ou sindical 
Serviço militar obrigatório 
Violência doméstica contra a empregada 
Jurisprudência importante! 
Segundo o STJ: Cabe ao empregador o 
pagamento dos quinze primeiros dias de 
afastamento da empregada vítima de 
violência doméstica e familiar e fica a cargo 
do INSS o pagamento do restante do 
período de afastamento estabelecido pelo juiz, com 
necessidade de apresentação de atestado que 
confirme estar a ofendida incapacitada para o trabalho 
e desde que haja aprovação do afastamento pela 
perícia do INSS, por incidência do auxílio-doença, 
aplicado ao caso por meio de interpretação analógica 
(REsp 1.757.775). 
 
 
 
 
28. Término do contrato de emprego: causas e classificação. 
Rescisão unilateral pelo empregado ou pelo empregador; rescisão 
com e sem justa causa; natureza jurídica; limites. Aposentadoria. 
Força maior. Factum principis. Morte. Culpa recíproca. Rescisão 
indireta. Princípios. Espécies. Dispensa coletiva. Outras 
modalidades de extinção contratual. 
#61 – Dispensa sem justa causa 
A demissão sem justa causa, juntamente com o 
pedido de demissão, é caso de extinção voluntária 
imotivada do contrato de trabalho. 
Como a dispensa sem justa causa confronta o 
princípio da continuidade da relação de emprego o 
empregado demitido faz jus a saldo de salário (dias 
trabalhados no mês da saída), férias (inclusive 
proporcionais), 13º salário (proporcional), 
indenização do FGTS (multa rescisória de 40%) e 
requerimento de Seguro-Desemprego. 
#62 – Pedido de demissão 
O empregado tem o direito de pôr fim ao pacto 
empregatício sem que seja necessário motivo para 
tanto, e esta decisão configura o pedido de demissão. 
Nesta modalidade de extinção do contrato o 
empregado fará jus a saldo de salário (dias 
trabalhados no mês da saída), férias (inclusive 
proporcionais) e 13º salário (proporcional). 
 
#63 – Dispensa com justa causa 
Na dispensa com justa causa, também conhecida 
como despedida motivada por justa causa obreira, 
dispensa por justa causa ou simplesmente justa 
causa, o empregado praticou conduta tipificada pela 
CLT como motivadora de sua demissão. 
Nesta hipótese, serão devidas ao empregado apenas 
o saldo de salário e as férias, exceto se proporcionais. 
Requisitos da justa causa 
Objetivos Subjetivos Circunstanciais 
Tipicidade 
(deve haver 
prévia 
tipificação da 
conduta) 
Autoria 
Nexocausal entre 
a falta e a 
penalidade 
Gravidade (a 
infração do 
obreiro deve 
afetar 
francamente 
o contrato 
de trabalho) 
Dolo ou 
culpa no ato 
faltoso (o 
que inclui a 
imprudência, 
imperícia e 
negligência) 
Proporcionalidade 
(adequação entre 
a falta e a 
penalidade) 
 
Imediaticidade da 
punição 
(aplicação da 
penalidade tão 
logo se tome 
conhecimento da 
ação ou omissão) 
 
Singularidade da 
punição (ausência 
de dupla punição 
pela mesma falta) 
 
Ausência de 
discriminação 
 
Caráter 
pedagógico do 
exercício do 
poder disciplinar. 
Rol de condutas que constituem justa causa – 
Art. 482 da CLT 
Ato de improbidade: conduta faltosa do 
empregado que age de modo contrário à lei. 
Incontinência de conduta ou mau 
procedimento: A diferença entre as expressões é que 
incontinência de conduta se relaciona a 
comportamento incompatível com a moral sexual, 
enquanto o mau procedimento atinge as outras 
dimensões da moral (que não a sexual). 
Negociação habitual por conta própria ou alheia 
sem permissão do empregador, e quando constituir 
ato de concorrência à empresa para a qual trabalha 
o empregado, ou for prejudicial ao serviço. 
Condenação criminal do empregado, passada 
em julgado, caso não tenha havido suspensão da 
execução da pena. 
Desídia no desempenho das respectivas funções: 
é a falta culposa, e não dolosa, ligada à negligência. 
Embriaguez habitual ou em serviço. 
Violação de segredo da empresa: o empregado, 
indevidamente, repassa a terceiros, informações 
confidenciais da empresa. 
Ato de indisciplina ou de insubordinação: o 
primeiro se relaciona ao descumprimento de ordens 
gerais, enquanto o segundo diz respeito ao 
descumprimento de ordens individuais. 
Abandono de emprego: pode ser caracterizado 
como “o decurso de um período determinado de 
ausência ao serviço (elemento objetivo) e a intenção 
manifesta do empregado em romper o contrato 
(elemento subjetivo)”. 
 
 
 
Ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no 
serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, 
nas mesmas condições, salvo em caso de legítima 
defesa, própria ou de outrem. 
Ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas 
físicas praticadas contra o empregador e superiores 
hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, 
própria ou de outrem. 
Prática constante de jogos de azar: exige a 
habitualidade da prática dos jogos de azar (apostas 
em corridas de cavalos, jogos de cartas, jogo do 
bicho, etc.) durante o horário de trabalho. 
Perda da habilitação ou dos requisitos 
estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em 
decorrência de conduta dolosa do empregado. 
#64 – Rescisão indireta 
Na extinção do contrato de trabalho chamada de 
rescisão indireta o empregador é que comete falta 
grave, sendo esta modalidade reconhecida na Justiça 
do Trabalho. Desta forma, percebam que o 
empregado deve entrar com ação na Justiça contra o 
empregador, e é o Poder Judiciário que decidirá 
sobre o cabimento da rescisão indireta. 
Rol de condutas que autorizam a rescisão 
indireta – Art. 483 da CLT 
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, 
defesos por lei, contrários aos bons costumes, ou 
alheios ao contrato; 
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores 
hierárquicos com rigor excessivo; 
c) correr perigo manifesto de mal considerável; 
d) não cumprir o empregador as obrigações do 
contrato; 
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele 
ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa 
fama; 
f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no 
fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria 
ou de outrem; 
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este 
por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a 
importância dos salários. 
§ 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos 
serviços ou rescindir o contrato, quando tiver de 
desempenhar obrigações legais, incompatíveis com a 
continuação do serviço. 
§ 2º - No caso de morte do empregador constituído em 
empresa individual, é facultado ao empregado 
rescindir o contrato de trabalho. 
§ 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o 
empregado pleitear a rescisão de seu contrato de 
trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, 
permanecendo ou não no serviço até final decisão do 
processo. 
#65 – Rescisão por culpa recíproca 
A extinção do contrato de trabalho por culpa 
recíproca ocorre quando tanto empregador quanto 
empregado dão causa à extinção do contrato, ou seja, 
ambas as partes praticam condutas ensejadoras da 
rescisão. 
Como a culpa recíproca subentende culpa de ambas 
as partes, a Lei do FGTS prevê indenização de apenas 
metade do valor devido no caso de demissão sem 
justa causa, ainda o empregado tem direito a 50% 
(cinqüenta por cento) do valor do aviso prévio, do 
décimo terceiro salário e das férias proporcionais, mas 
não há direito ao seguro-desemprego. 
#66 – Rescisão por acordo 
A CLT, após a Lei 13.467, de julho de 2017, passou a 
prever uma nova modalidade de término do contrato 
de trabalho: rescisão do contrato de trabalho de 
comum acordo entre empregado e empregador, o 
chamado “distrato”. 
Quanto às verbas rescisórias devidas, há pagamento 
de metade do aviso prévio, se indenizado, e da multa 
compensatória do FGTS. Em relação a esta multa, 
como em geral ela é de 40%, metade dela resulta em 
uma multa de 20% na rescisão por acordo. As demais 
verbas (13º e férias, inclusive proporcionais) são 
devidas na integralidade 
Nesta modalidade o empregado não tem direito ao 
Seguro-Desemprego (já que o desemprego não é 
"involuntário"), mas pode sacar até 80% dos 
depósitos no FGTS. 
#67 – Fato do princípe (Factum principis) 
Consiste na paralisação do trabalho (temporária ou 
definitivamente), decorrente de uma 
determinação do poder público. 
Trata-se de uma espécie de força 
maior, em que há a presença da 
conduta estatal, impondo a 
paralisação das atividades da 
empresa, encontrando-se assim prevista na CLT: 
CLT, art. 486 - No caso de paralisação temporária ou 
definitiva do trabalho, motivada por ato de 
autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela 
promulgação de lei ou resolução que impossibilite a 
continuação da atividade, prevalecerá o pagamento 
da indenização, que ficará a cargo do governo 
responsável. 
 
29. Obrigações decorrentes da cessação do contrato de emprego. 
Indenização por tempo de serviço: conceito e fundamento jurídico. 
Indenização nos casos de contrato a termo. Aviso prévio. Multa do 
art. 477 da CLT. Procedimentos e direitos concernentes à cessação 
 
 
 
do contrato. Formalidades da rescisão do contrato. Situações de 
homologação rescisória. Quitação. Eficácia liberatória. 
#68 – Tríplice dimensão do aviso prévio 
 “Aviso-prévio quer dizer comunicação que a parte 
que quer rescindir o contrato sem justa causa deve 
fazer à outra. Significa, também, o período durante o 
qual, após essa comunicação, o empregado ainda 
ficará trabalhando na empresa. Tem o sentido, 
finalmente, de pagamento em dinheiro". (Amauri 
Mascaro) 
#69 – Redução da jornada em aviso prévio 
CLT, art. 488 - O horário normal de trabalho do 
empregado, durante o prazo do aviso, e se a rescisão 
tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido 
de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do salário 
integral. 
Parágrafo único - É facultado ao empregado trabalhar 
sem a redução das 2 (duas) horas diárias previstas 
neste artigo, caso em que poderá faltar ao serviço, sem 
prejuízo do salário integral, por 1 (um) dia, na hipótese 
do inciso l, e por 7 (sete) dias corridos, na hipótese 
do inciso II do art. 487 desta Consolidação. 
 
SUM-230 AVISO PRÉVIO. SUBSTITUIÇÃO PELO 
PAGAMENTO DAS HORAS REDUZIDAS DA JORNADA 
DE TRABALHO: É ilegal substituir o período que se 
reduz da jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo 
pagamento das horas correspondentes. 
#70 – Reconsideração do aviso 
Existe previsão legal de reconsideração do aviso, o 
que podeocorrer caso uma parte conceda 
aviso prévio à outra e, durante o período 
de aviso, esta mesma parte propõe manter 
o vínculo empregatício, mas à outra parte 
é facultado aceitar ou não a 
reconsideração. 
#71 – Natureza dos valores recebidos pelo aviso 
prévio 
A natureza dos valores recebidos decorre do fato de 
o aviso ser trabalhado ou indenizado. 
Sendo trabalhado (ou cumprido), o aviso prévio 
possui natureza salarial, já que se trata do simples 
recebimento do último período de trabalho. Assim, o 
aviso prévio trabalhado integra o cálculo das demais 
parcelas, quando couber. 
Por outro lado, se ele não for concedido pelo 
empregador, ele deverá ser indenizado, mas 
computa-se sua projeção para os cálculos rescisórios, 
como por exemplo, no cômputo das férias e décimo 
terceiro proporcional. 
#72 – Proporcionalidade do aviso prévio 
Lei 12.506/11, art. 1º. O aviso prévio, de que trata o 
Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do 
Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, 
de 1º de maio de 1943, será concedido na proporção 
de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 
(um) ano de serviço na mesma empresa. 
Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo 
serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço 
prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 
(sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 
(noventa) dias. 
A proporcionalidade, entretanto, se aplica a favor de 
empregado e empregador ou somente 
a favor do empregado? O tema é 
controverso, mas tem prevalecido o 
entendimento de que cabe a 
proporcionalidade do aviso somente 
quando este represente direito do 
empregado 
#73 – Procedimentos rescisórios 
Homologação da rescisão: Até a reforma 
trabalhista, havia necessidade de assistência na 
rescisão do contrato, em regra por parte do sindicato, 
em relação aos empregados com mais de 1 (um) ano 
de serviço. Assim, a rescisão somente era válida caso 
se desse perante o sindicato profissional, como regra 
geral. 
A reforma trabalhista extinguiu a exigência de 
homologação da rescisão junto ao sindicato da 
categoria para contratos com tempo de serviço 
superior a 1 ano. 
Forma de pagamento das verbas rescisórias: 
em dinheiro, depósito bancário ou cheque visado, 
conforme acordem as partes; ou em dinheiro ou 
depósito bancário quando o empregado for 
analfabeto. 
Prazo para pagamento das verbas rescisórias: 
A entrega ao empregado de documentos que 
comprovem a comunicação da extinção contratual 
aos órgãos competentes bem como o pagamento dos 
valores constantes do instrumento de rescisão ou 
recibo de quitação deverão ser efetuados até dez dias 
contados a partir do término do contrato. 
Caso o empregador descumpra o prazo legal ficará 
sujeito à multa prevista no artigo 477 da CLT, no 
importe de um salário do trabalhador. 
Jurisprudência importante! 
OJ 238. SDI-1. MULTA. ART. 477 DA CLT. 
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. 
APLICÁVEL. Submete-se à multa do artigo 
477 da CLT a pessoa jurídica de direito 
público que não observa o prazo para 
pagamento das verbas rescisórias, pois nivela-se a 
qualquer particular, em direitos e obrigações, 
 
 
 
despojando-se do "jus imperii" ao celebrar um 
contrato de emprego. 
Entrega do Termo de Rescisão do Contrato de 
Trabalho - TRCT: é o documento elaborado pelo 
empregador onde estão consignadas as informações 
necessárias para o procedimento rescisório. 
SUM-330 QUITAÇÃO. VALIDADE. A 
quitação passada pelo empregado, com 
assistência de entidade sindical de sua 
categoria [não mais obrigatória], ao 
empregador, com observância dos 
requisitos exigidos nos parágrafos do art. 
477 da CLT, tem eficácia liberatória em relação às 
parcelas expressamente consignadas no recibo, salvo 
se oposta ressalva expressa e especificada ao valor 
dado à parcela ou parcelas impugnadas. 
I - A quitação não abrange parcelas não consignadas 
no recibo de quitação e, conseqüentemente, seus 
reflexos em outras parcelas, ainda que estas constem 
desse recibo. 
II - Quanto a direitos que deveriam ter sido satisfeitos 
durante a vigência do contrato de trabalho, a quitação 
é válida em relação ao período expressamente 
consignado no recibo de quitação. 
 
30. Estabilidade e garantias provisórias de emprego: conceito, 
caracterização e distinções. Formas de estabilidade. Teoria da 
nulidade da despedida arbitrária. Renúncia à estabilidade. 
Homologação. Despedida de empregado estável. Efeitos da 
dispensa arbitrária ou sem justa causa: readmissão e reintegração. 
Indenizações decorrentes da rescisão. Despedida obstativa. 
Despedida discriminatória. 
#74 – Estabilidade decenal 
A Constituição Federal de 1988 tornou obrigatório o 
regime do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço 
(FGTS) para os empregados regidos pela CLT. 
Antes do FGTS ser obrigatório os empregados 
celetistas adquiriam a estabilidade decenal, ou seja, 
após 10 anos de serviços prestados à mesma empresa 
ele não poderia ser demitido sem justa causa. 
Este é, portanto, um tipo de estabilidade que somente 
foi alcançada pelos empregados celetistas que já 
possuíam mais de 10 anos de serviço na mesma 
empresa quando da promulgação da CF/88. Dado o 
lapso temporal já transcorrido, hoje são poucos os 
empregados nesta situação. 
#75 – Estabilidade da gestante 
A garantia de emprego da gestante encontra-se 
prevista no Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias – ADCT: 
ADCT, art. 10. Até que seja promulgada a lei 
complementar a que se refere o art. 7º, I, da 
Constituição: (...) 
II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: 
(...) 
b) da empregada gestante, desde a confirmação da 
gravidez até cinco meses após o parto 
Jurisprudência importante! 
OJ-SDC-30 ESTABILIDADE DA 
GESTANTE. RENÚNCIA OU TRANSAÇÃO 
DE DIREITOS CONSTITUCIONAIS. 
IMPOSSIBILIDADE. Nos termos do art. 10, 
II, "b", do ADCT, a proteção à maternidade 
foi erigida à hierarquia constitucional, pois retirou do 
âmbito do direito potestativo do empregador a 
possibilidade de despedir arbitrariamente a 
empregada em estado gravídico. Portanto, a teor do 
artigo 9º da CLT, torna-se nula de pleno direito a 
cláusula que estabelece a possibilidade de renúncia 
ou transação, pela gestante, das garantias referentes à 
manutenção do emprego e salário. 
O pedido de demissão da empregada não equivale 
à renúncia do direito à estabilidade, o que sequer 
seria admissível, mas sim à deliberada e consciente 
faculdade de não permanecer no trabalho (TST RR nº 
1000987-93.2018.5.02.0038.) 
 
#76 – Estabilidade dos membros eleitos da CIPA 
Esta garantia de emprego recai apenas sobre os 
empregados eleitos (representantes dos 
empregados), conforme definido no Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, 
desde o registro de sua candidatura até um ano após 
o final de seu mandato. 
SUM-339 CIPA. SUPLENTE. GARANTIA 
DE EMPREGO. CF/1988. I - O suplente da 
CIPA goza da garantia de emprego 
prevista no art. 10, II, "a", do ADCT a partir 
da promulgação da Constituição Federal 
de 1988.II - A estabilidade provisória do 
cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia 
para as atividades dos membros da CIPA, que 
somente tem razão de ser quando em atividade a 
empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a 
despedida arbitrária, sendo impossível a reintegração 
e indevida a indenização do período estabilitário. 
#77 – Estabilidade do empregado acidentado 
A estabilidade provisória do empregado acidentado 
está prevista no artigo 118 da Lei 8.213/91, nos 
seguintes termos: O segurado que sofreu acidente do 
trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze 
meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na 
empresa, após a cessação do auxílio-doença 
acidentário, independentemente de percepção de 
auxílio-acidente. 
 
 
 
SUM-378 ESTABILIDADE PROVISÓRIA. 
ACIDENTE DO TRABALHO. ART. 118 DA 
LEI Nº 8.213/1991. 
CONSTITUCIONALIDADE. 
PRESSUPOSTOS. 
I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 
8.213/1991 que assegurao direito à estabilidade 
provisória por período de 12 meses após a cessação 
do auxílio-doença ao empregado acidentado. 
II - São pressupostos para a concessão da estabilidade 
o afastamento superior a 15 dias e a conseqüente 
percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se 
constatada, após a despedida, doença profissional 
que guarde relação de causalidade com a execução 
do contrato de emprego. 
III – O empregado submetido a contrato de trabalho 
por tempo determinado goza da garantia provisória 
de emprego decorrente de acidente de trabalho 
prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/91. 
#78 – Dirigente sindical 
Os dirigentes sindicais têm garantida sua estabilidade 
pela própria Constituição Federal, que veda a 
dispensa do empregado sindicalizado a partir do 
registro da candidatura a cargo de direção ou 
representação sindical e, se eleito, ainda que 
suplente, até um ano após o final do mandato, salvo 
se cometer falta grave nos termos da lei. 
SUM-369 DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE 
PROVISÓRIA. 
I – É assegurada a estabilidade provisória ao 
empregado dirigente sindical, ainda que a 
comunicação do registro da candidatura ou da eleição 
e da posse seja realizada fora do prazo previsto no art. 
543, § 5º, da CLT, desde que a ciência ao empregador, 
por qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de 
trabalho. 
II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela 
Constituição Federal de 1988. Fica limitada, assim, a 
estabilidade a que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete 
dirigentes sindicais e igual número de suplentes. 
III - O empregado de categoria diferenciada eleito 
dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer 
na empresa atividade pertinente à categoria 
profissional do sindicato para o qual foi eleito 
dirigente. 
IV - Havendo extinção da atividade empresarial no 
âmbito da base territorial do sindicato, não há razão 
para subsistir a estabilidade. 
V - O registro da candidatura do empregado a cargo 
de dirigente sindical durante o período de aviso 
prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a 
estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do 
art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho. 
 
SUM-379 DIRIGENTE SINDICAL. DESPEDIDA. FALTA 
GRAVE. INQUÉRITO JUDICIAL. NECESSIDADE. O 
dirigente sindical somente poderá ser dispensado por 
falta grave mediante a apuração em inquérito 
judicial, inteligência dos arts. 494 e 543, §3º, da CLT. 
 
32. Prescrição e decadência no direito de trabalho, inclusive sobre 
parcelas não trabalhistas: regras aplicáveis. 
#79 – Prescrições bienal e quinquenal 
O prazo de prescrição para o empregado urbano ou 
rural propor ação na Justiça do Trabalho é de dois 
anos a contar da cessação do contrato de trabalho. 
Observado esse prazo, é possível o empregado 
postular os direitos relativos aos últimos cinco anos a 
contar do ajuizamento da ação. 
SUM-308 PRESCRIÇÃO 
QÜINQÜENAL. I. Respeitado o biênio 
subseqüente à cessação contratual, a 
prescrição da ação trabalhista concerne 
às pretensões imediatamente anteriores 
a cinco anos, contados da data do 
ajuizamento da reclamação e, não, às anteriores ao 
qüinqüênio da data da extinção do contrato. II. A 
norma constitucional que ampliou o prazo de 
prescrição da ação trabalhista para 5 (cinco) anos é de 
aplicação imediata e não atinge pretensões já 
alcançadas pela prescrição bienal quando da 
promulgação da CF/1988. 
#80 – Prescrição intercorrente 
“A prescrição intercorrente é a que ocorre no curso da 
execução, depois do trânsito em julgado. É o caso de 
o processo ficar parado na fase de execução por muito 
tempo. Não se trata de prescrição que deva ser 
alegada na fase de conhecimento, mas de prescrição 
ocorrida na fase de execução, posteriormente à 
sentença. A prescrição intercorrente visa evitar a 
perpetuação da execução” (Sérgio Pinto Martins) 
CLT. Art. 11-A. Ocorre a prescrição 
intercorrente no processo do trabalho no 
prazo de dois anos. 
§1º. A fluência do prazo prescricional 
intercorrente inicia-se quando o 
exequente deixa de cumprir 
determinação judicial no curso da execução. 
§2º. A declaração da prescrição intercorrente pode ser 
requerida ou declarada de ofício em qualquer grau 
de jurisdição. 
 
33. Saúde e higiene e Segurança do trabalho. Labor em 
circunstâncias agressoras à saúde e à segurança do empregado. 
Insalubridade e Periculosidade. A discriminação no contrato de 
trabalho e o meio ambiente do trabalho. Trabalho noturno. 
 
 
 
Promoção de meio ambiente saudável. Redução dos riscos 
inerentes ao trabalho. Obrigações patronais. 
#81 – Incumbências do órgão nacional competente 
em matéria de segurança e medicina do trabalho - 
- Art. 155 da CLT 
I - estabelecer, nos limites de sua competência, normas 
sobre a aplicação dos preceitos deste Capítulo, 
especialmente os referidos no art. 200; 
II - coordenar, orientar, controlar e supervisionar a 
fiscalização e as demais atividades relacionadas com a 
segurança e a medicina do trabalho em todo o 
território nacional, inclusive a Campanha Nacional de 
Prevenção de Acidentes do Trabalho; 
III - conhecer, em última instância, dos recursos, 
voluntários ou de ofício, das decisões proferidas pelos 
Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de 
segurança e medicina do trabalho. 
#82 – Competências das Delegacias Regionais do 
Trabalho – Aart. 156 da CLT 
I - promover a fiscalização do cumprimento das 
normas de segurança e medicina do trabalho; 
II - adotar as medidas que se tornem exigíveis, em 
virtude das disposições deste Capítulo, determinando 
as obras e reparos que, em qualquer local de trabalho, 
se façam necessárias; 
III - impor as penalidades cabíveis por 
descumprimento das normas constantes deste 
Capítulo, nos termos do art. 201. 
#83 – Competências das empresas – Art. 157 da CLT 
I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e 
medicina do trabalho; 
II - instruir os empregados, através de ordens de 
serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de 
evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; 
III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas 
pelo órgão regional competente; 
IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade 
competente. 
#84 – Competências dos empregados– Art. 158 da 
CLT 
I - observar as normas de segurança e medicina do 
trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II 
do artigo anterior; 
Il - colaborar com a empresa na aplicação dos 
dispositivos deste Capítulo; 
III - conhecer, em segunda e última instância, dos 
recursos voluntários ou de ofício, das decisões 
proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho em 
matéria de segurança e higiene do trabalho; 
Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado 
a recusa injustificada: 
a) à observância das instruções expedidas pelo 
empregador na forma do item II do artigo anterior; 
b) ao uso dos equipamentos de proteção individual 
fornecidos pela empresa. 
#85 – Atividades insalubres 
Serão consideradas atividades ou operações 
insalubres aquelas que, por sua natureza, condições 
ou métodos de trabalho, exponham os empregados a 
agentes nocivos à saúde, acima dos limites de 
tolerância fixados em razão da natureza e da 
intensidade do agente e do tempo de exposição aos 
seus. 
SÚMULA Nº 460 do STF: Para efeito do 
adicional de insalubridade, a perícia 
judicial, em reclamação trabalhista, não 
dispensa o enquadramento da atividade 
entre asinsalubres, que é ato da 
competência do Ministro do Trabalho e 
Previdência Social. 
Adicional Base de 
cálculo 
Alíquota 
Insalubridade Salário mínimo 10% - grau 
mínimo 
20% - grau 
médio 
40% - grau 
máximo 
Periculosidade Salário sem os 
acréscimos 
resultantes de 
gratificações, 
prêmios ou 
participações 
nos lucros da 
empresa 
30% 
 
34. Acidente de trabalho. Doenças profissionais e doenças do 
trabalho. Normas regulamentadoras do MTE. Perda da capacidade 
laboral do trabalhador. Responsabilidade do empregador: teoria; 
espécies subjetiva e objetiva. Nexo causal. Concausalidade.Culpa 
do empregador. Fato exclusivo do trabalhador. Caso fortuito. Força 
maior. Fato exclusivo de terceiro. Excludentes. Reparação do dano. 
Danos morais, materiais e estéticos. Pensionamento. Riscos 
ergonômicos. 
Jurisprudência importante! 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO 
EMPREGADOR. ACIDENTE DE 
TRABALHO. INDENIZAÇÃO POR DANOS 
MATERIAIS. OBRIGAÇÃO DE CUSTEIO DE 
PLANO DE SAÚDE VITALÍCIO. Em atenção 
 
 
 
ao princípio da reparação integral, nos moldes dos 
artigos 949 e 950 do Código Civil, configura-se 
possível o deferimento de pedido atinente ao custeio 
de plano de saúde vitalício em favor de empregado 
vítima de acidente de trabalho, que tenha acarretado 
a incapacidade permanente para o exercício de seu 
ofício ou profissão, quando ficar comprovada nos 
autos a necessidade de tratamento médico de forma 
prolongada. Trata-se de obrigação decorrente do 
dever legal de reparação de dano material sofrido 
em decorrência do trabalho desenvolvido em prol 
do empregador. Entretanto, no caso concreto, sequer 
foi especificado qual seria o tratamento médico 
indispensável ao empregado e tampouco ficou 
demonstrada a necessidade de cuidados médicos 
permanentes, o que torna inviável a condenação 
pretendida. Sob esses fundamentos, a SBDI-1, por 
unanimidade, conheceu do recurso de embargos, por 
divergência jurisprudencial e, no mérito, negou-lhe 
provimento. TSTE-RR-907-68.2012.5.05.0493, SBDI-I, 
rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, 10/3/2022 
35. Danos nas relações de trabalho. Assédio moral individual, 
plúrimo ou coletivo. Assédio sexual, assédio eleitoral ou assédio 
religioso no ambiente laborativo. Discriminação nas relações de 
trabalho: fase contratual, pré-contratual e pós-contratual; fatores 
discriminatórios: gênero, raça, idade, orientação sexual, origem, 
estado, entre outros fatores; efeitos jurídicos decorrentes. 
Responsabilidade do empregador. Reparações e indenização. A 
situação da perda de uma chance. 
Jurisprudência importante! 
PROFESSOR. DISPENSA IMOTIVADA NO INÍCIO DO 
ANO LETIVO. DANO MORAL CARACTERIZADO. 
TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE. Aplica-se a 
este caso a recente "teoria da perda de uma chance", 
construída a partir da responsabilidade civil prevista 
nos arts. 186 e 927 do CCB, segundo a qual a vítima é 
privada da oportunidade de obter certa vantagem, em 
face de ato ilícito praticado pelo ofensor, 
configurando-se um prejuízo material indenizável, 
consubstanciado na real probabilidade de um 
resultado favorável esperado. O Tribunal Regional, ao 
negar provimento ao recurso ordinário interposto pela 
Reclamante, assentou que "a autora não era detentora 
de qualquer garantia de emprego. Logo, não é 
considera ilícita a conduta da ré de despedir a autora 
poucos dias após início do ano letivo, na medida em 
que tal ato está compreendido no direito potestativo 
do empregador". A despedida de empregado sem 
justa causa encontra-se dentro do poder potestativo 
do empregador, não caracterizando, por si só, ato 
ilícito ou abuso de direito. No presente caso, 
entretanto, conforme se depreende do acórdão do 
Tribunal Regional, restou demonstrado o uso 
abusivo do exercício do direito de rescisão 
contratual por parte da Reclamada. Com efeito, a 
dispensa da Reclamante no início do ano letivo, 
quando ela já tinha a expectativa justa e real de 
continuar como professora da instituição de ensino 
reclamada, evidencia o abuso do poder diretivo do 
empregador de dispensa, notadamente pela 
dificuldade que a Reclamante teria em lograr vaga em 
outra instituição de ensino, tendo em vista o início das 
aulas. Cabível, portanto, a indenização 
por danos materiais, diante da 
manifesta perda de uma chance da 
Reclamante, tendo em vista que a 
iniciação do ano letivo gera sólida 
expectativa de manutenção do vínculo, 
havendo chances claramente reduzidas de reinserção 
no mercado de trabalho no curso de tal período. 
Julgados. Recurso de revista conhecido e provido . TST 
- RR: 1958020175120017, Relator: Mauricio Godinho 
Delgado, Data de Julgamento: 03/10/2018, 3ª Turma, 
Data de Publicação: DEJT 05/10/2018 
 
 
DIREITO COLETIVO DO TRABALHO 
1. Direito Coletivo do Trabalho: conceito, evolução histórica, 
denominação, conteúdo e função. Fontes normativas. Princípios do 
Direito Coletivo do Trabalho. Os conflitos coletivos de trabalho e 
mecanismos para sua solução. 
#01 - O que é o direito coletivo do trabalho: "é o 
segmento do Direito do Trabalho encarregado de 
tratar da organização sindical, da negociação coletiva, 
dos contratos coletivos, da representação dos 
trabalhadores e da greve. O Direito Coletivo do 
Trabalho é apenas uma das subdivisões do Direito do 
Trabalho, não possuindo autonomia, pois não tem 
diferenças específicas em relação aos demais ramos 
do Direito do Trabalho, estando inserido, como os 
demais, em sua maioria, na CLT" (Sérgio Pinto 
Martins). 
#02 - Correntes doutrinárias sobre o conceito de 
direito coletivo do trabalho 
Corrente subjetivista: conjunto de leis sociais 
que consideram os empregados e empregadores 
coletivamente reunidos, principalmente na forma de 
entidades sindicais, dá-se o nome de direito coletivo 
de trabalho (Cesarino Júnior). 
Corrente objetivista: ramo da Ciência Jurídica 
referente à estrutura e organização das instituições 
resultantes do exercício da faculdade de associação 
profissional, assim como as normas emanantes de tais 
agrupações (Alberto José Carro Igelmo). 
Corrente mista: Amauri Mascaro Nascimento 
leciona que o direito coletivo do trabalho “é o ramo 
do direito do trabalho que tem por objeto o estudo das 
relações coletivas de trabalho e estas são as relações 
jurídicas que têm como sujeitos grupos de pessoas e 
como objetos interesses coletivos". 
#03 - Princípios do direito coletivo do trabalho 
Liberdade associativa e sindical: o trabalhador 
é livre para se associar ou para se filiar a sindicato. 
Autonomia sindical: garante que os sindicatos 
possam se organizar sem interferências do Estado e 
das empresas. 
Unicidade sindical: impossibilita a criação de 
mais de uma organização sindical na mesma base 
territorial, não inferior à área de um Município. 
Interveniência sindical na normatização 
coletiva: determina que a normatização coletiva, para 
ser válida, demanda a participação do sindicato 
representante dos trabalhadores. 
Equivalência entre os contratantes coletivos: 
assim como se reconhece a desigualdade entre as 
partes no Direito Individual do Trabalho, a doutrina 
reconhece, no Direito Coletivo do Trabalho, 
tratamento jurídico equivalente entre as partes. 
Lealdade e transparência nas negociações 
coletivas: a negociação coletiva deve transcorrer de 
forma leal e transparente, não se admitindo condutas 
que inviabilizem a formulação das normas jurídicas 
juscoletivas. 
Criatividade jurídica da negociação coletiva: 
negociação coletiva cria normas jurídicas (comandos 
abstratos, gerais e impessoais). 
Intervenção mínima na vontade coletiva: No 
exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de 
trabalho, a Justiça do Trabalho analisará 
exclusivamente a conformidade dos elementos 
essenciais do negócio jurídico. 
Parte da doutrina ressalta que não se pode cogitar 
que o exame judicial se dê somente quanto aos 
elementos do art. 104 do Código Civil. 
Adequação setorial negociada: as normas 
autônomas juscoletivas construídas para incidirem 
sobre certa comunidade econômico-profissional 
podem prevalecer sobre o padrão geral heterônomo 
justrabalhista desde que respeitados certos critérios 
objetivamente fixados. 
#04 - O que é conflito coletivo de trabalho? 
“litígio entre trabalhadores e empresários ou 
entidades representativas de suas categorias sobre 
determinada pretensão jurídica de natureza 
trabalhista, com fundamento em norma jurídica 
vigente ou tendo por finalidade a estipulação de novas 
condições de trabalho" (Mozart Victor Russomano). 
#05 - Conflitos coletivos stricto sensu 
Boicotagem: ação concertada e deliberadados 
trabalhadores com o objetivo de impedir ou dificultar 
a atividade empresarial, como a venda de produtos e 
a compra de mercadorias. 
Sabotagem: destruição ou inutilização de 
máquinas ou mercadorias pelos trabalhadores, como 
protesto violento contra o empregador, danificando 
bens da sua propriedade. 
Piquetagem: forma de pressão dos 
trabalhadores vinculada ao exercício do direito de 
greve na tentativa de dissuadir os recalcitrantes que 
persistirem em não suspender a atividade laboral 
durante o movimento paredista. 
#06 - Modalidades de resolução de conflitos 
coletivos 
Autocomposição: quando as partes coletivas 
contrapostas ajustam suas divergências de modo 
autônomo, diretamente, por força e atuação próprias, 
celebrando documento pacificador, que é o diploma 
 
 
 
 
 29 
coletivo negociado. Trata-se, pois, da negociação 
coletiva trabalhista. 
Heterocomposição: quando as partes coletivas 
contrapostas, não conseguindo ajustar, 
autonomamente, suas divergências, entregam a um 
terceiro o encargo da resolução do conflito; ocorre 
também a heterocomposição quando as partes não 
conseguem impedir, com seu impasse, que o terceiro 
intervenha (casos próprios a dissídios coletivos). São 
fórmulas heterocompositivas a arbitragem e o 
processo judicial próprio ao sistema trabalhista 
brasileiro, chamado dissídio coletivo. (Maurício 
Godinho Delgado) 
 
2. Relações coletivas de trabalho. Sujeitos do Direito Coletivo do 
Trabalho. A liberdade sindical: conceito e extensão: perspectiva 
individual e perspectiva coletiva. Unicidade e pluralidade sindical. 
Convenção nº 87 da OIT. Organização sindical. Modelo sindical 
brasileiro. Conceito de categoria. Categoria profissional 
diferenciada. Categoria econômica. Dissociação de categorias, quer 
a profissional, quer a econômica. Membros da categoria associados 
ao sindicato; membros não associados: consequências jurídicas. 
Enquadramento sindical. Representatividade. Desmembramento. 
Custeio das entidades sindicais. Avanços constitucionais de 1988 no 
Direito Coletivo do Trabalho; desafios contemporâneos do 
sindicalismo brasileiro. 
#07 - Liberdade sindical na convenção 87 da OIT 
Liberdade de organização e constituição de 
sindicatos; 
Liberdade de elaboração dos estatutos dos 
sindicatos de acordo com as leis gerais do país, que 
não podem estabelecer regras restritivas em relação a 
eles; 
Liberdade de escolha dos dirigentes do sindicato 
e de estipulação das normas de administração de 
acordo com seus estatutos e sem ingerência do 
estado; 
Liberdade de filiação e de desfiliação; 
Liberdade de constituição de órgãos de 
representação mais abrangentes, como federações, 
confederações e centrais sindicais; e vedação de 
dissolução dos sindicatos por via administrativa. 
Malgrado as normas constitucionais e 
legais brasileiras possuam certa 
similaridade com as normas nacionais 
(com as devidas proporções), o Brasil não 
ratificou a Convenção 87 da OIT! 
#08 - Liberdade sindical coletiva e individual 
Em seu viés coletivo, diz respeito à liberdade de um 
grupo para constituir sindicato a sua escolha. 
Em seu viés individual, diz respeito ao direito de se 
reunir, se filiar e se manter filiado às organizações 
sindicais (face positiva), bem como de se desfiliar a 
qualquer momento (face negativa). 
#09 - Critérios de agregação dos trabalhadores ao 
sindicato 
Categoria econômica: CLT, art. 511, § 1º - A 
solidariedade de interesses econômicos dos que 
empreendem atividades idênticas, similares ou 
conexas, constitui o vínculo social básico que se 
denomina categoria econômica. 
Categoria profissional: CLT, art. 511, § 2º - A 
similitude de condições de vida oriunda da profissão 
ou trabalho em comum, em situação de emprego na 
mesma atividade econômica ou em atividades 
econômicas similares ou conexas, compõe a 
expressão social elementar compreendida como 
categoria profissional. 
Categoria profissional diferenciada: CLT, art. 511, 
§ 3º - Categoria profissional diferenciadaé a que se 
forma dos empregados que exerçam profissões ou 
funções diferenciadas por força de estatuto 
profissional especial ou em consequência de 
condições de vida singulares. 
#10 - Conflito de representação 
Em muitos casos, há mais de um sindicato que pode 
ser considerado como representante de determinada 
categoria. 
Nessas situações, o TST vem entendendo, a despeito 
de posição contrária mantida pelo Ministro Godinho, 
que deve prevalecer o critério da especialização ou 
da especificidade (Informativo TST nº 100). 
#11 - Dissociação de categoria 
CLT. Art 571. Qualquer das atividades ou profissões 
concentradas na forma do parágrafo único do artigo 
anterior poderá dissociar-se do sindicato principal, 
formando um sindicato específico, desde que o novo 
sindicato, a juízo da Comissão do Enquadramento 
Sindical, ofereça possibilidade de vida associativa 
regular e de ação sindical eficiente. 
#12 - Receitas sindicais 
Contribuição sindical: Anteriormente chamada 
de imposto sindical. A partir da reforma trabalhista, 
deixou de ser obrigatória para todos. Portanto, é 
devida apenas pelos trabalhadores que autorizarem 
prévia e expressamente; é recolhida anualmente, 
sendo regulada pelos artigos 578 a 610 da CLT. 
O STF confirmou a constitucionalidade do fim da 
contribuição sindical obrigatória, em julgamento de 
29/6/2018, no âmbito da ADI 5794. 
Contribuição confederativa: Objetiva o 
financiamento da cúpula sindical (sistema 
confederativo); só pode ser exigida de empregados 
associados. 
Contribuição assistencial: É prevista na 
negociação coletiva e se destina a custear atividades 
 
 
 
 
 30 
assistenciais do sindicato; só pode ser exigida de 
empregados associados. 
Mensalidade dos associados: É quantia paga 
mensalmente para custeio da associação; só pode ser 
exigida de empregados associados. 
#13 - Divisão da contribuição sindical – Art. 589 da 
CLT 
Entidades dos empregadores 
5% Confederação 
15% Federação 
60% Sindicato 
20% 
Conta Especial 
Emprego e Salário 
 
Entidades dos empregados 
5% Confederação 
10% Central Sindical 
15% Federação 
60% Sindicato 
10% 
Conta Especial Emprego 
e Salário 
 
3. Entidades sindicais: conceito, espécies, natureza jurídica, 
personalidade jurídica, retrospectiva histórica, estrutura, funções, 
requisitos de existência e atuação, prerrogativas e limitações. 
Garantias sindicais. Sistemas sindicais: modalidades e critérios de 
estruturação sindical; o problema no Brasil. Atividades do sindicato. 
Condutas antissindicais: espécies e consequências. 
#14 - Origem da estrutura sindical brasileira 
"Está a estrutura sindical brasileira baseada ainda no 
regime de Mussolini, em que só é possível o 
reconhecimento de um único sindicato em dada base 
territorial, que não pode ser inferior à área de um 
município. Um único sindicato era mais fácil de ser 
controlado, tornando-se obediente” (Sergio Pinto 
Martins). 
#15 - Evolução histórica sindicalismo no Brasil 
Final do séc. XIX e início do séc. XX: 
Cognominadas Ligas Operárias e sob forte influência 
dos trabalhadores estrangeiros que para cá migraram, 
surgiram no Brasil os primeiros passos do sindicalismo 
nacional; 
A Revolução de 1930: deu contornos mais 
precisos a respeito da nossa organização sindical, 
sendo que o Decreto 19.770, de 19.03.1931, 
estabeleceu distinção mais nítida entre sindicatos de 
empregados e de empregadores. 
A Constituição de 1934: garantiu a pluralidade e 
a autonomia sindicais. 
Carta de 1937: consagrou o sindicato único, cuja 
criação, organização e funcionamento eram regulados 
pelo Decreto 1.402, de 05.07.1939. Permitiu-se a 
intervenção estatal na vida sindical. A investidura 
sindical passou a ser conferida à associação mais 
representativa, a critério do Ministério do Trabalho. A 
greve era considerada infração penal. 
Constituição de 1943: reconhece o direito de 
greve, que foi regulamentado muito tempo depois (Lei 
4.330,de 01.06.1964), e declara ser “livre a associação 
sindical”, mas as formas de constituição, organização, 
representação e exercício de funções delegadas do 
Poder Público serão reguladas por lei. 
Constituição Federal de 1988: o regime, de forte 
interferência estatal, cedeu lugar ao sistema da 
autonomia das entidades sindicais, sem que fosse, 
contudo, adotada a liberdade sindical plena. (Carlos 
Henrique Bezerra). 
#16 - Órgãos da estrutura interna dos sindicatos 
Assembleia geral: órgão soberano, que é 
constituída dos associados do sindicato, com direito a 
voto nas suas deliberações de sua competência; 
Conselho Fiscal: integrado por três membros 
eleitos pela assembleia geral, a quem compete a 
fiscalização da gestão financeira; 
Diretoria: órgão executivo na estrutura sindical 
eleito pela assembleia geral, é constituída de no 
mínimo três e no máximo sete membros, dentre os 
quais um será eleito, pelos demais diretores, 
presidente do sindicato. 
Súmula 369 do TST 
I – É assegurada a estabilidade provisória 
ao empregado dirigente sindical, ainda 
que a comunicação do registro da 
candidatura ou da eleição e da posse seja 
realizada fora do prazo previsto no art. 543, 
§ 5º, da CLT, desde que a ciência ao empregador, por 
qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de 
trabalho. 
II – O art. 522 da CLT foi recepcionado pela 
Constituição Federal de 1988. Fica limitada, assim, a 
estabilidade a que alude o art. 543, § 3º, da CLT a sete 
dirigentes sindicais e igual número de suplentes. 
 
 
 
 
 31 
III – O empregado de categoria diferenciada eleito 
dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer 
na empresa atividade pertinente à categoria 
profissional do sindicato para o qual foi eleito 
dirigente. 
IV – Havendo extinção da atividade empresarial no 
âmbito da base territorial do sindicato, não há razão 
para subsistir a estabilidade. 
V – O registro da candidatura do empregado a cargo 
de dirigente sindical durante o período de aviso 
prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a 
estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do 
art. 543 da CLT. 
#17 - Associações sindicais de grau superior 
Federações: CLT, art. 534 - É facultado aos 
Sindicatos, quando em número não inferior a 5 (cinco), 
desde que representem a maioria absoluta de um 
grupo de atividades ou profissões idênticas, similares 
ou conexas, organizarem-se em federação. 
Confederações: CLT, art. 535 - As Confederações 
organizar-se-ão com o mínimo de 3 (três) federações e 
terão sede na Capital da República. 
#18 - Práticas antissindicais 
Contratos de cães amarelos (yellow dog 
contracts): trabalhador firma com seu empregador 
compromisso de não filiação a seu sindicato, como 
critério de admissão e manutenção no emprego. 
Sindicatos amarelos (ou 
company unions ou sindicatos de 
empresa): o próprio empregador 
estimula a organização do sindicato 
obreiro, mas controla, ainda que 
indiretamente, suas ações. 
Lista suja (mise à l’index): as empresas 
divulgariam entre si os nomes dos trabalhadores com 
atuação sindical significativa, com o fito de excluí-los 
do respectivo mercado de trabalho. 
Cláusula "closed shop": prática em que o 
empregador se compromete perante o sindicato 
profissional a admitir somente trabalhadores filiados. 
Cláusula "union shop":o empregador se 
compromete a manter como empregados somente 
aqueles que se filiarem ao sindicato após 
determinado período de tempo posterior à 
contratação. 
Cláusula "maintence of membership": 
empregados são obrigados a permanecerem filiados 
ao sindicato e nele permanecer durante toda a 
vigência da convenção coletiva, sob penda de serem 
dispensados (Carlos Henrique Berezza). 
 
4. Negociação coletiva no Direito do Trabalho. Funções. Níveis de 
negociação. Instrumentos normativos negociados: acordo coletivo e 
convenção coletiva de trabalho. Definições. Distinções. Natureza 
jurídica. Limites. Efeitos das cláusulas dos ACTs e CCTs. Hierarquia. 
Cláusulas obrigacionais e cláusulas normativas. Cláusulas 
econômicas e sociais. Incorporação das cláusulas nos contratos de 
emprego. Poderes e limites da negociação coletiva trabalhista. Data 
base e utilização do protesto de conservação. 
#19 - Legitimidade para negociação coletiva 
Os Sindicatos representativos de categoria 
econômica ou profissional. 
Subsidiariamente, as Federações e, na falta desta, as 
Confederações representativas de categorias 
econômicas ou profissionais poderão celebrar 
convenções coletivas de trabalho para reger as 
relações das categorias a elas vinculadas, 
inorganizadas em Sindicatos, no âmbito de suas 
representações. 
As centrais sindicais (como a CUT) não 
possuem legitimação para negociações 
coletivas. Lei n. 11.648/08, que realizou, 
explicitamente, o reconhecimento formal 
das centrais sindicais, preferiu não 
estender a tais entidades os poderes da 
negociação coletiva trabalhista, sufragando, nesta 
medida, a restrição já consagrada na jurisprudência 
dominante no STF e TST. 
#20 - Funções da negociação coletiva 
Normativa: talvez a mais importante, pois tem por 
objeto a criação de instrumentos normativos que 
estabelecerão normas e condições aplicáveis aos 
contratos individuais de trabalho dos representados 
pelos sujeitos dos instrumentos coletivos 
correspondentes. 
Obrigacional: o objeto da função obrigacional 
repousa na fixação de regras diretamente para os 
sujeitos signatários dos instrumentos coletivos, sem 
repercussão para os contratos individuais de trabalho. 
Compositiva: estabelece mecanismos de 
autocomposição entre as partes, a fim de evitar a 
utilização de fontes heterônomas para a solução do 
impasse, principalmente a atuação jurisdicional, 
objetivando a paz social entre as partes conflitantes na 
relação de emprego. 
Política: a negociação coletiva tem também a 
função de democratizar as relações sociais, uma vez 
que favorece o diálogo entre as partes para que elas 
mesmas determinem os rumos da regulação aplicável 
às suas relações. 
Econômica: diz respeito à possibilidade de as 
partes, por meio do diálogo promovido pela 
negociação, definirem formas de distribuição de 
riqueza, finalidade esta que inevitavelmente possui um 
caráter econômico. 
 
 
 
 
 32 
Social: permite a participação dos trabalhadores, 
através de seus representantes, na vida e no 
desenvolvimento da empresa, o que implica inúmeras 
consequência nas suas próprias condições sociais e de 
suas famílias. 
Ambiental: a negociação coletiva pode (e deve) 
incentivar a criação de cláusulas em convenções e 
acordos coletivos que disponham sobre prevenção 
dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas 
de higiene, medicina e segurança, bem como a 
proteção dos trabalhadores em face da automação, 
preservando, assim, a sadia qualidade de vida no 
ambiente do trabalho. 
Pedagógica: Tendo em vista a necessária 
periodicidade das negociações coletivas, pois elas são 
instrumento procedimental para a celebração de 
convenções e acordos coletivos, que têm vigência 
temporária, as partes da negociação terão que se 
aperfeiçoar cada vez mais em decorrência das novas e 
complexas formas de relações sociotrabalhistas que 
vão surgindo na sociedade pós-moderna. (Carlos 
Henrique Bezerra) 
#21 - Níveis (âmbitos) de negociação coletiva 
Âmbito das categorias: por meio de Convenção 
Coletiva de Trabalho, cujas cláusulas e condições 
alcançam apenas aos integrantes da categoria 
econômica e profissional. 
Âmbito da empresa: por meio de Acordo 
Coletivo de Trabalho, cujas cláusulas e condições são 
aplicáveis restritivamente aos trabalhadores da(s) 
empresa(s) que dele participaram. 
#22 - Convenção coletiva de trabalho 
Vejamos sua definição legal, no artigo 611 da CLT: É 
o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais 
Sindicatos representativos de categorias econômicas e 
profissionais estipulam condições de trabalho 
aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, 
àsrelações individuais de trabalho. 
#23 - Acordo coletivo de trabalho 
Vejamos sua definição legal, no artigo 611, §1º, da 
CLT: É facultado aos Sindicatos representativos de 
categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos 
com uma ou mais empresas da correspondente 
categoria econômica, que estipulem condições de 
trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das 
acordantes respectivas relações de trabalho. 
É possível a celebração de ACT sem a 
participação do sindicato? SIM! 
Art. 617. Os empregados de uma ou mais 
empresas que decidirem celebrar Acordo 
Coletivo de Trabalho com as respectivas 
empresas darão ciência de sua 
resolução, por escrito, ao Sindicato representativo 
da categoria profissional, que terá o prazo de 8 (oito) 
dias para assumir a direção dos entendimentos entre 
os interessados, devendo igual procedimento ser 
observado pelas empresas interessadas com relação 
ao Sindicato da respectiva categoria econômica. 
§ 1º Expirado o prazo de 8 (oito) dias sem que o 
Sindicato tenha-se desincumbido do encargo 
recebido, poderão os interessados dar conhecimento 
do fato à Federação a que estiver vinculado o Sindicato 
e, em falta dessa, à correspondente Confederação, 
para que, no mesmo prazo, assuma a direção dos 
entendimentos. Esgotado esse prazo, poderão os 
interessados prosseguir diretamente na 
negociação coletiva até final. 
§ 2º Para o fim de deliberar sobre o Acordo, a entidade 
sindical convocará Assembleia Geral dos diretamente 
interessados, sindicalizados ou não, nos termos do art. 
612. 
#24 - Cláusulas obrigacionais x Cláusulas 
normativas 
As Regras jurídicas, ou Cláusulas normativas, geram 
direitos e obrigações que irão se integrar aos contratos 
individuais de trabalho das respectivas bases 
representadas. Consubstanciam a razão de ser da 
negociação coletiva, enquanto mecanismo criador de 
fontes normativas autônomas do Direito do Trabalho. 
Já as Cláusulas contratuais, ou cláusulas 
obrigacionais, criam direitos e obrigações para as 
respectivas partes convenentes (sindicato obreiro e 
sindicato patronal na CCT e sindicato obreiro e 
empresas pactuantes no ACT). Em geral, têm presença 
reduzida nos instrumentos coletivos. 
Há ainda parte da doutrina que elenca a existência de 
mais um tipo autônomo, as cláusulas de garantia, ou 
instrumentais, que cuidam de aspectos formais do 
instrumento coletivo. 
384 do TST - MULTA CONVENCIONAL. 
COBRANÇA. 
I - O descumprimento de qualquer 
cláusula constante de instrumentos 
normativos diversos não submete o 
empregado a ajuizar várias ações, pleiteando em cada 
uma o pagamento da multa referente ao 
descumprimento de obrigações previstas nas 
cláusulas respectivas. 
II - É aplicável multa prevista em instrumento 
normativo (sentença normativa, convenção ou acordo 
coletivo) em caso de descumprimento de obrigação 
prevista em lei, mesmo que a norma coletiva seja mera 
repetição de texto legal. 
#25 - Cláusulas econômicas X Cláusulas de natureza 
social 
Essa distinção se faz importante na análise de dissídios 
coletivos em face de pessoa jurídica de direito público 
que mantenha empregados. A posição tradicional do 
 
 
 
 
 33 
TST não admitia qualquer tipo de dissídio coletivo 
envolvendo servidores públicos. 
Contudo com a ratificação da Convenção 151 da OIT, 
houve mudança na jurisprudência do TST, que passou 
a admitir dissídios coletivos exclusivamente para 
apreciação de cláusulas de natureza social, ou seja, 
sem conteúdo econômico. 
#26 – Informações obrigatórias em CCT e ACT – Art. 
613 da CLT 
I - Designação dos Sindicatos 
convenentes ou dos Sindicatos e 
empresas acordantes; 
II - Prazo de vigência; 
III - Categorias ou classes de 
trabalhadores abrangidas pelos respectivos 
dispositivos; 
IV - Condições ajustadas para reger as relações 
individuais de trabalho durante sua vigência; 
V - Normas para a conciliação das divergências 
sugeridas entre os convenentes por motivos da 
aplicação de seus dispositivos; 
VI - Disposições sobre o processo de sua prorrogação 
e de revisão total ou parcial de seus dispositivos; 
VII - Direitos e deveres dos empregados e empresas; 
VIII - Penalidades para os Sindicatos convenentes, os 
empregados e as empresas em caso de violação de 
seus dispositivos. 
#27 - Quorum para comparecimento e votação - 
artigo 612 da CLT 
Primeira convocação: 2/3 dos associados, no 
caso de CCT, ou dos interessados, no caso de ACT. 
Segunda convocação: 1/3 dos associados, no 
caso de CCT, ou dos interessados, no caso de ACT. 
Caso a entidade sindical tenha mais que 5000 
associados, o quorum em segunda convocação será 
de 1/8. 
#28 - Teorias sobre a incorporação nos contratos 
individuais de trabalho - ultratividade 
Aderência irrestrita: As disposições dos CCT e 
ACT aderem de forma permanente nos contratos de 
trabalho dos empregados, não podendo mais ser 
suprimidos. É que por esta teoria, às disposições do 
instrumento coletivo se aplica o art. 468 da CLT. 
Aderência limitada pelo prazo: Em contraponto 
à teoria anterior, esta defende que as disposições de 
CCT e ACT somente surtem efeitos durante a vigência 
do diploma autônomo, não havendo aderência das 
disposições juscoletivas nos contratos de trabalho. 
Este foi o posicionamento adotado pela reforma 
trabalhista no §3º do artigo 614 da CLT. 
Aderência limitada por revogação: Esta é uma 
teoria intermediária, segundo a qual as regras 
instituídas pela CCT ou ACT vigoram até que sejam 
revogadas (expressamente ou tacitamente) por outro 
diploma negocial. Vinha sendo adotada pelo TST até 
antes da reforma trabalhista. 
#29 - Existe hierarquia entre CCT e ACT? 
Até a reforma trabalhista de 2017 não havia uma 
hierarquia decorrente apenas da forma do instrumento 
coletivo, prevalecendo aquele que fosse mais 
favorável. 
Com a reforma, houve alteração do artigo 620 da 
CLT, que agora possui o seguinte texto: "As condições 
estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre 
prevalecerão sobre as estipuladas em convenção 
coletiva de trabalho". 
Tal artigo é criticado pela doutrina, 
vejamos: Evidentemente que adequações 
pontuais feitas pelo ACT em contraponto à 
CCT poderiam ser consideradas válidas, 
respeitados os critérios do princípio da 
adequação setorial negociada. Dessa 
maneira, a interpretação lógico-racional, sistemática e 
teleológica do preceito normativo enfocado tem de 
atenuar o risco precarizante contido na expressão 
linguística “sempre” inserida no novo texto do art. 620 
da CLT. 
#30 - E se houver disposição contrária à cct/act em 
contrato individual de trabalho? 
CLT, art. 619. Nenhuma disposição de contrato 
individual de trabalho que contrarie normas de 
Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho poderá 
prevalecer na execução do mesmo, sendo 
considerada nula de pleno direito. 
#31 - Assuntos nos quais a negociação coletiva irá 
se sobrepor às regras legais - artigo 611-a da CLT - 
rol exemplificativo 
I – pacto quanto à jornada de trabalho, 
observados os limites constitucionais; 
II – banco de horas anual; 
III – intervalo intrajornada, respeitado o 
limite mínimo de trinta minutos para 
jornadas superiores a seis horas; 
IV – adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de 
que trata a Lei nº 13.189, de 19 de novembro de 2015; 
V – plano de cargos, salários e funções compatíveis 
com a condição pessoal do empregado, bem como 
identificação dos cargos que se enquadram como 
funções de confiança; 
VI – regulamento empresarial; 
VII – representante dos trabalhadores no local de 
trabalho [comissão para entendimento direto]; 
VIII – teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho 
intermitente; 
 
 
 
 
 34 
IX – remuneração por produtividade, incluídas as 
gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração 
por desempenho individual; 
X – modalidade de registro de jornada de trabalho; 
XI – troca do dia de feriado; 
XII – enquadramento do grau de insalubridade; 
XIII – prorrogação de jornada em ambientes 
insalubres, sem licençaprévia das autoridades 
competentes do Ministério do Trabalho; 
XIV – prêmios de incentivo em bens ou serviços, 
eventualmente concedidos em programas de 
incentivo; 
XV – participação nos lucros ou resultados da empresa; 
#32 - Constituem objeto ilícito a supressão ou a 
redução em negociação coletiva - artigo 611-b da 
CLT 
I – normas de identificação profissional, 
inclusive as anotações na Carteira de 
Trabalho e Previdência Social; 
II – seguro-desemprego, em caso de 
desemprego involuntário; 
III – valor dos depósitos mensais e da 
indenização rescisória do Fundo de Garantia do 
Tempo de Serviço (FGTS); 
IV – salário mínimo; 
V – valor nominal do décimo terceiro salário; 
VI – remuneração do trabalho noturno superior à do 
diurno [ou seja, o adicional noturno]; 
VII – proteção do salário na forma da lei, constituindo 
crime sua retenção dolosa; 
VIII – salário-família; 
IX – repouso semanal remunerado; 
X – remuneração do serviço extraordinário superior, no 
mínimo, em 50% (cinquenta por cento) à do normal; 
XI – número de dias de férias devidas ao empregado; 
XII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo 
menos, um terço a mais do que o salário normal; 
XIII – licença-maternidade com a duração mínima de 
cento e vinte dias; 
XIV – licença-paternidade nos termos fixados em lei; 
XV – proteção do mercado de trabalho da mulher, 
mediante incentivos específicos, nos termos da lei; 
XVI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, 
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; 
XVII – normas de saúde, higiene e segurança do 
trabalho previstas em lei ou em normas 
regulamentadoras do Ministério do Trabalho; 
Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são 
consideradas como normas de saúde, higiene e 
segurança do trabalho para os fins do disposto neste 
artigo. 
XVIII – adicional de remuneração para as atividades 
penosas, insalubres ou perigosas; 
XIX – aposentadoria; 
XX – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do 
empregador; 
XXI – ação, quanto aos créditos resultantes das 
relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco 
anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o 
limite de dois anos após a extinção do contrato de 
trabalho; 
XXII – proibição de qualquer discriminação no tocante 
a salário e critérios de admissão do trabalhador com 
deficiência; 
XXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou 
insalubre a menores de dezoito anos e de qualquer 
trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na 
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; 
XXIV – medidas de proteção legal de crianças e 
adolescentes; 
XXV – igualdade de direitos entre o trabalhador com 
vínculo empregatício permanente e o trabalhador 
avulso; 
XXVI – liberdade de associação profissional ou sindical 
do trabalhador, inclusive o direito de não sofrer, sem 
sua expressa e prévia anuência, qualquer cobrança ou 
desconto salarial estabelecidos em convenção coletiva 
ou acordo coletivo de trabalho; 
XXVII – direito de greve, competindo aos trabalhadores 
decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os 
interesses que devam por meio dele defender; 
XXVIII – definição legal sobre os serviços ou atividades 
essenciais e disposições legais sobre o atendimento 
das necessidades inadiáveis da comunidade em caso 
de greve; 
XXIX – tributos e outros créditos de terceiros; 
XXX – as disposições previstas nos arts. 373-A [normas 
contra a discriminação da mulher no mercado de 
trabalho], 390 [limite de força da mulher], 392 [licença-
maternidade], 392-A, 394 [rompimento de 
compromisso por mulher grávida], 394-A [afastamento 
da gestante/lactante em atividades insalubres], 395 
[repouso por abordo não criminoso], 396 [descansos 
para amamentação do filho] e 400 [estrutura do local 
para amamentação] desta Consolidação. 
 
5. Contrato Coletivo de Trabalho 
#33 - Afinal, o que é contrato coletivo de trabalho? 
Apesar de o sistema jurídico brasileiro fazer referência 
ao “contrato coletivo de trabalho” no bojo da CLT e em 
normas esparsas, não há um regramento legal sobre 
o conteúdo desse instrumento. 
 
 
 
 
 35 
Para Jose Francisco Siqueira Neto, é a negociação de 
âmbito nacional e supracategorial que visa estabelecer 
regras básicas para os demais instrumentos coletivos. 
Assim, seria criada uma forma de rompimento com o 
sistema corporativo atual para adotar um novo regime 
sindical, prestigiando a autonomia privada coletiva, 
erigida esta a patamar constitucional. 
O contrato coletivo de trabalho seria, então, 
negociado, no Brasil, pelas centrais sindicais (Carlos 
Henrique Bezerra). 
Atualmente existem alguns entraves para 
plena aplicação dos contratos coletivos de 
trabalho no Brasil: 
A unicidade sindical e a obrigatoriedade 
da participação dos sindicatos nas 
negociações coletivas. 
Quais as matérias objeto do contrato coletivo: 
trabalhistas apenas ou políticas (de saúde, de 
previdência etc.)? 
Prevalência do princípio da norma mais favorável 
(relativizado pela Lei 13.467/2017); 
Possibilidade de supressão de direito adquirido. 
Já para Octavio Bueno Magno é o instrumento 
normativo pelo qual as “entidades sindicais 
representativas de uma ou mais categorias, ou de um 
ou mais ramos de atividade econômica, estipulam 
normas salariais e condições de trabalho, a serem 
aplicadas no âmbito das respectivas representações, às 
relações de trabalho”. 
Para Amauri Mascaro Nascimento “do modo como foi 
instituído o contrato coletivo é, como disse, um corpo 
sem rosto”. 
 
6. Mediação e arbitragem no Direito do Trabalho. Poder normativo 
da Justiça do Trabalho: caracterização e regras aplicáveis; espécies 
de Dissídio Coletivo. Conciliação coletiva pré-processual. Comissão 
de Conciliação Prévia 
 
#34 - Arbitragem 
Mecanismo de solução de conflitos em que um 
terceiro (normalmente chamado de árbitro) é 
chamado a solucionar o conflito de forma permanente. 
Tem seu uso autorizado legalmente no Direito do 
Trabalho, tanto coletivo (§1º do artigo 114 da CF) 
como individual (artigo 507-A da CLT). 
#35 - Mediação 
Processo informal em que um mediador (um terceiro 
imparcial) ouve as partes e faz propostas a elas, com 
vistas a pôr fim ao processo. Assim, as partes poderão 
ou não acatar suas propostas e, caso as acatem, terá 
havido uma transação para pôr fim à lide. 
#36 - Comissão de conciliação prévia 
O objetivo das CCP é tentar conciliar os conflitos 
individuais do trabalho, com constituição facultativa, 
podendo ser constituídas por grupos de empresas ou 
ter caráter intersindical. 
Se instituída no âmbito da empresa será 
composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez 
membros (metade indicada pelo empregador e outra 
metade eleita pelos empregados, em escrutínio 
secreto, fiscalizado pelo sindicato de categoria 
profissional), com igual número de suplentes, para de 
um ano, permitida uma recondução. 
Se instituída no âmbito do sindicato terá sua 
constituição e normas de funcionamento definidas em 
convenção ou acordo coletivo. 
#37 - É obrigatória a tentativa de resolução do 
conflito pela ccp para somente depois poder-se 
acessar o poder judiciário? 
Embora o artigo 625-D da CLT traga uma 
obrigatoriedade, a jurisprudência do TST é firme no 
não acolhimento dessa obrigação. Ainda, o STF já se 
pronunciou pela inconstitucionalidade da obrigação, 
conforme ADIs 2139, 2160 e 2237, julgadas em agosto 
de 2018. 
Jurisprudência importante! ADIN 2237 
"O Tribunal, por maioria e nos termos do 
voto da Relatora, Ministra Cármen Lúcia 
(Presidente), julgou parcialmente 
procedentes os pedidos, para dar 
interpretação conforme a Constituição ao 
art. 625-D, § 1º a § 4º, da Consolidação das Leis do 
Trabalho, assentando que a Comissão de Conciliação 
Prévia constitui meio legítimo, mas não obrigatório, de 
solução de conflitos, permanecendo o acesso à Justiça 
resguardado para todos os que venham a ajuizar 
demanda diretamente ao órgão judiciário 
competente, e para manter hígido o inciso II do art. 
852-Bda CLT, no sentido de se considerar legítima a 
citação nos termos estabelecidos na norma". 
#38 - O termo de conciliação em CCP é título 
executivo? Sim, conforme artigo 625-E, parágrafo 
único, da CLT, será título executivo extrajudicial. 
#39 - Comissões de conciliação prévia admitidas 
legalmente 
Instituída no âmbito da 
empresa 
CLT, artigo 625-B 
Instituída no âmbito do 
sindicato 
CLT, artigo 625-C 
Instituída por grupos 
de empresas 
CLT, artigo 625-A 
 
 
 
 
 36 
De caráter intersindical CLT, artigo 625-A, § 
único 
Núcleos Intersindicais 
de Conciliação 
CLT, artigo 625-H 
#40 - Procedimento a ser observado pela CCP – Art. 
625-d da CLT 
A demanda será formulada por escrito ou 
reduzida a termo por qualquer dos membros da 
Comissão, sendo entregue cópia datada e assinada 
pelo membro aos interessados. 
Não prosperando a conciliação, será fornecida 
ao empregado e ao empregador declaração da 
tentativa conciliatória frustrada com a descrição de 
seu objeto, firmada pelos membros da Comissão, que 
devera ser juntada à eventual reclamação trabalhista. 
Em caso de motivo relevante que impossibilite a 
observância do procedimento previsto no caput deste 
artigo [submissão a CCP], será a circunstância 
declarada na petição da ação intentada perante a 
Justiça do Trabalho. 
Caso exista, na mesma localidade e para a mesma 
categoria, Comissão de empresa e Comissão sindical, 
o interessado optará por uma delas submeter a sua 
demanda, sendo competente aquela que primeiro 
conhecer do pedido. 
#41 - Poder normativo da justiça do trabalho 
Também conhecido como competência normativa, o 
poder normativo era a possibilidade constitucional 
de a Justiça Laboral estabelecer normas e 
condições, respeitadas as disposições convencionais 
e legais mínimas de proteção ao trabalho, para a 
solução do conflito coletivo de trabalho (art. 114, § 2º, 
CF, anteriormente à EC 45/2004). 
Com a EC 45, o poder normativo da Justiça Laboral, 
para parte da doutrina, deixou de existir, em 
primeiro lugar, porque a CF apenas passou a prever 
expressamente que, ajuizado o dissídio coletivo de 
natureza econômica, caberá “à Justiça do Trabalho 
decidir o conflito, respeitadas as disposições 
mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as 
convencionadas anteriormente”, não fazendo mais 
referência à possibilidade de o Judiciário Trabalhista 
“estabelecer normas e condições, respeitadas as 
disposições convencionais e legais mínimas de 
proteção ao trabalho”, como estava na redação original 
do § 2º, art. 114, CF. (Francisco Ferreira Jorge Neto e 
Jouberto de Quadros Pessoa Cavalcante). 
Na visão de Sebastião Antunes Furtado, 
“embora não tenha eliminado de uma vez 
por todas o poder normativo da Justiça do 
Trabalho, a referida Emenda 
Constitucional feriu-o de morte ao limitá-
lo, quer ampliando os pressupostos de 
admissibilidade do dissídio coletivo, quer 
balizando os pressupostos para o seu julgamento, 
inclusive nas hipóteses de greve". 
 
7. A greve no direito brasileiro. Evolução histórica e as inovações 
trazidas pela Constituição de 1988. Natureza jurídica. Conceito. 
Objetivos. Efeitos. Características. Distinções. Limites. Legitimidade. 
Direitos e deveres dos grevistas e do empregador. Greve no serviço 
público. Greve ambiental. Legislação e jurisprudência aplicáveis à 
greve 
#42 - Evolução histórica do direito de greve no 
brasil 
O Código Penal (1890) proibia a greve, e até o 
advento do Decreto 1.162, de 12.12.1890, essa 
orientação foi mantida. 
 A Lei 38 de 04.04.1932, que dispunha sobre 
segurança nacional, conceituou a greve como delito. 
A Constituição de 1937 prescrevia a greve e o 
lockout como recursos antissociais, nocivos ao 
trabalho e ao capital e incompatíveis com os 
superiores interesses da produção nacional. 
O Código Penal, de 07.12.1940 (arts. 200 e 
201), considerava crime a paralisação do trabalho, na 
hipótese de perturbação da ordem pública ou se o 
movimento fosse contrário aos interesses públicos. 
O Dec.-lei 9.070, de 15.03.1946, passou a 
tolerar a greve nas atividades acessórias, não obstante 
a proibição prevista na Constituição de 1937. 
Com a Carta de 1946 a greve passa a ser 
reconhecida como direito dos trabalhadores, embora 
condicionando o seu exercício à edição de lei 
posterior. 
Em 01.06.1964, entrou em vigor a Lei de Greve 
(Lei 4.330), que prescrevia a ilegalidade da greve em 
determinadas situações. 
A Lei 4.330/64 regulamentou, por muito tempo, 
o exercício do direito de greve, impondo tantas 
limitações e criando tantas dificuldades, a ponto de 
ter sido denominada por muitos juslaboristas como a 
Lei do delito da greve e não a Lei do direito da greve. 
A Constituição de 1967 assegurou o direito de 
greve, restringindo-o, contudo, em relação aos 
serviços públicos e às atividades essenciais. 
A Constituição de 1988 consagrou um amplo 
direito de greve. 
#43 - Limites ao direito de greve 
 
 
 
 
 37 
 Interesses a defender: A greve realizada por 
explícita motivação política, mesmo que por curto 
período de tempo, é abusiva, visto que o empregador 
não dispõe de poder de negociação para pacificar o 
conflito (TST-RO-1393- 27.2013.5.02.0000). 
Serviços ou atividades essenciais: A Lei 7.783/89 
enumera os serviços ou atividades essenciais no seu 
art. 10: 
I - tratamento e abastecimento de água; produção e 
distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; 
II - assistência médica e hospitalar; 
III - distribuição e comercialização de medicamentos e 
alimentos; 
IV - funerários; 
V - transporte coletivo; 
VI - captação e tratamento de esgoto e lixo; 
VII - telecomunicações; 
VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, 
equipamentos e materiais nucleares; 
IX - processamento de dados ligados a serviços 
essenciais; 
X - controle de tráfego aéreo; 
XI - compensação bancária; 
XII - atividades médico-periciais relacionadas com o 
regime geral de previdência social e a assistência 
social; 
XIII - atividades médico-periciais relacionadas com a 
caracterização do impedimento físico, mental, 
intelectual ou sensorial da pessoa com deficiência, por 
meio da integração de equipes multiprofissionais e 
interdisciplinares, para fins de reconhecimento de 
direitos previstos em lei, em especial na Lei nº 13.146, 
de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com 
Deficiência); 
XIV - outras prestações médico-periciais da carreira de 
Perito Médico Federal indispensáveis ao atendimento 
das necessidades inadiáveis da comunidade. 
XV - atividades portuárias (MP 945/2020) 
Lei 7.783/89, art. 11. Nos serviços ou atividades 
essenciais, os sindicatos, os empregadores e os 
trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a 
garantir, durante a greve, a prestação dos serviços 
indispensáveis ao atendimento das necessidades 
inadiáveis da comunidade. 
Tentativa de negociação frustrada: Para que seja 
válido o movimento grevista, este deve suceder 
tentativa negocial frustrada, ou seja, para que se 
legitime a greve, inicialmente os pleitos devem ser 
apresentados ao empregador. 
Jurisprudência importante! 
OJ-SDC-11 GREVE. IMPRESCINDIBILIDADE 
DE TENTATIVA DIRETA E PACÍFICA DA 
SOLUÇÃO DO CONFLITO. ETAPA 
NEGOCIAL PRÉVIA - É abusiva a greve 
levada a efeito sem que as partes hajam 
tentado, direta e pacificamente, solucionar o conflito 
que lhe constitui o objeto. 
Pré-aviso do início da greve: 
Lei 7.783/89, art. 3º, parágrafo único. A entidade 
patronal correspondente ou os empregadores 
diretamente interessados serão notificados, com 
antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas, da 
paralisação. 
Lei 7.783/89, art. 13. Na greve, em serviços ou 
atividades essenciais, ficam as entidades sindicais ou 
os trabalhadores, conforme o caso, obrigados a 
comunicar a decisão aos empregadores e aos 
usuários com antecedência mínima de 72 (setenta e 
duas) horas da paralisação. 
Deliberação em assembleia geral: 
Lei 7.783/89, art. 4º Caberá à entidadesindical 
correspondente convocar, na forma do seu estatuto, 
assembleia geral que definirá as reivindicações da 
categoria e deliberará sobre a paralisação coletiva da 
prestação de serviços. 
§ 1º O estatuto da entidade sindical deverá prever as 
formalidades de convocação e o quórum para a 
deliberação, tanto da deflagração quanto da cessação 
da greve. 
§ 2º Na falta de entidade sindical, a assembleia geral 
dos trabalhadores interessados deliberará para os fins 
previstos no "caput", constituindo comissão de 
negociação. 
Garantia de atividades mínimas na empresa: 
Lei 7.783/89, art. 9º Durante a greve, o sindicato ou a 
comissão de negociação, mediante acordo com a 
entidade patronal ou diretamente com o empregador, 
manterá em atividade equipes de empregados com o 
propósito de assegurar os serviços cuja paralisação 
resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração 
irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem 
como a manutenção daqueles essenciais à retomada 
das atividades da empresa quando da cessação do 
movimento. 
Parágrafo único. Não havendo acordo, é assegurado 
ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito 
de contratar diretamente os serviços necessários a que 
se refere este artigo 
#44 - Abusividade da greve 
Lei 7.783/89, art. 14 Constitui abuso do direito de 
greve a inobservância das normas contidas na 
presente Lei, bem como a manutenção da paralisação 
 
 
 
 
 38 
após a celebração de acordo, convenção ou decisão 
da Justiça do Trabalho. 
Parágrafo único. Na vigência de acordo, convenção ou 
sentença normativa não constitui abuso do exercício 
do direito de greve a paralisação que: 
I - tenha por objetivo exigir o cumprimento de cláusula 
ou condição; 
II - seja motivada pela superveniência de fatos novos 
ou acontecimento imprevisto que modifique 
substancialmente a relação de trabalho. 
Jurisprudência importante! 
SÚMULA 189 TST: GREVE. COMPETÊNCIA 
DA JUSTIÇA DO TRABALHO. 
ABUSIVIDADE - A Justiça do Trabalho é 
competente para declarar a abusividade, 
ou não, da greve. 
#45 - Lockout (locaute) 
Lei 7.783/89, art. 17. Fica vedada a paralisação das 
atividades, por iniciativa do empregador, com o 
objetivo de frustrar negociação ou dificultar o 
atendimento de reivindicações dos respectivos 
empregados (lockout). 
Parágrafo único. A prática referida no caput assegura 
aos trabalhadores o direito à percepção dos salários 
durante o período de paralisação. 
#46 - Greve branca, "operação tartaruga", greve de 
rendimento, greve de zelo 
“A greve branca é greve, pois apesar de os 
trabalhadores pararem de trabalhar e 
ficarem em seus postos de trabalho, há 
cessação da prestação dos serviços. 
Entretanto, a “operação tartaruga”, ou 
greve de rendimento, em que os 
empregados fazem seus serviços com extremo vagar, 
ou a greve de zelo, na qual os trabalhadores se 
esmeram na produção ou acabamento do serviço, não 
podem ser consideradas como greve, pois não há a 
paralisação da prestação do serviço" (Sergio Pinto 
Martins). 
 
 
8.Representação dos trabalhadores nos estabelecimentos e nas 
empresas: institutos e regras aplicáveis. 
#47 - Direito de participação em sentido amplo e 
estrito 
Em sentido amplo, repousa na ideia do pluralismo 
jurídico e tem por escopo principal a realização de uma 
reforma estrutural na empresa, dando-lhe uma função 
socioambiental, de modo a assegurar a valorização do 
trabalho e da livre-iniciativa. 
Em sentido estrito, diz respeito a participação nos 
lucros e resultados, a participação na gestão da 
empresa, a participação em comissões internas de 
prevenção de acidentes, participação em comissões 
de representação (empresas com mais de 200 
empregados) (Carlos Henrique Bezerra). 
#48 - Representação para promover entendimentos 
diretos 
CF. Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos 
empregados, é assegurada a eleição de um 
representante destes com a finalidade exclusiva de 
promover-lhes o entendimento direto com os 
empregadores 
A representação dos empregados, prevista 
originalmente pela Constituição Federal, foi 
regulamentada pela Lei 13.467/17, a qual trouxe 
inúmeros regramentos que dever ser de 
conhecimento de vocês. 
Composição da Comissão para Representação 
Empresas com 200 até 
3000 empregados 
Três membros 
Empresas com mais de 
3000 até 5000 
empregados 
Cinco membros 
Empresas com mais de 
5000 empregados 
Sete membros 
#49 - Atribuições da comissão de representantes –
Art. 510-b da CLT 
I - representar os empregados perante a administração 
da empresa; 
II - aprimorar o relacionamento entre a empresa e seus 
empregados com base nos princípios da boa-fé e do 
respeito mútuo; 
III - promover o diálogo e o entendimento no ambiente 
de trabalho com o fim de prevenir conflitos; 
IV - buscar soluções para os conflitos decorrentes da 
relação de trabalho, de forma rápida e eficaz, visando 
à efetiva aplicação das normas legais e contratuais; 
V - assegurar tratamento justo e imparcial aos 
empregados, impedindo qualquer forma de 
discriminação por motivo de sexo, idade, religião, 
opinião política ou atuação sindical; 
VI - encaminhar reivindicações específicas dos 
empregados de seu âmbito de representação; 
VII - acompanhar o cumprimento das leis trabalhistas, 
previdenciárias e das convenções coletivas e acordos 
coletivos de trabalho. 
 
9.Direitos e interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos 
na esfera trabalhista. A atuação do sindicato de trabalhadores e do 
 
 
 
 
 39 
sindicato da categoria econômica. A atuação do Ministério Público 
do Trabalho 
#50 - Direitos ou interesses coletivos latu senso 
Direitos ou interesses Difusos: CDC, art. 81, par. 
único, I - “os transindividuais, de natureza indivisível, de 
que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas 
por circunstâncias de fato”. 
Características básicas segundo Rodolfo Macuso: 
indeterminação dos sujeitos, indivisibilidade do 
objeto, intensa conflituosidade interna e duração 
efêmera, contingencial. 
Direitos ou interesses coletivos stricto sensu: 
CDC, art. 81, par. único, II - "os transindividuais, de 
natureza indivisível, tendo como titular grupo, categoria 
ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte 
contrária por uma relação jurídica base". 
Direitos ou interesses individuais homogêneos: 
CDC, art. 81, par. único, III - "decorrentes de origem 
comum". 
 
10. Orientações Jurisprudenciais, Precedentes Normativos e 
jurisprudência aplicável do Tribunal Superior do Trabalho e do STF 
#51 - Súmulas e orientações jurisprudenciais do tst 
Jurisprudência importante! 
SUM-85, VI - Não é válido acordo de 
compensação de jornada em atividade 
insalubre, ainda que estipulado em norma 
coletiva, sem a necessária inspeção prévia 
e permissão da autoridade competente, 
na forma do art. 60 da CLT. 
 
SUM-202 - GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE 
SERVIÇO. COMPENSAÇÃO - Existindo, ao mesmo 
tempo, gratificação por tempo de serviço outorgada 
pelo empregador e outra da mesma natureza prevista 
em acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença 
normativa, o empregado tem direito a receber, 
exclusivamente, a que lhe seja mais benéfica. 
 
SUM-264 - HORA SUPLEMENTAR. CÁLCULO - A 
remuneração do serviço suplementar é composta do 
valor da hora normal, integrado por parcelas de 
natureza salarial e acrescido do adicional previsto em 
lei, contrato, acordo, convenção coletiva ou sentença 
normativa. 
 
SUM-364, II - Não é válida a cláusula de acordo ou 
convenção coletiva de trabalho fixando o adicional de 
periculosidade em percentual inferior ao estabelecido 
em lei e proporcional ao tempo de exposição ao risco, 
pois tal parcela constitui medida de higiene, saúde e 
segurança do trabalho, garantida por norma de ordem 
pública (arts. 7º, XXII e XXIII, da CF e 193, §1º, da CLT). 
 
SUM-374 NORMA COLETIVA. CATEGORIA 
DIFERENCIADA. ABRANGÊNCIA - Empregado 
integrante de categoria profissional diferenciada não 
tem o direito de haver de seu empregador vantagensprevistas em instrumento coletivo no qual a empresa 
não foi representada por órgão de classe de sua 
categoria. 
 
OJ-SDC-5 DISSÍDIO COLETIVO CONTRA PESSOA 
JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE 
JURÍDICA - Em face de pessoa jurídica de direito 
público que mantenha empregados, cabe dissídio 
coletivo exclusivamente para apreciação de cláusulas 
de natureza social. Inteligência da Convenção nº 151 
da Organização Internacional do Trabalho, ratificada 
pelo Decreto Legislativo nº 206/2010. 
 
OJ-SDC-17 CONTRIBUIÇÕES PARA ENTIDADES 
SINDICAIS. INCONSTITUCIONALIDADE DE SUA 
EXTENSÃO A NÃO ASSOCIADOS - As cláusulas 
coletivas que estabeleçam contribuição em favor de 
entidade sindical, a qualquer título, obrigando 
trabalhadores não sindicalizados, são ofensivas ao 
direito de livre associação e sindicalização, 
constitucionalmente assegurado, e, portanto, nulas, 
sendo passíveis de devolução, por via própria, os 
respectivos valores eventualmente descontados. 
 
OJ-SDC-36 EMPREGADOS DE EMPRESA DE 
PROCESSAMENTO DE DADOS. 
RECONHECIMENTO COMO CATEGORIA 
DIFERENCIADA. IMPOSSIBILIDADE - É por lei e não 
por decisão judicial, que as categorias diferenciadas 
são reconhecidas como tais. De outra parte, no que 
tange aos profissionais da informática, o trabalho que 
desempenham sofre alterações, de acordo com a 
atividade econômica exercida pelo empregador. 
 
OJ-SDI1-41 ESTABILIDADE. INSTRUMENTO 
NORMATIVO. VIGÊNCIA. EFICÁCIA - Preenchidos 
todos os pressupostos para a aquisição de 
estabilidade decorrente de acidente ou doença 
profissional, ainda durante a vigência do instrumento 
normativo, goza o empregado de estabilidade mesmo 
após o término da vigência deste. 
 
 
 
 
OJ-SDI1-322 ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. 
CLÁUSULA DE TERMO ADITIVO PRORROGANDO O 
ACORDO PARA PRAZO INDETERMINADO. 
 
 
 
 
 40 
INVÁLIDA - Nos termos do art. 614, § 3º, da CLT, é de 
2 anos o prazo máximo de vigência dos acordos e das 
convenções coletivas. Assim sendo, é inválida, naquilo 
que ultrapassa o prazo total de 2 anos, a cláusula de 
termo aditivo que prorroga a vigência do instrumento 
 
coletivo originário por prazo indeterminado. 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO
1. Direito Administrativo: conceito, fontes e sistemas administrativos. 
Princípios implícitos e explícitos da Administração Pública, no plano 
legal e constitucional. 
#01 – Regime Jurídico Administrativo 
O regime jurídico administrativo é o conjunto 
harmônico de normas (regras e princípios) que regem 
a atuação da Administração Pública em sua atuação, na 
relação com os administrados, na relação com os seus 
agentes, na prestação de serviços públicos e na sua 
organização interna, sempre em busca do interesse 
público. 
#02 - Princípios basilares da Adminsitração Pública 
Supremacia do interesse público sobre o 
interesse privado: Prevalência dos interesses da 
coletividade, tutelados pelo Estado, sobre os 
interesses meramente particulares, com objetivo de 
satisfação das necessidades coletivas e finalidades 
públicas. Dá ensejo às prerrogativas do Poder Público. 
Não é absoluto e não está presente em toda a atuação 
da Administração Pública. 
Indisponibilidade do interesse público: A 
Administração Pública, como simples gestora do 
interesse público (cujo titular é o povo), não pode 
dispor livremente dos bens e interesses coletivos, 
estando limitada à finalidade estabelecida pelo 
ordenamento jurídico. Dá ensejo às restrições 
aplicadas ao Poder Público e está presente em toda a 
atuação estatal. 
#03 – Princípios expressos na Constituição 
Princípio da legalidade: Consiste na limitação do 
Poder Público ao conjunto de normas (em sentido 
amplo) por ele editado. A reserva legal, por outro lado, 
estabelece que a atuação só é permitida diante da 
autorização de uma espécie normativa específica. 
Princípio da impessoalidade: a atuação da 
Administração Pública não pode ter caráter pessoal 
nem ser movida por sentimentos ou vontades pessoais 
do Administrador. 
 
Aspectos da impessoalidade 
Isonomia 
A atuação deve ser 
objetiva, sem 
subjetivismo 
Vedação à promoção 
pessoal 
As realizações da 
Administração Pública 
não podem ser 
divulgadas como feito 
pessoal do agente 
público, mas do órgão 
que ele representa 
Finalidade 
Toda a atuação da 
Administração Pública 
deve estar voltada para 
atingir o fim previsto no 
ordenamento jurídico. 
Princípio da moralidade: Os agentes públicos 
devem, além de respeitar as leis, atuar de forma 
honesta, proba, com lealdade e boa-fé e com 
fundamento nos padrões éticos de conduta. É uma 
espécie de moralidade jurídica (não se confunde com 
moralidade social, fundamentada no senso comum) e 
está relacionada à boa administração, devendo ser 
compreendida de forma objetiva, extraída do conjunto 
de normas relacionadas à atuação dos agentes 
públicos. 
Princípio da publicidade: Estabelece o dever de 
transparência em toda a atuação do Poder Público, 
tornando públicos os seus atos. Possibilita o controle 
popular sobre a Administração Pública. 
Princípio da eficiência: Determina a busca dos 
melhores resultados práticos (produtividade), por 
meio da melhor atuação possível, de forma célere e 
com redução dos desperdícios (economicidade). 
Possui dois aspectos essenciais, um voltado ao agente 
público e outro voltado para a organização interna da 
Administração Pública. 
#04 – Princípios implícitos 
Princípio da razoabilidade e 
proporcionalidade: estão ligadas à ideia de relação 
racional entre meios e fins, tanto na esfera 
Administrativa quanto na Legislativa. Razoável é a 
conduta que se insere dentro dos padrões de 
 
 
 
 
 41 
normalidade aceitos pela sociedade. 
Proporcionalidade, por sua vez, relaciona-se com o 
excesso de poder e é analisada sobre três aspectos: 
Adequação/idoneidade: O meio empregado 
deve ser o mais adequado ou idôneo para atingir a 
finalidade pretendida. 
Necessidade/exigibilidade: Verificação de 
inexistência de meio menos gravoso (que implique em 
menor restrição aos direitos fundamentais) para atingir 
o objetivo pretendido. 
Proporcionalidade em sentido estrito: 
Ponderação entre o ônus imposto pela medida e o 
benefício trazido pelas suas consequências. 
Princípio da continuidade: A atividade 
administrativa deve ser prestada de forma ininterrupta, 
sem paralisações, especialmente no que concerne ao 
serviço público. Está umbilicalmente ligado à 
necessidade de prestação de serviços adequados. Há 
que se distinguir ainda necessidade absoluta de 
necessidade relativa. No primeiro caso, por se tratar 
de necessidades básicas dos cidadãos, deve ser 
prestado sem qualquer interrupção. Já quanto às 
necessidades relativas, não há necessidade de 
prestação de serviços em tempo integral, o serviço 
pode ser prestado em dias e horários determinados 
Princípio da autotutela: poder de a 
Administração Pública controlar os seus próprios atos, 
retirando-os do mundo jurídico quando necessário, 
para conferir regularidade às suas condutas. 
Princípio da motivação: Indicação expressa dos 
pressupostos fáticos e jurídicos e sua correlação lógica 
com a decisão proferida. Mais um instrumento de 
controle popular da atuação administrativa 
Princípio da segurança jurídica: princípio geral 
do direito, vetor indispensável ao Estado Democrático 
de Direito, consistente no direito dos cidadãos à 
ciência previa das leis que regem a vida em sociedade, 
bem como, de não serem surpreendidos por 
alterações repentinas ou pela retroatividade de 
determinadas leis. Seu objetivo é a pacificação social. 
Princípio da sindicabilidade: trata-se do poder 
de controle sobre a atuação estatal. O conceito 
abrange tanto o controle realizado pela própria 
Administração Pública sobre seus atos, quanto o 
controle externo realizado pelo Poder Judiciário e pelo 
Poder Legislativo com auxílio dos Tribunais de Contas. 
Princípio do contraditório e da ampla defesa: 
Direito de a) tomar conhecimento de todos osatos do 
processo administrativo ou judicial; b) oportunidade 
para se manifestar; c) produzir provas e formular 
requerimentos; d) oportunidade de influenciar no 
julgamento da autoridade. Permite que ambas as 
partes participem da condução do feito, tendo o poder 
de influenciar a autoridade julgadora na formação do 
seu convencimento. 
Princípio da hierarquia: Dever de uma 
organização estrutural dos órgãos da Administração 
Pública definindo uma relação de coordenação e 
subordinação entre eles, em que cada órgão possui 
competências próprias de acordo com a lei. 
 
2.Ato administrativo: conceito, classificação, requisitos, atributos, 
extinção e convalidação. Vinculação e discricionariedade. O mérito 
do ato administrativo. Vícios do ato administrativo. Atos 
administrativos nulos, anuláveis e inexistentes. Teoria dos motivos 
determinantes. Controle interno e externo dos atos administrativos. 
#05 – Conceito de ato administrativo 
Ato administrativo é a manifestação ou declaração 
unilateral de vontade da Administração Pública, 
agindo nesta qualidade, ou de particulares que 
estejam no exercício de prerrogativas públicas, em 
conformidade com o interesse público, que produzem 
efeitos jurídicos na esfera administrativa, estando 
sujeitos ao regime jurídico de direito público e ao 
controle do Poder Judiciário 
#06 – Silêncio administrativo 
Em determinados casos, a manifestação de vontade 
ocorre por meio de uma atitude omissiva ou pela 
inércia dos responsáveis. Trata-se do denominado 
“silêncio administrativo”, que consiste 
na conduta omissiva da Administração 
que produz efeitos jurídicos no âmbito 
do Direito Administrativo. A inércia da 
Administração apenas implicará em 
efeitos jurídicos quando houver 
expressa previsão legal neste sentido (ex.: art. 26, § 
3º, lei 9.478/97). 
#07 – Elementos do ato administrativo 
Competência: É a atribuição legal conferida ao 
agente público para o desempenho das funções 
específicas relacionados ao seu cargo público. A 
competência é definida pela lei ou diretamente pela 
própria constituição e não pode ser alterada pela 
vontade das partes. 
Vício de competência (excesso de poder): É 
sanável, desde que não se trate de competência 
exclusiva ou competência em relação à matéria, 
admitindo-se, desta forma, convalidação do ato. 
Finalidade: A finalidade é o objetivo que se busca 
alcançar com a prática do ato administrativo e pode ser 
dividida em finalidade geral (interesse público) e 
específica (fim pretendido). 
Forma: A forma é o modo de exteriorização do ato 
administrativo, determinada pela lei. 
Vício de forma: O vício no elemento forma do ato 
administrativo é sanável e, por este motivo, o ato é 
passível de convalidação na forma da lei. 
 
 
 
 
 42 
Motivo: O motivo é a causa imediata, prevista em 
lei, que ensejou a prática do ato administrativo. É a 
situação de fato e de direito que determinou ou 
autorizou a prática do ato, ou seja, o pressuposto fático 
e jurídico que enseja a prática do ato. 
Objeto: O objeto é o efeito jurídico e material 
imediato produzido pelo ato administrativo. É o 
próprio conteúdo do ato administrativo. 
#09 – Atributos do ato administrativo 
Presunção de legitimidade e veracidade: Até 
prova em contrário, os atos administrativos presumem-
se válidos e os fatos nele expostos presumem-se 
verdadeiros. 
Imperatividade: Os atos administrativos podem 
impor obrigações ou restrições aos particulares de 
forma unilateral e coercitiva, sem o consentimento de 
qualquer pessoa. 
Autoexecutoriedade: Os atos 
administrativos podem ser executados de 
forma direta e imediata, inclusive com o 
uso de força pública, sem prévia 
autorização do Poder Judiciário. 
Tipicidade: Os atos administrativos 
devem corresponder a uma figura previamente 
estabelecida em lei, sem a possibilidade de se praticar 
atos administrativos inominados. 
#10 – Espécies de ato administrativo 
Ato normativo: São atos dotados de 
generalidade e abstração (normatividade), não 
possuindo destinatários específicos. Não podem, em 
regra, inovar no ordenamento jurídico. 
Ato ordinatório: São atos administrativos 
internos que possuem a finalidade de organizar a 
atividade administrativa nos órgãos e entidades 
públicas. Decorrem do poder hierárquico. 
Atos negociais: São atos de consentimento da 
Administração Público ao pedido do administrado 
para exercer uma atividade ou direito de interesse dele 
ou a utilização de bem público. Trata-se de ato 
unilateral da administração. O ato negocial poderá ser 
vinculado ou discricionário. 
 Características 
Interesse 
preponderante 
Licença 
Vinculado; 
Definitivo; 
Declaratório 
Interesse 
público. 
Permissão 
Discricionário; 
Precário; 
Interesse 
público 
Definitivo. 
Autorização 
Discricionário; 
Precário; 
Definitivo. 
Interesse 
privado 
Atos enunciativos: Os atos enunciativos podem 
ser definidos em dois sentidos: 
Sentido estrito: atos que contém um juízo de 
valor, uma opinião, uma sugestão ou uma 
recomendação para a atuação administrativa, 
podendo ser esta manifestação jurídica, técnica ou 
política (quanto ao interesse público). É o caso dos 
pareceres; 
Sentido amplo: além dos casos acima, abrange 
também os atos de conteúdo declaratório, sem 
qualquer emissão da opinião da Administração, tais 
como as certidões e atestados. 
Atos punitivos: São os atos por meio dos quais a 
Administração Pública impõe punições aos seus 
agentes públicos ou aos administrados de maneira 
geral quando atuarem em desconformidade com a 
ordem jurídica. 
Atos de controle ou de verificação: Espécie 
apontada por Rafael Oliveira, que consiste nos atos 
que controlam a legalidade e o mérito do ato 
administrativo já editado. 
ANULAÇÃO 
Anula um ato inválido 
Anula atos vinculados ou discricionários 
Em regra, é ato vinculado (será discricionários se 
houver possibilidade de convalidação) 
Produz efeitos retroativos (ex tunc) 
Pela Administração Pública, Poder Judiciário e 
Poder 
Legislativo 
Em regra, gera direito a indenização 
 
REVOGAÇÃO 
Revoga um ato válido 
 
 
 
 
 43 
Revoga apenas atos discricionários 
É um ato discricionário em si 
Produz efeitos prospectivos (ex nunc) 
Apenas pela Administração Pública 
Em regra, não há direito a indenização 
#11 – Convalidação do ato administrativo 
É a correção ou regularização de ato que contenha 
defeito sanável, desde a sua origem (ex tunc), 
fazendo com que os efeitos já produzidos 
permaneçam válidos e que o ato continue no mundo 
jurídico de forma válida. 
 
3. Organização administrativa. Concentração e desconcentração. 
Centralização e Descentralização. Administração Direta e Indireta. 
Autarquia. Sociedade de economia mista. Empresa pública. 
Fundação pública. Agências reguladoras e executivas. Outros entes 
vinculados ao Estado. 
#12 – Descentralização administrativa 
De modo geral, é a transferência de determinada 
atividade administrativa para uma outra pessoa, física 
ou jurídica, integrante ou não da estrutural 
organizacional do Estado. Neste sentido, a 
descentralização sempre pressupõe duas pessoas 
distintas. 
#13 – Desconcentração 
É a distribuição de atribuições, dentro de uma mesma 
pessoa jurídica, entre os órgãos internos, que não 
possuem personalidade jurídica. Este fenômeno 
decorre do poder hierárquico da Administração 
Pública, que pode atribuir funções dentro de sua 
estrutura organizacional, existindo uma relação de 
subordinação. 
#14 – Controle finalístico ou Vinculação 
Ausência de subordinação em relação ao 
Poder Público instituidor. Não há relação 
de hierarquia entre o ente federado 
instituidor e a entidade administrativa. A 
relação dessas entidades com o ente político 
instituidor é de vinculação. O ente político exerce 
apenas controle finalístico sobre as entidades de sua 
Administração indireta, também denominado tutela 
administrativa ou supervisão ministerial. 
#15 – Órgãos públicos 
São unidadesintegrantes da estrutura de uma mesma 
pessoa jurídica, que recebem parcela das 
competências da entidade que integram para 
exercício de forma especializada, por meio de agentes 
públicos. Trata-se de mero conjunto de competências 
agrupadas. 
#16 – Autarquias 
É uma pessoa jurídica, submetida ao regime jurídico 
de Direito Público, criada diretamente por meio de lei 
para desenvolver atividades típicas de Estado, 
integrando a Administração Público indireta. São 
dotadas de autonomia administrativa e financeira e 
patrimônio próprio. 
As principais características das autarquias são: 
Regime Jurídico de Direito Público; 
Criação e extinção diretamente por meio de lei; 
Personalidade jurídica, patrimônio e receita 
próprios; 
Autonomia administrativa e financeira; 
Atividades típicas de estado (que exigem o 
exercício do poder de império); 
Integrantes da Administração indireta; 
Vinculadas (e não subordinadas) à Administração 
Direta. 
#17 – Fundações públicas 
São um patrimônio personalizado (a que é dado 
caráter de pessoa jurídica), que prestam atividade não 
lucrativa e com um objetivo social e interesse coletivo. 
#18 – Empresas estatais 
Empresa pública é a entidade dotada de 
personalidade jurídica de direito privado, com criação 
autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo 
capital social é integralmente detido pela União, pelos 
Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. 
Sociedade de economia mista é a entidade 
dotada de personalidade jurídica de direito privado, 
com criação autorizada por lei, sob a forma de 
sociedade anônima, cujas ações com direito a voto 
pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da 
administração indireta. 
#19 – Consórcios públicos (Lei 11.107/05) 
Pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da 
Federação, na forma da Lei nº 11.107/2005, para 
estabelecer relações de cooperação federativa, 
inclusive a realização de objetivos de interesse comum, 
constituída como associação pública, com 
personalidade jurídica de direito público e natureza 
autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado 
sem fins econômicos. 
#20 – Agências executivas 
Qualificação dada para autarquia ou fundação 
pública, estando prevista no art. 51 da lei 9.649/98, 
enquanto o contrato de desempenho está previsto na 
lei 13.934/2019. Seus requisitos para a qualificação 
 
 
 
 
 44 
são: a elaboração de Plano estratégico de 
reestruturação e de desenvolvimento institucional; e 
formulação de Contrato de desempenho 
(periodicidade mínima de 1 ano). 
#21 – Agências reguladoras 
Trata-se de autarquia criada com um regime jurídico 
especial que lhe confere maior autonomia técnica e 
maiores poderes administrativos para regular 
determinado setor relevante da sociedade (atividade 
econômica ou prestação de serviço público). 
Regulação não se confunde com 
regulamentação. A regulamentação é a 
atribuição conferida ao Presidente da 
República para editar decretos 
regulamentando a fiel execução das leis, 
prevista no art. 84, IV, CF 
Poder normativo das agências reguladoras 
O Legislativo não possui conhecimento técnico para 
estabelecer direitos e obrigações nos setores 
econômicos regulados. Por este motivo, tem-se 
atribuído, por meio de lei, essa função às agências 
reguladoras, que a exercem por meio de atos 
normativos infralegais. Essa atribuição normativa feita 
pela lei, que estabelece apenas os parâmetros 
(standards) a serem observados, tem sido denominada 
de deslegalização ou delegificação. 
#22 – Serviço social autônomo 
Os serviços sociais autônomos são pessoas jurídicas de 
direito privado, sem fins lucrativos, criadas por 
confederações privadas (representativas de categorias 
econômicas), após autorização prevista em lei, que 
recebem recursos oriundos de contribuição social de 
natureza tributária (art. 240, CF) e dotações 
orçamentárias do poder público. 
#23 – Organização Social (Lei 9.637/98) 
Organização Social é uma qualificação jurídica dada 
pelo Poder Público a pessoa jurídica de direito 
privado, sem fins lucrativos, que atua na prestação de 
atividade de interesse público não exclusiva de Estado. 
De acordo com a referida lei, as organizações sociais 
foram criadas para “absorver” atividades não 
exclusivas de Estado que eram realizadas por 
entidades estatais a serem extintas (art. 20). 
#24 – Organização da Sociedade Civil de interesse 
Público (Lei 9.790/99) 
Trata-se de uma qualificação específica, concedida a 
entidades de direito privado sem fins lucrativos, 
constituídas e em funcionamento regular há, no 
mínimo, 3 (três) anos, que atuem em uma das 
atividades sociais previstas no art. 3º da lei 9.790/99, 
não exclusivas de Estado, e que pretendam celebrar 
parceria com o Poder Público para receber fomento e 
se submeterem a fiscalização por meio de termo de 
parceria. 
 
4. Poderes da Administração: hierárquico, disciplinar, regulamentar 
e de polícia. Uso e abuso de poder. 
#25 – Poder Vinculado 
O poder vinculado é aquele em que a Administração 
Pública não possui liberdade de escolha em sua 
atuação ou a liberdade é mínima, devendo atuar nos 
estritos limites da lei. 
#26 – Poder Discricionário 
Consiste na liberdade de escolha que a lei confere 
ao agente público para escolher, dentro dos limites da 
lei, de acordo com a conveniência e oportunidade, 
praticar ou não o ato e/ou a forma como será 
praticado. O poder discricionário existe quando a lei o 
instituir e não é absoluto, mas encontra limitação na 
lei, nos princípios administrativos e nos direitos e 
garantias fundamentais. 
#27 – Poder Hierárquico 
O poder hierárquico decorre da própria estrutura 
organizada de forma escalonada na Administração 
Pública, com órgãos dispostos de forma verticalizada e 
consiste na atribuição concedida ao administrador 
para organizar e distribuir as funções de seus órgãos 
de maneira vertical, estabelecendo uma relação de 
subordinação. A hierarquia se verifica apenas no 
âmbito de uma mesma pessoa jurídica. 
#28 – Poder Disciplinar 
O poder disciplinar consiste na prerrogativa que a 
Administração Pública possui para investigar e punir 
os agentes públicos que praticarem infrações 
funcionais (estatutários e celetistas) e os demais 
administrados sujeitos à disciplina especial 
administrativa, após o regular procedimento 
administrativo pautado no contraditório e na ampla 
defesa. 
#29 – Poder Normativo ou Regulamentar 
É a prerrogativa da Administração Pública para a 
edição de atos administrativos gerais e abstratos com 
efeitos erga omnes (se aplicam a todos), ou seja, é a 
atribuição para a edição de normas gerais. A lei é ato 
normativo primário, enquanto os atos administrativos 
normativos são secundários, pois extraem seu 
fundamento de validade da lei e da Constituição. 
#30 – Poder de Polícia 
Poder de polícia é a prerrogativa que a Administração 
Pública possui para, na forma da lei, restringir, 
condicionar ou regulamentar o exercício de 
direitos, o uso de bens e a prática de atividades 
 
 
 
 
 45 
privadas, sempre objetivando atingir o interesse 
público. 
#31 - Ciclos do Poder de Polícia 
Ordem de polícia: consiste na legislação que 
estabelece os limites e condições para o exercício da 
autonomia privada. Estará vinculada à lei, podendo 
existir ou não um ato normativo infralegal a 
regulamentando. 
Consentimento de polícia: A Administração 
Pública, fundamentada nas normas editadas na fase da 
ordem de polícia, concede ou não sua anuência para a 
prática de determinadas atividades privadas ou para a 
utilização de bens. 
Fiscalização de polícia: atividade por meio da 
qual se verifica se os particulares estão cumprindo as 
ordens de polícia. 
Sanção de polícia: Dever-poder que a 
Administração Pública possui de aplicar penalidades 
aos particulares que descumprirem as ordens de 
polícia. 
Jurisprudência importante! 
Recentemente o STF proferiu decisão, 
alterandoo seu posicionamento inicial, 
definindo que é constitucional a delegação 
do poder de polícia, por meio de lei, a 
pessoas jurídicas de direito privado integrantes da 
administração pública indireta de capital social 
majoritariamente público que prestem exclusivamente 
serviço público de atuação própria do Estado e em 
regime não concorrencial (RE 633.782). 
#32 – Atributos do Poder de Polícia 
Discricionariedade: A Administração Pública, em 
regra, dispões de uma liberdade razoável em sua 
atuação no exercício do poder de polícia. Embora a 
discricionariedade seja a regra, a lei pode estabelecer 
atos de polícia administrativo totalmente vinculados. 
Além disso, algumas fases do ciclo de polícia não são 
passíveis de valoração quanto à sua prática. 
Coercibilidade: Os atos de polícia impõem 
restrições ou condições que devem ser observadas de 
forma obrigatória pelos administrados. 
Autoexecutoriedade: Permite a execução direta, 
imediata e forçada, sem a necessidade de prévia 
autorização do Poder Judiciário, de um ato 
administrativo editado no exercício do poder de 
polícia., podendo, inclusive, utilizar de força pública. A 
doutrina vem reconhecendo a existência da 
autoexecutoriedade em duas situações: previsão em 
lei e situação de urgência. 
# 33 – Abuso de poder 
Excesso de poder Extrapola a competência 
legal 
Desvio de poder Contraria finalidade geral 
ou específica da lei 
Omissão Deixa de agir quando 
obrigado pela lei 
 
5. Licitações. Fundamento constitucional. Legislação aplicável. 
Conceito, finalidades, princípios e modalidades. Obrigatoriedade, 
dispensa e inexigibilidade. Anulação e revogação. Pregão e 
consulta. Registro de preços. 
#34 – Âmbito de aplicação da Lei 14.133/2021 
Ela se aplica aos seguintes órgãos e entidades da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios: 
a) Administração Pública direta; 
b) Autarquias; 
c) Fundações; 
d) Fundos especiais; 
e) Entidades controladas direta ou indiretamente pela 
Administração Pública. 
#35 – Objetivos da Licitação – Art. 11 
I – assegurar a seleção da proposta apta a gerar o 
resultado de contratação mais vantajoso para a 
Administração Pública, inclusive no que se refere ao 
ciclo de vida do objeto; 
II – assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, 
bem como a justa competição; 
III – evitar contratações com sobrepreço ou com preços 
manifestamente inexequíveis e superfaturamento na 
execução dos contratos; 
IV – incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional 
sustentável. 
#36 – Critérios de desempate 
Art. 60. Em caso de empate entre duas ou mais 
propostas, serão utilizados os seguintes critérios de 
desempate, nesta ordem: 
I – disputa final, hipótese em que os licitantes 
empatados poderão apresentar nova proposta em ato 
contínuo à classificação; 
II – avaliação do desempenho contratual prévio dos 
licitantes, para a qual deverão preferencialmente ser 
utilizados registros cadastrais para efeito de atesto de 
cumprimento de obrigações previstos nesta Lei; 
III – desenvolvimento pelo licitante de ações de 
equidade entre homens e mulheres no ambiente de 
trabalho, conforme regulamento; 
 
 
 
 
 46 
IV – desenvolvimento pelo licitante de programa de 
integridade, conforme orientações dos órgãos de 
controle. 
#37 – Regimes de contratação 
Contratação integrada: compreende a 
elaboração e o desenvolvimento dos projetos básico e 
executivo. Além disso, compreende a execução de 
obras e serviços de engenharia, a montagem, a 
realização de testes, a pré-operação e todas as demais 
operações necessárias e suficientes para a entrega 
final do objeto (art. 6º, §XXXII). 
Contratação semi-integrada: não envolve a 
elaboração do projeto básico pelo contratado, apenas 
do projeto executivo. Para realização da contratação 
semi-integrada, é obrigatória a existência de prévio 
projeto básico. Entretanto, na contratação semi-
integrada, o projeto básico poderá ser alterado, desde 
que demonstrada a superioridade das inovações 
propostas pelo contratado em termos de redução de 
custos, de aumento da qualidade, de redução do 
prazo de execução ou de facilidade de manutenção ou 
operação (art. 46, §5º). 
#38 – Modalidades de Licitação 
Pregão: passa a ser obrigatório para a contratação 
de bens e serviços comuns. 
Concorrência: obrigatoriamente utilizada nas 
contratações de bens e serviços especiais e obras e 
serviços comuns e especiais de engenharia. 
Concurso: será utilizado quando o objeto da 
contratação for trabalho técnico, científico ou artístico. 
O critério de julgamento será sempre o de melhor 
técnica ou conteúdo artístico. 
Leilão: qualquer hipótese de alienação de bens será 
realizada por leilão, não importando a origem ou o 
preço do bem. O critério de julgamento será sempre o 
de maior lance. 
Diálogo competitivo: modalidade de licitação para 
contratação de obras, serviços e compras em que a 
Administração Pública realiza diálogos com licitantes 
previamente selecionados mediante critérios 
objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais 
alternativas capazes de atender às suas necessidades, 
devendo os licitantes apresentar proposta final após o 
encerramento dos diálogos. 
#39 – Sistema de Registros de Preços 
Sistema de registro de preços é o “conjunto 
de procedimentos para realização, mediante 
contratação direta ou licitação nas 
modalidades pregão ou concorrência, de 
registro formal de preços relativos a 
prestação de serviços, a obras e a aquisição e 
locação de bens para contratações futuras” (art. 6º, 
XLV). 
O art. 41, II, da lei 14.133/2021 estabelece que o 
sistema de registro de preços deve ser utilizado como 
a regra geral nas aquisições, sempre que pertinente. 
No entanto, o sistema não é utilizado apenas nas 
aquisições, poderá ser utilizado também para registro 
de preços relativos à prestação de serviços (inclusive 
de engenharia), a obras e à locação de bens (art. 82, 
§5º). 
#40 – Licitação dispensada (Art. 76, I e II) 
Aplicável nas alienações de bens da Administração 
Pública, quando se dispensará a licitação. 
#41 – Licitação inexigível - Art. 74 
A licitação é juridicamente impossível por 
impossibilidade de competição em razão da 
inexistência de pluralidade de potenciais interessados. 
Casos de inexibiligade: 
Fornecedor exclusivo; 
Profissional do setor artístico 
Serviços técnicos especializados, 
predominantemente intelecutal; 
Credenciamento; 
Aquisição ou locação de imóveis com instalações 
ou localização necessárias. 
#42 – Licitação dispensável - Art. 75 
A lei possibilita ao administrador dispensar a licitação, 
cabendo a este a decisão discricionária entre a sua 
realização ou não. 
#43 – Procedimentos auxiliares da Licitação 
I – credenciamento; 
II – pré-qualificação; 
III – procedimento de manifestação de interesse; 
IV – sistema de registro de preços; 
V – registro cadastral 
 
6. Contratos administrativos. Legislação aplicável. Conceito e 
características. Inexecução. Extinção. 
Características gerais 
Formalismo moderado 
Bilateralidade e consensualidade 
Comutatividade e onerosidade 
Pessoalidade (intuito personae) 
Desequilíbrio 
 
 
 
 
 47 
Instabilidade 
Mutabilidade 
#44 – Formalização dos contratos 
Necessidade de prévia licitação, salvo as 
hipóteses de dispensa e inexigibilidade previstas em 
lei (art. 37, XXI, CF); 
A minuta do contrato deve ser acostada ao 
instrumento convocatório da licitação (art. 18, VI); 
Forma escrita, salvo a possibilidade de contrato 
verbal para pequenas compras ou serviços de pronto 
pagamento (arts. 91, caput, e 94, §2º), juntando-se o 
contrato ao processo de licitação; 
Mencionar os nomes das partes e os de seus 
representantes, a finalidade, o ato que autorizou sua 
lavratura, o número do processo da licitação ou da 
contratação direta e a sujeição dos contratantes às 
normas desta Lei e às cláusulas contratuais (art. 89, 
§1º); 
Cláusulas obrigatórias (art. 92); 
Obrigatoriedade,em regra, do instrumento do 
contrato (art. 95); 
Publicação no Portal Nacional de Contratações 
Públicas (PNCP). 
#45 – Alocação de riscos (Matriz de riscos) 
A matriz de risco é uma ferramenta de 
gerenciamento que permite prever 
possíveis riscos do contrato, determinando 
quem deve suportar determinado prejuízo 
caso o evento prejudicial ocorra. A lei 
8.666/93 não trazia essa disposição. No 
entanto, alguns doutrinadores já defendiam a 
necessidade de sua previsão e alocação. 
Para a alocação, deve ser considerado: 
Natureza do risco; 
Beneficiário das prestações a que ele se vincula; 
Capacidade de cada setor para melhor gerenciá-
lo. 
#46 – Prazo de duração dos contratos 
Espécie contrato Duração máxima 
Serviços e fornecimentos 
contínuos 
5 anos, prorrogável 
sucessivamente até 10 
anos 
Aluguel de 
equipamentos e 
utilização de programas 
de informática 
5 anos 
Contratação que gere 
receita ou contrato de 
eficiência que gere 
economia - sem 
investimentos 
10 anos 
Contratação que gere 
receita ou contrato de 
eficiência que gere 
economia - com 
investimentos 
35 anos 
Fornecimento e 
prestação de serviço 
associado 
Prazo do fornecimento + 
5 anos de serviço 
associado 
Operação continuada de 
sistemas estruturantes 
de tecnologia da 
informação 
15 anos 
Administração Pública 
como usuária de serviço 
público oferecido em 
regime de monopólio 
Prazo indeterminado 
#47 – Prerrogativas da Administração 
As cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos 
decorrem diretamente da lei (ex lege), sendo 
desnecessária a sua previsão no edital de licitação e no 
contrato para que possam ser utilizadas pela 
Administração Pública. 
Alteração unilateral do contrato: do projeto ou 
especificações para melhor adequação técnica 
(qualitativa), ou do valor contratual por acréscimo ou 
diminuição do objeto (quantitativa). 
Regra geral: 25% do valor inicial atualizado; 
Exceção: 50% no caso particular de reforma de 
edifício ou de equipamento, apenas quanto aos 
acréscimos (no caso de supressão permanece o limite 
de 25%). 
Extinção unilateral do contrato - artigo 137 
Art. 137. Constituirão motivos para extinção do 
contrato, a qual deverá ser formalmente motivada nos 
autos do processo, assegurados o contraditório e a 
ampla defesa, as seguintes situações: 
I - não cumprimento ou cumprimento irregular de 
normas editalícias ou de cláusulas contratuais, de 
especificações, de projetos ou de prazos; 
II - desatendimento das determinações regulares 
emitidas pela autoridade designada para acompanhar 
e fiscalizar sua execução ou por autoridade superior; 
 
 
 
 
 48 
III - alteração social ou modificação da finalidade ou da 
estrutura da empresa que restrinja sua capacidade de 
concluir o contrato; 
IV - decretação de falência ou de insolvência civil, 
dissolução da sociedade ou falecimento do 
contratado; 
V - caso fortuito ou força maior, regularmente 
comprovados, impeditivos da execução do contrato; 
VI - atraso na obtenção da licença ambiental, ou 
impossibilidade de obtê-la, ou alteração substancial 
do anteprojeto que dela resultar, ainda que obtida no 
prazo previsto; 
VII - atraso na liberação das áreas sujeitas a 
desapropriação, a desocupação ou a servidão 
administrativa, ou impossibilidade de liberação dessas 
áreas; 
VIII - razões de interesse público, justificadas pela 
autoridade máxima do órgão ou da entidade 
contratante; 
IX - não cumprimento das obrigações relativas à 
reserva de cargos prevista em lei, bem como em outras 
normas específicas, para pessoa com deficiência, para 
reabilitado da Previdência Social ou para aprendiz. 
Fiscalização da execução do contrato: é um 
poder-deverda Administração Pública, que deverá 
designar 1 ou mais fiscais do contrato, 
preferencialmente dentre os servidores efetivos ou 
empregados públicos dos seus quadros permanentes 
(art. 117 e 7º), sendo permitida a contratação de 
terceiros para assisti-los e subsidiá-los com 
informações, o que não exime o fiscal de sua 
responsabilidade. Além disso, o fiscal deve ser 
auxiliado pelo órgão de assessoramento jurídico e de 
controle interno (§3º). Trata-se de novidade inserida na 
nova lei 
#48 – Equilíbrio econômico-financeiro do contrato 
Reajuste: é a cláusula prevista nos contratos 
administrativos que objetiva preservar o valor do 
contrato frente à inflação (arts. 6, LVIII). Trata-se de 
modificação no valor do contrato que ocorre 
periodicamente e se relaciona à perda do poder 
aquisitivo da moeda (inflação). O índice de reajuste 
(IPCA-E, IGPM etc.) deve ser previamente definidono 
contrato, conforme se extrai do conceito legal. 
Revisão: A revisão é a modificação das cláusulas 
econômico-financeiras do contrato em decorrência de 
fatos supervenientes e imprevisíveis ou previsíveis de 
consequências incalculáveis que modifiquem 
extraordinariamente os custos do contrato, devendo-
se adequar as referidas cláusulas à nova realidade. 
Atualização financeira: Assim como o reajuste, a 
atualização financeira possui o objetivo de recompor a 
perda do poder aquisitivo da moeda decorrente da 
inflação. De acordo com o art. 92, V, o contrato deve 
prever a atualização monetária dos valores contratados 
desde a data final do período previsto para o 
adimplemento de cada parcela até o efetivo 
pagamento. 
Repactuação: é um instrumento disponível para 
as contratações de serviços contínuos com regime de 
dedicação exclusiva de mão de obra, tais como os 
serviços de limpeza e vigilância. Consiste na alteração 
das cláusulas econômicas e de preço para refletir a 
variação dos componentes dos custos do contrato. 
Trata-se de cláusula que deve ser ajustada no contrato 
administrativo, bem como somente poderá ser 
admitida a sua aplicação após 01 (um) ano contado da 
data da apresentação da proposta ou da última 
repactuação (art. 135, §3º). 
 
7. Responsabilidade civil do Estado. Evolução histórica no Brasil. 
Teorias. Responsabilidade por ação e por omissão. 
Responsabilidade subjetiva e objetiva. Responsabilidade por ato do 
servidor e por ato judicial. Ação regressiva. 
#49 – Evolução da Responsabilidade civil do Estado 
Fase da irresponsabilidade Estatal: decorre do 
entendimento vigente à época de que o rei nunca 
cometia erros (“the king can do not wrong”). Nesta fase, 
o Estado se confundia com o próprio monarca (“o 
estado sou eu”, Luis XIV), sendo impossível a sua 
responsabilização, tendo em vista a impossibilidade 
de aquele governante cometer erros. 
Responsabilidade com previsão legal: o Estado 
somente poderia ser responsabilizado em casos 
pontuais, quando houvesse previsão legal específica 
no sentido da responsabilidade. 
Teoria da responsabilidade subjetiva: Com base 
nesta teoria, o Estado passou a ser responsabilizado na 
mesma medida que o particular. Era necessário 
demonstrar a intenção do agente público em causar o 
dano, ou seja, a sua culpa em sentido amplo (que 
abrange a culpa em sentido estrito e o dolo). 
Teoria da culpa do serviço (faute du service): 
também conhecida como culpa anônima, estabelecia 
que não era mais necessário comprovar a culpa do 
agente público, bastava a demonstração de uma das 
seguintes situações: 
O serviço foi mal prestado (não funcionou); 
O serviço foi prestado de forma ineficiente 
(funcionou mal); 
O serviço prestado com atraso (funcionou com 
atraso). 
 
 
 
 
 49 
Teoria da responsabilidade objetiva: 
desnecessária a aferição de qualquer aspecto 
relacionado ao elemento subjetivo do agente público. 
No entanto, o Estado poderá se livrar da 
responsabilidade pelo ressarcimento dos prejuízos se 
comprovar a existência de uma causa excludente da 
responsabilidade. 
Teoria do risco integral:de acordo com esta 
teoria, o Estado deve ser uma espécie de “garantidor 
universal”, devendo ressarcir todos os prejuízos 
sofridos pelos particulares, desde que presente o nexo 
causal. Na teoria do risco integral não se admite queo 
Estado seja eximido da sua responsabilidade, ainda 
que comprovada uma cláusula excludente. 
#50 – Elementos da responsabilidade objetiva 
Conduta (fato administrativo): para que o Estado 
seja responsabilizado, é necessária a existência de uma 
conduta, comissiva ou omissiva, de seus agentes 
públicos atuando nesta qualidade ou quando a 
conduta tenha relação direta com o exercício da 
função pública. 
Dano: lesão a determinado bem jurídico da vítima, 
seja ele patrimonial ou extrapatrimonial. 
Nexo causal: é o vínculo entre a conduta e o dano. 
#51 – Causas excludentes da responsabilidade 
objetiva 
Culpa exclusiva da vítima: hipótese em que o 
dano é causado por fato da própria vítima (autolesão). 
Culpa exclusiva de terceiro (fato de terceiro): 
dano causado pelo fato de um terceiro que não possui 
vínculo jurídico com o Estado. 
Caso fortuito e força maior: eventos naturais ou 
humanos imprevisíveis ou previsíveis, porém 
inevitáveis, que causam danos às pessoas sem 
qualquer vínculo com a atuação do Estado. 
#52 – Responsabilidade civil por atos legislativos 
Em regra, não há responsabilidade civil do Estado por 
atos legislativos. O principal fundamento para esta 
conclusão é que as leis são atos de caráter geral, 
abstrato e erga omnes, não ensejando a produção de 
efeitos individualizados. São atos dirigidos à sociedade 
ou a uma comunidade específica, e não direcionados 
a particulares individualizados. 
Entretanto, a doutrina aponta três casos em que os 
atos legislativos podem acarretar a 
responsabilização estatal: a) leis inconstitucionais; b) 
leis de efeitos concretos; e c) omissão legislativa. 
#53 – Responsabilidade civil por atos dos Notários 
e Registradores 
O STF definiu o tema em sede de Repercussão Geral, 
ao julgar o RE 842846: 
Jurisprudêcia importante! 
Repercussão geral constitucional que 
assenta a tese objetiva de que: o Estado 
responde, objetivamente, pelos atos dos 
tabeliães e registradores oficiais que, no 
exercício de suas funções, causem dano a 
terceiros, assentado o dever de regresso 
contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob 
pena de improbidade administrativa. RE 842846, 
Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 
27/02/2019, PROCESSO ELETRÔNICO 
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-175 DIVULG 12-
08-2019 PUBLIC 13-08-2019. 
#54 – Prescrição da ação de reparação civil 
A prescrição é a extinção da pretensão de 
ressarcimento pelo decurso do tempo fixado na lei. A 
prescrição da ação de reparação proposta pela vítima 
em face do Ente Público é de 5 anos, a teor do art. 1º, 
do Decreto 20.910/32, art. 2º do Decreto-Lei 4.597/42 
e art. 1º-C da Lei 9.494/97). 
São imprescritíveis as ações de 
ressarcimento ao erário fundadas na 
prática de ato doloso tipificado na Lei de 
Improbidade Administrativa (RE 
852475/SP). 
 
8. Bens públicos: conceito, classificação e características. Afetação e 
desafetação. Uso de bens públicos por particulares. 
#55 – Conceito 
O conceito legal se encontra no art. 98 do Código Civil, 
que considera públicos os bens que, de qualquer 
natureza ou a qualquer título, pertençam às pessoas 
jurídicas de direito público interno. Todos os demais 
bens são particulares. 
#56 – Domínio público X Domínio eminente 
O domínio público diz respeito aos bens móveis e 
imóveis destinados ao uso direto do Poder Público ou 
à sua utilização direta ou indireta pela coletividade, 
estando sujeitos à regulamentação pela Administração 
e submetidos ao regime jurídico de Direito Público. 
Já a expressão “domínio eminente” do Estado diz 
respeito ao poder geral do Estado sobre todos os bens 
que estejam no âmbito do seu território, ou seja, trata-
se do poder decorrente de sua soberania que lhe 
garante a possibilidade de estabelecer ordens gerais 
ou individuais quanto aos bens situados em seu 
território, seja para intervir de forma branda. 
#57 – Classificação quanto à destinação 
Bens de uso comum do povo: bens que se 
destinam à utilização geral da coletividade, tais como 
os rios, mares, estradas, ruas, praças, parques, praias, 
dentre outros. 
 
 
 
 
 50 
Bens de uso especial: se destinam a uma 
atividade específica da Administração Pública, ou seja, 
são utilizados na execução de um serviço 
administrativo ou um serviço público. São os bens que 
constituem os equipamentos materiais da 
Administração na busca do atingimento das suas 
finalidades. 
Bens dominicais: a noção de bens dominicais é 
residual, ou seja, todos aqueles bens que não são de 
uso comum do povo ou de uso especial da 
Administração devem ser considerados dominicais. 
#58 – Regime jurídico 
Alienabilidade condicionada: os bens de uso 
comum do povo e os de uso especial são 
absolutamente inalienáveis enquanto perdurar a 
condição de afetação. Por outro lado, os bens 
dominicais podem ser alienados, desde que 
observadas as exigências legais. Essas exigências 
legais, em regra, se encontram na lei 14.133/2021, 
especialmente em seus arts. 76. 
Impenhorabilidade: Os bens públicos não se 
sujeitam à penhora para satisfação dos créditos de 
credores da Fazenda Pública, razão pela qual são 
considerados impenhoráveis. Os pagamentos devidos 
pela Fazenda Pública, em virtude de sentença judicial, 
devem ocorrer mediante o sistema de precatórios ou 
por meio da requisição de pequeno valor (RPV), 
conforme o caso. 
Imprescritibilidade: A imprescritibilidade dos 
bens públicos estabelece que tais bens não podem ser 
adquiridos por usucapião, independentemente da 
categoria a que esses bens pertencem. A 
imprescritibilidade dos bens públicos é estabelecida 
pela própria Constituição Federal, além de ter sido 
confirmada no Código Civil de 2002 
Não onerabilidade: A Administração Pública não 
pode conceder um bem público como garantia de 
direito real de uma dívida, tendo em vista que, caso 
não adimplida, seria o caso de execução direta, com a 
penhora do bem, para pagamento da dívida, o que 
viola a característica da impenhorabilidade dos bens 
públicos. 
#59 – Autorização de uso 
As características da autorização de uso, podem ser 
assim resumidas: 
Ato unilateral: depende apenas da manifestação 
de vontade da Administração Pública; 
Ato discricionário: o interessado não possui 
direito adquirido à utilização. A autorização depende 
do juízo de conveniência e oportunidade da 
autoridade administrativa; 
Precário: pode ser revogado a qualquer 
momento de forma discricionária; 
 Em regra, sem prazo determinado; 
 Atende, primordialmente, ao interesse particular; 
 Não depende de lei nem de licitação. 
#60 – Permissão de uso 
As características da permissão de uso podem ser 
assim resumidas: 
Ato unilateral: depende apenas da manifestação 
de vontade da Administração Pública; 
Ato discricionário: o interessado não possui 
direito adquirido à utilização. A permissão depende do 
juízo de conveniência e oportunidade da autoridade 
administrativa; 
Precário: pode ser revogado a qualquer 
momento de forma discricionária; 
Em regra, sem prazo determinado; 
Atende ao interesse público e ao interesse 
particular de igual forma; 
Não depende de lei; pode depender de licitação 
se for possível e houver mais de um interessado. 
#61- Concessão de uso 
As características podem ser assim resumidas: 
Contrato administrativo (bilateralidade); 
 Discricionário: o interessado não possui direito 
adquirido à utilização. A concessão depende do juízo 
de conveniência e oportunidade da autoridade 
administrativa; 
Definitivo: não pode ser revogado a qualquer 
momento de forma discricionária; 
Em regra, por prazo determinado; 
Não depende de lei; pode depender de licitação 
se for possível e houver mais de um interessado 
#62 – Alienação de bens 
As regras para alienação os bens da Administração 
Pública se encontram no art. 76 da Lei 14.133/2021 e 
são resumidas da seguinte forma: 
Desafetação: o bem público não pode estar 
“afetado” a uma finalidade pública,ou seja, deve ter 
caráter de bem dominical; 
Interesse público devidamente justificado; 
Avaliação prévia; 
Licitação (modalidade leilão, segundo a lei 
14.133/2021); 
Autorização legislativa para os bens imóveis 
das pessoas de direito público. 
 
 
 
 
 
 51 
9. Agentes públicos. Normas constitucionais. Servidor público e 
empregado público. Cargo, emprego e função pública. Direito de 
sindicalização e direito de greve do servidor público. Regime 
jurídico dos servidores públicos civis da União (Lei nº 8.112/1990). 
Processo administrativo disciplinar. 
#63 – Conceito 
O dispositivo legal que melhor expressa o conceito de 
agente público é o art. 2º da lei 8.429/92 (lei de 
improbidade administrativa):Para os efeitos desta Lei, 
consideram-se agente público o agente político, o 
servidor público e todo aquele que exerce, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra 
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, 
emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º 
desta Lei 
#64 – Espécies de agentes públicos 
Agentes Políticos: são os agentes que exercem 
função política de Estado. Possuem cargos estruturais 
e inerentes à organização política do país, exercendo 
função diretiva e manifestando a vontade superior do 
Estado. 
Servidores Públicos: a expressão “servidor 
público” é gênero do qual são espécies: a) servidores 
estatutários; b) servidores trabalhistas (celetistas ou 
empregados públicos); e c) servidores temporários. 
Particulares em colaboração com o Poder 
Público: são os agentes públicos que atuam em 
situações excepcionais, em nome do Estado, mesmo 
sem perderem a condição de particulares e ainda que 
em caráter temporário ou ocasional e sem 
remuneração (embora possam ser remunerados). A 
condição de particular em colaboração independe do 
vínculo jurídico estabelecido. Esses particulares 
exercem função pública e podem ser divididos em 
quatro espécies: a) designados (ou honoríficos); b) 
voluntários; c) delegados; d) credenciados. 
Exceções ao princípio do concurso público 
Cargo em comissão (art. 37, II); 
Servidores temporários (art. 37, IX) 
Agentes comunitários de saúde e agentes de 
combate às endemias (art. 198, §4º) 
Ministros do STF, STJ, TST, TSE e TSM (arts. 101, 
parágrafo único; 104, parágrafo único; 111-A; 119, 
II; e 123 parágrafo único); 
Ministros e Conselheiros dos Tribunais de Contas 
(arts. 73, §§ 1º e 2º; e 75); 
Magistrados que ingressam nos Tribunais pelo 
quinto constitucional 
Ex-combatentes que tenham efetivamente 
participado de operações bélicas na Segunda 
Guerra Mundial (art. 53, I, do ADCT). 
#65 – Regras referentes ao concurso público 
Prazo de validade: a constituição federal define 
os limites para que seja estabelecido o prazo de 
validade no art. 37, III: “o prazo de validade do 
concurso público será de até dois anos, prorrogável 
uma vez, por igual período;” 
Cláusula de Barreira: A cláusula de barreira nada 
mais é do que a “nota de corte”. O STF considera 
constitucional a cláusula de barreira; 
Classificação por regiões ou por áreas de 
especialização: a Corte suprema também considera 
válida a previsão editalícia de classificação dos 
candidatos por região ou por área de especialização 
Fase de apresentação de títulos: a exigência de 
títulos somente se justifica quando o cargo ou 
emprego público possuir atribuições que dependam 
de especial conhecimento técnico ou científico e deve 
ter caráter meramente classificatório; 
Curso de formação; 
Alteração do edital após a sua publicação: o STF 
só admite a modificação do edital após a sua 
publicação se verificados os seguintes requisitos: a) 
superveniência de lei; e b) concurso ainda não 
concluído e homologado; 
Direito ao acesso às correções e recursos; 
Controle judicial: ao Poder Judiciário cabe 
somente o controle da legalidade dos atos 
administrativos. Assim, é pacífico o entendimento de 
que não cabe ao Judiciário substituir a banca 
 
 
 
 
 52 
examinadora para definir critérios de seleção, 
reavaliando provas e notas atribuídas aos candidatos. 
#66 – Disposições aplicáveis ao provimento 
originário - Lei 8.112/90 
Nomeação: A nomeação é ato administrativo 
unilateral, não gerando obrigação para o nomeado, 
mas apenas direito subjetivo para tomar posse. 
Posse: A posse ocorre com a assinatura do “termo 
de posse” e, em âmbito federal, deve ocorrer no prazo 
de 30 (trinta) dias, improrrogáveis, contado da 
publicação da nomeação. No ato da posse, o servidor 
apresentará declaração de bens e valores que 
constituem seu patrimônio e declaração quanto ao 
exercício ou não de outro cargo, emprego ou função 
pública (art. 13, §5º). 
Exercício: O exercício é o efetivo desempenho 
das atribuições do cargo ou função pública. O prazo 
para o empossado entrar em exercício é de 15 
(quinze) dias, improrrogáveis contados da data da 
posse. 
#67 – Formas de remoção - Art. 36, parágrafo único, 
da Lei 8.112/90 
De ofício, no interesse da Administração. 
A pedido, a critério da Administração. 
A pedido, para outra localidade, 
independentemente do interesse da administração, 
nas seguintes hipóteses: 
Para acompanhar cônjuge ou companheiro, 
também servidor público civil ou militar, de qualquer 
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da 
Administração; 
Por motivo de saúde do servidor, cônjuge, 
companheiro ou dependente que viva às suas 
expensas e conste do seu assentamento funcional, 
condicionada à comprovação por junta médica oficial; 
Em virtude de processo seletivo promovido, na 
hipótese em que o número de interessados for 
superior ao número de vagas, de acordo com normas 
preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que 
aqueles estejam lotados. 
 
#68 – Indenizações 
As indenizações são as verbas pecuniárias pagas ao 
servidor público com o objetivo de ressarcir as 
despesas por ele efetuadas para desempenhar as 
suas atribuições. 
Ajuda de custo (arts. 53 a 57): destina-se a 
compensar as despesas de instalação do servidor que, 
no interesse do serviço, passa a ter exercício em nova 
sede, com mudança de domicílio de forma 
permanente. 
Diárias (art. 58 e 59): pagas ao servidor que se 
afastar a serviço de sua sede em caráter eventual ou 
transitório, para outro ponto do território nacional ou 
para o exterior. 
Indenização de transporte (art. 60): devida ao 
servidor que realizar despesas com a utilização de 
meio próprio de locomoção para a execução de 
serviços externos, por força das atribuições próprias 
do cargo. 
Auxílio-moradia (art. 60-A): ressarcimento das 
despesas comprovadamente realizadas pelo servidor 
com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem 
administrado por empresa hoteleira. O pagamento é 
devido no prazo de um mês após a comprovação da 
despesa. 
#69 – Prescrição das penalidades 
5 anos Quanto às infrações 
puníveis com demissão, 
cassação de 
aposentadoria ou 
disponibilidade e 
destituição de cargo em 
comissão 
2 anos Quanto à suspensão 
180 dias Quanto à advertência 
Prescrição da lei 
penal 
Quando as infrações 
disciplinares forem 
capituladas também 
como crime 
#70 – Fases do Processo Administrativo Disciplinar 
Instauração: se dá com a publicação do ato de 
constituição da comissão processante, composta, 
obrigatoriamente, por 3 (três) servidores estáveis. 
Jurisprudêcia importante! 
Súmula 641-STJ: A portaria de instauração 
do processo administrativo disciplinar 
prescinde da exposição detalhada dos 
fatos a serem apurados. 
Inquérito Administrativo: é a fase 
instrutória do procedimento, momento no qual 
ocorrerá a produção de provas (instrução), 
apresentação de defesa e elaboração do relatório pela 
comissão, sempre que obedecidos os princípios do 
contraditório e da ampla defesa. O inquérito é 
subdividido em instrução, defesa e relatório: 
Instrução: as provasserão produzidas por iniciativa 
da comissão ou a pedido do investigado. No entanto, 
o presidente da comissão poderá denegar pedidos 
considerados impertinentes, meramente protelatórios 
 
 
 
 
 53 
ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos 
fatos. 
Defesa:se o acusado for indiciado, será realizada a 
sua citação por meio de mandado expedido pelo 
presidente da comissão, abrindo prazo para defesa. 
Relatório: deverá ser conclusivo pela inocência ou 
responsabilidade do servidor. Neste último caso, serão 
indicados o dispositivo legal transgredido e as 
circunstâncias agravantes e atenuantes. 
Fase decisória: a decisão será proferida no prazo 
de 20 dias do recebimento dos autos (art. 167) pela 
autoridade instauradora. A alteração da capitulação 
legal imputada ao acusado não enseja nulidade, uma 
vez que o indiciado se defende dos fatos nele descritos 
e não dos enquadramentos legais (MS 015905/DF). 
#71 – Sindicância administrativa 
A lei 8.112/90 estabelece a sindicância administrativa 
como um processo administrativo simplificado, 
utilizado para a aplicação das sanções de advertência 
e suspensão de até 30 dias. Prazo: 30 (trinta) dias, 
prorrogáveis por igual período, e dela poderá resultar 
uma das seguintes conclusões: a) arquivamento do 
processo; b) aplicação de penalidade de advertência 
ou suspensão de até 30 (trinta) dias; c) instauração de 
processo disciplinar. 
#72 – Revisão 
A revisão do processo disciplinar somente poderá ser 
proposta quando se aduzirem fatos novos ou 
circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência 
do punido ou a inadequação da penalidade aplicada. 
Devem existir elementos novos, ainda não apreciados 
no processo originário. 
O processo disciplinar poderá ser revisto a pedido ou 
de ofício. O requerimento de revisão do processo será 
dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade 
equivalente. 
O processo revisional, o ônus da prova cabe ao 
requerente (art. 175). 
Prazo para conclusão do processo de revisão: 60 
dias, improrrogáveis; 
Prazo para julgamento: 20 dias; 
Da revisão do processo não poderá resultar 
agravamento de penalidade. 
 
10. Improbidade Administrativa. 
#73 – Retroatividade da Lei 14.230/2021 
Jurisprudêcia importante! 
O STF definiu tese de repercussão geral 
sobre o tema, estabelecendo o seguinte: 
1. É necessária a comprovação de 
responsabilidade subjetiva para a 
tipificação dos atos de improbidade administrativa, 
exigindo-se — nos artigos 9º, 10 e 11 da LIA — a 
presença do elemento subjetivo — DOLO; 
2. A norma benéfica da Lei 14.230/2021 — revogação 
da modalidade culposa do ato de improbidade 
administrativa —, é IRRETROATIVA, em virtude do artigo 
5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, não tendo 
incidência em relação à eficácia da coisa julgada; nem 
tampouco durante o processo de execução das penas 
e seus incidentes; 
3. A nova Lei 14.230/2021 aplica-se aos atos de 
improbidade administrativa culposos praticados na 
vigência do texto anterior da lei, porém sem 
condenação transitada em julgado, em virtude de sua 
revogação expressa do texto anterior; devendo o juízo 
competente analisar eventual dolo por parte do 
agente; 
4. O novo regime prescricional previsto na Lei 
14.230/2021 é IRRETROATIVO aplicando-se os novos 
marcos temporais a partir da publicação da lei. 
#74 – Dos atos de improbidade administrativa que 
atentam contra os princípios da administração 
pública 
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa 
que atenta contra os princípios da administração 
pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres 
de honestidade, de imparcialidade e de legalidade, 
caracterizada por uma das seguintes condutas [rol 
taxativo]: 
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em 
razão das atribuições e que deva permanecer em 
segredo, propiciando beneficiamento por informação 
privilegiada ou colocando em risco a segurança da 
sociedade e do Estado; 
IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em 
razão de sua imprescindibilidade para a segurança da 
sociedade e do Estado ou de outras hipóteses 
instituídas em lei; 
V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter 
concorrencial de concurso público, de chamamento 
ou de procedimento licitatório, com vistas à obtenção 
de benefício próprio, direto ou indireto, ou de 
terceiros; 
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a 
fazê-lo, desde que disponha das condições para isso, 
com vistas a ocultar irregularidades; 
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento 
de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor 
 
 
 
 
 54 
de medida política ou econômica capaz de afetar o 
preço de mercadoria, bem ou serviço; 
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, 
fiscalização e aprovação de contas de parcerias 
firmadas pela administração pública com entidades 
privadas; 
XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em 
linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro 
grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de 
servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo 
de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício 
de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de 
função gratificada na administração pública direta e 
indireta em qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
compreendido o ajuste mediante designações 
recíprocas; 
XII - praticar, no âmbito da administração pública e 
com recursos do erário, ato de publicidade que 
contrarie o disposto no § 1º do art. 37 da Constituição 
Federal, de forma a promover inequívoco 
enaltecimento do agente público e personalização de 
atos, de programas, de obras, de serviços ou de 
campanhas dos órgãos públicos. 
§ 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas 
contra a Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 
5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente haverá 
improbidade administrativa, na aplicação deste artigo, 
quando for comprovado na conduta funcional do 
agente público o fim de obter proveito ou benefício 
indevido para si ou para outra pessoa ou entidade. 
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a 
quaisquer atos de improbidade administrativa 
tipificados nesta Lei e em leis especiais e a quaisquer 
outros tipos especiais de improbidade administrativa 
instituídos por lei. 
§ 3º O enquadramento de conduta funcional na 
categoria de que trata este artigo pressupõe a 
demonstração objetiva da prática de ilegalidade no 
exercício da função pública, com a indicação das 
normas constitucionais, legais ou infralegais violadas. 
§ 4º Os atos de improbidade de que trata este artigo 
exigem lesividade relevante ao bem jurídico tutelado 
para serem passíveis de sancionamento e 
independem do reconhecimento da produção de 
danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos 
agentes públicos. 
§ 5º Não se configurará improbidade a mera 
nomeação ou indicação política por parte dos 
detentores de mandatos eletivos, sendo necessária a 
aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do 
agente. 
#75 – Penalidades 
 Enriquecimento 
ilícito 
Dano ao 
erário 
Contra os 
princípios 
Perda de 
bens ou 
valores 
acrescidos 
Sim Sim Não 
Perda da 
função 
pública 
Sim Sim Não 
Suspensão 
dos direitos 
políticos 
Até 14 anos Até 12 
anos 
Não aplica 
Multa civil Valor do 
acréscimo 
Valor do 
dano 
Até 24 vezes o 
valor da 
remuneração 
Proibição de 
contratar ou 
receber 
benefícios 
Até 14 anos Até 12 
anos 
Até 4 anos 
#76 – Não se aplicam na ação de improbidade 
administrativa 
I - a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo 
autor em caso de revelia; 
II - a imposição de ônus da prova ao réu, na forma dos 
§§ 1º e 2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16 de março 
de 2015 (Código de Processo Civil); 
III - o ajuizamento de mais de uma ação de 
improbidade administrativa pelo mesmo fato, 
competindo ao Conselho Nacional do Ministério 
Público dirimir conflitos de atribuições entre membros 
de Ministérios Públicos distintos;IV - o reexame obrigatório da sentença de 
improcedência ou de extinção sem resolução de 
mérito 
#77 – Declaração de bens 
Lei 8.429/92, Art. 13. A posse e o exercício de agente 
público ficam condicionados à apresentação de 
declaração de imposto de renda e proventos de 
qualquer natureza, que tenha sido apresentada à 
Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, a fim 
de ser arquivada no serviço de pessoal competente. 
§ 2º A declaração de bens a que se refere o caput 
deste artigo será atualizada anualmente e na data em 
que o agente público deixar o exercício do mandato, 
do cargo, do emprego ou da função. 
§ 3º Será apenado com a pena de demissão, sem 
prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público 
que se recusar a prestar a declaração dos bens a que 
se refere o caput deste artigo dentro do prazo 
determinado ou que prestar declaração falsa. 
 
 
 
 
 
 55 
12. Serviço público: conceito, princípios, características, classificação 
e garantias. Prestação direta e indireta de serviços públicos. 
#78 - Conceito 
Serviço público é a atividade prestada pelo Estado ou 
por seus delegados, essencialmente sob regime 
jurídico de direito público, voltada para o atendimento 
de necessidades essenciais e/ou secundárias da 
coletividade. 
#79 – Princípios 
Princípio da continuidade: a atividade 
administrativa deve ser prestada de forma 
ininterrupta, sem paralisações, especialmente no que 
concerne ao serviço público. 
Princípio da igualdade: a Administração Pública 
e seus delegatários devem prestar os serviços 
públicos, de forma igualitária, a todos os usuários, 
desde que estes tenham preenchido as condições 
técnicas e jurídicas. 
Princípio da mutabilidade ou atualidade: os 
serviços públicos devem se adaptar à evolução social 
e tecnológica, aprimorando-se para atender as 
necessidades atuais da coletividade e evitando a sua 
deterioração com o passar do tempo. Em virtude da 
mutabilidade, é possível a alteração unilateral dos 
contratos de concessão e permissão de serviços 
públicos por iniciativa da Administração. 
Princípio da generalidade ou universalidade: o 
serviço público deve ser prestado ao maior número 
possível de pessoas, devendo o poder público 
empreender esforços para que o serviço público 
alcance as pessoas que ainda não o recebem. 
Princípio da modicidade: no caso de cobrança 
de taxas ou tarifas, o valor a ser cobrado do usuário 
deve ser módico e proporcional ao custo do serviço, 
de forma a garantir a universalização de sua prestação. 
#80 – Concessão de serviço público 
A delegação de sua prestação, feita pelo poder 
concedente, mediante licitação, na modalidade de 
concorrência ou diálogo competitivo, à pessoa jurídica 
ou consórcio de empresas que demonstre capacidade 
para seu desempenho, por sua conta e risco e por 
prazo determinado. 
 
#81 – Permissão de serviço público 
A delegação, a título precário, mediante licitação, da 
prestação de serviços públicos, feita pelo poder 
concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre 
capacidade para seu desempenho, por sua conta e 
risco. 
#82 – Extinção da concessão e da permissão 
Advento do termo contratual. 
Encampação: A encampação é a extinção 
unilateral da concessão, por iniciativa do poder 
concedente, por motivo de interesse público. Deve 
obedecer aos seguintes requisitos: i) Interesse público; 
ii) Lei autorizativa específica; iii) Pagamento prévio da 
indenização. 
Caducidade: A caducidade é a forma de extinção 
da concessão por inexecução total ou parcial do 
contrato. Existem duas hipóteses para a extinção do 
processo por caducidade: i) Inexecução parcial ou total 
do contrato em geral; ii) Transferência de concessão 
ou do controle societário da concessionária sem prévia 
anuência do poder concedente. 
Rescisão: É a hipótese de extinção do contrato 
por iniciativa da concessionária ou permissionária. 
Ocorre por descumprimento das normas contratuais 
pelo poder concedente e somente por ação judicial 
intentada pelo contratado. 
Anulação. 
Falência ou extinção da pessoa jurídica. 
#83 – Modalidades de Parcecia Público-Privadas 
Concessão patrocinada: é a concessão de 
serviços públicos ou de obras públicas de que trata a 
Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando 
envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, 
contraprestação pecuniária do parceiro público ao 
parceiro privado (art. 2º, §1º); 
Concessão administrativa: é o contrato de 
prestação de serviços de que a Administração Pública 
seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva 
execução de obra ou fornecimento e instalação de 
bens (art. 2º, §2º). 
 
13. Jurisprudência aplicável dos Tribunais Superiores 
#84 – Principais Súmulas dos Tribunais 
Superiores 
Princípios administrativos 
Súmula 633-STJ: A Lei nº 9.784/99, 
especialmente no que diz respeito ao prazo 
decadencial para a revisão de atos administrativos no 
âmbito da Administração Pública federal, pode ser 
aplicada, de forma subsidiária, aos estados e 
municípios, se inexistente norma local e específica que 
regule a matéria. 
Súmula vinculante 13-STF: A nomeação de cônjuge, 
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou 
por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da 
autoridade nomeante ou de servidor da mesma 
pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia 
ou assessoramento, para o exercício de cargo em 
comissão ou de confiança ou, ainda, de função 
gratificada na Administração Pública direta e indireta 
 
 
 
 
 56 
em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos municípios, compreendido o 
ajuste mediante designações recíprocas, viola a 
Constituição Federal. 
Súmula 473-STF: A administração pode anular seus 
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam 
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou 
revogá-los, por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e 
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 
Súmula 346-STF: A administração pública pode 
declarar a nulidade dos seus próprios atos. 
Súmula 6-STF: A revogação ou anulação, pelo Poder 
Executivo, de aposentadoria, ou qualquer outro ato 
aprovado pelo Tribunal de Contas, não produz efeitos 
antes de aprovada por aquele tribunal, ressalvada a 
competência revisora do judiciário. 
 
Organização administrativa 
Súmula 525-STJ: A Câmara de 
vereadores não possui personalidade 
jurídica, apenas personalidade judiciária, 
somente podendo demandar em juízo 
para defender os seus direitos 
institucionais. 
Súmula 8-STF: Diretor de sociedade de economia 
mista pode ser destituído no curso do mandato. 
 
Concurso público 
Súmula 552-STJ: O portador de surdez unilateral não 
se qualifica como pessoa com deficiência para o fim 
de disputar as vagas reservadas em concursos 
públicos. 
Súmula 266-STJ: O diploma ou habilitação legal para 
o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não 
na inscrição para o concurso público. 
Súmula 377-STJ: O portador de visão monocular tem 
direito de concorrer, em concurso público, às vagas 
reservadas aos deficientes. 
Súmula 45-AGU: Os benefícios inerentes à Política 
Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de 
Deficiência devem ser estendidos ao portador de visão 
monocular, que possui direito de concorrer, em 
concurso público, à vaga reservada aos deficientes. 
Súmula vinculante 44-STF: Só por lei se pode sujeitar a 
exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo 
público 
Súmula 683-STF: O limite de idade para a inscrição 
em concurso público só se legitima em face do art. 7º, 
XXX, da Constituição, quando possa ser justificado 
pela natureza das atribuições do cargo a ser 
preenchido. 
Súmula 684-STF: É inconstitucional o veto não 
motivado à participação de candidato a concurso 
público. 
Súmula vinculante 43-STF: É inconstitucional toda 
modalidade de provimento que propicie ao servidor 
investir-se, sem prévia aprovação em concurso públicodestinado ao seu provimento, em cargo 
que não integra a carreira na qual 
anteriormente investido. 
Súmula 15-STF: Dentro do prazo de 
validade do concurso, o candidato 
aprovado tem o direito à nomeação, 
quando o cargo for preenchido sem 
observância da classificação.10 
Súmula 466-STJ: O titular da conta vinculada ao FGTS 
tem o direito de sacar o saldo respectivo quando 
declarado nulo seu contrato de trabalho por ausência 
de prévia aprovação em concurso público. 
 
Prescrição 
Súmula 634-STJ: Ao particular aplica-se o mesmo 
prazo prescricional previsto na Lei de Improbidade 
Administrativa para o agente público. 
Súmula 443-STF: A prescrição das prestações 
anteriores ao período previsto em lei não ocorre, 
quando não tiver sido negado, antes daquele prazo, o 
próprio direito reclamado, ou a situação jurídica de 
que ele resulta. 
Súmula 85-STJ: Nas relações jurídicas de trato 
sucessivo em que a Fazenda Pública figure como 
devedora, quando não tiver sido negado o próprio 
direito reclamado, a prescrição atinge apenas as 
prestações vencidas antes do quinquênio anterior à 
propositura da ação. 
Súmula 383-STF: A prescrição em favor da Fazenda 
Pública recomeça a correr, por dois anos e meio, a 
partir do ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém 
de cinco anos, embora o titular do direito a interrompa 
durante a primeira metade do prazo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 57 
DIREITO PENAL 
1. Introdução ao Direito Penal: conceito, características, funções e 
princípios básicos. Noções básicas de criminologia e política 
criminal 
#01 – Objeto 
Direito Penal tem por objeto o estudo das infrações 
penais e das suas sanções (penas e medidas de 
segurança). 
#02 – Elementos caracterizadores da disciplina 
Ramo do Direito Público; 
Possui institutos e normatividade próprios; 
Disciplina os crimes e contravenções penais; 
Regulamenta as penas e as medidas de 
segurança. 
#03 – Criminologia 
É a ciência empírica (baseada na observação e na 
experimentação) que busca analisar o crime, o 
criminoso, a vítima e os meios de controle social. 
Estuda o “ser”, os fatos 
#04 – Política criminal 
É a ciência que busca a aplicação prática dos 
estudos da criminologia, valorando-os, para a 
criação e reelaboração de estratégias de intervenção 
estatal na atividade da repressão dos delitos. 
Busca ser um instrumento para o Estado se utilizar dos 
estudos criminais para orientação da sua atuação, 
com elaboração das políticas públicas na área de 
segurança pública e no trato da população carcerária. 
#05 – Princípios penais 
Princípio do devido processo legal: 
reza ser necessário que se respeite todo o 
procedimento previsto nas leis para que, 
ao final de um processo condenatório, 
possa haver a justa punição do acusado. 
Princípio da dignidade da pessoa humana: 
preconiza que haja um tratamento à pessoa que não 
lhe prive do mínimo necessário para quer possa 
exercer sua capacidade de autodeterminação. Trata-
se um princípio fundamental da República Federativa 
do Brasil. 
Princípio da intervenção mínima (ultima ratio): 
preconiza que o Direito Penal deve intervir 
minimamente na liberdade dos cidadãos. 
Princípio da culpabilidade: preconiza não haver 
responsabilidade penal objetiva, isto é, não haver 
responsabilidade penal sem dolo ou culpa. Também 
é denominado princípio da responsabilidade 
subjetiva. 
Princípio da individualização da pena: consiste 
na exigência de se respeitar a proporção entre a 
conduta praticada e a pessoa do autor. Veda-se, 
assim, a padronização de punições. 
Princípio da proporcionalidade: consiste na 
limitação da ação estatal, com base nos critérios da 
necessidade e da adequação, ponderando-se os 
meios utilizados e os fins pretendidos. O princípio 
pode se desdobrar em cinco elementos: necessidade, 
adequação, legitimidade do meio, legitimidade do 
fim (objetivo) e proporcionalidade em sentido 
estrito/ponderação. 
Princípio da presunção de inocência (ou da não 
culpa): orienta que nenhuma pessoa deve ser 
considerada culpada, senão após o trânsito em 
julgado da sentença penal condenatória. 
 
2. Categorias do Direito Penal aplicáveis ao Direito do Trabalho. 
Conceito de crime. Tipo e tipicidade. Dolo e culpa. Crime 
consumado e tentativa. Desistência voluntária e arrependimento 
eficaz. Excludentes de antijuridicidade: legítima defesa, estado de 
necessidade e exercício regular de direito. Culpabilidade. Autoria, 
coautoria e participação. Circunstâncias agravantes e atenuantes. 
Reincidência. Majorantes e minorantes. 
#06 – Conceito de crime 
Podemos extrair o conceito de crime do 
artigo 1º do Decreto-Lei 3.914/41, 
denominado de “Lei de Introdução do 
Código Penal e da Lei das Contravenções 
Penais”: Considera-se crime a infração 
penal que a lei comina pena de reclusão 
ou de detenção, quer isoladamente, quer 
alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; 
contravenção, a infração penal a que a lei comina, 
isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou 
ambas, alternativa ou cumulativamente. 
#07 – Conceito analítico de crime 
Fato Típico: é a ação, ou conduta, que se amolda 
àquilo que a hipótese de incidência prevê. Isto é, é a 
ação ou omissão do agente que se encaixa naquilo 
que dispõe a norma penal, aquela que estipula o que 
é o tipo penal. Ademais, caso haja resultado 
naturalístico (modificação no mundo real), é 
necessário, além da sua ocorrência, que se constate 
um nexo ou um vínculo causal entre ele e a conduta 
praticada. 
Elementos do Fato Típico 
Conduta - dolo ou culpa 
 
 
 
 
 58 
Resultado - natural ou normativo 
Nexo causal 
Tipicidade - formal e material 
Ilicitude ou antijuridicidade: é a contrariedade 
da conduta em relação ao ordenamento jurídico. 
Cuida-se da ilegalidade do ato. Não basta que o 
agente tenha praticado a conduta que se amolda ao 
tipo penal. Para haver crime, é imprescindível que tal 
conduta contrarie o que o Direito dispõe. Como 
exemplo, não há ilicitude se o indivíduo assim agiu em 
legítima defesa. 
Excludentes de ilicitude 
Estado de necessidade 
Legítima defesa 
Exercício regular de direito 
Estrito cumprimento de dever legal 
Culpabilidade: é a possibilidade 
de se atribuir a conduta praticada, bem 
como seu resultado, ao seu autor, com 
um juízo de censura. Cuida-se da 
análise da conduta realizada sob o 
ponto de vista da reprovação. Não é 
censurável, por exemplo, a conduta de quem age por 
estar embriagado, embriaguez que seja completa e 
decorrente de caso fortuito ou força maior. Ainda que 
a conduta seja típica e ilícita, a situação de embriaguez 
completa involuntária afasta a censurabilidade da 
ação humana. No caso de haver fato típico e ilícito, há 
uma conduta contrária ao ordenamento jurídico, 
sendo que a ausência de culpabilidade apenas faz 
com que o autor não seja punível por ausência de 
reprovabilidade. No entanto, uma atuação típica e 
ilícita pode ensejar, por exemplo, a legítima defesa de 
um terceiro, já que, mesmo que não seja reprovável 
(ausência de culpabilidade), o fato típico e ilícito 
demonstra que o agente atua de forma oposta às 
normas de conduta previstas pelo Estado. 
#08 – Desistência voluntária e arrependimento 
eficaz 
CP. Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de 
prosseguir na execução ou impede que o resultado se 
produza, só responde pelos atos já praticados. 
 
Desistência Voluntária 
Previsão Legal Art. 15, primeira parte, 
do Código Penal. 
Conceito O agente, por vontade 
própria, deixa de 
prosseguir nos atos 
executórios. 
Momento Após o início dos atos 
executórios e antes de 
concluí-los. 
Requisitos Interrupção dos atos 
executórios + 
voluntariedade. 
 
Arrependimento eficaz 
Previsão Legal Art. 15, segunda parte, 
do Código Penal. 
Conceito O agente, tendo 
esgotado os atos 
executórios, 
voluntariamente 
impede a consumação. 
Momento Depois de concluídos 
os atos executórios e 
antes da consumação. 
Requisitos Impedimentoeficaz do 
resultado + 
voluntariedade. 
 
3. Crimes contra a liberdade pessoal. 
#09 – Constrangimento ilegal 
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou 
grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por 
qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a 
não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não 
manda: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
Aumento de pena 
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em 
dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem 
mais de três pessoas, ou há emprego de armas. 
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as 
correspondentes à violência. 
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste 
artigo: 
 
 
 
 
 59 
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o 
consentimento do paciente ou de seu representante 
legal, se justificada por iminente perigo de vida; 
II - a coação exercida para impedir suicídio. 
#10 – Redução a condição análoga à de escravo 
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de 
escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a 
jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições 
degradantes de trabalho, quer restringindo, por 
qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida 
contraída com o empregador ou preposto: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da 
pena correspondente à violência. 
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: 
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por 
parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de 
trabalho; 
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou 
se apodera de documentos ou objetos pessoais do 
trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. 
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é 
cometido: 
I – contra criança ou adolescente; 
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, 
religião ou origem. 
#11 – Tráfico de pessoas 
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, 
transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante 
grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, 
com a finalidade de: 
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; 
II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de 
escravo; 
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; 
IV - adoção ilegal; ou 
V - exploração sexual. 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
§ 1o A pena é aumentada de um terço até a metade 
se: 
I - o crime for cometido por funcionário público no 
exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las; 
II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou 
pessoa idosa ou com deficiência; 
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, 
domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de 
dependência econômica, de autoridade ou de 
superioridade hierárquica inerente ao exercício de 
emprego, cargo ou função; ou 
IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do 
território nacional. 
§ 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente 
for primário e não integrar organização criminosa. 
 
4. Crimes contra o patrimônio: furto, roubo, extorsão, dano, 
apropriação indébita, estelionato e receptação 
#12 – Causas que qualificam o crime de furto 
com destruição ou rompimento de obstáculo à 
subtração da coisa; 
com abuso de confiança, ou mediante fraude, 
escalada ou destreza; 
com emprego de chave falsa; 
mediante concurso de duas ou mais pessoas; 
com emprego de explosivo ou de artefato 
análogo que cause perigo comum; 
mediante fraude e cometido por meio de 
dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou 
não à rede de computadores, com ou sem a violação 
de mecanismo de segurança ou a utilização de 
programa malicioso, ou por qualquer outro meio 
fraudulento análogo; 
subtração de veículo automotor que venha a ser 
transportado para outro Estado ou para o exterior; 
subtração de semovente domesticável de 
produção, ainda que abatido ou dividido em partes 
no local da subtração. 
subtração de substâncias explosivas ou de 
acessórios que, conjunta ou isoladamente, 
possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. 
#13 – Causas que majoram o roubo 
se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
se a vítima está em serviço de transporte de 
valores e o agente conhece tal circunstância; 
se a subtração for de veículo automotor que 
venha a ser transportado para outro Estado ou para o 
exterior; 
se o agente mantém a vítima em seu poder, 
restringindo sua liberdade; 
se a subtração for de substâncias explosivas ou de 
acessórios que, conjunta ou isoladamente, 
possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego; 
se a violência ou grave ameaça é exercida com 
emprego de arma branca; 
se a violência ou ameaça é exercida com 
emprego de arma de fogo; 
se a violência ou grave ameaça é exercida com 
emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido; 
se há destruição ou rompimento de obstáculo 
mediante o emprego de explosivo ou de artefato 
análogo que cause perigo comum. 
#14 – Apripriação indébita previdenciária 
 
 
 
 
 60 
Art. 168-A. Deixar de repassar à 
previdência social as contribuições 
recolhidas dos contribuintes, no prazo e 
forma legal ou convencional: 
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem 
deixar de: 
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra 
importância destinada à previdência social que tenha 
sido descontada de pagamento efetuado a segurados, 
a terceiros ou arrecadada do público; 
II – recolher contribuições devidas à previdência social 
que tenham integrado despesas contábeis ou custos 
relativos à venda de produtos ou à prestação de 
serviços; 
III - pagar benefício devido a segurado, quando as 
respectivas cotas ou valores já tiverem sido 
reembolsados à empresa pela previdência social. 
§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, 
espontaneamente, declara, confessa e efetua o 
pagamento das contribuições, importâncias ou valores 
e presta as informações devidas à previdência social, 
na forma definida em lei ou regulamento, antes do 
início da ação fiscal. 
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou 
aplicar somente a de multa se o agente for primário e 
de bons antecedentes, desde que: 
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes 
de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição 
social previdenciária, inclusive acessórios; ou 
II – o valor das contribuições devidas, inclusive 
acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido 
pela previdência social, administrativamente, como 
sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções 
fiscais. 
§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se 
aplica aos casos de parcelamento de contribuições 
cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior 
àquele estabelecido, administrativamente, como 
sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções 
fiscais. 
#15 – Ação Penal para o crime de Estelionato 
A Lei 13.964, de 24 de dezembro de 2019, introduziu 
o parágrafo quinto ao artigo 171 do Código Penal. O 
dispositivo traz hipóteses em que a ação penal passa 
a ser pública incondicionada. 
Portanto, a regra é a ação penal pública condicionada 
à representação. A ação penal passa a ser 
incondicionada se o delito for praticado contra a 
Administração Pública, direta ou indireta; contra 
criança ou adolescente; contra pessoa com 
deficiência mental; contra maior de 70 (setenta) anos 
de idade ou contra incapaz. O estelionato contra 
incapaz é possível, por exemplo, se entendermos, 
como Cezar Bitencourt, que o crime pode ter dois 
sujeitos passivos: o que leva o prejuízo e o que é 
enganado. 
#16 – Fraude no comércio 
O núcleo do tipo é “enganar” (induzir em erro, mentir, 
iludir) o adquirente ou consumidor, no exercício de 
atividade comercial. O engano pode ocorrer de dois 
modos, sendo, portanto, crime de forma vinculada: 
Vendendo, como verdadeira ou perfeita, 
mercadoria que seja falsificada ou que esteja 
deteriorada; 
Entregando uma mercadoria por outra. 
Alguns doutrinadores entendem que 
houve revogação em razão do artigo7º, 
IV, da Lei 8.137/90, complementado 
pelo artigo 18, § 6º, do Código de 
Defesa do Consumidor. Entretanto, 
entende-se que não houve a 
regulamentação total da matéria, sendo que o conflito 
aparente de normas deve ser analisado caso a caso. 
 
5. Crimes contra a honra. 
#17 – Calúnia 
A calúnia consiste na imputação falsa, ou na 
propalação ou divulgação de tal imputação, a 
respeito da prática de crime pela vítima. É 
importante observar que o tipo penal não abrange a 
falsa acusação de contravenção penal, mas apenas a 
de crime. 
Exceção da verdade: admite-se a prova da verdade, 
salvo: 
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação 
privada, o ofendido não foi condenado por sentença 
irrecorrível; 
II - se o fato é imputado a Presidente da República ou 
contra chefe de governo estrangeiro; 
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o 
ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. 
#18 – Difamação 
A conduta típica é a imputação de fato determinado 
que, não constituindo crime, é ofensivo para a 
vítima. 
A exceção da verdade somente se 
admite se o ofendido é funcionário 
público e a ofensa é relativa ao 
exercício de suas funções. 
 
#19 – Injúria 
 
 
 
 
 61 
A conduta típica é ofender a dignidade ou o decoro 
de alguém, emitindo-se conceito negativo sobre o 
ofendido. 
A exceção da verdade não é admitida na injúria. 
 
6. Crime de abuso de autoridade 
#20 – Dos sujeitos do crime 
Lei 13.869/19. Art. 2º É sujeito ativo do 
crime de abuso de autoridade qualquer 
agente público, servidor ou não, da 
administração direta, indireta ou 
fundacional de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios e de Território, compreendendo, mas não 
se limitando a: 
I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles 
equiparadas; 
II - membros do Poder Legislativo; 
III - membros do Poder Executivo; 
IV - membros do Poder Judiciário; 
V - membros do Ministério Público; 
VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas. 
Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os 
efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra 
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, 
emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos 
pelo caput deste artigo. 
#21 – Efeitos da concenação por crime de abuso de 
autoridade 
tornar certa a obrigação de indenizar o dano 
causado pelo crime, devendo o juiz, a requerimento 
do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para 
reparação dos danos causados pela infração, 
considerando os prejuízos por ele sofridos; 
a inabilitação para o exercício de cargo, 
mandato ou função pública, pelo período de 1 (um) a 
5 (cinco) anos; 
a perda do cargo, do mandato ou da função 
pública. 
Os efeitos previstos nos itens II e III são 
condicionados à ocorrência de 
reincidência em crime de abuso de 
autoridade e não são automáticos, 
devendo ser declarados motivadamente 
na sentença. 
 
7. Crimes contra a Administração da Justiça. 
#22 – Denunciação caluniosa 
Com a superveniência da Lei 14.110, de 18 de 
dezembro de 2020, apenas o caput do artigo 339 do 
Código Penal teve sua redação alterada, com 
ampliação do seu âmbito de incriminação. 
 Antes Agora 
Dar causa a 
instauração 
de 
Investigação 
policial 
Inquérito 
policial, 
procedimento 
investigatório 
criminal 
Processo judicial, 
de processo 
administrativo 
disciplinar, de 
inquérito civil ou 
de ação de 
improbidade 
administrativa 
Permaneceu 
igual 
Imputando-
lhe 
Crime de que o 
sabe inocente 
Crime, infração 
ético-
disciplinar ou 
ato ímprobo de 
que o sabe 
inocente 
 
Súmula 165 do STJ: Compete à 
Justiça Federal processar e julgar crime 
de falso testemunho cometido no 
processo trabalhista. 
 
8. Direito Penal do Trabalho. 
#23 – Atentado contra a liberdade do trabalho 
Constrangimento voltado a compelir o sujeito passivo 
a: 
Exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou 
indústria, ou a trabalhar ou não trabalhardurante certo 
período ou em determinados dias. Neste caso, a pena 
será detenção, de um mês a um ano, e multa, além da 
pena correspondente à violência. Ou seja, havendo 
violência, deve-se aplicar a regra do cúmulo material 
das penas. 
Abrir ou fechar o seu estabelecimento de 
trabalho, ou a participar de parede ou paralisação de 
atividade econômica. Neste caso, a pena é de 
detenção, de três meses a um ano, e multa, além da 
pena correspondente à violência. A lei também 
determina o uso do cúmulo material de penas se 
houver violência. 
 
 
 
 
 62 
Jurisprudência importante! 
Superior Tribunal de Justiça já decidiu que 
não há a atração, por si só, da competência 
da Justiça Federal: 
“(...) ATENTADO CONTRA A LIBERDADE 
DO TRABALHO. (...) No caso dos autos, o movimento 
grevista instaurado por servidores municipais, 
promovendo desordem, e impedindo, mediante 
ameaças e utilização de força física, o ingresso de 
servidores no local de trabalho, bem como a 
retenção de equipamentos necessários à execução 
dos serviços, sobretudo os essenciais, não configura 
crime contra a organização do trabalho. 2. Para a 
caracterização do crime contra a organização do 
trabalho, o delito deve atingir a liberdade individual 
dos trabalhadores, como também a Organização do 
Trabalho e a Previdência, a ferir a própria dignidade da 
pessoa humana e colocar em risco a manutenção da 
Previdência Social e as Instituições Trabalhistas, 
evidenciando a ocorrência de prejuízo a bens, serviços 
ou interesses da União, conforme as hipóteses 
previstas no art. 109 da CF, o que não se verifica no 
caso vertente. 3. Agravo regimental a que se nega 
provimento.” (STJ, AgRg no CC 62875/SP, Rel. Min. 
Og Fernandes, Terceira Seção, DJe 13/05/2009). 
#24 – Atentado contra a liberdade de contrato de 
trabalho 
O constrangimento, efetuado mediante violência ou 
grave ameaça, tem por fim levar a vítima – pessoa 
física – a celebrar contrato de trabalho. Cuida-se de 
delito cometido contra a liberdade de trabalho. 
Sujeito passivo é aquele que sofre a coação, mediante 
violência ou grave ameaça. 
Há lacuna legislativa quanto ao 
constrangimento efetuado para que 
não se celebre contrato de trabalho, o 
que não pode ser abrangido no tipo 
penal, sob pena de se admitir a analogia 
in malam partem. Resta, então, o crime 
subsidiário de constrangimento ilegal. No mesmo 
sentido de não se configurar o delito do artigo 198 do 
CP no caso de constrangimento para não celebrar 
contrato de trabalho, há a posição de Nelson Hungria, 
para quem se trataria de extensão da norma 
incriminadora por analogia. 
#25 – Boicotagem violenta 
O constrangimento, por meio de violência ou grave 
ameaça, tem por finalidade fazer com que o sujeito 
passivo não forneça a outrem ou a não adquira 
matéria-prima ou produto industrial ou agrícola. O 
bem jurídico tutelado é a normalidade das relações 
de trabalho. O sujeito passivo é quem sofre a coação 
e de quem sofre a boicotagem. 
#26 – Frustração de deireito assegurado por lei 
trabalhista 
Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, 
direito assegurado pela legislação do trabalho: 
Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além 
da pena correspondente à violência. 
§ 1º Na mesma pena incorre quem: 
I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de 
determinado estabelecimento, para impossibilitar o 
desligamento do serviço em virtude de dívida; 
II - impede alguém de se desligar de serviços de 
qualquer natureza, mediante coação ou por meio da 
retenção de seus documentos pessoais ou contratuais. 
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a 
vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, 
indígena ou portadora de deficiência física ou mental. 
 
9. Crimes de falsidade documental: falsificação de documento 
público, falsificação de documento particular, falsidade ideológica, 
falsidade de atestado médico, uso de documentofalso e supressão 
de documento. 
#27 – Crime de omissão de anotação de vínculo 
empregatício na CTPS - Art. 297, § 4º, do Código 
Penal 
Segundo a doutrina, trata-se de uma hipótese de 
falsidade ideológica, equivocadamente inserida no 
art. 297, e não no art. 299 do Código Penal. 
Cuida-se de crime omissivo próprio, punindo quem 
deixe de inserir, nos documentos referidos no § 3º, 
qualquer das informações indicadas (nome do 
segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a 
vigência do contrato de trabalho ou de prestação de 
serviços). Consuma-se com a omissão de alguma das 
informações relevantes descritas no tipo penal, sendo 
inadmissível a tentativa. 
Segundo o STJ, o sujeito passivo primário desse 
crime omissivo é o Estado, e, eventualmente, de 
forma secundária, o particular, terceiro prejudicado, 
com a omissão das informações, referentes ao vínculo 
empregatício e a seus consectários da CTPS. Cuida-
se, portanto, de delito que ofende de forma direta os 
interesses da União, atraindo a competência da 
Justiça Federal, nos termos do art. 109, IV, da CF/88. 
Entretanto, vale destacar que a 1ª Turma 
do STF já decidiu que quando se trata de 
investigar a prática desse crime, a 
atribuição, para qualquer ação, é do 
Ministério Público estadual, e não do 
Federal, pois inexiste lesão a bem ou 
interesse da União bastante a 
potencializar a atração da competência da Justiça 
Federal, o que direciona à competência da Justiça 
Comum estadual para processar e julgar eventual 
ação penal, consoante, inclusive, enuncia o Verbete nº 
107 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça. 
 
 
 
 
 63 
Ademais, seria possível a aplicação do princípio da 
insignificância, uma vez que o STJ já absolveu um réu 
com base neste princípio em situação na qual a falta 
de registro na CTPS referia-se a um prazo de apenas 2 
(dois) meses de vínculo. 
Por fim, também segundo o STJ, a simples omissão de 
anotação na CTPS não configura, por si só, o crime de 
falsificação de documento público. Isso porque é 
imprescindível que a conduta do agente preencha 
não apenas a tipicidade formal, mas antes e 
principalmente a tipicidade material, ou seja, deve ser 
demonstrado o dolo de falso e a efetiva possibilidade 
de vulneração da fé pública. 
 
10. Crimes contra a Administração Pública. 
#28 – Tipos de peculato 
Apropriação: Apropriar-se o funcionário público 
de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, 
público ou particular, de que tem a posse em razão do 
cargo. 
Desvio: desviar, em proveito próprio ou alheio, 
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público 
ou particular, de que o funcionário público tenha a 
posse em razão do cargo. 
Culposo: Se o funcionário concorre 
culposamente para o crime de outrem. 
Mediante erro de outrem: Apropriar-se de 
dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do 
cargo, recebeu por erro de outrem. 
Concussão 
Excesso de 
exação 
Corrupção 
passiva 
Exigir, para si 
ou para outrem, 
direta ou 
indiretamente, 
ainda que fora 
da função ou 
antes de 
assumi-la, mas 
em razão dela, 
vantagem 
indevida 
Funcionário 
exige tributo ou 
contribuição 
social que sabe 
ou deveria 
saber indevido, 
ou, quando 
devido, 
emprega na 
cobrança meio 
vexatório ou 
gravoso, que a 
lei não autoriza 
Solicitar ou 
receber, para 
si ou para 
outrem, direta 
ou 
indiretamente, 
ainda que fora 
da função ou 
antes de 
assumi-la, mas 
em razão dela, 
vantagem 
indevida, ou 
aceitar 
promessa de 
tal vantagem 
#29 – Definição de funcionário público para fins 
penais 
Quem, embora transitoriamente ou sem 
remuneração, exerce cargo, emprego ou função 
pública. Equiparando-se quem exerce cargo, 
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem 
trabalha para empresa prestadora de serviço 
contratada ou conveniada para a execução de 
atividade típica da Administração Pública. 
#30 – Resistência 
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante 
violência ou ameaça a funcionário competente para 
executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: 
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. 
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo 
das correspondentes à violência. 
#31 – Desobediência 
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário 
público: 
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. 
#32 - Desacato 
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício 
da função ou em razão dela: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
 
11. Crimes contra a propriedade intelectual. 
#33 – Da violação contra os direitos autorais 
Tutela-se a propriedade intelectual. O direito do autor 
ou direito autoral se refere ao conjunto de direitos 
atribuídos ao responsável pela criação de uma 
determinada obra. Abrange direitos materiais e 
morais. 
Os direitos conexos são aqueles referentes à 
execução, transmissão e reprodução da obra, incluído 
o direito de arena. Este último consiste na 
prerrogativa exclusiva de negociar, autorizar ou 
proibir a captação, a fixação, a emissão, a transmissão, 
a retransmissão ou a reprodução de imagens, por 
qualquer meio ou processo, de espetáculo desportivo 
de que o indivíduo participe, conforme conceituação 
da Lei 9.615/98 (Lei Pelé). 
Jurisprudência importante! 
“TESE: É suficiente, para a comprovação da 
materialidade do delito previsto no art. 184, 
§ 2º, do Código Penal, a perícia realizada, 
por amostragem, sobre os aspectos 
externos do material apreendido, sendo 
desnecessária a identificação dos titulares dos direitos 
autorais violados ou de quem os represente. (...)” (STJ, 
REsp 1485832/MG, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, 
Terceira Seção, DJe 21/08/2015). 
 
 
 
 
 64 
 
12. Crimes de perigo comum. 
#34 - Incêndio 
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a 
integridade física ou o patrimônio de outrem: 
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. 
Aumento de pena 
§ 1º - As penas aumentam-se de um terço: 
I - se o crime é cometido com intuito de obter 
vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio; 
II - se o incêndio é: 
a) em casa habitada ou destinada a habitação; 
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a 
obra de assistência social ou de cultura; 
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de 
transporte coletivo; 
d) em estação ferroviária ou aeródromo; 
e) em estaleiro, fábrica ou oficina; 
f) em depósito de explosivo, combustível ou 
inflamável; 
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração; 
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta. 
Incêndio culposo 
§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de 
seis meses a dois anos. 
#35 - Formas "qualificadas" de crime de perigo 
comum - artigo 258 do cp 
Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão 
corporal de natureza grave, a pena privativa de 
liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, 
é aplicada em dobro. 
No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a 
pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-
se a pena cominada ao homicídio culposo, 
aumentada de um terço. 
 
13. Crimes contra a saúde pública. 
#36 - Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou 
farmacêutica 
O artigo 282 do Código Penal pune a conduta de 
exercer (praticar, desempenhar) a profissão de 
médico, dentista ou farmacêutico sem autorização 
legal ou excedendo-lhe os limites. O crime se 
configura ainda que o exercício se dê a título gratuito. 
São duas as figuras típicas, portanto: 
Exercer a profissão de médico, dentista ou 
farmacêutico sem autorização legal. O sujeito ativo 
não tem a formação necessária ou não possui 
inscrição no conselho profissional. 
Exercer os limites da profissão de médico, 
dentista ou farmacêutico. Nesta modalidade, o agente 
possui a formação e a inscrição regular, mas se 
excede. Os limites de cada profissão estão previstos 
na legislação que regulamente seu exercício. 
Portanto,cuida-se de norma penal em branco. 
 
#37 - Curandeirismo 
O artigo 282 do Código Penal pune a conduta de 
exercer (praticar, desempenhar) o curandeirismo (que 
seria o exercício da arte de curar por métodos não 
científicos, grosseiros, sem a devida autorização 
legal). O crime, de forma vinculada, pode ser 
praticado de um dos seguintes modos: 
Prescrevendo (receitando), ministrando (dando, 
fornecendo) ou aplicando (injetando, utilizando, 
empregado), habitualmente, qualquer substância. O 
agente pode se utilizar de qualquer substância, seja 
ela farmacêutica, produto medicinal não autorizado 
ou mesmo produto sem finalidade farmacêutica, 
como sangue de animais; 
Usando (utilizando, fazendo uso de) gestos, 
palavras ou qualquer outro meio. Crimina-se, 
inclusive, o sujeito que diz curar por massagens, toque 
das mãos ou rituais de gesticulação. Aqui se torna 
mais nítida a questão da fé, que não deve ser incluída 
no âmbito de abrangência de norma penal 
incriminadora, salvo se exceder os limites religiosos 
para a promessa de cura milagrosa, como anúncio de 
método de cura que busca substituir a medicina e 
trazer risco à saúde pública. Claro que os limites são 
tênues e complicados. O juiz deve analisar na prática. 
Fazendo diagnósticos (realizando a constatação 
de doenças e enfermidades, é a atividade de 
identificação de problemas de saúde). 
 
14. Crimes sexuais contra vulneráveis. Lenocínio. 
#38 - Mediação para servir à lascívia de outrem 
A ação nuclear típica é de induzir, ou 
seja, inspirar, provocar, incitar ou 
encorajar. A conduta recai sobre 
qualquer pessoa, não havendo 
limitação a determinadas vítimas. O 
induzimento se volta a que alguma 
pessoa satisfaça a lascívia de outra pessoa. A doutrina 
denomina a figura de lenocínio ou de lenocínio 
principal, por consistir em tipo penal de mediação 
para que se satisfaça a luxúria ou o desejo sexual de 
outra pessoa. Há, portanto, três figuras: o agente, que 
induz; a vítima, que é induzida; e o destinatário ou 
consumidor, cuja lascívia o agente quer ver satisfeita. 
 
 
 
 
 65 
Formas qualificadas: o crime será qualificado se 
o agente for seu ascendente, padrasto, madrasta, 
irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou 
curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se 
assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de 
cuidado, proteção ou vigilância. 
 
15. Crimes contra a liberdade sexual. Assédio sexual. 
#39 - Assédio sexual 
De acordo com o MPT e a OIT, Assédio Sexual "é a 
conduta de natureza sexual, manifestada fisicamente, 
por palavras, gestos ou outros meios, propostas ou 
impostas a pessoas contra a sua vontade, causando-
lhe constrangimento e violando a sua liberdade sexual. 
O assédio sexual viola a dignidade da pessoa humana 
e os direitos fundamentais da vítima, tais como a 
liberdade, a intimidade, a vida privada, a honra, a 
igualdade de tratamento, o valor social do trabalho e 
direito ao meio ambiente de trabalho sadio e seguro". 
Sob uma perspectiva SOCIOLÓGICA, não é exigido 
que o assédio sexual parta de um superior hierárquico 
para restar configurado. Entretanto, para fins 
PENAIS, exige-se a situação de superioridade 
hierárquica ou ascendência inerentes 
ao emprego, cargo ou função, nos 
termos do art. 216-A do Código Penal. 
Art. 216-A. Constranger alguém com o 
intuito de obter vantagem ou 
favorecimento sexual, prevalecendo-se o 
agente da sua condição de superior hierárquico ou 
ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo 
ou função. 
Causa de aumento de pena: a 
pena é aumentada até 1/3 se a vítima 
é menor de 18 anos. Nesse caso, é 
infração de elevado potencial 
ofensivo, incompatível com os 
benefícios da Lei nº 9.099/95. 
Se a vítima é menor de 14 anos (ou pessoa que, por 
enfermidade ou deficiência mental, não tem o 
necessário discernimento para a prática do ato sexual, 
ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer 
resistência), o crime passa a ser de estupro de 
vulnerável (art. 217-A do Código Penal). 
 
 
 
 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO E FORMAÇÃO HUMANÍSTICA 
A) Sociologia do Direito. 
1. Introdução à sociologia da administração judiciária. Aspectos 
gerenciais da atividade judiciária (administração e economia). 
Gestão. Gestão de Pessoas. 2. Relações sociais e relações jurídicas. 
Controle social e o Direito. Transformações sociais e Direito. 3. 
Direito, Comunicação Social e opinião pública. 4. Conflitos sociais e 
mecanismos de resolução. Sistemas não judiciais de composição de 
litígios. 
#01 - Ação comunicativa: Jürgen 
Habermas - conceitos fundamentais 
Ação comunicativa: emprego da 
linguagem (comunicação) com vistas ao 
entendimento entre os falantes – busca 
do consenso social. 
Razão comunicativa: o uso da linguagem como 
mecanismo de comunicação somente será racional 
(válido) se atender a alguns requisitos: (a) equidade 
discursiva, com iguais condições de debate; (b) 
linguagem inteligível, de modo que os interlocutores 
se entendam; (c) informação verdadeira, sem 
distorções. 
Princípio democrático: enseja ampla e livre 
participação de todos os membros da sociedade nos 
processos comunicativos norteadores dos acordos 
normativos (consensos) nos quais ocorre a formação 
da vontade popular (equidade argumentativa). Como 
já ressaltado: é necessário que os cidadãos possam 
conceber-se a qualquer momento e em qualquer 
lugar (não só geográfico, como de posição social) 
como autores do direito ao qual estão submetidos. 
Princípio do discurso: liga-se ao processo de 
elaboração das normas –“são válidas as normas 
racionais às quais todos os possíveis atingidos 
poderiam dar seu assentimento, na qualidade de 
participantes de discursos racionais. 
Racionalidade prática: argumentos racionais 
que fundamentam uma decisão prudente perante 
situações concretas, considerando todas as 
circunstâncias envolvidas (questão formulada por 
Kant: o que é a coisa certa a fazer?) – busca a resposta 
mais racional e útil possível. 
#02 – Principais métodos de resolução de conflitos 
Autotutela, isto é, a defesa privada, a justiça 
pelas próprias mãos. É fácil imaginar que este sistema, 
como mecanismo central, torna-se a mola propulsora 
de uma guerra sem fim de todos contra todos. 
Autocomposição, gênero cujas espécies são a 
renúncia (desistência – “deixa pra lá”), o 
reconhecimento do direito alheio (“deixa pra ele”) e a 
 
 
 
 
 66 
transação (concessões mútuas – “abro mão disso e 
você abre mão daquilo”). Aqui, os litigantes resolvem 
seus próprios problemas, o que não é algo fácil, 
considerando estarem enleados pelo conflito: “Se os 
homens têm de ser juízes em causa própria. É fácil 
imaginar que quem foi bastante injusto para se tornar 
capaz de causar dano a um irmão dificilmente será 
justo o bastante para que condene a si mesmo por 
isso” (John Locke). 
Heterocomposição, a intervenção de um 
terceiro não interessado, objetivando induzir os 
litigantes à composição. 
Heterotutela, que é a imposição de uma solução 
por terceiro não interessado. É nessa senda que 
advém a jurisdição, o poder-dever de dizer o direito, 
de ditar o certo e o errado, modernamente colocado, 
em geral, nas mãos de JUÍZES estatais, que, se 
necessário, conseguem fazer cumprir suas decisões 
manejando todo o aparato de força estatal. 
 
B) Psicologia Judiciária 
1. Psicologia e Comunicação: relacionamento interpessoal, 
relacionamento do magistrado com a sociedade e a mídia. 2. 
Problemas atuais da psicologia com reflexos no direito: assédio 
moral e assédio sexual. 3. Teoria do Conflito e os mecanismos 
autocompositivos. Técnicas de negociação e mediação. 
Procedimentos, posturas, condutas e mecanismos aptos a obter a 
solução conciliada dos conflitos. 4. O processo psicológico e a 
obtenção da verdade judicial. O comportamento de partes e 
testemunhas. 
#03 - Psicologia e Direito 
A psicologia e o direito parecem dois mundos 
condenados a se entender (Fernández Sobral), já que 
suas relações são umaquestão de justiça (Martins da 
Agra). A psicologia busca auxiliar o direito a ver, por 
um novo prisma, questões que pareciam dadas, 
óbvias, resolvidas: a execução de pena que se torna 
inócua ao psicopata, a relação familiar (divórcio, 
guarda, alimentos) tumultuada pela síndrome da 
alienação parental, o testemunho que levou à 
condenação injusta (falsas memórias, etc. 
#04 - Comunicação intraprocessual 
Como responsável pela presidência do processo, 
deve o juiz dirigir a marcha processual por meio de 
atos oficiais de comunicação (citação, intimação, 
notificação) e decisão (despachos, decisões 
interlocutórias e sentenças). Aqui a linguagem deve 
ser acessível, mas formal, sóbria, uma vez que quem 
está falando não é o juiz, mas o Estado (Poder 
Judiciário). 
#05 - Comunicação extraprocessual 
Casos, cada vez mais comuns (não sem alguma crítica) 
em que o magistrado se manifesta fora dos autos, 
para o mundo exterior, muitas vezes em razão da 
função (evento oficial) ou por desfrutar de opinião de 
autoridade (entrevista para a mídia). Dessa forma, o 
juiz acaba tendo um contato mais direto com a 
sociedade. Aqui mora o perigo. 
 (Ano: 2012 Banca: FCC Órgão: TRF - 2ª REGIÃO 
Prova: FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - Analista 
Judiciário) A articulação da Psicologia com o Direito 
teve origem Na 
a) Psicologia do Desenvolvimento. 
b) Psicologia Cognitiva. 
c) Terapia Familiar Sistêmica. 
d) Psicanálise. 
e) Psicologia do Testemunho. 
A Psicologia do Testemunho ajudou a consolidar a 
Psicologia Jurídica ao contribuir para a aferição da 
fidedignidade dos testemunhos, principalmente com 
o surgimento e aplicação dos testes psicológicos, em 
meados do século XX, bem assim com o 
desenvolvimento de estudos sobre os funcionamentos 
dos interrogatórios, falsos testemunhos e das falsas 
memórias. 
Logo, a assertiva E está correta. 
#06 - Assédio sexual em ambiente de trabalho. 
Jurisprudência importante! O quadro 
fático delineado é suficiente para 
denunciar a presença dos elementos 
essenciais à configuração do assédio 
sexual no trabalho. Com efeito, a presença 
da assediada e do assediador é 
indiscutível; o comportamento incômodo e repelido, 
bem como a reiteração da prática do assédio, 
traduzem-se não nas “cantadas”, mas no fato de o 
gerente ter abordado a reclamante “pelo menos 
dez vezes [...] algumas vezes pessoalmente e outras 
através do interfone”; e a relação de ascendência 
profissional também é inconteste, tendo em vista o 
cargo de gerente (do Banco do Brasil) ostentado pelo 
assediador, e a prestação de serviços de vigilância 
bancária, pela reclamante, por meio de contrato de 
terceirização. Sem contar a divulgação de suposto 
relacionamento amoroso entre a demandante e outro 
funcionário do banco, igualmente cometida pelo 
mesmo gerente e confirmada via testemunha. Nesse 
contexto, não há dúvida de que a reclamante se viu 
invadida na intimidade, na vida privada, na imagem, na 
honra e, em última análise, na dignidade da sua 
pessoa como trabalhadora. Contrariamente, portanto, 
a princípios e direitos fundamentais gravados nos 
artigos 1º, III e IV, e 5º, X, da Constituição da República. 
Recurso de revista conhecido e provido, no particular, 
para restabelecer a sentença de origem que 
condenara os reclamados, de forma subsidiária, ao 
pagamento de indenização por danos morais 
decorrentes da configuração de assédio sexual no 
trabalho (TST, RR nº 1900-69.2005.5.12.0006). 
 
 
 
 
 
 67 
C) Ética e Estatuto Jurídico da Magistratura Nacional 
1. Regime jurídico da magistratura nacional: carreiras, ingresso, 
promoções, remoções. 2. Direitos e deveres funcionais da 
magistratura. 3. Código de Ética da Magistratura Nacional. 4. 
Sistemas de controle interno do Poder Judiciário: Corregedorias, 
Ouvidorias, Conselhos Superiores e Conselho Nacional de Justiça. 
5. Responsabilidade administrativa, civil e criminal dos magistrados. 
6. Administração judicial. Planejamento estratégico. Modernização 
da gestão. 
#07 - Da promoção, da remoção e do acesso 
LC 35/79. Art. 80 - A lei regulará o processo de 
promoção, prescrevendo a observância dos critérios 
ele antigüidade e de merecimento, alternadamente, e 
o da indicação dos candidatos à promoção por 
merecimento, em lista tríplice, sempre que possível. 
§ 1º - Na Justiça dos Estados: 
I - apurar-se-ão na entrância a antigüidade e o 
merecimento, este em lista tríplice, sendo obrigatória 
a promoção do Juiz que figurar pela quinta vez 
consecutiva em lista de merecimento; havendo 
empate na antigüidade, terá precedência o Juiz mais 
antigo na carreira; 
II - para efeito da composição da lista tríplice, o 
merecimento será apurado na entrância e aferido com 
prevalência de critérios de ordem objetiva, na forma 
do Regulamento baixado pelo Tribunal de Justiça, 
tendo-se em conta a conduta do Juiz, sua operosidade 
no exercício do cargo, número de vezes que tenha 
figurado na lista, tanto para entrância a prover, como 
para as anteriores, bem como o aproveitamento em 
cursos de aperfeiçoamento; 
III - no caso de antigüidade, o Tribunal de Justiça, ou 
seu órgão especial, somente poderá recusar o Juiz 
mais antigo pelo voto da maioria absoluta do seus 
membros, repetindo-se a votação até fixar-se a 
indicação; 
IV - somente após dois anos de exercício na 
entrância, poderá o Juiz ser promovido, salvo se não 
houver, com tal requisito, quem aceite o lugar vago, ou 
se forem recusados, pela maioria absoluta dos 
membros do Tribunal de Justiça, ou de seu órgão 
especial, candidatos que hajam completado o 
período. 
§ 2º - Aplica-se, no que couber, aos Juízes togados da 
Justiça do Trabalho, o disposto no parágrafo anterior. 
Art. 81 - Na Magistratura de carreira dos Estados, ao 
provimento inicial e à promoção por merecimento 
precederá a remoção. 
§ 1º - A remoção far-se-á mediante escolha pelo Poder 
Executivo, sempre que possível, de nome constante de 
lista tríplice, organizada pelo Tribunal de Justiça e 
contendo os nomes dos candidatos com mais de dois 
anos de efetivo exercício na entrância. 
§ 2º - A juízo do Tribunal de Justiça, ou de seu órgão 
especial, poderá, ainda, ser provida, pelo mesmo 
critério fixado no parágrafo anterior vaga decorrente 
de remoção, destinando-se a seguinte, 
obrigatoriamente, ao provimento por promoção. 
Art. 82 - Para cada vaga destinada ao preenchimento 
por promoção ou por remoção, abrir-se-á inscrição 
distinta, sucessivamente, com a indicação da Comarca 
ou Vara a ser provida. 
Parágrafo único - Ultimado o preenchimento das 
vagas, se mais de uma deva ser provida por 
merecimento, a lista conterá número de Juízes igual ao 
das vagas mais dois. 
Art. 83 - A notícia da ocorrência de vaga a ser 
preenchida, mediante promoção ou remoção, deve 
ser imediatamente veiculada pelo órgão oficial 
próprio, com indicação, no caso de provimento através 
de promoção, das que devam ser preenchidas 
segundo o critério de antigüidade ou de merecimento. 
Art. 84 - O acesso de Juízes Federais ao Tribunal 
Federal de Recursos far-se-á por escolha do 
Presidente da República dentre os indicados em lista 
tríplice, elaborada pelo Tribunal. 
Art. 85 - O acesso de Juízes Auditores e membros do 
Ministério Público da Justiça Militar ao Superior 
Tribunal Militarfar-se-á por livre escolha do Presidente 
da República. 
Art. 86 - O acesso dos Juízes do Trabalho Presidentes 
de Juntas de Conciliação e Julgamento ao Tribunal 
Regional do Trabalho, e dos Juízes do Trabalho 
substitutos àqueles cargos, far-se-á, alternadamente, 
por antigüidade e por merecimento, este através de 
lista tríplice votada por Juízes vitalícios do Tribunal e 
encaminhada ao Presidente da República. 
Art. 87 - Na Justiça dos Estados e do 
Distrito Federal e dos Territórios, o acesso 
dos Juízes de Direito aos Tribunais de 
Justiça far-se-á, alternadamente, por 
antigüidade e merecimento. 
§ 1º - A lei poderá condicionar o acesso 
por merecimento aos Tribunais, como a 
promoção por igual critério, à freqüência,com 
aprovação, a curso ministrado por escola oficial de 
aperfeiçoamento de magistrado. 
§ 2º - O disposto no parágrafo anterior aplica-se ao 
acesso dos Juízes Federais ao Tribunal Federal de 
Recursos. 
Art. 88 - Nas promoções ou acessos, havendo mais de 
uma vaga a ser preenchida por merecimento, a lista 
conterá, se possível, número de magistrados igual ao 
das vagas mais dois para cada uma delas. 
 
D) Filosofia do Direito 
1. O conceito de Justiça. Sentido lato de Justiça, como valor 
universal. Sentido estrito de Justiça, como valor jurídico-político. 
Divergências sobre o conteúdo do conceito. 2. O conceito de 
Direito. Equidade. Direito e Moral. 3. A interpretação do Direito. A 
superação dos métodos e interpretação mediante puro raciocínio 
lógico-dedutivo. O método de interpretação pela lógica do razoável. 
 
 
 
 
 68 
#08 - Equidade 
“A equidade, no direito atual, aparece com 
três funções básicas: a) substitutiva; b) 
integrativa; c) interpretativa. Na sua função 
substitutiva, atribui excepcionalmente 
poderes ao juiz para decidir com liberdade, 
afastando-se das normas legais e 
declarando a solução justa para o caso. Na 
sua função integrativa, a equidade constitui um 
instrumento posto caso a caso pela lei à disposição do 
juiz para especificação em concreto dos elementos que 
a norma de direito não pode resolver em abstrato. 
Finalmente, em sua função interpretativa, busca 
estabelecer um sentido adequado para regras ou 
cláusulas contratuais em conformidade com os critérios 
de igualdade e proporcionalidade". (Paulo de Tarso 
Vieira Sanseverino) 
#09 - Da lógica formal à lógica do razoável 
Ricaséns Siches, pretendendo substituir a lógica formal 
pela lógica do razoável, ao argumento de que as leis 
formais do pensamento são inadequadas para 
resolver problemas humanos práticos, como os 
políticos e jurídicos. A atividade do intérprete, do juiz, 
não admite simplismos e automatismos. Considerar 
“norma, fato e decisão” como elementos condutores 
da solução de um problema social é tentar transformar 
um conjunto de fatores extremamente complexos em 
uma caricatura simplificada. 
Cabe ao juiz, nessa linha de pensamentos, avaliar com 
parcimônia múltiplos fatores – desde os fatos, as 
influências sociais, as circunstâncias de tempo e de 
espaço, as provas e ainda as normas a serem aplicadas. 
Não interessa interessar apenas a melhor interpretação 
genérica da lei; é preciso encontrar a melhor 
interpretação para o caso concreto. 
 
E) Teoria Geral do Direito e da Política 
1. Direito objetivo e direito subjetivo. 2. Fontes do Direito objetivo. 
Princípios gerais de Direito. Jurisprudência. Súmula. Súmula 
vinculante. 3. Eficácia da lei no tempo. Conflito de normas jurídicas 
no tempo e o Direito brasileiro: Direito Penal, Direito Civil, Direito 
Constitucional e Direito do Trabalho. 4. O conceito de Política. 
Política e Direito. 5. Ideologias. 6. A Declaração Universal dos 
Direitos do Homem (ONU). 7. Agenda 2030 e os 17 Objetivos de 
Desenvolvimento Sustentável. 
#10 - Afinal, o que é o direito? 
Para Aristóteles, o direito é aquilo que cria e que 
faz conservar a felicidade na comunidade política. 
Para São Tomás de Aquino, o direito é o ato de 
império, a lei, a norma agendi (direito objetivo). 
Para Kant, o direito é um conjunto de condições 
sob as quais as liberdades de uns e outros são 
harmonizadas. 
Para a dogmática (positivistas), o direito é o 
conjunto de normas que regula as condutas em 
sociedade, instituído por um ente soberano e imposto 
coativamente a todos. 
Para Robert Alexy, o direito é um sistema de 
normas que possui a pretensão de justeza e se compõe 
da totalidade das normas que pertencem a uma 
constituição socialmente eficaz, em termos gerais, e 
não são extremamente injustas. 
#11 - Conceito analógico de Direito 
Atenção, pois já foi cobrado em prova 
(TJSP/2014) - diz respeito a possibilidade 
de ampliação de seu sentido viabilizando 
a comunicação com outros ramos da 
ciência. 
Direito como JUSTO - o justo é o valor 
fundamental perseguido pelo direito. O objetivo final 
do direito é a realização do justo no caso concreto, a 
garantia da justiça nas relações pessoais. 
Direito como NORMA (norma agendi) - 
Confunde-se com o direito objetivo, ou seja, com as 
regras externadas pelas fontes do direito. 
Direito como FACULDADE (facultas agendi) = é 
a faculdade de agir, a prerrogativa estabelecida pelo 
direito objetivo, a possibilidade de efetivo exercício do 
direito por parte do sujeito. 
Direito como CIÊNCIA - a ciência jurídica 
(dimensão dogmática do direito) estuda, em especial, 
os ordenamentos jurídicos – a estruturação das fontes 
em um determinado sistema, comparando-as, 
encontrando os nexos e propondo medidas de coesão 
para que possa bem funcionar. 
Direito como FATO SOCIAL - aborda o direito do 
ponto de vista sociológico, analisando-o como 
estrutura social aliada a outros fatores (como os 
econômicos e políticos). 
#12 - Agenda 2030 e seus 17 objetivos de 
desenvolvimento sustentável 
Objetivo 1. Acabar com a pobreza em todas as suas 
formas, em todos os lugares 
Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança 
alimentar e melhoria da nutrição e promover a 
agricultura sustentável 
Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e promover 
o bem-estar para todos, em todas as idades 
Objetivo 4. Assegurar a educação inclusiva e 
equitativa e de qualidade, e promover oportunidades 
de aprendizagem ao longo da vida para todos 
Objetivo 5. Alcançar a igualdade de gênero e 
empoderar todas as mulheres e meninas 
Objetivo 6. Assegurar a disponibilidade e gestão 
sustentável da água e saneamento para todos 
 
 
 
 
 69 
Objetivo 7. Assegurar o acesso confiável, sustentável, 
moderno e a preço acessível à energia para todos 
Objetivo 8. Promover o crescimento econômico 
sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e 
produtivo e trabalho decente para todos 
Objetivo 9. Construir infraestruturas resilientes, 
promover a industrialização inclusiva e sustentável e 
fomentar a inovação 
Objetivo 10. Reduzir a desigualdade dentro dos 
países e entre eles 
Objetivo 11. Tornar as cidades e os assentamentos 
humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis 
Objetivo 12. Assegurar padrões de produção e de 
consumo sustentáveis 
Objetivo 13. Tomar medidas urgentes para combater 
a mudança do clima e seus impactos 
Objetivo 14. Conservação e uso sustentável dos 
oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o 
desenvolvimento sustentável 
Objetivo 15. Proteger, recuperar e promover o uso 
sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma 
sustentável as florestas, combater a desertificação, 
deter e reverter a degradação da terra e deter a perda 
de biodiversidade 
Objetivo 16. Promover sociedades pacíficas e 
inclusivas para o desenvolvimento sustentável, 
proporcionar o acesso à justiça para todos e construir 
instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em 
todos os níveis 
Objetivo 17. Fortalecer os meios de implementação e 
revitalizar a parceria global para o desenvolvimento 
sustentável 
 
F) Direito Digital 
1. 4ª Revolução industrial. Transformação Digital no Poder Judiciário. 
Tecnologia no contexto jurídico. Automação do processo. 
Inteligência Artificial e Direito. Audiências virtuais. Cortes remotas. 
Ciência de dados e Jurimetria. Resoluções do CNJ sobre inovações 
tecnológicas no Judiciário. 2. Persecução Penal e novas tecnologias. 
Crimes virtuais e cibersegurança. Deepweb e Darkweb. Provas 
digitais. Criptomoedas e Lavagem de dinheiro. 3. Noções gerais de 
contratos Inteligentes, Blockchain e Algoritmos. 4. LGPD e proteção 
de dados pessoais. 
#13 - Quarta revolução industrial 
Empreendida no Século XXI, a ideia de uma quarta 
revolução foi cunhada pelo economista alemão Klaus 
Schwab, levando-se em conta a velocidade e a 
profundidade em que as mudanças no modo de viver 
e produzir estão acontecendo. 
E o traço marcante dessa novaera é, indiscutivelmente, 
uma revolução digital, ora caracterizada por uma 
Internet mais ubíqua e móvel, por sensores menores e 
mais poderosos que se tornaram mais baratos e pela 
inteligência artificial e aprendizagem de máquina. 
Para o autor, há 03 razões primordiais que denotam 
essa consolidação da revolução digital: 
1ª razão: velocidade exponencial com que a 
tecnologia está evoluindo; 
2ª razão: estamos modificando não apenas “o quê” 
e “como”, mas também “quem somos”; 
3ª razão: impacto sistêmico. Transformação de 
sistemas de forma substancial 
#14 - O que é um blockchain? 
Conceito amplo dirá que se trata da tecnologia que 
permite a criação de blocos em cadeia, os quais 
dividem informações e se utilizam de criptografia 
assimétrica para aumentar o nível de confiabilidade. 
Conceito estrito diz que é possível denominar 
vários blockchain existentes, além de outros que estão 
em processo de construção e que brevemente se 
encontrarão disponíveis. 
#15 - Smart contracts 
Apesar de não haver um consenso entre 
a doutrina do que de fato seria um 
contrato inteligente, a definição mais 
aceita, segundo Lucas Uster, é a de que 
se trata de contratos cujas cláusulas são 
programadas previamente em um 
blockchain e que após celebrados se tornam 
independentes das ações humanas, a fim de que sejam 
cumpridos. 
Ou seja, podemos considerar os smart contracts, 
segundo Michael Solomon, programas que definem 
regras as quais controlam como os dados serão 
acrescentados e decifrados em um blockchain, de 
maneira que produzirão os mesmos resultados em 
cada instância na rede. Assim, torna-se dispensável a 
preocupação relacionada à confiança. 
#16 - Etapas da virada tecnológica no poder 
judiciário 
Primeira etapa - digitalização dos 
procedimentos - é cediço que o sistema jurídico 
brasileiro já se encontra em patamar avançado, 
Portanto, o cenário atual aponta para a consolidação 
natural da primeira etapa a caminho da 
implementação da chamada Justiça Digital. 
Segunda etapa da virada – a automação –, Dierle 
Nunes ressalta que as iniciativas brasileiras também 
são promissoras, vários tribunais estaduais já iniciaram 
o desenvolvimento de algorítmicos para a 
automatização de atos processuais, especialmente os 
repetitivos. A fim de concretizar essa onda de 
automatização, uma pesquisa orientada pela 
Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontou que, em 
2020, já existiam 72 projetos de IA no Judiciário. 
 
 
 
 
 70 
A última etapa de implementação de tecnologia 
para alcance da Justiça Digital, ora denominada de 
transformação, também já conta com alguns 
exemplos de sua concretização na adaptação 
procedimental mediante tecnologia. 
 
G) Pragmatismo, Análise Econômica do Direito e Economia 
Comportamental 
1. Função judicial e pragmatismo. Antifundacionalismo. 
Contextualismo. Consequencialismo. Racionalismo e Empirismo. 
Dialética. Utilitarismo. 2. Análise econômica do direito. Conceitos 
fundamentais. Racionalidade econômica. Eficiência processual. 
Métodos adequados de resolução de conflitos e acesso à Justiça. 
Demandas frívolas e de valor esperado negativo. Precedentes, 
estabilidade da jurisprudência e segurança jurídica. Coisa Julgada. 
3. Economia comportamental. Heurística e vieses cognitivos. A 
percepção de Justiça. Processo cognitivo de tomada de decisão. 4. 
Governança corporativa e Compliance no Brasil. Mecanismos de 
Combate às organizações criminosas e Lavagem de Dinheiro. 
Whistleblower. 
#17 - Características do pragmatismo 
Antifundacionalismo: rejeita a existência de 
entidades metafísicas ou conceitos abstratos, estáticos 
e definitivos no direito, imunes às transformações 
sociais. 
Contextualismo: a interpretação jurídica é 
norteada por questões práticas e o direito é visto como 
prática social. 
Consequencialismo: as decisões devem ser 
tomadas a partir de suas consequências práticas (olhar 
para o futuro e não para o passado) 
#18 - O utilitarismo jurídico 
Para Fernando Herren Aguilar, tem-se desenvolvido no 
ramo jurídico uma extensão das ideias utilitaristas 
originadas no campo da política e da economia. Como 
regra geral, tais ideias servem para avaliar o impacto 
econômico (ou a eficiência econômica) de regras 
jurídicas, como, por exemplo, “a análise dos custos 
para a coletividade que representam os diversos 
elementos do sistema legal e judiciário existente, em 
relação aos benefícios que dele resultam. 
Em situações mais extremas, as ideias de eficiência 
econômica podem levar a propor um critério de 
julgamento da conveniência ou não de se seguir a 
norma positivada, aferida por cálculos utilitaristas. 
 
H) Direito da Antidiscriminação 
1. Conceitos Fundamentais do Direito da Antidiscriminação. 2. 
Modalidades de Discriminação. 3. Legislação antidiscriminação 
nacional e internacional. 4. Conceitos Fundamentais do Racismo, 
Sexismo, Intolerância Religiosa, LGBTQIA+fobia. 5. Ações 
Afirmativas. 6. Direitos dos Povos indígenas e das comunidades 
tradicionais. Proteção legal no Direito Pátrio e Internacional. 7. 
Direitos do Trabalhador Imigrante. Proteção legal no Direito Pátrio e 
Internacional. 
#19 - Espécies/formas de racismo 
Racismo estrutural: "a formalização de um 
conjunto de práticas institucionais, históricas, culturais 
e interpessoais dentro de uma sociedade que 
frequentemente coloca um grupo social ou étnico em 
uma posição melhor para ter sucesso e ao mesmo 
tempo prejudica outros grupos de modo consistente e 
constante causando disparidades que se desenvolvem 
entre os grupos ao longo de um período de tempo". 
(Silvio de Almeida) 
Racismo institucional: Pela concepção 
institucional, o racismo não se resume a 
comportamentos individuais, mas sim, é tratado como 
o resultado do modo de funcionamento das 
instituições, que acaba por conferir desvantagens e 
privilégios a partir da raça. 
Racismo ambiental: consiste na existência de 
impactos negativos de maior força, oriundos da 
devastação ambiental, incidentes sobre as pessoas 
em situação de vulnerabilidade, mantendo ou 
agravando sua situação de inferiorização. Utiliza-se 
aqui o conceito de racismo em sua dimensão social, o 
qual se projeta para além de aspectos estritamente 
biológicos ou fenotípicos. (Andre de Carvalho Ramos) 
Racismo recreativo: "projeto de dominação que 
procura promover a reprodução de relações 
assimétricas de poder entre grupos raciais por meio de 
uma política cultural baseada na utilização do humor 
como expressão e encobrimento de hostilidade racial. 
O racismo recreativo decorre da competição entre 
grupos raciais por estima social, sendo que ele revela 
uma estratégia empregada por membros do grupo 
racial dominante para garantir que o bem público da 
respeitabilidade permaneça um privilégio exclusivo de 
pessoas brancas. A posse exclusiva desse bem público 
garante a elas acesso privilegiado a oportunidades 
materiais porque o humor racista tem como 
consequência a perpetuação da ideia de que elas são 
as únicas pessoas capazes de atuar como agentes 
sociais competentes". (Adilson Moreira) 
Racismo religioso: prática de perseguição às 
formas de expressão religiosa que cultivam formas de 
manifestação fundamentadas em valores e elementos 
pertencentes a povos não hegemônicos como 
negros, indígenas, ciganos, e que, por conseguinte 
destoam do paradigma de religião hegemônico. 
 
 
 
 
 
 
 
 71 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
1. Direito Processual do Trabalho. Princípios. Fontes. Autonomia. 
Interpretação. Integração. Eficácia. Aplicação do Direito Processual 
Comum no Processo do Trabalho e a técnica da subsidiariedade e 
da supletividade. 
#01- Fases da Justiça do Trabalho 
A primeira fase histórica do direito processual do 
trabalho diz respeito à sua institucionalização. 
A segunda fase histórica do direito processual do 
trabalho é caracterizada pela constitucionalização da 
Justiça do Trabalho. 
A terceira fase histórica do direito processual do 
trabalho decorredo reconhecimento da Justiça do 
Trabalho como órgão integrante do Poder Judiciário. 
 
#02 - Fontes do direito processual do trabalho 
As fontes materiais do direito processual do 
trabalho são os acontecimentos responsáveis pelo 
nascimento da regra jurídica, ou seja, é o fato social, 
econômico ou político que inspira o legislador em um 
dado momento histórico. 
 As fontes formais do direito processual do 
trabalho são as que lhe conferem o caráter de direito 
positivo. São aquelas que estão positivadas no 
ordenamento jurídico. 
Carlos Henrique Bezerra Leite divide as fontes formais 
do direito do trabalho em: 
 Fontes formais diretas, que abrangem a lei em 
sentido genérico (atos normativos eadministrativos 
editadospelo Poder Público) e o costume. 
 Fontes formais indiretas, que são aquelas 
extraídas da doutrina e da jurisprudência; 
 Fontes formais de explicitação, também 
chamadas de fontes integrativas do direito 
processual, cujas expressões mais importantes são a 
analogia, os princípios gerais de direito e a equidade 
#03 - Integração 
No que tange às normas aplicáveis ao processo do 
trabalho é necessário distinguir a integração ocorrida 
na fase de conhecimento da ocorrida na fase de 
execução. 
NA FASE DE CONHECIMENTO – aplica-se 
inicialmente a CLT e legislação esparsa, mas, se não 
houver norma aplicável na legislação trabalhista, o 
intérprete poderá se socorrer do CPC, desde que haja 
compatibilidade com o direito processual trabalhista. 
NA FASE DE EXECUÇÃO - aplica-se inicialmente 
a CLT e legislação esparsa, mas, se não houver norma 
aplicável na legislação trabalhista, o intérprete poderá 
se socorrer dos preceitos que regem o processo dos 
executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida 
ativa da Fazenda Pública Federal, desde que haja 
compatibilidade com o direito processual trabalhista. 
Desse modo, na fase de execução, havendo omissão 
na CLT, aplica-se a Lei de Execução Fiscal, que 
atualmente corresponde à Lei 6.830, de 22 de 
setembro de 1980. 
 
#04 - Princípios específicos do direito processual 
do trabalho 
Oralidade - consubstancia-se na realização de 
atos processuais pelas partes e pelo magistrado de 
forma oral. Embora este princípio também faça 
parte do direito processual comum, no Processo do 
Trabalho ele se acentua, com a primazia da palavra. 
A palavra falada possui grande prevalência, a 
começar pela previsão expressa da chamada 
reclamação verbal (art. 840, § 2º, da CLT), a 
possibilidade de defesa oral (art. 847 da CLT) e, ainda, 
as razões finais orais (art. 850 da CLT). 
Proteção - O princípio da proteção processual, 
também é conhecido princípio do protecionismo 
temperado ao trabalhador, deriva da própria razão de 
ser do processo do trabalho, o qual foi concebido 
para efetivar os direitos materiais reconhecidos pelo 
Direito do Trabalho, criado exatamente para 
compensar ou reduzir a desigualdade real existente 
entre empregado e empregador, naturais litigantes 
do processo laboral. 
Jurisprudência importante! 
REMESSA OFICIAL. DECRETO-LEI N. 
779/69. LEI N. 10.352/2001. ART. 475, § 
2º, DO CPC. LIMITAÇÃO A 60 
(SESSENTA) SALÁRIOS MÍNIMOS. 
APLICABILIDADE AO PROCESSO DO 
TRABALHO. Aplica-se ao processo do trabalho as 
disposições constantes do § 2º do art. 475 do CPC, 
inseridas pela Lei n. 10.352/2001, que dispensa a 
remessa oficial nas condenações de valor não 
 
 
 
 
 72 
excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, tendo em 
vista a omissão existente na legislação processual 
trabalhista, que não contém limitação relacionada ao 
valor da condenação e, também, em face da 
compatibilidade com o processo laboral. Registre-se, 
ainda, que tal aplicabilidade vem ao encontro dos 
princípios que influenciam ou orientam o processo 
do trabalho, principalmente os princípios da 
proteção ao hipossuficiente, da razoabilidade, da 
celeridade e da economia processual. Remessa oficial 
não conhecida (TRT, 23ª R., AI e Recurso Ordinário de 
Ofício n.01284.2002.003.23.00-5, Rel. Juíza Maria 
Berenice, j. 2-12-2003, publ. 27-1-2004). 
Informalidade - permite que o processo do 
trabalho tenha maior flexibilidade, a revelar maior 
facilidade de acesso à justiça, bem como na prestação 
da tutela jurisdicional. Significa que o sistema 
processual trabalhista é menos burocrático, mais 
simples e mais ágil que o processo comum, com 
linguagem mais acessível ao cidadão não versado em 
direito. Dessa maneira, a prática dos atos processuais 
ocorre de forma mais simples e objetiva, propiciando 
maior participação das partes. 
Exemplos: 
Petição inicial e contestação verbais (arts. 840 e 
846 da CLT); 
Comparecimento das testemunhas 
independentemente de intimação (art. 825 da CLT); 
Interposição de recurso por simples petição (art. 
791 da CLT); 
Jus postulandi das partes (art. 791 da CLT); e 
Imediatidade entre o juiz e a parte na audiência. 
2. Organização da Justiça do Trabalho. Composição, 
funcionamento, jurisdição e competência de seus órgãos. Os juízos 
de Direito investidos de jurisdição trabalhista. Corregedoria-Geral 
e Regional do Trabalho. Atribuições 
#05 - Organização da Justiça do Trabalho. 
Composição. 
CF/88. 
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho: 
I - o Tribunal Superior do Trabalho; 
II - os Tribunais Regionais do Trabalho; 
III - as Juntas de Conciliação e Julgamento. 
III - Juizes do Trabalho. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 24, de 1999) 
A Justiça do Trabalho está estruturada em três graus 
de jurisdição. 
No primeiro grau, funcionam as Varas do 
Trabalho (antes, EC n. 24/99, juntas de Conciliação e 
Julgamento), onde atuam os Juízes do Trabalho. 
No segundo grau, funcionam os Tribunais 
Regionais do Trabalho (TRTs), onde atuam os 
Desembargadores do Trabalho. 
No terceiro grau, funciona o Tribunal Superior 
do Trabalho (TST), composto por Ministros. 
A Resolução 104 do CSJT - Conselho 
Superior da Justiça do Trabalho 
uniformizou os vocábulos de tratamento 
dispensados aos magistrados de 1ª e 2ª 
instâncias no âmbito da Justiça do 
Trabalho, que passaram a ser os 
seguintes: “Juiz do Trabalho Substituto”, “Juiz do 
Trabalho de Vara do Trabalho”, e “Desembargador do 
Trabalho” 
Composição do TST: 
 27 ministros; 
 Brasileiros (natos ou naturalizados); 
 Mais de 35 e menos de 65 anos; 
 Com notável saber jurídico e reputação ilibada; 
 1/5 das vagas indicadas pelo quinto constitucional; 
 4/5 das vagas indicadas pelo TST para os juízes do 
TRT oriundos da magistratura da carreira; 
 Aprovados pela maioria absoluta do Senado 
Federal; 
 Nomeados pelo Presidente da República; 
Aos Tribunais Regionais do Trabalho compete, 
originariamente, processar e julgar as ações de sua 
competência originária (dissídios coletivos, 
mandados de segurança, ações rescisórias, etc) e em 
grau recursal (recursos das decisões de Varas do 
Trabalho e juízes de Direito com jurisdição 
trabalhista). 
O art. 112 da CF/88, em sua redação original, previa a 
existência de “pelo menos um Tribunal Regional do 
Trabalho em cada Estado e no Distrito Federal”. A 
Emenda Constitucional n. 45/2004, no entanto, 
suprimiu a obrigatoriedade da instalação de pelo 
menos um TRT em cada Estado e no Distrito Federal. 
Atualmente, nos termos do art. 674 da CLT, o território 
nacional é dividido em 24 regiões para efeito de 
Jurisdição dos Tribunais Regionais. Assim, existem 24 
TRTs, sendo que o estado de São Paulo possui dois 
TRTs (2ª e 15ª Região, com sede em São Paulo e 
Campinas, respectivamente), a maioria dos estados 
possui seu próprio TRT, e alguns TRTs abrangem mais 
de um estado. O TRT da 10ª Região abrange o Distrito 
Federal e o estado de Tocantins, com sede em 
Brasília; o TRT da 14ª Região abrange os estados de 
Rondônia e Acre, com sede em Porto Velho; o TRT da 
11ª Região abrange os estados do Amazonas e 
Roraima, com sede em Manaus; e o TRT da 8ª Região 
abrange os estados do Pará e Amapá, com sede em 
Belém. 
 
 
 
 
 73 
O art.115 da Constituição determina que os Tribunais 
Regionais do Trabalho são compostos por, no 
mínimo, 7 juízes (atualmente denominados 
Desembargadores do Trabalho), recrutados nas 
respectivas regiões, quando possível, e nomeados 
pelo Presidente da República dentre brasileiros com 
mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos. 
Assim como no TST, deve ser observado o quinto 
constitucional de membros oriundos da advocacia e 
do Ministério Público do Trabalho. Os demais 
membros são juízes do trabalho promovidos por 
antiguidade e merecimento, alternadamente. 
Composição dos TRTs: 
 Mínimo de 7 ministros; 
 Recrutados, quando possível, na mesma região; 
 Mais de 30 e menos de 65 anos; 
 1/5 das vagas indicadas pelo quinto constitucional; 
 4/5 das vagas ocupadas mediante promoção de 
juízes do trabalho por antiguidade e 
merecimento, alternadamente; 
 Nomeados pelo Presidente da República; 
#06 - Juízes de Direito investidos em jurisdição 
trabalhista 
Nas comarcas onde não existir Vara do Trabalho, a lei 
pode atribuir a função jurisdicional trabalhista aos 
juízes de direito. 
Conforme prevê o art. 112 da CF, com nova redação 
dada pela EC n. 45/2004: Art. 112. A lei criará varas da 
Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não 
abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes 
de direito, com recurso para o respectivo Tribunal 
Regionaldo Trabalho. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
A competência funcional dos juízes de direito para 
processar e julgar ações de competência a Justiça do 
Trabalho é, pois, decorrente da inexistência de lei que 
estabeleça a competência territorial de Vara do 
Trabalho naquela comarca. Caberá ao juiz de direito, 
então, julgar a demanda, observando o sistema 
procedimental previsto na CLT, sendo que o recurso 
interposto em face de sua decisão será apreciado e 
julgado pelo respectivo TRT. 
Instalada a Justiça do Trabalho naquela comarca, 
cessa de imediato a competência do juiz de direito em 
matéria trabalhista, inclusive para a execução das 
sentenças já proferidas. 
#07 - Corregedoria geral e regional do trabalho 
No âmbito da Justiça do Trabalho, há duas 
corregedorias: a geral e a regional. 
A Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho – 
CGJT é órgão de direção do TST, juntamente com o 
Presidente e Vice-Presidente daquela Corte, tendo a 
função de fiscalizar, disciplinar e orientar 
administrativamente os Tribunais Regionais do 
Trabalho, seus juízes e serviços judiciários. 
A CGJT é dirigida por um Corregedor-Geral, eleito 
dentre os Ministros do TST para um mandato de dois 
anos, mediante escrutínio secreto e pelo voto da 
maioria absoluta, em sessão extraordinária do 
Tribunal Pleno (RITST, art. 33). 
Por sua vez, não há na CLT previsão da 
Corregedoria Regional como órgão autônomo. 
Prevê, sobre o tema, o art. 682, XI, da CLT, que 
“competem privativamente aos Presidentes dos 
Tribunais Regionais (...) exercer correição, pelo menos 
uma vez por ano, sobre as Varas do Trabalho, ou 
parcialmente sempre que se fizer necessário, e 
solicitá-la, quando julgar conveniente, ao Presidente 
do Tribunal de Apelação relativamenteaos Juízes de 
Direito investidos na administração da Justiça do 
Trabalho”. 
Contudo, embora a CLT estabeleça que a função de 
correição nos TRTs é exercida cumulativa pelos 
Presidentes do TRTs, por força do art. 96, I, a e b, da 
CF, os tribunais têm competência privativa para 
“eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus 
regimentos internos, (...) dispondo sobre a 
competência e o funcionamento dos respectivos 
órgãos jurisdicionais e administrativos”, bem como 
“organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os 
dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo 
exercício da atividade correicional respectiva”, o que 
permite que alguns TRTs possuam previsão 
regimental do cargo de Corregedor Regional 
exercido por Desembargador do Trabalho eleito pelo 
Tribunal Pleno ou Órgão Especial de forma autônoma 
em relação ao Presidente do Tribunal, com 
atribuições delineadas no respectivo regimento 
interno. 
3. O Ministério Público do Trabalho. Organização. Competência. 
Atribuições. Lei Complementar nº 75/1993. Inquérito civil público 
de jurisdição trabalhista. Corregedoria-Geral e Regional do 
Trabalho. Atribuições. Mecanismos de atuação do Ministério 
Público do Trabalho com repercussão no Direito Processual do 
Trabalho. 
#07 – Carreira no MPT 
A carreira do Ministério Público do Trabalho inicia-se 
no cargo de Procurador do Trabalho, por meio de 
concurso público de provas e títulos, nos termos do § 
3º do art. 129 da CF, e finda no de Subprocurador-
Geral do Trabalho. 
O chefe do Ministério Público do Trabalho é o 
Procurador-Geral do Trabalho, nomeado pelo 
Procurador-Geral da República, dentre os membros 
da instituição com mais de trinta e cinco anos de idade 
e cinco anos na carreira, integrantes de lista tríplice 
 
 
 
 
 74 
escolhida mediante voto plurinominal, facultativo e 
secreto, pelo Colégio de Procuradores, para mandato 
de 2 anos, permitida uma recondução, observado o 
mesmo processo. Caso não haja número suficiente de 
candidatos com mais de cinco anos na carreira, 
poderá concorrer à lista tríplice quem contar mais de 
dois anos na carreira. 
#08 – Formas de Atuação do MPT 
São duas as formas básicas de atuação do Ministério 
Público do Trabalho: judicial e extrajudicial. A 
atuação judicial, resulta da sua participação nos 
processos judiciais, seja como parte, autora ou ré, seja 
como fiscal da lei. Já a atuação extrajudicial ocorre, via 
de regra, no âmbito administrativo, mas pode 
converter-se em atuação judicial. 
Dentre as principais ações utilizadas pelo MPT, 
podem ser destacadas a ação civil pública, a ação 
anulatória de cláusulas de contrato individual, o 
acordo coletivo ou convenção coletiva, a ação 
rescisória (CPC, art. 967, III) e o dissídio coletivo nos 
casos de greve em atividades essenciais ou que 
atentem contra o interesse público. 
4. Competência da Justiça do Trabalho: em razão da matéria, das 
pessoas, funcional e do lugar. Conflitos de Competência. 
#09 - Competência na Justiça do Trabalho 
 
O Artigo 114 da Constituição Federal deve estar 
colado na mente, pois sempre é cobrado em sua 
literalidade: 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar 
e julgar: 
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos 
os entes de direito público externo e da administração 
pública direta e indireta da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios 
II as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
III as ações sobre representação sindical, entre 
sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre 
sindicatos e empregadores; 
IV os mandados de segurança, habeas corpus e 
habeas data, quando o ato questionado envolver 
matéria sujeita à sua jurisdição; 
V os conflitos de competência entre órgãos com 
jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 
102, I, o; 
VI as ações de indenização por dano moral ou 
patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; 
VII as ações relativas às penalidades administrativas 
impostas aos empregadores pelos órgãos de 
fiscalização das relações de trabalho; 
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais 
previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, 
decorrentes das sentenças que proferir; 
IX outras controvérsias decorrentes da relação de 
trabalho, na forma da lei. 
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes 
poderão eleger árbitros. 
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à 
negociaçãocoletiva ou à arbitragem, é facultado às 
mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo 
de natureza econômica, podendo a Justiça do 
Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições 
mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as 
convencionadas anteriormente. 
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com 
possibilidadede lesão do interesse público, o 
Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio 
coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o 
conflito. 
Jurisprudência importante! 
“A interpretação adequadamente 
constitucional da expressão “relação do 
trabalho” deve excluir os vínculos de 
natureza jurídico-estatutária, em razão do 
que a competência da Justiça do 
Trabalho não alcança as ações judiciais entre o Poder 
Público e seus servidores.” (STF. Plenário. ADI 3395, 
Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 
15/04/2020) (Info 984) 
 
“INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. 
CONTRATO DE ESTÁGIO. ENTES DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. As relações de trabalho 
decorrentes de estágio se inserem na competência 
da Justiça do Trabalho, exceto quando a 
contratação envolve entes da administração 
pública. Incidência, por analogia, do entendimento 
firmando na ADI nº 3395.Assim, compete à Justiça 
comum processar e julgar ação civil pública que tem 
como objeto denúncia contra o Centro de Ensino 
Integrado Empresa e Escola (CIEE), em face do 
descumprimento do art. 37 da CF, pois não vem 
observando os princípios da publicidade e da 
impessoalidade na execução dos contratos para 
preenchimento de vagas destinadas a estágioem 
instituições públicas. Com base nessas premissas, a 
SBDI-I, por unanimidade, conheceu do recurso de 
embargos interpostos pelo Ministério Público do 
Trabalho, por divergência jurisprudencial, e, no 
mérito, por maioria, negou-lhe provimento. Vencidos 
os Ministros Lelio Bentes Corrêa, José Roberto Freire 
Pimenta e Hugo Carlos Scheuermann.” (TST-E-RR-
5500- 47.2010.5.13.0022, SBDI-I, rel. Min. Aloysio 
Corrêa da Veiga, 31.3.2016) 
 
 
 
 
 75 
“Compete à Justiça comum processar e julgar 
controvérsias relacionadas à fase pré-contratual de 
seleção e de admissão de pessoal e eventual nulidade 
do certame emface da Administração Pública, direta e 
indireta, nas hipóteses em que adotado o regime 
celetista de contratação de pessoal.” STF. Plenário. RE 
960429/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes,julgado em 4 e 
5/3/2020 (repercussão geral - Tema 992) (Info 968). 
"Preenchidos os requisitos dispostos na lei 4.886/65, 
compete à Justiça Comum o julgamento de processos 
envolvendo relação jurídica entre representante e 
representada comerciais, uma vez que não há relação 
de trabalho entre as partes." STF.Plenário. RE 606.003. 
(repercussão geral - Tema 550). 
Súmula Vinculante nº 23 do STF: A Justiça do 
Trabalho é competente para processar e julgar ação 
possessória ajuizada em decorrência do exercício do 
direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa 
privada. 
“CONSTITUCIONAL. DIREITOS SOCIAIS. 
COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO DA 
LEGALIDADE DE GREVE DE SERVIDORES PÚBLICOS 
CELETISTAS. JUSTIÇA COMUM. FIXAÇÃO DE TESE 
DE REPERCUSSÃO GERAL. 1. É competência da justiça 
comum, federal ou estadual, conforme o caso, o 
julgamento de dissídio de greve promovida por 
servidores públicos, na linha do precedente firmado 
no MI 670 (Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA, Rel. p/ 
acórdão Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, DJe 
de 30/10/2008). 2. As Guardas Municipais executam 
atividade de segurança pública (art. 144, § 8º, da CF), 
essencial ao atendimento de necessidades inadiáveis 
da comunidade (art. 9º, § 1º, CF), pelo que se 
submetem às restrições firmadas pelo Supremo 
Tribunal Federal no julgamento do ARE 654.432 (Rel. 
Min. EDSON FACHIN, redator para acórdão Min. 
ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 
5/4/2017). 3. A essencialidade dasatividades 
desempenhadas pelos servidores públicos conduz 
à aplicação da regra decompetência firmada pelo 
Supremo Tribunal Federal no MI 670, 
mesmo em se tratando deservidores 
contratados pelo Estado sob o regime 
celetista. 4. Negado provimento ao 
recurso extraordinário e fixada a seguinte 
tese de repercussão geral: “A Justiça 
Comum Federal ouEstadual é 
competente para julgar a abusividade de greve de 
servidores públicos celetistas daadministração 
direta, autarquias e fundações de direito público” 
(RE 846854, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Relator(a) p/ 
Acórdão: Min. ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal 
Pleno, julgado em 01/08/2017, ACÓRDÃO 
ELETRÔNICO DJe-022 DIVULG 06-02-2018 PUBLIC 
07-02-2018) 
“Compete à Justiça comum processar e julgar causas 
sobre complementação de aposentadoria instituída 
por lei cujo pagamento seja, originariamente ou por 
sucessão, da responsabilidade da Administração 
Pública direta ou indireta, por derivar essa 
responsabilidade de relação jurídico-administrativa.” 
Plenário, STF. RE 1265549 (RepercussãoGeral - Tema 
1092) 
5. Partes, procuradores, representação, substituição processual e 
litisconsórcio. Assistência Judiciária. Justiça Gratuita. Jus 
Postulandi. Mandato tácito. 
“PROCESSO CIVIL. SINDICATO. ART. 8º, III DA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. LEGITIMIDADE. 
SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. DEFESA DE 
DIREITOS E INTERESSES COLETIVOS OU 
INDIVIDUAIS. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 
O artigo 8º, III da Constituição Federal estabelece a 
legitimidade extraordinária dos sindicatos para 
defender em juízo os direitos e interesses coletivos ou 
individuais dos integrantes da categoria que 
representam. Essa legitimidade extraordinária é 
ampla, abrangendo a liquidação e a execução dos 
créditos reconhecidos aos trabalhadores. Por se tratar 
de típica hipótese de substituição processual, é 
desnecessária qualquer autorização dos substituídos. 
Recurso conhecido e provido.” (STF-RE 193503/SP, 
Rel. Min. Carlos Velloso, Rel. p/ acórdão Min. Joaquim 
Barbosa, j. 12-6-2006, TP, DJe-087, div. 23-8- 2007, 
publ. 24-8-2007, DJ 24-8-2007, p. 00056). 
A defesa coletiva dos interesses individuais 
homogêneos realiza-se mediante legitimação 
extraordinária (ou substituição processual), uma vez 
que as pessoas jurídicas e os entes legalmente 
legitimados para a ação coletiva litigam em nome 
próprio, mas defendendo direitos (ou interesses) 
individuais alheios, cujos titulares poderiam, 
isoladamente ou formando litisconsórcio, propor 
ações individuais em defesa dos seus próprios 
interesses. 
Atualmente, nos casos de atuação do Sindicato como 
substituto processual, não se exige que o rol de 
substituídos seja juntado com a inicial, em razão da 
autorização genérica da Constituição Federal para a 
defesa dos direitos individuais homogêneos. 
Jurisprudência importante! 
Súmula n. 286 do TST: SINDICATO. 
SUBSTITUIÇAO PROCESSUAL. 
CONVENÇÃO E ACORDO COLETIVOS. A 
legitimidade do sindicato para propor 
ação de cumprimento estende-se 
também à observância de acordo ou de convenção 
coletivos. 
Na legitimação autônoma, a lei elege certos 
defensores de direitos metaindividuais, pois são 
caros à sociedade brasileira. É caso do Ministério 
Público. 
#10 – Jus Postulandi 
 
 
 
 
 76 
Capacidade postulatória, também chamada de jus 
postulandi, é a capacidade para postular em juízo. 
Tratase de autorização reconhecida a alguém pelo 
ordenamento jurídico para praticar atos processuais. 
No processo civil, salvo exceções previstas em lei, a 
capacidade postulatória é conferida 
monopolisticamenteaos advogados. 
Nos domínios do processo do trabalho, a capacidade 
postulatória é facultada diretamente aos empregados 
e aos empregadores, nos termos do art. 791 da CLT. 
Ocorre que o TST possui entendimento que limita o 
jus postulandi dos sujeitos da relação de emprego. De 
acordo com a Súmula n. 425 do TST, o jus postulandi 
está restrito às Varas do Trabalho e aos Tribunais 
Regionais do Trabalho, não se aplicando nos casos 
de ação rescisória, ação cautelar, mandado de 
segurança e nos recursos de competência do TST. 
Divergência Doutrinária- Deve ser 
destacada a existência de doutrina 
(Carlos Henrique Bezerra Leite, dentre 
outros) que entende que a limitação do 
jus postulandi das partes apenas na 
instância ordinária viola a literalidade 
do art. 791 da CLT, segundo o qual empregado e 
empregador podem exercer a capacidade 
postulatória e “acompanhar as suas reclamações até o 
final”, por considerar que o TSTé órgão que compõe 
a cúpula da Justiça do Trabalho e a Súmula n. 425 do 
TST implica cerceio ao direito fundamental de acesso 
efetivo do cidadão a todos os graus da jurisdição 
trabalhista. 
#11 – Mandato Tácito 
Jurisprudência importante! 
OJ n. 286 da SBDI-1 do TST. 
I – A juntada da ata de audiência, em que 
consignada a presença do advogado, 
desde que não estivesse atuando com 
mandato expresso, torna dispensável a 
procuração deste, porque demonstrada a 
existência de mandato tácito. 
II – Configurada a existência de mandato tácito fica 
suprida a irregularidade detectada no mandato 
expresso. 
Tanto no mandato tácito, quanto na procuração apud 
acta o advogado terá mandato válido para atuar nos 
autos, podendo praticar todos os atos processuais de 
foro em geral, tais como petições, recursos, etc. 
Entretanto, o advogado com mandato tácito não 
poderá praticar atos que dependam de poderes 
específicos,como é o caso de receber citação, 
confessar, reconhecer a procedência do pedido, 
transigir, desistir, renunciar ao direito que se funda a 
ação, receber, dar quitação, renunciar ao direito sobre 
que se funda a ação, receber, dar quitação, firmar 
compromisso e assinar declaração de hipossuficiência 
econômica (art.105 do CPC). Exatamente por isso o 
TST considera inválido o substabelecimento de 
advogado investido de mandato tácito. 
#12 – Representação da Fazenda Pública no 
Processo do Trabalho 
Súmula n. 436 do TST. REPRESENTAÇÃO 
PROCESSUAL. PROCURADOR DA UNIÃO, ESTADOS, 
MUNICÍPIOS E DISTRITO FEDERAL, SUAS 
AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS. JUNTADA 
DE INSTRUMENTO DE MANDATO. 
I – A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, 
suas autarquias e fundações públicas, quando 
representadas em juízo, ativa e passivamente, por 
seus procuradores, estão dispensadas da juntada de 
instrumento de mandato e de comprovação do ato de 
nomeação. 
II – Para os efeitos do item anterior, é essencial que 
o signatário ao menos declare-se exercente do 
cargo de procurador, não bastando a indicação do 
número de inscrição na Ordem dosAdvogados do 
Brasil. 
#13 – Justiça Gratuita 
O TST, a despeito da alteração realizada pela Lei nº 
13.467/2017 (Reforma Trabalhista) ter exigido que 
para concessão do benefício da justiça gratuita o 
reclamante não pode receber remuneração superior 
a 40% do teto do benefício do RGPS, vem entendendo 
que a simples declaração de hipossuficiência de 
recursos basta para que seja concedido o benefício. 
Jurisprudência importante! 
"AGRAVO EM RECURSO DE REVISTA DO 
RÉU. LEI Nº 13.467/2017. BENEFÍCIO DA 
JUSTIÇA GRATUITA. COMPROVAÇÃO 
DE INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS POR 
SIMPLES DECLARAÇÃO. 
TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA RECONHECIDA. 
Cinge-se a controvérsia a definir se a simples 
declaração de hipossuficiência econômica é suficiente 
para a comprovação do estado de pobreza da 
reclamante, para fins de deferimento dos benefícios 
da justiça gratuita, em ação ajuizada após a vigência 
da Lei n° 13.467/2017. Segundo o artigo 790, §§ 3º e 
4º, da CLT, com as alterações impostas pela Lei nº 
13.467/2017, o benefício da gratuidade da Justiça 
será concedido àqueles que perceberem salário igual 
ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do 
Regime Geral de Previdência Social, ou àqueles que 
comprovarem insuficiência de recursos. Já o artigo 5º, 
LXXIV, da Constituição Federal consagra o dever do 
Estado de prestar assistência jurídica integral e gratuita 
aos que comprovarem insuficiência de recursos e o 
artigo 99, §3º, do CPC, de aplicação supletiva ao 
processo do trabalho, consoante autorização expressa 
no artigo 15 do mesmo Diploma, dispõe presumir-se 
 
 
 
 
 77 
verdadeira a alegação de insuficiência deduzida por 
pessoa natural. A partir da interpretação sistemática 
desses preceitos, não é possível exigir dos 
trabalhadores que buscam seus direitos na Justiça 
do Trabalho - na sua maioria, desempregados - a 
comprovação de estarem sem recursos para o 
pagamento das custas do processo. Deve-se 
presumir verdadeira a declaração de pobreza 
firmada pela autora, na petição inicial, ou feita por 
seu advogado, com poderes específicos para tanto. 
Agravo conhecido e não provido" (Ag-RR-20796-
16.2018.5.04.0302, 7ª Turma, Relator Ministro Claudio 
Mascarenhas Brandao, DEJT 20/04/2023). 
8. Dissídio Individual e Dissídio Coletivo. Distinção. Dissídio 
Individual: procedimentos comum e sumaríssimo. Petição inicial: 
requisitos, emenda, aditamento, indeferimento. Pedido. 
#14 – Dissídio individual e Dissídio Coletivo 
Na Justiça do Trabalho o acesso à jurisdição é feito 
por duas vias distintas: a via individual e a coletiva. 
 O dissídio individual é aquele utilizado para 
solução de situações particulares, que interessam tão 
somente aos indivíduos em litígio, ainda que uma 
dessas partes seja um ente coletivo por natureza 
(sociedade empresária). Além disso, no dissídio 
individual a lide é concreta. 
 O dissídio coletivo tem por fim solucionar lides 
coletivas por entes específicos e de forma abstrata: os 
sindicatos e os empregadores. 
Admite-se que o Ministério Público do Trabalho 
instaure dissídio coletivo em situação especialíssima, 
qual seja, em caso de greve em atividade essencial 
(Lei 7.783/89, art. 10), com possibilidade de lesão ao 
interesse público (CF/88, art. 114, § 3º). 
Somente os órgãos colegiados da Justiça do Trabalho 
possuem competência funcional para conhecimento e 
julgamento dos Dissídios Coletivos, no caso, os 
Tribunais Regionais e o Tribunal Superior do 
Trabalho, a depender da extensão do conflito coletivo 
(CLT, art. 677 c/c art. 7.701/88). 
 
#15 – Petição Inicial 
No Processo do Trabalho, a petição inicial também é 
chamada de reclamação trabalhista, nomenclatura 
oriunda de um tempo em que a Justiça do Trabalho 
era um apêndice do Poder 
Executivo Federal, pelo que não se falava em ações 
trabalhistas, mas sim em procedimentos 
administrativos de reclamação em face dos 
empregadores. 
A reclamação trabalhista pode ser apresentada de 
forma escrita ou verbal. Seus requisitos estão 
previstos no art. 840 da CLT, pelo que os requisitos 
dispostos no art. 319 do CPC são aplicáveis apenas no 
que omissa a CLT e no que for compatível 
com a justiça do trabalho. 
A petição inicial do inquérito para 
apuração de falta grave e do dissídio 
coletivo e devem ser necessariamente 
escritas! 
A nova redação do artigo 840, §1º, da CLT com a 
alteração realizada pela Reforma Trabalhista, passou a 
indicar que os pedidos na inicial devem ser certos, 
determinados e com indicação do seu valor. Várias 
empresas reclamadas levantaram a tese de que, pelo 
princípio da adstrição, o juiz estaria limitado a 
condenar pelos valores indicados na inicial pelo 
reclamante. O debate chegou ao TST, que assim vem 
entendendo: 
“RECURSO DE REVISTA DO RÉU. LEI Nº 13.015/2014. 
CPC/2015. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 40 DO TST. 
LEI Nº 13.467/2017. LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO 
AOS VALORES DOS PEDIDOS INDICADOS NA 
INICIAL. AÇÃO AJUIZADA NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 
13.467/2017. REGISTRO DA MERA PROJEÇÃO 
QUANTO ÀS IMPORTÂNCIAS CONFERIDAS ÀS 
PRETENSÕES. INTERPRETAÇÃO TELEOLÓGICA E 
SISTEMÁTICA DO ARTIGO 840, §1º, DA CLT. 
OBSERVÂNCIA DOS ARTIGOS 322, 324 E 492 DO 
CPC. PRINCÍPIOS DA INFORMALIDADE E 
SIMPLICIDADE QUE REGEM O PROCESSO DO 
TRABALHO. TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA 
CONSTATADA. O artigo 840, §1º, da CLT, com a 
redação conferida pela Lei nº 13.467/2017, dispõe 
que: "Sendo escrita, a reclamação deverá conter a 
designação do juízo, a qualificação das partes, a breve 
exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o 
pedido, que deverá ser certo, determinado e com 
indicação de seu valor, a data e a assinatura do 
reclamante ou de seu representante". O novel 
dispositivo contém importante modificação no que 
tange aos requisitos do pedido, exigindo, agora, sua 
determinação (pedido certo e determinado), inclusive, 
com a indicação dos valores pleiteados, nos processos 
submetidos ao rito ordinário, situação antes prevista, 
apenas, parao procedimento sumaríssimo (artigo 852-
B da CLT). A mencionada regra deverá ser 
interpretada de modo consentâneo com os 
princípios que regem o Processo do Trabalho - em 
especial o da informalidade e simplicidade - , para 
que assim seja definida sua real finalidade. Além 
disso, sua aplicação não pode ser realizada de forma 
isolada, mas sim em conjunto com os demais preceitos 
constantes do ordenamento jurídico pátrio, a exemplo 
dos artigos 322, 324 e 492 do CPC, que auxiliam na 
 
 
 
 
 78 
objetivação do sentido e alcance da norma. Desse 
modo, numa primeira análise literal do artigo 840, §1º, 
da CLT, notadamente da expressão "com a indicação 
do seu valor", enxerga-se, de fato, o intuito de 
estabelecer o ônus da parte em determinar o quantum 
pleiteado na lide trabalhista, sem que se obrigue, 
porém, a liquidação, com exatidão, dos pedidos. 
Outrossim, o próprio artigo 324 da lei adjetiva civil, 
com incidência no Processo do Trabalho, permite, em 
determinados casos, a formulação de pretensões 
genéricas (sem especificação da quantidade, 
qualidade ou valor). Em face desse preceito, e 
considerando as peculiaridades que permeiam o 
Direito e Processo do Trabalho, é possível 
vislumbrar situações em que o reclamante não 
esteja na posse de documentos, tal como cartões de 
ponto, que o impossibilite de precisar os valores dos 
objetos pretendidos (quantidade de horas extras, v.g 
.), cenário que se amolda à hipótese do item III da 
referida norma. Outro quadro factível é aquele em que 
a determinação da quantia dependa de cálculos 
contábeis complexos ou do estabelecimento da 
quantidade do bem almejado por prova pericial (como 
o percentual do adicional de insalubridade). Em tais 
circunstâncias, exigir do reclamante - por vezes 
destituído de condições econômicas para suportar as 
despesas naturais de uma demanda judicial - que 
ajuíze ação para produção antecipada de prova ou 
contratação de serviço contábil especializado, é ir 
totalmente de encontro aos supramencionados 
princípios e à dinâmica que permeia o Processo do 
Trabalho. Prejudica-se, com isso, o direito 
fundamental de acesso à Justiça. Frente a ocasiões 
que impossibilitem à parte a indicação precisa do 
valor do pedido, é razoável permitir sua 
delimitação por mera estimativa, com o intuito de 
atender a exigência contida no artigo 840, §1º, da 
CLT, desde que, para tanto, apresente justificativa 
no bojo da peça de ingresso, conforme ocorrido no 
feito. Na inicial ficou expressamente consignado que 
os valores atribuídos aos pedidos eram apenas 
estimados, e não liquidados, e os valores efetivos 
devem ser calculados quando da liquidação de 
sentença. Decisão convergente ao entendimento 
desta Corte. Recurso de revista não conhecido” (RRAg-
11069-14.2019.5.03.0015, 7ª Turma, Relator Ministro 
Claudio Mascarenhas Brandao, DEJT 20/04/2023). 
9. Audiência. Arquivamento. Conciliação. Resposta do Reclamado. 
Defesa direta e indireta. Revelia. Exceções. Contestação. 
Compensação. Reconvenção. Intervenção de terceiros no processo 
do trabalho. 
#16 – Audiência Trabalhista 
Nas audiências trabalhistas, em regra, é exigida a 
presença obrigatória das próprias partes. 
Entretanto, a própria CLT traz exceções a essa regra 
em seu art. 843: 
CLT. Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão 
estar presentes o reclamante e o reclamado, 
independentemente do comparecimento de seus 
representantes salvo, nos casos de Reclamatórias 
Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os 
empregados poderão fazer-se representar pelo 
Sindicato de sua categoria. 
§ 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo 
gerente, ou qualquer outro preposto que tenha 
conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão 
o proponente. 
§ 2º Se por doença ou qualquer outro motivo 
poderoso, devidamente comprovado, não for 
possível ao empregado comparecer pessoalmente, 
poderá fazer-se representar por outro empregado que 
pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato. 
(...) 
Art. 845 - O reclamante e o reclamado comparecerão 
à audiência acompanhados das suas testemunhas, 
apresentando, nessa ocasião, as demais provas. 
Com a Reforma Trabalhista, foi introduzida uma 
espécie de “sanção” para o reclamante que falta a 
audiência inicial sem motivo justificado: 
CLT. Art. 844. (...) 
§ 2º Na hipótese de ausência do reclamante, este será 
condenado ao pagamento das custas calculadas na 
forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que 
beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, 
no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por 
motivo legalmente justificável. (Incluído pela Lei nº 
13.467, de 2017) 
§ 3º O pagamento das custas a que se refere o § 2o é 
condição para a propositura de nova 
demanda. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
O texto fala que mesmo o reclamante beneficiário da 
justiça gratuita recolherá essas custas. 
O debate chegou ao TST e firmou-se o entendimento 
de que tal previsão não fere os princípios 
constitucionais de acesso à justiça. 
Jurisprudência importante! 
"AGRAVO DE INSTRUMENTO EM 
RECURSO DE REVISTA DA AUTORA. LEI Nº 
13.467/2017. AUSÊNCIA INJUSTIFICADA 
DO RECLAMANTE, BENEFICIÁRIO DA 
JUSTIÇA GRATUITA, À AUDIÊNCIA. AÇÃO 
AJUIZADA APÓS A LEI 13.467/2017. APLICAÇÃO DO 
ARTIGO 844, §2º, DA CLT. CUSTAS PROCESSUAIS. 
CONDENAÇÃO. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 
TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA CONSTATADA. O 
artigo 844, § 2º, da CLT, incluído pela Lei nº 
13.467/2017, prevê que "na hipótese de ausência do 
reclamante, este será condenado ao pagamento das 
custas calculadas na forma do art. 789 desta 
Consolidação, ainda que beneficiário da justiça 
 
 
 
 
 79 
gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, 
que a ausência ocorreu por motivo legalmente 
justificável". Esta Corte Superior têm se manifestado 
no sentido de ser viável a aplicação do disposto no art. 
844, §2º, da CLT, desde que a ação tenha sido ajuizada 
após a vigência da Lei nº 13.467/2017. Precedentes. 
No presente caso, a reclamação trabalhista foi ajuizada 
em 21/06/2018 e o reclamante deixou de comparecer 
à audiência inicial designada para 18/02/2019, o que 
ensejou o arquivamento do feito. Embora tenha lhe 
sido concedido prazo para justificar tal ausência, o 
demandante não justificou. Desta forma, correta a 
aplicação do artigo 844, § 2º, da CLT, e não se constata 
violação dos dispositivos invocados. Agravo de 
instrumento conhecido e não provido" (AIRR-1006-
38.2018.5.09.0001, 7ª Turma, Relator Ministro Claudio 
Mascarenhas Brandao, DEJT 06/05/2022). 
10. Provas no processo do trabalho: princípios, peculiaridades, 
oportunidade e meios. Interrogatórios. Confissão e consequências. 
Documentos. Oportunidade de juntada. Incidente de falsidade. 
Perícia. Sistemática de realização das perícias. Testemunhas. 
Compromisso, impedimentos e consequências. Ônus da prova no 
processo do trabalho. 
#17 - Provas 
Após a apresentação da defesa pelo réu, inicia-se a 
instrução do processo, com a apresentação das 
provas. 
Prova é o meio utilizado para a demonstração 
no processo da veracidade dos fatos 
controvertidos. 
A CLT é bastante sucinta quanto às provas, logo, 
utiliza-se subsidiariamente o direito comum. 
O CPC não traz o conceito de provas, limitando-se 
apenas mencionar que os meios legais e os 
moralmente legítimos são hábeis para provar os fatos 
#18 – Princípios relacionados às provas 
Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa– 
Apresentada em juízo a prova por uma parte, tem a 
parte contrária o direito de impugná-la pelos meios 
previstos em lei, inclusive podendo realizar 
contraprova. 
Trata-se de princípio constitucional explícito que deve 
ser observado em qualquer processo (CF, art. 5º, LV) 
judicial ou administrativo. 
Princípio da Igualdade de Oportunidades – As 
partes devem ter igualdade de oportunidades para 
apresentarem suas provas nos momentos processuais 
próprios. 
Princípio da Busca da Verdade Real – O 
princípio da busca da verdade real é extraído do art. 
371do CPC e dos arts. 765 e 852-D da CLT, de onde 
se conclui que o juiz tem liberdade na condução do 
processo na busca de elementos probatórios que 
formem o seu convencimento sobre a alegação das 
partes a respeito dos fatos que tenham importância 
para a prolação de uma decisão fundamentada, 
adequada e justa. 
Princípio da Necessidade da Prova – As 
alegações das partes em juízo não são suficientes para 
demonstrar a verdade ou não de determinado fato 
controvertido. É necessário que a parte faça prova de 
suas alegações, pois os fatos não provados são 
inexistentes no processo. 
Princípio da Proibição da Prova Obtida 
Ilicitamente– As partes têm o dever de agir com 
lealdade em todos os atos processuais, mormente na 
produção de prova. O princípio se fundamenta no art. 
5º, LVI, da CF, segundo o qual “são inadmissíveis, no 
processo, as provas obtidas por meios ilícitos”. 
Princípio da Oralidade - No processo do 
trabalho, as provas devem ser realizadas, 
preferencialmente, na audiência de instrução e 
julgamento, isto é, oralmente e na presença do juiz. 
Princípio da Imediação – O princípio da 
imediação estabelece que o juiz, como diretor do 
processo (art. 765 e 852-D da CLT), é quem colhe, 
direta e imediatamente, a prova. 
Princípio da Aquisição Processual – A prova 
produzida, independentemente de quem a produziu, 
é adquirida pelo processo, ou melhor, pelos autos, 
dele não podendo mais ser retirada ou 
desentranhada, salvo em situações especiais 
legalmente autorizadas. 
Princípio do Convencimento Motivado – O 
ordenamento jurídico brasileiro adota o princípio do 
convencimento motivado. Esse princípio, na verdade, 
encerra a base de um sistema processual em que o 
juiz forma a sua convicção apreciando o valor das 
provas dos autos e motivando sua decisão. A CLT o 
contempla implicitamente no art. 765, que confere ao 
juiz ampla liberdade na condução do processo, e no 
art. 832, que determina constarem da sentença “a 
apreciação das provas” e “os fundamentos da 
decisão”. 
#19 – Do ônus da prova 
O ônus da prova é um encargo atribuído 
a um sujeito para demonstrar 
determinadas alegações de fato, sob 
pena de arcar com a situação de 
desvantagem advinda da não 
demonstração do fato. 
Ônus deve ser entendido como encargo, gravame ou 
fardo. O não cumprimento do ônus probatório apenas 
coloca em desvantagem a parte que deixou de fazê-
lo. Em um segundo momento, as regras de ônus da 
prova são direcionadas ao juiz, que deve julgar 
 
 
 
 
 80 
considerando as provas existentes e quem deveria 
provar aquilo sobre o qual não há provas. 
A relevância do ônus da prova somente é considerada 
quando ausentes provas nos autos ou quando a 
prova estiver dividida. Nesse caso, sendo vedado ao 
juiz o não julgamento (non liquet) da lide, ante a 
inexistênciade provas do fato, deverá julgar conforme 
a presunção do encargo de quem tinha o dever de 
produzir aprova e não o fez. 
Assim, na ausência de provas nos autos, o juiz deverá 
julgar a causa conforme a distribuição do ônus da 
prova dirigido a cada parte. 
O ônus da prova está relacionado a um 
questionamento: Quem deve provar? 
O art. 818 da CLT estabelecia textualmente que “o 
ônus de provar as alegações incumbe à parte que as 
fizer”. 
O tema foi alterado, contudo, pela reforma trabalhista, 
que passou a prever em seu caput a denominada 
DISTRIBUIÇÃO ESTÁTICA DO ÔNUS DA PROVA, 
segundo o qual as regras delineadas serão aplicáveis 
independentemente da natureza do processo ou 
dos fatosda causa. 
Súmulas e OJ’S indispensáveis ao assunto – 
Não chegue na prova sem saber 
Jurisprudência importante! 
Súmula nº 212 do TST. O ônus de 
provar o término do contrato de trabalho, 
quando negados a prestação de serviço e o 
despedimento, é do empregador, pois o 
princípio da continuidade da relação de emprego 
constitui presunção favorável ao empregado. 
Súmula n. 460 do TST. É do empregador o ônus 
de comprovar que o empregado não satisfaz os 
requisitos indispensáveis para a concessão do vale-
transporte ou não pretenda fazer uso do benefício. 
Súmula n. 461 do TST. É do empregador o ônus 
da prova em relação à regularidade dos depósitos do 
FGTS, pois o pagamento é fato extintivo do direito do 
autor (art. 373, II, do CPC de 2015) 
Súmula n. 8 do TST. A juntada de documentos na 
fase recursal só se justifica quando provado o justo 
impedimento para sua oportuna apresentação ou se 
referir a fato posterior à sentença. 
OJ n. 278 da SBDI-I do TST. A realização de 
perícia é obrigatória para a verificação de 
insalubridade. Quando não for possível sua 
realização, como em caso de fechamento daempresa, 
poderá o julgador utilizar-se de outros meios de prova. 
OJ n. 165 da SBDI-I do TST. O art. 195 da CLT 
não faz qualquer distinção entre o médico e o 
engenheiro para efeito de caracterização e 
classificação da insalubridade e periculosidade, 
bastando para a elaboração do laudo seja o 
profissional devidamente qualificado. 
11. Sentença nos Dissídios Individuais. Honorários periciais e 
advocatícios. Termo de conciliação e seus efeitos: perante as partes 
e terceiros 
#20 – Classificação das Sentenças 
Sentenças meramente declaratórias são 
aquelas que se limitam a declarar a existência de um 
fato, autenticidade ou não de documento, ou 
existência ou não de relação jurídica. É desprovida de 
sanção e execução, cujos efeitos são ex tunc 
(retroagem). Estas sentenças dispensam 
execução/cumprimento, já que seu conteúdo é 
suficiente para o autor. 
Sentenças constitutivas declaram a existência 
dos fatos ou do direito e acabam criando, 
modificando ou extinguindo uma relação jurídica. 
Seus efeitos são produzidos com o trânsito em 
julgado. 
A sentença condenatória, além de declarar o 
direito, impõe obrigação pecuniária; e, por 
excelência, a execução direta por expropriação de 
bens. 
Sentença executiva lato sensu é aquela que, 
além de declarar o direito, impõe obrigação de fazer, 
de não fazer ou de entregar alguma coisa. Trata-se de 
sentença que busca tutela específica do direito. 
Sentença mandamental é aquela que, além de 
declarar um direito e condenar a uma obrigação, 
expede uma ordem, isto é, o reclamado é forçado a 
cumprir a ordem judicial. Tal decisão não comporta 
execução, visto que tal medida é feita na própria 
sentença. 
#21 – Elementos essenciais da sentença 
No processo do trabalho, o art. 832 da CLT 
dispõe expressamente sobre os elementos que 
devem constar da sentença. São eles: 
o nome das partes; 
o resumo do pedido e da defesa; 
a apreciação das provas; 
os fundamentos da decisão; 
a respectiva conclusão. 
Já o art. 489 do CPC disciplina os elementos 
essenciais da sentença nos seguintes termos: 
CPC. Art. 489. São elementos essenciais da sentença: 
I – o relatório, que conterá os nomes das partes, a 
identificação do caso, com a suma do pedido 
 
 
 
 
 81 
e da contestação, e o registro das principais 
ocorrências havidas no andamento do 
processo; 
II – os fundamentos, em que o juiz 
analisará as questões de fato e de 
direito; 
III – o dispositivo, em que o juiz 
resolverá as questões principais que as partes lhe 
submeterem 
O cotejo analítico dos dispositivos leva à 
compreensão de que os requisitos “o nome das 
partes, o resumo do pedido e da defesa”, da CLT, 
correspondem ao “relatório”, do CPC, a “a 
apreciação das provas, os fundamentos da decisão” 
equivalem aos “fundamentos”, e a “conclusão” 
corresponde ao dispositivo. 
Por serem requisitos essenciais da sentença, a 
ausência de qualquer um deles impõe o 
reconhecimento da Nulidade da sentença ou mesmo 
da inexistência do ato judicial. 
#22 - Fundamentação 
A fundamentação ou motivação constitui a base 
intelectual da sentença. Nela, o juiz revela todo o 
raciocínio desenvolvido acerca da apreciação das 
questões processuais, das provas produzidas e das 
alegações das partes, que são os dados que 
formarão o alicerce da decisão. 
A fundamentação detoda e qualquer decisão judicial 
ostenta dignidade de garantia constitucional, por 
encontrar residência expressa no art. 93, IX, da CF. 
A ausência de motivação ou fundamentação enseja 
negativa de prestação jurisdicional. 
Os §§ 1º e 2º do art. 489 do CPC passaram a exigir 
maior detalhamento da fundamentação, a chamada 
fundamentação exauriente ou fundamentação 
analítica, nos seguintes termos: 
CPC. Art. 489. (...) 
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão 
judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, 
que: 
I – se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase 
de ato normativo, sem explicar sua relação com a 
causa ou a questão decidida; 
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem 
explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; 
III – invocar motivos que se prestariam a justificar 
qualquer outra decisão; 
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no 
processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão 
adotada pelo julgador; 
V – se limitar a invocar precedente ou enunciado de 
súmula, sem identificar seus fundamentos 
determinantes nem demonstrar que o caso sob 
julgamento se ajusta àqueles fundamentos; 
VI – deixar de seguir enunciado de súmula, 
jurisprudência ou precedente invocado pela parte, 
sem demonstrar a existência de distinção no caso em 
julgamento ou a superação do entendimento. 
§ 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve 
justificar o objeto e os critérios gerais da 
ponderação efetuada, enunciando as razões que 
autorizam a interferência na norma afastada e as 
premissas fáticas que fundamentam a conclusão. 
Na ADI 5.766 o Supremo Tribunal 
Federal declarou a constitucionalidade 
do artigo 791-A, acerca da cobrança de 
honorários advocatícios sucumbenciais 
do reclamante beneficiário da justiça 
gratuita. 
No entanto, restou claro na decisão que cabe à 
reclamada, provar que houve modificação no estado 
de hipossuficiência do autor no prazo de 2 anos a 
contar do trânsito em julgado da decisão. 
Nesse sentido é o precedente: 
"AGRAVO EM RECURSO DE REVISTA DO AUTOR. LEI 
Nº 13.467/2017. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
SUCUMBENCIAIS. PARTE BENEFICIÁRIA DA JUSTIÇA 
GRATUITA. APLICAÇÃO DA DECISÃO PROFERIDA 
NA ADI Nº 5.766. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA 
RECONHECIDA. O exame atento da tese fixada pelo 
Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADI nº 
5.766, no contexto dos debates travados durante todo 
o julgamento e, em especial, a partir do voto do Exmo. 
Ministro Alexandre de Moraes, Redator Designado do 
acórdão, revela que a ratio decidendi admitiu a 
condenação do beneficiário da justiça gratuita ao 
pagamento de honorários sucumbenciais, mas 
vedou a subtração dos valores dos créditos 
reconhecidos ao empregado na própria ação, ou 
mesmo em ação futura, por mera presunção de que 
a obtenção desses valores lhe retiraria a 
hipossuficiência econômica . Permanece a 
suspensão da exigibilidade pelo prazo de 2 anos a 
partir do trânsito em julgado da condenação. Agravo 
interno provido para conhecer e dar provimento 
parcial ao recurso de revista " (Ag-RR-1000228-
38.2019.5.02.0057, 7ª Turma, Relator Ministro Claudio 
Mascarenhas Brandao, DEJT 20/04/2023). 
12. Sistema recursal trabalhista. Princípios, procedimento e efeitos 
dos recursos. Recurso ordinário, agravo de petição, agravo de 
instrumento e embargos de declaração. Recurso adesivo. 
Pressupostos de admissibilidade dos recursos. Juízos de 
admissibilidade e de mérito do recurso. 
#23 – Sistema Recursal Trabalhista 
Para José Carlos Barbosa Moreira, recurso é "o 
remédio voluntário idôneo a ensejar, dentro do 
 
 
 
 
 82 
mesmo processo, a reforma, a invalidação, o 
esclarecimento ou a integração de decisão judicial a 
que se impugna". Desse conceito, é possível extrair 3 
características dos recursos: 
Remédio voluntário - o recurso é um 
prolongamento do direito de ação, colocado à 
disposição das partes, do Ministério Público e de 
terceiros juridicamente interessados que desejem 
impugnar a decisão. Logo, trata-se de ato processual 
voluntário. 
Interposto dentro da mesma jurídico-relação 
processual - diferentemente das ações autônomas de 
impugnação (Ex: ação rescisória, mandado de 
segurança etc.), que se destinam a impugnar decisões 
proferidas em outro processo, o recurso consiste em 
meio processual de impugnação da decisão dentro 
da mesma relação jurídica-processual em que 
proferida, retardando seu trânsito em julgado. 
Enseja a reforma, invalidação, o 
esclarecimento ou a integração da decisão - os 
recursos se destinam a: 
reforma - modificação do mérito da decisão, ou 
seja, a parte alega erro de julgamento - error in 
judicando. 
invalidação - anulação de decisão judicial que 
contém um vício processual, vale dizer, um erro no 
procedimento - error in procedendo. 
esclarecimento ou integração - complementação 
da prestação jurisdicional, corrigindo suas lacunas, 
obscuridades ou contradições, por meio dos 
embargos de declaração. 
#24 – Classificação dos Recursos 
Carlos Henrique Bezerra Leite adota a seguinte 
classificação quanto aos recursos: 
 Quanto à autoridade a quem se dirigem: 
a) próprio: julgados por órgão de jurisdição superior. 
Exemplos: recurso ordinário, recurso de revista, o 
recurso extraordinário etc. 
b) impróprio: dirigidos e julgados ao mesmo órgão 
prolator da decisão impugnada. Exemplos: embargos 
de declaração, os embargos infringentes; 
 Quanto à matéria: 
a) ordinário: Destina-se à tutela do direito subjetivo 
das partes. Possibilita a rediscussão ampla da matéria 
fática e/ou jurídica da decisão recorrida. Trata-se de 
recurso de fundamentação livre, podendo estar 
baseado unicamente no inconformismo da parte com 
a decisão recorrida. 
Exemplos: recurso ordinário, apelação cível etc 
b) extraordinário: Tem por escopo a tutela do direito 
objetivo. Não admite o reexame de fatos e provas, 
nem se destina a corrigir eventual injustiça da decisão. 
Exemplos: recurso de revista, embargos, recurso 
extraordinário; 
Quanto à extensão da matéria: 
a) total: impugna todos os capítulos da decisão 
judicial; 
b) parcial: ataca apenas parte dos capítulos da 
decisão recorrida. 
Quanto à forma de recorrer: 
a) principal: interposto no prazo recursal, pela parte 
sucumbente, ainda que parcialmente. O recurso 
principal é autônomo e seu conhecimento está 
condicionado unicamente ao preenchimento dos 
respectivos pressupostos de admissibilidade. 
b) adesivo ou subordinado: interposto no prazo de 
contrarrazões, seu conhecimento está subordinado 
ao do recurso principal a que adere. Está previsto no 
artigo 997 do CPC, aplicável subsidiariamente ao 
processo do trabalho, por força do artigo 769 da CLT 
- Súmula 283 do TST. 
#25 – Princípios Recursais no Processo do Trabalho 
Princípio do duplo grau de jurisdição. O 
princípio do duplo grau de jurisdição implica a 
possibilidade do reexame de uma demanda pela 
instância superior, mediante interposição de recurso 
em face da decisão do órgão de instância inferior. 
Impõe aobrigatoriedade de, ao menos, duas 
instâncias. 
No processo do trabalho há um exemplo 
da não aplicação do princípio do duplo 
grau de jurisdição: trata-se dos dissídios 
de alçada (demandas submetidas à 
Justiça do Trabalho que não ultrapassam 
a dois salários mínimos), previstos no 
art.2º, § § 3º e 4º, da Lei n. 5.584/1970. 
Os dissídios de alçada serão julgados em instância 
única pelas Varas do Trabalho, não sendo admitido 
qualquer recurso, salvo se envolver matéria 
constitucional. 
Princípio da unirrecorribilidade. O princípio em 
questão não permite a interposição de mais de um 
recurso contra a mesma decisão. 
Assim, não podem ser utilizados vários recursos 
simultaneamente, mas, tão somente, sucessivamente. 
A doutrina aponta exceções ao princípio da 
unirrecorribilidade: 
interposição simultânea de recurso especial e 
recurso extraordinário, no processo civil, quando a 
 
 
 
 
 83 
decisão contiver violação legal e constitucional,respectivamente, na forma do artigo 1.031 do CPC; 
interposição simultânea de embargos de 
divergência para a SbDI-1 e recurso extraordinário 
para o STF, no processo do trabalho, em face da 
decisão proferida por Turma do TST. 
Princípio da irrecorribilidade imediata das 
decisões interlocutórias. Na Justiça do Trabalho não 
cabe recurso imediato de decisões interlocutórias. 
Isso não quer dizer que não haja possibilidade de 
recurso à decisão proferida, mas que a impugnação 
deverá ser feita posteriormente, em recurso próprio, 
quando da decisão definitiva. 
O princípio da irrecorribilidade imediata das decisões 
interlocutórias tem por objetivo dar maior celeridade 
ao processo e prestigiar a autoridade do juiz. 
A base legal do princípio em estudo no direito 
processual do trabalho está no art. 893, § 1º, da CLT, 
segundo o qual os incidentes do processo serão 
resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-
se a apreciação do merecimento das decisões 
interlocutórias somente em recurso da decisão 
definitiva. 
Observa-se que, na seara laboral, o princípio da 
irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias 
tem aplicabilidade mais enfática, na medida em que a 
apreciação das impugnações contra as 
decisõesinterlocutórias somente será admitida em 
recursos interpostos contra decisão final. 
Importante observar que a admissão da impugnação 
da decisão interlocutória em recurso próprio contra a 
decisão final está condicionada ao inconformismo 
imediato do recorrente, quando da prolação da 
decisão interlocutória impugnada, conhecido como 
“protestos nos autos”, sob pena de preclusão. 
O princípio apresenta exceções, contudo, mesmo no 
processo do trabalho. A decisão interlocutória poderá 
ser impugnada imediatamente quando: 
contrariar OJ ou Súmula do TST; 
suscetível impugnação mediante recurso para o 
mesmo Tribunal; ou 
acolher exceção de incompetência territorial que 
acarreta a remessa dos autos para TRT distinto. 
É o que dispõe a Súmula nº 214 do TST: 
Súmula n. 214 do TST. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. 
IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res.127/2005, 
DJ 14, 15 e 16.03.2005. Na Justiça do Trabalho, nos 
termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões 
interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo 
nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do 
Trabalhocontrária à Súmula ou Orientação 
Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) 
suscetívelde impugnação mediante recurso para o 
mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção 
deincompetência territorial, com a remessa dos autos 
para Tribunal Regional distinto daquele a que se 
vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no 
art. 799, § 2º, da CLT 
Princípio da fungibilidade. Entende-se por 
fungível aquilo que pode ser substituído. O princípio 
da fungibilidade (ou conversibilidade) permite o 
conhecimento de um recurso impetrado 
(inadequado) ao invés do outro (apropriado), 
desde que preenchidos 3 requisitos: 
a) dúvida objetiva quanto à interposição do recurso 
cabível; 
c) inexistência de má-fé ou erro grosseiro; 
c) interposição dentro do prazo do recurso 
considerado correto. 
Entende-se por dúvida objetiva aquela que diverge a 
doutrina e a jurisprudência sobre o recurso adequado 
para atacar certas decisões, as quais o legislador não 
tenha estipulado recurso específico. 
Por sua vez, o erro grosseiro existe quando há recurso 
próprio determinado pela lei para atacar a decisão, 
mas o recorrente o ignora. 
OJ n. 152 da SDI-2 do TST. A interposição de 
recurso de revista de decisão definitiva de Tribunal 
Regional do Trabalho em ação rescisória ou em 
mandado de segurança, com fundamento em violação 
legal e divergência jurisprudencial e remissão 
expressa ao art. 896 da CLT, configura erro grosseiro, 
insuscetível de autorizar o seu recebimento como 
recurso ordinário, em face do disposto no art. 895, “b”, 
da CLT. 
OJ n. 412 da SBDI-I do TST. É incabível agravo 
interno (art. 1.021 do CPC de 2015, art. 557, §1º, do 
CPC de 1973) ou agravo regimental (art. 235 do RITST) 
contra decisão proferida por Órgão colegiado. Tais 
recursos destinam-se, exclusivamente, a impugnar 
decisão monocrática nas hipóteses previstas. 
Inaplicável, no caso, o princípio da fungibilidade ante 
a configuração de erro grosseiro. 
SUM-421 EMBARGOS DE 
DECLARAÇÃO. CABIMENTO. DECISÃO 
MONOCRÁTICA DO RELATOR CALCADA 
NO ART. 932 do CPC DE 2015. ART. 557 
DO CPC de 1973. (atualizada em 
decorrência do CPC de 2015) – Res. 
208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 
I – Cabem embargos de declaração da decisão 
monocrática do relator prevista no art. 932 do CPC de 
2015 (art. 557 do CPC de 1973), se a parte pretende 
tão somente juízo integrativo retificador da decisão e, 
não, modificação do julgado. 
 
 
 
 
 84 
II – Se a parte postular a revisão no mérito da decisão 
monocrática, cumpre ao relator converter os 
embargos de declaração em agravo, em face dos 
princípios da fungibilidade e celeridade 
processual, submetendo-o ao pronunciamento do 
Colegiado, após a intimação do recorrente para, no 
prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões 
recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 
1.021, § 1º, do CPC de 2015. 
OJ-SDI2-69 FUNGIBILIDADE RECURSAL. 
INDEFERIMENTO LIMINAR DE AÇÃO RESCISÓRIA 
OU MANDADO DE SEGURANÇA. RECURSO PARA O 
TST. RECEBIMENTO COMO AGRAVO REGIMENTAL 
E DEVOLUÇÃO DOS AUTOS AO TRT (inserida em 
20.09.2000) Recurso ordinário interposto contra 
despacho monocrático indeferitório da petição inicial 
de ação rescisória ou de mandado de segurança pode, 
pelo princípio de fungibilidade recursal, ser recebido 
como agravo regimental. Hipótese de não 
conhecimento do recurso pelo TST e devolução dos 
autos ao TRT, para que aprecie o apelo como agravo 
regimental. 
Princípio da dialeticidade. O princípio da 
dialeticidade está relacionado com a fundamentação 
do inconformismo da decisão. A parte deve apontar 
as questões da decisão que pretende a reforma. 
Referida medida delimita a matéria aoTribunal, 
possibilita o contraditório e a efetividade da jurisdição 
recursal. 
A indicação dos capítulos impugnados da decisão 
recorrida permite saber, ainda, se outras partes ou 
capítulos não impugnados transitaram ou não em 
julgado. 
O art. 899 da CLT dispõe que os recursos serão 
interpostos por simples petição. Todavia, a 
fundamentação o recurso é fundamental para 
assegurar o princípio da ampla defesa e do 
contraditório, bem como para possibilitar que o 
tribunal analise as razões do inconformismo. 
Jurisprudência importante! 
A súmula n. 422 do TST também caminha 
no sentido da obrigatoriedade de 
fundamentação ao menos nos 
recursos: i) “para o TST”, isto é, aos 
recursos de natureza extraordinária; e, 
ii) ao recurso ordinário dirigido ao TRT cuja 
motivação for inteiramente dissociada dos 
fundamentos da sentença. 
Súmula n. 422 do TST. RECURSO. 
FUNDAMENTO AUSENTE OU DEFICIENTE. NÃO 
CONHECIMENTO. 
I – Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior 
do Trabalho se as razões do recorrente não impugnam 
os fundamentos da decisão recorrida, nos termos em 
que proferida. 
II – O entendimento referido no item anterior não se 
aplica em relação à motivação secundária e 
impertinente, consubstanciada em despacho de 
admissibilidade de recurso ou em decisão 
monocrática. 
III – Inaplicável a exigência do item I relativamente ao 
recurso ordinário da competência de Tribunal 
Regional do Trabalho, exceto em caso de recurso 
cuja motivação é inteiramentedissociada dos 
fundamentos da sentença. 
Princípio da taxatividade. De acordo com o 
princípio da taxatividade, os recursos devem estar 
categoricamente previstos na legislação processual, 
em rol exaustivo (numerus clausus). Ademais, 
segundo o artigo 22, I, da Constituição Federal, 
compete privativamente à União legislar sobre direito 
processual. 
Desse modo, apenas os recursos tipificados na 
legislação federal são admitidos, sendo vedado aos 
Tribunais criar ou extinguir recursos.Dispõe o artigo 893, caput e § 2º, da CLT sobre o 
elenco dos recursos trabalhistas, in verbis: 
CLT, Art. 893 - Das decisões são admissíveis os 
seguintes recursos: 
I - embargos; 
II - recurso ordinário; 
III - recurso de revista; 
IV - agravo. 
[...] § 2º - A interposição de recurso para o Supremo 
Tribunal Federal não prejudicará a execução do 
julgado. 
Além desses recursos, são cabíveis os seguintes: 
embargos de declaração (CLT, art. 897-A) 
pedido de revisão (Lei n. 5.584/1970, art. 2º, § 1º); 
agravo regimental das decisões do Corregedor 
(CLT, art. 709, § 1º). 
Ademais, com base no artigo 769 da CLT, o TST 
editou a Súmula n. 283, entendendo ser compatível o 
recurso adesivo com o processo do trabalho, ao 
prever: 
SUM-283 RECURSO ADESIVO. PERTINÊNCIA 
NO PROCESSO DO TRABALHO. CORRELAÇÃO DE 
MATÉRIAS (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 
21.11.2003 O recurso adesivo é compatível com o 
processo do trabalho e cabe, no prazo de 8 (oito) dias, 
nas hipóteses de interposição de recurso ordinário, de 
agravo de petição, de revista e de embargos, sendo 
desnecessário que a matéria nele veiculada esteja 
relacionada com a do recurso interposto pela parte 
contrária. 
#26 – Efeitos dos recursos 
 
 
 
 
 85 
Acerca dos efeitos dos recursos trabalhistas, dispõe o 
artigo 899 da CLT, in verbis: 
CLT, Art. 899 - Os recursos serão interpostos por 
simples petição e terão efeito meramente devolutivo, 
salvo as exceções previstas neste Título, permitida a 
execução provisória até a penhora. 
Dessa forma, de acordo com o dispositivo legal 
supratranscrito, os recursos trabalhistas terão efeito 
meramente devolutivo. 
Todavia, a doutrina aponta outros efeitos aplicáveis 
aos recursos trabalhistas: 
Suspensivo; 
Translativo; 
Substitutivo; 
Extensivo; 
Regressivo; 
Expansivo; 
Diferido. 
Efeito Devolutivo. O efeito devolutivo dos 
recursos decorre do princípio dispositivo (Art. 2º do 
CPC) e corresponde à delimitação das matérias 
transferidas ao juízo ad quem. 
Dessa forma, em princípio, o órgão ad quem somente 
poderá se manifestar sobre os capítulos da sentença 
impugnados nas razões recursais. Trata-se do 
brocardo tantum devolutum quantum appellatum. 
Acerca do efeito devolutivo em profundidade, o TST 
editou o item I da Súmula 393, cujo teor ora se 
transcreve: 
SUM-393 RECURSO ORDINÁRIO. EFEITO 
DEVOLUTIVO EM PROFUNDIDADE. ART. 1.013, § 1º, 
do CPC DE 2015. ART. 515, § 1º, DO CPC de 1973 - 
(nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 
208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016. 
I - O efeito devolutivo em profundidade do recurso 
ordinário, que se extrai do § 1º do art. 1.013 do CPC 
de 2015 (art. 515, §1º, do CPC de 1973), transfere ao 
Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou 
da defesa, não examinados pela sentença, ainda que 
não renovados em contrarrazões, desde que relativos 
ao capítulo impugnado. [...] 
Efeito Suspensivo. O efeito suspensivo dos 
recursos consiste no atributo de adiar os efeitos da 
decisão impugnada, não admitindo, portanto, a 
execução provisória do julgado. 
Na Justiça do Trabalho a regra é que os recursos 
sejam recebidos apenas no efeito devolutivo, 
admitindo-se a execução provisória do julgado até a 
penhora, conforme dispõe o artigo 899 da CLT, in 
verbis: 
CLT, Art. 899 - Os recursos serão interpostos por 
simples petição e terão efeito meramente devolutivo, 
salvo as exceções previstas neste Título, permitida a 
execução provisória até a penhora. 
Embora a lei preveja apenas uma situação de 
concessão de efeito suspensivo a recurso (Art. 14 da 
Lei n. 10192/2001), a jurisprudência tem admitido a 
suspensão dos efeitos da sentença, por meio de 
requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao 
presidente ou vice-presidente do tribunal recorrido, 
em caso de recurso ordinário interposto de sentença 
que ratifica ou concede tutela provisória. Esse é o teor 
da previsão contida na Súmula 414, I, do TST: 
SUM-414 MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA 
PROVISÓRIA CONCEDIDA ANTES OU NA 
SENTENÇA (nova redação em decorrência do CPC de 
2015) - Res. 217/2017, DEJT divulgado em 20, 24 e 
25.04.2017 I – A tutela provisória concedida na 
sentença não comporta impugnação pela via do 
mandado de segurança, por ser impugnável mediante 
recurso ordinário. É admissível a obtenção de efeito 
suspensivo ao recurso ordinário mediante 
requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao 
presidente ou ao vicepresidente do tribunal recorrido, 
por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do 
artigo 1.029, § 5º, do CPC de 2015. [...] 
Efeito Translativo. Em princípio, o órgão ad 
quem somente poderá se manifestar sobre os 
capítulos da sentença impugnados nas razões 
recursais. Trata-se do brocardo tantum devolutum 
quantum appellatum. 
Isso ocorre porque o recurso é um prolongamento do 
direito de ação, estando igualmente sujeito ao 
princípio da inércia da jurisdição (Art. 2º do CPC), que 
impede que juízo ad quem profira julgamento aquém, 
além ou fora do contido nas razões recursais. 
No entanto, o sistema processual pátrio autoriza o 
Tribunal a decidir sobre questões de ordem pública, 
ainda que não tenham sido invocadas no recurso ou 
nas contrarrazões, sem que se configure julgamento 
ultra, citra ou extra petita, nem violação ao princípio 
da proibição da reforma em prejuízo. 
Portanto, o efeito translativo transfere ao tribunal 
questões de ordem pública, cognoscíveis de ofício 
em qualquer tempo e grau de jurisdição, relativas a: 
pressupostos processuais; 
perempção; 
litispendência; 
coisa julgada; 
condições da ação; 
 
 
 
 
 86 
direitos intransmissíveis. 
Aplica-se o efeito translativo em relação aos 
recursos de natureza extraordinária? 
Para a doutrina majoritária, o efeito translativo aplica-
se apenas em relação aos recursos de natureza 
ordinária. 
Isso porque, em relação aos recursos de natureza 
extraordinária (recurso de revista, embargos de 
divergência no TST, recurso extraordinário etc.), 
exige-se o prequestionamento, não sendo possível 
aos Tribunais Superiores conhecer de ofício de 
questões não impugnadas pelas partes, ainda que se 
trate de matérias de ordem pública. Nesse sentido, o 
TST editou a OJ n. 62 da SbDI-1, cujo teor ora se 
transcreve: 
OJ-SDI1-62 PREQUESTIONAMENTO. 
PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE EM APELO 
DE NATUREZA EXTRAORDINÁRIA. NECESSIDADE, 
AINDA QUE SE TRATE DE INCOMPETÊNCIA 
ABSOLUTA (republicada em decorrência de erro 
material) - DEJT divulgado em 23, 24 e 25.11.2010 É 
necessário o prequestionamento como pressuposto 
de admissibilidade em recurso de natureza 
extraordinária, ainda que se trate de incompetência 
absoluta. 
Efeito substitutivo. O efeito substitutivo dos 
recursos acarreta a substituição da decisão recorrida, 
nos limites da impugnação. 
Está previsto no artigo 1.008 do CPC, que dispõe, in 
verbis: 
CPC, Art. 1.008. O julgamento proferido pelo tribunal 
substituirá a decisão impugnada no que tiver sido 
objeto de recurso. 
Efeito Extensivo. Regra geral, somente se 
favorece com o recurso a parte que recorrer. Trata-se 
do princípio da pessoalidade dos recursos. 
Todavia, em algumas situações, o ordenamento 
jurídico permite que o recurso interposto por uma 
parte possa afetar a esfera jurídica de outra, que não 
recorreu. 
Tal é o que ocorre na hipótese prevista no artigo 1.005 
do CPC, que dispõe, in verbis: 
CPC, Art. 1.005. O recurso interposto 
por um dos litisconsortes a todos 
aproveita, salvo se distintos ou 
opostos os seus interesses. 
Efeito Regressivo. O efeito regressivo consiste 
na possibilidade de retratação ou reconsideração da 
decisão, pelo próprio juízo que a prolatou, como 
ocorre no Agravo de Instrumento interposto em face 
de decisão que denega seguimento a recurso. 
Da mesma forma, o artigo 485, § 7º, do CPC admite o 
juízo de retratação, no prazo de 5 dias, na hipótese de 
interposição de recurso de apelação em face da 
sentença que extinguiuo feito sem resolução de 
mérito, com fundamento em uma das hipóteses do 
artigo 485 do CPC. Cabe transcrever seu teor: 
CPC, Art. 485. [...] § 7º Interposta a apelação em 
qualquer dos casos de que tratam os incisos deste 
artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se. 
Assim, caso o juiz entenda que se equivocou ao 
extinguir o feito sem resolução de mérito, poderá 
anular sua sentença anterior, e, estando o processo 
maduro para julgamento, proferir nova sentença. 
Caso contrário, deverá, após a anulação da sentença 
anterior, dar regular andamento ao feito. 
O artigo 3º, VIII, da IN. 39/2016 do TST reputa 
aplicável ao Processo do Trabalho o disposto no 
artigo 485, § 7º, do CPC, em face de omissão e 
compatibilidade com a CLT (Art. 769 do CPC). 
Efeito Expansivo. Para Carlos Henrique Bezerra 
Leite, o efeito expansivo do recurso permite que o 
tribunal, nos casos previstos no artigo 1.013, §§ 3º e 
4º, decida desde logo o mérito (ao invés de 
encaminhar o processo ao primeiro grau para que o 
juiz profira nova sentença), se o processo estiver em 
condições de imediato julgamento. 
Cabe transcrever o artigo 1.013, §§ 3º e 4º, do CPC, in 
verbis: 
CPC, Art. 1.013 [...] 
§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato 
julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o 
mérito quando: 
I - reformar sentença fundada no art. 485 ; 
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela 
congruente com os limites do pedido ou da causa de 
pedir; 
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, 
hipótese em que poderá julgá-lo; 
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de 
fundamentação. 
§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a 
decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, 
julgará o mérito, examinando as demais questões, sem 
determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro 
grau. 
Em todas essas hipóteses, se a causa estiver em 
condições de imediato julgamento - seja porque o 
processo envolve apenas matéria de direito, seja 
porque, tratando-se de matéria de fato, as provas são 
desnecessárias ou já foram produzidas - o Tribunal 
poderá desde logo decidir o mérito originalmente 
(Art. 1.013, § 3º, I, do CPC) ou proferir novo 
julgamento de mérito (nas demais hipóteses), ao invés 
 
 
 
 
 87 
de encaminhar o processo ao primeiro grau para 
prolação de nova decisão. 
Acerca do aspecto, o TST editou o item II da Súmula 
n. 393, entendendo pela aplicação subsidiária do 
artigo 1.013, § 3º, do CPC ao processo do trabalho: 
Jurisprudência importante! 
SUM-393 RECURSO ORDINÁRIO. 
EFEITO DEVOLUTIVO EM 
PROFUNDIDADE. ART. 1.013, § 1º, do 
CPC DE 2015. ART. 515, § 1º, DO CPC de 
1973 - (nova redação em decorrência do 
CPC de 2015) - Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 
25 e 26.04.2016 [...] 
II - Se o processo estiver em condições, o tribunal, ao 
julgar o recurso ordinário, deverá decidir desde logo o 
mérito da causa, nos termos do § 3º do art. 1.013 do 
CPC de 2015, inclusive quando constatar a omissão da 
sentença no exame de um dos pedidos. 
Efeito diferido. O efeito diferido dos recursos 
trabalhistas decorre do princípio da irrecorribilidade 
imediata das decisões interlocutórias, estando 
implicitamente consagrado no artigo 893, § 1º, da 
CLT, segundo o qual: 
CLT, Art. 893. [...] § 1º - Os incidentes do processo são 
resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-
se a apreciação do merecimento das decisões 
interlocutórias somente em recursos da decisão 
definitiva. 
A regra prevista o artigo 893, § 1º, da CLT posterga o 
recurso das decisões interlocutórias para o momento 
do recurso da decisão definitiva. 
Vale dizer, as decisões interlocutórias são recorríveis, 
só não o são de imediato, sendo a impugnação 
diferida, postergada. 
O TST consagrou o efeito diferido na OJ n. 92 da 
SBDI-2, cujo teor ora se transcreve: 
OJ-SDI2-92 MANDADO DE SEGURANÇA. 
EXISTÊNCIA DE RECURSO PRÓPRIO (inserida em 
27.05.2002) Não cabe mandado de segurança contra 
decisão judicial passível de reforma mediante recurso 
próprio, ainda que com efeito diferido. 
#27 – Prazos Recursais 
Recurso Ordinário 8 dias - Art. 895 da CLT 
Recurso de revista 8 dias - Art. 6º da Lei n. 
5584/70 
Embargos no TST 8 dias - Art. 894 da CLT 
Agravo de Instrumento 8 dias - Art. 897 da CLT 
Agravo de petição 8 dias - Art. 897 da CLT 
Agravo regimental 8 dias - Art. 1º, § 2º, da 
IN n. 39/2016 
Agravo interno 8 dias - Art. 1º, § 2º, da 
IN n. 39/2016 
Recurso Extraordinário 15 dias - Art. 1.003, § 5º, 
do CPC 
Embargos de 
declaração 
5 dias - Art. 897-A da 
CLT 
Pedido de revisão do 
valor da causa 
48 horas - Art. 2º, § 1º, 
da Lei n. 5584/70 
Cabe ressaltar que os prazos recursais também são 
contados em dias úteis, segundo o artigo 775 da CLT 
(com a redação dada pela Lei n. 13.467/2017), que 
dispõe que “os prazos estabelecidos neste Título 
serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do 
começo e inclusão do dia do vencimento”. 
A Fazenda Pública, o Ministério Público e a Defensoria 
Pública possuem prazos diferenciados para prática de 
atos processuais. 
Nesse sentido, o artigo 1º, III, do Decreto-lei n. 779/69 
confere prazo recursal diferenciado para a FAZENDA 
PÚBLICA, dispondo, in verbis: 
Art. 1º Nos processos perante a Justiça do Trabalho, 
constituem privilégio da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Municípios e das autarquias ou 
fundações de direito público federais, estaduais ou 
municipais que não explorem atividade econômica: 
[...] 
II - o quádruplo do prazo fixado no artigo 841, "in fine", 
da Consolidação das Leis do Trabalho; 
III - o prazo em dobro para recurso; 
O artigo 12 do Decreto-lei n. 509/1969 estendeu os 
privilégios concedidos à Fazenda Pública à EBCT - 
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, inclusive 
em relação aos prazos. No mesmo sentido, o TST 
pacificou sua jurisprudência, por meio da OJ n. 247 da 
SBDI-1/TST: 
OJ-SDI1-247 SERVIDOR PÚBLICO. CELETISTA 
CONCURSADO. DESPEDIDA IMOTIVADA. EMPRESA 
PÚBLICA OU SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. 
POSSIBILIDADE (alterada – Res. nº 143/2007) - DJ 
13.11.2007 [...] II - A validade do ato de despedida do 
empregado da Empresa Brasileira de Correios e 
Telégrafos (ECT) está condicionada à motivação, por 
gozar a empresa do mesmo tratamento destinado à 
Fazenda Pública em relação à imunidade tributária e à 
 
 
 
 
 88 
execução por precatório, além das prerrogativas de 
foro, prazos e custas processuais. 
#28 – Custas Processuais 
Estão isentos de custas processuais: 
Beneficiários da Justiça Gratuita; 
União, os Estados, o Distrito Federal, os 
Municípios e respectivas autarquias e fundações 
públicas que não explorem atividade econômica; 
Ministério Público do Trabalho; 
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos; 
Massa falida; 
Pessoas jurídicas de direito público externo. 
Não estão isentos de custas processuais: 
Empresas em liquidação extrajudicial; 
Empresas em recuperação judicial, salvo se 
obtiverem os benefícios da Justiça Gratuita, mediante 
demonstração cabal de insuficiência de recursos - 
Súmula 463 do TST; 
Entidades fiscalizadoras do exercício profissional; 
Empresa pública e sociedade de economia mista. 
#29 – Depósito Recursal 
O valor do depósito recursal será reduzido 
pela metade para: 
entidades sem fins lucrativos; 
empregadores domésticos; 
microempreendedores individuais; 
microempresas; 
empresas de pequeno porte. 
CLT, Art. 899 - [...] § 9º O valor do depósito recursal 
será reduzido pela metade para entidades sem fins 
lucrativos, empregadores domésticos, 
microempreendedores individuais, microempresas e 
empresas de pequeno porte. 
Estão isentos do depósito recursal: 
beneficiários da justiça gratuita; 
as entidades filantrópicas; e 
as empresas em recuperação judicial. 
CLT, Art. 899 - [...] 
§ 10. São isentos do depósito recursal os beneficiários 
da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as 
empresas em recuperaçãojudicial. 
Cabe destacar, quanto às empresas em 
recuperação judicial, que, embora haja 
isenção do depósito recursal, não houve 
o mesmo tratamento legal em relação às 
custas processuais. Vale dizer, as 
empresas em recuperação judicial 
NÃO estão isentas de custas processuais, salvo 
demonstração cabal de impossibilidade de arcar com 
as despesas do processo, hipótese em que poderá ser 
deferido o benefício da Justiça Gratuita - Súmula n. 
463, II, do TST. 
Além das pessoas previstas no artigo 899, § 10 da 
CLT, também são isentos de depósito recursal as 
Pessoas Jurídicas de Direito Público, conforme 
previsão constante do artigo 1º, IV, do Decreto-lei 
779/69, que estabelece: 
DL 779/69, Art. 1º Nos processos perante a Justiça do 
Trabalho, constituem privilégio da União, dos Estados, 
do Distrito Federal, dos Municípios e das autarquias ou 
fundações de direito público federais, estaduais ou 
municipais que não explorem atividade econômica: 
[...] IV - a dispensa de depósito para interposição de 
recurso; 
#30 – Embargos de Declaração 
Segundo a doutrina majoritária, os embargos de 
declaração são classificados como recurso impróprio, 
porque julgados pelo mesmo órgão prolator da 
decisão embargada. Além disso, têm fundamentação 
vinculada, já que suas hipóteses de cabimento estão 
previstas na lei (omissão, obscuridade, contradição, 
manifesto equívoco no exame dos pressupostos 
extrínsecos do recurso). 
O cabimento dos embargos de declaração 
no Processo do Trabalho rege-se pelo art. 
897-A da CLT e, supletivamente, pelo 
Código de Processo Civil (arts. 1022 a 
1025; §§ 2º, 3º e 4º do art. 1026), 
excetuada a garantia de prazo em dobro 
para litisconsortes (§ 1º do art. 1023) – Art. 9º da IN n. 
39/2016 do TST. 
Admite-se a oposição de embargos de 
declaração na Justiça do Trabalho para impugnar: 
decisões interlocutórias; 
sentenças; 
acórdãos; 
decisões monocráticas do Tribunal. 
Conjugando-se as hipóteses de cabimento 
previstas no artigo 897-A da CLT com as normatizadas 
pelo artigo 1.022 do CPC, admite-se a oposição de 
embargos de declaração no Processo do Trabalho 
nos seguintes casos: 
Omissão; 
 
 
 
 
 89 
Contradição; 
Obscuridade; 
Manifesto equívoco no exame dos pressupostos 
extrínsecos do recurso; 
Erro material. 
Embargos de declaração com fins de 
prequestionamento. Um dos pressupostos 
específicos de admissibilidade dos recursos de 
natureza extraordinária (recurso de revista, embargos 
de divergência etc.) é o prequestionamento. Segundo 
a Súmula 297, I, do TST, "diz-se prequestionada a 
matéria ou questão quando na decisão impugnada 
haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito". 
Dessa forma, se o acórdão não tiver se pronunciado a 
respeito de matéria ou questão suscitada no recurso 
principal, incumbe à parte opor embargos de 
declaração a fim de sanar a omissão, antes de interpor 
recurso de revista ou embargos, sob pena de 
preclusão, conforme pacificado na Súmula 184 do 
TST: 
Jurisprudência importante! 
SUM-184 EMBARGOS DECLARATÓRIOS. OMISSÃO 
EM RECURSO DE REVISTA. PRECLUSÃO (mantida) - 
Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Ocorre 
preclusão se não forem opostos embargos 
declaratórios para suprir omissão apontada em 
recurso de revista ou de embargos. 
Nesses casos, os embargos de declaração servem a 
uma importante finalidade: obter o 
prequestionamento da matéria ou questão que será 
invocada no recurso de natureza extraordinária. 
No entanto, se, mesmo instado a sanar a omissão por 
meios dos embargos de declaração, o Tribunal 
rejeitá-los ou inadmiti-los, permanecendo silente a 
respeito de questão jurídica invocada no recurso 
principal, considerar-se-á prequestionada a matéria. 
Trata-se do prequestionamento ficto, previsto nos 
itens III da Súmula 297 do TST: 
SUM-297 PREQUESTIONAMENTO. OPORTUNIDADE. 
CONFIGURAÇÃO (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 
19, 20 e 21.11.2003 I. Diz-se prequestionada a matéria 
ou questão quando na decisão impugnada haja sido 
adotada, explicitamente, tese a respeito. 
II. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria 
haja sido invocada no recurso principal, opor 
embargos declaratórios objetivando o 
pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão. 
III. Considera-se prequestionada a questão jurídica 
invocada no recurso principal sobre a qual se omite o 
Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos 
embargos de declaração. 
13. Recurso de revista. Pressupostos de admissibilidade. 
Prequestionamento. Matéria de fato. Efeitos. Juízo de 
admissibilidade. 
#31 – Recurso de Revista 
O recurso de revista é um recurso de natureza 
extraordinária, tal como o recurso especial para o STJ 
e o recurso extraordinário para o STF. 
Diferentemente dos recursos de natureza ordinária, 
que têm fundamentação livre e possibilitam a ampla 
rediscussão da matéria fática e jurídica debatida no 
processo, o recurso de revista tem por escopo 
primordial a tutela do direito objetivo e a 
uniformização da jurisprudência, resguardando 
apenas indiretamente o direito subjetivo das partes. 
NÃO se destina, portanto, tal medida excepcional, a 
corrigir eventuais injustiças da decisão recorrida. 
Ademais, os recursos extraordinários 
NÃO se prestam ao reexame de fatos e 
provas, de modo que o TST, ao apreciar 
o recurso de revista, deverá considerar 
verdadeiras as premissas fáticas 
consignadas no acórdão recorrido, 
podendo, contudo, dar-lhes um 
enquadramento diverso. 
SUM-126 RECURSO. CABIMENTO (mantida) - Res. 
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Incabível o recurso 
de revista ou de embargos (arts. 896 e 894, "b", da 
CLT) para reexame de fatos e provas. 
O recurso de revista se destina a impugnar decisões 
proferidas em grau de recurso ordinário pelos TRTs, 
em dissídio individual, nos casos previstos nas alíneas 
“a”, “b” e “c” do artigo 896 da CLT. 
Desse modo, é necessário que a demanda tenha se 
iniciado na Vara e que, em face da sentença 
terminativa ou definitiva proferida pelo Juiz do 
Trabalho, a parte interponha recurso ordinário para o 
TRT - Art. 895, I, da CLT. Diante do acórdão do TRT 
que aprecia o recurso ordinário, é que caberá o 
recurso de revista. 
NÃO cabe, regra geral, recurso de revista de ação 
de competência originária dos Tribunais, como, por 
exemplo, a ação rescisória e o mandado de 
segurança, já que o TRT não terá conhecido da 
matéria em grau recursal, mas sim em primeira 
instância. 
Também NÃO cabe recurso de revista em face 
decisões proferidas em dissídios coletivos, uma vez 
que o recurso de revista somente pode ser manejado 
em dissídios individuais. Além disso, o dissídio 
coletivo é ação da competência originária do TRT, 
razão pela qual também não poderia ser conhecido 
em grau recursal. 
 
 
 
 
 90 
Súmulas indispensáveis em relação ao Recurso 
de Revista: 
SUM-333 RECURSOS DE REVISTA. 
CONHECIMENTO (alterada) - Res. 155/2009, DJ 26 e 
27.02.2009 e 02.03.2009 Não ensejam recurso de 
revista decisões superadas por iterativa, notória e atual 
jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. 
SUM-296 RECURSO. DIVERGÊNCIA 
JURISPRUDENCIAL. ESPECIFICIDADE (incorporada 
a Orientação Jurisprudencial nº 37 da SBDI-I) - Res. 
129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 
I - A divergência jurisprudencial ensejadora da 
admissibilidade, do prosseguimento e do 
conhecimento do recurso há de ser específica, 
revelando a existência de teses diversas na 
interpretação de um mesmo dispositivo legal, embora 
idênticos os fatos que as ensejaram. (ex-Súmula nº 296 
- Res. 6/1989, DJ 19.04.1989) 
II - Não ofende o art. 896 da CLT decisão de Turma 
que, examinando premissas concretas de 
especificidade da divergência colacionada no ape-lo 
revisional, conclui pelo conhecimento ou 
desconhecimento do recurso. (ex-OJ nº 37 da SBDI-I - 
inserida em 01.02.1995) 
SUM-23 RECURSO (mantida) - Res. 
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Não se 
conhece de recurso de revista ou de 
embargos, se a decisão recorrida resolver 
determinado itemdo pedido por diversos 
fundamentos e a jurisprudência transcrita 
não abranger a todos. 
SUM-337 COMPROVAÇÃO DE DIVERGÊNCIA 
JURISPRUDENCIAL. RECURSOS DE REVISTA E DE 
EMBARGOS (incluído o item V) - Res. 220/2017 – DEJT 
divulgado em 21, 22 e 25.09.2017 
I - Para comprovação da divergência justificadora do 
recurso, é necessário que o recorrente. a) Junte 
certidão ou cópia autenticada do acórdão paradigma 
ou cite a fonte oficial ou o repositório autorizado em 
que foi publicado; e b) Transcreva, nas razões 
recursais, as ementas e/ou trechos dos acórdãos 
trazidos à configuração do dissídio, demonstrando o 
conflito de teses que justifique o conhecimento do 
recurso, ainda que os acórdãos já se encontrem nos 
autos ou venham a ser juntados com o recurso. (ex-
Súmula nº 337 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 
21.11.2003) 
II - A concessão de registro de publicação como 
repositório autorizado de jurisprudência do TST torna 
válidas todas as suas edições anteriores. (ex-OJ nº 317 
da SBDI-I - DJ 11.08.2003) 
III – A mera indicação da data de publicação, em fonte 
oficial, de aresto paradigma é inválida para 
comprovação de divergência jurisprudencial, nos 
termos do item I, “a”, desta súmula, quando a parte 
pretende demonstrar o conflito de teses mediante a 
transcrição de trechos que integram a fundamentação 
do acórdão divergente, uma vez que só se publicam o 
dispositivo e a ementa dos acórdãos. 
IV – É válida para a comprovação da divergência 
jurisprudencial justificadora do recurso a indicação de 
aresto extraído de repositório oficial na internet, desde 
que o recorrente: a) transcreva o trecho divergente; b) 
aponte o sítio de onde foi extraído; e c) decline o 
número do processo, o órgão prolator do acórdão e a 
data da respectiva publicação no Diário Eletrônico da 
Justiça do Trabalho. 
V – A existência do código de autenticidade na cópia, 
em formato pdf, do inteiro teor do aresto paradigma, 
juntada aos autos, torna-a equivalente ao documento 
original e também supre a ausência de indicação da 
fonte oficial de publicação. 
SUM-221 RECURSO DE REVISTA. VIOLAÇÃO 
DE LEI. INDICAÇÃO DE PRECEITO (cancelado o item 
II e conferida nova redação na sessão do Tribunal 
Pleno realizada em 14.09.2012) Res. 185/2012 – DEJT 
divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 A admissibilidade 
do recurso de revista por violação tem como 
pressuposto a indicação expressa do dispositivo de lei 
ou da Constituição tido como violado. 
OJ-SDI1-257 RECURSO DE REVISTA. 
FUNDAMENTAÇÃO. VIOLAÇÃO DE LEI. VOCÁBULO 
VIOLAÇÃO. DESNECESSIDADE (alterada em 
decorrência da redação do inciso II do art. 894 da CLT, 
incluído pela Lei n.º 11.496/2007) – Res. 182/2012, 
DEJT divulgado em 19, 20 e 23.04.2012 A invocação 
expressa no recurso de revista dos preceitos legais ou 
constitucionais tidos como violados não significa exigir 
da parte a utilização das expressões "contrariar", 
"ferir", "violar", etc. 
SUM-442 PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO. 
RECURSO DE REVISTA FUNDAMENTADO EM 
CONTRARIEDADE A ORIENTAÇÃO 
JURISPRUDENCIAL. INADMISSIBILIDADE. ART. 896, 
§ 6º, DA CLT, ACRESCENTADO PELA LEI Nº 9.957, DE 
12.01.2000 (conversão da Orientação Jurisprudencial 
nº 352 da SBDI-I) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 
25, 26 e 27.09.2012. 
Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, a 
admissibilidade de recurso de revista está limitada à 
demonstração de violação direta a dispositivo da 
Constituição Federal ou contrariedade a Súmula do 
Tribunal Superior do Trabalho, não se admitindo o 
recurso por contrariedade a Orientação 
Jurisprudencial deste Tribunal (Livro II, Título II, 
Capítulo III, do RITST), ante a ausência de previsão no 
art. 896, § 6º, da CLT. 
SUM-266 RECURSO DE REVISTA. 
ADMISSIBILIDADE. EXECUÇÃO DE SENTENÇA 
(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 
A admissibilidade do recurso de revista interposto de 
acórdão proferido em agravo de petição, na 
liquidação de sentença ou em processo incidente na 
execução, inclusive os embargos de terceiro, depende 
 
 
 
 
 91 
de demonstração inequívoca de violência direta à 
Constituição Federal. 
OJ-SDI1-119 PREQUESTIONAMENTO 
INEXIGÍVEL. VIOLAÇÃO NASCIDA NA PRÓPRIA 
DECISÃO RECORRIDA. SÚMULA Nº 297. 
INAPLICÁVEL (inserido dispositivo) - DEJT divulgado 
em 16, 17 e 18.11.2010) 
É inexigível o prequestionamento quando a violação 
indicada houver nascido na própria decisão recorrida. 
Inaplicável a Súmula n.º 297 do TST. 
SUM-459 RECURSO DE REVISTA. NULIDADE 
POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. 
(atualizada em decorrência do CPC de 2015) - Res. 
219/2017, DEJT divulgado em 28, 29 e 30.06.2017 – 
republicada - DEJT divulgado em 12, 13 e 14.07.2017 
O conhecimento do recurso de revista, quanto à 
preliminar de nulidade, por negativa de prestação 
jurisdicional, supõe indicação de violação do art. 832 
da CLT, do art. 489 do CPC de 2015 (art. 458 do CPC 
de 1973) ou do art. 93, IX, da CF/1988. 
26. Ação rescisória no processo do trabalho. Cabimento. 
Competência. Fundamentos de admissibilidade. Juízo rescindente 
e juízo rescisório. Prazo para propositura. Início da contagem do 
prazo. Procedimento e recurso. 
#32 – AÇÃO RESCISÓRIA 
Ação rescisória consiste em ação de rito especial 
destinada a desconstituir decisão judicial transitada 
em julgado, nas hipóteses legalmente previstas. 
Trata-se de ação autônoma de impugnação, 
capaz de gerar nova relação jurídico processual, 
distinta daquela em que se formou a coisa julgada que 
busca desconstituir. Sua natureza jurídica é 
constitutivo-negativa ou desconstitutiva. 
A ação rescisória, portanto, tem por finalidade 
desconstituir a coisa julgada formada em relação 
jurídico-processual distinta. 
Como é sabido, a coisa julgada está consagrada como 
garantia fundamental no artigo 5º, XXXVI, da 
Constituição Federal, segundo o qual "a lei não 
prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito 
e a coisa julgada". 
Todavia, embora a coisa julgada constitua garantia 
fundamental, embasada no princípio da segurança 
jurídica, a ação rescisória se legitima como meio de 
extirpar do mundo jurídico decisões eivadas de 
ilegalidade ou injustiça, nas hipóteses previstas no 
artigo 966 do CPC, a seguir analisadas. 
A CLT trata da ação rescisória no artigo 836 de 
forma insuficiente, fazendo remissão expressa ao 
Código de Processo Civil 1973, atualmente 
revogado. 
Diante da omissão e compatibilidade, aplicam-se ao 
processo do trabalho os preceitos do Código de 
Processo Civil que regulam a ação rescisória, previstos 
nos artigos 966 a 975 (Art. 3º, XXVI, da IN nº 39/2016). 
Há, porém, uma peculiaridade: o depósito prévio é 
de 20% do valor da causa, permitida a sua isenção 
quando houver prova de miserabilidade jurídica 
do autor. 
#33 - HIPÓTESES DE CABIMENTO 
O CPC/2015, no artigo 966, prevê as hipóteses de 
cabimento da ação rescisória. 
Trata-se de rol TAXATIVO, de modo que, 
somente se admite o corte rescisório de decisão 
transitada em julgado que apresente um dos vícios 
descritos nos incisos I a VIII do artigo 966 do CPC. 
Dessa forma, é passível de cote rescisório a decisão 
transitada em julgado que: 
se verificar que foi proferida por força de 
PREVARICAÇÃO, CONCUSSÃO ou CORRUPÇÃO 
DO JUIZ; 
for proferida por JUIZ IMPEDIDO ou por juízo 
ABSOLUTAMENTE INCOMPETENTE; 
resultar de DOLO ou COAÇÃO da parte 
vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, 
de SIMULAÇÃO ou COLUSÃO entre as partes, a fim 
de fraudar a lei; 
ofender a COISA JULGADA 
VIOLAR manifestamente NORMA JURÍDICA 
for fundada em PROVA FALSA cuja falsidade 
tenha sido apurada em processo criminal ou venha a 
ser demonstrada na própria ação rescisória; 
obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em 
julgado, PROVA NOVA cuja existência ignorava ou de 
que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe 
assegurar pronunciamento favorável; 
for fundada em ERRO DE FATO verificável do 
exame dos autos. 
SUM-408 AÇÃO RESCISÓRIA. 
PETIÇÃO INICIAL. CAUSA DE PEDIR. 
AUSÊNCIA

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